04 - Editorial:

   João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

22 - Opinião

    José Luís Gonçalves

24 - Semana de..
   Carlos Borges

26 - Dossier

  Cristãos Perseguidos

28 - Entrevista

  Catarina Martins Bettencourt
 
 

52- Multimédia

54- App Pastoral

58- Estante

60 - Concílio Vaticano II

62- Agenda

64 - Por estes dias

66 - Programação Religiosa

67 - Minuto Positivo

68 - Liturgia

70 - Ano da Vida Consagrada

Foto da capa: D. R.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

Bispos pede estabilidade política

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Sínodo entra na fase final do debate

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Cristãos perseguidos e esquecidos

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João Aguiar Campos | Fernando Cassola Marques |José Luís Gonçalves | Carlos Borges | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Bento Oliveira

 

Y con el mazo dando

  João Aguiar Campos   
  Secretariado Nacional das  

  Comunicações Sociais    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1. Completam-se, dentro de dias (28 de Outubro), 50 anos sobre a Declaração “Nostra Aetate”, que versa as relações entre a Igreja Católica e as religiões não-cristãs.

O texto é breve, mas revela um olhar límpido e uma abertura que, sem esconder distinções, procura antes de mais nada ver em cada religião “o raio de verdade que ilumina todos os homens”.

 Para a Igreja católica, a fraternidade universal não consente qualquer discriminação racial ou religiosa. Cite-se o parágrafo final da Declaração: “A Igreja reprova (…) como contrária ao espírito de Cristo, toda e qualquer discriminação ou violência praticada por motivos de raça ou cor, condição ou religião». Consequentemente, o sagrado Concílio pede aos cristãos que observem uma boa conduta no meio dos homens e se esforcem por viver em paz com todos – de modo que, quanto deles depende, “sejam na verdade filhos do Pai que está nos céus”.

A “Nostra aetate” não ignora – nomeadamente nas relações com o Irão – muitos momentos de discórdias e ódios. Mas, há 50 anos, acreditava num exercício de compreensão mútua e num esforço conjunto em prol da justiça social, dos bens morais, da paz e da liberdade de todos os homens. Hoje tem de reafirmar-se esta mesma esperança – apesar do cenário de opressão que recai sobre milhões de crentes.

O “Relatório sobre os cristãos oprimidos”, esta semana divulgado pela Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), não pode ser lido com indiferença. 

 

 

 

Num arco de dois (2013-2015) revela um período “catastrófico” (especialmente para os cristãos) em regiões bem específicas: casos da Síria, Iraque, Nigéria e zonas da África Oriental. Mas não esconde também quem está por detrás do genocídio em marcha – não sendo possível deixar de referir o autoproclamado Estado Islâmico, cujo radicalismo não poupou qualquer religião.

Está em marcha um indesmentível genocídio, provocando um êxodo que, no caso dos cristãos do Médio Oriente, os expulsa do seu próprio berço.

 

2.O Relatório da AIS tem, entretanto, um título que é, em si mesmo, uma pergunta pertinente: “Perseguidos e esquecidos?”.

Ao lê-lo, sente-se um dedo apontado à generalizada indiferença da comunidade internacional, repetidamente denunciada pelo Vaticano e ainda há dias duramente criticada pelo libanês Fadi Rabbat, num encontro realizado no México.

Com tanto silêncio ou discreto lamento, parece mesmo que alguém

 

acredita que seja possível afirmar os direitos humanos quando se assiste, em figura de cera, à violação do direito à liberdade religiosa, recentemente assim expresso pelo papa Francisco: “é um direito fundamental que plasma o modo como interagimos social e pessoalmente com os nossos vizinhos, cujas visões religiosas são diferentes das nossas”.

 

3. O Senhor recomendou orações pelos que nos perseguem e caluniam.

Temos de assumir este dever de caridade – tal como devemos, nós os que vivemos uma feliz liberdade, pedir fortaleza e paz para os que sofrem martírios diários. E temos de estar disponíveis para toda a ajuda necessária: apoio material e fraterno acolhimento… Mas nada disto nos dispensa de erguer a voz, exigindo aos governos e instituições internacionais medidas concretas e não mero spray anestesiante e diplomático.

Sim, oração e ação. Ou, como diz o refrão espanhol, “a  Dios rogando y con el mazo dando“.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho (D), ladeado pelo ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Luis Marques Guedes (2D), e pela assessora diplomática, Virgínia Pinha (3D), recebe uma delegação do Partido Socialista (PS) composta por Vieira da Silva (E), Ferro Rodrigues (2E) e Vitalino Canas (3E) em S.Bento, Lisboa, 14 de outubro de 2015. MANUEL DE ALMEIDA / LUSA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"No que depende do BE fica hoje claro que o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas acabou"

Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda, Lisboa, 12 de outubro

 

"Eu não vou governar com o programa do PS e não vou com certeza sujeitar o país a uma espécie de chantagem política em que quem perdeu impõe a quem ganhou as condições para dizer o que é que o PS acha importante para dar o seu contributo à estabilidade"

Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, Lisboa, 14 outubro

 

“O Presidente da República reafirma que as decisões que vier a tomar transmiti-las-á diretamente aos portugueses ou através do chefe da sua Casa Civil”. Comunicado da Presidência da República, Palácio de Belém, 15 de outubro

 

“Há forças políticas que têm percebido que é preciso trabalhar para construir soluções de governo estável, e há outras, como o PSD e o CDS, que infelizmente, até agora, ainda não demonstraram ter compreendido o que é que significa os resultados eleitorais”. António Costa, líder do PS, Bruxelas, 15.10.2015

 

"O que me pareceria negativo, de um ponto de vista económico, até para a imagem do país, é que aqueles que não aceitam os compromissos internacionais de Portugal, aqueles que se opõem à União Europeia, ao Tratado orçamental venham para o Governo". Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, entrevista do ‘Diário Económico’, 13 de outubro

 

 

Bispos desafiam partidos políticos
a evitar clima de instabilidade

O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou em Fátima a uma solução que permita a “estabilidade governativa”, após as eleições legislativas de 4 de outubro, privilegiando o “interesse do país”. “Espera-se que neste processo posterior às eleições o interesse do país esteja sempre em primeiro lugar e não os interesses de grupos ou de partidos”, disse aos jornalistas o padre Manuel Barbosa, secretário da CEP, após a reunião deste organismo, na terça-feira.

O porta-voz do episcopado disse que esta “estabilidade governativa” é uma “responsabilidade” das forças 

 
políticas, “porque o país, o interesse comum, está em primeiro lugar”. “Certamente, aqueles que estão em diálogo procurarão junto do presidente da República encontrar o melhor caminho, a melhor forma de governar o país”, sublinhou o padre Manuel Barbosa. “Isto não pode ser indiferente a ninguém”, acrescentou, a respeito das possíveis soluções que se estão a delinear.
A coligação PSD/CDS-PP iniciou conversas com o PS para a viabilização do programa de Governo, ao mesmo tempo que os socialistas se reúnem com as forças políticas à sua esquerda para debater as possibilidades de formação de um novo Executivo.

 

 

 

 

 

 

 

O bispo de Leiria-Fátima e vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa disse que os líderes partidários têm de “garantir um clima de estabilidade” para que o país possa “progredir”, apostar no “crescimento económico” e “erradicação de pobreza”. “É uma situação crítica, diríamos, para um país que espera sair da crise”, assinalou D. António Marto, em conferência de imprensa no Santuário de Fátima, ao responder a questões sobre os resultados das Legislativas.

O responsável retomou as preocupações reveladas pelo Conselho Permanente da CEP perante um momento de “alguma incerteza 

 
e ansiedade”, à espera de “uma solução definitiva”.
Já o cardeal-patriarca disse seguir com “preocupação construtiva” o atual momento político português e considera "mais natural” que o acordo surja entre os partidos da coligação (PSD/PP) e o PS, que compõem "uma grande maioria no próximo Parlamento".

“O que sobretudo me preocupa é que, se alguma instabilidade continuar, possa pôr em causa alguma consolidação que efetivamente se 

tem feito, atendendo aos dados que  vão sendo publicados nacional e internacionalmente. Acredito que, quer relação a essas forças quer em relação às outras duas forças [Bloco e CDU] que têm agora mais expressão parlamentar, vingue o interesse nacional”, revelou D. Manuel Clemente à Rádio Renascença, esta quarta-feira à noite.

 

 

Sociedade mobiliza-se para receber refugiados

115 instituições, entre as quais cerca de 50 entidades católicas, já se disponibilizaram para acolher refugiados, segundo informações avançadas hoje na Universidade de Lisboa, durante a primeira assembleia-geral da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). O Alto Comissario para as Migrações, presente na iniciativa, considerou esta adesão e o trabalho da PAR como uma atitude “inspiradora para a administração pública”, numa altura em que “era preciso formar uma estratégia comum, um plano nacional” em torno da “integração dos refugiados”.

Para Pedro Calado, é fundamental ter um “interlocutor” como a PAR, que permite chegar a “centenas de instituições” e formar “uma estratégia coerente, alargada para abordar o desafio que Portugal vai enfrentar nas próximas semanas”.

Já Rui Marques, eleito formalmente como coordenador da PAR no ato eleitoral esta tarde, mostrou-se satisfeito com o facto de “em menos de um mês e meio”, o tempo em que a Plataforma está em funcionamento, já estar em marcha “uma solução que convergirá com o

 

 esforço que o Estado português deve fazer”. Aquele responsável salientou ainda que o acolhimento e a integração dos refugiados “não é simplesmente uma questão logística”.

Existem ainda “muitos mitos e medos” à volta da questão dos refugiados, uma questão que tem de ser desmistificada “também no domínio do conhecimento”, complementou.

A Comissão executiva da PAR vai integrar o padre José Batista (CNIS); a irmã Irene Guia, da Congregação das Escravas do Sagrado Coração; André Costa Jorge, do Serviço de Apoio aos Refugiados, o padre José Manuel Pereira de Almeida, como representante da Conferência Episcopal Portuguesa; e Eugénio Fonseca, da Cáritas Portuguesa.

 

 

 

 

Aveiro com novo projeto pastoral

O bispo de Aveiro assinala que o lema ‘Viver a alegria da misericórdia’ vai “envolver” uma Igreja com diversos desafios por estar situada numa região com “grande dinamismo de crescimento, complexidade de situações e acentuado índice de mobilidade”. “São vários os desafios: A fragilidade de tantas famílias, a precarização do trabalho, a ‘turbulência’ dos jovens sem horizontes de esperança para o futuro imediato, o envelhecimento da população e a solidão dos idosos, e tantos outros”, escreve D. António Moiteiro.

Para o prelado, estes desafios “exigem um redobrado esforço” da sociedade e das suas instituições onde se associa a Igreja por “dever de missão solidária” em prol do bem comum e despertam para a “alegria da missão, a força da misericórdia vivida com fé, esperança e caridade”. 

 
Neste contexto, o bispo da Diocese de Aveiro alerta que num mundo em constante mudança, onde se acentua o “individualismo e indiferença” apesar dos apelos à “intervenção e à renovação”, a Igreja e cada cristão deve ser “rosto da misericórdia de Deus”.

O plano pastoral da Diocese de Aveiro está consolidado no símbolo do lava-pés, que se traduz no tema da ‘Misericórdia’, e como tem um horizonte de três anos, entre 2015-2018, vai dividir-se em programas anuais. Assim, esta Igreja local vai viver durante o atual ano pastoral (2015-2016) o tema ‘Igreja de Aveiro, vive na fé a alegria da misericórdia”; depois em 2016-2017, ‘Igreja de Aveiro, vive na esperança a alegria da misericórdia’; e no último ano (2017-2018), a diocese é convidada a “vive na caridade a alegria da misericórdia”.

 

 

 

 

Após a peregrinação internacional de outubro, a ECCLESIA traz até si sete notícias sobre Fátima

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vigília de oração do 12 de outubro, em Fátima (Fatima.pt)

 

 

 

 

 

 


O Dia Mundial das Missões vai estar nas ondas da Antena 1, de domingo a sexta-feira.

 

 

 

 

 

 

 

Grupos de trabalho pedem intervenção do Papa para clarificar posições

Os grupos de trabalho do Sínodo dos Bispos que decorre no Vaticano publicaram esta quarta-feira novos relatórios, em que multiplicam observações sobre a necessidade de uma intervenção do Papa para clarificar a posição da Igreja sobre família e casamento. “O anúncio do Evangelho da família exige hoje uma intervenção magisterial que possa tornar mais coerente e possa simplificar a atual doutrina teológica-canónica sobre o casamento”, pode ler-se nos documentos, divulgados pela sala de imprensa da Santa Sé.

Os textos, em cinco línguas (francês, inglês, italiano, espanhol e alemão) deixam várias propostas tendo em vista a redação do documento final da assembleia sinodal, presidida pelo Papa Francisco, após nove das 13 sessões de debate previstas nos chamados ‘círculos menores’. Vários participantes esperam que exista, no final dos trabalhos, um “documento magisterial” e alguns propõem que após a assembleia se abra um período de “paciente busca comum” teológica e pastoral sobre a família.

Um dos textos alerta para a 

 

necessidade de apresentar as “razões canónicas” para a anulação dos matrimónios canónicos. “Temos de ser realistas sobre os problemas matrimoniais e não apenas encorajar simplesmente as pessoas a permanecer juntas”, assinala-se, antes de recordar a “violência contra as mulheres”.

Outro relatório pede “misericórdia para os filhos que sofrem as consequências da violência familiar, o abandono, o divórcio dos seus pais”.

Noutra passagem, o divórcio é colocado ao lado da poligamia e da submissão da mulher como um dos frutos do “pecado”, que desviou a humanidade do plano de Deus, de matrimónio “indissolúvel” e de “igualdade” entre homem e mulher.

A este respeito, o grupo alemão pede “prudência e sabedoria” na aplicação “justa e equitativa” da palavra de Jesus sobre a indissolubilidade do casamento, frisando que não se procuram “exceções” à Palavra de Deus. Várias propostas rejeitam a linguagem excessivamente “jurídica” sobre o casamento, pedindo antes que se apresente a proposta da

 

 

 

 

 

 

 

 Igreja como “graça, bênção, uma aliança de amor”, um “dom de Deus”.

Os participantes lamentam a falta de uma “teologia da família”, por causa da centralização do debate no casamento e na moral, que leva a “repetir coisas óbvias, sem ideias chave e mobilizadoras”.

Tendo em vista o texto final do Sínodo 2015, pede-se que se use uma 

  linguagem “clara e simples” que evite “ambiguidades e equívocos”, superando “falsas oposições”. Os relatórios sublinham a importância do “contexto cultural” na vivência familiar, apelando a um maior espaço para o ensinamento bíblico sobre a família e à apresentação da proposta cristã de forma concreta e não como um “ideal abstrato”.

 

Papa pede perdão pelos «escândalos» da Igreja

O Papa Francisco pediu “perdão” pelos escândalos da Igreja, em particular os que recentemente aconteceram no Vaticano, sem se referir diretamente a casos específicos. “Gostaria, antes de iniciar a catequese, de pedir-vos perdão em nome da Igreja pelos escândalos que nos últimos tempos aconteceram, tanto em Roma como no Vaticano. Peço-vos perdão”, disse o Papa, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, na audiência pública semanal.

Francisco observou que a confiança "espontânea" que as crianças têm em Deus nunca deve ser "ferida". "O terno e misterioso laço de Deus com a alma das crianças nunca deveria ser violado”, insistiu.

A 28 de agosto, o Vaticano anunciou a morte do antigo núncio na República Dominicana, Józef Wesolowski, de 67 anos, que ia ser julgado por abuso 

 

sexual de menores e posse de pornografia infantil. Já a 3 de outubro, um dia antes do início do Sínodo da Família, o polaco Krzysztof Charamsa, sacerdote que estava ao serviço da Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé), assumiu a sua homossexualidade perante a imprensa, num ato desde logo condenado pelo Vaticano.

O Papa começou a sua catequese a partir do alerta de Jesus contra os escândalos, relatado pelos Evangelhos. “Jesus é realista e diz: é inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai do homem por causa do qual acontece o escândalo”, advertiu.

A reflexão abordou as "promessas" de amor e de cuidado que os pais e educadores fazem às crianças, um compromisso sério que Francisco convidou a cumprir com determinação.“honestidade” neste debate.

 

 

 


Falhas no acolhimento das famílias na Igreja

O cardeal-patriarca de Lisboa levou ao Sínodo dos Bispos, que decorre no Vaticano, preocupações com a falta de “acolhimento” das famílias na Igreja Católica e a necessidade de melhor formação e acompanhamento das mesmas. “São recorrentes as queixas de quem não é verdadeiramente acolhido nem atendido, mesmo quando contacta as instituições da Igreja. Nem sempre podemos corresponder ao que nos é pedido, mas nunca podemos desprezar quem nos pede alguma coisa”, disse D. Manuel Clemente, na intervenção que proferiu durante a assembleia sinodal, divulgada pelo Patriarcado de Lisboa.

Segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, os desafios que a Igreja enfrenta no atual contexto sociocultural exigem respostas com “critério familiar, tonando-as efetivamente ‘famílias de famílias’”. “Sabemos que isto mesmo vai acontecendo, quando a preparação para o matrimónio começa cedo, na família e na catequese da infância e da adolescência, com o envolvimento direto dos pais, bem como nos grupos juvenis orientados por casais jovens”, precisou.

D. Manuel Clemente elogiou as 

 

 situações em que as famílias “são espiritualmente acompanhadas na comunidade e em grupos de casais” ou quando “os serviços comunitários de cada um têm em conta os seus laços familiares”.

O patriarca de Lisboa saudou também as famílias que “praticam voluntariado ou missões temporárias”. A intervenção do cardeal português, um dos dois delegados da CEP, juntamente com D. Antonino Dias, aludiu à “crescente concentração de pessoas em grandes espaços urbanos”, que “alterou profundamente o antigo quadro rural e localizado onde a vida geralmente decorria, com grande vinculação familiar”.

Neste quadro, agravado pelo “individualismo cultural”, tornou-se difícil “dar condições materiais e sociais suficientes a todos os que querem constituir famílias e criar filhos”.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 Entrevista do Papa Francisco à Paris Match

 

 

 

 

O Papa cumprimentou aos 33 mineiros chilenos que estiveram debaixo de terra durante 70 dias, em 2010. Vaticano, 14.10.2015

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas        Editorial   Catálogo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas

 

 

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Hospitalidade

  José Luís Gonçalves    
  Escola Superior  
  de 
 Educação   
  de Paula Frassinetti
   

 

A memória agradecida do Povo de Deus nunca o deixou trair a sua condição migrante: “Amarás [o estrangeiro] como a ti mesmo, porque foste estrangeiro na terra do Egito” (Lev 19,34). A ideia de hospitalidade constitui, desde sempre, uma realidade antropológica originária e fundante da condição humana. A hospitalidade relaciona-se com o ato de acolher bem alguém e de forma desinteressada na “minha casa”, incentivando gestos de solicitude, de gratuitidade e de dádiva do anfitrião para com o seu hóspede permitindo que este sinta a casa como “sua”. Se esta relação interpessoal da hospitalidade promove, por um lado, o encontro de pessoas, permite igualmente avaliar a qualidade moral dos laços sociais estabelecidos numa determinada comunidade e testar o seu ethos quando esta está desafiada a suprir as necessidades elementares de alguém com fome, carente de alojamento ou de segurança.

Nesta época da globalização, a figura do hóspede está indexada a um conjunto de personagens sociais como são as do estrangeiro - ou “estranho” -, outro, convidado, visitante, cidadão, refém, emigrante, viajante ou outras figuras e posto em relação com um conjunto de normativos jurídico-securitários como são a de Estado, direito nacional ou internacional, direitos humanos, de exílio ou de

 

 

 

 

 

 refugiado, de livre circulação, etc. E se não pode haver ingenuidade política no que toca ao acolhimento de desconhecidos no interior da “nossa casa”, a perspetiva desconfiada e contratualista da hospitalidade deve ser repensada:

“ […] uma das diferenças subtis, por vezes inapreensíveis entre o estrangeiro e o outro absoluto, reside no facto de este último poder não ter nome nem família; a hospitalidade absoluta ou incondicional que eu gostaria de lhe oferecer supõe uma ruptura com a hospitalidade em sentido corrente, com a hospitalidade condicional, com o direito ou o pacto de hospitalidade […]. Para dizer noutros termos, a hospitalidade absoluta exige que eu abra a minha casa e que dê, não apenas ao estrangeiro (dotado de um nome de família, de um estatuto social de estrangeiro, etc.), mas ao outro absoluto, desconhecido, anónimo, e que lhe dê lugar, que o deixe vir, que o deixe chegar, e ter lugar no lugar que lhe ofereço, sem lhe pedir reciprocidade (a entrada num pacto), e sem mesmo lhe perguntar pelo

 

 nome” (Jacques Derrida a falar da Hospitalidade, 2003).

A proposta radical de Derrida pressupõe que o acolhimento do outro não o obrigue a fazer prova da sua identidade, abrindo a relação ao “mistério” interpessoal ainda por descobrir. Daí indagar:

“Começará antes a hospitalidade pelo acolhimento sem pergunta, num duplo apagamento, o apagamento da questão [de ser estrangeiro] e do nome? Ou a hospitalidade -se antes, -se ao outro antes mesmo de ele se identificar, antes mesmo de ele ser (posto ou suposto como) sujeito, sujeito de direito e sujeito nomeável pelo seu nome de família, etc.?” (Ibidem).

 

A hospitalidade é perpassada por sentimentos ambivalentes que oscilam ora entre a cautela e a desconfiança ora entre a abertura ao outro sem pré-condições, pactos ou contratos. Jesus sabia disso, mas quando traçou a linha divisória do Reino definitivo, optou: “… eu era estrangeiro e acolheste-me…” (Mat 25,35).

 

 

Natal!!

  Carlos Borges   
  Agência ECCLESIA   

 

…”Natal é quando o homem quiser”, diz-se como pregão aqui, ali e acolá, para assinalar que a solidariedade e a caridade não tem hora e lugar. Depois, a realidade comercial por exemplo, num espaço de dois dias, na mesma rede mas em loja diferentes, foi brusca com a invasão do ”calendário do Advento”, do bolo-rei, com ou sem brinde, dos chocolates e bolos mais típicos dessa época festiva, que o calendário civil e litúrgico marca em dezembro. Uma realidade que quase “obriga” o consumidor a começar a preparar listas de prendas e compras, a abrir espaços na despensa, armários e frigoríficos.

O “mistério do Natal, trata-se da vinda ao mundo e aparecimento entre os homens do Verbo Divino incarnado para salva­ção de todos”, explica a Enciclopédia Católica Popular, que pasto­ral­mente incentiva a que “tudo se deve fazer para contrariar a tendência para a paganização” desta celebração.

Contudo, a dois meses e 10 dias de se celebrar a “vinda ao mundo” do salvador de “todos”, Jesus Cristo, continuam a ser infindáveis as notícias e imagens da chegada à Europa de pessoas que precisam de “salvação” da guerra, da fome, dos fundamentalismos e de uma vida errante ou em campos de refugiados. De quem lhes estenda a mão e ofereça abrigo, segurança, apoio para aprenderem uma nova língua e costumes, terem acesso à educação, saúde, e forma de subsistência.

Quando se vive o amanhã já hoje e tenta-se antecipar datas no calendário, este acolhimento pode ser das realidades que fazem sentido 

 

 

dizer que o natal “é quando o homem quiser”, sem querer tirar significado à celebração do nascimento do dia 25 de dezembro.

Exemplo disso é a mobilização de organizações e instituições da sociedade que se mobilizaram e constituíram a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). Esta quarta-feira, 115 instituições, onde se contam cerca de 50 católicas (entre IPSS, CEP; CNE, Cáritas, ordens religiosas), reafirmaram esta disponibilidade, durante a primeira assembleia-geral.

E porque é sobre o Natal que se escreve, terminam hoje, dia 15 de outubro, as inscrições para poder ser voluntário na 27.ª edição da Festa de Natal para a pessoas sem-abrigo, 

 

organizada pela Comunidade Vida e Paz. Se ainda não é meia-noite siga o link http://voluntario.cvidaepaz.pt/, se já passar siga na mesma afinal é com a “colaboração de todos” que a instituição do Patriarcado de Lisboa faz “magia” para os seus convidados, e eles ainda podem precisar.

“Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher”, já canta o Paulo de Carvalho a poesia ‘Quando um homem quiser’, de Ary dos Santos.

 

 

 

 

 

 

 

A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) apresentou ao mundo os números mais recentes relacionados com a perseguição aos cristãos. O Semanário ECCLESIA aborda esta realidade, dando voz aos números e testemunhos divulgados pelo organismo católico, que celebra 20 anos de presença em Portugal. O estudo incide na “situação concreta em 22 países onde se verifica uma maior violação à liberdade religiosa” e abrange o período “entre 2013 e 2015”.

O Papa associou-se a esta publicação e defendeu uma maior ação da comunidade internacional para travar a “chaga” da perseguição religiosa, evocando em particular o “sofrimento dos cristãos”.

 

 

 

 

   
 

 

 

Levar segurança, esperança

e paz aos cristãos perseguidos

 

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) nasceu no contexto pós segunda guerra mundial para ajudar os refugiados e está em Portugal há 20 anos. Dependente da Santa Sé, a instituição tem como objetivo ajudar os cristãos perseguidos em todo o mundo e, atualmente, dedica particularmente a sua ação e atenção a países como Líbano, Síria e Iraque. A presidente do Conselho de Administração do secretariado português da AIS analisa o presente e revê este percurso.

 

Entrevista conduzida por Paulo Rocha

 

 

Agência Ecclesia (AE) – Na origem da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre está o olhar para quem é perseguido por causa da religião?

Catarina Martins Bettencourt (CMB) – Sim, tivemos com um regime totalitário na Europa de Leste em que não era permitido qualquer tipo de religião. Todos os padres, freiras e congregações deviam ser aniquiladas e o nosso trabalho foi apoiá-los e estar presente para que se mantivessem vivos e a Palavra de Deus continuasse nestes países.

Foi um sucesso porque há muitas vocações nestes países, há um trabalho muito grande da AIS ao longo dos anos em apoiar esta Igreja a manter-se viva e está viva.

 

AE – Esta ação mostra que para ultrapassar um conflito há outras formas para além das negociações internacionais, da via das armas, da diplomacia. Qual é o caminho específico que a AIS propõe?

CMB – A fundação tem por objetivo ajudar as pessoas no terreno, ajudar a Igreja a manter-se presente, a manter a ajuda que dá à comunidade.

Por exemplo, o nosso apoio no Médio Oriente – Iraque, Líbano, Síria – é ajudar a comunidade, não somos uma instituição com fins políticos, não temos objetivos económicos mas estar no presente no terreno apoiando a Igreja.

 

 

 

AE – A história mostra que essa presença é também uma forma de resolver conflitos?

CMB – É uma forma, porque estamos a trabalhar para a reconciliação. Há 70 anos, o padre Werenfried van Straaten quando pediu apoio aos belgas e holandeses para ajudar os alemães odiados, eram o inimigo, é um trabalho de reconciliação que ele começou a fazer, de entendimento entre os povos.

Essa nossa experiência está hoje a ser aplicada no Médio Oriente onde ajudamos a Igreja que está com a população, que ajuda em todas as necessidades mais básicas do dia-a-dia, desde a alimentação, saúde, cuidados de educação, médicos, tudo. E esta nossa presença, através do apoio dos nossos benfeitores, é de facto estar junto da população e apoiá-los em tudo o que for necessário.

 

AE – A fundação nasceu após a II Guerra Mundial por iniciativa do padre Werenfried van Straaten. Dentro de dois anos celebram 70 anos.

CMB – O nosso fundador visitou a Alemanha e ficou chocado com os 

 

milhões de refugiados nas ruas, pessoas odiadas por todos em que ninguém as ajudava, ninguém as queria apoiar a sair desta situação da segunda guerra mundial.

O padre Werenfried van Straaten, no Natal de 1947, escreveu um artigo intitulado ‘Sem lugar na estalagem’ em que apela à solidariedade dos belgas e holandeses para com os alemães e de facto foi um sucesso este primeiro apelo. Ele interpretou-o como um sinal de Deus que era preciso fazer alguma coisa por estas pessoas que estavam a passar dificuldades.

Este nosso primeiro trabalho foi de facto apoiar os alemães mas, depois, com a construção de uma Cortina de Ferro na Europa olharmos para o leste.

 

AE – Como é que foi possível manter o cristianismo num ambiente de total perseguição, nomeadamente nos países da Ex-União Soviética, com essa Cortina de Ferro?

CMB – Penso que de facto é Deus a trabalhar. Como é que se pode explicar que apesar de todas as perseguições, como é que se pode entender que as pessoas continuam

 
 

 

 

 

 

 

a acreditar em Deus e a viver e a morrer, se necessário, por Deus.

O nosso apoio é este, dar esta esperança, levar este apoio para a sua subsistência, para não desistirem de estar nestes países e o padre Werenfried van Straaten fez isto na Europa de Leste. Apesar de todas dificuldades, apesar de muitas vezes, muitas pessoas serem presas, 

 

torturadas, algumas estarem anos e anos em campos de trabalho forçado tiveram sempre alguém do lado deles. E foram estes padres e freiras que, com todas as adversidades, estiveram sempre do lado deles e não querem deixar de dar este exemplo e estar presentes no terreno.

 

 

 

 

 

AE – Para além da recolha de donativos que permite esta presença no terreno, que outras iniciativas a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre desenvolve?

CMB – As nossas grandes linhas de ação é ajudar na formação dos padres, leigos que estejam presentes no terreno. Ajudá-los através dos meios de comunicação social, como nos países muito grandes onde são precisos para levar a Palavra de Deus, meios de mobilidade, impressão de literatura religiosa, apoio à subsistência.

Ultimamente, temos esta grande área de trabalho que é o apoio aos refugiados numa altura excecional que estamos a viver e não podemos ficar indiferentes a este sofrimento.

 

AE – Como foi o início da AIS em Portugal há 20 anos?

CMB – Há 20 anos começamos com um pequeno secretariado a apelar à generosidade dos portugueses falando de uma realidade que, ainda hoje, muitas vezes, não é conhecida a da perseguição.

 

AE – Em Portugal pensasse que os cristãos não são perseguidos?

CMB – Muitas vezes sim. Não há conhecimento da verdadeira realidade que se passa em muitos países porque, efetivamente, em Portugal, e na Europa, embora, por vezes, existam alguns casos de alguma perseguição mas nada comparado com o que se vive em determinados países do 

 

 

 

mundo. Quando falamos, quando damos conferências, testemunhos do que se passa no mundo, muitas vezes, as pessoas dizem que não têm conhecimento desta realidade.

 

AE – Qual a relevância de Fátima e da sua mensagem para este tema da perseguição aos cristãos?

CMB – É muito importante e de facto quando trazemos alguém a primeira coisa que nos pedem é para o levarmos ao Santuário de Fátima, para estar junto de Nossa Senhora a rezar. De facto, a nossa instituição está muito ligada a Fátima, o nosso fundador consagrou a obra a Nossa Senhora de Fátima e a oração, 

 

sendo um dos pilares mais importantes da nossa instituição não podemos passar ao lado de toda a sua proteção, de apelar para que ajude todas as pessoas que estão a ser perseguidas e leve paz a estes países.

 

AE – O secretariado português da AIS nasceu precisamente neste contexto de Fátima, na peregrinação aniversária de 13 de outubro de 1995.

CMB – Exatamente, a peregrinação de outubro foi o início da sua atividade e confrontar, informar os portugueses para a necessidade de olhar para os cristãos em todo o mundo, de rezarmos por eles e apoiá-los.

 

 

 

 

AE – O relatório de 2014 da fundação contabiliza que em Portugal foram recolhidos 2,2 milhões de euros em donativos. Este valor representa um envolvimento crescente dos portugueses nesta causa?

CMB – Sim, nos últimos anos e apesar de toda a crise económica que Portugal vive e os nossos benfeitores também vivem a sua generosidade é extraordinária e, nos últimos anos, 

 

tem crescido muito. O ano passado, 2014, com tudo o que aconteceu no Médio Oriente, nomeadamente no Iraque, foi um despertar para esta necessidade de ajudarmos estes nossos irmãos na fé que de um dia para o outro viram-se obrigados a deixar tudo para e chegaram, por exemplo a Erbil, onde não havia nada, não tinham trazido nada das suas casas e estavam completamente

 

 

 

 

 à mercê do apoio das instituições internacionais.

No Iraque a Ajuda à Igreja que Sofre é a instituição que mais tem apoiado esta Igreja, 59% dos fundos tem sido da AIS, a nível internacional. Tem sido um apoio muito forte, porque as necessidades são muitas, e não podemos correr o risco que a comunidade cristã desapareça.

 

AE – Este apoio dirige-se especificamente aos cristãos?

CMB – Temos estado a apoiar os cristãos mas a Igreja nunca fecha a porta a ninguém. Quando estive no Iraque, em abril, ouvi muitas pessoas dizer que a única instituição que os apoiou independentemente da religião foi a Igreja.

 

AE – Nessa viagem já se percebia essa tendência de saída de muitos refugiados, no Iraque e no Líbano, onde também esteve?

CMB – Há muita vontade de sair porque não há segurança, esperança, não há paz e todas as pessoas tentam dar à sua família o melhor e todas as pessoas com quem falamos nos campos de refugiados não têm esperança no futuro e querem dar esperança aos seus filhos.

 
 
No Iraque a Ajuda à Igreja que Sofre é a instituição que mais tem apoiado esta Igreja, 59% dos fundos tem sido da AIS, a nível internacional.
 
 

Muitas pessoas com quem falamos mantêm-se no Iraque e no Líbano à espera de um visto, que não é fácil para vir para um país europeu, Estados Unidos da América ou Austrália.

 

AE – Existe um êxodo crescente que todos vemos mas qual a situação real dos iraquianos, libaneses e sírios no Médio Oriente?

CMB – Continuam milhões de pessoas nos campos de refugiados nestes países – Líbano, Iraque, Jordânia, Turquia, Síria – há procura de regressar às suas terras, às suas casas, à espera que haja paz mas muitos querem de facto sair, especialmente os mais jovens, com filhos jovens, que procuram dar um futuro.

A comunidade iraquiana, em concreto, tem sido muito sofrida, desde 2003 tem havido um verdadeiro genocídio contra a comunidade cristã e minorias.

 
 

 

 

AE – Na sua opinião o que é que está na base desse genocídio?

CMB – Neste momento existe um grupo extremista que apenas permite aos muçulmanos sunitas estar presentes no país, todas as outras religiões, minorias não têm lugar neste novo Iraque que querem construir.

Se recuarmos vemos que o verdadeiro genocídio começou há mais anos, desde 2003. Em termos de números, neste ano, havia 2,5 milhões de cristãos no Iraque e hoje serão entre 200 a 250 mil. Ao longo dos anos com muitos atentados, muitos raptos, muita violência a comunidade cristã tem vindo a tentar fugir para outros países mas continuam muitos e, hoje, os que continuam são os que têm menos capacidades de fugir. Mantêm-se à espera que haja um país que lhes dê um abrigo como migrante que está a fugir de uma guerra.

 

AE – Espera-se outro papel da Comunidade Internacional na resolução deste conflito. Acredita?

CMB – Seria muito importante haver outro tipo de atitude porque quando estive no Iraque todas as pessoas questionavam como é que o Ocidente 

 

 não faz nada para parar esta guerra se foi também um pouco o promotor deste conflito com a guerra de 2003 com a invasão do Iraque e destituição de Saddam Hussein.

E continuam a ver que o Ocidente não está preocupado com as vidas humanas porque os interesses por trás desta guerra são económicos e, de facto, não há vontade política do Ocidente para terminar este conflito que é o fundamental e essencial. Acredito que muitos destes milhões de pessoas concentradas nesta zona do mundo, fugidas das suas casas, se houver paz e segurança voltarão para as suas terras. Se não lhes derem outra hipótese têm de sair.

 

AE – Está em curso uma perseguição aos cristãos como “desculpa” para uma determinação económica e de posse daquela terra. É isso que está em causa?

CMB – Sim, de posse da terra, com fins económicos e sociais, e neste momento no Iraque e na Síria, com estes grupos radicais fundamentalistas não é possível viver mais ninguém que não seja da religião dominante e motiva a que as pessoas queiram sair porque não há lugar para elas.

 

 

 

 

 

AE – A Fundação AIS no contexto dos 20 anos em Portugal promoveu diversas atividades com a presença de pessoas de países do Médio Oriente e do Centro de África. Que ligações mantêm com quem está no terreno para que a comunidade cristã permaneça?

CMB – As nossas ligações com o terreno é praticamente diárias, muitas vezes do secretariado português mas essencialmente do secretariado internacional, na Alemanha. Em Portugal vamos mantendo contacto com todas as pessoas de quem 

 

recebemos testemunhos e não nos podemos esquecer de todos os dias estar com eles, rezar e também sempre que há necessidade contactar por email para saber mais novidades.

Este conhecimento é fundamental, todos os dias tentar saber como estão as pessoas no terreno porque, por exemplo, existem países de África de que praticamente não ouvimos falar nos noticiários mas a guerra existe. E, também, há milhares de pessoas refugiadas e deslocadas nesses países e ninguém fala delas.

 

AE – Que testemunhos falam dessa perseguição aos cristãos no contexto dos 20 anos da AIS em Portugal?

CMB – Convidamos um padre da República Centro Africana (RCA), um bispo da Nigéria e um freira da Síria para testemunharem como é hoje ser cristão nesses países.

A RCA é um desses países que não se ouve falar mas que tem grupos radicais ativos, os Seleka, que têm também o objetivo de erradicar todas as religiões que não sejam muçulmanos radicais sunitas. Este padre italiano com o seu testemunho

 

 de paz e harmonia através do contacto com a comunidade muçulmana moderada pretende que a violência e radicalismos sejam parados.

Na Nigéria temos o caso do Boko Haram, outro grupo radical islâmico, onde a guerra, os refugiados e deslocados internos são uma massa humana tremenda, com milhões de pessoas deslocadas internamente.

Depois a Síria, esta irmã de Alepo, uma cidade muito martirizada, fala de constantes ataques e bombas. É uma vida difícil mas esta irmã não quer 

 

 

 

sair e deixar a comunidade sem apoio. E tem recebido apoio da AIS para estar presente no terreno e levar medicamentos, alimentação, roupa, água, o mais básico que é fundamental para que as pessoas continuem a viver.

 

AE – Esta terça-feira foi apresentado o relatório «Perseguidos e Esquecidos» sobre liberdade religiosa no mundo, em Lisboa. Estes três países são os casos mais gritantes?

CMB – São alguns dos casos presentes no relatório que publicamos anualmente. Não é o nosso relatório sobre liberdade religiosa no mundo é um intercalar em que damos a conhecer os casos mais gritantes. 

 

Em que houve uma melhoria na situação ou houve um agravamento da situação.

 

AE – E há relatos de melhorias?

CMB – Infelizmente não, desde o último relatório não há melhorias e a nossa grande preocupação são estas notícias do Médio Oriente, África, em que há uma perseguição e risco real do desaparecimento do cristianismo destes países.

Este relatório pretende mostrar mais uma vez, com relatos e casos, que aconteceram neste último ano, de pessoas que estão a ser perseguidos pelo facto de serem cristãos e não terem a religião predominante no país.

 

 

Expostos à morte o dia inteiro

Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?

De acordo com o que está escrito:

Por causa de ti, estamos expostos à morte o dia inteiro, fomos tratados como ovelhas destinadas ao matadouro.

Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores, graças àquele que nos amou.

(Romanos 8,35-37 BJ)

 

São Paulo, que foi convertido na Síria e baptizado, crismado e ordenado pela nossa Igreja em Damasco, parece dirigir-se profeticamente à nossa situação de hoje em dia. Tribulação, perseguição, fome e nudez, perigos e espadas, isto descreve a sorte daqueles que, em tantos países, se agarram à sua Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo Ressuscitado.

Na minha Diocese de Aleppo, no norte da Síria, estamos na linha da frente deste sofrimento. A minha própria catedral foi bombardeada seis vezes e agora não a podemos usar. A minha casa também foi atingida mais de dez vezes. 

 

Estamos a enfrentar a raiva de uma jihad extremista. Podemos vir a desaparecer em breve. Tanto na Síria como no Iraque, as comunidades cristãs – juntamente com outras minorias vulneráveis – estão indefesas contra os assaltos do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh). Somos o alvo principal daquilo a que o califado chama campanha de limpeza religiosa. Em toda a região, os Cristãos e outras minorias são muitas vezes apanhados nos combates, enfrentando calamidades à medida que são deslocados, com escassas provisões para abrigo, alimentação e assistência médica. Somos de facto “tratados como ovelhas destinadas ao matadouro”.

Estamos “expostos à morte o dia inteiro” e outros cristãos também estão. A jihad extremista varreu a Nigéria; no Sri Lanka, um outro tipo de extremismo religioso ataca minorias religiosas, incluindo cristãos; e por aí em diante. No relatório Perseguidos e Esquecidos? da Fundação AIS vai encontrar um foco de luz a apontar para a situação em todos estes países, e os problemas que eles enfrentam são expostos. A nossa fé em Cristo

 

 

 

Jesus, a nossa humanidade partilhada, exige que oiçamos as histórias dos que sofrem por causa das crenças que partilhamos. A sua história é a nossa história.

Apesar dos nossos problemas aqui no Médio Oriente, estamos a fazer tudo o que podemos para ajudar os que não têm alimentos, roupas e outros bens essenciais. Pela graça de Deus, e com a ajuda contínua de várias organizações, incluindo a Fundação AIS, temos conseguido responder às necessidades urgentes do nosso povo.

Estamos a enfrentar um dos desafios mais importantes da nossa história de 2.000 anos. Vamos lutar com todas as nossas forças e actuar com todos os meios disponíveis para dar ao nosso povo razões para ficar e não se ir embora. Sabemos que o caminho em frente é muito duro. Mesmo assim,  

 

 

estamos convencidos de que o nosso amado Senhor Jesus está presente na sua Igreja e que nunca nos vai abandonar. Sabemos que nada pode intrometer-se entre nós e o amor de Cristo. E que, em todas estas provações, saímos vencedores graças ao poder daquele que nos ama.

+ Jean-Clement Jeanbart

Arcebispo católico grego melquita

 

 

 

 

Limpeza étnico-religiosa no Médio Oriente

A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre denuncia a “limpeza étnico-religiosa” contra os cristãos no Médio Oriente e regiões de África, alimentada pela “ameaça” de genocídio feita por grupos islâmicos. “O Cristianismo estará em vias de extinção no coração de muitas das regiões bíblicas no espaço de uma geração, senão antes”, alerta o

 

relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’ sobre “os cristãos oprimidos por causa da sua fé”.

O documento, enviado à Agência ECCLESIA, aborda o período entre 2013 e 2015, identificando situações de perseguição religiosa “extrema” na Arábia Saudita, China, Coreia do Norte, Eritreia, Iraque, Nigéria, Paquistão, Sudão, Síria e Vietname.

 

 

 

 

Segundo o texto, 80% das perseguições são contra cristãos, “de longe o grupo religioso mais perseguido”, sublinhando-se o impacto crescente de extremismo em África e na Ásia.

Segundo a AIS, o medo do genocídio, “que em muitos casos tem fundamento”, desencadeou um “êxodo de cristãos”, nomeadamente do Médio Oriente e nalgumas regiões de África.

“A Igreja está a ser silenciada e expulsa do coração da sua antiga região bíblica”, observa a fundação pontifícia.

O relatório mostra preocupações com a ascensão de grupos militantes islâmicos na Nigéria, Sudão, Quénia e Tanzânia, bem como em relação à perseguição contra cristãos levada 

 

a cabo por “movimentos religiosos nacionalistas – muçulmanos, hindus, judeus e budistas”.

“Os regimes totalitários, incluindo a China, têm colocado cada vez mais pressões sobre o Cristianismo, que é visto como uma ameaça, quanto mais não seja devido ao seu crescente apoio ‘clandestino’”, pode ler-se.

O novo relatório apresenta testemunhos de “pessoas que estão efetivamente a ser perseguidas por serem cristãos”.

Para este trabalho, a Fundação AIS entrevistou sacerdotes, bispos, religiosas e leigos, compilou testemunhos de pessoas que vivenciaram casos de violência e consultou notícias publicadas pelos meios de Comunicação Social locais.

 

Iraque: Raptado e torturado por extremistas islâmicos.

Maio de 2015: Um sacerdote caldeu, atualmente a coordenar a ajuda de emergência da AIS para os cristãos que fugiram ao autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) no norte do Iraque, descreveu a forma como quase foi morto por extremistas que o torturaram durante nove dias. Falando ao diretor nacional da AIS do secretariado do Reino Unido, Neville Kyrke-Smith, durante uma visita a Erbil, no Iraque, o Padre Bazi (à direita, com a equipa da AIS do secretariado do Reino Unido) descreveu como durante o tempo em que esteve preso foi espancado e torturado. O seu rosto e joelhos foram agredidos com um martelo e a sua coluna ficou muito maltratada. “Quando fui raptado, eles disseram-me que eu fui o primeiro a não suplicar pela minha vida. Disse-lhes que acreditava numa vida para além da morte. Eles viram que eu não tinha medo”.

 

 

 

Testemunhos da Igreja que sofre no mundo

A irmã Annie Demerjian, a residir em Alepo, Síria, denunciou em Portugal a situação crítica em que vive a população desta cidade, por causa da crise que afeta o país. “O que é que acontece quando não há emprego, porque os locais de trabalho? O que é que acontece no inverno quando a temperatura desce abaixo de zero e não há nenhum aquecimento nem gás para cozinhar?”, questionou a religiosa da Congregação das Irmãs de Jesus e Maria, durante a sessão de apresentação do relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’ sobre a perseguição aos cristãos.

Annie Demerjian é natural de Damasco e foi aí que há 25 anos entrou na 

 

Comunidade das Irmãs de Jesus e Maria. Em 2004 a Congregação começou a trabalhar também em Alepo onde está há 12 anos e onde tem desenvolvido o seu trabalho.

“Penso que as notícias têm transmitido muito daquilo que se passa na Síria. Não quero entrar na discussão política, mas posso falar da situação do meu povo que está a sofrer, a chorar, já basta de insultos, humilhações... um modo de vida sem sorte. Tudo isto é consequência da guerra e não sabemos onde a situação nos leva e de que forma as coisas vão terminar”.

A sessão contou também com a presença de D. George Jonathan Dodo, bispo de Zaria, na Nigéria, 

 

 

 

 

que sobreviveu a um ataque terroristas contra a catedral diocesana, por extremistas islâmicos. “O objetivo deste ataque era matar-nos a todos dentro da Catedral”, mas a bomba rebentou num pilar do edifício e não no seu interior, recordou.

O prelado contou a história da sua vida de “resistência” desde a ‘sentença de morte’ aos seis meses de vida, em dezembro de 1956, por causa de uma doença, o que se repetiu quando era estudante de Teologia. “Deus salvou-me a vida para poder falar dele a todos”, disse.

“Na região norte da Nigéria estamos a lidar com os extremistas, a seita a que chamam Boko Haram, que se traduz por ‘a educação ocidental é uma maldição’. Na parte sul, estamos a enfrentar a questão dos raptos em troca de resgate pelos sequestrados. Isso trouxe muito medo a muitas pessoas”, explicou à ECCLESIA.

Já o padre Aurelio Gazzera, religioso dos carmelitas descalços na República Centro-Africana, abordou o esforço de reconciliação no país depois da crise

 

 
provocada pela coligação rebelde dos ‘Seleka’, que começou a atuar em 2012, com uma maioria de muçulmanos e de mercenários do Chade e do Sudão

A chegada deste grupo ao poder levou a “seis meses de governo de ladrões, com ataques, assassinatos, pilhagens”. A reação dos “antibalaka”, que combateram os rebeldes, de forma violenta, atingiu também os muçulmanos.

Os combates chegaram à paróquia, que acolheu entre 4 a 6 mil refugiados, de todas as religiões, e levou, além do acolhimento, a um trabalho “muito perigoso” de mediação

O missionário carmelita em Bozoum, no noroeste da República Centro-Africana, admite que “as feridas ainda são muito profundas”.

 

 

Persistem os dias de medo na República Centro-Africana

O Padre coragem

Por mais de uma vez já arriscou a própria vida para salvar pessoas ameaçadas por bandos armados. Num país em caos, como é a República Centro-Africana, este sacerdote consegue ser sinal da esperança de que nem tudo está perdido.

 

Desde o final de 2012 que a República Centro-Africana vive em estado de sítio quando uma milícia armada, os Seleka, de maioria muçulmana, conquistou a capital, Bangui, e instaurou um reino de terror. Como acontece sempre, a violência gera mais violência e começaram a surgir outras milícias para combaterem os Seleka, como são os Anti-Balaka. Hoje, as populações vivem aterrorizadas. Ainda há duas semanas, 41 pessoas perderam a vida e quase 300 ficaram feridas em distúrbios na capital, depois do assassinato de um jovem taxista.

Só na região de Bangui mais de 400 mil pessoas estarão em fuga por causa destes bandos armados. Cuidar dos feridos e ajudar quem viveu momentos de horror é uma das 

 

tarefas do Padre Barnard Kinvi, de 33 anos, que dirige um hospital em Bosemptélé, a quase 200 km. da capital. Demonstrando uma coragem invulgar, este padre salvou, só num dia, mais de 1.000 muçulmanos que fugiam destas milícias violentas, levando-os para a igreja local e arriscando assim a própria vida. Na República Centro-Africana, os bandidos fazem a própria lei.

 

Cuidar dos inimigos

Desde que começaram os tumultos, é raro encontrar alguém que não tenha vivenciado cenas de terror. A tentação de responder à violência com violência é muita. Mas o Padre Barnard tem combatido isso com o seu próprio exemplo. “No auge do conflito, reuni todo o pessoal do hospital e disse-lhes: Nós somos um hospital católico. Aqui tratamos todos por igual, seja amigo ou inimigo. Ele matou o seu irmão ou violou a sua irmã? Pois bem, se ele cruzar a porta de entrada do hospital porque está doente ou ferido, tem de cuidar dele. Se concordarem com isto podem continuar 

 

 

 

a trabalhar aqui. Se não concordarem, têm de ir embora…'” E todos ficaram. “Foi um momento muito emocionante”, diz.  As pessoas continuam assustadas. O medo permanece instalado nas ruas. Basta passar um carro a alta velocidade com homens armados lá dentro que todos correm a esconder-se. Basta escutar-se uma rajada de metralhadora para se temer o pior. Ninguém sabe o que pode vir a acontecer. Para agravar o sentimento de impunidade, nos últimos dias cerca de 500 presos evadiram-se de uma cadeia em

Bangui e quase uma centena de uma outra prisão, em Bouar. Se as forças da ordem têm vindo a revelar-se impotentes para contrariarem toda esta violência, resta a coragem de alguns, como o Padre Barnard, que todos os dias enfrenta o próprio medo em defesa das populações. “Sinto-me chamado pelo Senhor, que me convida a defender os direitos humanos sem levar em consideração as feridas do meu próprio corpo. É muito bonito amar e dar a vida pelos amigos.”

Paulo Aido

www.fundacao-ais.pt

 

 

 

Para vós nasci

http://www.paravosnasci.com/

 

De 15 de Outubro de 2014 até 15 de Outubro de 2015, a Igreja viveu com alegria e gratidão, o V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus. Concretamente em Portugal, as diferentes Ordens e Congregações de espiritualidade carmelita e teresiana uniram-se para dar a conhecer os ensinamentos por ela deixados. No entanto, porque considero que esta efeméride tão importante possa ter passado ao largo de muitos de nós, esta semana proponho uma visita ao sítio cuidadosamente criado para comemorar o nascimento daquela que nasceu no ano de 1515 em Ávila.

Ao digitarmos o endereço www.paravosnasci.com encontramos um espaço graficamente interessante, com um conjunto de recursos que nos ajudam a conhecer a fundadora dos Padres e Madres Carmelitas, tudo isto disponível em seis idiomas.

Na página inicial além dos habituais destaques e do menu com as mais variadas opções, dispomos de um calendário onde ficamos a par de todas as atividades e ainda

 

ligações para as principais redes sociais (youtube, facebook e twitter).

Em “V centenário”, podemos ler um texto onde se apresentam as razões para a celebração desta tão importante data, onde se afirma perentoriamente que o centenário não é uma simples “celebração arqueológica” mas sim um momento de conversão “num tempo de renovação e reativação espiritual e de rejuvenescimento”. Por outro lado, podemos também perceber a razão da escolha do lema “Para vós nasci”, retirado de um dos seus poemas.

No item “Santa Teresa”, temos a possibilidade de conhecer a biografia de Teresa de Ahumada, os seus escritos, o seu caminho espiritual e ainda um pouco da história daquela época.

Caso queira inteirar-se de todas as notícias que estão relacionadas com esta temática, basta que aceda à opção com esse mesmo nome. Entre outras ficamos a saber que o “papa Francisco decretou um Ano Jubilar durante o V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus e em Ávila, local onde nasceu

 

 

 

Santa Teresa de Jesus, são vários os locais onde se pode obter a indulgência plenária”.

Um espaço bastante interessante e que nos permite explorar melhor os ensinamentos e a espiritualidade Teresiana, encontra-se em “materiais”. Aqui podemos consultar artigos doutrinais, fichas e pistas de leitura, subsídios históricos e de oração.

 
Por último destaco a opção “música”, onde se pode escutar o hino do quinto centenário, escrito pelo poeta Carlos Aganzo e musicado pelo compositor Francisco Palazón, e ainda conhecer um manancial de sonoridades relacionadas com Santa Teresa.

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

 

Instagram

 

O Instagram é a rede social que tem apresentado o maior crescimento ultimamente: já atingiu 400 milhões de utilizadores por mês. Atrevo-me a dizer que é a rede mais usada pelos jovens (pelo que me é dado a constatar com os meus alunos) ou não fosse este o público.

No instagram são publicados mais de 80 milhões de fotos e vídeos todos os dias.  As empresas já souberam 

 

aproveitar esta oportunidade que o Instagram proporciona e estão nesta rede em busca de potenciais clientes. Na pastoral não andamos em busca de potenciais clientes, bem o sabemos. Sabemos que muitos cristãos e, não cristão, estão nas estradas digitais que estão “congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida: homens e mulheres que procuram uma salvação ou uma esperança. 

 

 

 

 

Também graças à rede, a mensagem cristã pode viajar ‘até aos confins do mundo’”, como escrevia o Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial das comunicações Sociais de 2014. Francisco na mesma mensagem afirma que “inclusive no contexto da comunicação, é preciso uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração.” Vimos assistindo a uma mudança de paradigma comunicacional. A pastoral da comunicação das nossas dioceses, paróquias, movimentos, devem “promover, com discernimento, em cada local e cultura específicos, uma pastoral focada nessa experiência

 

 

 

 de vida, com humildade e criatividade, tendo em vista a dignidade da pessoa humana, o bem comum e a construção do Reino” (Moisés Sbardelotto). A partilha é a grande mais valia das redes sociais. A capacidade de aprendizagem cooperativa é outra. Tenhamos a humildade de aprender como melhorar a nossa pastoral da comunicação, de preferência com os melhores. 

 

É neste sentido que proponho, nas duas páginas seguintes,  a infografia com 10 pontos chaves para aumentar os seguidores no Instagram.

 

Evangelizar o mundo da saúde e da doença

O acompanhamento dos doentes é um dos mandatos de Cristo aos seus discípulos:  «Pelo caminho, proclamai que o Reino dos Céus está perto. Curai os enfermos [...]. Recebestes de graça, dai de graça.» Jesus associa desta forma o anúncio do Reino à cura dos doentes. 

Ide e Curai, é um livro que procura refletir, com uma linguagem simples, direta e provocadora,  sobre a atividade curadora e salvadora de Jesus, muitas vezes pouco compreendida e não praticada como forma de evangelização. Escrito pelo importante teólogo espanhol, José António Pagola, a obra agora editada pela PAULUS Editora, aprofunda a dimensão curadora de Jesus. O livro fundamenta bem uma pastoral da saúde em moldes de evangelização, que tanta falta faz ao mundo em que vivemos. O prefácio da obra é do Pe. José Manuel Pereira de Almeida, coordenador nacional da Pastoral da Saúde.

A sensibilidade e a proximidade de José António Pagola à dor, não só dos doentes mas também para com muitos homens e muitas mulheres que sofrem a impotência da marginalização, a solidão da cadeia, 

 

 

a destruição pela droga, o abandono na velhice, foi crescendo gradualmente. «Creio que pude compreender melhor a ação evangelizadora de Jesus e, sobretudo, vi que estar próximo de quem sofre e servi-lo não é “um trabalho pastoral”, mas o melhor indício da fidelidade da Igreja ao seu Senhor e Mestre», escreve o sacerdote espanhol, na introdução deste livro. Ao escrever

 

 

 

 

esta obra, o maior desejo do autor é de que esta possa ajudar quem está junto dos doentes a entender e a desempenhar melhor o desejo de Jesus: «Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.»

Ide e Curai está dividido em 4 partes. A primeira parte, «A atuação curadora de Jesus», pode contribuir para se conhecer melhor o espírito e a atuação de Jesus, o primeiro evangelizador que há de inspirar sempre o trabalho pastoral e a aproximação aos doentes. Na segunda parte, «Acompanhar o enfermo até ao fim», trata-se de aprofundar o acompanhamento ao doente, partindo de uma atenção integral e de uma atitude cristã. Na terceira parte, «Evangelizar o mundo da saúde», oferecem-se várias reflexões sobre a evangelização no mundo da saúde sem esquecer os doentes psíquicos

 
 nem as famílias que sofrem com o seu ente querido. Na última parte, «A atuação da comunidade cristã», são apresentadas algumas reflexões em que se procura precisar e apresentar melhor o trabalho que se pode realizar, a começar nas paróquias (grupos de pastoral da saúde, voluntariado...) e também a partir dos Profissionais de Saúde Cristãos.
Um livro indispensável para todos os que trabalham no mundo da saúde e da doença, deste profissionais, capelães, assistentes espirituais, voluntários, visitadores, etc.

A apresentação da obra Ide e Curai acontece na quinta-feira dia 22 de outubro, na Clínica Psiquiátrica de São José, em Telheiras (Lisboa), pelas 18h30, e está a cargo do Pe. José Manuel Pereira de Almeida, coordenador nacional da Pastoral da Saúde.

 
 

 

II Concílio do Vaticano: Quem é o Papa? Que fazem os bispos?

 

 

Um dos padres conciliares portugueses, D. Francisco Rendeiro, que participou nas quatro sessões desta assembleia magna (1962-65) escreveu cartas com frequência aos diocesanos do Algarve que eram publicadas semanalmente no jornal «Folha do Domingo».

Natural da Murtosa (Diocese de Aveiro), pertencia à Ordem dos Pregadores (Dominicanos), D. Francisco Rendeiro foi bispo do Algarve e de Coimbra e fez 10 intervenções nos trabalhos conciliares.

Numa carta, datada de 15 de outubro de 1965 e intitulada «Quem é o Papa?», o bispo que nasceu 15 de dezembro de 1915 e faleceu a 19 de maio de 1971, realça que o Papa Paulo VI, na visita que fez à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, não levou “escolta militar ou policial que levaria qualquer chefe de Estado” e mesmo o acompanhamento de meia dúzia de cardeais era “menos um séquito do que a expressão da universalidade da Igreja, pois propositadamente se escolheu um de cada continente”.

A maneira triunfal como se desenrolaram os acontecimentos em Nova Iorque, e em contraste a maneira simples como Paulo VI se apresentou e falou às nações, deram a todos a impressão de que se realizava mais uma vez a palavra magnificat.

“Na pessoa de Paulo VI verdadeiramente a Igreja atingiu um auge de prestígio universal como nunca se tinha visto” (In: Francisco Rendeiro; «Rumo a Concílio (Cartas de Roma); Faro, 1966; pág. 107).

 

 

 

 

Por duas vezes, o Papa Paulo VI “reservou a si o estudo de problemas delicados”, escreveu D. Francisco Rendeiro e continuou: “Não faltou quem, na imprensa atrevida, levantasse o problema da liberdade conciliar”. O sucessor de João XXIII entendeu que “devia chamar a si o estudo do problema da regulamentação da natalidade e o do celibato sacerdotal”.

Na carta seguinte – este prelado dominicano que tinha o cognome de «bispo do sorriso» - perguntava, “não apenas por imperativo da lógica, mas sobretudo pela força das circunstâncias”, que fazem 

 

os bispos. “As notícias disseram ao mundo inteiro que o Concílio deu férias aos bispos”, lê-se na obra citada.

Os debates conciliares terminaram no dia 16 de outubro, e até 25 não houve congregações gerais. “A primeira semana de novembro também será de férias. E isto com certeza levará muita gente a perguntar o que fazemos nós aqui”.

“Pois graças a Deus chegámos ao fim dos debates”. Depois dos diálogos – alguns deles acalorados – os padres conciliares dedicaram-se a redigir os documentos e a fazer as emendas nos textos.

 

 

outubro 2015 

Dia 16 outubro

* Guarda - Reunião de D. Manuel Felício com a direção da Cáritas Diocesana da Guarda.

 

* Lisboa - Basílica dos Mártires - A Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa promove uma celebração Eucarística na véspera do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e dos Sem-Abrigo.

 

* Porto - Gondomar (Auditório da capela de Jancido) - Lançamento da obra «Crónicas com Missão» da autoria do padre Tony Neves, apresentação de D. António Francisco Santos e prefácio do padre Tolentino Mendonça.

 

* Lisboa - Centro Cultural Franciscano - Conferência sobre «O Evangelho das Mulheres Discípulas» por Luciano Manicardi e promovida pela Fundação Betânia.

 

* Leiria – Batalha - Os escuteiros de região de Leiria participam numa atividade de radioamadorismo e pretendem comunicar com a Estação Espacial Internacional. (16 a 18)

 

 
* Fátima – Casa Domus Carmeli - Os Institutos Religiosos de inspiração carmelita e teresiana promovem o congresso «Às voltas com Deus» no encerramento do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus (16 a 18).

 

* Fátima - Casa de Nossa Senhora do Carmo -  Curso sobre a Mensagem de Fátima (16 a 18).

 

Dia 17 outubro

* Lisboa - Sede da Ordem dos Arquitetos - Colóquio sobre «Liturgia, Arte e Arquitetura» promovido pela Ordem dos Arquitetos.

 

* Lisboa - Torres Vedras - Encontro diocesano da comunicação

 

* Vaticano - Sala Paulo VI - Sessão comemorativa dos 50 anos do Sínodo dos Bispos

 

* Coimbra - Figueira da Foz - Fórum Nacional de Combate à Pobreza e Exclusão Social

 

 

 

* Lisboa - Alenquer (Convento de São Francisco) – Apresentação do congresso internacional sobre o Espírito Santo, que se vai realizar em 2016.

 

* Setúbal - Almada (Santuário de Cristo Rei) - Sessão de formação diocesana de leitores promovida Comissão de Arte Sacra da Diocese de Setúbal

 

* Vila Real – Seminário - Ação formativa sobre «A disciplina de EMRC: Desafios dos novos manuais» para os professores de Educação Moral e Religiosa Católica das dioceses de Braga, Bragança-Miranda, Lamego e Vila Real.

 

* Braga - Inauguração da exposição fotográfica sobre o Santuário do Bom Jesus por D. Jorge Ortiga.

 

* Guarda - Centro Apostólico - Encontro de D. Manuel Felício, bispo da Guarda, com a ACR.

 

* Faro - Seminário de Faro - Encontro do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, com os professores de EMRC.

* Lisboa – Alenquer- Lançamento da obra «Dicionário Família Franciscana em Portugal».

 

 
* Braga - Centro de Exposições Cónego Cândido Pedrosa - Entrega dos prémios do concurso «Bom Jesus na Objetiva» pela Confraria do Bom Jesus do Monte

 

* Guarda - Convento das Carmelitas - Encerramento do Ano Teresiano na Diocese da Guarda com celebração de D. Manuel Felício.

 

* Lisboa - Lar de Santa Catarina de Labouré - O núcleo de Lisboa da Associação Internacional de Caridade promove um debate sobre a importância do voluntariado junto da população idosa.

 

* Guarda – Seia - Conferência do bispo da Guarda, D. Manuel Felício, fala no «Cine-eco» sobre a encíclica do Papa Francisco «Laudato Si».

 

* Guarda - Covilhã (Igreja da Santíssima Trindade) - Celebração de D. Manuel Felício na Semana do Bébé promovida pelo Centro Hospitalar da Cova da Beira.

 

* Aveiro - Gafanha da Nazaré - O setor de Pastoral Juvenil da Diocese de Aveiro vai recorrer à gastronomia e à música para apoiar os mais novos que querem ir às jornadas mundiais da juventude em 2016, marcadas para Cracóvia, na Polónia.

 

 
 

 

 

 

 

 

Os Institutos Religiosos de inspiração carmelita e teresiana promovem o congresso «Às voltas com Deus», no encerramento do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus, de 16 a 18 de outubro, na Domus Carmeli, em Fátima.

 

Os escuteiros de região de Leiria participam, de 16 a 18 deste mês, numa atividade de radioamadorismo e pretendem comunicar com a Estação Espacial Internacional. Durante 48 horas, escuteiros de todo o mundo comunicam através de radioamador e a Quinta do Escuteiro, na Batalha, recebe os escuteiros da região de Leiria que se “associam a mais de um milhão de jovens em todo o mundo”.

 

Neste sábado celebra-se do Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza havendo iniciativas por todo o país.

 

Ainda este sábado tem lugar a sessão comemorativa dos 50 anos do Sínodo dos Bispos, na Sala Paulo VI, no Vaticano, com intervenções de prelados dos cinco continentes, incluindo D. Francisco Chimoio, arcebispo de Moçambique, e um discurso conclusivo do Papa.

 

No dia seguinte, dia 18 de outubro, o Papa Francisco vai canonizar, entre outros, os pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, Louis Martin (1823-1894) e Zélie Guérin Martin (1831-1877), declarados beatos pelo Papa emérito Bento XVI, a 19 de outubro de 2008.

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingos, 18 de outubro - Família em Missão: um desafio com muitas respostas

 

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 19 - Entrevista a Francisco Salvador e Mário Bastos, do Comité Executivo da Organização Mundial dos Cursilhos de Cristandade

 

 

Terça-feira, dia 20 -Informação e entrevista José Eduardo Franco sobre o Congresso Internacional sobre o espírito Santo.

 

Quarta-feira, dia 21 - Informação e entrevista  a Alexandra Xisto sobre o Dia dos Bens Culturais na Diocese de Santarém

 

Quinta-feira, dia 22 - Informação e entrevista  Rita e João Pedro Santos sobre o Sínodo dos Bispos da Família

 

Sex-feira, dia 23 -  Análise às leituras bíblicas das missas de domingo pelo cónego António Rego e padre João Lourenço

 

Antena 1

Domingo, dia 18 de outubro - 06h00 -  Dia Mundial das Missões: testemunhos de várias dimensões missionárias

 

Segunda a sexta-feira,19 a 23 de outubro - 22h45 - Ser missionário: testemunho de P. Tony Neves, leiga Catarina António, P. António Leite, Ir. M. Amélia Costa e P. Victor Silva

 

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B - 29.º Domingo do tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
Discípulos de Cristo, ao serviço da missão
 

Quem é o maior? É a pergunta recorrente que aparece no Evangelho deste 29.º Domingo do Tempo Comum. Os discípulos pedem a Jesus para se sentarem um à direita e outro à esquerda na sua glória. A glória de Jesus, para Tiago e João, só podia ser a glória temporal do Messias. Eles pedem-Lhe para lhes dar os melhores ministérios no futuro governo! Mas Jesus pensa noutra glória: no cálice da Paixão, depois de ter mergulhado no batismo da sua morte.

É evidente que os dois discípulos não podiam compreender isso. O trono de Jesus é a sua cruz. É na cruz que vai raiar em supremo grau o amor do Pai por todos os homens. Na cruz, Jesus está rodeado por dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Eles simbolizam a humanidade, ao mesmo tempo mergulhada nas trevas e acolhedora da luz. É toda a humanidade que é chamada a entrar no Reino, a partilhar a glória do Rei: os que reconhecem Jesus e os que O rejeitam. Jesus cumpriu perfeitamente a vontade do seu Pai: veio para servir e dar a vida pela humanidade.

Cabe a todos os discípulos, a nós também seus discípulos missionários, serem também servidores da salvação para todos os homens. Jesus convida-nos a não nos deixarmos manipular por sonhos pessoais de ambição, de grandeza, de poder e de domínio, mas a fazermos da nossa vida um dom de amor e de serviço, a darmos testemunho de uma nova ordem e propor, com o nosso exemplo, um mundo livre do poder que escraviza.

O Evangelho convida-nos assim a repensar a nossa forma de nos situarmos, na família, na escola, no trabalho, na sociedade. Não basta denunciar os jogos de poder, 

 

 

 

 

as tentativas de domínio sobre aqueles que vivem e caminham a nosso lado, os sonhos de grandeza, as manobras patéticas para conquistar honras e privilégios, a ânsia de protagonismo, a busca desenfreada de títulos, a caça às posições de prestígio.

O cristão tem absolutamente de anunciar: dar testemunho de uma ordem nova no seu espaço familiar, colocando-se numa atitude de serviço e não numa atitude de imposição e de exigência; dar testemunho de uma nova ordem no seu espaço laboral, evitando qualquer atitude de injustiça ou de prepotência sobre aqueles

 

que dirige e coordena; encarar a autoridade que lhe é confiada como um serviço, cumprido na busca atenta e coerente do bem comum.

E já agora, que isso aconteça primeiramente nas nossas comunidades cristãs e religiosas. A Igreja não pode afastar-se da sua identidade: ser fiel a Cristo, viver a missão, transmitir a fé. Este domingo, Dia Mundial das Missões, é uma excelente oportunidade para nos recordar a essência do que somos: discípulos de Cristo, ao serviço da missão.

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.pt

 

Museu Carlos Machado assinala 500 anos do nascimento de Santa Teresa

O Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, assinala hoje o Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja (que se celebra a 18 de outubro) com uma conferência sobre os 500 anos de nascimento de Santa Teresa.

A iniciativa, com “carácter músico-literário”, é uma organização conjunta entre a Comissão Diocesana dos bens Culturais da Igreja e o Serviço Diocesano da Pastoral da Cultura, presidida pelo Pe Ricardo Tavares que é o orador da sessão que apresentará uma comunicação intitulada “Biografia e Atualidade da Vida e Obra de Santa Teresa de Ávila”, numa parceria com a Direção Regional da Cultura e o Conservatório de Ponta Delgada.

A Festa Litúrgica de Santa Teresa de Ávila celebra-se a 15 de outubro e no ano passado, por esta altura o Papa enviou uma mensagem ao Bispo de Ávila, em Espanha onde destacava que a religiosa carmelita e doutora da Igreja “entendeu a sua vida como caminho de perfeição através do qual Deus conduz o homem, de morada em morada, até Ele, e ao mesmo

 

 tempo, o põe em marcha em direção aos homens”.

O Pontífice afirmou que “na escola da santa andarilha”, como era conhecida, “aprendemos a ser peregrinos”, e ressaltou que a imagem do caminho pode sintetizar bem a lição da vida e obra de Santa Teresa.

“Que teu desejo seja ver Deus. Teu temor, perdê-lo. Tua dor, não te comprazeres na sua presença. Tua satisfação, o que pode conduzir-te a ele. E viverás numa grande paz”.

Assim ensinava Teresa de Cepeda y Ahumada, que nasceu na cidade de Àvila em 28 de março de 1515. Filha de Alonso Sanchez Cepeda com Beatriz D’Ávila y Ahumada, desde cedo recebeu educação cristã e demonstrou traços de profunda piedade.

Costumava retirar-se em oração e silêncio, estudar a vida dos santos e acolher os pobres e assisti-los com esmolas. Quando criança fugiu com seu irmão para juntos buscarem o martírio, segundo a vida dos santos, mas foram impedidos pelo seu tio que os reconduziu ao lar.

Perdeu a mãe aos 14 anos e 

 

 

 

dedicou-se à devoção mariana. Um ano mais tarde foi estudar para o Convento das Agostinianas em Ávila. Uma doença grave devolveu-a ao lar paterno, mas o seu coração estava profundamente tomado pelo desejo da vida religiosa. Aos vinte anos fugiu novamente para o Convento de La Encarnación, em Ávila. Um ano depois de seu ingresso, professou os votos e tornou-se Carmelita. Depois de curar mais uma doença voltou ao Mosteiro com vontade de reformar as instituições. Em 1562 fundou o Convento São José e após um 

 

encontro com Frei Antonio de Jesús e São João da Cruz, decidiu alargar sua reforma aos mosteiros masculinos. Teresa continuou sua missão, viajando por toda a Europa fundando mosteiros que somaram 17 pessoalmente assistidos pro ela. Morreu em viagem, numa das suas assistências aos mosteiros. Foi beatificada em 1614, pelo Papa Paulo V e canonizada em 1622, pelo Papa Gregório XV. O Papa Paulo VI, em 27 de setembro de 1970, proclamou-a Doutora da Igreja.

 

Igreja Açores

 

Congresso ‘Às voltas com Deus’

Fátima acolhe entre os dias 16 e 18 deste mês o Congresso ‘Às voltas com Deus’. Neste congresso, organizado pela família carmelita e teresiana em Portugal, vamos mergulhar no pensamento e experiência espiritual de Santa Teresa de Jesus. Esta mística e doutora da Igreja ilumina a nossa busca, experiência e forma de pensar e dizer Deus. Não podemos dispensar a sua palavra e profunda experiência do mistério de Deus que fez dela uma das maiores mistagogas de todos os tempos e da história da Igreja.

 

 

 

Freguesia de Santa Clara homenageou missionário comboniano

A Junta de Freguesia de Santa Clara, na Ilha de São Miguel, Açores, acaba de homenagear três personalidades, de entre as quais um missionário comboniano. O padre Francisco Alberto Almeida de Medeiros, de 64 anos, foi distinguido com o Diploma e a Medalha de Mérito de Santa Clara «pelo contributo dado à causa 

 

 

 
missionária além-fronteiras».

Nasceu em Fenais da Ajuda, mas os pais tinham residência em Santa Clara. Hoje, o missionário é superior da comunidade comboniana de Viseu, em Portugal, depois de ter trabalhado 24 anos na África do Sul, em dois períodos distintos.

 

 
 

 

 

 

 

 

 

Os religiosos doceiros

“Os religiosos doceiros” é o nome do cortejo histórico que a 23 de outubro (15h00) vai percorrer as ruas do centro histórico de Santarém, com 250 crianças do 1.º Ciclo das Escolas da Cidade. Integrado nas Comemorações dos 750 anos da Morte de São Frei Gil.

No mesmo dia, o Museu Diocesano acolhe a “Hora do Doce” a decorrer no antigo refeitório Jesuíta (16h00). A comunidade é convidada a vir provar o doce confecionado pelas crianças do cortejo. 

 

 

 

 

 

 

 

 

  …e paz na terra    

  aos homens  

  por Ele amados  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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