04 - Editorial:

   Paulo Rocha

06 - O Natal nos Evangelhos

08 - História e Liturgia

12 - Natal nas Dioceses de Portugal

54 - Entrevista
    José Tolentino Mendonça

 
 

64- Natal no Vaticano

68 - Natal na Terra Santa

70 - Natal no Mundo

74- Consoada

76- Natal Solidário

78 - Multimédia

80 - Lusofonias

Foto da capa: D.R.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
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Opinião

 

 

 

Natal nas Dioceses de Portugal


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Papa Francisco cumpre tradição

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O Natal com Tolentino Mendonça

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Paulo Rocha |Carmo Rodeia | Tony Neves | Fernando Cassola Marques

 

O Natal de cada dia nos dai hoje

  Paulo Rocha   
  Agência Ecclesia   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A intensidade e agitação da quadra natalícia parece distanciar-se, por vezes, da relevância do acontecimento, da celebração do nascimento de uma Pessoa, Deus e Homem: Jesus Cristo.

Diante de ornamentos e embrulhos, prendas e laços, luzes e sombras, a memória do mistério da incarnação, da presença física de Deus na Humanidade, dissipa-se nos dias feitos de viagens, encontros, refeições, saudações e votos repetidos de “Boas Festas”.

Mas que festas? O que sustenta tantos embrulhos e determina quem tudo faz para estar junto da família, perto ou longe, de amigos e conhecidos, colegas de trabalho e do lazer? E que motivações suportam a ajuda, a solidariedade, os passos de reconciliação dados no ambiente natalício? O que querem dizer tantos gestos, tantos encontros, tantas celebrações?

É o Natal a acontecer em cada dia, a recriação das personagens do presépio em cada tempo, nos vários contextos sociais. Não apenas num dia, numa quadra, porque quando o Natal acontece, marca! E o Natal é a “marca” de todos os corações, cada vez mais global, sem fronteiras.

Acredito na possibilidade de encontrar Jesus, O do presépio e da cruz, em todos os lugares  porque Ele emerge sempre do interior de cada pessoa para se descobrir ao seu redor, também na agitação da quadra natalícia, e para ser celebrado na família, nas comunidades.

Mais do que uma ameaça, o alvoroço que envolve o acontecer do Natal é um apontador do presépio,

 

 

 

Diante de cada presépio, da era inaugurada por Jesus, de um paradigma de vida que se fundamenta na fraternidade, importa retomar a oração dos cristãos e dizer repetidamente: “O Natal de cada dia nos dai hoje”.
 

 

 

 

NATAL 2015

O nascimento de Jesus nos Evangelhos

Evangelho segundo São Mateus

Capítulo 1,18-25

O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo. José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.

Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»

Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco.

Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa. E, sem que antes a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.

 

Evangelho segundo São Lucas

Capítulo 2,1-20

Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria.

Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida.

E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria.

Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo:

 

 

 

 

 

 

Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.»

De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo:

«Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado.»

Quando os anjos se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.»

 

Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.

 

Evangelho de S. Mateus

Não há história sem memória nem memória sem história. Ao lermos o Evangelho de S. Mateus, nos dois primeiros capítulos, cheios de encanto e significado, passam por nós os reis magos, a estrela, o encontro dos magos com Herodes, a adoração do Menino, a fuga para o Egipto, o massacre dos inocentes, o regresso do Egito e a vinda para Nazaré, dois anos e tal depois de se refugiarem no Egito.

Padre Joaquim Carreira das Neves  

 

 

 

 

NATAL 2015

Celebrar o nascimento de Jesus 
numa 
data simbólica

A celebração do Natal, que no Cristianismo assinala o nascimento de Jesus, inicia-se um pouco por todo o mundo na noite anterior ao dia 25, seguindo uma tradição que remonta aos primórdios da Igreja de Roma. Esta não é a primeira festa cristã, dado que as primeiras comunidades celebravam a fé na ressurreição, em volta da Páscoa, mas já no século III Hipólito de Roma, no seu comentário ao livro do profeta Daniel, afirmava que Jesus nasceu a 25 de dezembro, dia em que se celebrava a dedicação do Templo de Jerusalém.

A festa do Natal assumiu uma forma definida no séc. IV, quando tomou o lugar da festa romana do ‘Sol invencível’, no mesmo dia 25 (VIII Kalendas Januarias: no oitavo dia antes do dia 1 de janeiro), uma data com um simbolismo próprio.

Para afastar os fiéis da prática das festas pagãs, a Igreja quis ressaltar que a verdadeira luz que ilumina todo homem é Cristo e a celebração de seu nascimento é a solenidade própria para afirmar a fé no mistério da

 
Encarnação do “Verbo”, contra as  grandes heresias cristológicas dos séculos IV e V, solenemente afirmada nos quatro concílios ecuménicos de Niceia, Éfeso, Calcedónia e Constantinopla.

Ainda hoje, na liturgia católica, se recita a chamada “calenda”, como anúncio do nascimento de Jesus, que a oração coloca na época da 194ª Olimpíada e no ano 752 da fundação de Roma, entre outras referências históricas.

A Missa do galo, celebrada à meia-noite, assinala a hora em que, segundo a tradição, teria nascido Jesus.

Liturgicamente, a solenidade é caracterizada por três missas: a da Meia-Noite (‘in galli cantu’), que remontará ao Papa Sisto III, por ocasião da reconstrução da basílica liberiana no Esquilino (Santa Maria Maior), depois do concílio de Éfeso, em 431; a da Aurora (‘in aurora’), originariamente em honra de Santa Anastácia, que tinha um culto celebrado com solenidade em Roma no século VI e, na liturgia atual, conserva ainda uma oração de comemoração; a do dia (‘in die’), a que primeiro foi instituída, no séc. IV.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 

 

NATAL 2015

Raízes medievais do Natal

Para lá desta ligação histórica original a Roma, o Natal é uma festa culturalmente muito marcada pela tradição medieval do presépio e do Menino Jesus. No século XI, a espiritualidade da infância do Salvador, iniciada por São Bernardo de Claraval, vai gerar um movimento que abre a porta ao presépio. Os pintores inspiram-se nos seus escritos.

A imaginária vai colocar Maria com o Menino de pé ou sentado no colo da Maria. No Natal, a imagem de Maria ou do Menino Jesus ficava em cima do altar. Estas imagens apresentam o Menino com coroa, cetro real, manto, mundo na mão, para assinalar a realeza e a senhoria de Cristo, de acordo com o espírito medieval. Os vitrais da catedral de Chartres colocam o Menino deitado em cima de um altar. Esta cena vai influenciar os artistas dos séculos seguintes.

No século XIII, a “Legenda Áurea” de Jacobo de Vorigine descreve a cena natalícia com pormenores apócrifos que saciam a curiosidade do povo. A Ordem dos Pregadores divulga a confraria e a procissão em honra do Santo Nome de Jesus.

Mais tarde, no século XIV, São Bernardino de Sena e Santa Brígida espalham a devoção ao Menino Jesus

 

 

 

 

 

 

Esta aproximação particular ao Natal ofereceu à fé cristã uma nova dimensão. A Páscoa tinha centrado a atenção sobre o poder de Deus que vence a morte, inaugura a vida nova e ensina a espera no mundo que virá. Com São Francisco e o seu presépio, eram colocados em evidência o amor indefeso de Deus, a sua humildade e benignidade, que na Incarnação do Verbo se manifesta aos homens para ensinar um novo modo de viver e de amar.

Bento XVI, Natal de 2009

Ler Mais: Tradições natalícias 

 

 

 

e surge a imaginária para satisfazer a piedade. Em Florença, realiza-se a primeira manifestação de fé e de devoção pública em honra do Menino Jesus. A sua imagem vai ser levada em procissão e outras cidades vão seguir o seu exemplo.

No ano de 1223, São Francisco de Assis decidiu celebrar a Missa da véspera de Natal com os cidadãos de Assis de forma diferente: assim, em vez de ser celebrada no interior de uma igreja, foi celebrada numa gruta, que se situava na floresta de Grécio, perto da cidade. Francisco transportou para essa gruta um boi e um burro reais e feno, para além disto também colocou na gruta as imagens do Menino Jesus, da Virgem Maria e de S. José.

O seu primeiro biógrafo, Tomás de Celano, conta que São Francisco “acima de todas as outras solenidades, celebrava com inefável carinho o Natal do Menino Jesus, chamando festa das festas ao dia em que Deus, feito pequena criança, tinha surgido de um seio humano” (Fonti Francescane).

 

 

 

NATAL 2015 - ALGARVE

Passeio dos presépios tradicionais

O Departamento da Pastoral do Turismo, da Diocese do Algarve, disponibiliza no seu sítio na internet “um passeio temático” dedicado aos presépios tradicionais algarvios, dando a conhecer a “especificidade desta região”. “O presépio algarvio tem características únicas já que há apenas a figura do Menino Jesus, normalmente colocado em pé, no alto de uma estrutura em escadaria/trono, decorada com os frutos desta época do ano - laranjas e outros 

 

citrinos - e frutos secos, com ervas perfumadas e searinhas, sementes germinadas”, explica o Gabinete de Informação da Diocese do Algarve.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, acrescenta que o Menino Jesus surge “glorioso, triunfante” e sempre velado por uma lamparina de azeite. “Estas imagens eram, regra geral, artesanais e feitas por santeiros locais”, contextualiza o gabinete de informação diocesano.

Neste contexto, o passeio sugerido

 

 

 

 vai permitir o “contacto direto” com uma das tradições imateriais “mais marcantes na religiosidade da região” que tem vindo a ser recuperado com várias paróquias a “armar” este presépio.

O Departamento da Pastoral do Turismo do Algarve, na sua página na internet, disponibiliza informações sobre os locais onde se podem visitar estes presépios tradicionais, desde igrejas a espaços museológicos. O périplo em 2016 passa pela igreja Matriz de S. Brás de Alportel e o 

 

Museu do Trajo, o museu de Loulé; a igreja Matriz de Santa Bárbara de Nexe; em São Bartolomeu de Messines no Museu do Traje e das Tradições e ainda na igreja de Paderne.

O comunicado da Diocese do Algarve revela que estão também disponíveis informações sobre as tradições gastronómicas associadas à celebração do Natal e sobre a festa de Dia de Reis, “igualmente muito relevante nas tradições”, nesta região.

 
Balaios e charolas

O presépio medieval em escadaria e com o Menino no trono, os cantares natalícios, as tradições, a doçaria, os grupos de charolas, as joldras e os grupos janeireiros fazem parte da celebração do Natal na região mais a sul de Portugal continental. O presépio tradicional do Algarve pouco tem a ver com o cenário da gruta de Belém, o presépio "serrenho" apresenta-se simples e sóbrio, armado em escadaria, com o Menino Jesus em pé no alto.

Na quadra natalícia, o povo dançava e cantava ao Deus Menino – isto é a charola. Os cantares natalícios tradicionais da região algarvia aparecem associados aos grupos de cantadores - charolas e joldras.

Entre o dia de Natal e o dia de Reis, as pessoas vão de casa em casa entoando cantares frente a cada presépio e levam consigo um balaio (cesta rasa de verga) com o Menino Jesus, para as pessoas beijarem e contribuírem com uma esmola.

Em São Brás de Alportel, Faro, Loulé e Olhão ainda se encontram as crianças a transportarem o menino dentro de um balaio, perfumado, enfeitado com folhas de nespereira. “Queri bêjar o menino?”, perguntam, e cada pessoa dá a esmola.

Além do “canto velho”, já vindo de remotos tempos, todos os anos se estreiam outras músicas: “canto novo”, marchas e valsas.

 

 

NATAL 2015

Lutar para que haja «festa para todos»

O bispo da Diocese de Angra apela na sua mensagem para o Natal 2015 a uma verdadeira “inserção” dos cristãos nas “lutas da vida em sociedade” para que a festa “chegue a todos”, apesar da crise.

“Fazemos festa nesta época natalícia. E ainda bem que podemos fazer festa. O que importa é dar sentido e medida à festa, fazer chegar a festa a todos, levar o espírito da festa para a vida” pois “Não se pode construir o Reino de Deus, fugindo do mundo, mas 

 

inserindo-se nas lutas da vida em sociedade, como fermento que leveda a massa”, diz D. António de Sousa Braga, na mensagem divulgada pelo sítio ‘Igreja Açores’.

O prelado convida a diocese açoriana a procurar a mensagem “genuína e sempre atual do Natal”, que além de celebrar o nascimento de Jesus representa também o “mistério da encarnação de Deus no hoje da nossa vida”. “É esta a Boa Notícia, que nos traz o Natal de Jesus. Nascendo

 

 

 

 na nossa carne, Ele acompanha-nos na luta da vida, com as suas luzes e sombras, sucessos e fracassos, alegrias e tribulações”, precisa.

Referindo-se ao Natal que vem “embrulhado com as luzes e as cores do comércio”, mas que “não deixa de marcar” as vidas, D. António de Sousa Braga apela a cristãos comprometidos com os outros. “O que se espera dos cristãos, nesta situação difícil que atravessa o país, é que sejam parte ativa na solução da crise”.

Por isso, sublinha, “o contributo de todos para o desenvolvimento coletivo faz de cada cidadão protagonista das soluções, quer pagando os impostos

 

 

justamente distribuídos, quer empenhando-se criativa e solidariamente no implementar de soluções”.

“Os próximos tempos desafiam-nos a uma profunda mudança de mentalidades, a exigir estímulo a quem cria oportunidades, a requerer invenção de pronta solidariedade e a conduzir a uma opção pessoal pela sobriedade, terreno realista, contrário a promessas impossíveis”, adianta ainda.

O bispo de Angra fala na “coragem da esperança” que leva a um compromisso de vida “num caminho de exigência e de austeridade”.

CARTA AO MENINO JESUS

A Diocese de Angra desafiou vários agentes de pastoral a escreverem uma carta ao Menino Jesus, contrariando a tendência consumista que leva as crianças a escreverem ao Pai Natal.

Sabendo que é Jesus que partilha a história da humanidade e que é Ele que nos devolve a esperança para vivermos uma vida com sentido, o Sítio Igreja Açores pediu a adultos e crianças, da catequese, que escrevessem ao Menino Jesus, não só para pedir, mas sobretudo para agradecer.

O objetivo desta iniciativa é levar as pessoas a colocar “o dedo na ferida” dos problemas que atravessam a sociedade e partilhá-los de forma a que a denúncia surja como um alerta para situações que atravessam a nossa vida quotidiana e que carecem de uma solução por parte, sobretudo, dos poderes públicos. O desafio foi lançado a leigos, catequisandos e grupos de jovens, em todas as ilhas dos Açores.

O Natal é a festa da Vida e nós celebramo-la com alegria e esperança renovada, esperando pelo nascimento de Jesus.

Carmo Rodeia

 

 

 

NATAL 2015 - AVEIRO

Tempo de graça,
prelúdio para uma nova geração

 

O bispo de Aveiro na sua mensagem ‘Onde há misericórdia, existe o mistério do Natal’ deseja que as festividades do nascimento de Jesus “não sejam apenas mais uma comemoração” mas “tempo de graça, prelúdio para uma nova geração”. “Diante das circunstâncias que o mundo nos oferece, imploremos ao Deus de misericórdia o dom do amor e da unidade para a sua Igreja e para os homens entre si”, escreve D. António Moiteiro, na mensagem enviada à Agência ECCLESIA.

O prelado incentiva que as festividades “não sejam apenas” 

 

mais uma comemoração mas um tempo de graça, “um prelúdio para uma nova geração”.

Para o bispo de Aveiro é preciso “avivar o sentido da identidade cristã”, promover o sentido de misericórdia e “praticá-la cada dia” na vida de cada, nas famílias, “na diocese, no mundo inteiro”. “Convertei os corações perturbados, o coração dos violentos, para que ponham fim ao ódio e à guerra e se inicie o caminho da paz duradoira e do diálogo”, apela.

Na mensagem ‘Onde há misericórdia, existe o mistério do Natal’, D. António Moiteiro pede que os fiéis 

 

 

 

 
 
Olhares sobre o Nascimento

A Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha apresenta cerca de 150 presépios de todo o mundo e de entidades locais na exposição ‘Olhares sobre o Nascimento’ até 6 de janeiro, na Biblioteca Municipal. “A diversidade de olhares sobre o nascimento de Jesus vai mostrar tradições em países tão diferentes como Bulgária, Quénia, Panamá, Japão, Birmânia, Israel ou Turquia, revelando como cada cultura tem a sua forma de representar a cena da Natividade”, destaca o município.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, informa que os visitantes podem também ver 21 presépios de 16 entidades locais, instituições particulares de solidariedade social e outras, criados especificamente para a exposição ‘Olhares sobre o Nascimento’.

Tecido, cartão, cápsulas de café, rolhas, papel de alumínio e até milho foram utilizados por crianças e seniores para representar a Sagrada Família de Nazaré. 

 
 

permaneçam “atentos e vigilantes no Senhor”, no meio de tanta azáfama e “tantos convites comerciais”. Por isso, deseja que “nada seja mais forte do que a união dos que brindam ao amor” porque onde há amor “existe o verdadeiro Natal”.

O prelado recorda também que o presépio é “imagem de humildade, pobreza, simplicidade, docilidade

 

 

 

e fé” e quer que seja “fonte de inspiração” pessoal, familiar e comunitária. “Que todos os desejos, todas as lágrimas e esperanças contidos nos nossos corações ressoem e encontrem eco num ombro e numa mão amiga”, escreve D. António Moiteiro, na mensagem divulgada no sítio online da Diocese de Aveiro.

 

 

NATAL 2015 - BEJA

Natal alentejano

O Natal também se celebra em Portugal sem a Missa do Galo. Apesar desta ser o centro de todo o ciclo comemorativo e comandar as demais manifestações, a tradição – muito viva no Alentejo – de representar os chamados “presépios vivos” pode assumir o seu lugar, como acontece na paróquia da Trindade, Beja.

A iniciativa partiu dos próprios fiéis e mesmo as gentes que há muito saíram da aldeia para ganharem a vida acabam por se deslocar propositadamente aos ensaios. O que se faz é contar a história toda do nascimento em verso.

Os autos de Natal inserem-se na tradição do teatro popular e representavam-se primariamente ao ar livre, na noite de Natal, das 21h00 às 06h00.

A Missa do Galo continua, ainda assim, a ser a principal protagonista da noite cristã no Alentejo.

O tributo ao Deus menino "em palhas deitado” é conhecido de todo o país:

Eu hei-de dar ao Menino

Uma fitinha p'ró chapéu

E Ele também me há-de dar

Um lugarzinho no Céu...

Olhei para a céu Estava estrelado

Vi o Deus Menino Em palhas deitado

Em palhas deitado

 
Em palhas esquecido

Filho de uma rosa

Dum cravo nascido

Nos largos das vilas, aldeias ou cidades, e nos adros das igrejas são queimadas quase árvores inteiras na fogueira que aquece a noite de natal.

Diz quem vive este Natal que o lume da chaminé é para o menino se aquecer quando vier pela noite dentro recompensar as crianças por se terem portado bem e terem ajudado a fazer o presépio. Vai-se buscar a lenha onde a houver sem necessidade de qualquer autorização: diz-se que é para “aquecer o Menino Jesus” e basta.

Da preparação da mesa para a véspera de Natal fala-nos longamente o livro “Etnologia do Natal Alentejano”, (PESTANA, M. Inácio, Portalegre 1978).

A Consoada é a seguir à Missa de Natal porque até lá o que se come propriamente ao jantar do dia 24 de Dezembro nas casas alentejanas é a sopa de cação, pescada frita, bacalhau, ou outro peixe, acompanhado com batatas, couve-flor ou grelos. Esta regra tem a ver com o antigo preceito da abstinência, que embora já não exista na liturgia ainda é respeitada por muitos. “Quem não jejua dos Santos ao Natal, ou é besta ou animal”, dizia um velho ditado popular.

 

 

 

 

   

 

 

Acredito num futuro com Natal e por isso desejo a todos os diocesanos um ano de 2016 repleto de esperança, de alegria e de perdão, na família, nas empresas, na escola, na sociedade, na política e entre os povos, vencendo a indiferença em relação ao bem do próximo e construindo a paz

D. António Vitalino

Bispo de Beja

 

 

 

NATAL 2015 - BRAGA

Atenção a gritos de quem procura 
atenção e ternura

O arcebispo de Braga apelou na sua mensagem para o Natal 2015 à criação de “oásis de Misericórdia” em resposta aos “gritos” de quem procura atenção e ternura. "Acordemos e ouçamos tantos gritos a pedir ternura, carinho, tempo, atenções, dinheiro! Podem estar em nossa casa, na nossa família, na mesma rua, na mesma aldeia ou cidade. Iremos precisar de muita valentia e coragem para recomeçar sempre", pediu D. Jorge Ortiga, num texto enviado à Agência ECCLESIA.

O prelado fala do Natal como um “tempo favorável” para a vivência 

 

da misericórdia, que está no centro do Ano Santo extraordinário (dezembro2015-novembro 2016) convocado pelo Papa. “É necessário irmos ao encontro dos tristes, dos desalentados, dos desempregados, dos doentes, dos sozinhos, dos pobres, dos envergonhados, daqueles que experimentam situações de precariedade”, defende.

O arcebispo primaz convida os cristãos a serem capazes de saciar a "mais dramática das sedes", a de Deus. "Assim sendo, pergunto: não poderá ser interessante descobrir algum ateu ou agnóstico, alguém afastado

 

 

 

 

 das suas obrigações cristãs, a quem sejamos capazes de ouvir?", questiona.

D. Jorge Ortiga elenca os “desertos humanos” com que as comunidades católicas são confrontadas, no seio de uma “sociedade enferma, que cada vez mais necessita de atenções e respostas”. “Precisamos de estar atentos e vigilantes a todos os desertos, mesmo aos que, por vezes, se escondem e até surgem como paisagens verdejantes”, adverte.

Neste sentido, o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana espera que comunidades paroquiais, religiosos, movimentos e associações se ponham “a caminho, procurando 

 

 

 

abrir-se aos mais necessitados”.

“Tornemo-nos, deste modo, oásis de misericórdia, proporcionando a todos o abraço de Cristo através da água do consolo e do amparo solícito que distribuímos”, pede D. Jorge Ortiga.

O arcebispo de Braga despede-se com votos de “Bom Natal” na “peregrinação do encontro diário com Cristo em todos os rostos humanos”, sobretudo naqueles que se encontram “mais desencantados com a vida e naqueles que se afastam ou vivem à margem de Deus”. “Que o presépio deste ano seja um oásis que retempera energias a quem necessita de alguma coisa, material ou espiritual, para ser feliz”, conclui.

 

CONCURSO DE PRESÉPIOS

O Departamento de Comunicação da Arquidiocese de Braga promoveu um Concurso de Presépios para fomentar a comunhão e partilha entre fiéis e paroquianos. "Queremos incentivar a criação e construção do Presépio. Ao mesmo tempo queremos valorizar a diversidade: há quem tenha figuras mais antigas, mais tradicionais, outras mais contemporâneas, outras artesanais... O que interessa é que o nascimento do Deus menino seja celebrado em cada uma das nossas casas".

 

 

 

 

NATAL 2015 - BRAGANÇA-MIRANDA

Cultura da ternura

O bispo da Diocese de Bragança-Miranda apela na sua mensagem de Natal 2015 a uma “cultura da ternura”, criada por adultos “educadores e testemunhas” junto dos mais novos. “Precisamos de adultos que sejam educadores e testemunhas com as crianças, com os adolescentes e com os jovens nos caminhos da verdade, da justiça, da responsabilidade e da liberdade em todos os ambientes humanos, naturais e digitais, para vermos a salvação de Deus e para uma cultura da ternura”, disse D. José Cordeiro.

Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, o prelado assinala que

 

 o Natal proclama a “dignidade inalienável” da pessoa humana e transforma o coração dos que “desejam ver o Invisível”. Por isso, a celebração do Natal é “oportunidade feliz e desafiante” para um “novo humanismo” em Jesus, sublinhou na mensagem escrita em português e mirandês.

O bispo da Diocese de Bragança-Miranda destacou ainda que o mistério do nascimento de Jesus “espicaça constantemente” a uma Igreja alegre, servidora e pobre ao serviço de todos, especialmente dos que mais precisam. “O desafio da Igreja é o de uma pastoral mais 

 

 

 

profética no mundo”, acrescentou D. José Cordeiro citando o número 1 da constituição pastoral ‘Gaudium et Spes’.

Desejando, a cada pessoa e a todas as famílias, um santo e misericordioso 

 

 

Natal, o prelado pediu que de “coração aberto, na alegria da fé, da esperança e da caridade” todos sejam “autênticos discípulos missionários da Paz e da Luz do Evangelho”.

 

Festa do Velho e caretos
Na zona de Mogadouro realiza-se a festa do Velho, Caramono ou Chocalheiro. Uma atividade que tem o seu inicio no dia 24 de dezembro, com as pessoas a concentrarem-se à meia-noite junto da grande fogueira de Natal, que se acende no largo da aldeia. Antes de se acender o lume, dois rapazes («velho» e «mordomo») percorrem a aldeia para “pedir o cepo” para “a fogueira do menino”.

Na aldeia de Vale de Porco, zona de Mogadouro, esta tradição ainda é vivida mas ao longo da noite sagrada e no dia seguinte “não há música de gaiteiros, nem cantigas, nem bailaricos, apenas a alegria do povo, espontânea, amiga e fraterna” – refere o livro Festas e Tradições Portuguesas. O «velho», uma figura ritual, medonha e assustadora, é desempenhado por um dos dois mordomos da festa que na manhã do dia 25 de dezembro, juntamente com o outro mordomo, faz um peditório para o Deus Menino.

Tanto no Natal como no dia de Ano Novo, as ofertas são leiloadas no adro da Igreja. Os adereços desta figura emblemática raramente passam de ano para ano e o fato é feito à base de serapilheira, com carapuça, cinto de couro munido de chocalhos, para anunciar a sua presença aos habitantes da aldeia. Esta indumentária completa-se com uma «caramona» talhada em madeira, com dois chifres na testa e uma serpente esculpida que lhe sai da boca. Esta tradição realiza-se também noutras aldeias vizinhas da região com pequenas particularidades. Os “caretos”, “máscaras”, “carochos” ou “chocalheiros” (designações que variam de localidade para localidade) tornam-se seres superiores, mágicos ou proféticos, gozando de uma liberdade quase sem limites, com a faculdade de «castigar» ou criticar.

 

 

NATAL 2015 - COIMBRA

Misericórdia para com quem vive dificuldades

O bispo de Coimbra convidou a viver um Natal “diferente” em 2015, à luz do Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa, com atenção a quem passa por dificuldades. Numa mensagem divulgada através do YouTube, D. Virgílio Antunes diz que Deus exige um “especial cuidado” com todos aqueles que “se encontram em situações de debilidade, em virtude da idade, da doença, da divisão familiar, dos problemas de trabalho, da falta de recursos humanos e dos meios 

 

materiais para viver de uma forma justa e digna”.

“O Papa Francisco convidou-nos a todos a celebrar, ao longo deste ano, o Ano Santo jubilar da Misericórdia”, recorda.

O bispo de Coimbra sustenta que este período (dezembro2015-novembro2016) é uma oportunidade para “entrar em profundidade não só no conhecimento mas também no sentir Deus rico de misericórdia, presente no nosso mundo e 

 

 

 

 

 

 

O século XVIII é considerado o século de ouro dos presépios portugueses, modelados pelos Franciscanos, Dominicanos e portugueses vindos recentemente de Itália onde tinham estudado por conta de fidalgos. Os barristas desta época construíram personagens curiosas colocando-as em cenários um pouco exuberantes onde muitas vezes o estábulo de Belém aparece apenas como uma pequena parte do mundo enorme que ali é representado.

Machado de Castro, artista de Coimbra nascido em 1731, é um dos mais conhecidos escultores de presépios, tendo modelado inúmeros trabalhos deste género, cheios de fantasia, humanismo e imaginação, que hoje podemos encontrar na Sé Catedral de Lisboa, em Campolide ou mesmo na Basílica da Estrela, local onde podemos observar um dos mais famosos presépios, constituído por 500 figurinhas muito humanas e cheias de sentimentos. António Ferreira foi outro barrista da mesma época que modelou figurinhas cheias de fantasia, que hoje se encontram no convento da Cartuxa de Laveiras e no da Madre de Deus em Lisboa.

 

 

presente na nossa vida, assim como na sua Igreja”. “O Ano Santo da Misericórdia diz-nos, acima de tudo, que o Senhor pensou em nós desde toda a eternidade, com um amor imenso, e quis vir ao nosso encontro na pessoa de seu filho, Jesus Cristo, para nos dizer a última palavra sobre o que é amor, a bondade e a misericórdia”, acrescenta.

 

 

 

 

D. Virgílio Antunes convida as comunidades católicas a acolher neste Natal “o rosto da misericórdia do Pai”. “Vamos todos procurar ser sinais vivos - mais pelo trabalho, pelo testemunho, pelo carinho, pela amizade, pela presença do que pelas palavras -, do rosto da misericórdia do Pai que é Jesus, o menino que nasceu”, apela.

 

 

NATAL 2015 - ÉVORA

Misericórdia é o melhor presente de Natal

O arcebispo de Évora defende na sua mensagem para este Natal que o melhor “presente” que os católicos podem oferecer é a “misericórdia”, aludindo ao Jubileu que se está a celebrar, por decisão do Papa. “A misericórdia oferecida ao nosso semelhante será, com certeza, a melhor forma de anunciar o amor de Deus revelado em Jesus Cristo, nascido de Virgem Maria, na gruta de Belém. Façamos da misericórdia o nosso presente de Natal”, apela D. José Alves.

O responsável propõe que os fiéis saibam cumprir gestos como 

 

“silenciar um grito de revolta, baixar a voz de protesto, estender a mão ao necessitado, oferecer tempo, compaixão e perdão”.

A mensagem assinala que, entre as festas religiosas, o Natal é “talvez aquela que tem maior visibilidade a nível social”, por causa da sua importância nas famílias e da “grande promoção comercial”. “Nem uma nem outra dessas vertentes têm diretamente a ver com o sentido mais autêntico da liturgia natalícia. A festa do Natal evoca, antes de mais, o amor misericordioso de Deus para com a humanidade”, observa.

insira a foto aqui

 

 

 

 

D. José Alves realça que o nascimento de Jesus Cristo é a “plenitude” dessa revelação da “misericórdia divina com rosto humano”. “Jesus nasceu pobre, fugiu à perseguição do poderoso Herodes, viveu como emigrante, ouviu o grito dos que sofriam, acolheu os pecadores, conviveu com os fariseus, foi ao encontro das situações de pobreza e de pecado, nunca voltou a cara a ninguém”, prossegue.

A “maior manifestação da 

 

 

misericórdia de Deus”, escreve o arcebispo de Évora, concretizou-se “pelas palavras, pelos gestos e por toda a vida de Jesus”.

Ao celebrar o Natal, no ano da misericórdia, os cristãos devem por sua vez “dar rosto à misericórdia, pelas palavras, pelos gestos e pela vida”, em particular nas “periferias geográficas e existenciais. “Há muitas outras situações, perto de nós, que esperam por um gesto de misericórdia”, conclui.

 
 
NATAL DE ÉVORA

Outro contributo incontornável do Natal Alentejano para a vivência da quadra em todo o Portugal é o “Natal de Évora”:

O Menino está dormindo

Nas palhinhas despidinho

Os anjos lhe estão cantando: Por amor, tão pobrezinho.

O Menino está dormindo

Nos braços de S. José

Os anjos lhe estão cantando: Gloria tibi, Domine.

O Menino está dormindo

Nos braços da Virgem pura

Os anjos lhe estão cantando: Glória a Deus lá nas alturas. 

 

 

 

NATAL 2015 - FUNCHAL

A noite de Natal na Ilha da Madeira

A Noite de Natal na Madeira é preenchida em muitas partes da ilha, principalmente no Norte, por uma representação tradicional, misto de religioso e profano, que transforma a igreja da aldeia num verdadeiro palco para o anúncio do Menino, um auto de sabor bucólico. Na missa da meia-noite apagam-se as luzes e apenas um foco incide sobre o anjo vestido de branco, com as asas resplandecentes.

O anjo ergue as mãos para o céu e canta: “Eu vim do céu à terra De mandado do Senhor Para vos anunciar O Menino de Deus Pai...”

O auto do Menino não tem hoje o significado primitivo, após ter sido proibido pelo bispo D. Manuel Agostinho Barreto para restrição de abusos, mas está a renascer um pouco por toda a Diocese. A representação do nascimento do menino consta atualmente de patentear ao público o Deus Menino o que, nalguns lugares, é feito por uma criança vestida de anjo, que entoa uma melodia própria. Segue-se a entrada dos pastores - as “romagens” - em que tomam parte numerosos fiéis de ambos os sexos, aos grupos ou isolados, como embaixadores dos sítios, cumpridores de votos ou de simples atos individuais de devoção.

 
Os sítios das diversas freguesias chegam a viver uma verdadeira competição entre si para ver quem deslumbra mais a assembleia reunida na igreja. Os presentes constam de produtos da terra, animais vivos, fruta, ovos, géneros alimentícios e dinheiro, destinados ao pároco. Em  
 

 

 

 

algumas paróquias as romagens são feitas antes da “Missa do Galo”, para que a cerimónia não se prolongue pela madrugada fora.

Só após estas “romagens” é que o povo volta para casa para comer a canja.

 

 
 

Neste Ano Santo, cheio de graça e das maiores bênçãos do Senhor, celebremos com fé viva e renovada alegria o Natal da Misericórdia. Não nos limitemos apenas às mensagens de boas festas e à troca de presentes. A maior e mais sublime mensagem de Natal é o próprio Filho de Deus, que nos convida a abrir o coração aos gestos de ternura, de vigilância e atenção aos outros. Há que substituir a cultura da indiferença pela cultura da proximidade e da inclusão, a cultura do coração misericordioso de Deus, que nos visita todos os dias.

 

D. António Carrilho

Bispo do Funchal

 
 

 

 

 

NATAL 2015 - GUARDA

O verdadeiro programa de Natal

O Bispo da Guarda na sua mensagem intitulada “O Natal, festa da Misericórdia e da Família” convoca as famílias a “fazerem memória das 14 obras de misericórdia” e levarem-nas à prática. D. Manuel Felício associa a época do Natal ao ano da Misericórdia, convocado pelo Papa e que iniciou a 8 de dezembro, e propõe um “verdadeiro programa para a vivência do ano da misericórdia e também deste Natal”.

“Queremos convidar todas as famílias, quando temos ainda na memória o Sínodo que lhes foi dedicado, para, neste Natal e durante todo o ano jubilar, fazerem memória das 14 obras de misericórdia e levarem-nas à prática, tanto as sete corporais como as sete espirituais”, escreve na sua mensagem de Natal enviada à Agência ECCLESIA.

“As obras de misericórdia corporais convidam-nos a dar de comer ou de beber a quem tem fome ou sede, mas também a visitar os doentes, a visitar os presos, a vestir os nus, a acolher os peregrinos ou mesmo a enterrar os mortos com dignidade”.

“As espirituais põem diante de nós a obrigação de dar bom conselho aos que dele precisam, de ensinar os ignorantes ou consolar os aflitos, 

 

mas também de perdoar as ofensas, sofrer com paciência as fraquezas do próximo ou então ajudar o pecador a reconhecer o seu próprio pecado, ou rezar a Deus por vivos e defuntos”, explica.

O prelado aponta ainda a “força da mensagem do Menino de Belém” e estimula, “diante do Presépio de Belém”, a contemplar os “abandonados e excluídos que continuam a povoar o nosso mundo e a nossa história”.

“O Natal convida-nos a vestir os sentimentos do Filho Único de Deus, feito Menino no presépio de Belém, para cultivarmos a proximidade e a solidariedade sobretudo com os excluídos, que não têm possibilidade ou não têm vontade de participar na vida da sociedade, ou porque lhes faltam os meios materiais e humanos indispensáveis ou porque ainda não lhes foi dada a oportunidade de colocarem a render as suas capacidades para construção do bem de todos”.

D. Manuel Felício termina a sua mensagem convidando as famílias a levarem à prática da “mensagem do Natal, verdadeira e eloquente expressão do Amor-Misericórdia de Deus”.

 

 

 

 


   

 

 
ALDEIA NATAL

Também na serra se encontram os pastores mas por estes dias a aldeia de Cabeça, em Seia, é conhecida e falada por ser Aldeia Natal, “Uma aldeia genuína. Por mãos de gente genuína”.

O responsável Nuno Silva dá a conhecer este projeto da Aldeia onde o pai natal não entra… a iniciativa começou há três anos através de um concurso. A festa é única no país em termos de decoração: todos os materiais usados são retirados da natureza, mas começam dois meses e meio antes desta época natalícia e envolve toda a aldeia. Um trabalho de desbaste que limpa a floresta e previne os incêndios nos dias quentes…

Giestas, videiras ou pinheiros são apenas algumas das matérias-primas usadas para enfeitar a aldeia, que tem o visual completo com a utilização de luzes.

Durante o evento, os moradores da aldeia abrem as portas das suas casas para receber os visitantes. Este ano a Aldeia natal tem a sua terceira edição, até ao dia 6 de janeiro de 2016.

 
 

 

NATAL 2015 - LAMEGO

Um Natal que não se compra

O bispo de Lamego defende que o Natal é um “imenso caudal de luz e de alegria” de Jesus, embora exista quem pense em “amansá-lo e enlatá-lo, domesticá-lo, e depois tomá-lo em pequenos comprimidos, um por dia”.

“O Natal não se pode comprar ou aviá-lo por receita. Nem cumprimentá-lo, quer com a mão esquerda quer com a direita. O Natal não tem regra ou etiqueta. Não se pode semeá-lo na jeira ali ao lado. Não se pode trocá-lo por qualquer bugiganga à venda no mercado”, alerta D. António Couto.

Na mensagem natalícia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Lamego explica que o “vendaval” que se chama Natal “só” se pode deixar “entrar” em cada um “aos borbotões, até que rebentem os portões, e caiam um a um todos os botões”. “Também o mofo e o verdete que há nos corações serão levados na torrente, e também tudo o que apenas é corrente, banal ou indiferente”, observa.

Neste contexto, o bispo de Lamego afirma que o “Natal é Jesus”, por isso, incentiva os diocesanos a ir até Belém e a porem-se a “caminho da paz e do carinho”. “Experimenta abrir 

 

o coração à Concórdia. Abraça a Misericórdia. Celebra agora o nascimento do único Rei que não reina desde fora”, mobiliza D. António Couto na sua mensagem de Natal.

O prelado destaca também que o Natal “é intransitivo” onde o “mapa desenrola-se por dentro”, porque só o amor pode “dissolver este nevão”, o bem pode vencer o mal.

Na mensagem publicada no sítio online da diocese lamecense, D. António Couto recorda também a Carta Pastoral do arcebispo de Mogúncia (Mainz), por ocasião dos 1250 anos da morte de São Bonifácio, Apóstolo da Alemanha. Neste documento, o cardeal Karl Lehmann traça um quadro “realista” de uma Igreja que “parece envelhecida e cansada” mas aponta as “coordenadas que devem moldar o rumo do futuro”.

“Não basta reformar por fora estruturas e edifícios, é preciso reformar por dentro, mudar o coração, acendê-lo com a luz nova de Cristo e do seu Evangelho. É preciso conversão pessoal e pastoral. É preciso Natal”, destaca o bispo de Lamego.

 

 

 

 

 

 
Neste Natal vai até Belém

Vence o mal com o bem

Na tua história

Entrará o Rei da glória

Não deixes ir embora

O único rei que não reina desde fora.

 
 
 

 

 

 

NATAL 2015 - LEIRIA-FÁTIMA

Natal de ternura e misericórdia

 

O bispo de Leiria-Fátima na sua mensagem com o título “Natal de ternura e misericórdia” convida a aliar “um suplemento de interioridade” para que a época seja de ternura aliada à Misericórdia. “No meio da agitação própria da época do Natal, nós os cristãos precisamos de um suplemento de interioridade para não reduzir o Natal a uma festa de consumo”, refere D. António Marto,

 

 na sua mensagem de Natal enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O prelado afirma que, “na contemplação da ternura do menino, juntamente com Maria sua mãe” é possível descobrir que a “vida pessoal e comunitária é visitada e habitada por um mistério de amor que excede toda a nossa imaginação, todas as nossas previsões e pretensões”. “Mesmo quando nos afastamos, não 

 

 

 

deixa de nos amar, continua a estar próximo de nós com a sua misericórdia, com a sua disponibilidade a perdoar e a acolher-nos de novo e renovar-nos com o seu amor!”, destaca.

O bispo de Leiria-Fátima dedica um ponto da sua mensagem natalícia a “Maria, Mãe de ternura e de Misericórdia”, escrevendo que “em todo o Natal está sempre presente a Mãe para nos ajudar a reforçar os laços da ternura e do afeto que nos devem unir a todos como filhos e irmãos”.

O Ano Santo da Misericórdia é recordado por D. António Marto que deseja que “os filhos de Deus tornem visível aos homens de hoje a ternura de Deus e a sua misericórdia por toda a criatura, mas particularmente pelos pobres, pelos mais frágeis, os sós, os mais desprotegidos, todos os 

 

necessitados”. “Mesmo a nível mundial, antes ainda dos tratados políticos, a Misericórdia é necessária para aplanar terrenos e endireitar caminhos, a nível económico, jurídico e político, que abram a uma convivência boa de encontro e diálogo, de entendimento e de paz entre as gentes, os povos e as culturas”, precisa.

Na sua mensagem, o prelado aproveita ainda para lembrar “um bom modo de solidariedade e partilha com os mais necessitados neste Natal: a campanha promovida pela Caritas “10 milhões de estrelas – um gesto pela paz”. “Por um euro, cada pessoa pode adquirir uma vela para acender na noite de Natal e assim está a ajudar a dar resposta a necessidades concretas de vítimas dos conflitos no Médio Oriente e também dos mais carenciados em Portugal", conclui.

 
SANTUÁRIO DE FÁTIMA

O Santuário de Fátima convida ainda os peregrinos e visitantes a “entrar na alegria e na esperança renovada” que traz o nascimento de Jesus, no contexto da “tradição” de preparar um “acolhimento especial” a quem quer estar na Cova da Iria, durante a celebração natalícia.

Na vigília natalícia, a 24 de dezembro, celebra-se a Missa do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, a partir das 23h00, na Basílica da Santíssima Trindade. Depois, no dia seguinte, Solenidade do Natal do Senhor do programa do Santuário de Fátima constam diversas Eucaristias, na Capela da Morte de Jesus e na Basílica da Santíssima Trindade, com osculação do Menino Jesus.

“O ofertório das Eucaristias Natalícias no Santuário de Fátima reverte a favor dos refugiados”, destaca ainda o comunicado.

 

 

NATAL 2015 - LISBOA

Presépio no Bairro

O bairro da Quinta da Fonte, no Concelho de Loures, acolhe este ano pela primeira vez um presépio no espaço público, que é apresentado pelos promotores da iniciativa como exemplo de coordenação entre poder político, instituições e moradores-

A ideia de comemorar o nascimento de Jesus, como São Francisco de Assis, no século XIII, neste deste bairro da periferia de Lisboa partiu de uma funcionária da Câmara Municipal de Loures que conhece esta realidade há 15 anos.

“É um bairro multirracial, desde africanos, portugueses, etnia cigana,

 

 e pensei que o presépio é festejar e unir os povos”, explicou Paula Martinho, à Agência ECCLESIA.

Numa localidade com cerca de 2500 habitantes, na sua maioria migrantes africanos e membros da comunidade cigana, o presépio comunitário, que nasce pela primeira vez, acabou por ter um resultado “magnífico”, segundo esta responsável.

Além da ajuda do poder político e da sociedade civil, com a colaboração da Igreja Católica, para a construção do presépio foi pedida a colaboração dos habitantes do bairro.

“Unidos, se quisermos, construímos

 

 


 
GAEIRAS

A Junta de Freguesia das Gaeiras, Concelho de Óbidos, promove a ‘Grande Exposição de Presépios’, “a maior de sempre”, com 2200 peças e a participação de 120 artesãos, no Convento de S. Miguel, até 3 de janeiro 2016.

A nona ‘Grande Exposição de Presépios’ da Vila das Gaeiras pode ser visitada das 14h30 às 18h00, de segunda a sexta-feira, e das 14h30 às 19h00 aos sábados, domingos e feriados, e a entrada é livre.

 

 um mundo de fraternidade e o facto de este presépio estar no cimo da avenida principal desta urbanização, tem também esta simbologia. Todos juntos se quisermos podemos transformar, podemos fazer deste bairro e deste mundo, um mundo melhor”, destacou Maria Eugénia Coelho, vereadora na Câmara Municipal de Loures.

Segundo a responsável, este presépio é o “culminar” de um trabalho realizado por toda a comunidade tendo sido construído pelas pessoas que ali “trabalham, vivem e passam a sua vida” é o símbolo do que é possível fazer no bairro municipal da Quinta da Fonte.

“Até para as crianças que veem isto como uma iniciativa muito bonita, para eles existe o Pai Natal”, acrescentou Maria José Carvalho, moradora no bairro há 18 anos.

Do Centro de Atividades de Tempos 

 

Livres Verdine, do Secretariado de Lisboa da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos, Aida Marrana, reforça a ideia de união da população no presépio: “É uma situação importante porque junta, une as pessoas, não são só as do bairro social, também as pessoas da Apelação.”

O presépio comunitário vai estar exposto até ao Dia de Reis, 6 de janeiro de 2016, e conta com iluminações, entre as 17h00 e as 24h00.

Ivo Pratas, da comunidade cigana, assinala que “todas as comunidades” gostaram deste presépio porque “dá incentivo” e faz com que as pessoas “sintam um pouco mais o Natal”.

A viver há mais de 15 anos na Quinta da Fonte, disse que esta iniciativa é um bom investimento porque a urbanização “tem má fama” pelo seu passado e é preciso mostrar “as coisas boas”.

 

 

NATAL 2015 - PORTALEGRE-CASTELO BRANCO

Fé e Esperança

É Natal! E o natal que celebramos é o de Jesus, o Filho de Deus.

Sim, "Aquele que é, que era e que há de vir" (Ap 1, 8) fez-se carne e habitou entre nós.

Com este acontecimento, "a história do homem atingiu, no desígnio amoroso de Deus, o seu vértice. Deus entrou na história da humanidade e, enquanto homem, tornou-se sujeito à mesma, um dos milhares de milhões e, ao mesmo tempo, Único" (RH 1). Unindo-se de certo modo a cada 

 

um de nós, Jesus, o Filho de Deus, "trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração de homem. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, em tudo semelhante a nós, exceto no pecado" (GS22). Inteligente e saudável, humilde e corajoso, verdadeiro e justo. Gostava da Família e das pessoas, da sua terra e do trabalho, da vida e da natureza, da justiça e da paz.

 

 

 

 Comovia-se e chorou, sentiu fome e sede, cansaço e sono, alegria e tristeza, revolta e incompreensão, amizade e inimizade, lealdade e traição. Rejeitou a mentira e a hipocrisia, a duplicidade de caráter e o fingimento, obedeceu até à morte e morte de cruz. Os pobres, os marginalizados, os doentes e os feridos eram a sua principal preocupação. Passou pelo mundo fazendo o bem e ensinou-nos a viver a vida em total abertura a Deus e a praticar o bem sem olhar a quem. Salvou-nos, dando a vida por nós. Ele é o Redentor do mundo, o rosto da misericórdia do Pai, o rosto visível de Deus invisível, a plenitude da revelação de Deus uno e trino. E disse-nos: "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua   

 

 

casa e cearei com ele, e ele comigo" (Ap 3, 20).

A todos os diocesanos desejo um Santo Natal, um Natal cristão, onde o Aniversariante, que, aliás, bate constantemente à porta, não fique fora de casa das famílias cristãs, não seja esquecido nem escondido por detrás do Pai Natal ou do resto. Que Ele ocupe o lugar de honra e esteja muito presente no coração de cada um. Que cada família lhe saiba agradecer o dom da vida, o dom da família, o dom da fé. E tenha presente os que não têm família, nem alegria, nem paz, nem sequer sabem, pela incerteza do seu futuro, para onde é que se hão de virar...

Feliz e Santo Natal. Bom ano.

 

D. Antonino Dias

Bispo de Portalegre-Castelo Branco

 

PRESÉPIOS EM FAMÍLIA

O Centro Infantil de São Lourenço, da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre, expõe “mais de 140 presépios”, de diversos tamanhos e elaborados com variados materiais, idealizados em família, pelos pais e crianças que aceitaram este desafio. “As famílias reuniram-se e em conjunto deram asas à criatividade, conversaram, viveram momentos de partilha”, assinala o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre.

Os mais de 140 presépios de diversos tamanhos e elaborados com os mais variados materiais - plástico, tecido, cortiça, arame, madeira, papel, cartão – estão expostos nos corredores do Centro Infantil de São Lourenço, “emblemático estabelecimento educativo” de Portalegre.

 

 

NATAL 2015 - PORTO

«Natal dos Sós»,
Consoada solidária desde 1987

A Paróquia de Campanhã, na Diocese do Porto, organiza hoje o ‘Natal dos Sós’, “um gesto de misericórdia” para responder à “solidão que vai aumentando” sobretudo nas pessoas mais velhas que ficam “sozinhas”. “Este gesto de atenção aos mais abandonados – ‘a solidão mata muito!’- tem sido de muito conforto para a comunidade cristã de Campanhã e ganha ainda mais sentido neste Ano da Misericórdia”, explica o pároco de Santa Maria de Campanhã.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o padre Fernando Milheiro frisa que o nascimento de Jesus “implica que tudo se faça para que no Natal, ninguém esteja sozinho”, como esta iniciativa que se realiza desde 1987.

O sacerdote informa que “todos” os que seriam obrigados a passar o Natal sozinho podem participar na ceia no dia 24 de dezembro, a partir das 17h00, no Patronato de Campanhã, na Travessa da Corujeira de Baixo, número 140. Habitualmente a paróquia recebe cerca de 50 pessoas mas “quem dera que não fosse ninguém”, observa o sacerdote sobre a iniciativa promovida com o apoio

 

 da Associação Nun’Álvares, da Fraternidade Nun’Álvares (escuteiros) e de um grupo de voluntários.

Nesta ceia de Natal cada um é chamado pelo seu primeiro nome e a partir das 19h00 fazem a “evocação do primeiro Natal”, escutam-se algumas mensagens, são apresentados poemas e o regresso a casa a partir das 22h00, com o apoio de voluntários que disponibilizam os seus carros.

“Para além das luzinhas de rua no centro das cidades, de centenas de espetáculos e de hipermercados cheios de gente ainda faz falta esta porta aberta para gente que não tem o aconchego de um lar na noite de Natal”, desenvolve o padre Fernando Milheiro. Neste contexto, surge também o repto para que todas as pessoas que tenham oportunidade “convidem para a ceia Natal os vizinhos” que vão ficar sós.

A Paróquia de Santa Maria de Campanhã, através da Conferência São Vicente de Paulo (Vicentinos) leva ainda “mais de uma centena de cabazes” a quem precisa para que façam a sua “ceia em família”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
LUZ DA PAZ DE BELÉM

O Corpo Nacional de Escutas, em conjunto com o Secretariado Diocesano da Juventude e o Grupo Ecuménico Jovem do Porto, celebraram a partilha da Luz da Paz de Belém na Igreja de São Bento da Vitoria, reunindo mais de 700 Escuteiros e Jovens, vindos de várias Comunidades da Diocese do Porto. Esta Luz percorreu um longo caminho desde a Gruta da Natividade de Jesus, em Belém e, pretende criar uma cadeia de paz, amor e esperança, promovendo a cooperação e entendimento entre os povos.

 

 

NATAL 2015 - SANTARÉM

Construção da paz e luta
pela dignidade de todos

O bispo de Santarém assinala que o Natal “manifesta a misericórdia de Deus” e deseja que “o Seu olhar” se volte para os mais desfavorecidos e ajude a “construir a paz, a lutar pela dignidade e a testemunhar fraternidade e acolhimento”. “[Misericórdia] Que esteja presente nas famílias, nas comunidades, nas relações sociais e nos ajude a vencer a indiferença, a intolerância e o 

 

individualismo; a combater a vaidade e o orgulho pela força da humildade que leva a acolher, a apreciar e a servir os outros”, escreve D. Manuel Pelino.

Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, o prelado deseja que a misericórdia de manifeste para os que “sofrem os horrores da guerra, o medo da violência, o abandono de refugiados sem pátria, os doentes e idosos, os caídos ou abandonados na 

 

 

 

 

vida”. “Desejo que o Senhor volte para eles o Seu olhar misericordioso e nos ajude a construir a paz, a lutar pela dignidade de todos e a testemunhar a fraternidade e o acolhimento”, escreveu, acrescentado que o Natal seja para eles “uma luz de esperança” e abra o coração de cada para levar o “testemunho da proximidade e da consolação”.

O bispo de Santarém frisa que o Natal “manifesta” a misericórdia de Deus e é um apelo a vivê-la “à Sua imagem” como amor traduzido no “acolhimento, na proximidade, na consolação e no cuidado do próximo”.

No âmbito do Ano da Misericórdia ambiciona que esta virtude “penetre na cultura”, desperte “acolhimento e admiração pelo milagre da vida” e 

 
favoreça o aumento da natalidade.
D. Manuel Pelino convida a diocese a procurar a mensagem “genuína e sempre atual do Natal” nas fontes originais que este ano podem ser lidas no Evangelho de São Lucas, meditando nos dois primeiros cânticos de Natal (de Nossa Senhora e de Zacarias: Lc 1, 46-55; 67-79). “Nestes trechos descobrimos que o nascimento de Jesus manifesta a misericórdia de Deus”, observou.

Neste contexto, o bispo de Santarém explica que Cristo “veio visitar” para “iluminar os que caminham nas trevas”, para ajudar a “vencer o medo e a força do mal”, “derrubar os soberbos e elevar os humildes” e “encaminhar no amor, na esperança e na santidade”.

 

MUSEU DIOCESANO DE SANTARÉM

O Museu Diocesano de Santarém informa que estará aberto ao público na semana entre o Natal e o Ano Novo.

Horário de abertura

Dias 26, 27, 28, 29 e 30 de dezembro | (segunda-feira a sexta-feira 10h00 › 13h00 – 14h00 › 18h00; domingo 14h00 › 18h00)

 

 

NATAL 2015 - SETÚBAL

Felizes Festas de Natal

 

O Menino nascido em Belém,

que nos veio revelar o amor misericordioso de Deus,

conceda a todos o dom precioso da paz

e dos bens que a ela estão ligados:

a saúde, a justiça, a fraternidade, a alegria, a esperança.

Neste ano jubilar,

Entremos no espírito do Natal,

e abramos as portas do coração

à misericórdia e à solidariedade

para com aqueles que, perto ou longe,

têm especial necessidade

de acolhimento e compreensão,

de ajuda e carinho.

 

Com afeto para com todos,

D. José Ornelas Carvalho

Bispo de Setúbal

 

 

 

 

 

NATAL 2015 - vIANA DO CASTELO

Bispo de Viana do Castelo pede atenção
a idosos e abandonados

 

O bispo de Viana do Castelo incentiva neste Natal a “saborear a misericórdia de Deus” e mobiliza a diocese a partilhar a misericórdia com os que “mais precisam”, em especial idosos e doentes que são abandonados. “Infelizmente, ainda nos deparamos com casos de idosos e doentes que são abandonados por aqueles que mais deveres tinham de os socorrer que para puderem gozar este tempo de Natal e férias abandonam os seus parentes mais queridos e causam

 

 dor enorme”, constata D. Anacleto Oliveira.

Na sua mensagem de Natal o prelado pede que ninguém na Diocese de Viana do Castelo “colabore com essas atitudes” e, caso conheçam casos desses, se aproximem dessas pessoas. “Dêmos o carinho, o amor, a amizade que não têm”, incentiva, no contexto do projeto pastoral diocesano em curso que destaca os doentes e idosos como “dois grupos de pessoas que merecem solicitude, misericórdia, 

 

 

 
CONSOADA SOLIDÁRIA

A Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, na Diocese de Viana do Castelo, vai realizar esta quinta-feira o “Natal dos Sós” com a presença do bispo diocesano. “Tem o objetivo de juntar pessoas que vivem sós, e entre eles há os sem-abrigo, mas também há pessoas que participam para fazer solidariedade com os que mais precisam e dar-lhes o consolo de uma Ceia diferente num dia diferente como é o Natal”, explica o padre Artur Coutinho, responsável pelo Centro Social.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o pároco d frisa que esta iniciativa “sempre foi direcionada” para as pessoas que não tenham companhia na noite de 24 de dezembro ou também para as pessoas que “tendo companhia é a mesma de todos os dias” e querem participar neste Natal Solidário. Por isso, contam com o apoio de voluntários que “deixam de consoar com a família” para se entregarem à causa dos pobres e dos sós, “anjos a colaborar no bem-fazer”, observa o padre Artur Coutinho.

Neste momento, estão 82 pessoas inscritas no ‘Natal dos Sós’ “provenientes da mais diversificada problemática social” e para o sacerdote “é possível que o número vá aumentar”, como tem acontecido todos os anos.

A Ceia de Natal começa às 19h30 e o bispo da diocese, D. Anacleto Oliveira, que vai estar presente antes de celebrar a ‘Missa do Galo’, pelas 23h00, na Catedral de Viana.

 

ajuda, presença e carinho”.

Um Natal vivido no âmbito do Ano Santo da Misericórdia é, segundo D. Anacleto Oliveira, uma “bela ocasião” para observar-se e contemplar como com “misericórdia se manifesta não só o nascimento de Jesus mas também a sua celebração”. “Podemos dizer que é talvez uma das maiores manifestações da misericórdia 

 

 

da parte de Deus e da parte dos homens”, desenvolveu.

O bispo de Viana do Castelo exemplificou que Jesus foi “objeto da misericórdia humana”, de Maria e de São José, no nascimento e na fuga para o Egito, dos pastores, “gente simples e pobre”, dos magos, “representantes dos povos pagãos”.

 

 

NATAL 2015 - VILA REAL

Tempo «oposto à hipocrisia
do ódio e do terror»

O bispo de Vila Real deseja que o tempo de preparação para o Natal “ajude a viver e apreciar” a festa do nascimento de Jesus, que foi “desfigurado pelo paganismo”, e se promova o respeito pela dignidade humana. “A Europa e o Mundo, sob a capa do bem-estar e prazer desenfreado, vivem uma crise de valores, a gerar ódio, guerra, terrorismo, hipocrisia e a suspeita e preconceito, contra tudo e contra todos, impedindo a terapia da paz, da alegria e da esperança e a fé num futuro digno da pessoa humana”, escreve D. Amândio Tomás.

Na mensagem de Natal, o bispo de Vila Real explica que o Reino de Jesus é diferente dos que a “cobiça do poder constrói”. “Nada tem a ver com ódio, violência e hipocrisia de quem apetece grandeza e utiliza meios injustos e atropelos, para a obter, com a tirania sobre os outros e práticas injustas, abomináveis e incompatíveis”, desenvolve o prelado, no sítio online da diocese.

D. Amândio Tomás considera que o mundo atual está na “encruzilhada” de fazer ou não a opção pelos valores da dignidade da pessoa humana, 

 

 

por isso, o convite é a optar “pelo bem, pela verdade, pela justiça, pela solidariedade, pela liberdade, pela paz” e pela inauguração e aumento do Reino de Deus.

O prelado recorda a afluência de refugiados que procuram refugio na Europa e pede que se evitem preconceitos, crispações políticas e ideológicas, “exclusões gratuitas e guerras baseadas na ignorância, na 

 

 

 

 

 

 

irresponsabilidade”. “Deve-nos fazer refletir e levar a abrir o coração, a cultivar a misericórdia, o acolhimento e a compaixão e a ter atitudes de respeito”, acrescenta, incentivando à “compaixão e compreensão”.

Neste contexto, o bispo de Vila Real observa que em cada pessoa deve-se ver o “rosto de Deus" e apreciar as 

 

 

diferenças de cultura, raça e proveniência.

Na mensagem de Natal, D. Amândio Tomás conclui reafirmando votos que o Deus Menino “ensine, proteja e ajude” os diocesanos a “colocar a vida ao serviço”, sem fazerem aceções de pessoas e sem constrangimentos para fazerem “deste mundo a comunhão dos homens”.

 

 
III MOSTRA DE PRESÉPIOS

Até 7 de janeiro, a III Mostra de Presépios está presente no Centro Histórico de Vila Real. Trata-se de uma iniciativa concretizada com o apoio das Juntas de Freguesia que procura, acima de tudo, envolver toda a comunidade vila-realense. Regressa também o Eco-Natal, levando ao Centro Histórico e às principais rotundas da cidade a mensagem da sensibilização ambiental e do desenvolvimento sustentável, com a ajuda dos Estabelecimentos de Educação e Ensino do concelho.

 

 

 

 

NATAL 2015 - VISEU

Suplemento de alma e de vida

O bispo de Viseu afirma que o Natal quer ser um “suplemento de alma e de vida para todos”. “É verdade! O Natal quer, mesmo, ser um suplemento de alma e de vida para todos. Diz-nos que a paz e o amor são possíveis”.

 
O Natal “diz-nos que os piores efeitos “estufa” podem evitar-se e que a natureza pode ser espaço de todos e para todos, oferecendo vida com qualidade e com paz para todos”, escreve D. Ilídio Leandro.

O prelado afirma mesmo que o Natal diz “que o Papa Francisco tem razão e que, guiados por ele, damos vida nova a este mundo que Deus muito ama”. O” Natal não deixa, mesmo, ninguém indiferente”, ainda que os efeitos 

 

 

 

 

sejam “mais de calendário do que de vida pessoal, familiar, social, cultural e tudo o mais, nada é indiferente”.

“Sabemos todos, por experiência, que passada a Quadra e desfeitos os enfeites, tudo parece voltar à mesma e fica tudo igual…”, aponta D. Ilídio Leandro.

Depois de desejar que “era bom acreditar no Natal, porque ao menos neste tempo, tudo diz alegria, solidariedade, amor e paz”, o bispo

 

de Viseu lança o apelo para que todos façam tudo para que “os dons do Presépio e do Natal de Jesus sejam aceites, vividos, partilhados e todos gozem e transmitam a paz universal”.

 

 

NATAL 2015

Raízes natalícias perduram nas Lajes

Na pacata vila das Lajes (Ilha Terceira), as raízes natalícias ainda perduram, apesar da influência dos norte-americanos junto daquela população. Foram décadas de convivência diária, a base das Lajes era o seu local de trabalho, todavia a entidade patronal era americana.

As compras podem ser feitas na base, mas na ceia natalícia ainda vigora a tradição açoriana. “O peru não falta na mesa de Natal”, disse à Agência ECCLESIA o padre Emanuel Valadão, pároco da zona pastoral do Ramo 

 

Grande (local onde fica situada a Base das Lajes).

“A construção do presépio e as árvores de Natal” fazem parte desta quadra. As famílias sentem “bastante este período”, apesar dos “excessos nas compras”, lamenta Armindo Silva, ex-trabalhador na Base das Lajes. Gastos exorbitantes que “podem fazer falta noutra altura do ano”, realçou.

Naquela ilha, onde o verde deslumbra e cativa o olhar de todos, na quadra natalícia existe também a tradição peculiar - «O menino mija» - que

 

 

 

Aproxima-se o Natal. No presépio, vejamos para além das aparências. Divisemos a grande relação de profundidade: somos família –e família de Deus!- porque estamos implicados no mesmo conjunto de relações. A saber: os filhos no Filho que se sentem tranquilos porque uma Mãe nos sustém e um Pai nos garante a salvação.

Bom Natal!

D. Manuel Linda

Bispo das Forças Armadas e de Segurança

 

 junta grupos em peregrinação por casas de amigos e familiares. Uma tradição que perdura no tempo e constitui um símbolo do património etnográfico do arquipélago dos Açores.

Entre o dia 24 de dezembro e o de Reis (6 de janeiro), vários grupos de homens e mulheres andam de casa em casa visitando familiares e amigos e degustando doces e licores tradicionais, que estão sempre expostos por esta altura nas mesas. Antes de entrarem, e chegados a estas casas, os grupos perguntam: «O Menino mija?». Tradição secular que coloca em destaque o valor da amizade e da solidariedade nesta época natalícia.

Naquela ilha, rodeada pelo Atlântico, a terra basáltica dialoga com mar. Uma conversa a dois, onde a musicalidade das ondas é transmitida através da espuma. O horizonte é uma autêntica autoestrada que liga a ilha ao continente americano e à 

 

 

 
Europa. Apesar destas ligações, os Açores não perderam a identidade.

Numa das zonas deste território plantado no meio do oceano, o asfalto da base das Lajes confunde-se com o basalto que o vulcão soltou. Foi um local estratégico na geolítica internacional. Um autêntico navio gigante ancorado no meio do Atlântico que via os aviões descer e subir a toda a hora.

Tudo isto é passado. Muitos americanos partiram e os habitantes das localidades mais próximas perderam o pão que sustentou muitas famílias nas últimas décadas. Memórias e saudades de quem passou uma vida a laborar com os habitantes das terras do Tio Sam. Com o aproximar do Natal, fomos ao encontro destes trabalhadores que beberam da cultura norte-americana sem nunca perderem o sangue da Ilha Terceira. Apesar dos anos de convívio entre americanos e açorianos, as raízes do Natal açoriano ainda perduram no seio daquele povo.

 

 

Natal, a confirmação de seres prometidos ao encontro com Cristo

«A nossa humanidade é lugar onde lateja a iminência do divino», padre José Tolentino Mendonça

Entrevista conduzida por Paulo Rocha

 

O Natal é ocasião de encontros, proporciona o ambiente entre familiares, entre amigos, encontros com causas pelas quais se lutam todos os dias ou pelas quais cada um se torna voluntariamos também nesta quadra.

 
O fundamento de todos esses encontros será o encontro maior que o presépio quer traduzir. E foi no ambiente do presépio que a Agência ECCLESIA construiu ao longo do Advento que se proporcionou o encontrou com o padre e poeta 
 

 

 

José Tolentino Mendonça.

O vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa e capelão da Capela do Rato aceitou o convite para o encontro onde a conversa que se focou nas contradições desta época teve como centro a pessoa de Jesus e o dia que se celebra a 25 de dezembro.

 

Agência Ecclesia (AE) – É um encontro maior o que traduzimos no presépio, que celebramos na Missa da meia-noite, na Eucaristia de Natal. É um encontro entre quem?

José Tolentino Mendonça (JTM) – É 

 

um encontro decisivo, Deus veio ao encontro do homem para que o homem se diviniza, para que o homem sinta a experiência de Deus. Esse é de facto o momento maior da própria vida, nós dizemos que há um antes e um depois deste momento que é o Mistério da Encarnação, em que a certeza de que Deus está connosco de uma forma tangível, palpável, próxima, porque Ele toma a nossa condição de facto e investe a nossa vida de outra esperança, com significado. Podemos dizer que a nossa finitude alarga-se até ao infinito de Deus.

 

 

 

AE – Há dois mil anos, como hoje, este foi um encontro esperado ou inesperado?

JTM – Essa é a Boa Nova, a boa notícia. A boa notícia que responde às grandes questões do coração humano e aquilo que Deus vai preparando na história. É interessante relembrar o prólogo da Carta aos Hebreus que diz que “de muitas maneiras Deus foi falando aos nossos pais pelo profetas até esse momento culminante em que Ele se dá a ver, Ele se mostra na figura do seu messias”.

Há de facto uma preparação e uma expectativa no coração do homem, no interior da história que se concretiza em Jesus mas ao mesmo tempo é um mistério que nos faz cair de joelhos porque o modo como Deus se dá a ver, a fragilidade do Deus infinito, a forma como num corpo humano, necessariamente limitado, precário, Deus se mostra em todo o seu esplendor é qualquer coisa que escapa ao nosso entendimento e que só na fé e de joelho podemos verdadeiramente acolher.

 

 

 

AE – Esse foi um aspeto inesperado do tal encontro de há 2 mil anos?

JTM – É sempre inesperado. Oscar Wilde dizia uma coisa muito engraçada: “Há sempre um momento da vida de toda a pessoa humana em que o encontro com Cristo acontece”. Quer dizer, nós somos seres prometidos ao encontro, como ele vai acontecer, que formas, linguagens, que instante será esse é sempre uma surpresa.

Nós vemos as personagens do presépio foram todas apanhadas pela surpresa, os pastores, os últimos, que contavam com aquela notícia que vem dos céus também foram contaminados por essa surpresa e essa alegria.

 

AE – Por muito que se soubesse que o Messias estava para chegar?

JTM – O tempo como que está prenho, grávido do próprio Deus. A nossa humanidade é lugar onde lateja a iminência do divino mas como Ele floresce na história, como esse orvalho que vai irrigar a terra que nós somos é sempre uma surpresa, é sempre a beleza da revelação de Deus.

 

 

 

 

 

 

AE – Hoje, é desta forma que também acontece na experiência de cada pessoa?

JTM – São tantas as histórias, trajetórias. E de facto aquele momento de revelação em que se percebe que Ele está connosco que a nossa vida não é uma solidão contínua mas que verdadeiramente Deus é o sustento da história do homem e é um Deus credível, onde podemos colocar 

 

a nossa confiança. Isso é uma surpresa e cada vez mais hoje, que a fé não acontece como resultado de uma transmissão que vem desde os primeiros anos da nossa infância mas, muitas vezes, da cultura contemporânea, a fé surge em contraciclo que não se consegue explica racionalmente. A partir daquele momento é como se fossemos tocados pela graça, e tudo se transforma.

 

 

 

AE – Um ciclo que se recria cada ano e é sempre novo. Por isso há a necessidade de preparar cada Natal, seja com o presépio, seja caminhadas. Há sempre essa exigência de preparar aquilo que já se sabe que vai acontecer?

JTM – Uma festa é isso mesmo, a beleza da festa não é só o momento da sua manifestação, da sua celebração. A festa começa nos preparativos, aquilo que o [livro] “Principezinho” diz “Se chegares às quatro, às três já serei feliz”. E essa preparação, abertura de coração é sem dúvida já uma forma de mergulhar dentro do mistério.

Temo-nos que nos preparar para isso que já sabemos em parte mas não sabemos completamente. Por exemplo, o mistério do presépio não é o mistério que desarrumamos anualmente das caixas onde guardamos as imagens. Elas ganham vida e ganham uma vida de uma forma que nos vai sempre surpreender, é interessante que falando há dias com uma amiga ela dizia que ao longo dos anos, desde que fazia isso com a avó e a mãe, sempre que desembrulhava as figuras do presépio, elas pareciam mais pequeninas porque aos olhos de crianças as figuras são enormes,

 

têm uma dimensão. Depois quando avançamos na idade adulta vamos percebendo que as imagens como que ficam mais pequenas nas nossas mãos. As nossas mãos crescem mas esse Deus pequeno, esse Deus criança, esse Deus mínimo que cabe nas nossas mãos humanas não deixa de nos surpreender. Não deixa de vir ao nosso encontro de uma forma sempre nova e, por isso, vale a pena parar diante do presépio.

 

AE –Neste mistério de Deus que se faz pessoa humana. Para o entender devemos começar pelo início, pela gruta de Belém, ou pela Cruz?

JTM – Todo o mistério cristão é visto a partir do fim. A Páscoa, se quisermos, é o grau zero da experiência cristã porque foi a partir daquele momento que os nossos olhos se abriram mas a liturgia faz-nos começar pelo princípio. Nós começamos sempre o Ano Litúrgico pelo Advento e pela celebração do Natal. Isso permite-nos também, quase de um ponto de vista antropológico, crescer com Jesus, fazer esse caminho humaníssimo que ele próprio faz e que somos chamados a refazer.

Quando Jesus nasce, nós somos 

 

 

 

chamados a nascer, a renascer, a sentir também agora é possível, que Deus vem para que nós sejamos e sejamos mais verdadeira e profundamente. E fazemos todo um caminho de crescimento espiritual, de vida interior, para podermos chegar à Páscoa e dar o sim da dádiva plena de nós próprios, que é no fundo isso que a Páscoa também significa.

 

AE – O que é que a Pascoa diz ao Natal?

JTM – A Páscoa diz ao Natal que isto tudo é verdade, que não é uma ficção, não é uma história maravilhosa, não é um conto bonito apenas. Não é simplesmente a beleza que nos toca

e emociona mas há aqui uma

experiência de verdade. Deus faz-se

homem, nós pudemo-lo contemplar

em todas as etapas. Nós vimos, nós

tocamos o mistério do próprio

Deus e isso é muito importante

para depois chegarmos à

Páscoa e percebermos o 

 

que é que ali se joga. O que ali se joga é uma vida que foi pequena, que foi adolescente, que cresceu, que tomou as grandes decisões, é uma humanidade que se construiu e que depois culmina naquela resposta confiada e toda entregue capaz de dizer: Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue, isto é o meu dom entregue por voz.

 

 

 

 

 
AE – Essa veracidade, essa verdade que falou faz com que cada Natal tenhamos a mesma experiência, fomentemos encontros entre amigos e conhecidos, tentemos sempre atingir essa proposta que Jesus faz no presépio?

JTM – Esta é uma história aberta. É uma história aberta no sentido que as figuras do nosso presépio não são apenas as que estamos a ver mas somos sobretudo nós. Nós somos atores, protagonistas desta história incessante e, por isso, esta não é apenas a história narrada.

É a história que ainda não aconteceu mas que está em acontecimento na nossa vida tocando-nos de uma forma ou de outra, tocando-nos mais, alargando os horizontes, envolvendo outros e outras e, nesse sentido, esta história é de facto inacabada. Nunca acabamos de construir o presépio porque reclama uma arte de ser. É aquilo que somos e nesse sentido é de facto uma história inesgotável, uma história que nos envolve, que pede que sejamos atores do seu próprio desenvolvimento e, por isso, olhamos para ela sempre de forma nova.

 

 

 

Podemos olhar com o olhar das crianças, da surpresa, aquela ingénua inocência que é tão incalculavelmente bela. Podemos olhá-los como adultos e ai somos chamados a vencer as nossas resistências, porventura a dureza do nosso coração e nos abeirarmos com uma simplicidade reencontrada. Podemos olhar nos momentos de saúde, de alegria, nos momentos de dor, sofrimento, sentido que há ali uma mensagem de Deus, uma palavra especialmente para nós.

 

AE – É por isso que “o Natal não é ornamento mas fermento”, como já escreveu?

JTM – Exatamente, o Natal é fermento na massa, é fermento na vida. É uma força, é uma história que alarga a nossa própria história. Não é apenas um símbolo e hoje vivemos num época em que tudo parece que se esgota no símbolo. Multiplicar-se, acumularem-se os símbolos não é suficiente.

O símbolo é um caminho, é um a seta a apontar outra coisa que tem de ser uma viagem, um caminho que cada um de nós tem de fazer muitas vezes na nudez, muitas vezes no escondimento, na pobreza interior, de coração mas é essa história autêntica que é preciso tocar e viver.

 

 

O Natal é fermento na massa, é fermento na vida. É uma força, é uma história que alarga a nossa própria história. 

 

 

 

 

 

 

AE – É essa experiência que se faz na tarde do dia de Natal. Essa experiência de encontro, de construção do presépio em cada família, em cada ambiente?

JTM – Normalmente o presépio já está feito mas este dia nas casas. Usualmente é um dia cheio, até confuso, as casas transbordam com as famílias, com as visitas e é preciso olhar para isso como o verdadeiro presépio. O verdadeiro presépio é esse que se reúne à mesa, num sofá a conversar, com um telefone, uma palavra, uma visita que bate à porta. Isso e o verdadeiro presépio a acontecer.

 

 

 

 

AE – “O presépio somos nós”?

JTM – Não há hesitações em relação a isso. Onde é que Jesus nasce? Nasce no coração de cada um de nós. É transportado por cada um de nós. Por isso, a qualidade humana que emprestarmos à celebração deste dia, destas horas de Natal é algo que vai marcar, que vai perfumar a vida para o resto do ano e, porventura, para sempre. Por isso, vale muito a pena aproveitar o tempo, este dia, porque é verdade que ele passa e parece que o Natal acaba. Não acaba, cabe a cada 

 

um de nós a tarefa de continuá-lo de outra forma, com outra linguagem mas com a mesma esperança, a mesma alegria.

 

AE – Como aproximar a partilha o encontro que esta quadra proporciona com o ambiente de comércio onde estamos constantemente envolvidos?

JTM – Tem de haver escolhas. Nós temos de escolher aquilo em que pomos o nosso coração porque sabemos muitas vezes que a parte mais comercial é um sinal e tem 

 

 

 

 

de ser olhado apenas como um sinal, não como substituto de nada.

O importante é o sorriso, é a palavra, é o encontro, o importante é o abraço, o sentido espiritual, a oração feita em comum. Isso é que é fundamental. Tudo o resto é acessório, serve para promover a festa tem um significado, um valor mas não pode ser só isso.

 

AE – Uma outra aparente contradição que existe entre luzes, ornamentos que referiu e ambiente de conflito, sejam familiares, distantes.

JTM – Às vezes até no nosso próprio coração, às vezes há uma festa exterior e dentro de nós vivemos a obscuridade, a ferida, o sofrimento…

 

AE – O Papa referiu que é impossível haver Natal nessas circunstâncias. As luzes de Natal conviviam com os conflitos.

JTM – Na linha do Papa Francisco, temos de sentir que o Natal nos desinstala, nos mobiliza para os trabalhos da paz, da reconstrução da história, do serviço aos mais pobres. Do amparo à vida que é mais frágil, mais vulnerável. O Natal não pode ser um ponto de chegada, tem de ser um ponto de partida e temos de nos 

 

 

 

 

 

sentir verdadeiramente, como diz o Papa Francisco, uma Igreja em saída. Uma Igreja que a partir do Natal se torna missionária porque a encarnação de Deus é de facto a missão de Deus no interior da história humana.

 

AE – Na sua experiência o que é preciso para que aconteça Natal?

JTM – É preciso abrir o coração, tão simples como isto. Abrir o coração ao Deus que vem de tantas maneiras, através do irmão, da oração, através do silêncio, muitas vezes do contacto com o mundo, com a beleza, com a beleza da natureza mas este Deus que vem como uma Boa Nova para transformar, iluminar, para resgatar.

O Natal é um dom de Deus e para isso há apenas que dispor as mãos abertas e juntas como se fosse uma manjedoura.

 

 

NATAL 2015

Natal no Vaticano cumpre a tradição

O Papa Francisco vai cumprir o tradicional calendário de celebrações natalícias no Vaticano a partir do próximo dia 24, segundo nota enviada à imprensa pelo Departamento Pontifício de Celebrações Litúrgicas. A ‘Missa do Galo’ está marcada para a véspera do Natal, às 21h30 de Roma (menos uma em Lisboa), na Basílica de São Pedro.

A Santa Missa da Noite da Solenidade do Natal do Senhor, na sua designação oficial, é presidida pelo canto da ‘calenda’.

A festa do Natal assumiu uma forma definida no séc. IV, quando tomou o lugar da festa romana do ‘Sol invencível’, no mesmo dia 25 (VIII Kalendas Januarias: no oitavo dia antes do dia 1 de janeiro), uma data com um simbolismo próprio.

Ainda hoje, na liturgia católica, se recita a chamada “calenda”, como anúncio do nascimento de Jesus, que a oração coloca na época 

 

da 194ª Olimpíada e no ano 752 da fundação de Roma, entre outras referências históricas.

A Missa do Galo (‘in galli cantu’), celebrada tradicionalmente por volta da meia-noite, assinala a hora em que, segundo a tradição, teria nascido Jesus.

Já no dia 25 de dezembro, Solenidade do Natal do Senhor, Francisco dirige a mensagem e a bênção natalícia ‘Urbi et Orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], a partir das 12h00 locais, na varanda central da Basílica do Vaticano.

Também como é tradição, o Papa recebeu no Vaticano delegações oficiais das localidades que ofereceram a árvore de Natal e o presépio para a Praça de São Pedro, com particular atenção para crianças com cancro que fizeram as decorações. “Gostaria de agradecer aos pequenos artistas que decoraram a árvore e dar-lhes os parabéns: sois ainda muito jovens, mas já expondes as vossas obras na Praça 

 

 

 

 

de São Pedro e isso é bonito. Coragem, em frente, Michelangelo começou assim”, gracejou.

O presépio e a árvore de Natal que decoram anualmente a Praça de São Pedro chegaram este anos mais cedo em 2015, por causa do Jubileu da Misericórdia, e contam com decorações feitas por crianças em tratamento oncológico.

Na árvore de Natal estão trabalhos em barro criados por crianças tratadas em unidades oncológicas de vários 

 

hospitais italianos. As bolas coloridas representam “os sonhos” das crianças, numa iniciativa da Fundação ‘Lene Thun’.

“Estes desejos que trazeis no coração estão agora no local mais apropriado, porque estão precisamente perto do Menino de Belém”, disse o Papa.

Francisco sublinhou que Jesus tem no “coração” este mundo, que no Natal se tornou o seu, algo que o presépio recorda. “Deus, pela sua grande misericórdia, desceu até nós para

 

 

 

 

permanecer de forma estável connosco”, precisou.

O Papa observou depois que o presépio mostra que Deus “nunca se impõe com a força”, não gosta das “imponentes revoluções dos poderosos da história” nem “usa a varinha mágica para mudar as situações”.

A árvore de Natal foi este ano oferecida pela região alemã da Baviera; é um abeto vermelho de 32 metros, reduzido para 25 a fim de poder ser transportado até ao Vaticano.

O presépio, por sua vez, é uma oferta da arquidiocese e da Província Autónoma de Trento, na Itália, em parceria com a Associação Amigos do Presépio de Tesero.

A representação do nascimento de Jesus reproduz as típicas construções rurais da região italiana e é composta por 24 figuras de tamanho natural, em madeira esculpida e pintada.

A Natividade inclui as figuras de Maria, José e o Menino Jesus no centro do cenário, além dos três 

 

magos que chegam para a adoração. “Convido-os a parar diante do presépio, porque ali fala a ternura de Deus, ali se contempla a misericórdia divina”, disse o Papa.

O presépio completa-se com algumas personagens com trajes típicos da região de Trento e uma das figuras masculinas inclina-se sobre outra, idosa, auxiliando-a, numa figuração da misericórdia. Francisco elogiou esta representação, que apresenta “o mistério do Natal” através de alguém que “não apenas olha para Deus mas também o imita porque, como Deus, se inclina com misericórdia sobre quem tem necessidade”.

 

 

 

 

 

 
 

A 16 de dezembro, na Praça de São Pedro, o Papa abençoou uma manjedoura proveniente da Villa São Francisco, uma casa para crianças especiais em Pedavena, na região do Vêneto, no norte da Itália.

A manjedoura – chamada ‘cripa’ no dialeto local – é obra de uma criança muçulmana chamada Issa, realizada com a ajuda do escultor Gilberto Perlotto, e foi feita com 208 pedaços de madeira vindos de mais de 100 países.

Os pedaços de madeira não eram objetos quaisquer: foram recolhidos em países em guerra, que sofrem com a violência criminosa, desastres provocados pelo homem e pela natureza.

Após ouvir a história da manjedoura, o Papa Francisco rezou em silêncio durante alguns minutos diante da obra.

 

 

 

 

 

 

 

 

NATAL 2015

Nasceu em Belém de Judá

Deus que disse que queria ser homem. A revelação que mudou a história da humanidade aconteceu em Nazaré. Maria partilhou a notícia com uma prima, em Ain Karen. O nascimento, a encarnação, aconteceu em Belém.

Locais da natividade, que convergem para Belém, a cidade do primeiro “presépio”.

Belém ficará para sempre ligada ao messianismo judaico, sendo apresentada como lugar do nascimento do “príncipe herdeiro da casa de David”, Jesus. É esse o testemunho do Evangelho de Lucas e de Mateus e de autores como Justino, Orígenes, Eusébio, concordantes no ambiente de um retábulo como o do nascimento de Jesus. Tudo porque a família de Nazaré tinha “subido a Belém” por causa do recenseamento de José.

As memórias do nascimento de Jesus convergem para a Basílica da Natividade, uma construção do imperador Justiniano, no século VI, que mantem os traços das origens apesar dos trabalhos de reconstrução e conservação. Na Palestina, esta é a única basílica da época de Justiniano, tendo escapado a razias sucessivas,

 

 nomeadamente a dos Persas de Cosroé, em 614, que se deixaram maravilhar pelas representações doa magos nos frescos que adornam a Basílica.

Antes da atual Basílica, uma outra foi descoberta com trabalhos arqueológicos de meados do século XX, que revelaram traços de outra grandiosa Basílica, mandada construir por Santa Helena, mãe do imperador constantino, no séc. IV

Ao longo do segundo milénio, a relação entre cristãos latinos e gregos para determinar a utilização cultual e cultural da basílica da natividade foi alternando, estando atualmente confiada aos cristãos gregos ortodoxos.

O culto junto do altar da natividade é também possibilitado aos cristãos latinos, em determinadas horas do dia, assim como a procissão à gruta da natividade.

Bem perto, estão as grutas de São Jerónimo. Nessas grutas, confiadas aos à Custódia da Terra Santa, viveu e morreu o padre e doutor da Igreja no início do século V. Foi aqui que fez a primeira tradução da Bíblia para latim, denominada Vulgata, num trabalho moroso desenvolvido neste espaço após ter conhecido a Terra Santa.

 
 

 

NATAL 2015

Natal lá fora…

O Natal é uma época em que a família se reúne e o ambiente fraterno é propício… Mas há quem passe o 25 de dezembro em terras longínquas. O padre Vítor Silva é Missionário Espiritano e Taiwan foi o local de missão durante 11 anos. Lá passou muitos dias de natal, bem diferentes.

“Todas as coisas que existem nos centros comerciais, existem lá também, há muitas  árvores de natal, muitos pais natais…”,diz o sacerdote com um sorriso.

Em Taiwan o dia de Natal não era  

 

 

feriado mas não era por isso que o deixavam de celebrar.

“Pelo contrário esta era uma época de grande evangelização, muito interessante. Havia muita gente que não era cristã nem se identificava mas o aspeto ternurento do Natal levava-as à Igreja.

E ali estava a oportunidade de nos aproximarmos e falar com algumas pessoas”, contou o padre Vitor Silva à Agência ECCLESIA.

O Natal transformava-se assim numa “época de encontro com pessoas que 

 

 

 

 

 de outra forma não era possível”, realidade que faziam o missionário não ter tempo para cozinhar o tradicional bacalhau.

“Faziam-me chegar o bacalhau mas estávamos sempre ocupados, mas sobretudo fazia-me bem ter… porque sentia que não era só eu que estava lá mas a família fazia-se presente, a família participava da missão, de certa forma. “

O padre Vitor Silva regressou àqueles dias em que passou o Natal em Taiwan e recorda que até as conversas eram outras com a sua família.

“Eu notei que estar separado da família, durante tanto tempo ajudou-me a relacionar melhor com eles, falávamos de outras coisas.

A distância é relativa e eu sentia-me mais próximo, mesmo que longe”, confessou.

Estando numa cultura diferente da nossa o padre Vitor Silva sentia que havia mesmo uma perspetiva e uma valorização diferentes.

“Estar fora ajuda-nos a olhar para a nossa cultura com olhar diferente, por exemplo, há coisas bonitas da nossa cultura, a maneira de ser, de viver ou celebrar, que estamos tão habituados  que nem valorizamos…”assegurou.

Também longe mas com uma azáfama diferente foi o Natal de Catarina  

 

 

António, há dois anos. Tinha chegado ao Brasil, destino da sua missão com os irmãos Hospitaleiros, dias antes da celebração do Natal.

“Foi uma chegada difícil porque na minha aldeia tinham falecido, num acidente, três pessoas de quem gostava muito… Aí começou o meu Natal, quando as lágrimas caíram de tristeza e revolta, o Natal foi centrado no dia-a-dia daquele ambiente novo”, como contou à Agência ECCLESIA.

Depois do início difícil da missão, Catarina António olhou em frente o Natal  e esteve ao serviço.

“Fomos à missa do Galo e depois viemos cear. Tivemos o peru, o arroz e feijão, tipicamente brasileiro, a cervejinha e o chope e ainda o vinho”. 

Naturalmente fomos partilhando com os vizinhos o nosso jantar e sempre com a porta aberta, rezámos e fomos dormir. No dia seguinte, dia de Natal, estivemos ao serviço como qualquer outro dia”, explicou a jovem.

A questão de estar ao serviço no dia de Natal foi partilhado com o maior dos sorrisos, porque para Catarina António foi o verdadeiro Natal.

“Estivemos ao serviço, visitar famílias, levar refeições, não há melhor natal que este. Nascer, renascer e ajudar a renascer o verdadeiro espirito de Natal”, concluiu.

 

  

 

 

NATAL 2015

Natal no mundo

O Natal é um tempo como nenhum outro, na vivência comunitária e familiar, tendo gerado um pouco por todo o mundo modos próprios de o celebrar e de lhe apreender o significado. Na tradição ortodoxa, esta quadra é apenas festejada entre os dias 6 e 7 de Janeiro. Isto porque os ortodoxos russos continuam a seguir o calendário juliano (criado por Júlio César em 46 a. C.) e não o gregoriano. A realidade, a que os portugueses já se vão habituando, surge com a vaga de imigração registada no nosso país durante os últimos anos.

 

Tradições curiosas chegam da Europa em que vivemos: na Áustria, antes da ceia de Natal, preparada com pratos à base de peixe, o chefe da família lê a passagem do Evangelho que relata o nascimento de Jesus.

A Finlândia mostra que o espírito de Natal supera todas as limitações: apesar do Inverno rigoroso, na noite da ceia de Natal, as portas das casas são deixadas abertas, para que os que passam possam entrar e sentar-se à mesa.

Na Grécia não existe a tradicional árvore de Natal. O costume 

 

 


 

é enfeitar as casas com ramos de oliveira.

Na Índia, os cristãos decoram pés de mangas e bananeiras para assinalar as comemorações natalícias.

No interior das casas, as folhas de manga também fazem parte da decoração, assim como lâmpadas de argila, acesas com óleo.

A Missa do Galo é uma realidade para os suecos, de maioria luterana, que celebram o nascimento de Jesus na manhã do dia 25.

No Dia de São Nicolau as crianças escrevem os pedidos de presentes e, na noite de Natal, a filha mais velha da família, devidamente vestida de branco, com uma faixa vermelha na cintura e uma grinalda de folhas verdes e sete velas acesas, leva a cada membro da família um café com bolos.

Há elementos comuns, contudo, que permitem distinguir o Natal europeu, como a centralidade da família e das crianças, num ambiente de luzes e doces levado depois para outras paragens.

O hábito de distribuir presentes está profundamente enraizado: na Alemanha, o Menino Jesus faz a sua distribuição a 24 de dezembro, no fim da tarde ou à noite, após um das 

 

 

Missas celebradas ao longo do dia, e a sua passagem é assinalada por uma sineta.

O Pai Natal, os Reis Magos ou a bruxa “Befana”, na Itália, também tomam parte nesta tarefa, muitas vezes apagando do mapa o Menino que nasce.

A França, país laico por excelência, há uma zona que se destaca, a Provença. “Le Noël Provençale” resiste à passagem do tempo e congrega as famílias, começando após a Missa do Galo, à qual se vai em procissão. Antes disso, o mais velho acende uma vela, dá três voltas à mesa acompanhado pelo mais novo, e pronuncia uma frase que se repete há séculos: “no próximo ano, se não formos mais, que também não sejamos menos”.

Outros países permitem que os Pais Natal desfilem, mas castigam e proíbem a presença de Meninos Jesus.

 

 

Visita aos sabores tradicionais da Consoada

O chefe Luís Lavrador, responsável pela Divisão de Alimentação da Ação Social da Universidade de Coimbra, faz uma visita guiada aos sabores da Consoada para os espetadores do Programa ECCLESIA (RPT2). Nesse sentido, preparou uma ementa de Natal tradicional portuguesa com o bacalhau, a perna de cordeiro e as tradicionais sobremesas, para a Consoada.

O responsável explica que a “ementa tradicional do Natal do imaginário português” que preparou para a ECCLESIA e estudantes universitários é constituída pelo fiel amigo, o bacalhau cozido com couves, cenouras, batatas e ovo.

Depois, “para quem quer complementar a ceia com um sabor diferente”, Luís Lavrador confecionou também uma perna de cordeiro assada com lentilhas, cenouras e ervilhas, uma “trilogia de acompanhamento”.

O também autor do livro ‘Ao Sabor da Bíblia’, que resulta da sua tese de mestrado, observa que o prato de carne tem “alimentos não tanto vulgares dos dias que correm”, como a lentilha que é uma leguminosa 

 

com “tradição judaico-cristã muito interessante”.

Rabanadas, filhoses, o tronco, o bolo-rei e ainda uma sobremesa “simples de requeijão e mel”, são as propostas para terminar a ceia da noite de Natal.

“A mesa da Consoada penso que vale a pena pelas sobremesas, o momento em que as pessoas se deliciam porque temos na tradição de belíssimas sobremesas”, comenta o chefe pela alimentação da Seleção Portuguesa de Futebol.

Segundo o responsável, o bolo-rei “não pode deixar de estar na mesa” mesmo não sendo a mais tradicional mas que ganhou lugar na “mesa da modernidade”.

A Divisão de Alimentação da Ação Social da Universidade de Coimbra preparou também uma mesa para “fazer acontecer Natal” e apresentar a ementa portuguesa onde acolheu uma comunidade multicultural com sete alunos de três continentes.

“A mesa é importante nos grandes momentos e este é um grande momento, a mesa tem função de inclusão de todas as pessoas que veem, estão e vão sair da universidade”, disse.

 

 

 

 

 

 

Nesta mesa de Natal que reúne pessoas de outras culturas estão representados seis países – Eslováquia; Angola; Portugal; Itália, China e a República Checa.

Para o chefe Luís Lavrador os alimentos cozinhados “se não foram sufragados à mesa não têm qualquer tipo de valor”, por isso, o bacalhau, o cordeiro e os doces foram partilhados com os estudantes para “saborear e provar o Natal português”.

 
Para além da tradição de servir o “fiel amigo”, o bacalhau, no Natal as regiões de Portugal são ricas e diversificadas em apresentarem outro prato para a Consoada ou no dia 25 de dezembro.

No Douro e Minho o polvo e o peru assado; nas Beiras e na Estremadura o cabrito assado no forno; já no Alentejo e no Algarve o galo também faz parte da tradição; no arquipélago da Madeira a carne de porco temperada com vinha de alhos.

 

 

NATAL 2015

Natal Solidário

10 milhões de Estrelas

A Cáritas Portuguesa convida os portugueses a acender uma vela na noite de Natal mais propriamente “nas janelas de suas casas”, como gesto que “expressa vontade de quererem contribuir para uma sociedade mais justa e solidária”.

Este pedido insere-se na campanha de Natal ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’ que se expressa simbolicamente numa vela que tem o valor de um euro ou um pack de quatro velas, por quatro euros, à venda numa cadeia de supermercados, nas Cáritas Diocesanas, escolas e paróquias aderentes. 65% do valor angariado destina-se a todos aqueles que, em Portugal, são apoiados pela rede Cáritas; 35% do valor servirá para dar resposta a necessidades de vítimas dos conflitos no Médio Oriente, mais concretamente a Cáritas do Líbano.

 

 

 

 

 

 
Presentes Solidários

 

A Fundação Fé e Cooperação lançou a campanha ‘Presentes Solidários 2015’ que pretende apoiar 13 causas junto de “populações vulneráveis” dos países lusófonos e do Iraque, em áreas como educação, saúde, alimentação ou infraestruturas.

 

 

 

 

Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

Todos os anos a fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) coloca à venda artigos de Natal, desde livros a velas e postais, angariando assim receitas que ajudam a apoiar os cristãos perseguidos em vários pontos do mundo. A AIS é uma organização reconhecida pela Igreja Católica que desempenha um trabalho assinalável em várias partes do mundo, com particular destaque para o Médio Oriente.

 

 

 

 

 
Grupo Renascença

As rádios do Grupo Renascença querem aproximar as pessoas neste Natal através de campanhas que apoiam duas instituições, em Almada e no Porto, cumprindo a missão de “ajudar a escrever finais felizes”.

‘Recuperar Vidas’, é o “grande lema” das campanhas de Natal da Renascença e da Rádio SIM, que vão apoiar a associação Vale de Acór, em Almada, cujo objetivo é “ajudar a recuperar pessoas vítimas de dependências”, como droga e álcool. As rádios mais jovens do Grupo Renascença Comunicação Multimédia, a RFM e a MEGA HITS apoiam o ‘SOMOS NÓS’, um centro de atividades ocupacionais para jovens adultos com deficiência, no Porto.

 

 

insira a foto aqui

 

Acenda Uma Vela Virtual

http://www.acendaumavela.org

 

A poucos dias de celebrarmos o nascimento do Deus que se fez Menino permitam-me que, esta semana, proponha que acendamos uma vela! O desafio é lançado pela fundação Ajuda à Igreja que Sobre (AIS), que surgiu da ideia de que “a vela é o símbolo de Cristo que ressuscitou para iluminar o nosso caminho". Esta organização dependente da Santa Sé, fundada em 1947 pelo Padre Holandês Werenfried van Straaten, inspirada na mensagem de Fátima, tem por “objetivo apoiar projetos de cunho pastoral em países onde a Igreja Católica está em dificuldades”.

 

 

Digitando o endereço www.acendaumavela.org, somos convidados a acender uma vela por uma intenção, a rezar pelos cristãos que sofrem, a criar um grupo de oração e ainda a adquirir velas.

Ao clicarmos em “acenda uma vela”, podemos acender uma vela virtual onde, além de preenchermos os dados pessoais, nos é dada a possibilidade de escrevermos um pequeno texto que é visualizado na “nossa vela”, sendo ainda necessário definir qual a sua intenção.

Na opção “velas acesas”, encontramos uma fantástica aplicação que nos permite ver todas as velas que já foram acesas, inclusive podemos 

 

 

 

 

aceder à mensagem que cada um colocou quando a acendeu. 

Caso pretenda saber quais os grupos de oração que já foram criados ou eventualmente adicionar mais um, basta clicar em “grupos de oração”. Aí descobre que já estão disponíveis alguns grupos interessantes, mas especialmente, existe um que está enquadrado na campanha de Natal da AIS, que reverte a favor dos cristãos perseguidos e necessitados do Iraque.

Em “donativos”, somos reencaminhados para a página da fundação que nos informa das diferentes formas de ajudar milhões de cristãos, que “são perseguidos e ameaçados por não renunciarem 

 

à sua fé, em 137 dos países pobres do mundo”.

Por último, outra forma de colaborar com a AIS será na aquisição de velas, desta feita reais, ou qualquer outro produto que está disponível na sua loja virtual. Para isso aceda ao espaço “loja” e tem ao seu dispor um conjunto enorme de materiais que, ao serem adquiridos para o seu saco solidário, irão ajudar muitos cristãos.

Aqui fica uma sugestão completamente gratuita e que apela fortemente ao espírito cristão de todos nós, pois como sabemos “desde as origens da Igreja que as velas são utilizadas como forma de oração”.

 

Fernando Cassola Marques

 

 

Natal com ternura e portas abertas

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Cada 25 de Dezembro carrega o peso de um ano que está prestes a terminar. O Natal é sempre a festa da Família, mesmo para quem não acredita em Cristo ou tem pouco lugar para Ele nas suas vidas quotidianas.

Natal, para os cristãos, terá sempre no centro a gratidão a Deus pelo nascimento de Cristo que encarnou na história da humanidade há mais de dois mil anos. A Sua mensagem aposta na paz, na ternura e na opção clara pelos mais pobres.

A Mensagem do Presépio não deixa espaços para equívocos. Fala de um Deus sensível ás periferias e margens da história. Escolheu um curral numa cidade pobre de um país longe de todas as grandes decisões daquele tempo. Belém é o rosto de uma escolha divina de Amor. Ele quis e quer que os mais pobres e abandonados tenham vez e voz. O Natal amplifica este grito de mais justiça, de mais paz, de mais amor.

2015 terminou mal, com atentados terroristas e violações frontais dos direitos humanos. As situações agravadas no Médio Oriente e noutras paragens do mundo tocam fundo no coração da humanidade. Países como a Síria, o Iraque, a Líbia, o Sudão do Sul, o Afeganistão… clamam por mais respeito pelos direitos humanos.

Sinal de esperança foi, no fim deste ano, a visita do Papa a África, na primeira vez que poisou os pés no planeta verde. As suas palavras e atitudes marcaram o mais fundo do coração de todos os africanos de boa vontade. Abriu de par em par as portas ao Natal para estes povos excluídos.

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

 

Um pouco por todo o mundo, a celebração do Natal tem como momento mais simbólico a Missa do Galo. O grito ‘Jesus nasceu para todos’ inspira futuro assente na confiança de um Deus próximo, que exige mais justiça social e melhor solidariedade sem fronteiras.

O Natal está muito associado a prendas. Talvez demais. Por isso, o advento comercial chega antes do 

 

Advento cristão. Neste Natal, olhando a esta onda de refugiados que bate à nossa porta, podemos partilhar com estes nossos irmãos aquilo que os amigos nos vão oferecer. É apenas uma proposta de fraternidade que pode trazer alguma alegria, conforto e esperança a quem se viu obrigado a fugir da sua terra, das suas áreas de conforto e segurança.

Desejo um Santo e Feliz Natal, abençoado pelo Menino de Belém.

 
 
 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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