04 - Editorial:

    Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Opinião:
     D. Manuel Linda

22 - Opinião:
     António Rego

24 - Opinião:
     José Luis Gonçalves

26 - Semana de..

     Carlos Borges

28 - Dossier

      Celebrar a Eucaristia


   

 

30 - Entrevista

      Manuel Morujão

54 - Multimédia

56 - App Pastoral

58 - Estante

60 - Concílio Vaticano II

62 - Agenda

64 - Por estes dias

66 - Programação Religiosa

67 - Minuto Positivo

68 - Liturgia

72 - Jubileu da Misericórdia

74 - Fundação AIS

76 - LusoFonias

Foto da capa: Diocese de Aveiro

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
Diretor: Padre Américo Aguiar
Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.
Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D
1885-076 MOSCAVIDE.
Tel.: 218855472; Fax: 218855473.
agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Opinião

 

 

 

 

Igreja distingue Walter Osswald

[ver+]

 

 

 

 

 

 

 

Dia Mundial das Missões 2016

[ver+]

 

 

 

 

 

Feriado de regresso

[ver+]

 

 

 

 

 

D. Manuel Linda| António Rego | José Luis Gonçalves | José Silva Lima | Abílio Araújo |Octávio Carmo | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernando Cassola Marques

 

A fé na praça pública

  Octávio Carmo  
  Agência ECCLESIA   

 
 

 

 

Pode um dos discursos mais ‘diabolizados’ do pontificado de Bento XVI ser uma influência de peso no pontificado do Papa Francisco? Recuemos a 12 de setembro de 2006, quando o agora Papa emérito falava na Universidade de Ratisbona, no contexto do regresso à sua Baviera natal, lamentando que a sociedade ocidental cultivasse uma razão “surda” diante do divino, remetendo a religião para o âmbito da “subcultura”. Fechada ao diálogo, portanto.

O tema tem marcado várias das respostas que o sucessor de Bento XVI tem dado quando confrontado pelos jornalistas sobre os problemas ligados ao fundamentalismo religioso, ao diálogo entre culturas e ao papel dos crentes na praça pública.

 

 

Francisco pediu na sua mais recente entrevista que a laicidade do Estado seja respeitadora da liberdade religiosa, incluindo a liberdade de exteriorizar a própria fé. Ou seja, que não remeta a convicção, a fé, para o âmbito do estritamente religioso, mas reconheça vez e voz aos crentes, com as posições que a sua consciência lhes dita. E aqui, mais uma vez, surgiu o tema das “subculturas”, como há tinha acontecido em viagens internacionais à Ásia e aos EUA.

A posição compreende-se: o terror e o medo criam o pânico, a rejeição, a desconfiança, levam a que o património das religiões seja esquecido, diabolizado, como se os vários credos fossem inimigos da humanidade em vez de referências 

 

da defesa e promoção da dignidade humana, de valores fundamentais para a convivência social.

A voz dos Papas fala por todos os crentes que não aceitam ser cidadãos de segunda e esperam que o mundo não desperdice a sua força de paz e de amor. A liberdade religiosa transcende os lugares de culto, a esfera individual, rejeitando as tentativas de afastar os crentes da esfera pública.

O direito de expressão na esfera pública passa também pelo reconhecimento de feriados, como tem acontecido em Portugal. O regresso da celebração do Corpo de Deus à quinta-feira é uma boa notícia, para mais porque é uma festa com um forte caráter público, de celebração na cidade e com a cidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um ponto vermelho assinala o local onde se terá despenhado o avião Airbus A320-200 da EgyptAir, esta quinta-feira, com 66 pessoas a bordo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- “Espero que haja diálogo, uma convergência de posições que permita aquilo que todos queremos, as crianças, os jovens, as famílias, os professores, o pessoal docente, as escolas, que é previsibilidade, como é que isto vai ser. E certeza, ou seja, estabilidade”, Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, sobre o financiamento às escolas privadas (RTP, 14.05.2016)

 

- “A extrema-esquerda radical geringonçou mesmo a sério”, José Ribeiro e Castro, político do CDS, sobre a aprovação no parlamento da maternidade de substituição, mais conhecida como “barrigas de aluguer” (Económico, 15.052016)

 

- “A República de Abril oferece todas as liberdades, mas esqueceu-se que é necessário criar cidadãos, sobretudo através da educação. Pouco se fez para que a cidadania adulta, exigente e participativa existisse”, Ramalho Eanes, antigo presidente da República Portuguesa (Público, 16.05.2016)

 

- “Repudiamos este tipo de comportamentos e temos de deixar que as entidades judiciárias façam o seu trabalho. O futebol não é isto e não podemos deixar que manche aquilo que não é a realidade do futebol português”, Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol, sobre o caso “Jogo Duplo”, de viciação de resultados nas competições nacionais (Mais Futebol, 17.05.2016)

 

 

Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes distingue Walter Osswald

 

A Igreja Católica atribuiu este ano o Prémio ‘Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes’ ao médico Walter Osswald, distinção que vai ser entregue na 12.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, a 4 de junho, em Fátima. “Foi uma grande surpresa, 

 

 

porque nunca esteve nas minhas  projeções vir a receber este prémio, mas também o recebo com contentamento, ainda que me pareça uma atribuição excessiva, dada a modéstia da minha contribuição”, declarou o galardoado ao

 

 

 

 

 

 

Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC). 

O prémio ‘Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes’ foi instituído pela Igreja Católica para distinguir “um percurso ou obra que refletem o Humanismo e a experiência cristã”.

Walter Osswald considera que “não é possível” que exista conflito entre existência e fé porque são realidades que estão em planos diferentes. “As ciências naturais fazem-se na investigação objetiva, com uma realidade concreta, enquanto a fé é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, uma conquista do homem, conquista esta que não se contrapõe à razão, dado que a ultrapassa largamente”, acrescentou o médico e especialista em Bioética.

O vencedor da edição de 2016 do Prémio Árvore da Vida mostrou a convicção pessoal de que a eutanásia não vai ser despenalizada em Portugal. "Julgo que se trata, sobretudo, de um movimento que é animado por alguns nomes conhecidos mas que não tem substrato no sentimento generalizado da população", referiu ao SNPC.

Walter Friedrich Alfred Osswald nasceu a 20 de setembro de 1928, 

 

no Porto; licenciou-se em Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em 1951, tendo concluído o doutoramento, na mesma instituição, em 1958.

As principais áreas de estudo do mais recente galardoado com o Prémio ‘Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes são a Farmacologia, a Terapêutica (ensaios clínicos) e a Bioética que ligou a outras áreas como a Filosofia e Direito, no âmbito da qual foi o primeiro detentor da Cátedra Unesco em Portugal.

O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura destaca a “dedicação” de Walter Osswald “às causas humanistas” que perpassa “toda a sua vida e obra” e do seu percurso salienta também que foi o autor “dos primeiros manuais” de Bioética e de Farmacologia e Terapêutica, em Portugal.

O galardão concedido pelo SNPC e o prémio no valor de 2500 euros com o patrocínio do Grupo de Comunicação Renascença vão ser entregues na 12.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, que tem como tema ‘Cultura e Economia: Implicações e desafios’ e se vai realizar na Casa ‘Domus Carmeli’, em Fátima. 

 

 

 

Mais de 13 mil pessoas recorrem mensalmente ao apoio da Cáritas

Mais de 13 mil pessoas estão a recorrer mensalmente ao apoio da Cáritas Portuguesa, revela o relatório mais recente da organização católica, relativo a 2015. Segundo dados do Núcleo de Observação Social da Cáritas Portuguesa, publicados online, o organismo registou no último ano 161379 atendimentos, mais 771 em relação ao ano anterior.

Um número que permite concluir que, em média, 13448 pessoas recorrem por mês à ajuda da Cáritas. No que toca às famílias, foram atendidas no total 66386, o que perfaz uma média de 5 mil agregados por mês.

O documento permite concluir que “em 2015 houve uma estabilização nos valores dos atendimentos reportados, após o grande crescimento verificado em 2014 face a 2013".

Quanto às causas para o recurso aos apoios, a Cáritas aponta sobretudo problemas relacionados com baixos rendimentos, falta de condições para o pagamento de bens como a alimentação, a água e o gás. Outras questões registadas apontam para questões relacionadas com 

 

 

a família, com a habitação, com a saúde e a educação.

Recorde-se que em 2014, o relatório de atendimentos da Cáritas revelou um crescimento de 19 por cento nos apoios às famílias; e de 15,5 por cento relativamente às pessoas.

Sobre a realidade das dioceses, o relatório 2015 destaca Algarve, Coimbra, Viana do Castelo e Vila Real como as regiões que registaram uma subida mais acentuada no número de atendimentos.

Vila Real persiste como a diocese onde, nos últimos anos, se registou um agravamento mais preocupante, com mais de 22 mil pessoas atendidas, em comparação com as cerca de 3 mil em 2013.

 

 

 

 

Escolas particulares temem consequências de cortes nos contratos de associação

A Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular (AEEP) alertou hoje em conferência de imprensa para as consequências financeiras e sociais dos cortes previstos pelo Governo nos contratos de associação, incluindo o desemprego de mais de mil professores.

António José Sarmento, presidente da direção da AEEP, lamentou na sua intervenção a falta de “diálogo relevante” sobre os contratos de associação, tendo sido comunicada uma decisão que implica “374 turmas a menos, 9811 alunos sem escola, 1026 professores sem trabalho”, custando “31 milhões de euros em indemnizações”.

“Na generalidade dos casos, isto significa que os colégios não poderão iniciar o ano letivo por falta de capacidade, estimando-se o encerramento de 57% destes colégios. Estão efetivamente em causa mais de 19 mil alunos e 2 mil postos de trabalho”, acrescentou.

O diretor-executivo da AEEP, Rodrigo Queirós e Melo, lembrou os professores com “20, 25 anos de casa, que, se nada for feito, vão para o desemprego”.

 

Paulo Santos, do Movimento de Escolas Privadas com Ensino Público Contratualizado (MEPEPC), afirmou por sua vez que os cortes vão atingir 9800 famílias e “pôr no desemprego 1026 professores, diretamente”.

“Se considerarmos que algumas destas escolas podem não conseguir abrir em setembro, isto será muitíssimo maior”, advertiu.

A secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, confirmou esta terça-feira que metade dos colégios com contratos de associação não vão ter mais financiamento do Estado para abrir turmas de início de ciclo (5.º, 7.º e 10.º ano) já a partir do próximo ano lectivo.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais de duas mil pessoas na «Caminhada pela Vida» 2016

 

 

 

Apresentação da Semana da Vida por Elsa Irédio e Ricardo Irédio 

 

 

Papa elogia crescente presença feminina
na ação missionária

 

O Papa Francisco saudou a “crescente presença feminina” na ação missionária da Igreja Católica, numa mensagem divulgada pelo Vaticano. “Sinal eloquente do amor materno de Deus é uma considerável e crescente presença feminina no mundo missionário, ao lado da presença 

 

masculina”, refere, na mensagem para o Dia Mundial das Missões 2016, que se celebra em outubro.

O texto intitulado ‘Igreja missionária, testemunha de misericórdia’ assinala que muitas mulheres, leigas ou consagradas, estão empenhadas em vários campos da missão, desde 

 

 

 

“o anúncio direto do Evangelho ao serviço sociocaritativo”. “Ao lado da obra evangelizadora e sacramental dos missionários, aparecem as mulheres e as famílias que entendem, de forma muitas vezes mais adequada, os problemas das pessoas e sabem enfrentá-los de modo oportuno e por vezes inédito”, sublinha o Papa.

Francisco elogia, a este respeito, uma acrescida atenção “centrada mais nas pessoas do que nas estruturas” e o “cuidado dos pobres”, a “capacidade de empatia com os mais pequenos, os descartados, os oprimidos”.

A mensagem reflete sobre a importância de apresentar a mensagem cristã a quem não a conhece, “num diálogo respeitoso por cada cultura e convicção religiosa”. “Cada povo e cultura tem direito de receber a mensagem de salvação, que é dom de Deus para todos”, escreve Francisco.

 

O Papa considera que essa intervenção dos missionários é ainda mais necessária em contextos de “injustiças, guerras, crises humanitárias”. “Os missionários sabem, por experiência, que o Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e reconciliação, justiça e paz”, explica.

A mensagem liga o Dia Mundial das Missões de 2016 à celebração do Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), convidando os católicos a “levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus a toda a família humana “.

O Dia Mundial das Missões cumpre este ano o seu 90.º aniversário e o Papa Francisco recorda que as dioceses católicas são chamadas a destinar as ofertas que se recolhem nessa data às “comunidades cristãs necessitadas de ajuda”.

 

 

Todos somos convidados a ‘sair’, como discípulos missionários, pondo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira. Em virtude do mandato missionário, a Igreja tem a peito quantos não conhecem o Evangelho, pois deseja que todos sejam salvos e cheguem a experimentar o amor do Senhor.

Papa Francisco

 

Papa saudou crianças órfãs e refugiadas vítimas da guerra na Ucrânia

O Papa lançou um apelo à paz na Ucrânia, perante um grupo de crianças vítimas da guerra neste país que participaram na audiência pública na Praça de São Pedro. “Saúdo com particular afeto as crianças ucranianas, órfãos e refugiados por causa do conflito armado que ainda persiste no leste do país”, declarou, numa intervenção posteriormente traduzida para ucraniano.

Pela segunda vez em menos de um mês, Francisco recordou o conflito que se arrasta desde novembro de 2014, em particular no leste da Ucrânia, colocando em confronto grupos separatistas pró-russos 

 

 

e as forças de Kiev pelo controlo de território. “Por intercessão de Maria Santíssima, renovo a minha oração para que se chegue a uma paz duradoura, que possa aliviar a população tão provada e ofereça um futuro sereno às novas gerações”, pediu o Papa.

A 24 de abril, Francisco promoveu uma coleta especial em favor da população da Ucrânia, em todas as igrejas católicas da Europa.

Desde a queda de Viktor Ianukovitch, que tinha decidido renunciar a um acordo comercial com a União Europeia, a população da península da Crimeia optou pela secessão com a Ucrânia e outras regiões têm manifestado a mesma pretensão.

 

 

 

«Ignorar o pobre é desprezar Deus»

O Papa alertou no Vaticano para a necessidade de ajudar os “pobres da terra”, afirmando que “ignorar o pobre é desprezar Deus”. “Ignorar o pobre é desprezar Deus, temos de aprender bem isto, ignorar o pobre é desprezar Deus”, insistiu, durante a audiência pública que decorreu esta quarta-feira na Praça de São Pedro, perante milhares de peregrinos.

Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre a misericórdia, Francisco lamentou que “tanta gente finja não ver os pobres”. “Para eles, os pobres não existem”, observou.

A intervenção ligou a misericórdia de Deus à misericórdia de cada pessoa para com o seu “próximo”. “Quando esta falta, também a misericórdia de Deus não encontra espaço no nosso coração fechado, não pode entrar. Se eu não abrir a porta do meu coração ao pobre, essa porta permanece fechada, mesmo para Deus, e isto é terrível”, declarou.

O Papa partiu de uma passagem do Evangelho de São Lucas, na qual Jesus apresenta a parábola do homem rico e do pobre Lázaro, ao qual o rico não prestou atenção. “Nenhum mensageiro e nenhuma mensagem poderão substituir

 

 

 os pobres que encontramos no caminho, porque neles se encontra o próprio Jesus”, assinalou.

Segundo Francisco, a figura de Lázaro - que ao contrário do homem rico é tratado pelo seu nome próprio - “representa bem o grito silencioso dos pobres de todos os tempos e a contradição de um mundo cujas imensas riquezas e recursos estão nas mãos de poucos”.

O homem abastado retratado na parábola de Jesus, explicou o Papa, viveu “fechado” no seu mundo de luxo, sem ter em conta a lei de Deus ou o sofrimento dos próximos. “Será condenado, portanto, não pelas suas riquezas, mas porque foi incapaz de sentir compaixão por Lázaro e de o socorrer”, precisou.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Mais do que uma reforma, o caminho do Papa é um «processo
com muitos riscos» - Andrea Riccardi 

 

 

 

Vídeo: Audiência geral (peça do programa de hoje)

 

 

Deus exagerou?

  D. Manuel Linda    
  Bispos das Forças   

  Armadas e Forças de  

  Segurança  

 

Creio bem que, por alturas deste tempo de primavera, nunca passei o Marão –e passei-o tantas, tantas vezes…- sem que me surgisse, lá do íntimo, um irreprimível “Louvado seja Deus”, tal o deslumbramento daquela enorme montanha toda vestida de amarelo pelas giestas floridas. Isso não quer dizer que seja diferente ou mais religioso que os outros: é simplesmente algo que formatou a minha personalidade desde pequenino.

Para além da minha família, para isso muito contribuiu o “Ti Adriano”, um assalariado que ganhava o dia a tratar o nosso quintal. Lembro-me que, um dia, perante a variedade do que ele plantava, devo ter dito qualquer coisa que lhe arrancou este comentário: “Nosso Senhor dá-nos tudo. Acho que até nos dá mais do que aquilo que nós precisamos. Menino, olhe estas rosas, tão lindas. E nem sequer precisamos delas para as comer!”. Para a mente iletrada deste cavador, Deus «exagerou» tanto em quantidade como em beleza.

Há uns tempos, rememorei esta lição. Em companhia de família amiga, foi-me dado contemplar 

 

 

 

as colossais ravinas caprichosamente formadas pela lava de um vulcão de milénios e milénios. É um espetáculo de contemplar de boca aberta. Por isso, esse miradouro enche-se diariamente de legiões de turistas que, de câmara na mão, intentam fixar, para consumo privado, a beleza que Deus lá colocou. Pois as duas filhas do casal, uma adolescente e outra pouco mais, nem sequer quiseram sair do carro, agarradas como estavam às mensagens do telemóvel. Tão-pouco a ideia de uma «selfie», sugerida pelo pai, foi capaz de as demover.

De seguida, visitamos uma estufa de cactos, que um «poeta» cultiva com o esmero com que se educa um filho. Novo assombro: não imaginava tantas variedades, desde verdadeiras árvores até minúsculas criaturas. E de formas, cores, flores tão distintas e tão belas! Mas para as meninas, isso era «música celestial» na qual os seus  

 

 

ouvidos não estavam interessados.

E fiquei a pensar nisto. Para os teólogos mais clássicos, a via da beleza é uma das grandes formas de acesso a Deus. Pelo menos, obriga a pôr a questão sobre a origem do que existe. E, deste questionar, nasce a religião. E hoje? Numa sociedade que se divorciou da natureza e se refugia no quarto perante o pequeno ecrã de um telemóvel, como gerar a admiração que abre para um Ser superior? É que os fios que trazem a eletricidade que sustem a cultura das nossas crianças e adolescentes continuam a ter duas pontas. Mas se uma chega até à pessoa, não me conta que a outra ligue diretamente a Deus…

Entretanto, continuo a crer, como insinuava o Ti Adriano, que Deus exagerou na sua obra. Mas, agora, dou-me conta de mais: a plenitude da beleza, a criação mais espantosa, é a sua e nossa Mãe, Maria de Nazaré.

 

 

O diálogo, o debate e o conflito

  Cónego António Rego   

 

 

Umberto Eco conta na “construção do inimigo” que um taxista paquistanês lhe perguntou quais eram os inimigos de Itália e ele respondeu que a Itália não tinha inimigos, não estava em guerra. Já depois de sair do taxi, Eco reparou que não tinha respondido bem. Havia duras rivalidades entre cidades, regiões, quezílias históricas não resolvidas e uma série de conflitos acumulados que não se dirimiam com exércitos clássicos  e armas convencionais mas que em paz não estavam.

E por aí diante. Esta invenção  do inimigo no ser humano parece universal, histórica e permanente apesar de se celebrar o dia da paz, se dar o abraço da paz, se rezar e cantar votos e pedidos de paz e todos se reconhecerem como portadores de paz.

Entrando no nosso terreno, somos declaradamente um país pacífico que os turistas adoram. Mas a noite causa cada vez mais medo, as casas isoladas são perigosas, as janelas em muitos sítios parecem cadeias para não deixar entrar os ladrões, as notícias de violência abrem e fecham os jornais e telejornais, as estatísticas de agressões domésticas e na rua dão-nos uma sensação de insegurança e sobretudo a noção de que isto não tem cura e que caminhamos para uma sociedade que é menos comunidade, que se diz mais livre mas na prática parece mais libertina e sem regras de convivência. Até o nosso sol  nos castiga por escassez ou excesso e qualquer coisa corre mal nesta máquina complexa que é a sociedade dos nossos dias que proclama imensos valores mas vai deixando que 

 

 

 

o espetáculo do terror ocupe o primeiro plano das nossas vidas.

Podemos descer dois ou três degraus e perguntar nos considerandos no conflito sem sangue mas cheio de violência nas comunicações digitais, nos blogues, nas redes sociais, nos comentários, nas participações em direto da rádio ou televisão, para não falarmos da quase necessidade do conflito verbal nos partidos políticos, nos discursos vistos e ouvidos na assembleia, onde o argumento que esmaga o adversário ou a sua ideia é o mais vistoso e querido. Para não falar das raivas que se vomitam nos gritos dos estádios, catarse de problemas pessoais não resolvidos.(Também é verdade que em muitas matérias somos quase angélicos em comparação com o que sabemos lá de fora!!)

Por exagero se dirá que podemos viver sem pão mas não sem circo.Dirão os psicólogos que o conflito faz parte do nosso instinto de defesa e torna estimulante a vida social que seria morna e sufocada sem  tempero  

 

do diálogo quente, o debate frontal e duro e até ao conflito declarado sujeito às regras da civilização.

Olhando este todo e colocando ao lado da proposta do Evangelho e da doutrina da Igreja parece estarmos perante um contraste arrepiante que realça  a função dos cristãos como portadores de pacificação. Mas olhando para dento precisamos  enfrentar o quanto de conflito sem debate nem diálogo pode existir dentro das Igrejas, duma forma limada, quase aristocrática mas não menos isenta de intriga e intolerância,  em língua afiada como espada, o que tão fortemente tem sido denunciado pelo Papa Francisco como uma facada no coração da caridade. Por isso também nos diz respeito a interpelação da invenção do inimigo subtilmente cultivada por aqueles que são por essência portadores da paz – os cristãos. Podem conviver cristãmente o diálogo e o debate sem obrigação de se converterem em conflito.

 

 

Educação: os impasses de sempre nesta conjuntura exigem compromissos

  José Luís Gonçalves    
  Escola Superior  
  de 
 Educação   
  de Paula Frassinetti
   

 

O conflito que foi politicamente aberto na educação com a cessação abrupta de uma boa parte dos contratos de associação que o Estado livremente celebrou com algumas escolas não estatais trouxe de volta fantasmas ideológicos adormecidos, agora sob pretexto de argumentos de natureza legal e de racionalidade económica.

Este conflito dá-se numa conjuntura de fatores sociodemográficos, financeiros, políticos e culturais recentes: o declínio demográfico acentuado - há menos crianças, logo haverá menos escolas; os fenómenos aparentemente contraditórios entre concentração e mobilidade urbana – o local de residência e de trabalho não coincidem; a necessidade de justificar politicamente o investimento financeiro feito em escolas e o agrupamento destas em organizações descaracterizadas; a pressão internacional que enfrentamos para baixar percentagens ainda elevadas de absentismo e de insucesso escolar e melhorar as performances nas estatísticas internacionais; a necessidade de as escolas se diferenciarem positivamente umas das outras para serem escolhidas pelas famílias - tal como acontece com as escolas privadas, as escolas estatais de um mesmo território já competem entre si por alunos; a inspiração capitalista e elitista que embasa algumas escolas privadas quando se movem na educação como se de um qualquer outro “mercado” se tratasse…

 

  

A discussão em curso não raras vezes esquece os seus verdadeiros protagonistas - as crianças (alunos) e as suas famílias - e a razão de ser constitucional do sistema educativo – garantir a liberdade de aprender e ensinar (art.º 43.º) e o direito universal ao ensino e à igualdade de oportunidades de acesso e de sucesso escolar (art.º 74.º). Na persecução destas finalidades, as políticas de educação devem observar os princípios constitucionais da solidariedade (nenhuma criança pode ser deixada de fora) e da subsidiariedade (o Estado não deve substituir-se, antes, deve apoiar quem presta serviço público de educação - art.º 6º).

Na ótica da superação do impasse em que, mais uma vez, nos encontramos, talvez valha a pena propor duas ideias-âncora à volta das quais poderia ser  

 

possível estabelecer um diálogo fecundo entre todas as partes envolvidas: a) criar redes de escolas que prestam «serviço público de educação» (não confundir com escola pública/estatal - todas são bem vindas); b) estabelecer contratos de autonomia-confiança-compromisso entre estas escolas, as famílias e as comunidades locais que perseguem efetivamente o «bem público» da educação. Introduz-se, por esta via, liberdade de escolha, deixando que sejam as famílias a optar pela escola com o melhor projeto educativo para os seus filhos, assegurando-se, em todo o caso, o acesso a crianças/famílias com condições especiais de vulnerabilidade (exclusão, insucesso, NEE).

 

 

«Isto é um Toledo»…

  Carlos Borges   
  Agência ECCLESIA   

 

 

 

Não sei se a “expressão” «isto é um Toledo» existe na gíria popular nacional para algo espetacular mas surgiu no meu vocabulário porque aproveitei uma folga para ir a Espanha, uma visita relâmpago, de reconhecimento, por Salamanca, Segóvia, Madrid e Toledo.

Toledo, a cidade espanhola Património da Humanidade (1986) da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), transpira história. Foi muito bem recomendada e é, indiscutivelmente, melhor ao vivo e a cores. Realmente foi “um toledo”, se isso de alguma forma significar, como para nós, espetacular, grandiosa, entusiasmante, onde, mesmo com chuva, apetece visitar tudo na cidade das três religiões – cristianismo, Islão e judaísmo - sinagogas, mesquitas, igrejas, conventos, praças e casas.

Sabiam que a igreja de Santo Tomé, onde está

o famoso ‘O Enterro do Conde de Orgaz’

do pintor grego ‘El Greco’, tem uma

 

 

 

imagem de Nossa Senhora de Fátima, como em muitos outros lugares do mundo, e que também sai nas procissões.

Como hoje é Dia Internacional dos Museus (quando escrevo este artigo) não posso deixar de recordar deliciado a Catedral de Madrid, de Santa Maria a Real de Almudena. 6€ dá acesso ao museu e a subir à cúpula de onde se vê a capital espanhola toda, ou quase. Um valor irrisório porque, para além do património histórico, pode-se contemplar e ficar de boca aberta com as obras do padre jesuíta Marko Rupnik na Sala Capitular e na Sacristia maior. [O sacerdote esloveno é também o autor do painel de 500 metros quadrados em ouro e terracota da Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima.] 

O Dia Internacional dos

 

Museus já passou mas este sábado, dia 21, assinala-se a Noite dos Museus. Se Espanha fica longe por cá os espaços da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) têm entrada livre e amanhã vão estar abertos a partir das 17h30.

Esta semana ficou marcada pela conquista do 35.º campeonato nacional de futebol pelo Sport Lisboa e Benfica, também carinhosamente conhecido por ‘Glorioso’. Mas, antes que perca o fio à meada, o Museu Benfica – Cosme Damião dos tricampeões nacionais também se associou à Noite Europeia dos Museus e “promete muita animação” este sábado, entre as 18h00 e as 24h00.

“A entrada é gratuita para todos os visitantes”. Acho que já tenho programa para depois do trabalho, certamente, «vai ser um Toledo».

 

 

O Dia Internacional dos

 

O Dia Internacional dos

 

 

 

Originária do século XIII, a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo começou a ser celebrada em 1246 na cidade de Liège, na atual Bélgica. Inicialmente, a celebração assumiu-se como uma resposta a determinadas posições que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia e terá chegado a Portugal no final do século XIII, adotando progressivamente a denominação de Festa de Corpo de Deus.

A afirmação desta festa coincidiu com o auge da sociedade de cristandade no Ocidente. Hoje, após um interregno no feriado nacional, pode voltar a ser celebrada em Portugal na quinta-feira. As tradições e o sentido da celebração estão em destaque neste dossier, que alarga o olhar sobre a importância da devoção eucarística e o congresso nacional sobre o tema, que Fátima vai acolher no mês de junho.

 

 

 

 

 

 

 

Viver a Eucaristia, fonte de misericórdia

 

 

 

 

 

 

A Igreja Católica em Portugal vai viver o seu Congresso Eucarístico Nacional

(CEN) com o tema «Viver a Eucaristia, fonte de misericórdia». O encontro realiza-se entre 10 e 12 de junho em Fátima, no âmbito do Jubileu da Misericórdia e do Centenário das Aparições em Fátima, e espera-se mais de “meio milhar” de congressistas.

O padre jesuíta Manuel Morujão, que coordenada a pedido da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) o grupo promotor do CEN, em entrevista à Agência ECCLESIA, assinala que a importância da Eucaristia na vida de um fiel cristão “é central e essencial, muito simplesmente porque a Eucaristia é Cristo”.

As entidades promotoras do Congresso Eucarístico Nacional 2016 são a CEP, representada pelo seu secretário e porta-voz, padre Manuel Barbosa; o Santuário de Fátima, representado pelo vice-reitor, o padre Vítor Coutinho, e pelo diretor do Serviço de Liturgia, padre Sérgio Henriques, e o Secretariado Nacional do Apostolado da Oração, pelo seu diretor o padre António Valério.

 

 

 

 

Agência Ecclesia (AE) – Importância do Congresso Eucarístico Nacional para os agentes pastorais e demais pessoas a quem cheguem as suas reflexões?

Padre Manuel Morujão (MM) – A Eucaristia, como afirma o Concílio Vaticano II, é «o centro e o cume de toda a vida cristã». Um Congresso Eucarístico pretende ser uma ajuda, através de celebrações e do aprofundamento de certos temas, para que a Eucaristia tenha a devida importância na vida dos cristãos e especialmente de todos os agentes de pastoral, sejam sacerdotes ou leigos.

 

AE – Como foi preparado o programa. O que é que a organização privilegiou: Temas, os intervenientes e porquê a sua escolha?

MM – A organização privilegiou temas relacionados com o Ano Jubilar da Misericórdia e com a mensagem de Fátima. Com o Ano Santo da Misericórdia, porque julgamos ter sido providencial que o Papa Francisco tenha convocado a Igreja para esta celebração.

 

 

Os noticiários bombardeiam-nos com histórias de impiedosa anti-misericórdia e os cristãos no mundo devem ser luz na escuridão da falta de misericórdia: terrorismos e guerras, escravidões e tráfico de pessoas, violência doméstica e de rua, ódios clubísticos, ideológicos e até religiosos. Por outro lado, estamos entrando no centenário das aparições de Fátima, que aliás têm uma mensagem muito centrada na misericórdia de Deus.

 

AE – Qual a importância da Eucaristia na vida dos fiéis?

MM – A importância da Eucaristia na vida de um fiel cristão é central e essencial, muito simplesmente porque a Eucaristia é Cristo. A Eucaristia não é uma santíssima coisa ou uma preciosa relíquia, mas o próprio Cristo que viveu cerca de 33 anos no mistério da sua encarnação humana.

Costumo aproveitar a fórmula do tradicional juramento para afirmar neste contexto: a Eucaristia é Cristo, só Cristo, todo o Cristo e nada mais do 

 

 

 

 

 

 

que Cristo. Portanto, não podemos ser cristãos não eucarísticos, pois isso seria uma contradição.

A celebração e comunhão eucarística devem levar-nos a uma identificação com o estilo de vida de Cristo, que viveu para amar e servir começando

 

pelos que mais precisavam: pobres, doentes, pecadores, marginalizados. O Cristo que celebramos e recebemos na Eucaristia é pois «fonte de misericórdia», de amor e serviço, como explicita o tema geral deste congresso.

 

 

 

 

AE – O Congresso Eucarístico Nacional realiza-se no âmbito do Jubileu da Misericórdia e do Centenário das Aparições em Fátima (100 anos da aparição do anjo aos pastorinhos). Como é que os dois acontecimentos estão presentes no congresso? (Desde logo têm visibilidade no tema e no cartaz.).

MM – A ligação entre os dois acontecimentos é espontânea e natural. A Eucaristia representa, ou seja, torna presente, o ato supremo da misericórdia de Deus que dá a vida por nós na cruz do calvário.

O Papa João Paulo II, na sua última Encíclica que foi sobre a Eucaristia, tem uma exclamação que me ficou na memória: «Mistério grande, mistério de misericórdia! Que mais poderia ter feito Jesus por nós?!». Na 3.ª aparição do anjo aos pastorinhos de Fátima, no outono de 1916, este apresentou-se com o cálix e a hóstia, que depois lhes deu a comungar, ensinando-lhes uma oração vincadamente trinitária e eucarística. Também as aparições de Nossa Senhora, em 1917, têm uma 

 

clara vertente eucarística, tornando os pastorinhos devotos da Eucaristia: «Meu Deu, meu Deus, eu vos amo no Santíssimo Sacramento» (exclamação dos pastorinhos, logo na 1.ª aparição de 13 de maio).

 

A última aparição, que nos relata Lúcia nas suas memórias, deu-se a 13 de junho de 1929, em Tuy, na casa das Irmãs Doroteias, num contexto eucarístico e mariano, em que tudo se resume nas letras que apareceram, qual legenda deste quadro: «Graça e Misericórdia». O tema da Eucaristia e da Misericórdia fazem parte do núcleo central da mensagem de Fátima.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – Querem promover uma campanha de recolha/doação de sangue. Porquê este gesto concreto? Como surgiu esta iniciativa e como é que se vai realizar?

MM – «Dar sangue é dar vida» é um pertinente refrão de campanhas de doação de sangue. Na Eucaristia celebra-se a doação da vida de Jesus, por inteiro e até ao fim, derramando o seu sangue pela salvação da humanidade. Por isso, o cristão deve ser particularmente sensível à necessidade da doação de sangue, muitas vezes urgente e premente, que experimentam os hospitais e centros de saúde para as necessárias transfusões.

É uma obra de misericórdia que se deve promover, pois todos um dia poderemos ter necessidade de uma transfusão de sangue. O modo de realização desta campanha será motivando as pessoas à doação de sangue próprio (para quem o pode fazer) ou inspirando outros (familiares e amigos) a que o façam. Dar-se-ão indicações práticas dos centros aos quais se dirigir com a finalidade de oferecer vida pelo sangue.

 

 

 

AE – Que importância tem/assume este encontro nacional no processo de renovação pastoral em curso?

MM – A renovação pastoral dá-se por pequenos passos e não é fruto de solenes decretos reais, pontifícios ou episcopais. A renovação pastoral precisa de orientações, programas, estratégias e planos. Mas isto é só o corpo da renovação. Para que o corpo da renovação funcione e seja fonte de vida é necessária a alma que vem pela oração, pelos sacramentos e, de um modo muito especial, pela Eucaristia, onde encontramos Cristo real e vivo, em primeira pessoa, que se nos dá em alimento.

Facilmente se cai na conta, mesmo sem fé, do bem que a Igreja faz nas suas múltiplas obras sociais. Mas o motor que faz movimentar toda a ação benéfica da Igreja vem de Cristo que a inspira e anima. Vem-me uma expressão, imperfeita e rude, mas que pode dar alguma luz: a Igreja funciona pelo carburante da Eucaristia, que é Cristo.

 

 

 

AE – Estamos a menos de um mês do início do Congresso Eucarístico Nacional 2016. Como está a ser a adesão, qual o número de inscrições?

MM – Já estão inscritas algumas centenas de pessoas. Os serviços do Santuário de Fátima, que estão encarregados de receber as inscrições, dizem-nos que os congressistas ultrapassarão o meio milhar. Os próprios bispos quiseram dar o exemplo, assumindo este congresso como as suas jornadas pastorais do presente ano.

 

 

 

AE – A Conferência Episcopal Portuguesa já promoveu três congressos eucarísticos – 1924; 1974 e 1999. Que caminho fez a Igreja Católica em Portugal desde o grande Jubileu do Ano 2000?

MM – A preparação, com várias fases muito bem estruturadas, e a realização do grande Jubileu do ano 2000, deu um grande impulso à Igreja católica para entrar com dinamismo no novo milénio.

Todas as dioceses têm os seus planos pastorais e não têm faltado

 

 

 

 

iniciativas de dinamização espiritual, sacramental e social. Mas seguramente que há ainda muito caminho a percorrer para concretizar o que o Papa João Paulo II chamou de «fantasia da caridade», com criatividade pastoral.

Precisamos de nos formatar como «Igreja em saída», saindo ao encontro dos que precisam das boas notícias do evangelho da alegria, como nos pede o Papa Francisco, o Papa da misericórdia.  

 

AE – A reposição dos feriados religiosos e civis suspensos em 2012 permite que este ano, já no dia 26 de maio, se assinale a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo - Corpo de Deus – na sua data específica, uma quinta-feira e 60 dias depois da Páscoa. Que significado tem a sua celebração voltar às ruas no seu dia litúrgico?

MM – Esta solenidade remonta já aos meados do século XIII, realçando que a Eucaristia é o centro da vida da Igreja, porque é o próprio Cristo. O nosso povo chama à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo a festa do Corpo de Deus, porque Deus encarnou na

 

nossa humanidade, fazendo-se um de nós, demonstrando até que extremo chega o amor de Deus por nós, pela nossa humanidade.

A Eucaristia atualiza o mistério da encarnação, cumprindo assim Jesus a sua promessa de ficar convosco até à consumação dos séculos. Esta celebração costuma ser assinalada com procissões, manifestando assim os cristãos a sua fé, expondo publicamente como que o tesouro ou a joia da coroa da sua fé que é Cristo, que se faz pão da nossa fome mais profunda.

O facto de esta festa voltar a ser celebrada numa quinta-feira, dia da semana em que foi instituída a Eucaristia, dá-lhe uma importância particular, pois não se trata de mais uma festa dominical, valorizando assim Cristo eucarístico, centro da nossa fé e vida.

 

 

IV Congresso Eucarístico Nacional

A Conferência Episcopal Portuguesa, o Santuário de Fátima e o Apostolado da Oração- Rede de Oração Mundial de Oração do Papa promovem o IV Congresso Eucarístico Nacional, que se realiza de 10 a 12 de junho, em Fátima.

A iniciativa, integrada nas celebrações do centenário das Aparições de Fátima, tem como tema “Viver a Eucaristia, fonte de Misericórdia” e é um momento privilegiado para os participantes aprofundarem a riqueza deste ano Jubilar, na sua relação com a Eucaristia e a Mensagem de Fátima.

Entre os oradores estão o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, e as Sociedades de Vida Apostólica, o cardeal brasileiro D. João Braz de Aviz; o presidente do Comité Pontifício para os Congressos Eucarísticos Internacionais, o arcebispo italiano D. Piero Marini; o bispo de Lamego, D. António Couto; a postuladora da Causa da Canonização dos Pastorinhos de Fátima, irmã Ângela Coelho; o professor José Eduardo Borges de Pinho, da Universidade Católica Portuguesa e o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, padre Francisco Couto.

 

O Programa para além de conferências inclui também momentos celebrativos e culturais.

É a primeira vez que este Congresso se realiza em Fátima, o que segundo a organização se deve ao facto da Mensagem de Fátima estar intimamente ligada à Eucaristia, tanto no que diz respeito às aparições do Anjo, em 1916, quer às de Nossa Senhora em 1917 e depois em Pontevedra (1925-1926) e em Tuy (1927-1929), em Espanha.

A sessão de abertura contará com a presença do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente e do Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto.

O programa, do Congresso começa com uma celebração integrada na peregrinação Anual das Crianças, na esplanada do Santuário, às11h00 do dia 10 de junho. As inscrições, a cargo do Santuário de Fátima podem ser efetuadas aqui ou através do email geral@congressoeucaristico.pt

 

Programa completo 

 

Festa com raízes medievais volta a ser feriado em Portugal

Os portugueses vão voltar a celebrar à quinta-feira, em dia de feriado nacional, a solenidade litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como Corpo de Deus, uma celebração com raízes medievais.

Desde o século XII, quase não há em Portugal cidade ou lugar que prescinda da celebração da festa do Corpo de Deus, invocadora do "triunfo do amor de Cristo pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia".

 

 

A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como "Corpo de Deus", começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula "Transiturus", em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.

Na origem, a solenidade constituía uma resposta a heresias que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia, tendo-se afirmado também como o coroamento de um movimento de devoção ao Santíssimo Sacramento.

Teria chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de 

 

 

 

Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo. Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente a uma quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.

Em 1311 e em 1317 foi novamente recomendada pelo Concílio de Vienne (França) e pelo Papa João XXII, respetivamente. Só durante a Idade Média se regista, no Ocidente, um culto dirigido mais deliberadamente à presença eucarística, dando maior relevo à adoração.

No século XII é introduzido um novo rito na celebração da Missa: a elevação da hóstia consagrada, no momento da consagração. No século XIII, a adoração da hóstia desenvolve-se fora da missa e aumenta a afluência popular à procissão do Santíssimo Sacramento. A procissão do Corpo e Sangue de Cristo é, neste contexto, a última da série, mas com o passar dos anos tornou-se a mais importante.

 

Do desejo primitivo de "ver a hóstia" passou-se para uma festa da realeza de Cristo, na "Christianitas" medieval, em que a presença do Senhor bendiz a cidade e os homens.

A "comemoração mais célebre e solene do Sacramento memorial da Missa" (Urbano IV) recebeu várias denominações ao longo dos séculos: festa do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo; festa da Eucaristia; festa do Corpo de Cristo. Hoje denomina-se solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, tendo praticamente desaparecido a festa litúrgica do "Preciosíssimo Sangue", a 1 de julho.

A procissão com o Santíssimo Sacramento é recomendada pelo Código de Direito Canónico, no qual se refere que "onde, a juízo do Bispo diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo" (cân 944, §1).

 

 

Corpo de Deus e o regresso dos feriados

 

No debate dos feriados, foi frequente ouvir quem estranhasse haver mais feriados religiosos do que civis. É normal que assim seja. Todos os países que estudei têm mais feriados religiosos do que civis. Não resulta de qualquer confessionalidade, mas da própria natureza das coisas.

Na origem, os feriados eram religiosos. Um feriado não é um dia de folga; mas uma celebração festiva que envolve toda a sociedade e, mercê deste envolvimento geral, se impõe

 

 

 ao Estado. É assim com festas cristãs nos países da nossa cultura. O mesmo acontece com as festas judaicas em Israel ou as muçulmanas nos países islâmicos. Só com a formação do moderno Estado nacional, surgiram os feriados civis: curiosamente, o Estado como que copiou o modo religioso, buscando “religar” toda a nação em torno de grandes valores colectivos, ancorados em datas ou acontecimentos: a paz, a liberdade, o trabalho, a independência, etc.

 

 

 

 

 

Agora, voltam o Corpo de Deus e, mais adiante, Todos-os-Santos, que nunca deveriam ter sido interrompidos. No plano civil, voltam também o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro, por que tanto me bati. Creio que a luta pelo 1º de Dezembro serviu de tractor para o regresso de todas as datas suprimidas – esse era também o propósito do movimento. O inconformismo contra a eliminação do feriado da independência nacional poria em crise o disparate cometido e levaria à sua correcção global logo que mudasse o ciclo político. Foi o que aconteceu.

Não se pense, porém, que os feriados haviam apenas sido “suspensos” – foram eliminados. Basta ler a lei, agora afastada. É facto que o Governo fez um acordo com a Santa Sé em que previa apenas a suspensão; mas o acordo foi logo violado e a lei publicada em 2012 estipulou a eliminação pura e simples. Reagi fortemente contra isso – e denunciei

 

 o caso. Daí, resultou uma revisão da lei em 2013 para aproximar as coisas do acordo celebrado. A lei passou a contemplar uma “reavaliação da eliminação” até 2017,o que obviamente não é o mesmo que uma suspensão.

Acabou, finalmente, a lamentável embrulhada; e temos de volta os nossos feriados e, com estes, a comemoração dos valores que representam.

No 1º de Dezembro, sei que a luta travada revigorou o espírito, a alegria e a projecção da festa da independência nacional. Que o mesmo aconteça com as festas do Corpo de Deus e de Todos-os-Santos. Um feriado não é um dia de folga. É dia para celebrarmos, em comunidade e com os nossos, o espírito que nos importa.

Só de nós depende fazer mais fortes estas festas – e, assim, impedir que mais alguém venha outra vez a querer suprimi-las. 

 

José Ribeiro e Castro

 

 

Corpo de Deus: um caso de religião e de liberdade religiosa

O Corpo de Deus é a festa da incarnação e da eucarístia. É a mais especificamente religiosa de todas as festas católicas: o Natal é o solstício de Inverno e a Família, a Páscoa é o novo ano. como na mamã judaica.

 

Em Portugal, o Corpo de Deus era feriado nacional praticante. O governo resolveu sacrificá-lo à necessidade de trabalharmos mais horas, para vencer a crise nacional, e a Igreja Católica aceitou essa violação da liberdade religiosa sob protesto e atendento às condições. O Corpo de Deus é hoje um feriado não praticante. A sua suspensão foi suspensa este ano. Como será na próxima crise financeira? Devemos agir: está em causa um aspeto tão desconhecido e tão central do cristianismo. Que ações devemos tomar para evitarmos nova suspensão?

 

A primeira ação é institucional: o Governo e os partidos políticos devem ser confrontados com a suspensão do feriado do Corpo de Deus e à 

 

inerente perturbação da liberdade religiosa: o catolicismo deve controntar publicamente as instituições estatais com a obrigação de elas declararem que só aboliram o feriado porque estavam a isso coatas. Devem ser convidados a esclarecer em que condicionalismo restabelecerão o feriado.  Esse convite deve ser frequente e não apenas na necessária carpidação anual quando nos lembramos que o feriado foi suspenso.

 

A segunda ação é religiosa: ao longo do ano litúrgico, a Igreja deve comemorar e informar os crentes sobre o significado do Corpo de Deus,incarnação e eucarístia, esse mistério terrível e central.

 

A terceira ação é prática: o catolicismo deve apresentar propostas concretas para manter a prática do Corpo de Deus, melhorando a liberdade religiosa e mantendo a questão na agenda pública, um plano B para uma eventual nova crise financeirqa. Em muitas cidades, uma das quais Lisboa, a festa estava viva. Para o evitar, 

 

 

 

 

 

compete ao catolicismo apresentar propostas concretas e exequíveis: o Governo deve ser convidado a dar tolerância de ponto aos seus funcionários para participarem em celebrações litúrgicas, na igreja ou em procissões. Câmaras municipais, juntas de freguesia e partidos das oposições devem ser confrontados com esta mesma proposta; dão tolerância de

 

 

 ponto para a celebração religiosa, mesmo que só em parte do dia? O catolicismo deve ainda abordar as associações sindicais e empresariais.  

 Este plano B revificará a festa do Corpo de Deus e aumenta-nos a probabilidade de a celebrarmos no futuro. 

 

Luís Salgado de Matos

 

A Solenidade do Corpo de Deus no Minho

Festa religiosa ao despontar do verão.

As aldeias/vilas/cidades vestem-se de festa, de chieira e de autoridades que gostam de marcar presença oficial. O Corpo de Deus é ocasião para afirmar o que é essencial: Deus está com todos e as populações dizem-no de forma muito festiva, como gostam: uma procissão com adereços de 

 

fidalguia, num cenário de enfeite de janelas, varandas, revestindo-se de colchas as moradias de todos os feitios. Nas aldeias é o Senhor que sai aos caminhos; nas vilas é tempo para se entapetar ruelas para o Senhor passar e nas cidades é a procissão que mostra as opas das confrarias das catedrais, os seminaristas como

 

 

 

 

 

 

trunfo do futuro e a devoção resguardada.

As procissões marcam esta solenidade: as procissões simples com os Meninos da Cruzada (ou outras organizações paroquiais eucarísticas), com as opas dos confrades do santíssimo e o pálio com a custódia mais ou menos valiosa e vistosa. Mostra-se o que valem os grupos corais que participam e cantam. Dignifica-se nas vestes que se envergam e é um dos barómetros da devoção ao Santíssimo Sacramento. No ciclo anual é a procissão da aldeia (da povoação) mais exclusivamente religiosa. E mantem-se.

Hoje as procissões não exibem a pompa de outrora em que as aldeias honravam o Senhor que as abençoava. Entretanto, depende da Pastoral que aí se desenvolve. Na religiosidade eclética que se enfrenta e desenvolve, este feriado/dia santo (na quinta-feira posterior à solenidade da Santíssima Trindade) continua a ser um dia de muita devoção: demonstrada quer pela riqueza das sedas que figuram nas janelas, quer pelos cânticos que são réplicas da intensidade da devoção 

 

que corre nas veias, quer pelas cores dos jogos florais que entapetam avenidas e adros. O colorido, a estética e a intensidade são ponteiros indicadores.

O Corpo de Deus diz PÃO sagrado, imprescindível para a vida no volver dos burgos, essencial na labuta quotidiana.

A festa do Corpo de Deus celebra-se muito nos perímetros envolventes das igrejas paroquiais e regista mais garbo nas vilas com procissão pelo meio da tarde ou nas cidades com ofício de vésperas próprio nas catedrais e presidência do Bispo, com os mais diretos colaboradores (cónegos ou simples conselheiros e clero da cidade). A solenidade remonta ao século XIII, rememorando a instituição da Eucaristia, como o recorda o primeiro evangelho no Cenáculo antes da agonia do Senhor Jesus (Marcos 14, 20-25). No fim do tempo pascal, ostenta a fé viva das comunidades, levando por diante o Pregão Pascal. Epicentro do mistério do ressuscitado: Pão de Deus para a vida do mundo.

 

José Silva Lima

 

Jesus, Eucaristia, levado para a vida

 

Sessenta dias depois de ter celebrado a festa anual da Páscoa a Igreja celebra a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como a Festa do Corpo de Deus.

Instituída no século XIII pelo Papa Urbano IV tem como objetivo essencial celebrar com destaque o mistério da Eucaristia onde Jesus 

 

 

Cristo se torna realmente presente no seu Corpo e Sangue e se dá em alimento a toda a humanidade.

A celebração do Tríduo Pascal começa com a celebração da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, na qual se faz a comemoração da instituição da Eucaristia, mas nessa altura toda a atenção e densidade celebrativas 

 

 

 

 

então centrada na Paixão, Morte e Ressurreição de Nossa Senhor Jesus Cristo.

A festa do Corpo de Deus, agora celebrada, centra-nos no mistério mais profunda da Eucaristia – Celebrada e adora – é o próprio Senhor que se nos dá por completo.

Neste dia são muitas as manifestações celebrativas e de adoração, tendo grande destaque as procissões que um pouco por todo a lado percorrem as ruas das diversas cidades, vilas e aldeias.

Na paróquia da Torreira, diocese de Aveiro, dada a sua configuração humana e geográfica a procissão além de percorrer algumas das ruas da vila, tem grande parte do seu itinerário pelas águas da Ria de Aveiro.

A celebração do Corpo de Deus começa com a Eucaristia, este ano, devido às marés, será às 09.00 horas, na Igreja de Nossa Senhora da Paz, depois segue-se a procissão eucarística até à Igreja Matriz.

Esta opção para a celebração surge da necessidade de unir toda a comunidade à volta de Jesus presente na Eucaristia, trazendo para o altar a realidade da vida quotidiana dos cristãos, e do altar levar Jesus para as suas vidas quotidianas.

 

A Eucaristia celebra-se no Templo, a Igreja, que é a casa comum de todos os cristãos, solenizado como o momento o exige, é dia de Festa, o Senhor permanece connosco. A procissão no seu percurso terrestre leve Jesus às nossas casas, abençoa os campos agrícolas e todo a trabalho desenvolvido pelo homem como colaborador da obra criadora de Deus.

Sendo a Torreira uma terra muito ligada ao Mar (a poente) e à Ria (a nascente) também o itinerário fluvial quer ter esta dimensão humana muito presente: por um lado aqueles homens e aquelas mulheres que diariamente buscam, nas aguas do Mar e da Ria, o justo sustento (pescadores, mariscadores…) por outro aqueles que buscam estas águas para gozarem o merecido descanso, são o trabalho e o lazer que se unem num belo hino de louvor a Deus criador e redentor.

Deus que na Eucaristia, celebrada e adorada, se dá totalmente aos homens recebe por parte destes o seu reconhecimento agradecido pelo seu Dom de amor.

 

Pe. Abílio Araújo

Pároco da Torreira

 

 

Reposição dos feriados

O primeiro-ministro de Portugal assinou a 28 de março a lei da Assembleia da República que restabelece  os quatro feriados nacionais suspensos em 2012, afirmando que a sua reposição é “um ato de pedagogia cívica”. “Temos a obrigação de comemorar as grandes datas nacionais com sentido patriótico, atitude contemporânea e capacidade de mobilizar e unir os portugueses”, disse António Costa na Sociedade Histórica para a Independência de Portugal.

A intervenção do primeiro-ministro de Portugal decorreu na cerimónia emblemática de referenda da Lei da Assembleia da República que repõe quatro feriados nacionais, dois civis (5 de outubro e 1 de dezembro) e dois religiosos (Corpo de Deus e Todos dos Santos), suspensos em 2012.

O decreto que repõe os quatro feriados em Portugal foi promulgado pelo presidente da República no dia 18 de março, depois de aprovado pela Assembleia da República a 8 de janeiro, dia em que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, comunicou que a Santa Sé se manifestou favorável 

 

à reposição dos dois feriados religiosos.

A suspensão dos feriados religiosos foi resultado de um "entendimento excecional" entre a Santa Sé e o Governo português, em 2012, com uma duração máxima prevista de cinco anos.

O artigo terceiro da Concordata de 2004, assinada entre Portugal e a Santa Sé, indica que os dias "festivos católicos", além dos domingos, "são definidos por acordo".

O artigo 28.º prevê que o conteúdo do acordo diplomático "pode ser desenvolvido por acordos celebrados entre as autoridades competentes da Igreja Católica e da República Portuguesa".

Já o artigo 30.º estabelece que se reconhecem como dias festivos católicos o Ano Novo e Nossa Senhora, Mãe de Deus (1 de janeiro), Corpo de Deus (60 dias depois da Páscoa), Assunção (15 de agosto), Todos os Santos (1 de novembro), Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Natal (25 de dezembro).

Ao abrigo do artigo 30.º da Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa de 18 de maio de 2004, 

 

 


 

 

"Sabendo, embora, que a nova lei pode, porventura, ter implicações económicas e financeiras não quantificadas, atendendo à alteração do contexto que a motivou", o presidente da República promulgou o Decreto da Assembleia da República alterando o Código de Trabalho, restabelecendo quatro feriados nacionais.

 

 

as solenidades de Corpo de Deus e Todos os Santos são novamente reconhecidas pelo Estado Português como dias festivos católicos com caráter de feriados nacionais.

O dia do Corpo de Deus (solenidade 

 

 

 

litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no calendário católico) é um feriado móvel, celebrado sempre a uma quinta-feira e 60 dias depois da Páscoa, que este ano se festeja a 26 de maio.

 

Igreja e novas tecnologias - conclusão

Como fomos constatando nos diversos artigos que fui escrevendo sobre o tema, a Igreja não se tem alheado do aspecto comunicativo em geral e começa agora a olhar muito seriamente para a questão dos novos meios tecnológicos, nomeadamente a Internet.

Além dos aspetos históricos da Igreja com os meios de comunicação social, a abordagem que a Igreja faz perante os meios de comunicação é séria com muitas linhas dedicadas a esta temática, dando sempre um especial relevo aos meios que vão surgindo ao longo da história da humanidade. 

 

Dever-se-á então ter em atenção a alguns pontos que passamos agora a destacar:

- O valor teológico dos meios de comunicação social. Se os meios de comunicação social em geral e neste âmbito as novas tecnologias forem usados pelos crentes com a força da fé à luz do Espírito Santo, podem contribuir para facilitar a difusão do Evangelho e aumentar os vínculos de comunhão entre as diferentes comunidades.  

- Os meios de comunicação implicam mudanças. É natural que todos estes meios que vão surgindo a um ritmo

 

 

 

 

elevado exijam de todo o Povo de Deus em geral e dos agentes pastorais mais implicados um forte empenho pessoal e uma canalização de energias para facilitar e objetivar uma real presença da Igreja na sociedade em rede, tanto ao nível dos conteúdos como da própria formação que é exigida aos responsáveis.

- A dimensão social dos meios de comunicação social. Conforme verificamos, é urgente a Igreja implicar-se terminantemente e ocupar o lugar que é seu por direito na sociedade em rede, sem medo, encarando de frente os problemas, cooperando com entidades já com provas dadas na área das novas tecnologias e munindo-se de técnicos capazes de corresponderem a este anseio.

 

 

- Por último, verificámos que é então possível evangelizar utilizando a Internet, pois esta é um conjunto de oportunidades e desafios colocados aos diversos agentes pastorais. Os quais necessitam de encarar seriamente esta questão e não tomá-la como um apêndice. Aos jovens, adolescentes, idosos e pessoas com necessidades especiais deverá ser dedicado um espaço próprio.

Parece-me claro que através deste meio poder-se-á atingir públicos que de outra maneira seriam muito complicados serem visados e assim podemos tornar efetiva uma nova evangelização e mesmo uma re-evangelização.

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

WhatsApp chega ao computador

A aplicação de mensagens instantâneas WhatsApp acaba de dar um passo importante que será bem recebido pelos seus utilizadores. Podemos utilizar o WhatsApp a partir dos nossos computadores, deixando assim de ser necessário utilizar a versão web.  Para tal basta aceder ao sítio oficial do WhatsApp e descarregar a App oficial para Mac ou Windows, sendo compatível com Mac, para OS X 10.9 e versões seguintes e para as versões de Windows 8, 8.1 e 10.

 

Como descarregar a versão desktop do WhatsApp?

A aplicação para computador não está disponível na App Store. Para poder descarregar a versão original temos que aceder ao sítio oficial do WhatsApp e descarregar a App oficial para Mac ou Windows. É necessário ter instalada a app e termos uma conta criada no smartphone.

Quanto se elege a opção descarregar, é descarregado um arquivo .zip no computador que se deve abrir para instalar o software. A partir deste 

 

 

momento já é possível utilizar o WhatsApp no computador.

Para começar a aplicação solicita que se abra o WhatsApp no smartphone para que se possa ler o código QR que permite iniciar o serviço. Na app em ajustes, abrir 'WhatsApp Web', e aceder ao ´Leitor de Códigos Qr’.

 

Que podemos fazer a partir do WhatsApp para desktop?

Permite as mesmas funcionalidades: tirar e enviar fotos; mensagens de voz; partilhar arquivos ou documentos; 

 

 

 

 

 

 

 

enviar fotografias que tenhamos armazenadas no nosso desktop; gerir e interagir com os contactos e grupos.  Continua a ser necessário que o nosso smartphone esteja ligado à internet para que o WhatsApp funcione na versão computador.

Como podemos ler no blogue oficial do WhatsApp, trata-se de uma "simples extensão do telemóvel". 

 

Segundo a empresa, este critério está ligado a razões de segurança, uma vez que assim se torna mais fácil de detetar se a conta foi pirateada.

 

Boas utilizações e comunicações pastorais mais rápidas e fluídas.

Bento Oliveira

@iMissio

http://www.imissio.net

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Impacto da Doutrina Social da Igreja no Trabalhador e no Empresário

No próximo dia 19 de maio, às 21 horas, a Editorial Cáritas estará presente na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, para apresentar o seu mais recente título editado “Impacto da Doutrina Social da Igreja no Trabalhador e no Empresário”, de Hermenigildo Encarnação.

Para o agora Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, autor do Prefácio desta obra, este é um título que aborda um tema “substancialmente relevante, atual e formativo, versando, de resto, matéria que tem tudo a ver com a dignidade da pessoa humana (…) que utiliza o trabalho de campo para testar princípios essenciais da Doutrina Social da Igreja”.

 

Cáritas Portuguesa reúne com membros da Comissão Europeia

Na passada sexta-feira, dia 13 de maio, o Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, esteve reunido com o Diretor-Geral da Direção Geral do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão da Comissão Europeia, Michel Servoz.

Este encontro, que decorreu na Representação da Comissão Europeia em Lisboa, teve como principal objetivo a consulta e recolha de impressões junto da Cáritas sobre os principais desafios de pobreza e exclusão social em Portugal.

Ler mais

 

 

 

 

Seminário Pobreza, Ontem e Hoje - Olhares e Perspetivas

Em 2016, assinalam-se 25 anos sobre a aprovação e implementação do primeiro projeto de Luta Contra a Pobreza pela Cáritas de Coimbra. Nesse sentido, no próximo dia 19 de maio, realiza-se no Auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, o Seminário “Pobreza, ontem e hoje - olhares e perspetivas”, que decorrerá entre as 09:15h e as 14:30h.

Ler mais

 

 

 

 

 

II Concílio do Vaticano: «Transferências»
e novos bispos no episcopado português

 

Após o encerramento do II Concílio do Vaticano (dezembro de 1965), num curto período de tempo (23 de janeiro a 28 de fevereiro de 1966) foi assinalado pelo fato de seis bispos portugueses terem tomado posse de seus novos cargos, o que pode ser interpretado como sintoma e esperança de renovação pastoral.

A aplicação das decisões conciliares à vida da arquidiocese de Évora foi o tema dominante da saudação pastoral proferida por D. David de Sousa que entrou naquele território alentejano a 23 de janeiro de 1966. Este bispo franciscano nasceu em São João de Alpendurada (Porto) a 25 de outubro de 1911 e faleceu em Lisboa a 5 de fevereiro de 2006.

Depois de exercer o seu ministério episcopal na Diocese do Funchal, D. David de Sousa quando entrou na arquidiocese de Évora disse: “Venho do Concílio Ecuménico Vaticano II e venho exatamente do seu encerramento. Venho precisamente na hora em que o concílio pôs a inteira disposição da Igreja e do mundo todos os seus documentos” (Boletim de Informação Pastoral – Ano VIII – Nº 46-47 – Página 58).

O novo prelado ainda estava imbuído pela chama conciliar e disse que trazia “na inteligência, no coração e nas mãos as quatro constituições, os nove decretos e as três declarações do concílio”. O bispo franciscano esteve naquela assembleia magna, convocada pelo Papa João XXIII e continuada por Paulo VI, de forma “ativamente presente, da primeira à última sessão pública, da primeira à última congregação geral, do primeiro ao último dia do concílio”. 

 

 

Nas suas palavras iniciais na arquidiocese de Évora, D. David de Sousa sublinhou que tomou parte “em todos os debates e em todas as votações”. Acompanhou “o longo «curriculum» dos documentos conciliares, do princípio ao fim”. Depois de relatar as vivências daquele período (1962-1965), o novo arcebispo de Évora salientou que esperava dos seus diocesanos “a necessária disposição, abertura e sofreguidão para receber avidamente, arquivar integralmente e viver escrupulosamente tão vasto e rico património doutrinal, pastoral e

 

 

disciplinar” (Boletim de Informação Pastoral – Ano VIII – Nº 46-47 – Página 58).

Na sua alocução, o anterior bispo do Funchal deseja que a “intensa chama do concílio” inflame e transforme os seus diocesanos “em homens e cristãos a toda a prova”, mas também e sobretudo “em autênticos apóstolos das constituições, decretos e declarações conciliares”.

No próximo artigo sobre o II Concílio do Vaticano farei referências aos outros bispos que deram entrada nas dioceses portuguesas.

 

 

Maio 2016 

21 de maio

. Viana do Castelo - Centro Pastoral Paulo VI - Fórum intergeracional de oração «Campus Misericordiae». (até 22 de maio)

 

. Faro - Auditório da Universidade do Algarve - Jubileu das Famílias sobre «Família, fonte de vida e misericórdia»

 

. Fátima - Encontro nacional dos antigos alunos verbitas e assembleia geral (termina a 22 de maio)

 

. Aveiro – Sé - Jubileu da ação socio-caritativa e das Misericórdias

 

. Braga – Famalicão -  O Centro Pastoral de Santo Adrião de Vila Nova de Famalicão (Braga) acolhe uma jornada sobre «Família - Uma questão jurídica ou uma união de facto?»

 

. Beja – Serpa - Sessão do Festival «Terras Sem Sombra» (termina a 22 de maio)

 

. Fátima - Museu da Consolata - Exposição «Escritura em azul e branco – pintura de Leonardo Rito» (até 10 de julho)

 

Coimbra - Sé Nova - Bênção das Pastas dos universitários de Coimbra (Dia 21 para as escolas privadas e politécnicos e dia 22 para estudantes da Universidade de Coimbra).

 

Fátima - Peregrinação nacional do Encontro Matrimonial (até 22 de maio)

 

Braga - Santuário do Sameiro , 09h00 - Jubileu das Misericórdias, Confrarias e Irmandades com celebração presidida por D. Jorge Ortiga

 

Porto – Amarante , 09h00 - A «Intergolf» está a organizar um torneio de golfe para ajudar o Banco de Leite em São Tomé e Príncipe.

 

Viana do Castelo - Sede Instituto Católico – 09h30 - O Centro de Reflexão Pastoral do Instituto Católico de Viana do Castelo organiza uma sessão de apresentação da Exortação Apostólica Pós-sinodal «Amoris Laetitia»

 

Guarda – Covilhã, 11h00 -  Bênção dos finalistas da Universidade da Beira Interior (UBI) por D. Manuel Felício, bispo da Guarda.

 

 

 

Lisboa - Alameda da Universidade, 11h30 - A Alameda da Universidade de Lisboa acolhe a bênção de finalistas, que vai ser presidida por D. Manuel Clemente.

 

Funchal - Parque de Santa Catarina, 12h00 - Jubileu das Famílias com a presença de D. António Carrilho, bispo do Funchal. 

 

Lisboa - Convento de São Domingos, 15h00 - Debate sobre a «Alegria do Amor» promovido pelo Instituto São Tomás de Aquino e o Movimento Internacional «Nós Somos Igreja».

 

Leiria - Seminário de Leiria, 21h00 - O Serviço de Pastoral Pré-Matrimonial «3XSIM» da Diocese de Leiria-Fátima vai realizar um encontro para namorados, subordinado ao tema «Anatomia do Amor».

 

22 de maio

Coimbra - Dia da Igreja Diocesana de Coimbra

 

Viseu - Peregrinação jubilar das famílias à catedral

 

Aveiro - Jubileu diocesano das famílias

 

 

Aveiro - Bênção dos finalistas da universidade e ensino superior

 

Évora - Igreja do Espírito Santo, 10h15 - Festa dos Povos presidida por D. José Alves, arcebispo de Évora.

 

23 de maio

Porto – UCP - A Universidade Católica Portuguesa (UCP) - Porto, organiza um colóquio sobre «Padre – Pai Américo: Uma vida ao serviço dos pobres na Igreja».

 

24 de maio

Lisboa - Vésperas de São Domingos e lançamento do CD de frei José João Prucha.

 

Lisboa - Palácio Fronteira, 15h00 - O projeto «PAR - Património Azulejar Religioso na Diocese da Guarda», do instituto politécnico local, recebe o Prémio «Estudo e Divulgação».

 

Faro - auditório do Hospital de Faro, 15h00 - O núcleo algarvio da Associação dos Médicos Católicos Portugueses promove, no auditório do Hospital de Faro um colóquio sobre a eutanásia.

 

 

 

 

 

 

O Serviço de Pastoral Pré-Matrimonial «3XSIM» da Diocese de Leiria-Fátima vai realizar, dia 21 de maio, um encontro para namorados, subordinado ao tema «Anatomia do Amor». Esta atividade, a realizar no Seminário de Leiria, pelas 21h00, é dirigido “a todos os jovens namorados” e procura “lançar questões sobre a complexa questão do amor e do estar juntos”.

 

A Universidade Católica Portuguesa (UCP) - Porto, organiza um colóquio, dia 23, sobre «Padre – Pai Américo: Uma vida ao serviço dos pobres na Igreja». Simultaneamente, decorre uma feira do livro sobre o Padre Américo e a Obra da Rua e o lançamento da obra «Padre Américo – Um precursor do II Concílio do Vaticano» da autoria de D. António Marcelino.

 

O núcleo algarvio da Associação dos Médicos Católicos Portugueses promove, dia 24, no auditório do Hospital de Faro, pelas 15h00, um colóquio sobre a eutanásia.

A iniciativa com o tema «Eutanásia – Abordagem Médica e Religiosa» conta com a participação de Fátima Teixeira, coordenadora da equipa de apoio em cuidados paliativos do Agrupamento de Centro de Saúde Sotavento, de José Mário Martins, presidente da direção da Associação de Medicina de Proximidade e do cónego Joaquim Nunes.

 

Na celebração do seu 30.º aniversário, a Universidade Lusíada de Lisboa recebe, dia 25 de maio, a visita de D. Manuel Clemente e consagra-se a Nossa Senhora da Conceição. A visita do Patriarca de Lisboa é a resposta “a um convite da Capelania da Universidade que pede à Igreja a bênção para a instituição, a qual, simultaneamente, se consagra a Nossa Senhora da Conceição”.

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

10h30 - Oitavo Dia

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 13h30

Domingo, 22 de maio - Nos lugares da Bíblia: Referências histórias e geográficas que ensinam a ler os textos sagrados.

 

Segunda-feira, dia 23 - 

Entrevista a João Delicado.

 

Terça-feira, dia 24 - Informação e entrevista a José Leitão sobre as conferências do CRC.

 

Quarta-feira, dia 25 - Informação e entrevista ao Cónego Luís Alberto sobre a procissão de Corpo de Deus em Lisboa

 

Quinta-feira, dia 26 - Informação e entrevista ao padre Manuel Morujão sobre a Solenidade do Corpo de Deus.

 

Sexta-feira, dia 27 -  Análise à liturgia de domingo pelo padre Armindo e frei José Nunes.

 

Antena 1

Domingo, dia 22 de maio - 06h00 -  Peregrinação de 13 de maio de 2016: Consagração de Portugal e Nossa Senhora e encerramento da visita da Imagem Peregrina às dioceses portuguesas.

 

Segunda a sexta-feira, 23 a 27 de maio - 22h45 - A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima nas Dioceses de Portugal - Coimbra; Viana do Castelo; Évora; Beja e Setúbal

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano C – VIII Domingo do tempo comum

Solenidade da Santíssima Trindade

 
 
 
 
 
 
 
Contemplar a comunhão de amor
 

O Evangelho da Solenidade da Santíssima Trindade que hoje celebramos convida-nos a contemplar o amor do Pai, que se manifesta na doação e na entrega do Filho e que continua a acompanhar a nossa caminhada histórica através do Espírito. A meta final desta história de amor é a nossa inserção plena na comunhão com o Deus que é amor, família, comunidade.

O Espírito Santo aparece como presença divina na caminhada da comunidade cristã, como realidade que potencia a fidelidade dinâmica dos crentes às propostas que o Pai, através de Jesus, fez aos homens. A Igreja deve saber estar atenta, na sua caminhada histórica, às interpelações do Espírito. Com a ajuda do Espírito, deve captar a Palavra eterna de Jesus e deixar-se guiar por ela. Com a ajuda do Espírito, deve continuar em comunhão com Jesus. Com a ajuda do Espírito, deve responder às interpelações da história e atualizar a proposta de Jesus, face aos novos desafios que o mundo lhe coloca.

A celebração da Solenidade da Santíssima Trindade não pode ser a tentativa de compreender e decifrar essa estranha charada de “um em três”. Dizer que há três pessoas em Deus, como há três pessoas numa família – pai, mãe e filho – é afirmar três deuses e é negar a fé; inversamente, dizer que o Pai, o Filho e o Espírito são três formas de apresentar o mesmo Deus, como três fotografias do mesmo rosto, é negar a distinção das três pessoas e é também negar a fé. A natureza divina de um Deus amor, família e comunidade expressa-se na nossa linguagem imperfeita das três pessoas. O Deus família 

 

 

 

torna-se trindade de pessoas distintas, porém unidas. Chegados aqui, temos de parar, porque a nossa linguagem finita e humana não consegue “dizer” o mistério de Deus. Resta-nos permanecer em contemplação ativa de Deus que nos ama e sobre nós derrama o seu amor.

Como diz a segunda leitura da Carta aos Romanos, «a esperança da glória de Deus não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado». Deus nunca desiste de nós, sempre soube encontrar formas de vir ao nosso encontro, de fazer caminho connosco. Apesar do nosso egoísmo, orgulho, autossuficiência e pecado, Deus continua a amar de modo

 

gratuito e incondicional e a fazer-nos propostas de plena vida feliz.

Não será tempo de redescobrir o Deus que nos ama na sua infinita misericórdia e de aceitar essa proposta de caminho que Ele nos faz? As nossas comunidades cristãs são realmente a expressão desse Deus que é amor e comunidade, na unidade do amor verdadeiro, que respeita a identidade e a diferença do outro, numa experiência verdadeira de amor, de partilha, de família, de comunidade?

Que a nossa resposta de vida aconteça na oração e na contemplação, no amor e no serviço, em plena comunhão de amor com a Trindade!

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

Papa faz visita surpresa a centro para pessoas com deficiência mental

 

O Papa fez uma visita surpresa a um centro para pessoas com deficiência mental nos arredores de Roma, revelou a página oficial do Jubileu da Misericórdia. A iniciativa vai ao encontro do que o próprio Francisco tinha prometido, antes do início do Ano Santo extraordinário (dezembro

 

 

2015-novembro 2016), quando manifestou a intenção de cumprir um “gesto” simbólico durante cada mês do jubileu.

O pontífice argentino deslocou-se a 13 de maio à comunidade ‘Il Chicco’ (O grão), associação que pertence ao projeto ‘A Arca’, fundado por Jean 

 

 

 

Vanier, com presença em mais de 30 países, incluindo Portugal, com o movimento ‘Fé e Luz’.

Francisco encontrou-se com 18 pessoas com “grave deficiência mental”, segundo a Santa Sé, em “mais um sinal contra a cultura do descarte”. “Não se pode privar ninguém do amor, da alegria e da dignidade só porque têm uma deficiência mental. Ninguém tem o direito de discriminar por causa de preconceitos que marginalizam”, refere a nota oficial.

O Papa sentou-se para lanchar com os voluntários e as pessoas com deficiência que vivem na estrutura sediada em Ciampino, onde ouviu as “palavras simples” de vários deles, 

 

 

segundo a página oficial do Jubileu da Misericórdia. “Pôde ainda visitar as pessoas com deficiências mais graves, com gestos de profundo afeto e ternura”, informa a Santa Sé.

Francisco passou ainda por uma oficina de artesanato e concluiu a visita de cerca de hora e meia com um momento de oração. O Papa deixou um donativo em dinheiro para comunidade ‘Il Chicco’, oferecendo ainda doces e fruta.

Esta foi a quinta visita de Francisco no ano santo da misericórdia, depois de ter passado por um centro para idosos e doentes em estado vegetativo; uma comunidade de toxicodependentes; um centro de acolhimento para refugiados; e a vista à ilha grega de Lesbos.

 


O Papa Francisco desafiou este sábado, no Vaticano, os cristãos a cultivarem atitudes de piedade rejeitando a "indiferença" pelos outros. "Quantas vezes vemos tantas pessoas apegadas aos gatos, cachorros e, depois, se esquecem de ajudar os mais necessitados que lhes estão próximos?”, questionou, numa audiência pública extraordinária, no âmbito do Ano Santo da Misericórdia, na Praça de São Pedro.

 

 

Ninguém escuta os gritos de ajuda que chegam de Alepo?

Heróis na cidade mártir

As ruas estão desertas mas os tiros continuam a flagelar as ruínas. Os que puderam fugir já deixaram a cidade de Alepo. Os outros, os que ainda não fugiram, sentem-se encurralados entre os escombros dos prédios, o rebentamento das bombas e os tiros cobardes e certeiros dos “snipers”. Nesta cidade mártir há um punhado de heróis que precisa da nossa ajuda.

Entre os que ficaram ainda na cidade mártir de Alepo, há um punhado de padres e de irmãs que, todos os dias, fintam o medo procurando ajudar as populações civis. Um desses sacerdotes é o franciscano Ibrahim Alsabagh. Há pouco mais de duas semanas enviou uma mensagem para a Fundação AIS. É importante lê-la. Afinal, há palavras que valem por mil imagens. “Desde o início da guerra”, em 2011, “nunca a situação em Alepo esteve tão mal como agora. As bombas caem sobre igrejas, mesquitas, escolas e hospitais”, diz o padre Ibrahim, descrevendo uma cidade em ruínas, em que “inúmeras casas estão parcial ou totalmente destruídas”. Uma cidade de ruas desertas e que cheira a morte.

 

O padre Ibrahim vive desde há dois anos em Alepo e todos os dias sente que a cidade continua a esvair-se aos poucos. “Quem pode fugir, foge. Os caminhos de saída estavam cheios de pessoas que abandonavam a cidade. Só ficam os mais pobres, os que nem têm dinheiro para fugir.” É difícil imaginar Alepo como tendo sido a cidade mais rica da Síria, em que as ruas eram lugares cheios de vida, de cores, de pessoas oriundas dos quatro cantos do mundo. Hoje, é apenas um farrapo dessa memória.

 

Missão: ajudar

Transformada num palco de guerra, torna-se cada vez mais difícil ajudar as populações que ainda vivem na cidade. Em Alepo, há um punhado de sacerdotes, como o padre Ibrahim ou de religiosas, como a irmã Annie Demerjian, que são apoiados pela Fundação AIS para que possam auxiliar estas populações. Tudo o que lhes dermos será sempre pouco. “Nós ajudamos como podemos”, diz o padre franciscano. “Graças ao apoio que recebemos de instituições como 

 

 

 

a Fundação AIS, procuramos distribuir alimentos, roupa, medicamentos, produtos de higiene e outros artigos de primeira necessidade. Agora encontramo-nos numa situação de necessidade extrema.” Por causa do agravamento da guerra, que já causou mais de 300 mil mortos, da violência que é exercida sobre as populações, têm-nos chegado, nos últimos dias, apelos dramáticos. Tanto a irmã Annie como o padre Ibrahim pedem que rezemos por eles, pelo povo 

 

martirizado da Síria. Na carta que nos enviou, o padre Ibrahim deixa-nos uma pergunta: “Quando despertará de vez o mundo, para se pôr fim a este novo Sarajevo?” Este é também um desafio à nossa fé. Na Síria, em Alepo, um punhado de padres e de irmãs decidiram não abandonar a sua missão junto das populações martirizadas. Eles pedem-nos ajuda, imploram as nossas orações. São os heróis da cidade mártir.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

 

 

 

 

Timor, sempre!

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Timor não é um país perdido ali na linha limite da Ásia e da Oceânia. É uma terra que tem um povo corajoso e crente que conseguiu a sua independência á custa de muito sangue. Viveu tempos de massacre e de opressão durante a dominação indonésia. Foi a 20 de Maio de 2002 que Timor Leste restaurou totalmente a independência. Xanana Gusmão foi o primeiro presidente eleito.

Mas este jovem país do mundo tem dado provas de pouca capacidade de gestão da diversidade étnica e cultural que possui. Muita violência e instabilidade têm marcado, de tempos a tempos, a vida dos timorenses. Nem o carisma de Xanana Gusmão nem a força moral dos prémios Nobel da Paz, D. Ximenes e Ramos-Horta têm sido argumentos suficientes para dar serenidade ao povo e permitir o desenvolvimento sustentável do país.

Quando o desenvolvimento parecia ganhar corpo com o aparecimento do petróleo, as riquezas naturais de um país, mais uma vez na história da humanidade, não jogaram a favor das populações. O cheiro ao petróleo atraiu cobiças desmedidas fazendo surgir oportunistas que se aproveitam e acabam por gerar violências internas que apenas criam condições favoráveis ao caos e à violência. O país parece estar outra vez em crise, com o povo simples a pagar sempre as facturas. Dá vontade de continuar a cantar com Luís Represas: ‘Se outros calam, cantemos nós!’.

Quando se fala de Timor, pelas melhores ou piores razões, eu recordo-me sempre, nos tempos 

 

 

 

 

 

da repressão, de jantar com Ramos Horta em Bruxelas, do encontro com D. Ximenes Belo na Universidade Católica, em Lisboa e na conversa serena com o jesuíta P. João Felgueiras, no Colégio S. João de Brito. Eram homens abatidos pela crueldade da situação mas, ao mesmo tempo, confiantes na força de tanto sangue derramado e da alma cristã do povo timorense. É bom não esquecer o passado para evitar cometer os mesmos erros no presente e no futuro. Mas, melhor ainda, é honrar o futuro com um presente que rime com paz, progresso e fraternidade. Quero crer que o povo vai continuar a empenhar-se, com os governantes e outros líderes, para que a 

 

independência tenha valido a pena. Certamente que é um dom de Deus e, por isso, há que continuar a fazer caminho, em ordem á construção de um país livre e democrático, onde os direitos humanos sejam sempre respeitados. E, claro está, que os petróleos e outras riquezas abram caminhos a um verdadeiro desenvolvimento e não estraguem nunca o presente e o futuro de um povo de bom coração.

Timor tem três Dioceses católicas: Dili (com D. Virgílio Silva, 2016), Baucau (com D. Basílio Nascimento, 1996) e Maliana (com D. Norberto Amaral, 2010). É uma Igreja forte, interveniente que vai continuar a dar alma ao povo e ao país.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sair