04 - Editorial

    Paulo Rocha

06 - Apresentação

08 - Algarve

12 - Angra

16 - Aveiro

20 - Beja

24 - Braga

28 - Bragança-Miranda

32 - Coimbra

36 - Évora

40 - Funchal

44 - Guarda

   

 

48 - Lamego

52 - Leiria-Fátima

56 - Lisboa

60 - Portalegre-Castelo Branco

64 - Porto

68 - Santarém

72 - Setúbal

76 - Viana do Castelo

80 - Vila Real

84 - Viseu

88 - Ordinariato Castrense

92 - Entrevista

    Padre Carlos Cabecinhas

Foto da capa: João Lopes Cardoso.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,
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  FOTOGALERIA COM AS MELHORES IMAGENS  

 

 

 

 

 

 

Maria pôs-se a caminho

  Paulo Rocha  
  Agência ECCLESIA   

 
 

 

 

“Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia”.

A informação é dada pelo evangelista Lucas. Está no início do testemunho que deixou para a História sobre a vida de Jesus, logo após o anúncio do nascimento de João Batista e do próprio Cristo. Depois de balbuciar algumas palavras, até a um “faça-se segundo a tua palavra”, a primeira decisão de Maria foi dirigir-se à casa de Isabel para fazer uma visita. Foi ao encontro daquela que, em idade avançada, iria ser mãe do “percursor”, para a ajudar no que fosse útil e sobretudo para estar com quem vivia momentos de perplexidade. Nesse momento, quando Maria se encontrou com a sua prima Isabel - diz o texto - “o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”.

As “visitas” que Maria continua a fazer, como

as que aconteceram no último ano com a

presença da Imagem Peregrina de Nossa

Senhora de Fátima em todas as dioceses 

 

 

de Portugal, provocam os mesmos efeitos: alegria e presença do Espírito Santo.

No Santuário de Fátima ou nos locais por onde passa quando se põe a caminho qual peregrina entre os peregrinos, a imagem de Maria mobiliza multidões que geram facilmente interrogações nos avalia fenómenos de massas, na sociedade atual. De fora dessas apreciações, raramente notadas por serem fatores reveladores da inscrição e da relevância da religião na atualidade, ficam as transformações mais profundas e expressivas que a presença de Maria continua a gerar:  as que acontecem em cada pessoa, que provocam mudanças nos itinerários de vida, que levam a decisões construtoras de felicidade.

É também aqui, no universo pessoal, que a presença de Maria em Fátima permanece como ambiente mais simbólico e repleto de significado. 

 

A comprová-lo estão, por exemplo, as reações dos peregrinos quando, após dias de caminhada, avistam a Capelinha das Aparições ou as emoções impossíveis de conter quando cumprem uma promessa aos pés de Maria. Igualmente expressiva é a relação que se estabelece entre cada pessoa e a passagem imagem de Maria, tanto nas procissões no Santuário de Fátima como nas visitas que faz em todo o mundo.

“Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa”. É assim que termina a narração da primeira “visitação” de Maria. Um forma de estar presente que se mantem ao longo de dois mil anos. Maria visita pessoas e comunidades, durante um ou dois dias, durante um ano como a que aconteceu às dioceses de Portugal. Agora regressa a casa. Brevemente teremos outra notícia a dizer “Maria pôs-se a caminho”… 

 

 

 

 

 

A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima conclui a 13 de maio uma peregrinação de 12 meses às dioceses portuguesas, no âmbito dos preparativos para as comemorações do centenário das aparições. A Conferência Episcopal Portuguesa desafiou os católicos do país a acolher de forma calorosa e com profundidade de fé esta iniciativa e o Semanário ECCLESIA apresenta ao longo das próximas páginas imagens e textos que dão conta desta resposta, de norte a sul, das ilhas aos quartéis militares.

Os responsáveis católicos projetaram esta visita como uma oportunidade para que Portugal pudessever a força de uma “Igreja em saída”, que quer ir “ao encontro” de todos, e de cada comunidade ou família retomar “a esperança” que por vezes parece “vacilar no meio dos dramas e incertezas do tempo presente”.

Fátima é hoje “parte integrante” na “expressão da fé” das comunidades católicas, “em todos os recantos” de Portugal, das zonas rurais às urbanas, do mundo mais simples ao mais desenvolvido”. A Mensagem de Fátima está “no coração da Igreja”, como o comprovam “as peregrinações 

 

dos Papas Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI” à Cova da Iria.

A imagem que percorreu o país foi entronizada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário no ano de 2003 e deu a volta ao mundo na década de 50 do século XX.

Apresentada como uma forma de sensibilizar e de chamar a atenção para o Centenário das Aparições, em 2017 a peregrinação nacional foi uma forte experiência de fé, através das celebrações, momentos de oração e expressões de piedade popular.

Após deixar o Santuário de Fátima, a imagem peregrina fez o seguinte percurso por Portugal: Viseu, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança-Miranda, Lamego, Coimbra, Guarda, Portalegre-Castelo Branco, Setúbal, Évora, Beja, Algarve, Santarém, Lisboa, Madeira, Aveiro, Açores, Porto, Leiria-Fátima.

A primeira imagem peregrina de Fátima, feita segundo indicações da irmã Lúcia, foi oferecida pelo bispo de Leiria e coroada pelo arcebispo de Évora a 13 de maio de 1947, tendo desde esta data, por diversas vezes, percorrido o mundo inteiro.

 

 

Visita da Imagem Peregrina
à Diocese do Algarve

A Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, chegou à Diocese do Algarve em vésperas da abertura do Ano Santo da Misericórdia, mais precisamente de 6 de Dezembro de 2015 a 01 de Janeiro de 2016. Inserida, pois, nesse contexto, acolhemo-la como uma vinda da “Mãe da Misericórdia” à nossa Diocese, para nos acompanhar com a doçura do seu olhar de Mãe e nos fazer redescobrir a alegria da ternura de Deus, que ela, como ninguém, testemunhou profundamente no Verbo feito homem (cf. MV 24).

Mais do que a evocação de uma efeméride (centenário das aparições), quisemos que a sua visita constituísse, para a nossa Igreja um “tempo favorável” que o Senhor nos concede viver, para revitalizar a nossa fé, sentindo-o meio privilegiado de evangelização, caminho para a conversão e encontro com a misericórdia de Cristo. Por outro lado, também a oportunidade de 

 

acolhermos a mensagem de Fátima como “uma janela de esperança que Deus abre, quando o homem lhe fecha a porta” (Bento XVI), uma janela franqueada pela luz que é o próprio Deus, iluminando o homem na sua verdade (Cf. Guião da Visita da Imagem Peregrina).

Estes objectivos expressaram-se pastoralmente de muitas maneiras e constituíram um elevado momento de graça por todo o Algarve, cujos fiéis acorreram massivamente aos actos programados em cada comunidade e, particularmente, aos lugares por onde a Virgem peregrina passou.

 

Cónego José Pedro de Jesus Martins

Vigário da Pastoral

 

FOTOS: SAMUEL MENDONÇA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima percorreu toda a diocese de Angra e Ilhas durante dois meses, Janeiro e Fevereiro deste ano de 2016.

As Igrejas escolhidas para a presença da Imagem Peregrina foram sobretudo as Igrejas relacionadas com o Jubileu da Misericórdia. Deste modo pretendeu-se relacionar a presença da Imagem Peregrina não só com o centenário das aparições mas também com o Ano Santo da Misericórdia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em todos os locais foram multidões de gente que acorreram ao encontro da Imagem Peregrina. O Povo Açoriano é tipicamente mariano na demonstração da sua religiosidade. A prová-lo está o facto de na Ilha de Santa Maria se localizar a primeira capela com a denominação de Nossa Senhora de Fátima, edificada logo a seguir às aparições, e ainda a manifestação mariana nas grandes festas do Santo Cristo, dos Impérios do Espirito Santo 

 

 

 

e dos Romeiros. Em todas estas provas de religiosidade a oração é sempre o rosário. Acresce ainda que na Ilha do Corvo se reza o rosário todos os dias na Igreja paroquial.

A estas multidões de gente que acorreram ao encontro de Nossa Senhora foi-lhes oferecida a possibilidade de fazer a experiência de peregrinação, de participarem na celebração da Eucaristia como centro de toda a manifestação religiosa, o atendimento pessoal no Sacramento da Reconciliação, a pregação da Palavra de Deus e diversos momentos de oração distribuídos pelas diversas idades e movimentos ou grupos.

Mas as manifestações à volta da Imagem Peregrina não se limitaram aos cristãos ou aos membros das comunidades cristãs, mas envolveram a sociedade civil. Foram várias as escolas que tiveram a presença da Imagem Peregrina ou a ela acorreram; todos os estabelecimentos prisionais contaram com a sua presença; os hospitais sentiram a presença reconfortante de Nossa Senhora, da mesma forma vários lares de idosos sentiram a alegria da entrada de Nossa Senhora nas suas instalações.

 

As corporações dos Bombeiros e os aeroportos foram também palco da grande devoção do povo de Deus por Nossa Senhora.

Acresce ainda o interesse manifestado pelas autoridades públicas, académicas, militares e de segurança,  não só na sua participação nos diversos actos religiosos mas também no bom desenrolar de todas as manifestações de fé do povo que acorreu ao encontro de Nossa Senhora.

Mas a presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora despertou de tal modo o interesse de todos os açorianos que obrigou as estruturas diocesanas de reflexão e planificação pastorais a projectarem o modo de ajudar a piedade popular a ser agente evangelizador como nos pede o Papa Francisco.

Fica-nos um sentimento de Acção de Graças ao Senhor Jesus Cristo pela Bênção que foi a presença da Sua Mãe e Nossa Mãe pelas terras dos Açores e pelo bem que Ela realizou no meio do Povo Açoriano.

 

+João Lavrador

Bispo de Angra e Ilhas 

 

 

 

Desde o dia 18 de Março até ao dia 10 de abril de 2016, os dias em que e Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima esteve na Diocese de Aveiro, foram várias as Instituições que a receberam – militares e civis, 

 

incluindo o hospital e o estabelecimento prisional – e passou por todos os arciprestados, tendo havido uma grande movimentação de pessoas. Contaram-se por muitas as dezenas de milhar os cristãos que não só foram ao encontro de Nossa Senhora para apresentarem os seus pedidos e formularem as suas

         intenções, mas também para,

              em oração recolhida,

                     aprofundarem a sua fé.

                      Num balanço ainda que

                         superficial, 

 

 

 

porque só cada pessoa sabe o que vivia na sua própria consciência quando foi ao encontro da Imagem Peregrina, quero realçar alguns aspetos que considero importantes.

É certo que a força evangelizadora de Nossa Senhora esteve sempre presente na nossa história pátria, mas agora tem uma dimensão mais reforçada com as aparições em Fátima e a respetiva Mensagem. Mesmo nos lugares onde pareceria difícil a mobilização das pessoas, estas ocorreram em multidões.

Isto traz um desafio para o anúncio do Evangelho nos dias de hoje: a piedade popular e, mais concretamente, a devoção a Nossa Senhora, tem de ser um espaço de evangelização e de anúncio de Cristo Ressuscitado. Maria ensina-nos o caminho para o seu Filho Jesus, porque só Ele é o caminho, a verdade e a vida. A frase do 

 

Evangelho de S. João «fazei tudo o que o Meu Filho vos disser», nas Bodas de Caná, foi a chave de interpretação que nos ajudou no encontro com a Imagem Peregrina.

Podemos afirmar que, ao princípio das noites, nas celebrações da chegada e da entrega aos arciprestados, sempre houve muita gente em cada local, com orações, cânticos, aplausos e velas acesas. Depois, ao longo dos dias as igrejas estiveram sempre cheias, acorrendo numerosos crentes, que passaram e rezaram individualmente ou em grupos organizados, quer de crianças e adolescentes, quer de idosos, quer de casais, quer de membros de instituições paroquiais e outras, havendo celebrações próprias. Além disso, foram distribuídos alguns milhares de terços comemorativos da passagem de Nossa Senhora pelas terras de Aveiro.

 

 

 

 

 

Não temos dados concretos daqueles que, andando afastados da fé cristã, se aproximaram da Imagem Peregrina, descobrindo aí uma oportunidade de um novo encontro com Deus. Muitas pessoas afirmavam que a vida não podia continuar na mesma e a sua relação com o Evangelho e com a Igreja tinha de mudar.

Outro aspeto que consideramos importante foi a celebração do sacramento da reconciliação na catedral de Aveiro, com a participação dos sacerdotes do presbitério. Uma vez que a Catedral é a única Igreja jubilar, nos três primeiros dias da semana santa realizaram-se celebrações comunitárias, com absolvição individual, do sacramento da reconciliação. Foi uma resposta aos apelos de Nossa Senhora em Fátima que pede a conversão e mudança de vida.

A visita da Imagem Peregrina projetou-nos para o desafio de sabermos valorizar estas «sementes do Verbo», lançadas no coração de tantos e de tantas que foram ao encontro de Maria e procuram um sentido para a sua vida.

 

D. António Moiteiro
Bispo de Aveiro

 

 

FOTOS: Pedro Ventura

 

 

Tendo acompanhado alguns momentos significativos da visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima à diocese de Beja, sobretudo o seu acolhimento na cidade de Beja a 22 de novembro e a sua despedida a 6 de dezembro no meio da serra do Caldeirão, antes de ser entregue à diocese do Algarve, no Ameixial depois de ouvir muitos relatos de clero e leigos, deixo aqui um sentimento genérico de agradecimento a Deus e ao Santuário de Fátima por esta iniciativa integradas nas comemorações do centenário das aparições em 2017.

 

 

Foi uma oportunidade única de sentir a alma do nosso povo e no Baixo Alentejo não foi diferente. Percorrendo a vasta área da diocese, desde Barrancos até S. Teotónio, da fronteira com a Espanha até ao oceano Atlântico, mais de 250 Km, o povo acorreu, de dia e de noite, cantou e rezou, mostrando que é um povo religioso e devoto de Nossa Senhora, apesar de a maioria não frequentar as liturgias nas igrejas. Como muitos diziam, só Nossa Senhora consegue tocar na alma deste povo, fazê-lo vibrar e até chorar.

Apesar de na maioria das paróquias 

 

 

 

ter apenas passado ou permanecido alguns momentos, no entanto em muitas a visita foi preparada com reflexões e tríduos, dando assim alguma profundidade catequética ao acontecimento. Os arciprestados organizaram-se e promoveram encontros de oração e procissões com a participação de pessoas das paróquias por onde não foi possível a imagem passar. Mesmo assim muitos reclamaram a omissão.

Estando a diocese em Sínodo, algumas catequeses, todas sobre a misericórdia e a reconciliação, fizeram a ligação 

 

com a mensagem de Fátima e a Senhora da Misericórdia. O movimento da Mensagem de Fátima, espalhado por toda a diocese, dinamizou a visita.

Espero que fique nas pessoas o desejo de conhecer melhor a mensagem de Fátima, Jesus Cristo e o Evangelho, para quem Nossa Senhora aponta e nos conduz. Oxalá estejamos prontos e atentos  para fazer tudo o que Jesus nos disser através da Igreja e os pastores saibam aproveitar esta ajuda de Maria.

† António Vitalino, Bispo de Beja

 

TESTEMUNHO DO PADRE DOMINGOS

 

 

 

 

 

 

 

insira a foto aqui

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entrei na Igreja

um dia e com o coração cheio de confidência

perguntei-Lhe: «Porque quiseste ficar na terra,

em todos os lugares da terra,

na dulcíssima Eucaristia e não encontraste um modo,

Tu que és Deus,

de trazer e deixar também Maria,

a Mãe de todos nós, que peregrinamos?»

No silêncio, parecia responder

«Não a trouxe porque quero revê-la em ti.

Ainda que sejais imaculados,

o meu Amor vos virginizará,

e tu, vós,

abrireis os braços e os corações de mães

à humanidade que, como outrora,

tem sede do seu deus e de sua Mãe. A vós, suavizar as dores,

as chagas, enxugar as lágrimas.

Canta as ladainhas e procura espelhar-te nelas.

D. Jorge Ortiga,

Arcebispo de Braga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Feliz Senhora da Palavra e do olhar mais brilhante,

Salvé Rainha, Serva amiga da ternura e do sorriso,

Tu és a casa acolhedora dos sonhos de Deus Pai, Filho e Espirito Santo, desde a Anunciação ao Pentecostes vemos-Te totalmente disponível à vontade divina.

Em Fátima confirmaste

a três crianças o

Evangelho da Graça,

da Misericórdia e da Paz.

Aqui neste Nordeste de

Portugal, peregrinas

connosco e neste

tempo extraordinário

de festa, de 12 a 26

de julho de 2015,

realizaste a visita 

 

maternal à nossa amada Diocese de Bragança-Miranda, nos seus 4 Arciprestados: Bragança, Miranda, Mirandela e Moncorvo; nos 12 Municípios: Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Mogadouro, Miranda do Douro, Vimioso, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Bragança; nas famílias nas Paróquias; nos Santuários, nas Unidades Pastorais, e em tantas casas e outros lugares, onde muitos corações se transformaram e muitos olhos brilharam e choraram ao mostrares a confiança na Palavra viva, fonte de santidade.

 

 

 

Foi encantador e cheio de excelentes surpresas o acolhimento próximo, hospitaleiro, fidalgo, filial e fraterno! Aprendemos com S. Bento, nosso padroeiro, o dom da hospitalidade a Cristo, acolhendo-Te e a todos os nossos irmãos e irmãs.

Todas as cidades, vilas e aldeias Te acolheram de forma única, autêntica e bela.

Nesta terra transmontana, todas as gerações Te proclamam e invocam com incontáveis nomes: Senhora das Graças, Senhora da Assunção, Senhora dos Montes Ermos, Senhora do Castelo, Imaculada Conceição,

Senhora do Caminho, Senhora da Luz,

     Senhora do Nazo, Senhora da Serra,        Senhora do Rosário, Senhora da

        Visitação, Senhora da Saúde,

        Senhora dos Remédios, Senhora

       do Amparo, Senhora de Balsamão,

 

 

Senhora do Campo, Senhora da Ribeira, Senhora das Dores, Senhora do Aviso e do Viso, Santa Maria Maior…

Quando concluíres a peregrinação a todas as dioceses, queremos retribuir a tua inesquecível visita no Ano da Bíblia e da Vida Consagrada. No próximo Ano santo da Misericórdia e da Santidade, de 10 a 12 de junho de 2016, ousamos realizar a primeira peregrinação diocesana a Fátima.

Mãe do Imaculado coração, confiamos ao teu olhar misericordioso e ao teu regaço materno:

a alegria da paz para o mundo e para a Igreja, em especial a união e a paz

para a Igreja peregrina em

Bragança-Miranda nos

Presbíteros, nos  

 

 

 

Diáconos, nos Consagrados, nos Leigos, nas Famílias, no Seminário de S. José, nas Paróquias, nas Unidades Pastorais, nos Arciprestados, nos Movimentos, na Cáritas, nas Fundações canónicas, nos Centros Sociais Paroquiais, nas Misericórdias, nas Confrarias, nas Irmandades, nas escolas, nas crianças, nos jovens, nos adultos, nos idosos e em todos os Teus filhos da Diocese, especialmente os doentes e todas as pessoas que vivem no sofrimento, na solidão, no isolamento, na prisão, na deficiência, na ignorância, na pobreza, na depressão, no stress, no desemprego e na migração.

Intercedemos também pelas Instituições autárquicas, civis, académicas, das forças da segurança, da solidariedade social, a comunicação social e por todas as pessoas de boa vontade que buscam o Bem e a Verdade na sua vida.

Mãe Peregrina, sê sempre a nossa companheira nos caminhos da vocação e da missão para Cristo, a nossa Páscoa e a nossa Paz.

Muito obrigado por nos congregares na união e na paz. Continua a peregrinar connosco para o Pai, pelo Filho, no Espírito Santo.

Bem-hajas por tudo!

 

Adeus à imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, 26 de julho de 2015

+ José Manuel Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda

 

TESTEMUNHO

DO PADRE JOSÉ BENTO

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A passagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima pela Diocese de Coimbra foi um acontecimento feliz, sobretudo na harmonia com que foi possível integrar as dimensões devocional, teológica e pastoral que lhe eram inerentes.

A mais visível dessas dimensões, como é expetável, foi a devocional e sacramental, com a oração pela via da eucaristia, da adoração ao Santíssimo, da liturgia das horas, da celebração da reconciliação, da bênção dos doentes, do rosário, das procissões de velas, dos concertos e serenatas... O povo cristão saiu ao encontro da Imagem da Virgem, com os seus párocos, grupos apostólicos, movimentos, irmandades, crianças, idosos, escuteiros, grupos corais, e os seus bombeiros e filarmónicas, e estandartes, e flores atapetando as ruas e colchas nas janelas!

O aprofundamento teológico fez-se sobretudo pelas homilias, por uma Nota Pastoral do Senhor Bispo, por conferências, por artigos publicados na imprensa diocesana (entre os quais, uma extensa entrevista com o Senhor Reitor do Santuário de Fátima) e pela meditação dos mistérios do Rosário numa proposta elaborada pela própria diocese. Os pontos relevantes destas catequeses incidiram naíntima associação de Maria aos Mistérios da

 

Incarnação e da  Redenção, operados pelo seu Filho, nos quais se torna modelo para a vida dos cristãos e da Igreja. Um exemplo particularmente significativo deste discurso teológico foi a homilia de D. Virgílio Antunes na Missa de Acolhimento da Imagem Peregrina na Diocese, curiosamente logo após a sua “Saudação”, em tom mais devocional.

É, com certeza, muito difícil discernir os frutos pastorais, nomeadamente nos campos da evangelização, da oração e da caridade, a que apelava a Conferência Episcopal ao apresentar a iniciativa à Igreja em Portugal. Em todo o caso, a Peregrinação foi integrada e potenciada pelo Plano Pastoral Diocesano, construído à volta da evangelização e da corresponsabilidade, e assente numa reestruturação recente das estruturas geográficas. Pelo menos nesta perspetiva, a conciliação entre a passagem da Imagem Peregrina e o Programa Pastoral Diocesano resultou de um modo muito belo e, cremos, eficaz. A Diocese quis também assinalar esta Peregrinação da Virgem de Fátima com um sinal muito simples, mas que permanecesse fisicamente no tempo, como memória e convite à oração familiar mariana, com a distribuição de 8000 terços comemorativos.

Diocese de Coimbra

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Imagem Peregrina esteve na Arquidiocese de Évora durante duas semanas, por isso mesmo visitando tão somente a vigararia de Évora.

Foram duas semanas maravilhosas com uma calorosa recepção por onde quer que passava, deixando nos crentes uma nova esperança no cântico popular, na vela acesa, no aceno com o lenço branco no momento do adeus.

Neste ano de 2015, a passagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima arrancou a timidez do homem alentejano, provocou o   

 

sentimento amoroso até às lágrimas e encheu de curiosidade a imaginação das crianças, abanando a indiferençada juventude… E todos, de vela acesa, percorreram as diversas ruas e lugarejos por onde passou a veneranda Imagem cantando e rezando.

No passado domingo, dia 22 de Novembro, a Imagem Peregrina foi recebida na Sé de Évora, onde aconteceu a despedida da Arquidiocese de Évora. Pelas 14h30, houve recitação do terço presidido pelo Arcebispo de Évora, seguido da 

 

 

 

saída da imagem para a Diocese de Beja. Depois D. José Alves presidiu à Eucaristia da solenidade de Cristo Rei.

No final das celebrações, o Arcebispo de Évora fez à reportagem do semanário “a defesa” um balanço muito positivo da visita da Imagem Peregrina às Paróquias da Vigararia de Évora: “O Santuário de Fátima teve uma iniciativa muito interessante de disponibilizar a primeira Imagem Peregrina para percorrer as casas 

 

religiosas de vida contemplativa e todas as dioceses de Portugal. Nos últimos quinze dias tivemos connosco a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima e optámos que elas permanecesse apenas na Vigararia de Évora porque a maior parte das outras Vigararias da Arquidiocese já tiveram a visita da Imagem Peregrina durante a Visita Pastoral permanecendo em cada uma delas uma média de três meses, o que deu para estar alguns 

 

 

 

 

dias em cada paróquia. Agora, com esta opção, permitimos que cada paróquia desta vigararia tivesse a Imagem Peregrina durante um dia, o que foi extraordinário. No dizer dos Párocos, ultrapassou todas as expectativas a visita da Imagem 

 

Peregrina, mesmo as mais ambiciosas porque o Povo de Deus correspondeu de uma forma extraordinária à presença da Imagem de Nossa Senhora de Fátima.

 

Jornal “A Defesa”

  FOTOS: Pedro Miguel Conceição e Ana Mira   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi com grande emoção e alegria que a Diocese do Funchal recebeu, de 13 de Fevereiro a 6 de Março, a Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, num tempo especial de graça, que foi o início da Quaresma e em pleno Ano da Misericórdia.

Ao percorrer as paróquias e instituições da Madeira e Porto Santo, conforme programação pastoral dos arciprestados, a Senhora da Mensagem avivou a nossa fé, a nossa alegria e a nossa esperança. Mergulhou-nos “naquele imenso mar de luz” de que falou Lúcia, a pequena pastorinha da Cova da Iria.

Multidões acorreram a Maria à procura do seu olhar de Mãe, que tudo conhece e compreende, para encontrar nela conforto e luz nos sofrimentos e tristezas dos seus corações aflitos. E muitos foram aqueles que, pela sua intercessão maternal, se encontraram com Deus, e nos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia receberam o perdão e a força do amor misericordioso do Pai. Assim se foi realizando o lema que presidiu à Visita da Virgem Peregrina às Dioceses portuguesas: “O meu Coração Imaculado conduzir-vos-á até Deus”.

Grande foi o empenho dos sacerdotes, membros de institutos de vida 

 

consagrada e leigos, que prepararam e acolheram tão nobre e desejada visita! As orações e os cânticos, a alegria e as lágrimas, as luzes e as flores traduziram bem a imensa ternura materna, o conforto e a consolação, que Maria deixou no coração dos seus filhos e filhas.

Passou a Imagem, mas fica a Mensagem, agora mais viva e presente no coração de cada crente, estímulo para uma devoção filial mais coerente com a fé e comprometida na vida cristã pessoal e social. Maria levou no seu Imaculado Coração de Mãe os segredos, as lágrimas silenciosas, os sofrimentos, as esperanças e as alegrias de quantos a invocaram. A Mãe é o abraço que nos aproxima e envolve na ternura de Cristo, o rosto da misericórdia do Pai!

 

†António Carrilho,

Bispo do Funchal

 

 Testemunho   

 Graça Alves   

 

 Poema

 Irmã Maria da Cruz  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  FOTOS: Gerardo Freitas (Diocese do Funchal)  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi acontecimento a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Fátima à Diocese da  Guarda, durante 15 dias, de 27 de setembro a 11 de outubro passados.

Foi visível a emoção das pessoas a vibrarem de entusiasmo. Os praticantes fortaleceram as suas convicções.

Os não praticantes revisitaram as grandes razões de viver que a Fé lhes inspira.

E os indiferentes interrogaram-se sobre o sentido da vida.

A sociedade civil em geral, incluindo

 

hospitais e estabelecimentos prisionais, recebeu com entusiasmo, assim como outras instituições e serviços públicos, com destaque para as forças da ordem.

Deixou marca especial a consagração da Diocese a Nossa Senhora de Fátima, à passagem da sua imagem pela Sé

Catedral, com grande multidão

que a Sé não pôde conter

e por isso a bênção foi

distribuída na praça

pública.

 

 

 

 

O terço, com a imagem de Nossa Senhora de Fátima e as insígnias da Diocese, foi amplamente distribuído nas celebrações realizadas em cada arciprestado, à passagem da imagem

 

 

e continua a ser grande sinal que, de alguma forma, prolonga os efeitos deste grande acontecimento.

Tive a alegria de poder acompanhar a imagem durante os 15 dias da sua permanência entre nós, presidindo sempre  a alguma celebração em cada arciprestado.

Aqui deixo exarado o sincero agradecimento da Diocese da Guarda por esta memorável visita.

Guarda, 8.5.2016

*Manuel R. Felício,

Bispo da Guarda

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  FOTOS: Pe. Francisco e padrehugo.com 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tão pouco e tanto

Nos pede Jesus,

E para espanto nosso,

O Filho de Maria

Vem vestido de irmão nosso

De cada dia.

 

Ele anda por aí,

Ao frio e ao calor,

Rico e pobrezinho,

Nosso Senhor.

 

Vem, Jesus,

Senhor do mundo,

Do sol e da lua,

Bate à minha porta,

Entra em minha casa,

E que, por graça,

Possa eu entrar também na tua.

 

E também Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, Virgem Peregrina de Fátima, hoje no meio de nós, se fez «imitadora» de Deus e do seu Filho Jesus, sem reticências, sem «ses» e sem «mas»:

 

Assim te entregaste a Deus,

De coração inteiro,

Como um tinteiro

Todo derramado numa página.

Sim, tu és a mais bela página de Deus,

A Deus doada, apresentada, dedicada,

Mãe da vida consagrada,

 

Ensina-me a tua tabuada,

A tua suave e terna alegria,

A luz do Evangelho que te aquece e alumia.

Eu te saúdo, Maria,

Neste dia da tua peregrinação.

 

E porque os teus filhos, estes teus filhos queridos, sabem bem o valor e o calor de uma Mãe como tu:

 

Vão os teus filhos

Em procissão de amor,

Atrás do teu andor,

Na mão uma flor.

Recebe-a, mãe,

E acolhe-nos sob a tua proteção,

Hoje e em cada dia,

Ave-Maria.

E pelo teu amor de mãe, Senhora,

Recebe, nessa flor, a nossa gratidão,

Enche os nossos pés de prontidão,

As nossas mãos de paz,

Os nossos lábios de oração,

Os nossos gestos de perdão.

E caminha connosco,

Dá-nos a mão,

No que falta cumprir da nossa procissão. Amen!

 

Lamego, Eucaristia na despedida da Virgem Peregrina de Fátima, 9 de agosto de 2015

D. António Couto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rostos de fé e alegria

A visita da Imagem Peregrina encerrou na Diocese de Leiria-Fátima a sua peregrinação pelas dioceses de Portugal. Apesar de o Santuário se situar no território da nossa Diocese e existir uma ligação muito próxima com Nossa Senhora de Fátima, foi com imensa alegria que verifiquei como este povo compreendeu o significado particular desta visita e saiu das suas casas para acolher com especial carinho, entusiasmo e emoção a Imagem, vendo nela o sinal da Mãe que vem visitar os filhos nos seus lugares e nas suas comunidades.

 

Acompanhei a visita da Imagem aos grandes centros da diocese e fui recebendo notícias de como ia sendo acolhida nas vilas e aldeias. Pude ver multidões significativas com a presença de crianças, jovens, muitos homens e mulheres, doentes e idosos, autoridades locais, que nem sequer as condições adversas do tempo, por vezes, demoveram de marcar presença. Quero sublinhar apenas alguns momentos emocionantes: a chegada a Leiria com o ato de entrega da Diocese a Nossa Senhora na Sé repleta de fiéis; a visita à prisão 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

e os jovens reclusos com lenços brancos a acenar; a visita ao hospital com a imagem presente na capela por onde foram passando doentes, profissionais da saúde e funcionários e a transmissão da eucaristia por canal interno.

A melhor leitura que se poderá fazer do significado desta visita é a que fazemos nos rostos dos fiéis. Vimos expressões de alegria e festa, de sorrisos abertos acompanhados por flores, fitas, balões e frequentes aplausos à passagem da Imagem. Vimos faces marejadas e doridas, entregando a Maria pedidos de conforto e ajuda para suportar as agruras da vida. Vimos olhos elevados ao céu ou postos no chão, em contemplação serena dos mistérios da Mãe de Deus.

Foram dias de festa, oração e 

 

expressão pública de fé que ficarão para sempre marcados nas memórias dos muitos milhares de pessoas que os viveram. Uma verdadeira bênção de Deus, através de Maria, para a renovação da fé e da vida espiritual deste povo de Leiria-Fátima. A Imagem parte, a mensagem e a ternura da Mãe fica e certamente dará frutos!

 

+ António Marto,

Bispo de Leiria-Fátima

  FOTOS: Luís Miguel Ferraz  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A passagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima pelo Patriarcado de Lisboa foi, muito propriamente, uma Visitação.

Todos os que lemos o Evangelho de Lucas e rezamos o segundo mistério gozoso do Rosário sabemos o que significa. A Mãe de Jesus vem ao encontro das nossas necessidades e expetativas, trazendo-nos Jesus, hoje como ontem.

Da Azambuja à Nazaré, de Peniche a Lisboa, aconteceu deste modo, de janeiro para fevereiro, com sol ou chuva, de dia e de noite. Juntaram-se multidões, chamadas pelo anúncio e ainda mais pelo coração, com as vidas 

 

que levam e as que gostariam de levar, por si e pelos seus, próximos ou ausentes.

Algumas coisas resolvem-se na altura, como nunca faltam relatos, certos e comovidos. Mais a fundo, transformam-se em esperança, porque as mãos postas da Senhora abrem sempre caminho.

Esta realidade, espantosa sempre, é um "mistério" que nenhuma notícia capta por inteiro. Começa em Deus, realiza-se em Cristo, trazido por Maria, enleva-nos e eleva-nos. Foi assim, mais uma vez, como será sempre.

D. Manuel Clemente 

Cardeal Patriarca de Lisboa

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

  

   
 

 

A Mãe do Céu e as nossas mães

A nossa Diocese de Portalegre – Castelo Branco recebeu e acolheu, entre 11 e 25 de Outubro 2015, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora. Percorreu toda a Diocese e seus Arciprestados. Numa Diocese vasta em território como a nossa e, em muitos locais, despovoada, a Imagem de Nossa Senhora foi acolhida ao longo dos muitos caminhos e estradas por pessoas singulares, por famílias ou pelas comunidades cristãs reunidas em festa de acolhimento, entrou nas Igrejas, nos lares de idosos, nas unidades de cuidados continuados e nas unidades hospitalares, nos  

 

quartéis militares e de bombeiros.

Diante da Imagem Peregrina de Nossa Senhora rezaram as crianças, os adolescentes e jovens, os Escuteiros, as catequeses, as famílias, as Comunidades paroquiais, os muitos movimentos, os Sacerdotes, os doentes, os idosos, os desempregados, os profissionais de vários ramos e saberes, os que, de alguma forma, sofrem e procuram caminho, os anónimos, as mães, as mães, muitas mães.

Muitos sabiam que a Senhora Peregrina passaria e chegaria. Esperavam e preparavam-se. Muitos outros, os que nem sempre vão à 

 

 

 

 

 

Igreja e não acompanham os noticiários, foram surpreendidos nos seus caminhos e até nas suas cidades. E gostaram da surpresa: “É a Senhora de Fátima!”, “Ó mãe anda ver; é a Nossa Senhora!!!”. E numa explosão de liberdade as súplicas passaram da vida e do coração à boca de muitos: “Olha por nós, Mãe do Céu!”; “Olha pelos nossos filhos, Senhora!”; “Ai, Mãe do Céu, ai minha Mãe do Céu!”.

E aquela idosa sozinha, amparada na sua bengala, que queria subir até à estrada onde a Senhora passaria mas já não tinha forças. Quem conduzia a carrinha viu e parou; e quem acompanhava a Senhora acolheu daquelas mãos duas rosas que eram 

 

 

 

 

 

para a Mãe do Céu. E foram ali colocadas a seus pés. Indiscritíveis os olhos, a expressão, a alegria daquela idosa: “São rosas do meu coração Senhora, dai-me força!”.

 

Em silêncio ou aclamando, de pé ou sentados, inclinados ou de joelhos, com a cabeça coberta ou sem chapéu e sem lenço, à porta de casa nas ruas e caminhos ou no meio das imensas assembleias reunidas, com os olhos marejados de lágrimas ou simplesmente com o espanto sustido de admiração, a Mãe do Céu foi sendo acolhida na expressão da sua Imagem Peregrina e na expressão da sua vida como escola de disponibilidade e fidelidade ao projecto de Deus. 

 

Quantas orações a presença de Nossa Senhora fez sobressair da vida quotidiana e dos corações. Cânticos, orações de louvor e de súplica, de intercessão e de acção de graças. Tanto para pedir. Tanto para agradecer. Rezai – pediu Nossa Senhora em Fátima. E as comunidades rezaram e experimentaram como a oração abre o coração a Deus, faz escutar a sua Palavra, alimenta a fé, supõe e constrói o diálogo, purifica a verdade, sustenta a esperança, fortalece a confiança.

Se um rosário é o conjunto das rosas que traduzem simbolicamente os nossos louvores, a Mãe do Céu colheu nestes dias e na nossa Diocese muitos rosários, colheu o melhor de todos nós. Somos terra de Santa Maria. 

 

 

  FOTOS: Emanuel Matos Silva  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na despedida da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, olhando para a diocese do Porto nas suas 22 vigararias e nas suas mais diversas instituições e variados grupos por onde a Imagem passou sinto a alegria renovada da missão, que Deus a todos diariamente confia através da Mãe de Jesus e Senhora da Mensagem de Fátima

A maior alegria da Mãe é ver reunidos á sua volta todos os filhos! É a Mãe que nos congrega. Ao longo destas semanas da visita da Imagem Peregrina celebramos a alegria e a fé de uma Igreja congregada e mobilizada pela  bênção que a Mãe de Deus derramou em toda a nossa  Diocese.

Penso que um dos grandes objectivos da visita da Virgem Peregrina a todas as dioceses de Portugal é conduzir-nos 

 

ao encontro pessoal com Cristo e a partir d’Ele ajudar-nos a fazer da alegria do evangelho nossa missão e a trabalhar juntos na renovação pastoral da Igreja em Portugal.

Nesta visita tornou-se mais visível que a mensagem de Fátima é de grande actualidade pela sua riqueza teológica e espiritual: é um apelo  evangélico à oração, à conversão, ao amor eucarístico, à adoração da  Santíssima Trindade, à devoção ao Imaculado Coração de Maria e à construção da paz no Mundo

Na hora do adeus,… em jeito de prece final, sabemos que passou a Imagem, mas fica a mensagem da Mãe, agora mais  viva no coração de cada crente. 

Maria leva no seu Coração de Mãe os segredos, as lágrimas  silenciosas, os sofrimentos, as esperanças, as 

 

 

 

alegrias, os olhares e os sonhos de quantos a  invocaram e invocam com profundo amor e ternura filial.

 

Nesta prece final, rezo, como ouvi rezar num dos Hospitais do Porto, a quando da presença da Imagem Peregrina:

“Dá-nos, ó Mãe, a coragem dos recomeços.

Faz-nos cheios de graça, na graça que nos destes.

Torna-nos confiantes como os que se atrevem a olhar o futuro com esperança.

Não sei dizer muitas palavras para agradecer a visita.
Apenas os recados que disse ao ouvido de Maria, Mãe de Jesus.
quando ela cruzou o Seu coração com o meu…
 
Desta visita, guardarei a certeza de que nunca ficaremos sozinhos. 
Porque a Mãe estará onde eu estiver:
A Imagem Peregrina leva o que somos:
Pequeninos e frágeis
Gente feliz, com lágrimas…
Com sabor a sol e a maresia que olha o céu com olhos de esperança,
e que marca os seus passos na terra que tanto ama.
Não tenho mais nada.
Apenas a voz das gentes do Porto e a nobreza do seu coração!” 

D. António Francisco dos Santos
Bispo do Porto


FOTOS: João Lopes Cardoso
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi acolhida pelas comunidades da diocese de Santarém com muito entusiasmo, veneração e, muitas  vezes, visível comoção. As pessoas acorrem, rezam, cantam, louvam, admiram. Enfeitam as ruas e as igrejas, recebem a imagem como um sinal da presença mística da Mãe de Deus e nossa Mãe. Não vivem apenas uma memória histórica das aparições que aconteceram em Fátima vai para uma centena de anos. È um acontecimento vivo, atual, é um encontro que traz graças e bênçãos. O povo cristão católico confia verdadeiramente em Nossa Senhora

Com chuva ou com frio congrega-se sempre muita gente. È uma presença numerosa, admirável que integra

todas as idades. São os idosos

que, nos lares ou paróquias, 

 

a contemplam com olhar carinhoso e de súplica. São muitos adultos, incluindo muitos homens, que estão presentes e atentos. Também os jovens, designadamente os escuteiros, comparecem em grande número. Mas havia sempre, também, o encanto

 

 

 

 

da presença das crianças. É impressionante a força espiritual que irradia de Nossa Senhora e toca os corações. São assembleias bem mais numerosas que as das eucaristias dominicais, ouvi alguns comentar. Pode ser que Nossa senhora encaminhe para este encontro festivo onde ser realiza o encontro profundo entre Deus e nós.

Em muitas comunidades foi lido e meditado o trecho do evangelho que refere a primeira visita de Nossa Senhora, feita na sua vida histórica, à sua parente Isabel. É a visita paradigmática que mostra os bens e as graças que Nossa Senhora sempre leva com ela: a alegria, o louvor, a memória das intervenções de Deus, a certeza

       de que a Sua misericórdia sempre

         nos acompanha. Ainda hoje

           desperta estes mesmos

            sentimentos e atitudes. Porque

             leva e a todos oferece a fonte

 

 

destes bens: Jesus Cristo e o Espírito Santo. E todos os que acreditem e recebam Jesus Cristo e acolham o Espírito Santo, recebem também a alegria, a paz, a luz, a esperança e a força para renovar a vida e colaborar na renovação do mundo. Por isso, a passagem da Virgem Peregrina deve levar-nos a guardar na vida as graças que nos traz.

A primeira graça é o encontro com Jesus Cristo. Ele vem ter com cada um de nós e fala-nos ainda hoje, iluminando e acompanhando o nosso caminho. Nossa Senhora mostra-nos como: escutando a Sua Palavra, dialogando com Ele na oração, participando na Eucaristia. Para tornar mais acessível este encontro oferecemos, este ano, o evangelho de São Lucas. O acolhimento de Cristo na Palavra aprofunda-se na reunião da Eucaristia. Na união com Jesus, 

 

 

 

 

bendito fruto do ventre de Maria, encontramos o caminho para a verdade e para a vida plena.

O encontro com Jesus leva a uma segunda graça da visita de Nossa Senhora: a integração mais ativa na vida e na missão da Igreja. Na verdade, a união com Cristo e o acolhimento do Espírito Santo conduz à união fraterna, à atenção aos outros, ao testemunho da boa nova aos pobres e da luz aos que não veem. A visita de Nossa Senhora convida-nos verdadeiramente 

 

a ser membros ativos da comunidade cristã. Assim nos enriquecemos espiritual e humanamente e, com a nossa participação, contribuímos também ao enriquecimento da comunidade.

Há uma terceira graça que Nossa Senhora levou na primeira visitação a Isabel e que é hoje também muito oportuna e necessária. Ela foi ao encontro da sua parente que estava prestes a ser mãe e, nestas circunstâncias, precisava de ajuda. Por seu lado, foi recebida como “a Mãe 

 

 

 

do meu Senhor”. São duas famílias que se encontram, se ajudam, dialogam e louvam o Senhor. As famílias de hoje precisam urgentemente deste encontro mútuo como de pão para a boca. Precisam de diálogo, de acompanhamento e cuidado mútuo. O individualismo, o fechamento de cada um em si mesmo, ou no seu brinquedo informático, empobrecem e ameaçam a união das famílias. Ora a base sólida para 

 

o encontro e diálogo é a espiritualidade concretizada na oração em família e na escuta comum da Palavra de Deus. Não esqueçamos a leitura do evangelho de São Lucas em família, na forma que vem indicada na apresentação do respetivo livrinho. È uma terceira graça que Nossa senhora nos traz e que se pode tornar fonte de muitas outras graças.

D. Manuel Pelino

Bispo de Santarém 

 

 

 

A chegada da imagem peregrina de Fátima a Setúbal coincidiu com a minha ordenação como bispo da diocese, no dia 25 de Outubro de 2015. A presença da maior parte 

 

dos bispos portugueses e, de modo especial, de D. Manuel da Silva Martins e D. Gilberto Canavarro dos Reis, primeiros bispos desta diocese, contribuiu para que este dia e os que se lhe seguiram se afirmassem como evento de unidade e de graça, na memória da nossa Igreja.

Para mim, de modo especial, o 

 

 

 

acompanhar diariamente a imagem peregrina na sua visita à nossa península de Setúbal e à Igreja que nela vive foi uma experiência inolvidável. Foi atrás do "Mariamóvel", o carro da Virgem peregrina, que comecei a calcorrear as ruas do povo que Deus me envia a servir como bispo. Na oração das igrejas, na entrada em tantas obras de assistência aos mais necessitados, na emocionante visita aos prisioneiros, na iluminante presença nas instituições escolares e universitárias, na passagem junto das nossas estruturas autárquicas e sociais e sobretudo nos quilómetros

de peregrinação

pelas nossas ruas,  

 

diante das casas, cafés negócios e transportes onde decorre a vida quotidiana… em todos estes percursos se foi revelando uma realidade e um desafio que Maria, serva do Senhor e Mãe da Igreja, nos veio trazer.

Queremos ser, a seu exemplo, uma Igreja assim peregrina, que não pára no tempo. Uma Igreja que sai da igrejas para as ruas e cidades cheias de vida, luta, sofrimento, sonho e esperança. Uma Igreja que se dispõe a servir e anunciar, não só esperando na suas sedes, mas partindo ao encontro daqueles que mais necessidade têm de sinais de solidariedade, de uma visita de esperança, de uma revelação do amor perene e próximo de Deus pela humanidade.

+ José Ornelas Carvalho

Bispo de Setúbal

 

 

 

 

 

 

 

  Fotos BRUNO MAXIMO LEITE  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi uma bênção para a Diocese, na qual destaco três notas mais salientes: a adesão, em todos os dez Arciprestados da Diocese, de um incontável número de devotos, sobretudo nas procissões, todas elas noturnas, e nos tempos de oração e celebração, nomeadamente da Penitência e Eucaristia; na cidade de Viana do Castelo, a procissão ao mar, 

 

uma repetição do que acontecera cerca de 60 anos atrás, aquando da presença de idêntica imagem peregrina; a inserção da visita no projeto pastoral em curso na Diocese sob o lema “Os filhos são uma bênção de Senhor”: apoiando-nos em Maria, invocada sobretudo como Mãe, e num tempo de tão baixa natalidade no nosso País, realçámos a importância da maternidade e paternidade como colaboração humana, privilegiada e insubstituível, na ação criadora e salvífica de Deus.

D. Anacleto Oliveira

insira a foto aqui

 

 

A Visita da Imagem Peregrina à Diocese de Vila Real foi uma verdadeira apoteose, expressa no júbilo, flores, orações e lágrimas e no afeto e alegria dos fiéis, cantando o hino com que em 1954, a Imagem fora recebida na Diocese, com letra do falecido 

 

António Cabral e música de Mons. Ângelo Minhava, o sacerdote mais idoso da Diocese, com 97 anos. A letra deste hino diz:

Trás-os-Montes em festa recebe a visita da Mãe do Senhor. Hás nas almas canduras de neve e no peito fogueiras de amor. Alto Douro, em certame de afetos, veste as galas mais lindas que tem. São vassalos e filhos diletos, que recebem alegres a Mãe. Ave Maria, Rainha e Mãe, Tu que nos destes o Sumo Bem. Ó guarda o povo que é todo teu. Que ele possa um dia voar

ao céu.

 

 

 

 

Vinda de Viana, no dia 28 de junho, a Imagem foi recebida triunfalmente em Mondim de Basto, por muitos milhares de fiéis, e transportada aos ombros pelas ruas engalanadas e cheias de tapetes da Vila até ao Estádio onde foi celebrada a Eucaristia e feita a Consagração a Nossa Senhora. A seguir, em procissão de velas, foi levada para a Igreja Matriz, onde em Vigília de Oração esteve toda a noite sem a gente arredar pé. Este esquema repetiu-se, nos 14 Concelhos da Diocese, com maior ou menor afluxo de pessoas. Pelos lugares 

 

onde a Imagem passava, as pessoas, com lenços a acenar e orações rejubilavam. Especial relevo teve a presença da Imagem da Santíssima Virgem, na cidade de Vila Real, em Vila Pouca e na despedida, em Chaves, com procissão pela cidade e Missa Campal de despedida, partindo dali para a vizinha diocese de Bragança-Miranda, no dia 12 de julho. Não houve recanto por onde a Imagem passasse que 

 

 

 

não suscitasse o júbilo e o afeto das pessoas.

A Visita foi ocasião para evangelizar os fiéis, para através de Maria chegar a Cristo e apresentar às pessoas os conteúdos da fé cristã, convidando à oração em família, fazendo dela berço, palco, escola e púlpito de transmissão de valores e anúncio do Evangelho de Cristo, de acordo com o programa trienal diocesano dedicado à família. A visita suscitou fervor e entusiasmo e as missões populares de pregação, levando muitas pessoas a abeirarem-se dos Sacramentos, particularmente da Reconciliação e da Eucaristia, de modo que pela mão da Mãe muitos acabaram por chegar a Jesus.

 

+ Amândio Tomás,

bispo de Vila Real

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Imagem de Nossa Senhora de Fátima andou em terras de Viseu durante 18 dias, entre 13 e 31 de Maio de 2015. Foi uma passagem que encheu de alegria cristã toda a diocese, em Sínodo Diocesano. Passou por todos os 17 Arciprestados e, em alguns, por todas as suas paróquias.

Não deixou ninguém indiferente e foi comum ver as Igrejas repletas, bem como os lugares por onde passava. Rostos e olhares transformavam-se em preces sentidas e comoventes, sem distinguir idades ou outras diferenças que, junto à Imagem se irmanavam na Fé e na Oração. 

 

Intenções locais – pessoais, familiares, diocesanas – e intenções nacionais e universais convergiam na certeza de que Maria ouve, acolhe e medeia todas as preces dos corações dos seus filhos.

Para agradecer visita tão terna e tão materna, a diocese de Viseu prepara-se para, no próximo dia 5 de Outubro, retribuir, indo até à Cova da Iria e colocar nas Mãos da Mãe as Constituições Sinodais. Iremos pedir a Sua intercessão e proteção para Viseu ser uma diocese que escuta e pratica os Seus pedidos, concretizando a vontade de Seu Filho Jesus Cristo.

 

VISEU, 12 de Maio de 2016

Bispo Ilídio 

  FOTOS: Jornal da Beira  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na programação da visita da imagem peregrina às Dioceses de Portugal, não foram contempladas as Forças Armadas e das Forças de Segurança. Não obstante, por «exigência» de várias Unidades militares e policiais e amabilidade dos organizadores locais, a imagem acabou por ser recebida em inúmeros quartéis. Foram tantos que alguém ironizou, mas com fina 

 

sabedoria que nasce da fé: “Nossa Senhora gosta tanto dos militares e os militares gostam tanto dela que, qualquer dia, assenta praça nas nossas Forças Armadas”.

Foi recebida sempre pelos mais altos chefes das estruturas militares e policiais. E deixou a mensagem que passou, praticamente, em todas as Unidades: estas forças estão 

 
 

 

 

 

ao serviço da legítima defesa e não da guerra. Como tal, são forças de paz que asseguram a liberdade e garantem que o mal não se sobreponha ao bem. E os militares e polícias de Portugal sabem que, quanto mais se colocarem do lado de Deus, como Nossa 

 

Senhora, mais capacidades terão para exercerem esta nobre função, hoje socialmente desvalorizada e até criticada.

 

D. Manuel Linda

Bispos das Forças Armadas

e Segurança

 

 

 

Por uma experiência Feliz de Fátima

 

O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, apresenta em entrevista à Agência ECCLESIA o programa para a celebração do centenário das Aparições de Fátima, em 2017, avalia o itinerário de preparação que marcou os últimos anos, desde 2010, e reflete sobre a difusão da Mensagem de Fátima em todo o mundo ao longo de um século.

 

2010-2017: Mais do que uma evocação histórica

Agência Ecclesia – Em 2010, quando foi apresentado o itinerário de preparação para o centenário das Aparições, o bispo de Leira-Fátima desejou que as várias iniciativas não se reduzissem a uma “evocação histórica” para confirmar que a mensagem de Nossa Senhora “não ressoou em vão”. É isso que está a acontecer?

Padre Carlos Cabecinha -  Todas as iniciativas que têm dinamizado a vida do Santuário desde finais de 2010 têm mostrado essa atualidade da mensagem e que não foi em vão que a voz de Nossa Senhora ressoou na Cova da Iria. Como não é em vão que continua hoje a ressoar essa voz e a mesma mensagem! O que se foi promovendo foi mostrar aspetos por vezes esquecidos da Mensagem de Fátima e uma riqueza que temos vindo a descobrir progressivamente.

 

 

AE - Por exemplo?

CC – Começaria pelo Ano da Misericórdia, que estamos a viver. Um dos aspetos que se aprofundou relativamente à Mensagem de Fátima foi a dimensão da misericórdia, ainda sem suspeitarmos que o Papa Francisco convocaria este Jubileu extraordinário. A reflexão teológica que se fez sobre a Mensagem de Fátima destacou a dimensão de misericórdia da Mensagem e apresenta o conceito de misericórdia como a palavra chave que permite ler a totalidade da mensagem.

AE – A planificação dos sete anos de preparação do centenário teve sempre presente esse desafio de “ser mais do que uma evocação histórica”?

CC – O grande desafio partiu do Papa Bento XVI quando, em 2010, em peregrinação no Santuário de Fátima, diz “sete anos nos separam da celebração do centenário” e faz votos de que sejam um itinerário 

 

 

 

 

estimulante para a preparação dessa celebração festiva. Esse foi o ponto de partida para a programação deste septenário. Desde o início procurou-se ter por critério não fazer uma evocação do passado, mas olhá-lo para descobrir a sua riqueza, em relação à leitura do presente e à projeção do futuro. As várias ações que dinamizaram a vida do santuário não se orientaram na busca do passado mas, partindo das fontes, procuraram apresentar propostas de vivência presente. Por exemplo, no “Itinerário do Peregrino”, que em cada ano foi dinamizando a visita ao Santuário dos que aqui chegam, como uma proposta da vivência hoje da Mensagem de Fátima; ou o conjunto de ciclos de conferências anuais, que nos ajudaram a olhar para as fontes para perceber a Mensagem de Fátima hoje e o seu impacto; e os vários simpósios teológico-pastorais, que nos foram ajudando a olhar para a mensagem e a fazer a ponte com o mundo de hoje.

Um conjunto de iniciativas reflexivas que nos ajudaram a compreender a atualidade da mensagem.

Por outro lado, houve também a preocupação de proporcionar aos 

 

peregrinos melhores condições de vivência da peregrinação, o que passa pelo cuidado com as celebrações, a criação do hino do centenário, o arranjo dos espaços, como os parques envolventes, a Basílica de Nossa Senhora do Rosário ou o altar do recinto.

Proporcionar ao peregrino uma experiência feliz de Fátima

AE – Os peregrinos, quem chega aos Santuário, está no centro de todo esse itinerário...

CC – O peregrino é sempre o nosso grande ponto de interesse. Nós queremos proporcionar ao peregrino uma experiência feliz de Fátima: um maior conhecimento da mensagem, uma profunda experiência de Deus, que está no centro da Mensagem de Fátima, e, por outro lado, a experiência festiva por estes 100 anos das aparições.

 

AE – Sendo a experiência do peregrino em Fátima sobretudo espiritual e emotiva, como criar sintonias com a experiência de estudo e reflexão de conferências e simpósios?

CC – Nós não temos ilusão de que toda a reflexão chegue a todos os peregrinos. O que procuramos fazer 

 

 

 

 

é proporcionar o fruto dessa reflexão, até de forma mais acessível, através do ‘Livro Ano’, por exemplo, que publicamos regularmente neste septenário e procura apresentar reflexões diversas que ajudem a profundar a Mensagem de Fátima através do tema de cada ano, e também a própria celebração, que deve ajudar o peregrino a dar um passo mais para uma vivência efetiva da sua fé a partir de Fátima  não se limitando a uma vivência afetiva.

A pastoral do Santuário tem na celebração da fé a sua grande ação pastoral, também em Fátima, quer na celebração litúrgica, quer noutro tipo de celebrações (estou a pensar por exemplo no Terço), que é também o elemento de maior impacto formativo 

 

nos fiéis, uma vez que transmite valores, transmite mensagens, a Palavra de Deus. Se há peregrinos para quem isso basta, há outros que procuram mais.

 

AE – Não é um público distinto?

CC – Não. São os mesmos peregrinos! Nem se trata de classes sociais entre os peregrinos, porque encontramos peregrinos de todas as classes sociais interessados no aprofundamento da Mensagem de Fátima.

AE – Que avaliação faz o reitor do Santuário de Fátima dos ciclos de conferências e dos simpósios que já aconteceram?

CC – As conferências e os simpósios têm permitido aprofundar a 

 

 

 

Mensagem de Fátima e fazer sínteses da mensagem. Até aqui, fomos descobrindo documentação, o Santuário publicou as fontes através da ‘Documentação Crítica de Fátima’, para tornar acessível a documentação fundamental para o conhecimento da Mensagem de Fátima. Estamos agora numa dimensão reflexiva de síntese, de procurar aprofundar as fontes, descobrindo os vetores fundamentais da mensagem.

Eu não digo uma síntese. A mensagem é demasiado rica para ser contida numa única leitura.

AE – Os temas anuais que determinaram o itinerário de preparação do centenário são também sínteses da mensagem?

CC – O primeiro grupo de trabalho que pensou esse itinerário temático tinha um princípio basilar: não se afastar da Mensagem de Fátima. A opção foi partir das memórias da Irmã Lúcia e do relato que faz de cada uma das aparições.

O primeiro tema congregava as Aparições do Anjo, em 1916, a partir 

 

 

daí, cada tema anual deste itinerário de sete anos ocupa-se de uma das aparições de Nossa Senhora, começando na aparição de maio até à de outubro, que dará tema ao Ano Pastoral 2016/2017.


AE – E de que forma esse tema passou para o quotidiano do Santuário, nomeadamente dos maiores momentos celebrativos?

CC – Nós não quisemos um conjunto de atividades avulsas, mas que tivessem impacto na vida do Santuário.

Os temas anuais não só guiavam o conjunto das peregrinações aniversárias e das outras celebrações como tema unificador, como procurámos que houvesse um conjunto de elementos visuais gráficos que chamasse a atenção para isso, tivemos também as exposições temáticas, numa outra linguagem, a da cultura e da beleza para aprofundar a mensagem, procuramos ter contributos específicos para a oração (referi já o ‘Itinerário do Peregrino’) e 

 

 

 

preparamos um conjunto de subsídios, como catequeses, encontros, esquemas de oração, a propor aos peregrinos que aqui vêm e também a quem, fora do Santuário, queira rezar em sintonia conosco.

Dizer Fátima por novas linguagens AE – Com que objetivos foram promovidas outras iniciativas, com recurso a novas linguagens, como o concurso de fotografia ou o mural digital?

CC – Nós temos consciência de que a fé hoje tem de passar por novas linguagens. O grande desafio é não ficar nas linguagens que já usamos. Quisemos envolver a dimensão da imagem, através da fotografia, propondo um concurso fotográfico, e também propondo às crianças itinerários diversos de envolvimento com a Mensagem de Fátima pela pintura, desenho, a música. Procuramos também caminhos musicais que nos falem de Fátima, de dança contemporânea sobre Fátima... Uma diversidade de linguagens que possam falar. A arte tem esta capacidade de nos tocar profundamente falando-nos de um  

 

outro tipo de discurso que não é o das palavras. E quisemos não descurar nenhuma destas linguagens para chegar aos peregrinos.

O mundo digital exige também a nossa presença, o que estamos a fazer com o mural digital e a renovação do nosso site, que está em curso, e o desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis, em desenvolvimento.

 

AE – Essas novas linguagens são o motivo de rutura com o ambiente que caracteriza Fátima?

CC – Não há rutura nem pretendemos que haja!

Algumas destas linguagens podem não ser muito significativas para a totalidade dos peregrinos, mas sê-lo-ão para uma parte deles. E nós queremos que nenhum peregrino se sinta excluído. Por isso, diversificamos a nossa linguagem!

Vamos ao encontro dos peregrinos que aqui vêm e, através destas linguagens, alargamos o leque: se possível tocar outros para que venham, experimentem Fátima, conheçam Fátima!

 

 

 

 

AE – Que critérios presidiram à escolha de projetos e dos parceiros para os executar?

CC – Procuramos parceiros relevantes e linguagens atuais. Não nos interessou procurar linguagens que fossem réplica do passado. Por exemplo, na música: procuramos grandes nomes, de sentido religioso, e por isso fomos buscar um grande nome internacional, James Mac Millan, compositor escocês, e, a nível nacional para o mesmo concerto, Eurico Carrapatoso. Duas obras encomendadas com linguagens necessariamente diferentes mas numa sintonia espiritual e religiosa numa linguagem musical atualizada.

Também na dança procuramos nomes já consagrados que possam expressar nessa área artística que tão pouco exploramos na Mensagem de Fátima.

A nossa preocupação foi sempre diversificar aqueles a quem podemos chegar. A escolha de linguagens teve a preocupação de chegar a quem não presta atenção a Fátima, não se sentem sintonizados com Fátima.

Respondemos aos nossos peregrinos e também alargar o horizonte.

 

 

 

 

AE – Mas para traduzir Fátima nessas expressões artísticas não é necessário experimentar Fátima?

CC – Sem dúvida que é preciso experimentar Fátima. Por isso desafiamos todos estes artísticas a experimentar Fátima, a estar numa grande peregrinação, antes de compor.

 

AE – Estou a pensar na obra musical “Os três Pastorinhos de Fátima” de Arvo Pärt comparando-a com o Hino dos Pastorinhos na celebração de beatificação. Há uma grande distância entre essas obras musicais...

CC – São necessariamente duas linguagens musicais completamente diferentes.

Arvo Pärt foi alguém que convidamos a vir fazer a experiência de Fátima e, quando lhe pedimos um testemunho

 

 

 

 da sua presença em Fátima para a revista “Fátima XXI”, ele presenteou-nos com uma obra musical sobre os Pastorinhos, que não pretende ser um hino cantado por uma grande assembleia em Fátima, mas exprimir a experiência das crianças que são as destinatárias das aparições. É o testemunho pessoal de um grande artista.

 

Papa Francisco em Fátima

AE – Em 2016 e 2017, o que podemos esperar que aconteça no Santuário para assinalar o centenário?

CC – Há um conjunto de atividades, nomeadamente as mais festivas, que se concentram em 2016 e 2017, para assinalar o centenário das aparições do Anjo e de Nossa Senhora. O centro desta grande celebração será em 12 e 13 de maio de 2017, com a presença do Papa Francisco, que já está confirmada.

 

 

 

 

AE – O que espera da presença do Papa?

CC – Do ponto de vista do Santuário, temos a expectativa da presença do Santo Padre nas celebrações. Não sabemos se nos dias 12 e 13, gostaríamos que sim, mas certamente na grande celebração do dia 13. O programa não depende do Santuário nem está elaborado.

AE – A proposta está feita, por parte do Santuário?

CC – A proposta está feita para que o Santo Padre esteja nas celebrações de 12 e 13 de maio de 2017, em Fátima.

A presença do Papa, que esperamos nos dias 12 e 13, é suficiente para motivar uma grande festa, quer

        pelos peregrinos que atrai, quer

           pela palavra profética do Papa.

            O Papa Francisco, desde o

 

 

 

primeiro momento do seu pontificado, mostrou o seu caráter mariano (temos na memória a sua deslocação à Basílica de Santa Maria Maior após a sua eleição para entregar um ramo de flores a Nossa Senhora como sinal da consagração do seu pontificado a Nossa Senhora e o pedido feito ao então cardeal-patriarca para consagrar o seu pontificado a Nossa Senhora, o que foi feito neste Santuário). E a sua palavra é sempre profética, que nos toca e desinstala. Por isso a expectativa é a de que o Papa venha e, estando presente, nos desinstale e desafie na vivência da nossa fé.

 

Pórtico do Centenário

AE – E para além do dia 12 e 13 de maio de 2017?

CC – Temos um conjunto de iniciativas festivas!

Não há festa sem música, e por isso a música tem um peso particularmente grande.

Em março vamos inaugurar o órgão da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, após uma profunda renovação. Temos um concerto inaugural que iniciará um conjunto de concertos de órgão, outros concertos ligados à celebração dos pastorinhos, no dia 20 de fevereiro, quer este ano  

 

quer no próximo; temos o grande espetáculo de dança e, em outubro de 2017, o grande concerto com as obras encomendada a James MacMillan e Eurico Carrapatoso, que pretende ser o encerramento deste grande centenário das Aparições de Fátima.

Celebrativamente, o que vai marcar estes dois anos e sobretudo 2017, são as “Peregrinações Jubilares”, os peregrinos que vêm e celebram festivamente conosco o centenário das aparições. Para esses temos preparado um esquema com propostas para a ‘Peregrinação Jubilar’, uma oração, um itinerário próprio do peregrino que este ano os leva a passar pela ‘Porta Santa da Misericórdia’ e em 2017 os vai convidar a atravessar o ‘Pórtico do Centenário’, que vai ser criado”.

AE – Entre que período será possível realizar essa peregrinação jubilar?

CC – O Ano Pastoral no Santuário de Fátima começa sempre com o primeiro Domingo do Advento. Será, por isso, em final de 2016 até final de 2017.

 

 

 

 

AE – As peregrinações de maio a outubro farão memória centenária de cada uma das aparições...

CC – Faremos essa evocação centenária das aparições e procuraremos que sejam particularmente festivas essas peregrinações de 12 e 13 de outubro, que já procuramos dar particular destaque, agora com muito mais razão neste ano. Mesmo em termos de presença de presidentes convidados para estas peregrinações, teremos presenças muito significativas, que não posso ainda confirmar.

 

AE – A presença do cardeal Parolin em outubro de 2016 é bom lançamento dessas peregrinações do ano seguinte...

CC – Sem dúvida! Por um lado, pela importância que tem no contexto eclesial e porque vem preparar a 

 

 

vinda do Papa Francisco. O secretário de Estado vem presidir à peregrinação de outubro de 2016 lançando aquela que será outra grande peregrinação, que o Papa Francisco fará em maio de 2017.

 

AE – Que iniciativas culturais acontecem neste ano e em 2017?

CC – Procuraremos que a síntese e o aprofundamento da Mensagem de Fátima continue. Destaco dois acontecimentos reflexivos: o Mariano-Mariológico, em setembro de 2016, organizado pela Pontifícia Academia Mariana Internacional que terá lugar aqui em Fátima e sobre Fátima. Um Congresso que vai reunir os grandes mariólogos de todo o mundo para refletir sobre Fátima. Em 2017, é o Santuário que promove um grande congresso internacional que procura fazer a leitura da Mensagem de Fátima 100 anos depois.

Depois, os concertos, os concursos e outras inciativas para marcar o ritmo do culminar do itinerário de sete anos, para que fique na nossa memória, do Santuário e sobretudo dos peregrinos, a bênção da celebração dos 100 anos das aparições.

 

 

 

AE – O centenário das Aparições é também celebrado em todo o mundo?

CC – Sim. E esse é um dos aspetos que mais comove: o impacto de Fátima fora das fronteiras de Portugal. A devoção a Nossa Senhora de Fátima continua a expandir-se e é interessante notar que o continente em que percentualmente mais tem crescido o número de peregrinos é o asiático. Não em números absolutos, mas percentualmente.

Isso mostra que a difusão da Mensagem de Fátima continua a fazer-se, continua a chegar longe e esta gente que longe vibra com o centenário pede-nos contributos para celebrar conosco o centenário.

 

AE – A Ásia é também o continente onde mais cresce o número de peregrinações?

CC – O maior crescimento percentual sim, o maior número de peregrinações não. Espanha e depois a Itália são os países de origem do maior número de peregrinos estrangeiros.

Para além do centenário

AE – Que iniciativas assinalam o Jubileu da Misericórdia?

CC – O primeiro aspeto é a riqueza da Mensagem de Fátima como mensagem de misericórdia, caminho de misericórdia que nos revela o rosto misericordioso de Deus. Por outro lado, a valorização do serviço do  

 

sacramento da reconciliação, que ao longo deste ano vai merecer uma atenção particular, quer nas condições que procuraremos criar para todos os peregrinos que procuram aquele que é por excelência o sacramento da misericórdia, como no trabalho com os sacerdotes que exercem este ministério tão delicado. E o itinerário do peregrinos propõe a passagem pela “porta da Misericórdia”

AE – De que forma o sacramento da reconciliação vai merecer a atenção do Santuário?

CC – Estamos a trabalhar para uma melhoria no espaço das confissões do ponto de vista simbólico e queremos fazer uma reflexão sobre o acolhimento que se faz ao peregrino penitente, procurando melhorar o nosso acolhimento dos peregrinos. Com os confessores, trata-se de ir alertando para o que diz o Papa Francisco: a reconciliação é o sacramento da misericórdia, onde se exprime a misericórdia do Senhor.

 

AE – Porque pediu recentemente rigor teológico a quem dinamiza o terço na capelinha?

CC – Esse cuidado aparecia como um desafio, não porque não haja rigor teológico, mas porque é importante o rigor de linguagem, também a nível teológico, e a renovação da linguagem se queremos que a mensagem seja ouvida.

 

 

 

AE – Que centralidade tem Fátima na dinamização do turismo religioso em Portugal?

CC – Fátima tem um lugar central. Sem desprimor para muitos outros locais – e graças a Deus temos muitos – Fátima é um lugar emblemático para o turismo religioso. Os inquéritos feitos mostram que Fátima é o lugar mais procurado pelos estrangeiros e também pelos portugueses. Naturalmente, Fátima tema centralidade efetiva no turismo religioso em Portugal.

É necessário não partir do princípio de que não é preciso falar de Fátima  por ser o principal polo de atração turística. 

 

 

 

Continuo a sentir que Fátima é o parente pobres da promoção turística fora de Portugal. Localmente, os vários parceiros têm todos um cuidado grande nessa divulgação, mas parece que lutam sozinhos. Por exemplo, se têm a preocupação de estar numa feira de turismo, não vemos a mesma preocupação em relação a além-fronteiras.

 

AE – O que depende do Turismo de Portugal...

CC – A promoção turística no estrangeiro depende do Turismo de Portugal. E não me parece que a divulgação de Fátima seja feita com grande vigor ou entusiasmo. Vejo o Turismo do Centro de Portugal com 

 

 

 

algumas iniciativas, dizendo que o turismo religioso é uma prioridade, apontando destinos concretos nomeadamente Fátima. A nível da internacionalização não me parece que esteja a ser feito o esforço necessário para levar o nome de Fátima além-fronteiras.

O Santuário tem tido a preocupação no que lhe é próprio, com atividades diversas, como um fórum sobre Fátima em Roma em maio último, estamos a preparar a edição de uma seleção da Documentação Crítica de Fátima em italiano e inglês para uma maior difusão.

AE – O Santuário de Fátima tem disponibilidade para cooperar com o Turismo de Portugal na internacionalização de Fátima?

CC – Há sempre disponibilidade do Santuário no que lhe é específico, que não é a promoção turística, mas levar a Mensagem de Fátima.

 

AE – Qual o papel do Santuário na Rede dos Santuários de Portugal?

CC – O Santuário de Fátima fez parte desde o início desta associação de santuários, através dos seus reitores. Nunca quisemos um protagonismo no conjunto dos santuários portugueses, que são uma realidade muito diversificada. Temos tido a felicidade 


 

 

de sermos os anfitriões dos encontros dos reitores dos santuários, no mês de janeiro. É também uma associação jovem, que tem de ser valorizada, porque os santuários são focos de atração turística e focos de dinamização da vivência cristã e de nova evangelização.

AE – Fátima continua a ter um papel central na reunião de diferentes grupos que dinamizam a pastoral da Igreja Católica em Portugal?

CC – Sim, mas sou suspeito, porque sou parte interessada.

Fátima tem, por um lado, a importância relacionada com o acontecimento sobrenatural que aqui teve lugar e é o “coração espiritual de Portugal”, para utilizar uma expressão do Papa Bento XVI, e por isso para aqui confluem movimentos e instituições eclesiais para as suas ações. E, por outro lado, tem a grande vantagem de uma certa centralidade geográfica e de ter as estruturas preparadas para o acolhimento. Por isso, ao longo do tempo, Fátima foi-se tornando o centro catalizador para as diversas atividades da Igreja em Portugal. Penso que continuará a sê-lo e o Santuário, pela sua parte, tem toda a disponibilidade para continuar a acolher a Igreja nas suas diversas instituições e no seu dinamismo para que aqui se reúna.

 

 

 

 

 

AE – Nessa disponibilidade, o pressuposto é: quem chega insere-se nas propostas celebrativas?

CC – O Santuário tem os seus próprios dinamismos para os quais convida aqueles que vêm. Mas aqueles que chegam têm os seus programas e têm sempre a possibilidade de, não se inserindo no programa do Santuário, desenvolver a sua ação de outro modo. Fátima tem espaço para toda a pluralidade!

AE – Também com a determinação de acolher expressões inter-religiosas?

CC – Fátima foi sempre um lugar de grande abertura. O recinto é imagem disso mesmo, é um recinto aberto. Nesse sentido, Fátima pode acolher quem vier. Mas Fátima é um Santuário Católico, tem essa especificidade, que acolhe todos os que chegam.

 

AE – Qual a disponibilidade do Santuário para acolher refugiados?

CC – Manifestamos a nossa total disponibilidade para acolher refugiados e comunicamos à Plataforma de Apoio aos Refugiados as condições de acolhimento. Temos um espaço preparado, com boas condições, para acolher os refugiados que possam vir.

 

AE – Quantos refugiados?

CC – Não definimos um número. Temos uma casa familiar, com muitos lugares, que pode acolher uma família numerosa ou duas famílias.

 

Imagem peregrina

AE – Qual o impacto da presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora nas várias dioceses de Portugal?

CC – Essa foi uma iniciativa abraçada desde o primeiro momento pelo episcopado português. A visita da Imagem Peregrina não abre noticiários, mas o impacto que está a ter tem sido incrível e enorme. Em todas as dioceses.

Antes desta iniciativa houve uma outra, direcionada às comunidades contemplativas, que foi também uma bênção pelo modo como estas comunidades viveram esta visita.

Mantemos a expectativa de que Nossa Senhora vai visitar e também convidar para que depois venham ao seu Santuário para a celebração do centenário.

 

 

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