04 - Editorial:

   Paulo Rocha

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

22 - Temperança:

    D. José Cordeiro

24 - Crónica de uma eleição anunciada:

    Rita Figueiras

   Carlos Borges

28 - Dossier

   Voluntariado Missionário

 

 

52 - Multimédia

54 - Estante

56 - Vaticano II

58 - Agenda

60 - Por estes dias

62 - Por outras palavras

63 - YouCat

64 - Programação Religiosa

65 - Minuto Positivo

66 - Liturgia

68 - Ano da Vida Consagrada

72 - Fundação AIS

74 - LusoFonias

Foto da capa: Agência ECCLESIA

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
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Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.
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Opinião

 

 

 

Jovens de Lisboa e Setúbal "RIOnidos em Cisto"

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Papa mobiliza autarcas mundiais para o ambiente

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900 portugueses em voluntariado missionário

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D. José Coreido | Rita Figueiras |Paulo Rocha | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernado Cassola Marques | Carlos Borges 

 

Ralar-se ou relacionar-se

  Paulo Rocha   
  Agência ECCLESIA   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A conversa aconteceu num jantar quando uma jovem contava o seu quotidiano na escola. Dizia que tinha muitas amigas e amigos com quem se relacionava, mas parecia “não se conhecerem”. Claro que a interrogação é imediata: mas porquê, o que está a acontecer?

O contexto é frequente, na atualidade: entre o grupo, o relacionamento é constante, mas pelas mediações tenológicas; depois, a circunstância de estar cara-a-cara, sem precisar do toque em qualquer ecrã para enviar ou receber uma mensagem, parece impedir a comunicação e até o conhecimento do outro.

Nunca olhei para as tecnologias como obstáculo à realização pessoal ou ao fortalecimento de relacionamentos interpessoais, sempre necessários a todas as pessoas. Como todos os instrumentos – sim, mesmo gerando uma nova cultura, os atuais meios de comunicação não deixam de ser instrumentos - a classificação como positiva ou negativa depende sobretudo da utilização que deles se faz.

Agora, um outro quadro, o que é possível “pintar” em cada verão, quando muitos jovens decidem partir para longe ou para perto para fazer voluntariado. Do destino pouco sabem, do que os vai ocupar ainda menos. E, quando chegam, encontram no relacionamento com desconhecidos o fator essencial do sucesso de uma experiência sonhada com muitos outros ingredientes! De facto, mais do que fazer muitas coisas e para além da utilidade no fazem junto de populações que bem precisam de companhia e de ajuda, é o 

 

 

relacionamento interpessoal que mais marca quem generosamente decide desviar os olhos de um ecrã para os fixar num horizonte bem largo.

O relacionamento sincero, genuíno, verdadeiro, honesto e transparente com todos os que fazem parte do quotidiano de cada pessoa é gerador de felicidade. Em causa não está a aplicação estratégica de métodos de comunicação ou motivação relacional. Mais do que cumprir programas, interessa decidir, partir ao encontro do outro, de realidades novas, do que pode enriquecer o itinerário de 

 

vida pessoal, familiar, de uma comunidade e também aí estabelecer relações autênticas.

O tempo de férias pode ser ocasião para dar abraços a velhos conhecidos, estar atendo a novos amigos e estreitar relações com os que fazem parte da nossa história de vida.

É um erro ralar-se com quem está por perto para procurar relacionar-se virtualmente com quem está longe. Mesmo sem se ralar com quem está longe, é fundamental relacionar-se com quem está perto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Após a desistência de Rui Costa continuam em prova os portugueses Nelson Oliveira, José Mendes e Tiago Machado. Termina no domingo a 102.ª edição
da Volta à França 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

«A próxima legislatura ou é social ou não é», Paulo Portas em entrevista à SIC, 21.07.2015

 

 

 

 

 

«Se me perguntar: ‘O engenheiro Sócrates é culpado?’ Eu acho que é, mas dou comigo a pensar em casa, muitas vezes, se é justo eu pensar isso ou se não estou a ser manipulado por violações permanentes do segredo de justiça, que levam o meu pensamento para aí e que é isso que querem que eu pense», Rui Rio sobre as violações do segredo de justiça, em entrevista à RTP Informação, 22.07.2015.

 

«São também desafios de guerra e paz a prazo e por isso temos que fazer um esforço muito grande para fazer com que as pessoas possam acreditar que a construção europeia lhes traz qualquer coisa. Não podemos perder a perspetiva do conjunto e sobretudo países como o nosso têm que estar inseridos nisso», Jorge Sampaio em entrevista à Renascença, na véspera de receber Prémio Nelson Mandela, 23.07.2015

 
«Se em 26 países da União Europeia as forças partidárias são capazes de se entender, não é concebível que os nossos agentes políticos sejam incapazes de alcançar compromissos em torno dos grandes objetivos nacionais», Presidente da República anunciando as eleições legislativas para 4 de outubro, 22.07.2015

 

 

Jovens de Lisboa e Setúbal
em missão nas margens do Tejo

O patriarca de Lisboa e o bispo de Setúbal consideram que a iniciativa que juntou, durante o dia de hoje, jovens das duas dioceses é uma afirmação de que partilham a mesma “missão” e o mesmo “sonho”.

A iniciativa «RIOnidos em Cristo - Duas margens a mesma fé» juntou 300 jovens de Lisboa e Setúbal em ações de evangelização nas duas dioceses e numa peregrinação a pé e de barco desde a Igreja e São Domingos, na capital portuguesa, até ao Cristo Rei, em Almada.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Manuel Clemente, recordou que muita da população das duas dioceses, particularmente a juvenil, “anda entre as duas margens” e valorizou a iniciativa do setor da Pastoral Juvenil de Lisboa e Setúbal enquanto afirmação da “união para a missão”.

 
“Somos Igreja em locais distintos, em Setúbal e Lisboa, mas não é distinta a missão”, referiu o cardeal-patriarca, recordando a necessidade de uma "conversão missionária”.

“A igreja, esteja onde estiver, tem de se converter numa realidade de testemunho ativo de Jesus Cristo”, sublinhou D. Manuel Clemente.

Para D. Gilberto Reis, a Igreja tem de concretizar o “sonho” de ajudar as pessoas a descobrir que “a vida tem sentido”, “tem grandeza”.

“O meu sonho é que nesta grande metrópole, nesta grande região, a Igreja possa dizer às mulheres e aos homens que aqui vivem, de uma forma significativa e bela, que Deus abraça as pessoas, não só com o Cristo Rei que aqui está, mas as tem no coração”, afirmou o bispo de Setúbal 

 

 

 

 

 

 

no Santuário do Cristo Rei, onde terminou a iniciativa ‘RIOnidos em Cristo - Duas margens a mesma fé’.

Para os jovens que participaram nesta iniciativa, a peregrinação entre as duas margens foi uma possibilidade de sair das “bolhas” em que podem estar e afirmar que os jovens estão na Igreja Católica

“Precisamos de fazer esta experiência de Igreja para perceber que não estamos sozinhos, nas nossas ‘bolhas’. Ouvir pessoas diferentes a falar, cantar juntos uma canção leva-nos mais longe, a estarmos mais abertos”, afirmou Ana Campos, do Patriarcado de Lisboa

Para Mauro Santos, da Diocese de Setúbal, a “unidade entre duas margens em Cristo” aconteceu com esta iniciativa, que afirma também a “a presença jovem na Igreja Católica”.

 

 

Os jovens de Setúbal encontraram-se às 11h30 em Cacilhas e foram ao encontro dos de Lisboa, às 14h00, no Largo de São Domingos.

O grupo partiu depois em missão pelas ruas da Baixa lisboeta, atravessou para a margem sul e depois percorreu algumas ruas da cidade de Almada até ao Cristo Rei, onde D. Manuel Clemente presidiu à eucaristia

A iniciativa ‘RIOnidos em Cristo - Duas margens, a mesma fé!’ termina com o concerto da ‘Banda Luz Jovem’.

 

 

Estado português e Patriarcado de Lisboa apresentam projeto de recuperação da Sé Patriarcal

O cardeal-patriarca de Lisboa e o secretário de Estado da Cultura tomaram conhecimento no local do projeto de recuperação e valorização da Sé Patriarcal, com apresentação do núcleo arqueológico e recuperação dos claustros.

“Neste espaço tão exíguo encontram-se uma sucessão de povos, de culturas, até de credos que é impar. No nosso país não conheço num espaço tão pequeno com tanta lembrança, [todos] poderão desfrutar de uma memória viva que é muito útil para a construção e reconstrução da nossa sociedade”, começou por destacar D. Manuel Clemente sobre um “ganho muito grande”.

Esta terça-feira nos claustros da Sé de Lisboa, o cardeal-patriarca observou que a sociedade vive um momento em que precisa “ganhar consciência” do que foi, é e “há de ser”.

A construção do reinado de D. Dinis, único gótico em Lisboa, contém vestígios de várias civilizações, como fenícios, romanos, islâmicos e medievais.

 

 

 

Durante a visita às escavações arqueológicas foram indicadas casas, um pavimento romano, um espaço de possível apoio à antiga mesquita, lojas e espaços medievais.

O secretário de Estado da Cultura revelou que a obra tem o custo de cinco milhões de euros, ainda não se sabe quando começam, tendo depois têm o prazo de 18 meses para serem concluídas num lugar “central” da Sé na cidade, na “religiosidade portuguesa” e “história comum”.

“A obra não vai poder começar em menos de um ano, ano e meio. Não é possível em termos de procedimentos legais, a disponibilização efetiva das verbas europeias. É o normal para este efeito”, disse Jorge Barreto.

 

 

 

UCP: Oferta académica da Faculdade de Teologia no próximo ano letivo

O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa afirmou que a oferta académica para o próximo ano letivo não se destina apenas a padres e religiosos, mas a quem quer aprofundar o “conhecimento teológico, cultural, cientifico”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre João Lourenço reconhece que grande parte dos alunos da faculdade são candidatos ao sacerdócio, outras ordens diaconais ou ministérios, mas destaca o “anseio e desejo” da instituição servir como instrumento para a “melhoria do conhecimento teológico, cultural, cientifico” dos cristãos.

O curso principal da Faculdade de Teologia é o Mestrado em Teologia, destinado sobretudo aos candidados ao sacerdócio, com uma componente “predominantemente teológica, de investigação mais aprofundada”.

Para além do curso de Teologia, pode ser frequentado na faculdade a Licenciatura em Ciência Religiosas, destinada nomeadamente aos candidatos a professores de Educação moral e Religiosa Católica (EMRC).

A instituição de ensino da Universidade Católica Portuguesa  

 

 

(UCP) tem também um Mestrado em Estudos da Religião acessível a candidatos com habilitações nas mais diversas áreas científicas.

O plano de estudos da faculdade inclui também o doutoramento em Teologia, que tem como “grande objetivo” o estudo da Teologia composto em duas partes: “A curricular, no geral com dois anos em regime parcial, e termina com uma dissertação intermédia.”

O doutoramento que tem várias áreas de estudo, como história, dogmática, moral, estudos bíblicos, termina com a “grande tese de investigação”, que deve ser realizada em dois anos.

O curso de Teologia é um dos 30 em Portugal que não têm diplomados inscritos no Centro de Emprego, segundo dados da Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência (DGEEC).

Uma oferta formativa que em Portugal é da responsabilidade da Faculdade de Teologia nos seus três centros: Lisboa, Porto e Braga.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

10 milhões de portugueses são convidados a rezar pelo Papa

 

 

 

Festa da Transumância em Fernão Joanes, na Guarda

 

 

Papa mobiliza autarcas mundiais e ONU a trabalharem mais pelo ambiente

O Papa Francisco relacionou o tráfico de seres humanos com as alterações climáticas e defendeu uma posição mais firme das Nações Unidas, num simpósio  com autarcas mundiais promovido pela Academia Pontifícia das Ciências no Vaticano.

“A Santa Sé, ou este ou aquele país, podem fazer discursos bonitos nas Nações Unidas (ONU), mas se o verdadeiro trabalho não vier da periferia para o centro, não terá qualquer efeito. É aí que se encontra a responsabilidade de autarcas e de governos locais urbanos”, disse o Papa, esta terça-feira, que agradeceu a presença dos autarcas “na qualidade de periferias”.

Na Casina Pio IV, Francisco frisou que mesmo que a consciência dos problemas ecológicos se difunda “do centro para a periferia, o trabalho mais sério e profundo é feito da periferia para o centro”.

O Papa frisou que a ONU necessita de “um acordo de base fundamental” porque a organização precisa de “se interessar” mais sobre este fenómeno, “sobretudo o do tráfico de seres humanos provocado por este 

 

fenómeno ambiental, a exploração das pessoas”.

Neste contexto revelou que tem “muita esperança” num consenso e que a reunião sobre clima, agendada para novembro, em Paris, produza um documento final com propostas concretas.

Inserido na temática do encontro, explicou aos presentes que a encíclica ‘Laudato Sí’ não é “verde” mas uma “encíclica social” porque na vida social do homem “não se pode separar o cuidado com o ambiente”.

“O problema do ambiente é uma atitude social, que nos socializa”, acrescentou.

“Cuidar do ambiente significa uma atitude de ecologia humana. Já não podemos dizer a pessoa está aqui e a Criação e o ambiente estão ali. A ecologia é total, é humana. Foi o que quis expressar na encíclica Laudato Sí”, desenvolveu o Papa.

Segundo Francisco existe uma relação de “incidência mútua”, do ambiente sobre a pessoa e você-versa, na forma como “trata o ambiente”: “E, também, o efeito contra o homem quando o ambiente é mal tratado.”

 

 

 

 

 

 

O encontro de dois dias, que termina hoje, tem como tema ‘Escravatura moderna e alterações climáticas: o compromisso das cidades’ (Modern slavery and climate change: the commitment of the cities), é promovido pela Academia Pontifícia das Ciências.

No encontro participam presidentes das autarquias de algumas das maiores cidades do mundo, como 

 

Roma, Paris, Bogotá, Boston, Cidade do México, Oslo e Vancouver.

Sobre a participação lusófona, a organização confirmou a presença de autarcas vindos do Brasil, das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e Goiânia; e também de Moçambique, país representado pelo presidente da câmara de Nampula.

 

 

Papa sublinha «potencialidades»
e «graves problemas» da América Latina

 

O Papa Francisco fez hoje a sua primeira aparição pública após a viagem ao Equador, Bolívia e Paraguai e recordou as “potencialidades” e “graves problemas” da América Latina.

“O continente latino-americano tem grandes potencialidades humanas e espirituais, guarda valores cristãos profundamente enraizados, mas vive também graves problemas sociais e económicos”, advertiu, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus, no último domingo.

Falando numa “inesquecível viagem apostólica”, o Papa sustentou que a Igreja está determinada em “mobilizar as forças espirituais e morais das suas comunidades”, para solucionar os problemas das populações, colaborando com toda a sociedade.

Francisco agradeceu o acolhimento “caloroso e afetuoso” que recebeu na sua segunda viagem à América Latina, onde este entre os dias 5 e 12 deste mês, tendo chegado a Roma ao início da tarde de segunda-feira, após percorrer cerca de 25 mil quilómetros.

O pontífice argentino referiu que, 

 

 

ao longo dos oito dias passados no Equador, Bolívia e Paraguai, convidou todos os que o acompanharam a enfrentar “os grandes desafios do anúncio do Evangelho” com o olhar em “Cristo Senhor”, para encontrarem “a graça que salva e que dá força ao compromisso do testemunho cristão”.

A tradicional catequese abordou a misericórdia de Jesus, capaz de “ver, ter compaixão, ensinar”.

“O seu olhar não é o de um sociólogo ou de um repórter fotográfico, porque Ele olha sempre com os olhos do coração. Estes dois verbos, ver e ter compaixão, configuram Jesus como Bom Pastor”, precisou.

 

 

 

«O mundo não descansará enquanto Asia Bibi não for restituída à liberdade»

O presidente do Grupo Parlamentar de Solidariedade com os Cristãos Perseguidos no Mundo afirmou esta quarta-feira que o adiamento da sentença do Supremo Tribunal paquistanês sobre Asia Bibi é um sinal de que a “pressão internacional funcionou”.

José Ribeiro e Castro não se congratula com a decisão, mas regista o “embaraço” do tribunal em Lahore e reafirma em declarações à Agência ECCLESIA que Asia Bibi tem de ser “restituída à liberdade”.

“O mundo não descansará enquanto Asia Bibi não for restituída à liberdade, que nunca lhe deveria ter sido retirada, e não poder voltar ao convívio do seu marido e das suas filhas. E nós continuaremos a lutar por isso, que é a nossa obrigação porque vivemos em liberdade”, declarou o deputado do CDS-PP

Para José Ribeiro e Castro, o adiamento da decisão do Supremo Tribubal paquistanês é “decisiva”, pois é a “última decisão” que pode revogar a condenação à pena de morte que já foi determinada por duas instâncias ou dar a liberdade a Asia Bibi

Esta terça-feira, deputados portugueses enviaram um “apelo

 

 urgente” ao presidente da República do Paquistão para que a apreciação do último recurso sobre a acusação a Asia Bibi decida “no sentido da libertação”.

O apelo foi enviado pelo Grupo Parlamentar de Solidariedade com os Cristãos Perseguidos no Mundo através de uma carta dirigida à embaixadora da República Islâmica do Paquistão em Lisboa.

O Grupo Parlamentar de Solidariedade com os Cristãos Perseguidos no Mundo é constituído pelos deputados José Ribeiro e Castro, presidente, Carina Oliveira e António Cardoso, vice-presidentes, e por António Braga, António Cardoso, António Proa, Artur Rego, Conceição Ruão, Graça Mota; Inês Teotónio Pereira; Isabel Galriça Neto; João Figueiredo; João Lobo; João Portugal, Maria Ester Vargas, Paula Gonçalves, Raúl de Almeida, Rosa Arezes, e Teresa Anjinho.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

22 milhões seguem o Papa Francisco no Twitter

 

 

 

Entre a América Latina e o Vaticano: O balanço de uma viagem de oito dias a bordo do avião

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas        Editorial   Catálogo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Temperança

  D. José Cordeiro    
  Bispo de Bragança  

  Miranda   

 

 

A temperança, no seguimento das virtudes cardeias, a saber, prudência, justiça e fortaleza, é uma virtude natural, que tem uma função de moderação de um apetite.

Um texto de S. Paulo, pode ajudar a compreender melhor o sentido da temperança: «Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas só um ganha o prémio? Correi, pois, assim, para o alcançardes. Os atletas impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa incorruptível» (1Cor 9, 24-25).

Como um carro precisa de travões, também a nossa vida tem limites e há necessidade de dizer não em tantas situações e a tantas coisas. Toda a pessoa necessita de dizer não. Quem o não fizer corre sérios riscos.

A palavra temperança provém da família semântica de tempo, temperatura, temperamento. Em todas estas palavras indicam mistura. Na antiguidade o vinho era servido com uma dose justa de água. Ainda hoje, na Eucaristia permanece esse costume, ao qual se dá um sentido simbólico da união da divindade e a humanidade, mas a origem é de temperar o vinho com a água.

A temperança é, com efeito, a qualidade da moderação dos apetites e das paixões. Quem aceita os próprios limites é uma pessoa de boa têmpera, ou seja, de boa consistência.

O Catecismo da Igreja Católica apresenta assim a temperança: «é a virtude moral que modera a atracção dos prazeres e proporciona o equilíbrio

 

 

 

 no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração). A temperança é muitas vezes louvada no Antigo Testamento: “Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus apetites” (Sir 18, 30). No Novo Testamento, é chamada “moderação”, ou “sobriedade”. Devemos “viver com moderação, justiça e piedade no

 

 mundo presente” (Tt 2, 12)» (n. 1809).

Como síntese e conclusão da reflexão acerca das 4 virtudes cardeais, tomamos as palavras do Catecismo da Igreja Católica: «Viver bem é amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o proceder [...], de tal modo que se lhe dedica um amor incorrupto e íntegro (pela temperança), que mal algum poderá abalar (fortaleza), que a ninguém mais serve (justiça), que cuida de discernir todas as coisas para não se deixar surpreender pela astúcia e pela mentira (prudência)» (n. 1809).

 

 

Crónica de uma eleição anunciada

  Rita Figueiras    
  Universidade Católica   

   Portuguesa   

 

Há já vários anos que estudos na área da Comunicação Política identificaram um padrão de cobertura jornalística das campanhas eleitorais e esse padrão parece, mais uma vez, estar a repetir-se em relação às legislativas de 2015. Ainda que estejamos em fase de pré-campanha, ou melhor dizendo, em fase de crescente intensificação da campanha permanente, nestes meses que antecedem o ato eleitoral temos verificado que a cobertura jornalística tem-se centrado na política-espetáculo: na personalização, na imagem, na dramaticidade e em pseudocrises. Ou seja, o conflito entre oponentes contrastados por traços de carácter têm-se desdobrado em peças enquadradas na estratégia e no jogo político.

Esta mediatização tem-se caracterizado por ciclos de notícia muito curtos e superficiais. Se, por um lado, este tipo de dramaticidade é mais simples de relatar (e também se esgota mais rapidamente) do que a reflexão sobre projetos políticos para o país; por outro, a crescente mobilidade e velocidade tecnológica têm gerado um aumento do fluxo noticioso, fazendo com que diminua a permanência de cada tema na agenda mediática, bem como a sua possibilidade de aprofundamento, indo-se assim de polémica em polémica, de sound bite em sound bite. Em termos de narrativa mediática, as sondagens de opinião também já fizeram a sua entrada. Tal como nas campanhas anteriores, têm sido um dos temas-chave da pré-campanha, moldando o seu desenrolar.

 

 

 

 

 

À medida que o dia da votação se aproximar veremos que os dados das sondagens vão conferir uma dramaticidade acrescida às legislativas (aliás, tal como aconteceu nas eleições em Inglaterra e no referende na Grécia). Tal como em campanhas eleitorais passadas, tudo indica que nas legislativas de 2015, a cobertura jornalística vai colocar em primeiro plano a competição entre os candidatos, deslocando as interrogações sobre o futuro do país
 

para o suspense de quem vai ganhar as eleições.

Ora, se o tipo de democracia de um determinado país também se reflete na escolha dos procedimentos que estão na base da eleição dos representantes e das decisões políticas, importa então não ignorar o que há muito os estudos têm assinalado. A forma como uma democracia conduz as suas campanhas eleitorais é, num certo sentido, tão importante quanto os resultados das eleições.

 

 

 

 

4 de outubro, uma data que chama ao voto

  Carlos Borges   
  Agência ECCLESIA   

 

“Sei que seria possível construir o mundo justo/ As cidades poderiam ser claras e lavadas 

Pelo canto dos espaços e das fontes/ O céu o mar e a terra estão prontos 
A saciar a nossa fome do terrestre/ A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia/ Cada dia a cada um a liberdade e o reino”
‘A Forma Justa’ de Sophia de Mello Breyner Andresen

Antes do último debate parlamentar da atual sessão legislativa numa das ruas de acesso à Assembleia da República o trânsito estava cortado para que os carros dessem lugar aos manifestantes.

A central sindical revela que mobilizou entre 2500 a três mil trabalhadores e dirigentes sindicais. O líder entre palavras de ordem, de desagrado, de esperança, disse aos jornalistas: “À burla do voto útil, para dar estabilidade aos que querem manter a alternância e com ela a mesma política respondemos com o apelo à utilidade do voto”.

"Estamos no verão, mas a luta não vai de férias”, afirmou ainda.

No campo oposto o Presidente da República já tinha manifestado intenção que a campanha partidária não se fizesse no verão, nas praias, certamente entre a bola de Berlim e a língua da sogra, entre o protetor, o bronzeador e os castelos de areia. Quem sabe para dar descanso aos eleitores.

Algumas horas depois daquela ruidosa e engarrafadora manifestação pública, Aníbal Cavaco Silva anunciou que no dia 4 de outubro os portugueses são chamados às urnas e “devem 

 

 

 

 

exercer o seu direito de voto de forma livre, consciente e informada”.

Entre dados e estatísticas sobre outros países da Europa, os portugueses foram convocados a dar maioria ao próximo Governo da Nação, porque “aos problemas económicos e sociais Portugal não pode dar-se ao luxo de juntar problemas político-partidários”, adiantou o interlocutor com larga experiência em eleições.

A campanha oficial vai começar a 20 de setembro e termina a 2 de outubro. No dia 4 os portugueses vão votar e a 5 de outubro continuam a não celebrar a Implementação da República com um feriado que foi suspenso, pelo que sabemos, até 2017.

Também esta quarta-feira, lá longe no Paquistão, Asia Bibi recebeu a  

 

notícia que ia continuar na prisão, onde está há 2200 dias acusada de blasfémia.

A contrastar com o “barulho” da manifestação no exterior da casa da democracia, o caso da cristã era recordado por representantes da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e pelo Grupo Parlamentar de Solidariedade com os Cristãos Perseguidos, precisamente na Sala Sophia de Mello Breyner Anderson…

O poema ‘A Forma Justa’ está na entrada da sala que tem o nome da poetisa. No dia 4 de outubro o voto também serve para que os políticos, que são escolhidos em liberdade, e servem a nossa liberdade, possam exercer pressão, influência, mesmo com os problemas da nação, por quem tem menos que os portugueses.

 

 

 

 

 

 

 
 
 

 

 

 

 

Voluntariado Missionário

No fim de um curso superior, quando não se tem trabalho ou abandonando o emprego, são muitas as circunstâncias e mais as motivações de 900 portugueses

 

 

 

 

 

 

Números do voluntariado

No ano de 2015, 276 jovens e adultos realizam projetos de voluntariado missionário em países em desenvolvimento. Em Portugal são cerca de 624 os que realizam atividades de voluntariado/missão.

Os principais continentes a receber voluntários são o de África, América do Sul, América Central e Ásia recebendo 276 voluntários portugueses. Entre projetos de curta e longa duração Moçambique vai acolher 74 voluntários, Cabo Verde acolhe 71, Angola acolhe 38, São Tomé e Príncipe acolhe 36, o Brasil acolhe 27, Guiné-Bissau acolhe 18 e Timor-Leste acolhe 9. Para a Bolívia partem ainda 2 voluntários e para o Perú parte 1.

Estes dados resultam de um inquérito feito às 61 Entidades que integram a Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela FEC, ao qual responderam 44 (menos 5 do que no ano anterior) sendo que das 61, 29 enviam voluntários em missão (menos nove do que em 2014). Entre elas estão: ONGD, IPSS, Associações Juvenis, Congregações Religiosas, Paróquias, Dioceses, Fundações e grupos informais de jovens e adultos.

Nos projetos de curta duração, isto é missões que podem ir entre 15 dias a

 

 6 meses, partem para os países em desenvolvimento 249 pessoas. Em projetos de longa duração (entre 7 meses a 2 ou mais anos) partem 27. Destes, 73% são mulheres e 27% homens. No total, são 276 voluntários que vão em 2015 contribuir para o desenvolvimento de países de África, América do Sul, América Central e Ásia.

A grande maioria dos voluntários que parte em 2015 tem entre 18 e 30 anos, sendo que destes, 88% são estudantes, recém licenciados ou pessoas empregadas que utilizam o seu tempo de férias para se dedicar ao desenvolvimento de projetos de voluntariado internacional.  

Dos 276 voluntários que participam em projetos de voluntariado missionário, 54 são os que vão repetir a experiência.

Com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, 8 pessoas deixam o seu emprego, o seu conforto, e partem este ano para países em desenvolvimento. Um total de 12 desempregados decidem dedicar seu tempo a viver este tempo das suas vidas em experiências de voluntariado missionário, representando um total de 5% no universo do número de partidas. 

 

 

 

 

 

Evolução do número de voluntários
por ano/missões internacionais:

 

Ano

Nº total de voluntários

Nº Entidades envolvidas

Partidas por

1 a 6 meses

Partidas por

1 a 2 anos

2003

290

26

227

63

2004

301

29

202

99

2005

291

33

223

68

2006

261

30

214

47

2007

263

32

198

65

2008

283

37

220

63

2009

381

44

321

60

2010

360

41

317

43

2011

287

47

231

56

2012

402

44

353

49

2013

405

37

350

55

2014

548

49

514

34

2015

264

44

249

27

 

A maioria dos voluntários que parte são estudantes e pessoas empregadas que dedicam a suas férias à missão. 54 pessoas repetem a experiência e partem de novo!
 

 

Educação e Formação continua a ser o principal foco das entidades no terreno e as crianças, jovens e famílias o público-alvo preferencial
 

 

900 portugueses envolvidos
em projetos de voluntariado

 

 

 

 

 

 

 

Fundação Fé e Cooperação (FEC) dinamiza a Rede de Voluntariado Missionário, composta por 61 entidades. Em cada ano, um programa de formação comum é proposto pela FEC aos candidatos ao voluntariado missionário, que depois concretizam vários projetos em diferentes contextos, quase sempre junto dessas 61 entidades, a maioria congregações religiosas. Entrevista à Agência ECCLESIA, Catarina António, gestora de projetos da FEC, analisa o trabalho de coordenação do voluntariado missionário, que este ano motivou menos portugueses.

 

Entrevista conduzida por Paulo Rocha

 

 

Agência Ecclesia - 900 portugueses estão envolvidos em ações missionárias este ano. Este número é inferior a outros anos. Porquê na sua opinião?

Catarina António – Para partir em missão preparam-se 276 pessoas. Em Portugal ficam 624.

 

 

 

AE – Daí o número que indicam de 900 pessoas. Mas muitos partem internamente para outros locais…

CA – Sim, continua a ser partida, mesmo que dentro das nossas fronteiras. Constatamos uma diminuição em relação ao ano anterior do número de pessoas que parte em missão ad gentes. Em Portugal houve uma redução mas não tão significativa. 
 

 

 

As razões podem ser variadas, mas uma delas prende-se com o facto de não termos os dados de todas as 61 entidades que integram a rede de voluntariado. Temos os dados referentes a 44 entidades. Muitas delas não vão ter projetos ad gentes. As razões são variadas, mas só elas o poderão responder.

 

AE – Será por falta de candidatos?

CA – Acredito que sim. Temos de ter em conta o momento que atravessamos no nosso país. Chega a ser cliché falar da crise económica, mas a verdade é que para partir seja em férias ou num período prolongado, é preciso meios financeiros. Os voluntários pagam as viagens e nem todos têm a capacidade de largar o que têm e investir num projeto ad gentes.

 

AE – E a determinação de largar um emprego quando pode ser difícil recuperá-lo?

CA – Exatamente. Temos de ter isso muito em conta.

 

 

 

 

 

AE – os que partem, fazem-no no final de um curso superior, interrompem um compromisso laboral… há alguma predominância?

CA – A grande maioria que parte são estudantes, entre os 18 e os 30 anos, outros partem durante as férias; há quem sendo trabalhador dedique as suas férias para a missão.

Temos o caso dos que se desempregam para partir em missão – registamos oito casos este ano – em projeto de curta ou longa duração, dependendo do projeto da entidade pela qual partem.

 

AE – Há garantia de recuperarem o posto de trabalho que tinham?

CA – Eu acho que não há garantias de nada. São voluntários missionários que se entregam à missão e a Deus o sue futuro e que vão na crença de que é uma experiência gratuita e que Deus providenciará.

 

 

 

 

 


 

 

AE – Quando falamos em países de destino, falamos maioritariamente em países de língua e expressão portuguesa?

CA – Sim, países como Moçambique, Cabo Verde, Angola, São Tomé e Príncipe, Brasil. Este ano registamos a partida de voluntários para a Bolívia e Perú, podendo perceber diferentes locais de missão. Vão-se descobrindo novas necessidades. A Guiné-Bissau é uma contante nos países de destino.

 

AE – Como surgem os desafios de partir para projetos novos?

CA – os voluntários vão integrados em projetos. Normalmente ligados a congregações religiosos ou acolhidos por elas. São projetos que estão em curso onde os voluntários se integram. Há um levantamento prévio que as organizações fazem e consoante as necessidades os voluntários são canalizados para essas atividades nessas missões. 

 

 

 

AE – Quais são as principais áreas de ação onde os voluntários se integram?

CA – Essencialmente educação e formação. Continuam a ser. Há muito trabalho desenvolvido no âmbito pastoral e cada vez mais, pessoas que se formam na área da saúde e depois disponibilizam a sua formação nos projetos missionários.

 

AE – Integrando sempre projetos locais que estão já a decorrer?

CA – Sim, não faz sentido que um projeto de 15 dia ou um mês seja gerado novo sem ser integrado numa realidade. São voluntários que vão integrados em grupos específicos que têm contacto com a realidade e que fazem o projeto tendo em conta as realidades locais.

 

 

 

 

 

 

AE – Há um contributo notório para o desenvolvimento desses projetos locais ou quem chega de novo, para projetos de 15 dias ou um mês, pouco tempo tem para se ambientar dos problemas e da realidade do projeto?

CA – Há sempre um contributo. Há sempre caras novas, formas de estar e de agir, os voluntários levam um fôlego novo à missão, vão entusiasmados, com ideias novas.

 

AE – Há quem defenda que os principais beneficiários do voluntariado são os próprios…

CA – Existe o «chavão» que eu concordo em pleno, que diz que recebemos muito mais do que o que damos.

 

AE – Até porque já passou pela experiência.

CA – Exato. O contributo que o voluntário traz para si é inegável. Ninguém volta da missão a mesma pessoa. Isso é transversal ao longo dos anos que a Rede acompanha esta realidade. O voluntário volta 

 
 

transformado. Quando se diz transformado não se limita a uma dimensão de uma nova experiência que teve. Volta transformado no seu dia-a-dia nos gestos e momentos. Recebe, por isso, muito mais do que dá. Mas o contributo que deixa no terreno é importante. As pessoas que vai servir, e que o vão servir também, transformam-se igualmente.

 

AE – No caso da sua experiência de voluntariado missionário isso aconteceu através de que projetos?

CA – Eu parti com a Juventude Hospitaleira, para Timor-Leste, e depois para o Brasil. Já tinha estado em Moçambique num projeto de curta duração. A minha vida deu uma volta completa. Mudei de curso, de amigos, de vida. O trabalho que desenvolvo na FEC é marcado pelo trabalho no terreno. Começamos a dar valor ao que antes não víamos - às pessoas, ao tempo, coisas simples.

 

 

 

AE – Foram projetos de longa duração, em Timor e no Brasil?

CA – Em Timor fui por um ano e acabei por ficar dois. No fundo o coração ainda lá está. NO Brasil estive um ano.

AE – Que marcas permanecem de Timor?

CA – A simplicidade e o estar. Costumo alertar as pessoas que passam pela formação da FEC que quem parte tem a tentação de querer fazer tudo e muito. E esquecemos de ser. O mais importante que aprendi em Timor é que eu sou com o outro e sou na relação com o outro. No meu dia-a-dia recordo a calma, a forma de estar, de rezar. A minha forma de oração é hoje diferente porque estive em Timor.

 

AE – Foi no âmbito de um projeto de saúde que esteve em Timor?

CA – Educação para a saúde. 

 

 

 

A minha formação profissional é educação social e estive a colaborar com a abertura de um centro de saúde mental em Timor.

 

AE – E no Brasil?

CA – Foi um projeto mais assistencialista, a Casa da Hospitalidade, uma ajuda direta baseado nas obras de Misericórdia.

 

AE – Quanto aos números do voluntariado missionário em Portugal? O que ocupa estes voluntários?

CA – O voluntariado em Portugal é um pouco diferente. A missão Ad gentes corresponde a tempos específicos, muitas vezes realizados durante o tempo de verão. Em Portugal o voluntariado é uma ação mais continuada, mensalmente, semanalmente.

 

 

 

 

 

 

AE – Essas ações correspondem aos 624 voluntários?

CA – Falamos de 624 voluntários dentro de 44 entidades – as que responderam ao inquérito – mas acredito que este número seja na realidade maior. Em Portugal há um número grande de voluntários numa ação regular, essencialmente em atividades de animação sociocultural, trabalho pastoral, junto de jovens e crianças, também imigrantes. Nos últimos anos nota-se uma atenção redobrada à população mais idosa.

 

AE – Estão aqui incluídos projetos que vemos acontecer em julho e agosto de grupos que partem para populações mais isoladas?

CA – As semanas missionárias, por exemplo, desenvolvidas por muitos 

 

grupos. No fundo podem representarum treino para a missão Ad gentes. Não podemos ser missionários lá fora se não o formos cá dentro. Muitos grupos apostam em ter semanas, normalmente mais do que uma, de trabalho mais exigente.

 

AE – Até que ponto é importante o apoio dos que ficam a quem parte?
CA – É determinante na vida de quem parte. O apoio da família e dos amigos, eles podem não compreender, mas ninguém parte só. E nesse sentido perceber que ficam pessoas a rezar e a acompanhar o seu trabalho é essencial. Esse é também um pouco o trabalho que a FEC desenvolve junto dos voluntários e das entidades. 

 
 

 

Partir em missão

Desde que me lembre, partir em missão sempre fez parte dos meus sonhos. Esse era um grande sonho meu que agora está prestes a realizar-se.

Mas afinal, porquê isto de querer pegar nas malas e partir em missão? Sou uma pessoa que gosto muito de estar com as pessoas e de poder compartir a minha vida com a delas e vice-versa. Todo este intercâmbio entre mim e as outras pessoas é algo muito valioso e forte é isso a razão principal que me faz querer partir 

 

em missão. Aliado a isso está o meu enorme gosto de conhecer outras culturas e países, o que, ainda intensifica mais esta minha vontade de ir em missão.

Todo este caminho que percorri até ir em missão foi cheio de momentos fortes e engraçados. Um dos momentos que ficou bem guardado foi o momento em que me comunicaram o destino onde eu iria em missão. Eu andava super ansiosa e a contar todos os minutos para saber onde iria em missão, mas, o momento

 

 

 

 em que fiquei a saber que Bolívia seria o meu destino foi o ponto alto, pois, saber onde vamos é o primeiro passo para nos prepararmos interiormente para viver a missão. Foi aí que senti que o meu sonho iria mesmo tornar-se realidade.

A partir do momento em que soube que iria para a Bolívia em missão foi aí que começaram a surgir as primeiras reações da minha família e amigos. No meu caso, tanto a minha família como amigos sabiam que eu queria muito fazer missão e, por isso, penso que já estavam mentalizados que isso viria mesmo a acontecer. Da parte da família, senti que houve alegria, mas, ao mesmo tempo algum receio (característico de quem cá fica). A família bem tentava disfarçar o receio que sentia, mas, eu percebi que ele 

 

existia. No entanto, como a minha mãe diz: “Se tu estás feliz e se isso é o teu sonho, nós ficamos a torcer por ti” e isso deixa todos bem mais calmos. Quanto aos amigos, sempre souberam que eu queria fazer missão e sempre me apoiaram neste meu sonho.

Agora que a hora de o sonho se tornar realidade se aproxima mais, posso dizer que o nervosismo e a ansiedade predominam em mim: nem acredito que o grande momento está mesmo a chegar! Acho que só acredito nisso quando estiver dentro do avião. Desta experiência espero trazer o coração cheio de sorrisos daquelas gentes e poder compartir com eles o verdadeiro dom da vida que Deus nos deu!

 

Sofia Baptista

 

 

A Missão Internacional

A contagem decrescente já há muito começou..

Todo o trabalho, esforço, dedicação durante os longos 6 meses de formações, reuniões, aprendizagens, momentos únicos e grandes amizades está prestes a dar os seus frutos.

É agora que o “quase” se aplica em 

 

qualquer frase que digamos nos próximos dias. Estamos QUASE a atingir a cereja no topo do bolo, a missão. A missão implica sairmos completamente da nossa “zona de conforto”, ir à descoberta, arriscar, dar o melhor de nós e receber o melhor dos outros, conhecer 

 

Voluntariado Centro Juvenil e Comunitário Padre Amadeu Pinto auxiliando nas aulas de natação e dando explicações às crianças

 

 

 

Voluntários do GASTagus na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) auxiliando nos trabalhos artesanais

 

novas culturas e novos Mundos.

Quando me apercebo que a minha ida é certa penso que estou cada vez mais perto da realidade. No entanto, sei perfeitamente que apenas irei cair realmente na realidade quando os meus pés estiverem assentes em Cabo Verde.

Não consigo ter noção do que este mês vai significar para mim, o quanto me vai mudar, o quanto vai ser difícil

 

regressar a Portugal, o quanto vai ser difícil controlar as saudades e todos os  outros sentimentos que irão estar à flor da pele.

A minha visão de um Mundo onde predomine mais a igualdade, a ideia de que simples e pequenas ações podem realmente fazer a diferença (nem que seja no meu Mundo) assim como a felicidade/realização das pessoas que vou encontrar são 
 

 

 

Caminhada B do GASTagus no momento-chave da Conquista.

 

algumas das razões que me levaram a tomar esta decisão e a ter o desejo sempre maior de querer partir.

A data de partida está cada vez mais próxima e vejo despertar em mim uma série de sentimentos. A constante ansiedade por partir, a motivação e o entusiasmo de poder 

 

dar o melhor de mim mas ao mesmo tempo o medo do desconhecido, a expectativa, a distância, a saudade, fazem com que ao longo dos meus dias sejam vários os pensamentos que passam pela minha cabeça.

Através do testemunho de pessoas que já partiram em missão, vejo 

 

 

 

Voluntários do GASTagus nas atividades organizadas para a angariação de fundos.
 

que provavelmente o que vou receber será muito mais quando comparado com o que vou oferecer. Esta missão é o sinónimo de oportunidade. A oportunidade das nossas vidas. No fundo é a oportunidade de fugir da realidade conhecida e entrar numa nova realidade, que nos vai ceder lições para a vida.

Às pessoas que ficam cá a torcer 

 
 

por nós, pedimos que a preocupação que têm para connosco seja inferior à que nós próprios temos independentemente das saudades. Os mais chegados ficam de coração nas mãos mas, no fundo, eles sabem que estaremos a viver um dos maiores sonhos nas nossas vidas.

 

Eliana Guarda

 

 

Guiné-Bissau, agosto de 2014

Quase um ano se passou desde o dia em que realmente partimos, e recordo-me de tudo o que vivi até lá. Foi um ano intenso em emoções, preparação e oração. Partir num projeto que implica uma doação total, as forças que tens e que não tens, faz-me recordar o excerto da música “Tu tens que dar um pouco mais do que tens (…)”. Não é fácil entender o verdadeiro significado deste verso, mas missão é partir e voltar, e muitas vezes, só ao voltar entendemos o verdadeiro significado do que é “Partir”…

A vida é um dom que nos foi concedido por Deus. E a nossa vida não é tão nossa, como muitas vezes achamos ou sentimos. É mais tanto d’Ele, que no-la concedeu, e que tem preparado para nós um projeto de vida que só com oração e vivência para os outros somos capazes de descobrir. Dar mais do que temos é nada mais do que dar a vida que não é nossa, que é de Deus e que quer que seja dada. Pois bem. Um mês de doação é pouco. Quase que parece o período experimental de algo. Mas para mim, foi o revirar de uma vida, foi quase como encontrar Deus de 

 

frente, e sentir que este partir foi das melhores decisões que tomei em toda a minha vida. Agradeço aos Jovens Sem Fronteiras a graça de me ajudarem a fazer crescer esta fé e a discernir que estava na altura de “partir”.

Recordar é viver, dizem. Mas nada é tão vivo como estar diante das pessoas e poder escutá-las e abraçá-las como tanto fiz e tanto me fizeram no mês em que estive em Bissau. Sinto que devo partilhar uma das primeiras impressões que tive ao chegar à missão católica de S. Pedro, na paróquia de N. Sra. Da Ajuda. As primeiras pessoas com quem tivemos a graça de trabalhar foi o movimento CV-AV – Coração Valente, Alma Valente. Um movimento que em estrutura talvez se assemelhe aos escuteiros, mas que em organização e forma de trabalhar diferem um pouco. Têm alguns lemas: “Valente, sempre sorridente.” e “Coisas duras agradam-nos.” – vão assim ensinando às crianças e a todos os jovens do movimento o dom da gratuidade. Dar, com amor, feliz, por mais duro que seja o trabalho, e sem vontade de receber de volta. Senti-me 

 

 

 

 

particularmente pequenina no primeiro dia de encontro com os chefes deste movimento, jovens entre os 18 e os 24 anos, pois fizeram-se pequenos diante de nós. Nunca eu em toda a minha vida havia recebido tamanha lição de humildade. Conhecer um movimento tão organizado, tão forte em formação humana, cristã e social, e a pedir-nos formação em alguns pontos que sentiam que lhes fazia falta. Quem era eu ali? Não sei dizer, mas senti que me tornei no átomo mais pequenino da sala naquele preciso momento.

Para lema do projeto escolhemos “Semente de Esperança, Corrente de mudança”. Creio que sonhávamos ser um pouco esta semente que 

 

levaria a que os jovens de uma Guiné destruturada e politicamente instável se tornassem corrente de mudança e lutassem pelo futuro do seu país. Acabámos por ser nós a sentir no outro a esperança, esta corrente de mudança que nos fez ficar inconformados e que (também) me traz aqui hoje a deixar este testemunho. Li uma vez que “O melhor argumento de um cristão é o testemunho!” (Prof. Francisco Domingos, EMRC da Escola Secundária de Peniche). Pois bem, deixo o meu. Pode ser que haja mais alguém a querer ser semente e deixar-se regar pelo Outro!

 

Raquel Carreira

 

 

Uma vida num mês

Todos os dias saía à rua a pensar no que tinha de fazer e como tinha que o fazer. Pensava em como agir, como me comportar, como marcar as pessoas, como deixar um pouco de mim. Inocentemente, pensava que isto era relevante…

Agora já de volta a Portugal sei o que trago comigo. Acima de tudo SODADE, porque vinda de Cabo Verde não poderia ser de outra forma! Trago uma riqueza que ninguém pode comprar. Trago um povo bem quente no coração que me fez apaixonar. Basta um olhar, um abraço, um “Tud’ dreto”, uma tarde inteira a ser gozada por miúdos de 8 anos para sabermos que estamos a receber amor e que acima de tudo o nosso está a ser recebido.

A vila deslumbra qualquer um no primeiro dia, pela alegria que se faz sentir nas ruas, o Zouk e o Funáná estão sempre presentes e a morna chega ao fim da tarde, as crianças correm e jogam a bola de pés descalços enquanto as mães cozinham a Cachupa. À medida que passam os dia chega a revolta, o medo, a desilusão e a angústia de não ter nada. E aí começo a sentir que estive presente por mais que um só

 

 

motivo. Sinto que a aprendizagem foi constante, que a MINHA aprendizagem foi constante! Levo em mim vivências inesquecíveis. Vejo na minha bagagem a alegria contagiante dos Cabo Verdianos, a sua fúria de viver e deixar pegadas por onde passam. Os mesmos são os Cabo Verdianos onde um minuto iguala uma hora, onde uma amizade iguala um PARA SEMPRE. Vi no olhar, no riso e nos abraços dos cabo verdianos o porquê de tentarem ao máximo ser felizes e dançar pela vida fora. O mês passou e agora chegou o dia da partida. Sentámos-nos na caixa aberta e lá fomos nós para o aeroporto, a dizer adeus aos nossos novos amigos. Subimos e descemos montanhas aos solavancos, levámos com ramos de árvores na cara. O vento cortava o ar, este vento trás-nos

 

 

 

 

mais uma vez o cheiro de Cabo Verde, mas agora vemos um bocadinho mais do que apenas montanhas, mar e terra batida, vemos uma ilha que tem tanto para dar mas ainda mais para receber. Ser missionário é isto mesmo, nos primeiros dias somos apedrejados e nos últimos abraçados, sabemos que têm sentimentos mas que não os querem mostrar porque num meio como este só sobrevive quem é forte, quem é frio, quem tem 

 

estômago para isto e muito mais. Trago comigo pés descalços queimados pelo alcatrão quente, trago uma história nos pés encardidos, trago a vontade de dançar quando me apetece e porque me apetece e não porque “é ocasião para”. Trago a nha Terra São Nicolau. Quando olho para trás vejo emoções, vejo uma vida num mês e não um mês na vida.

 

Madalena Frischknecht

 

 

PONTE 2015 Quem são os voluntários deste ano?


O Projeto "Ponte" é apoiado pela Solsef e pelos JSF. Todos os anos no mês de Agosto são enviados voluntários para algum país de língua oficial portuguesa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Festival Jota 2015 Online 

http://www.festivaljota.com

 

Decorre entre 31 de julho e 2 de agosto o maior e melhor evento de música de mensagem cristã em Portugal. Como já todos sabemos estou a falar do Festival Jota, que este ano está de malas e bagagens para o mítico Vale das Almas na capital do Algarve. Assim, como é habitual todos os anos por esta altura, proponho que visite o sítio daquele que já “é uma marca na pastoral juvenil e na música de inspiração cristã” nacional. Da responsabilidade do departamento da Pastoral Juvenil da Guarda e da banda Jota este evento conta com múltiplas atividades, “onde música, convívio, formação e diversas atividades são contextos de evangelização”. 

Ao entrarmos neste espaço virtual rapidamente percebemos que todo o sítio está graficamente muito bem produzido, tendo como pano de fundo uma imagem bastante jovem, agradável e muito bem enquadrada com o público-alvo a que se destina. Logo na página inicial além das notícias sempre atualizadas, que pretendem evidenciar a importância

 

 deste encontro juvenil, temos ainda ligações para as principais redes sociais (facebook, instagram e youtube) e um destaque especial para os grupos musicais que são, de certa forma, o mote principal deste projeto. 

Além da natural ficha de inscrição, cartaz do evento, espaços de alojamento e os contactos, podemos clicar em “programa”, onde temos uma apresentação detalhada destes quatro dias de animação que contará ainda com “workshops ambientais, desportivos e culturais, participação em jogos tradicionais, desportos náuticos e radicais, visitas a salinas e a áreas de observação de aves”. No item “artistas”, encontramos conteúdos relacionados com os artistas convidados para o festival. Que este ano conta com a presença de artistas internacionais, como os ingleses ‘Crossbeam’ ou o espanhol Nico Montero, «considerado neste momento o melhor artista católico em Espanha». Estará ainda presente a banda italiana ‘The Sun’, que possui a particularidade de ser «uma banda conhecidíssima em Itália, que tinha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 feito primeiras partes de grandes bandas a nível mundial («The Cure», «The Offspring» ou os «Muse») e, que entretanto, se converteram e decidiram começar a cantar Deus».

Aqui fica então a sugestão de visita ao espaço deste festival para conhecerem um pouco mais acerca 

 

 

 

de tudo aquilo que está preparado para proporcionar uma experiência de alegria e fé que brota desse “encontro com Cristo que é verdadeira fonte de alegria”. 

 

Fernando Cassola Marques 

fernandocassola@gmail.com

 

 

Associação de Defesa e Apoio à Vida
de Aveiro publica livro dedicado
à «dignidade humana»

A Associação de Defesa e Apoio à Vida (ADAV) de Aveiro editou o livro a 'A vida conta... branco no preto' com dez contos ilustrados sobre temas relacionados com a “dignidade da vida humana” em situação de “fragilidade”.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a ADAV-Aveiro explica que os contos da nova publicação estão relacionados com temas como “aborto; deficiência; velhice; doença; internamento hospitalar; consumo e tráfico de droga”.

“A vida conta. Conta, porque ela mesma se faz enquanto narrativa única e pessoal. Conta, porque para ela se devem voltar os olhares quando ela mesma se afigura mais frágil”, explica o presidente da direção da ADAV-Aveiro, Luís Manuel Pereira da Silva, no prefácio sobre o título da publicação.

Para escreverem os dez contos foram escolhidos outros tantos autores de áreas da literatura, saúde, economia entre outros, como Maria Teresa Maia Gonzalez; Daniel Serrão, Walter

 

 Osswald, João César das Neves.

Cada conto é ilustrado pelo artista aveirense Francisco Cunha.

A obra 'A vida conta... branco no preto' foi publicada no contexto dos 15 anos da ADAV-Aveiro e tem a chancela da editora Tempo Novo.

Luís Manuel Pereira da Silva considera que o livro para além da mais-valia literária pode ser um “recurso útil para aulas, promoção de debates”, ou para a “boa e construtiva leitura”.

A ADAV-Aveiro, atualmente, tem sede numa sala no Mercado Municipal de Santiago, conta com 130 sócios e benfeitores e uma equipa de voluntárias que apoia 100 famílias com crianças até aos três anos, num total de seiscentas pessoas.

 

 


 

 

 

 

 

II Concílio do Vaticano: O bispo que descansou à sombra dos castanheiros

 

 

Quando se comemora o centenário de nascimento de D. Manuel António Pires (1915-1999) é conveniente recordar um dos participantes portugueses no II Concílio do Vaticano. Nascido a 27 de março de 1915 em Vila Boa (Bragança), este prelado serviu a Diocese de Bragança-Miranda em muitos campos de ação pastoral e foi pastor de Silva Porto (Angola).

No livro «D. Manuel António Pires – história de vida de um missionário», da autoria de Luis Vale, lê-se que antes de partir para Portugal, a caminho da IV sessão do II Concílio do Vaticano (1962-1965), o prelado da antiga colónia portuguesa agilizou toda a logística necessária para a viagem do “grupo de religiosas que se preparava para ir para Silva Porto” (cartas para a irmã Marta de 26 de julho e de 14 agosto de 1965).

Tal como acontecera nos anos anteriores – relata D. Manuel António Pires – a visita pastoral à diocese terminou por volta de 20 de agosto, tendo de seguida “feito as malas e viajado para Portugal. Chegou a Bragança no dia 25 de agosto, de onde escreveu ao padre Manuel Vale, “que ficara em Silva Porto, tratando de vários assuntos relacionados com a administração da diocese”. Nessa missiva informou também o sacerdote que iria para Vila Boa “descansar à sombra dos castanheiros” (acervo do padre Manuel Vale. A sua passagem, em trânsito para Roma, por Bragança e Vila Boa também é noticiada pelo jornal «Mensageiro de Bragança», edição nº 1080, de 27 agosto).

Nos dias que antecederam a viagem para Roma, a 10 de setembro, D. Manuel António Pires escreveu uma 

 

 

 

 

carta ao seu colaborador mais próximo onde relatou o que fez no período de descanso nas terras transmontanas. “Estive com o teu irmão na Senhora da Serra e fomos os dois a Madrid, donde acabamos de regressar. (…) Esteve muito animada a festa do casamento da tua sobrinha Madalena. Dia 12 seguirei para Lisboa para tomar o avião para Roma, dia 13 (…) Por aqui continua a grande estiagem com graves prejuízos para a lavoura” (In: «D. Manuel António Pires – história de vida de um  

 
missionário», página 147).
Tal como referiu, o prelado viajou para a capital italiana no dia 13 a “tempo de iniciar, a 14 de setembro, os trabalhos da quarta e última sessão” do concílio convocado pelo Papa João XXIII e continuado pelo Papa Paulo VI. Como “era seu hábito, mesmo ausente, D. Manuel António Pires “não deixava de tratar dos assuntos da sua diocese e, por intermédio do seu secretário, manteve-se a par de tudo o que ia acontecendo” naquela diocese.
 

 

Julho 2015 

Dia 24 Julho

* Setúbal - A paróquia de Nossa Senhora da Conceição inaugura uma Clínica Social Dentária.


* Braga - Auditório Vita - Sessão de cinema do ciclo «Visões de uma memória da compaixão ou recordação provocante?»


* Braga - Póvoa do Varzim (Diana Bar) - Lançamento do livro «Não me venhas falar de amor, olha o que o amor te faz» do padre Paulo Sérgio Silva


Dia 25 Julho

* Aveiro - Lançamento da obra «Somos o poema de Deus» do padre Manuel Armando com a presença do bispo de Aveiro.


* Açores - Igreja do Livramento - Ordenação de sacerdotal de Gil Silva, membro da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, por D. Manuel Linda.

 

 

* Évora - Estremoz (Galeria Municipal D. Dinis) - Exposição «Os artesãos de Estremoz e o Apóstolo Santiago» (25 de julho a 27 de setembro)

 

Dia 26 Julho

* Viana do Castelo - Darque (Santoinho)     - Encontro diocesano «Dia dos avós e do Idoso» com a presença de D. Anacleto Oliveira


* Fátima - Celebração do Dia dos Avós


* Coimbra - Sé Nova - Bênção dos Avós por D. Virgílio Antunes


* Porto - Amarante (Igreja de São Gonçalo) - Concerto na Igreja de São Gonçalo de Amarante pela Cappella Musical Cupertino de Miranda


* Lamego - Visita da imagem peregrina de Fátima à Diocese de Lamego (26 a 09 de agosto)

 

 

 

Dia 27 Julho

* Lisboa - Instituto Superior de Economia e Gestão - Conferência «Direito Humano a uma Alimentação Adequada: Desafios e Oportunidades a partir de Diferentes Geografias» por Hilal Elver, Relatora Especial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação.


* Fátima - Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica sobre «A comunicação na liturgia» (27 a 31 de julho)

 

Dia 28 Julho

* Madeira - Funchal (Sé) - Jubileu sacerdotal de D. António Carrilho

 

Dia 30 Julho

* Encerramento das candidaturas para o «Prémio Harambee de Comunicação» ligado à Prelatura do Opus Dei


* Leiria – Seminário - Encontro sobre «Crer em Deus numa cultura secularizada» por frei José Nunes e promovido pelo Metanoia (30 de julho a 02 de agosto).

 

 

 
 

* Setúbal – Azeitão - Acampamento nacional da Fraternidade Nuno Álvares «Pelos Caminhos de São Nuno» (30 de julho a 02 de agosto).


* Fátima - O Santuário de Fátima promove a iniciativa «Férias para pais com filhos com deficiência» (30 de julho a 05 de agosto).

 

Dia 31 Julho

* Leiria - Ourém (Igreja de Nossa Senhora da Piedade) - Concerto Magnificat.


* Faro - Festival Jota (31 de julho a 02 de agosto)


* Algarve – Boliqueime - Férias solidárias promovidas pela Comunidade de Vida Cristã (CVX). (31 de julho a 06 de agosto).


* Itália – Turim - Peregrinação da família salesiana e educadores salesianos a Turim (31 de julho a 09 de agosto)

 

* França – Taizé - O Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, acompanha peregrinação dos jovens a Taizé (31 de julho a 11 de agosto)

 

 

 

 

 

 

 

Dia dos avós

O Santuário de Fátima vai preparar um programa especial para o Dia dos Avós, na festa litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, a 26 de julho. “Consciente da missão e da importância dos avós na vida das famílias, não podia deixar passar este dia sem um programa que lhes fosse especialmente dedicado”, revela a instituição católica. Nesse sentido, o «Dia dos Avós» começa na Capelinha das Aparições com a recitação do Rosário, às 10h00, e depois a celebração da Eucaristia no altar do Recinto com a consagração dos avós a Nossa Senhora e a procissão do Adeus.

 

Liturgia

O 41.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, entre os dias 27 e 31 de julho no Santuário de Fátima, vai ser dedicado à temática da “comunicação na liturgia”, com especial enfoque nas novas tecnologias. Numa nota enviada à Agência ECCLESIA, o diretor do Secretariado Nacional de Liturgia (SNL) destaca a importância cada vez maior que “os meios técnicos e instrumentos de comunicação” assumem nos momentos celebrativos das comunidades.

 

Prémio

A instituição internacional ‘Harambee África’, ligada à prelatura do Opus Dei, promove um prémio internacional de comunicação ‘Integração, convívio, diálogo’ que pretende salientar aspetos positivos sobre África e as suas comunidades e destina-se a jornalistas e jovens. As candidaturas devem ser entregues até 30 de julho e o Prémio Harambee de Comunicação vai ser atribuído em novembro; A organização aceita vídeos em português, inglês, francês, espanhol, italiano e polaco, ou noutro idioma desde que traduzido para uma destas línguas.

 

 

 

 

 

 

 

 


POR OUTRAS PALAVRAS

XVII domingo do tempo comum – ano B

 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

Pode orar-se em qualquer lugar?

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, dia 26 - Vida por Vida: O lema dos bombeiros sustantado em muitas motivações

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 27 - Entrevista ao diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, padre Carlos Godinho.

Terça- feira, dia 28  - Informação e entrevista ao padre Edgar Clara sobre o projeto "Arte por São Cristóvão" 

Quarta-feira, dia 29 - Informação e entrevista  de apresentação do escutismo adullto.

Quinta-feira, dia 30 -  Informação e entrevista ao padre António Fernandes, sobre a viagem do Papa à América Latina.

Sexta-feira, dia 31 - Análise às leituras de domingo pelos padres Nélio Pita e Robson Cruzela.

 

Antena 1

Domingo, dia 26 de julho - 06h00 - Dia dos Avós: experiências de proximidade e distância. Comentário do padre José Luís Borga.


Segunda a sexta-feira, 27 a 31 de julho - 22h45 - Festival Jota: 8ª edição em Faro: diretor artístico, o padre Jorge Castela; diretor da pastoral Juvenil do Algarve Nelson Farinha; participante João Costa; grupo Yeshua; grupo GRAAL

 

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B - 17.º Domingo do Tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
Saciar as fomes do próximo
 

Deus preocupa-se em saciar a fome da nossa vida e conta connosco para repartir o seu pão com todos aqueles que têm fome de amor, de liberdade, de justiça, de paz, de esperança. É esta a mensagem principal da liturgia da Palavra deste 17.º Domingo do Tempo Comum.

Na primeira leitura, o profeta Eliseu, ao partilhar o pão que lhe foi oferecido, testemunha a vontade de Deus em saciar a fome do mundo, através de gestos proféticos de partilha e generosidade para com os irmãos.

Com a multiplicação dos pães, o Evangelho retoma a mesma lógica de partilha, concretizada no serviço simples e humilde em benefício dos irmãos.

A fome de pão que a multidão sente e que Jesus quer saciar é um símbolo da fome de vida que faz sofrer tantos dos nossos irmãos.

Os que têm fome são aqueles que são explorados e injustiçados e que não conseguem libertar-se; são os que vivem na solidão, sem família, sem amigos e sem amor; são os que têm que deixar a sua terra e enfrentar uma cultura, uma língua, um ambiente estranho para poderem oferecer condições de subsistência à sua família; são os marginalizados, abandonados, segregados por causa da cor da sua pele, por causa do seu estatuto social ou económico, ou por não terem acesso à educação e aos bens culturais de que a maioria desfruta; são as crianças vítimas da violência e da exploração; são as vítimas da economia global, cuja vida dança ao sabor dos interesses das multinacionais; são as vítimas do imperialismo e dos interesses dos grandes do mundo. A lista poderia continuar. É a esses e a todos os outros que têm fome de vida e de felicidade que a proposta de Jesus se dirige.

 

 

 

Mas isso não basta. Jesus dirige-Se aos seus discípulos, a cada um de nós, dizendo: «dai-lhes vós mesmos de comer». Somos convidados a continuar a missão de Jesus e a distribuir o pão que mata a fome de vida, de justiça, de liberdade, de esperança, de felicidade. Depois disto, nenhum discípulo de Jesus pode olhar tranquilamente os seus irmãos com fome e dizer que não tem nada a ver com isso. Os discípulos de Jesus devem fazer tudo o que está ao seu alcance para devolver a vida, a dignidade e a esperança a todos aqueles que vivem na miséria, no sofrimento, no desespero.
 

No final do Evangelho, os discípulos são convidados a recolher os restos, que devem servir para outras multiplicações do pão. Tarefa nunca acabada, a recomeçar em qualquer tempo e em qualquer lugar onde haja um irmão com fome. Que isso seja também e sobretudo para cada um de nós. Procuremos dar amor, amizade, o nosso tempo ou simplesmente um sorriso. Procuremos partilhar o que somos e temos junto daqueles com quem estamos ou encontramos nos caminhos da vida.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.pt

 

Periferias estão na missão dos espiritanos

 

A Congregação dos Missionários do Espírito Santo realizou na última semana o Conselho Provincial Alargado (CPA) onde foram definidas “cinco áreas de atuação” da província portuguesa, determinada em chegar "às periferias do mundo de hoje".

"Saímos do CPA com o firme desejo de que a ‘Alegria no Espírito’ não se fique pelo papel mas seja testemunhada nas nossas vidas, comunidades, na missão de levar a Boa Nova do Reino até às periferias do mundo de hoje, e seja contagiante para quem Deus quer chamar para a Missão”, revela a mensagem final do encontro realizado no Seminário da Silva, em Barcelos.

As áreas de reflexão sobre a vida dos Espiritanos em Portugal foram: “Identidade, espiritualidade e comunidade; Transmissão do carisma: Vocação e formação inicial e permanente; Animação missionária, comunicação e comunhão com a Igreja local; Missão, justiça, paz e integridade da criação, e solidariedade” e “redimensionamento das comunidades e bens materiais.”

“Em cada uma das áreas foram apontadas algumas propostas concretas que nos ajudam a 

 

responder aos desafios que se colocam à nossa missão, no seguimento do caminho iniciado no último Capítulo Provincial”, em 2012, revela a Congregação dos Missionários do Espírito Santo.

Neste contexto, entre 12 e 18 de julho, o principal objetivo desta reunião magna dos Espiritanos em Portugal foi “avaliar o cumprimento” das decisões do último Capítulo Provincial e “apontar alguns caminhos de futuro” ao novo Conselho eleito.

Com o lema ‘Alegria no Espírito’, os capitulares reconduziram o Padre António Neves como Superior Provincial, para o triénio 2015-2018, que foi confirmado pelo Conselho Geral da congregação religiosa no dia 15 de julho.

Os próximos três anos vão ser marcados por “grandes eventos” relativos à Província Portuguesa dos Missionários Espiritanos como os 75 anos da chegada de Espiritanos portugueses a Cabo Verde e jubileu nacional dos 150 anos da presença espiritana em Angola, em 2016; depois celebram os 150 anos da chegada dos Espiritanos a Portugal e a Liga Intensificadora da Ação Missionária (LIAM) (2017) assinala 80 da 

 

 

 

 

 

 

 

 

sua fundação, em 2017.

Estiveram presentes 22 pessoas entre “membros de direito, delegados, convidados e funcionários”, em representação das onze comunidades em Portugal, dos doze países onde trabalham e dos jovens espiritanos em formação.

“Contámos ainda com a presença do Conselheiro Geral, o padre José Manuel Sabença, do Superior do Grupo de Cabo Verde, o padre João Baptista, e de Albertina Moreira uma

 

 Leiga Associada”, informa o comunicado final.

A Eucaristia de Encerramento do CPA com a tomada de posse do Superior Provincial eleito foi presidida pelo arcebispo de Braga este sábado dia 18 de julho, na igreja do Seminário da Silva.

D. Jorge Ortiga recordou os objetivos apresentados pelo Papa Francisco na Carta Apostólica aos consagrados para o Ano da Vida Consagrada.

 

 

 

Dominicanas de Santa Catarina de Sena

As Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena reconduziram a irmã Maria Clarinda Gaspar como provincial para o quadriénio 2015-2019, no 15.º Capítulo Provincial a decorrer em Fátima.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, as Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena informam que o Capítulo Provincial tem como tema “Com a força do Espírito, tende coragem e animai-vos”.

Na reunião da Província portuguesa de Nossa Senhora do Rosário foi reeleita a atual superiora provincial, a irmã Maria Clarinda Ferreira Gaspar, que conta com a ajuda de quatro conselheiras para o quadriénio 2015-2019.

O conselho é constituído pela irmã Graça Maria de Jesus Roque e ecónoma da província, a irmã Maria da Conceição de Jesus Santos, que foram reconduzidas e ainda a irmã Maria Teresa de Jesus Carvalho Ribeiro e como secretária a irmã Maria da Assunção Duarte Faustino.

Segundo a informação no 

 
 
seu sítio online, as Dominicanas de Santa Catarina de Sena formam uma Congregação Religiosa apostólica feminina, fundada por Teresa de Saldanha (1837-1916), no século XIX, em Portugal, incorporada na Ordem Dominicana, tendo como protetora e modelo no seguimento de Jesus, Santa Catarina de Sena. 
 
 
 

 

 

 

Franciscanas Missionárias de Maria

O Instituto das Franciscanas Missionárias de Maria (FMM), em Portugal, elegeu a irmã Maria Hermínia Lopes como nova superiora provincial para os próximos quatro anos, 2015-2019.

“Estamos ao serviço da Província de Portugal. Não é fácil acolher uma notícia destas, mas o nosso compromisso como religiosas, nesta disponibilidade e nesta entrega, passa também por esta doação e disponibilidade para estar ao serviço”, explicou a nova superiora provincial das FMM.

A confirmação do resultado da eleição chegou de Roma esta segunda-feira, divulga o jornal Folha do Domingo.

A irmã Maria Hermínia Lopes vai mudar-se para a Casa Provincial, em Lisboa, em outubro, depois de 34 anos ao serviço da comunidade de Porches, no Algarve.

A religiosa é natural de Pindo, Concelho de Penalva do Castelo, Distrito de Viseu, e entrou para o instituto em 1970; fez o postulantado em Lisboa e o noviciado em Braga. Professou os primeiros votos em 

 

 

1973 e os votos perpétuos em 1980.

A nova superiora provincial das Franciscanas Missionárias de Maria vai substituir no cargo a irmã Maria de Lurdes Alves com esta responsabilidade desde outubro de 2007.

A congregação das FMM foi fundada no século XIX, por Hélène de Chappotin, e tem como principais pilares a oração e o espírito missionário e atualmente são cerca de sete mil religiosas em 76 países.

As primeiras missões em Portugal foram fundadas em 1895, primeiro com uma obra a favor dos operários e depois com uma instituição destinada à formação de candidatas à vida religiosa.

 
 

 

Nigéria: Um país sequestrado pelo Boko Haram

Testemunhos de fé

Milhares de mortos, mais de 1 milhão de refugiados, cidades destruídas. Semeando o terror e o medo, o Boko Haram tem posto à prova a fé deste povo. E, apesar dos atentados, as igrejas continuam cheias de gente

No primeiro domingo de Julho, um duplo atentado na cidade de Jos, contra uma mesquita e uma igreja deixou um rasto de sangue. Quase meia centena de mortos. Ir à missa, na Nigéria, pode custar a vida. O padre Elias fica inquieto com estas notícias. Em 2011, a sua igreja foi destruída por um incêndio. Tal como o atentado de 5 de Julho, o ataque contra a igreja do padre Elias foi obra do grupo islamita Boko Haram. “Na altura, tive sorte. Não estava lá.” Se os terroristas o tivessem apanhado, ninguém imagina o que poderia ter-lhe acontecido. “A cabeça de um sacerdote vale muito”, diz, confessando que os cristãos estão na mira das armas do Boko Haram. A igreja do padre Elias ficou destruída. “Mesmo assim, continuamos a celebrar a missa”, diz o padre Elias Kabuk. “Mas é na rua, ao ar livre. Não temos dinheiro para construir uma nova igreja”.

 

Centenas de mortos
Janeiro de 2015. A cidade de Baga é atacada. Fala-se em mais de dois mil mortos. Foi o “mais mortífero massacre” na história do Boko Haram. Centenas de corpos ficaram espalhados pelas ruas da cidade. A maior parte dos que morreram foram os que não conseguiram fugir a tempo: crianças, mulheres, idosos. Ninguém imagina o horror. Desde 2001 que a Nigéria está sob ataque. Aos milhares de mortos – calcula-se que mais de 10 mil - há que adicionar cerca de 1 milhão e meio de desalojados.

Suradjo Hamadu tem 18 anos. Os pais converteram-se ao Islão. Ele manteve-se fiel ao cristianismo. A princípio, tudo corria bem até que os líderes 

 

 

 

muçulmanos locais começaram a exigir-lhe que mudasse também de religião. “Os meus pais disseram-me que me matariam se eu fosse alguma vez mais à igreja”. Foi. Nesse dia, os próprios irmãos perseguiram-no com facas e machados para o matarem. Refugiou-se em casa de uma família cristã. Agora vive num quartel militar que acolhe dezenas de nigerianos que fugiram do Boko Haram. Adama Asuma é uma dessas pessoas. Ainda hoje fica em lágrimas, quando recorda o massacre da sua aldeia. Ela salvou-se, correndo, sem se atrever a olhar para trás. Foi há oito meses. “Nunca ais soube o que aconteceu aos meus pais.”

 
O padre Evaristus Bassey, da Caritas da Nigéria, salienta o trabalho único da Igreja no acolhimento destes refugiados. “A Catedral de Santa Teresa, em Yola, acolheu cerca de 270 pessoas. Há também desalojados que foram acolhidos por famílias em suas casas”. Os cristãos são um dos principais alvos destes islamitas que procuram implantar a “sharia”. Cada dia que passa é como que um barómetro para a coragem destes cristãos. Hoje vão à missa? E se houver um atentado? Da Nigéria chegam-nos, todos os dias, testemunhos vibrantes de fé.

 

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

Missão ao longe e ao perto

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Há projetos de vida que não encaixam no esquema clássico de uma profissão escolhida. É o caso das vidas entregues por Missionários.

Estou com mais trinta membros da grande Família Espiritana no nosso Centro de Espiritualidade, no Seminário da silva em Barcelos a participar num Capítulo, a que chamamos de Conselho Provincial Alargado.

O objetivo é avaliar os últimos três anos de Missão cá em Portugal, mas temos sete delegados que vieram de fora e também contaram a história dos projetos missionários com que estão comprometidos de alma e coração. Vou partilhar, muito de corrida, a Missão destes ‘Missionários Ad Gentes’ e da sua dedicação à Igreja local e ao povo que os acolhe.

Começo pela América Latina do Sul, lá onde o Papa Francisco fez a sua última viagem pastoral. Do Paraguai veio o P. José Costa. É responsável de formação numa das periferias da capital Assunção e colabora na Paróquia que acolheu o Papa na visita que fez ao Hospital Pediátrico. Fala de gente pobre, mas com muita fé e capacidade de lutar pela sobrevivência.

O P. António Farias veio do coração da Amazónia, do Tefé. São precisas muitas horas de barco para chegar lá, ido d Manaus. Em Tefé, os espiritanos percorrem o Rio Solimões para visitar e animar as comunidades ribeirinhas, muito abandonadas á sua pobreza e isolamento. Nas periferias da cidade há muita gente a viver com dificuldades e é lá que o P. Farias vive e trabalha.

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

Em Cabo Verde, o P. João Baptista é o responsável do grupo e dá apoio pastoral aos párocos da cidade da Praia. O P. Gil Losa foi, durante 50 anos, o pároco de Pedra badejo, uma paróquia enorme do interior da Ilha, cheia de pequenas comunidades perdidas nas montanhas e nas ribeiras. Continua lá a dar a sua preciosa ajuda ao novo pároco.

O P. Joaquim da Silva Ferreira está trabalha há mais de 50 anos em Angola. Depois de Cacuso (Malanje) e Lundas, está há quase 25 anos no Golungo Alto onde tem muitas comunidades vivas, após anos dolorosos de guerra civil que arrasou 

 

 quase por completo esta pequena, mas importante, povoação que pertence à Província do Kuanza Norte.

Em Moçambique, no corredor Nampula-Nacala, está o P. Damasceno Reis. Aprendeu o macua e partilha a vida muito pobre e abandonada do povo de Itoculo, visitando mais de 70 comunidades de interior, num contexto de primeira evangelização.

Muita Missão continua á espera de mãos disponíveis para trabalhar na seara que é grande, sem fronteiras. Os Espiritanos dão apenas uma pequena colaboração na construção de um mundo mais humano, mais fraterno e mais cristão.

 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

Cada trabalhador é a mão de Cristo,
que continua a criar e fazer o bem

(Santo Ambrósio)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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