04 - Editorial:

   João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Opinião:
   Miguel Oliveira Panão

22 - Semana de..

    Lígia Silveira

24 - Dossier

   Sílvia Cardoso

26 - Entrevista

   D. António Francisco dos Santos

 

 
 

 
 

48 - App Pastoral

50 - Estante

52 - Concílio Vaticano II

54 - Agenda

56 - Por estes dias

58 - Programação Religiosa

59 - Minuto Positivo

60 - Liturgia

64 - Jubileu da Misericórdia

66 - Fundação AIS

68 - LusoFonias

Foto da capa: D.R.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
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Opinião

 

 

 

 

 

«Urbi et Orbi» contra o terror


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Páscoa atenta ao mundo

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«Dona Sílvia» de Paços de Ferreira

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João Aguiar Campos | Miguel Oliveira Panão | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Bento Oliveira | Lígia Silveira

 

Misericórdia em acção

  João Aguiar Campos   
  Secretariado Nacional das  

  Comunicações Sociais  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Celebramos, no próximo dia 3 de Abril, o Domingo da Divina Misericórdia, instituído em Maio do ano 2000 por João Paulo II.

Acontece  esta celebração num momento em que é suposto que o Ano da Misericórdia, querido pelo Papa Francisco, esteja a marcar o ritmo da Igreja e dos seus filhos. Eis, pois, um bom momento para cada um de nós avaliar se está a ir além da palavra ou das palavras; se está, enfim, de coração dado aos pobres, com ternura e gestos concretos.
Que a misericórdia domine escritos e homilias, reflexões paroquias ou congressos, já é positivo e provocador. Mas será de menos, se ficarmos de fora da experiência do amor de Deus e da esperança que nos oferece; e, depois, não nos abrirmos a quantos connosco convivem ou nos procuram. Tocados pelo Amor, urge tocar quem está no nosso caminho -- pondo de lado o distanciamento e apostando na proximidade.
É que, se a missão da Igreja é ser testemunha da misericórdia, esta tarefa cabe a cada baptizado nas suas circunstâncias; e a cada um cumpre pô-la em acção, aqui e agora: não fechando os olhos às fomes, sedes, injustiças, dores e marginalidades; estendo a mão para levantar e poupando o indicador da denúncia agreste; construindo paróquias que sejam ilhas de afecto e de perdão e não reservas de crentes impecáveis. Enfim, conquistando a virtuosa capacidade de transformar em próximo cada vizinho -- mesmo os que nos surpreendem, porque vindos inesperadamente de longe e questionam

 

 

 

a nossa cultura ou o nosso sossego.
Somos muito dados a emoções e sentimentos de compaixão; teremos, até, alguma capacidade para a lágrima de que a imagem tanto gosta... Mais difícil é a acção samaritana que decorre de um olhar atento e de uma disponibilidade total e arriscada. Comprometida.
Mas é, de facto, a misericórdia

exercida que nos revela como verdadeiros filhos de Deus

-- como afirmativamente

avisou o Papa  Francisco 

na sua conversa 

com Andrea Tornielli ;  

 

salientando que o próprio Senhor Jesus "colocou a misericórdia como um ideal de vida e como critério de credibilidade para a nossa fé".
Se não for este o caminho, viajamos em sentido contrário ao coração de Deus. E teremos perdido um ano -- um Ano Santo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Atentado terrorista ensombrou Páscoa no Paquistão @Lusa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Se eu lá fosse ainda me arriscava a ser um elemento central do congresso. O doutor Pedro Passos Coelho resolveu candidatar-se, com base em ter sido o mais votado (embora não o vencedor). Tem essa legitimidade, eu não quero perturbar"

Rui Rio, ex-vice-presidente do PSD, em entrevista à rádio TSF, Porto, 30 de março

 

"Tomamos boa nota da comunicação, pela defesa, da intenção de interpor recurso judicial em face da gravidade e dimensão das penas hoje decididas pelo tribunal de primeira instância; e confiamos que a tramitação do processo, nos termos previstos na legislação angolana, obedeça aos princípios fundadores do Estado de Direito, incluindo o direito de oposição por meios pacíficos às autoridades constituídas"

Reação do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo Português à condenação a prisão efetiva de 17 ativistas angolanos, 28 de março

 

"Resolver e responder aos problemas estruturais do país não é compatível nem com atalhos nem com choques, porque não há choque fiscal, choque de empobrecimento ou choque de conhecimento que nos resolva os problemas estruturais”

António Costa, primeiro-ministro, na sessão de lançamento do Programa Nacional de Reformas, Centro de Congressos de Lisboa, 29 de março

 

“O senhor não trouxe reforma nenhuma. Não queremos falar só dos objetivos. É preciso saber que estratégia se segue”

Pedro Passos Coelho, líder do PSD, durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, Assembleia da República, 30 de março

 

 

 

Páscoa atenta aos sofrimentos do mundo

 

Os recentes atos de terrorismo em vários pontos do mundo, a crise dos refugiados ou o debate sobre a eutanásia marcaram várias intervenções dos bispos portugueses nas celebrações da Páscoa.

O bispo do Algarve alertou para a urgência do testemunho “alegre de Cristo ressuscitado” dos cristãos diante do fundamentalismo terrorista. “Como seria diferente a Igreja se nós, seus membros, nos decidíssemos 

 

a percorrer um caminho de renovação e conversão! Como seria diferente a nossa vida e a do mundo que nos rodeia se nos decidíssemos a ser testemunhas alegres de Cristo ressuscitado”, disse D. Manuel Quintas, na Sé de Faro.

Também o bispo do Porto celebrou este Domingo do Dia de Páscoa, na Sé local, recordando “o drama do terrorismo” que esta última semana “feriu a Europa e o mundo”.

 

 

 

 

 

 

Num tempo dilacerado por tantas e desnecessárias divisões, o mundo e muito concretamente a Europa e Portugal precisam da sabedoria, da lucidez e da determinação de todos para que saibamos fazer do diálogo a chave da harmonia e da concertação entre todos”, apontou D. António Francisco dos Santos.

Já o bispo do Funchal desejou na sua mensagem para a Páscoa que Jesus possa “iluminar os cenários sombrios” da história, evocando as vítimas dos mais recentes atentados terroristas. “Nos últimos dias, a Europa e o Mundo foram surpreendidos pelos dolorosos atentados, que fizeram numerosas vítimas e espalharam a dor, o medo, o terror e a morte. Manifestamos o nosso pesar e proximidade, pela oração e solidariedade com todas as vítimas”, refere D. António Carrilho.

O arcebispo de Braga afirmou na homilia da Missa da Vigília Pascal que a ausência da oração revela um “desinteresse pelo bem comum” e que orar é sempre uma “ação em favor da Humanidade”. “A título de exemplo, após os atentados da passada terça-feira, a frase mais partilhada nas redes sociais foi ‘Pray for the world’ (Rezar pelo mundo), um indicativo do quanto a oração pode

 

 

ser o motor que reconcilia a Humanidade e cura as feridas da violência insensata”, lembrou D. Jorge Ortiga.

D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, referiu que a Páscoa tem uma “forte e atual mensagem” relativamente às discussões sobre “eutanásia e suicídio assistido” como “festa da vida de Cristo e da vida dos homens”.

O cardeal-patriarca de Lisboa propôs aos católicos o “dom de si”, em favor dos mais necessitados, como forma de continuar a ressurreição de Jesus na vida de todos.“Escolhamos o que Jesus escolheu, esvaziando-nos de nós para que os outros caibam, certos de que, sempre que assim for, começaremos a ressuscitar e, connosco, o mundo”, afirmou D. Manuel Clemente, na homilia da Missa de Páscoa a que presidiu na Sé patriarcal.

O bispo de Bragança-Miranda afirmou na homilia da Missa da Vigília Pascal que celebrar a ressurreição implica “viver a vida em Cristo” para além das “celebrações litúrgicas”, do “folar” ou das “amêndoas”. “Significa reconhecer Cristo fora da Catedral e das igrejas e capelas, reconhecendo e amando-o nos irmãos e irmãs que sofrem, que são perseguidos”, observou D. José Cordeiro.

 

 

 

Filme «Fátima» no Festival de Cannes

O filme "Fátima" vai ser apresentado no Festival Internacional de Cannes, no dia 13 de maio, após a celebração de uma Missa na igreja de Notre Dame de Bon Voyage, na cidade do sul de França.

A obra é um remake do “The Miracle of Our Lady of Fatima”, de 1952, da Warner Classic, e vai começar a ser produzido a partir de agosto, maioritariamente em Roma, numa coprodução internacional que junta as produtoras norte-americanas Origin Entertainment, Rose Pictures e Braven Films e a produtora italiana Cinecittà Studios.

De acordo com um comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o guião centra-se, sobretudo, nos acontecimentos conhecidos como “O Milagre do Sol”, de 13 de outubro de 1917, na Cova da Iria. Para o vice-reitor do Santuário de Fátima, esta é uma “boa iniciativa” e espera que “possa ser alcançada”, como é desejo dos seus produtores.

“Poderá vir a ser um bom instrumento para a difusão da mensagem de Fátima”, referiu o padre Vítor Coutinho.

A produtora Natasha Howes referiu que foram pensados vários diretores para o trabalho de realização

 

deste filme, tendo a sido escolhido o italiano Marco Pontecorvo “pelo seu desenvolvido estilo visual”, visível em 'The Game of Thrones’ (‘A Guerra dos Tronos’). O papel de Lúcia, uma das três videntes das Aparições na Cova da Iria, vai ser representado pela jovem atriz inglesa Allegra Allen, de 10 anos, que, por exemplo, contracenou com o ator e produtor espanhol Antonio Banderas no filme ’Altamira’, de 2016.

Natasha Howes, da equipa de produção, valorizou o facto da apresentação do filme acontecer após a celebração da Eucaristia numa igreja próxima do Festival de Cannes, “onde todas as pessoas envolvidas” vão ser “confiadas a Deus”.

Com um orçamento de 12 milhões de dólares, o filme ‘Fátima’ tem um sítio na internet 

www.fatimathemovie.com

 

 

 

EMRC ao lado dos refugiados

O Departamento de Educação Moral e Religiosa Católica, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), vai mobilizar os alunos para a campanha ‘E se fosse eu? Fazer a mochila e partir’, ação de sensibilização para “o drama” dos refugiados.

“Cada aluno vai ser desafiado a levar a sua mochila com os bens que transportaria se estivesse no lugar de um refugiado - através de imagens ou, se possível, em formato físico -, devendo depois partilhar a razão das suas escolhas”, explica o sítio online Educris, da Comissão Episcopal da Educação e Doutrina da Fé.

‘E se fosse eu? Fazer a mochila e partir’ é o tema da ação, no dia 6 de abril, que decorre no primeiro tempo da manhã em todas as escolas de Portugal, numa sessão onde vai ser exibido um vídeo, “mostrando o pouco que os refugiados 

 

transportam consigo”.

A campanha é da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e o SNEC “convida todos os docentes” de EMRC a associarem-se na sensibilização de crianças e jovens para “as dificuldades pelas quais os refugiados passam para fugir da guerra, procurando proteção humanitária”.

“Promovendo assim o compromisso bem acolher quem procura proteção humanitária e concretizando os princípios de uma sociedade democrática e inclusiva”, observa.

O ‘Educris’ informa ainda que a PAR vai enviar aos Agrupamentos de Escolas um cartaz e folhetos, disponíveis em formato digital, para promover a iniciativa e é disponibilizado também um guião com sugestões de abordagem e indicação de materiais de apoio, para apoiar as escolas e os docentes.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Escutismo: «GO3» incentivou a práticas de sustentabilidade e preocupação ambiental

 

 

 

«Nostra Aetate»: 50 anos depois, «um diálogo novo entre cristianismo e judaísmo»

 

 

Urbi et Orbi ao lado dos mais fracos

 

O Papa condenou no Vaticano a recente vaga de ataques terroristas, atos de “violência cega e brutal”, na sua tradicional mensagem pascal. “A nossa proximidade [está] com as vítimas do terrorismo, forma de violência cega e brutal que continua a derramar sangue inocente em diversas partes do mundo, como aconteceu nos ataques recentes na Bélgica, Turquia, Nigéria, Chade, Camarões, Costa do Marfim e Iraque”, disse Francisco, antes de conceder a bênção ‘urbi et orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], algo que acontece nos dias de Páscoa

 

 

e de Natal. A intervenção, desde a varanda da Basílica de São Pedro, evocou os homens e mulheres que deixaram a sua terra em busca de um “futuro melhor”. Francisco lamentou que estes “grupos cada vez mais numerosos de migrantes e refugiados – entre os quais muitas crianças - que fogem da guerra, da fome, da pobreza e da injustiça social” encontrem muitas vezes “a morte ou a recusa dos que poderiam oferecer-lhes hospitalidade e ajuda”. O Papa desejou que sejam construídos “caminhos de esperança para a querida Síria”, país “devastado

 

 

por um longo conflito, com o seu triste cortejo de destruição, morte, de desprezo pelo direito humanitário e desintegração da convivência civil”. “Confiamos ao poder do Senhor ressuscitado as conversações em curso, de modo que, com a boa vontade e a cooperação de todos, seja possível colher os frutos da paz e dar início à construção de uma sociedade fraterna, que respeite a dignidade e os direitos de cada cidadão”, apelou.

Depois de desejar “Boa Páscoa” às milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa passou em revista vários dos principais conflitos da humanidade, deixando votos de esperança e de paz para vários países africanos, incluindo Moçambique, “marcados por tensões políticas e sociais. “Penso de modo particular no Burundi, Moçambique, República Democrática do Congo e o Sudão do Sul”, precisou.

O pontífice recordou que o mundo está “cheio de pessoas que sofrem

 

no corpo e no espírito”, como é possível verificar nos “relatos de crimes brutais, que muitas vezes têm lugar dentro das paredes do lar”, e de “conflitos armados numa grande escala, submetendo populações inteiras a provas inimagináveis”. A este respeito, aludiu às regiões da bacia do Mediterrâneo e do Médio Oriente, particularmente o Iraque, Iémen e Líbia. Francisco convidou israelitas e palestinos a “construir as bases de uma paz justa e duradoura através de uma negociação direta e sincera”. Em seguida, pediu uma solução “definitiva” para a guerra na Ucrânia, apoiando as iniciativas de ajuda humanitária, “entre as quais a libertação de pessoas detidas”.

O Papa recordou também as “difíceis condições” em que vive a Venezuela, apelando aos que têm nas suas mãos os destinos do país, “para que se possa trabalhar em vista do bem comum, buscando espaços de diálogo e colaboração ente todos”.

 

 

Papa condena atentado vil no Paquistão

O Papa manifestou no Vaticano a sua consternação pelo atentado terrorista do último domingo em Lahore, no Paquistão, que causou 70 mortos e 300 feridos, na sua maioria mulheres e crianças. “Quero manifestar a minha proximidade a todos quantos foram atingidos por este ato criminoso, vil e incompreensível, e convido-vos a rezar pelas vítimas e seus entes queridos”, disse Francisco aos peregrinos que encheram a Praça de São Pedro para a oração do ‘Regina Caeli’.

O atentado no Paquistão, que envolveu um bombista suicida, aconteceu este domingo pelas 19h00 locais (15h00 de Lisboa) junto a um parque infantil de Lahore. Muitas famílias cristãs festejavam a Páscoa, depois de o governo paquistanês ter reconhecido pela primeira vez este dia como feriado.

Na sua intervenção depois do ‘Regina Caeli’, enviada à Agência ECCLESIA, o Papa argentino apelou às forças civis e sociais do Paquistão para que “se

 

empenhem a favor da segurança e da serenidade das populações e, em particular, de todas as minorias religiosas mais vulneráveis”.

“A violência e o ódio homicida conduzem apenas à dor e à destruição: o respeito e a fraternidade são a única via para a paz”, reforçou Francisco, expressando o seu desejo para que “a Páscoa suscite em todos” o repúdio pela “violência que semeia o terror e a morte”. E deste modo se possa construir “ o amor, a justiça e a reconciliação”, complementou.

O Papa exortou ainda todos os cristãos a “viverem na alegria e na serenidade esta semana que prolonga a alegria da Ressurreição de Cristo”.

 

 

 

Exortação apostólica do Papa sobre a Família chega a 8 de abril

A exortação apostólica do Papa Francisco, com as conclusões do Sínodo da Família, vai ser publicada a 8 de abril, anunciou o Vaticano. O documento tem como título ‘Amoris laetitia’, “A Alegria do Amor”.

A 18 de fevereiro, o Papa tinha adiantado aos jornalistas que o documento estava em fase de conclusão, defendendo um “trabalho de integração” dos divorciados que voltaram a casar. “Integrar na Igreja não significa comungar, porque eu conheço católicos recasados que vão à igreja uma ou duas vezes por ano [e dizem]: «Eu quero comungar», como se fosse uma honorificência”, explicou aos jornalistas, durante o voo de regresso a Roma, após a visita de seis dias a Cuba e ao México.

Para Francisco, neste trabalho de integração “todas as portas estão abertas”, mas não é possível dizer que “de agora em diante” todos vão poder comungar. “Isso seria ferir os cônjuges, o casal, porque não lhes permitiria fazer esse caminho de integração”, advertiu.

O Papa adiantou que o documento pós-sinodal vai retomar a reflexão sobre a “pastoral das famílias feridas”,

 

 

bem como sobre a “preparação para o matrimónio”.

Francisco acrescentou que outro capítulo “muito interessante” será dedicado ao tema da “educação dos filhos”, da falta de tempo dos pais. “A palavra-chave que o Sínodo usou e que eu vou retomar é ‘integrar’ na vida da Igreja as famílias feridas, as famílias de recasados, mas não devemos esquecer-nos de pôr as crianças no centro. São as primeiras vítimas, seja das feridas, seja das condições de pobreza”, realçou.

Os temas da família estiveram no centro de duas assembleias do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2014 e 2015, por decisão do Papa Francisco, antecedidas por inquéritos enviados às dioceses católicas de todo o mundo.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Missa de Páscoa no Vaticano

 

 

 

Cristãos têm de se livrar da «terrível armadilha» da falta de esperança

 

 

Ressurreição e Universo

  Miguel Oliveira Panão   

  Professor Universitário   

 

Estamos em plena semana de Pascoela. Durante os últimos dias meditámos, experimentámos, vivemos na medida do possível o Mistério da Morte e Ressurreição de Jesus. A questão que coloco é: qual o seu verdadeiro alcance em relação ao universo?

O universo está permeado de exemplos de morte e ressurreição. Pensemos na possibilidade de vida. Não pode haver vida sem carbono e não pode haver carbono sem a “morte” - por assim dizer - de uma estrela. Aliás, não é por acaso que David Ellyard terminava o processo de descrição da origem dos elementos do corpo humano com “somos todos feitos do pó das estrelas”. Logo, desde sempre que, no universo, da morte provém a vida. Por outro lado, uma das realidades deste mundo é que evolui. Mas também aqui, sem a morte não é possível evoluir, caso contrário, não seria possível a emergência de novas espécies. Embora a Morte e Ressurreição de Jesus sejam um Mistério, uma realidade escondida cujo aprofundamento é sempre possível e insaciável, poder-se-ia dizer que outra coisa não seria de esperar de um Deus que criou o mundo assim. Feito de vida que emerge da morte. Mas a pergunta mantém-se: qual o alcance da Morte e Ressurreição de Jesus?

Quando a minha avó Mariana faleceu pensei nisso. Enquanto a maior parte das pessoas é colocada direita e de cara voltada para cima, dada a condição física da minha avó e a fragilidade da sua pele nessa altura, optou-se por colocá-la na posição em que estava a dormir quando faleceu. Esta 

 

 

imagem de um sono profundo marcou-me quando me despedi dela pela última vez antes de ser confiada à terra. Na altura, o meu pai pediu-me se poderia preparar umas palavras. Não sabia bem o que dizer, mas lembrei-me de algo que tinha lido de Chiara Lubich e que me parecia apropriado. Dizia

“Jesus, que morre e ressuscita, é com certeza a verdadeira causa da transformação também do cosmos. (…) Se a Eucaristia é causa da ressurreição do homem, não poderá o corpo humano, divinizado pela Eucaristia, estar destinado a desfazer-se debaixo da terra para contribuir para a ressurreição do cosmos? Poderíamos então dizer que, em virtude do pão eucarístico, o homem se torna ‘Eucaristia’ para o universo, no sentido de que é, com Cristo, semente da transfiguração do universo. Nesse caso, a terra comer-nos-ia, como nós comemos a Eucaristia, não para nos transformar a nós em terra, mas para que a terra se transforme em “céus novos e numa terra nova” (C. Lubich, Um caminho novo, Cidade Nova, 2004, pp. 119-120).

Em linguagem jovem “É brutal!” Nunca como antes tinha-me dado conta daquilo que a Eucaristia, 

 

através de cada um de nós, pode realmente significar para o universo e qual seria o seu verdadeiro alcance. Da mesma forma que fazendo-se nada ao assumir a nossa natureza humana, fazendo-se nada ao entregar-se a cada um de nós através de uma hóstia, também nós somos convidados por Ele a fazermo-nos nada, pela Eucaristia, e a participar nesta aventura divina da ressurreição do cosmos. Mas será esta somente uma realidade de natureza espiritual compreensível para quem acredita ou haverá aqui uma realidade escondida que influi, de algum modo, a narrativa do universo?

Se Jesus é verdadeiro homem, e é-O de facto, também ele era feito do pó das estrelas. Se Jesus é verdadeiro Deus, e é-O de facto, então, a matéria possui uma dimensão que está para além da materialidade e é santificável. Não é o que acontece com a hóstia na Eucaristia? Quem poderia imaginar, antes da morte da primeira estrela a partir da qual emerge o elemento carbono, que isso daria origem à vida? Qual o sentido e significado da transfiguração do cosmos pela Ressurreição? Vida. De que modo? Não sei. Há respostas que exigem paciência e experiência até que se tornem história.

 

 

Mais vida

  Lígia Silveira  
  Agência ECCLESIA   

 




 

 

Uma reportagem recentemente publicada noticiava que uma empresa portuguesa oferecia mais dois meses de licença de maternidade, a acrescentar aos até seis que o Estado cobre. O subsídio parental pode ser atribuído ao pai ou à mãe num valor que varia entre os 100 e os 80% do ordenado, dependendo do número de dias de licença.A Segurança Social permite prolongar este período até um ano mas o subsídio desce para 25% do salário entre o sétimo e nono mês; nos restantes três meses não há apoio estatal.

«O diretor da empresa, Gonçalo Quadros, pensa que a "ovação explícita”, que recebeu após o anúncio da medida, veio de terem sentido que estavam a ser valorizados aspetos importantes da vida das pessoas, como o nascimento dos filhos. "É uma medida de proximidade e cumplicidade que diz que sabemos que há momentos especiais”», pode ler-se na reportagem. A extensão por mais dois meses vai de encontro à indicação da Organização Mundial de Saúde que recomenda o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses.

Gostaria que a Exortação Apostólica do Papa sobre a Família, a ser publicada a 8 de abril, iluminasse ações proféticas que ajudassem a colocar o catolicismo na vanguarda do humanismo.

Uma Igreja «livre, serva e pobre» é uma Igreja que aponta ao essencial na vida , denuncia e abre caminhos para o homem novo.

Cumprir a lei não basta. Criticar a falta de incentivos públicos à maternidade é escasso se não for acompanhado de exemplo real.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ir mais além com sinais de compreensão e reconhecimento pela vida concreta é também uma forma de fazer pastoral familiar e mostrar às entidades públicas um caminho já aberto e exequível.

“«A verdadeira promoção da mulher exige que o trabalho seja estruturado de tal maneira que ela não se veja obrigada a pagar a própria promoção com o ter de abandonar a sua especificidade e com detrimento da sua família, na qual ela, como mãe, tem um papel insubstituível»”,refere o nº 19 da carta encíclica Laborens exercens, de 1981, de São João Paulo II.

Não há família sem a liberdade efetiva para a poder constituir e, sejamos honestos, uma quota-parte reside na capacidade financeira que um agregado familiar possui para poder fazer escolhas e traçar projetos.

Que liberdade é oferecida quando apenas 25% da remuneração está em causa? Que possibilidade de escolha 

 
tem uma família quando, neste tempo em que vivemos, muitos lutam para chegar ao final do mês com contas saldadas e a fome dos filhos saciada?

Considero que sou privilegiada porque, sem escamotear dificuldades e restrições orçamentais, me é dada, familiar e profissionalmente, essa possibilidade de prolongar a licença de maternidade - escrevo este texto na véspera de regressar a casa para continuar a acompanhar o meu filho por mais três meses.

Gostaria que para outros essa liberdade pudesse ser efetiva, mas em vez disso ouço lamentos: «’Para que é que queres tanto tempo de licença?’ – perguntou a minha chefe (mulher!) quando lhe disse que requeri a licença alargada de maternidade’», confidenciou-me uma amiga empregada numa autarquia.

Mudanças de mentalidade são necessárias e, tal como Aquele que nos abriu à esperança há dois mil anos, devemos nós hoje apontar a mais vida. 

 

 


 

Sílvia Cardoso viveu entre o século XIX e o século XX, deixando marcas profundas na Igreja e na sociedade. Foi um exemplo de vida cristã traduzido nas obras de caridade que fundou e no apostolado itinerante ao serviço da formação de leigos. Desde 1992 que decorre, no Vaticano o seu processo de beatificação e canonização. A 27 de março de 2013, Sílvia Cardoso foi declarada venerável. Três anos depois a terra que a viu nascer prepara-se para testemunhar um momento histórico: os restos mortais da portuguesa, com processo de beatificação a decorrer no Vaticano desde 1992, vão ser transladados este domingo para a igreja da cidade, numa celebração transmitida pela ECCLESIA.

Este semanário aborda a vida de uma grande figura da Igreja Católica, com entrevista ao bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, e depoimentos dos responsáveis católicos que acompanham o processo de canonização, do presidente da Câmara de Paços de Ferreira e de familiares da venerável.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

«Uma missionária itinerante»

Dias antes da trasladação dos restos mortais de Sílvia Cardoso a Ecclesia conversou com o bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, que enaltece a vida e obra da “criativa D. Sílvia”, uma verdadeira apostola da Misericórdia que trouxe à diocese e ao país uma criatividade e um impulso invulgar para o seu tempo.

Entrevista conduzida por Imelda Monteiro

 

Agência Ecclesia (AE) – No domingo, dia 03 de abril, acontece a trasladação dos restos mortais da venerável Sílvia Cardoso do cemitério paroquial para uma nova capela tumular na Igreja Paroquial de Paços de Ferreira. Que significado tem este dia para a Diocese do Porto?

D. António Francisco dos Santos (AFS) – Primeiro a escolha da data é significativa para nós, queremos que a trasladação seja a 03 de abril, por ser o domingo da Misericórdia, integrando assim a celebração e o gesto no Ano Santo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, porque há uma identificação muito grande entre a vida, trabalho e a missão da D. Sílvia Cardoso e este ano santo. Depois porque queremos que, este sinal e este gesto que vamos fazer, signifique também uma marca importante na vida da diocese, 

 

 

 

o processo e a causa da beatificação e canonização é um processo diocesano e por isso o envolvimento de toda a diocese neste momento particular da celebração tem todo o sentido. Em terceiro lugar, D. Sílvia Cardoso foi uma grande apostola da Misericórdia e foi já declarada venerável pelo Papa Francisco aliás, num dos primeiros atos do seu pontificado, a 27 de março de 2013. Todos estes elementos se conjugam e convergem para que façamos deste dia da trasladação um momento celebrativo que envolva e mobilize toda a diocese. 

 

 

 

AE – É uma forma de aproximar também os fiéis da veneração a D. Sílvia Cardoso?

AFS – É uma forma de dizermos a todos a gratidão pelo testemunho de admiração e valor que a diocese tem, os sacerdotes, diáconos, consagrados e leigos, toda a diocese! Não é só a paróquia e cidade de Paços de Ferreira, nem a vigararia, mas toda a diocese. Para lá da diocese, todo o país, porque a D. Sílvia Cardoso foi uma missionária itinerante, foi verdadeiramente protagonista da Igreja em saída. Ela valorizou muito a vida espiritual e pessoal mas depois quis irradiar por todo o lado, na diocese do Porto, com a criação de alguns centros de retiro e vida espiritual, e mesmo algumas iniciativas e instituições para crianças, e depois percorreu todo o norte do país. Depois centrou-se em Lisboa, o patriarcado de Lisboa deve-lhe muito… Depois foi para o Alentejo.

 

 

 

 

AE – Há mesmo marcas de Norte a Sul, uma itinerância invulgar para o seu tempo...

AFS - Não havia fronteiras ao zelo missionário de D. Sílvia Cardoso, ela ia ao encontro das populações mais necessitadas, aliás creio que a fisionomia espiritual e testemunho de santidade se podem perceber em três dimensões muito importantes. A primeira, a dimensão da caridade, ela procurou fazer o bem aos pobres. D. Sílvia era de família com recursos económicos, mas soube reparti-los e distribuí-los, soube colocar a fortuna de família ao serviço dos que mais precisavam. A segunda dimensão foi a formação, ela sentia que Portugal naquele tempo, fim do século XIX e início do século XX, precisava de formação dos leigos, sobretudo das gerações mais novas, e dedicou-se à iniciativa de retiros espirituais e aos centros de formação. Eu creio que é totalmente atual é imperativo hoje este espírito que também o Papa Francisco nos traz. Depois a terceira dimensão, muito particular, ela era itinerante, ela sabia que a Igreja é missão e isso vem ao encontro do lema do nosso plano pastoral 

 

 

 

 

 

diocesano: fazer da “alegria do evangelho” a nossa missão e proclamar as bem-aventuranças. Estas três dimensões convergem de tal maneira que é a identificação e a 

 

fisionomia pastoral da nossa diocese, e este impulso de renovação pastoral que queremos imprimir, encontra, em D. Sílvia Cardoso, um exemplo, um modelo e uma bênção. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – A espiritualidade de Sílvia Cardoso está devidamente estudada ou acredita que se pode fazer mais ainda neste campo?

AFS – Eu creio que a espiritualidade está bem compreendida, quer pelas pessoas simples, quer pelas cultas, mas percebo que precisa de ser trabalhada teologicamente e ao nível, inclusivamente, de trabalhos universitários e académicos. É um manancial extraordinário ir beber às fontes da inspiração e da espiritualidade de D. Sílvia e podemos incentivar e estou convencido que vamos conseguir. Até porque têm sido publicados textos que são referências e o processo, que envolve milhares de páginas, pode ser trabalhado e estudado ao nível académico, de investigação, de aprofundamento teológico, espiritual e pastoral.

Estas são as três dimensões, a investigação teológica, a valorização espiritual do seu modo de vida e testemunho e a sua criatividade 

 

pastoral. Eu valorizo muito a pastoral no sentido criativo de saída e de criatividade para sermos capazes de responder a cada tempo, com linguagem nova, com novo vigor e acrescido entusiasmo: Quando se lê D. Sílvia e se percebe as intuições pastorais da sua vida, encontra-se nela uma pessoa do nosso tempo. Faleceu há 66 anos mas é do nosso tempo, não só da nossa terra mas do nosso tempo, e é um modelo do nosso viver e ser Igreja. É isso que é importante e que procuramos celebrar, viver e também fazer irradiar para a diocese e para o país. 

 

 

 

AE – Ao nível de ação social continua a ser um exemplo de criatividade, um bom exemplo para os dias de hoje?

AFS – É, sem dúvida. Ao ler a vida e perceber as intuições espirituais de D. Sílvia Cardoso sinto que ela foi a verdadeira realizadora das Obras de Misericórdia. Procurou realizar através da intuição do valor das bem-

 

aventuranças do Evangelho e da capacidade de levar o amor de Deus aos mais simples, pobres e frágeis e por isso ela se dedicou às crianças, aos jovens e às famílias em dificuldade. Essa perceção da criatividade de ir ao encontro e ler a realidade socio-religiosa daquele tempo é, para nós, um dado que é necessário saber 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

adquirir, interpretar e cumprir.

D. Sílvia não pensava, ela realizava as coisas e incentivava outros a realizar. Ela foi percorrendo o país e, em cada lugar, foi entregando as obras às próprias comunidades locais e inclusivamente a ordens religiosas, para que outros pudessem acolher 

 

e continuar as obras que ela começou. Não se prendeu ao que criou, foi semeando pelo país e entregando; aí também há criatividade, ousadia e despojamento, não de focar apenas no que fez ou na razão porque fez ou o método como fez… 

 

 

biografia

Sílvia Cardoso Ferreira da Silva

Sílvia Cardoso Ferreira da Silva, com o coração imerso no mistério divino, progrediu no caminho da santidade e exerceu um apostolado múltiplo e variegado para o bem da Igreja e da sociedade.

Nasceu na cidade de Paços de Ferreira, no dia 26 de julho de 1882, numa família bastante rica e muito católica. No ano seguinte foi levada com os pais para o Brasil, onde viveu até 1889, ano em que a família regressou à pátria. Desde a adolescência a Serva de Deus manifestou apreço à oração e dedicação ao próximo, particularmente aos mais carenciados. No ano de 1912, por influência da família, ficou noiva de um primo descrente, mas este tendo-se convertido a Deus, morreu repentinamente, deixando à noiva todos os seus bens e propriedades. Então, provida também de património, Sílvia Cardoso aplicou-se com mais intensidade às obras de caridade para com os pobres e carenciados, de tal modo que foi contagiada pela “febre espanhola”. No ano de 1917, durante uns Exercícios 

 

Espirituais, emitiu o voto de castidade perpétua. E, recordada dos muitos frutos que neles tinha alcançado, compreendeu que os Exercícios Espirituais eram da maior importância para os leigos. Por isso em 1923 fundou a primeira casa de Retiros para leigos na povoação de Sequeiros, perto do Porto. Dois anos mais tarde inscreveu-se na “Liga dos Servos de Jesus”, que era uma associação laical fundada pelo Servo de Deus D. João de Oliveira Matos, bispo auxiliar da Guarda, com o fim de animar a santificação e o apostolado dos membros, e de se tornarem animadores das obras e associações já existentes nas paróquias.

 

No ano de 1926, no decorrer de uma peregrinação a Lourdes e a Lisieux, foi movida por um impulso divino a oferecer a sua vida para a instituição de uma obra para a salvação das almas.

Mais tarde conheceu a Comunidade chamada “Obra de Cedofeita” (do nome de uma antiga rua do Porto), fundada pelo P. Pinto da Rocha e sua irmã, e quis fundar uma obra nova 

 

 

 

 

 

para a pregação de missões e para promover os Exercícios Espirituais. Com este fim comprou uma casa chamada “Quinta Amarela”, que seria o centro principal das missões. Encarregou das obras sociais a sua primeira companheira e reservou para si o apostolado e os Exercícios Espirituais.

 

 

 

No ano de 1939, o patriarca de Lisboa orientou-a para a Ação Católica, fundada como instrumento de formação para uma nova geração de leigos. Naquele tempo, a Serva de Deus preparou muitos Exercícios Espirituais principalmente nas Dioceses de Coimbra, Guarda e Évora. A vida da Serva de Deus decorria numa

 

 

 

 

 época singularmente difícil para Portugal, quando o liberalismo e o laicismo cresciam fortemente, sobretudo depois das perturbações devidas à instauração do regime republicano no ano de 1910, que decretou leis contra a Igreja, para que expressa e certamente afugentassem a fé Católica de Portugal. Nestas circunstâncias a obra de Sílvia Cardoso foi de grande valor, pois na sua condição de cristã leiga, ela agiu com todo o esforço e indústria pelo bem da Igreja e a salvação das almas; distinguiu-se pelas suas obras na Igreja portuguesa do século XX e mereceu a sua estima.

 

 

Viveu com notável piedade e sentido da religião, na oração, na participação da Eucaristia, no culto Mariano e, numa palavra, na total oblação de si mesma. Despendeu as suas forças pelo bem espiritual e social de todas as categorias de pessoas, ajudou sempre intensa e generosamente os Pastores da Igreja na resolução das situações mais difíceis, na promoção de Exercícios Espirituais e no apostolado dos leigos. Animou com grande envolvimento a restauração da Igreja e a ação apostólica, e depois distinguiu-se na propagação especial da Ação Católica, no que ainda hoje é tida como exemplo.

 

 

 

 

Em 1948 os médicos identificaram no seu estômago sintomas de tumor. Desprezando a notícia, a Serva de Deus não suspendeu a sua ação evangelizadora: fundou na cidade de Espinho uma instituição chamada “Patronato da Divina Providência”, que dirigiu durante ano e meio, e depois confiou a uma comissão de leigos. No mesmo ano, em conjunto com uma comissão de senhoras, fundou a chamada “Obra da Redenção”, para a proteção das jovens. Em 1950 deu origem no Porto ao Lar de Santa Rita para a proteção de mulheres. Esgotada da saúde, mas sustentada por uma fé muito forte, deixou esta vida mortal na vila de Paços de Ferreira, no dia 2 de novembro de 1950.

A fama de santidade foi ilustrada pelo Inquérito diocesano que decorreu na

 

 Cúria do Porto de 6 de Junho de 1984 a 23 de Junho de 1992, cuja validade jurídica foi aprovada por esta Congregação para as Causas dos Santos por decreto de 22 de outubro de 1993. Redigida e apresentada a Positio, foi debatido segundo as normas, se a Serva de Deus cultivou as virtudes de modo heroico. No dia 4 de outubro de 2011, na reunião específica dos Consultores Teólogos, a resposta foi positiva. Os Padres Cardeais e os Bispos reuniram-se em Sessão Ordinária, a 8 de janeiro de 2013, reconheceram que a Serva de Deus tinha cultivado as virtudes teologais, cardeais e afins em grau heroico. A 27 de março de 2013 publicado o decreto de sobre as virtudes a Congregação para a Causa dos Santos aprova a venerabilidade.

 

Trasladação dos Restos Mortais da Venerável Silvia Cardoso

A 3 de abril de 2016 – Domingo da Divina Misericórdia

15.00 – Saída dos restos mortais do cemitério paroquial para o pavilhão municipal de Paços de Ferreira

15.30 – Eucaristia presidida por D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto.

No final da Eucaristia – cortejo litúrgico do pavilhão municipal para a igreja paroquial, onde está a nova capela tumular.

(Transmissão em direto na internet a partir das 14h00 em www.youtube.com/agenciaecclesia)

 

 

Misericórdia e mística na vida de Sílvia Cardoso

 

A cidade de Paços de Ferreira vai estar este domingo em festa, com a transladação dos restos mortais de Sílvia Cardoso, uma portuguesa com processo de beatificação em curso no Vaticano e que se notabilizou no serviço aos mais pobres.

Em entrevista emitida no Programa ECCLESIA, na RTP2, o vice-postulador pela causa de canonização de "Dona Sílvia" (1882 - 1950) destaca "uma mulher extraordinária e forte, uma grande benemérita social e apóstola

 

 

 

das obras da misericórdia".

"E além disso, o que é menos conhecido, uma mística da obra do amor que é Deus em obra", realça o cónego Ângelo Alves.

O processo de beatificação e canonização de Sílvia Cardoso está em curso desde 6 de junho de 1984, tendo dado entrada na Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) em 1992.

Na origem desta iniciativa esteve sobretudo "a fama de santidade" que esta mulher natural de Paços de 

 

 

 

 

 

 

Ferreira "já em vida tinha, para muitos dos seus colaboradores e até beneficiários".

"E depois da sua morte isso tornou-se comum. Recordo-me de ouvir na altura do seu falecimento (nr: 2 de novembro de 1950) uma jovem vizinha que dizia que se a Dona Sílvia não é santa, ninguém vai para o céu", assinala o cónego Ângelo Alves.

A 27 de março de 2013, Sílvia Cardoso foi declarada como "venerável" pelo Papa Francisco, através da aprovação e publicação de um decreto que reconhece as "virtudes heroicas" desta portuguesa, sobretudo no campo social.

Oriunda de uma família abastada e com uma sólida formação católica, Sílvia Cardoso Ferreira da Silva dinamizou várias instituições de cariz social e solidário, incluindo a Sopa dos Pobres (Penafiel), com prioridade à educação de crianças pobres e aos doentes, em várias regiões do país.

Amiga de Guerra Junqueiro e Leonardo Coimbra, deixou escritos espirituais e empenhou-se, durante a sua vida, em promover casas de retiros como espaços de formação católica.

Em reconhecimento pelo seu legado, a cidade de Paços de Ferreira ergueu uma estátua em sua homenagem, 

 
inaugurada pelo então cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Cerejeira.

No próximo domingo, a população vai novamente celebrar a sua memória, com a transladação dos seus restos mortais desde o cemitério local para uma capela tumular na igreja da cidade.

 

 

 

Simplicidade e comunhão eclesial

 

A trasladação dos restos mortais da venerável Sílvia Cardoso, agendada para este domingo, vai ser ocasião para “avivar memória” e “renovar a pastoral”, afirmou o pároco de Paços de Ferreira. “A trasladação do corpo para a igreja paroquial equivale a uma renovação que é também pastoral, no sentido de descobrir o valor daqueles que se entregam completamente a Deus, como foi o caso da venerável Sílvia Cardoso”, explica o padre António Martins à Agência ECCLESIA.

 

 

 

Os restos mortais da portuguesa, com processo de beatificação a decorrer no Vaticano, vão ser transladados este domingo do cemitério paroquial para uma nova capela tumular na igreja paroquial com celebração presidida por D. António Francisco Santos, bispo do Porto.

Para a comunidade trata-se de “um momento especial” que vai de encontro à “devoção” dos mais antigos. “A trasladação vem trazer à memória também aos mais novos, 

 

 

 

 

 

porque os mais antigos têm uma memória mais apurada desta presença e da vida desta mulher”.

A comunidade procedeu a algumas alterações para que um espaço da igreja fosse convertido em capela tumular, “com dignidade suficiente” para acolher os restos mortais da venerável e encontrar soluções que permitissem criar, simultaneamente, recolhimento e “comunhão”.

O pároco destaca a simplicidade que marca “homens e mulheres de Deus”. “Será um espaço simples como se quer nos homens e mulheres de Deus. Um espaço de recolhimento propício à oração e sobretudo sem separar a veneração da fé da Igreja. Ela conduz-nos na comunhão da Igreja”.

A capela tumular encontra-se dentro da igreja, está dividido por portas de vidro onde “é mantida a ligação com Jesus através do sacramento da eucaristia”, permitindo ao mesmo tempo o recolhimento “com a serva de Deus Sílvia Cardoso”.

O espaço tem “a cor do céu”, porque, assinala o padre António Martins, “acreditamos que é uma mulher que está no céu a velar por nós. O seu corpo será colocado no chão. Por cima levará uma pedra mármore com as inscrições habituais para identificação”.

 

 

Esta celebração vai permitir “avivar a memória” da obra de Sílvia Cardoso uma vez que “através desta mulher vamos poder chegar ao coração de muitos que ouviram falar mas não conhecem. Agora podem estar próximos, conhecê-la e dirigir-se a ela”, finaliza.
 

 

Espiritualidade muito profunda

 

O vigário da Vigararia de Paços de Ferreira, na Diocese do Porto, considera que a Venerável Sílvia Cardoso foi uma “mulher extraordinária” que dedicou a vida aos outros e destaca dos seus escritos a “espiritualidade muito profunda”.

”A espiritualidade é muito profunda, interessante, não é fácil de ler, temos 

 

 

dificuldade em entender. A sua oração era algo de extraordinário, a Sílvia Cardoso era capaz de mergulhar profundamente no mistério da oração e comunicar com Deus de forma extraordinária que entusiasma a todos ler”, revelou o padre Samuel Guedes.

À Agência ECCLESIA, o sacerdote comenta que essa espiritualidade, 

 

 

 

  

de uma “oração tão próxima do coração de Deus”, “deve ser investigada” porque pode-se “tirar muito para a própria espiritualidade”.
O agora vigário da Vara da Vigararia de Paços de Ferreira, que no seu 4.º ano de Teologia foi o notário do processo de beatificação de Sílvia Cardoso, no Tribunal Eclesiástico da Diocese do Porto, manifesta o desejo de que “o mundo académico se interessasse pela causa”.

O padre Samuel Guedes que leu e assinou toda a “obra extraordinária, com cinco mil páginas”, considera que existe “material suficiente para conduzir uma tese de doutoramento, de investigação”, e revela que já “mostraram essa vontade” à Universidade Católica Portuguesa.

Neste contexto, o sacerdote destaca a importância de num processo de beatificação haver “teólogos a estudar, a confirmar e mostrar o caminho, que é o certo” para declarar a beatificação.

Para o sacerdote, após o decreto da venerabilidade, dos processos de estudo e trabalho científico, existe o processo da beatificação mas a preocupação agora “é dar a conhecer mais” a serva de Deus porque “tem 

 

de haver vontade do povo” que exista ligação aquela figura.

Nesse sentido, revela que querem que os mais novos conheçam Sílvia Cardoso e destaca um livro que conta essa história de vida, “de forma simpática, ao jeito de conto”, da autoria do padre José Alfredo.

Outra preocupação dos padres da Vigararia de Paços de Ferreira, adianta o seu vigário, é a criação de um centro dedicado à “reflexão, à meditação”, dando continuidade ao trabalho e “preocupação” da venerável com a “formação de leigos, com a espiritualidade”.

Sílvia Cardoso Ferreira da Silva, mais conhecida por ‘Dona Sílvia’ (1882-1950), representa “uma mulher extraordinária” que era proveniente de uma “família abastada, com bens” e foi capaz de os “renunciar” e na sua humildade distinguiu-se pelo compromisso num “trabalho extraordinário”, que “hoje chama-se de social”.

O sacerdote refere ainda que existem pessoas que a conheceram e lembram-se da venerável “pedir para os pobres, para a assistência”, nas feiras, com a ajuda de outras pessoas.

 

 

Exemplo para responsáveis públicos e políticos

 

O presidente do município de Paços de Ferreira considera que a autarquia, antes de ser “capital do móvel”, teve como “grande embaixadora” a venerável Sílvia Cardoso, um exemplo para quem “tem responsabilidades públicas e políticas”. “O combate à 

 

 

exclusão social, as desigualdades sociais, o apoio aos mais frágeis que estão em situação de pobreza é o grande testemunho que a D. Sílvia presta a este concelho e a este país”, revela Humberto Brito à Agência ECCLESIA.

 

 

 

 

 

Em entrevista, o responsável político considera que é “admirável” na Venerável Sílvia Cardoso, “pessoacarismática com um perfil para a área social”, o que “ainda hoje” deve ter presente no seu quotidiano quem tem “responsabilidades públicas e politicas”.

O presidente do município de Paços de Ferreira destaca que se deve “enaltecer” o dom e as capacidades pessoais que a Sílvia Cardoso Ferreira da Silva, mais conhecida por ‘Dona Sílvia’ (1882-1950), colocou “ao serviço dos outros”.

“Não sabemos a importância dos testemunhos de pessoas como a D. Sílvia que foram capazes de lutar contra um conjunto de dificuldades que muitos dos nossos concidadãos vivem, permitindo-lhes aceder a outro nível de vida que certamente que se não existissem instituições socais desta natureza seria muito difícil”, desenvolve.

Neste contexto, para Humberto Brito a obra realizada é um “legado histórico” mas mais do que legado Sílvia Cardoso é, ainda hoje, “uma presença viva no concelho”.

“Através da obra social Sílvia Cardoso e aquelas que pelo país ainda põem o 

 

nome de D. Sílvia no primeiro lugar das referências de dedicação aos outros, sobretudo aqueles que mais precisam”, observa.

Este domingo, a cidade de Paços de Ferreira celebra, vive e assiste às cerimónias de transladação dos restos mortais da Serva de Deus Sílvia Cardoso do cemitério, onde está numa capela tumular familiar, para a igreja paroquial onde a urna vai ser colocada para veneração dos fiéis.

Segundo Humberto Brito vai ser um dia “muito importante” para a vida do concelho porque via permitir que a comunidade “testemunhe in loco a importância” dessa “figura carismática” do município do Distrito e Diocese do Porto.

“Será certamente um dia de festa que partilharemos com a Igreja, com os crentes mas também estou convicto que estarão muitos não crentes e pessoas que admiram a sua obra e trabalho não só em Paços de Ferreira mas no país”, acrescenta.

O presidente da autarquia constata que hoje Paços de Ferreira é conhecida como a “capital do móvel” mas antes disso foi D. Sílvia a “grande embaixadora” “pela sua obra social” que levou o nome do concelho a vários pontos do país.

 

 

A tia Sílvia já era uma santa

António Lencastre já vai a caminho dos 103 anos, é sobrinho de Sílvia Cardoso e lembra-se bem da tia a quem “já considerava santa”. “Antes de todas estas manifestações considerava-a uma santa porque lembro- me dela calcorreando a vida, coitada, com a preocupação das almas; era o anjo das três loucuras como lhe chamou Moreira das Neves, eu diria que ela era o anjo das quatro.

A quarta loucura dela era a almas, porque tinha devoção para levar as almas para Deus, procurava os retiros espirituais para isso e era uma santa já em vida, nossa vida, e vida dela”, explicou o sobrinho em declarações à Agência ECCLESIA.

António Lencastre, o sobrinho mais velho, recorda a sua tia Sílvia Cardoso com grande carinho e afeição e há mesmo um episódio que não pode deixar esquecer. Os seus pais não eram a favor do seu casamento e foi a tia que lá apareceu para o “acompanhar nas bodas nupciais, ela tinha esses grandes rasgos de tia”.

Recorda também uma passagem de Sílvia Cardoso por Lisboa, “no sítio da Amadora, por conta do cardeal 

 

 

patriarca e exercer coisas de Deus”. António Lencastre explicou que “a tia sentiu muito quando foi mandada embora de lá e dizia que tinha sido uma facada, com faca de cozinha. Era uma santa”.

 

 

 

 

 

 

Maria Teresa Lencastre Torres é outra das sobrinhas de Sílvia Cardoso. Ainda se recorda dos 20 escudos que a tia Sílvia lhe dava sempre pelos anos. “Ela era muito nossa amiga, sempre que fazíamos anos ela mandava-nos 20 escudos e foi assim com todos nós, tinha estima por todos nós e a tal ponto que, quando me disseram que estava mal, ela queria eu casasse mais cedo para que ela pudesse estar no casamento.

Ela gostava de assistir, disse-me e, se por acaso morresse, eu que não fizesse luto e casasse logo. Casei logo a 18 de fevereiro, ela esteve e depois ainda durou muito tempo”, conta a sobrinha. Maria Teresa recorda Sílvia Cardoso como uma pessoa que “tinha sempre muita vontade de comer” e, quando adoeceu e foi do hospital para a sua casa em Paços de Ferreira, fez mesmo um pedido especial.

“Sempre que chegávamos a casa a primeira coisa que fazíamos era ir a capela, assim foi. Depois ela ali agradeceu aos homens que a transportaram e pediu um cálice de vinho do Porto”. “Nessa noite comeu ainda uma sopa com gosto e ali faleceu muito calmamente, muito serena”.

 

 

A sobrinha lembra a tia Sílvia como uma pessoa que “fazia muitas obras, passou todo o Portugal a fazer bem e a preparara pessoas para comungar, para se casar e até para receber a extrema unção, iam pessoas com ela para preparar e ajudar”.

Ela sempre viveu com esta ideia de fazer mais, sempre ávida de fazer bem e cada vez mais, nada a satisfazia”.

Maria Teresa, mãe de 13 filhos, confessa-se feliz com a trasladação da Tia e afirma que é para todos uma alegria muito grande”, comparando-a mesmo à alegria de ser mãe. 

 

 

Agregador de conteúdo na Internet: Instapaper?  

Vivemos na era da informação. Da informação rápida. Tanta é a informação que a maior dificuldade com que nos deparamos é como geri-la. A informação tornou-se uma necessidade crescente para e em qualquer setor da atividade humana. Sendo a Igreja também uma atividade humana, na pastoral da comunicação da Igreja é fundamental gerir a informação. "Gerir a informação é, assim, decidir o que fazer com base em informação e decidir o que fazer sobre informação. É ter a capacidade de selecionar dum repositório de informação disponível aquela que é relevante para uma determinada decisão e, também, construir a estrutura e o design desse repositório." (Zorrinho, C. (1995) - Gestão da Informação. Condição para Vencer. Iapmei).

 

A aplicação Instapaper é uma ferramenta que permite salvar as páginas para ler depois. Instapaper é uma das formas mais fáceis de salvar e guardar artigos para leitura offline, fora de casa, a qualquer momento, em qualquer lugar.

 
Criar conta

Quando acedemos à aplicação surge uma dupla escolha: “Criar uma Conta” ou

“Entrar”. Caso já tenha uma conta clique em “Entrar” e preencha o “Nome de

Usuário” e “Senha”. Caso não tenha ainda feito o registo, clique em “Criar uma Conta”, introduza o e?mail de registo e a senha, clicando em “assinar” de seguida. 

 

Interface

O interface do aplicativo é simples e intuitivo, composto pelos seguintes menus: Início; Curtidos; Arquivo; Vídeos; Notas; Explorar; Pesquisar (Buscar). No canto superior direito da tela fica a funcionalidade de Configurações: Ordenar; Editar; Lista de Reprodução. 

Porque a leitura se poderia tornar menos produtiva, iremos analisar os menus mais importantes. Os restantes deixamos à curiosidade dos leitores. 

 

 
 

 

 

 

Adicionar Pasta

A aplicação permite ordenar a informação por pastas. Para mim são muito úteis. Para criar uma nova pasta basta aceder ao “Menu” no canto superior esquerdo da aplicação, clicando de seguida no mais (+) no canto inferior esquerdo. Surge um novo écra onde poderá colocar o nome da Pasta. Quando estiver a ler um artigo guardado poderá adicioná-lo à respetiva pasta, bastando movê-lo para a pasta desejada. 

 

Adicionar artigos no Instapaper

Os artigos podem ser adicionados nesta aplicação usando o Feedly. Podemos copiar o link do artigo que nos interessa e adicioná-lo no Instapaper que nos perguntará se desejamos guardar. Existem diversas maneiras para conseguir adicionar um novo artigo no Instapaper. Por último, mas não menos interessante, é possível instalar no seu browser um Bookmarklet, que nada mais é que um plugin [para que a sincronização seja perfeita use o mesmo e-mail e a mesma senha] para o navegador criar uma funcionalidade de “Ler depois” para salvar os artigos no Instapaper.

 

 
 
Vídeos

O Instapaper é capaz de armazenar vídeos do YouTube ou Vimeo para assistir dentro do próprio aplicativo. É necessário ter uma ligação de internet (Wi-fi ou 3G) para assistir os vídeos.

 

Pesquisar

Digite o termo que deseja procurar e aplicação lhe devolverá todos os artigos adicionados que contenham o assunto da pesquisa. 

Porque já vai longo o artigo, em resumo: é uma aplicação simples, de fácil utilização, que permite guardar para ler depois textos (em modo on-line ou off-line) e vídeos (em modo on-line apenas)

Para instalar a aplicação no seu dispositivo basta aceder por aqui Instapaper que, segundo o modelo e dispositivo usado, será encaminhado para fazer o download de instalação. Em www.instapaper.com poderá consultar, via browser, toda a informação guarda, independentemente do dispositivo que esteja a usar. 

Votos que o Instapaper o ajude na organização da sua informação quer em formato pc, quer mobile. 

Bento Oliveira @iMissio

http://www.imissio.net

 

 

Manual do animador perfeito

10 conselhos para não fazer perder a fé aos jovens

Janet Schaeffer, OP

 

Não basta a boa vontade para ser um bom animador da Pastoral Juvenil. Este livro é um breve itinerário de formação para animadores paroquiais, que através de exemplos concretos e algum humor à mistura ajudam na missão de transmitir a fé aos jovens.

O autor acompanha o jovem animador da Pastoral Juvenil através de 10 conselhos práticos, cheios de humor e enriquecidos com exemplos concretos e ideias-chave como resumo, num caminho de formação para meditar pessoalmente ou com a própria equipa de animação paroquial. Do simples cartaz à organização de um encontro de oração, fornecem-se 10 regras para não fazer perder a fé aos adolescentes dos grupos de jovens... e também para que o próprio animador não se perca na aventura da educação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O abraço de Deus - A confissão

Angelo Comastri

Um livro infantil totalmente ilustrado que fala do sacramento da Reconciliação a partir de episódios da vida dos santos e do Evangelho. Contem ainda duas orações, a Jesus crucificado e a Nossa Senhora, e um pequeno guia que ajuda a fazer o exame de consciência.

No prefácio, o Papa Francisco diz ter-se comovido ao ler este livro. «Espero que todos sintam um arrepio de alegria ao pensarem que os braços de Deus estão sempre abertos para nos acolherem e nos darem a paz, a confiança e a esperança», refere.

 

Paulus Editora

 

 

 

II Concílio do Vaticano: Novo caminho
entre católicos e anglicanos

 

 

Com a realização do II Concílio do Vaticano (1962-65), as relações da Igreja com o mundo e com as outras confissões religiosas ganharam um novo fôlego e outra abertura ao nível do diálogo. Passados 50 anos deste acontecimento fulcral, realizado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, convém recordar os passos que deixaram raízes nas relações futuras.

Para se poder avaliar o alcance da visita do arcebispo de Cantuária ao Papa Paulo VI, realizada a 23 de março de 1966, é necessário dar o devido relevo a um vasto conjunto de circunstâncias que à primeira vista podem parecer meros pormenores. De facto, só uma “grande atenção aos acontecimentos” nos permitirá avaliar o caminho andado desde 01 de dezembro de 1960, quando o anterior arcebispo de Cantuária, Geoffrey Fisher (1887-1972), visitou o antecessor de Paulo VI, o Papa João XXIII.

Enquanto a visita de 1960 teve um caracter particular, seis anos depois o encontro entre Michael Ramsey (1904-1988) e o Papa Paulo VI teve um cunho oficial. Michael Ramsey foi na qualidade de Arcebispo de Cantuária e de presidente da Conferência de Lambeth dos bispos da Comunhão Anglicana dispersos pelo mundo inteiro.

O primeiro ato público do Arcebispo de Cantuária ao chegar a Roma foi inaugurar o Centro de Documentação sobre o Anglicanismo instalado no Palácio Doria Pamphili. O centro pretendia, segundo as palavras de D. Michael Ramsey, tornar conhecido o pensamento dos teólogos anglicanos. Estes “devem muito aos textos da Igreja Católica Romana. Este centro constitui uma 

 

 

 

tentativa de pagar esta dívida, pondo a erudição anglicana à disposição de quem dela se quiser servir. Paz a esta casa e a quantos nela entrarem” (In: Boletim de Informação Pastoral nº 46-47; 1966; pag. 12).

Esta inauguração marca, talvez mais do que qualquer outra iniciativa, o sentido da aproximação entre a Igreja Católica e a Comunhão Anglicana: uma aproximação feita dentro da plena consciência dos valores de ambas as partes, realizada com toda

 

 a verticalidade e de energia, sem pretender saltar por cima das dificuldades. Para diretor do centro foi nomeado John Findlow, observador anglicano ao II Concílio Vaticano.

Para além da inauguração, D. Michael Ramsey encontrou-se com Paulo VI na Capela Sistina e fizeram uma oração em comum na Basílica de São Paulo fora de muros. Nesse local foi cantado o «Veni Creator», oração comum a católicos e anglicanos.  

 

 

 

 

Abril 2016 

02 de abril

. Évora - Edição do Rock in Scouts - Festival de música escutista

 

. Sardoal - Igreja Matriz - Concerto de Páscoa pela Filarmónica União Sardoalense

 

. Fátima - Celebração do Dia Mundial CVX

 

. Santarém - Encontro diocesano de acólitos

 

. Algarve – Ferragudo - Vigília da Misericórdia

 

. Guarda - Centro D. João de Oliveira Matos, 10h00 - Jornada diocesana da Pastoral destinada a padres, diáconos e colaboradores pastorais que será orientada por D. António Couto

 

. Setúbal - Almada (Igreja da Assunção), 17h00 - Concerto «As sete palavras de Jesus» pelo Ensemble en Harmonia (Sevilha)

 

. Beja - Santiago co Cacém (Igreja Matriz), 21h30 - Sessão do Festival «Terras Sem Sombra» com o concerto «Petite Messe Solennelle» de Gioachino Rossini

 
Porto - Rio Tinto, 21h30 - Concerto de Páscoa na Igreja de Rio Tinto promovido pelo Órfeão de Rio Tinto

 

03 de abril

Fátima - O Santuário de Fátima promove um concerto para apresentar um programa musical inédito, da autoria de seis compositores portugueses, com “fragmentos das memórias da Irmã Lúcia”

 

Açores - Ilha de São Miguel - Celebração do Dia Mundial da Juventude

 

Açores - Ilha do Faial - Inauguração da nova Igreja dos Flamengos, na Ilha do Faial, por D. João Lavrador

 

Lisboa - São Domingos de Rana (Igreja), 11h30 - Bênção das grávidas em São Domingos de Rana

 

Porto - Paços de Ferreira, 15h00 - Trasladação dos restos mortais da venerável Sílvia Cardoso do cemitério paroquial para uma nova capela tumular na Igreja Paroquial com celebração presidida por D. António Francisco Santos

 

 

 

 

Lisboa - Mem Martins, 15h30 - Missa da dedicação da Igreja de Nossa Senhora da Natividade (Mem Martins) por D. Manuel Clemente

 

Fátima - Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, 15h30 - O Santuário de Fátima recebe um projeto musical “inédito” - «Tropário para uma pastora de ovelhas mansas» - produzido a partir das Memórias da Irmã Lúcia

 

Lamego - Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, 16h00 - Lançamento da obra «Sempre em MuNdança» da autoria do padre José António Pinheiro Teixeira com apresentação de D. António Couto e Manuel Teixeira com a chancela da Aletheia Editores

 

Lisboa - Igreja do Campo Grande, 17h45 - Missa dos artistas, no âmbito do Dia Mundial do Teatro, na Igreja do Campo Grande

 

04 de abril

Fátima - Casa Domus Carmeli - Ação de formação sobre «Alfaias litúrgicas» promovida pelo Secretariado Nacional dos Bens Culturais

 

 

Porto – Gaia - As jornadas sobre questões pastorais de Enxomil (Porto) têm como tema central «A Misericórdia de Deus e a conversão do homem»

 

Fátima - Casa de Nossa Senhora das Dores - Assembleia plenária da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa) – termina a 07 de abril

 

Fátima - Casa de Acolhimento e Espiritualidade - Capítulo provincial dos Missionários Claretianos com o tema «Testemunhos-Mensageiros da Alegria do Evangelho» - termina a 09 de abril

 

Fátima, 10h30 - Reunião dos bispos da Província Eclesiástica de Lisboa

 

Lisboa - Capela do Rato, 18h15 Sessão do ciclo «Os filósofos também falam de Deus» dedicada a Nietzsche e orientada por Viriato Soromenho Marques

 

Fátima, 21h00 - Reunião da Comissão Episcopal do Laicado e Família

 

 

 

 

 

 

 

Em tempo de Páscoa nada melhor do que a música como aliada e neste sábado, dia 03 de abril acontece na Igreja Matriz do Sardoal o Concerto de Páscoa pela Filarmónica União Sardoalense; já em Setúbal, pelas 17h na Igreja da Assunção, Almada, tem lugar o Concerto «As sete palavras de Jesus» pelo Ensemble en Harmonia (Sevilha). Ao sul, em Santiago do Cacém, pelas 21h30, está marcada mais uma Sessão do Festival «Terras Sem Sombra» com o concerto «Petite Messe Solennelle» de Gioachino Rossini. A norte, em Rio Tinto, pelas 21h30, pode-se ouvir o Órfeão de Rio Tinto em concerto de Páscoa.

 

No domingo, em Paços de Ferreira, pelas 15h00 acontece a Trasladação dos restos mortais da venerável Sílvia Cardoso do cemitério paroquial para uma nova capela tumular na Igreja Paroquial com celebração presidida por D. António Francisco Santos. Pode acompanhar a transmissão em direto.

 

Já por Lisboa, na Igreja do Campo Grande, às 17h45, acontece a Missa dos artistas, no âmbito do Dia Mundial do Teatro.

 

E neste Ano da Misericórdia há oportunidades de reflexão que ninguém quer perder… No dia 05 de abril, pelas 21h30, na Igreja de São Tomás de Aquino, em Lisboa tem lugar a Conferência sobre «Dar a outra face - Como se vive a misericórdia em contexto familiar?» por Maria Luis Borges de Castro e integrada no ciclo «Bem-aventurados os misericordiosos». Já no Seminário de Aveiro, no dia 06 de abril, pelas 21h15, está programada a Tertúlia sobre «Que labirintos para a vida?» com o padre Luis Francisco Marques. 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

10h30 - Oitavo Dia

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 20h30

Domingo, 03 de abril - 50 anos dos maristas no Carcavelos.

 

 

RTP2, 15h00

Segunda-feira, dia 04 - Entrevista a Alice Cabral e Isabel Vale sobre a integração de pessoas com deficiência na pastoral da Igreja.

 

Terça-feira, dia 05 - Informação e entrevista a Laurinda Alves sobre o 3º Encontro Nacional de Leigos

 

Quarta-feira, dia 06- Informação e entrevista a João Ferraz sobre o Encontro nacional de alunos do ensino secundário de EMRC.

 

Quinta-feira, dia 07 - Informação e entrevista sobre os  30 anos dos Leigos para o Desenvolvimento.

 

Sexta-feira, dia 08 -  Análise à liturgia de domingo pelos padres Nélio Pita e Robson Cruz.

 

 

Antena 1

Domingo, dia 03 de abril - 06h00 - Domingo da Misericórdia

 

Segunda a sexta-feira, 04 a 08 de abril - 22h45 Páscoa: o seder pascal; Páscoa em oração; Felicidade de perdoar; "Imagens de Fé" e o Labirinto da Misericórdia

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano C – 2.º Domingo do Tempo Pascal

 
 
 
 
 
 
 
Encontrar o Ressuscitado na comunidade
 

A comunidade cristã é o espaço privilegiado de encontro com Jesus ressuscitado. É neste tom que se situa a liturgia da Palavra deste segundo domingo da Páscoa.

O Evangelho apresenta Jesus vivo e ressuscitado como centro da comunidade, Ele que Se apresenta como «a paz esteja convosco». É à volta de Cristo que a comunidade se estrutura e recebe a força para enfrentar as dificuldades e perseguições. O texto do Apocalipse insiste no mesmo motivo, assim como a leitura dos Atos dos Apóstolos, sugerindo que a comunidade cristã deve continuar a testemunhar no mundo a missão salvadora e libertadora de Jesus.

Deixemo-nos interrogar sobre a nossa vivência cristã em comunidade, nas comunidades familiares, nas comunidades paroquiais e nas comunidades religiosas.

A nossa comunidade está mesmo centrada em Jesus e dele recebe vida, amor e paz? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte? Sabemos que sem Jesus, ou d’Ele descentrados, andaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude e de ter uma atitude construtiva e transformadora. Sem Ele, nunca seremos uma comunidade de irmãos.

A comunidade é o lugar onde fazemos a experiência de Jesus ressuscitado? Nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo? A nossa comunidade testemunha mesmo Cristo vivo, ressuscitado? Quem procura Cristo encontra-O em nós e nas nossas comunidades? Ou há demasiadas atitudes opacas, em nós e nas nossas estruturas eclesiais, que não deixam transparecer a beleza da Pessoa de Jesus Cristo?

A nossa comunidade está centrada na Páscoa de Cristo, 

 

 

 

 

 

 

na Eucaristia, onde vemos e acreditamos em Jesus, o único Senhor e Deus das nossas vidas? Encontramos Jesus no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida? Ou ficamo-nos quase sempre por experiências íntimas e fechadas, em que não vemos nem mostramos Jesus ressuscitado?

Tomé faltara ao primeiro encontro comunitário com o Ressuscitado. Mas quando vem ao segundo encontro, reconhece Jesus marcado pelas chagas da Paixão, adora-O e proclama o 

 

primeiro ato de fé da Igreja: «Meu Senhor e meu Deus!» Depois disso, Jesus anuncia que doravante será necessário reconhecê-l’O unicamente com os olhos da fé. E faz desta fé uma bem-aventurança: «felizes os que acreditam sem terem visto!»

Também nós, hoje, somos convidados a viver esta bem-aventurança. Como Tomé e em comunidade, procuremos que as nossas dúvidas e questões se transformem sempre em caminho de fé!

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

Misericórdia no Antigo Testamento

 

 

O Papa encerrou no Vaticano o seu ciclo de reflexões sobre a Misericórdia no Antigo Testamento, durante a audiência pública semanal que levou dezenas de milhares de pessoas à Praça de São Pedro. Francisco sustentou que “o anelo mais profundo do homem, aquilo de que mais precisa na sua vida” é “ser perdoado, ver-se livre do mal e das suas consequências”.

“Com o seu perdão, Deus ensina-nos que o seu amor é maior do que o nosso pecado e assegura-nos que

 

 

 Ele nunca nos abandona”, prosseguiu.

Ainda no clima da festa da Páscoa, o Papa sublinhou a imagem de Deus misericordioso e a importância do perdão. “O salmista sabe que o perdão de Deus é realmente eficaz, porque não esconde o pecado, mas destrói-o, elimina-o, e desta maneira o pecador passa a ser uma criatura nova, com um coração novo e uma vida nova”, referiu.

O pontífice argentino convidou os católicos a ter confiança, a “levantar a mão” para pedir a ajuda a Deus e 

 

 

 

 

 

 

 

levantar-se. “Eis a dignidade, Deus ajuda-nos a levantar, de novo”, afirmou.

“É bom ser perdoados, mas se queres ser perdoado, perdoa tu também”, acrescentou.

Bandeiras de todo o mudo acompanharam o colorido florido da Praça de São Pedro, Francisco deixou uma saudação aos peregrinos dos 

 

 

 

países de língua portuguesa, particularmente os jovens vindos de Portugal e do Brasil. “Neste Ano Santo da Misericórdia, somos chamados a reconhecer que necessitamos do perdão que Deus nos oferece gratuitamente, pois quando somos humildes, o Senhor nos torna mais fortes e alegres na nossa fé cristã”, declarou.

 
 

A Província Portuguesa dos Marianos da Imaculada Conceição está a organizar um Congresso da Misericórdia, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima. A congregação religiosa enviou o programa à Agência ECCLESIA onde se destaca a participação do bispo da Guarda, D. Manuel Felício, com a conferência de abertura do congresso: ‘Desde o Concílio Vaticano II ao Jubileu extraordinário da Misericórdia.’

A 1 de abril, o padre carmelita, Jeremias Vechina, vai falar sobre as sete obras de misericórdia espirituais e no dia seguinte, o presidente da Cáritas Portuguesa Eugénio Fonseca, reflete sobre as sete obras de misericórdia corporais. O Congresso da Misericórdia, organizado pela Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição, termina no domingo: às 11h30 decorre a Eucaristia, presidida pelo bispo da Guarda, é celebrada no recinto de Oração do Santuário e às 15h00 realiza-se o envio dos participantes e a ‘Coroa da Misericórdia’.

 

 

Angola: Crise do petróleo revela país fracturado

Filhos da má-sorte

Em redor dos bairros luxuosos de Luanda, ilhas perfumadas no meio do lixo dos musseques, vivem milhões de pessoas. O afundamento do preço do petróleo veio tornar ainda mais difícil a vida desta multidão de pobres, de excluídos. Entre estes filhos da má-sorte, há milhares de crianças que vivem na rua.

 

Há cicatrizes que não se apagam da memória. Ainda hoje, Angola parece não conseguir libertar-se dos tempos atrozes da guerra civil. Esses 27 anos de sofrimento parecem ter reaparecido agora com a recente crise do petróleo que fez soar todos os gritos de alarme. A economia do país, dependente do chamado “ouro negro”, entrou em colapso, com um aumento galopante do número dos muito pobres que rivalizam com a riqueza quase obscena de uns quantos, privilegiados. Os Bispos denunciaram este estado de coisas na sua mais recente Nota Pastoral. Nesse documento, os prelados afirmam que esta crise não pode ser explicada

 

apenas pela queda do preço do petróleo, sendo necessário apontar o dedo à “falta de ética, má gestão do erário público e corrupção generalizada” no país. O fim da guerra e a euforia do dinheiro fácil do petróleo, transformaram a capital angolana numa terra desejada. Hoje, Luanda é das cidades mais caras do mundo, o que é difícil de entender nos becos dos musseques onde vivem milhões na mais abjecta pobreza. É um contraste criminoso. Casas luxuosas e barracas imundas, quase lado-a-lado. As palavras dos bispos são a verbalização de um sentimento colectivo. Dizem os bispos que “a falta de critérios no uso dos fundos públicos, gastos exorbitantes e importação de coisas supérfluas”, explicam, em parte, a situação a que se chegou.

 

Meninos da rua

Entre a nova geração de excluídos há os, que tendo nascido já depois do fim da guerra, nunca souberam o que significa viver em paz: são os meninos

 

 

 

 

 

 

da rua. Em Luanda há bairros onde é fácil encontrar crianças e jovens que perderam a família, que desconhecem a palavra carinho, que não sabem o que é a escola, cama, comida na mesa. É nesses emaranhados de barracas, nessas ruas estreitas e perigosas, com esgotos a céu aberto, que vivem dezenas, centenas de crianças. Em Luanda há dois centros de acolhimento para crianças de rua: a Casa Magone e a Casa Mamã Margarida. São dois projectos da Igreja em que se procura dar resposta a esta chaga social. As crianças que chegam a estas casas vêm com os olhos carregados de medo e trazem consigo histórias terríveis de exploração sexual, de violência, de doença. Muitos “cheiram” gasolina, que é a droga das periferias. Ninguém sabe ao certo quantos meninos de rua haverá em Luanda. Serão, por certo, mais de cinco mil. Estes filhos da má-sorte andam pelas ruas como se fossem invisíveis, mas graças aos responsáveis da Casa Magone e da Casa Mamã Margarida vão conseguindo fintar o futuro negro que lhes estava reservado.

 

Paulo Aido

www.fundacao-ais.pt

 

 

 

 

Crianças de Angola

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Em todas as cidades e aldeias, aí estão elas a vibrar de alegria. Refiro-me, claro, ás crianças. E, neste caso, às de Angola. Percorri boa parte do país e esta é uma imagem que me ficou gravada na retina. Há muitas, mesmo muitas crianças. Felizes, pelo menos, de aparência. Vêmo-las nos pátios das casas, na rua, junto ás Escolas, à entrada das Igrejas, nos campos de desporto.  Correm, gritam, pegam-se umas com as outras, jogam, caminham ao longo das ruas, trabalham nas lavras, transportam coisas á cabeça. São, como disse Fernando Pessoa, ‘o melhor do mundo’.

Se é verdade que Angola transpira futuro por todos os poros (tanta criança, tanto jovem, tão poucas pessoas idosas…), também preocupam alguns indicadores que os próprios meios de comunicação social do governo mostram ao mundo. Há milhares de crianças que não vão á escola: moram longe, não têm meios, não há transportes públicos, os professores faltam, estão doentes, têm que trabalhar para sobreviver! É um dos dados mais tristes sobre o estado da infância em Angola. Mas, deve-se também dizer, que há escolas por todo o lado, há milhares e milhares de crianças e jovens que já garantiram o acesso ao ensino.

Preocupa muito, nos últimos tempos, a crise que vitima as franjas mais pobres da sociedade angolana. Uma das consequências é a incapacidade de ter acesso aos cuidados mais básicos de higiene e saúde. Há lixo por todo o lado, chove muito nesta 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

época, há charcos com fartura e, por isso, milhões de mosquitos a semear malária e febre amarela, sobretudo nos bairros mais pobres. As crianças, mais uma vez, tornam-se presa fácil das doenças e, regra geral, os hospitais não têm meios para tratar e medicar quem recorre aos serviços de urgência e às consultas.

A situação económica difícil, a corrupção, as injustiças sociais gritantes…tudo colabora para o empobrecimento de boa parte da população, atingindo muitas crianças. Mal nutridas, mais vestidas, esmagadas pelo trabalho, estas crianças são presa fácil da exploração e, muitas deles, enveredam por caminhos de vício e violência. 

 

O país nunca esteve tão inseguro, como denunciam os Bispos Católicos em Carta Pastoral.

O investimento nas crianças é decisivo para o futuro da humanidade. Serão os jovens e adultos do futuro e levarão para a sociedade os valores que herdaram e viveram. Há, por isso, uma grande responsabilidade social no que diz respeito ao mundo da infância. Isto de dizer apenas que ‘são o melhor do mundo’ não leva a lado nenhum.

Há que dar o melhor para que as crianças cresçam num quadro familiar estruturado, tenham acesso á educação, á saúde, ao respeito integral dos direitos humanos. Assim, há futuro!

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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