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João Aguiar Campos
São Bento, patrono da Europa
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64 - Obrigado, Dra Maria Barroso Tony Neves |
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Foto da capa: Agência ECCLESIA Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Maria Barroso era uma cristã «invulgar»
São Bento: Seguidores em Portugal
João Aguiar Campos | D. Manuel Linda Lígia Silveira |Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernado Cassola Marques |
Estes alemães… |
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João Aguiar Campos
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Calma. Se esperam ler aqui uma diatribe sobre a senhora Merkel mais o seu ministro das Finanças com a crise grega como pano de fundo, desiludam-se. O que aqui trago hoje não é mais que o tranquilo desejo de sublinhar uma decisão estes dias tornada pública pela Conferência dos bispos alemães. Versa orientações para os responsáveis financeiros das instituições eclesiais, exortados a um «investimento ético e durável». Não sei alemão e não fico sossegado com resumos googlados. O que reporto li-o, por isso, no “La Croix”, que dá sintética conta do que foi tornado público no passado dia 3 deste mês de Julho. O documento em causa, disponível em PDF, tem uma quarentena de páginas e um glossário. Propõe «um caminho em sete etapas», abarcando diversos items. Um deles desafia as estruturas e os movimentos eclesiais a avaliarem a idoneidade dos seus parceiros em temas como a pornografia, a corrupção, a energia nuclear e as experiências com embriões. Enfim, algo muito próximo do “Projeto Ético de Fundo Santander Central Hispano Responsabilidade”, redigido pelo Instituto Social Leão XIII. Diz a sabedoria popular que «quem anda com lobos aprende a uivar». O que, traduzido para o caso que agora nos ocupa, quer dizer que nunca ficaremos com as mãos limpas se alguém sujar as suas com o nosso apoio… Citando o presidente do Comité Central dos |
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Católicos Alemães (ZdK), o “La Croix” transcreve esta afirmação, em defesa da transparência: «O modo como a Igreja gere as suas finanças e a sua riqueza é uma questão-chave para a sua credibilidade». Depois, na boca do cardeal Reinhard Marx coloca uma exigência prática: «Devemos interrogar-nos sobre o modo como a Igreja gere os seus recursos, como as estruturas eclesiais investem o seu capital e como pode a ética ser integrada na economia». Que o episcopado alemão faça o que acaba de fazer é importante a vários níveis. Um deles tem mesmo a ver com críticas que sofreu num passado não muito distante: há dois anos a Igreja alemã era notícia, ao ser acusada de esconder parte do seu património em orçamentos especiais. Outros investimentos não estariam, por seu turno, a servir as melhores causas. Agora organiza-se, compromete-se e clarifica caminhos. É bom. Felizmente que, em diversos ambientes vai conquistando terreno a preocupação de ter em conta critérios éticos e sociais na hora de decidir investimentos. Cresce, por isso, a consultoria neste domínio e aumenta o número dos fundos de investimento que usam filtros. |
Trata-se, ao fim e ao cabo, de consciencializar os investidores e proporcionar-lhe o lucro a que justamente aspiram, sem que valha (quase) tudo para o conseguir. É obrigatório que as instituições eclesiais abracem de alma e coração este caminho que, aliás, a Doutrina Social da Igreja propõe para dentro e para fora. Até para não suceder que, pregando aos outros, fique a casa de ferreiro com espeto de pau… Sim; há que pôr mãos ao trabalho de «uma grande obra educativa e cultural», como chama o Compêndio da Doutrina Social (375) ao esforço de não absolutizar a economia. |
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Papa na América Latina
@Agência de Informação da Bolívia |
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Aos domingos quando vinha para a missa das 19h15 sentava-se no bar durante uma hora e ia acolhendo e recebendo as pessoas que queriam falar com ela. É fantástico, estava numa simplicidade e proximidade absurdamente extraordinária. (Monsenhor Feytor Pinto, sobre Maria Barroso)
A nação, senhor primeiro-ministro, está empobrecida, o povo português está enfraquecido. Como responde à acusação do secretário-geral António Costa, que chamou a atenção para vários vícios, os pecados capitais? (Ferro Rodrigues, no debate «O Estado da Nação», na Assembleia da República, dia 8 de julho)
Deixe-me responder aos seus sete pecados capitais com outra imagem bíblica, com as dez pragas que o partido socialista deixou a Portugal (Pedro Passos Coelho, no debate «O Estado da Nação», na Assembleia da República, dia 8 de julho)
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A família é o hospital mais próximo, quando uma pessoa está doente cuidam-na lá enquanto se pode. A família é a primeira escola das crianças, é o grupo de referência imprescindível para os jovens, é o melhor asilo para os idosos. (Homilia do Papa ho Equador, 6 de julho)
Não seria um exagero afirmar que o meu país foi transformado num laboratório experimental da austeridade nos últimos cinco anos. Mas todos temos de admitir que a experiência não foi bem sucedida. (Discurso de Alexis Tsipras no Parlamento Europeu, 8 de julho)
A Hungria está a ser confrontada com a maior vaga de migrantes da sua história e as suas capacidades estão sobrecarregadas a 130% (Ministro húngaro, Sandor Pinter, justificando a construção de um muro com 175 km na fronteira com a Sérvia)
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Maria Barroso era uma cristã «absolutamente invulgar» |
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O padre Vítor Feytor Pinto, responsável da Paróquia do Campo Grande, em Lisboa, afirmou que Maria Barroso era uma mulher de “cultura vastíssima” e uma cristã “absolutamente invulgar” que participava na vida paroquial com atitude de serviço e disponibilidade a todos. “Para a nossa comunidade paroquial é uma grande perda indiscutivelmente pelo exemplo de vida que nos dava. Para a sociedade perdemos uma mulher de cultura vastíssima, de intervenção política nos quadros da justiça e dos valores humanos e ganhamos uma mulher cristã no céu que vai participar de certeza da alegria de Deus e interceder por nós”, comentou à Agência ECCLESIA. Maria Barroso morreu madrugada terça-feira, aos 90 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internada desde 26 de junho. O padre Vítor Feytor Pinto, que acompanhou a mulher do ex-presidente da República Mário Soares desde que foi internada, assinala que “foi um momento de libertação ao encontro de Deus”. |
“Como mulher de fé sabe perfeitamente que a vida não acaba apenas se transforma e portanto tinha consciência plena disso. Ela ia-se preparando muito para este momento”, revela o sacerdote que adianta que Maria Barroso “ultimamente” falava como “bastante frequência” nesta eventualidade: “Dizendo concretamente que se sentia preparada e, como mulher de fé, terá vivido os últimos momentos da sua vida consciente que ia ao encontro de Deus”.
O padre Vítor Feytor Pinto destaca de Maria Barroso a “cultura vastíssima” que a Paróquia do Campo Grande beneficiou através de diversas formas de disponibilidade e serviço quando durante a semana “ajudava crianças que precisavam de apoio no estudo
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de português e outros” e ensinava também os leitores a “pronunciarem bem as palavras quando falassem ao microfone” e também a saber “lidar” com o microfone. “Tinha uma nota muito interessante, aos domingos quando vinha para a missa das 19h15 sentavam-se no bar durante uma hora e ia acolhendo e recebendo as pessoas que queriam falar com ela. É fantástico, estava numa simplicidade e proximidade absurdamente extraordinária”, acrescenta o pároco sobre quem “acompanhava constantemente” as atividade paroquiais. |
O padre Vítor Feytor Pinto foi o responsável da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, durante 28 anos, e recorda que Maria Barroso acompanhou-o “quase 20 vezes” ao Vaticano, para participar em encontros internacionais, “onde teve oportunidade de conversar com os três Papas [São João Paulo II; Bento XVI e Francisco]”.
D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, presidiu à missa de corpo presente, esta quarta-feira, na igreja do Campo Grande, a que se seguiu o funeral no cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
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Voluntariado: 900 portugueses envolvidos em trabalho missionário durante 2015 |
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A Fundação Fé e Cooperação divulgou o relatório do voluntariado missionário e informa que 900 portugueses participam em ações internacionais e nacionais, sendo "a maioria estudantes e pessoas empregadas”. “No ano de 2015, são cerca de 624 os que realizam atividades de voluntariado/missão em Portugal. 276 jovens e adultos realizam projetos de voluntariado missionário em países em desenvolvimento”, contabiliza a fundação da Conferência Episcopal Portuguesa. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Fundação Fé e Cooperação (FEC) revela que os dados divulgados hoje resultam de um inquérito realizado às 61 entidades que integram a Rede de Voluntariado Missionário onde tem responsabilidade de coordenação. Das 61 entidades responderam 44, “menos cinco do que em 2014, e 29 enviam voluntários em missão, “menos nove do que em 2014”. A fundação explica que os principais continentes a receber voluntários são África, América do Sul e Central e Ásia recebendo a totalidade dos 276 |
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voluntários portugueses internacionais. Entre projetos de curta e longa duração, o relatório do voluntariado missionário precisa que Moçambique vai acolher 74 voluntários enquanto Cabo Verde já acolhe 71; Angola 38; São Tomé e Príncipe 36; o Brasil conta com 27; Guiné-Bissau 18 e Timor-Leste recebe 9. Para além dos países lusófonos a Bolívia recebe dois voluntários e o Perú recebe um. Segundo a FEC, a maioria dos 276 voluntários que parte em missão são estudantes e pessoas empregadas que dedicam a suas férias aos voluntariado e destes 54 “repetem a experiência e partem de novo”. |
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Precariedade, desemprego e pobreza podem ser «mistura explosiva»
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A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos realizou um Encontro Nacional este domingo, em Coimbra, declarando oposição à “precariedade, desemprego e pobreza”, que podem ser uma “mistura explosiva”. “Não à precariedade, desemprego, pobreza, três referências da sociedade atual que podem ser uma mistura explosiva”, afirma a ‘Declaração de Coimbra’ da LOC/MTC enviada hoje à Agência ECCLESIA. A LOC interroga-se no documento se não está na hora dos “trabalhadores cristãos e seus pastores se levantarem e se insurgirem publicamente” porque “se mata para sempre o emprego de adultos na força da vida e se deixam
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os jovens, anos a fio, à espera de nada” e porque “se corta nas pensões dos reformados e os idosos são reduzidos a sobrantes, a descartáveis”. “A sociedade pode ser mais justa quando proporcionar a todos os cidadãos oportunidades para se desenvolverem como pessoas, tendo para isso acesso aos meios políticos, económicos, educativos, culturais e espirituais, indispensáveis”, afirma a ‘Declaração de Coimbra’. De acordo com o documento divulgado pela Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos, há mais de 1 milhão de desempregados, com “a agravante” de 80% não terem subsídio de desemprego, “20% há mais de 2 anos” |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt
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Francisco propôs novo paradigma,
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O Papa encerrou esta quarta-feira em Quito a sua primeira visita ao Equador, iniciada no domingo, na qual propôs novos paradigmas sociais, económicos e ecológicos, sublinhando a importância da fé para a transformação da sociedade. “Que as realizações alcançadas no progresso e desenvolvimento possam garantir um futuro melhor para todos, prestando especial atenção aos nossos irmãos mais frágeis e às minorias mais vulneráveis, que são a dívida que toda a América Latina ainda tem”, disse, logo à chegada Num país que evoca a linha imaginária que divide a terra em dois hemisférios, Francisco falou perante milhões de pessoas numa Igreja que quer “construir pontes” e “curar as feridas” provocadas pela exclusão e as desigualdades. “A esperança dum futuro melhor passa por oferecer oportunidades reais aos cidadãos, especialmente aos jovens, criando emprego, com um crescimento económico que chegue a todos e não se fique pelas estatísticas macroeconómicas, com um |
desenvolvimento sustentável”, sustentou. Mais de um milhão de pessoas estiveram com o Papa na Missa a que Francisco presidiu em Quito, na qual recordou o “grito de independência” da América Latina e a força revolucionária da fé católica. "Dando-se, o homem volta a encontrar-se a si mesmo com a sua verdadeira identidade de filho de Deus, semelhante ao Pai e, como Ele, doador de vida, irmão de Jesus, de Quem dá testemunho. Isto é evangelizar, esta é a nossa revolução – porque a nossa fé é sempre revolucionária – este é o nosso grito mais profundo e constante”, declarou. Esta é a segunda visita do Papa Francisco à América Latina, após a viagem ao Brasil em 2013, e a primeira a países de língua hispânica; é também a primeira após a publicação da encíclica ‘Laudato si’. “Uma coisa é certa: não podemos continuar a virar costas à nossa realidade, aos nossos irmãos, à nossa mãe terra. Não nos é lícito ignorar o que está a acontecer à nossa volta, como se determinadas |
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situações não existissem ou não tivessem nada a ver com a nossa realidade. Não nos é lícito, mais ainda, não é humano entrar no jogo da cultura do descartável”, defendeu o pontífice argentino. A nona viagem internacional do pontificado, com passagens por Quito e Guaiaquil, recordou ainda a importância das famílias, na Igreja e na sociedade. O Papa, primeiro pontífice a visitar o Equador em |
mais de 30 anos, enviou uma mensagem final ao presidente Rafael Correa, com votos de “solidariedade e fraternidade” na vida do país. Francisco realiza até ao próximo dia 13 a nona viagem apostólica internacional do pontificado para visitar o Equador, a Bolívia e o Paraguai, contando com a participação de milhões de latino-americanos nas cerimónias presididas pelo primeiro pontífice desta região na história da Igreja Católica. |
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Uma Igreja ao lado das pessoas |
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O Papa disse esta quarta-feira na capital da Bolívia que a “especulação financeira” e o consumismo são incapazes de resolver as atuais crises, retomando os alertas da sua nova encíclica ‘Laudato si’. “Se a política se deixa dominar pela especulação financeira, ou a economia se deixa reger apenas pelo paradigma tecnocrático e utilitarista da produção máxima, não poderão sequer compreender – e muito menos resolver – os grandes problemas que afetam a humanidade”, disse, na Catedral de La Paz. Perante autoridades políticas e civis da Bolívia, Francisco retomou algumas das preocupações apresentadas na sua nova encíclica, ‘Laudato si’, sublinhando que “o ambiente natural e o ambiente social, político e económico estão intimamente relacionados”. “É urgente estabelecer as bases duma ecologia integral, é uma problema de saúde, uma ecologia integral que incorpore claramente todas as dimensões humanas na solução das graves questões socioambientais dos nossos dias”, advertiu. |
A intervenção decorreu poucas horas após a chegada à Bolívia, vindo
do Equador, tendo sido antecedida por uma visita de cortesia ao “irmão presidente” Evo Morales. Francisco caminhou depois até à Catedral, sob os aplausos e manifestações de entusiasmo das centenas de pessoas que se reuniram no local. O pontífice argentino defendeu, por outro lado, o papel específico das religiões no desenvolvimento da cultura, ultrapassando a “esfera puramente subjetiva”, e sublinhou que o Cristianismo, em particular, teve “um papel importante na formação da identidade do povo boliviano”. A intervenção apresentou a violência doméstica, o alcoolismo e o machismo como ameaças à família, deixando ainda críticas a “pseudossoluções a partir de perspetivas que evidenciam uma clara colonização ideológica”. |
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Comunhão contra desespero e egoísmo |
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O Papa presidiu hoje à Missa em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, perante dezenas de milhares de pessoas, que convidou a combater lógicas de desespero e descarte dos mais frágeis. “Num coração desesperado, é muito fácil ganhar espaço a lógica que pretende impor-se no mundo de hoje. Uma lógica que procura transformar tudo em objeto de troca, de consumo: vê tudo como negociável”, declarou, na homilia da celebração que decorreu na Praça de Cristo Redentor. Na abertura do V Congresso Eucarístico Nacional da Bolívia, o pontífice disse que Eucaristia é “sacramento de comunhão”, que faz sair do individualismo, mostrando que aquilo que cada um tem se transforma em “pão de vida para os outros” quando é “tomado, abençoado e entregue, pelo poder de Deus, pelo poder do seu amor”. Francisco denunciou uma lógica que “pretende deixar espaço para muito poucos, descartando todos aqueles que não «produzem»”, que não são considerados “aptos ou dignos”. “O olhar de Jesus não aceita uma lógica, uma perspetiva que ‘corta o fio’ sempre pelo ponto mais frágil, mais necessitado”, precisou, contrariando a tendência que leva as pessoas |
a fechar-se aos outros, “especialmente aos mais pobres”. Na abertura do 5.º Congresso Eucarístico Nacional da Bolívia, o Papa partiu do relato evangélico da multiplicação dos pães, como exemplo da “lógica de comunhão” proposta por Jesus, essencial para manter viva a esperança. “Jesus nunca ignora a dignidade de pessoa alguma, por maior que seja a aparência de não ter nada para oferecer ou partilhar”, referiu. |
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Bento XVI faz primeiro discurso público após renúncia |
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O Papa emérito Bento XVI recebeu este sábado o doutoramento «Honoris Causa» por parte da Academia Musical de Cracóvia e da Pontifícia Universidade João Paulo II. Na Residência Pontifícia de Castel Gandolfo, onde se encontra até 14 de julho, Bento XVI proferiu o primeiro discurso público após a sua renúncia, em fevereiro de 2013, para agradecer ao cardeal-arcebispo de Cracóvia, D. Stanislaw Dziwisz, que lhe conferiu dois títulos de doutoramento. Esta condecoração, disse o cardeal Dziwisz, “representa a gratidão destas duas instituições pela grande estima que Bento XVI sempre nutriu para com São João Paulo II"", "pelo seu serviço pontifício e pela grande herança da sua doutrina e benevolência”. O Papa emérito expressou o seu apreço e reconhecimento pela condecoração conferida, que reforça a sua ligação com a Polónia, país do santo João Paulo II, com quem colaborou durante longos anos. “Sem ele, o meu caminho espiritual e teológico nem poderia ser imaginado. Com o seu exemplo vivo, ele |
ensinou-nos que a alegria da grande música sacra pode caminhar de mãos dadas com a participação comum da sacra liturgia, como também a alegria solene e a simplicidade da humilde celebração da fé”, recordou. Para Bento XVI a música resulta da experiência do amor, da experiência da tristeza e do encontro com o divino. “A poesia, o canto e a música nasceram da dimensão do amor, de uma nova dimensão da vida e de um toque amoroso de Deus”, observou. O Papa emérito concluiu o seu pronunciamento dizendo que as duas universidades, que lhe conferiram este doutoramento «Honoris causa» representam "um contributo essencial para que o grande dom da música, que provém da tradição da fé, não se dissipe”. |
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Cáritas pede solução urgente para a Grécia |
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A Cáritas da Grécia diz que o país precisa “urgentemente de encontrar uma solução” para o impasse nas negociações com as instâncias financeiras europeias, pois “a crise humanitária no país é enorme”. Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, Maristella Tsamatropoulou, porta-voz da organização católica, frisa que “há um enorme número de pessoas, de famílias, que a Cáritas não consegue ajudar neste momento porque as verbas de que dispõem estão nos bancos, e os bancos estão fechados”. Em causa não estão só “as necessidades de muitos pobres e sem-abrigo mas também dos inúmeros imigrantes e refugiados que diariamente acorrem à costa grega”, acrescenta aquela responsável. A porta-voz da Cáritas da Grécia espera que “a primeira medida a tomar seja a reabertura dos bancos”, para bem da população do país e também do trabalho da instituição católica. Por outro lado, sublinha que a dívida atualmente em cima da mesa não foi feita pela população, que por isso não pode continuar a sofrer as consequências.
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“Os impostos que pagamos são os mesmos, todas as contas que os gregos têm de pagar são as mesmas que há cinco anos, quando começou a austeridade, mas os nossos salários foram cortados pelo menos para metade”, aponta Maristella Tsamatropoulou. “Há uma grande revolta entre as pessoas, podemos constatar ao andar pelas ruas, mas temos esperança, temos esperança numa solução intermédia, que satisfaça todas as partes e sobretudo temos esperança que a Europa regresse aos valores que estiveram na base da sua construção, de solidariedade, democracia e respeito mútuo”, conclui. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Papa Francisco no Equador e Bolívia
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Sem participação social,
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D. Manuel Linda
Bispo das Forças |
Como costumam dizer os mais velhos, lembro-me como se fosse hoje: passei a aula de ética social a fazer a apologia da política e o elogio da democracia. Falei do poder que vem de Deus para o povo que, por sua vez, o delega nos seus representantes, em função do bem comum. Para chegar a esta conclusão: é pela “nobre arte da política” que se faz funcionar esse motor da história a que chamamos “caridade social”. Quando julgava que isto estava tão claro como a luz do sol, levantou-se a Catarina, hoje uma advogada bem sucedida, que me cilindrou: “Não se fie, Professor. Olhe que eles não pensam em nós. No Parlamento, passam a vida a jogar boxe com a língua. Mas no fim do jogo, nem sequer tomam banho: seguem para o restaurante para se banquetearem à nossa custa”. E é com pena que o digo que a aluna não ficou sozinha nesta sua diatribe… Veio-me isto ao pensamento quando, na semana passada, a nossa Assembleia da República discutiu a petição popular que visava alterar a regulamentação da lei do aborto. Melhor: não discutiu, |
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mas apenas reafirmou pressupostos ideológicos. E aqui é que está o «busílis» da questão: o povo usa um instrumento de participação altamente «recomendado» pelo sistema democrático, argumenta e faz propostas. E da parte dos deputados, que se verifica? Uma quase sobranceria que, não fora a sensata e honrosa intervenção da sua Presidente, ia levando ao adiamento da discussão para as calendas gregas. E, mesmo depois de agendada, um forte menosprezo pelos argumentos e propostas, em detrimento da monótona reafirmação dos pré-conceitos ideológicos. À mistura com um certo histerismo, nem sempre completamente disfarçado… Não será difícil adivinhar qual a minha posição sobre a matéria em causa. Mas, agora, nem sequer é para aqui chamada. O que pretendo evidenciar é o alargamento do fosso entre aquela que deveria ser a «casa da democracia» e o cidadão: parece que este está dispensado de pensar |
ou de ter opinião, porquanto, como no tempo de «outras senhoras», para isso lá está um certo «presidium supremum» que sabe bem o que interessa ao povo. Evidentemente, aqueles que teimam em pensar desiludem-se com esta postura, tal como a Catarina, e chegam a descrer no sistema, pois uma democracia meramente formal não passa de um simulacro da democracia real, sã utopia dos nossos tempos. Urge credibilizar a democracia. E esta obrigação recai, primeiramente, sobre os senhores deputados. De outra forma, fica apenas a «erótica do poder», o exercício da autoridade à qual se sacrifica tudo, incluindo o bem do povo, como tão sabiamente Gabriel García Márquez denunciou na sua célebre novela “Cem anos de solidão”. E a autoridade, que devia ser expressão dos sentimentos e da coesão nacional, torna-se uma estrutura de inutilidade, quando não um foco de desagregação. É que ideologia rima demasiadamente com demagogia. Duvidam? Perguntem aos gregos. |
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Ser mulher |
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Lígia Silveira |
Por estes dias podia escrever sobre a Grécia, sobre o tempo disponível e fecundo que podem ser a férias, sobre as transferências futebolísticas (milionárias, acrescente-se) … Nesta semana confrontei-me com outras coisas.
Encontrei a minha professora de Francês do 9º ano. Vinte e três anos separam desde o último encontro mas o reconhecimento foi imediato. Esta semana despedimo-nos de um nome maior da cultura e sociedade portuguesa. Reconheci Maria Barroso como primeira-dama durante a década de 1986-1996. Figura frágil e robusta numa relação a quem a vida conferiu a sabedoria para se pronunciar, para calar, para se entusiasmar. Nestes dias os Media relembraram o seu percurso e fortaleza nas adversidades da prisão do marido, do casamento por procuração, do acidente do filho que a levou ao reencontro da fé. Compreensão, perdão, cedência, respeito até nas discordâncias – assim se fez um casamento com 63 anos. Numa entrevista disse: «Porque é que havemos de |
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estar atrás (de um homem, ndr) e não ao lado? Quando eles lutam, quando eles passam dificuldades nós estamos ao lado, a lutar também». No próximo sábado a Igreja católica, através do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, homenageia, com o prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, o percurso estético e de vida de Lourdes Castro, artista plástica que desenha «sombras» mas que reconhece haver muitos caminhos. |
«Às vezes digo para mim própria: "Escolheste o sítio para nascer, não foi? E escolheste os teus pais? Também não escolheste a escola... O que é que tu és?". Às vezes as pessoas não pensam - só eu, eu, eu; mas não é; é que não é mesmo. Somos feitos de tantas coisas, tantas, tantas... E é isso que temos de perceber». «Não gosto de me ver como rocha; uma coisa pesada e inamovível. Mas gosto que se lembrem de mim», disseram-me a completar relatos de fortaleza que as mulheres representam no quadro familiar. Com este texto quero prestar respeito ao muito que as mulheres vivem, representam e conseguem. Boas férias! |
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São Bento e a EuropaQuando os alicerces da Europa tremem com sismos financeiros, evocar a figura de São Bento remete para um horizonte de segurança. Proclamado patrono da Europa em 1964 pelo Papa Paulo VI, a «voz» e o exemplo de São Bento são pilares para o futuro do "velho continente".
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São Bento,
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humanístico se estava a perder, a tradição clássica dos antigos, transmitindo-a intacta aos vindouros e restaurando o culto do saber”. Por fim, foi com o arado, isto é com o cultivo dos campos e com outras “iniciativas análogas, que conseguiu transformar terras desertas e selvagens em terrenos férteis e em grandiosos jardins”; unindo a oração com o trabalho material, segundo o seu famoso lema «Ora et Labora», enobreceu e elevou a fadiga humana. Justamente por isso o Papa Pio XII (1876-1958) saudou São Bento com o «pai da Europa». Aos povos deste continente inspirou esta “busca amorosa da ordem e da justiça como base da verdadeira sociabilidade”. |
No documento assinado pelo Papa Paulo VI, lê-se que, quando se busca uma unidade europeia, muitos cardeais, arcebispos, bispos, superiores gerais de ordens religiosas e reitores de várias universidades e representantes do laicado de várias nações da Europa, solicitaram para que fosse declarado patrono da Europa. A data da publicação da carta apostólica foi escolhida intencionalmente. Reconsagração a Deus o templo de Montecassino (Itália), destruído em 1944, durante a II Guerra Mundial e “reconstruído pela tenacidade da piedade cristã”. São Bento nasceu em Núrsia (Itália) no ano de 480 e faleceu 67 anos depois. |
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O astro brilhante de São Bento ilumina…
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Papa Pio XIIPara o Papa Pio XII, São Bento é um astro brilhante da Igreja e da civilização. No documento «Fulgens Radiatur», sobre o XIV centenário da morte de São Bento, o Papa Pacelli |
escreveu “fulgurante de luz, Bento de Núrsia, glória de Itália e de toda a Igreja, resplandece como astro na cerração da noite”. Enquanto o mundo se “atolava e empobrecia no vício”, enquanto a Europa e a Itália pareciam um “miserável teatro de guerra e de povos em luta, e até as próprias instituições monásticas, manchadas com o pó da terra não dispunham já daquela porção de vitalidade e energia indispensáveis para resistir com vantagem às insinuações da corrupção”, Bento estabeleceu na Igreja, “com a sua obra e vida, uma corrente perene de juventude, renovando a severidade dos costumes e robustecendo, de leis mais santas e vigorosas, a vida claustral. O peso de trabalho e de esforço seu e seus sequazes, converteu aqueles povos rudes e ferozes, “incutindo-lhes hábitos civis e cristãos, convertendo-os para a virtude, o trabalho e para as tranquilas ocupações da arte e da ciência e unindo-os todos por laços de amor fraterno e caridade”, referiu o Papa Pio XII. |
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Papa Bento XVI“Procurando o verdadeiro progresso, ouvimos também hoje a «Regra» de São Bento como uma luz para o nosso caminho. O grande monge permanece um verdadeiro mestre em cuja escola podemos aprender a arte de viver o humanismo verdadeiro”, disse o Papa Bento XVI na audiência geral de 09 de abril de 2008. Depois da Europa ter saído do século XX ferida por duas guerras mundiais e depois do desmoronamento das grandes ideologias que se revelaram “como trágicas utopias”, agora procura a própria identidade. |
Para criar uma unidade “nova e duradoura”, os instrumentos políticos, económicos e jurídicos são importantes, mas é preciso também suscitar uma renovação ética e espiritual que se “inspire nas raízes cristãs do continente”. De outra forma não se pode “reconstruir a Europa”, sublinha o Papa emérito, Bento XVI. Quando em 547, Bento concluiu a sua vida terrena, deixou com a sua «regra» e com a família beneditina por ele fundada um “património que deu nos séculos passados e ainda hoje continua a dar frutos em todo o mundo”, afirmou Bento XVI. |
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São Bento desagua no coração do Minho |
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No coração do Minho onde o verde desagua no olhar humano, visualizamos o Mosteiro de Singeverga. Naquela casa, onde o silêncio fala, vivem os seguidores de São Bento. Os monges beneditinos, com o seu hábito negro, vivem com intensidade o lema «Ora et Labora»… Reza e trabalha…Sendo a única ordem
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religiosa do ocidente anterior ao ano mil, foi seu fundador o santo italiano, Bento de Núrsia. Na idade média, os monges beneditinos tornaram-se os mentores espirituais e culturais da Europa, fomentando as artes e a agricultura. A cruz, a charrua e a pena foram os instrumentos da sua ação… É o «Ora et Labora». |
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Mosteiro de Singeverga |
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O Mosteiro de São Bento de Singeverga, situado em Roriz, Santo Tirso, foi fundado a 25 de Janeiro de 1892 pelo Mosteiro de São Martinho de Cucujães, na casa e quinta daquele mesmo nome, propriedade da família Gouveia Azevedo, que para ali quiseram chamar os filhos de São Bento, após a sua expulsão e confiscação dos 23 mosteiros |
da Ordem de São Bento em Portugal, levada a cabo no ano de 1834. E assim se pode dizer que a fundação de Singeverga, nos finais do seculo XIX, marca, com a recuperação do Mosteiro de Cucujães, o início da restauração da Ordem Beneditina em Portugal, empreendida por D. João de Santa Gertrudes Amorim, abade daquele mosteiro.
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Mas quando a pequena semente germinava e crescia, de novo os ventos contrários da I República, em 1910, sopravam e atiravam a comunidade para o exílio e para a clandestinidade. Salvando-se a casa e a quinta de Singeverga, por ser viva ainda uma filha da família Gouveia Azevedo que conservava tudo registado em seu nome. Mesmo assim, em 1922, Singeverga era elevada pela Santa Sé ao grau de priorado conventual, autónomo, sendo o primeiro prior D. Manuel Baptista de Oliveira Ramos, que durante todo esse tempo, tinha conseguido manter presença na jovem fundação, como capelão da casa. Em 1926, com o advento do chamado Estado Novo que restaurou a liberdade religiosa, a comunidade regressou do seu exílio de Espanha e outras nações da Europa, retomando e reorganizando a sua vida conventual, primeiro na Falperra, Braga, e, finalmente, em 1931, em Singeverga. O grande impulsionador desta fase de restauração foi, sem dúvida, D. António Coelho, um insigne liturgista e segundo prior conventual. |
Sucedeu-lhe no cargo D. Ildefonso dos Santos Silva, que viria a ser o primeiro bispo de Silva Porto, Angola. O Mosteiro de Singeverga foi agraciado, em 1938, pela Santa Sé com o título de abadia, sendo nomeado seu primeiro abade D. Plácido de Carvalho (1938-1948). As décadas de trinta, quarenta e cinquenta foram de grande desenvolvimento e irradiação, com uma acentuada afluência de vocações, a indispensável ampliação dos edifícios e a fundação de outras comunidades: Moxico (Angola); Mosteiro de São Bento da Vitória (Porto); Colégio de Lamego e a cela de Nossa Senhora da Graça (Lisboa). Em 1963 foi nomeado bispo do Luso (Angola), D. Francisco Esteves Dias, prior claustral. Entretanto, e tendo-se tornado muito pequena a primitiva casa, construiu-se o novo Mosteiro de Singeverga, habitado desde 1957, durante o abaciado de D. Gabriel de Sousa (1948-1966) Sucederam-lhe no cargo abacial D. Teodoro Monteiro e depois D. Lourenço Moreira da Silva. Atualmente é abade, D. Bernardino Costa. |
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Monge e historiador |
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Com 80 anos, Geraldo Coelho Dias é monge beneditino e foi professor universitário no Porto.
Agência ECCLESIA (AE) – Nos tempos de criança tinha uma simpatia enorme pelos monges beneditinos. Da simpatia a seguidor de São Bento foi um processo rápido e complementar. Geraldo Coelho Dias (GCD) – Verdade. Quando os meus colegas foram para o colégio de Guimarães, eu vim para Singeverga estudar. Recordo, ainda hoje, quando D. Gabriel de Sousa fazia o exame aos candidatos e me perguntou o que queria ser. Disse-lhe: «Quero realizar o meu nome… Amar a Deus.
AE – Porquê a Ordem de São Bento e não outra? GCD – Por causa da proximidade e do conhecimento que tive com a ordem beneditina.
AE – Para além de beneditino tem também a vocação da História CGD – Isso veio depois de ter feito Teologia e Sagrada Escritura em Roma. Em Portugal, para acompanhar um colega, fui para a Universidade e assim nasceu um historiador. E não estou nada desgostado com esta opção. Nas aulas que dei na |
Universidade do Porto tinha sempre perto de 200 alunos na sala. Era, de longe, o professor que tinha mais alunos nas aulas. E lecionei várias cadeiras, desde civilização antiga, hebraica, egípcia, suméria e babilónica, desde a história das religiões. Gostei sempre muito de estudar e ensinar. Tenho a alegria de dizer que fiz 3 doutoramentos: Teologia, Sagrada Escritura e História.
AE – Uma vida cheia de História e estórias… GCD – A História ensinou-me muitas coisas. Tenho um temperamento severo e austero. Exijo dos outros, mas eu próprio procuro ser cumpridor. |
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O abade de Singeverga dixit… |
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Com 41 anos de idade, D. Bernardino Costa é o abade do Mosteiro de Singeverga. Foi escolhido pela comunidade e através da sua juventude pode colocar mais energia neste trabalho paternal.
Ora et labora«Esse é o nosso lema e é isso que caracteriza a vida do monge. Na verdade esse lema não vem na regra de São Bento, mas provêm da vida que temos no mosteiro. Quem nos vê de fora percebe que toda a nossa vida é dedicada à oração e ao trabalho. Esse lema, caracteriza e resume o dia-a-dia do monge».
Uma regra com 72 capítulos«A maior beleza da regra de São Bento está no seu equilíbrio e a ligação que tem com a Sagrada Escritura. Cumprindo a regra de São Bento está também a cumprir aquilo que o Senhor diz na Sagrada Escritura. Estamos de acordo com a tradição que chegou pelo Evangelho» |
Simbologia da água «Quem visita um mosteiro, não apenas, mas todos os outros espalhados pelo mundo, percebe que um mosteiro é uma espécie de pequeno paraíso. E a melhor maneira de termos um pequeno paraíso é recorrer a alguns elementos naturais e que transmitem alguma coisa de espiritual e serenidade». A água é sempre referência ao batismo, mas também a referência ao que é mais essencial. Estes elementos são uma ponte para o transcendente».
A fonte«Esta fonte reúne o pensar da comunidade. Desde a altura da construção deste mosteiro que se pensou e reservou este lugar para ter uma fonte. Agora foi o momento oportuno. Um abade jovem com uma fonte como sinal de ressurgimento. A comunidade ansiava por ouvir o barulho da água neste lugar»
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A capela«Nós os beneditinos esforçamo-nos muito por embelezar a nossa própria Igreja. A Igreja para nós é o lugar do encontro. É ali que o monge, constantemente, se reúne para rezar e se coloca na presença de Deus. Os monges valorizam muito a liturgia.»
Capítulo
«Segundo a tradição monástica que provem da idade média, a sala capitular era o lugar onde o abade recebia os monges da comunidade
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Vocações monásticas«As vocações estão a aparecer. Sempre tivemos jovens que nos procuraram e que anseiam pela vida monástica». |
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Centro Virtual Camões - conclusão |
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http://cvc.instituto-camoes.pt/
Esta semana apresento as restantes áreas ainda não abordadas, concluindo assim a análise ao extraordinário sítio do Centro Virtual Camões (CVC). No espaço “Ensinar”, é disponibilizado “um conjunto de recursos para apoio ao ensino do português nas suas diferentes vertentes, sendo dirigida principalmente a professores e formadores de português língua estrangeira ou língua segunda”. Na opção “Programa de cultura portuguesa”, elaborado por Pedro Calafate, é pretendido “dar a conhecer um conjunto de tópicos significativos da Cultura Portuguesa, não directamente relacionados com a sua dimensão literária e poética. O seu objectivo é o de alargar o âmbito de consideração da nossa cultura para a área habitualmente designada por «pensamento», a qual apresenta, no entanto, uma fronteira fluida com as duas dimensões referidas”. Em “Caças ao tesouro”, está ao dispor um conjunto de acções concretas “que podem funcionar como ponto de partida para promover actividades |
que levem os alunos à descoberta da cultura portuguesa”. Caso pretenda aceder a diversas actividades pedagógicas do ensino do Português, devidamente catalogadas por níveis de dificuldade basta clicar em “Fichas práticas”. A área “Traduzir”, que “tem como objectivo oferecer recursos em linha a tradutores, professores e estudantes de disciplinas relacionadas com a tradumática ou utilizadores ocasionais da tradução”, oferece-nos um conjunto de ferramentas digitais de suporte à persecução dos objectivos definidos. Outra opção bastante interessante e inovadora, é o espaço “ensino à distância”, isto porque, a “formação à distância representa uma aposta do Instituto Camões para levar o ensino da língua, literatura e cultura portuguesas a públicos que |
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habitualmente não dispõem de acesso a formação nestas áreas.” Assim, utilizando “uma plataforma de ensino à distância para apoiar a realização dos cursos” qualquer pessoa de dentro ou fora de Portugal poderá aprender e evoluir no conhecimento da língua de Camões, bastando para
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isso possuir um computador com acesso á internet. São de facto múltiplas as portas que se abrem com esta forma prática e objectiva de transmissão de conteúdos e consequente assimilação dos mesmos.
Fernando Cassola Marques |
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«Educar para uma esperança ativa» |
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O novo livro do Papa Francisco, que assina como Jorge Mario Bergoglio, fala sobre a importância de “Educar para uma esperança ativa”, e defende que “só quem vive no bem – que é justiça, paciência, respeito pela diferença no trabalho docente – pode aspirar a modelar o coração das pessoas que lhe foram confiadas”. “Só quem ensina com paixão pode esperar que os seus alunos aprendam com prazer. Só quem se mostra deslumbrado perante a beleza pode iniciar os seus alunos no contemplar. Só quem acredita na verdade que ensina pode pedir interpretações verídicas”, enuncia o Papa argentino. Na mesma obra, Francisco questiona a capacidade dos educadores atuais para educarem os outros verdadeiramente “para a esperança” e para levarem as crianças e jovens a buscarem novos “horizontes”. Cada pessoa “tem uma herança a receber, a guardar, mas também a trabalhar no presente para a projetar nas utopias do futuro”, sublinha o Papa, convidando os educadores a um “exame de consciência”. As Edições Paulinas, responsáveis pela publicação da obra no nosso país, falam num “livro obrigatório para |
educadores e para todos aqueles que têm por missão e paixão criar laços, emprestando consistência ao tecido dos afetos e das relações”. A partir da pergunta “Quem é o meu próximo?”, Jorge Mario Bergoglio “expõe, no estilo franco e próximo que lhe conhecemos, como precisamos de aprender a educar. Trata-se de uma tarefa irrecusável, pois somos chamados a educar para viver”. “O resultado é um livro único pela profundidade e originalidade reflexiva, que certamente entusiasmará os leitores”, refere a editora católica. Com 224 páginas, a obra “Educar para uma esperança ativa” faz parte da coleção “Uma casa aberta para todos”, que integra outras obras do Papa argentino, como “A Lista de Bergoglio”, “Temos de Ser Normais” e “A Verdade é um Encontro”.
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II Concílio do Vaticano: Recordações
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Quando o II Concílio do Vaticano teve o seu início, D. Júlio Tavares Rebimbas ainda não era bispo. Este prelado, falecido em dezembro de 2010, só participou na última etapa desta assembleia magna (1962-65). Num texto escrito para a Agência ECCLESIA, D. Júlio Tavares Rebimbas recordou a sua participação no concílio convocado pelo Papa João XXIII e continuado pelo seu sucessor, Paulo VI. “Não senti o chamamento do Episcopado como resultado de uma carreira onde iria ter, e foi com surpresa que recebi a convocatória do Papa Paulo VI, por meio da Nunciatura Apostólica, em Lisboa, no mês de Setembro de 1965: “O Santo Padre designou-o Bispo de Faro. Responda no prazo de três dias, ou pode mandar a resposta pelo portador”. Fiquei siderado e também um pouco baralhado. Logo a seguir recebi outra carta: que fosse imediatamente para o Concílio, para a última Sessão. Fui. Aí senti, juntamente com as humanidades dos bispos, o mistério da Igreja, a presença do Espírito de Deus e ia-me dando conta do que estava a acontecer”, escreveu. No mesmo comentário, o antigo bispo do Porto realçou que o “Concílio marcou-me profundamente”. “A convivência com o Papa, os outros bispos e o Espírito Santo, nas sessões diárias daqueles últimos meses, a densidade e uma pressa de aprovar constituições, decretos e declarações fizeram-me participar nos votos e aprovações da maior parte dos documentos conciliares”. Certamente que o “Espírito Santo não estava à espera de mim para aprovação da maior parte dos documentos |
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conciliares”. Como foi apenas na última etapa do Concílio votou quase todos os documentos “evangelicamente, como os que tinham ido na primeira hora. Lembro-me dos momentos e até de algumas circunstâncias”. O Concílio foi “para mim uma riqueza de dons gratuitos e também é um mistério”. “Podia contar muitas coisas mas é melhor ficarem guardadas na alma, embora se possam revelar”. “Valeu a pena. E bendita a Santa Igreja Católica que nos gerou o Papa |
João XXIII e outros semelhantes, que tornaram possível a grande reforma conciliar para o século XX, XXI e outros”, acrescentou D. Júlio Tavares Rebimbas. “Aprendemos muito nas conversas particulares. Havia um bispo australiano, muito alto, logo lhe puseram o nome de “altíssimo”. Uma vez dei com ele a tirar uma prova para uma batina, mas, como era muito alto, as freiras andavam com um escadote para lhe chegar à altura”, finalizou o prelado. |
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Julho 2015 |
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Dia 10 de Julho* Porto - Casa de Vilar - Apresentação do Plano Pastoral por D. António Francisco Santos
Dia 11 de Julho* Coimbra - Seminário maior de Coimbra - Encontro dos diáconos e dos candidatos ao diaconado permanente com celebração presidida por D. Virgílio Antunes
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* Lisboa - Capela do Rato - Lourdes Castro recebe Prémio «Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes», atribuído pela Igreja católica.
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* Braga – Barcelos - Conselho provincial alargado eletivo dos Missionários Espiritanos (12 a 19)
* Évora - Campo Maior - O Bispo de Évora, D. José Alves, visita o Mosteiro da Ordem da Imaculada Conceição.
Dia 13 de Julho* Santarém - Tomar - Encerramento da Festa dos Tabuleiros
* Évora Encontro dos capelães hospitalares com D. José Alves
Dia 14 de Julho* Fátima - Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores - Conselho Permanente da CEP |
Dia 15 de Julho* Funchal - Conselho presbiteral
Dia 16 de Julho* Santarém – Sé - Celebração dos 40 anos da criação da Diocese de Santarém * Açores - Ilha de São Miguel (Ponta Delgada) - Reabertura da Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Ponta Delgada
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10 a 12 de julho, Ilha de São Miguel, Açores A Pastoral da Juventude do Arciprestado da Lagoa, Diocese de Angra, promove o multifestival ‘Zarpar’ onde vão “celebrar a alegria da fé” procurando “evangelizar pela arte”. O festival ‘Zarpar’ com entrada livre e várias atrações abre portas sempre às 18h00 terminando às 24h00, no Convento dos Frades
12 julho, Chaves, Vila Real Último dia da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima na Diocese de Vila Real. Começa às 09h00 com oração de Laudes, depois realiza-se a Eucaristia presidida pelo bispo diocesano, D. Amândio Tomás. Às 12h00 a Imagem ruma a Cerejais para visitar a Diocese de Bragança-Miranda até 26 de julho.
12 julho, Tomar Cerca de 682 tabuleiros vão desfilar no grande cortejo pelas ruas da cidade na tradicional Festa dos Tabuleiros em honra ao Espírito Santo, às 16h00.
16 julho A Diocese de Santarém e a Diocese de Setúbal (Centro Paroquial da Anunciada) estão em festa e assinalam os 40 anos da sua criação com momentos de celebração, convívio e partilha. |
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Como vê a Igreja as outras religiões?
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h30Domingo, dia 12 - São Bento da Porta Aberta: a peregrinação à basílica do Gerês.
RTP2, 15h30 Segunda-feira, dia 13 - Entrevista de apresentação do Festival Jota.
Terça- feira, dia 14 - Informação e entrevista a Margarida Alvim, sobre a encíclica 'Laudato si' Quarta-feira, dia 15 - Informação e entrevista do bispo de Mindelo, Cabo verde, D. Ildo Forte. Quinta-feira, dia 16 - Informação e entrevista à Irmã Maria Alice Correia sobre os projetos da Juventude Doroteia Sexta-feira, dia 17 - Análise às leituras de domingo pela irmã Luísa Almendra e cónego António Rego
Antena 1 Domingo, dia 12 de julho - 06h00 - Entramos no Mosteiro de Singeverga para conhecer a vida dos monges beneditinos. Comentário com a irmã Irene Guia.
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Ano B - 15.º Domingo do Tempo Comum |
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Discípulos de Cristo, sempre em missão |
A liturgia deste 15.º Domingo do Tempo Comum recorda-nos que Deus atua no mundo através dos homens e mulheres que Ele chama e envia como testemunhas do seu projeto de salvação. Esses enviados devem ter como grande prioridade a fidelidade ao projeto de Deus e não a defesa dos seus próprios interesses ou privilégios. Aí está o exemplo do profeta Amós e dos discípulos que Jesus envia em missão. Essa missão, que só pode ser no prolongamento da própria missão de Jesus, consiste em anunciar o Reino e em lutar objetivamente contra tudo aquilo que escraviza a pessoa e a impede de ser feliz. Antes da partida dos discípulos, Jesus dá-lhes algumas instruções acerca da forma de realizar a missão. Convida-os especialmente à pobreza, à simplicidade, ao despojamento dos bens materiais. Diz o Evangelho: “Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros”. O chamamento dos Apóstolos está ligado ao seu envio, à sua missão: serem os companheiros de Jesus, não para ficarem quietos junto d’Ele, mas para serem enviados como suas testemunhas até aos confins da terra. Os discípulos são enviados a testemunhar o amor de Deus. Jesus envia-os dois a dois. Na altura um testemunho só era reconhecido como autêntico se levado por duas testemunhas. Mais profundamente, Jesus veio para colocar os homens na “circulação do amor”. Deus criou os homens para serem à sua imagem. Jesus veio para acabar com a divisão, provocada pelo espírito do mal, para reconciliar os homens com Deus e entre si. Jesus envia os Apóstolos dois a dois, para que sejam primeiramente, pelo seu comportamento e |
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pela sua vida, testemunhas desta obra de reconciliação. A salvação nunca é individual, é colocada na relação dos homens entre si, no movimento de amor de Deus. A missão dos Apóstolos é, pois, de lutar contra o mal que divide e corrompe. Assim, compreendemos melhor porque Jesus dá conselhos de pobreza. Encher-se de riquezas materiais é arriscar cair na armadilha da possessão egoísta, é entrar no círculo infernal da vontade de poder, da inveja. É centrar-se sobre si mesmo em vez de dar lugar aos outros. É |
obscurecer o olhar interior e não estar suficientemente disponível para acolher o outro. Tudo isto continua a ser válido para todos os batizados cuja missão é a de serem testemunhas da Boa Nova do Amor de Deus no coração do mundo. Como nos pede o Papa Francisco, a sermos discípulos missionários, transformados na alegria do Evangelho. Que assim nas nossas vidas de discípulos de Cristo, neste domingo e ao longo da próxima semana. Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.pt |
Perda do «sentido da família» afeta «quantidade e qualidade das vocações» |
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As jornadas deste ano do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), à volta da temática das vocações, destacam a família como um berço essencial da fé que deve ser defendido. No lançamento do evento, que decorre até esta quinta-feira em Praga, na República Checa, o secretário-geral do CCEE salientou que “a família, como igreja doméstica, é a primeira comunidade para a transmissão da fé” e onde “muitas vezes a vocação para o sacerdócio ou para a vida religiosa começa por ser descoberta”. No entanto, apontou o padre Michael Remery, “se perder a sua essência, a família pode ser também nefasta para o desenvolvimento de uma vocação, por esta não ser devidamente acompanhada”. “Quando a instituição da família perde o seu sentido, enquanto comunidade cristã constituída em torno do bem-estar do casal e dos seus filhos, isto afeta diretamente a harmonia natural da vida familiar e, consequentemente, tanto a quantidade como a qualidade das vocações”, alertou o sacerdote. |
Durante o encontro na capital checa, refere uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, os bispos europeus estão também a abordar o modo como a família e a sociedade olham para um ideal de vocação cristã que implica colocar a vida ao serviço de Deus e dos outros.
“Quando um jovem ou uma jovem mostra um desejo crescente em seguir Cristo de modo radical, através do sacerdócio ou da vida consagrada, a sua família pode sentir-se incapaz para lidar sozinha com esta questão, e com as dúvidas e desafios que a ela estão associadas”, apontou o padre Michael Remery. Por outro lado, “hoje este tipo de escolha é vista como pouco atrativa e estranha. Tão pouco atrativa e estranha que, frequentemente, os primeiros obstáculos e negações que surgem no caminho são colocados pela própria família cristã”, acrescentou. Sobre esta questão, o secretário-geral da CCEE frisou que “o caminho para a vocação é antes de mais um caminho entre Deus e a pessoa que é chamada, e a escolha final deve ser da pessoa |
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envolvida e de mais ninguém”. Isso não impede que, como parte de uma comunidade que “não caminha sozinha”, os “cristãos se ajudem uns aos outros”, e às famílias, para que estas consigam “discernir e apoiar uma possível vocação”, concluiu. |
A reunião de Praga conta com a participação de 72 representantes católicos de 20 nações da Europa, incluindo 9 bispos e diversos responsáveis pela pastoral das vocações, quer nas conferências episcopais quer no seio das congregações religiosas.
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Ser voz dos «mais pobres e dos mais abandonados» é objetivo do novo diretor da revista «Além-Mar» |
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O novo diretor da revista ‘Além-Mar’, dos Missionários Combonianos, o irmão Bernardino Frutuoso, assume como objetivo continuar a divulgar a “realidade integral” dos irmãos das Igrejas “mais jovens de África, América Latina e Ásia”. “Queremos continuar com as nossas publicações a ser voz missionária em Portugal da Igreja que é peregrina em todas as partes do planeta e sobretudo dos mais pobres e dos mais abandonados que são com quem mais trabalhamos de acordo com o carisma do nosso fundador”, disse à Agência ECCLESIA. O religioso, que foi missionário na América Latina, assinala que o Evangelho “não é alheio à realidade cultural, social” e revela que esta dimensão “não se pode perder” numa publicação missionária. Neste contexto, acrescenta que existem povos que “vivem situações muito mais complexas, difíceis e desafiantes” que a realidade portuguesa, por isso quer trazer essa existência de forma “completa |
e integral” para “ajudar os cristãos e católicos de Portugal” a serem conscientes dos “muitos dons e graças” que têm. “O Evangelho ilumina-nos e ajuda-nos a compreender o que determinados povos estão a viver e ao mesmo tempo ser na nossa Igreja de Portugal voz de |
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alerta e profética”, frisa o irmão Bernardino Frutuoso. “Quando conhecemos outros irmãos que vivem nessas situações podemos dar mais graças a Deus por aquilo que temos e somos do que criticar e não colaborar para uma sociedade diferente”, observou. A revista ‘Além-Mar’, dos Missionários Combonianos, conta com quase 60 anos e o novo diretor destaca que é uma publicação que pode ser definida como “alternativa” no contexto dos meios de comunicação social. Com uma “informação diferente” a revista de cariz missionário tem nos
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religiosos que “trabalham” em países de missão as “primeiras fontes” e testemunham na primeira pessoa a realidade tendo como principio as regas do jornalismo, serem objetivos e “transmitir a verdade”. A próxima edição da ‘Além-Mar’ é dedicada às férias e o diretor já adiantou que em setembro vão “sem dúvida” abordar as visitas pastorais do Papa Francisco ao continente americano, em concreto ao Equador, Paraguai e Bolívia (5 e 13 de julho) e depois a Cuba (19 e 22 setembro) e aos Estados Unidos da América (22 a 29 setembro). |
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A viagem do Papa analisada por consagrados que trabalharam
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Dois missionários portugueses elogiaram a atenção que o Papa quis dedicar às “periferias da América Latina” com a sua viagem ao Equador, Bolívia e Paraguai, um exemplo da Igreja em “saída” que pede a todos os católicos. “É muito simbólica esta opção e as Igrejas sentem-se abençoadas com a presença do Papa latino-americano. Escolheu países dos mais pequenos da América Latina em todos os níveis com muitos desafios e índices grandes de pobreza”, comenta o irmão Bernardino Frutuoso, para quem Francisco regressa ao seu continente para “partilhar a vida e a fé com a Igreja e com os povos”. O missionário comboniano destaca que o Equador, a Bolívia e o Paraguai são considerados as “periferias da América Latina” com realidades “muito desafiantes” para a Igreja Católica. Para a irmã Maria do Carmo Bogo, missionária comboniana, Francisco vai pôr em prática “já e de
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imediato” o que escreveu na encíclica ‘Laudato Si’: “A proteção e cuidado sobretudo pelas pessoas, ambiente e os que vivem nas periferias das cidades da América Latina”. A religiosa viveu em Esmeraldas, uma cidade no norte do Equador, e revela que o trabalho dos missionários é sobretudo “estar presente na vida concreta, no dia-a-dia” das pessoas e “criar relações de amizade, simpatia” que dá a “sensação de segurança porque sentem-se menos abandonados”. |
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Missionário português
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O padre Vítor Oliveira, da Congregação dos Missionários do Espírito Santo, vai receber o Papa Francisco no Hospital Pediátrico “Niños de Acosta Ñu”, a 11 de julho, em San Lourenzo, e destaca o seu “desejo pelos mais pobres”. “Para o hospital ‘Niños de Acosta Ñu’ vêm crianças de todo o pais nas condições mais precárias, humildes e difíceis do ponto de vista da saúde. É um exemplo de como o Papa quer estar próximo dos mais pobres, dos mais necessitados”, explica o padre Vítor Oliveira da Congregação dos Missionários do Espírito Santo (Espiritano). À Agência ECCLESIA o missionário, que vive no Paraguai há 37 anos, destaca que é “extraordinário” |
a forma como o primeiro Papa latino-americano “se preocupa em chegar às pessoas que mais precisam” tendo uma opção “preferencial pelos mais pobres”. Sinal desta opção, observa o padre Vítor Oliveira, é a Eucaristia que o Papa vai celebrar, depois da visita ao hospital pediátrico, na praça do Santuário Nacional Virgem de Caacupé ao qual peregrinam pessoas de todo o país, “sobretudo do norte onde há mais dificuldade” porque a população tem “menos serviços, assistência do Estado”. O Paraguai é a terceira etapa da visita pastoral de nove dias do Papa a países da América Latina, depois de ter passado pela Bolívia e Equador, entre 5 e 13 de julho. |
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Egipto: Onde estão as raparigas cristãs raptadas?O pesadelo de Martha |
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São raptadas, violadas e vendidas. Ser-se rapariga e cristã é uma condição de risco no Egipto nos dias de hoje. Este é um tema tabu, quase ninguém quer falar sobre isto, mas há muitas famílias em lágrimas porque as suas filhas desapareceram… Desde que a filha de Martha Said Yacoub desapareceu, que a vida deixou de fazer sentido para esta mulher. O que será feito dela? “Quero falar com a minha filha, quero ouvir a sua voz, quero saber se ela está viva ou não…” Martha não conhece Makram Kamel, apesar de ele também desconhecer onde está a sua filha. Nadia Said tinha 14 anos quando foi à igreja com o pai. Tinham acabado de se benzer, a missa estava a começar. O telemóvel tocou e ele fez-lhe sinal de que ia lá fora atender a chamada. Foram poucos segundos de ausência. “Quando regressei, a Nadia tinha desaparecido. Saí e procurei-a por todo o lado. De repente, disseram-me: a tua filha foi raptada!” O rapto de raparigas cristãs é quase tabu no Egipto. Normalmente, nunca mais regressam às suas famílias. É como se morressem. Elas são levadas para locais desconhecidos onde |
são violadas, drogadas e, após algumas semanas de tortura, coagidas a converterem-se ao islão.
Venda das raparigasDepois da conversão ao islão, a reversão ao Cristianismo é praticamente impossível. Depois de terem assumido, mesmo sob coação, que se converteram ao Islão, estas raparigas não podem voltar |
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a afirmar-se como cristãs. O castigo é a morte. Mas estes raptos representam também um mundo obscuro de contrabando de mulheres, negócio que é financiado por apoiantes islâmicos de outros países. Uma menina pode valer até cerca de 10 mil euros, dependendo da sua aparência e posição social. O rapto das jovens egípcias é terrível. As que conseguem fugir das garras dos seus captores ficam marcadas para o resto das suas vidas. A sociedade olha para elas com desconfiança. Ficam |
desonradas. O papel da Igreja é fundamental, pois, no acolhimento destas jovens. A Fundação AIS apoia algumas casas onde estas raparigas são abrigadas. Desde que a sua filha desapareceu, Martha vive dias de pesadelo. Pensa nela a todas as horas e os seus lábios e o seu coração murmuram orações angustiadas à espera de um milagre.
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Obrigado, Dra Maria Barroso |
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Tony Neves |
Foi uma mulher simples e próxima. A primeira vez que conversamos foi por ocasião dos 300 anos dos Espiritanos, em 2003. Acompanhou o marido para uma conferência sobre os tempos incertos que o mundo vive, integrada no Simpósio ‘A Missão num mundo incerto’. Aceitou o nosso convite para participar na Eucaristia Jubilar, no dia seguinte, no Seminário da Torre da Aguilha, em Cascais. Veio sozinha e, no meio de todo o povo que ali se juntou, rezou, almoçou e confraternizou com a Família Espiritana. Convidei-a para falar de solidariedade a cerca de 300 líderes da LIAM, em Fátima. A todos cativou com a simpatia e a profundidade das suas palavras. Acompanhei D. Zacarias Kamwenho, então Presidente da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé, numa ida à Fundação Pro Dignitate, uns anos após a atribuição, pelo Parlamento Europeu, do Prémio Sakharov para os Direitos Humanos ao Arcebispo angolano. Falamos muito de Angola, de Paz, de Solidariedade. Para meu espanto, a Dra Maria Barroso ocupava a primeira fila aquando da defesa da minha tese de doutoramento, em 2011, com um júri onde estavam D. Manuel Clemente e Marcelo |
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Rebelo de Sousa. Veio abraçar-me e dizer-me que Angola e as questões de Justiça, Paz e Direitos Humanos contavam muito para ela. Agradecia-lhe a presença e a simpatia e fui oferecer-lhe, mais tarde, o livro da tese. Fui, de propósito, À cerimónia do doutoramento honoris causa atribuído à Dra Maria Barroso e a D. Manuel Clemente na universidade Lusófona do Porto. Voltamos a conversar sobre questões de fé, de paz e humanidade. Sempre que me via, vinha cumprimentar-me e perguntar-me como estava Angola e como ia a minha Missão. A última vez que conversamos foi, não há muito tempo, na Fundação Pro Dgnitate, a paredes meias com a Basílica da |
Estrela. Falamos de Angola, das Missões, dos Espiritanos. Dias antes, tínhamo-nos saudado de corrida na Nunciatura Apostólica, por ocasião do aniversário da eleição do Papa Francisco, uma figura que ela dizia admirar muito. A Dra Maria Barroso dizia-me na última conversa que 90 anos era já muita graça de Deus e que estava pronta para partir quando Deus chamasse. Deus a receba com ternura nos seus braços. Ao marido, filhos e netos, as minhas condolências nesta hora de dor.
Que descanse em Paz. Que nós não descansemos enquanto o mundo não for marcado pela justiça e pela paz.
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Cada trabalhador é a mão de Cristo, (Santo Ambrósio)
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