04 - Editorial:

   Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

22 - Opinião:

    José Luís Gonçalves

   Henrique Matos

26 - Dossier

   Setúbal e Santarém, 40 anos

 

 

54 - Multimédia

56 - Estante

58 - Vaticano II

60 - Agenda

62 - Por estes dias

64 - Por outras palavras

65 - YouCat

66 - Programação Religiosa

67 - Minuto Positivo

68 - Liturgia

70 - Família

72 - Ano da Vida Consagrada

76 - Fundação AIS

78 - LusoFonias

Foto da capa: Agência ECCLESIA

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

Francisco encerrou «maratona» na América Latina

 

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Congresso Eucarístico em 2016

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Santarém e Setúbal, 40 anos

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D. Manuel Pelino | D. Gilberto Reis Octávio Carmo |Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernado Cassola Marques | Henrique Matos | José Luís Gonçalves | João Neves | João Costa

 

Novo Mundo, mundo novo

  Octávio Carmo   
  Agência ECCLESIA   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma maratona de oito dias e 25 mil quilómetros levou o Papa Francisco à sua América Latina, com passagens pelo Equador, Bolívia e Paraguai, para gritar mensagens centradas na necessidade de mudança, nos pobres e na força revolucionária da fé. Mais do que programas políticos, foram lançados desafios de humanização e cristianização de uma sociedade presa a vícios e estruturas que violam os direitos fundamentais de milhões de pessoas.

A digressão pastoral deixou fortes marcas numa região que é hoje, em termos percentuais, o coração do catolicismo. Ali, a Igreja é chamada a estar ao lado dos mais fracos, de forma concreta. Este é um convite que o Papa soube deixar, com palavras e sobretudo com gestos, numa viagem que vai ficar para a história, com visitas simbólicas a bairros pobres, prisões, hospitais ou lares de idosos, tendo como pano de fundo a dignidade humana e a capacidade de a mensagem cristã inspirar cada ser humano, mesmo quem está fora da Igreja.

A América Latina representou mais uma confirmação do que um começo. Francisco foi igual a si próprio: chamou ao diálogo, à unidade na diversidade, à superação dos conflitos, à consolidação da democracia, à construção de uma sociedade mais justa. Condenou a corrupção, as desigualdades sociais, e num discurso a movimentos populares insurgiu-se com veemência contra o atual sistema económico e financeiro mundial.

 

 

O Papa convidou a valorizar as diferenças e fomentar o diálogo e participação de todos, sem exclusões, deixando de lado protagonismos e tentações de lideranças únicas, uma mensagem que se estende a outras regiões do mundo, para que todos se comprometam na construção duma sociedade mais justa e solidária, respeitando a diversidade cultural e étnica, no combate a lógicas de desespero e descarte dos mais frágeis.

Uma das criações desta viagem foi a denúncia da «espiritualidade do zapping» que leva as pessoas a mudar de canal, gerando indiferença face ao sofrimento alheio: Síria, Nepal, Mediterrâneo, Estado Islâmico, «Grexit» - para falar apenas nos mais recentes - todos os «dramas» se vão sucedendo e afastando, sem que 

 

gerem um verdadeiro movimento de transformação.

Francisco voltou a conquistar os corações com a sua simplicidade, determinação e ações concretas, como o facto de se deslocar num carro de gama média, em contraste com os veículos utilizados por outros responsáveis internacionais.

O primeiro Papa da América Latina apresentou uma fé comprometida com os últimos e propôs a globalização da esperança. O apelo a uma mudança de estruturas leva em consideração não só o clamor dos pobres mas também o dos próprios países ditos desenvolvidos, afetados pela tristeza e a solidão. O «Novo Mundo» pode ser o ponto de partida para um mundo novo e Francisco não tem medo de assumir a liderança deste processo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  O que vai na cabeça de Alexis Tsipras, alívio ou a sensação de que   
  a tragédia grega está ainda longe do fim? Créditos: AFP  

 

 

 

 

 

- “Que o esforço de todos os agentes sociais não cesse até que deixe de haver crianças sem acesso à educação, famílias sem teto, operários sem trabalho digno, camponeses sem terras para cultivar e pessoas obrigadas a emigrar para um futuro incerto; deixe de haver vítimas da violência, da corrupção ou do narcotráfico”.

Papa Francisco durante a sua visita apostólica ao Paraguai, integrada no programa da viagem à América Latina (10.07.15)

 

- “Eu espero que a União Europeia e a própria Organização para a Cooperação e Segurança na Europa, que tem princípios quanto à liberdade de circulação de pessoas, possam chamar a atenção ao atual governo húngaro que está a violar, mais do que regras, princípios éticos sobre os quais se baseia a União Europeia de que a Hungria faz parte”.

António Martins da Cruz, antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros, sobre a construção de um muro para conter a entrada de emigrantes e refugiados na Hungria (Rádio Renascença, 15.07.15)

 

 

 

 

 

 

 

 

- “Tomamos a decisão de conceder, a princípio, um programa de estabilidade de três anos à Grécia”.

Comunicado do Eurogrupo, depois da aprovação de uma ajuda de emergência de 7 mil milhões de euros à Grécia, saída de uma reunião dos ministros das finanças da zona euro (16.07.15) 

 

 

 

- “As negociações forma duras, realmente duras. Os riscos eram enormes para todos os envolvidos. Não faltavam oportunidades para enveredar pela acusação mútua. Mas o mais importante é que agora é possível olhar em frente e pensar numa alternativa que sirva a todos”.

Cardeal Reinhard Marx, presidente da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia, sobre o acordo de princípio que foi atingido para o financiamento da Grécia (16.0715)

 

 

 

 

 

Bispos portugueses dedicam congresso eucarístico à temática da misericórdia

Os bispos portugueses vão dedicar em 2016 um congresso eucarístico nacional à temática da misericórdia, no Santuário de Fátima, e desafiar as comunidades cristãs a promoverem “sinais concretos” da sua fé em Cristo. O programa do evento, que vai decorrer entre 10 e 12 de junho de 2016, foi divulgado na Casa de Nossa Senhora das Dores, no final de uma reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Subordinada ao tema “Viver a Eucaristia, Fonte de Misericórdia”, a iniciativa enquadra-se no âmbito do centenário das Aparições em Fátima, marcado para 2017, e do Ano Jubilar da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco.

Um dos pontos altos da atividade está reservado para dia 11 de junho de 2016, com uma conferência intitulada “A misericórdia na missão da Igreja”, dada pelo cardeal brasileiro D. João Braz de Aviz, prefeito da Congregação da Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, e uma figura próxima do Papa Francisco.

 
O congresso eucarístico nacional de 2016, no Centro Paulo VI em Fátima, é organizado pela CEP em parceria com o Santuário de Fátima e o Apostolado de Oração. Durante a conferência de apresentação do congresso, o padre Manuel Morujão, do Apostolado de Oração, salientou que “a eucaristia é o centro do cristianismo, é a joia da coroa da sua fé”.

“Não é um adorno belo que dá devoção ir a uma missa, visitar uma igreja, adorar o santíssimo sacramento, é a coluna vertebral da nossa fé”, reforçou o sacerdote. Baseada no exemplo de “Cristo”, que na Eucaristia continua hoje a dar “o seu corpo e sangue” em nome da salvação humana, a Igreja Católica portuguesa quer “promover uma campanha de doação de sangue” e mobilizar para ela todas as dioceses.

Segundo o padre Manuel Morujão, a ideia “é promover” este gesto “antes e depois do congresso”, pois dar sangue “é algo muito humano e muito cristão”.

Este será o 4.º congresso eucarístico a ter lugar em Portugal, sendo que 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

as restantes edições (1924, 1974 e 1999) foram realizadas em Braga.

Os bispos portugueses destacam “a misericórdia” como “uma dimensão chave da mensagem de Fátima” e recordam a linha de ação do Papa 

 
Francisco que “desde o início do seu pontificado, tem acentuado muito a necessidade” da Igreja Católica e das comunidades cristãs “se abrirem à misericórdia de Deus e de serem misericordiosas com todos”.

 

 

Vila Real: Emoção na despedida
da Imagem Peregrina de Fátima

O bispo de Vila Real considerou que a visita da Imagem Peregrina de Fátima à diocese, concluída este domingo, incrementou “o sentimento e a devoção a Maria” e convida a aproveitar o momento “para crescer na fé”. A visita da Imagem Peregrina de Fátima à Diocese de Vila Real deve “aumentar a corresponsabilidade” dos cristãos na “transformação da sociedade”, referiu à Agência ECCLESIA D. Amândio Tomás.

Para preparar o centenário das aparições da Cova da Iria (Fátima), “a mãe vai ao encontro dos filhos” e anda a percorrer as dioceses por determinação da Conferência Episcopal Portuguesa, no território de Vila Real esteve de 28 de junho a 12 de julho. “Despediu-se” este domingo em Chaves em direção ao Santuário de Cerejais, na vizinha diocese de Bragança-Miranda.

O Papa Francisco pediu aos padres que “fossem às periferias” e que “saíssem” na busca dos “filhos mais longe” e a Diocese de Vila Real, pela situação geográfica, “está um pouco distante de Fátima e do centro dos grandes meios”, sublinhou o prelado.

 

 

 

Em Chaves, a Imagem Peregrina de Fátima percorreu as artérias da cidade e os cristãos colocaram toda a simbologia mariana em locais visíveis. “Estes símbolos foram expressivos e, um deles, é a devoção ao rosário” porque é “bom que se ressuscite a ideia de rezar em família”, disse D. Amândio Tomás.

Os transmontanos são “marianos” e, sobretudo, “homens de coerência e de verdade” e quando “exprimem a sua fé” vivem-na com “interioridade”, descreveu o bispo de Vila Real. Para o arcipreste do Alto Tâmega, padre Hélder de Sá, existe “uma devoção mariana muito enraizada” em Trás-os-Montes.

A população “saiu à rua e acompanhou a imagem” e disse a Maria que queria “caminhar com ela”, finalizou.

 

 

 

Visita ad limina em setembro

A audiência dos bispos portugueses com o Papa Francisco, no âmbito da visita ‘ad limina’ a Roma, deverá acontecer no dia 7 de setembro, adiantou o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.

“O programa ainda não está todo definido, mas a partida será no dia 4 de setembro, a visita propriamente dita decorrerá entre os dias 7 e 12 de setembro e a audiência com o Papa será em princípio logo no início da visita”, disse o padre Manuel Barbosa.

Ao todo, a comitiva que será encabeçada pelo cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da CEP, D. Manuel Clemente, deverá contar com cerca de 40 elementos, entre bispos e outros representantes católicos.

 

 

 

O secretário da CEP deu voz à esperança dos bispos portugueses de que a ida a Roma tenha depois um “seguimento pastoral” para a Igreja Católica do país e para as suas comunidades.

O padre Manuel Barbosa recordou a última visita ‘ad limina’ de 2007, que teve como sequência “um caminho que ainda está em curso de repensar a pastoral em Portugal”. “Foi um processo que envolveu todas as comunidades e dioceses, uma participação maciça de toda a gente nesse processo”, recordou o sacerdote. Para já, é ponto assente que as propostas que vierem do Vaticano e do Papa Francisco serão objeto de reflexão na próxima assembleia plenária da CEP, em novembro.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Viagem ao Novo Mundo

O Papa encerrou no Paraguai a viagem à América Latina, com passagens pelo Equador e Bolívia, na qual deixou mensagens centradas na necessidade de “mudança”, nos pobres e na força “revolucionária” da fé. Milhões de pessoas acompanharam Francisco em dezenas de encontros e celebrações, com passagens simbólicas por bairros pobres, prisões, hospitais ou lares de idosos, para além de reuniões com chefes de Estado e representantes da sociedade civil que tiveram como pano de fundo a “dignidade” 

 

de cada pessoa e capacidade de a mensagem cristã inspirar mesmo quem está fora da Igreja.

O pontífice argentino visitou uma ‘favela’ da região norte da capital do Paraguai, onde afirmou que a “fé sem solidariedade é uma fé sem Cristo”, sem Deus e sem irmãos. Mais tarde, presidiu à última Missa da sua viagem à América Latina, com mais de um milhão de pessoas, e afirmou que a “hospitalidade” é a marca que distingue os católicos.

Já no primeiro discurso em solo paraguaio, esta sexta-feira, o Papa

 

 

 

 

 pediu um “lugar prioritário” para “os pobres e necessitados”. Um exemplo histórico foi dado por Francisco, primeiro Papa jesuíta da história, ao elogiar as “reduções”, promovidas neste território por missionários católicos, em particular da Companhia de Jesus, entre os séculos XVI a XVIII, considerando-as “uma das experiências de evangelização e organização social mais interessantes da história”.

“Somos os que lutam, combatem, defendem o valor de toda a vida humana, desde o nascimento até os anos serem muitos e poucas as forças”, afirmou depois, num encontro com membros do clero e institutos religiosos.

Francisco visitou o principal 

 

santuário mariano do Paraguai, em Caacupé, onde afirmou sentir-se “em casa”, uma ideia reforçada ao longo dos oito dias passados na América Latina.

Antes, tinha passado cerca de 48 horas na Bolívia, onde apresentou uma fé comprometida com os “últimos”, “fermento de um mundo melhor”, e contrária a manipulações ideológicas.

Esta foi a segunda visita do Papa Francisco à América Latina e a primeira após a publicação da encíclica ‘Laudato si’, pelo que as preocupações ecológicas estiveram sempre presentes.

A nona viagem internacional do pontificado recordou ainda a importância das famílias, na Igreja e na sociedade.


 

Papa admite falta de atenção à classe média

O Papa admitiu em conferência de imprensa que tem faltado atenção à situação da classe média nos seus discursos sobre a economia e sustentou que a preocupação com os pobres segue a Doutrina Social da Igreja. “O mundo está polarizado, a classe média torna-se mais pequena. A polarização entre os ricos e os pobres é grande, isso é verdade, e talvez isso me tenha levado a não ter a [classe média] na devida conta”, precisou, em declarações durante o voo em direção a Roma, desde o Paraguai, após encerrar uma viagem de oito dias à América Latina, com passagens pelo Equador e Bolívia.

 
Nesse sentido, observou que tem de “aprofundar” o magistério sobre esta classe média que trabalha e paga impostos, a “gente simples”.

Francisco sublinhou por outro lado que o número de pobres é “grande” em todo o mundo e que eles estão “no coração do Evangelho”. “Sou eu quem segue a Igreja, porque simplesmente prego a Doutrina Social”, precisou.

A este respeito, o Papa observou que a sua aproximação a movimentos populares, como aconteceu na Bolívia, não é “uma mão estendida a um inimigo, não é um facto político”. “É um facto catequético, quero que isso seja claro”, insistiu.

 

 

 

Francisco pede solução para a Grécia

O Papa disse que a Europa tem de encontrar “um caminho” para resolver o problema da Grécia e criar mecanismos de "vigilância” para que o mesmo não se repita noutros países. Francisco falava no voo de regresso a Roma, desde o Paraguai, após encerrar uma viagem de oito dias à América Latina, com passagens pelo Equador e Bolívia.

“Os governantes gregos que criaram esta situação de dívida internacional têm uma responsabilidade, com o novo Governo grego começou uma revisão algo justa. Eu desejo que encontrem um caminho para resolver o problema”, declarou, numa conferência de imprensa com mais de uma hora.

O Papa espera que se evite que “outros países caiam no mesmo

 

 problema” e que isto ajude a “seguir em frente, porque o caminho dos empréstimos e das dívidas, no fim de contas, nunca acaba”.

No discurso que proferiu ao encerrar o II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra, o Papa condenou a imposição de medidas de austeridade que “apertam o cinto dos trabalhadores e dos pobres”.

Francisco disse aos jornalistas que tem “alergia à economia”, porque o seu pai, contabilista, muitas vezes tinha de trabalhar em casa ao sábado e ao domingo. “Não percebo bem como é que a coisa funciona, mas seria muito fácil dizer: a culpa é só desta parte”, prosseguiu, a respeito das atuais negociações da zona euro sobre a Grécia.

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Irão: Vaticano saúda acordo sobre programa nuclear 

 

 

 

Ser cristão no Paquistão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas        Editorial   Catálogo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Combate ao insucesso
e abandono escolares

  José Luís Gonçalves    
  Escola Superior  
  de 
 Educação   
  de Paula Frassinetti
   

 

Apesar dos grandes progressos registados na área da educação e formação nos últimos 25 anos em Portugal, a escola pública, como veículo privilegiado da construção da equidade e da justiça social, acabou por não cumprir ainda totalmente esta missão. O problema do insucesso e do abandono escolares torna-se mais relevante quando os estudos demonstram existir uma correlação entre baixo rendimento escolar dos alunos e a sua proveniência de contextos economicamente mais desfavorecidos. Ou seja, os alunos que mais abandonam precocemente a escola são aqueles cujas famílias têm menores rendimentos, comprometendo, logo aí, a possibilidade de quebrar o círculo de pobreza dos seus pais…

Por conseguinte, o ideal democrático da “Escola para Todos”, implementado em Portugal a partir da década de 70 do século XX, não se traduziu numa escola onde, no século XXI, o sucesso das aprendizagens esteja garantido por cada aluno. As estatísticas oficiais demonstram que o abandono precoce de educação e formação em Portugal, em 2014, se situava nos 17,4% dos alunos matriculados, representando, ainda assim, menos de metade dos 38,5% registados em 2006. A média da UE era, também no ano passado de 11,1%, que compara com os 15,3% de 2006.

O debate sobre a problemática associada ao insucesso escolar é relativamente recente e os fatores explicativos deste fenómeno são 

 

 

 

 

múltiplos e complexos. Sabemos que os alunos desejam aprender: os dados recentes asseguram que, dos alunos matriculados no ensino secundário, 43% pretendia dupla certificação, ou seja, concluir o 12º ano e obter uma qualificação profissional, tendo-se notado um aumento de inscrições nos cursos profissionais e cursos de aprendizagem em relação à via de ensino regular, que diminuiu o número de inscritos.

E não colhe a opinião – apressada – que o governo nada fez nesta matéria, pois as estratégias e medidas de recuperação lançadas para diminuir a taxa de retenção dos alunos e minorar esta situação foram diversas. Em Portugal, foram as Escolas-TEIP a beneficiarem de medidas de discriminação positiva, nomeadamente na atribuição de mais horas nos horários dos professores destinadas a este projeto, mais recursos, redução da dimensão das turmas, flexibilização dos currículos, incentivo à permanência dos docentes nas escolas do projeto e criação de parcerias das escolas com instituições

 

locais, famílias e autarquias. Existem atualmente iniciativas inovadoras no terreno com resultados muito positivos como o Programa «Mais Sucesso Escolar» e os Projetos Fénix Turma Mais, a «EPIS – Empresários Pela Inclusão Social», entre outros…

A missão de educar para a inclusão cidadã constitui uma responsabilidade partilhada por diversos atores - escolares, familiares, comunitários, políticos, religiosos -, cujo impacto negativo pode estabelecer um possível nexo causal entre fracasso escolar e exclusão social e, nesse contexto, deve ser problematizada para além da escola. A questão está em saber como pode, ou deve, a escola pública interligar-se com outros espaços e tempos educativos num quadro mais vasto de corresponsabilização social orientada para a garantia do direito à educação de todos a que corresponderá, simultaneamente, o dever de cada um/a em agarrar as oportunidades para aprender. Este constitui um desafio das sociedades que se querem justas e inclusivas!

 

Férias

  Henrique Matos   
  Agência ECCLESIA   

 

Assim que o mercúrio começou a galgar Celcius na escala, ditou o tiro de partida para o êxodo em busca da praia prometida. A ida à beira mar ao fim de semana, é sempre um bom prelúdio para o período de férias que se aguarda com impaciência. As filas e a falta de estacionamento, são pequenos incómodos que se lavam e refrescam no primeiro mergulho. Pois bem, para muitos chegou a hora e, por estes dias, há quem goze o descanso que a lei ainda consagra.

As férias, que hoje cada um prepara meticulosamente, com exames atentos à generosidade de feriados que o calendário

permite, integram já a nossa rotina anual. O que

poucos sabem, é que esta ousadia dos 

trabalhadores

só foi consagrada em lei há 75 anos, o que não significa que se goze férias desde então. Só o fim da II Guerra Mundial e o esforço laboral para edificar

os seus estragos é que concretizaram o espírito da lei na vida real dos cidadãos. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, afirma no seu artigo

24º que “Toda a pessoa tem direito ao repouso

 

 

 

 

 

e aos lazeres, especialmente a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas”.

Concretizado o direito, cabe agora a cada um sabê-lo usar e dele retirar o melhor proveito, coisa que não é assim tão imediata.

Há quem faça férias em função do vizinho... se ele foi a Cancun eu vou às Seychelles, é uma competição para ver quem fica com o trofeu “férias de sonho”, quando todos se reencontrem em setembro lá no escritório. Outros, com menos imaginação e principalmente, carteira mais limitada, dão continuidade ao prelúdio que os coloca na fila de trânsito a caminho da praia.

Também há quem não ceda à limitação dos euros e recorra ao crédito, mantendo-se assim na luta pela conquista do trofeu que referi atrás.

Felizmente, nota-se um número crescente dos que não se reveem em nenhuma destas categorias. Perceberam que férias são antes de mais uma oportunidade para quebrar o ritmo esgotante do quotidiano, possibilidade para parar e respirar 

 
com tranquilidade. As férias são um estado de espírito e não custa dinheiro. Depois, temos um país cujo património histórico e artístico é de referência mundial. Museus, monumentos, parques naturais... tudo no final de uma autoestrada perto de si. Muitos já entenderam que o nosso interior possibilita um mergulho na história e na cultura que nos fez como povo, ou que a nossa vasta costa atlântica oferece inúmeros recantos de paraíso. Já agora, na cidade que habitamos, existem também aqueles lugares cuja visita fica eternamente adiada pelas urgências de cada dia. As férias são um desafio de criatividade e um convite à ousadia de saber parar. Saborear o tempo e viver devagar... sublinhar a família sem a pressão dos horários laborais. Criar o silêncio que nos permite escutar os outros e ouvir o nosso íntimo.

Nesta pequena reflexão sobre as férias, importa também referir quem não as tem, ou nelas viva forçado o ano inteiro. 14% de desemprego colocam o tema das férias como privilégio de alguns. Se está nesse grupo, razão para as valorizar ainda mais. 

 

 

 

Santarém e Setúbal, 40 anos como dioceses

 

A 16 de julho de 1975, o Papa Paulo VI criava duas das mais recentes dioceses portuguesas, Santarém e Setúbal, que integravam o território do Patriarcado de Lisboa. Os atuais bispos das dioceses apresentam uma reflexão neste dossier do Semanário ECCLESIA, que se complementa com testemunhos, notas históricas e uma entrevista sobre o processo de criação de novas geografias eclesiais.

 

 

 
 
 

 

 

Uma nova Geografia eclesial

 

O Cónego António Janela, diretor do Instituto Diocesano de Formação Cristã (Lisboa) recorda a criação de duas dioceses a partir do território do Patriarcado, em 1975, e sublinha a progressiva desertificação de um grande centro, que desafia a Igreja Católica a encontrar novas formas de presença da Igreja no mundo urbano

Entrevista conduzida por Luis Filipe Santos

 

Agência ECCLESIA (AE) – A 16 de julho de 1975, do Patriarcado de Lisboa nascem duas novas dioceses: Setúbal e Santarém. Acompanhou e recorda-se do desmembramento?

Cónego António Janela (AJ) – Tenho bem viva a memória da pré-história do nascimento destas duas dioceses. Após o encerramento do II Concílio do Vaticano vivemos um período de certa tensão. Logo em 1966, no ano seguinte ao encerramento, havia uma certa inquietação (no sentido de não ficarem quietos) no clero novo. Esperavam a renovação conciliar. O patriarca da altura, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, prolongou um bocadinho o silêncio.

Nessa altura constituiu-se um grupo que tinha referência à famosa casa da Bela Vista à Lapa. Ligada aos padres da Ação Católica. Por acaso, estava lá nessa altura porque fazia parte de uma equipa de professores de religião e moral, liderada pelo padre Alberto Neto.

 
AE – Nessa altura criou-se uma comissão…

AJ – Sim. Uma comissão «ad hoc» que propôs ao patriarca para se elaborar um plano de renovação pastoral da diocese. O patriarca criou, realmente, uma comissão com nomes que ainda conheci pessoalmente: cónego Manuel Falcão (depois foi bispo auxiliar de Lisboa e mais tarde bispo de Beja), padre Armindo Duarte, o padre Álvaro Proença (pároco de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica), padre José Serrazina (ligada à pastoral da Ação Católica) e outros…

Eles fizeram uma proposta com o intuito de agilizar esta renovação pastoral. A diocese, para além das estruturas das paróquias e vigararias, devia ter outro enquadramento. Na altura criaram-se três regiões: Lisboa (dividida em sub-regiões), Santarém e Setúbal. 

 

 

 

AE – Essa divisão foi o embrião para o nascimento das dioceses de Santarém e Setúbal

AJ – Foi a estrutura embrionária daquilo que mais tarde, em 1975, vai resultar na formação das novas dioceses.

 

AE – Foi um processo lento…

AJ – Sim. Sim… e depois havia sempre aquela coisa de fazer do Oeste uma diocese.

 

AE – Essa proposta já foi esquecida?

AJ – Enquanto estiver um torriense no Patriarcado, se calhar não vai… (risos). Hoje, as distâncias rapidamente são ultrapassadas.

 

AE – Mas têm diferentes marcas sociológicas.

AJ – O Oeste começa a estar urbanizado. Quando vamos a Peniche ou a Torres Vedras estamos num ambiente urbano. A distinção entre urbano e rural vai ser ultrapassada. Atualmente, o modo de viver já se define por outras categorias.

 

 

 

AE – As diocese de Setúbal e Santarém celebram 40 anos. Foi difícil esse nascimento?

AJ – Não foi difícil. Depois das reuniões realizou-se, em 1969, a primeira assembleia do clero, onde já estavam implementadas várias medidas feitas pela tal comissão preparatória. A figura dominante neste processo todo é o cónego Manuel Falcão que depois vai ser nomeado bispo auxiliar de Lisboa. A primeira assembleia do clero de Lisboa, pode-se dizer, é o início da sinodalidade no Patriarcado.

 

AE – Estava assessorado por outros padres.

AJ – Sim. Estava rodeado de gente muito válida. O padre Mafra foi o homem que nos legou a memória disto tudo. Está publicado num livro do Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da Universidade Católica Portuguesa e na revista «Lusitânia Sacra». É nestes documentos que recordo o que vivi na altura porque depois estive ausente de 1969 a 1973.

 

 

 


D. Manuel Falcão

 

AE – Como é que delinearam as fronteiras?

AJ – Isso estava previsto. Muitos padres, alguns meus colegas de seminário, quando foi a divisão oficial ficaram em Setúbal. Estou a recordar o padre Fernando Belo. O mesmo aconteceu com a diocese de 

 

Santarém. As dioceses começaram com o clero que lá estava.

Durante muito tempo, até aos anos 90, os seminaristas de Setúbal e Santarém frequentavam o Seminário dos Olivais, em Lisboa. Ainda hoje, Santarém recorre muito às estruturas da Diocese de Lisboa. 

 

 

 

AE – O Rio Tejo foi uma divisão natural para a formação da Diocese de Setúbal, excluindo o monumento a Cristo-Rei e o Seminário de Almada.

AJ – Sim. Mas depois tudo isso foi resolvido, creio que no tempo de D. José Policarpo, como patriarca de Lisboa. No entanto é preciso sublinhar que eram encargos muito pesados para uma diocese que estava a nascer.

 

AE – Quem esteve muito ligado aos primórdios das Diocese de Setúbal foi o cónego João Alves.

AJ – Sim. Depois vai para bispo de Coimbra e teve como coadjutor D. Albino Cleto que esteve também 

 

 

 

envolvido no processo. D. João Alves era um homem muito organizado e que teve um papel muito importante no processo do padre Felicidade Alves. Tudo isso se passa nos finais dos anos sessenta.

Neste processo de divisão também devo destacar o padre Armindo Duarte. Teve um grande empenho na renovação. A própria Diocese de Lisboa foi também dividida em zonas pastorais que, ainda hoje, de algum modo, perduram. Foi um outro modelo que começou a surgir.

 

 

 

 

 

 

 

AE – E o nome incontornável para a formação da Diocese de Santarém? D. António Campos?

AJ – Sim… (Risos). Até se conta que quando atendia o telefone dizia: «António Campos, bispo de Santarém. Ai se o senhor patriarca soubesse». (Risos)

 

AE – O primeiro bispo de Santarém também tinha o nome de António…

AJ – Mas era franciscano, D. António Francisco Marques. Ainda o conheci como provincial da ordem. Foi um homem notável.

No entanto, volto a falar de D. Manuel Falcão. Ficará na história, como uma referência da sociologia moderna e de todas estas iniciativas.

 
AE – O cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira aceitou, facilmente, esta divisão?

AJ – No início, aquele silêncio foi perturbador. O cardeal, além de ser um príncipe no trato, era um homem extremamente afetivo na relação pessoal. Com grupos era mais difícil… Era fruto de uma certa mentalidade. Com iniciativas de grupos, ele assustava-se um pouco.

O concílio pedia uma renovação e, passados 50 anos, essa renovação ainda se está a realizar. Veja-se a atualidade dos documentos conciliares. Alguns pontos ainda não estão explorados. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – A velocidade de execução não foi igual em todas as dioceses?

AJ – Sim. Em Lisboa, o processo da crise desencadeou-se mais rapidamente do que noutras dioceses.

 

AE – As filhas ribatejana e sadina desligaram-se, completamente, do pai patriarcal?

AJ – Enquanto iniciaram este processo ficaram muito ligadas a Lisboa. Não podemos esquecer que o clero foi formado no patriarcado. Em relação à celebração da liturgia, os padres «apanharam» a memória de monsenhor Pereira dos Reis e depois o cónego José Ferreira. Depois, pouco a pouco, estas dioceses começaram a criar a sua identidade própria.

 

AE – O carisma dos primeiros bispos deixou marcas, tanto em Setúbal como em Santarém.

AJ – Em relação a Setúbal, aquela década de 80 foi difícil. A posição de D. Manuel Martins, o bispo vermelho, foi essencial. Ele antecipou, um 

 

 

 

bocadinho, o nosso Papa Francisco em muitas coisas: estilo e denúncia. O primeiro bispo de Santarém foi discreto, mas de extrema importância.

 

AE – Olhando para o panorama eclesial, a falta de clero requer uma nova reorganização pastoral?

AJ – Não tenho dúvidas nenhumas. Não é apenas uma questão de organização, mas também de mentalidade e de perspetiva. Tenho esperança que o Sínodo de Lisboa seja capaz de rever aquilo que a sociedade civil já reviu. Esta revisão não pode ser feita apenas na secretaria. Deve ser um trabalho de base que passa muito pelo laicado.

 

AE – E as vocações?

AJ – Essas dependem muito da consciência de seara.

 

AE – É a diocese que faz o bispo ou o bispo que faz a diocese?

AJ – As duas coisas. 

 

 

Diocese de Setúbal

A Diocese de Setúbal, coincidindo praticamente com a região pastoral de Setúbal já formada no Patriarcado de Lisboa em 29 de Maio de 1966, foi criada pela Bula Studentes Nos, de 16 de Julho de 1975, do Papa Paulo VI.

Com uma população católica distribuída por 55 comunidades paroquiais agrupadas em 7 vigararias, tem aproximadamente uma superfície de 1500 Km2 e uma população de 717 589 habitantes, abrangendo 9 concelhos: Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal e ainda três parcelas territoriais que integram a paróquia da comporta (freguesia da Comporta, uma parcela da freguesia de Santa Maria do Castelo, ambas pertencentes ao concelho de Alcácer do Sal; e Troia, pertencente à freguesia de Carvalhal, concelho de Grândola).

Oriundos do território da diocese são o Beato Frei André de Setúbal, mártir do Ceilão, natural da cidade episcopal, o beato Manuel Rodrigues, um dos mártires do Brasil, e Francisco Rodrigues da Cruz, o célebre padre Cruz, naturais de Alcochete, assim como o primeiro bispo do Brasil, Dom Pedro Fernandes Sardinha, natural de Setúbal.

 

 

 

 

Diocese de Santarém

A Diocese de Santarém foi criada a 16 de julho de 1975, pela "Bula Apostolicae Sedis Consuetudinem", do Papa Paulo VI, após o pedido oficial que lhe foi feito por D. António Ribeiro, cardeal-patriarca de Lisboa. Este território constituía anteriormente, desde 1966, a Região Pastoral de Santarém do Patriarcado de Lisboa. No mesmo dia, e por outra Bula, Sua Santidade nomeava D. António Francisco Marques como seu primeiro bispo.

A igreja escolhida para Sé Catedral, e indicada na mesma Bula da criação da Diocese, foi a chamada Igreja do Seminário de Santarém, antiga Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Colégio dos Jesuítas.

Toda a Diocese, com uma área de 3217,46 km2, está situada no Distrito de Santarém, mas só integra 13 dos seus 21 concelhos, nomeadamente: Alcanena (sem as paróquias de Minde e da Serra de Santo António), Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Entroncamento, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.

No momento da sua criação contava com uma organização territorial 

 

em 100 paróquias, sendo atualmente 111 comunidades paroquiais, agrupadas e coordenadas pastoralmente por 7 vigararias.

 

Em 28 de agosto de 1997 faleceu

o seu primeiro bispo, D. António

Francisco Marques. O seu

sucessor e atual bispo,

D. Manuel Pelino Domingues,

foi nomeado em 27 de janeiro

de 1998, entrando

solenemente na Diocese

em 22 de março de 1998.

 

 

Igreja de Setúbal, que dizes de ti ?

Para falar um pouco da Igreja de Setúbal que hoje celebra 40 anos, recorro a um diálogo confiante entre ela e eu próprio, seu bispo, por decisão amorosa de Jesus. Convido o meu estimado leitor a entrar neste diálogo breve e amigo - feito de duas perguntas e de duas respostas - da igreja de Setúbal comigo:

 

Igreja de Setúbal, permite-me que te pergunte, até porque outros fazem as mesmas perguntas:

“Porque te alegras tanto hoje a ponto de fazeres festa?; que pedes para poderes realizar mais fielmente a tua missão?.”

 

Meu caro bispo, gosto destas perguntas e vou tentar responder.

Começo pela primeira e digo-te que

 

tenho muitas e belas razões para fazer festa. Não consigo dizê-las todas porque são muitas e porque algumas só são conhecidas pelo Espírito do Senhor que está sobre mim e me anima.

Mas, pelo menos, vou partilhar contigo uma ou outra:

A minha criação e crescimento foi e é, só por si, uma mais valia para as comunidades cristãs e para a região e uma grande aposta.

A acção pastoral e profética de D. Manuel, meu primeiro e querido bispo.

A estruturação dos meus órgãos, a criação das paróquias, a construção de 40 igrejas e

locais de culto.

A consciência, presente nos meus filhos, de sermos Igreja diocesana.

 

 

 

 

 

 

O amor à Eucaristia incluindo a adoração eucarística.

A grande presença de leigos bem preparados nos diversos serviços pastorais.

O amor ao Seminário e a alegria grande com a ordenação dos sacerdotes.

A presença de movimentos laicais bem activos e em profunda comunhão diocesana.

A devoção a Nossa Senhora sob as mais variadas invocações.

A baixa média etária dos padres que o Senhor me tem dado e o facto de os sacerdotes ordenados superarem largamente os que morreram ou saíram bem como a disponibilidade e a alegria do meu querido clero para servir as comunidades onde é 

 

 
 
preciso.O elevado número de leigos com o ensino superior.

A presença organizada da caridade com muitos órgãos servidos por um batalhão de voluntários e voluntárias e com muitos profissionais qualificados.

 

Obrigado, cara igreja, vejo que tens toda a razão para fazer festa e eu quero vivê-la bem por dentro com todos os teus filhos.

E, já agora, diz-me sumariamente o que desejas para cumprires melhor a missão que te está confiada de anunciar a todos a Boa Nova de Jesus morto e ressuscitado que vem salvar-nos do pecado e abrir-nos as portas do Céu.

 
 

 

 

Já que o pedes, meu caro bispo, ensina-me a ir mais longe na realização dalguns desafios que me atraem e que, às vezes, me metem medo:

O desafio de aprender diariamente a contemplar o rosto misericordioso de Jesus Cristo crucificado e ressuscitado para me deixar seduzir mais e mais pelo Seu amor.

O desafio de aprender a viver para o Senhor e não para mim mesma, sempre e em tudo, descentrando o meu coração das minhas coisas para as coisas do Pai..

O desafio de aprender a estar no mundo sem ser do mundo, fazendo minhas as alegrias, as dores e esperanças dos homens e das mulheres.

O desafio de ser capaz de ir mais longe na iniciação cristã atraente e exigente, na formação contínua e integral, na conversão diária e na busca da santidade de todos os meus filhos.

O desafio de progredir na formação, em todos os meus filhos, duma consciência recta, iluminada pelos critérios do evangelho e capaz de dia a dia ouvir e obedecer mais ao Espírito Santo.

 
O desafio de me tornares mais capaz de ajudar os fiéis leigos a descobrirem e assumirem a sua missão de ser luz, fermento e alma cristã na Igreja e no mundo.

O desafio de, mais e mais, me ajudares a viver como comunhão de fé, de oração, de amor mútuo e irrepreensível nas diversas comunidades de modo que todos sintam a alegria de ser acolhidos e reconhecidos como irmãos. E,atenção, não te esqueças do meu sonho dum sínodo diocesano.

O desafio de ajudar os meus filhos a acreditar que todos são chamados por Jesus e por Ele enviados em missão; e que todos hão-de acolher a sua vocação e ajudar os outros a descobri-la.

O desafio de me ajudares, bem mais, a revelar a graça da família e da família cristã como igreja doméstica onde se partilha e aprende o amor, a fé, o serviço, a oração, o perdão e a missão.

O desafio de me tornar, cada vez mais 'Igreja em saída' , dando mais tempo e recursos para ir ao encontro das ovelhas tresmalhadas; criando novos estilos de vida e de linguagem; 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

seguindo Jesus em alegria contagiante.

O desafio de me ajudares a ser, sempre e em tudo, o rosto e a porta do acolhimento misericordioso de Deus mesmo quando for preciso dizer 'não'.

O desafio de me ensinares a contagiar os meus queridos padres, diáconos e os seus vários colaboradores a viverem no meio de povo 'à maneira de Jesus' curando, dando esperança e criando comunidades 'em alerta' para ir ao encontro dos pobres – de todos – para os integrar na comunidade.

 

Obrigado, muito obrigado, querida Igreja, pelos teus pedidos ousados e que me parecem em sintonia com o espírito e a letra do Concílio Vaticano II concluído vai para cinquenta anos. E em sintonia com as orientações dos Papas que lhe deram sequência desde o Papa Beato Paulo VI que te criou ao Papa Francisco  que, sei-o bem, está no teu coração, no coração de teus filhos e filhas e também no meu próprio coração.

Igreja de Setúbal, Diocese amiga, 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

com este espírito vais no bom caminho.

Continua a crescer amparada pelas mãos da Mãe de Jesus e nossa Mãe rumo ao Pai, na comunhão das Igrejas a que preside o Santo Padre. E onde passares torna presente a beleza do amor de Cristo vivido no estilo simples e profundo das bem aventuranças. Conta comigo, Igreja 

 

de Setúbal, como eu espero que me ajudes a ir mais longe até que um dia se cumpra em mim o sonho do Céu.

 

16 de julho de 2015, quadragésimo ano da criação da Diocese de Setúbal

D. Gilberto Reis,Bispo de Setúbal

 

 

Um caminho eclesial de quarenta anos

(40 anos da diocese de Santarém)

1. Diocese, Igreja próxima da vida e da cultura local

Diocese é o lugar onde a Igreja acontece em todas as suas dimensões, carismas e ministérios. Por isso, designamos esta porção do povo de Deus como Igreja local. Tem quarenta anos a diocese de Santarém. Uma data que é oportunidade para recordar a nossa memória, fortalecer a nossa identidade e olhar para a preparação do futuro.

Antes de ser constituída a diocese, havia séculos que o povo de Deus já peregrinava por estas paragens e a igreja desempenhava a sua missão. Mas os organismos eclesiais de apoio estavam relativamente afastados, em Lisboa. A criação da diocese veio tornar mais próximo e acessível o centro congregador e os serviços pastorais fundamentais: o bispo e o presbitério e os Secretariados Diocesanos dedicados à orientação dos serviços da Palavra, da Liturgia, da Caridade e da Missão.

A criação da diocese trouxe, portanto, uma descentralização dos serviços religiosos e uma proximidade da Igreja em relação à vida social e cultural da população do Ribatejo. 

 

Notemos que se trata de um movimento contrário ao que encontramos hoje a nível da sociedade. De facto, atualmente, parece que se caminha para uma maior centralização de muitos serviços sociais. Justifica-se, na Igreja, esta opção diferente? A Igreja mais rica na sua vida e mais ágil na sua missão?

 

Como outras novas dioceses, a de Santarém nasceu em 1975, no espírito do Concílio Vaticano II. Ora uma das notas deste Concílio do século XX, desejada pelo Papa São João XXIII que o convocou, é o seu carater pastoral, na continuação e no estilo de Jesus, o Bom Pastor. Segundo o Evangelho, o pastor caracteriza-se pela proximidade, pelo acompanhamento e cuidado pessoal das ovelhas que lhe são confiadas: o Bom Pastor tem o cheiro das ovelhas, conhece-as pelo nome e é por elas conhecido. Se o bispo é um sinal e uma imagem de Cristo Bom Pastor, então não pode ser uma pessoa desconhecida ou conhecida à distância. O contato próximo é feito sobretudo pelas visitas pastorais que, na proposta ideal da Igreja, deveria realizar-se de cinco 

 

 

 

 

 

 

em cinco anos. Este ritmo só é possível quando a diocese tem uma dimensão humana e territorial que permita ser visitada neste período.

 

Também os serviços da Cúria (não só a administração mas igualmente os serviços de orientação da catequese, da liturgia, da caridade, da ação social e do apostolado) se tornam, com a criação de uma nova diocese, mais acessíveis e eficazes. Se a diocese se deve apresentar como uma comunhão missionária, próxima da vida real e incarnada na cultura local, então a 

 

descentralização, traz, à partida, melhores condições para uma conversão missionária. Assim nos esforcemos todos nesse sentido.

 

2. Colunas em que assenta o crescimento da Igreja

a) O segredo da vida e do dinamismo missionário da Igreja não está apenas na descentralização das dioceses ou nos nossos programas, mas na “força que vem do alto”. O Espírito Santo é a alma da Igreja que lhe dá vida, a renova e ilumina. Se prestarmos atenção aos sinais da Sua inspiração, se recorrermos a Ele na oração 

 

 

 

unânime e nos deixarmos conduzir pela Sua luz, então podemos notar que Ele intervém, abre portas que pareciam fechadas e oferece soluções imprevistas. Assim, o primeiro elemento constitutivo da comunidade diocesana, fundamento da esperança no seu crescimento e renovação, é o Espírito Santo e a nossa primeira ação para colaborar na missão da Igreja é a oração. Uma diocese viva e missionária, capaz de sair ao encontro das pessoas por novos caminhos de evangelização, é, antes de mais, uma comunidade orante.

 

b) O dom fundamental que o Espírito Santo concede para a missão é a Palavra de Deus. A Palavra de Deus deve estar sempre no início ou reinício do processo da fé. (“In principio erat Verbum”). É o primeiro dom do Espírito concedido aos apóstolos no Pentecostes e a principal atividade a que se dedicam. A Palavra de Deus aquece e converte o coração, gera paz, ilumina, dá sabedoria, proporciona o encontro com Deus. É o segundo elemento constitutivo da comunidade diocesana e vínculo fundamental da união dos fiéis.

 
Para pôr em prática esta prioridade da Palavra temos tido a preocupação de oferecer, em cada ano pastoral, propostas variadas de formação de adultos e de jovens, para além do cuidado permanente com a catequese de crianças e adolescentes. Continuaremos, no próximo ano, segundo a recomendação da Evangelii Gaudium, a propor um estudo sério da Bíblia e a promover igualmente a sua leitura orante, pessoal e comunitária (EG 175).

 

c) Outro vínculo fundamental e elemento constitutivo é a celebração da liturgia sobretudo da Eucaristia, cume e fonte da ação pastoral. Tornar a eucaristia plenamente participada, interior e exteriormente, festiva e frutuosa, tem estado sempre na mira das nossas preocupações pastorais. É uma das fontes principais para alimentar a fé atualmente dificultada pelo ambiente de indiferença religiosa e pela dispersão das pessoas.

 

d) A eucaristia conduz à caridade, outro vínculo constitutivo da Igreja e critério de verificação dos outros dois. A caridade exprime-se no serviço fraterno, na partilha de bens e na 

 

 

 

misericórdia que leva ao encontro dos que necessitam de bondade e de apoio. Fé e caridade são indissociáveis pois a fé age pela caridade. “A fé e a caridade são o princípio e o fim da vida cristã” (Santo Inácio de Antioquia).

 

Para construir estes vínculos da vida cristã, o Espírito Santo concede aos fiéis de todas as condições dons ou carismas que os tornam idóneos para desempenhar funções ou ministérios no sentido amplo. “A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum” (1 Cor 12, 7). Por isso, a Igreja mantém acesa a chama da fé e cresce devido ao testemunho de muitos fiéis que acolhem o Espírito Santo e se tornam seus instrumentos: famílias, paróquias, movimentos e associações, responsáveis e cristãos anónimos que irradiam a luz do Evangelho pelo amor e pelo serviço. Era assim antes da criação da diocese,

 

continua hoje e sempre assim continuará.

Deste modo, além da oração, é necessário, sobretudo da parte dos pastores que presidem à comunidade, dar espaço e apoio aos vários carismas e contributos diferentes dos fiéis e envolver um número sempre maior de pessoas nas atividades pastorais. Precisamos, de facto, de ultrapassar a imagem clerical da Igreja que leva a concentrar todas atividades no clero deixando aos leigos uma atitude passiva e de dependência. A Igreja de Jesus animada pelo Espírito Santo é uma igreja de discípulos missionários. Este é o perfil do cristão do futuro e o horizonte que devemos ter presente. Numa Igreja animada pelo Espírito Santo, todos caminham, todos escutam e progridem e todos participam na missão.

D. Manuel Pelino

Bispo de Santarém

 

Quarenta anos da diocese de Santarém

A diocese de Santarém está a celebrar os seus quarenta anos de existência. A criação desta diocese em 1975 deu forma ao espaço “rural ribatejano” do patriarcado, espaço com uma identidade própria e específica. A nova diocese teve como seu primeiro bispo D. António Francisco Marques que procurou cimentar entre as mais de cem paróquias da região laços de fraternidade e de pertença a uma nova realidade. Estas comunidades reconheceram facilmente em D. António Francisco o seu pastor, o seu “pai na fé”. Com o fulgor próprio da juventude, secretariados diocesanos, paróquias, movimentos estruturaram a vivência da igreja escalabitana. 

Vinte anos passaram, um novo bispo assume os destinos desta porção do povo de Deus. D. Manuel Pelino Domingues trouxe consigo um outro modelo pastoral. Se com D. António Francisco foi sobretudo tempo de lançar as bases, com D. Manuel foi e está a ser um tempo de compreensão e de ação no mundo.  

Claro que existem algumas dificuldades, mas as cento e treze paróquias, agrupadas em sete vigararias, são espaços de vivência 

 

cristã. Ninguém é cristão isolado, ser-se cristão exige uma comunidade, é aí que as dimensões profética, sócio-caritativa, litúrgica e missionária são experienciadas. Nas nossas comunidades, a catequese está organizada, culminando no crisma. Têm celebrado este sacramento não apenas jovens, mas centenas de adultos que se reaproximam da Igreja e que procuram os sacramentos da iniciação cristã. 

 

 

 

 

 

Movimentos eclesiais dedicam-se à formação de adultos (cursilhos de cristandade, movimentos marianos, convívios fraternos) que podem seguir a proposta anual do guião diocesano, ao jeito da lectio divina. O escutismo católico (CNE) está implantado com quase meia centena de agrupamentos. A caridade cristã está estruturada na maioria das paróquias da diocese, com conferências vicentinas e grupos 

 

“cáritas”. Coros, acólitos e outros ministérios laicais permitem celebrações dignas nas paróquias, com o apoio dos respectivos secretariados diocesanos. Nos últimos anos, tem havido preocupação com o património, o que levou à criação do museu diocesano e à inclusão da sé na Rota das Catedrais. Por fim, o espírito missionário tem sido cultivado pelas campanhas de advento e quaresma da catequese, pelo projecto Fé4Missão dos jovens, pelos cursos Alpha e missões populares dirigidos às comunidades.

Aquele projeto iniciado em 1975 ganhou corpo, tornou-se uma realidade. Fora dos pátios paroquiais, a Igreja é uma voz ativa e aceite pela sociedade.

 

João Neves

Membro do Conselho

Pastoral Diocesano

 

 

40 anos em Setúbal
– alegria e evangelização

Os 40 anos da Diocese de Setúbal são um momento de celebração e agradecimento pelo que somos e temos construído em conjunto, mas sobretudo uma oportunidade de reflexão sobre as características especiais da Diocese de Setúbal.

Somos Diocese num contexto social específico. Nos anos 80, a Diocese de Setúbal chocou o país por ter gritado bem alto que aqui havia fome e hoje a história repete-se. Como tem sido amplamente denunciado pela Caritas, os níveis de pobreza dispararam nos últimos anos e os tipos de pobreza diversificaram-se. A denúncia destes problemas e a assunção plena da Doutrina Social da Igreja foram e são fundamentais no ADN da nossa Diocese.

 

 

Também social e culturalmente vale a pena olhar para o que somos. 

Convivem em Setúbal contextos urbanos, contextos rurais, contextos fortemente industrializados, contextos de nível socioeconómico alto, contextos de comunidades migrantes, contextos de quase guetização. São vidas diferentes e condicionantes muito diferentes para a disponibilidade para abraçar a Igreja. Mas à Igreja compete abraçar todos, saber abrir as portas, tentar ter as portas abertas o máximo de tempo possível (mesmo fisicamente) e chegar a todas estas realidades. O desafio é claro. Só vale a pena ter Diocese se houver um projeto comum e esse projeto único tem de ser construído

 

 

 

 

 

 

a partir desta realidade plural riquíssima, valorizando-se a diversidade como um trunfo e não como um problema.

Sou pouco mais velho do que a Diocese, cresci aqui, recebi-a dos que a construíram. À minha geração cabe continuá-la, honrar a sua matriz e, sobretudo, colaborar para que ela seja casa de todos, espaço para todos.

No início das celebrações foi claro o desafio: Igreja de Setúbal, Alegra-te e Evangeliza. Hoje deverá ser possível dizer que o imperativo se tornou presente: estamos felizes e envagelizamos. E este presente tornar-se-á atual todos os dias, de cada vez que formos capazes de assumir a diversidade para a tornar riqueza e valorizar a unidade. 

 
Uma Diocese é uma casa comum, não é um mero território administrativo, e como casa comum é espaço de co-habitação e de crescimento conjunto.

Este crescimento implica uma formação crescente e continuada para uma fé que se quer madura, com a maturidade a que os 40 anos obrigam.

Simplicidade, experiência do outro, doutrina social, entrega e construção de um projeto comum parecem ser simultaneamente ingredientes e desafios para a nossa Diocese.

 

João Costa

Diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - FCSH/NOVA

Chefe Regional do Corpo Nacional de Escutas - Setúbal

 

 

Lugar Dos Afectos

www.lugardosafectos.pt

 

Já a passos largos de entrarmos em plena época de férias, esta semana apresento uma sugestão bastante interessante para se passar um dia cheio em família. Faça uma visita a Aveiro e desloque-se até ao “Lugar dos Afectos” que fica em Eixo, uma vila muito próxima do centro da cidade dos canais. Mas para abrir o apetite e perceber o porquê desta sugestão, faça uma visita virtual ao sítio deste fantástico projeto de afetos. O grande objectivo deste espaço é o de dar continuidade à obra da escritora Graça Gonçalves, nomeadamente à mensagem dos seus livros e jogos de afetos.

Na página inicial encontramos alguns

 

destaques que permitem de uma maneira rápida navegar pelos principais espaços deste sítio. Na opção “lugar dos afectos”, podemos aceder a uma breve apresentação do projeto, à localização deste “parque temático”, aos programas e horários das visitas e ainda à planta pormenorizada com uma breve descrição dos diferentes espaços.

No item “casa da harmonia”, ficamos a saber que esta é a casa anfitriã do Lugar dos Afectos e portanto recebe honras de destaque. É natural então que, mais especificamente, consigamos obter quais os programas particulares desta casa, bem como os horários das visitas, isto porque, a programação da Casa da Harmonia é diferente da do Lugar dos Afectos,

 

 


 

 

 

complementando-o.

Na opção “autora”, encontramos todas as informações mais relevantes acerca da Drª. Graça Gonçalves, pois foi ela que imaginou e idealizou este extraordinário espaço. Existem ainda destaques para mais outros espaços virtuais, nomeadamente para a editora que dá suporte às publicações da autora (www.gostar.pt) e ainda para o sítio coleção dos afetos (http://www.gostar-afectos.pt).

Toda esta panóplia de ambientes são o espelho do que a escritora, médica e autora do lugar dos afectos tem vindo a desenvolver, “há mais de vinte anos, um trabalho verdadeiramente pioneiro centrado na temática dos afetos”, tendo recebido um prémio 

 

 

 

da UNESCO. Para “além de livros e Jogos de Afectos, criou a Colecção Afectos, onde desenvolve trabalhos muito especiais em áreas tão diversas que vão dos têxteis, azulejos, móveis, louças a vestidos de noiva e joalharia.”

Aqui fica a sugestão de visita a este tão original espaço que acima de tudo nos ajuda a descobrir cada vez mais os nossos sentimentos.

 

Fernando Cassola Marques

 

 

Museus da Igreja

André das Neves Afonso é mestre em Museologia e Museografia pela Faculdade de Belas-Artes

da Universidade de Lisboa. No livro que a PAULUS acaba de editar, o autor apresenta as conclusões de um estudo feito no âmbito do seu trabalho de mestrado. Após refletir sobre as razões pelas quais os museus eclesiásticos devem ser valorizados e promovidos, apresenta um modelo de organização que pode ser aplicado a qualquer diocese ou paróquia.

 

Segundo o autor, «os museus da Igreja Católica apresentam especificidades muito próprias que os distinguem ou devem distinguir das instituições museológicas tuteladas por outras entidades». Para André das Neves Afonso, «esses elementos diferenciadores podem resumir-se na missão pastoral que deve ser central em qualquer museu eclesiástico e que, por conseguinte, deve estruturar e moldar toda a sua atividade». Os museus eclesiais devem colaborar na missão existencial da própria Igreja: falar de Deus à humanidade. «É sobretudo a partir desta perspetiva dos museus da Igreja enquanto 

 

entidades e espaços assumidamente pastorais que surge o presente livro», refere o autor na introdução da obra.

 

José António Falcão escreve no prefácio que «o autor traça, de maneira clara e fidedigna, uma notável perspetiva da problemática dos museus eclesiásticos». Para o historiador de arte, «a caracterização conceptual e tipológica destas instituições, que abre com justeza o trabalho, situa à perfeição o delicado equilíbrio da sua peculiar vocação, duplamente fiel às funções museológicas e ao anúncio do Evangelho». José António Falcão termina agradecendo «o inestimável contributo para a reflexão em torno da problemática dos museus eclesiásticos portugueses que este livro consubstancia».

 

Museus da Igreja é um livro de grande utilidade pastoral, para paróquias, dioceses e para todos os que tenham ao seu cuidado a tarefa de preservar e cuidar destes espaços pastorais. Segundo o autor, «os museus eclesiásticos apresentam enormes potencialidades de ação pastoral 

 

 

 

 

 

criativa, nomeadamente através das características únicas na possibilidade de diálogo e de acolhimento de crentes e não-crentes». No entanto a ação destes espaços «deve pautar-se pelo respeito das mais variadas confissões e crenças, agindo de forma dialogante, inteligente e pedagógica, ainda que necessariamente assente na transmissão de uma mensagem cristã que é proposta e não imposta.»

 

André das Neves Afonso é investigador do Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Trabalha no Museu Nacional de Arte Antiga como assistente das Coleções de Ourivesaria e Joalharia e colabora na Comissão Diocesana de Arte Sacra de Setúbal.

 

 

Ficha Técnica
Título:
Museus da Igreja – Missão pastoral e cultural
Autor: André das Neves Afonso
Coleção: Introdução à teologia
Secção: Teológica
Formato: 13 cm × 21 cm
Páginas: 224
Editora: PAULUS Editora
ISBN: 978-972-30-1841-7

preço: 13,50 €

 

II Concílio do Vaticano: Qual o teólogo
mais utilizado nos documentos?

 

 

Os documentos emanados do II Concílio do Vaticano (1962-65) tiveram como base muito da Teologia Paulina. São Paulo foi o teólogo mais utilizado na assembleia magna convocada pelo Papa João XXIII e depois continuada com o seu sucessor, Paulo VI.

Com base nos vários decretos e constituições conciliares, os padres do concílio recorreram aos escritos paulinos mais de 200 vezes, para os iluminar e a clarificar a leitura do Evangelho para o nosso tempo.

É em São Paulo que “repousa toda a Teologia do Espírito Santo, de que se socorrer continuamente o Concílio, toda a Teologia do mistério da Igreja, desenvolvida na Carta aos Efésios, a Teologia de Missão e da colegialidade episcopal, a doutrina sobre a unidade e diversidade dos carismas e ministérios” (Cf. A. Torres Neiva, In: Revista «Vida Consagrada»; Julho de 2008).

As cartas de São Paulo mais citadas pelo Concílio são as cartas aos Efésios, aos Coríntios, aos Romanos, aos Colossenses e a Filémon. Os documentos que mais necessidades tiveram da ajuda de São Paulo foram as constituições sobre a Igreja e sobre a sagrada liturgia.

“Os leigos foram sempre a mão direita de São Paulo”, e ele mesmo se encarregou de apresentar os colaboradores e as diversas equipas que com ele trabalhavam no anúncio do Evangelho. Neste contexto, o Decreto sobre o Apostolado dos Leigos baseia-se na Teologia Paulina, cujas cartas assinalam com frequência a atividade dos leigos, nos primeiros séculos da igreja. Cf. A. Torres Neiva, In: Revista «Vida Consagrada»; Julho de 2008).

 

 

 

Em relação à Declaração sobre a Liberdade Religiosa, a Carta de São Paulo aos Romanos tem na doutrina do «apóstolo dos gentios» a sua referência fundamental. Quanto à doutrina sobre os carismas e ministérios, o recurso foi o da primeira Carta aos Coríntios, onde essa doutrina é exposta com particular relevância.

O debate sobre o sacerdócio, como o da colegialidade episcopal, “foi talvez o debate mais vivo de todo o 

 

concílio”. De facto, até ao II Concílio do Vaticano, a imagem do padre que vigorava na Igreja era a do padre do Concílio de Trento, realizado vários séculos antes, o padre da Eucaristia e para o sacramento da penitência. O padre das mãos sagradas, para consagrar e abençoar. A imagem do padre do II Concílio do Vaticano foi encontrada na Carta aos Hebreus, o único documento do Novo Testamento que nos apresenta uma teologia do sacerdócio. 

 

 

Julho 2015 

Dia 17 de Julho

* Castelo Branco - Vila de Rei (Museu Municipal)  - Encerramento da exposição «Mãe, Família e Mês do Rosário» com trabalhos de alunos da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, do Agrupamento de Escolas de Vila de Rei.


* Beja - Jornadas de portas abertas na Sé de Beja


* Braga - Auditório Vita - Sessão de cinema do ciclo «Visões de uma memória da compaixão ou recordação provocante?»

 

 

Dia 18 de Julho

* Setúbal – Almada - Iniciativa «RIOnidos em Cristo» da pastoral juvenil de Setúbal e Lisboa


* Fátima - Iniciativa «Um dia com as crianças»


* Viana do Castelo - Encerramento do jubileu dos 500 anos do nascimento do beato frei Bartolomeu dos Mártires

 
* Lisboa – Ramada - Bênção dos finalistas do Instituto de Ciências Educativas da Ramada por D. José Traquina


* Braga – Barcelos - Encerramento do Conselho Provincial Alargado (CPA) eletivo dos Missionários Espiritanos com celebração presidida por D. Jorge Ortiga.


* Viana do Castelo - Igreja de São Domingos - Ordenação de três padres na Diocese de Viana do Castelo

 

* Guarda - Fernão Joanes - Festa da Transumância - Património pastoral, pedestrianismo, Turismo de natureza e cultural (18 e 19)


* Porto - Casa de Vilar - Jornadas de verão do Secretariado Diocesano da Educação Cristã com o tema «A alegria do Evangelho é a nossa missão». (18 e 19).


* Santarém - Torres Novas - Semana Missionária Jovem com o tema «Desperta, tu que dormes» (18 a 26)

 

 

 

 

 

 

 

Dia 19 julho

* Faro  - Aniversário da dedicação da Sé de Faro com celebração presidida por D. Manuel Quintas.


* Lisboa – Bobadela - Inauguração do Centro Social da Bobadela por D. Manuel Clemente


* Lisboa - Igreja dos Navegantes (Parque das Nações) - Caminhada jovem a Fátima «Semp´abrir». (19 a 24)


* Itália – Turim - VIII Semana de Formação Salesiana (19 a 25)

 

Dia 20 Julho

* Coimbra - Tavarede - Acampamento de Verão da Pastoral Juvenil da Diocese de Coimbra (20 a 26)

 

Dia 22 Julho

* Guimarães - Centro de Escutismo da Penha - Semana nacional de jovens da JOC (22 a 26)

 
Dia 23 Julho

* Lisboa - Igreja de santa Catarina - Lançamento da obra «Museus da Igreja - Missão pastoral e cultural» apresentado por Fernando António Baptista Pereira.

 

Dia 24 Julho

* Braga - Auditório Vita - Sessão de cinema do ciclo «Visões de uma memória da compaixão ou recordação provocante?»

 
 

 

 

 

 

 

 

O bispo de Setúbal e o cardeal-patriarca de Lisboa convidaram os jovens das duas dioceses a participar na iniciativa ‘RIOnidos em Cristo - Duas margens, a mesma fé!’, no dia 18 de julho.

 

Vai decorrer em Fernão Joanes, na diocese da Guarda, a festa da Transumância. Recriando uma tradição ancestral, é valorizado o património pastoril, pedestrianismo, o turismo da natureza e cultural. A festa decorre no sábado e domingo, dia 18 e 19 de julho, terminando com a Missa dos Pastores.

 

O Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ) de Coimbra promove o campo de férias para jovens dos 15 aos 18 anos, entre os dias 20 e 26 de julho. Uma iniciativa que pretende proporcionar um clima de diversão, trabalho, diálogo e oração. Os promotores desejam que os participantes “vivam num espírito de interajuda uns com os outros e que cresçam na fé cristã”.

 

O Vaticano vai acolher, entre 21 e 22 de julho, um simpósio direcionado para a partilha de boas práticas no âmbito da luta contra a escravatura moderna e as alterações climáticas.

 

Inicia no dia 22 o Encontro Nacional de Jovens da Juventude Operária Católica. Vai decorrer em Guimarães. Até ao dia 26, os jovens participantes desenvolvem um conjunto de atividades que têm por lema “Jovem agarra o teu futuro e faz-te à vida”. No dia 25 julho, no sábado, vai realizar-se também a finalização da Campanha Nacional contra o Desemprego.

 

 

 

 

 

 

 

 


POR OUTRAS PALAVRAS

XVI domingo do tempo comum – ano B

 
 
Uma pausa. Façamos uma pausa no aperto da multidão. 
 
A pausa não é fuga nem sono: é balanço e vigilância, para que os gestos e as palavras não sejam vazios ou simples técnica. 
 
Mais que o corpo, é, pois, o coração que precisa do sossego da barca, onde se escutará depois (40) a ordem de voltar à praia ou ao prado.
 
Porque não há missões nem fadigas por conta própria.
 
João Aguiar Campos

 

 

 

 

 

 

O que é a Eucaristia?

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, dia 19 - O Papa no novo mundo: Percurso de Francisco pela América Latina

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 20 - Entrevista de apresentação dos números do voluntariado missionário, por Catarina António e Inês Correia.

Terça- feira, dia 21  - Informação e entrevista ao padre João Lourenço sobre os cursos da Faculdade de Teologia da UCP 

Quarta-feira, dia 22 - Informação e entrevista a Lisandra Rodrigues, presidente da JOC, sobre o Encontro Nacional da Juventude Operária Católica.

Quinta-feira, dia 23 -  Informação e entrevista ao padre Tony Neves, reeleito superior dos Espiritanos em Portugal.

Sexta-feira, dia  24 - Análise às leituras de domingo pelos padres Nélio Pita e Robson Cruzela.

 

Antena 1

Domingo, dia 19 de julho - 06h00 - Voluntariado Missionário com Catarina António da FEC e Sofia Batista, voluntária na Bolívia. Comentário à atualidade com José Miguel Sardica.


Segunda a sexta-feira, 20 a 24 de julho - 22h45 - Cuidar da Casa Comum e promover a educação: «Operação Floresta Segura, Floresta Verde»; IPSS Engenho; Bombeiros Municipais de Tomar; ADFP - Associação, Desenvolvimento e Formação profissional em Miranda do Corvo; Associação «Bagos de Ouro».

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B - 16.º Domingo do Tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
O Pastor cuida dos seus discípulos
 

O Evangelho deste 16.º Domingo do Tempo Comum começa com a narração do regresso dos discípulos que, entusiasmados, contam a Jesus a forma como se tinha desenrolado a missão que Ele lhes confiara. Na sequência, Jesus convida-os a irem com Ele para um lugar isolado e a descansarem um pouco. Os discípulos foram com Jesus para um lugar deserto; mas as multidões adivinharam para onde Jesus e os discípulos se dirigiam e chegaram primeiro. Ao desembarcar, Jesus viu as pessoas, teve compaixão delas e pôs-se a ensiná-las.

Marcos aproveita este episódio para desenvolver uma catequese sobre o discipulado.

 

1. Os apóstolos são os enviados de Jesus, chamados a continuar no mundo a sua missão, que consiste em anunciar o Reino. Para a concretizar, os apóstolos convidam os homens que escutam a mensagem a mudarem a sua vida e a acolherem a proposta que Jesus lhes faz. Os gestos dos discípulos anunciam esse mundo novo de homens livres e esse projeto de vida verdadeira e plena que Deus quer oferecer a todos os homens.

 

2. A referência à necessidade de os apóstolos descansarem, pois nem sequer tinham tempo para comer, pretende ser um aviso contra o ativismo exagerado, que destrói as forças do corpo e do espírito e leva, muitas vezes, a perder o sentido da missão.

 

3. Os apóstolos são convidados por Jesus a irem com Ele para um lugar isolado. O que interessa aqui não é o lugar geográfico, mas sim que esse descanso deve acontecer junto de Jesus. É ao lado de Jesus, escutando-O, 

 

 

 

dialogando com Ele, gozando da sua intimidade, que os discípulos recuperam as suas forças. Se os discípulos não confrontarem, frequentemente, os seus esquemas e projetos pastorais com Jesus e a sua Palavra, a missão redundará em fracasso.

 

4. Entretanto, as multidões tinham seguido Jesus e os discípulos. Esta busca incansável e impaciente espelha, com algum dramatismo, a ânsia de vida que as pessoas sentem. Jesus, cheio de compaixão, compara a multidão a um rebanho sem pastor. Não é nos líderes religiosos ou políticos da nação que elas encontram segurança e esperança; não é nos ritos da religião tradicional que elas 

 

encontram paz e sentido para a vida. Mas é em Jesus e na sua proposta que as multidões encontram vida plena e verdadeira.

O que aconteceu com os discípulos de então acontece hoje connosco, como seus discípulos. Somos enviados em missão nos quotidianos da nossa existência, com o convite permanente a permanecermos sempre junto do Senhor. A missão brota sempre do essencial encontro com Jesus, na Eucaristia e na Palavra. Como rezámos no Salmo, com Cristo em nós, nada de essencial nos pode faltar. Ele é o Pastor que de nós cuida com carinho e ternura, com amor e compaixão.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.pt

 

Pela alma e pelo corpo

Tem como tema “O planeamento natural da família: bem para o corpo, ótima para a alma!” e está sendo promovido pela Conferência Episcopal dos Estados Unidos: é a Semana de sensibilização sobre o planeamento natural da família, que se celebrará de 19 a 25 de julho.

O objetivo, explicam os bispos americanos no seu site, é celebrar e respeitar a visão de Deus sobre a sexualidade humana”, acompanhando os casais no conhecimento dos métodos naturais de regulação 

 

 

dos métodos naturais da fertilidade, de acordo com a doutrina da Igreja.

Não é por acaso que a Semana termine a 25 de julho: no mesmo dia de 1968 que foi publicada a Encíclica “Humanae Vitae” de Paulo VI, dedicado exatamente aos temas da sexualidade humana, do amor conjugal e da paternidade responsável. No dia seguinte, 26 de julho, celebra-se a festa dos Santos Joaquim e Ana, os pais de Maria.

 

 

 

 

 

Educação afetiva sexual dos adolescentes

 

Fruto de um longo projeto coordenado pela Subcomissão Episcopal para a Família e a Defesa da Vida pela Conferência Episcopal Espanhola, foi apresentado o projeto de educação afetiva sexual elaborado pelas escolas, as paróquias e as famílias.

O projeto apresenta de maneira articulada o tema por diferentes pontos de vista, articulando as grandes palavras do verdadeiro amor: a pessoa, a sexualidade e a afetividade, a liberdade, o pecado, a moral.

Brincando com a imagem simbólica da tenda, aos jovens são propostas múltiplas atividades através das quais podem, ajudados pelos professores 

 

aprofundar os aspetos da afetividade e da sexualidade humana. Uma particular relevância foi dada a linguagem cinematográfica: dezenas diversas foram os clipes tirados de filmes muito famosos, escolhidos para ajudar os educadores a discutir em conjunto.

O projeto (em língua espanhola) será apresentado oficialmente na Filadélfia, durante o Encontro Mundial das Família (setembro de 2015).

 

 

Padre António Neves reeleito Superior Provincial dos Espiritanos

A Congregação dos Missionários do Espírito Santo em Portugal reconduziu o Padre António Neves como Superior Provincial, para o triénio 2015-2018, no Conselho Provincial Alargado (CPA) que termina a 18 de julho no Seminário da Silva, em Barcelos.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, os Espiritanos informam que o Conselho Geral da congregação religiosa confirmou o padre António Neves como superior da Província 

 

Portuguesa. A votação realizou-se na tarde desta terça-feira e o sacerdote, que “reuniu os dois terços de votos” necessários para a “eleição no primeiro escrutínio”, aceitou “continuar este importante serviço”.

“O grande objetivo do CPA é avaliar o cumprimento das decisões do último Capítulo Provincial, realizado em 2012”, documentos que foram lidos pelo primeiro assistente do CPA na segunda-feira.

 

 

 

 

O triénio 2015-2018 vai ser marcado por “grandes eventos” relativos à Província Portuguesa dos Missionários Espiritanos como os 75 anos da chegada de Espiritanos portugueses a Cabo Verde e jubileu nacional dos 150 anos da presença espiritana em Angola, em 2016; depois celebram os 150 anos da chegada dos Espiritanos a Portugal e a Liga Intensificadora da Ação Missionária (LIAM) (2017) assinala 80 da sua fundação, em 2017.

O CPA conta com cerca de 30 pessoas entre “membros de direito, delegados, convidados e funcionários”. Participam representantes que trabalham nas onze comunidades em Portugal, 

 

delegados de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Brasil, Paraguai, Itália e Espanha, em representação de todos os Missionários do Espírito Santo espalhados pelo mundo, e participa também a coordenadora dos Leigos Associados Espiritanos.

A Eucaristia de Encerramento do CPA com a tomada de posse do Superior Provincial eleito vai ser presidida pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, este sábado dia 18 de ulho, às 11h30 na igreja do Seminário da Silva.

O Conselho Provincial Alargado 2015 começou no dia 12 de julho no Centro Espírito Santo e Missão, no Seminário da Silva, em Barcelos.

 

 

Jornadas Missionárias 2015

As Jornadas Missionárias vão debater em 2015 o tema ‘Missão sempre e em todas as frentes. Ad Gentes e Igrejas particulares’, entre os dias 19 e 20 de setembro, no Centro Pastoral Paulo VI em Fátima. “Avaliar o percurso missionário feito e incendiar de espírito missionário o ano pastoral que começa são dois bons objetivos para estas jornadas”, explicam as Obras Missionárias Pontifícias (OMP).

As OMP recordam que o Papa Francisco, desde a sua eleição “não parou de incitar a Igreja a ‘abrir-se’”, indo ao encontro de todas as pessoas até nas “mais longínquas ‘periferias existenciais’”. “Daí surgir inevitavelmente a necessidade e a urgência da evangelização ‘ad gentes’. Todos e cada um dos cristãos têm de ser um sim à missão”, acrescentam no seu sítio online.

As Jornadas Missionárias são organizadas pela Comissão Episcopal de Missões, pelas OMP e pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) que incentivavam os católicos a “ajudar” as suas igrejas e dioceses a “abrirem-se a uma dimensão ampla à missão evangelizadora”.

O programa da iniciativa começa com a intervenção do presidente da 

 
Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização, D. Manuel Linda, às 10h00, do dia 19 de setembro. Meia hora, depois a comunicação “Missão 'Ad Gentes' e Igrejas Particulares: Profecia e solidariedade”, pelo diretor geral da Obra de S. Pedro Apóstolo, o padre Fernando Domingues.

Durante a tarde a organização preparou cinco workshops - Infância Missionária; Obra de São Pedro Apóstolo; Obra da Propagação da Fé; Missão e Voluntariado e Centros Missionários Diocesanos - que decorrem entre as 15h00 e as 16h30, antes do plenário e da Eucaristia (18h30). Na noite do primeiro dia lugar ainda para testemunhos e convívio missionário a partir das 21h30.

No dia 20 de setembro, destaca-se a intervenção ‘Obras Missionárias Pontifícias: Carisma e Atualidade’, pelo diretor Geral da União Missionária Pontifícia, o padre Vito Del Prete, às 09h30. Os participantes das Jornadas Missionárias celebram a Eucaristia no recinto de Oração do Santuário de Fátima, às 10h30.

Antes da leitura das conclusões envio missionário às 17h00, a intervenção do presidente da Cáritas do Líbano, o padre maronita Paul Karam, sobre a missão nas periferias às 15h00.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SÍRIA: O ADEUS EMOCIONADO DO PADRE ZIAD

Um herói improvável

Foram anos de trabalho com os refugiados em Homs, na Síria. Agora, este jesuíta está a caminho da Europa para continuar a sua formação sacerdotal. No momento da despedida, emocionado, agradeceu a ajuda dos benfeitores da Fundação AIS, a quem vai continuar ligado através da oração.

 

O Padre Ziad Hilal está de partida. Depois de vários anos em Homs, na Síria, a acolher multidões de refugiados, os seus superiores enviaram-no agora para a Europa para continuar a sua formação como jesuíta. A vida do Padre Ziad mudou em 2011, quando se escutaram os primeiros tiros, os primeiros rebentamentos de bombas, quando morreram as primeiras pessoas por causa da guerra civil que está a desfigurar a Síria. Homs virou um campo de batalha e a cidade desfigurou-se por completo. Agora está arruinada.

Depois de presenciar tanto horror, tanta barbárie, o Padre Ziad transformou-se. Até quando reza, o Padre Ziad garante que mudou. 

 

“Antes da guerra, rezava muito sozinho, comigo. Agora rezo muito mais com os outros e pelos outros.” A guerra muda-nos, transforma-nos. “Vou deixar a Síria com o meu coração em paz. Sei que o trabalho que fazemos, no Serviço Jesuíta aos Refugiados, vai continuar e sei que esse trabalho não depende de mim. Ao longo destes anos fui descobrindo que sem a ajuda de organizações humanitárias como a Fundação AIS não teria podido oferecer nada a estes refugiados. Estou muito agradecido 

 

 

 

à minha equipa e às irmãs do Santíssimo Redentor que me apoiaram em Homs. E, naturalmente, também, aos benfeitores da AIS. No final, compreendemos que fomos apenas um mero organizador de trabalho e isso torna-nos humildes.”

 

Gente enlutada

Durante estes anos, o Padre Ziad acolheu pessoas em lágrimas, famílias em fuga, crianças órfãs. Durante estes anos, refizeram vidas. “Actualmente, tomamos conta de 300 famílias cristãs de Aleppo, que encontraram refúgio nos nossos centros em Marmarita, Tartús e em outros lugares. A maior dificuldade é encontrar alojamento para eles.”

O Padre Ziad está agora de partida. Para onde quer que vá, o seu pensamento vai estar também de 

 

braço dado com o padre holandês Van der Lught, assassinado a 7 de Abril do ano passado, com dois tiros, quando se encontrava no quintal da sua casa, em Homs. Eram amigos, muito amigos. Como também vai continuar a rezar todos os dias pela libertação do Padre Jacques Mourad, raptado em Maio e de quem não tem notícias. 

Também são amigos. Muito amigos. Uma parte do Padre Ziad morreu também com aquelas balas que trespassaram a cabeça do Padre Van der Lught, tal como uma parte de si está sequestrada enquanto Mourad não for devolvido à liberdade. O Padre Ziad está de partida de um dos lugares mais perigosos do mundo com o sentimento de dever cumprido. Durante estes anos Ziad Hilal foi mais do que sacerdote. Foi um verdadeiro herói. Um herói improvável. 

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

Proteger a Terra, amar os Pobres

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

“‘Louvado sejas, meu Senhor’ cantava S. Francisco de Assis”… foi a forma que o Papa Francisco escolheu para começar a primeira Encíclica da Igreja sobre a Ecologia. É um documento que pretende abrir um diálogo alargado sobre a urgência de amar e cuidar da casa comum que é a Terra.

S. Francisco é o ‘exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade(…). Manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados (…). Nele se nota até que ponto são inseparáveis a preocupação pela natureza, a justiça para com os pobres, o empenhamento na sociedade e a paz interior’ (nº10).

Há eixos que atravessa toda a encíclica: ‘a relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta, a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia, o convite a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a necessidade de debates sinceros e honestos, a grave responsabilidade da política internacional e local, a cultura do descartável e a proposta de um novo estilo de vida’ (nº 16).

A poluição e as mudanças climáticas põem em causa o futuro da humanidade. A terra tornou-se depósito de lixo. Há que adoptar um modelo que limite o uso dos recursos não renováveis, moderando o seu consumo e apontando 

 

 

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

na reutilização e reciclagem.

O aquecimento climático atacará os mais pobres que não se conseguem adaptar aos impactos nem enfrentar as situações catastróficas por ele provocado. Aumentarão os emigrantes em fuga da miséria e nota-se uma indiferença geral perante estas tragédias.

Séria é a questão da água potável. Está a avançar muito a onda da privatização que a coloca sujeita às leis do mercado, o que vai gerar grandes conflitos no futuro. Há ataques constantes aos pulmões do planeta, como é a Amazónia, a bacia fluvial do Congo e os grandes lençóis freáticos e os glaciares. Os oceanos, rios e lagos estão muito poluídos e muitas espécies mortas por certos tipos de pesca.

Muitas cidades cresceram demais e não são saudáveis.

 
Há que mudar o atual estilo de vida para um mais simples, mais fraterno. Não queremos ficar para a história como uma geração irresponsável, mas antes generosa e ecológica.

Os países mais pobres precisam de políticas globais que erradiquem a miséria e promovam o desenvolvimento social dos seus habitantes: ‘precisamos duma reação global mais responsável, que implique enfrentar, contemporaneamente, a redução da poluição e o desenvolvimento dos países e regiões pobres’ (nº175).

A ecologia integral proposta pelo Papa ‘é feita de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração e do egoísmo’ (nº 230). Ao referir a civilização do amor, Francisco diz que o amor social é a chave para um desenvolvimento autêntico.

 

 

 

 

 

Cada trabalhador é a mão de Cristo,
que continua a criar e fazer o bem

(Santo Ambrósio)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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