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Octávio Carmo |
Padre Rui Valério
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Foto da capa: D.R. Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Quaresma de Misericórdia
D. Manuel Linda |Octávio Carmo| Miguel Oliveira Panão | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernando Cassola Marques | Sónia Neves |
A coragem de mudar |
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Octávio Carmo
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A Quaresma, com que os católicos se preparam para celebrar a Páscoa, só aparentemente se apresenta como um tempo triste e pessimista. Mais do que o roxo ou as cinzas, estes 40 dias são marcados por desafios à mudança e ao descentramento, para o aprofundamento das dimensões da vida de cada um que muitas vezes são atropeladas pela correria do quotidiano e as falsas metas para as quais corremos sem cessar. Compreendo que a proposta de “conversão” seja olhada com desconfiança por alguns. É uma palavra que dói, implica o reconhecimento de que algo não está bem, implica mudança e isso é algo a que, paradoxalmente, resistimos, apesar de acharmos quase sempre que este não é o lugar onde devíamos estar. A conversão mais não é, em muitas situações, do que deixar de resistir. Largar tudo e confiar no que há de vir, com atenção a quem encontramos no caminho e os olhos postos numa meta definitiva, que transcende a nossa pequenez. Por isso mesmo, ainda hoje fazem tanto sentido as tradicionais práticas ligadas à Quaresma como forma de estimular o descentramento de si e o recentramento no Outro/outro. Por decisão do Papa, o tempo de preparação para a Páscoa vai decorrer sob o signo do Jubileu da Misericórdia. Simbolicamente, os missionários deste ano santo extraordinário vão andar pelo mundo inteiro, em vez de ficarem à espera do mundo. Também aqui há uma coragem de mudança. |
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Operações de resgaste após terramoto em Taiwan, 11.02.2016 @Lusa |
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“Uma pessoa que tem um rendimento bruto de 2000 euros por mês está numa posição da distribuição de quem paga impostos em Portugal, altamente privilegiada. Se isto faz dessa pessoa uma pessoa rica ou não... no contexto europeu garanto-lhe que não faz. No contexto português, ela de facto está numa posição cimeira da distribuição de rendimentos”. Mario Centeno, ministro das Finanças, entrevista ao Diário de Notícias, 09.02.2016
“Seguramente hoje a conclusão pelo Eurogrupo da apreciação do nosso orçamento ajudará a reforçar a confiança e ficará muito claro que este é um orçamento que aposta no crescimento, na criação de emprego, mas também na redução da dívida e do défice" António Costa, primeiro-ministro português, Lisboa, 11.02.2016
"Ontem [quarta-feira], na conferência de líderes, foi-nos dada a informação pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares de que o Governo iria endereçar ao parlamento um texto novo do Orçamento do Estado que corrigia todas as gralhas e todos os erros que pelos vistos são em quantidade significativa". Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, Lisboa, 11.02.2016
“Nem é tanto por vezes a dor física, que é praticamente atenuada ou resolvida com cuidados paliativos, é mais uma dor de dentro, depressão, vontade de partir. Isso tem de ser correspondido pela sociedade, não eliminando a vida e tentando, assim, evitar o problema, mas respondendo com mais companhia, com mais presença”. D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa em entrevista à Renascença sobre o manifesto pela legalização da eutanásia, 08.02.2016 |
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Portugal vai ter novo santo
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O Papa Francisco autorizou a canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), sem necessidade de um novo milagre atribuído à intercessão do futuro santo português, anunciou a Arquidiocese de Braga. “O Papa Francisco concedeu, no passado dia 20 de janeiro, em audiência à Congregação para a Causa dos Santos, a autorização necessária à dispensa |
do milagre formalmente demonstrado para a declaração de santidade do Beato Bartolomeu dos Mártires”, refere um comunicado enviado à Agência ECCLESIA. Segundo a Arquidiocese minhota, este é um “passo significativo” que permitirá, em breve, a conclusão do processo de canonização e a declaração pública da santidade de Bartolomeu dos Mártires, “antigo |
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arcebispo de Braga e figura de referência do Concílio de Trento”. Frei Bartolomeu, nascido em Lisboa, em 1514, foi ainda responsável pelo território que hoje compreende as dioceses de Viana do Castelo, Bragança-Miranda e Vila Real. D. Jorge Ortiga, numa nota pública, afirmou que esta notícia foi acolhida “como um novo estímulo para a caminhada arquidiocesana de conversão pessoal e pastoral” e reconheceu em Bartolomeu dos Mártires “um companheiro de viagem que abre novos horizontes”. Segundo a mesma nota, confirma-se para breve a colocação de uma estátua do Frei Bartolomeu no Largo de Santiago, junto à igreja de São Paulo. Bartolomeu dos Mártires foi declarado venerável a 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI e Beato a 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II. A 5 de fevereiro de 2015, D. Jorge Ortiga entregou, em mãos, ao Papa Francisco um dossier sobre a vida do antigo arcebispo de Braga e formulou o pedido de canonização equipolente. “Com a atual dispensa do milagre, o processo de canonização entra numa fase conclusiva e, a curto prazo, será |
anunciada a data de canonização”, refere a Arquidiocese de Braga. A 1 de maio de 2014, a Conferência Episcopal Portuguesa publicou uma nota pelos 500 anos de nascimento do futuro santo, que se encontra sepultado em Viana do Castelo, no Convento de São Domingos que ele próprio mandou construir e onde se recolheu até à sua morte em 16 de julho de 1590. A ‘canonização equipolente’, a que o Papa Francisco tem recorridos em diversas ocasiões, é um processo instituído no século XVIII por Bento XIV, através do qual o Papa “vincula a Igreja como um todo para que observe a veneração de um Servo de Deus ainda não canonizado pela inserção de sua festividade no calendário litúrgico da Igreja universal, com Missa e Ofício Divino”.
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Bispo de Viana espera canonização rápida de frei Bartolomeu dos Mártires
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O bispo de Viana do Castelo espera que frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590) possa ser canonizado até ao final do Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa (20 de novembro de 2016). “Esperemos agora que a canonização, cumpridas as formalidades ainda exigidas, venha a realizar-se no presente Ano Santo da Misericórdia”, escreve D. Anacleto Oliveira, numa comunicação aos diocesanos de Viana do Castelo sobre o processo de canonização. “Foi pela prática da misericórdia recebida de Deus, e nas suas diversas expressões, que o Beato Bartolomeu talvez mais se tenha distinguido no seu tempo e hoje tanto bem pode |
fazer à Igreja, na nossa Diocese e em todo o mundo. Assim nós o ouçamos e sigamos seu exemplo”, acrescenta. “O que os vianenses, desde a sua morte, se habituaram a chamar-lhe — ‘Arcebispo Santo’ —passará, dentro em breve e se Deus o quiser, a ser finalmente reconhecido por toda a Igreja”, precisa D. Anacleto Oliveira. O prelado recorda que a oração pela canonização de Bartolomeu dos Mártires foi um dos motivos do recente ano jubilar em que se comemoraram os 500 anos do seu nascimento. “Alegremo-nos e agradeçamos ao Senhor esta graça, que há tanto tempo lhe vimos pedindo”, refere o bispo de Viana do Castelo. |
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Igreja escreve aos namorados portugueses |
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A Comissão Episcopal do Laicado e da Família (CELF) divulgou uma nota sobre o Dia dos Namorados, que se assinala este domingo, deixando votos de que este tempo sirva para “concretizar o sonho de constituir uma família saudável”. “Saudamos todos os namorados no dia que lhes é dedicado. Fazemo-lo com alegria e esperança, augurando-lhes um futuro feliz”, escrevem os bispos que acompanham o setor familiar, na Conferência Episcopal Portuguesa. Na mensagem, enviada à Agência ECCLESIA, o organismo católico fala do namoro como “um direito e um dever de quem se sente chamado ao matrimónio”. “Desejamos que o namoro seja cada vez mais uma oportunidade para um maior conhecimento mútuo em ordem à concretização de um projeto de família alegre e feliz”, pode ler-se. Segundo os responsáveis católicos, uma “grande maioria” dos jovens aspira a “constituir uma família estável e duradoura”, apesar de crescerem na “lógica do individualismo” e das ideologias que “desvalorizam o matrimónio e a família”. “Os jovens sabem que só uma família sólida, inclusiva e respeitadora |
das diferenças, dá garantias de crescimento saudável e feliz”; acrescenta a mensagem. A Igreja, recorda o texto, propõe que o tempo de namoro seja “um itinerário de reflexão, de fé e de discernimento”. “A história de um casal e da sua família começa a escrever-se neste tempo do namoro, com as tintas da verdade e da delicadeza, sem falsas artimanhas de conquista, sem antecipar passos para, por medo de rejeição ou abandono, prender e comprometer o outro”, acrescentam os membros da CELF. A mensagem recorda as situações de “fracasso familiar” como uma experiência “dolorosa para todos” que deixa marcas, pelo que é necessário investir numa “verdadeira preparação para o matrimónio”. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt
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Bgreen - Ecological Film Festival
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Roma e Moscovo encontram-se em dia histórico para o Ecumenismo
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A capital de Cuba vai receber esta sexta-feira o primeiro encontro entre um Papa e um patriarca ortodoxo. Francisco e Cirilo vão reunir-se Havana, numa escala do Papa a caminho do México. "A Santa Sé e o Patriarcado de Moscovo têm o prazer de anunciar que, pela graça de Deus, sua santidade o Papa Francisco e sua |
santidade o patriarca Cirilo de Moscovo e toda a Rússia se vão encontrar no próximo dia 12 de fevereiro", refere uma nota de imprensa conjunta. O encontro em Cuba, onde o patriarca Cirilo vai estar no âmbito da sua primeira visita oficial à América Latina, inclui um "colóquio pessoal" no aeroporto internacional José Martí
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de Havana e conclui-se com a assinatura de uma declaração comum. Francisco vai partir de Roma às 07h45 (06h45 em Lisboa) do próximo dia 12 para chegar à capital cubana pelas 14h00 locais (19h00 em Lisboa), onde será recebido pelo presidente Raúl Castro. A reunião privada entre o Papa e o patriarca de Moscovo vai começar 15 minutos depois, com a ajuda de intérpretes, prevendo-se que dure cerca de duas horas. Às 16h15 locais vai ter lugar a troca de presentes e 10 minutos depois o presidente Raúl Castro junta-se aos dois líderes religiosos, antes da assinatura declaração da declaração conjunta católico-ortodoxa, seguida de intervenções de Francisco e Cirilo. "Este encontro dos primazes da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa russa, preparado há muito tempo, será o primeiro na história e marcará uma importante etapa nas relações entre as duas Igrejas", acrescenta o comunicado oficial. A Santa Sé e o Patriarcado de Moscovo desejam que o encontro "seja um sinal |
de esperança para todos os homens de boa vontade" e convida os cristãos "a rezar com fervor para que Deus abençoe este encontro e dê bons frutos". Na capital russa, o Departamento para as Relações Exteriores do Patriarcado de Moscovo adiantava aos jornalistas que um encontro deste género estava em preparação "há quase 20 anos" e foi acelerado pelo "genocídio dos cristãos" às mãos de grupos terroristas. O cardeal-patriarca de Lisboa recebeu com “muita alegria” o anúncio deste encontro, face aos “grandes desafios que se põem à humanidade”. “Finalmente é possível, porque a globalização dos problemas, os grandes desafios que se põem à humanidade, só por todos podem ser respondidos”, disse D. Manuel Clemente sobre o encontro entre Francisco e Cirilo. “Creio que é exatamente nesta consciência que também surge esta notícia, esta boa notícia que adiro com muita alegria, com muita satisfação”, acrescentou à Agência ECCLESIA a respeito de um encontro “desejado há muito tempo”. |
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Papa feliz por visitar México e rezar no Santuário de Guadalupe |
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O Papa manifestou a sua “grande alegria” por poder visitar o México, a partir de sexta-feira, confessando a sua devoção a Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. “Qual é um dos meus maiores desejos? Poder visitar a casa da Virgem Maria: como um filho, aproximar-me-ei da Mãe e colocarei aos seus pés tudo o que levo no meu coração, é bom poder visitar a casa materna e sentir a ternura da sua presença bondosa”, disse, numa videomensagem divulgada pelo Vaticano e transmitida este domingo na televisão mexicana. Francisco diz que tem os mexicanos no seu coração e apresenta-se como “missionário da misericórdia e da paz”. “[Quero] encontrar-me convosco para confessar a nossa fé em Deus e partilhar uma verdade fundamental nas nossas vidas: Que Deus nos ama muito, que nos ama com um amor infinito, além de nossos méritos”, refere. O Papa promete uma atenção especial àqueles que “sofrem” para os abraça e dizer-lhes que “Jesus os ama”.A viagem ao México decorre entre os dias 12 e 17 deste mês: no total, o |
Papa vai percorrer mais de 24 mil quilómetros, o equivalente a mais de meia volta ao mundo, em 12 ligações aéreas, de avião e helicóptero, que implicam quase 36 horas de voo.
A 12ª viagem internacional do pontificado inclui passagens pela Cidade do México, Ecatepec, Tuxtla Gutiérrez e San Cristóbal de Las Casas (Chiapas), Morelia e Ciudad Juárez. No último dia em solo mexicano, Francisco vai presidir a uma Missa ao ar livre na fronteira entre o México e os Estados Unidos da América, com o objetivo de chamar a atenção dos responsáveis internacionais para os problemas das migrações. O Papa Francisco visitou esta quinta-feira a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. |
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Bento XVI, três anos depois |
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Bento XVI anunciou a sua renúncia ao pontificado há três anos e está a manter desde então uma vida de recolhimento, no Vaticano, surgindo em público para acompanhar cerimónias presididas por Francisco ou receber homenagens. O agora Papa emérito apresentou a sua renúncia durante uma reunião com várias dezenas de cardeais, a 11 de fevereiro de 2013, que tinha sido convocada para aprovar a canonização de três beatos. Numa decisão que surpreendeu os presentes, Bento XVI afirmou, em latim, que as suas forças devido à idade avançada, já não eram “idóneas” para exercer adequadamente o seu ministério, que chegaria ao fim a 28 de fevereiro de 2013. A última renúncia ao pontificado tinha acontecido em a em 1415, com a resignação do Papa Gregório XII (induzida pelo Concílio de Constância). A mais recente aparição pública de Bento XVI aconteceu a 31 de dezembro, quando assistiu a um concerto de Natal oferecido pelo coro infantil alemão ‘Jugendkantorei su Eichstätt Dom’. Antes, a 8 de dezembro, o Papa emérito participou na abertura |
do Jubileu da Misericórdia, atravessando a Porta Santa da Basílica de São Pedro.
A 30 de junho, Francisco visitou Bento XVI na residência do seu predecessor, no Vaticano, num encontro que demorou cerca de meia hora, antes da partida do Papa emérito para férias na residência pontifícia de Castel Gandolfo, arredores de Roma. Bento XVI receberia a 4 de julho o doutoramento «Honoris Causa» por parte da Academia Musical de Cracóvia e da Pontifícia Universidade João Paulo II. A 31 de agosto, o Papa emérito encerrou a reunião do chamado «Ratzinger Schülerkreis» (círculo de estudantes de Ratzinger), o encontro anual de antigos alunos que em 2015 abordou o tema ‘Como falar de Deus, hoje’. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Saudação à Mulher |
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D. Manuel Linda e Segurança |
A pessoa em causa tinha tanto de generosa como de desbocada. Quando me parou, na rua, com o pretexto de uma nova anedota, ousei levar ao limite a nossa amizade e dizer-lhe que certamente iria sair asneira ou entrar mosca. Sorriu, mas mesmo assim, disparou: “Sabe o que é uma mulher grávida de uma menina? Um kit de limpeza com recarga”. Devo ter esboçado um qualquer sorriso amarelo. Tão amarelo que nos despedimos quase «sem jeito», como diriam os brasileiros. Mas a verdade é que esta frase ficou-me na memória, como espinho que não se consegue remover, não obstante a ter ouvido há bem mais de duas décadas. Desde então, muita água passou já debaixo das pontes e muita mentalidade se «aggiornou». Por mérito próprio e pela força do seu braço, a mulher foi conquistando, gradualmente, o seu lugar na sociedade. A ponto de, em determinados âmbitos, pontificar. Com enorme proveito para a sociedade. Pense-se, por exemplo, no campo da saúde. E se, em alguns sectores, ainda se sente minimizada e discriminada, a direcção está traçada e a marcha é imparável: há-de verificar-se plenamente aquela certeza do relato bíblico que a dá como uma das duas faces do ser pessoa. Portanto, em pé de igualdade com o homem. Sim, na cosmovisão da fé cristã, mulher e homem não são estranhos, competidores ou inimigos: são revelação da igual essência de “imagem e semelhança de Deus”, face dupla da mesma realidade. Como tal, seres complementares. |
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O que quer dizer que a «condição feminina» é mesmo para ser isso: feminina. Tal como a masculina: como não sabemos fazer melhor que Deus, é bom que, deliberadamente, não se criem novos «híbridos» de mulheres masculinizadas e de homens efeminados… Por isto, a «ideologia de género», que explora em agressividade a tradicional menorização da mulher, é uma falsidade e uma desonestidade intelectual: contestar a complementaridade homem/mulher é o mesmo que introduzir a competitividade e favorecer a usurpação dos «papéis» sociais. E fazer com que tudo fique na mesma, com a mera mudança de mãos. É como no caso do assalto: o produto do roubo continua a ser para a mera fruição individual, só mudando do cofre do que era considerado dono para as mãos do ladrão bem sucedido… Quando vemos a actuação de algumas senhoras em certos domínios, mormente no da política, não ficamos com a impressão de que mais não |
fizeram do que usurpar a tradicional ferocidade e irreflexão masculina na forma como propõem e defendem as «questões fracturante»? E nós que esperávamos que a chegada da mulher à barra da história se traduzisse num notório processo de humanização… A todas as mulheres, a todas sem excepção, os meus cumprimentos, neste Dia Internacional da Mulher. |
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Recursos |
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Miguel Oliveira Panão Professor Universitário |
Uma das preocupações ambientais mais evidentes são os recursos naturais. Podemos pensar na água, alimentos, energia, entre outros, na equidade da sua distribuição e sobriedade no seu uso. Depois temos também os recursos humanos, seja nas empresas, ou como força de transformação social e cultural. Um recurso natural, social, ou cultural, é uma fonte de energia que dinamiza algo. É a matéria-prima que temos disponível para concretizar os nossos projetos. Nesse sentido há um tipo de recursos que não se tem explorado muito. Penso na expressão “periferias existenciais” que o Papa introduziu na nossa linguagem. Serão essas periferias um recurso? Quando lidamos com os nossos limites, aprendemos sempre alguma coisa com isso. Diria que o efeito que esses limites têm sobre nós depende muito da forma como encaramos a vida. Se somos pessimistas, qualquer limite é motivo de depressão. Se somos negativistas, os limites não são nossos, mas dos outros. Se somos otimistas, um limite pode transformar-se em oportunidade. Uma imagem disso é como se os limites fossem trampolins disfarçados de obstáculos enquanto não os enfrentarmos. Por exemplo, consideremos o diálogo entre crentes e não-crentes. Se participarmos num diálogo deste tipo somos confrontados com os nossos limites (de conhecimento, de tolerância, de inteligência, etc) e com os limites dos outros, semelhantes aos nossos. Num diálogo, fazendo a experiência de perder |
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a ideia que tenho para criar em mim o espaço de modo acolher a ideia do outro não é fácil. Mas se o fizermos, a um dado momento estamos libertos do preconceito de “possuir a razão” que nos aprisiona e impede de escutar verdadeiramente o outro. É fácil? Quem me dera! Mas quando o conseguimos produz efeito? E de que maneira! Trabalho neste momento num livro repleto deste tipo de diálogo e a paciência do meu amigo sacerdote que teve a coragem, e a ousadia de desbravar novos caminhos de evangelização na blogosfera … é, simplesmente, genial. Percebi como lidar com o limite traçado pela linha de distingue crer de não-crer pode fazer parte do nosso processo de maturação pessoal, logo, um recurso imensamente valioso. Este exemplo pode ser estendido a outros. Um dia pediram-me para falar a estudantes do 10ºano e optei |
pelo tema do Futuro. Inspirei-me no trabalho do psicólogo de Harvard Howard Gardner quanto às mentes que deveríamos desenvolver para concretizar o futuro que aspiramos. Essas mentes são a disciplinada, a sintetizadora, a criativa, a respeitadora e a ética. A um dado momento pergunta-me um dos estudantes “falou de não deixarmos de seguir os nossos sonhos. Mas, e se a um dado momento percebemos que não temos as capacidade necessárias para os realizar?” Bela pergunta! Serão as nossas incapacidades limites aos nossos sonhos? Lembrei-me de Stephen Hawking. Limitado? Sem dúvida. Por isso desenvolveu aquilo que tinha de melhor, a sua mente e inteligência. E com isso fez dos limites um trampolim. Ou seja, fica o convite a estarmos atentos aos nossos limites e a descobrir o valor de fazer deles verdadeiros recursos. |
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Correr atrás do Amor |
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Sónia Neves |
Depois dos disfarces retirados e do humor ter tentado assaltar as caras mais sisudas e difíceis de abrir o sorriso eis que se dá o pontapé de saída para um novo tempo. O relógio segue a ritmo cadente. O tempo não para. Uma nova Quaresma entra de mansinho, com novos apelos trazidos pelo homem de branco com que todos simpatizam. A Misericórdia transborda em todas as mensagens para estes quarenta dias de preparação para um dia especial, a Festa Maior, a Páscoa. Misericórdia, um vocábulo sonante e generoso que soa pouco nos nossos dias, afinal o que é a Misericórdia? De que é feito? Quem a tem? Que braços se abrem para a receber? Este ano proposto pelo Papa Francisco vai ser um “livro” que vamos lendo, página a página, para perceber mais sobre o tema e abrir os braços às 14 obras, sete espirituais e sete corporais. É difícil de perceber ou até de explicar mas sinto que a Misericórdia pode ser um ato de conversão. Todos sabemos que se pode converter um ficheiro, por exemplo, e o inicial fica diferente, convertido. Através de uma obra de Misericórdia também |
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ocorre esta conversão, quem a faz e quem a recebe não fica igual… Durante todo o ano vai haver possibilidades de saber mais sobre a Misericórdia e descobrir este “termo amplo que se refere a benevolência, perdão e bondade numa variedade de contextos éticos, religiosos, sociais e legais”. Este ato de amor… E não posso deixar de reparar: o primeiro domingo de Quaresma, este ano 14 de fevereiro coincide com o dia dos Namorados, assim designado. O Papa sublinhava a importância da mudança de vida neste tempo forte e o namoro também se pode ver como uma mudança de vidas, neste caso. |
Aqui está um paralelo curioso… Dar valor a uma mudança de vida, através de um namoro, de duas pessoas que se vão conhecendo tendo em vista o Amor, a família. Claro que é preciso ter tempo para a paixão, para o namoro, para esse conhecimento de dádiva e tolerância.
Recordo-me deste dia há uns anos, em pleno centro de Lisboa… Vendiam-se rosas vermelhas, as montras enchem-se de ursinhos de braços abertos, música no ar e gente a correr para comprar “alguma coisa” para a sua cara-metade. Faltou o tempo… Fazia sentido? Todos correm atrás do Amor e querem saltitar entre momentos felizes. Todos querem aquele equilíbrio emocional porque “ninguém nasce para ser infeliz. Fomos criados por Amor e para Amar”, como escreveu D. Antonino Dias na sua mensagem. Que este dia nos traga a inquietação de querer viver mais e melhor, neste equilíbrio do Amor, dando o melhor de nós a cada dia e lembrando todo o ano da Quaresma e da mudança de vida. |
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A Igreja Católica começou a celebrar esta Quarta-feira de Cinzas o tempo da Quaresma, que em 2016 decorre no contexto de um Ano Santo extraordinário, convocado pelo Papa. Na sua mensagem, Francisco alerta para o “delírio de omnipotência” do ser humano, que o leva a ignorar quem sofre e esquecer Deus. “Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a uma massa possível de instrumentalizar”, escreve.
A preparação para a Páscoa, no Jubileu da Misericórdia, está no centro deste dossier, com entrevista ao padre Rui Valério, um dos mais de 1070 missionários da misericórdia que o Papa enviou pelo mundo, para o perdão dos pecados. O leitor pode depois encontrar as mensagens de todos os bispos diocesanos portugueses para a Quaresma.
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«Missionário da Misericórdia, um sinal no tempo de algo que é eterno»
O padre Rui Valério é um dos 1071 sacerdotes que o Papa Francisco enviou como Missionário da Misericórdia esta quarta-feira pelo mundo para sarar as “feridas da humanidade”, no âmbito do Jubileu que a Igreja Católica está a viver até 20 de novembro. Enviado desde o Vaticano para todas as realidades, e em concreto ao Patriarcado de Lisboa, o sacerdote assinala que no século XXI é preciso “resgatar à verdade o nome Deus” porque “Deus é misericórdia, Deus é amor, ternura, perdão”.
Entrevista realizada por Henrique Matos
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Agência Ecclesia (AE) – O padre Rui Valério antes de ser Missionário da Misericórdia pertence à Companhia de Maria, é missionário Monfortino e há uma ligação entre a sua vocação religiosa e a missão que a Igreja agora lhe confia? Padre Rui Valério (RV) – De facto assim é, quando a iniciativa ou chamamento me chegou a principal razão que me foi apresentada para este serviço da Igreja como missionário da Misericórdia foi que o fundador da minha congregação religiosa, São Luís Maria de Montfort, foi um grande arauto da misericórdia de Deus que derramou e expandiu |
pelo norte da França nos séculos XVII e XVIII. E, com esse título como que nos transmitiu uma espiritualidade e vivência da misericórdia de Deus que nos faz vislumbrar horizontes de entrega, dedicação e de encontro aos outros. Por essa razão, talvez, tenha sido o fator não sei se decisivo, porque na Igreja todas as escolhas e chamamentos que acontecem são norteados pela figura, pela ação e pela luz do Espírito Santo mas sem dúvida que ser missionário Monfortino teve alguma peso a ser chamado Missionário da Misericórdia. |
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AE – Esse é o carisma da sua congregação mas qual é o carisma do Missionário da Misericórdia. O que se pede e qual vai ser a sua função ao ser enviado pelo Papa Francisco pelo mundo? O que é ser Missionário da Misericórdia? RV – Antes de responder concretamente à pergunta, nós quando escutamos o que para o Papa Francisco significa ser Missionário da Misericórdia e, se depois, ampliamos os horizontes dos nossos ouvidos a tudo o que são os ensinamentos e doutrina da Igreja sobre a misericórdia |
e este missionário deixe-me confessar que nos sentimos imensamente pequeninos face à grandeza do mistério com que somos confrontados ou chamados, antes de mais a assimilar, a transmitir aos outros. Nós somos verdadeira pequeninos porque o Missionário da Misericórdia, segundo o que o Papa Francisco diz na Bula o ‘Rosto de Misericórdia’ [‘Misericordiæ Vultus’, de convocação do Jubileu Extraordinário] começa por escrever que “é um sinal” da misericórdia do próprio Deus, ou seja, aquilo que prevalece na ação |
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e testemunho do missionário é ser indicação para um coração maior, um coração de Deus. O Papa sublinha muito esta transição da ternura de Deus a acontecer no mundo e o Missionário da Misericórdia é chamado a ser este elo, esta ponte. Em segundo lugar, para o Papa o missionário é o sinal da presença da Igreja no meio do povo, ora, na linguagem de Francisco tem um desafio de todo o tamanho porque para ele a missão da Igreja é ser um “hospital de campanha”. Uma linguagem militar que nos faz entender que a Igreja tem de estar onde os verdadeiros desafios são travados. E, aquilo que impele a nessa campanha, nesse campo de desafios é exatamente curar as feridas da solidão, as feridas da marginalização, do atropelo, as feridas da ausência de valores. Curar todas essas feridas com o bálsamo e com o remédio da ternura, do amor e da misericórdia de Deus. A tudo é chamado naturalmente um missionário mas há um desafio ainda mais premente que se coloca ao missionário. É o de estar consciente que só pode dar o que ele próprio |
recebeu. Traduzindo em parábolas de Jesus significa que nós semeamos o perdão quando em profundidade nos sentimos já perdoados o que implica um exercício de reconhecimento da nossa própria fragilidade, da nossa própria fraqueza. Vou confessar que um dos grandes méritos da proclamação deste Ano Santo foi o de nos ter feito olhar para o pecado com serenidade e o Papa sublinhou muito no último livro, a entrevista que foi publicada em livro, o ‘Nome de Deus é a misericórdia’. Ele diz que quando não há reconhecimento, quando não há aceitação das próprias fragilidades e do próprio pecado muito dificilmente Deus encontrará uma estrada para chegar até ti e para que derrame o seu perdão e a sua misericórdia. Portanto, há um conjunto de desafios, que ao mesmo tempo são oportunidades, que o missionário traz consigo mas aquilo que sublinho é que o missionário é um sinal no tempo de algo que é eterno. Um sinal no mundo dos homens de algo que pertence ao coração de Deus e isso é um Missionário da Misericórdia. |
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AE – Como é que agora vai concretizar este sinal. Uma itinerância por alguns lugares, uma presença, proximidade às pessoas, vai à procura dos que sofrem e estão mais fragilizados. Como que vai dar corpo a esta missão? RV – Deixe-me confessar um pormenor que não diz respeito especificamente à pessoa ou missão do missionário. Considero que temos de olhar para o Jubileu da Misericórdia primeiro como um dom, em segundo como uma oportunidade e em terceiro como um desafio. São estas as três palavras que colocaria ao lado de Ano da Misericórdia. |
É um dom para a nossa sociedade, para o nosso mundo ocidental que neste momento confronta-se com desafios tremendos, grandes. Basta pensar que impacto tem a misericórdia relativamente à questão hoje tão dramática dos emigrantes que nos batem todos os dias à porta. Que significa que este continente Europa, ou o mundo ocidental se deixe nortear pelo critério e pelo princípio da misericórdia.
Digo apenas que misericórdia, no latim miserer cordis, significa abertura de coração para com os mais frágeis. É um dom que nos deixa iluminar os caminhos a trilhar relativamente a |
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questões muito concretas. Há um segundo âmbito em que este Ano pode ser um dom, por exemplo a complexidade que hoje caracteriza o mundo do trabalho. Esta crise que é internacional fez com que em muitos lugares o empregado, o trabalhador já não seja respeitado como pessoa que é. A misericórdia tem um impacto sobre esta relação entre pessoas no mundo do trabalho, empresarial. Disse também que é uma “oportunidade”, e refiro-me especificamente para a Igreja. A última grande palavra que foi dita com estrondo na história foi |
Nietzsche, em 1887, “Deus está morto”. O século XX, nos movimentos históricos que teve das guerras, dos campos de concentração, muitas vezes foram ocasião para invocar esse slogan. No princípio do século XXI, o nome Deus apareceu novamente mas foi associado a coisas más, como atentados, fundamentalismos. É necessário, é preciso resgatar à verdade o nome Deus. Deus é misericórdia, Deus é amor, ternura, perdão, por isso, é um dom mas é também uma oportunidade.
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Missionários da misericórdia por todo o mundo para o perdão dos pecados
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O Papa presidiu no Vaticano à celebração de Cinzas, que marca o início do tempo de Quaresma, sublinhando a importância da partilha e da mudança de vida na preparação para a Páscoa. “É um convite à simplicidade e à partilha: tirar algo da nossa mesa e dos nossos bens para |
encontrar o verdadeiro bem da liberdade”, disse na Missa a que presidiu na Basílica de São Pedro. Francisco estava acompanhado por centenas de padres de todos os continentes, incluindo vários portugueses, que dele receberam o mandato de serem “missionários |
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da misericórdia” como “símbolo e instrumentos do perdão de Deus”. “Caros irmãos, que possais ajudar a abrir as portas do coração, a superar a vergonha, a não fugir da luz. Que as vossas mãos abençoem e consolem os irmãos e irmãs com paternidade; que através de vós, o olhar e as mãos do Pai pousem sobre os filhos e curem as suas feridas”, pediu. A reflexão referiu as práticas de penitência, oração e solidariedade que estão ligadas ao tempo da Quaresma, na tradição católica. “De facto, Jesus chama-nos a viver a oração, a caridade e a penitência com coerência e autenticidade, vencendo a hipocrisia”, referiu Francisco. Nesse sentido, deixou votos de que a Quaresma “seja um tempo de benéfica ‘poda’ da falsidade, da mundanidade, da indiferença”. “Para não pensar que tudo está bem se eu estiver bem; para perceber que aquilo que conta não é a aprovação, a busca do sucesso ou do consenso, mas a limpeza do coração e da vida; para reencontrar a identidade cristã, isto é, o amor que serve e não o egoísmo que se serve”, precisou. |
Os missionários da misericórdia são 1071 padres vindos de todos os continentes, incluindo países como Timor-Leste, Birmânia, China, Egito ou Líbano, para além de sacerdotes de rito oriental. Têm a faculdade especial de perdoar pecados “reservados”, ou seja, que só podem ser perdoados pela Santa Sé. Francisco alertou para a tentação de ficar “fechado” em si próprio, sem receber a “luz” da misericórdia de Deus. Após a homilia, o Papa cumpriu o rito da imposição de cinzas, baixando a cabeça, e repetiu depois o gesto a vários dos participantes na Missa. O envio dos missionários aconteceu no final da celebração, com uma oração proferida pelo pontífice argentino: “Olha Senhor para estes teus servos, que enviamos como mensageiros da misericórdia, da salvação e da paz”. |
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Algarve
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O bispo do Algarve, na sua mensagem para a Quaresma ‘Abrir a porta do coração à misericórdia do Pai’, destaca três aspetos das propostas quaresmais do Papa para uma “melhor vivência” deste tempo litúrgico. “Dar primazia à escuta orante da Palavra; reviver a aliança de Deus com o seu povo, como história de amor e misericórdia e ser misericordiosos como o Pai pela prática das obras |
de misericórdia corporal e espiritual”, escreve D. Manuel Quintas. Neste contexto, divulga o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’, o prelado do Algarve convida “todos os diocesanos a viver mais intensamente este tempo” através da experiência da “misericórdia de Deus celebrada e partilhada” em comunhão com o Papa Francisco e “em sintonia com a sua mensagem quaresmal”. “A Quaresma possibilitar-nos-á,
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deste modo, prosseguirmos o caminho jubilar: deixar que a misericórdia do Pai abra a porta do nosso coração; experimentar o seu amor inesgotável e fiel; tornar-se, por sua vez, misericordiosos como o Pai”, refere ainda. Já na celebração das Cinzas, D. Manuel Quintas exortou a uma “escuta mais atenta da palavra de Deus”. “É sempre a palavra de Deus que motiva e ilumina a nossa conversão. Escutar a palavra é deixar-se evangelizar por ela”, afirmou, considerando que “é favorável este tempo porque a palavra que a liturgia oferece diariamente contem em si um apelo mais veemente” que “desperta mais para o crescimento |
desta identificação com a pessoa de Cristo”. O bispo do Algarve apelou também a “mais espaço à oração que seja verdadeiramente encontro com Cristo”. “É, sobretudo, na oração que crescemos nesta identificação com Ele”, complementou, desafiando à “partilha fraterna que deve ser o resultado de uma privação pessoal e expressão de uma verdadeira conversão”. “Tudo isto tem de ser provado pela caridade, a atenção aos outros. A caridade é sempre o termómetro que mede a verdade da nossa fé, a autenticidade da nossa oração e também a verdade da nossa participação na eucaristia”, lembrou. |
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Angra
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O bispo de Angra pediu à Igreja Católica nos Açores que se deixe “incomodar e interpelar” pela realidade que os rodeia e pelos “problemas concretos das pessoas”, na sua mensagem para a Quaresma onde apela a uma pastoral de misericórdia. “Não podemos ficar nos templos à espera das pessoas. Temos de sair dos templos e ir ao encontro lá onde vivem e labutam. Temos de ser |
«+Próximo» do nosso próximo. Temos de ser ‘missionários’ presentes e atuantes na vida das pessoas lá onde é precisa mais misericórdia”, escreve D. António de Sousa Braga. Na mensagem para a Quaresma 2016, o prelado sublinha que uma pastoral da misericórdia tem de se deixar “interpelar e incomodar pela realidade” que os rodeia e pelos “problemas concretos das pessoas”. |
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O bispo de Angra frisa que tem de “estar atenta e conhecer” a realidade para ao estar próxima das pessoas, evitar duas tentações: “A ‘espiritualidade da miragem’, em que não se vê o que acontece à nossa volta, ou ‘a fé por tabela’, que já tem a resposta feita, antes de conhecer a realidade.”
Neste contexto, ‘+ Próximo’ é o lema escolhido para a Quaresma 2016 retirado de um programa (2011-2014) da Caritas Portuguesa, informa D. António de Sousa Braga, na mensagem publicada no sítio online da Diocese de Angra. O bispo de Angra apela a que durante a Quaresma, este ano a partir de 10 de fevereiro, renuncie-se a “algo habitual” para “ajudar os refugiados, |
que vêm para Portugal”. A renúncia quaresmal que vai ser entregue no ofertório da Missa de Domingo de Ramos (20 de março) vai ser dividida entre a Caritas Nacional e a Caritas dos Açores: “As instituições que em nome da Igreja em Portugal dão apoio aos refugiados, independentemente da sua raça, religião e nação”, explica. D. António de Sousa Braga destaca também que a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à diocese é um “momento especial de graça” de preparação para viverem a Quaresma, do Ano Santo da Misericórdia, como “momento propício de conversão e de mudança de vida”. |
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Aveiro
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O bispo de Aveiro anunciou as igrejas paroquiais jubilares que, no tempo da Quaresma, vão ter o sacramento da reconciliação e convidou os diocesanos a “não fechar as portas à Misericórdia”. “Declaro como jubilares todas as Igrejas paroquiais no dia em que, no tempo da Quaresma, se celebrar o |
sacramento da reconciliação. A possibilidade de lucrarmos a indulgência própria do Ano jubilar é uma graça concedida pela Igreja e à qual todos devemos ter acesso”, escreveu D. António Moiteiro, na mensagem para a Quaresma 2016, enviada à Agência ECCLESIA. O prelado destaca que é necessário
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nestes “tempos difíceis” evocar “as obras de misericórdia”, o que “significa apreender um novo impulso de humanidade, para não permitir que a mentira, a hipocrisia, a corrupção, a avidez do poder, a barbárie e a indiferença prevaleçam neste mundo que deveria ser de proximidade, de afetos e de harmonia”. Na sua mensagem D. António Moiteiro convida os diocesanos a celebrar o sacramento da reconciliação e destaca como momentos relevantes as ‘vinte e quatro horas para o Senhor’ e a presença da Imagem Peregrina
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de Nossa Senhora de Fátima na diocese em tempo pascal. “As Igrejas e outros espaços (hospital, prisão…) onde estiver a Imagem de Nossa Senhora de Fátima serão também lugares jubilares, onde poderemos beneficiar da graça deste Ano Santo”, pode ler-se na sua mensagem de Quaresma. A renúncia quaresmal será repartida “entre os cristãos perseguidos pelo ódio da intolerância religiosa e a necessidade urgente de dotarmos os Serviços pastorais diocesanos de espaços de trabalho e de reuniões, adaptando, para o efeito, uma zona do nosso Seminário de Santa Joana”, explica D. António Moiteiro. |
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Beja |
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A Diocese de Beja vai destinar os donativos dos fiéis que recolher durante a próxima Quaresma à ajuda das comunidades cristãs que vivem no Médio Oriente, anunciaram D. António Vitalino e D. João Marcos. “Sensível ao drama de tantos cristãos que no Médio Oriente são perseguidos, o Conselho Presbiteral da nossa Diocese de Beja sugeriu que o produto da Renúncia Quaresmal deste ano lhes seja destinado”, revelam o bispo de Beja e o seu coadjutor, na mensagem para a Quaresma 2016. D. António Vitalino e D. João Marcos revelam que em 2015 foram recolhidos “apenas” 20 415,42 euros na Diocese de Beja, destinados a ajudar as vítimas da erupção vulcânica na ilha do Fogo |
em Cabo Verde e às obras da Sé. “Dizemos apenas porque estamos convictos de que, apesar de sermos poucos, podemos e devemos ajudar mais”, escrevem os bispos. “Não fiquemos indiferentes ao sofrimento e às privações dos nossos irmãos”, acrescentam. A mensagem tem como pano de fundo a celebração do Ano Santo da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, e às portas jubilares que foram abertas em todas as dioceses do mundo. “Há uma porta aberta para todos no Coração humano de Deus! Cristo, Bom Pastor, vem à tua procura cheio de misericórdia. Não sejas mau |
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para ti mesmo”, refere o texto. Para D. António Vitalino e D. João Marcos, o tempo de preparação para a Páscoa visa uma “conversão” e “transformação” que tem como expressões “a oração, o jejum, a
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esmola”. “Se conheces a misericórdia de Cristo para contigo, sê misericordioso! Se conheces a generosidade de Cristo e o seu amor, ama os teus irmãos e sê generoso tu também”, apelam. | ||
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Braga
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O arcebispo de Braga desafiou as comunidades católicas a fazer da Quaresma, que se inicia na quarta-feira, um tempo de partilha e compromisso “com a Igreja e com o bem da sociedade”. “Continuaremos, perante os inúmeros pedidos de ajuda, a destinar a renúncia quaresmal para o nosso Fundo «Partilhar com Esperança» e, numa manifestação da consciência |
missionária, apoiaremos as diversas iniciativas para concretizar o protocolo de cooperação com a diocese de Pemba, Moçambique”, adianta D. Jorge Ortiga, na sua mensagem, enviada à Agência ECCLESIA. O arcebispo primaz convida os fiéis a acolher a Caminhada Quaresmal preparada pela Comissão Arquidiocesana para a Pastoral Litúrgica e Sacramentos.
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A mensagem de D. Jorge Ortiga, com o título ‘Discípulos missionários em conversão de coração’, realça que “a misericórdia se expressa na partilha de bens materiais, como consequência de renúncias concretas ao supérfluo ou desnecessário”. Na sua reflexão, o arcebispo de Braga sublinha que o atual contexto cultural e social tem vindo a impor uma “sede de autonomia, agravada por mecanismos de arrogância de personalidade”.
“Negligenciamos, infelizmente, qualquer apelo à interioridade e a reconhecer, com humildade, a necessidade de mudar de rumo. Na linguagem cristã, este movimento |
interior é sinónimo de conversão”, precisa. “Um caminho que visa o reconhecimento do pecado e o desejo de avançar por caminhos diferentes. Neste percurso não estamos sós. Ao nosso lado estão amigos, sacerdotes e mestres espirituais com quem podemos dialogar e pedir orientação”, escreveu o prelado. D. Jorge Ortiga apontou a fraternidade e a capacidade de escutar o outro como elementos fundamentais para a conversão e disse ser, neste momento, necessário “regressar a Cristo” e por Ele deixar-se seduzir. |
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Bragança-Miranda
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O bispo de Bragança-Miranda destinou a renúncia quaresmal deste ano ao Fundo Social Solidário da Conferência Episcopal Portuguesa e às obras de requalificação do edifício central do Seminário de São José. Na sua mensagem para este tempo de preparação para a Páscoa, D. José Cordeiro apela ao contributo de todos para um fundo da Igreja Católica |
em Portugal “destinado a todos os mais débeis e carenciados, seja quais forem os seus credos ou origens”. Exorta também as comunidades a participarem com solidariedade no restauro de uma “casa aberta a todos” e “uma casa do presbitério, especialmente para os sacerdotes doentes e jubilados”. O edifício central do Seminário |
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de São José vai funcionar também como “casa diocesana de retiros, de cursos e de espiritualidade, com uma biblioteca e um auditório”. Terá também “quartos para alojamento completo em articulação com a igreja, cozinha, lavandaria do Seminário e ainda com a Fundação Betânia”, adianta o bispo. D. José Cordeiro exorta os católicos a, |
durante o tempo quaresmal, reforçarem a prática das 14 obrasde misericórdia, corporais e espirituais, que são “um património da humanidade convertida em Cristo”. E “uma desafiante resposta humana da caridade cristã às muitas pobrezas e crises do nosso tempo: antropológica, económica, cultural, social, moral e espiritual”, complementa. |
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Coimbra
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O bispo de Coimbra desafiou os católicos da diocese a viver a Quaresma deste ano, em pleno Jubileu da Misericórdia, com particular atenção pelos mais necessitados e por quem sofre |
com a solidão. “O melhor sinal de que acolhemos o dom da misericórdia de Deus é a prática das obras de misericórdia corporais e espirituais, outro nome para a caridade ou o
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amor fraterno. Elege algumas delas como programa de vida, sobretudo as que te levam ao encontro dos pobres, dos doentes, dos sós, dos que vivem sem amor”, escreve D. Virgílio Antunes, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA. O texto propõe um ‘roteiro’ para a vivência quaresmal, que passa pela “leitura orante” da Bíblia, pelo sacramento da Penitência e a “peregrinação”. “A caminhada que se inicia na Igreja de Santa Cruz, passa pela Sé Velha e conduz a transpor a Porta Santa do Jubileu, na Sé Nova, é imagem da disponibilidade que manifestamos para ir ao encontro de Jesus Cristo, a única Porta da Salvação”, realça D. Virgílio Antunes. O bispo de Coimbra recorda ainda a iniciativa ‘24 horas para o Senhor’, promovida por iniciativa do Papa Francisco, nos dias 4 e 5 de março. “A oração mais intensa leva ao encontro pessoal com Deus, a quem |
se escuta com a mente e o coração e a quem se responde com a vida. Toda a Quaresma é convite à oração pessoal, familiar e comunitária, manifestação de fé e amor a Deus e ao próximo”, assinala o prelado. Já na celebração de Quarta-feira de Cinzas, o prelado realçou a importância da Quaresma para a compreensão do mistério de um Deus que “perdoa e ama” incondicionalmente a humanidade. D. Virgílio Antunes lembrou que este tempo litúrgico tem sempre na sua génese um convite à “experiência pessoal de encontro” interior e “com Deus”. “Nessa altura compreendemos que mesmo quando os homens não são capazes de nos perdoar, Deus perdoa; quando os outros desistem de nos amar, Ele continua a amar-nos; quando já ninguém nos acompanha nos sofrimentos, Deus continua cheio de compaixão por nós, sofre connosco”, apontou. |
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Évora
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O arcebispo de Évora revelou que a renúncia quaresmal dos católicos da arquidiocese alentejana vai ser destinada este ano aos “cristãos perseguidos”. “A nossa renúncia quaresmal será um pequeno gesto de generosidade, envolvido num abraço fraterno, que juntamos à nossa oração constante, como forma |
de mitigar a violência exercida sobre esses milhares de irmãos nossos a quem queremos fazer chegar um sinal concreto do amor misericordioso de Deus”, escreveu D. José Alves, na mensagem para a Quaresma 2016, enviada à Agência ECCLESIA. O prelado informa que o montante recolhido “vai ser canalizado para |
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os cristãos perseguidos, que perdem os seus haveres e se vêm obrigados a abandonar as suas casas e o seu país”, através da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. ‘Vai e faz tu também o mesmo’ é o título da mensagem para a Quaresma, inspirada na Parábola do Bom Samaritano e D. José Alves destaca que as palavras de Jesus não dão lugar à “indiferença”. O responsável mobiliza a diocese ao encontro dos “desconhecidos caídos à beira do caminho” como o bom samaritano. “Se deixarmos ecoar no nosso coração a compaixão há de levar-nos a ser misericordiosos”, observa. O prelado assinala ainda que a diocese adotou a expressão “sede |
misericordiosos como o Pai, para lema de vida e ação” desde o início do ano pastoral e, pelo Jubileu da Misericórdia, abriu a Porta Santa, em Vila Viçosa, “símbolo de Cristo, a verdadeira Porta que dá acesso livre e gratuito à misericórdia do Pai”. “Todos temos ao nosso alcance um conjunto de meios para experimentar e celebrar a misericórdia, que transforma o coração e nos torna capazes de praticar as obras de misericórdia em favor do próximo”, destaca. D. José Alves considera também que na figura do samaritano Jesus ofereceu “um ícone da misericórdia”, que deveria guiar sempre o “modo de proceder como cristãos e, nomeadamente, neste tempo quaresmal”. |
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Funchal
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O bispo do Funchal, revelou que a diocese vai “ajudar os cristãos perseguidos, em especial no Iraque e na Síria” com a sua renuncia quaresmal, através da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. “Perante a situação angustiante em que se encontram milhares de cristãos, expulsos de suas casas e impedidos de professar e celebrar livremente a sua fé, a diocese encaminha a renúncia para ajudar os cristãos perseguidos, |
em especial no Iraque e na Síria”, explica D. António Carrilho, na mensagem para a Quaresma 2016. O prelado revela que para esta escolha foi tida “em atenção os múltiplos apelos do Papa e de alguns bispos do Médio Oriente”, aos quais não podiam “ficar indiferentes”. “A participação é muito livre, segundo as possibilidades e a consciência pessoal dos fiéis”, observa o bispo do Funchal sobre estas ofertas que vão
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ser recolhidas “nos ofertórios das missas dos dias 19 e 20 de março, sábado e Domingo de Ramos”. Na mensagem, também disponível no sítio online da Diocese do Funchal, o prelado assinala que o tempo da Quaresma com a sua “peculiar espiritualidade” pode ajudar na “aprendizagem de um coração misericordioso”. “Saibamos, pois, descobrir formas de nos colocarmos em contacto com a Sagrada Escritura, em especial com as parábolas da misericórdia, com os gestos e encontros de Jesus, que transformam a vida e o coração dos que se deixam tocar por Ele”, desenvolve D. António Carrilho. Neste contexto, o bispo diocesano incentiva os pais a ensinar os filhos a rezar e rezar com eles e como “principais responsáveis e educadores da fé” saibam transmitir-lhes os valores mais “importantes para o seu crescimento e para a sua integração e participação na sociedade”. “Esta muito contribuirá para formar adultos responsáveis, com corações atentos a Deus que fala, nos inquieta e desafia a irmos mais longe, também na atenção e escuta do nosso próximo, dos outros nossos irmãos”. O prelado que pretende que se aprenda a “misericórdia através da |
Reconciliação”, dirige-se também aos sacerdotes que quem pede que procurem “formar os cristãos” para esse sacramento: “Criar horários e, se possível, maior disponibilidade, para que o povo de Deus possa facilmente manter proximidade com a Sua Palavra e celebrar a Reconciliação”.
O tempo litúrgico da Quaresma, em contexto de Ano Jubilar “desafia a refletir” sobre as Obras de Misericórdia corporais e espirituais e a trazê-las para “os gestos e atitudes da vida quotidiana”. “A Igreja ensina-nos o valor da caridade, do dar cada um algo de si mesmo e do que é seu: sair do egoísmo e da indiferença, caminhar mais para Deus e para os outros”, acrescenta D. António Carrilho. Segundo o bispo do Funchal, este é também o “tempo favorável” para realizarem a “peregrinação espiritual” para “passar do pecado à vida da graça, do desânimo à feliz certeza da presença de Deus, da indiferença à ousadia da ação e dos gestos de misericórdia”. Este sábado, a diocese insular recebe a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima e D. António Carrilho assinala o convite “à oração, à conversão, à perseverança no bem, a deixar o pecado, a aproximar-se de Deus com todo o coração”. |
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Guarda
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O bispo da Guarda vai destinar parte da renúncia quaresmal deste ano para Angola, mais concretamente para o apoio a crianças necessitadas da região de Kilenda, a 380 quilómetros de Luanda. Em causa, segundo D. Manuel Felício, estão “300 crianças” atualmente a serem acompanhadas pela missão D. João de Oliveira Matos e que ali cumprem o ensino básico, |
pela mão da Liga dos Servos de Jesus. “Muitas destas crianças não têm possibilidade de fazer uma única refeição por dia”, realça o prelado, que destaca ainda “as crianças que, nos aldeamentos vizinhos, são visitadas e acompanhadas” pela mesma comunidade religiosa. A outra parte dos donativos que forem recolhidos ao longo deste tempo |
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quaresmal vai ser reservada para “responder a necessidades concretas” das populações da região da Guarda. D. Manuel Felício recorda o fim do fundo nacional de solidariedade, que até há bem pouco tempo era tutelado pela Conferência Episcopal Portuguesa. Este recurso “acabou, mas as necessidades continuam”, frisa o prelado, que espera agora conseguir criar “um fundo diocesano” que permita “continuar” a atender às
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dificuldades das pessoas um pouco por todo o território, em parceria com “a Cáritas diocesana e com as Conferências de S. Vicente de Paulo”. “Estamos na Quaresma para ir aos fundamentos da nossa identidade de discípulos de Cristo. Não o esqueçamos: a nossa generosidade para com os irmãos será sempre superada pela infinita generosidade de Deus a nosso favor”, conclui o bispo da Guarda. |
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Lamego
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O bispo de Lamego quer que os católicos da diocese façam da Quaresma “um tempo de diferença e não de indiferença”. “Dilatemos as cordas do nosso coração até às periferias do mundo, e que o nosso olhar seja de Misericórdia para os nossos irmãos de perto e de longe. Façamos um exercício de verdade. |
Despojemo-nos, não apenas do que nos sobra, mas também do que nos faz falta”, apela D. António Couto, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA. O bispo de Lamego liga esse tempo litúrgico à celebração do Jubileu extraordinário, convocado pelo Papa, e sustenta que “o olhar suplicante |
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e o rosto enrugado de cada homem e de cada mulher que sofre, de cada criança abandonada e triste, é a verdadeira «Cátedra»” de onde Deus “ensina e ordena a Misericórdia”. A mensagem de Quaresma de D. António Couto anuncia ainda o destino da renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese. “Vamos destinar uma parte da nossa esmola quaresmal para o Fundo Solidário Diocesano, para aliviar as dores dos nossos irmãos e irmãs de perto que precisam da nossa ajuda, e são cada vez mais”, adianta. Após defender a necessidade de abrir o coração “a todos os que sofrem”, perto ou longe, o prelado informa os fiéis das 223 paróquias da Diocese de Lamego que outra parte destes donativos quaresmais se destina aos “irmãos e irmãs atingidos pela lepra”. |
A mensagem elenca alguns dados relativos ao compromisso da Igreja neste campo, como as 611 leprosarias espalhadas pelos cinco continentes, desde a Ásia (328), à África (201), América (59), Europa (22) e Oceânia (1).
“O fruto da nossa caridade será entregue à Congregação para a Evangelização dos Povos, que o fará chegar ao terreno através das Obras Missionárias Pontifícias, que é um dos serviços integrados nesta Congregação”, adianta D. António Couto. O bispo de Lamego conclui a sua mensagem com uma série de saudações, incluindo os “doentes, carenciados e desempregados, e as famílias que atravessam dificuldades”. “Uma saudação de particular carinho a todos aqueles que tiveram de sair da sua e da nossa terra, vivendo a dura condição de emigrantes”, acrescenta. |
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Leiria-Fátima
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O bispo de Leiria-Fátima anunciou que a renúncia quaresmal da diocese vai destinar-se a uma “obra para ajudar mulheres grávidas em dificuldade” e convidou diocesanos a praticar obras de misericórdia. “O contributo penitencial desta Quaresma destina-se a uma iniciativa de apoio social e económico a grávidas em dificuldade, que vamos implementar na nossa |
diocese através da Cáritas Diocesana. Não basta lamentar-se da chaga do aborto; são precisas iniciativas concretas para prevenir”, escreveu D. António Marto, na sua mensagem de Quaresma, "Caminhos de Misericórdia", enviada à Agência ECCLESIA. Olhando o tempo da Quaresma, neste ano que “não pode ser simplesmente |
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como as anteriores”, é “ocasião para viver e testemunhar a misericórdia com gestos concretos” o prelado sugeriu ainda que cada diocesano tenha o “propósito de praticar, ao longo da quaresma, uma obra de misericórdia corporal e outra espiritual”. Outro dos aspetos realçados por D. António Marto é a “valorização do sacramento da reconciliação” como forma de “caraterizar a renovação espiritual e pastoral do Ano da Misericórdia”. “É necessário redescobrir a importância deste sacramento” e “a atitude dos ministros do sacramento, os confessores, deve ser a de um pai.
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A sua primeira tarefa é acolher mesmo quem se encontra em situações difíceis: um acolhimento cordial, compassivo, paciente e respeitador da dignidade e da história pessoal de cada penitente”, referiu. O bispo de Leiria-Fátima apontou ainda na sua mensagem dois momentos altos deste tempo de Quaresma, o retiro popular sob o lema “A graça da misericórdia sob o olhar de Maria”, para o qual pedia às comunidades “empenho na organização” da caminhada espiritual e a iniciativa ”24 horas para o Senhor”, a realizar nos dias 4 e 5 de março, “uma oportunidade de escuta orante da Palavra num momento intenso de oração e adoração”. |
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Lisboa |
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O cardeal-patriarca de Lisboa incentivou as comunidades católicas à aplicação prática das Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais que “são campos abertos à caridade criativa, com muito por fazer na cidade de todos”. Na mensagem para a Quaresma 2016, D. Manuel Clemente começa por explica que “viver” o tempo de preparação para a Páscoa, na diocese, no país e no mundo, “tem tanto de local como de universal” e no Patriarcado de Lisboa “significa caminho sinodal” para chegar a todos “pelo Evangelho de Cristo”. Neste contexto, destaca que este tempo litúrgico “serve para ‘“rasgar o coração’”: “Aproveitemos este tempo tão especial de graça – a Quaresma do Ano Santo da Misericórdia -, para que a escuta mais atenta da Palavra de Deus e os atos mais decididos da caridade prática nos levem a fazê-lo, em geral benefício”. D. Manuel Clemente revela que vai encaminhar a renúncia quaresmal para o Apoio Diocesano às Obras de Misericórdia (ADOM), a fim de “corresponder aos crescentes pedidos de ajuda de entidades que as |
praticam”. “Somos a resposta de Cristo ao mundo; peçamos a Cristo a graça de a prestarmos”, observa, recordando que as 14 Obras de Misericórdia na “formulação tradicional e facilmente memorizável” são um “bom exercício quaresmal” que pode ser colocado em prática “até à Páscoa”. “Lembrando cada uma, imediatamente nos ocorrem concretizações urgentes ou possíveis. Nas nossas casas, comunidades, escolas, hospitais, prisões, locais de trabalho ou convívio, não faltam ocasiões e apelos”, mobiliza, pedindo “redobrado esforço” em cada uma delas “no singular e no conjunto”. Para o cardeal-patriarca, como se recusa o materialismo “igualmente” deve ser evitado “qualquer espiritualismo oco” para que as comunidades possam-se dedicar a “um serviço concreto e global, como o Evangelho ensina”. “As chamadas ‘questões fraturantes’, que sucessivamente irrompem, fraturam-nos sobretudo a nós como humanidade, quando se alegam assim chamados ‘direitos’ de alguns para nos desresponsabilizar da resposta |
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solidária que devíamos dar a todos, com mais cuidado e companhia”, alerta. Sublinhando que fraquezas dos outros “nunca sejam pretexto para desistir seja de quem for”, D. Manuel Clemente destaca que aqui “situa-se, precisamente, o desafio do amor cristão”. No contexto das Obras de Misericórdia e ainda sobre a caminhada sinodal, o cardeal-patriarca revela que algumas conclusões dos grupos vão no sentido de valorizar “os nexos familiares, comunitários e intercomunitários, para que ninguém fique isolado
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nem se isole a si próprio, da infância à velhice”. Na Mensagem para a Quaresma 2016 há também o incentivo ao acolhimento de quem procura “sobrevivência e trabalho”, dado que no Patriarcado de Lisboa podem “cruzar-se dezenas de pessoas de várias proveniências e tradições, religiosas ou outras”. “E no futuro, eles e nós, seremos a sociedade de todos, sobre a base comum de direitos humanos respeitados e, de facto, praticados”, comenta D. Manuel Clemente, sobre este “largo campo para a prática das obras de misericórdia”.
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Portalegre-Castelo Branco
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O bispo Portalegre-Castelo Branco incentiva que se viva a Quaresma com “oração, jejum e partilha”. “Vivamos a Quaresma com alegria e esperança”, incentiva D. Antonino Dias Quaresma na sua mensagem onde pede que os diocesanos dediquem “mais tempo à escuta orante da Palavra de Deus” |
e coloquem o Sacramento da Reconciliação “no centro, pois permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia de Deus”. “É na experiência do Sacramento da Reconciliação que muita gente, incluindo jovens, reencontra o caminho para voltar ao Senhor, |
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viver um momento de intensa oração, e redescobrir o sentido da sua vida”, observa o prelado. O bispo de Portalegre-Castelo Branco mobiliza também os fiéis a viveram a assumirem a iniciativa ‘24 horas para o Senhor’, nos dias 4 e 5 de março, como uma “ocasião para saborear a presença de Deus no quotidiano” da vida e para lerem a vida “à luz do plano salvífico de Deus”. D. Antonino Dias recorda que o Papa Francisco convida a viver esta Quaresma, no Jubileu da Misericórdia, “de uma forma mais intensa”. “Como tempo forte para acolher, experimentar e celebrar a
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misericórdia de Deus e para assumirmos a misericórdia como programa de vida para com todos”, acrescenta, convidando à peregrinação para viverem a “indulgência jubilar como uma experiência de comunhão”. Neste contexto, exorta também a que se pratiquem as Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais em “atos concretos e quotidianos”. “A Quaresma é, pois, uma oportunidade e um tempo forte de vida cristã, um tempo favorável para crescer e para dilatar o coração à medida e estatura do coração de Cristo”, conclui o bispo de Portalegre-Castelo Branco, na sua mensagem para a Quaresma. |
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Porto
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O bispo do Porto apelou esta Quarta-feira de Cinzas à “generosidade” dos católicos para que ajudem a Igreja a chegar aos que mais precisam, no interior e exterior da diocese, com especial atenção pelo drama dos refugiados. Na homilia da celebração que marcou o início da Quaresma, D. António Francisco dos Santos exortou as comunidades a seguirem “na |
vanguarda da solidariedade, da caridade criativa e do sentido de partilha fraterna”. “Para que os nossos irmãos que sofrem a pobreza ou são obrigados a fugir dos seus países encontrem em nós presença, alívio e conforto”, completou. Recordando que a Quaresma deste ano é marcada também pela vivência |
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do Ano da Misericórdia, o prelado desafiou as pessoas presentes na missa a transformarem a celebração das Cinzas num ponto de partida para a prática de “cada uma das obras de misericórdia”. “Aproveitemos este tempo santo e favorável de oração mais intensa, de aprofundados momentos de formação, de configuração com Cristo, rosto da Misericórdia, e de maior proximidade com Deus e com os irmãos”, incentivou o bispo do Porto, recordando ainda a graça que brevemente será concedida à diocese, com a ordenação de um novo bispo auxiliar. |
“A ordenação de diácono, de um presbítero ou de um bispo”, neste caso de D. António Augusto de Oliveira Azevedo, “é sempre dom de Deus, bênção de misericórdia e certeza de bondade a favor do seu Povo”, sublinha D. António Francisco dos Santos. |
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Santarém
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O bispo de Santarém na mensagem para a Quaresma convida a diocese a “experimentar e aprofundar a misericórdia de Deus” que transforma a vida de cada pessoa tornando-as “capazes de a praticar”. “O fortalecimento da fé conduz à prática mais atenta da caridade, traduzida nas obras de misericórdia”, explica D. Manuel Pelino, revelando que vai destinar a renúncia quaresmal em “favor das obras de misericórdia através da Caritas Diocesana”. |
Na mensagem publicada no sítio online da diocese escalabitana, o prelado destaca que na “luz de Deus” entende-se a vida como um “caminho para a plenitude e uma vocação para servir e dar frutos” que enriqueçam a nível pessoal, aos outros, à família, à Igreja e à sociedade. Segundo o bispo de Santarém, no tempo da Quaresma, a Igreja oferece “meios privilegiados” para “evidenciar” o rosto misericordioso de Deus e para a conversão de cada um |
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traduzir-se à misericórdia em “obras concretas e quotidianas”, como: “As leituras das missas; as liturgias penitenciais; o sacramento da Reconciliação; a dedicação de ‘24 horas para o Senhor’” [3 e 4 de março]. O bispo de Santarém observa que este tempo litúrgico convida a “prestar mais atenção” à dimensão espiritual da vida humana que está “habitualmente sufocada pela dispersão” em que cada pessoa anda envolvida. “De fato, vivemos tão absorvidos por realidades secundárias e tão encerrados em nós mesmos que nos esquecemos do que é mais importante e fundamental: O encontro com Deus que dá sentido, paz e harmonia à nossa vida e nos abre ao encontro com os outros e com a vida real”, desenvolve D. Manuel Pelino. Para o prelado, o Evangelho de São
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Lucas pode ser um “caminho seguro” para crescerem na espiritualidade e revestirem-se de misericórdia, por isso, propõe “quatro âmbitos de espiritualidade bíblica”: “Leitura pessoal; leitura em família; leitura partilhada em grupo e nível comunitário.”
Neste âmbito, revela que na Diocese de Santarém vão publicar um guião diocesano para ajudar na leitura orante das parábolas da misericórdia do evangelho de São Lucas. “Viver o Batismo implica penitência”, sublinha D. Manuel Pelino incentivando que a Quaresma seja um tempo de “graça e um caminho de conversão para chegar à renovação pascal”. Na sua mensagem, o bispo de Santarém refere que o “dinamismo de renovação espiritual e humana” advém do Batismo que pede para “viver como filhos de Deus, à semelhança de Jesus”. |
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Setúbal
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A Diocese de Setúbal quer fazer da Quaresma um espaço privilegiado de solidariedade para com os mais carenciados, tendo em especial atenção os milhões de refugiados em todo o mundo. Na sua mensagem para este tempo litúrgico, o bispo de Setúbal desafia as comunidades locais a serem amparo para quem mais precisa, recordando os milhões de |
“refugiados que fogem dos conflitos” e que esperam por uma luz “para reconstruírem a sua vida e a das suas famílias”. “É tempo de deixar de fora o supérfluo, que tantas vezes atrapalha e torna fútil e egoísta a nossa vida. Aquilo que podemos poupar, também com esforço e privação, faz bem a nós próprios e é precioso para ajudar
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quem não tem o que é necessário para a vida”, salienta D. José Ornelas Carvalho. A segunda parte da renúncia quaresmal deste ano, na diocese sadina, vai ser utilizada para a concretização das “obras do Centro Paroquial da Comporta, que se encontra em fase de conclusão”. D. José Ornelas Carvalho pede às pessoas que sejam “sinais concretos” da “renovação” que marca a Quaresma, “tempo de autenticidade, vitalidade, solidariedade (…) durante o qual Deus convida as pessoas a tomarem mais a sério a vida, em todas as suas dimensões”. “Buscando ser coerentes e honestos, afastando aquilo que nos destrói e destrói as relações com aqueles que nos rodeiam e caminhando pela via da verdadeira liberdade, alegria e
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fraternidade”, frisa o responsável católico. A Quaresma deste ano tem a particularidade de coincidir com o Jubileu da Misericórdia que o Papa Francisco propôs a toda a Igreja Católica, como oportunidade de revitalização e reconciliação. Para reforçar a vivência deste evento, “em cada pessoa, em cada família, em cada paróquia e na diocese”, o bispo de Setúbal propõe mais dois sinais, além da “contribuição económica” a favor dos mais necessitados. O prelado espera que todas as pessoas possam “tomar parte numa das peregrinações jubilares já anunciadas pelas paróquias, vigararias ou movimentos”. Apela também à participação “nas catequeses quaresmais, que terão lugar aos domingos à tarde, até ao domingo de Ramos”. |
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Viana do Castelo
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O bispo de Viana do Castelo anunciou que a renúncia quaresmal das comunidades católicas se destina este ano a obras de recuperação da cela onde viveu o Beato Bartolomeu dos Mártires e ajudar futuros sacerdotes na República Democrática do Congo. “Mostremos quão grande pode ser a nossa generosidade, quando movida pela misericórdia”, mobiliza D. |
Anacleto Oliveira, informando que depois de ouvir o Conselho Presbiteral decidiu direcionar a renuncia quaresmal para dois projeto, um de dimensão diocesana e outro mais universal. Neste contexto, explica que parte da renúncia destina-se às obras de reparação da cela onde viveu o Beato Bartolomeu dos Mártires, nos últimos |
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oito anos da sua vida, no convento de São Domingos. “A cela foi entretanto adaptada a local de oração, para assim nos ajudar a refletir, diante de Deus, sobre as maravilhas que operou por meio dele e o tornaram modelo de fé e prática cristã, designadamente na vivência da misericórdia”, assinala o prelado. D. Anacleto Oliveira recorda que no atual ano pastoral se comemoram os 425 anos da morte do Beato Bartolomeu dos Mártires e esperam que possa ser canonizado até ao final do Jubileu da Misericórdia [20 de novembro], depois do Papa Francisco ter aceitado o pedido “sem a necessidade de mais um milagre divino concedido por sua intercessão”. A outra parte da Renúncia Quaresmal da Diocese de Viana do Castelo destina-se à construção de um edifício para “acolhimento e formação de candidatos ao sacerdócio”, na República Democrática do Congo. “É uma comunidade que já existe mas em condições habitacionais muito precárias e está a ser orientada por |
um sacerdote comboniano nosso conhecido, o padre José Arieira”, acrescenta o prelado. D. Anacleto Oliveira assinala que as obras de misericórdia ligadas ao sacramento da Reconciliação são “um dos melhores meios para repararmos o mal causado pelos pecados” cometidos. “Perdão recebido tem de ser perdão partilhado”, acrescenta, considerando que desta forma socorrem “os outros na integridade do seu ser corporal e espiritual”. Já nesta quarta-feira, na Eucaristia de imposição das Cinzas, D. Anacleto Oliveira “procurou esclarecer” o que é o pecado, “explicando que a sua origem pode encontrar-se nas primeiras páginas da Bíblia”. “O pecado é o ser humano querer colocar-se no lugar de Deus, querer ser como Deus e que os outros o tratem como tal”, observou o prelado, revelando que para o “combater” existem três meios – “esmola; oração e o jejum” -, segundo uma nota enviada pelo Secretariado Diocesano de Comunicação Social à Agência ECCLESIA. |
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Vila Real |
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O bispo de Vila Real vai destinar parte da renúncia quaresmal para as obras do Seminário diocesano e para a promoção e acompanhamento das vocações no território. Na sua mensagem de Quaresma, enviada à Agência ECCLESIA, D. Amândio Tomás salienta que contribuir para estas e outras causas é um “sinal da corresponsabilidade eclesial, pelo bem-comum”. Algo que faz “parte da vida do cristão, que não se compreende sem a partilha, a compaixão e a misericórdia”, aponta o prelado. A outra fatia da renúncia quaresmal vai ser utilizada para apoiar a causa do Centro de Apoio à Vida “Florescer”, instituição dedicada “à vida humana, nascente e em todas as suas fases” e ao “auxílio, aconselhamento e acompanhamento das mães”. |
D. Amândio Tomás convida ainda todas as comunidades a viverem este tempo com maior atenção à vida espiritual. “Escutai a Palavra de Deus. Crescei na santidade, abertos à misericórdia e ao diálogo. A aliança, com Deus, brilha, na misericórdia e vontade salvífica do Pai, clemente e compassivo e revela-se em Seu Filho, cume da revelação. Quem vê Jesus vê o Pai, pois, ambos são um só”.
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Viseu
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O Ano Santo da Misericórdia que estamos a viver desde 8 de dezembro e que nos vai levar até 20 de novembro deste ano, convida-nos a ser misericordiosos como o Pai de Jesus e nosso Pai do Céu, cheio de amor para com todos. Vivendo as 14 Obras de Misericórdia a que somos convidados, como cristãos e na fraternidade solidária com todos os nossos irmãos, somos desafiados a viver e a ter em conta as 7 Obras |
de Misericórdia corporal e as 7 Obras de Misericórdia espiritual com a mesma exigência. Umas e outras são igualmente importantes e têm grande e urgente atualidade. Na nossa Igreja de Viseu e no caminho sinodal que terminámos, preparando-nos agora para concretizar e começar a viver as Constituições sinodais – base e fonte de programa pastoral nos próximos 10 anos – fizemos a reorganização de muitas estruturas |
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e organismos eclesiais. Tudo, no sentido de os tornar mais ativos, mais próximos e mais capazes de serem ajuda e sinal da vivência do Evangelho. Um destes organismos é o Fundo Diocesano de Solidariedade. Queremos que este Fundo seja, sempre mais e mais, um sinal claro do amor de Deus e da caridade cristã, junto dos que mais precisam. Não devendo deixar quem precisa sem uma resposta verdadeiramente humana, compreensiva e acolhedora, quem o procura e à sua porta bate deve encontrar, sempre e em cada ocasião, um porto seguro de abrigo, acolhimento, orientação e recuperação de alegre e serena esperança para a sua vida e sua família. Como até agora tem sido, continuará a funcionar nas instalações da Cáritas Diocesana. Como sinal da sua importância e do lugar que lhe é reconhecido na Diocese, o produto da Renúncia Quaresmal deste ano é destinado, na sua totalidade, a este Fundo |
Diocesano, criado em 2009 e confiado, até agora, ao Secretariado da Pastoral Social. Peço a todas as Comunidades paroquiais, a todos os cristãos e a todas as pessoas de boa vontade e com o propósito e vontade de serem solidários, que sejam generosos no bem e no amor aos outros, concretamente, aos desempregados e aos que mais precisam. A Quaresma é tempo de conversão e um dos sinais mais eloquentes é o amor fraterno, vivido e traduzido na partilha dos bens. Para todas e todos os irmãos da Igreja de Viseu, desejos sinceros de Santa e Feliz Páscoa 2016, vivendo a Misericórdia do nosso Deus!
D. Ilídio Leandro |
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Ordinariato Castrense
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O bispo das Força Armadas e de Segurança revelou que metade da chamada renúncia quaresmal do Ordinariato Castrense vai reverter este ano a favor da Cáritas da Síria e do Líbano ajudarem os “milhões de refugiados, aos quais falta tudo”. D. Manuel Linda adianta na sua mensagem para a Quaresma 2016 que a outra metade se destina a “situações de maior carência de pessoas ou famílias do meio militar ou policial”. A mensagem quaresmal do Bispo |
das Forças Armadas e de Segurança assinala que “é possível ser militar e santo, polícia e santo”, incentivando a “três princípios da vida cristã” através de D. Nuno Álvares Pereira, na mensagem para a Quaresma. “A santidade não é um opcional: constitui a necessária direção, o único ponto de chegada para quem tem a graça de associar humanidade e fé. Sem complexos. Mas com a nobreza de caráter que a condição militar ou policial favorece e motiva”, escreve D. Manuel Linda.
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No jornal ‘O Centurião’, do Ordinariato Castrense, o explica que é a santidade que a “pedagogia da Igreja” deseja com a vivência do “tempo forte do calendário da fé” que é a Quaresma. D. Manuel Linda apresenta “a Eucaristia, a devoção a Nossa Senhora e a caridade cristã”, a partir do exemplo de São Nuno Álvares Pereira, como três princípios da vida cristã que conduzem à santidade mesmo sendo “militar ou polícia”. “No tempo de São Nuno, não se podia comungar todos os dias. E há crónicas que dizem que ele esperava pelo dia da comunhão como se anseia pelo que mais se deseja: sem lhe sair da mente e do coração”, contextualiza. Neste contexto, incentiva os militares e os agentes das forças de segurança a serem homens e mulheres de “Missa dominical e de comunhão” e informa que na igreja da Memória, em Lisboa vai haver um “especial serviço de confissões”, às quintas-feiras. Aos que vivem fora de Lisboa, o bispo aconselha que “«obriguem» os
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capelães a atender de confissão”, algo que eles vão fazer com “todo o gosto”. “Lembro que a confissão e a comunhão são dois sacramentos indispensáveis para se obter as indulgências do Jubileu da Misericórdia”, acrescenta. Sobre a caridade, D. Manuel Linda recorda que sendo São Nuno Álvares Pereira “o homem mais rico do reino – bem mais rico do que o próprio rei” – se desfez de tudo para mendigar para “os seus pobres”, tendo criado o ‘Caldeirão’, uma espécie de «cantina social». “A sensibilidade às problemáticas sociais e a consequente caridade são, de facto, a «imagem de marca» da nossa fé. É algo que nos deve identificar sempre”, frisa o prelado que convida militares e forças de segurança a serem “especialmente generosos” na partilha quaresmal. “Agora é o momento certo de nos decidirmos por Deus e pelo seu Reino, é o tempo de experimentarmos a sua misericórdia, é a altura de levarmos a sério mais este «mimo» da Igreja que é o Ano Jubilar”, conclui D. Manuel Linda. |
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Cuidados Paliativos Pediátricos online |
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No dia 11 de fevereiro, celebramos mais um dia mundial do Doente, onde o papa Francisco nos convida a refletir sob o tema “Confiar em Jesus misericordioso”. Assim, esta semana, proponho uma visita ao sítio inteiramente dedicado aos cuidados paliativos pediátricos. Esta plataforma reune “toda a informação que está dispersa sobre estes cuidados, contando com um conselho técnico-científico composto pelo Grupo de Trabalho de Cuidados Continuados e Paliativos da Sociedade Portuguesa de Pediatria e pelo Grupo de Apoio à Pediatria da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, liderados pela pediatra oncologista Ana Lacerda”. Ao digitarmos o endereço www.cuidandojuntos.org.pt encontramos um sítio muito bem produzido quer em termos gráficos, bem como, pelo conjunto de informações bastante relevantes que disponibiliza. Na opção “vamos cuidar” podemos conhecer melhor a equipa responsável por este projeto, |
quem é o conselho científico e os parceiros que ajudam a dar corpo a esta plataforma que tem como objetivo “envolver toda a comunidade a fim de garantir que as crianças com necessidades de saúde complexas e as suas famílias terão acesso aos melhores cuidados possíveis, onde e quando for necessário”. Em “b-a-bá”, somos convidados a conhecer melhor todos os assuntos que estão relacionados com os cuidados paliativos. Desde o dicionário dos cuidados, à carta da criança com necessidades paliativas, passando pela carta dos direitos da criança em fim de vida, até a uma breve resenha histórica dos cuidados pediátricos em portugal. No item “famílias”, temos ao dispor um conjunto de temas relacionados com as famílias que no seu seio tenham crianças com necessidades de cuidados paliativos. Ficamos logo a perceber o longo percurso de uma doença crónica complexa, quais as necessidades e objetivos da criança e da família, e que estes se vão modificando ao longo do tempo. Encontramos também alguns vídeos que servem como testemunhos e |
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ainda um conjunto de políticas que foram criadas pelos governos num contexto de proteção social. Caso seja um profissional da área existe também um espaço onde se podem encontrar bastantes textos e artigos quer de âmbito nacional, bem como, a nível internacional. Por último em “juntos em ação” encontramos todas as notícias que vão saíndo nos meios de comunicação social nacionais.
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Fica então a sugestão de visita a este sítio como forma de nos juntarmos a esta causa, porque deverá existir "um espaço de partilha, de experiências e conhecimento de modo a garantir que as crianças tenham acesso aos melhores cuidados possíveis, onde e quando for necessário".
Fernando Cassola Marques fernandocassola@gmail.com
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Humanística e Teologia
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O recente número de “Humanística e Teologia” publica um conjunto de ensaios do que se pode chamar uma teologia narrativa e empírica. São textos de história das vivências cristãs na área do Porto e do Norte do nosso País. A teologia abeira-se das devoções dos nossos antepassados para entender o modo como conceberam a sua relação a Deus, olha as relações entre católicos e protestantes, e faz uma incursão nos processo inquisitoriais do Nordeste de Portugal, percorre a história e a teologia feitas por mulheres e o problema da determinação da data do natal de Jesus. As pessoas de cada tempo fundam para si uma visão normativa da vida, com os olhos em Deus. Descodificar essas vivências e essas ideias é descobrir outras tantas maneiras de incarnação histórica do cristianismo. É isto que propomos neste segundo e último número de 2015 da revista da Faculdade de Teologia – Porto, da autoria de Helena Osswald, Alexandre Duarte, Helena Vilaça, Jorge Ferreira e Nuno Queirós. Além deste tema |
principal, podem ainda ser encontrados estudos de Adélio Abreu, José Angélico e Conceição Soares, sobre a interpretação do Concílio Vaticano II a 50 anos da sua conclusão, bem como ensaios sobre a palavra poética e sobre a racionalidade grega em comparação com a cristã. |
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Na parte final, dá-se nota de um livro de Afonso Rocha sobre o pensamento de Frederico Nietzsche, a cargo de Diogo Alcoforado, e faz-se uma apresentação, por Ângelo Alves, das Obras Completas de Leonardo Coimbra reunidas pelo Centro de Estudos do Pensamento Português.
Secção 1 – Dossiê 1.1. Helena Osswald A geografia das devoções na diocese do Porto ao longo de Setecentos 1.2. Alexandre Freire Duarte A mística e o teologizar feminino: quatro exemplos medievais 1.3. Helena Vilaça Dinâmicas identitárias e performances dos protestantes e evangélicos em Portugal 1.4. Jorge Ferreira Galegos e castelhanos em Chaves nos séculos XVI e XVII: Contributos para o estudo da atuação da Inquisição 1.5. Nuno Duarte da Silva Queirós Sol Iustitiæ: a celebração do Natal numa perspetiva genética
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Secção 2 – Vária 2.1. Adélio Fernando Abreu II Concílio do Vaticano — Hermenêuticas e visões historiográficas 2.2. José Pedro Angélico Para uma consideração silenciosa da palavra poética 2.3. Conceição Soares A racionalidade ocidental: entre gregos e cristãos 2.4. Diogo Alcoforado Algumas notas a propósito de Nietzsche. A filosofia de outro Ocidente, de Afonso Rocha 2.5. Ângelo Alves Obras Completas de Leonardo Coimbra. Conclusão da edição crítica (2004-2014). Apresentação do último volume 2.6. Memória – Ano letivo 2014-2015 223
Secção 3 – Bibliografia 3.1. Recensões 3.2. Livros Recebidos |
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II Concílio do Vaticano: As principais aquisições teológicas para Yves Congar |
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Após o encerramento do II Concílio do Vaticano, um dos maiores teólogos do século XX, o dominicano Yves Congar (1904-95) realçou que este acontecimento eclesial trouxe novas aquisições teológicas em vários domínios. Em artigo publicado nas «Informations Catholiques Internationales», o cardeal francês sublinha que existe um antes e um depois do II Concílio do Vaticano, no entanto alerta que esta perspetiva de renovação não deve ser levada ao ponto de fazer esquecer que a continuidade é a grande constante da vida das instituições. Para embelezar o seu pensamento, o teólogo dominicano cita um trecho de Péguy que mostra como uma verdadeira reforma é “um apelo de tradição menos perfeita para uma tradição mais perfeita», e resume em frase lapidar a sua atitude perante o problema: «Há um catolicismo rejuvenescido e aberto, mas não há um neo-catolicismo». A experiência da diversidade foi o primeiro dado que o impressionou: diversidade de problemas, de categorias de pensamento, de vocabulário preferido. «Toda a Igreja, representada pelos bispos, se reuniu e tomou consciência de si própria como de comunhão universal de igrejas particulares». Todavia, Yves Congar lamenta que os sociólogos não tenham estudado do seu ponto de vista o facto conciliar, embora reconheça que para tal lhes faltaram muitos elementos, falta provocada pela impossibilidade de contacto direto com alguns dos acontecimentos mais significativos. |
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Para este dominicano que abriu a eclesiologia católica ao ecumenismo, o II Concílio do Vaticano deu “reconhecimento de um certo carácter de Igreja às outras confissões cristãs”, considerou o “diálogo como estatuto espiritual de vida cristã” e acrescentou que “a expressão das verdades dogmáticas não está necessariamente ligada às expressões ocidentais, e as elaborações teológicas podem ser revistas”.
Se em relação ao ecumenismo, o dominicano sublinha que o concílio convocado pelo Papa João XXIII reconhece “a legitimidade do |
pluralismo na própria Teologia”, em relação às religiões não cristãs, o cardeal francês diz que “a Igreja não pretende para si o monopólio da religião”. Durante o II Concílio do Vaticano (1962-1965), os comentadores desta assembleia magna também evoluíram, reconhecendo com o tempo “que as correntes eram bem mais do que duas (conservadores e progressistas) e que uma mesma pessoa tomava posições diversas conforme as categorias de problemas”. A complexidade era bem mais complexa do que parecia… |
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fevereiro 2016 |
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13 de fevereiro. Funchal - Visita da Imagem peregrina de Fátima à Diocese do Funchal (termina a 06 de março)
. Évora - Auditório da Fundação Salesianos - Jornadas sócio-caritativas sobre «Amor fraterno: Resposta do Povo de Deus à Misericórdia Divina» promovidas pela Cáritas de Évora
. Fátima - Conselho da Associação dos Médicos Católicos Portugueses
. Guarda - Auditório do IPG - Encontro jubilar sobre madre Teresa de Saldanha para celebrar o centenário da morte da fundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena (até 14 de fevereiro)
. Braga - Centro Apostólico do Sameiro – 9h30 - Encontro de Namorados sobre «Tu e eu, a ver se dá... Um nó(s)» promovido pelo Departamento Arquidiocesano da Pastoral Familiar de Braga
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. Lisboa - Mosteiro de Santa Maria (Lumiar), 15h30 - Conferência sobre «A Misericórdia no judaísmo bíblico» por João Lourenço e integrada no ciclo «A Misericórdia: um evangelho por habitar»
. Lisboa - Da Sé de Lisboa à Igreja da Encarnação (Chiado), 17h30 - Caminhada para namorados promovida pelo Secretariado Diocesano da Pastoral da Família
. Coimbra - Instalações da Confraria da Rainha Santa Isabel (Mosteiro de Santa Clara-a-Nova), 17h30 - Conferência quaresmal sobre «Assistir aos enfermos - Visitar os presos» pelo cónego Alberto Lopes Gil e promovida pela Confraria da Rainha Santa Isabel em colaboração com a Paróquia de Santa Clara
. Espanha – Madrid, 20h00 - Concerto «Alentejo, Alentejo» com o Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento; Os Ganhões e Moços d´uma Cana integrado na divulgação do Festival «Terras Sem Sombra»
. Coimbra - Igreja de São José, 21h30 - Concerto na Igreja de São José com o Orfeon Académico de Coimbra e o Coral Vila Forte (Porto de Mós) |
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14 de fevereiro
. Algarve - Ferreiras (Igreja de São José) - Jubileu das pessoas com deficiência promovidas pelo Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência da Diocese do Algarve
. Coimbra - Seminário dos Dehonianos, 09h30 - Retiro sobre «Quaresma, caminho de misericórdia» orientado pelo padre Fernando Fonseca
. Setúbal – Sé, 15h00 - Catequese Quaresmal de D. José Ornelas, bispo de Setúbal
. Fátima - Casa de Nossa Senhora das Dores, 16h00 - Conferência sobre «Alegrai-vos no Senhor» por Alexandre Palma e integrada no ciclo «Eu vim para que tenham vida»
. Setúbal - Casa da Baía, 17h00 - Jornada diocesana de Arte Sacra com o tema «A Misericórdia: A arte do amor de Deus» com apresentação do livro e inauguração «A via da Misericórdia» . Porto - Carvalhos (Santuário do Coração de Maria), 17h30 - Conferência quaresmal sobre «A misericórdia e a ideia da Europa» por Paulo Rangel e promovida pelos Missionários Claretianos
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15 de fevereiro. Portalegre - Mem Soares - Retiro Diocesano do Clero de Portalegre - Castelo Branco orientado pelo padre Jeremias Vechina (termina a 19 de fevereiro)
. Braga - Auditório Vita - XXIV Semana de Estudos Teológicos, organizada pelo Núcleo de Braga da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, subordinada ao tema «Ecologia Integral» (termina a 18 de fevereiro)
. Madeira – Funchal - Celebração do Dia do Doente
. Fátima - Reunião do Conselho Permanente da CEP
. Fátima - Retiro dos bispos portugueses (termina a 19 de fevereiro)
. Lisboa - Capela do Rato, 18h15 - Sessão do ciclo «Os filósofos também falam de Deus» dedicada a Leibniz e orientada por Adelino Cardoso
. Fátima - Museu de Arte Sacra e Etnologia - Curso sobre «Os primeiros capítulos do Génesis: Criação e Queda. Leitura iconoteológica» promovido pelo Museu de Arte Sacra e Etnologia dos Missionários da Consolata |
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12 fevereiro – Fátima - Começa hoje o Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária com o tema ‘O rosto da Misericórdia na pessoa presa’ e termina este domingo, dia 14 de fevereiro, no Hotel Santo Amaro, em Fátima.
Já a Comunidade Emanuel dinamiza o «Fórum da Misericórdia», também até domingo, com conferências, ateliês, tempos de reflexão e oração, no contexto do ano jubilar, mas no Centro Pastoral Paulo VI.
Setúbal - A Pastoral da Juventude da Diocese de Setúbal promove hoje a Via Sacra Jovem, no contexto da Quaresma, e integrada no itinerário JMJ 2016, a partir das 21h30 na Igreja Nova de Almada.
13 de fevereiro – Coimbra - ‘Lúcia, a vida da pastorinha de Fátima’, é uma biografia oficial da vidente e religiosa carmelita dedicada às crianças, da autoria da escritora Thereza Ameal. O livro é apresentado hoje pelas 15h30, no Memorial da Irmã Lúcia, junto ao Carmelo de Santa Teresa em Coimbra, mas só chega às livrarias em março.
17 de fevereiro – México - O Papa Francisco vai presidir hoje a uma Missa ao ar livre em Ciudad Juárez (Estado de Chihuahua), na fronteira entre o México e os EUA e vai contar com a participação de vários grupos de vítimas de violência.
18 de fevereiro – Lisboa - O Centro de Reflexão Cristã promove o colóquio «Jesus - O Rosto e As Imagens» com a a participação de frei Bento Domingues, padre Joaquim Carreira das Neves e José de Sousa e Brito, a partir das 18h30, na sua sede em Lisboa. |
Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
10h30 - Oitavo Dia
11h00 - Transmissão missa
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 13h30
RTP2, 15h30 ![]() Segunda-feira, dia 15 - Entrevista sobre Escolas de Perdão e Reconciliação com padre Albino Brás
Terça-feira, dia 16 - Informação e entrevista sobre o livro "Via Sacra com Maria", com a autora Isabel Figueiredo . Quarta-feira, dia 17- Informação e entrevista a Catarina Martins Bettencourt sobre campanha de Quaresma da FAIS
Quinta-feira, dia 18 - Informação e entrevista a Sandra Costa Saldanha, diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais
Sexta-feira, dia 19 - Entrevista de análise à liturgia do I domingo de Quaresma com o cónego António Rego e padre Vitor Gonçalves
Antena 1 Domingo, dia 14 de fevereiro - 06h00 - Visões cristãs sobre o namoro
Segunda a sexta-feira, 15 a 19 de fevereiro - 22h45 - Quaresma: caminhada da diocese do Porto; "Crossover", da Juventude Dehoniana; Partilha: desperdício alimentar; Iniciativa Oração na Cidade; Perdão, com padre Rui Valério |
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Ano C – 1.º Domingo da Quaresma |
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Deixar tentações, acolher o amor de Deus |
Neste primeiro domingo da Quaresma, a Palavra de Deus faz-nos tomar consciência das tentações que nos impedem de renascer para a vida nova, que é vida em Deus. Levados pela palavra de fé que está na boca e no coração de cada um de nós, na bela descrição de Paulo, a recusa das tentações só pode ser opção pelos valores do Evangelho. Jesus recusou radicalmente um caminho de materialismo, de poder, de êxito fácil. O plano de Deus não passava pelo egoísmo, mas pela partilha; não passava pelo autoritarismo, mas pelo serviço; não passava por manifestações espetaculares, mas por uma proposta de vida plena, apresentada com simplicidade e amor. Se Jesus é Filho de Deus, diz-lhe o diabo tentador, Ele é o criador, a Palavra que tudo criou. Daí poder mudar as pedras em pão. Mas Jesus recorda-lhe que o verdadeiro alimento é a Palavra de Deus. Se Jesus é Aquele que veio instaurar um Reino novo, diz-lhe o tentador, então tem necessidade de poder e glória. Mas Jesus não tomará o poder pela força, menos ainda afastando-Se do seu Pai, o único que merece ser adorado. Se Jesus é o Filho de Deus, continua a insistir o tentador, pode manifestar a sua divindade através de prodígios que tudo ultrapassam. Mas Jesus veio revelar o verdadeiro rosto de Deus, cujo único poder é a força do amor. O caminho de Jesus é o mesmo para todos nós que nos dizemos e somos de Cristo. Temos necessidade de acolher sempre a Palavra de Deus, a única a dar sentido e esperança às nossas vidas, de recentrar sempre a verdade da nossa fé em Deus Pai, de acolher sempre de novo o amor misericordioso do Pai. A Palavra do amor de Deus, que ilumina toda a nossa vida com Deus e com os irmãos, é o melhor antídoto para |
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todas as tentações. Só na fé e no amor podemos vencê-las e aderir radicalmente ao único Senhor das nossas vidas que é Cristo. Ao longo desta semana, seria interessante refletir sobre os desertos e tentações que nos atingem hoje, e encontrar os meios para os ultrapassar. Por exemplo, estando em Ano Santo da Misericórdia, podemos dar mais atenção à prática das catorze obras da misericórdia corporais e espirituais: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar |
os presos, enterrar os mortos, aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos. É todo um programa de vida: deixar as tentações para acolher o amor de Deus misericordioso. Que isso aconteça com mais intensidade nestes quarenta dias de peregrinação quaresmal!
Manuel Barbosa, scj |
Os santos confessores
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Os corpos de São Pio de Pietrelcina e São Leopoldo Mandic, santos confessores, estiveram seis dias no Vaticano, onde chegaram numa procissão acompanhada por milhares de pessoas ao longo das ruas de Roma. “Este é um dos grandes momentos do Jubileu da Misericórdia convocado |
pelo Papa Francisco”, segundo a Rádio Vaticano. No sábado de manhã, o Papa concede uma audiência aos grupos de oração do Padre Pio, na Praça de São Pedro, com a participação de dezenas de milhares de pessoas. Uma multidão que não passou desapercebida a Francisco, o qual sublinhou a gratidão |
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dessas pessoas por o padre Pio as ter “ajudado a descobrir o tesouro da vida, que é amor de Deus, e a experimentar a beleza do perdão e da misericórdia do Senhor”. “Podemos dizer que Padre Pio foi um servidor da misericórdia”. Um servidor da misericórdia, um “apóstolo da escuta” que se tornou, através do ministério da Confissão, uma carícia viva de Deus que cura as feridas do pecado e serena o coração com a paz”. O padre Pio dedicou-se a tempo inteiro, por vezes até à exaustão, à escuta – continuou o Papa - acrescentando que pôde fazer isso porque “estava sempre ligado à fonte”, a Jesus crucificado, tornando-se assim “num canal de misericórdia”. Para o santo italiano, os grupos de oração eram “viveiros de fé, lares de amor”, não apenas centros de encontro – disse Francisco, definindo a oração uma “verdadeira missão que traz o fogo do amor a toda a humanidade”, uma “força que move o mundo”, “uma obra de misericórdia espiritual” que não deve ser usada só como boa prática nem para pedir a Deus aquilo que nos serve – assim seria puro egoísmo.
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“É dom da fé e de amor, de que temos necessidade como o pão”. Trata-se duma “ciência que devemos aprender todos os dias, porque é bela: a beleza do perdão e da misericórdia do Senhor”. Francisco agradeceu depois aos grupos de oração, encorajando-os, a fim de que, disse “os grupos de oração sejam “centrais de misericórdia”, centrais sempre abertas e ativas. No fim do discurso o Papa quis recordar a obra de “misericórdia corporal” criada pelo Santo de Pietrelcina: a Casa Alívio do Sofrimento, inaugurada há 60 anos, que ele queria que fosse um “templo de ciência e oração”, pois “os seres humanos precisam sempre de algo que vai além de uma cura tecnicamente correta. Precisam de humanidade. Precisam da atenção do coração” São Pio de Pietrelcina (Itália, 1887-1968), o ‘padre Pio’, e São Leopoldo Mandic (Croácia, 1866-1942) são figuras admiradas pelo Papa Francisco que dedicaram a sua vida aos outros, no confessionário. |
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Vamos oferecer um dia de oração e jejum pela Síria e Iraque?Apelo dramático |
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De mãos vazias e impotentes perante a tragédia que está a fazer sucumbir o Iraque e a Síria, os Patriarcas D. Sako e D. Gregorios imploram as nossas orações e um dia de jejum nesta Quaresma. Tudo o resto já falhou. As imagens de atrocidades, de cidades devastadas, de pessoas em fuga no Iraque e na Síria atropelam-se já na nossa memória e parecem anestesiar-nos com tanto horror. A Síria e o Iraque são dois países devastados pela guerra. As comunidades cristãs foram expulsas de suas casas e perderam praticamente tudo o que tinham. Nunca, nos tempos recentes, uma comunidade religiosa viveu uma tragédia com uma dimensão assim. É preciso recuar até à II Guerra Mundial para se compreender, com o drama dos judeus, o que está a acontecer aos cristãos no Médio Oriente.
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O avanço jihadista em países como a Síria ou o Iraque está a levar à extinção do cristianismo nesta região. De mãos vazias e impotentes perante esta tragédia imensa, os Patriarcas da Síria e do Iraque escreveram à Fundação AIS para nos implorarem que não os esqueçamos. Pedem as nossas orações e um dia de jejum. Pedem-nos, no início desta Quaresma, um gesto concreto que mostre ao mundo que os cristãos do Médio Oriente não foram esquecidos. Que os cristãos do Médio Oriente não podem ser esquecidos. Duas cartas Estas cartas são apelos dramáticos de quem sabe que só pode mesmo contar com Deus para voltar a conhecer o dom da paz. São duas cartas distintas mas muito próximas. D. Gregorios e D. Sako pedem-nos um dia de súplica |
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a Deus. O que se vive nestes países tem já “dimensão apocalíptica”, dizem. Só Deus pode reverter esta catástrofe humanitária.
Tanto D. Sako como D. Gregorios já estiveram no nosso país e conhecem bem o esforço solidário dos portugueses para com os cristãos do Médio Oriente. Como diz Louis Sako, “sem a AIS, muitos de nós estaríamos mortos, teríamos morrido de fome ou de frio, ou já teríamos fugido. A AIS é como uma mãe para nós. Sei que também fazem isso por amor a Cristo”.
Ambos os patriarcas pedem as nossas orações e o gesto concreto de um dia de jejum pela paz no Médio Oriente. A Fundação AIS não podia ignorar este dramático apelo e por isso convocou
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os cristãos em todo o mundo para rezarem e jejuarem na Quarta-feira de Cinzas pelos irmãos e irmãs que sofrem no Iraque e na Síria. Desde há cinco anos que vivem por lá uma verdadeira via-sacra. Estão impotentes e de mãos vazias. Como escreve D. Gregorios, “é impossível que o Senhor não escute as orações e os sacrifícios dos Seus Filhos unidos”. Todos nós temos, nesta Quaresma, muitos dias ainda para os oferecermos, em jejum e oração, por estes cristãos perseguidos no Iraque e na Síria. É um gesto que depende apenas da nossa vontade. Apenas disso.
Paulo Aido |
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Estava preso e foste ver-me! |
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Tony Neves |
Esta Obra de Misericórdia tem muito que se lhe diga. Tirando os familiares e amigos, não são muitas as pessoas que vão visitar os reclusos a estabelecimentos prisionais. Há as capelanias para assistência religiosa, há um corpo significativo de pessoas voluntárias…mas tudo se fica muito por aqui. É verdade que, na Europa, pelo menos, visitar reclusos é missão difícil. Mesmo as capelanias sentem que as leis e os responsáveis das cadeias levantam cada vez mais entraves ao cumprimento da sua missão. Alega-se – com justiça ou sem ela - que há questões sérias de segurança que impedem a livre circulação dentro dos pavilhões, que há uma enorme escassez de guardas prisionais para garantir a segurança de quem visita e de quem lá está em reclusão… mas a verdade é que os reclusos, nesta fase complicada das suas vidas, precisam de um ombro onde encostar a cabeça, ouvidos que escutem, bocas que lhes digam que há futuro para alem da reclusão. Há muitos caminhos que levam á prisão e, nas sociedades democráticas onde funciona bem a justiça, a decisão de prender alguém tem inúmeras fundamentações. Também sabemos que há presos e presos, há quem fique a partilhar uma cela sem grandes condições e há quem seja enviado para uma cadeia de gente vip, onde as condições de vida são de excelência, mesmo sabendo nós que o simples facto de estar preso é gerador de humilhação e depressão. |
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Ninguém é ninguém para emitir juízos de valor sobre quem está na prisão. A justiça deve atuar com isenção e condenar quem o merecer. Mas, após a entrada no estabelecimento prisional, há que olhar para o futuro e tentar que a dignidade da pessoa presa não fique calcada. É importante que as cadeias sejam espaços de reabilitação em ordem a um futuro de felicidade e recobro da dignidade perdida numa qualquer curva da vida. Sim, o dia seguinte á saída da prisão deveria ser de grande normalidade… com uma excelente integração na vida social. Este Ano da Misericórdia obriga a um novo olhar e a um reforçado investimento na pastoral prisional. Continuo a olhar só para o caso |
português, aquele que tenho a obrigação de conhecer melhor. Há que investir mais na pastoral carcerária, mesmo que este ‘investir’ implique da Igreja destinar mais pessoas e meios. A Congregação do Espírito Santo tem oferecido (é mesmo de graça) o Capelão do Estabelecimento prisional de Tires, em Cascais. É um compromisso antigo, que queremos continuar a honrar. E, apesar de todos os obstáculos que se levantam a este trabalho pastoral, estamos dispostos a leva-lo por diante, enquanto as portas não se fecharem completamente ao nosso trabalho com os reclusos, na sua maioria, mulheres. Até porque estamos apenas a dar corpo à Obra de Misericórdia ‘estava na prisão e foste ver-me!’. |
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