04 - Editorial:

   João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

22 - Opinião:
    D. Pio Alves

24 - Opinião:
    DNPJ

26 - Semana de..
    José Carlos Patrício

28 - Dossier

   Semana dos Seminários 2015
 
 
 

60- Multimédia

62- App Pastoral

64- Estante

66 - Concílio Vaticano II

68- Agenda

70 - Por estes dias

72 - Programação Religiosa

73 - Minuto Positivo

74 - Liturgia

76 - Ano da Vida Consagrada

78 - Fundação AIS

80 - Lusofonias

Foto da capa: D. R.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
Diretor: Cónego João Aguiar Campos
Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.
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Tel.: 218855472; Fax: 218855473.
agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;

 

 

 

 

 

 

 

 

Opinião

 

 

O caminho para o sacerdócio

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Vaticano responde a nova polémica

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Igreja aposta no turismo

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D. Pio Alves| João Aguiar Campos

 Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves |DNPJ | Fernando Cassola Marques| Bento Oliveira | José Carlos Patrício

 

Não é um editorial

  João Aguiar Campos   
  Secretariado Nacional  

  das Comunicações Sociais  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1. Este texto nasce numa cama de hospital. Rodeiam-me paredes cor de branco sujo e cinzento, silêncios acolhedores e sinais que não enganam.

A própria escrita tem de ser cuidadosa, para que o iphone não se desequilibre e o movimento mexa com a agulha do soro.
Sou um homem de sorte: enquanto o seguro cumpria prazos, pude pagar a caução necessária para não adiar processos. Além disso, saber- me permanentemente nas mãos de Deus fez com que nem por um segundo perdesse a paz da entrega. As dores, no entanto, uma vez por outra lembram-me o trabalho médico -- enquanto familiares e amigos vão repetindo uma proximidade que me aquece e  recompõe por dentro.
Quando Jesus nos diz que valemos “mais que muitos passarinhos”, achamos a frase poética; mas precisamos de nos dar conta da sua carinhosa verdade. Sempre e não apenas nas circunstâncias em que sentimos o que aqui se sente: que somos, de facto, implumes e caídos do ninho das nossas seguranças, pressas e competências. Mas é também ao mesmo tempo verdade que a consciência desta fragilidade nos devolve uma força enorme – pois nos leva a consentir que outra mão pegue na nossa, pedindo apenas que nos deixemos guiar.

 

2. Chegado a este ponto, pergunta-se  o leitor: mas que tem isto a ver com a Semana dos Seminários, a que esta edição do semanário Ecclesia

 

 

 

 

é particularmente dedicado?
Tem, digo eu, porque faço deste momento um momento orante por todos os que procuram discernir as suas vidas; e porque é uma experiência palpável da misericórdia divina que poisa sobre as nossas limitações circunstânciais.
Aliás, vem-me agora à memória um Prefácio que fala do Senhor como bom samaritano que, ainda hoje, vem ao nosso encontro e ao encontro dos homens que sofrem no corpo ou no espírito, derramando o óleo da consolacão e o vinho da esperança. (Sim, citei de cor, mas penso ter sido fiel...)
É na consciência do nosso barro que melhor se percebe o  Seu amor

 

 

 

total e gratuito. Numa cama de hospital, como no momento em que, de modos mal decifrados, chama e envia para a Sua vinha.
Sim; de modos mal decifrados. Ou será que alguém sabe o porquê do seu chamamento ou se atreve a pensar que possa ter nascido de algum mérito pessoal?
Um olhar, uma palavra, um exemplo. E, na busca cheia de dúvidas, começa um caminho que se aclara na oração.

 

3. Desculpem. Não escrevi um Editorial. Mas, que lhe querem? As paredes são de branco sujo e cinzento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Queda de um avião russo no Egito provocou 224 mortes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Quando houver esse acordo [Governo entre o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP], ele deverá ser comunicado e é importante que esse acordo seja aclarado, evidentemente, antes da discussão do programa do Governo [que se inicia na segunda-feira], porque é esse o compromisso do PS"
Carlos César, líder parlamentar do PS, Lisboa, 3 de novembro de 2015

 

"Tenho advogado internacionalmente a necessidade de ser criado um mecanismo de resposta rápida que permita aos refugiados e estudantes de ensino superior de países em guerra, receberem bolsas de estudo de emergência, por forma a poderem concluir a sua formação". Jorge Sampaio, ex-presidente da República, Castelo Branco, 4 de novembro de 2015

 

“Veremos que tipo de acordo é possível” com o PCP e com o Bloco de Esquerda, mas a consistência, do ponto de vista da estabilidade, “não tem comparação com um bloco de duas forças com uma capacidade negocial muito maior”. Luís Amado, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, entrevista à RTP3, 4 de novembro de 2015

 

“Por sermos cristãos, não temos mais direitos. Se temos alguma coisa é mais deveres. Quem mais recebe, mais tem de dar”. Marcelo Rebelo de Deus, debate ‘Conversas com Deus’, Lisboa, 4 de novembro de 2015

 

 

«Marca Minho» para potenciar
turismo e património religioso

O arcebispo de Braga defendeu a criação de uma ‘Marca Minho’ e disse à Agência ECCLESIA que a aposta no turismo religioso pode ajudar a economia de uma região atingida pelo desemprego. “O Minho é uma região caraterística, pela sua paisagem, pela sua cor, é um espaço carregado de uma dimensão patrimonial muito significativa, em termos de igrejas, de santuários, de mosteiros, é de uma riqueza enorme que nem sempre conhecemos”, sublinhou D. Jorge Ortiga.

O também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana marcou presença nas Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo, que decorreram no Santuário do Bom Jesus, Braga.

Para o arcebispo primaz, é preciso “trabalho” para que essa “Marca Minho” se consiga impor, mostrando um “espaço único, diferente” em Portugal. “É pena este tesouro não ser conhecido, pelos portugueses e pelos estrangeiros”, acrescentou.

D. Jorge Ortiga sublinhou o papel do turismo como “fator de desenvolvimento económico” e de

 

“sustentabilidade” da região. “A Arquidiocese de Braga sente que a partir do turismo poderão ser criados muitos empregos”, numa região em que o “desemprego é muito grande”, observou.

O património religioso no Minho está ligado a locais como São Bento da Porta Aberta, o Santuário do Bom Jesus ou eventos como a Semana Santa em Braga, entre outros, “com uma carga muito grande de fé”. “Que não seja um património morto, mas continue a mostrar a fé e os valores em que acreditamos”, apelou D. Jorge Ortiga.

Num “tempo da mobilidade”, a Igreja Católica tem de saber colocar o seu património religioso “ao serviço da evangelização”. “A Igreja não pode desperdiçar a oportunidade de contactar com as pessoas que a procuram”, advertiu o prelado.

Para o arcebispo de Braga, o património religioso é sinal de uma “identidade” e as as comunidades precisam de ser “formadas” e aprender a ter o “gosto” de “visitar, contemplar e saborear” essa herança, em Portugal. “Às vezes vamos procurar fora o que temos dentro”, lamentou.

 

 

 

 

 

 

As jornadas terminaram com a conferência ‘Secularização do património religioso’ pelo presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa, o teólogo João Duque.

O presidente da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, padre Carlos Godinho, salientou a importância da Igreja Católica estar presente de forma qualificada num setor que atrai cada vez mais pessoas ao país. “O turismo religioso não pode entender-se como um produto separado dos outros produtos”, frisou, em declarações à Agência ECCLESIA.

construir fraternidade e cumprir os direitos humanos.

 

 

Nesse mesmo dia, centenas de militares da Base Aérea do Montijo, na Diocese de Setúbal, acolheram a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, no âmbito da visita que esta tem vindo a realizar a todas as regiões do país. 

 

 

Associação de Médicos Católicos celebra 100 anos em Portugal

A Associação dos Médicos Católicos, a celebrar 100 anos de atividade em Portugal, vai perspetivar o seu futuro com um encontro este sábado, em Lisboa, denominado “Ser médico, ser católico: 100 anos! E agora?”. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o presidente da AMCP sublinha o desafio da “marca” cristã estar sempre presente na atividade dos médicos católicos, em primeiro lugar através de um “grande espirito de serviço ao outro”.

“Ao médico católico pede-se que tenha em relação ao doente uma atitude semelhante à que Jesus teve no lava-pés, não se colocar de cima para baixo, porque temos um conhecimento que o outro não tem sobre a sua saúde, mas de baixo para cima, com esta atitude interior de humildade”, frisa Carlos Alberto da Rocha.

O modelo proposto pela direção da AMCP para o seu mandato é mesmo o de “Cristo-Médico. Carlos Alberto da Rocha, especialista em ginecologia e obstetrícia, acredita que “tem havido uma adesão progressiva” a este “slogan”, por parte dos "núcleos e dos médicos".

 
No entanto, realça que se trata de “uma semente a ser trabalhada, a ser regada, um caminho que se vai fazendo”.

Já Fernando Maymone Martins, responsável pela organização do encontro do próximo sábado, admite que esta marca cristã é ainda mais fundamental num setor em que os avanços, em termos de diagnóstico e de tratamento, são constantes. “A evolução da medicina tem o enorme benefício de nos colocar nas mãos mais armas para enfrentar a doença ou o risco da doença, mas concomitantemente a utilização desses meios requer uma consciência ética muito importante”, reconhece o especialista em cardiologia pediátrica.

Por outro lado, a área da saúde está hoje a braços com vários “constrangimentos” de ordem económica, o que representa também um desafio acrescido.

 
 

 

 

Porto: Diocese lança guia para ajudar famílias a preparar o Natal

A Diocese do Porto lançou um guia para ajudar as famílias a preparar o Natal, durante o tempo litúrgico do Advento, com uma proposta semanal para celebrar o nascimento de Jesus que vai da ecologia à solidariedade. “A Caminhada que propomos não se destina apenas ao percurso catequético, aos grupos de jovens, ou às celebrações dominicais mas a toda a Comunidade e a cada Família. Dirige-se a toda a diocese e a cada um dos diocesanos do Porto”, explicam os bispos da diocese.

“A todos deve envolver, integrar, acolher e mobilizar”, realça D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, e os seus auxiliares D. António Taipa, D. João Lavrador (nomeado bispo coadjutor da Diocese de Angra) e D. Pio Alves. A proposta de caminhada de Advento, publicada no sítio online da Diocese do Porto, pretende ajudar as famílias e as comunidades a quatro realidades concretas: “descobrir a condição alegre e feliz” da identidade cristã” e ser uma Igreja “decidida a construir a fraternidade, mediante a partilha de dons, com uma atenção privilegiada aos mais pobres

e frágeis da sociedade”. 

 

A Igreja do Porto é incentivada também a “promover uma educação ecológica, uma cultura de respeito pelos bens da Criação” e a “traduzir nos sentimentos, nos gestos e nas atitudes” o “rosto” acolhedor e missionário desta Igreja. O sentido da caminhada é “do cabaz à manjedoura” tendo como símbolo o “cabaz de Natal” que “faz parte das tradições natalícias” e é um símbolo da partilha e da “onda de solidariedade” que este acontecimento “desperta nos crentes e em todos os homens e mulheres de boa vontade”.

“Enchamos em cada semana o ‘cesto’ dos nossos dons para que eles se transformem em ‘cabaz’ de generosidade, em ‘manjedoura’ que

    acolhe e abriga a vida e em “sinal

                vivo” da misericórdia e da

                    salvação de Deus para

                     todos”, incentivam os

                      prelados.

 

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Algarve: Bispo exprime «proximidade» às vítimas do temporal

 

 

 

Guia das igrejas de Lisboa 

 

 

Vaticano reage a livros polémicos sobre questões económicas

O porta-voz do Vaticano reagiu em comunicado enviado aos jornalistas às notícias sobre a situação económica da Santa Sé, após a publicação dos livros ‘Via Crucis’, de Gianluigi Nuzzi, e ‘Avareza’, de Emiliano Fittipaldi, na Itália. “Seria necessário ter a seriedade de aprofundar as situações e os problemas específicos, para reconhecer o muito que é completamente justificado, normal e bem administrado, incluindo o pagamento dos devidos impostos”, refere o padre Federico Lombardi.

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé admite que a publicação de obras sobre as instituições e atividades económico-financeiras do Vaticano gera “curiosidade e muitos comentários”.

O porta-voz começa por esclarecer que a divulgação de notícias e documentos confidenciais é “ilegal”, remetendo a decisão sobre o tema para as “autoridades competentes do Vaticano”.

O comunicado refere que a documentação agora publicada está relacionada com a “notável” recolha de dados e informações levada 

 

a cabo no pontificado de Francisco. “O caminho da boa administração, da correção e transparência, continua e avança sem incertezas. Esta é, evidentemente, a vontade do Papa e não falta no Vaticano quem colabore com ela, em plena lealdade e com todas as suas forças”, refere o porta-voz.

Esta segunda-feira, o Vaticano anunciou a detenção de monsenhor Lucio Angel Vallejo Balda e de Francesca Chaouqui, respetivamente secretário e membro da Comissão relativa ao estudo e orientação sobre a organização das estruturas económico-administrativas da Santa Sé (COSEA), instituída pelo Papa em julho de 2013 e posteriormente dissolvida, após cumprir o seu mandato.

Segundo o padre Lombardi, os dados revelados nos livros que chegaram agora às bancas têm a sua origem na COSEA, informações originalmente recolhidas pela Santa Sé “não contra a vontade do Papa”, mas em colaboração com este e as instituições do Vaticano. A nota responde a várias das críticas que têm vindo a ser 

 

 

 

 

feitas nos últimos dias, em particular no que diz respeito à propriedade dos bens da Santa Sé e o Óbolo de São Pedro, que recolhe donativos dos católicos de todo o mundo para o Papa.

O porta-voz do Vaticano precisa que este dinheiro é usado segundo “o juízo do Papa”, servindo não só para obras de caridade mas para ajudar ao seu serviço, que inclui a Cúria Romana ou as 180 missões diplomáticas da Santa Sé em todo o mundo.

 
Para o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, a publicação “avulsa” de uma grande quantidade de informação, diferente entre si, gerou a “impressão” de um estado de “permanente confusão, de falta de transparência”. “Assim não se reconhece a coragem e o esforço com que o Papa e os seus colaboradores enfrentaram e continuam a enfrentar o desafio de melhorar o uso dos bens temporais”, lamenta o padre Federico Lombardi.

 

 

 

Sínodo foi momento de graça

O Papa disse no Vaticano que o recente Sínodo dos Bispos sobre a família (4-25 de outubro) foi um momento de “graça” para a Igreja e disse estar a refletir sobre as conclusões que lhe foram apresentadas. “A assembleia do Sínodo dos Bispos, que se concluiu há pouco, refletiu a fundo sobre a vocação e a missão da família na vida da Igreja e da sociedade contemporânea. Foi um acontecimento de graça”, declarou, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal.

Francisco recordou que, no final dos trabalhos, os participantes entregaram-lhe “o texto das suas conclusões”, com 94 parágrafos. “Quis que este texto fosse publicado para que todos participassem do trabalho em que nos empenhamos juntos durante dois anos. Não é este o momento de examinar tais conclusões, sobre as quais também eu mesmo preciso de meditar”, assinalou.

O Papa observou que a vida “não para” e sustentou que as famílias cristãs podem “fazer muito” para que a sociedade seja “menos má e menos cruel”. “Num mundo que às  

 

vezes se torna árido de vida e de amor, vós falais todos os dias do grande dom que são a família e o matrimónio”, afirmou.

Francisco falou das famílias como escola de perdão e insistiu no “segredo” para evitar os problemas da vida doméstica: “pedir desculpa imediatamente e dar-se reciprocamente o perdão”. “Não acabem o dia em guerra, entendido?”, desafiou.

O Papa deixou depois uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa: “O Senhor vos abençoe, para serdes em toda a parte farol de luz do Evangelho para todos. Possa esta peregrinação fortalecer nos vossos corações o sentir e o viver com a Igreja. Nossa Senhora vos acompanhe e proteja, a vós e aos vossos entes queridos”.

 

 

 

 

Santidade como uma opção contracorrente

O Papa presidiu à Missa da solenidade de Todos os Santos, no principal cemitério de Roma, onde homenageou também os fiéis da diocese que já morreram. Francisco disse na sua homilia que “o caminho que conduz ao Céu é um caminho difícil de entender, porque vai contracorrente”, mas é o caminho de quem quer ser “feliz”.

A intervenção partiu das sete Bem-aventuranças, passagem do Evangelho deste domingo, começando pela questão da pobreza. “Podemos perguntar-nos, como pode ser feliz uma pessoa pobre de coração, que tem como único tesouro o Reino dos Céus? A razão é esta: tendo o coração desapegado e livre das coisas mundanas, essa pessoa é esperada no Reino dos Céus”, respondeu.

Francisco questionou depois como podem ser felizes “as pessoas que choram”. “Quem na vida nunca sentiu

 

 tristeza, angústia e dor, nunca conhecerá a força da consolação. Ao invés, podem ser felizes aqueles que têm a capacidade de se comover, a capacidade de sentir no coração a dor existente nas suas vidas e na vida dos outros. Estes serão felizes”, precisou.

O Papa convidou depois a rejeitar atitudes próprias de quem se sente “dono do mundo”, imitando “as mães e os pais que são muito pacientes com os filhos” no “caminho da mansidão e da paciência”. “Jesus percorreu esta estrada: desde pequeno suportou a perseguição e o exílio, e depois, de adulto, as calúnias, as armadilhas, as falsas acusações no tribunal, e ele suportou tudo isso com mansidão. Suportou mesmo a Cruz, por amor a nós”, acrescentou.

Francisco elogiou quem tem um “forte sentido de justiça” e os “misericordiosos”. “Felizes aqueles que sabem perdoar, que têm misericórdia para com os outros, que não julgam tudo e todos, mas procuram colocar-se no lugar dos outros. O perdão é algo que todos nós precisamos, ninguém está excluído”, disse ainda.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 


Papa denuncia tráfico de pessoas como «crime contra a humanidade»

 

 

 

Celebração de Todos os Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

Cáritas        Editorial   Catálogo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O rosto da misericórdia

  D. Pio Alves    
  Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais 

 
 

É este o título que o Papa Francisco deu à bula com que anuncia o Ano da Misericórdia (08 de dezembro de 2015 – 20 de novembro de 2016). E, antes que algum leitor distraído se perca, afirma na primeira frase que “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai” (n.1). E explica mais adiante (n.2): “Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida”.

Estas afirmações fundamentais podem suscitar a vontade de as assumir ou também, preguiçosamente, empurrar-nos para o mundo das perguntas dilatórias.

Para além das parábolas evangélicas que o Santo Padre menciona no texto (n. 9), evoco a parábola do bom samaritano (Lc 10, 25-37). A personagem representada pelo doutor da lei parece mais interessada em perguntar que em aprender: “que devo fazer para herdar a vida eterna?”; “quem é o meu próximo?” É o que se chama em futebolês chutar para canto!

Vale a pena fixar a atenção no samaritano, no bom samaritano: mudou os seus planos de viagem; gastou tempo; gastou dos seus bens; fez, ele próprio, o que estava ao seu alcance (não se limitou a chamar o 112); correu riscos de contágio; procurou ajudas complementares; pagou por adiantado a quem completasse o seu trabalho; voltou para dar continuidade à sua ação; se, à época, existisse um fisco com as caraterísticas atuais não teria feito cálculos para lucrar no IRS. 

 

 

 

Ah, e o homem socorrido não era primo, não era vizinho, não era amigo. Bem pelo contrário: não o conhecia de lado nenhum e até estava num campo religioso que não era o seu. E Jesus Cristo não conclui a parábola dizendo que o bom samaritano era pouco inteligente ou estava louco. Aponta-o como modelo e diz: “Vai e faz tu também o mesmo”.

Sem atirar pedras a ninguém; reconhecendo os méritos (os enormes méritos!) de tantas pessoas e instituições (civis e religiosas, de diferentes credos) que, no nosso País, gastam a vida, desinteressadamente, pelos outros … a bula O rosto da

misericórdia, o Ano da

Misericórdia, a parábola

do bom samaritano podem

ajudar a identificar e

retificar procedimentos.

Oportunidades não

faltam: desde o dia-a-dia

da vida familiar até

à receção aos

refugiados; 

desde a atenção

ao familiar

ou vizinho

 

sozinho ou doente até ao sem-abrigo da rua por onde passo insensivelmente todos os dias. Faço perguntas para adiar ou procuro caminhos para responder?

Os pobres, os pobres de todas as pobrezas, não são troféus de nenhuma caridade; não são propriedade de ninguém. Nem podem servir de moeda de troca para pagar a fatura de deveres de justiça incumpridos.

Releia o primeiro parágrafo e, por favor, procure ajudar a dar rosto à misericórdia..

 

 

XVII Fórum Ecuménico Jovem

‘Não vos conformeis…transformai-vos!’ É o tema do FEJ 2015

A 7 de Novembro, a cidade de Castelo Branco será a capital do ecumenismo jovem em Portugal. Aparece e aceita dar mais um passo neste caminho da Unidade.

Os trabalhos começam às 10h com o acolhimento na Igreja de N. Sra de Fátima, no coração da cidade de Castelo Branco. As boas vindas serão dadas por D. Antonino Dias, Bispo Católico de Portalegre-Castelo Branco. A manhã será ainda marcada por uma reflexão bíblica pelo Bispo Sifredo Teixeira, da Igreja Metodista, seguida de partilha e trabalho em grupos.

Após almoço partilhado (pede-se que cada participante traga algo, que será complementado com uma sopinha quente oferecida pela organização), o FEJ propõe dez workshops, desde respostas sociais até diversas visitas à cidade concluídas em museus, desde audição de música sacra até momentos de silêncio, desde voluntariado missionário até questões de ecologia e economia, sem esquecer um tempo de partilha sobre o sofrimento dos cristãos em 

 

diversas partes do mundo.

O FEJ conclui-se com uma Celebração Ecuménica Final, com um envio em Missão para a terra de origem de cada um dos participantes.

A inscrição não é obrigatória, bastando viajar até Castelo Branco este sábado, dia 7 de novembro. Mas podem consultar programa e outras informações ecuménicas no site www.ecumenismojovem.org, bem como ver os ‘flashs ecuménicos’ divulgados para promover o FEJ.

As quatro Igrejas organizadoras (Católica Romana, Lusitana, Metodista e Presbiteriana) lá estarão em Castelo Branco para dar as boas vindas aos participantes nesta edição de um Fórum Ecuménico Jovem que foi iniciado em 1999 e nunca mais parou…

 
 

 

Recordar o Seminário 20 anos depois

  José Carlos Patrício  
  Agência ECCLESIA   

 

Deixei o seminário em 1995, depois de ter estado em São José de Caparide (Estoril) durante o secundário e iniciado a universidade já em Almada.

A este percurso, acrescento também alguns anos no pré-seminário, com diversos encontros e atividades realizadas em Penafirme.

Desses tempos guardo hoje boas amizades, rapazes hoje homens, uns já casados, com filhos, outros que prosseguiram a sua caminhada até ao sacerdócio, que considero como irmãos e quando nos vemos é como se o tempo não tivesse passado.

Guardo também a formação cristã e humana que recebi, nos encontros e momentos de reflexão que nos eram proporcionados, mas sobretudo através do exemplo dos sacerdotes que nos acompanhavam e do espírito de entreajuda que se gerava entre todos.

É óbvio que, estando a falar de adolescentes e jovens, nem tudo eram rosas, havia momentos de conflito, de quezília, de tensão.

Mas em que família é que isso não acontece? E era isso que nós eramos, no fundo, uma família, alargada, que procurava seguir o seu caminho, descobrir um rumo em conjunto.

Eram as dúvidas relacionadas com a vocação, era Deus que por vezes parecia calado perante as nossas questões e medos, era o ritmo do dia-a-dia, das aulas, dos testes, do estudo, das notas, eram os apelos em relação às raparigas na escola, e como lidar com tudo isso.

Hoje olho para trás e considero tudo isso normal, como parte de qualquer processo de crescimento,

 

 

 mas na altura, com 15, 16 anos, havia questões que pareciam gigantescas.

Quando penso no trabalho feito nos seminários, pelas equipas formadoras, é exatamente esta noção que me vem à ideia.

Estamos a falar de homens, sacerdotes, diáconos e alguns seminaristas mais velhos (no caso do pré-seminário) que têm como missão ajudar os adolescentes e jovens a não terem medo de responder a questões que, por vezes, parecem gigantescas.

Não é só a questão de Deus, do ser ou não ser padre, que envolve tantas escolhas e renúncias, é também o tipo de vida a seguir, que homens, que cristãos queremos ser no futuro.

Porque no seminário não se aprende a ser padre, isso penso que vem 

 

depois, com a própria experiência do sacerdócio no dia-a-dia.

Aprende-se sim a escutar, o nosso íntimo, a Deus e aos outros, aprende-se o valor da vida em comunidade, o dom da solidariedade e da partilha, do espírito de serviço, aprende-se a reger as nossas escolhas segundo valores que não são negociáveis.

Hoje essa busca continua, porque a vida é isso mesmo, uma procura constante, feita de escolhas e renúncias diárias.

Mas sinto que o que vivi e aprendi no Seminário ajudou-me a encarar esses desafios de uma forma diferente.

E a procurar (com muitos tombos pelo meio) viver a minha vocação cristã de forma comprometida, no meio da sociedade e da minha família.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Igreja Católica em Portugal prepara-se para celebrar

a Semana dos Seminários, entre 8 a 15 de novembro,

com o lema «Olhou-nos com misericórdia»,

numa iniciativa que pretende lembrar a “todo o povo

de Deus” a responsabilidade de cada um no chamamento

de novas vocações sacerdotais.

O Semanário ECCLESIA apresenta esta iniciativa,

com mensagens de responsáveis nacionais e diocesanos, trazendo até si histórias de vida: seminaristas

cabo-verdianos que se preparam em Portugal e gémeos

que descobriram, cada um a seu tempo,

a mesma vocação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Seminário não é uma formatação

Padre José Miguel Pereira, reitor do Seminário dos Olivais, em Lisboa, abordou o desafio da Igreja Católica em levar aos jovens de hoje a sua proposta vocacional

 

Agência ECCLESIA (AE) – O Seminário mudou nos últimos anos, nas últimas décadas?

Padre José Miguel Pereira (JMP) – Sim, vai acompanhando alguns desafios próprios das mudanças, não no sentido de se adaptar ao mundo mas de se preparar melhor para responder e enviar ao mundo.

Sempre na fidelidade àquilo que é o essencial, formar homens que sejam rosto da misericórdia de Deus, que se configurem com Jesus Cristo.

Isto permanece, mas depois que sejam capazes de acompanhar também a humanidade, nas suas inquietações, aspirações, ansias e fragilidades que cada tempo tem. Nesse sentido, há algumas mudanças que vão acontecendo.

 

AE – Conjugar a vida comunitária no Seminário, com o conhecimento do quotidiano, das pessoas no mundo, é um desafio? Como é que ele não resvala para uma redoma de proteção?

JMP – Hoje uma das mudanças que existe no Seminário é que, através 

 

 

da internet, o mundo estar dentro do Seminário, portanto não existe esta história de que nele a rapaziada está fechada.

Diariamente, em vários momentos do dia, o que se passa no mundo entra pelo Seminário, e os seminaristas também não estão fechados cá dentro.

Frequentam as aulas numa universidade, neste caso a Universidade Católica Portuguesa, onde não estão só candidatos ao sacerdócio.

Estamos a falar de um mundo imenso de outros jovens, rapazes e raparigas, adultos também, nos vários cursos de formação onde eles se encontram, no Campus universitário.

Depois há a formação pastoral, por exemplo no Seminário dos Olivais ela acontece ao sábado e domingo, para os que estão na fase final é desde sexta-feira.

E esta formação passa por estar nas paróquias, no contacto diário e imediato com muita gente, de todas as idades e situações.

E depois temos ainda as relações de

 

 

 

 amizade que os seminaristas mantêm e que, uma ou outra vez vão ao Seminário, os amigos, para participarem até numa missa, num jantar.

Outras vezes são os seminaristas que participam num ou outro acontecimento, um aniversário, um casamento, uma situação pontual mas importante.

Claro que isto não é a ponto de ser uma realidade que os retire da vida comunitária, mas é frequente, eles não estão isolados no Seminário.

Depois existem várias etapas: se estamos a falar numa fase final, há uma maior relação com o exterior; se estamos a falar numa fase inicial há uma maior necessidade de fundamentação e portanto há uma maior necessidade de fazer cortes. Portanto depende um bocadinho da fase em que eles estão no percurso formativo.

 

AE – O perfil de quem chega também tem mudado ao longo dos últimos anos?

JMP – Sim, temos gente que entra no Seminário Maior vindos diretamente da família, gente que já passou pelo Seminário Menor, outros que fizeram uma experiência de Pré-Seminário, 

 

outros que só chegaram ao Seminário Maior depois de uma experiência universitária, com o curso a meio ou até já terminado, alguns ainda já com experiência profissional.

E depois, em termos de experiência eclesial, ela é também muito variada. Uns vêm da relação paroquial, outros da relação com um movimento específico, outros da relação com as capelanias, no meio universitário, que os provocaram à questão vocacional, portanto isso de facto é plural.

 

AE – É muito importante trabalhar esta dimensão de desprendimento, desta capacidade de servir naquilo que vier depois, independentemente das expectativas?

JMP – Sim, um dos desafios muito grandes é o de redescobrir a liberdade. Nós vivemos num tempo em que a liberdade está quase reduzida a eu poder escolher a partir daquilo que a outra pessoa ou situação me diz.

E redescobrir a liberdade como uma libertação para aderir àquilo que Deus me oferece, porque isso é o bem maior para mim e para todos.

Deus não é caprichoso, aquilo que nos oferece é para nos conduzir a um mais, a um pleno onde a nossa 

 

 

 

experiência limitada ainda não chegou.

E portanto, essa educação e essa redescoberta de uma liberdade assim maior, onde eu posso escolher a partir de um horizonte maior que me é revelado, que depois em aliança é construído, isso sim, é um desafio importante para toda a fé cristã, para todas as vocações.

 Para o sacerdote, isto é importante para poder escolher ajudar as comunidades, as pessoas concretas e as famílias a viverem também isso.

 

AE – O Seminário dos Olivais serve o Patriarcado de Lisboa mas também outras dioceses.

JMP - Sim, nós temos no Seminário de Lisboa, Caparide e Olivais, 10 dioceses representadas. Além de Lisboa, servimos as dioceses de Santarém e Funchal, desde há muitos anos, e depois desde 2010 também Aveiro, Leiria e Portalegre-Castelo Branco.

Aliás, algumas destas dioceses, Aveiro e Portalegre-Castelo Branco, já lá para trás tinham frequentado o Seminário dos Olivais. Portanto não é uma novidade, mas de facto é a realidade que temos agora, servirmos seis dioceses portuguesas. Depois servimos também as duas diocesesde Cabo Verde, Santiago e Mindelo, que têm um grande número de 

 

seminaristas a frequentar o Seminário de Lisboa. E ainda alguns seminaristas de Cochim, na Índia. Isto resultou de um acordo entre o Patriarca de Lisboa e o bispo de Cochim, na altura dos 500 anos do padroado português naquela região.

Temos também alguns seminaristas de São Tomé e Príncipe, o grosso dos seminaristas de lá forma-se em Luanda, em Angola, mas alguns vêm a Portugal. Esses ainda não chegaram aos Olivais, só os temos em Caparide, que é a primeira fase do Seminário Maior, mas se Deus quiser para o ano poderemos ter também alguns nos Olivais.

 

 

 

Seminário dos Olivais

 

AE – Como é que se trabalha esta diversidade de pessoas de modo a que eles não saiam daqui formatados ou não expressem uma hegemonia de Lisboa para com outras dioceses do país?

JMP – Há um desafio importante, um núcleo do ser sacerdote e da unidade sacerdotal que é transversal. Aliás nós somos cooperadores dos bispos, que em primeiro lugar são bispos no colégio episcopal, com a solicitude de todas as Igrejas, portanto pela Igreja universal e não apenas pela sua diocese.

E nesse sentido é importante que nós 

 

ganhemos um coração universal e percebamos que alguns dinamismos da fé são transversais e portanto não é apenas a minha diocese, como se fosse o meu bairro.

Seja para quem está de fora cá, seja para os de Lisboa, que podem ter um bocadinho a mania de que são da capital e tal, e portanto estes são desafios permanentes.

Mas depois há também o desafio de sermos capazes de descobrir que a unidade se faz na pluralidade e não na uniformidade.

Este tem sido um desafio permanente para a Igreja, nos tempos de hoje 
 

 

 

também e na formação sacerdotal nos Olivais também.
E portanto sermos capazes de estar atentos, a alguns dinamismos nas dioceses e favorecer essa atenção, na formação específica dos seminaristas desse local.

Eu insisto muito com eles, à medida que começam a avançar para alguns ministérios laicais em ordem ao sacerdócio, sobre a importância de terem um vínculo muito grande para com o bispo, às suas orientações pastorais, de rezarem muito por ele e pela vida da diocese.

Também sobre quais são os eixos fundamentais da pregação e da proposta pastoral nessa diocese específica, para que eles vão cuidando disso porque serão padres, se Deus quiser, para essa porção do povo de Deus em primeiro lugar, abertos depois à universalidade da Igreja.

 

AE – Para os alunos, para os seminaristas é muito enriquecedor poderem contactar com gente que sentiu a vocação em diversos pontos do país e do mundo.

JMP – Sim, numa das casas temos um seminarista de uma diocese africana, de Cabo Verde, mas que teve experiência em Roma, esteve lá num Seminário durante um ano.

 

 
Seminário Redenptoris Mater
 
Já tivermos aqui pessoas também com experiências em outros lados.
Depois também temos na Diocese de Lisboa o Seminário Redenptoris Mater, com o qual os nossos seminaristas também contactam.

O Seminário Redenptoris Mater está inserido no itinerário Neocatecumenal, os seminaristas ficam incardinados, ligados à Diocese de Lisboa mas vêm de muitas proveniências.

E portanto os dois grupos contactam-se quer na escola, na universidade, quer em algumas ações de formação comum, no Seminário dos Olivais.

Também da América Latina, de outras Igrejas da Europa, e mesmo de África, há aqui um contacto, uma pluralidade que é muito enriquecedora e ajuda a perceber que a Igreja não é uma forma única. Ela é o povo de Deus com muitos dinamismos, ao nível do próprio entendimento da fé, da expressão da fé.

 

 

 

AE – Podemos dizer que as comunidades por vezes estão um pouco desligadas da realidade do seminário?

JMP – Creio que a questão é um bocado mais vasta. O Papa Francisco, na última visita ‘ad limina’ dos bispos de Portugal chamava a atenção que o dinamismo vocacional escapa muitas vezes aos itinerários de iniciação da fé. E portanto somos guiados a viver a fé muito como uma prática religiosa e moral, mas onde muitas vezes escapa a consciência de que a vida é um dom de Deus e se constrói na permanente escuta e resposta.

Escapando esse dinamismo, escapa também a decisão da vida a partir da vocação. A decisão muitas vezes é partir do que cada um sente, do que cada um busca.

 
De um processo individual de realização e menos no sentido de alguém que se descobre chamado e um caminho aberto para ocupar um lugar no Reino de Deus e no mundo, a partir do sonho de Deus que pode depois concretizar-se diariamente.

Como escapa isso um bocadinho depois também escapa alguma relação com os seminários e com estas casas de formação, onde isto se faz sentir de forma mais viva.

 

AE – Lembram-se da Semana dos Seminários, no próprio Seminário?

JMP – Sim, nos dias 7 e 8, quando começa a Semana dos Seminários, os seminaristas vão estar de visita a algumas paróquias. Nós vamos ter no dia 11 de novembro, quarta-feira, uma vigília de oração no Seminário dos 

 

 

 

Olivais às 21h30, aberta a todos que queiram participar.  E na quinta-feira dia 12, o Seminário de Caparide vai fazer também uma vigília de oração numa paróquia de Lisboa, creio que na Paróquia de São Nicolau. E portanto, sim, creio que estamos motivados.

 

AE – O tema da semana, “Olhou-os com misericórdia”, o que é se pretende retirar dele?

JMP – Por muito que tenham sido os nossos percursos, há sempre lugar para cada um. Essa é a afirmação, há sempre um lugar para cada um no Reino de Deus, a qualquer hora do dia e da vida, o Senhor tem lugar.

 
Depois há também este olhar mais vasto, a misericórdia de Deus é também porque viu a miséria do seu povo e por isso escolhe alguns para os enviar. E esta miséria do povo são tantas dificuldades e fragilidades, das coisas próprias da vida, umas que são atribuídas às nossas injustiças e discrepâncias e conflitos.

Outras são da fragilidade humana e Deus com todos quer fazer caminho e por isso chama e envia.

 

A entrevista pode ser vista na íntegra no dia 9 de novembro, pelas 15h00, na emissão do Programa ECCLESIA na RTP 2.

 

 

 

 

Misericórdia é o tema da Semana dos Seminários 2015

O presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios afirma na mensagem para a Semana Nacional dos Seminários que o sacerdote não é "perfeito, irrepreensível e santo", mas "alguém para quem o Senhor olhou com misericórdia". “O sacerdote, homem chamado e escolhido de entre os outros homens, é fruto do olhar misericordioso de Jesus, que quer salvar a todos. Não se trata de alguém perfeito, irrepreensível e santo, mas de alguém para quem o Senhor olhou com misericórdia, sem explicação nem motivação compreensíveis”, escreve D. Virgílio Antunes.

Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, o responsável explica que a vocação sacerdotal só se compreende no contexto do “mistério do amor de Deus, que não se explica nem se justifica”, mas simplesmente se manifesta.

Segundo o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, como a “característica fundamental do agir de Deus é a misericórdia” os seminaristas, “desejosos de conhecer o mistério da sua vocação”, devem entrar no mistério do amor de Deus

 

“pela humanidade e por si mesmos”. “Sintam-se sinceramente pecadores e doentes como todos os outros homens, e darão infinitas graças a Deus por os eleger e chamar a partilhar a grandeza da Sua companhia”, recomenda.

Na mensagem para a Semana Nacional dos Seminários, os jovens são convidados a entrar na contemplação do rosto misericordioso de Deus que “os escolhe e os chama” e a aceitarem “humildemente a sua condição de pecadores e necessitados” da misericórdia de Deus que vai manifestar-se como “fonte de perdão e de salvação”.

“Muitos sentirão o apelo a andar com o Senhor e a aprender d’Ele, conhecerão a vocação a que os chama e terão alegria e coragem para a seguir fielmente”, acrescenta D. Virgílio Antunes. Para o prelado quando alguém “se deixa tocar pelo olhar misericordioso de Jesus” torna-se disponível para ficar com Ele para sempre.

Neste contexto, observa que a Igreja fundada por Jesus Cristo é chamada a “dar corpo ao desejo misericordioso

 

 

 

de Deus de salvar toda a humanidade”, em todos os tempos da história. “N’Ele há uma especial predileção pelos pobres, pelos doentes, pelos perdidos e pelos pecadores, aos quais procura incessantemente, pois quer acolhê-los com um abraço mais apertado, para que sintam a força do seu amor que reconcilia e salva”, desenvolve D. Virgílio Antunes.

O bispo da Diocese de Coimbra contextualiza que os Evangelhos apresentam um Jesus que passa pelos “mais variados lugares onde se desenvolve a vida humana” e “olha com predileção para alguns, escolhe-os e chama-os para O seguirem”. “Sem explicações que satisfaçam a 

 

sua admiração e sem argumentos que respondam às suas interrogações, mas somente porque se sentiram tocados pelo seu amor misericordioso, deixaram tudo e seguiram-n’O”, acrescenta, dando como exemplo o chamamento de São Mateus, que antes de ser discípulo era cobrador de impostos, “um homem considerado por todos como pecador”.

O presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios assinalou ainda que em sintonia com a Igreja Universal deseja que o trabalho, a catequese e a oração pelas vocações sacerdotais, pelos seminários e pelos sacerdotes “nasçam” da certeza de que Deus é misericordioso com todos os seus filhos.

 

 

 

Semana dos Seminários 2015

- Olhou-os com misericórdia –

A ‘Semana dos Seminários’, que a Igreja celebra este ano entre os próximos dias 7 e 15 de novembro, vem pedir-nos que olhemos para o Sacerdócio como vocação e como dom. E porque o Sacerdócio é vocação e é dom, a ‘Semana dos Seminários’ vem também ajudar a rezar em acção de graças e a reflectir alguns dos caminhos, das experiências e dos contextos em que se faz o discernimento vocacional, a eleição de um estado de vida e a contínua formação do coração para se ser padre - os Seminários.

Se a fé é uma questão e uma história de confiança, a vocação sacerdotal não o é menos. Na confiança se alicerçará o acolhimento e a descoberta da vontade de Deus, a leitura crente da vida, o discernimento, crescimento e fidelidade, o projecto pessoal e a comunhão eclesial, a conversão, o compromisso e a alegria, o testemunho e a missão. Quem confia surpreende-se sempre construtivamente.

Na Igreja temos, muitas vezes, sido exímios na leitura sociológica

 

das causas da falta de vocações sacerdotais. E há conceitos e preconceitos que vão sendo recorrentes quando se trata de “tentar explicar” a falta de vocações: dispersão da vida actual, perda das referências religiosas, a superficialidade da cultura ambiente, conjuntura sociológica, alheamento das novas gerações em relação à Igreja, egoísmo e outros …. ismos, etc. É bom fazer análises. Mas não é menos importante reorientar permanentemente a esperança e o projecto de vida.

Para descobrir e viver qualquer vocação cristã é fundamental alimentar a fé com o alimento que lhe é próprio. Deus não é mais fraco do que as fragilidades humanas mas trabalha sempre com a liberdade de cada um. Faz toda a diferença ser livre!

Vale a pena, por isso, interrogar não apenas o exterior da Igreja mas também o seu interior, os seus ritmos, os seus costumes e processos. Vale a pena perceber bem a vida dos que aceitaram Jesus como modelo.

Com que rosto e pela mão de 

 

 

 

 

quem chega Deus hoje à vida dos nossos jovens?! Quem marca os ritmos das nossas comunidades?! Quando foi a última vez que ensinámos (pelo testemunho) ou ajudámos alguém a rezar?! Na idade dos projectos e dos grandes ideais (em que os jovens estão naturalmente), o que propõe a comunidade crente como caminho?! A pastoral vocacional é a da proposta ou a da inculcação?!

 

Ajuda a crescer e a alargar horizontes ou a atrofiar?! Promove simplicidade e humildade ou sobranceria?! São propostas de fé ou mecanismos meramente morais (moralistas)?! Qual o lugar real da oração na vida das comunidades e na hora do discernimento?! De que fala a vida espontânea dos crentes?! De que diferenças existenciais se reveste?! Que tipo de actividades se propõem?! Como se acolhem os que, 

 

 

 

normalmente, estão fora e querem ingressar ou regressar à comunidade?! Que lugar tem a honestidade intelectual no nosso discurso?! Que substância e conteúdo tem o discurso religioso?! Que alegria evangélica manifesta?! O que propõe a Igreja para além do que pudesse ser (mais) um (outro) mero “grupismo”?! Que comunhão se efectiva nas comunidades?! Que liturgia se celebra?! Que símbolos se edificam?! Que ministérios se constituem?! De que entusiasmo falam as nossas vidas de ministros do Evangelho, de religiosos, de famílias cristãs?! Do que é que andamos cheios e do que é que andamos vazios?!

 
Creio que estas e outras são as interrogações da chamada “cultura vocacional” que tanto se deseja promover. Podemos questionar a cultura, a conjuntura social, o ambiente mas também é verdade que a vocação cristã, contraditoriamente, deixou de ser tema e motivo na própria comunidade cristã. Desinteressámo-nos. Parece que a vida não se decide já por vocação mas apenas por expectativas próprias e alheias.

“Olhou-os com misericórdia” é o tema da Semana dos Seminários deste ano 2015. A atitude de misericórdia é a tónica da vida de Jesus. Se há gestos permanentes em Jesus Cristo são os 

 

 

 

 

da misericórdia. Uma misericórdia que sempre reconstrói aqueles com quem Jesus se cruza no caminho. Jesus não nos olha sobranceiramente de cima para baixo, mas de baixo para cima. Quando Jesus olha para nós, e quando nos deixamos olhar por Ele, ficamos sempre com caminhos mais amplos para percorrer. Ele eleva-nos à nossa autenticidade. A sua misericórdia mudou e continua a mudar o mundo.

A ‘Semana dos Seminários’ vem ajudar a rezar em acção de graças pelo dom do Sacerdócio na Igreja; vem promover a reflexão sobre alguns dos caminhos, das experiências e dos contextos em que se faz o 

 

discernimento vocacional, a eleição de um estado de vida e a contínua formação do coração para se ser padre; vem pedir-nos que rezemos pelos nossos Seminaristas; vem perguntar aos nossos jovens se Deus não os estará a chamar. Sim, precisamente neste momento das suas vidas e não em outro qualquer, não estará Deus a chamar jovens da nossa Diocese?! Não será a falta de Padres na nossa Diocese a forma de Jesus olhar com misericórdia para muitos jovens e lhes dizer “coloca-te no teu lugar”!?

Emanuel Matos Silva, p

Reitor do Seminário Diocesano de

Portalegre-Castelo Branco

 

 

Um caminho, duas histórias:
gémeos a caminho do sacerdócio

Nesta Semana Nacional dos Seminários a ECCLESIA apresenta duas histórias de vocação, que têm tanto de diferentes como de iguais… Luís e Bernardo Trocado são irmãos gémeos, têm 26 anos, e frequentam (os dois) o Seminário Maior de Cristo Rei - 

 

Olivais, do Patriarcado de Lisboa. Numa conversa informal, num banco de jardim revestido de cores outonais, os irmãos de sorriso tímido contam como se deixaram tocar pela vocação.

Bernardo Trocado estudava Economia, já se sentia um cristão empenhado, muito ligado à paróquia do Estoril, e entrar no seminário não fazia parte dos seus planos.

“Uma vez o meu prior, o padre

        António Teixeira, disse-me que

             um dia havia de ver alguém à

               frente do altar e olhou

                    diretamente para mim,

                        não gostei nada do que

                               disse e disfarcei”,

                                    conta à ECCLESIA.

 

 

 

 

Este foi o primeiro clic “que doeu um bocado”, mas foi fazendo eco nos seus pensamentos e orações. Bernardo namorava, estava a estudar Economia, fez Erasmus em Barcelona e a vida era igual à de tantos jovens, o seminário ia estragar tudo…

“Pensava no casamento, na música, nos programas com os amigos e o plano do seminário ia-me estragar todas estas coisas que eu gostava de fazer…”

O jovem esteve um ano em discernimento, a digerir a ideia do seminário, e nada contou ao irmão gémeo. Num campo de férias da paróquia surgiu um empurrão, “numa das dinâmicas de troca de mensagens com uma cruz apareceu-me a palavra coragem e fez todo o sentido”.

Entrou no seminário e atualmente Bernardo Trocado está no 6º ano, a alguns dias de ser ordenado diácono. Olha para trás e confessa que é “uma vida que traz muita felicidade e é curioso, como há sete anos atrás, era a pior coisa que me podia acontecer e hoje é onde mais me encontro”.

“Quando tinha medo de perder muitas coisas; cresci e transformei-me muito, entrei no seminário a achar-me extraordinário, porque ia abdicar de muita coisa, e não foi preciso muito tempo de seminário para perceber 

 

que, afinal, não sou o protagonista desta história”, conta de sorriso nos lábios. 

Por seu lado o irmão gémeo, Luís Trocado, entrou dois anos mais tarde no seminário… de sorriso afável e ar bem-disposto o jovem, que estudava Engenharia e Gestão Industrial, confessa que já tinha a questão do seminário, antes do irmão ter entrado mas vivia em silêncio.

“Quando o meu irmão entrou no seminário vi a reação nalgumas pessoas, que se questionavam com aquela decisão que iam ouvindo, e percebi que, com aquele passo, havia aproximações a Deus”, conta à ECCLESIA.

Os estudos do jovem não iam bem e tudo estava a colocar em causa. Luís Trocado teve de se confrontar consigo próprio mas sempre retirando a ideia do seminário.

“Eu achava que os seminaristas eram jovens a quem a vida não tinha corrido bem, que não tinham sítio para onde ir, que não tinham amigos ou perspetivas de futuro como eu tinha, que não queriam casar e iam para o seminário; a mim não me entusiasmava nada”, confessa corado.

Continuou a participar nos grupos de jovens da sua paróquia, Santo António do Estoril, e começou a refletir sobre o que fazia.

 

 

 

“Ao ajudar os jovens a aproximarem-se da fé comecei a dar o salto com a vocação de ser padre; um padre leva os outros a encontrarem-se com Jesus”.

Após a conversa com o diretor espiritual, o pároco Ricardo Neves, Luís aceita fazer um ano de discernimento vocacional e entra no seminário. A decisão foi bem acolhida pelo irmão Bernardo que se sentiu “mais acompanhado”, os pais acolheram bem ficar ‘’de casa vazia” e o caminho dos gémeos voltava a unir-se.

Embora em anos diferentes os gémeos caminham em paralelo no seminário… Mas sempre assim foi no desporto e até na música, são os dois apaixonados por, imagine-se, bateria e todo o tipo de percussão.

“Tínhamos um bisavô que era músico, Josué Trocado, e talvez venha daí a veia musical… Mas tínhamos uns amigos que tinham uma banda de metal, musica da pesada, e tinham uma bateria” contam entusiasmados.

Os dois irmãos ganharam uma paixão por tocar bateria e tiveram de ir conquistando os pais pois tocar bateria em casa, ainda mais “barulho a dobrar era complicado”.

Apesar de não terem levado a bateria para o seminário dos Olivais, 

 

Bernardo Trocado aprendeu a tocar guitarra “de ouvido” e, juntamente com o irmão sentado ao jambé, costumam fazer uns improvisos nas festas do Seminário, onde os colegas Cabo-Verdianos se juntam com os seus ritmos e “dá umas coisas engraçadas”.

Os gémeos, agora no 4º e 6º ano do seminário, sempre praticaram desporto, nomeadamente ténis, durante alguns anos, mas a paixão é o futebol, que levam muito a sério, mesmo no seminário.

“Para a formação humana e até 

 

 

 

 

crescimento espiritual é essencial uma boa dose de desporto. Há muita gente que gosta de futebol e todos levamos muito a sério que até temos torneios de futebol com os seminaristas do pré-seminário, o torneio do magusto, quase a acontecer, é um exemplo”, conta Bernardo.

O dia-a-dia do seminário entre aulas, oração e formação dão um ritmo acelerado aos dias que passam a correr, bem preenchidos e felizes…. E todos os seminaristas têm o sonho de um dia serem ordenados sacerdotes…

 
Bernardo Trocado está mais perto desse degrau, sendo ordenado diácono já no próximo dia 29 de novembro.

“Num abrir e fechar de olhos já sou padre e não sei se é um sonho concretizado, porque me apeteceu ir embora muitas vezes mas, nos últimos anos tenho visto tanta gente que só por Jesus entrou na equação as coisas mudaram… isso traz-me felicidade para avançar.

Eu acredito que abdiquei da minha vida pessoal para outras pessoas terem a vida mudada, isso para mim chega.”

Por seu lado o irmão Luís Trocado vê o seu caminho a seguir a cada dia e assusta-o a grandeza “que é estar no meio das vidas das pessoas e confrontado com a minha pequenez coloca-me em xeque” levando-o a questionar como vai ser sinal do Amor de Deus, quando o seu amor é tão pequenino.

Uma atitude altruísta de dois jovens, irmãos gémeos seminaristas, que deram a conhecer o seu testemunho de vida e de entrega a esta causa de ser padre.

Este domingo, no programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00, pode ficar a conhecer a reportagem completa com os gémeos seminaristas Trocado. 

 

Diferenças que geram comunhão

A arquidiocese de Braga abriu as portas, em 2013, do Seminário Maior Interdiocesano de São José que, atualmente, acolhe 14 seminaristas oriundos das dioceses de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu.

O padre Paulo Figueiró, reitor deste seminário interdiocesano e ele mesmo oriundo da diocese da Guarda, explicou à ECCLESIA como o espaço gere a formação e a “convivência que gera comunhão”.

“As dioceses, Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu tinham um seminário comum, com a sede em Viseu, depois pela falta de alunos e indicação da Santa Sé, os quatro bispos resolveram procurar uma solução para dar continuidade a este projeto de comunhão e Braga foi o destino”, explica o reitor.

Houve a abertura da arquidiocese para acolher e em setembro de 2013 foi reconstruído este seminário para receber os seminaristas. Hoje é uma casa onde a formação é alargada em várias vertentes e onde as tradições de cada diocese não são esquecidas.

“Para os seminaristas é importante a comunhão com seminaristas de outras dioceses, alarga-se o horizonte e além disso vê-se a realidade de vida

 

 de padre, que não está confinada a uma diocese ou igreja particular mas que estabelece relação com outras dioceses”, acrescenta o responsável.

O padre Paulo Figueiró sente também que esta comunhão que se vive entre os 14 jovens seminaristas “se alarga à vida de presbítero” e espera que vá ajudar a formar a “própria maneira de ser padre, aberto à comunhão e isso é muito positivo”.

Quanto à formação que os seminaristas recebem está dividida em várias vertentes: humana, virada para a vida comunitária; a formação intelectual, na frequência do curso de Filosofia e Teologia; a formação espiritual e a formação pastoral.

Com uma especificidade própria, por haver seminaristas de quatro dioceses do interior, há apontamentos de cultura e religiosidade local que marcam a formação.

“Há a formação complementar – formação espiritual, para vida de oração, liturgia das horas e a piedade popular, uma forma de religiosidade que vão encontrar na sua vida pastoral e há que saber dar resposta, acolher e, se calhar, encaminhar para uma vivência mais evangélica”, defende o reitor.

 

 

 

Outra vertente da formação é o voluntariado que os seminaristas desenvolvem junto dos doentes, ou no estabelecimento prisional ou junto dos sem-abrigo.

“Não é formação no seminário mas junto das instituições o que lhes dá uma forte carga humana e uma sensibilidade para o sofrimento, que o Papa Francisco tanto insiste”, acrescenta.

Não perdendo a ligação às suas dioceses de origem há mesmo a realidade dos seminaristas do 4ºe 5º ano de Teologia que vão às suas dioceses onde se integram na vida pastoral.

Quanto à convivência entre todos o padre Paulo Figueiró dá como 

 

exemplo também a sua caminhada no seminário, ele que é oriundo da Guarda mas estudou em Viseu e Lamego.

Aponta que “tudo acontece com naturalidade e há já uma história de convivência entre as dioceses” por isso faz com que “todos se sintam ao mesmo nível” e há uma “ajuda a esbater alguma tentação de isolamento”.

“O serviço que presto à Igreja é o que a Igreja me pede e obriga-me a esta abertura do coração a novas realidades e o que experimentamos aqui é já essa realidade: sair do nosso pequenino mundo e sentindo-se um verdadeiro padre católico, no verdadeiro significado do termo”, conclui o reitor.

 

 

D. António Couto recorda importância dos donativos para a formação dos futuros padres

O bispo de Lamego apelou à “generosidade na oração e na dádiva” no ofertório de 15 de novembro que vai reverter para a formação de futuros sacerdotes, na sua mensagem para a Semana dos Seminários. “Sejamos generosos na oração e na dádiva de nós próprios no Ofertório

 

de Domingo, dia 15, que será destinado, na sua inteireza, para as necessidades dos nossos Seminários de Lamego e Resende e o Seminário Interdiocesano de S. José”, pediu D. António Couto.

O bispo de Lamego explica que no Seminário Interdiocesano de S. José, 

 

 

 

sediado em Braga, estão em formação os “seminaristas maiores” das quatro dioceses do interior norte: Lamego, Guarda, Viseu e Bragança-Miranda. Neste contexto, o prelado assinala que a “deslocação” de seminaristas para junto do polo regional de Braga da Faculdade de Teologia, da Universidade Católica Portuguesa, “acarreta naturalmente despesas extra”, mas foi uma medida necessária pelo “decréscimo dos seminaristas”.

D. António Couto contextualiza que o “baixo número de seminaristas maiores”, das Dioceses de Lamego, Guarda, Viseu e Bragança-Miranda, “atualmente reduzido a 14”, “não justificava e até desaconselhava que se mantivesse” o Instituto de Estudos Teológicos, em Viseu.

“A formulação do tema deixa-nos ajoelhados e comovidos diante de 

 

 

 

Jesus, na posição daquele homem rico que entrou um dia no caminho de Jesus cheio de boas intenções”, interpreta D. António Couto que destaca deste diálogo a passagem: “Jesus olhou dentro dele, amou-o e disse-lhe” (Marcos 10,21ª).

O bispo diocesano propõe que cada um se coloque “no lugar (no caminho de Jesus) e na atitude (de joelhos diante de Jesus) do homem rico do Evangelho” e que sinta “o efeito do olhar penetrante de Jesus”. “O olhar de Jesus é sempre um olhar maternal de graça e de misericórdia. Que este dizer imperativo e este olhar agraciador transforme e informe o nosso coração, neste tempo árduo em que o deserto de tantas vidas precisa de água e de amor”, desenvolve D. António Couto, na mensagem publicada no sítio online da Diocese de Lamego.

Os últimos dados disponibilizados pelo Vaticano (Anuário Estatístico da Igreja, 2012, relativos a 31 de dezembro desse ano) sobre as 21 dioceses portuguesas mostram que entre o ano 2000 e 2012, o número de sacerdotes diocesanos baixou de 3159 para 2659 (menos 16%).

A situação de 2012 revela, no entanto, uma melhoria na variação do número de padres (menos 10) face a anos anteriores (menos 45 em 2011 e menos 68 em 2008); entre 2008 e 2012, as ordenações sacerdotais foram 178, face a 355 óbitos e 27 “defeções” registadas.

Os seminaristas de filosofia e teologia também são menos, segundo os últimos dados disponíveis: de 547, entre diocesanos e religiosos, em 2000 passou-se para 474 em 2012; este número é, ainda assim, o máximo registado nos últimos cinco anos.

 

 

Aveiro: Bispo diz que é preciso «promover uma cultura vocacional» na diocese

O bispo de Aveiro quer ver as suas comunidades mais envolvidas na fomentação e no apoio às novas vocações sacerdotais e religiosas, sublinhando que este propósito “não é exclusivo” do clero ou dos consagrados. “A nossa diocese pode e deve empenhar-se mais nesta nobre missão da vida da Igreja; estamos 

 

numa área geográfica populosa, onde há bastantes crianças e jovens, pelo que temos de promover uma cultura vocacional em todos os setores da vida diocesana”, sublinha D. António Moiteiro Ramos, numa carta pastoral enviada à Agência ECCLESIA.

Inserido na Semana dos Seminários que a Igreja Católica em Portugal vai promover entre 8 e 15 de novembro, o texto frisa que a escassez de vocações com que atualmente atinge o país “tem de despertar e ressoar 

 

 

 

 

 

profundamente na vida” de cada um e de todas as comunidades cristãs”. D. António Moiteiro Ramos realça a

importância das famílias “acolherem

com alegria o dom da vocação

nascida no seu seio” e desafia os “jovens e adolescentes a não se deixarem conduzir pelo ócio”.
“O Reino dos céus precisa de vós; cultivai o encontro pessoal com Jesus Cristo, vivido numa dinâmica vocacional, segundo a qual Deus chama e o ser humano responde”, escreve o prelado. Para o bispo de Aveiro, é ainda essencial que as paróquias e movimentos apostólicos “sejam mediadores da proposta vocacional” junto das comunidades e que “os sacerdotes e consagrados cultivem a oração e a profundidade espiritual, essenciais para a evangelização”.
 
Atualmente a Diocese tem 13 jovens a caminharem para o sacerdócio, 9 no seminário de Aveiro e 4 no seminário dos Olivais, em Lisboa. Tem também “alguns adolescentes e jovens a frequentarem o pré-seminário em ordem ao seu discernimento vocacional”. 
O encerramento da Semana dos Seminários, no dia 15 de novembro, vai mesmo ser assinalado com um momento “feliz” para toda a diocese, com a ordenação do diácono Gustavo André da Silva Fernandes.

Um aluno do Seminário de Aveiro que estava a trabalhar atualmente na paróquia da Branca, em Albergaria-a-Velha. A Missa de ordenação está marcada para as 16h00, na igreja matriz da paróquia da Branca.

O bispo de Aveiro conclui a sua carta convidando os “adolescentes e jovens” a participarem “ativamente na celebração”, fazendo “a experiência de ver concretizado o chamamento de Jesus num jovem da sua idade”. Convida ainda as comunidades a serem “generosas” no apoio à formação dos futuros sacerdotes, quer através da instituição de bolsas de estudo quer através de ofertas individuais”.

 

 

Bispo da Guarda alerta para falta
de candidatos ao sacerdócio

O bispo da Guarda mobiliza o clero e os leigos a um “redobrado empenho” pelas vocações para que tenham os “candidatos necessários” ao sacerdócio, na nota episcopal sobre a Semana dos Seminários 2015. “Precisamos de redobrado empenho, através da oração pelas vocações sacerdotais, dos serviços da catequese e da pastoral juvenil e do acompanhamento dos adolescentes e jovens nas escolas. Principalmente através de toda ação que nós sacerdotes desenvolvemos no exercício do próprio ministério para conseguirmos os candidatos necessários para virem a ser 

 

sacerdotes”, escreveu D. Manuel Felício.

Na Nota Episcopal enviada à Agência ECCLESIA, o prelado explica que os ofertórios em todas as assembleias dominicais na Semana dos Seminários revertem para a “sustentação dos nossos seminários e pré-seminário”. “Vamos fazer oração mais intensa e todos saibamos colaborar da melhor maneira, cada um segundo as suas responsabilidades específicas, para a promoção das vocações sacerdotais”, incentivou.

Atualmente, a Diocese da Guarda tem cinco candidatos no Seminário Maior e dois em estágio; doze inscritos no 

 

 

 

 

 

pré-seminário e no seminário menor um candidato que está a residir com a sua família, frequenta o ensino secundário e tem “um programa especial de acompanhamento”. “A necessidade de sacerdotes sentimo-la todos diariamente, na vida das comunidades”, afinal “todos os dias pedem mais padres”, acrescenta D. Manuel Felício.

Dos números apresentados, o bispo diocesano observa que há nove arciprestados sem candidatos inscritos no pré-seminário ou nos seminários. “Oito vêm de 2 arciprestados e os outros quatro cada um de seu arciprestado”, informa.

 
Para acompanhar estes candidatos e promover novas vocações, a Diocese da Guarda tem dois sacerdotes “prontos a colaborar” com os párocos e outros agentes pastorais. “Recebem no seminário aqueles que são enviados pelas comunidades e deslocam-se às mesmas para as ações e os contactos que forem julgados necessários”, informa o prelado.

D. Manuel Felício assinala ainda que o tema ‘Olhou-nos com misericórdia’ com o Jubileu da Misericórdia, tendo sido escolhido para todos meditarem durante esta semana “o olhar misericordioso que Deus tem sempre sobre todos”.

 

 

Aprender em Lisboa
com o coração em Cabo Verde

Bruno Afonso Varela e Esmeraldo Borges são dois seminaristas cabo-verdianos, da Diocese de Santiago, que frequentam o 5.º ano de Teologia e aplicam a formação teórica em duas realidades pastorais diferentes, Estoril e Carregado respetivamente. Os estudantes, futuros sacerdotes, comentam a importância de haver uma semana dedicada aos seminários.

“A Semana dos Seminários é muitíssimo importante para a diocese toda e o mundo inteiro porque é um tempo de cuidado, de pensar, de rezar e também anunciar que ser padre não é profissão mas uma vocação”, explica Esmeraldo Borges.

O seminarista acrescenta que os jovens, “muitas vezes, não querem saber do que é ser padre”, o que é estar disponível para dar resposta e, neste contexto, esta semana, entre 08 e 15 de novembro, é “muito importante para despertar novas vocações”.

Atualmente, para além do Seminário dos Olivais também está numa paróquia do Carregado e considera que os jovens não o veem como “um extraterrestre mas como uma 

 

pessoa diferente” e não sabem que “querer ser padre depende de dar resposta, ouvir a voz do Senhor”.

“Acho que este estágio pastoral também é estar em contacto com eles, mostrar que somos normais e que eles podem interrogar-se se estão disponíveis a dar essa resposta”, acrescenta.

Bruno Afonso Varela destaca também que esta semana é uma oportunidade de ir “desafiando outros jovens” a irem para o seminário e é “importante” porque cria “consciência” na comunidade desta presença para “irem rezando e contribuindo para a formação”.

Depois da formação universitária em Portugal os dois seminaristas vão regressar a Cabo Verde e ser vir pastoralmente esta Igreja local que consideram não ser tão diferente da realidade que vivem agora.

“Há muita prática pastoral que pode ser enriquecedora para a nossa diocese. Somos africanos mas não somos mundos tão diferentes de Portugal”, comenta Bruno Afonso Varela que vai ter à sua espera um país “mais pequeno em que o

 

 

 

 

 cristianismo está enraizado na cultura e vive-se de maneira diferente”.

Já Esmeraldo Borges, que também destaca a “experiência muito boa e enriquecedora” de estar em Portugal, observa que “o pensamento, a mentalidade pode ser diferente em algumas partes mas não é tão distinto” da terra natal.

A realizar o seu estágio pastoral numa paróquia “muito interessante” no Carregado confessa que esta vivência está a ajudá-lo a “sair” e a “ir ter com os outros”.

“Quem quer ser pastor no futuro, que é formado para isso, tem de se assim, 

 
abrir-se, dar-se, colocar-se ao serviço dos outros”, contextualiza o seminarista que está há quatro anos no Seminário dos Olivais, depois de um ano em Coimbra.

Os futuros sacerdotes que depois da formação académica em Portugal regressam ao arquipélago africano para servir pastoralmente a terra onde nasceram destacam a família como o primeiro lugar onde a vocação despontou.

“Acho que não foi difícil o nascimento da minha vocação. Nasci numa família católica praticante, os meus pais levavam-me à missa, ia à catequese, 

 

 

 

 


Esmeraldo Borges
 

cresci nesse ambiente familiar que passa pelo relacionamento com Deus”, recorda Esmeraldo Borges uma realidade onde “tudo era de Deus”.

Sobre o seu núcleo familiar revela ainda que são 12 irmãos dos quais um é padre, outro vai ser ordenado sacerdote, no dia 29 de novembro, e ainda tem duas irmãs que estão a fazer uma “caminhada religiosa”.

“Tudo é motivo para dar graças a Deus e saber que Ele vai-nos moldando, transformando cada dia”, acrescenta o futuro sacerdote que entrou para o seminário aos 16 anos, e dois anos depois, em 2011, veio estudar para Portugal.

 

Por sua vez, Bruno Afonso Varela também destaca que “tudo começou na família” cujos valores cristãos “estão na base do dia-a-dia”: “Oração do Terço; rezar antes das refeições; catequese e Missa.”

Depois, relembra ainda, com cerca de nove anos, a “ordenação diaconal” de um jovem de quem era “muito amigo” e que marcou-o; aos 11 anos o seu pároco foi ordenado bispo de Mindelo - D. Arlindo Furtado - e “voltou a fazer surgir a questão vocacional” tendo começado a fazer um caminho de pré-seminário.

Nas vésperas da Semana dos Seminários, de 08 a 15 de novembro,

 

 

 

Bruno Afonso Varela
 

Bruno Afonso Varela revela ainda que desde o primeiro dia em Portugal que os conta para regressar a Cabo Verde:

 “Não é por não gostar mas pelo amor à pátria”, explica o jovem seminarista que “todos os anos” vai de férias a Cabo Verde e esses períodos “têm sido elementos formativos” porque sabe “olhar para as pessoas”.

“O que vejo é esperança em mim, o que me motiva mais e cada ano volto com mais vontade de terminar para voltar porque vejo muita esperança”, conclui.

Para além do Bruno Afonso Varela e do Esmeraldo Borges existem ainda mais quatro seminaristas cabo-verdianos no 5.º ano de Teologia; Ao todo, a Diocese de Santiago tem oito seminaristas candidatos ao 

 

 sacerdócio a estudar em Lisboa.

O Seminário Maior dos Olivais do Patriarcado de Lisboa tem 47 estudantes naturais de nove dioceses de três países: Portugal, Cabo Verde e Índia.

“O seminário é comunidade de muita gente de realidades diferentes e é enriquecedor. Há muitos desafios mas com a ajuda de Deus é possível ultrapassar com naturalidade”, observou Esmeraldo Borges.

“A Igreja precisa de mais homens disponíveis”, acrescentou Bruno Afonso Varela nas vésperas do início da Semana dos Seminários que tem como tema lema ‘Olhou-nos com misericórdia’, entre 8 a 15 de novembro.

 

 

Movimento ecuménico Jovem online

 

www.ecumenismojovem.org

 

Irá decorrer no próximo dia 7 de novembro o XVII Fórum Ecuménico Jovem desta feita sob o tema «Não vos conformeis… Transformai-vos!» (Rom. 12, 2). Assim esta semana proponho um olhar atento ao sítio do Movimento Ecuménico Jovem, responsável pela organização deste evento. Este espaço virtual ”reflete o entendimento crescente entre os representantes dos departamentos da juventude das Igrejas Católica Romana, Lusitana, Metodista e Presbiteriana, que têm vindo a reunir-se regularmente desde 1998”. Tendo como principal e importante objetivo a “descoberta e o aprofundamento do relacionamento ecuménico”.

Logo na página inicial, além do habitual menu com as diversas opções, dispomos de alguns destaques relacionados com a temática ecuménica. Nomeadamente encontramos os subsídios referentes

 

 

 

 

ao encontro que decorrerá na bela cidade de Castelo Branco. De referir que a presença de conteúdos multimédia é uma constante, o que proporciona um ambiente bastante mais atrativo e interativo.

Na opção “notícias”, encontramos artigos sobre o fórum ecuménico jovem, bem como outros sobre ecumenismo.

No item “documentos”, dispomos de uma listagem de conteúdos relacionados com a temática ecuménica (cartazes, folhetos de apresentação, mensagens, roteiros, etc.).

Caso pretenda mais informações acerca das diferentes Igrejas que compõem esta organização, basta aceder à opção “contactos”, onde dispõe do endereço postal, do correio eletrónico e ainda da página na internet.

Por último, sublinhamos que pode escutar os dois CD’s musicais ecuménicos numa ferramenta 

 

 

 

própria para o efeito. Permitam-me ainda dizer que, conforme referem os autores do disco “Encontrarei o Teu Olhar”, “este CD nasce desta procura no sentido de discernir os caminhos possíveis da reconciliação e da construção da unidade. Sendo a música uma linguagem comum de expressão da fé, esta é uma forma de partilharmos composições das 

 

diferentes denominações cristãs a que pertencemos e um desafio a acolher os diferentes modos de cantarmos a fé num único Senhor”.

Aqui fica então a sugestão para que visitem este espaço porque todos juntos podemos anunciar a Boa Nova de Jesus.

 

Fernando Cassola Marques

 

Agenda Litúrgica 2016

E? a Vida não vai parar, [...] Podes saber que vais chegar onde Deus te levar.?” Quantas vezes escutamos esta música ou a cantamos nas nossas celebrações? A vida não para, também a Igreja: aproxima-se um novo ano litúrgico. 

 

As celebrações litúrgicas da Igreja, em cada ano, segue uma sequencia de leituras próprias, que estão divididas por anos: A, B, C. No Ano A segue-se o Evangelho de São Mateus; no Ano B segue-se o Evangelho de São Marcos, que está a chegar ao fim; e, no Ano C segue-se o Evangelho de São Lucas. O Evangelho de São João é escutado em ocasiões especiais, principalmente nas Festas e Solenidade. O anos de 2016 é Ano C, onde seguiremos o Evangelho de São Lucas, o evangelho da misericórdia. 

 

Como sabemos o ano litúrgico em que estamos?

É fácil: basta somar o algarismos do ano. A soma sendo múltipla de 3 é Ano C. 2016 =

2+0+1+6 = 9. 9 é múltiplo de 3. O ano de 2016 será Ano C. Ano de 2015 foi 

 

Ano B. 2015 = 2+0+1+5 = 8. 8 é iguala 3+3+2 (3 os ciclos). Por isso 2015 foi Ano B. O ano de 2017 será Ano A. 2017 = 2+0+1+7 = 10. 10 é igual a 3+3+3+1. Fácil, penso.

 

Esta introdução para apresentar o recurso pastoral de hoje: Agenda Litúrgica 2016 proposta anualmente pelo Secretariado Nacional de Liturgia. O Secretariado? Nacional de Liturgia é o órgão executivo da Comissão Episcopal de Liturgia.?         

 

“A Liturgia é simultâneamente a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força. Na verdade, o trabalho apostólico ordena-se a conseguir que todos os que se tornaram filhos de Deus pela fé e pelo Baptismo se reunam em assembleia para louvar a Deus no meio da Igreja, participem no Sacrifício e comam a Ceia do Senhor.”. (SACROSANCTUM CONCILIUM  10)

 

O Secretariado Nacional de Liturgia disponibiliza, em formato digital (ICS, XLS (Excel) e XML) a sua Agenda Litúrgica para o ano de 2016.

 

 

 

 

 

Os utilizadores que fizeram a subscrição do calendário directamente no site, ficam automaticamente com o calendário actualizado, não sendo necessário qualquer tipo de procedimento. Para quem desejar, pode fazer download do ficheiro ICS só com os dados de 2016.

 

Formato ICS (Outlook, Google, Apple, etc)

Ficheiro ICS (2015 e 2016) para os que fizeram subscrição

 

 

Ficheiro ICS 2016 (só contém os dados do ano 2016)

 

Formato XLS

Ficheiro em Excel para o ano 2016

 

Formato XML 

Ficheiro em formato XML para o ano de 2016

 

Votos que este recurso nos ajude a viver e vivenciar melhor as nossas liturgias.

Bento Oliveira @iMissio

http://www.imissio.net 

 

 

«O Pacto das Catacumbas»,
50 anos depois do Concílio Vaticano II

O livro ‘O Pacto das Catacumbas’, de Xabier Pikaza e José Antunes da Silva, recorda os 40 bispos que se reuniram nas criptas de Santa Domitila, em novembro de 1965, a poucos dias do final do Concílio Vaticano II.

A Paulinas Editora informa que a obra vai ser apresentada por D. Manuel Clemente no dia 16 de novembro, às 18h30, na Capela do Rato, em Lisboa.

A sinopse da nova publicação contextualiza que os 40 bispos se reuniram nas catacumbas de Santa Domitila, em Roma, para “celebrar a Eucaristia e assinar um documento em que expressavam o seu compromisso pessoal com os ideais” do Concílio Vaticano II.

Os prelados, onde se contava o bispo brasileiro D. Hélder da Câmara, firmaram a vontade de “viver um estilo de vida simples e a exercer o seu ministério pastoral de acordo com critérios evangélicos”.

“Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue”, lê-se numa das  

 

passagens do ‘Pacto das Catacumbas’ assinado em 1965.

“O Pacto das Catacumbas é, sem dúvida, um compromisso pessoal de cada um daqueles bispos, mas é também, simultaneamente, um desafio para toda a Igreja e um instrumento para aferir a sua fidelidade ao Evangelho”, acrescenta a sinopse da obra que vai ser 

 

 

 

 

 

 

 

 

apresentada no dia 16 de novembro na Capela do Rato.

Até ao fim do Concílio Vaticano II, a 8 de dezembro de 1965, os 40 bispos reúne-se “quase semanalmente” para refletir sobre o que acontecia nas assembleias plenárias à luz do tema ‘Igreja dos pobres’.

José Antunes da Silva, um dos coordenadores da publicação, recorda uma carta que o Papa Francisco escreveu a todos os consagrados onde destaca que olhar para o passado “é também uma maneira de tomar  

 

 

consciência do modo como temos vivido o nosso carisma através dos tempos”.

O coordenador contextualiza que o Papa argentino “sonha com uma Igreja pobre ao serviço dos pobres” e apresenta-os como a chave hermenêutica para compreender a missão da Igreja.

“Se a Igreja se esquecer dos pobres perde credibilidade e os critérios-chave de sua autenticidade e autoridade”, observa ainda José Antunes da Silva.

 
 
 
 

 

II Concílio do Vaticano: Uma autêntica revolução copernicana

 

 

Quando faltam poucos quilómetros para o encerramento da maratona conciliar, os documentos começam a surgir com mais frequência. Os trabalhos começaram em 1962 com o Papa João XXIII e encerraram em 1965 com o Papa Paulo VI.

Quando se celebra o cinquentenário desta assembleia magna, convém recordar a mudança que o II Concílio do Vaticano colocou no horizonte dos cristãos.

Em relação à constituição conciliar «Lumen Gentium (LG )», o teólogo português, Manuel Moreira Costa Santos, considera que este documento representa, no campo da eclesiologia, uma autêntica “revolução copernicana”.

Um dos padres conciliares, entre outros pontos, descreve-a assim: “ontem, a Teologia afirmava o valor da hierarquia; hoje, descobre o povo de Deus”. Antes era dominante o modelo de Igreja como “sociedade perfeita”; agora um “novo clima espiritual pelos movimentos de renovação litúrgica, bíblica e ecuménica fazem emergir um novo modelo que responde à questão: «Igreja, que dizes de ti mesma?»”.

À imagem do concílio de Jerusalém pelo "Espírito Santo e nós", surge um novo modo de a Igreja compreender-se, a primeira grande síntese eclesial: uma nova imagem e uma nova consciência eclesial.

O concílio responde à questão não com uma definição, mas com uma pluralidade de imagens de Igreja, complementares (LG 6), que na “inadequação radical” da linguagem, servem para dizer o “mistério” da Igreja. Esta existe em formas históricas, suas expressões parciais, que, numa “dialética de complementaridade, se abrem

 

 

 

 

 

 

 

para outras formulações do mistério, “realidade cheia da presença divina e sempre capaz de novas investigações” (Paulo VI).

O conteúdo da «Lumen Gentium» mostra a arquitetura que o mantém. Em primeiro lugar, a constituição está delimitada entre o que se refere à origem e ao fim da Igreja: o mistério da vida trinitária. Da vontade de Deus Pai " de elevar os homens à participação da vida divina" (LG 2), surge um "povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (LG 4) em peregrinação "até que todos os povos tanto os que ostentam o nome cristão, como os que ainda ignoram o Salvador, se reúnam felizmente, em paz e harmonia, no único Povo de Deus, para glória da santíssima e indivisa Trindade” (LG 69). 

 

A Igreja, num processo iniciado pelo Concílio e jamais conclusivo deverá ser, sempre mais, sinal da “união com Deus e da unidade do género humano”. Desta unidade, a Igreja é testemunha, que torna presente (visível) o ausente (invisível).

LFS

 

 

novembro 2015 

06 de novembro

. Braga - Santo Tirso e Famalicão - I Ciclo de Concertos de Órgão Inter-Paróquias (Santo Tirso e Famalicão) (encerra dia 21 novembro)

 

. Beja - Igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz -  Jornadas «Novas Perspetivas do Caminho de Santiago em Portugal e Espanha» (06 e 07 de novembro)

 

. Lisboa - Colares (Casa de Exercícios de Santo Inácio) - Encontro sobre «Vede como eles trabalham - Sentido e Critérios Cristãos na Profissão» promovido pela Associação Cristã de Empresários e Gestores. (06 a 08 de novembro)

 

. Fátima -Curso de postulantes da CIRP (Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal) (06 a 08 de novembro)

 

. Uruguai – Montevideo - Sessão do «Átrio dos Gentios» sobre «a liberdade e a construção da sociedade» com a presença do cardeal Gianfranco Ravasi. (06 e 07 de novembro)

 

 

 

Coimbra - Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra -Jornadas sobre «Cooperação entre o Estado e as entidades do sector social solidário»

 

Leiria - Seminário de Leiria, 21h - Conferência sobre «Política e Família – Compromissos e Responsabilidades» por Diogo Mateus

 

Aveiro – Seminário, 21h - Encontro sobre catequese familiar

 

Alcobaça - Mosteiro de Alcobaç, 21h30 - Apresentação pública da oratória «Cânticos da tarde e da Manhã» por Teresa Salgueiro

 

07 de novembro

Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 10h - Conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz com o tema «Sociedade desigual ou sociedade fraterna?»

 

. Fátima, Centro Catequético -  O Serviço Diocesano de Catequese de Leiria-Fátima e as Missionárias Reparadoras do Coração de Jesus vão promover um Curso de Iniciação de Catequistas, nos dias 07 e 08 de novembro.

 

 

 

Fátima - A Federação Nacional dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM) vai realizar um encontro nacional de formação sobre o tema “Bem-aventuranças – caminho para a felicidade”

 

Coimbra - Encontro nacional da Juventude Operária Católica (JOC) - 07 e 08 de novembro

 

Setúbal - Encontro Interdiocesano de formação de professores de EMRC

Fátima - Peregrinação da associação dos trabalhadores autárquicos de Faro

 

Lisboa – Sé - Concerto comemorativo do V aniversário da «Capela Nova», com a colaboração do organista Sérgio Silva, o programa integra a Missa Brevis de Palestrina e a obra Lux Aeterna de Morten Lauridsen.

 

Fátima - Casa dos Claretianos -Encontro de famílias e amigos dos Claretianos - 07 e 08 de novembro

 

Braga - Centro Pastoral Arquidiocesano, 9h30 -A Arquidiocese de Braga e a Diocese de Pemba (Moçambique), estão a promover um Projeto de Cooperação Missionária entre as duas dioceses e vão realizar um encontro para apresentar este projecto.

 

 

 

 

 

 

. Castelo Branco -10h - O Fórum Ecuménico Jovem (FEJ) realiza-se sobre o tema «Não vos conformeis… transformai-vos!?»

 

Fátima - Conventos dos Dominicanos, 10h - A abertura do ano jubilar da Ordem dos Pregadores começa com uma conferência sobre «A Missão da Ordem hoje».

 

Algarve - Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral, 10h - Conselho Pastoral reflete sobre o discurso do Papa aos bispos portugueses

 

Lisboa - Centro Cultural de Belém - Celebração do centenário da Associação dos Médicos Católicos com conferência por Walter Osswald, culminando pelas 19h com eucaristia nos Jerónimos, presidida por D. Manuel Clemente

 

08 de novembro

. Decorre de 08 a 15 de novembro a Semana dos Seminários

 

Évora - Visita da Imagem peregrina de Fátima à diocese (termina a 22 de novembro)

 

Açores - Ponta Delgada (Igreja Matriz de São Sebastião), 17h - Dia da Igreja Diocesana dos Açores

 

 

 

 

 

 

06 e 07 de novembro - Beja vai acolher as jornadas internacionais sobre «Novas Perspetivas do Caminho de Santiago em Portugal e Espanha», na igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz. O encontro termina com o concerto ‘Ao Longo do Caminho de Santiago: De Beja a Compostela’, com o Coro de Canto Gregoriano de España, às 21h30, na igreja matriz de Santa Maria da Feira, Beja.

 

07 de Novembro de 2015 - A Sé de Lisboa acolhe o concerto comemorativo do V aniversário da «Capela Nova», com a colaboração do organista Sérgio Silva, o programa integra a Missa Brevis de Palestrina e a obra Lux Aeterna de Morten Lauridsen, a partir das 21h30.

 

09 a 12 de novembro - Os bispos realizam a Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, na Casa de Nossa Senhora das Dores, em Fátima.

A 188.ª assembleia plenária tem em agenda questões ligadas à recente visita «ad Limina», ao Sínodo sobre a família e à catequese e vai estar em destaque no próximo Seminário digital ECCLESIA, dia 12 de novembro.

 

10 de novembro - O Papa Francisco vai visitar as cidades italianas de Prato e Florença. Na visita pastoral marcada pelo encontro com trabalhadores, doentes e pobres, Francisco vai receber um Terço de quase três metros de altura.

 

11 de novembro - A candidata à presidência da república, Maria de Belém, vai falar sobre a sua relação com Deus numa conversa conduzida pela jornalista Maria João Avillez, a partir das 21h30  na Capela do Rato, em Lisboa.

Este ciclo ainda tem mais cinco convidados até ao dia 16 de dezembro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, 08 de novembro - Sínodo dos Bispos: A Igreja e a Família

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 09 - Semana dos Seminários: entrevista ao padre José Miguel Barata Pereira, do Seminário dos Olivais

Terça-feira, dia 10 - nformação e entrevista  ao arquiteto João Alves da Cunha sobre o lançamento do livro "Movimento de renovação da Arte Religiosa"

Quarta-feira, dia 11- Informação e entrevista  ao Frei Francisco Sales Diniz a propósito da figura de São Martinho

Quinta-feira, dia 12 - Informação e entrevista a padre António Leite, provincial dos Missionários do Verbo Divino, sobre apresentação do livro "O pacto das Catacumbas"

Sexta-feira, dia 13 - Análise às leituras bíblicas das missas de domingo com Frei José Nunes e padre Armindo Vaz

 

Antena 1

Domingo, dia 08 de novembro - 06h00 - Semana Nacional dos Seminários: realidade do seminário interdiocesano em Braga e reportagem com dois irmãos gémeos seminaristas, Luís e Bernardo Trocado, do seminário dos Olivais, em Lisboa.

 

Segunda a sexta-feira,09 a 13 de novembro - 22h45 - As conclusões do Sínodo com D. Antonino Dias; Ketty Abaroa de Rezende e Pedro Jussieu de Rezende; Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida; D. Francisco Chimoio, arcebispo de Maputo e D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa

 

 

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B - 32.º Domingo do tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
Nos peditórios da vida, dar o que somos
 

A liturgia da Palavra do 32.º Domingo do Tempo Comum fala-nos do verdadeiro culto que devemos prestar a Deus. A Deus não interessam grandes manifestações religiosas ou ritos externos mais ou menos sumptuosos, mas uma atitude permanente de entrega nas suas mãos, de disponibilidade para os seus projetos, de acolhimento generoso dos seus desafios, de generosidade para doarmos a nossa vida em benefício dos nossos irmãos.

A primeira leitura e o Evangelho recorrem ao exemplo de uma viúva para apresentar esta mensagem.

Na primeira leitura, a história da viúva, que reparte com o profeta os poucos alimentos que tem, garante-nos que a generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem, mas são geradoras de vida e vida em abundância.

O evangelista Marcos diz-nos, através do exemplo de outra mulher pobre e viúva, qual é o verdadeiro culto que Deus quer dos seus filhos: que sejam capazes de Lhe oferecer tudo, numa completa doação, numa pobreza humilde, generosa e fecunda, num despojamento de si que brota de um amor sem limites e sem condições. Só os pobres, isto é, aqueles que não têm o coração cheio de si próprios, são capazes de oferecer a Deus o culto verdadeiro que Ele espera.

Tudo isto nos vem do exemplo de Cristo, na segunda leitura, como o sumo-sacerdote que entregou a sua vida em favor dos homens.

Fiquemos mais uns instantes no Evangelho e olhemos de novo para Jesus. Discreto no templo, vê os ricos, mas a sua atenção vira-se para a pobre viúva. Não com olhar curioso nem inquiridor. À maneira de seu Pai, Jesus 

 

 

 

 

ultrapassa as aparências, vê o coração. A viúva deu toda a sua vida, tudo o que tinha para viver. Não se questiona sobre como vai viver a seguir. Dá um salto no abandono total de si mesma ao Senhor. Ela é verdadeiramente filha de Abraão, o Pai da fé. Espera contra toda a esperança. Lança-se nos braços de Deus. Ao olhar esta pobre viúva, Jesus devia pensar certamente em Si mesmo.

Também nós somos reenviados a nós mesmos. Não se trata daquilo que damos no peditório da missa, em cada domingo, ou da esmolinha circunstancial ao pedinte na rua. Todos nós conhecemos momentos

 

em que tudo escurece, em que não temos mais apoios, em que a nossa vida parece tremer. É precisamente aí que se pode verificar a solidez da nossa fé, da nossa confiança, da nossa solidariedade.

Que o exemplo da viúva, cheia de fé e de generosidade, dando tudo o que é e tem, nos motive a aumentar a nossa fé, que só deveria ser de entusiasmo em Deus, de plena adesão à pessoa de Jesus Cristo, de atitude atenta e solidária para com aqueles que encontrarmos ao longo desta semana.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.pt

 

Porto: Conhecer «tesouro»
da vida consagrada

O Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil do Porto promoveu o “Holy_Wins”, um mega evento de “(re)descoberta, partilha e (re)encontro” com os “testemunhos vivos” da Vida Consagrada que existem na cidade, acolhido por 350 jovens. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ Porto) informa que o encontro terminou com a “grande festa de ação de graças”, a Eucaristia presidida pelo bispo do Porto, este sábado.

“Hoje, como ontem, os jovens são muito generosos. Vale a pena seguir Jesus Cristo, disse D. António Francisco dos Santos, na “profunda homilia”, no Mosteiro da Serra do Pilar.

O diretor do SDPJ Porto, padre José Pedro Azevedo, referiu que o “próximo grande encontro” é com o Papa Francisco nas próximas Jornadas Mundiais da Juventude de 2016, em Cracóvia, na Polónia. Até à Eucaristia de encerramento, o programa do ‘Holy_Wins’ fez com que os 

 

participantes levassem “luz e calor ao coração da cidade do Porto” a partir do Terreiro da Sé onde fizeram o check-in e um momento de oração.

Depois, com o lema “onde estiver o nosso tesouro, aí estará o nosso coração” começaram a “caça-ao-tesouro” da Vida Consagrada enviados às comunidades religiosas, “com mapas e roteiros”, guiados por animadores e acompanhados de religiosos(as) que também “quiseram também fazer este caminho”. “Em cada comunidade puderam escutar testemunhos vivos sobre cada um dos carismas assumidos e sobre a forma como os religiosos vivem a santidade no dia a dia. Acolhimento, alegria, simplicidade foram os ingredientes para que os jovens se sentissem em casa”, assinala o SDPJ Porto.

Ao longo da tarde de sábado, véspera da Solenidade de Todos os Santos, os jovens foram “desafiados a várias missões”: “Ttirar muitas fotos com o hashtag #Holy_Wins; distribuírem flyers e dialogarem juntos sobre a santidade”. Antes da Eucaristia, 

 

 

os participantes do ‘Holy_Wins’ foram desafiados a “cantar o Tesouro”, com a ‘Banda Missio’.

O comunicado assinala ainda que o “Holy_Wins” (“a santidade vence”, em português) foi um “sonho realizado”. Esta iniciativa juvenil foi promovida pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil em parceria com a delegação regional da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, “amplamente” representadas por várias Comunidades e Institutos Religiosos que “também fizeram seu o “Holy_Wins”.

 
No contexto do Ano da Vida Consagrada, o SDPJ Porto preparou o sítio online - ‘Vida Consagrada, uma proposta com sentido’ – onde estão disponibiliza conteúdos como, catequeses e ‘Outras Pérolas’, com testemunhos que “são exemplos vivos do que é seguir Jesus Cristo”. Os jovens são também desafiados/convidados a conhecer os conventos e mosteiros no território da diocese - “um imenso e riquíssimo património cultural, arquitetónico e histórico” - numa atividade de “geocaching”.
 

 

Ao fim de oitenta e quatro dias
nas cadeias do “Estado Islâmico”…

Fuga para a liberdade

Foi raptado no Mosteiro de Mar Elian, na Síria, a 21 de Maio, e fugiu dos jihadistas saltando para cima de uma mota, conduzida por um amigo muçulmano, no passado dia 10 de Outubro. Provavelmente, o padre Murad nunca mais vai conseguir esquecer os dias que passou numa cela em Raqqa, ameaçado de morte apenas por ser Cristão

 

Raptado no Mosteiro de Mar Elian, a 21 de Maio, por homens armados, o padre Jacques Murad escapou das garras dos jihadistas a 10 de Outubro, disfarçado de combatente islâmico, numa mota conduzida por um amigo muçulmano. A viagem era arriscadíssima. Desde Qaratyan, de onde partiram, até à vila de Zaydal, o território é controlado pelo auto-proclamado “Estado Islâmico”. Mas correu tudo bem. No domingo, dia 11 de Outubro, o padre Murad celebrou missa, ao fim de cinco meses, numa igreja, em Zaydal.
Regressemos a esse dia de Maio. O padre Murad estava no Mosteiro de Mar Elian quando o obrigaram a entrar num carro e levaram-no,

 

de olhos vendados, até Raqqa, a praça-forte dos jihadistas. Foram três meses confinados a uma cela. “Quase todos os dias, alguém me fazia a mesma pergunta: ‘quem és tu?’. E eu respondia sempre: ‘sou Cristão!’” Depois da resposta, vinha a ameaça, aos gritos. “És um infiel, se não te converteres serás degolado com uma faca!”

O Mosteiro de Mar Elian fica próximo da cidade de Qaratyan e o trabalho

 

 

 

 

do Murad e da sua equipa era apreciado por todos. De tal forma que era conhecido, entre os muçulmanos, como o “Sheik Jacques”. Para as populações locais, mais do que ser cristão ou sacerdote, Jacques Murad era um amigo que ajudava todos os que lhe batiam à porta, que dava medicamentos e roupa e comida.

 

Paz interior

De Qaratyan começaram a pedir a libertação do padre Murad. Oitenta e quatro dias depois do sequestro, um dos jihadistas entrou de rompante na cela e disse: “Em Qaratyan todos 

perguntam por ti…” E obrigou-o a acompanhá-lo, vendado e algemado. Jacques Murad não sabia para onde o levavam. Hoje, quando recorda todos esses dias de cativeiro, fala na enorme serenidade que sempre conseguiu manter. Nunca teve medo. Nunca. “Esse é o milagre que Deus me deu. Enquanto estive preso, enquanto aguardava o dia da minha morte, em que me iriam cortar a garganta, tive sempre uma grande paz interior. Não tinha nenhum problema em morrer em nome de Nosso Senhor.” 

Da cela em Raqqa, passou para a prisão domiciliária em Qaratyan. E foi daí que tudo se desenrolou como

 

 

num filme. Um amigo muçulmano arranjou a motorizada e foi assim, disfarçado de combatente islamita, que o padre Murad conquistou a sua libertação. Mas a sua batalha continua por ali, pelos bairros de Qaratyan. Há muitos cristãos ainda nas mãos dos jihadistas. Mais do que nunca, é necessária a ajuda da Fundação AIS. Enquanto uns usam o terror de a violência, os cristãos estendem a mão e dão o que têm.

 

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

 

 

 

Angola, 40 anos

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Portugal e Angola encontraram-se há mais de 500 anos. Na relação entre estes dois povos houve tempo e espaço para tudo. Para o pior e para o melhor. Houve combates que mataram. Houve pilhagens que espoliaram. Houve direitos humanos que foram espezinhados. Mas também houve lugar para um encontro de povos e culturas. Houve espaço para anúncio de caminhos de Fé. Houve muita mistura de genes que fez de Portugal e Angola países mestiços. Hoje, muitos falamos a mesma língua e partilhamos as mesmas convicções religiosas.

Os tempos mais recentes foram marcados pela colonização e pela guerra que levaria Angola a ser país independente. À conquista da liberdade, faz agora 40 anos, seguiu-se uma demolidora guerra civil, em que irmãos mataram irmãos, num tempo em que se esperavam mais abraços do que tiros.

2002 marca a viragem para a direção da paz e este é o grande valor que hoje Angola pode celebrar. É verdade que a riqueza do país em petróleo, diamantes, madeiras, pescarias… nunca foi muito aproveitada pela maioria do povo angolano. Mas também é justo dizer que há investimentos grandes em infra-estruturas como estradas, escolas, hospitais…em benefício real do povo. E esta paz e este progresso merecem um brinde.

Há aspetos em que é urgente ainda investir. Em Angola, como fora dela. As sociedades, por esse mundo além, assentam em pilares de gritantes desigualdades sociais. O fosso entre ricos e pobres é enorme, criando instabilidade social e

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

 alguma angústia em relação ao futuro. Diante destes cenários, a tentação dos governos é sempre a de reprimir desejos e tentativas de mudanças, o que cria um ambiente de tensão social e, em muitos casos, é retirada a liberdade de expressão aos cidadãos. Mesmo com parte significativa da comunidade internacional a protestar, continuam a existir, por esse mundo além, situações de atentado á liberdade e á democracia, que é preciso ultrapassar. Angola não é excepção.

Angola é a minha segunda Pátria. Lá tenho muitos (mesmo muitos) amigos e parte do meu coração. Quero continuar a dar o meu contributo

 

para que Angola cresça em todas as dimensões e seja, cada vez mais, um espaço de justiça, paz, desenvolvimento e respeito dos direitos humanos. Tem todas as condições para ser um dos mais influentes países de África, apesar da sua tenra idade de 40 anos.

Dou os parabéns a todos os angolanos por este aniversário da sua independência. Para a frente estão muitos caminhos e eu gostaria de estar certo quando me convenço de que Angola escolherá o melhor: aquele que fará feliz cada angolano e todas as outras pessoas que vivem neste grande país africano lusófono.

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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