04 - Editorial:

   Paulo Rocha

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Opinião:
   D. Pio Alves

22 - Semana de..

    Carlos Borges

24 - Dossier

   Dia Mundial do Doente

26 - Entrevista

   Padre Carlos Azevedo
 

 
 

50 - Multimédia

52 - App Pastoral

54- Estante

56 - Concílio Vaticano II

58- Agenda

60 - Por estes dias

62 - Programação Religiosa

63- Minuto Positivo

64 - Liturgia

66 - Vida Consagrada

70 - Jubileu da Misericórdia

72 - Fátima 2017

76 - Fundação AIS

78 - Lusofonias

Foto da capa: D.R.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
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Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

 

Dia Nacional da UCP


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Papa de braços abertos à China

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Dia Mundial do Doente

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D. Pio Alves | Paulo Rocha| José Manuel Pereira de Almeida | Marine Antunes | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernando Cassola Marques | Carlos Borges | Bento Oliveira

 

Fátima é mais do que um lugar

  Paulo Rocha   
  Agência ECCLESIA  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entre o mês de maio de 2015 e o de 2016, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima está a percorrer todas as dioceses de Portugal. Uma iniciativa que se insere no itinerário de preparação para a celebração do centenário das Aparições na Cova na Iria, cujo programa de atividades e princípios orientadores de um conjunto de iniciativas, religiosas, culturais e artísticas, foram apresentados detalhadamente nos últimos dias.

A presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima em todo o território português tem sido um “despertador” de convicções religiosas de mulheres e homens, grupos e comunidades. Tanto na visibilidade dos itinerários de rua como nos encontros junto de colaboradores e utentes de muitas instituições, nos templos e nas prisões, nos lugares de fé e nos mais variados ambientes do 

 

 

quotidiano, a passagem da Imagem Peregrina tem revelado marcas de uma identidade que o tempo não apaga! Mesmo nas circunstâncias em que não é manifestada e até absorvida por opiniões aparentemente dominantes na praça pública.

Nesta como noutras peregrinações com Maria, a capacidade de convocar multidões é sempre motivo entusiasmo e espanto. Entusiasmo naqueles que ousam seguir um itinerário que acontece num ambiente de luz, no simbolismo de pequenas velas e na luminosidade em que se transformam percursos de vida, e espanto provocado pela distância e escuridão gerada pela recusa dessa experiência.

A celebração do Centenário das Aparições de Fátima é uma oportunidade para novas partilhas dessa história, desde os acontecimentos fundantes. 

 

Agora, também pela arte, a música, a imagem, o digital. Tudo para que “nenhum peregrino se sinta excluído”. É com essa determinação que o reitor do Santuário de Fátima se refere ao programa que vai assinalar o centenário, em 2017, com o objetivo de “proporcionar ao peregrino uma experiência feliz de Fátima”, que se estende, cada vez mais, a todos os locais onde a Mensagem se celebra, vive e recria.

O ambiente do Santuário da Cova da Iria não é exclusivo de um local, mas de uma pessoa, Maria, e de uma experiência, Deus que é Mãe. Fátima vive-se, por isso, em muitos locais, em todos os lugares onde vibram os desafios de uma Mensagem, que impossibilita a indiferença a quem ousa aproximar-se, acender uma vela, iniciar o percurso de um peregrino. Em todos os recantos do mundo como nos de Portugal.

Fátima é mais do que um lugar, é uma luz!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, na divulgação das previsões económicas da Comissão Europeia, Bruxelas, 04.02.2016

@Lusa  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Nos últimos dias, nas últimas horas, e mesmo nos últimos minutos, as autoridades portuguesas fizeram propostas que vão no bom sentido, mas que devemos ainda analisar em detalhe”

Pierre Moscovici, Comissário europeu dos Assuntos Económicos, Bruxelas, 04.02.2016

 

“É muito importante que se chegue a um entendimento com a Comissão Europeia sobre o próximo Orçamento por uma razão fundamental: porque Portugal é um país que depende muito do estrangeiro, em particular no financiamento, nas exportações e no investimento",

Aníbal Cavaco Silva, presidente da República Portuguesa, Rio Maior, 03.02.2016

 

“Nós teremos um orçamento responsável, que cumpre todos os compromissos que assumimos com os portugueses” e os “celebrados entre os partidos que asseguram a viabilização e o apoio ao Governo”

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, Évora, 03.02.2016

 

“Convoco cada um de vocês para lutarmos juntos contra a propagação do mosquito transmissor do vírus zika. Este vírus, de presença recente no Brasil e na América Latina, deixou de ser um pesadelo distante para se transformar em ameaça real aos lares de todos os brasileiros”

Dilma Rousseff, presidente do Brasil, Brasília, 03.02.106

 

 

Instituto de Estudos da Religião
é nova aposta da UCP

 

A reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP) revelou à Agência ECCLESIA que a instituição académica decidiu criar um Instituto de Estudos da Religião, atualmente em “fase de instalação”. “Temos um sonho que está a concretizar-se, através de um grupo de professores que estão a estudar a montagem do Instituto

 
 

de Estudos da Religião”, disse Maria da Glória Garcia, durante uma entrevista a respeito do Dia Nacional da UCP, que se celebra este domingo.

“Muito esperamos dele para agitar a sociedade portuguesa no diálogo das religiões”, acrescentou.

A reitora espera que o Instituto seja “uma grande instituição” dentro

 

 

  

da UCP, agregado à única Faculdade de Teologia em Portugal.

Segundo Maria da Glória Garcia, o núcleo de Estudos da Religião vai ter uma “forte” componente de investigação e de ensino ao nível das pós-graduações. “É um sonho que queremos realizar ao longo deste ano”, insiste.

O trabalho passa ainda pela “aliança estratégica” que a UCP tem procurado criar com quatro instituições internacionais: as Universidades de Notre Dame (EUA), do ‘Sacro Cuore’ (Itália), de Ramon Llull (Barcelona, Espanha), e a Pontifícia do Rio de Janeiro (Brasil).

O próximo Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa, a 7 de fevereiro, vai ser inspirado na encíclica ‘Laudato si’, em que o Papa destaca o contributo da Educação para a difusão de um novo modelo de vida e de relação com a natureza. 

 

 

“É um Papa que tem iluminado os nossos caminhos, porque tem uma enorme atenção aos pormenores”, assinala Maria da Glória Garcia, para quem é necessário promover o “casamento entre conhecimento e sabedoria”.

A reitora da UCP frisa que apesar dos resultados obtidos nas avaliações internacionais, o objetivo não passa por trabalhar “para rankings”, mas sim “cumprir da melhor forma” a missão de educar.

O Dia Nacional da Universidade Católica Portuguesa é assinalado como habitualmente no primeiro domingo de fevereiro e vai estar em destaque na emissão do programa ‘70x7’ (RTP2, 13h30) precisamente no próximo dia 7. O peditório deste ano para o Dia Nacional da UCP foi destinado à criação de bolsas de estudo para a Faculdade de Teologia.

 

O futuro no Mar

A UCP faz parte da ‘MARE STARTUP – Centro de Ciências do Mar e Ambiente’, com a Universidade de Lisboa, um projeto que conta com mais de 600 investigadores. “Há muito pouco trabalho científico sobre o Mar e sobre as propostas que podemos fazer em termos ambientais para o futuro”, lamenta Maria da Glória Garcia.

Para a reitora da UCP, Portugal tem a “responsabilidade” de saber responder aos desafios que estes setores do Mar e do Ambiente colocam.

 

 

D. Nuno Almeida
foi ordenado bispo em Viseu

O bispo de Viseu presidiu este domingo na Sé local à ordenação episcopal de D. Nuno Almeida, novo bispo auxiliar de Braga, destacando o seu “rico testemunho” como sacerdote ao longo de quase 30 anos junto da comunidade viseense.

Na sua homilia, D. Ilídio Leandro considerou a nomeação, por parte do Papa Francisco, de um pastor da sua diocese para a missão episcopal como uma bênção para a população local. O prelado sublinhou ainda que a missão de bispo implica “ir até às periferias para encontrar quem se afastou, quem anda perdido ou quem, por outras experiências, se foi afastando da Casa do Pai”.

Na parte final da celebração, o novo bispo português deixou uma mensagem à Arquidiocese de Braga. ""Reafirmo a disponibilidade para vos servir o mais possível ao jeito de Cristo, participando ativamente no belo trabalho de evangelização que está em marcha. A partir do próximo dia 10 de fevereiro (Quarta-feira de Cinzas) estarei inteiramente ao vosso serviço", sublinhou D. Nuno Almeida.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, no

 

dia da sua ordenação episcopal, o prealdo sublinhou que entrar numa “arquidiocese tão vasta”, com 551 paróquias e 850 mil habitantes, implica “um sim empenhado”. Mostrou-se ainda apostado em levar “ao coração das comunidades” uma “esperança e alegria sempre maior”, na linha do Ano da Misericórdia que a Igreja Católica começa a viver.

“Num mundo em que parece que a solução normal para os conflitos é quase a via armada ou sempre o litígio, a fé cristã tem uma outra proposta, que tem a ver com o perdão, com um caminho que se faz de ressurreição”, apontou.

D. Nuno Manuel dos Santos Almeida tem 53 anos e é natural do Concelho do Satão, na Diocese de Viseu.

 

 

 

Basílica de Nossa Senhora do Rosário reabriu ao culto

O bispo de Leiria-Fátima presidiu no dia 2 à Eucaristia de reabertura ao culto da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, na Cova da Iria, onde deixou um alerta para as consequências da perda de “dimensão transcendente” na Europa.

Na homilia da celebração, perante centenas de pessoas, D. António Marto falou da necessidade de “despertar no mundo distraído e indiferente uma abertura do coração ao Deus misericordioso, à dimensão transcendente da vida”. “Sem ela, a Europa e a nossa sociedade portuguesa correm o risco de perder o espírito humanista e fraterno, como estamos a verificar em relação à atitude face ao drama dos refugiados”, advertiu o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

A celebração, durante a qual foi dedicado o novo altar, decorreu no Dia do Consagrado, contando com a participação de membros das várias congregações religiosas presentes em Fátima, que renovaram os seus votos.

D. António Marto convidou os presentes a “colaborar” com a misericórdia de Deus “na reparação do pecado do mundo”. “A dedicação do altar também nos interpela 

 

a participar nesta oferta com aquele mesmo pedido que Nossa Senhora aqui fez aos Pastorinhos: ‘Quereis oferecer-vos a Deus?’”, declarou.

Segundo o bispo de Leiria-Fátima, “Deus procura colaboradores em favor dos outros para a transformação do mundo e pede uma resposta também hoje e aqui”, a fim de “vencer o ódio e a violência”.

O prelado falou do “feliz entrosamento” entre o ano da Vida Consagrada, que hoje se conclui, e o Jubileu da Misericórdia, que veio “fazer sobressair a Vida consagrada como um dom precioso para a Igreja e para o mundo”. Nesse contexto, apresentou o trabalho de consagrados e consagradas como “escola privilegiada da ternura e da misericórdia de Deus” para um mundo “tão ferido, dilacerado".

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Santuário apresenta novo espaço de oração junto dos túmulos dos Pastorinhos

 

 

 

Ordenação episcopal de D. Nuno Almeida 

 

 

 

Papa confessa admiração pela China
e abre portas ao diálogo com Pequim

 

O Papa Francisco confessou a sua “admiração” pela China, numa entrevista exclusivamente dedicada a este país, e pediu que o Ocidente não tenha “medo” de Pequim. “A China sempre foi para mim uma referência de grandeza, um grande país, mas mais do que um grande país é uma 

 

 

grande cultura, com uma sabedoria inesgotável”, refere o pontífice argentino, em declarações divulgadas pela ‘Asia Times’.

Francisco revela que esta “admiração” remonta à sua infância e aumentou quando estudou a vida e obra do jesuíta italiano Matteo Ricci 

 

 

 

(Macerata, 1552-Pequim, 1610), missionário no Oriente. “Vi como este homem sentiu a mesma coisa do que eu, admiração, e como foi capaz de entrar em diálogo com esta grande cultura, com esta sabedoria ancestral”, prosseguiu.

Neste sentido, o Papa diz que a Igreja Católica tem a necessidade de “entrar em diálogo” com a sabedoria chinesa, aconselhando o Ocidente a não olhar para o crescimento do país asiático com “medo”. “O mundo ocidental, o mundo oriental e a China têm todos a capacidade de manter um equilíbrio de paz e a força para o fazer: temos de encontrar o caminho, sempre através do diálogo”, defende.

Em vésperas do Ano Novo chinês, Francisco dirige uma saudação ao presidente Xi Jinping e a todo o povo da China. “Quero manifestar o meu desejo de que nunca percam a sua consciência história de serem um grande povo, com uma grande história de sabedoria, que tem muito a oferecer ao mundo”, declarou.

“Neste Ano Novo, com esta consciência, que possam avançar para ajudar e cooperar com todos no cuidado da nossa casa comum e dos nossos povos”, acrescentou.

O ano novo lunar começa no próximo dia 8, sendo celebrado por milhões de pessoas, tanto no Extremo Oriente como em várias comunidades 

 

asiáticas espalhadas pelo mundo, sobretudo chineses, coreanos e vietnamitas.

Em setembro de 2015, o Papa admitiu o desejo de visitar a China, país com o qual pretende construir “boas relações”. “Amo o povo chinês e espero que haja a possibilidade de ter boas relações. Estamos em contacto, falamos, avançamos”, disse aos jornalistas, no voo de regresso dos Estados Unidos da América.

Francisco recordou que já na sua viagem à Coreia do Sul, tinha manifestado essa vontade de ir à China. “Para mim, visitar um país amigo como a China, que tem tanta cultura e tantas oportunidades de fazer bem, seria uma alegria”, confessou.

O pontífice argentino foi o primeiro Papa a sobrevoar o espaço chinês, em agosto de 2014, tendo nessa ocasião enviado duas mensagens ao presidente Xi Jinping, pedindo que Deus abençoasse o país asiático.

O regime de Pequim criou em 1957 a Associação Patriótica Católica (APC) para evitar interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado. O Vaticano considera ‘ilegítimos’ os bispos que receberam jurisdição da APC, sem autorização do Papa.

 

 

Justiça, misericórdia e o coração de Deus

O Papa Francisco explicou que “não há contradição” na Bíblia quando apresenta Deus como “a misericórdia infinita e a justiça perfeita” porque a primeira leva ao “verdadeiro cumprimento” da justiça, na catequese da audiência pública que decorreu esta quarta-feira no Vaticano. “Pode parecer que há duas realidades que se contradizem mas na realidade não é assim, porque é a misericórdia de Deus que enche a verdadeira justiça”, disse.

Aos mais de 15 mil fiéis e turistas na Praça de São Pedro, o Papa explicou que se deve “deixar para trás o pobre conceito de justiça” e abrir o coração “à infinita misericórdia de Deus”: “Nunca se cansa de nos perdoar, para que possamos buscar a reconciliação com todos, a começar pelos nossos familiares”.

Neste contexto, Francisco assinalou que existe a “justiça retributiva”, que manda dar a cada um o que lhe é devido, que “leva a condenar quem comete um delito”, mas alertou que “não é uma justiça perfeita” porque não vence realmente o mal, “apenas contém o seu avanço”. “Na Bíblia, aprendemos outra forma de fazer justiça. Não é através da punição,

 

 do tribunal, mas do perdão que apela à consciência para conduzir à conversão”, observou.

Este, acrescentou Francisco, é o caminho para “resolver os conflitos” nas famílias, nas relações entre cônjuges ou entre pais e filhos, “onde os amores feridos culpado e quer salvar o relacionamento que ele se liga a outra”.

Segundo o Papa, este “é um caminho difícil” onde ofendido “ama o culpado” e quer salvá-lo e destaca que só quando o culpado reconhece o mal e muda de vida “é que a justiça triunfa”. “Em Jesus, a misericórdia se fez carne e a verdadeira justiça alcançou a plenitude: fomos perdoados, chamamos a Deus de Pai e, por isso, devemos perdoar àqueles nos ofendem como Ele nos perdoou”, desenvolveu.

 

 

 

Papa recorda clima de violência e narcotráfico no México

O Papa concedeu uma entrevista à agência Notimex, antecipando a viagem que vai realizar ao México de 12 a 17 de fevereiro, alertando para o clima de violência e os problemas ligados ao tráfico de drogas. “O México da violência, o México da corrupção, o México do tráfico de drogas, o México dos cartéis não é o México que a nossa Mãe quer; eu não quero esconder nada disto, pelo contrário, mas exortar-vos à luta de todos os dias contra a corrupção, o narcotráfico, a guerra, a desunião, o crime organizado”, disse Francisco, em declarações divulgadas pelo Vaticano.

O terceiro Papa a visitar o México sublinha a “riqueza da fé” deste que é um dos países com mais católicos no mundo e apresenta-se como “peregrino”, em particular do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe.

Francisco pede mesmo o “favor” de o deixarem estar “um momento a sós” diante da imagem da padroeira da América Latina.

A 12ª viagem internacional do pontificado inclui passagens pela Cidade do México, Ecatepec, Tuxtla

 

 
Gutiérrez e San Cristóbal de Las Casas (Chiapas), Morelia e Ciudad Juárez, junto à fronteira com os EUA.

O último Papa a visitar o México foi Bento XVI, em março de 2012, mas o agora Papa emérito não visitou o Santuário de Guadalupe para evitar os efeitos da altitude; João Paulo II esteve no México em 1979, 1990, 1993, 1999 e 2002.

Francisco refere que o povo mexicano tem a sua parte de “guerra” e sofrimento por causa da violência e do “crime organizado”, pelo que quer rezar com a população para que se encontrem soluções.

A Notimex recolheu perguntas de 33 mexicanos em cidades de 10 estados do país e apresentou-as ao Papa em forma de entrevista coletiva virtual.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

Cuidadores dos doentes

  D. Pio Alves    
  Presidente da Comissão   

  Episcopal da Cultura ,   

  Bens Culturais e    

  Comunicações Sociais   

 
 

Celebra-se no próximo dia 11 a XXIV Jornada Mundial do Doente. Na sua Mensagem para este dia, o Papa Francisco dedica uma atenção especial a quem cuida dos doentes. Fala da “ternura que se torna presente na vida de tantas pessoas que acompanham os doentes e sabem individuar as suas necessidades, mesmo as mais subtis, porque vêem com um olhar cheio de amor”.

De facto só o amor, que nasce da “cultura da vida”, pode explicar o heroísmo, vivido com naturalidade à cabeceira de doentes, tantas vezes, anos a fio: protagonizado por esposos, pais, filhos, avós, netos, empregados.

Além de um maravilhoso exemplo de dedicação, de generosidade, de gratidão, de amor traduzido em obras, estes gestos, habitualmente escondidos do grande público, ajudam-nos a concluir que a Humanidade continua a viver a humanidade; que o desprezo pela vida (em gestação, no seio materno, ou fragilizada pela idade ou pela doença), apregoado pelos amplificadores sociais, é uma falsa notícia: camuflada por supostos avanços sociais que não são mais que velha barbárie.

O Papa Francisco, na sua recente entrevista O nome de Deus é Misericórdia (p. 74), ao comentar o Evangelho de Marcos (1, 40-45), escreve que “a Lei que impunha a marginalização sem piedade ao leproso tinha como objectivo evitar o contágio”. E acrescenta: “era necessário proteger os saudáveis”. Consciente ou inconscientemente, detrás de supostos direitos da mulher ou da falsa compaixão por quem sofre o que está em causa (sejamos

 

 

 

 

 

 claros!) é um novo modo de “proteção dos saudáveis”.

Voltando de novo à entrevista do Papa Francisco (p. 73): “Mais uma vez, como em muitas outras páginas dos Evangelhos, vemos que Jesus não fica indiferente, mas sente compaixão, deixa-se envolver e ferir pela dor, pela doença, pela necessidade de quem encontra. Não foge”.

São assim os muitos e muito generosos cuidadores dos doentes:

 

 não fogem, têm coração e, por amor, deixam-se envolver. E, quando se assumem como discípulos de Jesus Cristo, sabem que a sua heroica dedicação e a dor dos doentes transcende o imediato e têm a marca da Cruz libertadora do Mestre.

Em nome de quem já não tem, ou ainda não tem, voz ou gestos para agradecer: obrigado por esta silenciosa lição de humanidade!

 

 

Pequenos gestos…

  Carlos Borges  
  Agência ECCLESIA   

 

Diz a sabedoria popular que os pequenos gestos mudam o mundo ou pelo menos podem sempre mudar o mundo de quem os faz e de quem os recebe. Nesta “semana de…” relembro dois pequenos gestos na carreira 781. Não, não é um autocarro da aldeia mas o expresso da Carris que sai do Cais do Sodré e pára ali umas ruas abaixo, a cerca de 5 minutos da CEP. Não, ninguém se levantou para dar lugar a uma pessoa idosa, mulher grávida ou com crianças ao colo.

Foi logo de manhã, quando os sentidos ainda estão adormecidos e a maior parte das vezes cada um vai quieto no seu canto que uma senhora, com idade para ser avó, ia com alguma dificuldade a sair do autocarro. À sua frente uma jovem, com idade para ser sua neta, sai primeiro e pára. Voltou-se para o autocarro e ficou à espera, não do próximo, mas caso fosse preciso ajudar.

Por fim, o pequeno gesto, laços e afetos ao despedir-se com um sorriso, não sem antes aconchegar o xaile à idosa de pele mimosa porque o dia era de vendaval.

Do vendaval da manhã para o temporal da noite, não no autocarro mas numa paragem, não muito bem iluminada, e se um estranho ouvir a sua conversa e oferece-se para lhe emprestar o telemóvel. Confesso que não julgava ser possível esta disponibilidade sem ser um caso de emergência.

A situação podia ser relatada como normal onde alguém está a falar ao telemóvel e diz para o outro lado da linha algo como “agora não lhe vou poder ligar, não tenho saldo”. Depois, desliga. Por fim, na minha opinião, o pequeno gesto, uma das outras 

 

 

pessoas que também espera pelo autocarro disponibiliza o seu smartphone para fazer a tal chamada…

O Evangelho de São Lucas (5,1-11) deste domingo fala de redes e de gestos. Não as redes que dão sinal aos telemóveis e o gesto não foi pequeno afinal foram precisos mais barcos e homens para ajudar na faina.

“’Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca’, diz Jesus a Simão, que mesmo depois de ter andado a noite toda no mar sem pescar nada, lançou-as porque foi o Senhor que lhe pediu.

“’Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens’. Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus”, relata a liturgia.

Também neste domingo, os 

 

consagrados de Portugal vão peregrinar a Fátima para assinalar o fim do Ano da Vida Consagrada. Eles que um dia deixaram tudo para segui-Lo e serem pescadores de homens e mulheres e na diversidade de carismas ajudam a Igreja, a sociedade e o mundo a serem melhores através de pequenos gestos, nem sempre conhecidos, em diversas periferias ou no meio da cidade em áreas como a educação/ensino, a saúde, o apoio aos marginalizados.

Os consagrados em Portugal são cerca de 6100, seculares 450, há 99 congregações femininas, 33 masculinas, 19 institutos seculares e 419 pessoas em formação, segundo dados da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP).

 

 

 

 

 

DIA MUNDIAL DO DOENTE

A Igreja Católica celebra anualmente

a 11 de fevereiro, memória de Nossa Senhora

de Lourdes, o Dia Mundial do Doente.

A data está no centrodesta edição do

Semanário ECCLESIA, com entrevistas

ao padre Carlos Azevedo, capelão no

Hospital Dona Estefânia - onde morreu
a Beata Jacinta - e a Bernardo Pinto Coelho,

conhecido pela sua luta contra a esclerose

lateral amiotrófica. Nestas páginas pode

ainda encontrar duas visões sobre o cancro,

a mensagem do Papa e do coordenador

nacional da Pastoral da Saúde, para além

do testemunho de dois seminaristas

sobre a importância da formação neste

campo na sua caminhada rumo ao sacerdócio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ser consolação e esperança 

quando o sofrimento vai ao limite

O padre Carlos Azevedo partilhou com a Agência ECCLESIA o seu dia-a-dia como capelão no hospital pediátrico Dona Estefânia, em Lisboa

 

Entrevista conduzida por José Carlos Patrício

 

Agência ECCLESIA (AE) – Quando é que a missão de capelão entrou na sua vida?

Padre Carlos Azevedo (CA) – Foi há cerca de 13 anos, depois de oito anos como pároco em vários locais do país. Comecei como padre na Lourinhã, integrado numa equipa com outros sacerdotes. Depois passei para a zona das Caldas da Rainha, onde tive quatro comunidades, Couto, Serra do Bouro, Foz do Arelho e Nadadouro.

Ali estive cinco anos e depois fui nomeado aqui para capelão hospitalar do Hospital Dona Estefânia.

Sempre houve muita preocupação e um grande carinho em relação a esta casa, por parte dos patriarcas de Lisboa, os que fui acompanhando, D. António Ribeiro, D. José Policarpo e mesmo o nosso atual patriarca, D. Manuel Clemente.

Pelo cuidado próprio que a pediatria nos merece, mas também pela 

 

razão lógica de aqui ter passado a beata Jacinta Marto.

Na altura não vim só para esta missão, vim também para outras missões aqui em Lisboa, também estudar, na altura fiz alguma formação em terapia familiar, interessava-me estar mais por Lisboa para poder otimizar esta parte da formação intelectual.

 

AE – Lidar com doentes, neste caso sobretudo crianças, o que é que isso exige a um sacerdote?

CA – A nossa vida cá dentro do hospital, e todo o processo de acompanhamento das crianças e das famílias, e dos profissionais e voluntários, porque estamos para toda esta comunidade hospitalar, foi sofrendo ao longo dos anos algum aprofundamento.

Hoje, muita da nossa ajuda tem que ver com os momentos muito agudos de sofrimento, más notícias, a morte 

 

 

 

das crianças e o acompanhamento do luto, também ajudar todo o corpo clínico, na gestão destas questões.

Nesse sentido, a missão de capelão exige antes de mais, muito equilíbrio pessoal, percebemos que há um momento para nos darmos mas também momentos para nos restabelecermos e reequilibramos.

 

 

 

 

 

 

 

CA - Hoje programamos o nosso trabalho mas também o nosso descanso e toda a parte que diz respeito ao nosso suporte espiritual, a nossa vida de oração e relacional.

Para que possamos lidar com as situações como aquelas que encontramos, o sofrimento das crianças, que na sua inocência acabam por nos tocar até ao limite.

Penso também que não seria tão possível ter esta missão se fosse pai. Com certeza não conseguiria aguentar tão bem.

Outra coisa é percebermos que, 

 

 

 

para além de toda a parte humana, é preciso haver muita competência.

A formação de um capelão é essencialíssima, não basta ter boa vontade para ajudar, é preciso saber. E creio que, nesse sentido, tem havido da parte da Igreja Católica um enormíssimo investimento.

Que nos permitiu não só juntar a dinâmica da espiritualidade, que já nos constituía, à formação e a um sem número de competências que são muito importantes para este serviço.

 

 

 

 

 

AE – E o trabalho com as crianças, como é que o capelão, o sacerdote, pode ajudá-las a perceber a situação em que se encontram?

AC – Nós aqui temos maioritariamente bebés, e não é fácil nesse aspeto. Muitas vezes a nossa interação concretiza-se mais no auxílio às famílias, ou seja, não é um trabalho tão direto.

Claro que também rezamos, e este sentido de missão aqui é muitíssimo importante. Trazer Deus todos os dias para esta casa, através das celebrações eucarísticas, depois ir percebendo aquilo que, dentro da própria espiritualidade da criança, é o apoio necessário.

Temos aqui neste hospital uma particularidade muito interessante, que é um índice de batismos enorme, não só porque as crianças estão em situação de morte, mas porque estão mal e não podendo fazer muito mais por elas, pedimos a Deus que as acompanhe de uma forma assim mais forte e efetiva, através dos sacramentos.

Batizamos recém-nascidos com 400, 450 gramas, até crianças e jovens 

 
Aqui na capelania damos formação em gestão das perdas, em gestão do stress, do esgotamento, para situações de sofrimento mais extremo. Temos também frequentemente momentos de formação espiritual, com retiros abertos à comunidade hospitalar.

 

 

praticamente já em idade adulta, 17 ou 18 anos.

Procuramos estar muito próximos, ter sempre também uma equipa de voluntários que nos vai ajudando não só na animação mas a prover todas as necessidades que possam passar por nós.

Aqui na capelania damos formação em gestão das perdas, em gestão do stress, do esgotamento, para situações de sofrimento mais extremo. Temos também frequentemente momentos de formação espiritual, com retiros abertos à comunidade hospitalar.

 

 

 

 

AE – Costuma dizer-se que é nestas situações mais difíceis que as pessoas mais se voltam para Deus. Testemunhou casos destes?

CA – É verdade, muitas vezes as pessoas aproximam-se de Deus para pedir, para implorar, para agradecer. Há aqui um sentido muito bonito também cá na casa, de gratidão sempre muito forte, por tudo aquilo que são as superações.

Mas frequentemente a relação que as pessoas têm com Deus é de revolta, algo que nos habituámos também a gerir de uma forma positiva, porque muitas vezes a revolta é o primeiro ato de fé verdadeira.

É a primeira vez que as pessoas finalmente passam a ter uma relação direta com Deus, uma relação muito pessoal, muito viva. De repente, mesmo que seja para nós ralharmos com Deus, ele passa a estar lá. E isto é uma verdadeira atitude de fé.

Eu costumo dizer que é tão importante estimular esta relação de revolta para com Deus como o contrário, porque creio que Deus aguenta.

Se a revolta for dirigida aos médicos, aos enfermeiros, aos auxiliares, ou até dentro do próprio núcleo familiar, a algum dos membros, isto torna o processo muito mais difícil.

 
 
Muitas vezes as pessoas aproximam-se de Deus para pedir, para implorar, para agradecer. 

 

 

 

AE – É por isso que a missão do capelão não termina com o desfecho da doença, seja de melhoria ou de perdão, e prossegue mesmo fora do hospital?

AC – Sem dúvida, nós temos famílias que acompanhamos há 13 anos, que perderam aqui os seus filhos e continuam todos os anos a vir aqui celebrar as suas vidas, acreditando que o amor não acaba com a morte e que a vida continua.

Grande parte da comunidade que se junta aqui ao sábado, para a nossa missa vespertina, é precisamente constituída por pais que tiveram crianças que partiram daqui.

E outros cujos filhos superaram a doença, mas que continuam muito ligados aqui à casa, inclusivamente fazem o seu caminho de espiritualidade unidos à nossa comunidade hospitalar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – Estamos a viver o Jubileu da Misericórdia. O Papa Francisco vai enviar esta Quarta-feira de Cinzas mais de mil sacerdotes, incluindo alguns portugueses, como missionários da misericórdia por todo o mundo. Como capelão hospitalar, também se sente um missionário da misericórdia?

CA - Sim, essencialmente. Creio que ao nível da assistência espiritual ao doente, a Igreja Católica está muito à frente. No diálogo, na abertura, no quebrar. O sofrimento é uma condição muito própria da nossa realidade, transversal a todas as pessoas, passa por todos nós.

E muitas vezes o capelão, com uma

 
 presença qualitativa, abrangente, misericordiosa, pode ser uma mais-valia para qualquer pessoa independentemente da relação que esta possa ter, maior ou menor, com a espiritualidade católica apostólica romana.

Para que percebam que aqui junto de nós podem encontrar sempre um pouco de conforto e consolação. Aliás a palavra certa é companhia, é isso que é consolar, estar com os sós, acompanhar, dar suporte, ser misericordioso é sentir com os outros e ser força para tantas dificuldades que aqui se enfrentam.e relevante, um abridor de portas.

 

 

 

 

AE – Há pouco falava nos pais que regressam aqui ao hospital, para dar graças pela vida dos filhos, como quase uma peregrinação. Isto leva-nos para outra questão que marca de forma decisiva a vivência do Hospital Dona Estefânia, que é o facto de ter sido aqui que faleceu, a 20 de fevereiro de 1920, a beata Jacinta Marto, uma das videntes de Fátima. De que forma é que este facto mexe com a vida do hospital?

AC – Ao longo de quase 90 anos a Jacinta sempre foi muito inspiradora para muita coisa aqui em casa. Muita gente diz que veio para a Estefânia 

 

trabalhar pelo facto de Jacinta Marto ter passado por aqui, e pela sua devoção e fé católica. Temos também muitos voluntários que vêm tocados pela mensagem de Fátima e aqui servem a instituição e os seus principais utentes, as crianças.

Costumamos dizer que a grande virtude dos pastorinhos de Fátima não foi só terem visto Nossa Senhora, mas essencialmente a sua heroicidade no sofrimento.

E muitas vezes isto serve também para passarmos daqui da capelania para a restante comunidade hospitalar um bocadinho dessa fortaleza, para que 

 

 

 

 

 

 

nas horas de maior dificuldade, não seja só o sofrimento a comandar a vida, mas também a nossa valentia, a nossa fé, o nosso amor, a esperança que é tão fundamental nestas horas.

Muitas crianças se recomendam a Jacinta Marto, pedem a sua intercessão, muitos profissionais também, muita gente procura esta capela diariamente como um espaço para encontrarem alento para o seu sofrimento, um pouco mais de força e de coragem.

Um dia um pai que perdeu uma criança veio ter comigo e disse-me: a esperança que lhe tinha passado não servira para dar força para curar a sua filha, mas para ter força para conseguir amá-la até ao fim e não desistir, para não desanimar. E que essa é que era a sua missão de pai.

Esta parte é muito bonita e muito importante, e tem um bocadinho a ver com esta questão de sermos valentes no sofrimento.

A Jacinta Marto passou por muitas provações, não só aqui mas especialmente aqui, foi sujeita a uma intervenção cirúrgica muito difícil. O facto de ela ter passado aqui tantas

 

 

 

 

Muitas crianças se recomendam a Jacinta Marto, pedem a sua intercessão, muitos profissionais também, muita gente procura esta capela diariamente como um espaço para encontrarem alento para o seu sofrimento, um pouco mais de força e de coragem.

 

 

 

horas sozinha, sem a família, inspirou muitos profissionais a estimularem os pais para que a sua presença não fosse só durante um curta visita durante o dia, mas que pudessem estar todo o dia junto delas, das suas camas, enquanto estivessem internadas. É muito interessante como esses sinais continuam a ser para nós fonte de inspiração.

 

 

 

AE – Este hospital é por isso muito procurado por peregrinos nacionais e estrangeiros, por devotos da beata Jacinta Marto, de Nossa Senhora e da mensagem de Fátima.

CA – O Hospital D. Estefânia tem na sua génese uma história de amor muito bonita, D. Estefânia foi rainha de Portugal durante apenas durante 14 meses, mas deixou-nos esta obra.

Ou seja, este hospital começa por ser logo à nascença um ato de amor e nós quando recebemos os peregrinos, uma das coisas que gostamos de veicular é esta ideia.

Que este hospital não é uma casa de muito sofrimento, é essencialmente uma casa de muito amor, onde esse amor tem os melhores mestres, que são as crianças, elas são puras, autênticas, verdadeiras, são humildes.

Depois com a passagem da Jacinta Marto, são muitas as pessoas que aqui vêm procurar esta memória como fator de intercessão.

Há poucos meses, tivemos a vista de uma família de Virgínia, nos Estados Unidos, que vinham com o filho.

Estavam completamente desenganados da classe médica, e vieram agradecer uma graça 

 
 
Este hospital não é uma casa de muito sofrimento, é essencialmente uma casa de muito amor, onde esse amor tem os melhores mestres, que são as crianças, elas são puras, autênticas, verdadeiras, são humildes.

 

alcançada pela intercessão dos pastorinhos de Fátima, nomeadamente da Jacinta. Pai, mãe e três filhos vieram aqui a esta casa, celebrar, agradecer, visitaram o Santuário de Fátima também, mas agradecer toda esta intercessão.

Hoje em dia, há imensos grupos, praticamente todas as semanas temos visitas de peregrinos, de grupos organizados a este hospital, e fazemos sempre um tempo de espiritualidade de preparação e formação.

Fazemos também a visita não só ao hospital mas ao Convento das Irmãs Clarissas, na Estrela, onde a Jacinta esteve, e uma catequese que possa ser mais-valia para os peregrinos.

 

 

 

 

 

AE – Depois de ter sido beatificada em 2000, pelo Papa João Paulo II, Jacinta Marto tem processo de canonização a decorrer em Roma. Algo que também dirá muito a este hospital.

AC – Eu creio, e isso é entendido pela Igreja Católica, que o grande local da devoção dos santos é o local de onde eles partem para Deus, aliás isso é uma doutrina assumida. E acreditamos firmemente que sim, um dia aqui será com certeza o grande 

 

local da devoção da santa Jacinta Marto.

Também acreditamos fortemente que a Jacinta será a grande santa da cidade de Lisboa, uma referência fortíssima pela sua espiritualidade, na sua união não só às intenções do Papa, mas também no caminho profundo que ela trilhou na comunhão com a conversão das almas e a sua valentia no sofrimento. Ou seja, a mais-valia da fé na vivência de todas as situações de sofrimento.

 

 

 

«Não desisto de Deus porque Deus não desiste de mim», a vida com Esclerose Lateral Amiotrófica de Bernardo Pinto Coelho

“Dou o meu máximo, entrego-me a Deus e o meu objetivo é um dia estar a correr na praia do Guincho, já curado, para as pessoas perceberem que o objetivo é a pessoa ter amor-próprio e não desistir”, explica Bernardo Pinto Coelho que vive há sete anos com Esclerose Lateral Amiotrófica.

Esta doença degenerativa, vulgarmente conhecida por “ELA”,

reduz as vítimas à imobilidade

física e à Agência ECCLESIA

o entrevistado, que está

no seu “35.º tratamento”,

apresenta-se como uma

pessoa “sem medo”.

 

“Há muitas pessoas que até são crentes, rezam, mas por terem medo morrem”, comenta Bernardo Pinto Coelho que acredita na sua cura porque não desiste e tem fé para além de “lutar com precedência”.

Depois de ter descoberto a ELA na sua vida, para além de lutar pela sua cura descobriu outra missão porque as pessoas “precisam de esperança e

     de força”. Escreveu o livro ‘O que

         eu Aprendi com E.L.A’, também

             tem um blogue e está nas

                  redes sociais: “Não estou

                     curado, estou a lutar pela

                           minha cura,

 

 

 

 

se estivesse já curado a dar as minhas dicas alguns mandavam-me passear.”

“A verdade é que tenho esta sorte de ter força, tenho muita fé, não desisto porque acho que a pessoa quando desiste está a desistir de Deus e eu não desisto de Deus porque Deus não desiste de mim”, desenvolve o confesso “apaixonado pela vida” que agora ainda lhe dá “muito mais valor”.

A revolta também existe na vida de Bernardo Pinto Coelho mas Deus é mais importante e com a Esclerose Lateral Amiotrófica percebeu que “não estava a ir pelo caminho certo” porque “semelhante atrai semelhante”.

 
“A pessoa quando está revoltada com a vida, com o mundo, com Deus, e a queixar-se a vida devolve-lhe da mesma maneira. Quando é mais grata, pensa de forma positiva e é uma pessoa mais feliz, a vida devolve-lhe da mesma maneira”, esclarece.

Neste contexto, observa que as pessoas têm problemas, por isso, “querem é ter bom astral, boas energias” e só quando mudou o “chip na cabeça” é que passou a ser mais grato, agradecendo o que tem e “tudo de bom começou a acontecer”. Apesar de por fora todos saberem que é “uma pessoa bem-disposta”, interiormente “não estava bem”.

 

 

 

Bernardo Pinto Coelho defende que uma pessoa quando “é mais positiva e mais grata só atrai coisas boas”, afinal esta lição de vida tem-na por “experiência própria, não é por livro, nem por filmes”.

Nesta mudança de “chip” resume que se encontrou profissionalmente. Agora faz o que gosta como DJ, “apareceu” a namorada, começou a melhorar a respiração, “apesar de também fazer muitos sacrifícios”. Na sua “resiliência” de lutar conta a ELA, faz acupuntura, “são 60 agulhas”, exercício físico, que “por mais 

 

dificuldade faz com que as células não morram”, e mudou para a alimentação “paleolítica” onde cortou com “três coisas difíceis - açúcar, laticínios e cereais (trigo, centeio e cevada)”.

“Também sofro muito, choro, mas a verdade é que ainda ontem pedi a Deus para me ajudar. Eu acredito que um dia vai fazer sentido. Já está a fazer sentido, as pessoas que mandam mensagens a dizer que não se suicidaram por causa de mim, e a verdade é que quando a pessoa tem saúde tem tudo, o resto é secundário”, revela Bernardo Pinto Coelho.

 

 

 

 

O DJ que começou “a ser mais grato” também tem dias menos bons mas encontra “forma de não ir abaixo”. “Ponho uma música alegre, ou saio de casa, ou vou ver o Guincho ou ter com amigos, dou a volta à situação.”

“Há muita gente a precisar de força”, assinala, diagnosticando que “o medo mata mesmo as pessoas” incentiva a que cada um dê “o seu melhor, a entregar-se a Deus e acreditar, ter fé e não desistir”.

“O não desistir é o mais importante”, destaca Bernardo Pinto Coelho.

Com 43 anos de idade e o diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA – acrescenta que reza “todos os dias” e pede “obviamente saúde” para realizar “todos os sonhos que ainda estão por resolver”, como a sua “independência, autonomia”.

“Acredito que um dia vou estar a correr no Guincho. Só Deus sabe se isso vai acontecer mas eu estou a dar o meu máximo, estou-me a entregar a Deus, não tenho medo e não desisto”, reforça..

Bernardo Pinto Coelho vive em casa do pai, “difícil por mais amado e mimado que seja”, e conta que “todos fazem tudo” por ele, uma vez que precisa de ajuda, por exemplo, para puxar o travão de mão do carro, com 

 

 
 

o “cacifo do ginásio”, “a vestir uma t-shirt, a cortar bifes”.

“A pessoa quando é positiva, está bem-disposta, quer viver e não se queixa toda a gente ajuda, então em Portugal que é o melhor país do mundo”, sublinha, explicando que não é rico, pede “dinheiro para os tratamentos”, vai “devagarinho de carro para não gastar gasolina e almoço no carro”.

Aos jovens que ainda não pensam em doenças, em consequências, aconselha a fazerem o que gostam profissionalmente, a estarem com a família e os amigos. Para o entrevistado, também importante, e “muitas vezes as pessoas têm doenças por causa disso”, é exprimirem sentimentos.

 

(Entrevista a Bernardo Pinto Coelho gravada no Farol Hotel/Cascais)

 

 

 

 

Doença, crise e fé nas palavras do Papa

 

O Papa Francisco apresenta na sua mensagem para o 24.º Dia Mundial do Doente a o “ensinamento” “das bodas de Caná” e assinala que a doença coloca a fé em Deus “à prova” mas revela “toda a sua força positiva”. “A doença, sobretudo se grave, põe sempre em crise a existência humana e suscita perguntas que nos atingem em profundidade. Podemos sentir-nos desesperados, pensar que tudo está perdido, que já nada tem sentido. 

 

 

Nestas situações, a fé em Deus se, por um lado, é posta à prova, por outro, revela toda a sua força positiva”, escreve.

Francisco contextualiza que não é porque a doença, tribulações ou perguntas desapareçam mas porque “dá uma chave para descobrir o sentido mais profundo” do que se está a viver. “Uma chave que nos ajuda a ver como a doença pode ser o caminho para chegar a uma 

 

 

 

 

proximidade mais estreita com Jesus”, desenvolve, assinalando que esta chave é dada por Maria, a mãe de Jesus.

Segundo Francisco, o tema “Confiar em Jesus misericordioso, como Maria: ‘Fazei o que Ele vos disser’” (Jo 2, 5) para o Dia Mundial do Doente 2016 “insere-se muito bem” no âmbito do Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

A mensagem do Papa desenvolve-se sobre o episódio bíblico das bodas de Caná, “um ícone da Igreja” e destaca a “esperança” que existe neste acontecimento para todos onde se “manifestam os traços distintivos de Jesus e da sua missão” e revela a “solicitude” de Maria que “reflete a ternura de Deus”.

Aos que estão ao serviço dos doentes e atribulados, Francisco deseja que vivam “animados pelo espírito de Maria, Mãe da Misericórdia” e manifesta que esta data é uma ocasião para se “sentir particularmente próximo” das pessoas doentes e de quantos são cuidadores.

O Papa reconhece que este pode ser um serviço “cansativo, pesado” mas pede que tenham a certeza que “o Senhor não deixará de transformar o esforço humano em algo de divino”. Tendo como exemplo os serventes 

 

que encham as vasilhas de água nas Bodas de Caná assinala que aos olhos de Deus “é precioso e agradável ser serventes dos outros”.

“Também nós podemos ser mãos, braços, corações que ajudam a Deus a realizar os seus prodígios, muitas vezes escondidos”, frisa.

Para o Papa, “sãos ou doentes” todos podem “oferecer canseiras e sofrimentos” como a água que “encheu as vasilhas nas bodas de Caná e foi transformada no vinho melhor”.

O Dia Mundial do Doente em 2016, celebrado solenemente na Terra Santa, vai ajudar a “tornar realidade os votos” que formulou na Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia (MV, 23) e incentiva cada hospital ou casa de recuperação a “ser sinal visível e lugar para promover a cultura do encontro e da paz”.“Onde a experiência da doença e da tribulação, bem como a ajuda profissional e fraterna contribuam para superar qualquer barreira e divisão”, acrescenta Francisco, recordando o exemplo das freiras naturais da Terra Santa que canonizou em maio.

A Jornada, como é tradição, vai ser celebrada a 11 de fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lourdes; em 2016 é a cidade de Nazaré, na Terra Santa, que acolhe o encontro mundial.

 

 

Transformar a água
do quotidiano no vinho novo

Aceitemos o convite do Papa Francisco.

Acompanhemos Jesus e os seus discípulos a um casamento em Caná da Galileia. Como eles, também nós somos convidados a este casamento.

O evangelista diz-nos que «estava lá a Mãe de Jesus». Como sabemos, não é um pormenor.

É mesmo Nossa Senhora quem repara numa falta.

Falta o que significa a festa.

Falta que aqueles noivos fiquem bem aos olhos dos seus familiares e amigos.

A resposta de Jesus aponta para uma hora que é, no quarto evangelho, a hora da Cruz e da Glória. Nessa altura, também Jesus há de tratar sua Mãe por "Mulher" quando a dá por mãe ao discípulo amado, quando a dá por mãe a cada um de nós.

E vale a pena dizer que, na organização deste capítulo acompanhamos Jesus e os seus ao longo de uma semana; sobre o último dia, o do casamento em Caná da Galileia, diz-se «três dias depois». Ora o terceiro dia aponta logo para a Ressurreição do Senhor.

Voltando ao texto, notamos que a confiança daquela Mãe no seu Filho é inabalável; e a sua recomendação de então continua atual para cada um de nós, hoje: "Fazei tudo o que Ele vos disser".

E, depois, ouvimos a sóbria narração do primeiro sinal de Jesus: a água transformada em vinho.

Já agora, recordo-vos aquela observação do chefe de mesa: «Depois de terem bebido bem»... imaginem o efeito! É que o sinal de Jesus, o Seu Amor, a Sua Graça é sempre um excesso.

Transformar a água do quotidiano no vinho novo da festa é o modo de fazer de Jesus. E, se queremos viver com Ele e como Ele sobre a terra, é também a nossa maneira de agir.

Como em Caná, também aqui Jesus háde manifestar «a sua glória» para que «os seus discípulos» continuem a acreditar «n'Ele».

P. José Manuel Pereira de Almeida

Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde

 

 

 

 

 

 

 

 

Cancro com Humor

 

Como é que se faz humor para uma plateia composta por pais, com um bebé de dois meses com cancro, ao colo, doentes oncológicos, a quem lhes foram dadas péssimas notícias, pessoas que perderam familiares? Como é que se brinca com o cancro, com a  morte? Mas isto faz algum sentido? Para pais, faz algum sentido? Começo as minhas palestras Cancro

 
 

com Humor, sempre nervosa. Tenho essas questões todas na minha cabeça. Como aqueles que me ouvem, eu também as tenho. Sei que vou tocar na ferida, sei que vou dizer as coisas sem rede. Sei que, depois de dizer, está dito. Estou sempre tão nervosa. Tropeço em coisas e gaguejo. Tenho noção da responsabilidade. Fico com medo. Penso no meu Careca 

 

 

 

 

Power. Lembro-me de como ele se ria quando gozávamos com o cancro. Até ao último dia. Lembro-me de como me sentia, quando me faziam rir a mim. Era tão bom. Concentro-me para não me esquecer que ali, não interessa apenas a "piadola". Que não é um espetáculo. É a vida real - o humor é usado, é bem-vindo, é essencial mas vem com uma missão. Lembro-me, antes de abrir a boca, porque faço isto: Porque tem de ser mais fácil encararmos o medo. Começo então, por explicar à plateia (inicialmente, sempre confusa) porque brinco com temas como a morte. Explico-lhes que não posso ter tanto medo dela. Os pesadelos crónicos tiveram de ser substituídos por palestras humorísticas. Foi o remédio que receitei a mim mesma. E começo por contar a minha versão da história. Falo sempre em nome próprio, esperando que se identifiquem. É mais fácil quando brincamos connosco mesmo. E chegam os primeiros risos tímidos. Brinco com os médicos, gozo com o facto de se andarem a comer todos uns aos outros, exagero nas metáforas. Vou devagarinho, não quero assustar. Mas depois, falo inevitavelmente da morte e, 

 

simultaneamente, da esperança. Contraditório? Nem pensar. Não falo da morte por ter na plateia pessoas com cancro - falo da morte por ter na plateia quem? Pessoas. Basta ter-se nascido para se morrer. Falo da morte com a mesma naturalidade como se estivesse a falar para a Miss Saúde. Todas estas palavras que nos assustam, cancro, metástase, morte, estão todas na cabeça destas pessoas. Vou apenas falar do que todos já sabemos. Depois de dizermos as palavras, olhamos para nós e continuamos vivos. E começamos todos a pensar: "Espera lá, não morri por falar disto. Aliás, eu até me estou a sentir superior a toda esta tragédia por estar a gozar com ela. Porra, sou do caraças". E então vêm as gargalhadas. E a partilha. E a mãe que diz, "a minha filha, segundo os médicos, não deveria estar viva, mas está! E ainda bem que viemos cá hoje, depois deste dia tão duro", e os olhos com lágrimas, e a força que se sente. Tem de haver uma forma mais fácil de fazermos isto. E a forma é esta. Quando não há rede, quando a vida é tão crua, tão direta, tão frontal, faz algum sentido ter medo de rir? No final do dia, são desses risos que nos queremos lembrar.

Marine Antunes

 

 

A fé na saúde e na doença

 

A doença “permanente” e os cuidados constantes desta debilidade física foram “uma novidade” para monsenhor Augusto Cabral, reitor do Santuário do Santo Cristo dos Milagres, que o obrigou a novas rotinas e adaptações.

Este sacerdote, natural da Ilha de São Miguel (Açores), tem quase 80 anos e confessou à Agência ECCLESIA que 

 

os “princípios e os valores adquiridos” ao longo da vida são uma ajuda fundamental neste período de sofrimento.

No testemunho deste sacerdote açoriano, quando se aproxima o Dia Mundial do Doente (11 de fevereiro), monsenhor Augusto Cabral realça que as “pessoas têm de se habituar a viver com a saúde e também com a doença”.

 

 

 

Os valores e a fé são pilares que ajudam a ultrapassar “os obstáculos e as dores”, sublinhou o antigo diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã.

Para quem é mais sensível, o padre açoriano pede às pessoas para “não colocarem em causa outros valores importantes, como a vida futura”.

“Confiar em Jesus Misericordioso como Maria” é o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente deste ano, onde assinala que a doença coloca a fé em Deus “à prova” mas revela “toda a sua força positiva”. 

O sacerdote, pela sua fé e espiritualidade, é levado a encarar os limites da doença e do sofrimento como um meio para a vida eterna.

“A situação de doença” ajudou-o a entrar num processo “de purificação” e “redenção”, afirmou.

Os sacrifícios e o lado limitador da doença fazem parte do “crescimento espiritual”, no sentido da “felicidade eterna”, reconhece monsenhor Augusto Cabral.

A mensagem do Papa Francisco desenvolve-se sobre o episódio bíblico das bodas de Caná, “um ícone da

 

Igreja” e destaca a “esperança” que existe neste acontecimento para todos onde se “manifestam os traços distintivos de Jesus e da sua missão” e revela a “solicitude” de Maria que “reflete a ternura de Deus”.

Nesta linha, o reitor do Santuário de Santo Cristo dos Milagres, localizado em Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, desabafa que “extremamente importante” ter uma “energia e uma força muito forte”.

Apesar das dores permanentes, monsenhor Augusto Cabral vive centrado na palavra “esperança” porque é ela que lhe permite sonhar que um dia possa ter “o equilíbrio e a recuperação”.

A “esperança é uma luz” que acompanha sempre este sacerdote natural da Ilha de São Miguel.

A doença ajuda as pessoas a valorizarem a saúde porque este estado limitativo pode “tomar conta da vida da pessoa”, alertou.

A todos os doentes, monsenhor Augusto Cabral aconselha a não desanimarem porque existe “um sentido superior na vida”.

 

 

Formação sacerdotal com atenção à fragilidade das pessoas

Dois jovens seminaristas de Lisboa explicam que mudaram a sua atitude perante a pessoa em estado de doença pela experiência que tiveram na Pastoral da Saúde, mais concretamente depois de colaborarem com a capelania do Hospital de Santa Maria e na casa de acolhimento das Irmãs Missionárias da Caridade.

“Eu guardo essas experiências para a vida e se um dia Ele me conceder ser sacerdote então utilizarei tudo isso que vivi para o meu trabalho”, revela Tiago Roque, que está no terceiro ano no Seminário dos Olivais.

Nesta casa das Irmãs Missionárias da Caridade, em Chelas, ao jovem seminarista levantavam-se muitas questões, uma vez que naquela realidade era ele que cuidava de pessoas em “final da vida” quando há uns anos, “quando era bebe”, podiam “perfeitamente” ter sido elas a cuidar dele.

“Acredito que para aquelas pessoas isso deve ser difícil mas a verdade é que nós estamos ali e somos chamados a fazer tudo com muito carinho e respeito pela pessoa”, 

 

acrescenta Tiago Roque na zonal oriental da cidade de Lisboa

Dany Gil, frequenta o quarto ano do Seminário dos Olivais, de Lisboa, e revela que o que mais o inquietou 

 

 

 

 

nesta casa de acolhimento foi conhecer pessoas que “estavam realizadas profissionalmente”, como professores de economia e gestores de empresas, e que devido ao “flagelo” da droga acabaram por perder as suas vidas.

A capelania do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, é também um local de formação à Pastoral da Saúde dos dois jovens seminaristas.

“Ajuda-nos a amadurecer o nosso olhar sobre o ser homem segundo as nossas fragilidades e, portanto, saber olhar esta diferença no sofrimento”, comenta Dany Gil.

Segundo o seminarista do quartoano para além de distribuir a comunhão, muitas vezes era só pedido a presença física e as palavras davam lugar ao silêncio ou eram ouvidos atentos.“Hoje percebo a razão pela qual não tinha palavras para dizer ao doente porque realmente a experiência do  sofrimento é pessoal que só mesmo a própria pessoa que a vive a sente de maneira isolada.

A pessoa que vai só pode estar aberta à escuta e fazer silêncio”, acrescentou.

Este serviço na capelania do hospital é feito ao domingo de manhã e para Tiago Roque levantar cedo era sempre 

 
difícil. O jovem natural da Lourinhã levava a comunhão aos doentes que a desejassem receber. “Mas não só, acabávamos por ficar com os doentes e era-nos pedida essa atenção para que pudéssemos ouvi-los, sobretudo isso.”

Para o seminarista que estuda no terceiro ano para estes encontros levava a ideia que “ia mudar alguma”, afinal os doentes precisavam de receber Jesus e “era isso que levava”.

“Com as formações e com a experiência, com o trabalho com os doentes aquilo que pude perceber é que não é nada disso, ou seja, é muito mais aquilo que nós aprendemos quando vamos ao encontro e estamos com eles do que propriamente aquilo que levamos a eles”, desenvolveu Tiago Roque.

Os doentes também queriam falar dos seus “problemas e daquilo que sentem”, acrescenta, recordando que desta experiência na Capelania do Hospital de Santa Maria, viu “muita esperança”.

“Esta experiência do hospital foi também enriquecedor para viver a doença de familiares, como a minha mãe e tios”, acrescenta ainda Dany Alves.

 

 

Primeiro olhar à mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2016 (parte 2)

Na passada semana apresentei a primeira parte da minha leitura à mensagem que o Papa Francisco publicou para o dia mundial das comunicações sociais intitulada “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo“. Esta semana fica a segunda parte dessa reflexão.

A sociedade em geral pode pensar que é utópica a vivência em comunidade enraizada na misericórdia, mas, e aí o papa Francisco utiliza esta comparação várias vezes, somo convidados a pensar nas “nossas primeiras experiências de relação no seio da família”. Os Pais amam-nos e apreciam-nos “mais pelo que somos do que pelas nossas capacidades e os nossos sucessos”, portanto “a casa paterna é o lugar onde sempre és bem-vindo (cf. Lc 15, 11-32)”. Então façamos da sociedade “uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta e se procura aceitar uns aos outros”.

Para que tudo isto que até aqui surta efeito e faça sentido temos de saber

 

escutar. Porque “escutar é muito mais do que ouvir”. Se por um lado ouvir “diz respeito ao âmbito da informação, escutar, ao invés, refere-se ao âmbito da comunicação e requer a proximidade”.  Para escutarmos teremos de ser capazes de “partilhar questões e dúvidas, caminhar lado a lado”, colocando-nos numa posição de humildade colocando “as próprias capacidades e dons ao serviço do bem comum”.

O bispo de Roma reconhece que escutar nunca é fácil e portanto por vezes será mais fácil fingirmo-nos surdos. Isto porque “escutar significa prestar atenção, ter desejo de compreender, dar valor, respeitar, guardar a palavra alheia” e nesta ação de escuta, poderemos mesmo tirar uma leitura teológica, nesta escuta “consuma-se uma espécie de martírio, um sacrifício de nós mesmos em que se renova o gesto sacro realizado por Moisés diante da sarça-ardente: descalçar as sandálias na «terra santa» do encontro com o outro que me fala (cf. Ex 3, 5)”.

 

 

 

 

Quase a terminar entramos no cume da mensagem olhando agora para os meios de comunicação digital. Uma primeira ideia a retirar é a de que os “e-mails, sms, redes sociais, chat podem ser formas de comunicação plenamente humanas”, porque “não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor”. Por outro lado, “o ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral”, portanto em rede e na rede “também se constrói uma verdadeira cidadania” e que ela “pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha”.
 

Esta mensagem termina da mesma forma que começa, relacionando este encontro entre comunicação e misericórdia. Essa relação será fecunda “na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa”. Porque “num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade”.

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

 

Apps para ajudar a ter uma orante Quaresma 

A quaresma está à porta. Inicia-se já na semana que vem. Existem muitas aplicações sobre a quaresma, mas a maior parte em inglês. Em português são mais raras. 

Em inglês sugiro CRS Rice Bowl AppLentsanit, Verbum, Xt3.com.

 

Em português, apresento algumas aplicações que nos podem ajudar a ter uma quaresma mais frutífera, orante e santa.

 

ThePopeApp

O aplicativo disponibiliza as homilias do para Francisco e os twitter. Dois excelente recursos para meditarmos e rezarmos ao longo da quaresma. 

 

iBreviary.

Esta aplicação não é só uma aplicação com a Liturgia das Horas. A aplicação contém as leituras diárias, missal, rituais e orações para várias ocasiões. 

 

Passos-A-Rezar.

Leva contigo a tua oração. Pretende “chegar à cultura da vida daqueles que rezam todos os dias e que, no encontro com Jesus Cristo, ganham  

 

 

força para transformar o mundo”. Em passos diários obtemos o resumo da oração proposta para cada semana. Este arquivo áudio é composto por “uma prece diária de 10 a 12 minutos, com música de fundo, introdução, uma leitura – normalmente o Evangelho do dia – e pontos de oração inspirados na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola”.

 

 

 

 

 

Lugar Sagrado.

Somos convidados a criar um "Lugar Sagrado" no dia e a passar dez minutos a rezar, em frente do computador, com orientações no ecrã e com a leitura escolhida especialmente para cada dia. Poderão ser impressas as orações. 

 

RETIRO QUARESMA.

Servindo-nos da apresentação, “para ajudar este caminho de Quaresma, o Passo-a-Rezar, em colaboração com o Lugar Sagrado faz a proposta de um Retiro, para ser lido, ou para ser ouvido, em casa ou em qualquer lugar. Consta de uma introdução e sete sessões, divididas em várias etapas. 

 

O tema do Retiro disponibilizado é “Chamados a ser Santos”, inspirado na Carta de S. Paulo aos Romanos.

 

Uma Santa Quaresma!  

 

Bento Oliveira

@iMissio

http://www.imissio.net

 

 

 

A alegria da missão
na sociedade secularizada

“IGREJA SINODAL — A alegria da missão na sociedade secularizada” é o mais recente livro de Georgino Rocha, sacerdote da Diocese de Aveiro. Com chancela de Tempo Novo, a edição contou com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro.

O autor dedica este seu trabalho a D. António Francisco, atual Bispo do Porto, «pelo seu estilo de ser Bispo Pastor no meio do povo», ao Padre Ricardo Lombardi e ao Grupo Promotor do Movimento por um Mundo Melhor, à Orbis, projeto diocesano de animação missionária, e, ainda, ao cinquentenário do Concílio Vaticano II. Curiosamente, ou talvez não, Georgino Rocha evoca a data 24 de maio de 2015, dia da beatificação de Dom Óscar Romero.

Na Apresentação, que tem por subtítulo “O caminho dos Discípulos de Emaús”, o autor sublinha que aqueles discípulos percorreram «um caminho paradigmático para cada pessoa, para as comunidades cristãs e, de certo modo, para a humanidade no seu peregrinar na história». Sendo certo que nos legaram «a rica 

 

experiência do encontro e do diálogo», assinalando «o itinerário vivido, a transformação operada, o desencanto vencido, o entusiasmo recuperado e a alegria revigorada por um novo ardor que brota do coração confiante», Georgino Rocha diz que «Jesus reassume a liderança do processo» com a garantia de que estará «sempre connosco» e connosco cooperará «no serviço» que nos confia «com todas as energias e bênçãos».

Depois de outras considerações, pertinentes e bem fundamentadas, o autor evoca o trabalho do II Sínodo da Igreja de Aveiro (1990-1995), agendado por D. António Marcelino, salientado que Jesus foi «o companheiro de viagem e o mestre da leitura dos acontecimentos», mas também enaltece a importância dos «processos de diálogo e discernimento, de funcionamento sadio de grupos e de animação de assembleias, de tomada de opções e de elaboração de decisões», bem patentes no livro que recentemente viu a luz do dia, em jeito de comemoração da entrada em 

 

 

 

 

 

vigor das decisões sinodais, 11 de dezembro de 1995.

No Prefácio, com o subtítulo “A sinodalidade na vida da Igreja”, D. João Lavrador, Bispo Coadjutor de Angra, Açores, evoca «os diversos dinamismos de renovação eclesial despertados pelo Concílio Vaticano II, referindo que os sínodos, «seja dos bispos, seja diocesanos, são dos mais relevantes», porque «traduzem em si mesmos toda a reflexão conciliar expressa nos dois conceitos abrangentes de comunhão e missão». Diz que a «dimensão da comunhão eclesial que se torna manifesta no sínodo está mais presente na mente de Paulo VI» e acrescenta que, no que diz respeito aos sínodos diocesanos, a «renovação introduzida pelo Concílio Vaticano II é mais abrangente», porque parte da noção de Povo de Deus «do qual todos os batizados são membros ativos», exigindo-se a «integração dos fiéis leigos, religiosos e consagrados na sua composição».

Ao longo de 11 capítulos, enriquecidos por textos normalmente curtos, porém elucidativos, são abordadas inúmeras questões por onde perpassam temas como religiosidade flutuante, comunhão orgânica e dinâmica, 

 

 

 

corresponsabilidade na missão, espiritualidade diocesana, Igreja sinodal com experiências e desafios, assembleia sinodal com a sua dinâmica e articulação e, ainda, Sínodo de Aveiro como caminho de renovação, entre outros títulos próprios de uma Igreja aberta ao futuro.

 

Fernando Martins

 

 

II Concílio do Vaticano: As discussões chegavam às dioceses ultramarinas?

 

 

Após o encerramento do II Concílio do Vaticano (1962-65), alguns bispos de Angola falaram sobre o impacto dos trabalhos conciliares nas dioceses daquela província ultramarina. D. Daniel Gomes Junqueira (Bispo de Nova Lisboa - Angola) realçou que o clero e o laicado daquela diocese acompanharam “com suficiente profundidade” as discussões que brotaram daquela assembleia magna convocada pelo Papa João XXIII e seguida pelo seu sucessor, Paulo VI.

Aquele bispo, que na altura tinha 71 anos, referiu que dos “166 sacerdotes, quer do clero secular quer do clero regular”, que trabalham na Diocese de Nova Lisboa, recebeu “provas de que todos se interessaram pelo concílio”. “Os 5150 catequistas, representando os leigos da diocese, reuniram todos os dias os fiéis e catecúmenos das suas aldeias na capela-escola para rezarem em comum pelo bom êxito do concílio”, confessou o prelado dos missionários espiritanos ao Boletim de Informação Pastoral (BIP) de Janeiro-Março de 1966.

Apesar da Diocese de Nova Lisboa ser a mais pequena em área das dioceses de Angola, era uma das “mais populosas e cristãs” com cerca de 700 mil católicos. Esta atenção aos trabalhos realizados no Vaticano levou D. Domingos Junqueira a referir: “Prova evidente da compreensão das vantagens que esperam do concílio”.

Por sua vez, D. Altino Ribeiro de Santana, bispo de Sá da Bandeira (Angola), sublinhou que muita informação relativa aos trabalhos conciliares chegava aos padres da sua diocese através dos jornais e revistas. Como eram

 

 

 

 

 

provenientes de vários locais, os conterrâneos enviam-lhes “periódicos e revistas que ao concílio dedicaram páginas de relevo”. Mesmo os padres das missões do interior “tiveram possibilidades de estarem ao corrente dos debates e realizações conciliares e as souberam aproveitar”, disse o prelado que na altura tinha 50 anos e era natural de Goa.

Em relação aos leigos, o bispo de Sá da Bandeira realça que o laicado não encontrava na imprensa local “elementos para um esclarecimento criterioso e sistemático” e isto “não obstante o meritório esforço de «O 

 

Apostolado» durante os últimos períodos do concílio”.

A diocese do Luso (Angola) tinha como pastor D. Francisco Esteves Dias, da Ordem de São Bento, e era muito recente “dois anos e meio de existência” quando encerrou o II Concílio do vaticano. “O laicado mais responsável da diocese pôde acompanhar os trabalhos conciliares, mas estou convencido de que o não fez com suficiente profundidade”. E conclui: “Será tarefa pós-concílio o serviço de partir o pão em pequeninos”.

D. Daniel Gomes Junqueira, D. Altino Ribeiro de Santana, D. Francisco Esteves Dias

 

 

fevereiro 2016 

06 de fevereiro

* Portalegre - Conselho Pastoral Diocesano

 

* Coimbra - Figueira da Foz - Assembleia diocesana do Ano da Misericórdia sobre «A Liturgia, os sacramentos e a misericórdia» pelo cónego Luis Manuel Pereira da Silva, da diocese de Lisboa.

* Portalegre - Dia diocesano do consagrado

* Lisboa - Colares (Fundação Betânia) - Encontro «A urgência de anunciar a misericórdia de Deus» promovido pela Fundação Betânia

 

* Porto - Casa de Vilar - Jornada diocesana da Pastoral Familiar com o tema «Família - berço e escola de misericórdia» com conferências de D. António Couto; padre José Nuno Ferreira da Silva e padre João de Deus Costa Jorge.

* Madeira - Funchal (Parque do Montado do Pereiro) - Dia diocesano dos acólitos

* Portalegre - Dia Diocesano do Acólito
 
* Madeira - Funchal (Igreja de São Martinho) - Conferência sobre «Viver a misericórdia na família» por Marco Gomes e integrada na jornada sobre a família.

* Lisboa - salão da Paróquia de Santo António de Nova Oeiras - Encontro cristão da grande Lisboa, iniciativa ecuménica que pretende juntar em festa as «várias Igrejas cristãs» da região e subordinado ao tema o «ADN: Amor de Deus em nós».

* Braga - Auditório Vita - Concerto solidário com «Padre Sandro e Evangelium Cantate» para as obras da paróquia de São Victor de Braga

 

* Guarda - Centro Apostólico - Conselho Pastoral da Diocese da Guarda

 

* Fátima - Encontro dos delegados do Movimento Apostólico de Adolescentes e Criança (06 e 07)

* Leiria - Marinha Grande - Conferência nacional Alpha com o tema «Experimentar a misericórdia de Deus» (06 e 07)

 

 

 

 

* Fátima - Centro Catequético - Encontro interdiocesano de catequistas da zona centro do país (Leiria-Fátima, Lisboa, Santarém, Setúbal e Portalegre- castelo Branco) com o tema  «Creio: Professo um só batismo para a remissão dos pecados». (06 e 07)

 

* Fátima - Casa de Nossa Senhora do Carmo - Retiro dos catequistas do Patriarcado de Lisboa com o tema «O sonho missionário de chegar a todos, pela misericórdia» e orientado pelo padre Jorge Anselmo. (06 e 07)

 

* Viana do Castelo - Centro Pastoral Paulo VI - Encontro diocesano da Liturgia sobre a «Misericórdia celebrada: Sacramentos de Cura» (06 e 07)

 

* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada com o tema «Misericórdia e Vida Consagrada» (06 a 09)

 

Dia 07 de fevereiro

* Fátima - Peregrinação Nacional dos Consagrados ao Santuário de Fátima.

 

* Lisboa - Dia nacional da Universidade Católica Portuguesa inspirado na encíclica «Laudato si»
 

* Fátima - Encontro da Associação «Amigos do Instituto Franciscanas Missionárias de Maria»

 

* Coimbra - Sé Nova - Bênção das crianças promovido pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar

 

Dia 08 de fevereiro

Lisboa e Setúbal - Encerramento (Início a 08 de dezembro) do projeto artístico «Peregrinação» da autoria de David Oliveira.

 

* Coimbra - Baixa da cidade - A Cáritas Diocesana de Coimbra promove um desfile de Carnaval em que estão envolvidas 1200 pessoas.

 

* Fátima - Museu de Arte Sacra e Etnologia - Atividade destinada a crianças «Um dia na terra dos sonhos...» promovida pelo serviço educativo do Consolata Museu - Arte Sacra e Etnologia (MASE).

 

Fátima - Livraria da Paulus - Lançamento do livro «Caminhos de Vida Consagrada» da autoria de Aires Gameiro.

 

* Vaticano - Reunião do Conselho de cardeais com o Papa Francisco (08 e 09)

 

 

 

 

 

 

 

 

Atores, músicos e cantores portugueses vão participar hoje, em Lisboa, na vigília de oração ‘Rezar a Nossa Senhora de Fátima pela voz dos artistas’, interpretando obras de autores de referência no domínio da música e da poesia.

 

 

No sábado, a Figueira da Foz (Diocese de Coimbra) acolhe a Assembleia diocesana do Ano da Misericórdia sobre o tema «A Liturgia, os sacramentos e a misericórdia» pelo cónego Luis Manuel Pereira da Silva, do Patriarcado de Lisboa.

 

 

O Santuário de Fátima acolhe de 6 a 9 de fevereiro a Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada, com o tema «Misericórdia e Vida Consagrada». No domingo, tem lugar a Peregrinação Nacional da Vida Consagrada, sob a presidência de D. Manuel Clemente.

 

 

Os católicos começam a viver a Quaresma com a celebração de Cinzas, a 10 de fevereiro. Este é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 13h30

Domingo, 07 de fevereiro - Entrevista a Maria da Glória Garcia no Dia da Universidade Católica Portuguesa.

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 08 - Entrevista sobre o Festival Terras Sem Sombra com José António Falcão

Terça-feira, dia 09 - Informação e entrevista sobre o Carnaval com José Luís Nunes Martins.

Quarta-feira, dia 10- Informações e entrevista ao padre Rui Valério, Missionário da Misericórdia

Quinta-feira, dia 11 - Informação e entrevista Hermenigildo Encarnacao sobre Doutrina Social da Igreja.

Sexta-feira, dia 12 - Entrevista de análise à liturgia de domingo com o cónego António Rego e padre Vitor Gonçalves.

 

Antena 1

Domingo, dia 07 de fevereiro - 06h00 - O centenário das Aparições em Fátima e o Dia da Universidade Católica Portuguesa

 

Segunda a sexta-feira, 08 a 12 de fevereiro - 22h45 - Carnaval: ator Júlio Martín e encenadora Maria João Rocha; Quarta-feira de Cinzas com padres Rui Valério e Paulo Coelho; Dia Mundial do Doente: testemunhos de Mons. Augusto Cabral e seminaristas Tiago Roque e Dany Gil

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano C – 5.º Domingo do Tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
Seguir Jesus… só com plena confiança!
 

O Evangelho deste quinto domingo do tempo comum, em que Lucas apresenta um grupo de discípulos que deixaram tudo para seguir Jesus na mesma barca da vida, faz-nos pensar na nossa identidade cristã, na nossa vocação e missão.

O quadro apresenta o chamamento aos discípulos para serem pescadores de homens, depois de Jesus lhes ter mandado lançar as redes ao mar para uma pesca que, na perspetiva de profissionais do ramo, não daria qualquer fruto. Da pesca no lago de Genesaré percebiam eles.

Primeira provocação de Jesus a Simão: “Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca”. Resposta profissional de Pedro, mas também de início de confiança: “Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes”. A sequência dá-nos conta da grande quantidade de peixes recolhida, onde em princípio não deveria haver nada, e a profissão de fé de Pedro aos pés de Jesus: “Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador”. E termina com o convite à confiança: “Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens”. A resposta final de vida é plenamente confiante no Senhor: “Eles deixaram tudo e seguiram Jesus”.

Reconhecemos aqui o mesmo caminho que somos chamados a percorrer na fé. Ser cristão é confiar em Jesus. Isso implica estar com Ele no mesmo barco, escutar as suas propostas, fazer o que Ele diz, cumprir as suas indicações, lançar as redes ao mar. Às vezes, as propostas de Jesus podem parecer ilógicas, incoerentes e ridículas, face aos esquemas e valores do mundo; mas é preciso confiar incondicionalmente, entregar-se nas mãos d’Ele e cumprir à risca as suas indicações.

 

 

 

 

No ideário judaico, o mar era o lugar dos monstros, onde residiam os espíritos e as forças demoníacas que procuravam roubar a vida e a felicidade do homem. Confiar em Jesus é reconhecer que Ele é o Senhor, que preside com amor ao mundo e à história, Ele é a única razão de ser da nossa fé, como nos transmite São Paulo na segunda leitura: «Cristo morreu... foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia... e apareceu a Pedro e a todos nós...» Se assim não fosse, a nossa fé não teria qualquer sentido.

Só com plena confiança no Senhor os discípulos podem continuar a obra libertadora de Jesus, procurando  

 

libertar o homem de tudo aquilo que lhe rouba a vida e a felicidade, salvar o homem de morrer afogado nos mares da opressão, do egoísmo, do sofrimento, do medo, enfim, das forças contrárias que impedem a sua felicidade.

Deixar tudo e seguir Jesus exige plena confiança e total generosidade, como sinais distintivos dos crentes e das comunidades cristãs. Oxalá sejam estas as ondas radicais onde continuamos a navegar nos mares da vida.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

Papa encerra Ano da Vida Consagrada
e projeta futuro

 

O Papa encerrou no Vaticano o Ano da Vida Consagrada numa celebração na Basílica de São Pedro, durante a qual alertou para as “feridas” da humanidade que exigem uma resposta da Igreja Católica. “Os consagrados e consagradas são chamados a ser sinal concreto e profético da proximidade de Deus, da partilha da condição de fragilidade, de pecado e das feridas do homem do nosso tempo”, declarou, na homilia da Missa a que presidiu.

 

 

A celebração aconteceu simbolicamente no dia da festa litúrgica da Apresentação de Jesus no Templo, em que a Igreja Católica assinala anualmente o Dia da Vida Consagrada.

A Basílica de São Pedro acolheu centenas de membros de institutos religiosos, seculares e de sociedades de vida apostólica. “Os consagrados e as consagradas são chamados acima de tudo a ser homens e mulheres do encontro”, assinalou Francisco.

 

 

 

 

O Ano da Vida Consagrada começou em novembro de 2014 por iniciativa do próprio Francisco, primeiro Papa jesuíta da história da Igreja. “Todas as formas de vida consagrada, cada uma segundo as suas caraterísticas, são chamadas a um estado permanente de missão, partilhando as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias do homem de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem”, realçou o Papa.

A homilia apresentou a vocação dos consagrados como uma “graça do Senhor” que surge através de um encontro que “muda a vida”. “Também nós somos chamados hoje a fazer escolhas proféticas e corajosas”, observou.

Francisco falou como consagrado, ele próprio, e evocou os fundadores das várias congregações e institutos, homens e mulheres que “não tiveram medo de sujar as mãos com a vida quotidiana, com os problemas das pessoas, percorrendo com coragem as periferias geográficas e existenciais”.

A celebração começou com a bênção das velas e a procissão até ao altar, onde o Papa recordou um ano vivido com “muito entusiasmo” e que agora desemboca no Jubileu da 

 

Misericórdia, a decorrer até novembro.

Francisco disse que o Ano da Vida Consagrada se pode resumir na atitude de “gratidão pelo dom do Espírito Santo, que anima sempre a Igreja através dos diversos carismas”.

Os membros das congregações religiosas fazem a profissão pública dos conselhos evangélicos [pobreza, castidade e obediência], assumidos por votos ou outros vínculos, vivendo em comunidade. Os membros dos institutos seculares, por sua vez, fazem a mesma profissão de pobreza, castidade e obediência, vivendo a sós, em família ou em grupo de vida fraterna, segundo as normas próprias.

 

 

 

Profecia, proximidade e esperança,
as receitas do Papa

O Papa recebeu cerca de 5 mil consagrados e consagradas no Vaticano, na reta final do ano que a Igreja lhes dedicou, apresentado três “pilares” para a sua vida, a “profecia, proximidade e esperança”. Francisco deixou de lado o discurso que tinha preparado e falou de improviso aos participantes no Jubileu da Vida Consagrada, durante um encontro que durou cerca de uma hora, sublinhando a importância da “proximidade”.

“Homens e mulheres consagradas, não para afastar-me das pessoas e ter todas as comodidades, não: para aproximar-me e compreender a vida dos cristãos e dos não-cristãos, os sofrimentos, os problemas e tantas coisas, tantas coisas que apenas se entendem se um homem ou uma mulher consagrada se tornar próximo, na proximidade”, advertiu.

O Papa sublinhou que esta forma de vida na Igreja Católica não serve para subir na “escala social”, não é “um status de vida” que faz olhar os outros de longe. “A vida consagrada deve 

 

levar à proximidade com as pessoas, proximidade física, espiritual”, insistiu.

Nesse sentido, Francisco assinalou que cada irmão da comunidade religiosa é “o primeiro próximo”, advertindo depois contra o “terrorismo” da maledicência, a que contrapôs a virtude de “dominar a língua”.

A intervenção começou por elogiar a “profecia da obediência”, um dos três votos dos consagrados, uma obediência que não é do estilo “militar”, mas de “doação do coração”. “A profecia é dizer que há algo mais - de mais verdadeiro, maior, melhor - a que todos somos chamados”, explicou.

 

 

 

 

Lisboa: encerramento do Ano da Vida Consagrada

O cardeal-patriarca de Lisboa destacou que os consagrados reproduzem o “estilo de vida de Jesus” de entrega a “Deus e ao serviço do próximo” e neste ano especial as comunidades “ganharam mais consciência” desta forma de vida. “Julgo que o saldo mais positivo é que com muitas ações que se sucederam ao longo do ano, as comunidades ganharam mais consciência do que são os consagrados na Igreja como vocação de especial consagração”, disse D. Manuel Clemente no Pavilhão Multiusos de Odivelas.

À Agência ECCLESIA, o prelado assinalou que todas as vocações da Igreja “sublinham um ou outro aspeto da vida total de Cristo”, que nenhum “consegue esgotar” e cada um no seu lugar através da vocação que Deus dá “cumpre, representa um aspeto, uma faceta importante”. Neste contexto, o cardeal-patriarca de Lisboa explicou que pretendia “valorizar o que significou e significa” a consagração de cada pessoa como uma realidade que “abre a Igreja a um horizonte definitivo que não demite das realidades concretas do dia-a-dia”.

“Dá outro espírito e outro horizonte que não fiquemos presos na circunstância mas fiquemos presos no absoluto”, observou.

 

 

 

 

 

 

1071 missionários da misericórdia
para todo o mundo

 

O número de sacerdotes que vão ser enviados pelo Papa este ano como “missionários da misericórdia”, no âmbito do Ano Santo, superou as expetativas traçadas pela Santa Sé. O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, adiantou que "serão 1071 os missionários da misericórdia" que irão ser chamados a “exprimir a beleza do perdão de Deus” em todos os continentes.

D. Rino Fisichella agradeceu o empenho das dioceses e dos bispos de todo o mundo em “superarem o 

 

 

número missionários da misericórdia que a Santa Sé havia traçado”. Grande parte destes 1071 sacerdotes vão estar em Roma no próximo dia 10 de fevereiro, na Quarta-feira de Cinzas, celebração que marca o início da Quaresma, para receberem do Papa Francisco o “mandato” para a sua missão.

O padre Rui Valério, da Paróquia da Póvoa de Santo Adrião, em Lisboa, é um dos sacerdotes que o Papa vai enviar como “missionários da misericórdia”. “Ser nomeado, 

 

 

 

 

 

 

 

escolhido para missionário da misericórdia é qualquer coisa que nos remete para uma grandeza e uma dimensão que não é só nossa”, realça o membro da congregação dos Padres Monfortinos, em entrevista concedida à Agência ECCLESIA.

Para o sacerdote, ser missionário da misericórdia é um motivo de “alegria plena”, uma “graça”, mas ao mesmo tempo uma responsabilidade. “A misericórdia é algo que eu só partilharei, darei, oferecerei, se eu próprio a receber de Deus, salientou.

O sacerdote lembrou ainda que o objetivo do Papa Francisco, ao enviar estes 1071 missionários da misericórdia é ajudar a “sarar as muitas feridas que dilaceram o coração e a vida de tantos homens e mulheres”.

Abraçar a missão de missionário, no contexto do Ano da Misericórdia, é “abraçar todo um programa de vida”, acrescenta o religioso monfortino, que destaca a importância de poder ser “sinal” para os outros, de poder “indicar” um caminho para “o coração misericordioso de Deus”. E a possibilidade de “apresentar a Deus o que são os pedidos, as súplicas, as 

 
 
preces e necessidades do povo e da humanidade”, complementa.

Os sacerdotes missionários da misericórdia, segundo o Papa Francisco, vão ter “o poder de perdoar mesmo os pecados que estão reservados à Santa Sé, para que se torne evidente a amplitude o seu mandato”.

Terão por exemplo, a faculdade de perdoar pecados como a profanação da Eucaristia, a violação do sigilo sacramental (por parte de um sacerdote) ou a violência física contra o Papa, por exemplo. Vão poder ainda absolver o pecado do aborto, algo que atualmente está reservado aos bispos, que a podem delegar a penitenciários de algumas basílicas e santuários.

 
 

 

Apresentar a Mensagem com novas linguagens para chegar a novos públicos

 

O reitor do Santuário de Fátima afirmou em entrevista à Agência ECCLESIA que a celebração Centenário das Aparições “tem de passar por novas linguagens” para chegar “a quem não se sente “sintonizado” com Fátima. “Nós temos consciência de que a fé hoje tem de passar por novas linguagens. O grande desafio é não 

 

 

ficar nas linguagens que já usamos”, disse o padre Carlos Cabecinhas, em relação ao programa das celebrações do Centenário das Aparições.

“Quisemos envolver a dimensão da imagem, através da fotografia, propondo um concurso fotográfico, e também propondo às crianças itinerários diversos de envolvimento 

 

 

 

 

com a Mensagem de Fátima pela pintura, desenho, a música”, referiu.

As obras musicais encomendadas a James MacMillan e Eurico Carrapatoso e a dança contemporânea evocativa da Mensagem de Fátima a apresentar em maio de 2016 pela Vortice Dance Company são exemplos apontados pelo reitor do Santuário de Fátima da aposta em “parceiros que fossem particularmente relevantes e linguagens que fossem atuais”.

“Esta escolha de linguagens teve a ver com isso: chegarmos a outros que não atenção a Fátima, não se sentem sintonizados com Fátima. Procuramos responder aos nossos peregrinos, mas procuramos sempre alargar o horizonte”, afirmou.

 
“A arte tem esta capacidade de nos tocar profundamente falando-nos um outro tipo de discurso que não é o das palavras. E quisemos não descurar nenhuma destas linguagens para chegar aos peregrinos”, sustentou.

O reitor do Santuário de Fátima disse ainda que está em curso uma aposta no “mundo digital” através da renovação do sítio na internet do desenvolvimento de aplicações para os dispositivos móveis. “Nós queremos proporcionar ao peregrino uma experiência feliz de Fátima: um maior conhecimento da mensagem, uma profunda experiência de Deus, que está no centro da Mensagem de Fátima, e, por outro lado, a experiência festiva por estes 100 anos das aparições”.

 

Pórtico do Centenário
e Peregrinações Jubilares

O reitor do Santuário de Fátima adiantou que vai ser criado no recinto o ‘Pórtico do Centenário’, onde passarão as ‘Peregrinações Jubilares’ que assinalam o centenário das aparições. “O que vai marcar estes dois anos, sobretudo 2017, são as ‘Peregrinações Jubilares’ para os peregrinos que querem celebrar festivamente connosco o centenário das aparições”, disse o padre Carlos Cabecinhas.

O responsável adiantou que a ‘Peregrinação Jubilar’ vai propor um itinerário de oração e caminhada que passa por um ‘Pórtico do Centenário’. “Temos preparado um esquema com propostas para a ‘Peregrinação Jubilar’, uma oração, um itinerário próprio do peregrino que este ano os leva a passar pela ‘Porta Santa da Misericórdia’ e, em 2017, os vai convidar a atravessas o ‘Pórtico do Centenário’, que vai ser criado”, referiu.

Para o reitor do santuário mariano, o ano centenário vai oferecer aos peregrinos um “conjunto de propostas celebrativas que marquem festivamente os que vêm a Fátima”.

 
 
O padre Carlos Cabecinhas referiu também que as peregrinações aniversárias em 2017, entre maio e outubro, vão “fazer a memória centenária das aparições” e vão ser celebradas com “destaque”, começando já com a peregrinação de outubro de 2016, presidida pelo secretario de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que “vem preparar a vinda do Papa Francisco”.
 

 

 

 

 

Santuário abre portas a todos

A partir deste mês de fevereiro, centena e meia de projetos procuram dar vida a uma celebração “aberta ao público em geral”, que visam “celebrar, evocar, fazer festa, contemplar e orar”, segundo o reitor do Santuário de Fátima.

O responsável disse aos jornalistas que a visita do Papa em maio de 2017 será, naturalmente, a “iniciativa mais marcante de toda a vivência do centenário”, mas sustentou que seria injusto ignorar o conjunto “abrangente” de iniciativas que se dirigem “ao público em geral” para chegar ao “maior número de pessoas possível”.

A agenda de eventos que o Santuário procura criar novos dinamismos culturais, com exposições, congressos, colóquios e concertos, entre outros.

Uma das novidades apresentadas é uma exposição no Vaticano, já em 2018, que tem como objetivo sublinhar a relação entre “Fátima e a Santa Sé”, para além de funcionar como “balanço” de todo o período celebrativo do centenário das Aparições, segundo o padre Carlos Cabecinhas.

Entre as cerca de 150 iniciativas 

 

previstas está uma projeção na fachada da Basílica de Nossa Senhora do Rosário sobre Fátima como “fonte de luz”. “Desejamos que o programa fosse suficientemente abrangente para incluir atividades que fossem ao encontro do maior número de pessoas e grupos”, realçou o padre Carlos Cabecinhas.

Carla Abreu Vaz, assessora do Serviço Executivo do Centenário das Aparições de Fátima, reforçou por sua vez a intenção de “ir ao encontro de um público diversificado”. Nesse sentido, estão a ser oferecidas “novas propostas de oração”, cursos de formação e de aprofundamento teológico para a divulgação da Mensagem de Fátima e uma ampla “reflexão artística”.

O Santuário promove um concurso de escolas católicas, prémios de fotografias, concertos, novas obras de arte e um programa musical, cultura e artístico, “desafiando vários artistas a olhar para Fátima”. A instituição prevê ainda o lançamento de um novo site e de uma aplicação para dispositivos móveis que pretende facilitar a visita dos peregrinos e do público em geral.

 

 

Quénia: Farah, o muçulmano que morreu para salvar cristãos

O herói improvável

Um autocarro foi emboscado no nordeste do Quénia a poucos dias do Natal. Os terroristas que o atacaram queriam separar os cristãos dos muçulmanos para os massacrarem. Houve alguém que lhes fez frente.

 

Morreu no dia 19 de Janeiro, numa cama de um hospital em Nairobi, devido a complicações pós-operatórias. Salah Farah, muçulmano, 34 anos, sobreviveu apenas 29 dias desde que o autocarro em que viajava, no Quénia, foi emboscado por um bando de jihadistas do grupo al-Shabab. Faltavam apenas quatro dias para o Natal. Normalmente, os autocarros que se atrevem a atravessar a região de Mandera são escoltados pelo. “Infelizmente, naquele dia não houve escolta”, explicou Farah aos jornalistas que o visitaram no hospital dias antes da intervenção cirúrgica que se revelou fatal. Os extremistas bloquearam o autocarro e dispararam rajadas de metralhadoras que estilhaçaram logo os vidros. Depois, aos gritos, exigiram que os cerca de 80 passageiros desembarcassem.

 
Era o que todos temiam. Já em Mandera, em 2014, ocorrera um incidente do género. Então, um autocarro foi também atacado e os passageiros separados por grupos, conforme a religião. Os não-muçulmanos foram fuzilados. Morreram 28 pessoas, na sua maioria cristãos.

Dia 21 de Dezembro de 2015. O muçulmano Salah Farah, professor numa escola primária em Mandera, no nordeste do Quénia, estava de regresso a casa, desde Masaai Mara, onde tinha ido fazer uma acção de formação.  A viagem levava já 800 km. Estava quase a chegar quando tudo aconteceu. Como o autocarro seguia sem escolta, não foi difícil aos terroristas obrigarem o motorista a parar o veículo. Então, mandaram os passageiros sair. Algo de inédito, porém, estava para acontecer.

“Somos irmãos”

“Disseram para nos separar. Cristãos para um lado e muçulmanos para o outro”, recordou Farah. Mas todos recusaram acatar esta ordem. Ameaçadores, os terroristas fizeram novos disparos. Uma das balas 

 


 

atravessou a anca de Farah. Outros ficaram também feridos. Mas, mesmo assim, ninguém aceitou separar-se. Os muçulmanos rodearam os cristãos e tiveram um gesto que ninguém mais irá esquecer no resto das suas vidas. “Matem-nos a todos ou deixem-nos em paz.” Perante esta reacção inesperada, os terroristas acabaram por silenciar as armas e partiram.

Salah Farah foi transportado para o Hospital Kenyatta em Nairobi, mas não resistiu aos ferimentos. Além da bala que lhe perfurou a anca, ficou com estilhaços no braço direito. 

 

 

Numa das visitas que recebeu antes da intervenção cirúrgica, falou com jornalistas. Perguntaram-lhe por que arriscou a vida para salvar os cristãos.

A resposta foi imediata: “Somos irmãos. Peço aos meus irmãos muçulmanos que cuidem dos cristãos e aos cristãos que cuidem de nós. Ajudemo-nos uns aos outros e vivamos em paz.”

Tinha 34 anos. Farah deu a vida por aquilo em que acreditava: a paz.

 

Paulo Aido

www.fundacao-ais.pt

 

Vida Consagrada

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

O Papa Francisco encerrou, em Roma, a 2 de fevereiro, o Ano da Vida Consagrada. Eu também o encerrei, mas em Braga, com a Ordenação de dois Diáconos, originários do Gana.

O Papa lembrou aos Consagrados/as de que têm uma grande história a construir. É verdade que têm já uma história gloriosa para recordar e contar, mas isso seria muito pouco.

O Papa Francisco, quando convocou este Ano, fê-lo assentar em três pilares: Gratidão, Paixão e Esperança. A cada um deles faz corresponder um tempo: recordar com Gratidão o passado; viver o presente com Paixão; construir o futuro com Esperança!

Sobre a memória agradecida do passado, o Papa diz que narrar a própria história é louvar a Deus e agradecer-Lhe por todos os seus dons.

O amor apaixonado é imagem de marca da vida dos fundadores. O presente dos Consagrados assenta nesta Paixão pela Missão que exige fidelidade criativa. Viver com Paixão o presente – diz o Papa – significa tornar-se peritos em comunhão, num tempo marcado por rupturas e muitas formas de violência.

O futuro está a ser construído sobre os alicerces da Esperança. Esta não se funda em números ou obras de sucesso, mas na confiança que pusemos em Deus. Pede o Papa que os Consagrados não cedam à tentação dos números e da eficiência, e menos ainda à tentação de confiar nas próprias forças.

Este Ano foi marcado pela Alegria de quem se sente chamado e tocado pelo Evangelho, essa

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 boa notícia que muda a história da humanidade e lhe dá sentido. Há que ser feliz e espalhar felicidade à volta, pois não podem existir pessoas consagradas com rostos tristes e marcados pela desilusão, até porque a Igreja cresce por atracção e ninguém se sentirá atraído por vidas infelizes.

Essencial ainda é o sentido profético. Os profetas estão sempre do lado dos mais frágeis e indefesos, pois percebem que Deus está lá. A opção pelos mais pobres nunca pode faltar: há que sair de si mesmo para ir às periferias existenciais, sempre de braços e coração abertos.

Os Consagrados estão abertos ao mundo. Um dos sinais dos tempos que correm é o facto de haver cada vez mais Leigos que partilham a Espiritualidade e a Missão dos Institutos Religiosos. 

 

 
 Esta partilha a todos enriquece.

A última parte deste Ano da Vida Consagrada foi também Jubileu da Misericórdia. A ternura de Deus ajudará, por certo, as pessoas Consagradas a serem peritas na vivência do Amor de Deus.

São milhares, por esse mundo além, as mulheres e os homens que pertencem a Institutos de Vida Consagrada. São vidas de Deus na terra dos Homens. Muitos vivem em contexto de alto risco, mas nada deve atemorizar quantos se sentem chamados por Deus a dar a vida pelo Evangelho ao serviço da Justiça, da Paz e do Amor.

Os dois jovens ganeses, agora Diáconos, partirão para a Missão em Portugal e em Moçambique. O grito ‘Não tenhais medo!’ mantém e manterá uma enorme atualidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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