04 - Editorial:

   Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

22 - Opinião

    José Luis Gonçalves

24 - Opinião

    Padre Eduardo Novo

26 - Semana de..
   Paulo Rocha

30 - Entrevista

   D. Manuel Clemente

 

 

34 - Dossier

   Jornadas de Comunicação Social

50- Estante

52 - Concílio Vaticano II

54- Agenda

56 - Por estes dias

58 - Programação Religiosa

59 - Minuto Positivo

60 - Liturgia

62 - Família

64 - Ano da Vida Consagrada

68 - Fundação AIS

70 - LusoFonias

Foto da capa: Agência ECCLESIA

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
Diretor: Cónego João Aguiar Campos
Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.
Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D
1885-076 MOSCAVIDE.
Tel.: 218855472; Fax: 218855473.
agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Opinião

 

 

 

Francisco em entrevista

[ver+]

 

 

 

 

 

 

 

Guerra sem fim na Síria e Iraque

[ver+]

 

 

 

 

 

 

Comunicar a família

[ver+]

 

 

 

 

 

 

 

 

D. Pio Alves | Octávio Carmo | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Paulo Rocha | Eduardo Novo

 

Ver e chorar

  Octávio Carmo  
  Agência Ecclesia   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Quem chorou pela morte destes irmãos e irmãs? Quem chorou por estas pessoas que vinham no barco? Pelas mães jovens que traziam os seus filhos? Por estes homens cujo desejo era conseguir qualquer coisa para sustentar as próprias famílias? Somos uma sociedade que esqueceu a experiência de chorar, de «padecer com»: a globalização da indiferença tirou-nos a capacidade de chorar!”

(Homilia do Papa Francisco em Lampedusa)

 

A liderança moral do Papa continua a inspirar milhões de pessoas em todo o mundo, num momento particularmente sensível face à persistência de conflitos armados e aos vários dramas humanos que parecem encobrir qualquer perspetiva luminosa de futuro.

Embora se possa lamentar que muitas vezes o pontificado seja avaliado por gestos “exóticos”, como uma ida à ótica, com menor destaque para outras mensagens bem mais importantes - como as sucessivas denúncias de perseguições religiosas ou de tráficos ilegais e imorais de armas e seres humanos -, as palavras de Francisco têm chegado aos ouvidos de muitos. Espera-se que as suas lições e os seus apelos comecem a dar fruto, com consequências concretas por parte de todos os que neles se reveem.

Insisto, por isso, na ideia de que não há defesa da identidade cristã com violência contra quem bate à porta da Europa. Os motivos de receio serão muitos e o próprio Papa o admitia na sua 

 

 

 

entrevista à Renascença, mas esta é uma situação em que a humanidade - e os europeus em particular - devem ver e chorar, em vez de virar a cara. Aliás, essa indiferença face a conflitos que se arrastam no tempo, envergonha-nos. Temos de ver, olhar o outro na cara e tirar daí as consequências éticas e sociais do encontro com o semelhante, em situação de vulnerabilidade.

Isto é particularmente válido para os católicos. Na entrevista que 

 

concedeu à Rádio Renascença, o Papa voltou a insistir na sua predileção por uma Igreja “acidentada”, a percorrer os caminhos do mundo à imagem de Jesus Cristo em vez de ficar fechada a ganhar mofo. A aproximação a quem sofre (e são cada vez mais) é uma missão de sempre, traduzindo a mensagem de fé em sinais visíveis, concretos, que deem sentido a um mundo que procura rumos e se sente ameaçado por cada vez mais perigos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Polícia húngara usa canhões de água contra os refugiados na fronteira, perto de Horgos, no norte da Sérvia, 16 de setembro de 2015.
Créditos: EPA/TAMAS SOKI

 

 

 

 

 

 

“Torna-se cada vez mais necessária uma nova aliança entre o homem e a mulher, que liberte os povos da colonização do dinheiro e das colonizações ideológicas.” Papa Francisco, Praça de São Pedro, 16/set/2015, in Agência ECCLESIA

 

"Qualquer cidadão de mediano bom senso sabe que nenhum Governo, nem nenhum governante, que aceite afetar o rendimento das pessoas ao ponto que nós tivemos de fazer por qualquer prazer, por qualquer divertimento" Pedro Passos Coelho, Évora, 15/set/2015, in Público

 

“O que me escandaliza é que toda esta governação viva à nossa custa. Estaremos perdidos se a coligação continuar à frente do país”, Bispo emérito das Forças Armadas e de Segurança, D. Januário Torgal Ferreira, 15/set/2015, in Diário de Notícias

 

“Escutaremos as palavras de Sua Santidade [Papa] com respeito e atenção, mostrando que somos um povo educado e nobre” ‘Granma’, órgão oficial do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, 15/set/2015, sobre a viagem de Francisco, entre 19 e 22 de setembro.

 

 

Francisco reafirma vontade
de visitar Portugal

O Papa confirmou em entrevista à Renascença a sua “vontade” de visitar Portugal, e em particular Fátima, em 2017, centenário das aparições na Cova da Iria. “Eu tenho vontade de ir a Portugal para o centenário. Em 2017 também se cumprem trezentos anos do encontro da Imagem da Virgem de Aparecida, por isso, também estou com vontade de lá ir e já prometi lá ir”, adiantou Francisco, em declarações divulgadas esta segunda-feira pela emissora católica.

Francisco assume a sua vontade de “ir ter com a Virgem”, comparando a viagem a Fátima e a visita a Aparecida. “Quanto a Portugal, disse que tenho vontade de ir e gostaria de ir. É mais fácil ir a Portugal, porque podemos ir e voltar num só dia, um dia inteiro, ou, quanto muito, ir um dia e meio ou dois dias”, adianta.

“A Virgem é mãe, é muito mãe e a sua presença acompanha o povo de Deus. Por isso, gostaria de ir a Portugal, que é privilegiado”, acrescentou.

Francisco será o quarto Papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI em (13 de maio de 1967), João Paulo II (12 a 15 de maio de 1982; 10 a 13 de maio 

 

de 1991; 12 e 13 de maio de 2000) e Bento XVI (11 a 14 de maio de 2010).

Durante a entrevista de cerca de uma hora, o pontífice argentino defendeu que a Europa deve acolher os refugiados que chegam às suas fronteiras e promover soluções para as “causas” desta situação, na sua origem. “Onde as causas são a fome, há que criar fontes de trabalho, investimentos. Onde a causa é a guerra, procurar a paz, trabalhar pela paz”, assinala.

Para Francisco, esta é a “ponta do icebergue” das consequências de um sistema socioeconómico “mau e injusto”. “Esta pobre gente que escapa da guerra, que escapa da fome, é a ponta do icebergue”, sublinha.

O Papa sustenta que o sistema económico dominante “descentrou a pessoa, colocando no centro o deus dinheiro, que é o ídolo da moda”.

Francisco admite que muitos levantem objeções, por causa da “crise laboral” ou das “condições de segurança territorial”. “Temos, a 400 quilómetros da Sicília, uma guerrilha terrorista sumamente cruel, não é? Então, existe o perigo da infiltração, isso 

 

 

 

 

 

 

 

 

é verdade”, referiu.

O Papa rejeita, no entanto, leituras “simplistas”. “Evidentemente, se chega um refugiado, com as medidas de segurança de todo o tipo, há que recebê-lo, porque é um mandamento da Bíblia”, insistiu.

Nesse sentido, explicou o seu apelo ao acolhimento de famílias de refugiados por todas as paróquias da Europa, precisando que não espera que estas tenham de ser alojadas na “casa paroquial”.

 
O Papa falou num momento de “surpresa” para a Europa, face à vaga de refugiados e migrantes, sublinhando que “não se sabe como isto vai acabar”.

A entrevista abordou o papel do Velho Continente no atual contexto, esperando que seja capaz de “retomar uma liderança no concerto das nações”, ou seja, “que volte a ser a Europa que define rumos, pois tem cultura para o fazer”.

 

 

Comissão Nacional Justiça e Paz incentiva ao acolhimento de refugiados

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) publicou a nota «O que fizeste do teu irmão?», sobre o acolhimento de refugiados, na qual alerta que estes “não são potenciais terroristas” e muitos fogem da “violência gerada pelo fundamentalismo”. “É verdade que também entre nós há quem passe por dificuldades e situações graves de pobreza. Mas as situações de onde fogem estes refugiados, que os fazem assumir os riscos que assumem, são, de um modo geral, muito mais graves do que aquelas com que nos deparamos em Portugal”, escreve a CNJP.

No documento, o organismo da Igreja Católica contextualiza que quando os refugiados “batem à porta” não se podem reagir “com indiferença”.

A CNJP concorda que, “como já foi 

 

afirmado”, este é um “desafio” à Europa como comunidade de valores que se quer ser fiel às raízes cristãs da cultura europeia “não pode reduzir-se a uma proclamação formal” ou à conservação de sinais externos. “É, acima de tudo, adotar comportamentos coerentes com a mensagem cristã”, alerta, observando que não existe essa coerência quando se recusa o acolhimento de refugiados por “não partilharem a fé cristã”.

A Comissão Nacional Justiça e Paz destaca que a “novidade” do cristianismo “reside no amor universal” que não faz aceção de pessoas, por isso, a defesa da identidade europeia “não pode servir de pretexto” para distinguir entre refugiados cristãos perseguidos por causa da é e os outros refugiados.

 

 

 

13 de setembro levou milhares
de pessoas à Cova da Iria

O bispo brasileiro D. Wilmar Santin, que presidiu à peregrinação internacional de setembro no Santuário de Fátima, disse na Missa do dia 13 que os católicos têm de assumir a sua fé para enfrentar o egoísmo contemporâneo. “Isso faz uma grande diferença num mundo que alimenta a ditadura do ego, do individualismo e do indiferentismo ateu”, assinalou, perante milhares de pessoas, no recinto de oração da Cova da Iria.

O prelado de Itaituba (Pará – Brasil) recordou que a “conversão” é um dos temas centrais da Mensagem de Fátima. “Participar numa Peregrinação Internacional Aniversária em Fátima e voltar para casa do mesmo jeito seria uma perda de tempo e mostraria que a pessoa não entendeu o que significa seguir Jesus Cristo”, advertiu.

O presidente da celebração desejou, por isso, que a presença no santuário ajude todos a inciar “um processo de conversão contínua, renunciando a si mesmos e assumindo a cruz cada dia, imitando Maria, a Mãe de Jesus”. Nesse sentido, o bispo brasileiro sublinhou que “tomar a cruz” no 

 

tempo de Jesus Cristo significava  “aceitar ser um marginalizado, ser tratado como bandido da pior espécie pelo sistema injusto que legitimava a injustiça”.

“‘Tomar a sua cruz’, hoje em dia, é enfrentar a ditadura do prazer que nos torna cegos para o valor evangélico do sofrimento. Não se trata de apologia da dor e do sofrimento, mas de resgatar a força libertadora, redentora e evangelizadora da cruz”, acrescentou.

D. Wilmar Santin questionou os presentes sobre o lugar que Jesus ocupa nas suas vidas, advertindo que “responder com a boca, é fácil”. “Para dar uma resposta verdadeira é necessário interrogar o nosso coração para perceber o lugar que Cristo ocupa na nossa existência”, precisou.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

Papa lamenta incapacidade da comunidade internacional para resolver conflitos na Síria e Iraque

O Papa criticou hoje a da comunidade internacional de encontrar “soluções adequadas” para os conflitos na Síria e no Iraque, com as crises humanas que daí derivam. Francisco falava perante os participantes num encontro promovido pelo Conselho Pontifício 'Cor Unum' (Santa Sé), para analisar a situação de crise que atinge 15 milhões de refugiados e deslocados sírios e iraquianos no Médio Oriente, com bispos e organismos católicos de solidariedade da região.

Segundo o Papa, vive-se neste momento “um dos dramas humanos mais esmagador das últimas décadas”, por causa das “terríveis consequências” dos conflitos na Síria e no Iraque sobre “as populações civis e o património cultural”. “É preciso encontrar uma solução que não é nunca violenta, porque a violência cria novas feridas”, alertou.

Francisco recordou que, ao contrário do passado, hoje as “atrocidades e violações inauditas dos Direitos

 

 Humanos” são visíveis “aos olhos de todo mundo”. “Ninguém pode fingir que não sabe”, advertiu.

O discurso aludiu às vítimas do conflito, em particular as comunidades cristãs onde “muitos irmãos e irmãs são perseguidos por causa da sua fé, expulsos das suas terras, mantidos em cativeiro ou mesmo mortos”. Francisco recordou que “durante séculos”, as comunidades cristãs e muçulmanas conviveram no Médio Oriente “na base do respeito recíproco”.

O Papa sublinhou as consequências “cada vez mais insuportáveis” das atuais guerras sobre milhões de pessoas que estão “num preocupante estado de urgente necessidade”, após terem sido obrigadas a deixar as suas terras. “O Líbano, a Jordânia e a Turquia carregam hoje o peso dos milhões de refugiados que acolheram generosamente”, acrescentou.

No meio de uma crise humana que “interpela todos”, Francisco apontou o dedo aos “traficantes de armas 

 

 

 

 

banhadas com o sangue de inocentes”.

Falando num “oceano de dor”, o pontífice argentino pediu atenção às necessidades dos mais pobres e indefesos, manifestando a sua preocupação com a situação das crianças que estão “privadas de direitos fundamentais”. “Na Síria 

 

e no Iraque, o mal destrói os edifícios e as infraestruturas, mas sobretudo destrói a consciência do homem”, alertou.

O Papa concluiu com um pedido às instituições solidárias católicas: “Não abandoneis as vítimas desta crise, mesmo que a atenção do mundo venha a diminuir”.

 

 

Sínodo 2015 vai envolver
mais de 400 pessoas

A Santa Sé anunciou que mais de 400 pessoas, incluindo 34 mulheres, vão marcar presença na 14ª assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada às questões da família, que vai decorrer no Vaticano de 4 a 25 de outubro. A lista inclui 267 padres sinodais com direito a voto, com delegados de mais de mais de 110 conferências episcopais.

Portugal vai ter como delegados o presidente da Conferência Episcopal, D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, e o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco. Entre os peritos estão o sacerdote português Duarte da Cunha, secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa.

Os participantes englobam também os presidentes dos dicastérios da Cúria Romana, bem como 45 cardeais, bispos e padres selecionados pelo Papa, que aprovou ainda a escolha de 23 peritos (‘adiutores secretarii specialis’), de 51 ouvintes (‘auditores’), lote no qual se incluem

 

 

17 casais de vários países (entre eles o Iraque). 14 representantes de outras Igrejas cristãs vão acompanhar o desenrolar da assembleia sinodal.

Os trabalhos vão ser divididos em três semanas, abordando cada uma das partes do instrumento de trabalho (desafios, vocação e missão da família) com intervenções gerais e trabalhos de grupo (círculos menores) semanais. O Sínodo dos Bispos, convocado pelo Papa, pode ser definido em termos gerais como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo.

 

 

 

Papa pede orações para viagem a Cuba e EUA

O Papa pediu as orações dos católicos pela sua próxima visita a Cuba e aos Estados Unidos da América, a mais longa atual pontificado, afirmando que parte “com grande esperança”. A décima viagem internacional de Francisco vai decorrer a partir deste sábado até ao próximo dia 28, e inclui encontros com os presidentes dos dois países, um discurso na ONU, uma oração «ground zero» em Nova Iorque e a participação nos atos conclusivos do Encontro Mundial das Famílias 2015, na cidade norte-americana de Filadélfia.

“Saúdo desde já com afeto o povo cubano e o norte-americano que, guiados pelos seus pastores se preparam espiritualmente”, disse o Papa. “Peço a todos que me acompanhem com a oração, invocando a luz e a força do Espírito Santo e a intercessão de Maria Santíssima, padroeira de Cuba

 

como Virgem da Caridade do Cobre, e patrona dos Estados Unidos da América, como Imaculada Conceição”, acrescentou.

Francisco precisou que “o principal motivo da viagem” é o oitavo Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia, recordando ainda o 70.º aniversário da ONU.

O programa prevê vários encontros com sem-abrigo, famílias de imigrantes, detidos e membros da comunidade hispânica. Francisco visitará também o "Ground Zero", local dos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, e vai canonizar um missionário franciscano espanhol, Junipero Serra, que participou na evangelização da Califórnia no século XVIII.

No total, estão previstas 26 intervenções e sete voos que perfazem 19 mil quilómetros, ao longo de dez dias.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Francisco apela a compromisso sobre Alterações Climáticas

 

 

 

Ângelus com o Papa Francisco

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas        Editorial   Catálogo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas

 

 

Cáritas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas

 

 

Cáritas

 

Refugiados/migrantes: os Direitos Humanos ainda não são os Direitos da Pessoa

  José Luís Gonçalves    
  Escola Superior  
  de 
 Educação   
  de Paula Frassinetti
   

 
 

A crise humanitária a que a maior vaga de refugiados/migrantes desde a II Guerra Mundial desafia a União Europeia a enfrentar veio por a nu o grau de impreparação das nossas comunidades políticas no que à observância dos direitos humanos diz respeito. As imagens diárias que as televisões veiculam não deixam margem para dúvidas: a dignidade humana, expressa no rosto de cada pessoa migrante, ainda não tem um peso ético absoluto!

Se os direitos humanos representaram a grande conquista moral do Ocidente moderno, a evolução do gozo desses direitos permite, atualmente, a qualquer cidadão constituído em pessoa jurídica a faculdade de reivindicar politicamente e com fundamento no direito positivo, direitos universais para si e para outrem em relação aos outros concidadãos. Esta prerrogativa assenta na correlação necessária e vinculativa entre Estado-Nação-Cidadão. De outra forma, não seria possível saber quem é o sujeito desses direitos (titularidade), que direitos esse sujeito reivindica (conteúdo) e em que Comunidade de pertença, e nem ficaria claro que entidade os devia garantir-defender (Estado). Ora, quer os direitos-crédito (liberdades e garantias) quer os direitos de participação supõem, então, a condição cidadã do sujeito, isto é, a sua “inscrição-autoria” responsável e solidária numa determinada comunidade política obtendo, em contrapartida, o reconhecimento jurídica e social da sua dignidade. 

 

 


 

Neste enquadramento, compreende-se a indiferença moral com que se trata os refugiados/migrantes: sem Estado ou Nação que os defenda, porque expulsos daqueles, e com a sua condição cidadã suspensa por ausência de participação numa comunidade política própria – condição de possibilidade da reivindicação dos direitos -, estas pessoas regressam à pré-história das condições humanas mínimas que deram origem à declaração universal desses mesmos direitos humanos! Como estes refugiados/migrantes não pertencem à esfera jurídica de nenhum país europeu em concreto, os sucessivos adiamentos de uma política europeia integrada de acolhimento destas pessoas assume ser, na prática, uma confissão de incompetência da Europa para elaborar um sistema universalmente válido capazde medir o valor de uma pessoa.

 

O que a situação dos refugiados/migrantes vem denunciar é que, ao reconhecimento jurídico da pessoa na esfera estatal – e dos respetivos direitos humanos –, se deviam acrescer as componentes éticas e solidárias provenientes das outras esferas da vida pessoal e social, abrindo portas a uma salutar assimetria do reconhecimento do seu valor absoluto: como pessoas, somos iguais em valor/dignidade, para além de todas as particularidades históricas! Advogamos que o princípio do direito ético do estatuto de cada pessoa deve preceder o princípio dos direitos políticos, permitindo construir o universalismo dos direitos da pessoa que proteja a sua dignidade contra todas as formas de desrespeito ou ameaças à sua integridade. Se nós não lhes “emprestarmos a voz”, quem defenderá a dignidade da pessoa refugiada/migrante com nome e rosto concretos que bate à nossa porta?

 

 

É tempo de sair...

“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5)

Se é oportuno deixarmo-nos surpreender por Deus em todos os momentos da nossa vida, não é menos oportuno saber que Deus age em todo o tempo. 

Por isso não falo de regressos, nem de tempos, nem de pausas, nem de silêncios… prefiro falar de um tempo ordenado segundo as pautas da criação, que o mesmo é dizer um não parar de cuidar.

Não raras vezes somos tentados a separar a nossa vida de fé, e a nossa vida quotidiana de cidadãos, e esquecemos que ser cristão é ser profundamente cidadão, agindo com um olhar desde dentro, que nos implica a ser mais e melhores, na certeza que Deus caminha connosco na história. 

A Fé, este dom, esta Alegria que recebemos de Cristo só pode ser ampliada com a nossa vida e o nosso testemunho, para que na ousadia da liberdade e da vida possamos mostrar caridade “um coração que vê” que é sem dúvida o que dá densidade à Esperança. 

Jesus revela-se ao ensinar, ao libertar, ao acolher, ao recriar, ao estar com,

 

em casa de…este seu modo novo de fazer e de dizer é que chamamos  Anunciar. É o legado que temos o dever de proclamar e replicar, este sentido forte de missão na construção de sociedades justas e fraternas onde todos temos lugar. Agora é a nossa vez!

O tempo de hoje, o já e o agora, exige saída de nós mesmos, abertura de mente, olhar amplo, intuição, “coração que vê” para nos deixarmos interpelar pelas causas com o olhar de Jesus e a estar atentos para cuidar dos outros e do mundo que habitamos ainda que em cartografias de rápidas e exigentes transformações.

Próximos das IV Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil a realizar nos dia 25 e 26 de setembro no Seminário do Verbo Divino em Fátima, queremos continuar  e avivar esta necessidade de formação permanente, junto dos Animadores Juvenis e dos Jovens, desafiando-nos a refletir sobre os jovens e os sinais de esperança de que eles são portadores, mas também das suas dúvidas e problemas que devem merecer a nossa melhor atenção. 

 

Estas jornadas de formação, não são actos isolados, são reflexões que complementam a formação ao longo

 

 

 

dos anos pastorais, têm tido um percurso direccionado: começámos em 2012 por abordar a pastoral juvenil no contexto da “Nova Evangelização” – para uma renovação da pastoral juvenil em Portugal” com o saudoso P. Ricardo Tonelli (SDB), na I Jornadas com o tema "Fé e Evangelização - ide e fazei discípulos”. 

Movidos também pelo legado missionário da JMJ Rio 2013 em união e eclesialidade  com as OMP demos vida ao tema "Missão @dgentes - ide e anunciai" que nos permitiu ingressar numa visão renovada, hoje necessária, para acompanhar os jovens cristãos na missão da Igreja a partir do mundo digital, no meio de tantas questões que se nos colocam: Como comunicar a fé? Como a transmitir hoje? Os media: novos areópagos? Como é a relação entre os jovens e a Fé? Como é que a Igreja chega aos jovens? A igreja ao encontro do outro: que rosto, que interface, que ambiente?

 
Este caminho trilhado em dinâmicas de procura, de partilha, de participação implica uma reflexão sobre a vida como dom (que se recebe e se transmite) na família, que é fonte de vida e de entreajuda na construção de um projecto de felicidade, assim o ano passado foi tema "Família - um projeto”. 

E este ano, teremos como tema "O jovem (t)em saída?" a misericórdia na pastoral juvenil, com a presença do responsável do sector juvenil do CPL  Pe João Chagas.

Que este seja um tempo de saída, de nos desinstalarmos, para nos inquietarmos  e perceber que as razões que ligam o desenvolvimento, o dom, os afectos, o próprio tempo e a vida, não são receitas para outros, mas o nosso caminho, o nosso empenho de vida pessoal e comunitária.

 

Pe. Eduardo Novo

Diretor do Departamento

Nacional da Pastoral Juvenil

 

 

Uma semana “ad Limina”

  Paulo Rocha   
  Agência ECCLESIA   

 

Durante uma semana acompanhei a visita “ad Limina” dos bispos de Portugal ao Vaticano, em reportagem para a Ecclesia. Uma experiência que deixa muitas imagens, valoriza mensagens e provoca espantos pelo que acontece em Roma. Anoto três situações:

 

Imagens

Escolho esta! Não só pela sua força e pelo contraste de cores. Sobretudo por uma conversa associada. Uma das perguntas dirigidas aos bispos portugueses, no contexto da visita “ad Limina”, estava frequentemente relacionada com o “ir até junto da cúpula”, com o prestar contas à Santa Sé do trabalho desenvolvido nas diferentes dioceses. Numa resposta, D. José Cordeiro referiu que, com o Papa Francisco, a cúpula parece estar “virada ao contrário”, onde não há uma abóboda assente sobre um conjunto de colunas, mas um círculo, braços abertos que têm os mesmos alicerces, onde todos se olham nos olhos, como irmãos.

 

Mensagens

Na década de 70, D. Manuel Martins fez a primeira visita “ad Limina” ao Vaticano. Paulo VI era o Papa de então e, na conversa com os bispos portugueses, quis saber como viviam, se em palácios, rodeados de mordomias ou junto de todas as pessoas. 40 anos depois, o Papa Francisco insiste nesse estilo próximo, na determinação de sair para todas as periferias e na necessidade de acolher todos. Afinal, é essa a conversão em curso em todos os tempos!

 

 

 

 

 

Novidades

Roma está cada vez mais preenchida pelo turismo. O Papa Francisco, o seu estilo próximo e autêntico atrai cristãos e não cristãos de todo o mundo. A presença de quem desconhece o ambiente católico, nomeadamente romano, é cada vez mais notória. Exemplo disso é a exaltação que se mostra ao conseguir tirar uma “selfie” com um… padre ou um bispo. Talvez o objetivo fosse conseguir a fotografia com o Papa. Como só uma pequena minoria consegue, são os seus mais próximos colaboradores a “segunda escolha”. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 

 

 

 

Jornadas Nacionais de Comunicação Social

 

‘Comunicação e Família: Partilha de afetos’. O tema escolhido pela Igreja Católica em Portugal para as jornadas anuais dedicadas ao setor das Comunicações Sociais segue a orientação do Papa Francisco e antecipa muitas das preocupações que vão estar em debate ao longo das próximas semanas, nas quais decorrem o Encontro Mundial das Famílias e o Sínodo dos Bispos.

O dossier abre-se com uma entrevista ao cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, seguindo-se declarações de responsáveis nacionais e da Santa Sé ligados à pastoral das Comunicações Sociais.

D. Pio Alves, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, considera que estas jornadas vão “uma grande oportunidade para analisar a relação entre os media e a família, a partir de diferentes contributos”.

 

 

 

 

 

 

E depois da visita “ad Limina”?

 

O episcopado português realizou a sua visita ‘Ad Limina’ ao Vaticano entre 07 a 12 de setembro. Foi um tempo de encontros na Santa Sé e celebrações nas quatro Basílicas Maiores de Roma, onde os bispos se reuniram com o Papa Francisco e com os diversos dicastérios da Cúria Romana para “pontuarem, acompanharem” a realidade da Igreja local com a Igreja Universal. Em entrevista à comunicação social, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente analisa esta visita e as “palavras, o impulso” do encontro com o Papa.

 

 

Agência Ecclesia (AE) – Em 2007, o tema central da visita “ad Limina” foi a formação cristã na adolescência e juventude, um tema volta a marcar o encontro dos bispos portugueses no Vaticano em 2015. Porquê na sua 

 

opinião, o que leva o Papa Francisco a retomar este tema?

D. Manuel Clemente (MC) – Retoma este assunto porque nós, bispos de Portugal, não desistimos. O Papa Bento XVI fez eco do que lhe

 

 

 

 

 

 tínhamos apresentado, que precisávamos de uma palavra de inspiração e confirmação porque em Portugal, como noutros países da antiga cristandade, estamos numa profunda mutação e precisamos de reencontrar dinamismos de acompanhamento cristãos, espiritual e até vocacional. O Papa deu-nos indicações nesse sentido.

Agora voltamos a apresentar essas questões no nosso relatório dizendo: “Santo Padre estamos neste caminho e queremos mais palavras, um impulso”. E foi o que ele fez.

 

AE – Existem orientações concretas para algum setor da pastoral?

MC – Não há concretas porque 

 

são gerais. Na Igreja de Roma, que preside à caridade, dão-se impressões gerais porque depois a vida da Igreja decorre fundamentalmente nas Igrejas particulares, à volta do respetivo bispo que está em comunhão com o Papa.

Não é ocasião para dar instruções particulares a nenhuma diocese, nem a nenhum bispo, isso faz-se no decurso do tempo. É mais para pontualizarmos o que estamos a fazer.

Nós costumamos até invocar a passagem do Novo Testamento em que o Apóstolo Paulo sentiu necessidade de ir a Jerusalém falar com Pedro, Tiago e João para ver se o que andava a fazer estava certo com o que tinham feito.

 

 

 

 

AE – Para pontualizar também com o novo estilo de Francisco?

MC – Digo mais acompanhar. O Papa contagia pela sua personalidade, ele é muito autêntico. Como o Papa João Paulo contagiava quando cá vínhamos pela intensidade espiritual com que ele vivia tudo, pela sua grande devoção mariana, a sua fé sólida, profunda e contagiante. Depois o Papa Bento XVI pela sua delicadeza pessoal, extrema sensibilidade e clareza de ideias e posição, que nos estimulava muito.

O Papa Francisco com esta tónica na misericórdia, na procura do outro, por mais perto ou mais longe que ande, percebendo que nem todas as situações estão de acordo com o que é a proposta evangélica, mas temos de estar de acordo com o que é o fundamento do Evangelho, o amor por todos e cada um. A atitude que ele chama de misericórdia, ter um coração que se faz pequeno com os pequenos e com a pequenez da vida de tanta gente.

Com certeza que é muito estimulante para nós e para todos. Não se trata de pontualizar porque estamos todos nesta onda.

 

 

 

AE – Em concreto o que é que o D. Manuel Clemente leva para a sociedade portuguesa, para a Igreja Católica em Portugal?

MC – O aspeto espiritual das fontes, São Pedro e São Paulo, é muito importante. Além disso é uma oportunidade de nos encontrarmos com o Santo Padre e com os organismos da Igreja que dizem respeito às três funções essenciais da Igreja: à Palavra de Deus, catequese, doutrina, educação católica, escolas; a vida litúrgica e sacramental da Igreja; e a sua projeção externa que é a caridade, o sócio caritativo.

Este conjunto de missões que tem aqui os organismos centrais de apoio aquilo que se faz nas bases, nas Igreja locais, é uma ocasião por excelência porque quando algum bispo, na sua diocese, tem alguma questão, pode dirigir-se diretamente ao Vaticano (por escrito ou vem cá). Agora vimos todos, o que faz com que troquemos impressões e sugestões que dizem respeito ao conjunto!

É uma oportunidade de pontualizarmos o que andamos a fazer, pedirmos um ou outro esclarecimento acerca de assuntos que importem.

 

 

 

 

 

 

- Qual a principal prioridade no regresso a Portugal depois da visita ‘Ad Limina’?

- Creio que a prioridade é a da atitude misericordiosa a passar para as comunidades cristãs e comuns dos fiéis, isto é, percebermos que se estamos do lado de Deus, estamos do lado de todos. É fundamental e tão óbvio no Papa Francisco que ainda nos reforça mais neste sentimento comum.

 

 

E a centralidade da família, o apoio à família, a preparação, o sustento material e espiritual, que quer dizer emprego, condições de vida. Estar ao lado das famílias quando existem problemas, não as abandonarmos nunca e fazermos das famílias o centro da comunidade cristãs para sermos uma proposta para a sociedade em geral.
 

 

Comunicação e Família: Partilha de afetos

 

Caro(a) amigo(a)

Votos de que o verão tenha proporcionado dias de descanso para um novo ano de atividade profissional e pastoral!

Como é do seu conhecimento, a Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais promove as Jornadas Nacionais de Comunicação Social nos dias 24 e 25 de setembro, organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais que o cónego João Aguiar Campos dirige.

Em cada ano, estas Jornadas são uma oportunidade para analisar temáticas relevantes relacionadas com os media, na agenda da sociedade e da Igreja. Este ano, a reflexão em torno do tema “Comunicação e família: partilha de afetos” é inspirado nas questões que permanentemente marcam o debate público e acontece no contexto do Sínodo dos Bispos que reúne em Roma representantes da Igreja Católica de todo o mundo para analisar a pastoral da Igreja Católica junto da família e na Mensagem do Papa para a última Jornada Mundial das Comunicações Sociais.

Convido-o (a) a participar nestas Jornadas, cujo programa anexo! 

Acredito que será uma grande oportunidade para analisar a relação entre os media e a família, a partir de diferentes contributos!

Com os melhores cumprimentos

 

D. Pio Alves

Presidente da Comissão Episcopal
da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

 

 

 

 


 

PROGRAMA

Dia 24, Quinta-feira

14h30 – Abertura

D. Pio Alves, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

15h00 – 17h00

Painel 1 - Família na comunicação

Moderadora – Ana Santos, jornalista da RTP

Publicidade: Duarte Roquette, BAR

Novos media: Tito de Morais, Miúdos seguros na net

Jornalismo: Rita Carvalho, Jornalista do Sol

 

17h30 – 19h30

Painel 2 – Família em comunicação

Moderadora – Elisabete Carvalho, Jornalista do Apostolado da Oração

Da rutura à comunicação – José Gameiro

Comunicação num segundo casamento – Marília Monteiro Neto e Vitor Neto

Comunicar com filhos com deficiência – Eugénia e Fernando Magalhães (paróquia de Alfragide, em Lisboa, e pais de filha adotada com deficiência)

 

19h30 – 20h00 - Partilha de projetos

 

20h00 – Jantar

 

21h30 - M&M – Mostra Multimédia

 

 

 

Dia 25 de setembro, sexta-feira

08:30 – Missa

09:00 – Pequeno-almoço

10:00

Conferência: “Comunicação e família”, D. Manuel Clemente

Moderador – Cónego João Aguiar Campos, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais

 

11h00 – Intervalo

11h30 – Debate

12h30

Encerramento

D. Pio Alves, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

13h00 - Almoço

 

 

Valorizar a Comunicação,
desenvolver a Família

O presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (CPCS), organismo da Santa Sé que acompanha a atividades dos media em todo o mundo, considera que a Igreja Católica tem de assumir o desafio de estar junto das famílias na sua ação educativa neste setor.

“Na Pastoral Familiar, há que ajudar os pais a assumir a tarefa de ajudar os filhos a estar presentes responsavelmente na internet”, refere D. Claudio Maria Celli, em declarações à Agência ECCLESIA.

A Igreja é desafiada a estimular uma maior consciência dessa responsabilidade, insiste. “Sei que quando os pais chegam a casa estão cansados, têm mil coisas para fazer, não têm muito tempo para dedicar aos filhos, especialmente quando eles navegam na internet”.

“Não podemos ser ingénuos: temos de saber que para lá das riquezas, das possibilidades, há também aspetos negativos”, observa.

Para o presidente do CPCS, o problema de fundo “não é 

 

tecnológico, é humano”. “Deveríamos procurar sempre que aquilo que os filhos vivem seja algo enriquecedor na sua humanidade, no seu crescimento”.

“Hoje em dia, sem dúvida, as novas tecnologias permitem dimensões de conhecimento, relacionais, muito enriquecedoras”, assinala.

Segundo este responsável, os novos meios de comunicação “enriquecem”, com novas possibilidades que permitem “acrescentar vínculos de comunhão com os avós, por exemplo”. “Já vi pessoas mais velhas que aprenderam a utilizar a internet para falar com os netos”.

“Todas as moedas têm duas faces. Sabe-se que há crianças de 10 anos que passam entre 2 a 5 horas na internet e está tão interessado em videojogos, por exemplo, que não lhe interessar com os outros, com os pais, com os irmãos”, adverte.

Nesse sentido, o arcebispo italiano pede “muita sabedoria, que os pais se sintam mais responsáveis pela educação dos filhos”.

 

 

 

 

 

“Quando eu era criança, os meus pais diziam-me: ‘isto sim, isto não’. E quando era não, eu ia para a cama. Hoje em dia, mais de 70% das crianças europeias navegam na internet sem a presença dos pais”, recorda.

 

 

Mensagem do Papa Francisco para 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais

“Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia a dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para o arcebispo Claudio Celli, a Igreja na sua dimensão comunicativa tem a tarefa de “dizer a verdade sobre o homem”, uma afirmação típica de Bento XVI. “Há momentos em que é preciso defender o homem, nas suas dimensões mais ricas, mais profundas, mais verdadeiras, porque às vezes a sociedade de hoje é mais levada a destruir o homem”.

O Papa Francisco no seu primeiro 

 

encontro com os jornalistas, disse que estes deveriam ser sempre “fiéis” à “verdade”, à “bondade” e à “beleza”. “Existe uma unidade profunda entre o que é verdadeiro, o que é bom e o que é belo. Há que lutar por isto”.

D. Claudio Celli reconhece que há uma atenção “profunda” aos ensinamentos do Papa, nas suas várias vertentes, que incluem a chamada “ecologia 

 

 

 

 

 

humana”. “Esta é uma grande missão da Igreja no contexto comunicativo de hoje”.

“A família não é apenas um tema do qual se fala. Gostaria que as família, nos media, pudessem falar de si próprias”, acrescenta.

O responsável admite que quando se fala destas problemáticas, há a tendência de pensar nas dificuldades, “mas nas famílias também há grandes testemunhos de amor, de entrega, de generosidades”. “Nos meios de comunicação e cas redes sociais as famílias poderiam falar delas e surgiriam coisas muito mais bonitas do que imaginamos. Conhecemos o ditado ‘faz mais barulho uma árvore que cai do que uma floresta que cresce’. E é verdade”.

 

Nesse sentido, apela à valorização do que é “bom, bonito, positivo” na caminhada dos casais, das famílias: “Gostaria que os meios de comunicação pudessem ser verdadeiramente uma plataforma para que as famílias pudessem falar”.

D. Claudio Celli, um dos membros do próximo Sínodo dos Bispos sobre a família, fala desta assembleia como uma oportunidade para “ouvir os pastores da Igreja”, com reflexões sobre os “anseios, dificuldades, esperanças, lutas” que as famílias enfrentam no mundo de hoje.

“Pessoalmente, gostei muito do outro Sínodo [2014] e penso que este também vai ser muito proveitoso, enriquecedor”, adianta.

 

 

 

 

(Instrumento de trabalho do Sínodo dos Bispos 2015) 

“Cada família, inserida no contexto eclesial, volte a descobrir a alegria da comunhão com outras famílias para servir o bem comum da sociedade, promovendo uma política, uma economia e uma cultura ao serviço da família, inclusive através do recurso às redes sociais e aos meios de comunicação”.

 

 

 

 

 

O presidente do CPCS sublinhou que a Igreja Católica tem de valorizar a presença no mundo digital. “No ambiente digital, nas redes sociais, a Igreja pode anunciar Jesus Cristo”.

Segundo o arcebispo italiano, a Igreja em Portugal tem os mesmos desafios que enfrentam as outras Igrejas dos outros grandes países europeus, por exemplo”. “Sei de um pároco em Espanha, por exemplo, que abriu um lindíssimo site, da paróquia. Foi muito inteligente o pároco e o site também era. Ele dizia-me, a sorrir, que o sítio online tinha mais visitas do que a Missa do domingo”, observou.

Para o presidente do CPCS, as Comunicações Sociais podem ser “um ambiente onde, quem recorre às grandes autoestradas digitais deste mundo, pode encontrar também Jesus Cristo”, considerando grave “se não houver alguém que ali dê testemunho”.

“O Papa di-lo de uma maneira muito provocadora, mas autêntica: não se bombardeia a rede social com mensagens religiosas. Nós não fazemos publicidade, não fazemos uma ação de proselitismo, o 

 

importante é que os discípulos do Senhor que moram no continente digital deem testemunho com o que escrevem, com o que colocam dentro dos seus sites, dos seus perfis”, explica.

“Tem de ser algo positivo”, assinala ainda.

Desta forma, acredita D. Claudio Celli, muitas pessoas poderão descobrir o Senhor e tudo o que de positivo, de belo, é Jesus Cristo na sua vida, através do testemunho de tantos discípulos que vivem no mesmo continente digital”. Esta presença nas plataformas digitais exige um duplo dinamismo, de “testemunho” e de “profissionalismo”.

“De um lado há a exigência de testemunho - o homem de hoje escuta com maior gosto uma testemunha do que um mestre -, mas também, nas redes sociais, a Igreja deveria estar presente com grande profissionalismo”, refere o responsável da Santa Sé.

“Não estamos a anunciar um produto, anunciamos o Senhor da vida e temos de o fazer com os melhores meios que tivermos”, acrescentou.

 

 

 

 

 

 

 

 

Mensagem do Papa Francisco para 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais

“A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro”.

 

 

 

 

 

 

 

Sociedade precisa de reaprender
a linguagem do «coração»

O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Igreja Católica em Portugal considera que as próximas jornadas nacionais quer concretizar os desafios deixados pelo Papa Francisco, a poucos dias do Encontro Mundial das Famílias e da assembleia do Sínodo dos Bispos sobre este mesmo tema.

O tema “Comunicação e Família: Partilha de afetos” parte da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

“A mensagem é normalmente tão rica que se não houver a preocupação de a aprofundar, de a estudar, corre o risco de acontecer como a outros documentos da Igreja, a gente visita-os, por ventura cita-os mas não os vive, não os leva à pastoral diária”, diz o padre João Aguiar, em declarações à Agência ECCLESIA.

“Nós queremos efetivamente que este desafio do Papa se concretize e partilhe nos afetos, na família, que a família viva na comunicação e em comunicação”, acrescenta.

Além deste caráter de reflexão e de

 

estudo sobre a própria mensagem do Papa, glosando-a em determinadas e diferentes direções, esta iniciativa “também é um momento de alegre convívio entre profissionais”, não apenas da comunicação social dita crente ou católica.

“Fazer pontes, servir o diálogo, a cultura, a paz, a abertura do coração ao outro não é simplesmente uma questão de acreditar ou não. É uma questão de humanidade, e sendo o homem um caminho da Igreja, nós não poderíamos deixar de estar presentes neste caminho”, assinala o diretor do SNCS.

Em Fátima, o organismo vai procurar chamar esta temática da família para a comunicação social, de uma forma positiva, contrariando a tendência de limitar estes assuntos a “momentos mais difíceis ou dramáticos”.

“Costumo dizer que é muito notícia a violência e é pouco notícia o beijo, e se fossemos a fazer uma estatística sobre o número de violências ou sobre o número de beijos, de desafetos ou de afetos, acredito sinceramente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 que são mais aqueles que se amam do que aqueles que se desconhecem ou odeiam”, sublinha o padre João Aguiar.

“Sem esconder que há violência, que há desamor ou desestruturação familiar, vamos também ao encontro de todos aqueles que vivem nas 

 

mais diversas circunstâncias um afeto visível, palpável, alegre, mesmo quando sacrificado”, prossegue.

Segundo este responsável, o amor é a capacidade de “renunciar ou de oferecer tudo o mais” em benefício de alguém.

 

 

No primeiro dia das jornadas há dois painéis, “a família em comunicação” e “a família na comunicação”, para sublinhar que é na família que se aprende a comunicar.

“A família é o primeiro espaço de socialização, onde o ‘eu’ desperta para o ‘nós’, onde aprendemos a ser nós sem deixarmos de ser eu. Aliás, educar é precisamente esta grande responsabilidade, de ajudar o outro a ser ele próprio, educar escreve-se com ‘e’, não com ‘i’. Se escrevesse 

 

com ‘i’, educar era impingir, era meter lá dentro alguma coisa que o outro tem que ser. Educar escreve-se com ‘e’, significa conduzir para fora, ajudar a mostrar aquilo que o outro é”, observa o diretor do SNCS.

O sacerdote recorre à natureza para sublinhar que “ninguém mete o castanheiro na castanha”, ou seja, o que é necessário é criar condições para que uma semente possa ser árvore e possa mostrar-se.

“Ensinar, pode-se porventura 

 

 

 

 

 

ensinar uma turma toda ao mesmo tempo; educar é individualmente, porque para educar eu preciso de saber a riqueza que tu tens, o indivíduo que tu és, para te ajudar a ser”, refere.

O padre João Aguiar recorda que, nas famílias, os pais não tiram “fotocópias” de si mesmos e estão diariamente perante o “mistério do outro”. “Se a família não me concede a liberdade de ser eu, acaba por me atrofiar em vez de me ajudar a crescer, daí a palavra, daí os silêncios, daí o exemplo, daí a correção, o louvor, todas essas coisas que às vezes desaprendemos de dizer mas que é urgente que digamos de olhos nos olhos”.

A vida das sociedades contemporâneas é marcada por um  

 

contexto em que também porque se comunica de outras maneiras e falta o tempo.

“As novas tecnologias, que são valiosas na perspetiva de nos colocarem em contacto com quem está longe, se não forem bem usadas podem levar-nos ao isolamento de quem está perto”, alerta o diretor do SNCS.

“O filho tem um problema e a gente diz-lhe ‘ó filho agora cala-te, calma, cala-te porque está a dar o telejornal ou um noticiário qualquer, porque estamos na minha telenovela preferida, cala-te porque vem aí um debate, porque estou cansado, cala-te, cala-te, cala-te’. Isto é, nas nossas casas quem é que tem liberdade absoluta de falar?”, diz ainda.

 

 

 

 

 

 

As jornadas vão procurar perceber onde é que a Igreja pode ajudar as famílias que se deparam com estas barreiras. “A Igreja tem de dizer que a pessoa é o centro, é o centro de tudo, e se na família estamos preocupados com a renda, com isto com aquilo, com um conjunto de coisas legítimas, temos em primeiro lugar de estar preocupados com as pessoas que estão ao nosso lado”, sustenta o diretor do SNCS.

 

 
Nesse sentido, assinala que é preciso estar no centro da vida uns dos outros e assim “o silêncio ou a palavra funcionarão com igual normalidade, até porque o silêncio refletido ou a palavra refletida, depois de refletidos tudo o resto passa a ser diferente daquilo que era antes”.

“A palavra pensada passa a ser diferente do palavreado ou da emoção solta, e o silêncio pensado deixou de ser comodismo para ser fecundidade 

 

 

 

 


 

daquilo que vem a seguir”, prossegue.

O sacerdote vê a família de hoje não como “um grupo” onde as pessoas se têm de suportar umas às outras, mas como pessoas que se amam e que se querem, e que independentemente de não se terem escolhido, “aceitam que vêm dessa árvore e têm gratidão por tudo aquilo que efetivamente e afetivamente receberam”.

Como crente, fala da família como uma “Igreja doméstica” que nos seus vários “altares” constroem neste espaço “um amor que, vivido no contexto da família, extravasa para 

 

fora”.

“Nós vivemos tanto a alegria de sermos aquilo que somos que vamos testemunhar aquilo que somos. Há anos estive numas jornadas de pastoral familiar em Vila Nova de Famalicão e ficou-me na memória um cartaz que estava ao fundo da sala: Tinha um coração à janela, era uma casa de família qualquer e o coração estava à janela. A ternura à janela, o amor à janela, e quem passasse na rua olhava para aquela janela e percebia qual era o espírito que estava do lado de dentro daquela casa”, recorda.

 

 

 

COMUNICAR COM OS AFETOS

“Eu gostava que as nossas famílias tivessem o coração à janela, porque também para elas aquele comentário que afinal foi dirigido a todos os cristãos, que está nos Atos dos Apóstolos dito por alguém, pelos pagãos, ‘Vede como eles se amam’. Se nós começarmos a ver como vivem no amor os nossos pais, os nossos avós, como se vive o amor das gerações nas nossas famílias, talvez acreditemos no futuro, afirmemos claramente o futuro da família e a eternidade dos afetos”. 

 

 

 

 

 

Os desafios de comunicação para a família

Os desafios da comunicação em diferentes realidades foram analisados pelo Papa na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015. Na mensagem, Francisco aponta a importância de “aprender a narrar”, num desafio lançado a todas as pessoas para que não se tornem apenas consumidores de informação mas narradores do quotidiano.

“Narrar significa hierarquizar e isso implica uma capacidade crítica de escolha. Consumir informação é saber escolher”, explica à Agência ECCLESIA o jornalista e editor da Agência Lusa, Paulo Agostinho.

Na mensagem, Francisco recorda o tempo de gestação da vida humana como o primeiro momento em que a comunicação acontece. “O pai que  

 
fala com a criança muitas vezes através do abdómen da mãe. Depois de o bebé nascer, entre vários homens com o mesmo timbre de voz, o bebé vai reagir ao timbre da voz do pai que durante muitas vezes falou consigo durante a gestação”, traduz o médico obstetra João Paulo Malta.

A comunicação nas famílias com filhos deficientes é, para o Papa, um desafio acrescido na partilha de afetos e espiritualidade. “Não sabemos qual a perceção que ela tem de Deus e de tudo isto mas tem o essencial que é a vivência do Deus-amor nos gestos concretos da família e dos que lhe são mais próximos e se dedicam a ela”, afirma Conceição Martins, mãe de Ana, uma criança de 15 anos com deficiência.

 

 

 

 


 

 

8º Dia

O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais iniciou neste mês de setembro a produção e realização do programa “8º Dia”, que a TVI emiti semanalmente ao domingo, agora imediatamente antes da transmissão da Eucaristia Dominical.

O programa “8º Dia” é uma ideia do cónego António Rego e representa um marco da produção religiosa televisiva em Portugal. Iniciou em 1994 e teve por autor e realizador até agosto de 2015 o próprio cónego António Rego, que a maior parte das vezes era também o repórter de imagem, autor dos textos e editor de vídeo.

 
 
De acordo com o autor do “8º Dia”, não se trata de um programa de informação, nem tem um “compromisso sequencial”, de “dias mundiais disto ou aquilo”, porque “parte do pressuposto que há outros a fazer isso”. O “8º Dia” mostra reportagens nacionais e internacionais sobre a situação dos cristãos e sobre questões culturais, estéticas, simbólicas”.

Numa nova etapa na história do programa, o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais criou uma equipa para produzir este programa, mantendo a identidade editorial, simbólica e televisiva.

 

 

Uma casa rica de misericórdia

O Evangelho de Lucas em família

Com o Jubileu da Misericórdia a chegar, a PAULUS Editora apresenta o novo livro do presidente do Conselho Pontifício para a Família. Uma casa rica de misericórdia pretende ser uma ajuda para ler o Evangelho de São Lucas, em família, todos os dias. Vincenzo Paglia considera o Evangelho a força e o tesouro mais precioso da Igreja e convida todas as famílias a pegarem no Evangelho, a lerem-no e a meditá-lo, para construírem uma nova fraternidade entre as pessoas e uma nova solidariedade entre as famílias.

 

Este texto, por muitos chamado o «Evangelho da Misericórdia», é indicado pelo Papa Francisco como aquele que nos deve acompanhar de modo particular durante o Jubileu da Misericórdia

de 2016. Refere D. Vicenzo Paglia que «no início deste terceiro milénio devemos voltar a fazer o mesmo que nas origens do cristianismo: tomar o Evangelho nas nossas mãos, também nas nossas famílias, e reconstruir uma nova fraternidade entre as pessoas, uma nova solidariedade entre as 

 

 

famílias, para poder anunciar a “boa nova” do amor de Deus a todos». 

Diz o presidente do Conselho Pontifício para a Família que «é indispensável tomar na mão o Evangelho e escutá-lo com renovada atenção para termos um mundo mais fraterno, mais solidário, mais humano». 

 

 

 

 

 

 
Para D. Vincenzo Paglia, «a insegurança e o medo que marcam a vida deste nosso mundo, as incríveis injustiças que laceram a vida de tantos povos, a violência que se parece espalhar sem travão até mesmo dentro das nossas casas, os conflitos e as guerras que ainda continuam a ceifar vidas inocentes, só podem ser ultrapassados graças ao Evangelho». Mas o prelado alerta que os cristãos correm o risco de estar entre os que não creem na força do Evangelho que transforma e se resignam à tristeza dos tempos.
 

 

 Refere D. Vincenzo Paglia que «é urgente voltar a ouvir com paixão a “alegre notícia”, a começar pelas famílias».
Nesse pequeno livro estão contidos o pensamento de Jesus, o seu coração, a sua compaixão, a sua mansidão, a sua força. Quem o ouve com coração, torna-se forte. Se queremos construir com solidez a vida da nossa família, como também a da inteira sociedade, retomemos o hábito de nos nutrirmos todos os dias com o Evangelho. É a rocha firme sobre a qual podemos apoiar a nossa esperança.
 
 
FICHA TÉCNICA

Ficha Técnica 
Título: Uma casa rica de misericórdia 
Autor: Vincenzo Paglia – Presidente do Conselho Pontifício para a Família 
Coleção: Vida Familiar 
Secção: Família 
Formato: 14 cm × 22 cm 
Páginas: 152 
Editora: Paulus Editora 
ISBN: 9789723018912

Preço: 10,00 €

 

 

 

 

II Concílio do Vaticano: O papel dos leigos na descristianização crescente

 

 

Com o II Concílio do Vaticano (1962-65), os leigos ganharam preponderância no seio da Igreja. Depois das reflexões desta assembleia magna, convocada pelo Papa João XXIII, os documentos publicados referem com frequência a «promoção do laicado». Num artigo da revista «Brotéria» de Setembro de 1965, frei Bento Domingues refere que a expressão «promoção do laicado» é em si “equívoca” na medida que adianta duas suposições.

“A Igreja precisa dos leigos, a fim de enfrentar situações novas em que se acentua um processo de descristianização crescente” e para tal promove os leigos, isto é, “confere-lhe um lugar e uma missão mais latos, sem outras preocupações”, mas também pode acontecer que, “por força de uma maior consciencialização” da sua situação face ao mundo, a igreja sinta agora a “necessidade de uma redescoberta do laicado e do seu lugar e funções eclesiais, o que pressupõe a redescoberta de uma eclesiologia”, escreveu o teólogo dominicano na revista «Brotéria».

No artigo, intitulado «Os leigos na igreja», frei Bento Domingues sublinha que os documentos conciliares colocam o leigo noutro patamar. Apesar de todos os equívocos “reais ou imaginários”, dois pontos merecem ser considerados: “Os leigos desempenham, ou têm de desempenhar, uma missão; e, segundo ponto, uma missão no mundo”. Neste contexto, admite-se que nem o mundo nem os leigos são destituídos de significação na Igreja. A descoberta deste significado ou as tentativas feitas para tal descoberta foram motivadas pela 

 

 

 

 

 

própria “situação de impasse em que a Igreja se encontrava face ao mundo”, situação essa que, aliás, ditou todo um reexame teológico da natureza da Igreja e da sua missão, da hierarquia, do sacerdócio, do laicado, do mundo e das suas mútuas relações.

Para tal, para apreciarmos o alcance de uma “apresentação correta da Igreja”, basta comparar a imagem que esta tinha antes do II Concílio do Vaticano e aquela que, hoje, nos transmite a constituição «Lumen Gentium». O filósofo francês, Edouard le Roy (1870-1954) chegou a 

 

referir-se aos leigos, antes da assembleia magna, que “os simples fiéis não têm senão o papel dos cordeiros da Candelária: benzem-nos e tosquiam-nos”.

O teólogo dominicano, frei Bento Domingues, que todos os domingos nos presenteia no jornal «Público», um comentário sobre a realidade eclesial salienta, no artigo da revista citada, que os documentos conciliares são o fruto de muitas reflexões de “alguns pioneiros que sofreram e lutaram no meio de angústias e incompreensões”. Frei Bento Domingues sabe do que fala…

 

 

setembro 2015 

Dia 18 Setembro

* Lamego - Casa de São José - Reunião do colégio de arciprestes

 

* Braga – UCP - Seminário sobre «Sustentabilidade na Economia Social»

 

* Lisboa - Claustro Padre António Vieira do Museu de São Roque - Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, condecora o historiador e ensaísta, José Eduardo Franco, com a Medalha de Mérito Cultural.


* Porto - Convento de Cristo Rei - Conferência sobre «Uma Igreja pobre ao serviço dos pobres» por frei Gonçalo Diniz, OP

* Guarda – Covilhã - Lançamento do livro do padre José de Sousa SJ sobre a sua experiência missionária em Angola com apresentação de D. Manuel Felício, Bispo da Guarda.

* Lisboa - Mercado de Alcântara - Mercado do Voluntariado organizado pela Confederação Portuguesa do Voluntariado (com o envolvimento
 
do CNE), Comunidade Vida e Paz e Câmara Municipal de Lisboa, com o apoio da Junta de Freguesia de Alcântara e integrado no âmbito do programa da Capital Europeia do Voluntariado Lisboa 2015. (18 e 19)

* Fátima - Centro Bíblico dos capuchinhos - Iniciativa «Uma viagem do Génesis ao Apocalipse» por Frei Fernando Ventura (18 a 20)

Dia 19 Setembro
* Guarda – Sabugal - Encontro dos consagrados naturais do Sabugal (Diocese da Guarda) com o tema «Ano da Vida Consagrada – Olhar com gratidão o passado...Viver com paixão o presente... Abraçar com esperança o futuro».

* Fátima - Encontro nacional da Família Salesiana

* Vaticano - Encerramento do encontro mundial de Jovens Consagrados.

* Braga – Sé - D. Jorge Ortiga dá a Bênção aos peregrinos que partem da Sé de Braga até a Santiago de Compostela.

 

 

* Fátima - Encontro da Pastoral Nacional do Ensino Superior

* Lamego - Igreja Paroquial de Santa Maria de Almacave - Vigília de oração pelos refugiados com a presença de D. António Couto.

* Lisboa - Cascais (Hipódromo Manuel Possolo) - Iniciativa «Family Land» promovida pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (19 e 20)

* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - Jornadas Missionárias 2015 com o tema  «Missão Sempre e em todas as frentes. AdGentes e Igrejas particulares». (19 e 20)

Viagem do Papa aos EUA e a Cuba (19 a 27)

Dia 20 Setembro
* Fátima - Encontro nacional da Comunidade Luz e Vida

* Braga - Santuário do Sameiro - O Departamento Arquidiocesano da Pastoral da Saúde de Braga promove a «Peregrinação dos Frágeis» ao Santuário do Sameiro.

* Viana do Castelo - Assembleia Diocesana de Catequistas
 
* Lisboa – Sé - Sessão do ciclo de concertos do órgão da Sé Patriarcal de Lisboa

* Lisboa - Torres Vedras (Casa de Espiritualidade do Turcifal) - Congresso mundial dos formadores de Seminários Scalabrinianos (20 a 27)

Semana Nacional da Educação Cristã (20 a 27)

Dia 21 Setembro

* Beja - Encontro do Clero da Diocese de Beja


* Viseu - Vários espaços do centro histórico da cidade - Inauguração da exposição «Entre Deus e os Homens - Arte na Igreja de Viseu» integrada nos 500 anos da dedicação da catedral e conclusão do sínodo.

* Porto – UCP - Conferência sobre «Padre Américo Monteiro de Aguiar (1887-1956): Da Teologia à "Obra"» por  Luís Leal e integrada  no Seminário «Dos Homens e da Memória: os tempos da Diocese do Porto» promovido pelo Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da Universidade Católica Portuguesa (UCP), no polo do Porto
 
 

 

 

 

 

 

Nos dias 19 e 20 de setembro decorrem em Fátima as Jornadas Missionárias 2015 com o tema  «Missão Sempre e em todas as frentes. AdGentes e Igrejas particulares».

 

 

Nos mesmos dias Cascais (no Hipódromo Manuel Possolo) recebe a  Iniciativa «Family Land» promovida pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, uma proposta de diversão e encontro em família.

 

 

Inicia no domingo, 20 de setembro, a Semana Nacional da Educação Cristã, que este ano tem como tema “felizes os misericordiosos porque alcançarão a misericórdia” e aponta pistas para este ano da misericordia a ser vivido nas famílias, catequeses, aulas de EMRC e escolas católicas.

 

 

De 19 a 27 de setembro o Papa Francisco vai fazer a sua Viagem aos EUA e a Cuba, que inclui encontros com os presidentes dos dois países e uma oração «ground zero» em Nova Iorque.

 

 

De 22 a 27 de setembro acontece nos Estados Unidos da América – Filadélfia – o Encontro Mundial das Famílias com o tema «O amor é a nossa missão: a Família plenamente viva!», o maior encontro católico de famílias do mundo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingos, 20 de setembro - Imagens e mensagens da visita "ad Limina" dos bispos de Portugal ao Vaticano.

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 21 - Entrevista ao padre Rui Alberto sobre a transmisão da fé às novas gerações;

Terça-feira, dia 22 - Informação e entrevista a Cristina Sá Carvalho sobre a Semana Nacional da Educação Cristã;

Quarta-feira, dia 23 - Informação e entrevista ao cónego João aguiar Campos sobre as Jornadas Nacionais de Comunicação Social;

Quinta-feira, dia 24 - Informação e entrevista ao padre Eduardo Novo sobre as Jornadas de Pastoral Juvenil;

Sex-feira, dia 18 -  Análise às leituras bíblicas das missas de domingo com padre Armindo Vaz e frei José Nunes

 

 

Antena 1

Domingo, dia 20 de setembro - 06h00 - Apresentação da Semana Nacional da Educação Cristã, com o tema "Felizes os Misericordiosos porque alcançarão misericórdia" e feedback da visita Ad Limina dos Bispos portugueses ao Vaticano. Análise à liturgia pelo P. Manuel Barbosa.

 

Segunda a sexta-feira, 21 a 25 de setembro  - 22h45 -  Os novos manuais de Educação Moral e Religiosa Católica; 24 e 25 de setembro - Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais.

 

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B - 25.º Domingo do tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
Viver na sabedoria de Deus
 

A liturgia deste 25.º Domingo do Tempo Comum convida-nos a prescindir da sabedoria do mundo e a escolher a sabedoria de Deus. Só esta conduz a pessoa à vida plena, à felicidade sem fim.

Na primeira leitura vemos que escolher a sabedoria de Deus provoca o ódio do mundo, o sofrimento e a perseguição. Mas isso não nos deve fazer desanimar.

O Evangelho apresenta-nos uma história de confronto entre a sabedoria de Deus e a sabedoria do mundo. Jesus está disposto a aceitar o projeto do Pai e a fazer da sua vida um dom de amor aos homens. Os discípulos, imbuídos da lógica do mundo, não têm dificuldade em entender essa opção e em comprometer-se com esse projeto. Jesus avisa-os, contudo, de que só há lugar na comunidade cristã para quem escuta os desafios de Deus e aceita fazer da vida um serviço aos irmãos, particularmente aos humildes, aos pequenos, aos pobres.

Fiquemos uns instantes na segunda leitura de São Tiago. Depois de dizer que a sabedoria do mundo gera inveja, contendas, falsidade, rivalidade, desordem e toda a espécie de más ações, afirma: «A sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia».

São aqui apresentadas sete qualidades da sabedoria, número que significa perfeição, plenitude. Somos assim convidados a seguir um caminho de perfeição, de realização total, de vida plena.

Se quisermos viver em paz, em comunhão com Deus, devemos acolher e viver segundo a sabedoria de Deus.

São Tiago relaciona ainda a sabedoria com a oração. Quando o nosso coração está cheio da sabedoria do mundo, a nossa oração torna-se um monólogo egoísta,

 

 

 

 

 uma pedinchice de coisas que se destinam a satisfazer as nossas paixões, as nossas ambições, os nossos interesses pessoais.

Antes de falar com Deus, precisamos de mudar o nosso coração, de reequacionar os nossos valores e as nossas prioridades, de aprender a ver o mundo e a vida com os olhos de Deus. Só então a nossa oração será um diálogo de amor e de comunhão, através do qual escutamos Deus, percebemos os seus planos, acolhemos essa vida que Ele nos quer oferecer.

A propósito, há alguns anos os Bispos portugueses emitiram uma breve 

 

Nota sobre a missão da Igreja num País em crise. Em duas passagens apela-se à sabedoria como orientação para os governantes e todos os cidadãos. Como isso vem tão a propósito deste tempo para o nosso País em campanha eleitoral.

Para nós, esta sabedoria só pode vir de Deus, que nos convida à prioridade na busca do bem-comum, à estabilidade cívica e política, ao respeito pela verdade, à generosidade lúcida. Que tudo isso seja rezado e praticado por todos nós.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.pt

 

Aposta na Família para superar
colonização do dinheiro

O Papa defendeu no Vaticano a necessidade de colocar a família no centro das políticas públicas e da vida social como forma de contrariar a “colonização do dinheiro”. “No meio de uma civilização fortemente marcada por uma sociedade administrada pela tecnologia económica, onde a subordinação da ética à lógica do lucro goza de um grande apoio mediático, torna-se cada vez más necessária uma nova aliança entre o homem e a mulher, que liberte os povos da colonização do dinheiro e das colonizações ideológicas”, declarou, perante cerca de 30 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Francisco encerrou nesta audiência pública um ciclo de catequeses sobre a família, iniciado em dezembro de 2014, como forma de preparação para o próximo Sínodo dos Bispos (4-25 de outubro) e o 8.º Encontro Mundial das Famílias (22-27 de setembro, Filadélfia, EUA).

O Papa sustenta que esta “nova aliança” homem-mulher tem de “orientar a política, a economia 

 

e a convivência civil” para que a terra seja “um lugar habitável, onde se transmita a vida e se perpetue o nexo entre a memória e a esperança”.

Após a assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, sobre a família, em 2014, Francisco proferiu 28 catequeses e uma oração dedicadas a este tema. Na conclusão deste ciclo, o Papa recordou que a família está “no início, na base da cultura mundial” que pode salvar a humanidade “de tantos ataques, destruições, colonizações, como a do dinheiro e a das ideologias que tanto ameaçam o mundo”.

Francisco questionou depois os “muitos lugares comuns, às vezes ofensivos”, sobre a “mulher sedutora que inspira o mal”. “Pelo contrário, há espaço para uma teologia da mulher que esteja à altura desta bênção de Deus”, observou, a qual se estende a “todos os seres humanos até o fim da história”.

 

 

 

 

 
8º Encontro Mundial das Famílias
O encontro mundial tem início marcado para 22 de setembro, com um congresso temático que se prolonga até ao dia 25 desse mês, seguindo-se os dias de oração e encontro com Francisco, em volta do tema ‘O amor é a nossa missão: a família plenamente viva’.

Na noite de 26 de setembro, o EMF vai celebrar um “festival intercultural”, com a presença confirmada de Aretha Franklin, do cantor colombiano Juanes e do tenor italiano Andrea Bocelli. O dia 27 começa junto dos bispos convidados para o 8.º EMF, continuando com uma visita aos detidos do Instituto ‘Curran-Fromhold’, para menores.

O Papa preside à Missa conclusiva do EMF 2015 no Benjamin Franklin Parkway, naquele que é o último ato público da décima viagem ao estrangeiro deste pontificado.

 

 

 

 

 

 

 

 

Seguindo o exemplo dos mártires

O Papa enalteceu esta quinta-feira o exemplo dos mártires de hoje, durante um encontro no Vaticano com cinco mil participantes do Encontro Mundial de Jovens Consagrados, a decorrer em Roma. “Há dias, na Praça São Pedro, um sacerdote iraquiano aproximou-se de mim e deu-me uma pequena cruz, uma cruz que um sacerdote tinha consigo quando foi degolado por não renegar a sua fé em Jesus Cristo. É esta cruz que eu trago aqui à luz dos testemunhos dos nossos mártires de hoje, que são mais do que os mártires do primeiro século, e também dos mártires do Iraque e da Síria”, frisou Francisco.

Sob o mote “Despertai o mundo”, o Encontro Mundial para Jovens Consagrados está inserido no Ano da Vida Consagrada, um projeto que a Igreja Católica está a promover para dar novo fôlego à missão e aos projetos de todos os institutos religiosos.

Na audiência com os jovens consagrados, o Papa argentino salientou a importância das congregações não deixarem que a “observância rígida” das “regras” retire aos religiosos o espirito de 

 

iniciativa, a “liberdade” para abrir novos horizontes de missão. “Uma mãe que educa os filhos com rigidez, não deixa os filhos sonhar, crescer, anula o futuro criativo dos filhos. Esses filhos serão estéreis. Também a vida consagrada pode ser estéril quando não é profética, quando não se permite de sonhar”, frisou Francisco.

Neste contexto, o Papa lembrou o exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira das Missões, que apesar de fechada num convento “não perdeu a capacidade de sonhar”. “Não perdeu o horizonte. Nunca perdeu a capacidade de contemplação. Profecia e capacidade de sonhar é o contrário da rigidez. A observância não deve ser rígida, se é rígida não é observância, mas egoísmo pessoal”, complementou.

Sobre a situação dos consagrados no mundo atual, Francisco apontou que “num tempo muito instável”, marcado pela “cultura do provisório”, que também “entrou na Igreja, nas comunidades religiosas, nas famílias e no matrimónio”, é preciso saber propor “a cultura do definitivo”. “O Senhor não entra na cultura do provisório. Ele nos ama e nos acompanha sempre. Por isso, 

 

 

 

 

 

estar próximo das pessoas, a proximidade entre nós, fazer profecia com o nosso testemunho, com o coração que arde, com zelo apostólico que aquece os corações dos outros”, exortou.

Uma pergunta de um jovem consagrado sírio levou também o Papa a recordar a “memória” da sua vocação, do seu “primeiro 

 

chamamento”. “Foi em 21 de setembro de 1953, mas não sei como foi. Sei que por acaso, entrei na Igreja, vi o confessionário e sai dali diferente, sai de outra maneira. A minha vida mudou. Nos momentos difíceis ajudou-me muito recordar o primeiro encontro, porque o Senhor encontra-nos sempre definitivamente”, sublinhou Francisco.

 

 

Encontro Mundial de Jovens Consagrados

O Vaticano espera que o Encontro Mundial de Jovens Consagrados, que decorre até este sábado, seja um convite à fecundidade na missão e na abertura ao mundo. Na vigília de abertura, esta terça-feira, diante da Basílica de São Pedro, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada exortou os milhares de participantes a “deixarem-se seduzir por Cristo” e a viverem a sua vocação sempre de forma renovada, 

 

como “no primeiro chamamento”.

O cardeal brasileiro Braz de Aviz desafiou ainda os jovens a “escutarem com o coração de filhos e filhas a Palavra de Deus, uma Palavra sempre segura e orientadora, sobretudo para aqueles que a colocam em prática no dia-a-dia”.

Subordinado ao tema “Despertai o mundo”, o Encontro Mundial para Jovens Consagrados insere-se no Ano da Vida Consagrada que a Igreja

 

 

 

Católica está a promover e que pretende dar novo fôlego à missão e aos projetos de todos os institutos religiosos.

Na homilia da vigília, dada pelo secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, os milhares de jovens que estão a participar no evento foram instados a “fugir da tentação do narcisismo” e a lembrarem-se sempre de que “há mais alegria em dar do que em receber”. “Não vivam, queridos jovens, fechados em vós mesmos, nos vossos interesses, planos e projetos”, disse o arcebispo José Rodríguez Carballo.

Até sábado, o Encontro Mundial vai prosseguir dividido entre sessões de reflexão e partilha, sobre temas como a “vocação, vida fraterna e a

 

 missão”; e momentos de “celebração e testemunho”.

Os participantes estiveram na quarta-feira, juntamente com peregrinos de todo o mundo, na habitual audiência pública do Papa, ocasião em receberam um livro intitulado “Amar é dar tudo”. Trata-se de um projeto com origem na Suíça, pensado por “um pai de família, Daniel Pittet, que decidiu dedicar um livro” ao tema da Vida Consagrada, com o objetivo de “agradecer a todos os consagrados e consagradas pelas suas obras”.

Segundo a Conferência Episcopal Suíça, “o título da obra foi proposto pelo próprio Papa Francisco, na sequência de uma audiência com o autor, em setembro de 2014” e é “inspirado nas reflexões de Santa Teresa do Menino Jesus”.

 

 

Crise de refugiados na Europa: que fazer?

Lágrimas por Aylan

Tinha apenas 3 anos. Morreu na praia, na Turquia, quando a sua família fugia da guerra na Síria. O mundo comoveu-se quando viu a sua fotografia, de bruços, com a água a lamber-lhe o rosto, ou depois, quando um polícia o retirava dali com todo o cuidado, como se ainda estivesse vivo. A morte de Aylan vai fazer alguma diferença?

Quantos Aylan morreram sem que o mundo se tivesse comovido? As lágrimas que foram choradas por esta criança de apenas três anos são talvez o símbolo maior da nossa impotência perante a tragédia dos refugiados que estão a bater à porta da Europa. O que vale uma fotografia? O menino Aylan morreu quase na praia. Nesse dia, quando o barco começou a meter água, quando estavam quase a chegar a terra o mundo chegou ao fim para o pai de Aylan, Abdullah Kurdi. A família estava em fuga da Síria. Ele, Abdullah, a sua mulher, o filho mais velho, de cinco anos, e o bebé, Aylan, de apenas 3 anos. Estavam a cumprir o sonho de uma vida nova sem o medo da guerra, o cheiro da morte e o ruído ensurdecedor das metralhadoras a cuspirem sangue.

 
Tudo acabou ali, derramado em lágrimas que se confundiram com as águas salgadas do mar. “Os meus filhos escorregaram das minhas mãos”, disse, depois, ainda perplexo perante o naufrágio da sua própria vida.  

O barco estava a meter água. Muitos dos que iam a bordo ficaram em pânico. Foram momentos trágicos, com pessoas a cair, a desaparecerem nas águas. Como esquecer? Abdullah agarrou na sua mulher e nos filhos quando o barco se virou. “Os meus filhos escorregaram das minhas mãos", disse depois, como quem suporta agora um fardo de que nunca se irá libertar. Morreram todos. Ficou ele para contar a história. Ficou a fotografia de Aylan para comover o mundo. Que fazer?

 

É a nossa vez

Ninguém escolheu estar vivo agora. Ninguém. Nenhum de nós é responsável pelo que está a acontecer a nível mundial, mas todos somos responsáveis pela forma como 

 

 

 

 

responderemos aos que nos gritam por ajuda. A Fundação AIS é uma das instituições da Igreja e da sociedade civil que integra a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) que tem como objectivo apoiar o acolhimento e integração de crianças refugiadas e das suas famílias em Portugal. A Fundação AIS pretende mobilizar os seus benfeitores para se criar, aqui, em Portugal, essa rede de acolhimento. Tal como aconteceu no rescaldo da II Guerra Mundial, quando o padre Werenfried van Straaten

 

se comoveu com os milhares de refugiados oriundos da Alemanha e que deambulavam como miseráveis pelas ruas da Europa, com fome, sede e cheios de frio. Nasceu aí a lenda do padre toucinho. Ele conseguiu, inspirado que estava por Deus, convencer as pessoas a doarem o pouco que tinham àqueles que eram ainda, para muitos, o inimigo. Hoje, o desafio não é diferente. “Vemos, ouvimos e lemos”, dizia Sophia. Não podemos ignorar.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

Guiné-Bissau a marcar passo

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Há países cujas histórias são difíceis de escrever. Isto pela razão simples de que há constantes golpes de Estado e contínuos atentados a um Estado de direito que devia garantir a vida pacífica de um povo. A Guiné-Bissau habituou-nos a uma enorme instabilidade, a sucessivas mudanças violentas de líderes e regimes, bem como a uma consequente pobreza generalizada dos seus habitantes.

A primeira vez que aterrei em território guineense fiquei marcado por duas situações contraditórias. Por um lado, a alegria das pessoas e o seu grande sentido de acolhimento e hospitalidade. Por outro lado, a pobreza extrema de quase toda a população, em contraste evidente com a luxuriante natureza típica de uma África tropical onde chove com muita frequência e intensidade.

A Guiné entrou-me na alma e nunca deixei de alimentar projetos solidários para defesa dos mais frágeis e abertura de novos horizontes para crianças e jovens. Assim se justificam os investimentos para que a Escola Sem Fronteiras de Tubebe se tornasse uma referência em território manjaco e o apoio á construção e funcionamento de diversas Escolas na área de Calequisse-Caió, ainda hoje geridas pela Igreja católica.

Os missionários no terreno têm apostado muito na Educação e na Saúde. São caminhos essenciais para um desenvolvimento sustentável e sustentado, seguindo a lógica do dar a cana e ensinar a pescar, evitando dar o peixe, atitude que, nestes casos, só gera preguiça e dependência.

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

 

 

Quem acompanha a história recente deste país lusófono percebe como tem sido difícil a gestão de um número tão elevado de grupos étnicos para um espaço geográfico tão pequeno. Também não se compreendem os sucessivos ataques ás tentativas quase sempre frustradas de fazer da Guiné um país democrático. O aniversário da independência, este dia 24, será marcado por muita instabilidade porque o presidente da República
 

demitiu o primeiro-ministro que tinha apoio de maioria na Assembleia e nomeou outro que foi considerado ilegítimo e, por isso, não conseguiu governar.

É bom para a Guiné cimentar a democracia. É fundamental para os guineenses criar condições de estabilidade para que o progresso aconteça. Faço votos de que a celebração de mais um aniversário da independência rasgue caminhos de prosperidade, democracia e paz.

 

 

 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

“A Igreja sem fronteiras, mãe de todos, propaga no mundo a cultura do acolhimento e da solidariedade, segundo a qual ninguém deve ser considerado inútil, intruso ou descartável”

 

Mensagem do Papa Francisco,

Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2015

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sair