04 - Editorial:

   João aguiar Campos

08 - Diocese do Algarve


 

 

90 - Foto da semana

92 - Nacional

96 - Internacional

102 - Opiniao

        LOC
        Miguel Panão

106 - Apostolado da Oração

        Elias Couto

108 - Multimédia

        Fernando Cassola Marques

110 - Estante

        Economia e Ética

112 - Vaticano II

114 - Agenda

116 - Por estes dias

118 - Programação Religiosa

119 - Minuto Positivo

120 - Liturgia

122 - Fundação AIS

124 - LusoFonias

Foto da capa: Agência ECCLESIA

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
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João Aguiar Campos | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernado Cassola Marques | Elias Couto

 

Sem programa para férias

  João Aguiar Campos   
  Secretariado Nacional  

  das Comunicações  

  Sociais    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A duas semanas de uns dias de descanso, descubro – porque me questionaram – que não programei as férias.

Digo-o e não me acreditam. E os que acreditam murmuram: “Mas que estranho. Nem parece teu!...”

Não é, contudo, a primeira vez que vivo esta situação. Mas este ano acumularam-se demasiadas razões para ir adiando. O facto é que agora aqui estou, sem outro programa que o de viver sem horas nem pesadas obrigações.

Garanto, porém, que nenhum dos meus momentos estará vazio – porque até o mais profundo silêncio é um lugar habitado de memórias ou sonhos e desejos orantes. Sim; sonhar é, de certeza, uma ótima maneira de fazer férias… Acho que vou por aí!

Um penedo do Gerês ou a música suave do ribeiro da aldeia; a pequena igreja paroquial do Campo ou a sombra encostada a um carvalho da Chá de Baixo; o livro passeado ao longo das horas ou adormecido na sua metade da cama; 

 

 

 

a experiência da cozinha na resposta a alguém que passou a ver se estava -- qualquer destes momentos será lugar, de certeza certa, pedaço de sonho e de encontro com o amanhã.

“Vais-te aborrecer” – sentenciam os amigos. E eu garanto que não. Afirmo que vou apenas lavar-me de tudo o que as semanas nos vão colando, ao longo do ano: palavras e gestos; decisões e omissões; buscas, encontros e desistências. E pressas, muitas pressas e algumas pressões.Sou franco se disser que, nos primeiros dias, a palavra mais longa que me apetecerá dizer será “Chiu!...”. Suavemente. Pronunciada com olhos mendigos e quase contemplativos, se alguém à minha volta puser a girar a mó do palavreado.
 
Quando oiço tanta gente a falar em ir, a mim apetece-me estar: deixando que os olhos viajem nas pequenas coisas, o olfato recolha pólenes com jeito de abelha obreira, as mãos desenhem no chão com um lápis de arbusto e o corpo se sinta parte da terra onde se estenda a olhar o céu.

Confesso: gosto de ver o céu assim, por entre a copa lenta de uma árvore, como se quisesse surpreender Deus a uma janela entre dois ramos… e ficar a conversar.

Sei que teremos longas conversas. Dessas em que se pode falar de tudo, dizer tudo, perguntar tudo e ouvir tudo.

Mas, nem isto vale a pena programar. Aliás, de que me adiantaria?.. Com Deus só fala bem quem se deixar surpreender!..

 

 

 

20 destinos nas 20 dioceses de Portugal

 

Um roteiro pelas 20 dioceses de Portugal para descobrir o que aparece em folhetos de apresentação local ou o que nunca foi mostrado. Recantos de Portugal que têm a marca da expressão da fé

 

 

 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Algarve: da serra ao mar,
encontro com Deus

Visitar o Algarve em tempo estival não é estranho para a maioria dos portugueses, mas provavelmente, muitos não conhecerão a região, para além das muitas e belas praias que ela possui.

A proposta é, pois, partir de uma delas, a mais emblemática e berço do turismo- Albufeira – e descobrir alguns espaços marcantes, onde o viajante possa fazer uma experiência diferente da terra e de si mesmo.

Localizada bem no centro da região, junto à costa, Albufeira possui 

 
encantadoras praias, desde as mais reservadas e pequenas, como a Praia da Coelha ou a Praia do Castelo, até às mais populares e habitualmente mais procuradas, como a Praia dos Salgados ou a Praia dos Pescadores. Todas elas merecem uma visita e sugerimos que o dia comece por uma delas, bem cedo, para aproveitar a tranquilidade da manhã e a serenidade do mar.
Para fugir ao calor e cumprir as indicações que nos devem fazer preservar a nossa saúde, lá pelas 11h00 é tempo de procurar 
 

 

 

lugares mais frescos. Porque não visitar, dentro de Albufeira, o Museu de Arte Sacra, onde o Mártir Vicente, natural desta localidade, tem particular destaque? A visita não é longa, mas certamente que depois dela a hora pede que se retemperem as forças, com uma refeição. A oferta é muita e para todos os gostos e bolsas. Entre as ruas da cidade, da zona alta até à zona baixa, haverá tempo para apreciar o casario mais antigo (a Capela da Misericórdia ou a Antiga Albergaria, por exemplo), enquanto se espreitam as ementas e se escolhe o local do repasto.

Saciado o corpo e animado o visitante e apesar do calor pedir uma sesta, fica um desafio: partir para outra 

 

 

 

 

 

localidade, para apreciar um pouco do Algarve interior, onde em muitos lugares, ainda se desfruta de um tempo que corre a uma velocidade diferente. Aconselhamos Alte, terra de muitas tradições e onde o visitante pode encontrar uma bela Igreja Matriz dedicada a N. Sra da Assunção, com elementos arquitectónicos associado ao Manuelino. A frescura do interior convida à oração e depois, de volta ao exterior, é deambular pelas ruas da pequena vila, olhando para as centenárias chaminés, parando num café para provar um tradicional doce de amêndoa e, feita a digestão, seguir em direcção às fontes. Este é um local onde a frescura das águas pede um mergulho e onde as sombras proporcionam sítio para o convívio.

 
Com a tarde a terminar e o sol a pedir o regresso, porque não, ainda, fazer uma passagem pela Lagoa dos Salgados, localizada perto da praia com o mesmo nome? Por lá passam muitas aves, até mesmo flamingos, que ao pôr-do-sol se juntam e nos fazem encher o coração com a beleza da criação.

O dia está no fim e agora, é tempo de jantar, beber um copo com a família e os amigos, de mais um passeio junto ao mar e de, novamente, dormir, com a certeza de que, da serra ao mar, o Algarve tem recantos que nos proporcionam, assim estejamos disponíveis, um verdadeiro encontro com os outros, connosco mesmos e com Deus.

Padre Miguel Neto

Diretor do Secretariado da Pastoral do Turismo do Algarve

 

 

A olhar o oceano e mais além

Nove pedaços de terra assinalam a derradeira fronteira do Atlântico, ligando dois mundos: a Europa e a América.

Por Igreja Açores

 

A história das ilhas dos Açores, de Santa Maria ao Corvo, é herdeira de uma relação conflituosa entre o homem e a natureza, tantas vezes no limite da sobrevivência. Ainda assim, o resultado desta convivência é dos mais harmoniosos, sobressaindo templos e artes, que apelam às mais ancestrais tradições.

Os Açores dispõem-se em três grupos, constituindo um verdadeiro paraíso 

 

da biodiversidade, com 23 Sítios de Importância Comunitária e 15 Zonas de Proteção Especial.

O clima temperado marítimo e os solos férteis transformam este arquipélago numa policromia, que se estende por encostas cortadas a pique que rodeiam a maior parte das ilhas. E, é nelas, que encontramos santuários de vida natural, espreitados por outros templos, moldados pelas 

Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso 

 

 

 

 

 

 

 

 

circunstâncias e pela geografia, que ditaram a verdadeira alma açoriana, profundamente religiosa.

 

A 6 de agosto todos os caminhos vão dar ao Pico, a São Mateus, ao Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso, um templo de 33 metros de comprimento, com três naves sustentadas por pesadas pilastras, com uma estrutura arquitetónica característica das construções religiosas açorianas. A montanha destemida eleva-se nos céus. À volta erguem-se “maroiços” (pequenas pirâmides), lado a lado com “mistérios” que beijam o mar e 

 

defendem a terra das intempéries, construindo pequenos abrigos onde se estende a vinha, paisagem protegida da Unesco. Percorre-la a pé, subindo à montanha, o ponto mais alto de Portugal (2351m), é um dos desafios mais aliciantes no verão.

 

A 15 de agosto, rumamos a São Miguel. Na Assunção da Virgem contemplamos a Senhora dos Anjos naquela que é uma das mais participadas festas religiosas do verão na maior ilha do arquipélago. A Igreja paroquial, espreitada pela Serra de Água de Pau, 

 

 

 

veste-se a rigor. A Caloura, zona balnear, convida a um banho de águas de azul profundo, onde se pode fazer pesca submarina ou mergulho com escafandro em busca de recortados fundos marinhos. Em terra as vinhas e as figueiras esperam pelos menos afoitos.

 

No primeiro domingo de setembro paramos em São Jorge. Fajã do Santo Cristo, reserva natural desde 1984. Aí se situa o Santuário do Santo Cristo da Caldeira. A lenda que deu origem ao culto conta que certo dia um pastor deixou o seu gado a pastar, descendo a uma lagoa onde apanhou lapas e ameijoas. Ao parar para descansar contemplou um objeto na água a flutuar e viu que era uma imagem do Senhor Santo Cristo, em madeira. Levou-a para casa mas no dia seguinte desapareceu. O gesto repetiu-se várias vezes sempre com o mesmo resultado e o povo interpretou que a vontade do Senhor era ficar na Caldeira, e aí ergueu um templo, que apresenta cantaria em basalto negro, que contrasta com o interior simples em tons de azul celeste e vermelho.

 

 

 

 

No segundo fim de semana de setembro a paragem é na Terceira, para a Festa da Serreta que impõe uma romagem até ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, a 20km de Angra do Heroísmo, no cabo extremo ocidental da ilha, numa zona sobranceira ao mar. A romaria, a pé, é uma das mais concorridas da ilha. A tradicional tourada da praça do Pico da Serreta continua a realizar-se na segunda feira seguinte às celebrações lembrando a antiga tradição da tourada à corda tão característica desta ilha. É também nesse dia que os locais estendem o seu pic-nic familiar, prolongando conversas, a olhar o mar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Santuário Nossa Senhora
dos Milagres da Serreta.
 

 

Do alto do farol ao aquário dos bacalhaus

Barra e Costa Nova são as praias mais perto de Aveiro, embora pertençam ao concelho de Ílhavo. São Jacinto, a praia de Aveiro que era a “costa velha”, fica a 60 km por estrada, porque há que contornar a ria, ou a 15 km, mas de ferryboat, que se apanha na Gafanha da Nazaré. Vale a pena atravessar a laguna (há ligações de hora a hora) e visitar a Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, um dos melhores locais para observar aves como o ganço-patola e as várias espécies de patos e garças.

A orografia da região é totalmente condicionada pela Ria de Aveiro. A consolidação artificial da ligação da

 

 laguna ao Atlântico a sul de S. Jacinto, somente no início do século XIX, é que permitiu surgir a Praia da Barra e a Costa Nova. Como povoações recentes que são, não têm muita história, mas têm alguns pontos de interesse – para além das zonas balneares. Referimos dois: o Farol da Barra e as “casas às riscas” da Costa Nova.

Para chegar ao cimo do farol, que com os seus 62 metros é o mais alto do país e um dos mais altos da Europa, é preciso subir 288 degraus. Mas a recompensa é grande: uma vista inigualável, de dezenas de quilómetros, sobre a costa e os tentáculos da ria. O farol está aberto ao público nas tardes de quarta-feira, mas, para grupos, com marcação prévia, é possível visitá-lo noutros horários e com as devidas explicações do faroleiro.

 

 

 

 

As “casas às riscas” das Costa Nova, maioritariamente verdes, vermelhas ou azuis, não têm nada a ver com as preferências clubísticas (quer dizer, nunca se sabe...). Resultam da transformação dos antigos palheiros das atividades piscatórias em habitação. As riscas correspondem às tábuas. Um deles é célebre, o do deputado José Estêvão, onde Eça de Queirós passava umas temporadas. “…E eu considero a Costa Nova um dos mais deliciosos pontos do globo. É verdade que estávamos lá em 
 

 

 

 

 

grande alegria e no excelente palheiro de José Estevão”, escreveu Eça de Queirós em julho de 1893. Noutra carta, talvez do ano seguinte, o romancista afirmava: “Filho de Aveiro, educado na Costa Nova, quase peixe da ria, eu não preciso que me mandem ao meu encontro caleches e barcaças. Eu sei ir por meu próprio pé ao velho e conhecido palheiro de José Estevão”.

 

Cultura e sabores
do bacalhau

Ílhavo é o concelho português em que as atividades económicas ligadas ao mar têm maior peso. Grande parte 

 

do bacalhau consumido em Portugal é transformado na Gafanha da Nazaré. Uma visita à região não pode ignorar, por isso, as ofertas culturais ligadas ao bacalhau.

Perto do centro de Ílhavo situa-se o Museu Marítimo, que é o museu municipal mais visitado do país. Nele pode-se entrar num lugre (veleiro da pesca à linha na Terra Nova) para saber como era o dia a dia da “faina maior”. O museu contém embarcações tradicionais da ria, coleções de conchas, miniaturas de navios e um extraordinário aquário de bacalhaus. Sim, bacalhaus ao vivo, 

 

 

 

 

nadando em 120 metros cúbicos de água fresquinha, no máximo com 12 graus.

No Jardim Oudinot, já na Gafanha da Nazaré, está atracado o Navio-Museu Santo André. Ligado ao Museu Marítimo de Ílhavo, o arrastão que podia pescar até 1200 toneladas

 

conta outros capítulos da epopeia do bacalhau. No extremo oposto da povoação, para o lado de Aveiro, para quem quer ver mais navios, mas agora só por fora, fica o porto bacalhoeiro, onde apodrecem alguns navios da pesca longínqua entre dois ou três ainda ativos.

Por último, se tanta conversa sobre bacalhau abriu o apetite, o melhor é visitar o Jardim Oudinot entre 12 e 16 de agosto, durante o festival gastronómico do bacalhau. Associações e confrarias servem almoços e jantares sempre à base de “gadus morhua”, ou seja, bacalhau-do-atlântico.

 

Jorge Pires Ferreira

Diretor-adjunto do Correio do Vouga

 

 

Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres: o coração do Barroco, no âmago de Beja

Em pleno Verão, Beja é um verdadeiro oásis na grande planície. Branca, quase geometrizante nas suas formas plurisseculares, a cidade encerra inúmeros tesouros, entre os quais algumas das mais belas igrejas do Sul de Portugal, que vale a pena conhecer de perto. Uma chave para isso é a igreja (musealizada) de Nossa Senhora dos Prazeres. Situada no centro da cidade, oferece um belíssimo ponto de partida para uma viagem no tempo e no espaço ao redor de Pax Iulia. Quem a visitar será recebido com um sorriso e poderá colher informações preciosas sobre o que deve ver ou onde pode comer ou alojar-se na capital do Baixo Alentejo. A não perder!

Longamente meditado pelas autoridades concelhias, o propósito de facilitar o acesso à Praça Grande de Beja levou à abertura, em finais do século XVI (ou já em inícios do seguinte), de uma porta na muralha medieval, perto da Corredoura. Foi junto a este postigo que se construiu, poucas décadas mais tarde, encostada ao pano da fortaleza, a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres. A escolha do sítio, contíguo à velha

 

 ermida de Santo Estêvão, cujo adro passou a partilhar, explica-se não só por ser um dos mais frequentados da urbe, mas também pelo costume – usual em terras do Sul – de se assinalar a protecção simbólica de cada uma das principais entradas das povoações com a presença de uma capela. O título escolhido, por seu turno, atesta uma devoção muito comum entre nós na época pós-tridentina, precisamente quando o culto da Virgem atingiu o clímax.

De facto, a veneração tributada a Nossa Senhora dos Prazeres constitui um reflexo do intensificar da piedade mariana em finais da Idade Média e, à semelhança da elaboração dos Mistérios Dolorosos e Gozosos do Rosário, assenta no paralelismo entre as Sete Dores e as Sete Alegrias da Mãe de Deus, tendo alcançado notáveis ressonâncias litúrgicas e devocionais. Conheceu depois acréscimo significativo nos meados do século XVI, devido a um acontecimento milagroso que provocou grande comoção em todo o mundo português.

Junto à fonte de certa quinta do vale de Alcântara, no termo de Lisboa, 

 

 

 

foi encontrada uma imagem de Maria, que comunicou virtudes curativas às águas deste manancial. Na mesma ocasião, a própria Virgem apareceu a uma menina e mandou-a dizer aos pais e aos vizinhos para aí fazerem uma capela em Sua honra. Construída a ermida e posta no altar a dita imagem, multiplicaram-se os milagres, atraindo a Alcântara inúmeros fiéis. O fenómeno despertou um intenso surto devocional e em vários pontos do país foram erguidas igrejas e capelas sob a mesma invocação.        

Referência cimeira de tão impressionante série de fundações, o monumento bejense espelha a implantação local do culto de Nossa Senhora dos Prazeres. São pouco conhecidas as circunstâncias que rodearam a sua erecção, talvez nascida da iniciativa de particulares. Em 1672, o grosso da obra já se encontrava concluído, a ajuizar pela data inscrita na verga do portal. (…)

Formando uma oval irregular ao gosto seiscentista, a capela-mor recebeu vultuosas modificações para a sagração do novo altar, em 12 de Abril de 1779, por D. Fr. Manuel do Cenáculo Villas Boas, primeiro bispo de Beja após a refundação da diocese (1770). Devoto de Nossa Senhora dos Prazeres, o prelado contribuiu para reforçar a notoriedade de que gozava

 

 a igreja. Vincula-se ao seu mecenato a oferta, além de outras peças, da cadeira e do par de credências pertencentes ao acervo da Irmandade, valiosos testemunhos do mobiliário meridional da segunda metade do século XVIII. Por esta data, as celebrações já ultrapassavam, em esplendor e em repercussão pública, as do santuário “rival”, Nossa Senhora ao Pé da Cruz, sito no bairro dos Pelames, então periférico em relação à cidade intramuros, e cujas raízes ascendem ao crepúsculo da Idade Média.

Tal como sucedera na época barroca, a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres foi um lugar-chave da Beja romântica, frequentado pela aristocracia e pela burguesia chic. O seu espólio enriqueceu-se com alfaias oriundas de casas religiosas extintas.

Ao convento de Nossa Senhora da Conceição pertenceu o Cristo em Oração no Horto, obra de marcado pendor bidimensional, típico da produção dos entalhadores regionais na segunda metade do século XVII. Particular interesse iconográfico possui o Senhor do Triunfo, escultura do primeiro quartel do século XVIII que evoca a Ressurreição de Jesus e a Sua vitória sobre a Morte, simbolizada por uma caveira em hipertrofia.

A imagem de São Sebastião, santo

 

 

 

 muito venerado no Alentejo como protector contra as doenças infecciosas, remonta também ao período barroco e destaca-se pelo ambíguo naturalismo da figura – tendência que é exaltada, no tratamento da árvore a que está preso, graças a um gosto ornamental arcaizante.        

O edifício anexo à igreja, que ostenta na frontaria um fecho de abóbada da época manuelina, albergava a casa do despacho e outras dependências da Irmandade de Nossa Senhora dos Prazeres. Mais tarde, serviu de residência do capelão. Hoje, tem um uso museológico e constitui o núcleo primordial do renascido Museu Episcopal. Este nome invoca a 

 

memória da instituição fundada em 1892 por Mons. Amadeu Ruas, sob a égide do bispo D. António Xavier de Sousa Monteiro, para evitar a dispersão das obras de arte pertencentes aos últimos conventos e mosteiros femininos de Beja que se foram extinguindo, em penosa agonia, ao longo da segunda metade do século XIX. O Museu Episcopal desapareceu com o advento da República, e o respectivo acervo acabaria por ser parcialmente integrado no Museu Regional, mas o ideal que esteve na sua génese (preservar, estudar e divulgar o património religioso pacense) continua vivo.

José António Falcão

 

 

Um triângulo turístico, em Braga

Há quem lhe chame o triângulo turístico de Braga. Aludem outros à coroa que abrilhanta e cinge a cidade. Em qualquer dos casos, falamos do Bom Jesus do Monte, do Santuário do Sameiro e da Igreja de Santa Maria Madalena.

O passeio poderá começar no Bom Jesus.

Deslocamo-nos até à base da escadaria. Aí encontramos uma porta (sem porta) que nos dá acesso à cidade de Deus, sobranceira à cidade dos homens.

Se as pernas não ajudam, um elevador, movido a água – engenharia fiável, ecológica e inovadora -, poderá elevar-nos até ao recinto do santuário; se as forças ainda

 

o permitem, então há que escalar…

D. Rodrigo de Moura Telles deu início a este complexo, onde a paz, a espiritualidade, a mística, a teologia, a ecologia, a mãe natureza e o engenho humano se misturam.

Sublinha-se o mistério da Eucaristia, por entre um percurso de via-sacra, narrado nas capelas que se distribuem pela subida entre arvoredos.

A primeira capela mostra Jesus com os discípulos na Última (ou Primeira?!) Ceia; a última das capelas – já no Terreiro dos Evangelistas – apresenta Jesus à mesa com os discípulos de Emaús. E o escadório dos sentidos e das virtudes não deixa de sugerir o fuste de um cálice. A anteceder o santuário, no último dos terreiros, 

 

 

 

a fonte do pelicano, essa ave que regurgita para dar de comer às suas crias, tal como Cristo se dá, qual alimento dos seus discípulos.

Provavelmente inspirado num Compêndio de Teologia Ascética e Mística de Tanquerey, o Bom Jesus do Monte coloca-nos, primeiro, na Via Purgativa (com esfoço vamos subindo, subindo…); depois, na Via Iluminativa (purificamos os nossos sentidos – vide as fontes, e vamos crescendo nas virtudes – fé, esperança e caridade); por fim, chegamos à via unitiva (fonte do Pelicano e Santuário).

Mas continuemos a subir, que o Sameiro nos espera.

 
O P. Martinho da Silva, feliz pela proclamação do dogma da Imaculada Conceição – honra se faça ao Papa Pio IX -, entendeu que Braga deveria exteriorizar o seu contentamento e devoção pela Mãe do Céu. O pico do monte mais alto, sobranceiro à cidade, começou por acolher uma escultura da Imaculada Conceição, enquanto o povo ia fazendo carreiro para a venerar.

Derrubada essa escultura, uma outra, dentro de uma pequena capela.

E o povo continua a escalar a montanha e a fazer perceber que a capela não chega.

Solução: um Santuário - esse que agora contemplamos. Enriquecido com um sacrário em prata, com um magnífico Cristo em marfim, com um altar em mármore branco 

 

 

 

representando o nascimento de Jesus e com – ó maravilha do engenho humano – uma escultura de Nossa Senhora, a Imaculada Conceição, de uma beleza inigualável, obra do escultor italiano Moccegnali.

Outras edificações apoiam o Santuário, coroado este com um zimbório de onde o olhar se extasia e espraia.

Para as grandes concentrações de fiéis durante o inverno, a finais do século XX, nasce uma enorme cripta, 

 

enriquecida com azulejos alusivos aos mistérios do terço e noticiadores dos pontos do mundo onde os portugueses colocaram a devoção à Mãe do Céu.

Com a Mãe, com Deus, com a natureza, com a beleza do mundo, o Sameiro é terapia, é paz de alma, é comunhão com Deus e com quanto de melhor Deus colocou no meio do mundo.

Descendo à cidade, impõe-se ainda uma paragem na Igreja de Santa Maria Madalena, enriquecida no traço pelo famoso arquiteto André Soares. 

 

 

 

Estamos na zona da Falperra, desde há muitos e muitos anos habitada.

E aí, lá estamos de novo no meio da natureza, com a cidade ao fundo, na companhia de uma santa muito popular (festejada com pompa a 29 de julho, com direito a romaria das grandes), com espaço para o frango de churrasco e para a treta com os familiares e amigos, antes do regresso a casa depois de um dia bem passado e mui sereno…

Cónego José Paulo Abreu

Diretor Gabinete Actividades

Culturais do IHAC

 

 

 

 

Dois encantos a descobrir
na Diocese de Bragança-Miranda

Os meses de Julho e Agosto continuam a ser por excelência os meses de férias dos Portugueses.  Nesta altura do ano há quem fuja da agitação do litoral e se refugie no interior.

Partir à descoberta das maravilhas escondidas no Nordeste Transmontano será certamente um óptimo desafio para as férias.

Esta região congrega um conjunto de patrimónios que farão com que viva momentos de descanso, diversão, aprendizagem e partilha.

Começando desde logo pelo património religioso, de cariz material (inúmeras igrejas, santuários, capelas e nichos) mas também, e nestes meses por excelência, o património imaterial (romarias seculares e festas populares).

Nesta época do ano, as aldeias transmontanas vêem a sua população aumentar consideravelmente, pois, os filhos da terra que estão fora (quer no estrangeiro, quer no litoral de Portugal) regressam e dão vida a estes espaços.

É precisamente numa aldeia do concelho de Bragança que fica a minha primeira sugestão:

 

 

 
OUTEIRO

A poucos quilómetros de Bragança, Outeiro foi vila e sede de concelho entre 1514 e 1853. Nesta aldeia impõe-se a Basílica do Santo Cristo de Outeiro,  a única Basílica localizada numa aldeia portuguesa 1. E digo impõe-se pois é admirável a grandeza e beleza quer exterior, quer interior deste templo, e concerteza que ao visitante se levantará a seguinte questão: como foi possível este templo ser aqui edificado?

É um templo do século XVII (1648) e a sua construção em terra tão modesta e perto da zona transfronteiriça julga dever-se a condicionalismos políticos da era pós-restauração, com a necessidade que o país tinha de afirmação, dado ter readquirido a sua independência de Espanha.

No seu interior é imperioso uma visita à sacristia, onde se destacam as pinturas de caixotões, realizadas em 1768, pelo pintor Damião Bustamante.

Ainda em Outeiro, faça uma visita às ruínas do Castelo e ao Núcleo Museológico.

 

 
 

 

 

MIRANDA DO DOURO

Sugiro que prossiga a visita por terras de Miranda, berço da segunda língua oficial portuguesa: o Mirandês.

Em Miranda do Douro é imperioroso uma visita à Concatedral. A construção deste templo, que já foi Catedral da Diocese, teve início em 1552.  Neste edíficio além dos belos altares, retábulos, pinturas é figura principal o Menino Jesus da Cartolinha, que a ele tem associadas várias lendas.

Estes são apenas dois belos espaços que de per si, fazem com que uma visita a Trás-os-Montes, seja única. Aliado ao património religioso, a região de Trás-os-Montes, tem ainda muitos mais encantos para (re)descobrir. Traga a sua família e/ou grupo de amigos e disfrute da  

 

típica gastronomia, do ar puro do Parque Natural de Montesinho, do Parque do Douro Internacional e da Paisagem Protegida do Azibo. Conheça o património medieval, percorra as ameias do Castelo de Bragança, visite a Domus Municipalis e toda a cidadela que em forma de coração a cerca e abraça.

Esperamos por si!

 

Alexandrina Fernandes

Pastoral do Turimo
de Bragança-Miranda

 

1 O título de Basílica foi atribuído em Junho de 2014, pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos à, até então, Igreja-Santuário do Santo Cristo de Outeiro.

 

 

 

 

O que há de comum entre a Rainha Santa e Santa Clara?

Trata-se na verdade de duas mulheres mais notáveis da História da Idade Média. Foi por desejo da Rainha Santa que o mosteiro de Santa Clara a Velha teve como oragos Santa Clara e Santa Isabel da Hungria, sua tia-avó. À volta do mosteiro começou a crescer o burgo com o mesmo nome. Devido às cheias do Mondego, o mosteiro de Santa Clara-a-Nova manteve a mesma designação em honra de Santa Clara, mas a igreja já teve por orago Santa Isabel, que havia sido canonizada sete décadas antes da sagração da igreja. Santa Clara e Santa Isabel, ambas de origem nobre, partilham o mesmo 

 

 

 

espírito, a mesma maneira de ser, a mesma visão do mundo, o mesmo modo de amar, pois Santa Clara foi certamente um dos modelos preferidos de Santa Isabel.

Foi por inspiração de S. Francisco, que Clara de Assis se despojou de tudo, para deixar o coração livre para um amor maior: Deus. Foi tal o entusiasmo e a exigência postos nessas dedicação, que rapidamente se juntaram a ela jovens que sob a sua inspiração deram início aquilo que lhe chamamos hoje o ramo feminino da vida do franciscanismo. São conhecidas por clarissas e não franciscanas, embora haja também franciscanas, mas essas são seguidoras de S. Francisco.

 

 

 

 

 

   
A Rainha Santa, cujo o seu túmulo encontra-se hoje na igreja do Convento de Santa Clara a Nova, integrou-se numa comunidade de Clarissas, no Mosteiro de Santa Clara a Velha, como terciária, isto é, como consagrada secular, porque era viúva e não virgem, explica o Vigário Geral da Diocese, Padre Pedro Miranda na bênção da imagem de Santa Clara colocada em Fevereiro deste ano, na Capela do Bordalo, da freguesia de Santa Clara. O Pároco de Santa Clara reconhece que era uma falha enorme, o facto, de não existir em nenhum lugar desta freguesia, uma imagem para que os fiéis pudessem venerar. O Padre António Sousa reconheceu que a capela do Bordalo, conhecida como Capela do Sagrado Coração de Jesus, a caminho de S. Martinho do Bispo, freguesia vizinha, reunia as condições adequadas, já que a paróquia não possui sede.

Naturalmente que a paróquia de Santa Clara formou-se à sombra destes mosteiros, do qual guarda de um lado a padroeira, Santa Clara, e do outro lado, as relíquias de uma das suas filhas em expoente de santidade e que ainda hoje continua a mover fiéis de todo o país, que é a Rainha Santa Isabel.

É aqui que tem sido a grande aposta da Confraria da Rainha Santa Isabel.

 

 

 

A aposta no turismo religioso tem obrigado os irmãos da confraria a rentabilizar as suas instalações, designadamente a hospedaria (em projeto de construção) e o albergue para peregrinos. A hospedaria é um projeto que irá permitir o processo de requalificação do seu espaço. Segundo o Professor António Rebelo que iniciou recentemente o seu segundo mandato à frente da Mesa da Confraria é importante resolver os problemas de requalificação do património, "dando continuidade à recuperação e restauro graduais da igreja, coro baixo, coro alto e claustro". O plano de recuperação já tinha sido iniciado no primeiro mandato do Professor António Rebelo, onde recorda as grandes dificuldades económicas da instituição, tendo em conta as receitas provenientes, grande parte das esmolas e donativos estavam em profundo declínio. Por outro lado, descobriram problemas graves nas estruturas do claustro e nas talhas da igreja e coros do mosteiro, onde foi necessário intervir em várias frentes. Hoje é possível, admirarmos os trabalhos que foram efetuados, dando outro brilho e limpeza ao mosteiro.
Ainda no âmbito do turismo religioso, esperam concluir o estudo científico sobre a rota da Rainha Santa, na sua Peregrinação a Santiago de  Compostela, "um projeto interdisciplinar que iniciámos em 2013, com a chancela científica da 
 
Sociedade portuguesa de Estudos Medievais e em colaboração com o Centro de Estudos Jacubeus do Porto", realça o presidente da Confraria. "As reuniões de vários especialistas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, nos diversos domínios científicos, da História Medieval à História da Arte e da Arqueologia aos Estudos Literários, têm prosseguido a bom ritmo", afirma.

Todavia, a prioridade será dada à formação espiritual dos irmãos, através da promoção de iniciativas que os levem a (re)descobrir esses valores que tanto sentido conferem a uma associação de fiéis como é a Confraria da Rainha Santa Isabel. A esta estratégia insere-se no aprofundamento da espiritualidade franciscana, que a Rainha Santa abraçou seguindo o exemplo de Santa Clara. Por isso, está previsto uma peregrinação a Roma e Assis de forma a regressar às fontes da espiritualidade de Santa Clara.

No ano de 2016, celebrar-se-á os 500 anos da beatificação de D. Isabel de Aragão, Rainha de Portugal. Há várias iniciativas culturais e científicas em preparação, diz-nos António Rebelo, que serão divulgados oportunamente, além das festas religiosas, que pretendem valorizar e dignificar sobretudo junto dos irmãos.

Miguel Cotrim

Chefe de redação Correio de Coimbra

 

 

 

Igreja de São Francisco

A Igreja de São Francisco de Évora é um dos monumentos de visita imprescindível na cidade, não só pela sua importância arquitetónica, mas também pelo testemunho do passado glorioso da história da expansão portuguesa, período áureo dos séculos XV e XVI.

Fundada no século XII, como uma das primeiras casas franciscanas do país, a igreja seria reconstruída entre 1480 e 1515, sendo as três naves originais substituídas pela nave única subsistente, coberta pela arrojada abóbada ogival que atinge 24 metros de altura. Durante os séculos XV e XVI, a corte instalou-se no convento, transformando algumas partes em Paço Real. A igreja, elevada a Capela Real, foi alvo de profunda decoração pelos pintores régios, como  Francisco Henriques e Garcia Fernandes.

Essa ocupação terminaria com a perda da independência, em 1580, com o abandono progressivo do Paço pelos Reis Filipes. Nesse período foi construída a singular Capela dos Ossos, espaço meditativo da comunidade fradesca, alusivo 

 

à transitoriedade da natureza humana. Nos séculos seguintes, as invasões francesas e a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, atingiram gravemente o convento, provocando a perda e a dispersão de parte do seu espólio.

É todo este espaço que vos convidamos a visitar, sendo que a partir de Outubro e após terminar a presente obra de recuperação/requalificação, terá à disposição do visitante não só a Igreja e a Capela dos Ossos, mas também o Museu de Arte Sacra instalado nas antigas celas monásticas e também a coleção de presépios do General Canha da Silva. Esperamos por si.

Cónego Manuel da Silva Ferreira

Pároco de Igreja de São Francisco

 

 

 

 

Santuário de Nossa Senhora do Monte
– Funchal – Madeira

Ao alto da cidade do Funchal, erguem-se luminosamente as duas torres da Igreja de Nossa Senhora do Monte (séc. XVIII), onde se venera a padroeira da Ilha da Madeira.

Envolvido num quadro de beleza natural, a meio de jardins tropicais e secular vegetação, com uma vista privilegiada para o anfiteatro da cidade, este templo dedicado à Mãe de Deus, testemunha os primórdios da colonização da Madeira. 

 

A festa em honra de Nossa Senhora do Monte, celebrada no dia 15 de Agosto, que tão bem exprime a fé e devoção do povo madeirense para com Maria Santíssima, é um dos mais antigos e concorridos arraiais de toda a Ilha.

A pequenina imagem de Nossa Senhora (séc. XV/XVI), venerada na Igreja, envolvida com fios de ouro, ofertas dos peregrinos agradecidos pelas abundantes bênçãos e graças, é levada em procissão no dia da sua festa.

 

 

 

 

 
 
 

No interior da Igreja encontra-se a capela tumular do Beato Carlos (Persenbeug 17.08.1887 – Funchal 01.04.1922) último imperador da Áustria e Rei da Hungria. Beatificado pelo Papa João Paulo II em Roma no ano de 2004.

Depois da aluvião de 20 de Fevereiro de 2010 encontra-se na Igreja a imagem da Imaculada Conceição “milagrosamente” encontrada nos destroços da capela completamente destruída no sitio das Babosas.

Junto à longa escadaria da Igreja, inicia-se o percurso dos típicos “carros de cesto” construídos por vimes da região e levados pelos “carreiros”. Este é o meio de transporte com mais tradição da Madeira.

A partir da cidade do Funchal sugere-se a viagem de teleférico com vista panorâmica que termina nas próximidades da Igreja. 

Padre Giselo Andrade

Pároco do Monte

 

 

Sé Catedral da Guarda

Em pleno coração da cidade mais alta ergue-se imponente a Sé Catedral da Guarda.

A sua construção iniciada no reinado de D. João I, por volta de 1390, prolongou-se por 150 anos, até cerca de 1540. Este longo período construtivo justifica os diferentes estilos arquitectónicos aplicados no templo: o Românico, o Gótico e o Manuelino.

Se do primeiro sobressai a planta, do Gótico o destaque vai para a cruzaria de ogivas e para o imponente portal virado para a Praça Luís de Camões. 

 

Por sua vez, do Manuelino destacam-se os arcos trilobados, as elegantes colunas torsas e o portal principal. 

No interior a atenção recai para o majestoso retábulo escultórico, em pedra de Ançã, da autoria do grande mestre da renascença coimbrã, João de Ruão. Com cerca de 110 imagens, tem como tema central a Vida de Cristo e organiza-se tematicamente em vários registos. É um conjunto de grande emotividade e com uma enorme carga simbólica e religiosa.

De evidenciar também a Capela dos Pinas, fundada por D. João de Pina,

 

 

 

 

 

que exibe uma notável portada com decoração renascentista. No interior, com abóbada estrelada, encontra-se o túmulo com a estátua jacente do fundador.

No exterior, de realçar as gárgulas figurativas e em forma de canhão, que ainda hoje constituem um dos mais enigmáticos pedaços da história do monumento; os arcobotantes, destinados a suster o peso das grossas paredes de granito; e os imponentes 

 

contrafortes rematados em forma de agulha. Os beirados dos terraços decorados com ameias em flor-de-lis dão um toque de beleza a este imponente monumento.

Não se fique pela vista do exterior, entre na catedral, atreva-se a subir aos terraços e desfrute de uma magnífica vista panorâmica!

 Alcina Camejo

Arqueóloga

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Santuário de Nª Sª dos Remédios - Lamego

No lugar onde se encontra actualmente o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios (padroeira da cidade de Lamego), outrora existiu uma capela em honra de Santo Estevão, construída em 1361, a cerca de 605 metros de altitude. Construída no monte com o mesmo nome, a mando do então Bispo D. Durão, era uma capela muito pequena e simples. Segundo a tradição, o Prelado teria visto uma luz naquele lugar, durante a noite, considerando que era uma 

 

indicação divina para que ali se erguesse uma capela, “onde o glorioso santo fosse, não só lembrado, mas invocado, venerado e glorificado” (in Marrana). No entanto, a primeira capela encontrava-se no plano abaixo do atual Santuário, onde se encontra agora um obelisco no Pátio dos Reis.

Em 1551, foi nomeado bispo de Lamego D. Manuel de Noronha, considerado o mestre de obras lamecense do século XVI. Entre as muitas obras, mandou construir 

 

 

 

em 1568, a primeira capela em honra de Nossa Senhora dos Remédios.

Na primeira metade do século XVIII, devido à capela estar em ruínas, a Irmandade de Nossa Senhora Dos Remédios, dirigida pelo Cónego José Teixeira, mandou demoli-la e construir um Santuário, para receber mais peregrinos. Foram acrescentadas fontes, pátios e um escadório, de forma a diminuir e facilitar a distância e o acesso. O Santuário, de estilo Barroco da época, foi construído entre 1750 e 1761. Supõe-se que o projeto pertenceu a Nicolau Nasoni, apesar dos documentos nunca terem sido 

 

encontrados, devido ao incêndio na sacristia, em 1868, ou outro em casa do juiz da Irmandade, Visconde Guedes Teixeira. Não se sabe ao certo se o projeto foi seguido em regra ou alterado ao longo da construção.

O Santuário foi construído em 4 fases distintas: desde o início do século XIX, entre 1868 e 1905 e nos anos 60 do século XX.

 

Entre 1750 e 1778

Edificação da igreja em 1750; 1.ª pedra benzida pelo Cónego José Teixeira; templo inaugurado a 22 de Julho de 1761; o interior não possuía

 

 

 

altares nem imagens; celebram-se os primeiros ofícios religiosos.

Em 1769 foi colocada sobre a porta principal, a imagem de pedra da Senhora e 4 anos depois a cruz no frontispício da capela; inauguração da igreja a 4 de setembro de 1778.

 

Entre 1778 e 1868

Segue-se a construção do escadório, em 1778, pelo mestre pedreiro Faustino Loureiro, segundo a escritura feita com a Irmandade (1782.

Apesar da falta de projeto e não se saber quem foi o criador, o modelo do escadório está ligado ao de Bom Jesus do Monte, em Braga. No entanto, tem uma identidade própria, pois não apresenta uma continuidade devido às interrupções dos grandes patamares, dando a sensação de movimento entre estes, degraus, balaústres, pirâmides, fontes e capela.

Em 1849 construiu-se o parque.

 

Entre 1868 e 1905

Passagem do poder da Igreja para o domínio do Estado. A direção da Irmandade torna-se laica.

Deu-se a reconstrução e ampliação da igreja e do espaço exterior envolvente, com caraterísticas neo-barrocas, ficando com uma imagem próxima da de hoje.No século XIX foi desenhada a planta do parque, tornando este com maior relevância.

 
Entre 1917 e 1969

Deu-se a 12 de novembro de 1917, com o mestre pedreiro José Mesquita, a fase de conclusão do escadório, da Meia Laranja à Avenida Dr. Alfredo de Sousa, de forma a fazer ligação entre o Santuário e a cidade.

Segundo uma gravação no espaldar do último patamar, deu-se por concluída a obra em 1969, tendo comparticipação do estado.

 

Atualmente o Santuário é considerado um imóvel de interesse público, pelo Instituto Português do Património Arquitetónico e encontra-se tutelado pela Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios. O escadório é composto por 686 degraus.

As festividades em honra do nascimento de Nossa Senhora dos Remédios celebram-se anualmente entre agosto e 8 de setembro (dia da Senhora). São dias de peregrinação e é considerada a Romaria de Portugal.

A imagem original da Virgem com o Menino ao peito, é datada do século XV e encontra-se no trono do altar-mor. A nova imagem foi consagrada a 2 de setembro de 1904, oferecida por Maximiano da Costa Cardoso, que se encontra na sacristia e sai para a procissão de triunfo.

 

Lucília Monteiro

 

 

Férias em Leiria-Fátima

Para muitos visitantes estrangeiros, vir a Portugal e não visitar o Santuário de Fátima é como ir a Roma e não ver o Papa. De facto, este centro internacional de peregrinações é um dos principais destinos do turismo religioso mundial. Também os portugueses – diria quase todos – por cá passam, pelo menos uma vez na vida, nem que seja em mero passeio.

Se falarmos em “férias em Fátima”, a primeira imagem será a de uma semana em retiro, ou numa das muitas propostas de formação intensiva que o Santuário e diversas outras instituições organizam. De facto, são várias centenas de pessoas 

 

a fazê-lo, esporádica ou regularmente, e – sim – poderá ser uma experiência de férias diferente e surpreendentemente retemperante para o corpo e para o espírito.

Mas, tal como em Roma, há muito mais em Fátima do que o grandioso recinto que envolve a Capelinha das Aparições e os edifícios anexos. Logo na cidade, há uma panóplia de museus, livrarias e espaços culturais com oferta permanente e diversificada de actividades. Nas redondezas, é ainda possível visitar as casas dos Videntes, a aldeia de Aljustrel, a zona bucólica dos Valinhos – com a famosa Via-Sacra do Calvário Húngaro – e 

 

 

  

ainda a igreja paroquial de Fátima.

Estendendo o passeio, esperam-nos as magníficas paisagens da Serra de Aire e Candeeiros, algumas das mais belas grutas do mundo, castelos medievais como Ourém ou Porto de Mós, a aldeia da Pia do Urso e o seu parque eco-sensorial, em São

 

Mamede, e propostas que se estendem aos amantes das caminhadas, do BTT  e de desportos radicais como a escalada.

Outro facto é que esta diocese não tem apenas Fátima no nome. Toda a região de Leiria é rica em monumentos, eventos culturais e desportivos, gastronomia e outra oferta turística de primeiro plano. Só o centro histórico da cidade e o seu castelo merecem um dia de estadia e, claro, o majestoso Mosteiro da Batalha merece outro, daqueles grandes. Como dizia o Poeta, o gótico Mosteiro de Santa Maria da Vitória é “o local onde mais Pátria há”. E isso

 

 

 

 

 

não dá para descrever... só se percebe vendo ao vivo cada pormenor rendilhado e deixando-o entrar pela alma dentro.

Se, porventura, ainda lhe sobrar tempo e vontade e lhe faltar areia e mar, também temos solução. Tal como a diocese de Roma, também 

 

a de Leiria-Fátima encosta às praias, todas elas de eleição, como o Pedrógão, a Vieira, São Pedro ou as Paredes da Vitória.

Em resumo, a certeza de umas férias “abençoadas”.

 

Luís Miguel Ferraz

Diretor-adjunto do jornal

Presente Leiria-Fátima

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Férias pelos Bairros

Escolher um lugar de lazer para passar um bom bocado, na cidade de Lisboa, não é difícil. Difícil é optar... Optar por bairros ou avenidas. Optar por escadas ou ruelas. Optar por igrejas ou cruzeiros.

A cidade de Lisboa esconde tesouros incalculáveis. Alguns deles até desconhecidos dos próprios cidadãos. Quem imaginaria, por exemplo, que a Mouraria esconde a maior procissão

 

 da cidade de Lisboa e que parte da mais pequena capela. Trata-se da Senhora da Saúde, no Martim Moniz. Oito bandas de música e um teatro religioso imenso. São Jorge sai a cavalo com a GNR a partir do Castelo. Terminada a procissão o santo, montado, dá um passo em frente para homenagear a Senhora da Saúde.

Visite essa ermida e siga em frente, pela rua da Mouraria. Entre no Colégio dos Meninos Órfãos e veja os 41 painéis de azulejos representando o Antigo e o novo testamento. Suba 

insira a foto aqui

 

 

 

e suba e suba a escadaria até encontrar Jesus entre os doutores.

 

Mas a estafa é tanta que terá de beber um sumo da rua do Capelão onde nasceu a Severa. Sim aquela que dizem ter sido a primeira fadista. A sua casa está inteiramente restaurada. Ao lado uma taberna tradicional, com um Senhora de Fátima gigante... Típico destas paragens.

Siga em frente e procure a igreja do Socorro. Pois é… Ainda está fechada. Mas pode ver o que ninguém sabe: a primeira casa que os jesuítas tiveram em 1543. Sim! Aqui viveu Simão Rodrigues, uma dos companheiros de Santo Inácio. Aqui celebrou São Francisco Xavier a última missa antes de partir para o Oriente.

Desfrute um pouco da Rua Marques de Ponte Lima. Visite a igreja de São Cristóvão onde poderá encontrar 35 telas Bento Coelho da Silveira, do século XVII. Admire o que aí encontra! Espante-se! Reze! Está na Mouraria.

 

Padre Edgar Clara

Pároco de Castelo, Santiago, Santo Estêvão, São Cristóvão, São Miguel e do Socorro

 

 

 

 

 

Um roteiro turístico cultural

O tempo de férias, sendo tempo de descanso, pode ser também tempo de enriquecimento cultural. E há muita gente que o aproveita com esta finalidade. Sugerimos um roteiro cultural, à volta da cidade de Portalegre, centrado em três polos principais: Portalegre; Castelo de Vide e Marvão; Crato e Flor da Rosa. Cada polo pode ser visitado por si mesmo. Os três exigem estadia mais prolongada, se o passeio turístico não for feito a correr.

A cidade de Portalegre oferece múltiplos centros de interesse. Antes de mais, a catedral (séc. XVI), com os seus 12 altares – dos quais sobressai o altar-mor – com mais de cem pinturas a enriquecê-los, expondo mistérios fundamentais da fé cristã, obra de reconhecidos autores da época, com as numerosas imagens que manifestam as devoções dos fiéis, a sacristia principal com o seu mobiliário e azulejos, os azulejos do corpo central da Sé (séc. XVII), os claustros inacabados com a sua cisterna, a capela de S. Tiago e as salas capitulares (séc. XVIII). A Igreja paroquial de S. Lourenço e a Igreja do Senhor do Bonfim (1721) são outros espaços a visitar (infelizmente, 

 

fechadas a maior parte do dia). A cidade oferece ainda aos visitantes diversificados museus – o museu municipal, no edifício do primeiro Seminário da diocese (séc. XVI-XIX), junto à Sé, e no qual hoje se integra também a Câmara episcopal brasonada (séc. XVIII), o museu José Régio, o museu da Igreja de S. Francisco, o museu Guy Fino (das célebres Tapeçarias de Portalegre) – as diversas casas brasonadas, as fontes espalhadas pela cidade, as muralhas. (Os museus estão fechados na Segunda-feira). O convento de S. Bernardo (séc. XVI, Monjas Cistercienses), dada a sua actual ocupação (formação dos futuros soldados da GNR), só poderá ser parcialmente visitado mediante prévia autorização.

Um segundo núcleo turístico sugerido é constituído pelas vilas de Marvão e de Castelo de Vide, a cerca de 25 km de Portalegre. Quanto a Marvão, destacamos: o cruzeiro, à entrada da Igreja de N. Senhora da Estrela (Misericórdia), o museu municipal, as muralhas, o casario e o castelo. As Igrejas só poderão ser visitadas, mediante marcação combinada com o Pároco. Na vila de Castelo de Vide, 

 

 

 

 

chamada a ‘Sintra do Alentejo’, os turistas poderão visitar, nomeadamente: a Igreja matriz de Santa Maria da devesa e nesta o significativo museu paroquial, há poucos anos inaugurado mas muito visitado, a Igreja de S. João, logo ali à mão, a Fonte da Vila, a sinagoga, o castelo com o seu burgo, e a Sudoeste, a ermida de N. Senhora da Penha. Entre Portalegre e Marvão ou entre Castelo de Vide e Marvão, conforme a direcção, na paróquia de S. Salvador da Aramenha, fica a célebre vila romana de Amaia, testemunha dos recuados tempos das nossas origens.

 
O terceiro núcleo centra-nos na Vila do Crato e na pequena paróquia de Flor da Rosa (ambas a cerca de 25 km de Portalegre). Na primeira, vale a pena visitar o museu Padre Belo, que ali foi pároco e, desde os tempos de jovem seminarista, coleccionou especialmente imagens do Menino Jesus, bem como a Igreja matriz de N. Senhora da Conceição. Flor da Rosa, a 2 km do Crato, foi sede do mosteiro e fortaleza da Ordem Militar do Hospital de S. João de Jerusalém, recuperado no limiar do primeiro quartel do 
 

 

 

século XX, depois das ruínas de 1897. Aqui se encontra o túmulo de D. Fr. Álvaro Gonçalves Pereira, pai de São Nuno de Santa Maria, o celebrado Santo e herói de Aljubarrota, D. Nuno Álvares Pereira que, renunciando à glória do mundo, se fez frade humilde ao serviço dos mais pobres. 

 

 

 

 

Um símbolo chamado Clérigos

Portugal em geral, a região norte e muito em particular a cidade do Porto, vivem tempos de grande euforia em matéria de turismo, de facto cresce de dia para dia o número de visitantes, nacionais e estrangeiros, que nos visitam.

A cidade do Porto mais do que duplicou dormidas e passageiros no aeroporto desde 2004, ano em que recebeu o campeonato europeu de futebol.

Um dos principais motivos para este ‘boom’ no número de visitantes foi a introdução de rotas ‘low cost’ no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. De acordo com a empresa ANA, “importa referir o excelente desempenho da Ryanair, EasyJet, Transavia e Lufthansa, sendo que cerca de 65% do tráfego no aeroporto do Porto foi operado pela Ryanair e pela TAP Portugal”. Factor igualmente 

 

determinante foi a conquista, pelo segundo ano, do European Best Destinations (EBD), competição promovida pela European Consumers Choice, organização sem fins lucrativos de consumidores e especialistas, com sede em Bruxelas.

Mas a cidade tem que estar preparada para o dia seguinte, quem nos visita hoje deve partir com vontade de regressar, mas acima de tudo, deve ter vontade de passar a mensagem de que - vale a pena conhecer o Porto.

Para os turistas temos de oferecer conteúdos, atividades culturais, recreativas, de lazer, gastronómicas e outras. A cidade tem que se adaptar aos vários targets, jovens e menos jovens, classe A ou C. As instituições têm que se questionar, constantemente, repensando o serviço que oferecem, alterando 

 

 

 

 

 

 

horários e atualizando programação. No entanto, não podemos, nem devemos, esquecer os que cá vivem, os nossos vizinhos, os nossos conterrâneos e procurar formas de parceria para que todos possam beneficiar desta feliz e bem-vinda invasão.

Neste contexto, a Irmandade dos Clérigos, através da sua Igreja e Torre, posiciona-se como um dos principais pontos de interesse, local de visita obrigatória, dando um forte contributo em matéria de conteúdos cultuais, culturais e de lazer.

A reabertura ao público em 12 dezembro de 2014, permitiu oferecer à cidade e ao mundo, a Igreja, o Edifício Central e a Torre, totalmente recuperados e adaptados de forma a dar as melhores condições de segurança, permitindo um melhor usufruto da visita. São muitas as razões que fazem da Igreja e da Torre

 

 

 

 dos Clérigos o Ícone do Porto, estatuto que ganhou novo dinamismo nos últimos tempos.

Concertos diários de órgão na Igreja (evento único no país); Abertura da Coleção Christus, onde é possível apreciar um conjunto de obras que permitem ao visitante fazer uma viagem pelo tempo e pelo espaço, pela imagem e pela devoção, associados à imagem de Cristo e de toda a simbologia à mesma ligada; A abertura, pela primeira vez em 250 anos, do Salão Nobre, Enfermaria, Sala do Despacho, Sacristia, onde é possível observar peças do espólio da Irmandade; A nova iluminação da escadaria da Torre e os novos elementos de segurança, tornando o percurso mais fácil e permitindo fruir da fantástica vista de forma tranquila e segura; A abertura da Torre entre as 19h e as 23h, tornando-a no único monumento nacional (pelo menos do Porto) a permitir, diariamente, a visita noturna e possibilitando observar o pôr-do-sol e a iluminação das cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, numa vista exclusiva e privilegiada da ribeira até à foz, como canta o portuense Rui Veloso.

Estas são algumas das razões que explicam os motivos de uma visita, mas também o sucesso e o número de 1 milhão de visitantes.

Gostaria ainda de referir a importância

 

da nossa equipa, orientada para o turismo e para o turista, prestando um serviço de acolhimento e de acompanhamento de excelência.

Por fim, e muito importante, gostaria de destacar que este elevado número de visitantes permite que mantenhamos em perfeitas condições este fantástico legado, património que nos foi deixado pelas gerações anteriores. Permite que estejamos constantemente a criar novos conteúdos para a cidade. Permite-nos cumprir, hoje, os fins para os quais foi criada a Irmandade dos Clérigos: garantir o funcionamento sustentável da Casa Sacerdotal da Diocese do Porto. Estarmos presentes na velhice e na doença dos “Clérigos” que colocaram as suas vidas ao serviço da Cidade e Diocese do Porto. Mas permite também que possamos ser solidários. Na nossa programação temos incluído os fins-de-semana solidários, onde a receita de bilheteira de 3 dias reverte, na sua totalidade, para outras instituições. Foi assim em abril com o Instituto Português de Oncologia - Porto, está a ser assim em julho com a Liga dos Bombeiros Portugueses e se Deus quiser será assim com muitos outros.


Estamos de braços abertos à vossa espera.

Padre Américo Aguiar

Presidente de Irmandade dos Clérigos

 

 

A Sé e o Museu

Situados em pleno coração do Ribatejo, a Catedral e o Museu Diocesano de Santarém constituem ponto de paragem para quem pretende conhecer um pouco melhor a lezíria e esta antiga vila realenga, agora capital de distrito.

O complexo catedralício oferece ao visitante a possibilidade de viajar no tempo, revisitando vestígios do paço real medievo, a grande presença jesuíta marcada na arquitetura e programa iconográfico, os conturbados momentos das invasões francesas e lutas liberais, a vivência do Seminário Patriarcal, chegando ao pleno século XX aquando da criação da diocese de Santarém e a elevação da igreja de Nossa Senhora da Conceição a Catedral.

O espólio museológico proveniente das diversas paróquias da Diocese é o grande desafio pastoral e evangelizador do séc. XXI. Inaugurado em setembro de 2014, constitui-se de peças raras e desconhecidas, desde o séc. XIII até ao XIX, sendo testemunho da fé do povo ribatejano, bem como

 

das diferentes influências culturais e artísticas de que a arte é reveladora.

O circuito museológico inclui visita à catedral, sacristia e museu. Caso nos visite em grupo ou às segundas-feiras pelas 15h00 poderá ainda fruir de visita acompanhada e acesso ao corredor nobre.

Venha descobrir as estórias dentro da História!

Devido à sua localização, o museu diocesano de Santarém integra-se na rota de importantes peregrinações, como o Caminho de Santiago, Fátima, Santíssimo Milagre. Mas se o motivo da viagem é outro, são muitos os atrativos da cidade e da região envolvente.

Destaque para a igreja de Santa Maria da Alcáçova, reaberta desde o passado dia 25 de julho, junto às Portas do Sol, miradouro de excelência sobre o Tejo, convento de S. Francisco, igreja da Graça expoente do gótico e onde está sepultado o navegador da expansão Pedro Álvares Cabral ou para a exposição “Modos, Medos e Mitos no tempo de Cabral” patente na Casa 

 

 

 

 

do Brasil e que contempla peças cedidas pelo Museu Diocesano.

Santarém – “um livro de pedra” nas palavras do escritor Almeida Garrett, plena de história, com ocupação desde a idade do ferro e onde o património religioso é preponderante, oferece ao visitante um centro histórico com comércio tradicional e uma gastronomia rica, onde o turismo enológico ocupa lugar sobranceiro!

A paisagem natural envolvente permite ainda experiências, como cruzeiros no Tejo, observação de aves ou passeios a cavalo.

Alexandra Xisto

Museu Diocesano de Santarém

 

 

 

 

 

 

Santuário
de Cristo Rei

No Santuário de Cristo Rei, para além da maravilhosa vista sobre a cidade de Lisboa, Sintra, Cabo Espichel e Serra da Arrábida e parte da Península de Setúbal, descobre-se através das várias obras de arte expostas, quer no interior quer no exterior do monumento, os grandes mistérios da fé cristã.

Sendo o Santuário dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, o peregrino é também convidado a descobrir a riqueza espiritual associada a esta devoção. Para tal, basta estar atento às várias obras plásticas.

Ao chegar-se ao Santuário, verifica-se um conjunto de obras em curso que visam criar melhores condições para as pessoas que aqui se deslocam. Enriquecer o local para que se torne 

 

 

  

 

cada vez mais num espaço divino de modo a que todos se sintam acolhidos pela presença de Deus.

Estamos a construir a Alameda Pio XII que ligará o Edifício de Acolhimento ao monumento. Esta Alameda terá no seu final um carrilhão de nove sinos.

Embora ainda em construção, existe uma planta exposta junto a estas obras que ajudará a perceber o resultado final dos trabalhos.

Demos o nome de Pio XII à Alameda por ter sido no seu pontificado que o episcopado português fez o voto para construir o Santuário e também lançada a sua 1ªPedra.

Para além disto, a ele se deve a Encíclica “Haurietis Aquas”, o grande documento de referência do magistério da Igreja sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

Do lado esquerdo da Alameda está o Pavilhão do Rosário, em fase de 

 

acabamento, que servirá para acolher os grandes encontros que decorrem no Santuário. Tem capacidade para 600 pessoas sentadas.

Ao longo do miradouro donde se avista a cidade de Lisboa, está a Via Sacra que ajuda os peregrinos a interiorizarem o preço que o Senhor esteve disposto a pagar pela nossa salvação.

No centro do miradouro, junto à antiga Cruz Alta do Santuário de Fátima, está uma imagem do Imaculado Coração de Maria com quatro metros de altura, que de olhos fixos na imagem de Cristo Rei, tal como nas Bodas de Caná, continua a fazer o convite para que façamos o que Jesus nos disser.

Dentro do monumento encontra-se a Sala João XXIII na qual, através dos oito quadros a óleo, somos convidados a descobrir a doutrina

 

 

 

 

associada à Encíclica “Pacem in Terris”.

A Capela de Nossa Senhora da Paz, para além da belíssima escultura de Mestre Leopoldo de Almeida, está enriquecida por várias obras de arte, dentre as quais destacamos o retábulo da capela-mor, uma alusão à estreita ligação entre este Santuário e o Santuário de Fátima, bem como ao Vaticano.

No lado direito da Capela-Mor está a sala dedicada à Misericórdia, tendo vários quadros alusivos a este tema.

Subindo o elevador, a oitenta e quatro metros de altura, encontramos a Capela dos Confidentes do Coração de Jesus. Nela encontramos as relíquias de alguns santos ligados a esta espiritualidade.

No terraço, poderá ser contemplada a vista deslumbrante com um raio de mais de 40 quilómetros.

 

 

No final da visita, para retemperar as forças, está uma excelente esplanada no recinto onde o peregrino poderá comer e beber algo.

Temos ao dispor uma excelente arborização que, para além de várias espécies, destacamos as 540 oliveiras centenárias. Junto delas estão os parques de merendas, com mesas e bancos.

Se nunca visitou este local, ou há muito tempo que não o faz, não hesite em fazê-lo este Verão.

Mais que contemplar a paisagem ou apreciar as obras de arte, o convite é sempre para o encontro com Deus que se manifesta de todos estes modos.

 

Padre Sezinando Alberto

Reitor do Santuário de Cristo Rei

 

 

A princesa do Lima

No alto do Monte de Santa Luzia, ergue-se o Templo-Monumento de Santa Luzia dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Visível a quilómetros de distância, o Templo-Monumento coroa a cidade de Viana do Castelo ou, como os vianenses carinhosamente a apelidam, a Princesa do Lima. Deste local bendito abarca-se um panorama arrebatador, que reúne no olhar do visitante o rio Lima, com o seu bucólico e verdejante vale, e um mar infindo por onde as caravelas vianenses saíram à descoberta de novos mundos. Dali 

 

se contempla o negrume das serras, o salpicado das casas e o bucolismo dos campos. O sublime da Natureza alia-se ao engenho humano, fazendo desta estância um dos destinos mais fascinantes do nosso país.

O Templo-Monumento glorifica o nome de Santa Luzia, advogada da vista a quem o Capitão de Cavalaria Luís de Andrade e Sousa recorre, na extinta capela de Santa Luzia, acometido de uma grave oftalmia. Já convalescido, institui a Confraria de Santa Luzia, como forma de gratificar a graça recebida.

 

 

 

Contudo, é o Sagrado Coração de Jesus o padroeiro do monumento, cuja devoção dos vianenses já vinha desde 1743. Mas foi durante a pandemia da Pneumónica, corria o ano de 1918, que a cidade, chorosa pelos seus entes queridos que haviam perecido, e aterrorizada com a violência de tal flagelo, se consagrou ao Sagrado Coração de Jesus, prometendo subir anualmente em peregrinação ao Monte de Santa Luzia se a pneumónica não ceifasse mais nenhuma vida. Cessada a mortandade, os vianenses fizeram jus ao prometido e rumaram monte acima onde, desde 1904, se construía o templo. Tal promessa ainda 
 
hoje se cumpre, no domingo mais próximo da festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus.

Imbuídas neste espírito, já se realizavam peregrinações, embora sem calendário, desde o século anterior. Foi precisamente durante uma dessas piedosas romagens, por ocasião das Festas d’Agonia de 1894, que o Padre Dias Silvares lançou a ideia de erigir no alto do monte uma estátua ao Sagrado Coração de Jesus, que abençoasse a cidade de Viana do Castelo, o Minho e toda a Nação. Tal proposta foi logo entusiasticamente acolhida, e na mesma altura indicado e admitido o nome do escultor minhoto Aleixo 

insira a foto aqui

 

 

Queiroz Ribeiro para executar a dita obra.

Daí ao Templo-Monumento foi só um passo. Depois de executada a monumental e artística coluna que haveria de servir de suporte à estátua, verificou-se que a mesma 

 

não conseguiria suportar a sua posição fortemente inclinada para frente. Então, a estátua foi colocada num pedestal em frente à dita capelinha de Santa Luzia, que só seria demolida em 1926. Aproveitando a majestosa coluna, Miguel Ventura Terra, um dos maiores arquitetos do seu tempo, idealizou uma coluna igual para as implantar diante do templo a construir e servir de suporte a dois anjos. Entre essas duas colunas, Ventura Terra riscou o projeto de um magnífico templo, cuja beleza e magnificência é apenas igualável pela paisagem onde este se insere.

As obras de construção iniciaram-se em 1904, tendo-se desenvolvido animadamente até à proclamação da República, data a partir da qual esmoreceram como consequência do conturbado contexto político e social, e ainda mais abrandaram durante a I Guerra Mundial. Entretanto, o arquiteto Miguel Nogueira, que 

 

 

 

tinha sido aprendiz de Ventura Terra, assume a direção das obras no ano de 1925, ficando encarregue de concluir o projeto do seu Mestre, devido ao falecimento deste. No ano seguinte deu-se por concluída a capela-mor do templo, tendo sido aberta ao culto pelo Arcebispo e Senhor de Braga e Primaz das Espanhas. As obras do exterior do templo concluíram-se no final do ano de 1943, e as do interior em 1959. O resultado é uma imponente mole granítica cinzelada e executada pelos mestres canteiros da região dirigidos por Emídio Pereira Lima.

Arquitetonicamente, o edifício apresenta uma planta centrada em cruz grega, de raiz bizantina. À mesma matriz vai buscar a enorme cúpula que coroa o edifício, bem como as pequenas cúpulas que encabeçam as quatro torres, estas já inspiradas no estilo românico, assim como a decoração que serpenteia pela fachada do edifício. De gosto gótico são as enormes rosáceas, as maiores da Península Ibérica, emoldurando os belos vitrais que inundam com luz e cor o interior da igreja. Aqui dentro, dois anjos, da autoria de Leopoldo de Almeida, oferecem os escudos de Portugal e de Viana do Castelo ao   

 

Sagrado Coração de Jesus, uma réplica da estátua bronze da entrada, esculpida em mármore de Vila Viçosa por Martinho de Brito. A atenção popular e a devoção dos vianenses é dirigida à imagem do Sagrado Coração de Jesus que veio do convento dos Crúzios, e para imagem de Santa Luzia que, juntamente com a da Senhora da Abadia, vieram da capela que antecedeu o templo. E, já que falamos de imagens, a de Nossa Senhora de Fátima merece atenções especiais por parte do povo crente, tanto lusitano como galego.

O altar-mor em granito e mármore, e os altares laterais, dedicados a Santa Luzia e à Senhora da Abadia, foram esculpidos pela mão de Emídio Lima, assim como os púlpitos de linhas ondulantes, cujo desenho é de Miguel Nogueira. As três rosáceas foram executadas pela oficina lisboeta Ricardo Leone. Os frescos que rodeiam a abside da capela-mor e a cúpula da mesma, representam respetivamente, parte das estações da Via-Sacra e a Ascensão de Jesus, da autoria de Manuel Pereira da Silva, natural de Avintes, Vila Nova de Gaia. E, finalmente, o sacrário de prata foi cinzelado pelo mestre ourives portuense Filinto Elísio de Almeida.

www.templosantaluzia.org

 

 

São Leonardo de Galafura

No alto do monte situado a Este da povoação de Galafura (União das Freguesias de Galafura e Covelinhas), no concelho do Peso da Régua, a 566 metros de altitude, situa-se uma pequena ermida que tem por patrono São Leonardo. Esta ermida pertence à Paróquia de Galafura, que faz parte do Arciprestado do Douro I, da Diocese de Vila Real

O panorama que se avista deste miradouro é deslumbrante e 

 

 

abre-nos os horizontes das duas margens do rio Douro, apanhado a meio da sua caminhada em Portugal, mostrando-nos duas facetas da Região Demarcada do Douro: a paisagem agreste e os socalcos suportados por muros de xisto, obra de muitas décadas dos homens fortes desta região e de outros vindos de terras portuguesas e galegas. A Oeste, impõe-se ao longe, em toda a sua majestade, a fortaleza imensa que 

 

 


 

é a Serra do Marão, aquela que é a porta de entrada do Reino Maravilhoso.

Seguindo a simbologia dos lugares altos, onde nos sentimos mais perto de Deus, o povo cristão ergueu no alto do monte a ermida de São Leonardo e desde tempos remotos aquele lugar é frequentado por muitos romeiros. 

Mas foi sem dúvida o grande escritor Miguel Torga que deu um contributo decisivo para tornar o Monte de São Leonardo conhecido em todo o mundo. No Diário XII ele chama a este lugar “um excesso da natureza” e lá podemos também ler e declamar

 

 o seu célebre poema intitulado SÃO LEONARDO DE GALAFURA:

 

À proa dum navio de penedos,

A navegar num doce mar de mosto,

Capitão no seu posto

De comando,

S. Leonardo vai sulcando

As ondas

Da eternidade,

Sem pressa de chegar ao seu destino.

Ancorado e feliz no cais humano,

É num antecipado desengano

Que ruma em direcção ao cais divino.

 

 

 

 

 

 

 

 

Lá não terá socalcos

Nem vinhedos

Na menina dos olhos deslumbrados;

Doiros desaguados

Serão charcos de luz

Envelhecida;

Rasos, todos os montes

Deixarão prolongar os horizontes

Até onde se extinga a cor da vida.

 

Por isso, é devagar que se aproxima

Da bem-aventurança.

É lentamente que o rabelo avança

Debaixo dos seus pés de marinheiro.

E cada hora a mais que gasta no caminho

É um sorvo a mais de cheiro

A terra e a rosmaninho!

 

Além da paisagem arrebatadora, existem também, no terreno à volta da capela, restos de poços romanos e uma gruta onde teria vivido a moura lendária Dona Mirra.

Estas são razões de sobra para visitar neste Verão este recanto paradisíaco da Região do Douro. Os acessos, partindo do Peso da Régua ou de Vila Real, fazem-se pela EN 313 e EM 313-2, passando por Galafura e seguindo depois por uma estrada mais estreita que nos leva até ao alto do monte. Ali existe um parque de merendas e um restaurante.

Padre Manuel Coutinho

Diretor do Centro de Cultura Católica

 

 

 

 

Santuário / Capela de Nª Sª da Esperança

Sátão > São Miguel de Vila Boa > Abrunhosa (Rua Fernando Pais de Magalhães)

Latitude: 40.706.299 / Longitude: 7.739.262

IIP - Imóvel de Interesse Público

VISITAS: sexta a domingo | 10h00 > 12h00  13h30 > 18h00

Outros horários: geral@cm-satao.pt  /  351 232 980 000

 

Esta capela é propriedade da Irmandade de Nossa Senhora da Esperança, que primitivamente se estabeleceu na capela homónima da povoação de Abrunhosa. A construção de um templo próprio ocorreu a partir da segunda década do século XVIII e por volta de 1770 o novo espaço religioso estava concluído, nas vertentes arquitectónica e decorativa, resultando um conjunto magnificente e com uma peculiar unidade estilística. Para a concretização deste arrojado projecto terá sido determinante o mecenato do cónego Luís Bandeira Galvão, sepultado na capela-mor, ao centro, como testemunham a inscrição e as armas da respectiva pedra tumular.

Exteriormente evidencia-se a simplicidade arquitectónica, 

 

impondo-se pelo contraste da cor alva das superfícies parietais com o amarelado do granito, que demarca as molduras das aberturas, dos cunhais e das cornijas, sendo todos estes componentes desprovidos de qualquer ornato. O despojamento exterior e a simplicidade dos volumes contrastam em absoluto com o interior, onde a componente arquitectónica se encontra integralmente camuflada através da conjugação de diferentes linguagens artísticas, anulando, de modo ilusionista, a exiguidade e os limites do espaço.

A talha, as esculturas, os painéis de azulejos e a pintura enformam uma articulação compositiva que anula ficticiamente o carácter estático da arquitectura, alcançando a dinâmica e ampliação características do barroco. Não obstante tratar-se de um espaço religioso pertencente a uma Irmandade, localizado numa pequena povoação profundamente marcada pela ruralidade, presenciamos a aplicação do conceito do bel composto (obra de arte total) característico do barroco.

A talha, toda de estilo barroco joanino, desempenha um papel determinante

 

 

 

na constituição da cenografia de aparato para a celebração da eucaristia e outros momentos de adoração e de oração. Encontra-se aplicada não só nos retábulos, mas também na abóbada de caixotões, nos gradeamentos, nas sanefas, no púlpito e no arco-cruzeiro. A utilização da talha não se confina ao espaço da celebração, está também presente na sacristia, concretamente nas sanefas das aberturas, no espaldar do arcaz (emoldurando pinturas com o Ciclo da Paixão de Cristo), nos caixotões e no lavabo. No coro-alto a arte da talha está presente no gradeamento, no cadeiral de banco corrido, na estante de coro e no órgão, obra do conceituado mestre organeiro Francisco António Solha (1768).

Os azulejos também assumem uma presença relevante neste espaço religioso. No pórtico possui um lambril de azulejos de figura avulsa. Os silhares de azulejos que revestem as paredes do corpo e da capela-mor formam um conjunto figurativo, de estilo barroco, com vários quadros em perspectiva, de temática profana, que se sucedem e contribuem manifestamente para a dinamização espacial. Foram executados por volta de 1730, na oficina de um dos mestres mais conceituados do reino, Teotónio dos Santos. Na sacristia possui dois painéis de azulejos, também barrocos, mas com menor qualidade  compositiva e formal, que 

 

representam a Entrada de Cristo em Jerusalém e a Última Ceia.

A pintura tem também uma presença muito significativa, aplicada sobre diferentes suportes e com características formais diferenciadas. Na nave a abóbada e as paredes laterais apresentam pintura em perspectiva sobre madeira, fruto dos pincéis do artista italiano Pascoal Parente, executada em 1763, representando as Virtudes Teologais e as Virtudes Cardeais, enquadradas por pórticos. O intradorso do arco-cruzeiro ostenta pintura com inscrições bíblicas. Na capela-mor, nas paredes laterais, dispõem-se cinco telas com iconografia mariana e, nos painéis de madeira do tecto artesoado sucedem-se as várias cenas do Cântico dos Cânticos.

O programa decorativo desta capela terá assumido especial importância na transmissão aos fiéis dos princípios dogmáticos e dos modelos de uma vida verdadeiramente cristã. Muitos dos elementos figurativos, dos símbolos e das inscrições inserem-se num diagrama simbólico de glorificação da Virgem, materializando um hino de louvor à Rainha do Céu.

Esta vertente catequética foi reforçada neste espaço através da inserção de múltiplas inscrições bíblicas e de representações figurativas, densas de simbolismo.

Departamento dos Bens Culturais

Diocese de Viseu

 

 

 

Na fronteira natural entre a França e o Reino Unido migrantes
tentam a sorte por uma vida melhor. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Precisamos de trabalhar em estreita parceria com os franceses e com as várias empresas mas é preciso reconhecer a origem deste problema que consiste em pessoas atravessarem o Mediterrâneo à procura de uma vida melhor. É preciso lidar com a origem desta questão.” David Cameron, primeiro-ministro britânico. [Euronews, 30/07/2015]

 

 

 

 

 

 

 


O nome do caçador que matou o leão Cecil, um dentista norte-americano, “tornou-se numa das hashtags mais citadas no Twitter e no Facebook”
(Público, 29/07/2015)

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Esta jornada será, num certo sentido, um jubileu da juventude, chamados a refletir sobre o tema ‘felizes os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia’. Convido os jovens de todo o mundo a viver esta peregrinação.” Papa Francisco sobre a Jornada Mundial da Juventude de 2016, em Cracóvia, Polónia. [Agência Ecclesia, 26/07/2015]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os 25 mais ricos de Portugal têm um património avaliado em cerca de 14,7 mil milhões de euros, o que corresponde a 8,5% do PIB nacional (173 mil milhões de euros). Revela a revista Exame na edição de agosto.

 

 

 

 

 

Comunicação e Liturgia

O Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica analisou este ano o tema ‘A Comunicação na liturgia’, contando com mais de 1100 participantes.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. José Cordeiro referiu que, ao integrar as novas realidades e as novas formas de comunicar, a liturgia torna-se “mais participativa por todos” porque é na participação ativa, consciente, que “se vê como essa comunicação é em si mesma”.

No contexto da transmissão das celebrações pela televisão e rádio, o presidente da Comissão Episcopal da Liturgia reconhece o seu alcance para quem “não pode estar a vivê-las in loco e em ato” mas alerta que “não podem ser substituídas” pelas que são a “própria realidade” da celebração.

Para o padre Pedro Ferreira, diretor do Secretariado Nacional de Liturgia, as novas tecnologias podem ter sido o pretexto para falarem da liturgia “enquanto comunicação” mas a “atenção centra-se essencialmente no que na liturgia é comunicação”.

“A comunicação é a essência da liturgia. Na prática nós ficamos a 

 

saber quem é Deus que se manifesta e quem somos nós”, acrescenta.

A conferência de abertuda do 41º Encontro de Pastoral Litúrgica foi feita pelo jornalista e professor de Liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico de Santo Anselmo, em Roma, padre Bruno Cescon, que referiu que a liturgia é um “grande sistema de comunicação global para a modernidade”.

Para o padre Bruno Cescon, a liturgia “é sempre instrumento fundamental de diálogo, de comunicação com o mundo, com a cultura moderna”.

Para o conferencista, a liturgia “comunica por ritos e preces” e transmite “valores alternativos à sociedade”.

 

 

 

 

Tratar os dentes na paróquia

A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, na Diocese de Setúbal, inaugurou uma Clínica Social Dentária, esta sexta-feira, para trazer “mais dignidade” e “alegria” à vida de quem por inúmeras razões não consegue tratar da sua saúde oral.

“No fundo é para trazer mais dignidade à vida das pessoas que fizemos avançar o projeto, que acreditamos nele e que fizemos nascer com o apoio de tantas pessoas”, revela o padre Constantino Alves.

À Agência ECCLESIA, o pároco da igreja de Nossa Senhora da Conceição destaca também motivações humanistas, “porque ninguém pode ficar insensível ao sofrimento e aos dramas dos outros homens”, e razões da fé e do Evangelho subjacentes ao projeto da Clínica Social Dentária (CSD).

“Se o cristianismo perder o sentido da solidariedade é como termos uma religião sem o próprio Cristo. Que os pobres devem estar no centro da Igreja”, recorda ainda o sacerdote 

 

sobre os apelos do Papa Francisco.

O padre Constantino Alves explica que a ideia surgiu em conversa com o atual diretor clínico – o cirurgião José Rafael – e um colaborador da paróquia, em setembro de 2014.

Neste momento, a CSD já tem seis dentistas voluntários, que o diretor clínico conseguiu “interessar e envolver”, mas o padre Constantino Alves apela a que mais médicos “abracem” esta iniciativa e prestem algum serviço de voluntariado porque “vão-se sentir felizes”.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Escuteiros de todo o mundo no Japão

O presidente do Comité Mundial da Organização Mundial do Movimento Escotista desafiou os 35 mil participantes no Jamboree no Japão encontrem “soluções para desafios” universais como “pobreza, mudanças climáticas, falta de educação”.

“Quando nos encontramos num Jamboree, descobrimos a necessidade de trabalharmos juntos para encontrarmos soluções para os desafios que nos afetam a todos, como a pobreza, as mudanças climáticas, a falta de educação, e muitos outros”, disse João Armando Gonçalves na abertura do Jamboree, a decorrer no Japão

O responsável mundial, de nacionalidade portuguesa, destacou que o Jamboree é também uma “oportunidade” de estarem “mais atentos aos desafios” e a explorarem a forma de poderem contribuir para os ultrapassarem nas respetivas “comunidades e no mundo”.

“Isto, sim, é criar um Mundo Novo”, frisou João Armando Gonçalves.

“Como vocês, sinto-me privilegiado por estar aqui a viver esta oportunidade rara. Estamos num campo no Japão, mas é como se o

 

 mundo todo estivesse aqui, a viver connosco”, destacou aos 34 mil escuteiros, de mais 150 países e territórios, que até ao dia 8 de agosto têm como objetivo a partilha, o convívio e a troca de experiências e vivências no Jamboree.

Foi com as palavras de ordem – “Vamos começar!” - do chefe de campo que o 23º Jamboree, acampamento mundial de escoteiros, iniciou no dia 28 de julho em Yamaguchi.

O blog na internet do Contingente Português no Jamboree revela que o momento “mais aguardado” em todas as cerimónias destes acampamentos é quando começam a desfilar as bandeiras de todos os países participantes.

Uma apresentação que apesar de “prolongada”, “porque cada país desfilou individualmente”, houve “aplausos dos participantes” que tanto “puxaram pelo seu país como respeitaram, em silêncio”, a apresentação de todos os outros.

“Provas de um respeito e unidade que não deixa ninguém indiferente”, acrescenta o Contingente Português.

A chefe do contingente português 

 

 

 

 

 

 

 

 

comentou que o ambiente de abertura do Jamborre “estava fantástico, sentia-se no ar a antecipação e a energia”.

“Não interessa a língua que se fala pois aqui estamos todos em comunhão com algo que nos une – os princípios e ideais do escotismo”, declarou Ana Ferreira.

Os 435 escuteiros católicos

 

 lusos que estão no Japão formam o maior contingente português de sempre num acampamento mundial fora da Europa.

O Jamboree Mundial realiza-se de 4 em 4 anos, os escuteiros devem ter entre 13 e 17 anos e apenas podem participar uma, depois só podem participar como voluntários.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Papa Francisco é capa da revista «National Geographic» de agosto

 

 

 

O Papa inscreveu-se na Jornada Mundial da Juventude

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas        Editorial   Catálogo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas

 

 

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Sem tempo para ser pessoa

  LOC/MTC    
  Movimento de   

  trabalhadores Cristãos   

 

 

A LOC/MTC Movimento de Trabalhadores Cristãos, tem como pedagogia, o método de Revisão de Vida, em três etapas: o Ver, o Julgar e o Agir. Método que anima as reuniões dos grupos de base da LOC/MTC.

Alguns exemplos que constam de recentes Revisões de Vida na etapa do Ver:

- Trabalhadora de um supermercado, com 62 anos de idade sujeita a pressão psicológica. Não aguentou mais a pressão e viu-se forçada a antecipar a reforma mas lamenta porque sente que ainda tinha muita energia para trabalhar.

- Jovem a trabalhar num Call Center, sujeita a grande pressão psicológica e pressão pelas vendas. Com frequência prolongam-lhe o horário sendo avisada apenas no dia anterior e na folha do salário aparecem descontados como falta os dias de folga e dias de férias gozados o que obriga os trabalhadores a fazerem um apertado controlo.

- Trabalhador desempregado há algum tempo, em vias de perder a casa onde habita com a sua esposa e um filho pequeno. Apareceu-lhe um trabalho que agarrou com todas as forças. Ao chegar ao fim do turno, pica o cartão para sair, mas efetivamente é pressionado a continuar a trabalhar, chegando a fazer de 14 a 16 horas diárias, recebendo apenas por um turno.

- Trabalhadora numa IPSS que sempre que a colega não chega para a substituir, é obrigada a fazer o turno seguinte, que pode ser o da manhã, o da tarde ou o da noite, fazendo assim cerca de 16 horas seguidas.

 

 

 

- Trabalhadora em empresa de segurança, efetiva há 7 anos, que com frequência lhe é mudado ou prolongado o horário com aviso na hora. Ela vai reagindo. Defende que quer ter vida e faz questão que pelo menos uma das refeições do dia seja em família. Não quer viver apenas no trabalho.

Operária têxtil, “Na produção há muita pressão, os horários de trabalho não deixam tempo livre para sermos pessoas, o trabalho tinha que ser mais dividido, passo a vida no trabalho, tenho filhos mas não sou eu que os crio”.

Enfermeira “Estar desempregada é horroroso! A mim faltava-me o papel

 

 para escrever todas as consequências do desemprego: dores no estômago, angústias, vómitos, transtornos psíquicos, depressão, ansiedade, sentimento de inutilidade, ausência de reconhecimento social, isolamento progressivo e até tendências suicidas. Fiquei completamente destroçada”.

As situações apresentadas são reveladoras das armas que se utilizam contra os trabalhadores: controlo, pressão, chantagem e ameaças de todo género.

 A falta de trabalho e a ambição do lucro estão a permitir as situações que empurram os trabalhadores para novas formas de escravatura.

 
 

 

Voluntariado e serviço aos necessitados

 

 

 

 

Para que aqueles que colaboram no campo do voluntariado se entreguem com generosidade ao serviço dos mais necessitados. 

 

[Intenção universal do Santo Padre para o mês de Agosto]

 

 

 

1. O voluntariado é, actualmente, uma das faces mais visíveis do dinamismo de qualquer sociedade civil. Seja inserido na actividade de Organizações Não Governamentais (ONG’s), seja de modo mais informal, é cada vez mais comum encontrar gente, sobretudo jovens, que dedica parte do seu tempo, ou mesmo a totalidade, durante alguns anos, a acções de voluntariado, nas áreas mais diversas.

 

2. Uma dessas áreas de intervenção é o trabalho com os mais desfavorecidos da sociedade, devido à pobreza material ou à marginalização (e, com frequência, pobreza e marginalização andam juntas). Nesta área, assumem relevo particular as instituições de voluntariado de inspiração evangélica, que procuram responder ao mandamento do amor ao próximo, concretizando aquilo que, tradicionalmente, se conhece como “obras de misericórdia”.

 

3. Importa lembrar – porque é frequentemente esquecido, até por gente da Igreja – que este serviço voluntário aos mais pobres é uma marca distintiva do Cristianismo. Afinal, “para a Igreja, a caridade não é uma espécie de actividade de assistência social que se poderia até deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência” (Bento XVI, Deus caritas est, 25). Foi assim nos começos e foi-o ao longo dos séculos, mesmo se, em cada tempo, este serviço tomou as roupagens culturais próprias da época. Importa, por isso, não olhar com sobranceria para

 

 

 

 

a história da Igreja, como se apenas nos últimos anos os cristãos tivessem começado a descobrir o serviço voluntário aos mais necessitados e precisassem, sobre isto, de receber lições da sociedade civil. Pelo contrário, esta aprendeu com a Igreja o valor do serviço voluntário e desinteressado...

 

4. O Papa Francisco pede uma entrega generosa aos mais necessitados por 

 

parte de quem se dedica ao voluntariado. Oxalá todos escutem o seu apelo, de modo particular os cristãos, dando assim continuidade ao exemplo de serviço voluntário em favor dos pobres que receberam de gerações de cristãos, ao longo de dois mil anos.

 

Elias Couto

 

 

Serenidade e tempo

  Miguel Oliveira Panão   

  Professor Universitário   

 

A serenidade do lago permite o reflexo da montanha contemplada há muito por uma flor em baixo na companhia perene de uma árvore. Porém, se rodarmos 90° à esquerda podemos ver também a forma de  uma ampulheta, acariciada pela "mão" de uma nuvem e seu reflexo, que metaforicamente representa o tempo. Tempo que a natureza levou para ser o que é. Montanha que conhece o uivo do lobo como ninguém. Glaciar que deu vida ao lago fértil de uma imensidade de espécies de peixes. Ao contemplar esta paisagem, ouvi algo que há muito esquecera de ouvir ... o canto dos pássaros.

 

 

Jovens seguros online

http://www.jovensonline.net

 

A última proposta antes das férias grandes passa pela sugestão de um sítio que aborda a temática da segurança nos seus mais variados ramos. Este serviço online é baseado no sítio “Escola com informações seguras”, desenvolvido em 2005 para o Dia Nacional Finlandês das Informações Seguras.

A Microsoft Portugal “entende que uma das suas principais prioridades são as questões da segurança e privacidade dos utilizadores das tecnologias de informação e, por isso, muito do seu trabalho e empenho têm em vista a promoção de uma utilização mais segura da Internet, sobretudo pela comunidade educativa”. Esta gigante do software “enquanto entidade integrante do consórcio Internet Segura, adaptou em conjunto com a DGIDC/ECRIE este curriculum, considerado como uma boa prática a nível europeu, destinado a alunos, professores e encarregados de educação”. Assim este “sítio assume-se como mais um instrumento do projeto para a disseminação de informação para

 

uma utilização segura da Internet, disponibilizando conselhos, planos de aulas, testes e cenários interativos”.

Na opção “recursos para alunos”, crianças e jovens podem “ficar a saber como utilizar as informações de forma segura através de histórias animadas e interativas. Além de informações sobre a segurança dos dados, as histórias também incluem algumas atividades”. Esta é uma área com bastante interesse dado todos os conteúdos teóricos são ministrados de uma forma bastante lúdica, utilizando para isso o jogo e as histórias interativas. Apesar de a ideia ser muito antiga e que trouxe até aos dias de hoje contos infantis que ainda guardamos na memória, o conceito base passa por usar histórias para transmitir conhecimentos, onde o bem e o mal estão presentes, ajudando assim a solidificar os conceitos.

Em “questionários”, somos convidados a testar os nossos conhecimentos sobre questões relacionadas com a segurança das informações, podendo escolher a faixa etária que mais se enquadra.

Ao aceder a “recursos para professores” encontramos um

 

 

 

 

 

 

conjunto bastante interessante de conteúdos que ajudam o professor a discutir com “os alunos as questões relacionadas com a segurança das informações”, a “encontrar informações sobre o modo como os jovens utilizam a Internet” e ainda a descobrir “informações sobre a forma como os dados pessoais são utilizados na Internet”.

Por último em “recursos para pais”, dispomos de um conjunto de 

 

 

 

páginas que contêm informações atualizadas sobre como tornar a Internet segura para as crianças. Agregadas por tópicos (segurança na internet, discussões online, direitos das crianças na net, utilização segura de acordo com a idade) todas estas opções têm bastante interesse para pais e educadores em geral.

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

Economia e ética

A mais recente edição da revista ‘Humanística e Teologia’, da Católica Editora Porto, coloca em confronto a “racionalidade económica e as escolhas morais”, a ética sem esquecer a Teologia, um assunto de “grande complexidade e de muita urgência”.

“Deve colocar-se o capital em circulação para financiar a economia e assim superar mais facilmente a crise? Deve a economia mundial assumir perdas resultantes de uma sobreavaliação dos ativos? Está o trabalho humano a ser subalternizado em favor de outros fatores económicos?”, são algumas questões da mais recente edição da revista ‘Humanística e Teologia’.

A editora ligada à Universidade Católica Portuguesa no Porto explica que da resposta decorre um ponto de vista normativo em que “se funda a inevitável exigência de justiça” que as sociedades têm de ter presente para “serem democráticas e humanas”.

Respostas que surgem de uma “pluralidade de opiniões”, tendo a Doutrina Social da Igreja presente, porque sobre um assunto de “manifesta controvérsia” a Teologia

 

 

deve ouvir “antes de falar e fale com coragem depois de ouvir”.

Na nota enviada à Agência ECCLESIA, a Católica Editora Porto informa que os peritos nacionais e estrangeiros em economia e em teologia reuniram-se no Porto onde “expuseram e confrontaram” os seus pontos de vista sobre esta matéria, num encontro em fevereiro e que agora está acessível ao público em geral.

A atualidade do tema “Economia e Ética” é visível, por exemplo, na crise europeia e mundial.

No seu conteúdo, a mais recente edição da revista ‘Humanística e Teologia’, apresenta por exemplo dois artigos de Marciano Vidal ‘Justificación de la moral económica’ e ‘Estado y economía. Del “Estado de bienestar” al “Estado de solidaridad”; Nuno Ornelas Martins refletiu sobre “Pressupostos filosóficos e teológicos da Economia no passado e no presente” e José Manuel Moreira apresentou ‘O mercado é o princípio da ordem social? (Economia de mercado, virtudes e mensagem de Francisco)’.

Numa segunda seção, por exemplo, o professor José Pedro Angélico 

 

 

 

 

apresenta “Experiência religiosa e linguagem teológica. Diálogo inter-religioso e a teologia contemporânea” e o padre Domingos Lourenço Vieira

 

 “O ensino social da Igreja face ao conceito de responsabilidade social da empresa”.

 

 

II Concílio do Vaticano: D. Francisco Rendeiro, o «bispo do sorriso»

 

 

O bispo português, D. Francisco Rendeiro, participou nas quatro sessões do II Concílio do Vaticano (1962-65). Natural da Murtosa (Diocese de Aveiro), este prelado da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) que foi bispo do Algarve e de Coimbra fez 10 intervenções nos trabalhos conciliares.

D. Francisco Rendeiro nasceu a 15 de dezembro e de 1915 e faleceu a 19 de maio de 1971. Durante o seu percurso pastoral, este dominicano foi apelidado de «padre do sorriso» e, depois de ser nomeado bispo coadjutor do Algarve (22 de dezembro de 1952), ganhou o cognome de «bispo do sorriso». No jornal «Novidades» de 22 de maio de 1971, frei José Peirone que privou com ele descreve-o assim: “O trato característico de personalidade fenoménica do padre Rendeiro era um sorriso feito de bondade e cheia de caridade”.

Depois de ter sido sagrado bispo a 12 de abril de 1953, em Fátima, pelo cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, o prelado dominicano foi “um mestre clarividente, sempre atento aos problemas e às necessidades” do seu tempo. Depois da morte de D. Marcelino Franco (03 de dezembro de 1955), o seu pontificado marca “uma fase de intensa renovação da vida religiosa em todas as suas manifestações”, escreveu o órgão da diocese algarvia, «Folha do Domingo», no dia 22 de maio de 1971.

O património artístico e religioso da Diocese do Algarve ficou “profundamente enriquecido e valorizado” e o seminário diocesano foi objeto da “elevada solicitude”, lê-se na mesma edição daquele órgão.

 

 

 

 

A 15 de julho de 1965, o bispo natural da Murtosa foi nomeado coadjutor com futura sucessão de D. Ernesto Sena de Oliveira, bispo de Coimbra. Logo que entrou na diocese, assumiu o encargo “das visitas pastorais às paróquias, insensível à fadiga, visitando em cada domingo duas paróquias, uma de manhã e outra à tarde, sempre com o mesmo zelo e a mesma calma”, cf. «Correio de Coimbra» de 20 de maio de 1971.

Depois dos anos passados em terras algarvias, coube ao D. Francisco Rendeiro iniciar a aplicação dos decretos e constituições promulgadas

 

 no II Concílio do Vaticano na diocese de Coimbra. Assim, a 23 de outubro de 1967, publica o decreto que instituiu o conselho presbiteral e convoca os padres para, por zonas, escolherem os membros representantes para o referido conselho.

Este padre conciliar foi um conferencista “notável”. “Preciso nas ideias e claro no estilo, os seus trabalhos eram escutados com atenção”. Um pastor no verdadeiro sentido da palavra, refere o mesmo órgão de comunicação da Diocese de Coimbra. 

 

 

Julho/agosto 2015 

Dia 31 julho 2015

 

* Vaticano - O Papa Francisco recebe reclusos da Argentina que jogam rugby.


* Lisboa - Igreja de São Roque - Missa de Santo Inácio presidida pelo padre José Frazão Correia, provincial dos jesuítas.


* Leiria - Ourém (Igreja de Nossa Senhora da Piedade) - Concerto Magnificat.


* Faro - Festival Jota (31 de julho a 02 de agosto)


* Algarve – Boliqueime - Férias solidárias promovidas pela Comunidade de Vida Cristã (CVX). (31 de julho a 06 de agosto)


* Itália – Turim - Peregrinação da família salesiana e educadores salesianos (31 de julho a 09 de agosto).


* França – Taizé - O Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, acompanha peregrinação dos jovens a Taizé (31 de julho a 11 de agosto).

 

 

 
Dia 01 de agosto 2015

 

* Faro  - Apresentação do livro «A Estrada do Sol», de Francesco Lorenzi, vocalista e compositor dos «The Sun».


* Espanha – Ávila - Congresso Interuniversitário «Santa Teresa de Jesus, Mestre da Vida» promovido pela Universidade Católica de Ávila. (01 a 03)


* Lisboa – Peniche - Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem (01 a 04)


* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - Mariápolis 2015 promovido pelo Movimento dos Focolares (01 a 04)


* Beja - Santo André - Grupo «Ondjoyetu» em missão no Alentejo (01 a 09)


* Algarve - Quarteira - Missão de verão da juventude doroteia (01 a 09)

 

Dia 02 agosto 2015

 

* Lisboa - Lourinhã (Casa do Oeste) - Campo de formação e férias promovida pela Casa do Oeste (02 a 08)

 

 

 

 

Dia 03 agosto 2015

 

* Fátima - Semana vocacional do Movimento Teresiano do Apostolado (03 a 07)


* Itália – Roma - Peregrinação internacional de acólitos (03 a 07)

 

 

Dia 05 agosto 2015


* Espanha – Ávila - Encontro Europeu de Jovens para assinalar o V centenário de nascimento de Santa Teresa de Jesus. (05 a 09)

 

Dia 08 agosto 2015

 

* Fátima - O Santuário de Fátima promove a iniciativa «Férias para pais com filhos com deficiência» (08 a 14)


* França – Taizé - Peregrinação de jovens a Taizé, para celebrar os 75 anos desta comunidade ecuménica, os 100 anos do nascimento do fundador, Irmão Roger, e o 10º aniversário da sua morte. A peregrinação é acompanhada por D. Manuel Clemente. (08 a 17)

 
 
Dia 09 agosto 2015

 

* França – Taizé - Encontro por uma Nova Solidariedade (09 a 16)


Dia 12 agosto 2015

 

* Fátima - Peregrinação Internacional Aniversária presidida por D. Manuel Linda com o tema «Somos um só corpo». (12 e 13)

 

Dia 16 agosto 2015

 

* Fátima - Centro Catequético - Curso geral de catequese organizado pelo Centro Catequético das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, em colaboração com o Serviço Diocesano de Catequese de Leiria-Fátima. (16 a 23)


Dia 19 agosto 2015


* Fátima - O Santuário de Fátima promove a iniciativa «Férias para pais com filhos com deficiência» (19 a 25)

 

 

 

 

 

 

 

 

Até ao dia 9 de Agosto, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, está a percorrer a Diocese de Lamego. D. António Couto, Bispo da Diocese, sublinha numa nota pastoral que esta visita é “a «via mariana» da simplicidade e da ternura e da proximidade de uma Igreja bela e evangelizadora, «em saída», como quer e pede o nosso Papa Francisco, que caminha apressadamente sobre os montes com o Evangelho no coração e nos lábios, como o mensageiro de notícias felizes de Isaías.

 

Começa hoje em Leiria e termina a 2 agosto, o encontro promovido pelo movimento católico de profissionais «Metanoia» e que terá como tema: «Crer em Deus numa cultura secularizada». Para além desta temática central, desenvolvida pelo dominicano frei José Nunes, no encontro, que decorre no Seminário de Leiria, vários intervenientes vão refletir sobre experiências pastorais.

 

O Festival Jota 2015 começa esta sexta feira em Faro e prolonga-se até 2 de Agosto. A maior iniciativa de música de inspiração cristã em Portugal volta a reunir os principais nomes da música cristã. A anfitriã ‘Banda Jota’, a banda Yeshua e os Godstones , são apenas alguns nomes que integram o cartaz.

 

Dia 1 de Agosto, começa em Fátima a Mariápolis. Pessoas de gerações, culturas e convicções diferentes. Workshops, fóruns, momentos artísticos e de lazer. 

Quatro dias a construir a fraternidade universal. Assim indica o Movimento dos Focolares que promove anualmente esta iniciativa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingos de Agossto

02 Festival Terras sem sombra

09 Capelas na praia

16 Festival Jota; 23 Taizé;

30 Diocese do Funchal

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira - Entrevista

Terça-feira - Entrevista e Capelas na praia

Quarta-feira - Documentários sobre os cristãos perseguidos no mundo

Quinta-feira - Entrevista e locais a visitar

Sex-feira - Ler a Bíblia nas férias. E porque não?

 

 

Antena 1

Domingo, dia 02 de agosto - 06h00 - Em tempo de férias e repouso, o programa Ecclesia descobre com a Irmã Irene Guia, escrava do sagrado Coração de Jesus, com fazer deste um período de verdadeiro descanso. Tempo de silêncios, de perguntas, de arrumos, de cuidar de um casa comum respondendo ao desafio do Papa Francisco.


Segunda a sexta-feira, 03 a 07 de agosto  - 22h45 - As férias como tempo de missão: JSF; Tendas na praia; Juventude Hospitaleira; Missão + e Irmãs Hospitaleiras

 

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B - 18.º Domingo do Tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
Cristo é o alimento do meu viver?
 

A Palavra que nos é servida neste 18.º Domingo do Tempo Comum diz-nos que Deus está empenhado em oferecer ao seu Povo o alimento que dá a vida eterna e definitiva.

A primeira leitura apresenta-nos Deus a oferecer o alimento que dá vida, mesmo quando o Povo tem saudades das cebolas do Egipto, a tal tentação daquilo que ficou para trás e não sacia plenamente.

A segunda leitura diz-nos que o encontro com Cristo deve significar, para qualquer pessoa, uma mudança radical, um modo completamente diferente de se situar face a Deus, face aos irmãos, face a si próprio e face ao mundo. Isso é deixar de ser homem velho e passar a ser homem novo.

O Evangelho apresenta Jesus como o pão da vida que desceu do céu para dar vida ao mundo. Aos que O seguem, Jesus pede que aceitem esse pão, que escutem as palavras que Ele diz e as acolham no seu coração, que aceitem os seus valores e adiram à sua proposta.

Jesus de Nazaré é o «pão de Deus que desce do céu para dar a vida ao mundo». O Evangelho questiona-nos. Que lugar ocupa Jesus na nossa vida? Ele é, verdadeiramente, a coordenada fundamental à volta da qual construímos a nossa existência? É uma figura do passado, embora excepcional, ou é o Deus que continua vivo e a caminhar ao nosso lado, oferecendo-nos vida em plenitude? Ele é “mais uma” das nossas referências ao lado de tantas outras ou a nossa referência fundamental? Ele é alguém a quem adoramos, que nos indica o caminho, que nos propõe valores, que condiciona a nossa atitude face a Deus, face aos irmãos e face ao mundo?

Jesus mostra-Se profundamente incomodado quando

 

 

 

 constata que a multidão O procura pelas razões erradas. Ele não quer que as pessoas O sigam por engano ou estejam iludidas.

Há, aqui, um convite implícito a repensarmos as razões porque nos envolvemos com Cristo. É um equívoco procurar o Baptismo porque é uma tradição da nossa cultura; é um equívoco celebrar o matrimónio na Igreja porque, assim, a cerimónia é mais espetacular e até proporciona fotografias mais bonitas; é um equívoco assumir tarefas na comunidade cristã para nos autopromovermos ou nos 

 

mostrarmos; é um equívoco receber o sacramento da Ordem porque o sacerdócio nos proporciona uma vida cómoda e tranquila; é um equívoco praticarmos certos atos de piedade para que Jesus nos recompense e nos livre de desgraças.

A nossa adesão a Jesus deve partir de uma profunda convicção de que só Ele é o pão que nos dá vida. Que assim seja neste domingo de verão, vivido em tempo propício para o lazer, mas sobretudo para fazer que Cristo seja o centro e o alimento do nosso viver.

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.pt

 

Paquistão: a ameaça permanente da lei da blasfémia

Reino do terror

Perseguidos, chantageados, agredidos e mortos. No Paquistão, os cristãos sentem-se como que abandonados. É raro o dia em que não há notícias de um cristão falsamente acusado de blasfémia. E isso é quanto basta para ser enviado para a cadeia. Ou para ser morto.

Awais Qamar teve sorte. Muita sorte. No passado dia 2 de Julho, os vizinhos começaram a dizer que ele usava um pedaço de uma pintura, com versos escritos do Alcorão, como tapete na sala. Foi o que bastou. As palavras tornaram-se gritos e a multidão quis fazer logo ali justiça pelas próprias mãos. Atacaram a casa de Qamar, agrediram-no, assim como à sua mulher e cunhada. Raparam-lhes o cabelo, pintaram-lhes os rostos de negro e levaram-nos para o meio da aldeia, para os espancarem até à morte. Como se fosse um espectáculo. Tiveram sorte. Apareceu a polícia no último instante e salvou-os de uma morte certa e cruel.

 

Vidas de sofrimento

Normalmente a polícia não aparece ou chega quase sempre tarde demais. Awais, a mulher e a cunhada

 

 tiveram sorte. Não morreram, mas agora têm de ir viver para outro lado. Ficar ali, em casa, é arriscado de mais. A história de Awais é o retrato dos Cristãos no Paquistão. Há uma cultura de impunidade que tem transformado a vida dos Cristãos num autêntico inferno. Olhados pela sociedade como se fossem cidadãos de segunda classe, os Cristãos vivem em permanente ameaça. As histórias do sofrimento destes homens e mulheres são arrepiantes. A acusação de blasfémia é cobarde. Atinge as minorias religiosas e os mais pobres da sociedade. É, demasiadas vezes, uma condenação à morte.

 

Solidariedade

Os Cristãos do Paquistão não têm mais ninguém a quem recorrer. Precisam da nossa ajuda. Ainda recentemente, D. Joseph Couts, Arcebispo de Karachi, quando esteve em Portugal, a convite da Fundação AIS, lançou-nos um apelo: “A vossa ajuda, a vossa caridade é a nossa esperança”. Awais Qamar não foi linchado pela multidão. Mas Aftab Masih morreu na cadeia, enforcado por um crime que nunca cometeu. Shahzad e a mulher, Shama,

 

 

 

foram queimados vivos num forno de cozer tijolos. Ela estava grávida. Sete famílias de Rao Khan Wala foram expulsas de suas casas e agora vivem na rua, aumentando a multidão dos sem-abrigo. Nauma Masih, um rapaz de apenas 14 anos, foi agredido e 

 

 

queimado vivo. Apenas por ser cristão e o ter dito em público. Não sobreviveu. Os Cristãos vivem dias de terror no Paquistão. Eles precisam da nossa ajuda, das nossas orações. Precisam de nós para sobreviver.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 
Ajude os cristãos do Paquistão

"Saber que há pessoas que pensam em nós, que rezam por nós, dá-nos muita força para enfrentarmos os nossos problemas. Muito obrigado!” (D. Joseph Coutts, Arcebispo de Karachi, Paquistão)

 

OS CRISTÃOS DO PAQUISTÃO CONTAM COM A NOSSA AJUDA Com 95€ é possível apoiar a subsistência de um sacerdote e com apenas 35€ podemos oferecer 10 catecismos “Eu Creio”, na língua Urdu.

 

POR FAVOR, COLABORE!  217544000 | apoio@fundacao-ais.pt

 

 

 

Férias… que bom que todos tivessem!

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

As férias são imagem de marca das nossas sociedades ocidentais, marcadas por ritmos alucinados de trabalho que exigem, de tempos a tempos, uma pausa. E mais: quando o trabalho é absorvente mas bem recompensado, as famílias dispõem de poupanças que lhes permite elaborar um programa de férias onde podem juntar o descanso, a vida em família, a cultura, o diversão…

São muitas as propostas de agências e entidades a fins, que nos atiçam a vontade de sair de casa e partir, às vezes para longe, com o objetivo de distender um pouco, de conhecer mundos e pessoas, de recarregar baterias para que o regresso ao trabalho seja uma alegria e não um contínuo pesadelo.

O problema é que há muita gente sem trabalho. Há milhões sem remuneração justa para o muito trabalho que têm. Há nichos insuportáveis de pobreza, por esse mundo além, que tornam proibida a palavra ‘férias’ nos seus dicionários de vida quotidiana. Esse é, de facto, um grande drama.

Por isso, a primeira palavra vai para quem não terá férias. Não há que atirar a toalha ao chão, pois poderá vir o dia em que a vida mudou e as férias aparecerão na linha do horizonte. Para quantos estão desempregados vai o mesmo voto de coragem. Para a imensa multidão de quantos a sociedade atitou para as periferias e margens da história, também vai a minha palavra de incentivo. Há que continuar a acreditar que o mundo será 

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

mais humano e mais fraterno, com oportunidades para todos.

Para quem tem férias programadas, só posso desejar que aproveitem bem esta graça. Trata-se de um privilégio enorme, se atendermos aos biliões de humanos que não as terão em agenda. Que bom poder sair dos ritmos desgastantes de um dia a dia exigente.  Que fantástico poder sair em família, de forma mais descontraída, com menos responsabilidades e canseiras em cima dos ombros. Que salutar é conhecer novos mundos, novas gentes, mais cultura.

 
Queria deixar para o fim as férias que exprimem solidariedade e missão. São quase mil os que, neste verão, partem em Missão, ou para fora do país ou dentro de Portugal. A solidariedade é palavra chave desta escolha. A Missão é sangue amigo que corre nas veias destes jovens e menos jovens que ousam montar a tenda em contextos mais pobres.
As férias são tempo forte de pausa para arrancar com mais dinamismo e motivação. Lutemos para que todos possam ter este privilégio que mais não é que um direito humano. 
 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

Cada trabalhador é a mão de Cristo,
que continua a criar e fazer o bem

(Santo Ambrósio)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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