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Paulo Rocha D. Manuel Linda Sónia Neves D. Manuel Martins
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Foto da capa: Radio Vatican
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Ideais de abril emD. António Ferreira GomesEntrevista a D. Manuel Martins [ver+]
LiberdadeVários olhares sobre o tema em destaque na celebração do 25 de abril
A lição do Papa aos seus padres Francisco deixa orientações no Dia Mundial das Vocações
D. Manuel Linda
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Dias de liberdade |
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Paulo Rocha, Agência Ecclesia |
A sociedade ocidental vive da conquista de liberdades, da capacidade que pessoas e instituições têm de poder escolher. Felizmente as atuais gerações fazem parte dessa “tribo”, traduzida no exercício da democracia. Não apenas a que permite ser governo ou oposição, mas também a que enquadra toda a organização social em eleições, mesmo aquelas mais ou menos previsíveis.
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Recordar o 25 de abril, rever imagens e depoimentos, ouvir o ambiente das ruas desses tempos tem de ser uma ocasião para motivar a participação de cada cidadão na construção de uma sociedade mais justa. E é nessa “revolução” que interessa participar: a que promove o bem comum. Não é necessário outra!
Na Doutrina Social da Igreja, não se defende apenas o direito ao emprego nem o trabalho é apresentado exclusivamente no sentido “objetivo e material”. Mas
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afirma-se que o trabalho é uma “atividade que exprime sempre a pessoa”, um meio onde encontra a realização de uma “vocação natural e sobrenatural” (CDSI, 101).
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Relatório do Conselho da Europa denuncia sobrelotação e falta de condições de alimentação e saúde nas prisões portuguesas 24.04.2013 |
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A liberdade religiosa não é uma opção mas antes uma necessidade. No mundo atual marcadamente globalizado, onde as culturas se entrecruzam e fiéis de diferentes religiões têm de viver lado a lado, a liberdade religiosa não é um luxo que possa ser descartado por capricho ou mania, é um imperativo para qualquer sociedade que persiga o progresso e a harmonia de vida Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, na abertura da conferência TEDx intitulada “Via da Reconciliação, em Roma, 19.04.13
Exercitai na alegria e na caridade sincera a obra sacerdotal de Cristo, determinados unicamente a agradar a Deus e não a vós mesmos. Sede pastores, não funcionários! Sede mediadores, não intermediários Homilia do Papa Francisco, 50.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 20.04.13 |
Para além dos investimentos em ordem à criação de emprego e da correspondente procura de trabalho por parte das pessoas, precisamos de formação para novos hábitos de urbanismo e de ocupação do nosso tempo. Despertar para os valores sociais, culturais, familiares e religiosos fortalecerá a nossa autoestima, esperança e alegria de viver D. António Vitalino, bispo de Beja, 22.04.13
O Cristianismo não é uma teoria, é uma experiência, uma experiência que se comunica. Uma das fraquezas da Igreja hoje, porventura das Igrejas do Ocidente, é transformar o Cristianismo num discurso D. José Policarpo. Jornada Diocesana da Juventude, Lisboa, 21.04.13 |
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Igreja une cada vez mais bibliotecas |
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A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é a mais recente parceira do projeto Cesareia, através do qual a Igreja Católica está apostada em divulgar e potenciar o património bibliográfico de natureza religiosa existente no país. Em declarações prestadas à Agência ECCLESIA, o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais classificou a adesão da biblioteca setecentista como “uma excelente notícia” e uma motivação extra para quem quer colocar a herança literária cristã cada vez mais “à disposição” das pessoas. “Trata-se de uma biblioteca do Estado, sem ligação institucional à Igreja, mas em razão dos seus conteúdos e da sua história, faz todo o sentido recebê-la e integrá-la no nosso catálogo”, realçou D. Pio Alves. A presença daquele acervo “emblemático” no projeto Cesareia foi confirmada ao bispo auxiliar do Porto durante o 3.º Encontro Nacional sobre a Biblioteca e o Livro em Instituições Eclesiais, que decorreu precisamente no meio do arquivo literário do Palácio de Mafra. Teresa Amaral, responsável por aquele espólio desde 1994, adiantou que, numa primeira fase, “serão introduzidos cerca de 15 mil livros” no catálogo online desenvolvido pelo projeto Cesareia, lançado em 2008. Para além da promoção do património literário religioso, o trabalho coordenado pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais pressupõe a formação técnica e a requalificação dos recursos humanos que lidam diariamente com aquele tipo de obras. |
Até agora, já aderiram perto de três dezenas de bibliotecas sobretudo ligadas a instituições da Igreja. De acordo com Sandra Costa Saldanha, diretora do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, o projeto Cesareia registou um crescimento “significativo” nos últimos meses, especialmente junto das “instituições com mais dificuldades”. “Estamos a conseguir iniciar a catalogação em algumas instituições e a fornecer o apoio necessário, isto com o objetivo final de engrossar um |
catálogo coletivo que tem vindo a aumentar bastante, com mais de 800 mil registos neste momento disponíveis online”, salienta aquela responsável Apesar desta evolução, a Igreja Católica ainda tem um caminho “considerável” a percorrer para conseguir reunir todas as bibliotecas religiosas no mesmo banco digital de dados. Segundo D. Pio Alves, os principais obstáculos residem na “escassez de meios financeiros, humanos e tecnológicos das dioceses”. |
Dia Mundial das Comunicações Sociais |
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A Igreja Católica convida os jornalistas portugueses a estarem presentes no encontro de apresentação do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2013, sob o tema “Redes Sociais, portais de verdade e fé”. O encontro está marcado para o dia 8 de maio, pelas 16h00, no auditório do Fórum Picoas, em Lisboa, e conta com a presença de Abílio Rodrigues, da Portugal Telecom, que falará sobre “O desenvolvimento tecnológico das redes sociais”, e do professor |
Bento Oliveira, que abordará o tema “Perfil do iEvangelizador”. D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, vai falar aos presentes sobre “Portais de Verdade e de fé”. O encontro vai ser introduzido pelo cónego João Aguiar Campos, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, organismo que promove a iniciativa. Mais informações: www.ecclesia.pt/dmcs |
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Igreja preocupado com estado das prisões |
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O coordenador da Pastoral Penitenciária da Igreja Católica criticou hoje as condições de algumas prisões portuguesas, após a divulgação de um relatório do Conselho Europeu sobre a visita efetuada em 2012 a prisões, esquadras e centros de detenção. “Quando um tribunal aplica uma pena de prisão priva a pessoa de liberdade durante algum tempo mas não a priva de outros direitos”, declarou à Agência ECCLESIA o padre João Gonçalves. |
O responsável lamentou a falta de “condições de habitabilidade” e as deficiências na alimentação e cuidados de saúde que se verificam em algumas cadeias. O recluso “não pode sofrer mais do que uma pena pelo mesmo crime, pelo que todas as outras penas que a prisão implique já são excedentes”, acentuou, antes de lembrar que a “instabilidade interior” pode ter como consequência o surgimento de “conflitos”. |
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Páscoa conjuga-se com Direitos Humanos |
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D. Manuel Linda Bispo auxiliar de Braga |
Já o fiz muitas vezes sem conta. Mesmo assim, não consigo rezar o Salmo 8 sem uma espécie de calafrio interior: “Senhor, nosso Deus, como é admirável o teu nome em toda a terra! Que é o homem para te lembrares dele, o filho do homem para com ele te preocupares? Fizeste dele quase um ser divino; de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe poder sobre a obra das tuas mãos. Tudo submeteste a seus pés”. Pois é. Recuso-me a ver o homem como mero produto da evolução cega, agregado mais ou menos feliz de células que se organizaram em tecidos e órgãos. Não! O que diviso é um ser dotado de inteligência ordenadora, capacitado para o diálogo e para a colaboração com o semelhante, habilitado para o exercício amoroso do poder sobre as criaturas do mundo, portador de uma dignidade radicalmente superior a quanto existe e chamado a um destino meta-temporal. Por isso, com propriedade, se pode dizer dele que é “quase um ser divino”. Dizem-me que, na antiga sede da Sociedade das Nações, em Genebra, transcreveram parte deste Salmo, para acentuar a dignidade, a honra e a glória da pessoa. Fico feliz por saber que, para os amantes da paz, a dignidade do homem é motivo de assombro e deslumbramento. Como tal, promessa de que o mundo ou se edifica sobre a dignidade humana ou, simplesmente, não se edifica |
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Em perceção da fé, sei donde deriva essa dignidade: do facto de Deus o ter feito “à sua imagem e semelhança”, de lhe confiar a tarefa de continuar a obra da Criação e, fundamentalmente, de o ter elevado, em Jesus Cristo, à dimensão de seu filho. Importa ter isto presente, pois sem bases, não há construção que se aguente. Por exemplo, essa magnífica «arquitectura» que é a Declaração dos Direitos Humanos. A mentalidade laicista diz que não importa onde se fundamentam: o importante é estarmos de acordo com eles e salvaguarda-los. Permito-me discordar rotundamente: se os não descobrirmos no sólido fundamento |
de expressão da dignidade da pessoa, facilmente caímos na armadilha de os julgarmos concessão do Estado. E este não pode dar o que não tem. Só lhe compete reconhecer, defender e ajudar a promover a dignidade das pessoas, expressa em direitos inalienáveis, invioláveis e universais. Neste tempo de Páscoa, com frequência, dou comigo a pensar que o acontecimento redentor de Jesus Cristo só se compreende nesta necessidade de restaurar a dignidade humana, profundamente afectada pelo mal e pelo pecado. E a dignidade exprime-se em direitos. Por isso, Páscoa também se conjuga com direitos humanos. |
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A liberdade de ser… |
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Sónia Neves Agência Ecclesia |
As primeiras vezes que ouvi falar na palavra liberdade foi em jeito de recordação… Na minha cidade de Aveiro realizou-se o primeiro Congresso Republicano, em oposição ao regime do Estado Novo. Não percebia bem o que era ser livre mas lembro-me de os meus avós contarem a agitação subtil, quase misteriosa, de uma ida a um congresso destes, num teatro conhecido da cidade. “Não tínhamos liberdade para nada, havia medo e não nos deixavam falar. Íamos de fugida!”. Aquela frase encerrava toda a minha primeira noção de liberdade. Eram longas as conversas a querer saber mais, onde a minha curiosidade se alinhava à vontade de agora falar do que passaram “noutros tempos”, como diziam. Hoje pergunto-me o que é isso de liberdade? Gosto da palavra, da forma como soa e dos valores que traz atracados. A liberdade é encarada numa forma extrema de “se fazer o que quiser” mas não a vejo assim. O dicionário diz que é o “direito de proceder conforme nos pareça, contando que esse direito não vá contra o direito de outrem”. Acredito, mas vejo a liberdade de formas várias. Encontro liberdade naqueles que procuram fazer o bem e estar ao serviço dos outros, como o caso dos vicentinos, que esta semana |
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celebraram o bicentenário de nascimento do seu fundador, Frederico Ozanam. Há liberdade nas palavras de ânimo do evangelho de domingo, o Bom Pastor, a liberdade que cada crente tem de seguir a Deus. Foi ainda este o domingo escolhido para encerrar a semana das vocações, a verdadeira liberdade, como assim entendo. A profissão, cada um é livre de escolher a que quer, mas a vocação é mais do que isso, é a verdadeira liberdade depois da escolha, o sentimento de satisfação que leva cada um a traçar o caminho da felicidade. Não posso deixar de associar a liberdade ao clima, (parece despropositado), mas a primavera chegou com o seu vigor só esta semana que antecede o feriado aprumado à liberdade. O sol raiou quente e o vento amainou trazendo a liberdade nos passeios, nas idas à praia, num gelado no jardim ou simplesmente num sorriso na ida para o trabalho. |
Também é no Amor que a liberdade se torna presente, nos mais pequenos momentos que podem parecer grandes, a liberdade de estar, de ser quem é, de “rir com uma rapariga”, como dizia o jornalista e escritor Miguel Esteves Cardoso, nas páginas de um jornal neste domingo. Na roda gigante que é o Amor, a liberdade terá de andar sempre de mãos dadas. A liberdade pode ser pintada de todas as cores mas vejo-a sempre em harmonia, numa forma de estar bem comigo e com os outros… Sou livre porque tenho um sorriso na cara e acredito no que o Papa Francisco dizia: "Nunca sejais homens e mulheres tristes: um cristão não o pode ser jamais!" |
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Os ideais de abril
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D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal, aborda a atual situação portuguesa, nos 39 anos da revolução de abril, tendo como pano de fundo a vida e obra de D. António Ferreira Gomes (1906-1989). O prelado é administrador da Fundação SPES, que procura manter viva a memória do falecido bispo do Porto.
Agência ECCLESIA (AE) - Quem foi D. António Ferreira Gomes? D. Manuel Martins (MM) – Para mim, foi o bispo por antonomásia, na Igreja portuguesa e não só, no século XX. O trabalho, o seu testemunho, a sua mensagem, ele próprio, bispo e cidadão, marcou a Igreja naquele tempo e a sociedade portuguesa. Podemos dizer do magistério de D. António Ferreira o que dizemos do Concílio Vaticano Il, que foi um grande acontecimento eclesial, um Pentecostes na Igreja, mas acontecendo na Igreja, aconteceu no mundo e por causa do mundo. |
Sendo a Igreja continuadora de Cristo, ela tem de estar ao serviço do mundo: uma Igreja que não serve o mundo, não serve para nada, não precisava de existir.
AE – Pode dizer-se que D. António Ferreira Gomes antecipou os ideais de abril? MM – Tenho toda a certeza disso, porque ele era um homem cuja identidade, digamos, era a liberdade, o entusiasmo pela liberdade, o culto da liberdade. Aliás, sentia o que todos nós devíamos sentir: a liberdade identifica-se com a nossa própria dignidade. D. António Ferreira Gomes era um homem livre, por identidade, e que cultivava o sentido da sua dignidade. Por isso, era muito sensível a tudo aquilo que ferisse a liberdade. Nós vivíamos num tempo em que homem era ferido na sua liberdade e a própria Igreja era ferida na sua essência, na sua missão, na sua razão de ser. |
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AE – Uma das frases do testamento do bispo do Porto dizia: ‘Homem livre, sempre aspirei a dedicar esta liberdade a uma causa que superasse a minha vida’. Define bem o homem? MM – Como disse, D. António Ferreira Gomes sempre viveu o ideal da liberdade, ele mergulhava e imergia da liberdade. Por conseguinte, tudo aquilo que feria liberdade, fosse do homem, fosse do povo português onde estava inserido, fosse da Igreja, incomodava-o muito e fez disso a sua grande lição pastoral.
AE – Em 2013, D. António Ferreira Gomes ficaria muito chocado? MM – Ele ficou muito contente com o 25 de Abril, tão contente que até publicou uma carta pastoral sobre a liberdade, mas logo se começou a assustar quando entramos naquele período do PREC, com tanta violação e atentado à liberdade, em todos os mundos, do familiar ao político. Todas as suas homilias do Dia Mundial da |
Paz, a 1 de janeiro, eram depois mais de lamento das agressões que se faziam à paz. Todas as suas homilias do Dia Mundial da Paz, a 1 de janeiro, eram depois mais de lamento das agressões que se faziam à paz.
AE – Essa aspiração à paz e à liberdade valeu o exílio (1959-1969)… MM – Todo o testemunho de D. António Ferreira Gomes, a sua ação tinham como pano de fundo a preocupação evangélica e eclesial de exigir sempre liberdade, lamentar sempre as situações em que ela não existia. A sua ação pastoral tinha como fundamento a dignidade divina do homem, do povo, da Igreja. Não foi por este ou aquele discurso, era ele próprio, foi isso que mereceu o descontentamento profundo, permanente e crescente do presidente do Conselho, António Oliveira Salazar. Salazar procurava há muito tempo a oportunidade de o exilar, ameaçando até com a denúncia |
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da Concordata, e procurando junto da Santa Sé que fosse exonerado de bispo do Porto, mesmo que sem exílio. Chegou a mandar embaixadores especiais à Santa Sé.
AE – E o que diz hoje este homem? MM – Todos os escritos que digam respeito à liberdade, à dignidade da pessoa e aos direitos humanos são de ontem, são de hoje e são de todos |
os séculos. Ele estava no seu tempo, perfeitissimamente. Havia quem dissesse que a grande caraterística de D. António Ferreira Gomes, que o prejudicava até na sua ação pastoral, era ser um homem que via o amanhã, que não vivia debruçado sobre os problemas de hoje, tinha uma perceção especial para o que chamamos os sinais dos tempos. |
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AE – Vendo a sociedade portuguesa, que assuntos e temáticas mereceriam atualmente uma nota pastoral? MM – É muito difícil. A gente não sabe a quantas andas, não sabe sobre quantas minas pousamos os nossos pés. Vivemos, realmente, num terreno minado, num tempo – se calhar estou a exagerar, que cheira a pólvora. Não digo pólvora de guerra, mas de perturbação social. Oxalá me engane, mas tenho a perceção de que da maneira como as coisas estão a correr e a evoluir, da maneira como o povo está a relacionar-se com o poder – o povo contra o poder e o poder ignorando o povo -, numa relação antagónica, alguma coisa pode acontecer e pode não demorar muito tempo. Nós não podemos esquecer que há muito desespero guardado, contido, em muitos milhões dos nossos compatriotas. Ponho-me na pele deles, das pessoas que sabem que perderam o trabalho |
Ninguém está seguro.
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AE - São limites da democracia?
MM – Já comecei a dar a resposta. Há um autor francês que diz que realmente a democracia é o menos mau dos regimes, retomando o pensamento de Churchill, mas que as democracias são as que mais portas abrem às ditaduras. Nós vivemos numa ditadura e se não quisermos ir mais longe, temos esta à mão, que palpamos, que é a ditadura do medo. Vivemos sob a ditadura do medo, mesmo as pessoas que à partida e no imediato não têm razão para ter medo.
Essa gente do dinheiro, por exemplo, já anda com medo de o perder, anda a deslocá-lo de aqui para além. seu dinheiro em Portugal. |
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AE – Perdeu-se a liberdade? MM – Se vivemos em ditadura, perdeu-se a liberdade. Por conseguinte, precisávamos de outro 25 de Abril, com a experiência de desenvolvimento da consciência democrática que já temos, mas que fizesse de nós uma sociedade consciente e responsável onde o mais poderoso não roubasse o menos poderoso. Precisamos de um 25 de Abril que garante a paz, que se baseie na justiça. Podemos ter a chamada paz podre e viver com os pés cheios de lama, isso não se pode chamar paz, não se pode chamar liberdade. Precisamos de um 25 de Abril que, tanto quanto possível na nossa humana natureza, se identificasse com o 25 de Dezembro. |
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Citações
“O diálogo da Igreja com a Cultura tem de pôr o homo ecclesiasticus em conversação de ideias com as culturas.” (Antologia, vol. 3, 122)
“Ser homem é ser livre. Ser livre, dentro da natureza criada, é ser homem... É pela inteligência e vontade,... que o homem é livre. É igualmente pelo espírito que o homem realiza a sua transcendentalidade” (Antologia, vol. 2, 120) “Foi (como os grandes bispos medievais) um construtor; foi, com eles, um lutador. Na coragem, no desassombro, na lealdade, na clareza, foi bem um lutador medieval. [...] Como sacerdote devo-lhe tudo, porque lhe devo a ordenação sacerdotal, talvez a primeira que conferiu nesta Diocese” (Justiça 30-03-1942; Documento VP n.º 4, 11-04-1970) |
“A Igreja deve ser ‘Cristo espalhado’ no espaço do orbe e ‘prepetuado’ no tempo histórico. Se... a Igreja não é ou desiste de tentar ser o organismo do amor de Deus no mundo e a este mundo, que poderá ela ser?!...” (Antologia, vol. 2, 40)
“Em vez de uma sociedade assente sobre o separatismo entre categorias sociais... e no casticismo abominador de misturas, podemos idear uma sociedade em que o valor e serviço seja o critério de distinção e em que a fraternidade humana seja o cimento de união, não entre gente bem, mas entre gente boa” (Antologia, vol. 1, 115)
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Fotos: Fundação SPES |
Quem nos garante a liberdade? |
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Hermínio Rico |
Acima de tudo o resto, nós próprios! Quando somos livres para escolher, são as escolhas que fazemos que, em grande parte, determinam se continuaremos a ter liberdade para escolher. É a responsabilidade que garante a liberdade. A liberdade é capacidade que temos de sonhar, desejar e optar. Mas nem todo o sonho é possível, nem todo o desejado está imediatamente ao nosso alcance. A liberdade nunca deixa de estar condicionada pelos limites da realidade. É a forma como gerimos, no tempo, de modo realista e responsável, o prosseguimento dos nossos sonhos e a satisfação dos nossos desejos que garante quanto a nossa liberdade perdura e a medida em que cresce ou diminui. Em cada presente colhemos a responsabilidade com que usámos a liberdade no passado e semeamos a liberdade disponível no futuro. Se algo, fora de nós, nos quer impedir de sonhar e não nos dá a possibilidade de escolher, está a tirar-nos a liberdade. É preciso resistir-lhe. Mas se a limitação presente à nossa capacidade de escolha resulta de opções tomadas no passado que nos fecharam hipóteses, temos que assumir a responsabilidade por termos hipotecado a nossa liberdade. Desvalorizar a liberdade acontece tanto quando nos resignamos a que não nos deixem escolher, como quando queremos recusar a responsabilidade pelas escolhas feitas. Querer ser livre é estar pronto a arriscar, assumir sempre as consequências das decisões tomadas, tanto |
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para o bem como para o mal. Atirar para fora de nós as culpas pelas más escolhas próprias e esperar de outros a resolução das suas consequências desastrosas é falta de maturidade: muito desejo de liberdade, mas pouca assunção da responsabilidade. A liberdade é sempre projeto e caminho. Nunca está definitivamente adquirida, nem há nada que a possa garantir, dispensando a nossa vigilância e empenho em a desenvolver e aprofundar. A valorização da liberdade expressa-se no esforço continuado de alargar horizontes para o sonho e fazer crescer a |
capacidade de satisfação dos desejos, tanto para nós como para aqueles que virão a seguir. Gastar liberdade egoistamente, sem atenção ao futuro, é atentado à liberdade. Seja onde for que esteja a nossa capacidade de escolha presente, a nossa responsabilidade chama-nos a procurar entregar às gerações futuras o máximo de liberdade possível, mesmo que isso peça, agora, sacrifícios grandes para, responsavelmente, conseguirmos, o mais rapidamente possível, minorar os efeitos de ter malbaratado a liberdade recebida.
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Liberdade, quem a tem chama-lhe sua! |
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Mário da Silva Moura Presidente da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Setúbal |
“Liberdade, liberdade, quem a tem chama-lhe sua” era o refrão duma canção qualquer do meu tempo de infância, ainda em tempos de ditadura, com censura ao que se escrevia ou mesmo ao que se cantava! Quantos discos do Zeca Afonso ou do Adriano de Oliveira tive de ouvir ás escondidas! Passou há dias mais um aniversário do 25 de Abril de 1974, feriado já sem significado para muita gente atualmente – é gente que não sabe, nem tem experiência do que foi viver décadas sem poder comentar, escrever, reunir, manifestar-se, até cantar o que lhe bem aprouvesse. As pessoas com menos de 50 anos não tiveram por isso a experiência da falta de liberdade para poderem viver esse feriado que passou com uma certa emoção. Sofri as inclemências do lápis azul (ou era vermelho?) enquanto diretor de dois jornais, fui alvo de queixas ás autoridades por falar e escrever a minha opinião sobre coisas que não convinham ao poder estabelecido, sofri atrasos em nomeações profissionais pelo obstáculo do parecer da PIDE. Não posso pois deixar de passados tantos anos poder escrever e falar á minha vontade. No entanto muita coisa se foi modificando na vida política e social nos últimos anos que me foi dando uma nova sensação duma limitação á minha liberdade tão amada.
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A censura hoje é mais sofisticada e camuflada pois se exerce pelas burocracias, pelas demoras ás soluções do que se pede, pelas exigências disto e aquilo, enredando-nos numa verdadeira teia inibidora dos nossos objetivos. E tantas vezes tudo se faz conforme as exigências regulamentares e depois alguém nos ultrapassa por influência dum cartão partidário, por exemplo, ou por preconceitos de raça, cor ou religião. E começamos a sentir que afinal a liberdade conquistada não é assim tão límpida quanto isso. E já não quero falar do verdadeiro big brother que nos envolve enviando imagens da nossa passagem por um banco, por uma qualquer loja, até por esta ou aquela rua de mais movimento, centralizando algures num |
computador as minhas receitas da farmácia, as minhas visitas ao médico ou até um bom almoço onde pedi a minha legal fatura – afinal a liberdade conquistada em 25 de Abril parece ser uma ficção. E como cristão que me prezo nada contribuí para o bispo que preside á minha diocese, nem mesmo para o pároco da minha paróquia, como hei de pensar na liberdade? E se nas minhas leituras teológicas encontro com alguma frequência um ou outro teólogo que aprecio condenado pelo Santo Ofício, então a minha plena consciência da liberdade, tão querida pelo Jesus que me apaixonou, sente-se profundamente abalada. Por isso me vem á mente a canção da minha infância: “liberdade, liberdade, quem a tem chama-lhe sua!” |
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liberdade
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Pacem in Terris foi base
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A luta pela liberdade e pelos direitos dos cidadãos, formuladas 11 anos antes da revolução do 25 de abril na encíclica Pacem in Terris, abriram caminho para a Revolução dos Cravos, afirma José Rodrigues. “Naquele tempo foram documentos da Igreja com esta envergadura que foram marcando as etapas dos jovens, forjando uma escola de consciências, de solidariedade, de descoberta de valores para a vida e para o tempo”, explica numa entrevista à Agência ECCLESIA o vice-presidente nacional da Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC-MTC) que em 1963, data da publicação da encíclica de João XXIII, tinha 12 anos e começava a envolver-se na Juventude Operária Católica (JUC). As propostas do Papa Roncalli apontavam a importância de “olhar o homem como pessoa, com direito a ter uma vida digna, a ter direito ao trabalho, a ter direito à liberdade”, numa altura em que em Portugal estava “em ditadura” e era preciso “esconder tudo”. João XXIII apresentava uma “visão larga” sobre o tempo que havia de vir, dizendo que as organizações “precisavam de liberdade” e “denunciando o que o Estado Novo não queria que se denunciasse”. Entre 1963 e 1974 uma geração que aspirava à liberdade começa a formar-se e “documentos desta envergadura” marcaram os jovens num caminho que se “inicia naquele tempo”, onde a Igreja era a única com “espaços de liberdade”.
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“Os primeiros dirigentes sindicais foram formados na JOC”, explica José Rodrigues, reformado da Lisnave onde participou no movimento sindical, recordando ter sido nos espaços eclesiais que a solidariedade e os direitos formaram a sua consciência. O vice-presidente nacional da LOC afirma a presença de “Jesus Cristo no compromisso dos militantes que acreditavam no seu projeto de liberdade e de dignidade das pessoas” e tinham como meta “o Evangelho”. José Rodrigues lamenta que atualmente se viva “num mundo teórico”, pois os jovens militantes “são estudantes” que “não colocam na vida o que aprendem na escola”. Ao olhar para as manifestações que percorrem as cidades onde os manifestantes reclamam direitos, o dirigente lamenta que os manifestantes nem sempre “tenham consciência dos seus deveres”. “Cada um tem o direito de exigir, porque é um direito que lhe assiste mas tem o dever de ser capaz de contribuir e exigir de si”. |
Para José Rodrigues a encíclica de João XXIII não perde atualidade. “Foi escrita num tempo com gente que adivinhava os sinais e por um homem de vistas largas, sábio”, aponta, acrescentando não ser necessário “inventar nada” mas antes “utilizar bem os meios” que existem. A Pacem in Terris “deve ser proclamada e conhecida” para que “todos os homens de boa vontade não tenham vergonha de assumir que por aqui passam valores e nós temos ferramentas para os colocar em marcha”. |
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Liberdade, onde te encontro? |
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A procura de liberdade é um tema comum, mas há muitos caminhos a seguir... António José Barbosa, da Paróquia da Brandoa, Diocese de Lisboa, procurou durante muitos anos uma libertação verdadeira. “Enveredei pelo mundo da droga, consumi drogas pesadas e estive 10 anos preso por tráfico de estupefacientes e pequenos roubos”, confessa ao microfone da ECCLESIA. Hoje tem 48 anos, é casado e tem uma filha. A sua procura de liberdade deu lugar à fé que encontrou, e agora vai renovando no caminho neocatecumenal. “Hoje sou um homem novo e só Deus permitiu este caminho, onde morri e nasci para a vida”. O pediatra José, como quer ser tratado, sente a liberdade na profissão que um dia sonhou ter. “Desde pequeno que sonhava ser médico e consegui… Cuidar das crianças para mim é tudo, pagaria para as tratar, como costumo dizer!”. Há 29 anos que a sua profissão se tornou uma vocação e as oito horas de trabalho se estendem por dias a fio. Procura a sua liberdade em cada criança que trata e as que vêm de instituições são para ele uma prioridade. “Tento sempre procurar esta liberdade de ajudar quem precisa porque estas crianças deviam ser os heróis das nossas consultas”. O médico sente a sua liberdade nas visitas que faz às instituições e na forma como transforma as suas consultas, “às vezes até cantadas em rap”, como diz. O padre José Luís Costa é o capelão do Hospital Prisional São João de Deus, em Caxias. A cada dia encontra novas histórias de quem procura |
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libertar-se da doença e da reclusão. “Sei de muitas realidades pelo grupo de voluntários que me apoiam. Mas a presença do capelão é tomada como alguém a quem se respeita”. Os cerca de 150 reclusos que se encontram internados abordam o padre José Luís Costa para pedirem “dinheiro, tabaco ou um cartão para o telemóvel”. “Não sejamos ingénuos, procuram-me para tudo… Mas depois percebem que sou padre e diferente e, às vezes, chega-se a conversas interessantes”, conta o capelão. Para o sacerdote, que acompanha esta busca constante de liberdade, mostrar que a “Igreja os entende e aceita” é um dos objetivos. O escutismo pode ser entendido como outra das formas de procurar liberdade. O chefe Ricardo Perna, do |
agrupamento 467 da Charneca da Caparica, região de Setúbal, confirma que “não seria tão livre se não fosse escuteiro”. Entrou para o escutismo há 25 anos e sente cada acampamento como se fosse o primeiro: “Há uma adrenalina própria de cada um poder ser como é naqueles dias”. Hoje, como chefe, as responsabilidades aumentaram mas o caminho que faz com os jovens dá-lhe uma paz diferente para o quotidiano. “As noites passadas a ver as estrelas não se esquecem e dos acampamentos trago uma paz interior que não se explica, só se vive e sente estando lá”. Estes testemunhos podem ser ouvidos nos dias 22, 23 e 24 de abril, às 22h45, e no dia 26, pelas 18h30 e 22h45, no programa ECCLESIA na Antena 1. |
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Um cinema que questiona dogmas |
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Inês Gil, professora universitária de Cinema, considera que “os melhores filmes para evangelizar são os que questionam” e “põem em causa os dogmas”, e não aqueles que apresentam a mensagem cristã de maneira óbvia. Em entrevista ao programa ‘70X7’ (RTP-2), a jurada do prémio atribuído pela Igreja Católica no festival IndieLisboa, que decorre até domingo, observa que a Sétima Arte pode servir de “divertimento” mas também constitui oportunidade para “refletir”. “[Os criadores] procuram olhar um determinado tema, convidando-nos também a fazê-lo, e assim nós descobrimos, provavelmente, uma verdade que está relacionada com a nossa vida”, sublinha Margarida Ataíde, do mesmo júri. A autora das apreciações cinematográficas publicadas semanalmente na Agência ECCLESIA acentua que “muitos filmes” aprofundam “valores cristãos e universais”, mesmo quando são realizados por pessoas “não crentes”, além de proporcionarem a aproximação a “realidades muito distantes” dos espetadores. Para Margarida Ataíde os festivais de cinema refletem “o pulsar” cinematográfico ao divulgarem obras que não passam no circuito comercial, mostrando que um trabalho “não tem de ser necessariamente rentável para ser bom, útil, importante ou proveitoso”. O prémio ‘Árvore da Vida’, no valor de dois mil euros, é concedido pelos secretariados nacionais das Comunicações Sociais e da Pastoral da Cultura da Igreja Católica a um filme realizado por um cineasta português. |
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A distinção manifesta pelo quarto ano consecutivo uma “relação de amizade” com o festival internacional de cinema independente, revelando a “disponibilidade de escuta mútua” entre a organização e a Igreja, assinala Margarida Ataíde. Inês Gil salienta que a “nova geração” de realizadores” portugueses é “muito interessante do ponto de vista humano”. O realizador Jorge Paixão da Costa realça que o IndieLisboa é “um oásis” num país “onde o deserto é total”, além de constituir a “prova que há |
possibilidade de um cineasta se realizar sem grandes meios”. “Os temas que agradavam no início do cinema sonoro têm-se perpetuado”, nota o professor de Cinema, acrescentando que a Sétima Arte, “e tudo o que é cultura”, é em Portugal “uma espécie de parente pobre dos pobres”. Os prémios da 10.ª edição do IndieLisboa são anunciados e entregues no sábado, em sessão agendada para as 21h30 no grande auditório da Culturgest, antecedendo o encerramento do festival, marcado para domingo. |
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Lição de Francisco
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O Papa ordenou este domingo 10 padres para a Diocese de Roma, numa missa a que presidiu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, pedindo-lhes que sejam “pastores” e não funcionários da Igreja. “Conscientes de ter sido escolhidos de entre os homens e postos ao seu serviço nas coisas de Deus, cumpri, com alegria e caridade sincera, a obra sacerdotal de Cristo, procurando unicamente agradar a Deus e não a vós mesmos. Sede pastores, e não funcionários; sede mediadores, e não intermediários”, pediu Francisco, na homilia da celebração que decorreu no 50.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. O Papa argentino repetiu o que fazia enquanto arcebispo de Buenos Aires e retirou-se, antes da missa, para um momento de oração na sacristia, juntamente com os que iam ser ordenados, para os consagrar à Virgem Maria. “Hoje, em nome de Cristo e da Igreja, eu vos peço: por favor, não vos canseis de ser misericordiosos. Com os santos óleos, dareis alívio aos enfermos e também aos idosos: não vos envergonheis de tratar com ternura os idosos. Ao celebrar os ritos sagrados e elevar ao Céu, nas diversas horas do dia, a oração de louvor e de súplica, tornar-vos-eis voz do Povo de Deus e da humanidade inteira”, declarou depois, durante a celebração da Eucaristia.
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Numa reflexão sobre o papel dos padres na Igreja Católica, o Papa disse que cada um deles tem a missão de prosseguir a “missão pessoal de mestre, sacerdote e pastor” de Jesus Cristo, ao “serviço do Povo de Deus”. “Oferecei a todos a Palavra de Deus que vós próprios recebestes com alegria. Lembrai-vos das vossas mães, avós, catequistas, que vos deram a Palavra de Deus, a fé”, prosseguiu. Francisco destacou a importância da “palavra e do exemplo” na vida de cada padre, chamados a “unir os fiéis numa única família para conduzi-los a Deus”. |
"Tende sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor, que veio para servir, não para ser servido, e procurar os que estavam perdidos", acrescentou. O Papa ordenou em seguida os dez padres, impondo as mãos sobre a sua cabeça e ungindo-lhes as próprias mãos, visivelmente emocionado, num momento que se concluiu sob os aplausos da assembleia. Entre os novos sacerdotes inclui-se um engenheiro argentino, da mesma nacionalidade do Papa, dois indianos, um croata e seis italianos, tendo o mais velho 44 anos e o mais jovem 26. |
O outro aniversário do Papa |
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Uma festa de «aniversário» diferente para Jorge Mario Bergoglio: o Papa presidiu esta terça-feira no Vaticano à missa evocativa de São Jorge, seu onomástico. Na celebração que decorreu na Capela Paulina com a participação de dezenas de cardeais, Francisco recordou que o Papa Paulo VI (1897-1978) dizia ser “uma dicotomia absurda querer viver com Jesus sem a Igreja, seguir Jesus fora da Igreja, amar Jesus sem a Igreja”. “A identidade cristã é uma pertença à Igreja, à Igreja mãe”, acrescentou. A Igreja está entre as “perseguições do mundo” e a “consolação” de Deus, afirmou Francisco na homilia da eucaristia evocatória do mártir que o rito católico, sírio e bizantino assinalam a 23 de abril. “No momento em que começa a perseguição, começa a atividade missionária da Igreja”, sublinhou Francisco, referindo-se à tradição associada a São Jorge, que terá sido morto cerca do ano 303 ao testemunhar a fé. |
Ao começar a homilia, Francisco dirigiu uma saudação aos membros do Colégio Cardinalício presentes: “Obrigado porque me sinto bem acolhido por vós. Obrigado. Sinto-me bem convosco”. O decano (presidente) deste colégio, D. Angelo Sodano, apresentou uma mensagem de felicitações no início da celebração, pedindo o dom da “fortaleza” e lembrando os que sofrem “por causa da sua fé”. No fim da missa Francisco deteve-se por instantes, em oração, diante de um ícone da Virgem Maria. Jorge Mario Bergoglio nasceu a 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires; tornou-se arcebispo da capital argentina em 1998, foi criado cardeal em 2001 e eleito Papa a 13 de março de 2013. |
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Guerra sem fim na Síria |
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O Papa apelou no Vaticano ao fim do “derramamento de sangue” na Síria e repetiu o seu pedido de libertação dos dois bispos ortodoxos sequestrados esta segunda-feira nesse país. “O rapto dos metropolitas greco-ortodoxo e siro-ortodoxo de Alepo, sobre cuja libertação há notícias contraditórias, é mais um sinal da trágica situação que está a atravessar a querida nação síria, onde a violência e a as armas continuam a semear morte e sofrimento”, disse, durante a audiência pública semanal. |
Francisco repetiu o convite deixado no dia de Páscoa para que cesse o “derramamento de sangue”, se preste “a necessária assistência humanitária” às populações e “se encontre quanto antes uma solução política para a crise” na Síria. O Papa disse rezar pelos bispos sequestrados "para que regressem rapidamente às suas comunidades" e pediu a Deus que "ilumine os corações". A guerra na Síria já provocou um milhão de refugiados, 2,5 milhões de deslocados e quase 100 mil mortos. |
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Net Rádio Católica |
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Como nos aproximamos do dia mundial das Comunicações Sociais, que este ano se celebra a 12 de maio, vamos apresentando ao longo das próximas semanas, projetos cristãos que têm o seu suporte principal na internet. Assim, esta semana como proposta apresentamos uma rádio! Na era da multimédia, dos avanços tecnológicos e da internet pode parecer estranha a sugestão que fazemos. A net rádio católica, não é uma rádio qualquer, como o nome indica emite somente através da internet conteúdos exclusivamente cristãos desde junho de 2005. Entre música, entrevistas e debates não esquecendo a transmissão diária da recitação do terço, encontramos um manancial de programas para todos os gostos e para todas as idades, sempre tendo como inspiração o Evangelho. Como o Bispo de Setúbal escreveu, certamente esta é uma maneira de “levar mais longe o Evangelho da alegria, da esperança, da paz e da vida que é Jesus Cristo Senhor Nosso". Logo na página inicial, começamos a ouvir a emissão online e encontramos uma quantidade enorme de informações disponíveis. Para além dos habituais destaques, temos ainda os vídeos NRC, olhando depois para as sugestões de programação e para a litúrgia do dia, onde a dificuldade que se nos |
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apresenta prende-se essencialmente em saber onde vamos clicar. Todos estes conteúdos são bastante interativos e com uma qualidade elevada, possuindo ainda a vantagem de podermos ouvir os programas a qualquer hora, não necessitando para isso de estarmos em frente ao computador num determinado momento. Somente a título informativo apresentamos alguns programas que consideramos terem bastante interesse de serem seguidos: “Geração XXI” tem como objetivo a divulgação de novas bandas e novos artistas cristãos; “Conversas com … Emanuel Magalhães” um programa de entrevistas onde são convidadas personalidades para debater e comentar temas da atualidade; |
“Caminho de Emaús”, produzido pela Paulus, em que somos levados a refletir sobre as leituras da eucaristia dominical; e ainda o “Luso Fonias” produzido pela Fundação Evangelização e Culturas em parceria com a Rádio Renascença, sempre tendo em conta o caráter missionário e evangelizador. Como facilmente verificamos este sítio vale bem ser adicionado aos nossos favoritos e ser acedido com regularidade, pois além de ficarmos a conhecer as informações eclesiais mais relevantes podemos sempre sentir a alegria, a força e a espiritualidade que a música de inspiração cristã nos transmite.
Fernando Cassola Marques
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Portugal leva livros a Bogotá |
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As delegações portuguesas das editoras católicas Paulus e Paulinas marcam presença na Feira Internacional do Livro de Bogotá, que se prolonga até 1 de maio, com Portugal a assumir o estatuto de país convidado. Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o diretor editorial da Paulus classifica a iniciativa como “um excelente momento” para “estreitar laços com o mercado” latino-americano, atualmente “muito promissor”. O irmão Darlei Zanon destaca o facto do “novo Papa”, Francisco, ser proveniente daquela região, o que “pode trazer novidades” e a mais-valia de Portugal ser em 2013 o país convidado do certame. “Nos últimos três anos 17 projetos da Paulus Portugal foram traduzidos e publicados na América Latina”, salienta o religioso que vai aproveitar a ocasião para “conhecer melhor a produção” literária da América Latina. As Paulinas também estão representadas no stand da delegação colombiana e no Pavilhão de Portugal, levando para a feira 32 obras originais. No âmbito da iniciativa que decorre na capital da Colômbia está também agendada a exibição de duas reportagens multimédia da Renascença: "O mundo de Agustina", sobre Agustina Bessa-Luis, e "As pessoas de Pessoa", sobre o espólio de Fernando Pessoa. |
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Esta é a segunda vez que a língua portuguesa está presente na FILBo, depois do convite que a organização concedeu ao Brasil no ano passado. Com mais de três mil metros quadrados, o pavilhão português foi inaugurado pelo presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. A estrutura permite mostrar aos visitantes obras de escritores portugueses. |
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No total, mais de duas dezenas de autores lusos devem passar pelo evento, quer através da apresentação de livros quer através da participação nas múltiplas atividades que compõem o programa nacional na FILBo. Incluído nesse grupo está o padre e poeta José Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. |
O papel dos leigos |
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A XXV edição das Jornadas Teológicas, promovidas em Braga pela revista "Cenáculo" e pela Associação de Estudantes da Faculdade de Teologia, teve este ano como tema 'O tempo dos leigos no templo de Deus', à luz do Concílio Vaticano II. Em entrevista ao programa ‘Ser Igreja’, João Duque, diretor da Faculdade de Teologia de Braga, referiu que, em virtude das comemorações dos 50 anos concílio, foi resolvido concentrar esta semana “numa das traves mestras” saídas deste encontro eclesial mundial. Para este teólogo e leigo, é necessário “reconhecer que grandes passos se deram depois do Concílio no que ao papel dos leigos diz respeito”, sublinhando que, “do ponto de vista da mentalidade teórica”, o papel dos leigos “está perfeitamente assumido”. Já quanto ao funcionamento do papel dos leigos nas comunidades, João Duque tem uma opinião diferente, garantindo que “há ainda muito caminho a percorrer”. Recordando que, no que à aplicação do Vaticano II diz respeito “há um centralismo excessivo na questão da celebração eucarística”, João Duque referiu que é necessário atentar também na “intervenção dos cristãos no mundo”. “Temos de enfrentar a indiferença religiosa com um certo ativismo”, confessou.
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Salientando que o Vaticano II “foi um concílio que explorou a vocação fundamental de todo o cristão”, o também presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica, garantiu que o concílio “colocou um acento muito específico na atividade do leigo”. O responsável da Faculdade de |
Teologia bracarense reconheceu ainda que “a Igreja tem de se apresentar ao mundo de um modo unitário”, recordando que deve existir “maior proximidade entre o trabalho laical e os ministros ordenados”.
Departamento Arquidiocesano de Comunicação Social – Braga |
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abril 2013 |
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Dia 26
* Aveiro - Agueda (Cineteatro São Pedro) - Sessão/debate subordinada ao tema «Economia e o mundo operário: Oportunidades».
Dia 27
* Lisboa - Paulinas Multimédia - Sessão de autógrafos do padre Tolentino Mendonça.
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* Faro - Altura (Centro Pastoral) - Encontro do bispo do Algarve com os conselhos pastorais e económicos paroquiais da vigararia de Altura. |
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* Leiria - Fátima (Igreja matriz) - Missa «às escuras» presidida pelo padre Rui Marto para mostrar à população como é viver com deficiências visual. * Portalegre - Abrantes - Dia diocesano da catequese com o tema «50 anos do II Concílio do Vaticano». * Coimbra - Sala do Memorial da Irmã Lúcia (Carmelo de Santa Teresa) - Encontro de Reparadoras do Coração Imaculado de Maria. * Porto - Casa diocesana de Vilar - Encontro «Espaços “NaFÉ” – O Nosso Aprofundamento na Fé» sobre «Viver Cristo» promovido pela JOC. * Porto - Gondomar (Colégio das Irmãs da Caridade do Sagrado Coração de Jesus do Taralhão) (21h30m) - Conferência sobre «Povo de Deus - Povo Sacerdotal, à luz da Sacrosanctum Concilium» pelo padre Bernardino Costa e integrada no ciclo de conferências sobre o Ano da Fé. * Leiria - Visita às igrejas paroquiais de Albergaria dos Doze, Casais Bernardos e Rio de Couros promovida Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima. * Vaticano - Praça de São Pedro - Jornada mundial dos crismandos e dos crismados integrada no Ano da Fé. (27 e 28) |
Dia 28
* Vaticano - Praça de São Pedro - O Papa Francisco ministra o sacramento da confirmação. |
Ano C – 5º Domingo do Tempo Pascal |
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Seguir Cristo é amar como Jesus nos ama |
«Disse Jesus aos seus discípulos: Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros». São palavras da segunda parte do evangelho deste quinto domingo do tempo pascal, a identificar os seguidores de Cristo no amor, na capacidade de amar até ao dom total da vida. “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros”. Jesus não inventou o amor. Os homens e as mulheres não esperaram que Jesus viesse para saber um pouco o sentido da palavra “amor” e do verbo “amar”. Aliás, o mandamento de “amar o seu próximo como a si mesmo” encontra-se já no Livro do Levítico. Então, como compreender a novidade do testamento final de Jesus? Ele próprio nos dá a chave: “Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros”. Só olhando Jesus saberemos como Ele nos ama. A sua vida concretiza esta palavra. Isto vai para além daquilo que, humanamente, podemos fazer. Ele diz-nos para perdoar setenta vezes sete, sem qualquer limite ao perdão. “Amai os vossos inimigos e rezai pelos vossos perseguidores”… “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”… São João escreve que “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim”, isto é, até à plenitude do amor cuja Fonte é o seu Pai. A maneira de Jesus nos amar ultrapassa a nossa maneira de amar. O amor que Ele nos convida |
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a viver entre nós é mesmo novo! Jesus não nos diz: “Eu amei-vos. Agora, desenrascai-vos, fazei esforço para Me imitar!” Ele diz-nos: “Como Eu, que vos amo e vos dou o amor infinito do Pai, deixai-vos amar, como uma criança que se deixa tomar nos braços da sua mãe e do seu pai. Vinde até Mim. Àquele que vem até Mim, não o abandonarei. Então, poderei derramar sobre vós a força do próprio Amor que é Deus. Assim, encontrareis a força para ir além das capacidades humanas, podereis, dia após dia, aprender a amar-vos como Eu vos amo”. No caminho desta semana, |
certamente vamos encontrar homens, mulheres, jovens, crianças. Como cristãos, somos convidados a amá-los “como” Jesus, sem fingimentos, gratuitamente, sinceramente, dando-nos a eles com o melhor de nós mesmos. A nossa vida de batizados deve ser sinal no meio da descrença e da indiferença do mundo. Todos verão que somos discípulos de Cristo, segundo o amor que tivermos uns para com os outros. Seguir Cristo é amar como Jesus nos ama.
Manuel Barbosa, scj |
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa da igreja de Nossa Senhora-a-Branca, Braga
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h30Domingo, dia 28 - Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
RTP2, 18h00Segunda-feira, dia 29 - Entrevista às presidentes da Juventude Operária Católica e Liga Operária Católica. Terça-feira, dia 30 - Informação e rubrica sobre o Concílio Vaticano II com Teresa Messias;
Quarta-feira, dia 01 - Informação e rubrica sobre Doutrina Social da Igreja, com Alfredo Bruto da Costa;
Quinta-feira, dia 02 - Memórias do 25 de abril. Entrevista a D. Manuel Martins. Rubrica "O Passado do Presente", com D. Manuel Clemente
Sexta-feira, dia 03 - Apresentação da liturgia dominical pelos padres Robson Cruz e Vitor Gonçalves.
Antena 1 Domingo, dia 28, 06h00 - Neste programa evocamos a liberdade, os direitos e os deveres que o 25 de abril, o 1 de maio e a enciclica «Pacem in Terris» assinalam.
Segunda a sexta-feira, dias 29 de abril a 3 de maio - Fátima Jovem: testemunhos de quem se prepara para ir à peregrinação nacional de jovens a Fátima
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O Papa inicia no próximo domingo uma série de encontros mundiais inseridos no programa de celebrações do Ano da Fé, que vão reunir no Vaticano pessoas de várias proveniências à volta de uma temática específica. O pontapé de saída é dado pelos jovens crismandos e alguns dos peregrinos serão crismados pelo próprio Francisco.
Entre sexta-feira e domingo reúnem-se em Fátima os membros da Fraternitas, para o seu 34.º Encontro Nacional. Este é um Movimento eclesial que congrega padres dispensados do exercício do ministério, casados ou não, e suas esposas ou viúvas “em torno da amizade, da convivência, da solidariedade e da espiritualidade”.
O 1 de maio, considerado hoje o dia do trabalhador, foi, durante muitos anos um dia de reivindicações e mesmo de lutas violentas pela promoção da classe operária. A Igreja quis dar uma dimensão cristã a este dia e nesse sentido Pio XII, em 1955, colocou a ‘Festa do trabalho’ sob a proteção de São José.
O Teatro do Ourives apresenta entre 2 e 4 de maio uma leitura encenada de ‘Job ou a tortura pelos amigos’, peça do filósofo francês Fabrice Hadjadj, na livraria Ferin, Lisboa, sempre às 21h00. A dramaturgia e encenação é de Júlio Martín, que traduziu a peça com a atriz Sara Ideias. |
Sudão do Sul: a aldeia da paz do Bispo Paride TabanO antídoto da violência |
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Primeiro, foi o inferno. A guerra fratricida no Sudão deixou um rasto de violência, de horror e de morte. Em 2005 foi assinado um acordo de paz, que iria conduzir a um referendo e à divisão do país. O referendo trouxe uma enorme esperança e inspirou um bispo a criar uma aldeia onde todos pudessem aprender a viver em comunidade. Tinha tudo para falhar… O bispo queria apenas aproximar pessoas. Quando todos olhavam em volta, ainda toldados pelo ódio, pela violência, viam apenas inimigos. Ele, o bispo, via pessoas. E percebia que estavam todos irremediavelmente abandonados. Havia uma enorme solidão por ali, por causa da guerra. Da guerra civil que, durante duas décadas, deixou um rasto de mais de 2 milhões de mortos, que enlutou as famílias como se fosse uma cicatriz, uma marca que não se apaga mais do corpo e não se esquece mais da memória. |
Quando olhava em volta, o Bispo Paride Taban via famílias perdidas, destroçadas, crianças sem futuro, gente sem rumo. Imaginar uma aldeia onde todos pudessem viver em comunidade, independentemente das origens e |
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da religião, era arriscado. Mas o projecto, que tinha tudo para falhar, correu bem. A aldeia tornou-se num sucesso e hoje é exemplo de progresso. Ali nada é imposto. Todos são chamados a contribuir para a vida colectiva.
Casa grande A aldeia é a casa grande onde todos se albergam apesar das diferenças. Todos aprenderam que têm mais em comum do que as divergências que alimentaram anos de guerra. A aldeia, a que o bispo Taban chamou de Santa Trindade Pacífica, no estado de Kuron, é hoje um oásis de desenvolvimento. As crianças vão à escola, há um posto de saúde, campanhas de vacinação, desenvolveram-se técnicas agrícolas, os terrenos foram irrigados, diversificaram-se as culturas. Mas, mais importante, na aldeia aprendeu-se a respeitar o outro. Em Março, a ONU entregou ao Bispo emérito do Sudão do Sul, Paride Taban, o prémio Sérgio Vieira de Mello por ter promovido o diálogo e a reconciliação entre tribos e facções na sua aldeia de Santa Trindade Pacífica. |
Ao agradecer, Taban, de 76 anos, cujo projecto é apoiado pela Fundação AIS, disse que a sua vida tem sido “uma caminhada de muitos anos à procura da paz”. Às vezes, os maiores monumentos são apenas lugares que mal se vislumbram no mapa. É o caso da aldeia de Santa Trindade Pacífica, no Sudão do Sul, onde cristãos, islâmicos, católicos e evangélicos vivem em paz. Afinal, há sempre um antídoto à violência.
Saiba mais em www.fundacao-ais.pt |
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Conquista
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