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Octávio Carmo Aura Miguel
José Manuel Pereira de Almeida
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Foto da capa: D.R. Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves, Carlos Borges Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Um mundo em mudança |
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Octávio Carmo Agencia ECCLESIA |
2015 foi um ano marcado por muitas mudanças, da vida política nacional ao fim da ‘indiferença’ da Europa face a fenómenos como o terrorismo ou a crise dos refugiados, que acabaram por chegar ao seu coração. A crise na Síria, a violência do Estado Islâmico e de outros fundamentalistas e os persistentes “problemas” do sistema financeiro foram outros pontos negros destes meses, que ainda assim deixam alguns sinais de esperança para o futuro, em termos de perspetivas de paz e da responsabilidade pela preservação da nossa casa comum, como se viu na Cimeira do Clima de Paris. A nível eclesial, 2015 fica marcado pelo debate alargado em volta das questões familiares, por força da segunda assembleia do Sínodo dos Bispos que o Papa promoveu. Em Portugal, foi tempo para a visita ‘ad Limina’ dos bispos, que ouviram elogios e recomendações de Francisco e das várias instituições da Santa Sé, indicações que serão fundamentais para moldar o futuro imediato nas várias dioceses. Sem que o rebentar de um novo ‘vatileaks’ tenha colocado em causa a sua popularidade, o Papa esteve verdadeiramente no centro do mundo ao lançar a sua encíclica ‘Laudato Si’, dedicada a questões ecológicas. Mais do que as questões técnicas sobre as alterações climáticas, esta carta magna aponta um novo rumo para a humanidade, com uma visão espiritual sobre a relação de cada pessoa com o planeta, à luz da fé no Criador. A misericórdia, tema fundamental no atual pontificado, surgiu depois como referência para |
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a celebração do terceiro ano santo extraordinário na história da Igreja Católica. Um Jubileu com o qual o Papa Francisco quer deixar a sua assinatura num momento conturbado a nível mundial, com uma mensagem de esperança e de revalidação do papel do Cristianismo. Num ano de guerras e atos terroristas, o Papa conseguiu fazer mensagens de paz, em particular numa histórica viagem a África e noutra igualmente
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memorável visita a Cuba e aos Estados Unidos da América, depois de ter ajudado ao ‘degelo’ nas relações destas duas nações. Já em janeiro, na Ásia, Francisco consolidou a sua dimensão universal, nas Filipinas e no Sri Lanka, confirmando-se como a voz do ‘Sul’ e das populações desfavorecidas no seu regresso à América Latina, onde passou pelo Paraguai, Equador e Bolívia. |
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BALANÇO 2015
2015: Desemprego e austeridade
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O diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social, o padre José Manuel Pereira de Almeida, afirma que o desemprego é um “problema adiado” e destaca consequências da austeridade no balanço de 2015. “O desemprego continua a ser problema adiado e o ânimo não é dos melhores”, começou por destacar “como relevante” o diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social. À Agência ECCLESIA, o sacerdote comenta que a austeridade “vivida” sobretudo no quotidiano das pessoas “foi pesada e a esperança” que era anunciada “pelos indicadores continuava a estar longe das pessoas e do concreto do dia-a-dia”. Neste contexto, o padre José Manuel Pereira de Almeida observa que o desemprego de longa duração “continuou a ser de longa duração” e existe uma geração entre os 40 e 50 anos que “vê a sua vida” com um ânimo “sem grande capacidade de se convencer que há possibilidades”. Na sua análise ao ano de 2015 em Portugal, as recentes alterações políticas no Parlamento ganham destaque em termos de “promessas |
de que alguma coisa parece mudar”, mas o sacerdote está expectante. “Suponho que não é isso que acontece no concreto da vida das pessoas”, acrescenta. No contexto do Ano da Misericórdia que a Igreja começou a viver, e termina em novembro de 2016, alerta que “não pode o Papa fazer e dizer umas coisas” e as pessoas agirem “como se nada fosse”. Para o padre José Manuel Pereira de Almeida, abertura da Porta Santa da Misericórdia tem de ter repercussões sociais e políticas: “Uma porta aberta por onde nós passamos e fazemos entrar e sair na liberdade aqueles com quem nós convivemos”. Ainda no âmbito da influência que a sociedade colhe da Igreja, o entrevistado distingue que 2015 foi marcado a nível global pela “viragem conseguida em Paris”, na Cimeira do Clima, com “consensos e acordos sobre o futuro do nosso planeta únicos na história” onde houve “influência” da Encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco. “Creio que o Papa sob o ponto de vista social e político é o evento universal de maior significado e para nós é |
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situação rara na história”, comenta o diretor nacional do serviço de Pastoral Social da Igreja Católica em Portugal. “O último ano jubilar [ano 2000], o Papa São João Paulo II sublinhou muito o perdão da dívida externa. Essa ideia do perdão e do recomeçar virarmo-nos para o futuro e não alicerçarmos o futuro numa cristalização do passado, creio que é o fundamental sob o ponto de vista
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social”, disse ainda o entrevistado, como desejo para 2016. Esta revista do ano de 2015 é transmitida no programa ECCLESIA da Antena 1, da rádio pública, na quarta-feira, às 22h45. Já no dia 31 de dezembro, à mesma hora, a equipa da Agência ECCLESIA transmite aos ouvintes os seus desejos para o novo ano de 2016, pouco antes das doze badaladas. |
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BALANÇO 2015
Visita «ad Limina»
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O jornalista Henrique Matos, da Agência ECCLESIA, considera que o ano de 2015 da Igreja Católica em Portugal ficou marcado pela visita ‘Ad Limina’ dos bispos portugueses ao Papa e aos organismos da Santa Sé, em setembro. “De sublinhar a palavra ‘debandada’ que o Papa referiu, comentando a situação da juventude que tantas vezes após o percurso inicial da sua formação cristã não tem continuidade no seio da Igreja e é um desafio pastoral”, salienta. Henrique Matos destacou seis acontecimentos de um ano que começou “sob os auspícios da vitória”, na Clericus Cup, uma competição europeia de padres católicos. “Esta competição, para além da inerência desportiva, é testemunho para a sociedade de que os padres também apostam no desporto e é lição de fair-play, de transmissão de mensagem cristã”, explicou Henrique Matos sobre o campeonato europeu de futsal de padres que Portugal venceu na Áustria. O Ano da Vida Consagrada, uma iniciativa mundial convocada pelo Papa Francisco, também teve ecos nacionais e “foi muito importante”. |
“É bom ter presente que grande parte da visibilidade de Igreja, grande parte do testemunho de Evangelho chega às pessoas pela presença das irmãs, dos missionários, de religiosos, de consagrados”, comenta o jornalista, especialista na temática religiosa.
A visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima às dioceses portuguesas é motivo de destaque: até maio de 2016 esta imagem vai percorrer Portugal continental e ilhas, numa iniciativa do Santuário de Fátima e da Conferência Episcopal Portuguesa. “A imagem tem cativado muitas pessoas, despertado as comunidades e atraiu multidões nas diversas iniciativas que têm acontecido”, analisa. Para Henrique Matos, merece também evidência os 40 anos do Centro de Reflexão Cristã, um “espaço de debate de ideias, de pensamento, de análise crítica independente” por cristãos que “sempre tiveram e querem ter” uma perspetiva mais aprofundada da realidade que habitam. “Querem ser atores e construtores de Igreja”, observa. |
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Segundo o jornalista da Agência ECCLESIA, a iniciativa ‘Escutar a cidade’, de movimentos, comunidades e organizações do Patriarcado de Lisboa no contexto da preparação para o Sínodo Diocesano, é motivo de realce em 2015.
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“Estes [leigos] chamaram diversas figuras, personalidades da nossa vida pública [crentes e não crentes] a pronunciar-se sobre a Igreja, a forma como está presente na sociedade e a leitura que fazem”, contextualiza Henrique Matos.
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BALANÇO 20152015 mostrou um Papa apostado em estar onde «o sofrimento é mais evidente» |
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A jornalista Aura Miguel elege as viagens do Papa a Africa e à América como dois momentos que marcaram a agenda da Igreja Católica em 2015, pelas implicações sociais, políticas e humanas que tiveram. Em entrevista à Agência ECCLESIA, a vaticanista destaca um “ano preenchido”, pontificado pelo impulso que Francisco deu à pacificação de alguns dos países mais desfavorecidos do continente africano, e ao “reatar das relações diplomáticas” entre os Estados Unidos da América e Cuba, depois de 50 anos de conflito. Na sua visita ao continente americano, em setembro último, o Papa argentino decidiu mesmo entrar no território através de Cuba. Um gesto que, para a jornalista, “foi muito simbólico” e ao mesmo tempo fez jus à imagem que Francisco tem construído desde que foi eleito em março de 2013. “Tudo o que seja ambientes onde o sofrimento é mais evidente, ou as dificuldades de vida são manifestas (…) as viagens dele também servem para chamar a atenção para deixarmos de ser indiferentes às necessidades dos outros”, aponta Aura Miguel. |
Foi nesse contexto que o Papa decidiu incluir na sua agenda uma viagem ao continente africano, ao Quénia, ao Uganda e à República Centro Africana, países seriamente ameaçados por problemas como a guerra, a pobreza e a fome.
“Quando os jornalistas achavam que iam acalmar na reta final do ano”, eis que foram novamente surpreendidos pelo empenho de Francisco em lutar contra “a globalização da indiferença”. Mesmo em territórios de conflito, em que “foi desincentivado a ir”, recorda a jornalista da Rádio Renascença. Em África, o Papa “foi a um bairro de lata gigante em Nairobi”, no Quénia, visitou “um campo de refugiados no Uganda” e numa iniciativa “fora do programa” da viagem, deslocou-se a uma escola localizada num dos “bairros problemáticos” de Bangui, a capital da República Centro Africana. Para Aura Miguel, que acompanhou todas estas iniciativas, Francisco deu um testemunho “extraordinário” que já mereceu “ecos da população e dos próprios líderes” africanos, em reconhecimento pelo “impulso” que o Papa deu a favor “da paz e do perdão”. |
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Foi em África que o Papa argentino realizou “uma coisa única na história da Igreja”, ao “antecipar a abertura da Porta Santa” do Jubileu da Misericórdia, que tinha início previsto para 8 de dezembro.
Num lugar que seria “o menos expetável”, a República Centro Africana, “mas onde verdadeiramente” era necessário “remeter para a capacidade de perdoar e para a misericórdia”, frisa a vaticanista, que acompanha o quotidiano da Santa Sé há quase 30 anos. A nível pessoal, 2015 vai ficar gravado na memória de Aura Miguel pela
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entrevista que fez ao Papa, em setembro. Um momento em que Francisco revelou “um estilo tão próximo e disponível” como o que demonstra quando “saúda os jornalistas a bordo do avião”. O pedido tinha sido feito durante a primeira viagem papal deste ano, que abrangeu as Filipinas e o Sri Lanka e teve resposta afirmativa meses mais tarde. “Ele tem esta faceta, de referência mundial e ao mesmo tempo uma paternidade extraordinária, e eu beneficiei disso”, recorda Aura Miguel. |
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Vaticano: as principais notícias de 2015
O Jubileu da Misericórdia, as viagens, a Encíclica Laudato Si, o Sínodo, as reformas da Cúria: o ano de 2015 foi um ano particularmente denso de eventos no Vaticano. Confira em ordem cronológica os principais factos e notícias que marcaram o ano de Francisco e da Santa Sé.
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Janeiro12 - Francisco parte para Sri Lanka e Filipinas 18 - Recorde de fiéis na missa presidida pelo Papa em Manila: 7 milhões de pessoas
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Fevereiro6 - Duches para os sem-abrigo são montados sob as colunas da Praça São Pedro
9-11 – Reunião com os cardeais do C9, para a reforma da Cúria Romana
14 - Francisco cria 20 novos cardeais durante o Consistório
21 - O Papa recebe Angela Merkel no Vaticano
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Março13 - Papa anuncia o Jubileu extraordinário da Misericórdia 21 - Papa em Nápoles fala de corrupção e encontra-se com monjas de clausura Abril2 - Quinta-Feira Santa, Francisco lava e beija os pés de 12 detidos, entre os quais uma criança 11- Publicada a Bula de convocação do Ano Santo 12 - O Papa fala do genocídio dos armênios 13-15 - Reunião com os cardeais do C9, para a reforma da Cúria Romana
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Maio16 - Pontífice recebe Abu Mazen, da Autoridade Nacional Palestina
Junho6 - Francisco visita Sarajevo como peregrino de paz 7 - Papa abre no Vaticano dormitório para sem-abrigo 8-10 - Reunião com os cardeais do C9 18 – Publicada a Laudato sì, a encíclica ecológica do Papa 22 - Pontífice em Turim para venerar o Santo Sudário. Encontro histórico com os valdenses |
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Julho
5 - Papa Francisco vai à América do Sul, para visitar Equador, Bolívia e Paraguai 26 - Apelo do Papa pela libertação do padre Dall’Oglio e dos bispos ortodoxos sequestrados na Síria
Agosto7 - Francisco: “Rejeitar os migrantes é um ato de guerra” 21 - Papa vai à missa na Basílica de São Pedro e senta-se entre os fiéis 28 - Morre Jozef Wesolowski, ex-núncio apostólico processado no Vaticano por pedofilia
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Setembro1 - Jubileu: sacerdotes poderão absolver pecado do aborto 6 - Apelo do Papa: “Cada igreja acolha uma família de migrantes” 8 - Processos mais rápidos para nulidades matrimoniais 19 - Papa visita a Cuba 22 - Francisco inicia viagem aos EUA e à sede da ONU. Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia
Outubro4 - Abertura do Sínodo sobre a Família 14 - Papa pede perdão pelos escândalos em Roma e no Vaticano 24 - Encerramento do Sínodo |
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Novembro2 - Detenções no Vaticano 8 - Vatileaks: “Roubar documentos é crime” 15 - Pesar de Francisco pela tragédia em Paris: “A violência em nome de Deus é uma blasfêmia” 25 - Papa visita a África, com etapas no Quénia, Uganda e República Centro-Africana 29 - Francisco abre a primeira Porta Santa em Bangui
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Dezembro8 - Abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. Francisco abraça Bento XVI Mil dias de pontificado 10-12 - Reunião com os cardeais do C9 13 - Papa abre a Porta Santa de S. João de Latrão 18 - Abertura inédita da Porta Santa da Caridade num albergue da Cáritas romana 25 - Urbi et Orbi: paz no Médio Oriente, Síria e Líbia 27 - Jubileu das Famílias
(FONTE: Rádio Vaticano) |
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O ano começou com o anúncio da criação de D. Manuel Clemente como cardeal. Dias depois, em Paris, um ataque contra o ‘Charlie Hebdo’ deu sinal do que seria um 2015 sangrento, também na Europa. O Papa Francisco realizou a sua segunda viagem à Ásia, onde canonizou um sacerdote português, São José Vaz, nascido em Goa, e bateu recordes com milhões de pessoas a acompanharem a sua visita às Filipinas.
O Porto recebeu o II Encontro Nacional de Leigos, com o tema “Recolocar o Homem no centro da sociedade, do pensamento e da vida”.
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O Papa nas Filipinas
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D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, tornou-se a 14 de fevereiro o 44.º cardeal da Igreja Católica em Portugal, Católica, numa cerimónia que decorreu na Basílica de São Pedro. Com ele foram também criados o primeiro cardeal cabo-verdiano, D. Arlindo Gomes Furtado, e o segundo moçambicano, D. Júlio Duarte Langa. Antes, o Papa Francisco reuniu-se durante dois dias com 160 cardeais de todo o mundo para debater a reforma da Cúria Romana. Em Portugal, ficou-se também a saber que Helena Lobato, da Diocese de Setúbal, tinha sido convidada pelo Papa para ser batizada no Vaticano, na Vigília Pascal.
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Papa Francisco cria cardeal D. Manuel Clemente
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O bispo das Forças Armadas, D. Manuel Linda, visitou a Mesquita Central de Lisboa como representante da Conferência Episcopal Portuguesa, num sinal de diálogo. Francisco completou dois anos de pontificado e a Igreja Católica promoveu um cara a cara entre Tolentino Mendonça e Daniel Oliveira para falar sobre a figura do Papa argentino.
No Vaticano, o Papa anuncia a decisão de proclamar um jubileu extraordinário que tem no seu centro a misericórdia de Deus. Ainda em março, Francisco visitou Nápoles e condenou a ação da Máfia.
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Santuário de São Bento da Porta Aberta, a nova basílica portuguesa
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A portuguesa Helena Lobato foi batizada pelo Papa na Vigília Pascal e classificou a experiência como um momento “gratificante a todos os níveis”, destacando a “tranquilidade” transmitida por Francisco. O Papa apresentou a bula ‘Misericordiæ Vultus’ (Rosto de Misericórdia), composta por 25 números. Em Fátima, os bispos portugueses estiveram reunidos em Assembleia Plenária, aprovando uma Nota Pastoral sobre a «Visita da Imagem Peregrina às Dioceses de Portugal» e um modelo de Estatutos para os Centros Sociais Paroquiais. O Papa Francisco foi dos primeiros a levantar a voz após a nova tragédia no Mediterrâneo que matou mais de 800 imigrantes que viajavam com destino à Itália. Um conjunto de organizações da Igreja Católica em Portugal manifestou a sua “consternação e indignação” face a este drama humano.
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A Igreja Católica em Portugal celebrou o Fátima Jovem e a Semana da Vida, no mês em que milhares de peregrinos rumaram à Cova da Iria, numa peregrinação presidida pelo arcebispo de Aparecida (Brasil), cardeal Raymundo Damasceno Assis. No Vaticano, o Papa recebeu o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, presente no Vaticano para acompanhar a canonização de Maria de Jesus crucificado e Maria Alfonsina Danil Ghattas. O arcebispo Oscar Romero (1917-1980), que o Papa Francisco reconheceu como “mártir”, foi proclamado beato numa cerimónia que reuniu centenas de milhares de pessoas na Praça do Divino Salvador do Mundo, em El Salvador.
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13 de maio em Fátima
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Junho foi o mês da publicação da aguardadíssima ‘Laudato si’, a encíclica de Francisco que propõe uma mudança de fundo na relação da humanidade com o meio ambiente, alertando para as consequências já visíveis do aquecimento global e das alterações climáticas. O Papa visitou Sarajevo, com uma mensagem de paz, e rezou diante do Santo Sudário, em Turim. Portugal recebeu o presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, D. Joseph Coutts, evocando a perseguição contra os cristãos nestes país.
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Enciclica «Laudato si»
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O mês de julho ficou marcado pela viagem do Papa à América Latina, a segunda do pontificado e a primeira a países de língua hispânica, com passagens pelo Equador, Bolívia e Paraguai. Em Braga, o Santuário do Bom Jesus foi elevado a Basílica, um reconhecimento do papel deste local enquanto exemplo de ação litúrgica, espiritualidade e acolhimento. As dioceses de Setúbal e Santarém celebraram o seu 40.º aniversário e Portugal viu partir Maria Barroso, falecida aos 90 anos.
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O Papa Francisco na América Latina
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O tradicional mês de férias não representou uma paragem na vida da Igreja Católica em Portugal, a começar pelo Festival Jota, de música cristã, no Algarve, e pela peregrinação dos migrantes a Fátima. D. José Ornelas, antigo superior geral dos Dehonianos, foi nomeado por Francisco como sucessor de D. Gilberto Reis, na Diocese de Setúnal No Vaticano, o Papa prosseguiu com as audiências semanais e as orações dominicais do ângelus, numa agenda mais reduzida, e em Taizé, França, a comunidade ecuménica fundada pelo irmão Roger viveu um mês de festa.
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Peregrinação Internacional de agosto a Fátima
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Setembro começou com a visita ‘ad Limina’ dos bispos portugueses, uma sucessão de encontros com o Papa e as instituições da Santa Sé acompanhada de perto pela Agência ECCLESIA. O mês ficou marcado também pela histórica do Papa Francisco a Cuba e aos Estados Unidos da América, com passagens pela sede da ONU, encerrando depois o Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia. Já no final do mês, o Papa nomeou como bispo coadjutor da Diocese de Angra D. João Lavrador, até então auxiliar no Porto.
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A visita Ad Limina
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O Papa presidiu aos trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família e disse que as três semanas da assembleia magna abriram “novos horizontes” na vida da Igreja, que recusam uma linguagem condenatória. Simbolicamente, Francisco canonizou os pais de Santa Teresinha. Em relação a um dos temas mais polémicos do encontro, os participantes no Sínodo dos Bispos propuseram um “caminho de discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente, no relatório final dos trabalhos. Em Setúbal, a diocese acolheu a cerimónia de ordenação e de tomada de posse do novo bispo, D. José Ornelas.
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Sínodo dos Bispos 2015
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Novembro marcou o regresso do ‘vatileaks’, mas os alegados escândalos em volta das finanças da Santa Sé não ensombraram a notável viagem do Papa Francisco a África, com destaque para a passagem pela República Centro-Africana. Em Portugal, D. João Lavrador tomou posse como bispo coadjutor de Angra. No plano político, assistiu-se a uma sucessão de governos, após as legislativas, com os bispos a pedir que se tivesse em conta o bem comum e não os interesses partidários.
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O Papa Francisco em África
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O dia 8 de dezembro marcou o início do Jubileu da Misericórdia, com a abertura da Porta Santa no Vaticano, gesto que se repetiu simbolicamente nas catedrais de todo o mundo, cinco dias depois. Na sua tradicional mensagem de Natal, ‘urbi et orbi’, o Papa denunciou as “atrocidades” que afetam as populações dos países em guerra em todo o mundo e pediu à comunidade internacional que responda às necessidades de quem mais sofre. Os bispos portugueses questionaram o modo como foram aprovadas na Assembleia da República a adoção de crianças por uniões de pessoas do mesmo sexo e as alterações à lei do aborto.
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Abertura da Porta Santa no Vaticano
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