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Paulo Rocha 20 - OpiniãoD. Manuel Linda Octávio Carmo JMJ 2016 D. Joaquim Mendes
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Cuca Roseta |
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Foto da capa: Lusa Foto da contracapa: Arlindo Homem
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo Aguiar Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Festa da Juventude Católica em Cracóvia
D. Manuel Linda | LeopolDina Simões Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernando Cassola Marques | Bento Oliveira |
Para glória do Seu nome |
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Paulo Rocha |
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O debate em torno do tema ‘Europa’ é frequentemente marcado por questões religiosas na tentativa crescente de apagar referências a uma matriz que determina a sua identidade ou para impor políticas que alteram substancialmente as consequências de um humanismo cristão que faz parte da sua história. Sinal maior dessa obsessão está na impossibilidade de encontrar consensos para incluir a palavra ‘cristianismo’ na Constituição Europeia, mesmo em nota marginal que carateriza todos os preâmbulos, quando se quis fazer referência às raízes identitárias do continente. Longe de leis para a Europa, o cristianismo está na vida de muitos europeus. E determina projetos globais que acontecem na Europa, com o futebol. O que disse Fernando Santos após a conquista do título europeu de Futebol para a Seleção de Portugal comprova que a matriz cristã pode não estar em tratados constitucionais, mas está na vida, no quotidiano de muitos europeus. A carta do treinador português é a afirmação bem clara de que o cristianismo, nomeadamente na sua expressão e realização católica, é uma forma de vida que as leis não apagam. Mais do que uma afirmação de fé pessoal, conhecida por todos e reconhecida por alguns, Fernando Santos disse a crentes e a não crentes que uma Pessoa está sempre presente na sua vida, é o seu “maior Amigo” e que tudo o que conquista tem um único objetivo: “Que seja para glória do Seu nome”. A ocupação do espaço mediático por perspetivas |
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que ostensivamente esquecem o que faz parte do ser pessoa na Europa e a timidez de muitos crentes, dos quem tem por única referência e exemplo uma Pessoa, Jesus Cristo, e raramente o manifestam, faz com que a surpresa reine diante de testemunhos de vida como o do treinador de Portugal e motiva o crescente engano da raridade desses percursos de vida. À certeza de que há muitos protagonistas da nossa sociedade que vivem de acordo com a matriz cristã é |
necessário juntar o desafio que se coloca à Igreja Católica de lhes dar espaço, relevo, voz! Para isso, basta seguir a metodologia do Papa Francisco e abeirar-se de cada um deles, convidando-os, solicitando-os! Um exemplo: o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil pediu a Cuca Roseta para participar na Jornada Mundial da Juventude, na festa que vai reunir os participantes de Portugal. A fadista, para quem cada hora de concerto é uma hora de oração, não hesitou em poder testemunhar a sua fé, em cantar todos os fados que mostram a dimensão espiritual do seu percurso de vida. E não esconde que este concerto especial e todos os outros têm uma marca comum: “para glória do Seu nome, sempre!”. |
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A alegria de um povo... É nossa! @ LUSA |
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- “O dia de hoje não é igual ao de ontem. Para muitos parece que sim, ganhou-se o campeonato da Europa, continuam os problemas económicos, sociais, políticos e culturais. Há uma diferença, a diferença foi o vosso exemplo”. (Marcelo Rebelo de Sousa, TVI24, 11/07/2016)
- “Todo este processo é um contrassenso. Ver o ministro das finanças alemão a propor que Portugal seja castigado porque Portugal não tomou as medidas necessárias descredibiliza o funcionamento da Europa, descredibiliza bastante o senhor Schäuble e não reforça a confiança dos cidadãos na Zona Euro". (António Costa, Jornal de Negócios, 12/07/2016)
- “A contratação de Durão Barroso pela Goldman Sachs é particularmente escandalosa tendo em conta o papel desempenhado pelo banco durante a crise financeira de 2008, mas também o papel na camuflagem das contas públicas da Grécia. Moralmente, politicamente, eticamente, é uma falha por parte do senhor Barroso”. (Harlem Désir, secretário de Estado dos Assuntos Europeus francês, Expresso, 13/07/2016) |
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860 portugueses fazem voluntariado missionário em 2016
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A Fundação Fé e Cooperação (FEC), da Igreja Católica, anunciou que 860 portugueses vão estar envolvidos em ações de voluntariado missionário em 2016, incluindo 14 pessoas que deixaram os seus empregos para integrar projetos em países em desenvolvimento. |
“Com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, 14 pessoas deixam o seu emprego e 9 pedem uma licença sem vencimento para partir este ano para países em desenvolvimento”, assinala um comunicado da FEC enviado à Agência ECCLESIA. A este número juntam-se 9 |
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desempregados que vão dedicar o seu tempo a experiências de voluntariado missionário, representando um total de 3% no universo do número de partidas. Os dados avançados pela FEC revelam que 341 jovens e adultos vão realizar projetos de voluntariado missionário em países em vias de desenvolvimento; 519 desenvolvem atividades de voluntariado e missão em Portugal. O número global mais baixo do que em 2015 (900 voluntários), apesar de se verificar um aumento de 19% no número de pessoas que parte para missões fora da Europa. Os 341 voluntários portugueses no estrangeiro distribuem-se por África, América do Sul, América Central e Ásia, entre projetos de curta e longa duração. Cabo Verde vai acolher 119 voluntários, Moçambique 66, São Tomé e Príncipe 64, Angola 40, Guiné-Bissau 25, Timor Leste 13 e |
o Brasil 12; para fora do espaço lusófono, partem dois voluntários com destino à República Centro Africana. Nos projetos de curta duração (de 15 dias a 6 meses) partem para os países em desenvolvimento 305 pessoas; as outras 36 integram projetos de longa duração (7 meses a 2 ou mais anos). Dos 341 voluntários que participam em projetos de voluntariado missionário, 70 vão repetir a experiência. Segundo a FEC, a “grande maioria” dos voluntários que parte em 2016 tem entre 18 e 35 anos; 85% são estudantes, recém-licenciados ou pessoas empregadas que utilizam o seu tempo de férias para se dedicar ao desenvolvimento de projetos de voluntariado internacional. As principais áreas de intervenção são a agricultura, animação sociocultural, construção de infraestruturas, educação e formação, pastoral, saúde e dinamização comunitária. |
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Euro 2016:
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O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, saudou a vitória da seleção nacional de futebol no Euro 2016, celebrada por milhares de pessoas nas ruas de Portugal, e manifestou “grande admiração” pelo selecionador Fernando Santos. “Tudo isto nos faz bem, faz bem à nossa alma portuguesa”, referiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em declarações ao Patriarcado de Lisboa, enviadas à Agência ECCLESIA. O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou que o resultado da seleção nacional se deveu “muito” ao trabalho do seu treinador, “com a sua serenidade, com a sua consistência pessoal e também psicológica”. “Ele já estava certo do resultado e essa certeza vem muito de dentro e passou para a equipa”, sustentou. Fernando Santos, treinador da seleção portuguesa de futebol que este domingo se sagrou campeã da Europa, evocou a sua fé católica no discurso de agradecimento que leu em Paris. "Em primeiro lugar e acima de tudo, quero agradecer a Deus Pai por este momento e tudo aquilo da minha vida", disse, numa declaração |
que, segundo confessou, tinha escrito semanas atrás. A carta que Fernando Santos escreveu no seu quarto, agradecendo a Deus, foi lida antes das perguntas dos jornalistas, na conferência de imprensa após a final, num tom muito emocionado. Para D. Manuel Clemente, tudo foi dito “naturalmente”, sem ser “forçado”. “Exprime uma vivência que é própria do Fernando Santos, como já tenho tido ocasião de ouvir da parte dele mesmo, por isso bate certo”, declarou o presidente da CEP. O cardeal português aludiu depois ao “valor simbólico” do mundo do desporto e ao “sentido de representação” das equipas nacionais. “Numa equipa ou noutras competições, como agora no atletismo, que eu também quero saudar, vai um povo inteiro”, afirmou. |
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Fátima solidária
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O bispo auxiliar de Braga, D. Nuno Almeida, exortou na Missa de encerramento da peregrinação internacional aniversária de julho, em Fátima, à solidariedade para com “o povo sofredor” da Síria. "Nesta peregrinação, procuramos rezar especialmente pela paz na Síria, um conflito que coloca aquele povo martirizado a tentar sobreviver sob as bombas destrutivas e mortíferas”, referiu o prelado, convidado os peregrinos a “unirem o seu coração, a sua oração à do Papa Francisco, pedindo a Nossa Senhora de Fátima o fim da guerra” naquele país. Numa celebração que levou milhares de peregrinos ao Santuário de Fátima, D. Nuno Almeida destacou um conflito que já fez milhares de mortos e deixou milhões de deslocados e sem teto, pessoas que necessitam do apoio de Portugal e de toda a comunidade internacional. “Procuremos na medida das nossas possibilidades, colaborar com a Cáritas e outras organizações para que se possa minimizar o drama deste povo sofredor”, desafiou o responsável católico, que presidiu às cerimónias de 12 e 13 de julho, em Fátima. |
Durante a homilia da eucaristia, D. Nuno Almeida salientou que todas as aparições marianas em Fátima tiveram como base “guiar a humanidade nos caminhos da paz e do bem”. Um desígnio que “infelizmente” continua por cumprir, num mundo marcado pela guerra, pela violência e pelos atentados à dignidade e à liberdade humana, lamentou o prelado. “O agir humano, quando tende a promover a dignidade e a vocação integral da pessoa, a qualidade das suas condições de existência, o encontro e a solidariedade dos povos e das nações, é conforme ao desígnio de Deus, que nunca deixa de mostrar o seu amor e a sua providência para com os seus filhos”, sublinhou o prelado. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt
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Clericus Cup 2016
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Leigo norte-americano e leiga espanhola assumem direção da sala de imprensa da Santa Sé
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O Papa Francisco aceitou a renúncia ao cargo de diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé apresentada pelo padre Federico Lombardi, nomeando para o cargo o até agora vice-diretor, Greg Burke. De acordo |
com a Sala de Imprensa da Santa Sé, o jornalista norte-americano vai tomar posse como diretor da ‘Sala Stampa’ a 1 de agosto, dia em que inicia funções como vice-diretora Paloma García Ovejero, jornalista de Espanha. |
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Greg Burke, de 56 anos, é natural dos Estados Unidos, foi correspondente em Roma da ‘Fox News’ desde 2001 e, em 2012, foi chamado ao Vaticano para responder às questões da comunicação no trabalho da Secretaria de Estado e supervisionar a relação deste organismo com as instituições de comunicação da Santa Sé. O próximo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé trabalhou na ‘United Press International’, de Chicago, na ‘Reuters’ e no semanário ‘Metropolitan’, sendo depois enviado a Roma como correspondente do ‘National Catholic Register’; a partir de 1990, inicia uma colaboração semanal na ‘Time’. Paloma García Ovejero, próxima vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, nasceu em Madrid em 1975, trabalhou na ‘Cadena Cope’ a partir de 1998 e, desde setembro de 2012, é correspondente para a Itália e o Vaticano da rádio da Conferência Episcopal Espanhola, colaborando também com estações de televisão e jornais. Diretor da Sala de Imprensa desde 2006, o jesuíta Federico Lombardi completa 74 anos em agosto e trabalhou em diferentes setores da comunicação na Companhia de Jesus, |
onde foi vice-diretor da revista Civiltà Cattolica até 1984, e no Vaticano. Diretor de programas da Rádio Vaticano entre 1991 e 2005, o padre Lombardi assumiu a direção da “rádio do Papa” entre 2005 e 2016, acumulando a função de diretor do Centro Televisivo do Vaticano entre 2001 e 2013. Federico Lombardi foi diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé durante 10 anos. O novo diretor, Greg Burke, concedeu à Rádio Vaticano a sua primeira entrevista, onde falou da sua nova responsabilidade, da comunicação da Igreja cada vez mais internacional. “Estou muito entusiasmado, eu diria ‘excited’ em inglês. Ao mesmo tempo, porém, devo dizer que não escondo também um pouco de medo. Percebo que a Sala de Imprensa não é um trabalho fácil. Uma coisa é ser jornalista, mas este trabalho aqui me parece ser algo bem mais complicado”, referiu. Para o novo porta-voz do Vaticano, a Igreja Católica, pela sua natureza, é “universal”. “Neste universo hoje claramente o espanhol é muito importante para o mundo católico. Mas se queres falar com todo o mundo, é necessário também falar em inglês, sem sombra de dúvida”, precisou. |
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Greg Burke, de 56 anos, é natural dos Estados Unidos, foi correspondente em Roma da ‘Fox News’ desde 2001 e, em 2012, foi chamado ao Vaticano para responder às questões da comunicação no trabalho da Secretaria de Estado e supervisionar a relação deste organismo com as instituições de comunicação da Santa Sé.
O próximo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé trabalhou na ‘United Press International’, de Chicago, na ‘Reuters’ e no semanário ‘Metropolitan’, sendo depois enviado a Roma como correspondente do ‘National Catholic Register’; a partir de 1990, inicia uma colaboração semanal na ‘Time’.
Paloma García Ovejero, próxima vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, nasceu em Madrid em 1975, trabalhou na ‘Cadena Cope’ a partir de 1998 e, desde setembro de 2012, é correspondente para a Itália e o Vaticano da rádio da Conferência Episcopal Espanhola, colaborando também com estações de televisão e jornais.
Diretor da Sala de Imprensa desde 2006, o jesuíta Federico Lombardi completa 74 anos em agosto e trabalhou em diferentes setores da comunicação na Companhia de Jesus, onde foi vice-diretor da revista Civiltà Cattolica até 1984, e no Vaticano.
Diretor de programas da Rádio Vaticano entre 1991 e 2005, o padre Lombardi assumiu a direção da “rádio do Papa” entre 2005 e 2016, acumulando a função de diretor do Centro Televisivo do Vaticano entre 2001 e 2013. Federico Lombardi foi diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé durante 10 anos.
O novo diretor, Greg Burke, concedeu à Rádio Vaticano a sua primeira entrevista, onde falou da sua nova responsabilidade, da comunicação da Igreja cada vez mais internacional. “Estou muito entusiasmado, eu diria ‘excited’ em inglês. Ao mesmo tempo, porém, devo dizer que não escondo também um pouco de medo. Percebo que a Sala de Imprensa não é um trabalho fácil. Uma coisa é ser jornalista, mas este trabalho aqui me parece ser algo bem mais complicado”, referiu.
Para o novo porta-voz do Vaticano, a Igreja Católica, pela sua natureza, é “universal”. “Neste universo hoje claramente o espanhol é muito importante para o mundo católico. Mas se queres falar com todo o mundo, é necessário também falar em inglês, sem sombra de dúvida”, precisou.
Morreu presidente do Conselho Pontifício da Pastoral da Saúde |
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O Vaticano anunciou esta quarta-feira a morte de D. Zygmunt Zimowski, arcebispo polaco que presidia ao Conselho Pontifício da Pastoral da Saúde. De acordo com o serviço informativo da Santa Sé, D. Zygmunt Zimowski, de 67 anos, faleceu no seu país natal, vítima de doença prolongada. O prelado lutava há alguns anos contra um cancro no pâncreas. O Vaticano enaltece o percurso e o serviço prestado por D. Zygmunt Zimowski à Igreja Católica e às comunidades cristãs. Nascido na cidade polaca de Kupienin, a 07 de abril de 1949, ele foi ordenado sacerdote em maio de 1973, nomeado bispo por S. João Paulo II em março de 2002 e consagrado pelo então cardeal Joseph Ratzinger (agora Papa emérito Bento XVI) que na época era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Em 2009 assumiu a presidência do Conselho Pontifício da Pastoral para os Agentes de Saúde, ao mesmo tempo que foi nomeado arcebispo de Radom, na Polónia. Depois de ter sido internado em Varsóvia em dezembro de 2014, devido à sua doença, |
D. Zygmunt Zimowski tinha retomado há alguns meses a sua missão na Cúria Romana. O Papa manifestou através de um telegrama o seu profundo pesar pela morte do prelado, “após uma longa e dolorosa doença, por ele vivida com espírito de fé e de testemunho cristão”. Francisco recorda no telegrama “o generoso ministério” do arcebispo Zimowski e eleva “fervorosas orações de sufrágio ao Senhor pela sua alma”, confiando-o “à materna intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, Rainha da Polónia”, assim como invoca para ele “o prémio eterno prometido aos fiéis servidores do Evangelho”. |
Santa Sé descarta novas diretivas para celebração da Missa |
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A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou uma nota de esclarecimento em relação à divulgação de notícias sobre alegadas “novas diretivas” do Vaticano em relação à celebração da Missa. O tema surgiu na imprensa e nas redes sociais após uma conferência realizada em Londres pelo cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé), em que se sugeria que a orientação ‘versus Orientem’ (com o celebrante virado na mesma direção da assembleia e não de frente para a mesma). "O cardeal Sarah sempre se preocupou, com razão, pela dignidade da celebração da Missa, exprimindo-se adequadamente sobre o comportamento de respeito e adoração pelo mistério eucarístico. Algumas das suas expressões foram, no entanto, mal interpretadas, como se anunciassem novas indicações”, refere a nota do Vaticano. O comunicado oficial sublinha que a Instrução Geral do Missal Romano, que contém as normas relativas à celebração eucarística, “ainda está em pleno vigor”. O número 299 desde documento orientador precisa que “onde for possível, o altar |
principal deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e celebrar a Missa de frente para o povo”. A Sala de Imprensa da Santa Sé recorda que o Papa Francisco já teve ocasião de visitar a Congregação para o Culto Divino e recordou “expressamente” que a forma “ordinária” da celebração da Missa é a prevista pelo Missal promulgado por Paulo VI (1970). A forma 'extraordinária', que foi permitida pelo Papa Bento XVI com o Motu Proprio ‘Summorum Pontificum’ (2007), “não deve tomar o lugar da 'ordinária'”, acrescenta a nota. O comunicado oficial conclui com o esclarecimento de que “não estão previstas novas orientações litúrgicas a partir do próximo Advento, como alguns erroneamente deduziram de algumas palavras do cardeal Sarah”. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Cáritas Europa alerta para atentados à «dignidade humana» na região |
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Abrir o coração a quem sofre
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Falta alma à nossa Europa |
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D. Manuel Linda Armadas e Forças de Segurança |
“Então o «Brexit» também é um problema moral?” – disparou-me um amigo, num misto de provocação e como que a recordar-me o meu passado de docente de ética social. “É. E grande. Como tu sabes” – respondi-lhe. Porquê? A moral cristã é o estilo de vida que se origina na fé no Senhor ressuscitado, sua mensagem e exemplo. Começa por se situar nas problemáticas e ilumina-las com a luz da revelação. Mas, como a realidade social, hoje, é imensamente diferente e mais intrincada que há dois mil anos, aplica-lhe a reflexão da inteligência e solicita o contributo das ciências humanas. E confronta os dados obtidos com as grandes linhas orientadoras da revelação, tal como a longa história da Igreja as foi cristalizando, mormente a nível do Magistério. A praxis cristã é, pois, o resultado deste movimento de vai-e-vem que Gadamer designava por «círculo hermenêutico». Ora, no que à Europa diz respeito, provimos de uma abertura de espírito que se cristalizou na frase de S. Paulo: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre […]. Todos sois um só em Cristo Jesus” (Gal 3, 28). Para a mente cristã, portanto, o horizonte é a união e o derrubar das barreiras entre os povos, se realizadas na paz e na livre decisão, e não o sectarismo ou o isolacionismo: a fé em Jesus Cristo reclama abertura, colaboração e exclui qualquer género de muros. Com base nisto, em Dezembro de 2000, S. João Paulo II lembrava a Europa como “grandiosa síntese entre a cultura da antiguidade clássica, basicamente romana, e as culturas dos povos |
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germânicos e celtas, síntese baseada no Evangelho de Cristo”. Mas acrescentava: “Não se pode esquecer que foi a negação de Deus e dos seus mandamentos que criou, no século passado, a tirania dos ídolos, expresso pela glorificação de uma raça, de uma classe, do Estado, da nação, do partido, no lugar de Deus vivo e verdadeiro". Por sua vez, o Papa Francisco, no memorável discurso ao Parlamento Europeu (25/11/2015), colocava o dedo na mesma ferida: “Uma Europa que não mais se abre à dimensão transcendente da vida é uma Europa que arrisca perder sua alma aos poucos". Por isso, “a Europa dá |
a impressão de estar um tanto envelhecida e abatida, como se sentisse cada vez menos como protagonista num mundo que com frequência se refere a ela com indiferença. […] Temos uma impressão geral de abatimento e envelhecimento, de uma Europa que é hoje como uma avó, não mais fértil e vibrante". Pois, o problema moral reside aqui. O «Brexit» é expressão disso. E o que se lhe seguirá? Não sabemos. Mas não é de excluir a tal “balcanização”, de que falou o mesmo Papa, e o consequente regresso à “tirania dos ídolos”. A Europa unida nasceu para os evitar. Se se desune, que se pode ainda esperar? |
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Celebrar |
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Octávio Carmo
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"O dia de hoje não é igual ao de ontem. Para muitos parece que sim, ganhou-se o campeonato da Europa, continuam os problemas económicos, sociais, políticos e culturais. Há uma diferença, a diferença foi o vosso exemplo" Começo esta crónica com as palavras do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, esta segunda-feira, ao receber no Palácio de Belém os vencedores do Campeonato Europeu de Futebol, disputado na França. Portugal não precisou de justificações para celebrar este triunfo e fê-lo de forma efusiva, mas o chefe de Estado quis sublinhar que o sucesso desportivo transcende em muito os limites das quatro linhas, no caso do futebol. A dimensão coletiva do feito foi por demais evidente, até dentro de campo, e a imagem de Portugal enquanto país pequeno, limitado e incapaz de superar as suas ancestrais limitações foi deixada de lado, pelo menos durante alguns minutos. Até porque não somos assim tão pequenos no contexto europeu e uma vitória portuguesa é perfeitamente equiparável a triunfos passados da Dinamarca, Holanda, Grécia ou a ex-Checoslováquia. Não precisamos de fingir-nos menores do que somos para que o triunfo tenha uma dimensão ainda mais espetacular. Somos o que somos. E isso bastou para sermos campões. Não está mal, digo eu. Tive a oportunidade de acompanhar a receção no Palácio de Belém, com muitas horas de espera, que foram passadas quase sempre a olhar para a multidão em festa, a celebrar interiormente com ela, a desejar que momentos destes se possam |
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repetir pelos mais diversos motivos e o país se reveja com a força que tem, no momento de celebrar. As nuvens negras não desapareceram do horizonte europeu, pelo contrário. Mas saber que se consegue ganhar é muito importante quando há tantas batalhas para travar. Em dia de festejos, foi particularmente emocionante para mim ver a bandeira da Madeira aos ombros de Cristiano Ronaldo. A seleção nacional de |
futebol, aliás, nem por encomenda conseguiria ser mais representativa: Madeira, Açores, Norte e Sul, Brasil, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde, a etnia cigana, filhos de emigrantes, cada um dos 23 jogadores parecia transportar algo de simbólico, uma pequena parte do puzzle fascinante que é Portugal, com a sua história de aventuras e explorações em todo o mundo. Mais um motivo para celebrar. |
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A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um grande acontecimento religioso e cultural que, a cada três anos, reúne jovens de todo o mundo durante uma semana. O objetivo é partilhar com os jovens de hoje a mensagem de Cristo, e criar um ambiente aberto e de convivência para refletir em conjunto sobre as questões fundamentais da existência. O próximo encontro mundial de jovens com o Papa realiza-se entre 26 a 31 de julho e tem como tema ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia’. Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível diocesano no Domingo de Ramos, alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos numa grande cidade: em 1987, Buenos Aires (Argentina); em 1989, Santiago de Compostela (Espanha); em 1991, Czestochowa (Polónia); em 1993 em Denver (EUA); em 1995, |
Manila (Filipinas); em 1997, Paris (França); em 2000, Roma (Itália); em 2002, Toronto (Canadá); em 2005, Colónia (Alemanha); em 2008, Sidney (Austrália); em 2011, Madrid (Espanha) e Rio de Janeiro (Brasil), em 2013. Este é o acontecimento mais internacional e numeroso que a Igreja Católica organiza em todo o mundo. O Papa convoca os jovens do planeta, escolhe o local do próximo encontro e o tema da JMJ. Orienta também o modo de o preparar e realizar, e preside à celebração, na presença dos bispos de todo o mundo. Os objetivos prioritários da JMJ são a evangelização, a comunhão eclesial com o Papa e a peregrinação na fé. O Semanário ECCLESIA apresenta, nesta edição, um olhar sobre a próxima edição do evento, com testemunhos de participantes portugueses e responsáveis da hierarquia católica no país. |
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Encontro de jovens em Cracóvia ajuda a manter "a frescura, impacto e finalidade"
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Agência ECCLESIA - A Jornada Mundial da Juventude 2016 começa a 26 de julho. Que mensagem quer transmitir aos jovens que vão participar na JMJ mas também aos outros que não têm oportunidade de ir? D. Joaquim Mendes (JM) - Parti com o coração aberto para fazer uma experiência de Jornadas Mundiais da Juventude, não é para ir fazer turismo, não é para estar mais perto do meu amigo ou com o meu grupo mas ir com o coração aberto aos outros, que eles vão encontrar nos pequenos ou grandes encontros. Abertos também à mensagem que o Papa trará, abertos |
a uma experiência de comunhão eclesial, a uma experiência da universalidade do mundo juvenil. Ir com o coração aberto e até não criar muitas expetativas, porque às vezes fica frustrado porque não as alcançou. Ir com o coração aberto para aquilo que pode acontecer, para o que a experiência das jornadas possa proporcionar. Às vezes temos surpresas mas quando vamos com tudo calculado e tudo programado, se calhar, nem o Espírito do Senhor tem espaço para nos levar para outros sítio ou proporcionar outra experiência. |
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Vai, participa, aceita as condições, e valorizar o positivo e deixar-se interpelar porque quando a gente vai de coração aberto deixa-se surpreender por Deus, que se manifesta. Foi uma experiência de grupo, a palavra do Papa, uma celebração e alguma coisa muda na nossa vida, nos transforma. Quando vai fechado, já direcionados, fica privado, se calhar, de outras experiências mais ricas e profundas.
AE – D. Joaquim Mendes vai participar na JMJ, é um dos quatro bispos portugueses catequistas em Cracóvia. Que expetativas tem como participante e que importância assume este contacto como bispos catequistas? JM - Para o bispo é também uma experiência forte cristã porque a fé do bispo cresce com a fé do povo de Deus e, naturalmente, também com a fé dos jovens. A experiência que tenho, como sou Salesiano, a minha vida desenvolveu-se grande parte dela no mundo juvenil, estar com os jovens é sempre receber uma lufada de ar fresco. Eles também têm coisas para nos ensinar e a gente aperceber-se da realidade: Quais são as suas aspirações, quais |
são as suas dificuldades, quais são os seus limites. Conhecê-los melhor para poder caminhar com eles, para os poder acompanhar e dar-se conta de como é a vida dos jovens nos diversos países, nas diversas realidades. Ainda agora estive oportunidade de participar num encontro na Hungria, com os bispos das conferências episcopais que acompanham a Pastoral Juvenil e a Pastoral Universitária, e dei-me conta que a realidade dos jovens é diversa. Portanto, conhecer esta realidade global dos jovens e ver como é que depois nós na vida concreta podemos ajudar os padres, os animadores, os catequistas, a compreender esta realidade juvenil, a caminhar com os jovens não ao nosso ritmo, ao ritmo deles e os poder ajudar melhor. Sem se conhecer, e conhece-se convivendo, estando, falando e escutando, rezando com eles, celebrando com eles a Eucaristia, escutando aquilo que são as aspirações do seu coração e traduzem em oração. Tudo isto para nós nos ajuda a participar, ou seja, tomar parte de uma realidade que é a realidade juvenil e não a ver da varanda, da janela, mas estar dentro, caminhar com eles.
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AE – É a segunda JMJ que se vive com o Papa Francisco, depois do Rio de Janeiro 2013. Que expetativas existe deste encontro entre o Papa e os jovens e do que ele pode pedir, incentivar, motivar? JM – Eu penso que a grande mensagem que o Papa vai dar aos jovens é que procurem seguir Jesus Cristo. Este Papa tem este carisma da proximidade, este carisma da
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simplicidade, este carisma de cativar e o carisma, sobretudo, da autenticidade. Pelo que o Papa tem dito, quando se refere aos jovens, que sejam autênticos, sejam verdadeiros, que não tenham medo de seguir Jesus Cristo, que não tenham medo de ir contra a corrente, que vivam a sua fé enraizados Nele, que confiem, para que possam crescer felizes. O Papa |
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centra muito a espiritualidade juvenil neste encontro com Jesus Cristo, neste seguir e descobrir. Em apostar em Jesus Cristo que não engana, não defrauda. A centralidade é conduzir os jovens ao encontro com Jesus Cristo e segui-Lo com coração misericordioso. Serem canais e instrumentos da misericórdia de Deus no mundo de hoje, sobretudo em relação ao seu mundo juvenil, aos outros jovens. |
Agência ECCLESIA (AE) – Em ano de Jornada Mundial da Juventude quais são as prioridades de ação, de formação/informação que deve ter o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil e os respetivos secretariados diocesanos? D. Joaquim Mendes (JM) – Como em todas as coisas, a participação depende muito da preparação. Primeiro preparar os jovens que trata-se uma peregrinação, de um |
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encontro, é também um convívio mas não é prioritariamente um convívio. É uma experiência de fé, uma experiência de universalidade da igreja. É um contacto com outros jovens que como eles também creem em Jesus e é também um sentido desta visão da universalidade da Igreja caminhar juntos. Portanto, uma preparação espiritual sobretudo sobre o tema das jornadas, a misericórdia, como é que se pode ser misericordioso… Ou seja, dispor o coração dos jovens para este encontro juntos, com o Papa e um encontro de celebração de fé, um encontro que reavive neles o desejo de seguir Jesus, a alegria de ser cristão, a alegria de ser misericordiosos, a alegria de comunicar aos outros uma mensagem que enche o seu coração e enche a sua vida.
AE - O DNPJ disponibilizou catequeses, organizou o périplo da Cruz da Evangelização pelas dioceses. O que destaca por exemplo dessas iniciativas? JM - Destaco a experiência da Cruz. A experiência da cruz congrega os jovens e congrega à volta daquilo que é essencial do cristianismo, que é o amor de Jesus Cristo que teve a sua expressão mais eloquente na cruz. A cruz simboliza o sinal mais |
eloquente do amor de Jesus por nós que nos chama a participar desse amor, a vivê-lo e a comunica-lo aos outros. Congrega os jovens à volta desta realidade que é Jesus Cristo, da celebração da fé, também de reforçar a identidade cristã, no sentido de pertença à Igreja, a experiência da comunhão eclesial. Esses momentos são importantes. Para vivermos a fé, no quotidiano, na comunidade, nós precisamos de vez em quando ter alguns encontros mais alargados, encontros de massa, que nos façam sentir que não estamos sós, que somos muitos mais do que o nosso grupo, que há outros jovens que partilham o nosso ideal, que buscam Deus, a verdade, que seguem Jesus Cristo, que têm valores cristãos. Isto ajuda a fé também cresce por contágio e o sentido de Igreja.
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AE – Referiu a importância do tema da Jornada Mundial da Juventude que este ano é ‘Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia’. O que na sua opinião deve dizer e incentivar os jovens a fazer hoje? JM – O Papa no Jubileu dos Adolescentes, em abril, deu uma mensagem muito bonita que é “crescer misericordiosos”. Crescer |
com coração misericordioso; Crescer com coração que se compadece, que olha para os outros, que olha para a realidade que o envolve e depois essa misericordiosa se traduz em gestos. Uma boa maneira de vivermos a mensagem das jornadas é trazer para a vida, para a mente, para o coração e para a vida as Obras de Misericórdia que na prática são muito simples de viver o Evangelho e ao mesmo tempo são um cartão de identidade, da nossa identidade cristã. Os jovens crescerem com coração misericordioso para tornar este mundo mais misericordioso. O Papa na Bula, número 12, diz que em cada |
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comunidade cristã, onde houver um cristão deve-se criar um oásis de misericórdia. Que os jovens cristãos percebam esta misericórdia e tornem este mundo mais misericordioso, mais fraterno, mais amigo, mais solidário.
AE – O encontro mundial de jovens regressa à Polónia, terra-natal do Papa São João Paulo II, que foi o fundador da JMJ e é seu patrono. Qual a importância deste regresso? JM - Regressar à Polónia com esta referência ao Papa João Paulo II é um voltar às origens das jornadas porque, ao longo do tempo, as jornadas podem perder um bocadinho a sua identidade e o objetivo com que foram criadas.
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A Polónia tem estas duas referências: primeiro a figura do Papa São João Paulo II que é uma figura marcante. Foi uma figura marcante para os jovens, deu-lhes muita força e ajudou-os num caminho de autenticidade e coerência de fé, de ir contra a corrente. Depois, outro aspeto é voltar às origens, ao seu início para que as jornadas mantenham a mesma frescura, o mesmo impacto e a mesma finalidade.
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«Debandada», a pastoral juvenil em PortugalAE – O ano pastoral que está a terminar começou com a expressão bastante divulgada e comentada do Papa Francisco sobre a “debandada dos jovens”, na visita Ad Limina dos bispos portugueses à Santa Sé, em setembro de 2015… JM – O discurso do Papa é decorrente dos relatórios que cada diocese enviou para o Vaticano. De facto, verifica-se que no pós-crisma há muitos jovens que abandonam. Não abandonam, vão à procura de outras novidades. Não é propriamente uma debandada vão à procura, já tiveram aquela experiência, nós vivemos num mundo global, há muita propostas, muitas sugestões. Vão à procura de outras novidades. Depois, há um outro fator, que é a mobilidade. Há muitos jovens que terminam o percurso escolar no 12.º ano e vão para a universidade onde encontram lugar segundo os cursos que escolhem e as universidades onde ficam. Não é para dramatizar, até porque nos pós-crisma, quando vão à procura de outras novidades, depois sentem que aquilo que os atraiu não os |
preenche voltam à experiência inicial. Temos muitos jovens que agora na pastoral universitária aderem às propostas da ‘Missão país’, que tomam parte dos núcleos de cristãos nas universidades, que realizam atividades. Há um reencontro, com mais maturidade, com a experiência cristã que depois se consolida. Não podemos também ignorar que muitas vezes esta debandada se pode dever a uma iniciação cristã que não vinculou, nem à pessoa de Jesus, nem à comunidade cristã. A iniciação cristã não
Não é propriamente
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pode ser só doutrinal, tem de ser mistagógica, da experiência cristã. É uma iniciação à vida cristã tem que ser apoiada ou por uma igreja doméstica ou por uma igreja comunidade. Uma Igreja que acolha, que acarinhe, que acompanhe e onde os jovens se sintam como uma segunda família. Uma comunidade cristã na sua globalidade ou nos grupos onde estão. Temos de repensar, se calhar, a |
iniciação à vida cristã e potenciar a parte mistagógica, a parte da experiência cristã e a parte da experiência comunitária. A comunidade é muito importante e a experiência na comunidade é muito importante. Os adultos mostrem aos jovens como se vive a vida cristã e como se pode ser feliz, por exemplo na vocação matrimonial. |
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AE –A Igreja fala a mesma linguagem dos jovens hoje? JM - Mais importante é escutá-los e compreender como é que formulam os seus problemas e as suas questões na sua linguagem e também nos seus silêncios. Não é só o que eles dizem, é também no silêncio. Há uma linguagem que é universal que é do amor cristão. O meu fundador, São João Bosco, o apóstolo da juventude - João Paulo II enquanto Papa chamou-lhe pai e mestre da juventude – dizia uma coisa muito importante: Que a gente não lhes diga só que os ama mas que sintam; e dizia também que a educação é uma coisa do coração. Quando nós os escutamos e muitas vezes acolhemos o que dizem, sem julgar, sem condenar, sem ter logo receitas ou discursos moralizantes, é estabelecer um diálogo existencial com eles. É um amá-los incondicionalmente e respeitar a sua liberdade e ajudá-los a amadurecer opções de forma gradual, progressiva, com avanços e recuos. A pastoral juvenil não pode ser só uma pastoral de atividades.
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AE - O que é a pastoral juvenil? JM - A pastoral juvenil tem de ser uma pastoral de processos, de acompanhamentos, de rezar com eles, de os escutar, de estar disponível para quando eles ligam, quando mandam um email, e, sobretudo, valorizar muito o encontro pessoal. Os meios de comunicação aproximam-nos, mas não nos tornam mais irmãos, e acompanhá-los em todos os momentos da vida. Os jovens devem saber que no animador, no padre, têm alguém que os escuta, que os ama, e que tem sempre a porta aberta. É aquela imagem do pai misericordioso que São Lucas nos conta no capítulo 15: ficamos muitos tristes quando não vêm ou voltam as costas, mas ficamos sempre à espera.
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Festa portuguesa na JMJ 2016 |
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O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) revelou que a fadista Cuca Roseta vai participar na ‘LusoFesta’, o encontro dos |
portugueses durante a Jornada Mundial da Juventude, na Polónia. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Eduardo Novo explica que ‘LusoFesta’, que vai decorrer no dia 27 de julho, em Cracóvia, vai contar com o testemunho e voz da fadista Cuca Roseta, uma participação que “que muito privilegia e alegra” por apresentar a música como “arte de bem combinar os sons e a espiritualidade”. |
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O encontro dinamizado pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, à margem do programa oficial da Jornada Mundial da Juventude, para além do convívio pretende ser um “momento forte” de reflexão a partir de uma mesa-redonda com “jovens de diversas dioceses” a testemunhar como é que hoje “vivem as Bem-Aventuranças, as Obras de Misericórdia”. “Gestos concretos, ações concretas para nos ajudar a compreender a missão de cada um. A nossa vida, vivida e envolvida na relação com os outros, com o dinamismo da nossa fé”, acrescenta o diretor do DNPJ. Na ‘LusoFesta’ vão participar jovens das 21 dioceses, dos movimentos juvenis e os seis bispos portugueses que vão à JMJ 2016, dia 27, entre as 14h00 e cerca das 19h00 (menos uma hora em Lisboa) em Cracóvia. O objetivo do encontro é festejarem e celebrarem a “alegria da fé na expressividade na língua” portuguesa e “na expressividade, na vivência que mantém unidos, fortalece”. “Efetivamente, este encontro ajudar-nos-á a refletir e também a programarmos e projetarmos o nosso caminho como Igreja em Portugal”, observa o sacerdote, sobre “uma |
grande festa, um grande encontro” para o qual convida também “todos os portugueses” que estejam a viver na Polónia. A 31.ª Jornada Mundial da Juventude tem como tema ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia’ e segundo o DNPJ conta com a participação de cerca de cinco mil jovens portugueses, entre 26 a 31 de julho, em Cracóvia, capital da Polónia. Para o padre Eduardo Novo numa JMJ existe uma “transformação cultural, uma transformação na vida de cada um” através de uma experiência de “uma beleza difícil de expressar” e frisa que a “riqueza intercultural” partilhada é sinal de “fraternidade, de construção do mundo”, um sinal de construção “de si mesmos nos valores, na educação, na formação”. “Todo” o programa da JMJ, acrescenta, envolve os participantes na dimensão da oração, da cultura, da festa, da fé de forma “biopsicossocial”. Segundo o diretor do DNPJ, depois de uma experiência de vida pessoal e comunitária “inolvidável”, quando regressarem a Portugal os jovens devem continuar como “fermento nas comunidades, na Igreja local, nas nossas paróquias, dioceses |
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e movimentos juvenis”. “As nossas paróquias precisam do nosso compromisso, da nossa disponibilidade. É isto que nos transforma como seres cristãos e até como portadores de um sentido diferente de missão, olharmos para a vida com sentido de missão e de
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compromisso”, referiu o padre Eduardo Novo. O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil constata que os jovens “assumem” a sua responsabilidade e “não deixam de surpreender pela alegria, pela aventura, pela sua coragem e determinação”. |
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O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil promoveu uma campanha de divulgação da Jornada Mundial da Juventude 2016 através de mensagens e imagens nos pacotes de açúcar. “Deus é como o açúcar! Não se vê, dissolve-se… mas sente-se. Adoça e alegra a vida”, destaca o diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), o padre Eduardo Novo, sobre a coleção de pacotes de açúcardedicados à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2016. Em nota informativa enviada à Agência ECCLESIA, o DNPJ refere que a empresa Delta Cafés associou-se à |
pastoral juvenil portuguesa e tem no mercado uma edição temática de pacotes de açúcar que ajudam a fazer “um caminho de formação, informação e sensibilização” para a peregrinação mundial de jovens a Cracóvia, na Polónia. |
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D. António Francisco dos Santos
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D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto e membro da Comissão Episcopal para a Educação Cristã e Doutrina da Fé, vai ser um dos representantes da Igreja Católica em Portugal nas Jornadas Mundiais da Juventude de Cracóvia. Em entrevista concedida à Agência |
ECCLESIA, o prelado sublinhou a intenção de seguir para a Polónia para levar aos jovens a “alegria” que a Igreja Católica tem em poder “contar com eles” e com o seu “dinamismo”. “Fiquei muito feliz quando soube que, só na organização da diocese vão cerca de 600 jovens, sem contar com |
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aqueles que vão através dos movimentos, das congregações religiosas e por iniciativa própria”, realçou D. António Francisco dos Santos. “Por isso, senti-me motivado e quase obrigado a estar com os jovens e a aprender com eles e deles ouvir aquilo que Deus lhes diz através da voz do Papa Francisco e que nos deve ajudar a nós e incentivar a renovar a Igreja do Porto”, acrescentou. O bispo do Porto quer também que a sua presença seja um sinal da importância que “a pastoral juvenil e universitária assumem, no contexto da diocese”. “Nós temos 70 mil universitários e procuramos valorizar, incentivar a pastoral juvenil e universitária”, salientou o responsável católico. As Jornadas Mundiais da Juventude deste ano, que vão decorrer em Cracóvia, na Polónia, entre 25 e 31 de julho, deverão contar com mais de sete mil jovens portugueses, das várias dioceses. |
Portugal será assim um dos 10 países mais representados no evento, a par da anfitriã Polónia, e de outras nações como Itália, Espanha, França, Estados Unidos da América, e Brasil. D. António Francisco dos Santos espera que os jovens da Diocese do Porto voltem a casa com ainda mais vontade em tomar parte na vida e nos projetos da Igreja Católica local. Nesse sentido, estará também “atento àquilo que os jovens disserem como desafios à renovação da diocese”. Esta edição da JMJ tem como tema “Bem-aventurados os misericordiosos”, um repto que o bispo do Porto espera que desafie os jovens “a praticar as obras de misericórdia, com a certeza de que são eles que, por mais tempo, terão essa missão”, pois “são os herdeiros do futuro”. “Foi muito importante que o Papa Francisco tenha dito que ano a ano, quer que os jovens reflitam sobre esta questão”, sustentou. |
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É importante não ter vergonha
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Agência ECCLESIA (AE) – Num verão cheio de concertos, a “cereja no topo do bolo” é a participação na ‘LusoFesta’, na Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia? Cuca Roseta (CR) – É, sem dúvida. Criei muitas expetativas nesse encontro, desde pequenina, apesar de nunca ter conseguido ir. Participei de vários grupos de jovens, tentei ir muitas vezes. Os meus amigos iam sempre e traziam fotografias e a experiência com eles… Agora vou no meio de muitos concertos, até dezembro, de um verão cheio! Foi um presente: com 34 anos vou finalmente à Jornada Mundial da Juventude e cantar.
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AE – Que mensagem vai transmitir aos jovens? CR – O fado é uma espécie de prece. Quem é espiritual consegue encontrar poemas que lhe digam muito nesse sentido. Eu canto muitos fados, tenho até amigos padres que às vezes escrevem letras para mim, que têm este sentido mais espiritual e vou poder cantar esses fados todos. O meu fado, que é uma música extremamente emocional e sentimental, tem tudo a ver com a mensagem católica. |
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AE – Há uma nova geração de fadistas que aproxima o fado dos jovens? CR – Dizem que o fado está na moda e se modernizou. Acho que não. O fado mantém-se o mesmo, se calhar juntou-se umas baterias e percussões que não existiam (a Amália também juntou o baixo), mas o fado acima de tudo é a palavra, é o poema. Nós escolhemos poemas que têm a ver connosco e os jovens identificam-se com as nossas histórias. Pessoas da minha idade, ou mais novos, identificam-se com uma história de amor, de tristeza, perda ou esperança. É por isso que também têm vindo tantos jovens ao fado. É uma geração de muitos fadistas novos, com letras mais modernas.
AE – Numa fase em que se procura o sentido da vida, como é que o fado pode ajudar os jovens nessa procura? Quem procura o sentido da vida encontra pistas no fado? CR – No meu fado sim. Cada fadista passa o seu interior. E o meu sentido, toda a minha vida, tem um sentido espiritual. Quer queira, quer não, esta espiritualidade passa de uma forma muito forte. |
O fado é muito sentimental, muito emocional, muito intenso e, por si, toca as pessoas. Se tiver uma mensagem espiritual, esta luz, só pode ser explosiva. Pelo menos é isso que tento, ser instrumento dessa explosão de luz. Através do fado, da música, da arte, consegue-se chegar à alma. Dizem que o fado é a música da alma e é a alma que nos liga a Deus.
AE – É isso que vai acontecer na ‘LusoFesta’? CR – É isso que vai acontecer…
AE – Melhor mesmo era cantar para o Papa Francisco? CR – Isso é que era a cereja no topo do bolo. Já cantei para o Papa Bento XVI, agora cantava para o Papa Francisco e seria fantástico.
Não me imaginaria a viver sem ser católicaAE – O que é que lhe diz este Papa e a sua forma de ser líder da Igreja Católica? CR – Este Papa é fantástico. Já gostava muito do Papa Bento e do Papa João Paulo II, todos eles são muito diferentes. Cada um de nós também |
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vem ao mundo com uma missão diferente. Este Papa chega realmente muito próximo das pessoas e ele tem feito muito pela Igreja Católica. Estou rodeada de pessoas que não acreditam e estou sempre a mostrar coisas do Papa Francisco. Antes também mostrava, mas o Papa Bento era intelectual, escrevia de uma forma mais complexa. O Papa Francisco escreve de forma mais imediata e chega a toda a gente, até às pessoas que não acreditam. As pessoas que são contra a Igreja Católica gostam dele, que é interessante -“ah, não sou católico mas adoro o Papa Francisco” – é fantástico, é uma forma de chegar a todas as pessoas sem se impor. Somos livres, as pessoas são livres para acreditar ou não mas ele é fantástico nisso é muito humano.
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AE – No fado também traduz-se uma experiência crente? CR – Sim... Existem muitos fados que fazem alusão à Nossa Senhora, à Capelinha, à Nossa Senhora da Assunção, da Saúde… Antigamente eram mais as procissões e quando se descrevia Lisboa falava-se de um que era muito católico. Hoje, perdeu-se um bocadinho isso no fado, mas para mim é muito interessante porque posso cantar todos esses fados com sentido muito maior. Todos os meus discos acabam com uma música católica. É uma forma de fechar em grande. No primeiro disco foi a “Ave-Maria fadista” que é um fado tradicional, com uma letra |
antiquíssima. É a Ave-Maria, mas transformada para os fadistas. Acho que agora vou finalmente poder unir o fado ao meu lado espiritual na ‘LusoFesta’.
AE – Esse fado, ‘Avé Maria fadista’, foi o que cantou para o Papa Bento XVI, na Praça do Comércio. Que experiência foi essa? CR – Foi das melhores experiências da minha vida! Ver a praça completamente cheia e os barcos, era um cenário lindíssimo. O Papa Bento não estava ainda no altar, estava a vir no papamóvel e foi uma imagem linda porque via o papamóvel a vir, as pessoas e, no fundo, a minha música |
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estava a embelezar aquele momento. Foi uma responsabilidade imensa e fiquei extremamente emocionada. Sou uma apaixonada por Lisboa e poder juntar duas grandes paixões foi maravilhoso.
AE – Essa foi uma das ocasiões que o fado traduziu plenamente a dimensão emotiva de cada pessoa? CR – Antes de ser para mostrar a nossa voz, o fado é para contar uma história dos nossos sentimentos e daquilo que somos. Nós contamos a história da nossa experiência de vida, seja sobre o amor, uma descrição de Lisboa, e o meu sentimento está sempre muito ligado ao lado espiritual. |
Sou muito espiritual, preciso muito disso para dar sentido à minha vida e a todo o meu fado. Este lado espiritual dá sentido a tudo o que canto e todos os poemas que escolho, está completamente interligado. Um não vive sem o outro. |
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AE – O que significa pertencer à Igreja Católica, fazer parte de uma família de crentes? CR – É a minha casa, é onde vou buscar o sentido para tudo! Não me imaginaria a viver sem ser católica, tudo o que fizesse seria vazio, não teria sentido, morreria. Não consigo viver sem esse sentido maior. Pertencer à Igreja Católica é viver, é dar sentido à vida.
Sem a religião a minha vida não faz sentidoAE – O que significa ser espiritual? CR – Desde pequenina que tive a sorte, porque acho que é uma sorte, de os meus pais me educarem na religião católica. Tenho amigos que não tiveram essa sorte. Fazemos o batizado, depois a primeira comunhão e isso acompanha-nos durante toda a vida. Tenho quatro irmãs e eu levava muito mais a sério este lado que chamo espiritual. Depois fui crescendo e entrando em grupos, campos de férias católicos, fiz 21 peregrinações a Fátima, uma a Santiago de Compostela durante 13 dias, foi incrível… Fiz parte das Equipas Jovens de Nossa Senhora, a Aliança de Amor |
em Schoenstatt, do CL (Movimento Comunhão e Libertação). É algo que me acompanhou a vida toda, por isso digo que sou muito espiritual. Quer dizer que na minha vida há sempre espaço para o lado da religião e sem isso a minha vida não faz sentido. Preciso do lado espiritual para tudo fazer sentido.
AE – Que importância teve nos seu percurso de vida participar, dessa forma, nas propostas de Pastoral Juvenil da Igreja Católica? CR – Foi mesmo decisiva. Normalmente, nas peregrinações, diziam que enchíamos o balão e depois não podíamos deixar esvaziar. Eu acho que a vida artística, que é a minha, é muito fútil, é muito difícil manter os pés no chão e manter este caminho direito. E eu preciso muito de manter os pés no chão, unida, manter este sentir. Caso contrário, nada faz sentido. É uma vida que é muito supérflua, muito materialista também: os patrocínios, os concertos, os vestidos, os artistas… é muito difícil gerir as duas coisas. Cumprindo o dever de ser uma artista e cantar, preciso muito de alimentar o espírito e ir buscar à fonte. A relação com Deus é de amizade, |
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como temos com uma pessoa. Quando temos um amigo precisamos de telefonar, de estar com ele e aqui para se manter a chama acesa é preciso ir à fonte, beber à fonte. Por isso fiz milhões de peregrinações, sempre que tenho tempo vou fazer alguma coisa. A última foi a Aliança de Amor, em Schoenstatt, que foi fantástico e isso ajuda-me!
AE – A dimensão espiritual perdura no seu percurso artístico? CR – Sem dúvida! Para mim, o fado não faz sentido se não for algo que dou aos outros. Foi o dom que Deus me deu. Eu sou um instrumento de Deus que passa essa mensagem, por uma música extremamente emocional, que mexe muito com a vida das pessoas. Isso é fantástico! Nós viajamos pelo mundo inteiro e vemos como essa música mexe. Sou uma embaixadora de Portugal, mas sou também uma embaixadora de uma Palavra, de um sentimento que passa através das palavras e histórias que quero contar. No fado, cada fadista vai buscar os poemas que lhe dizem mais. Se formos ver os poemas de todos os meus discos, todos acabam por ter uma base espiritual muito forte. A mensagem que passo é sempre |
de paz, de amor, porque é isso que me sinto, um instrumento. É uma responsabilidade imensa fazer um concerto e não faço nenhum sem agradecer antes de entrar em palco. Porque é uma graça poder estar em palco, a cantar e ter público que me ouve e recebe. Não entro em palco nunca sem parar, uns cinco minutos, e digo sempre “que eu seja um instrumento do teu amor e da tua paz, através da música”. É um bocadinho pôr os talentos em prática. Tenho um talento que foi Deus que me deu, nasci com ele e tenho a sorte de o poder pôr em prática.
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Uma hora é palco é a minha hora de oraçãoAE – O fado também é oração? CR – Sem dúvida que é oração. Com a vida de correria que tenho neste momento - e que me custa muito porque dedicava muito tempo ao lado espiritual e sinto que preciso muito destes momentos -, com este exagero de concertos, viagens pelo mundo inteiro, sobra-me pouco tempo. Essa hora em que entro em palco é também a minha hora de oração.
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AE – Tem saudades da vida simples? CR – Tenho imensas saudades! De manhã, quando acordava, ia sempre à Missa (gosto muito de ir à Missa todos os dias e agora não consigo). Depois ia para o Guincho e ficava um pouco em meditação e precisava muito dessa rotina. À medida que fui tendo cada vez mais concertos, mais concertos, fui deixando de conseguir. No meio artístico são poucas as pessoas que acreditam e é um desafio que Deus me dá também que é continuar a acreditar e lutar sozinha. Muitas foram as santas - não estou a dizer que sou santa, gostava muito de ser - que viveram esta espiritualidade sozinhas. Jesus também. E vou-me baseando nestas histórias e vou ganhando força para seguir este caminho. Fé, fado e futebolAE – A fé afirmada no seu meio artístico… Fernando Santos afirmou-a no mundo do futebol. Como comenta a carta do selecionador, lida após a vitória no Euro 2016, que termina com a afirmação “Espero e desejo que seja para glória do Seu nome"? CR – É fantástico! É o nosso profeta! Fiquei muito emocionada com essa |
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carta… É um exemplo enorme que ele deu, também aos católicos. Às vezes os católicos têm medo de dizer que são católicos porque hoje em dia é quase vergonha, as pessoas gozam. Acho fantástico a confiança dele desde o início, que só pode vir de Deus, a certeza que ele tinha e era implacável. Acompanhei o Euro de muito perto, o meu marido é preparador físico e, por isso, sabia tudo sobre tudo, lia os jornais todos, via os jogos, não só de Portugal.
AE – E fez uma música de apoio à seleção… CR – Fiz uma música para a seleção, para apoiar estes embaixadores de Portugal lá fora, dar-lhes força! Ficava impressionada com as palavras de Fernando Santos, este treinador maravilhoso que temos, e com a mensagem que ele deixa! É um herói, um herói católico! E que bom, porque chega a muita gente sem qualquer problema…
AE – São atitudes como esta, e como a sua nos concertos, onde nunca esconde as convicções cristãs, católicas, que podem fazer com que a fé tenha mais cidadania, mais expressão pública e não ande escondida como há pouco referia, nomeadamente no meio artístico? CR – É importante nós não termos vergonha de sermos quem somos. As pessoas seguem-nos, observam-nos. |
O Fernando Santos tem muitas pessoas e eu também tenho, num ponto mais pequeno, e temos a responsabilidade de passarmos a nossa mensagem, de sermos coerentes e passarmos a mensagem e fé. Isso acaba por tocar as pessoas que estão à nossa volta e pode influenciar de uma forma boa. As pessoas são livres de escolherem o que querem, mas é bom verem que certos ídolos têm as suas convicções e são coerentes e que às vezes são especiais porque têm esta ligação. Não somos nós que somos especiais, é Deus que é especial. Nós somos os instrumentos.
AE – Os seus concertos são também “para a glória do Seu nome”? CR – Como dizia há pouco, antes de me preparar para entrar tenho de perceber que não é mais um concerto e que o concerto não é para mim. Vejo muitos artistas a cantar para eles, querem as palmas para eles, querem a fama para eles. Num concerto, simplesmente damos! E peço sempre para poder dar o melhor possível, poder fazer o melhor possível, mesmo com todo o cansaço. Mas claro: Para “glória do Seu nome”, sempre.
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Celebrar a fé que nos move
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A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e o Encontro Mundial das Famílias são os dois principais eventos religiosos e culturais da Igreja Católica, à escala global. Mobilizam participantes, que não necessariamente apenas católicos, de uma forma universal. O impacto destes eventos é também mundial e abrangente. Celebrar a fé que nos move como oração e celebração, festa e comemoração: estes são os principais ingredientes da Jornada Mundial
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da Juventude, dimensões que se concretizam de formas muito diferentes, por meio de celebrações, exposições, festivais, ações sócio caritativas, desportivas e outras, que confluem, como os rios para o mar, para os momentos de encontro e de oração com o Papa. Sempre foi assim, desde a primeira edição, em que jovens rumaram a Roma em resposta ao apelo de São João Paulo II. Na atualidade, a possibilidade de um encontro com o Santo Padre |
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Francisco será para os participantes o culminar do programa. Um encontro com um Papa que tem mostrado com exemplos concretos e de forma indelével o sentido do ser-se cristão no mundo. Um Encontro Mundial que quer ser proposta de revisão de vida, de fortalecimento da fé, vivida à luz de experiências espirituais, colectivas e individuais, sempre singulares, mas também culturais, expressivas da diversidade e riqueza das origens e das histórias dos participantes e |
do próprio povo acolhedor, a Polónia. Na fé, como na vida, devoção, espiritualidade, seriedade e inteligência não têm de ser sinónimos de cara fechada, sisuda, cinzenta. Nada funciona melhor que um sorriso, um abraço caloroso, a alegria genuína que é sinónimo de perseverança e de esperança. Tudo sinais, sobretudo, de algo que, no Alto, nem sempre conseguimos compreender, mas que é real, é bondade, e é Alguém, e, por isso, nos impele, move e sustenta. |
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A Europa estava mesmo a precisar de um momento assim e o Santo Padre Francisco sabia bem disso. Será a minha primeira participação numa JMJ. Motivos pessoais ou impedimentos profissionais não me permitiram de concretizar antes este sonho do voluntariado profissional. Sempre me atraíram estes momentos e lugares de grande concentração humana, composta de tantas línguas, experiências e culturas. Foi chegada a hora.
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Em termos práticos, após o primeiro encontro do grupo de trabalho, em abril, em Roma, e da participação numa ação de formação em Cracóvia, promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa, em maio, tudo tem sido trabalhado à distância, em equipa, uma distância que novas tecnologias e meios atenuam. Tem sido uma experiência de partilha, de colaboração, de organização, de aprendizagem e de amizade. |
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A Equipa Sénior Internacional de Comunicação, que integro, tem como propósito maior facilitar o trabalho dos jornalistas de órgãos internacionais nos diferentes locais onde acontecerão os eventos e celebrações. Daremos o nosso melhor. O testemunho do anúncio do Evangelho, da misericórdia de Deus e da alegria de se ser cristão, num tempo tão conturbado e em que os próprios jornalistas são tantas vezes incompreendidos, faz-se também na Sala de Imprensa, faz-se de palavras, de gestos e de diálogo. Faço as malas com espírito de serviço e de aventura, guiada pelas palavras do Papa Francisco que, na Mensagem |
para este encontro mundial, exorta a um tempo de reconciliação e de misericórdia, de recuperação de “uma relação boa com Deus, com o próximo e com a criação”. Levo comigo um cachecol de Portugal; será bom encontrar na Polónia o tão grande número de portugueses que se anuncia. As minhas palavras de ordem para este momento são as do costume: confiar e acreditar, em Deus, nas pessoas e em mim.
LeopolDina Reis Simões Assessora de Imprensa Membro da Equipa Sénior Internacional de Comunicação para a Jornada Mundial da Juventude 2016 |
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O programa do Papa:
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O programa oficial da visita do Papa Francisco à Polónia, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude que vai decorrer, inclui visitas aos antigos campos de concentração nazis de Auschwitz e Birkenau, no dia 29 de julho. Durante a sua permanência no local, o Papa rezará junto ao chamado “muro da morte”, no Bloco n.11, e na cela de São Maximiliano Kolbe. Antes disso, |
depois de aterrar em solo polaco, no dia 27, Francisco vai encontrar-se com o presidente da República da Polónia, Andrzej Duda, com membros do governo daquele país e com os bispos e responsáveis pela Conferência Episcopal polaca. Além do encontro com os representantes católicos, o Papa terá ainda oportunidade de rezar na Catedral de Cracóvia e no templo |
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nacional de Wawel, onde estão as relíquias do bispo e mártir São Estanislau. No dia 28, destaque para a missa que Francisco irá celebrar no Santuário Mariano de Czestochowa, por ocasião dos 1050 anos do Batismo da Polónia. Neste mesmo dia, o Papa vai saudar os participantes da 31.ª jornada mundial da juventude, durante um encontro no Parque de Blonia, um dos maiores da Europa. Próximo daquele local, vai ser montada uma “Área da Reconciliação”, com centenas de confessionários abertos aos jovens que queiram confessar-se, e também uma tenda para a adoração ao Santíssimo. No dia 30, o programa de Francisco na Polónia inclui uma visita ao Santuário da Divina Misericórdia, em Cracóvia, e à Santuário de São João Paulo II, onde celebrará uma Missa com sacerdotes e consagrados de toda a Polónia. Os dois santuários referidos são igrejas jubilares, no âmbito do Ano Santo da Misericórdia que está a decorrer, pelo que será também uma ocasião para Francisco atravessar as respetivas “portas santas” e convidar à prática da misericórdia e da solidariedade para com todos. |
A edição deste ano da jornada mundial da juventude termina em Brzegi, num “Campus da Misericórdia” com mais de 200 hectares e onde decorrerão a vigília e a missa conclusiva do evento, que deverá ser acompanhada por cerca de 2,5 milhões de pessoas. Durante a vigília, jovens de vários países vão ter oportunidade de expressar ao Papa as suas preocupações e dificuldades, desde o desemprego às dependências, passando pelas perseguições a que estão sujeitos nos dias de hoje. A escolha de Cracóvia foi anunciada pelo próprio Francisco a 28 de julho de 2013, no Brasil, aquando da última edição internacional da Jornada Mundial da Juventude, que decorreu no Rio de Janeiro. “Queridos jovens, temos encontro marcado na próxima Jornada Mundial da Juventude, no ano de 2016 em Cracóvia, na Polónia. Pela intercessão materna de Maria, peçamos a luz do Espírito Santo sobre o caminho que nos levará a esta nova etapa da jubilosa celebração da fé e do amor de Cristo”, disse então. Esta é a segunda vez que uma cidade polaca acolhe a edição internacional da JMJ, depois de Czestochowa, em 1991. |
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Elenco das JMJ |
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1985 - Roma: Praça de São Pedro, Domingo de Ramos (31 abril) Encontro mundial de jovens no Ano Internacional da Juventude.
1986 – I Jornada Mundial da Juventude Tema: «Sempre dispostos a dar resposta a quem vos peça razão da nossa esperança» (1Pe 3,15)
1987 - II Jornada Mundial da Juventude Tema: «Conhecemos e acreditamos no amor que Deus nos tem» (1Jo 4,16) Celebração (internacional): Buenos Aires (Argentina) (11-12 abril)
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1988 - III Jornada Mundial da Juventude Tema: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2,5) Celebração diocesana no Domingo de Ramos (sempre que não haja celebração internacional)
1989 - IV Jornada Mundial da Juventude Tema: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6) Celebração (internacional): Santiago da Compostela (Espanha) (15-20 agosto)
1990 - V Jornada Mundial da Juventude Tema: «Eu sou a videira, vós os ramos» (Jo 15,5)
1991 - VI Jornada Mundial da Juventude Tema: «Recebestes um espírito de filhos» (Rm 8,15) Celebração (internacional): Czestochowa (Polónia) (10-15 agosto)
1992 - VII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Ide por todo mundo e proclamai o Evangelho» (Mc 16,15)
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1993 - VIII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância» (Jo 10,10) Celebração (internacional): Denver (USA) (10-15 agosto)
1994 - IX Jornada Mundial da Juventude Tema (1994 e 1995): «Como o Pai me enviou, também eu vos envio» (Jo 20,21)
1995 - X Jornada Mundial da Juventude Celebração (internacional): Manila (Filipinas) (10-15 janeiro 1995)
1996 - XI Jornada Mundial da Juventude Tema: «Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» (Jo 6,68)
1997 - XII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Mestre onde vives? Vinde e vereis» (Jo 1,38-39) Celebração (internacional): Paris (França) (19-24 agosto)
1998 - XIII Jornada Mundial da Juventude Tema: «O Espírito Santo vos ensinará tudo» (Jo 14,26)
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1999 - XIV Jornada Mundial da Juventude Tema: «O Pai vos ama» (Jo 16,27)
2000 - XV Jornada Mundial da Juventude - Jubileu dos Jovens Tema: «O Verbo se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1,14) Celebração (internacional): Roma (15-20 agosto)
2001 - XVI Jornada Mundial da Juventude Tema: «Se algum de vós quiser vir e seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia, e me siga» (Lc 9,23)
2002 - XVII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo» (MT 5, 13-14) Celebração (internacional): Toronto, Canadá (23-28 julho)
2003 - XVIII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 17)
2004 - XIX Jornada Mundial da Juventude Tema: «Queremos ver Jesus» (Jo 12, 21)
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2005 - XX Jornada Mundial da Juventude Tema: «Viemos adorá-lo» (Mt 2,2) Celebração (internacional): Colónia, Alemanha (16-21 agosto)
2006 – XXI Jornada Mundial da Juventude Tema: «A tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho» (Sl 118 [119], 105)
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2007 – XXII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei» (Jo 13, 34)
2008 – XXIII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas» (Act 1, 8). Celebração (internacional): Sidney, Austrália (15-21 julho)
2009– XXIX Jornada Mundial da Juventude Tema: «Pusemos a nossa esperança em Deus vivo» (1 Tm 4, 10)
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2010– XXV Jornada Mundial da Juventude Tema: “Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?” (Mc 10, 17)
2011 - XXVI Jornada Mundial da Juventude Tema: «Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7) Celebração (internacional): Madrid, Espanha (16-21 agosto)
2012 – XXVII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor!»(Fl 4, 4)
2013 – XXVIII Jornada Mundial da Juventude Tema: «Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)
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Celebração (internacional): Rio de Janeiro, Brasil (23-28 de julho)
2014 - XXIX Jornada Mundial da Juventude Tema: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3)
2015 - XXX Jornada Mundial da Juventude Tema: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8)
2016 - XXXI Jornada Mundial da Juventude Tema: «Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia» Celebração (internacional): Cracóvia, Polónia, (26-31 de julho) |
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Ser sinal de misericórdia |
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O Serviço da Juventude de Lisboa (SJL) tem 600 jovens inscritos. De toda a diocese estima-se que o número de participantes seja de aproximadamente 1200 jovens, sendo que muitos viajam por meios próprios ou integrados em organizações de movimentos juvenis. Cláudia Lourenço, diretora do SJL, sublinha a importância de uma caminhada de preparação centrada no tema da misericórdia: “É chamar a atenção para o outro, aquilo que os |
jovens podem fazer, ser no mundo sinais de misericórdia para o outro que está ao lado dele”. “Às vezes não é preciso sair do teu país, sair da tua cidade, para seres sinal de misericórdia, porque há tanta gente ao teu lado que precisa disso. As obras de misericórdia são simples de concretizar desde que o nosso coração esteja aberto a isso, a tornar-se mais pequeno, mas ao mesmo tempo maior para acolher mais gente”, precisa, em declarações à ECCLESIA. |
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Uma semana antes da JMJ, têm lugar as chamadas pré-jornadas, dias em que os participantes de outros países são acolhidos pelas dioceses e famílias polacas, para que os visitantes possam estar ao serviço das comunidades paroquiais e descobrir as realidades locais. Para Cláudia Lourenço, esta é uma experiência de “grande intensidade humana”, porque há pessoas que estão há vários meses à espera de um grupo de portugueses, que vão abrir a porta da sua casa “a estranhos”. O grupo do Patriarcado de Lisboa vai para a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Varsóvia, uma coincidência feliz. A diretora do SJL recorda em particular a sua experiência no Brasil, em 2013, explicando que o contacto com as pessoas que a acolheram nas pré-jornadas continua “ainda hoje”. “É uma relação muito mais próxima do que depois naquela imensidão da JMJ”, observa. |
A expectativa dos participantes está relacionada, em particular, com a “proximidade” que o Papa Francisco tem revelado, capaz de “tocar o coração” de cada jovem, realça Cláudia Lourenço. Joana Tomás tem 26 anos e é enfermeira. Parte pela terceira vez para uma jornada mundial, com o mesmo entusiasmo da primeira. “É uma experiência muito forte de Igreja, em conjunto com jovens do mundo inteiro”, lembra. “Temos esta dificuldade de perceber o que acontece no resto do mundo, por vezes, mas na jornada não, ali conseguimos falar com elas”, acrescenta. Os jovens da Diocese de Lisboa que vão participar na Jornada Mundial da Juventude, no final deste mês de julho, em Cracóvia, vão ser enviados por D. Manuel Clemente numa celebração eucarística, este domingo, às 17h00, na Basílica de Mafra. |
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Uma semana antes da JMJ, têm lugar as chamadas pré-jornadas, dias em que os participantes de outros países são acolhidos pelas dioceses e famílias polacas, para que os visitantes possam estar ao serviço das comunidades paroquiais e descobrir as realidades locais.
Para Cláudia Lourenço, esta é uma experiência de “grande intensidade humana”, porque há pessoas que estão há vários meses à espera de um grupo de portugueses, que vão abrir a porta da sua casa “a estranhos”.
O grupo do Patriarcado de Lisboa vai para a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Varsóvia, uma coincidência feliz.
A diretora do SJL recorda em particular a sua experiência no Brasil, em 2013, explicando que o contacto com as pessoas que a acolheram nas pré-jornadas continua “ainda hoje”.
“É uma relação muito mais próxima do que depois naquela imensidão da JMJ”, observa.
A expectativa dos participantes está relacionada, em particular, com a “proximidade” que o Papa Francisco tem revelado, capaz de “tocar o coração” de cada jovem, realça Cláudia Lourenço.
Joana Tomás tem 26 anos e é enfermeira. Parte pela terceira vez para uma jornada mundial, com o mesmo entusiasmo da primeira. “É uma experiência muito forte de Igreja, em conjunto com jovens do mundo inteiro”, lembra.
“Temos esta dificuldade de perceber o que acontece no resto do mundo, por vezes, mas na jornada não, ali conseguimos falar com elas”, acrescenta.
Os jovens da Diocese de Lisboa que vão participar na Jornada Mundial da Juventude, no final deste mês de julho, em Cracóvia, vão ser enviados por D. Manuel Clemente numa celebração eucarística, este domingo, às 17h00, na Basílica de Mafra.
JMJ2016: Responsável pela pastoral juvenil em Viseu destaca «efeito João Paulo II» |
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A Diocese de Viseu vai levar 177 jovens às jornadas mundiais da juventude deste ano, em Cracóvia, seguindo viagem para a Polónia em conjunto com um grupo da Diocese da Guarda. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre António Jorge, responsável pela pastoral juvenil na Diocese de Viseu, realça o entusiasmo que os mais novos têm posto na preparação do evento, que vai decorrer entre 25 e 31 de julho. Além da “angariação de fundos” necessários para a deslocação, os jovens têm marcado presença em “tempos de encontro e reflexão” sobre as jornadas. Entre várias iniciativas, destaca-se um acampamento na Covilhã, com o objetivo de “proporcionar oração e convívio entre todos os jovens, para
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que a experiência da peregrinação seja mesmo o ir em conjunto”. “Os jovens têm trabalhado também nos seus grupos, nos seus movimentos, têm também envolvido as comunidades, falando-lhes do que são as jornadas e é a partir dai que eles também conseguem preparar-se do ponto de vista não só económico mas também das motivações, do que é ir para as jornadas e depois regressar”, refere o padre António Jorge. A 31.ª edição das jornadas mundiais da juventude vai ter como tema “Felizes os misericordiosos porque encontrarão misericórdia”. Uma matéria que, na opinião do sacerdote, diz sempre muito aos jovens “não só porque eles, na sua caminhada, sentem que precisam dela, nas alegrias e nas tristezas, mas também porque estão muito
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atentos às necessidades dos outros jovens”. Este ano, Portugal deverá estar representado no certame com mais de sete mil peregrinos, sendo o nono país mais representado na Polónia. O padre António Jorge lembra o facto da edição deste ano das JMJ acontecerem na terra do fundador das jornadas, o Papa João Paulo II. Nesse sentido, será muito importante para os mais novos “irem à terra do Papa que fundou as jornadas, para além da possibilidade de reviverem ou descobrirem os lugares onde ele nasceu, viveu e começou a sua primeira etapa da vida”. O “efeito João Paulo II” faz-se também sentir no tipo de participação nas jornadas: no caso da Diocese de Viseu, explica o sacerdote, são vários os pais e outras “pessoas mais velhas” que se inscreveram “e que vão, com os seus filhos” e “também como animadores”. Um dado “excecional, talvez influenciado por essa memória” que os adultos têm de Karol Wojty?a, sustenta o diretor do departamento de Pastoral Juvenil da Diocese de Viseu. |
Sobre o futuro, o padre António Jorge espera que a ida destes 177 jovens a Cracóvia possa contribuir para a desejada “renovação pastoral” da Diocese de Viseu. “Vir das jornadas será para dar de facto força, poder, empenho por parte dos jovens naquilo que também é a renovação da Igreja diocesana em relação à importância dos jovens”, aponta o responsável católico. A Diocese de Viseu está atualmente a concluir um período de Sínodo, e prepara-se também para celebrar os 500 anos da Sé local. Dois acontecimentos que também serão potenciados de forma a “incluir mais os jovens” na missão da Igreja Católica e no seu esforço de “evangelização” em todo o território viseense. |
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«Transmitir o testemunho» da JMJ, experiência e iniciação nos participantes
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O responsável do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Beja explica que estão “entusiasmados” com a participação na Jornada Mundial da Juventude 2016, em Cracóvia, e destaca a importância de juntar experiência e juventude no grupo de 24 pessoas que vai viajar do baixo-Alentejo. “Um misto de juventude de 17 anos e gente com uma maturidade de maior experiência, alguém que já participou em quatro jornadas mundiais da juventude”, assinalou o padre Francisco Encarnação. À Agência ECCLESIA, o sacerdote sublinha que “é muito importante” essa troca de experiências porque os que já participaram noutros encontros são “o testemunho vivo” da “experiência válida que transforma”. O diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Beja explica que a experiência acumulada de outras participações querem “fortalecer e apoiar” os que vão à jornada pela |
primeira vez para que “sintam que é um percurso para continuar”. “Queremos confiar este legado, transmitir o testemunho para que iniciem também um novo caminho”, reforça. “Possibilitar a estes jovens, que muitos foram crismados agora no Pentecostes, após a confirmação ser enviado em missão à Jornada Mundial da Juventude é sentirmos que somos instrumentos de Deus para que os jovens conheçam mais profundamente a Igreja e penetrem nestes mistérios de Deus em nós”, desenvolveu o padre Francisco Encarnação. A 31.ª Jornada Mundial da Juventude tem como tema ‘Felizes os misericordiosos porque alcançaram misericórdia’ que o entrevistado considera atual para os jovens para poderem “transmitir” também esse “amor aos outros”, para sentirem a força, a misericórdia”. O sacerdote observa que o lema da JMJ “é fundamental” inserido no |
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Ano Santo da Misericórdia no qual o Papa Francisco recorda que o amor de Deus é “infinitamente maior que todos os erros, todas as faltas, todos os pecados”. “Os jovens precisam ouvir isto porque andam em caminhos mais desviados. Saberem e terem a certeza que o amor de Deus é muito maior e não há nada que não tenha perdão. Não devemos é cansar de pedir ao Senhor esse amor, essa sua misericórdia para as nossas vidas”, acrescentou. A Polónia é a terra natal de São João Paulo II, o Papa da Juventude que iniciou as JMJ para o padre Francisco Encarnação é “um motor” a interceder pelo encontro mundial de jovens católicos “junto de Deus”. Já do Papa Francisco que participa |
na sua segunda JMJ enquanto pontífice, o sacerdote de Beja destaca o seu “à-vontade, a simplicidade”, o seu modo de comunicar com uma linguagem simples “com o chegar ao coração, com os gestos concretos”. “Ninguém é indiferente ao Papa Francisco e muitos menos os jovens que gostam de se sentir protagonistas, gostam de sentir que têm um lugar”, refere o entrevistado. O responsável do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Beja destacou ainda dois encontros de preparação que fizeram num caminho que tem sido desenvolvido em “colaboração com os pais”, o apoio da diocese e “do Secretariado Diocesano da Educação Cristã. |
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JMJ: Colégios Maristas proporcionam aos alunos conhecimento de «Igreja mais universal»
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Os Colégios católicos Maristas de Lisboa e Carcavelos vão levar 129 jovens à Jornada Mundial da Juventude de Cracóvia incentivados por professores que também fizeram essa experiência. De Carcavelos são 84 alunos acompanhados por 13 professores e religiosos e a |
expectativa é a da mudança. “A expectativa é que mudem algo na sua vida e conheçam uma outra forma de viver a fé que não estão habituados, que conheçam uma realidade de uma Igreja mais universal”, explica Francisco Rocha, do grupo coordenador da peregrinação. |
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À Agência ECCLESIA, o professor de Físico-Química que participou na edição de Cz?stochowa, em 1991, destacou o “forte simbolismo” do encontro mundial de jovens realizar-se pela segunda vez na Polónia porque “é um regressar às origens”. “Acho que para eles vai ser muito importante viverem essa experiência. Numa escola como a nossa temos vivências e manifestações de fé diferentes e abrimos as jornadas a todos como oferta clara e concreta que tinha de ser gente com capacidade para se abrir a nova realidade e conhecer”, desenvolve Francisco Rocha. O Colégio Marista de Carcavelos incentivou a participação nas jornadas não apenas a atuais alunos mas abriu as inscrições a antigos alunos e teve respostas positivas, como José Estácio que considera “uma honra” regressar a uma casa onde foi feliz e deixou “muitas amizades e saudades”. “Nada como voltar a este colégio numa Jornada Mundial da Juventude onde partilhamos tudo”, acrescentou o jovem de 19 anos que vai a Cracóvia com o objetivo de “descobrir a vocação,”. “Tentar renovar o que tentei descobrir ao longo dos últimos anos que me leva a partilhar a minha vida com aqueles que Deus coloca no meu caminho. Com a Igreja universal perceber qual é o meu caminho”, refere José Estácio. |
Já Susana Godinho, tem 16 anos, e ainda é aluna do colégio, Vai participar na JMJ entusiasmada pela participação da irmã na JMJ de Madrid, em 2011. “Acho que a JMJ parte do pressuposto que nós fazemos amizades com pessoas de outras culturas. Acho importante termos noção do que se passa noutros cantos do mundo e percebermos a forma como outras pessoas vivem e comunicarmos com elas é muito enriquecedor”, desenvolveu. Por sua vez, o professor Joel Leal, também envolvido na organização da viagem do Colégio Marista à JMJ de Cracóvia destaca a “proposta concreta” que apresentaram porque como colégio católico “é importante que não seja só de nome” mas vivam “com ações concretas”. “Perceber um bocadinho que não vivemos isolados, há mais jovens que partilham da mesma fé, a mesma alegria, das mesmas dúvidas e dificuldades, e nesse sentido proporcionar essa vivência de JMJ”, explicou o docente de Educação Moral e Religiosa Católica. O entrevistado assinalou também que o encontro com o Papa Francisco ganha destaque sendo uma “mais-valia” nesta peregrinação porque “consegue motivar, cativar, e fazer com que possam sair do pequeno mundo” afinal como colégio católico é preciso saberem que fazem “parte de uma Igreja universal”. |
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Évora a caminho de Cracóvia |
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50 jovens da Arquidiocese de Évora vão participar nas JMJ 2016, depois de uma série de atividades de promoção do evento, incluindo a presença nas redes sociais, empurrados pelo impacto do pontificado do Papa Francisco, que tornou “mais fácil” transmitir a mensagem cristã e apelar à participação na vida da Igreja. Joana Simões, da Equipa do Departamento da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Évora, recorda o percurso feito nos últimos meses, que incluíram a atribuição de duas viagens aos vencedores do Festival da Canção Juvenil, “um chamariz muito grande”. As inscrições previam um número limitado de lugares que “esgotaram muito rapidamente”. “Quando fomos a Madrid, era muito perto, mas gostamos tanto que tudo o que seja Europa agora parece perto”, assinala Joana Simões. O grupo prevê momentos de festa mas também de oração e reflexão, além da proposta de cada participante redigir um “diário de bordo”, para relatar as experiências por que estão a passar e fomentar a partilha. |
“Gostavas de participar nas JMJ 2016 e achas que não podes? Então isto é para ti!” - Este é o mote das “Jornadas à Distância” que a Arquidiocese de Évora promove entre os dias 27 (à noite) e 31 de julho de 2016. |
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Algarve |
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Cerca de 100 jovens da Diocese do Algarve vão marcar presença na Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia, na Polónia, entre 25 e 31 de julho. A informação é avançada pela edição online do jornal “Folha do Domingo”, que fala em “96 participantes, distribuídos por quatro grupos”. Desse contingente, “49 jovens são provenientes das paróquias de Ferragudo, Fuseta, Olhão, Quelfes e São Pedro de Faro (matriz e comunidade de São Paulo) e partem para a Polónia de autocarro no dia 22 deste mês”. Dois dias depois (24 de julho) seguem viagem de avião mais “22 jovens das paróquias de Estoi, Ferreiras, Mexilhoeira Grande, Olhão, Pêra, Sé de Faro, Silves, Tavira e do conjunto de paróquias de Raposeira, Sagres e Vila do Bispo”. Neste grupo estarão também presentes “nove elementos da ilha Terceira, da Diocese de Angra, nos Açores”. Para o dia 20 de julho, às 21h00 na Sé de Faro, está marcada a celebração de envio dos jovens algarvios, que será presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas. |
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JMJ2016: O que «não pode faltar na mala» |
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Sabia que há o costume dos jovens nas jornadas mundiais da juventude trocarem com as pessoas objetos representativos do seu país? E que uma sugestão pode ser um doce emblemático da respetiva região? Este tema veio à tona na conversa da Agência ECCLESIA com duas jovens da Diocese de Aveiro, Rita Neves |
e Catarina Mota, da Paróquia da Vera Cruz, sobre a edição deste ano, entre 25 e 31 de julho, na cidade polaca de Cracóvia. As duas jovens vão seguir viagem no dia 17 de julho, integradas num grupo de 200 jovens composto também por elementos da Diocese de Viana do Castelo, para participarem nas pré-jornadas em Varsóvia. Durante os dias que antecedem o início oficial das JMJ, os mais novos vão ser acolhidos por famílias, estar ao serviço das comunidades paroquiais locais e ter oportunidade de descobrir a realidade local daquela zona da Polónia. Na mala “não pode faltar uma recordação de Portugal”, frisa Catarina Mota, de 25 anos, que vai viver pela segunda vez uma experiência de jornada, depois da edição de 2011, em Madrid. “Chegámos lá a Madrid, toda a gente via a bandeira portuguesa, parecia que nós tínhamos mel, e então queriam trocar alguma coisa que nós tivéssemos como recordação de que tiveram com pessoas de Portugal. |
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E nós não tínhamos nada”, recorda a jovem. A solução foi “ir a uma retrosaria comprar uns fios da cor da bandeira portuguesa”, para “fazer umas pulseiras muito simples” que entregavam às pessoas que foram conhecendo. Já prevenida, este ano a jovem leva na bagagem o doce mais emblemático da cidade de Aveiro. “Claro, é a melhor maneira que nós temos para dar a conhecer o que Aveiro tem de melhor, que são os ovos-moles”, aponta Catarina Mota. E depois, não esquecer “a máquina fotográfica” para “registar a passagem do Papa”, que na altura “também foi uma coisa que faltou”, acrescenta a jovem. Para Rita Neves, de 26 anos, a jornada mundial da juventude de Cracóvia será a estreia em eventos deste género. O encontro com o Papa Francisco é o momento mais ansiado pela jovem. “Penso que vai ser o auge destas jornadas, na televisão se calhar vou conseguir vê-lo, muito ao longe mas vou conseguir vê-lo. E depois partilhar esta experiência com milhares de |
jovens de todo o mundo”, realça Rita Neves. Este ano, o maior encontro mundial de jovens tem como tema “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. Catarina Mota parte de coração aberto às surpresas que possam acontecer, na sua vida e a partir das outras pessoas. Com emoção, a jovem lembra o certame de Madrid, que mostrou ao mundo um Papa (na altura Bento XVI) bem mais próximo e acessível do que se pensava. “Nós tínhamos aquela sensação de distância, de frieza, no entanto ele foi a única pessoa que não nos abandonou com a tempestade que estava no aeródromo de Quatro Ventos, e que depois disse, e foi um momento muito grande, que vivemos uma aventura juntos”, aponta Catarina Mota. Um momento que “mudou completamente a maneira de pensar” e a perceção que se tinha do atual Papa emérito. |
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«Bem-aventuranças»,
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A Pastoral da Juventude de Setúbal vai levar 91 jovens à Jornada Mundial da Juventude na capital da Polónia. Ao longo do atual ano pastoral preparou um itinerário formativo intitulado ‘Rezar com Arte’ que tinha com base as ‘Bem-Aventuranças’. “Temos muitos jovens que vão pela primeira vez, e outros tantos que não vão conseguir mas também participaram nestas catequeses que mostra que muitos jovens gostariam”, começa por explicar Rita Silvério do secretariado diocesano. À Agência ECCLESIA, observou que as dúvidas, “apesar de não se prenderam com aspetos logísticos”, ao longo das reflexões e debates sobre cada uma das “Bem-aventuranças houve um “aprofundamento mais sério” e os conferencistas tentaram explica-las. Contudo, assinala que não é só a Pastoral da Juventude que deve ajudar na reflexão dos jovens e os padres também “foram ajudando”, porque “obviamente o trabalho também é feito nas paróquias”. |
No grupo de 91 jovens da Diocese de Setúbal que vão participar na Jornada Mundial da Juventude está Manuel Pereiros que espera viver uma “experiência marcante”. O jovem escuteiro de 19 anos recorda que esteve na JMJ de Madrid em 2011, com o Papa emérito Bento XVI, quando era Caminheiro e tinha como patrono São João Paulo II, por isso, frisa que “vai ser marcante conhecer o sítio onde nasceu” o Papa polaco, que “conseguiu unificar muito a Europa”, com o Papa Francisco. Já Mariana Álvares vai pela primeira vez a um encontro mundial de jovens e refere que gosta muito de ouvir o Papa argentino e destaca a forma como “tem agido” e o seu serviço. “Tudo vai contribuir para o crescimento como católica e na minha fé”, acrescenta com os seus 17 anos. A entrevistada pertence ao grupo de jovens da Paróquia de Azeitão e tem “expectativas muito grandes, enormes” pela vivência da JMJ porque vai “conhecer jovens de todo o |
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mundo” e também do próprio grupo de Setúbal que “ainda não” conhece bem. Da Pastoral da Juventude de Setúbal, Rita Silvério, observa que cada JMJ dá uma dimensão diferente de fé e recorda o seu regresso do encontro em Madrid: “Quando chegamos existe grande curiosidade da parte das outras pessoas, mesmo fora da Igreja. A experiência de fé com outros dá certeza e confiança que é importante no dia-a-dia.” |
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AIS lança campanha de sensibilização
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A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) vai lançar, a nível internacional, a campanha ‘Let’s be One’, destinada aos participantes nas JMJ 2016. “A campanha tem como objetivo consciencializar estes jovens de que, em muitas partes do mundo, há milhões de cristãos que, por diversas razões, não podem viajar até à |
Polónia e não podem participar nas JMJ apesar de o desejarem fazer”, refere um comunicado de imprensa da AIS enviada à Agência ECCLESIA. Através de depoimentos pessoais, que deram origem a pequenos filmes de cerca de 1 minuto cada, a Fundação AIS pretende dar voz a “rostos concretos” de jovens que são testemunho, de alguma forma, |
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do sofrimento dos cristãos. “Trata-se de jovens católicos oriundos de países como Israel, Papua-Nova Guiné, Iraque, Cuba, Quénia e Polónia, e trazem uma mensagem comum: ‘Não podemos estar em Cracóvia por causa da guerra, da pobreza, da distância, ou do trabalho voluntário para os outros, mas estaremos unidos a todos em oração’”, assinala a fundação pontifícia. Os jovens que vão participar nas JMJ na Polónia vão poder assistir a um musical, ‘Por causa do Meu Nome’, dedicado também aos cristãos perseguidos. “Hoje em dia, está a ser passada aos jovens a informação de que a fé não é importante, que não está na moda”, afirma o Padre Waldemar Císlo, diretor da AIS na Polónia. O musical foi composto por Piotr Rubik, um dos mais conhecidos compositores polacos da atualidade, e será apresentado em Cracóvia, a 29 de julho, após a Via-sacra, presidida pelo Papa Francisco. Este ano, a fundação vai também ter uma participação na Via-sacra, com um grupo composto por 21 representantes de diferentes países |
que levará a Cruz da oitava para a nona Estação. A participação AIS nas JMJ deste ano é visível ainda no apoio dado a cerca de 40 grupos de diferentes países do mundo para que possam viajar até Cracóvia. “Em cada Jornada Mundial da Juventude apoiamos a participação de vários grupos de jovens de diferentes partes do mundo, em especial de países onde há perseguição ou onde os cristãos são uma minoria. Países como o Iraque, Turquemenistão, Sudão do Sul, Chade, Argélia, Síria, Haiti, Paquistão e Bangladesh são apenas alguns exemplos”, esclarece Regina Lynch, responsável pelo Departamento de Projetos da AIS Internacional.
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Um browser “obrigatório” para crianças
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Nesta altura de férias grandes é natural que as crianças naveguem mais pela internet e mais importante que isso visitem sítios online que habitualmente em período escolar não visitam. Assim, esta semana sugiro algo de diferente, não uma visita a um sítio, mas a instalação de um software que serve precisamente para ajudar os mais novos a navegarem pela internet com |
mais segurança. Estou a falar do browser kidoz. Normalmente o browser utilizado para navegar na internet é o internet explorer, firefox, safari ou o google chrome, isto falando dos mais famosos, mas então o que é um browser? Um browser ou web browser, também conhecido em português como navegador, é um programa de computador que capacita os utilizadores de interagirem |
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com documentos digitais disponíveis através da rede, também conhecidos como páginas da internet que estão hospedadas num servidor Web. O kidoz é mais do que um dos muitos navegadores existentes no mercado. Esta plataforma desenvolvida a pensar nas crianças, está disponível apenas para os dispositivos móveis (smartphone, tablet), que são aqueles mais utilizados pelas crianças com idade até aos doze anos. Nesta nova versão, dispomos de um conjunto de funcionalidades que proporcionam aos pais o controlo das actividades dos filhos e filtram os resultados da pesquisa. Depois da necessária instalação no seu dispositivo móvel (android ou ios) e efetuado o registo do encarregado de educação e consequentemente dos filhos, a aplicação fica disponível para aquilo que foi concebida, proporcionar um ambiente amigável e seguro para as crianças, na utilização das novas tecnologias. São muitas as aplicações disponíveis e que vão para além da navegação na internet normal, isto é, temos ao dispor uma área somente dedicada a jogos para crianças, outro espaço onde se encontram sítios virtuais adequados à idade com multiplas actividades, |
outro item só com vídeos (diria que é o youtube dos pequenos!) e ainda outro espaço com as funções de correio electrónico e comunicação síncrona, entre outras. Todas estas funções permitem aos pequenos utilizadores trocar mensagens e conteúdos entre si, num ambiente controlado pelos pais, em que a rede de amigos é monitorizada. Claramente este é um daqueles programas que deverá existir em todos os tablets e smartphones que sejam utilizados por crianças.
Fernando Cassola Marques
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As 5+1 Apps para armazenar
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No passado fim de semana o jornal Expresso publicou, na Revista nº 2280, um artigo intitulado O futuro à mobilidade pertence [Texto de João Miguel Salvador e Infografia de Ana Serra]. Fiquei a saber que o Conselho de Direitos Humanos da ONU fez aprovar uma resolução que consagra o acesso à internet como um Direito Humano Fundamental. Há países que assim o não entendem - Rússia, China, Arábia Saudita, África do Sul e Índia votaram contra - a resolução |
aprovada por mais de 70 países, Portugal incluído. João Miguel Salvador informou também que sete em cada dez portugueses têm um smartphone e cinco milhões usam-no para aceder à internet através de dados móveis. Cada cliente consome, em média, 1,42 GB por mês. Como não há bela sem senão e porque somos portugal - um país de campeões, mas pequenos e pouco concorrenciais - em um recente relatório da Comissão Europeia sobre os preços da banda |
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larga na União Europeia ficamos a saber que o acesso à internet através de telemóvel custa 60% mais do que a média dos 28, ao passo que a banda larga móvel para tablets e computadores é 45% mais cara do que na UE [Obrigadinho Nos, Vodafone e Meo pelo cariiiiiiinho com que nos tratam]. Aconselho a sua leitura atenta, que nos ajudará a compreender, também, a volatilidade das pessoas nas nossas comunidade, entre outras coisas.
Sabemos que transportamos connosco toda a sabedoria do mundo e queremos ter acesso a essa sabedoria em qualquer parte, de preferência em banda bem larga. Também se passa com a sabedoria por nós produzida. Hoje apresento 5+1 apps para podermos armazenar arquivos (sabedoria, informação, etc…) na nuvem.
Drive
Um dos melhores aplicativos para trabalhar e armazenar na nuvem. A maioria dos cronista iMissio usam este aplicativo para escreverem, adicionar imagens e |
enviar as suas crónias para serem publicadas. Sendo um aplicativo Google é prático e facilita muito a vida graças às suas múltiplas funcionalidades e o acesso aos arquivos recentes e as fotos de Google offline. 15 GB gratuitos e possibilidade de adquirir 100 e 1TB. Google Drive Android | Google Drive iOS
Dropbox
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Microsoft OneDrive
OneDrive é o aplicativo oficial da Microsoft para aceder a um serviço de armazenamento na nuvem a partir dos dispositivos móveis. Oferece 5 GB gratuitos. O serviço também inclui versão paga. Diria que especialmente indicada para usuários da Microsfoft. Microsoft Onedrive Android |Microsoft Onedrive iOS
MEGA
É o aplicativo que mais espaço gratuito oferece: 50 GB. O serviço também inclui versão paga. O aplicativo permite o download múltiplo de vários arquivos desde a mesma app móvel, podendo ajustar a velocidade das mesmas. Talvez seja a melhor opção para quem não tem ou não quer pagar espaço |
num servidor para disponibilizar arquivos grande. Inclui chat para comunicação de forma privada.
BOX
Muito presente nos nosso blogues. Box é focado em negócios e oferece 5GB gratuitos. Fácil utlização, bastante seguro, permite aceder e modificar os documentos de onde quiser.
5 porque há versão para Android e iOS e o +1, o iCloud.
ICloudA Apple disponibiliza em todos os seus dispositivos. Permite começar um documento no computador, desenvolve-lo no iPad e fazer a impressão no iPhone. Claro que |
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podemos fazer tudo no computador. Quiz mostrar a versatilidade do mesmo. Bastante semelhante ao Drive, embora seja um aplicativo nativo no iOS. Oferece 5 GB gratuitos. O serviço também inclui versão paga. A grande vantagem, para mim, do iCloud é que permite armazenar tudo na nuvem [arquivos, mails, fotografias, códigos de acesso, calemdários, lembretes, notas, fazer cópia de segurança do iPhone/iPad] e, mais recentemente, os livros baixados através do iBooks.
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A minha preferência recai sobre dois: iCloud para uso pessoal, Drive para uso profissional e/ou colaborativo. Recordo: o Drive permite aceder e trabalhar offline.
A escolha é sua. Jã há bons motivos para andar nas nuvens.
Bento Oliveira
http://www.imissio.net |
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Doutrina Cristã
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Doutrina Cristã, do Padre Marcos Jorge SJ, foi publicada pela primeira vez há 450 anos, em 1566. A obra responde a perguntas da doutrina como, por exemplo: «Que quer dizer cristão?», «O que é persignar?», «Para que nos benzemos?», e explica o significado de orações como o Pai Nosso, Ave Maria ou Credo. As |
respostas são acompanhadas de belas gravuras do século xvi. A PAULUS Editora reedita a edição de Augsburgo, que comemora este ano 400 anos, colocando lado a lado as páginas do século xvi e o texto em português atual, com notas explicativas a partir do Catecismo da Igreja Católica e do Youcat. |
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A fixação de texto e a introdução foi feita pelo Dr. José Miguel Pinto dos Santos, responsável pela coordenação desta obra. A edição de Doutrina Cristã de Augsburgo, de 1616, é a única ilustrada. Como grande parte da população europeia era iletrada, as gravuras eram essenciais para ensinar. Esta edição contém 105 gravuras belíssimas do século xvii, que ocupam mais espaço do que o texto, para além de uma linguagem muito acessível, com vocabulário comum. Foi escrita em diálogos com perguntas e respostas curtas e recorre ao uso de poemas e cantigas, recitação de orações e fórmulas de fé. O seu autor, o Pe. Marcos Jorge, nasceu em 1524, perto de Oliveira do Hospital. De origens humildes, em 15 de março de 1546, entrou na Sociedade de Jesus, tornando-se um dos primeiros jesuítas portugueses. Foi ordenado sacerdote em 1555, e recebeu o grau de doutor em Sagrada Teologia pela recém-criada Universidade de Évora. Ficou conhecido pelo seu entusiasmo pelo ensino da doutrina cristã às crianças. Era conhecido por tocar uma sineta pelas ruas, chamando os rapazes para virem aprender a doutrina. |
Doutrina Cristã nasceu a pedido dos superiores dos jesuítas que queriam um guião para ensinar a doutrina cristã, um livro que pudesse servir a todos, com esquema e linguagem comum. Acabou por ter grande sucesso e ser reeditado durante mais de dois séculos. Marcos Jorge faleceu em 1571, com quarenta e sete anos. Um livro que devido ao seu sucesso, à sua riqueza doutrinal e simplicidade de linguagem, ainda merece ser lido e estudada nos nossos dias.
Ficha Técnica |
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II Concílio do Vaticano: Paulo VI muda os métodos do «Santo Ofício» |
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Antes do encerramento do II Concílio do Vaticano (1962-65), o Papa Paulo VI cumpriu uma promessa feita, em novembro de 1965, de alterar os estatutos do «Santo Ofício». O jornal «Osservatore Romano», na edição de 6 e 7 de dezembro de 1965, publicou o «motu proprio» intitulado «Integrae Servandae» onde decide mudar, simultaneamente, o nome e os métodos do «Santo Ofício». Com esta medida, o papa que sucedeu ao pontífice que convocou o II Concílio do Vaticano respondeu a um dos maiores desejos desta assembleia magna, realizada na Basílica de São Pedro. Esse desejo de mudança foi expresso muitas vezes, e “sob as mais variadas formas, no decurso das congregações gerais e, anteriormente, nas votações enviadas durante o período preparatório do concílio”, escreveu Henri Fesquet no III Volume «O Diário do Concílio». O cardeal Frings, arcebispo de Colónia (Alemanha) não hesitou em falar do “escândalo” que “causavam no mundo”, os métodos empregues pelo «Santo Ofício». Nessa intervenção, a 7 de novembro de 1963, o cardeal alemão pedia para que, no futuro, “ninguém pudesse ser julgado nem condenado sem ter sido primeiramente ouvido, advertido das acusações pendentes contra si e convidado a corrigir-se”, lê-se na obra de Henri Fesquet. A intervenção do cardeal Frings mereceu muitos aplausos na aula conciliar e foram cruéis para o cardeal Ottaviani, que declarou, com soluços na voz: “ Atacar o Santo Ofício é ofender o Papa, que é o seu prefeito”. E eis que, |
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passados dois anos, o Papa Paulo VI, já estava no cadeira de Pedro na altura da intervenção do cardeal alemão, aparentemente nada ofendido, “dá satisfação ao corajoso cardeal que ousou desafiar a «suprema» congregação”. “Sem a reforma do Santo Ofício, nenhuma outra reforma profunda podia ser levada a bem pela Igreja. Não são os homens que estão em causa, mas a instituição radicalmente viciada pelo segredo, por um procedimento unilateral e por todo o seu poder oculto”, escreveu o jornalista francês, Henri Fesquet. |
Se não é inconveniente “espezinhar um ofendido no momento em que é atingido, podia recordar-se em pormenor – este trabalho de «inquisição da Inquisição», como antes já lhe chamou monsenhor Roberts, antigo arcebispo de Bombaim, não deixaria de ser feito um dia – quantos homens da Igreja sofreram pelo Santo Ofício, tiveram a sua reputação manchada, a sua vida estragada, a sua consciência esfrangalhada e quantos cristãos perderam a fé por causa deste dicastério”, lê-se no III Volume «O Diário do Concílio». |
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Julho 2016 |
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Dia 15* Bragança – Moncorvo - Inauguração das obras de restauro do órgão de tubos de Moncorvo, Diocese de Bragança-Miranda
* Setúbal - Sala de cinema da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense - A Câmara Municipal de Almada (Diocese de Setúbal) atribuiu a medalha de ouro da cidade ao bispo emérito de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis.
* Porto - Auditório da Casa Diocesana de Vilar - A Diocese do Porto vai apresentar o seu Plano Diocesano de Pastoral para o ano 2016-2017.
* Fátima - Comunidade Cristo de Betânia promove «festival de artes e oração» (15 a 17)
* Fátima - Seminário do Verbo Divino - 3ª edição do retiro de silêncio «Encontro com Deus» promovido pela Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis. (15 a 17)
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Dia 16* Coimbra - Figueira da Foz (Seminário) - Encontro dos diáconos permanentes da Diocese de Coimbra com D. Virgílio Antunes.
* Santarém - Ordenação diaconal e aniversário da criação da diocese
* Porto - O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, preside a celebração na igreja da Santíssima Trindade integrada nas celebrações dos 60 anos da morte do Padre Américo.
* Aveiro - Igreja do Convento da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços – O Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, preside à Eucaristia e procissão a Nossa Senhora do Carmo nas ruas da cidade que contam com a participação do Comando Territorial de Aveiro, da Guarda Nacional Republicana (GNR).
* Viseu – Sé - Concerto jubilar na catedral de Viseu
* Fátima - Peregrinação nacional do Movimento da Mensagem de Fátima presidida por D. António Marto (16 e 17)
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Dia 17* Porto - Paço de Sousa - Encontro anual dos antigos gaiatos integrado nas comemorações dos 60 anos da morte do Padre Américo.
* Lisboa - Igreja de Santos-o-Velho - Concerto de homenagem ao padre Manuel Luis, uma figura ilustre da música litúrgica
* Lisboa - Cadaval (Pavilhão Municipal) - Concerto solidário do padre José Luis Borga cujas receitas revertem para as obras da Igreja Paroquial de Pêro Moniz (Cadaval).
* Lisboa - Igreja de Santos o Velho - Conferência «O estado atual da música litúrgica» por Ricardo Jorge Simões.
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Dia 18* Faro - Salão do Seminário - Conferência sobre «A encomenda de retábulos pelo bispo do Algarve, D. Francisco Gomes do Avelar» por Francisco Lameira, docente na Universidade do Algarve, e integrada nas celebrações do II centenário da morte de D. Francisco Gomes do Avelar. |
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Dia 17
* Porto - Paço de Sousa - Encontro anual dos antigos gaiatos integrado nas comemorações dos 60 anos da morte do Padre Américo.
* Lisboa - Igreja de Santos-o-Velho - Concerto de homenagem ao padre Manuel Luis, uma figura ilustre da música litúrgica
* Lisboa - Cadaval (Pavilhão Municipal) - Concerto solidário do padre José Luis Borga cujas receitas revertem para as obras da Igreja Paroquial de Pêro Moniz (Cadaval).
* Lisboa - Igreja de Santos o Velho - Conferência «O estado atual da música litúrgica» por Ricardo Jorge Simões.
Dia 18
* Faro - Salão do Seminário - Conferência sobre «A encomenda de retábulos pelo bispo do Algarve, D. Francisco Gomes do Avelar» por Francisco Lameira, docente na Universidade do Algarve, e integrada nas celebrações do II centenário da morte de D. Francisco Gomes do Avelar.
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15 julho, 18h30 Inauguração do órgão histórico da igreja de Torre de Moncorvo O órgão de tubos da igreja matriz de Torre de Moncorvo vai ser inaugurado, depois de uma intervenção de restauro orçada em mais de 80 mil euros. Uma Missa que conta com a presença do bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro; do diretor regional de Cultura do Norte e do edil do município do nordeste transmontano.
16 de Julho, 17h00 Celebração a Nossa Senhora do Carmo em Aveiro O Comando Territorial de Aveiro, da Guarda Nacional Republicana, participa nas festas à sua padroeira, a Nossa Senhora do Carmo. O bispo diocesano preside à Eucaristia na igreja do Convento da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços e à procissão nas ruas da cidade.
21 de Julho, 18h30 Conferência sobre «Católicos na praça pública» em Lisboa O Centro Cultural Franciscano, em Lisboa, vai acolher uma conferência sobre «Católicos na praça pública», apresentada por Sophia Kuby, diretora de advocacy da União Europeia para a organização sem fins lucrativos «ADF Internacional».
21 a 24 de julho Santuário de Fátima dinamiza «oficinas criativas» em tempo de férias O Santuário de Fátima convida os jovens entre os 11 e os 14 anos, a passarem umas férias de verão diferentes, em descoberta das artes performativas – teatro, dança e música - nas Oficinas Musicais Criativas. |
Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 13h30
Segunda-feira, 12h40 - ![]() Entrevista ao padre Carlos Godinho, diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo.
Terça-feira, 15h00 - Informação e entrevista à irmã Paula Carneiro sobre as conclusões da VI Jornada Hospitaleira de Pastoral da Saúde. Quarta-feira, 12h40 - Informação e entrevista ao padre António Cartageno, que apresenta o Encontro Nacional de Música Litúrgica.
Quinta-feira, 12h40 - Jornada Mundial da Juventude. Informação e entrevista à voluntária para o setor da comunicação Leopoldina Reis Simões.
Sexta-feira, 12h40 - Análise à liturgia de domingo por frei José Nunes e padre Armindo Vaz.
Antena 1 Domingo, dia 17 de julho - 06h00 - Festival e Prémio Terras sem Sombra
Segunda a sexta-feira, 18 a 22 de julho - 22h45 - JMJ Cracóvia 2016 |
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Ano C – 16.º Domingo do Tempo Comum |
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Acolher bem e servir melhor |
Hospitalidade, acolhimento, serviço. São as atitudes propostas nas leituras deste 16.º domingo do tempo comum, que só fazem pleno sentido a partir de um verdadeiro encontro com Jesus e na escuta da Palavra de Deus. Recebemos hoje três exemplos destas atitudes: o patriarca Abraão, modelo do homem que está atento a quem passa, que partilha tudo o que tem com o irmão que se atravessa no seu caminho e que encontra no hóspede que entra na sua tenda a figura do próprio Deus; o apóstolo Paulo, para quem Cristo, na sua vida, palavras e propostas, é a referência fundamental à volta da qual se constrói toda a vida; Maria, a indicar que acolher Deus na sua casa não é tanto embarcar num ativismo desenfreado, mas sentar-se aos pés de Jesus, para O escutar e acolher. Esta página de Evangelho sobre Maria e Marta serviu, muitas vezes, para rebaixar a vida ativa, simbolizada por Marta, e ressaltar a vida contemplativa, simbolizada por Maria. Esta distinção não estava no espírito de Jesus nem do evangelista Lucas. Recordemos as palavras de Jesus: “Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada”. Com esta afirmação, Jesus não despreza o trabalho de Marta. Ele quer chamar a atenção para aquilo que é o mais importante de tudo: “O homem não vive só de pão, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus”. O pão para o corpo é indispensável, a Palavra de Deus é ainda mais vital para aquele que quer encontrar o verdadeiro sentido da sua vida. |
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A autenticidade da nossa contemplação verifica-se pela qualidade do nosso empenho na construção de relações fraternas, para amar como Deus nos ama. Colocar-nos na escuta da Palavra de Deus reenvia-nos à nossa vida quotidiana. É à luz de Jesus que poderemos colocar-nos na escuta verdadeira dos outros e no seu acolhimento. Reservar tempo para escutar a Palavra, para nos retirarmos no segredo do nosso coração e para rezar, não é perder tempo. É enraizar a nossa ação no único terreno capaz de a vivificar verdadeiramente, para que |
ela dê fruto na vida eterna. Ao longo desta semana, procuremos acolher e servir, sempre na escuta da Palavra (nunca é demais repetir!), aos pés de Jesus e no seu Coração. Não é preciso opor Marta e Maria, mas uni-las, vivificar o serviço de uma pela escuta atenta da outra. Este tempo de verão pode ser propício para recentrar os andamentos da nossa vida neste essencial encontro com Cristo, do qual decorrem as atitudes de acolher bem e servir melhor. Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
Misericórdia também no Turismo
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O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), da Igreja Católica em Portugal, lançou uma mensagem para a época balnear de 2016 em que defende uma atividade turística que respeite cada pessoa, incluindo os trabalhadores do setor. “O turismo deve servir a todos e não apenas a algumas pessoas ou segmentos da sociedade. Desde logo, deverá promover-se um turismo |
que contemple os direitos e deveres dos trabalhadores do setor”, escreve o padre Carlos Godinho, numa nota enviada à Agência ECCLESIA e divulgada pela ONPT. O responsável recorda que os períodos de maior afluência de turistas são marcados por “exigências” que podem descurar os direitos destes trabalhadores, pedindo atenção à “relação entre tempo de trabalho |
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e sua justa compensação económica”. O sacerdote católico coloca o próximo período de férias em relação com o Jubileu da Misericórdia proclamado pelo Papa (dezembro 2015-novembro 2016), no qual se devem promover “atitudes de acolhimento, de partilha fraterna, mas igualmente na correção sincera, quando em causa possam estar valores pessoais, culturais ou patrimoniais”. “A pessoa do turista tem de constituir o centro de toda a atividade do turismo, considerando que este é uma ação de pessoas para pessoas”, sustenta. A tradicional prática das Obras de Misericórdia na Igreja Católica, assinala, deve inspirar os responsáveis turísticos ao “acolhimento sincero de cada pessoa, em autêntico amor fraterno, respondendo às suas necessidades”. O padre Carlos Godinho alude em particular à Obra de Misericórdia que define a necessidade de “acolher o peregrino”. “Nela se evidencia a vulnerabilidade de quem se encontra longe da sua pátria, da sua casa, bem como da comunidade humana de pertença, necessitando, portanto, |
de um especial cuidado de quem o acolhe”, precisa. A mensagem realça o impacto do turismo enquanto atividade económica, que pode viabilizar o desenvolvimento comum, “quando as receitas da atividade turística são reinvestidas em proveito do bem de todos”. O diretor da ONPT faz também referência às preocupações “sociais e ambientais” que a atividade turística tem suscitado, apelando a “medidas de defesa do ambiente e, consequentemente, de defesa das comunidades e respetivas pessoas”. |
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Em Zahlé, no Líbano, a Igreja distribui 500 refeições por diaA cantina do arcebispo |
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São os mais pobres dos pobres. São refugiados. Vieram quase todos da Síria e perderam tudo o que tinham. Agora vivem da solidariedade. Têm fome e precisam de comer. O Arcebispo D. Issam Darwish decidiu transformar uma cozinha numa cantina e distribuir comida aos mais necessitados. Esta cantina, em Zahlé, é um “Lugar de Misericórdia”
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Em Março, assinalou-se o quinto aniversário do início da guerra civil da Síria. Cinco anos depois, esta guerra já provocou a morte a mais de 400 mil pessoas e 5 milhões de refugiados. Muitos deles vivem agora no Líbano, na cidade de Zahlé. São pessoas encurraladas entre um passado terrível e um futuro assustador. Flodia, George e Eli são apenas três dos milhares de refugiados cristãos sírios que encontraram abrigo em Zahle. Tal como a história de tantos outros refugiados, Flodia fugiu com a família quando já se combatia na sua rua, na cidade de Homs. Trouxeram apenas a memória do cheiro da pólvora e o olhar desesperado de mães e pais, de crianças e idosos. Hoje, Flodia, o marido, George, e o filho, Eli, vivem num minúsculo quarto. São apenas uma família. Há mais de 1 milhão de refugiados sírios como eles no Líbano… Todos os dias escutam-se lamentos nas conversas nas ruas de Zahlé. “Tínhamos uma boa casa, em Homs”, costuma dizer Flodia, como a desculpar-se por estar agora de mãos vazias. D. Issam Darwish, Arcebispo Greco-Católico, conhece as histórias de todos os refugiados e já chorou |
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com eles… Alguns, por ali, estão numa pobreza quase total. A pensar neles, D. Issam decidiu abrir as portas da igreja, transformando uma cozinha numa cantina e distribuindo comida a cerca de meio milhar de pessoas. Todos os dias é distribuída uma refeição. Hoje, a ementa é sopa, um prato quente, água e fruta.
Oferecer ajudaZahlé é, por estes dias, um lugar de misericórdia. A igreja no Líbano é muito pobre. Esta cantina solidária só abre portas graças à solidariedade de algumas instituições. Uma delas é a Ajuda à Igreja que Sofre. “A Fundação AIS foi a primeira a oferecer ajuda”, diz D. Issam Darwish. “De resto – acrescenta - estamos sozinhos com as nossas carências.” No início |
da guerra, houve o frenesim das notícias. Depois, aos poucos, a voragem mediática foi esfriando. Hoje, os refugiados no Líbano são quase apenas estatística. São um número. Mas D. Issam conhece as lágrimas de Flodia e as de George e as de todos os outros e sabe que são verdadeiras. A cantina do arcebispo, em Zahlé, no Líbano, é hoje um lugar de misericórdia. Muitas das refeições que por ali são distribuídas são o resultado também da generosidade dos benfeitores e amigos portugueses da Fundação AIS. Ninguém sabe a ementa de amanhã ou o que vão comer daqui a uns dias. Tudo depende do que receberem. Por ali, pela cantina do arcebispo, é um dia de cada vez.
Paulo Aido |
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Campeões … |
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Tony Neves |
Portugal, contra todas as sondagens e opiniões, sagrou-se campeão da Europa, a 10 de julho. O verde e o vermelho tomaram conta da Torre Eiffel, da Torre de Belém, da Câmara do Porto e de muitos outros edifícios e espaços que fizeram festa com a vitória de Portugal no Stade de France, em Paris. Esta vitória fez evocar muita história. Uns falaram do David que venceu o Golias. Mas, sobretudo, uniu a lusofonia. Foi tão emocionante ver nas televisões (ou seguir nas redes sociais) a alegria de angolanos, moçambicanos, brasileiros, caboverdianos, guineenses, santomenses, macaenses, timorenses. Tenho dito tantas vezes que quando vou a um país lusófono me sinto em casa e a verdade, mais uma vez provada, é que tantos séculos de história comum (nem sempre feliz) e o facto de falarmos a mesma língua, faz dos lusófonos irmãos especiais. E somo-lo, de facto! Voltando à vitória: gostei muito de ver no Palácio de Belém, juntos o Presidente, o Primeiro-Ministro, os líderes de todos os partidos. O Portugal institucional esteve lá todo, unido na alegria desta vitória de todos. Devemos também olhar para a estrutura da equipa das quinas: William, João Mário, Danilo, Nani, Éder, Eliseu, Renato Sanches…são de origem africana; Pepe é brasileiro; Quaresma é de origem cigana; Adrien, Raphael Guerreiro, Anthony, Cédric…vêm do mundo da emigração. Até nas origens se percebe como esta é uma equipa arco-íris, a mostrar que o mundo lusófono não tem mesmo fronteiras. Fernando Santos é um treinador experiente, |
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lúcido e crente. É culto, sabe falar mas, sobretudo, sabe unir e mobilizar uma equipa em torno de um objetivo maior. A sua fé, que exprime sem medo, mas sem fundamentalismo, é o motor da sua vida e dos seus compromissos. Na hora da vitória, colocou-a nas mãos de Deus. Mas já tinha afirmado várias vezes, que quando perde, a sua Fé em Deus se mantém inabalável. Escrevera uma carta, a 18 de Junho, onde já previa a vitória: ‘Em primeiro lugar e acima de tudo, quero agradecer a Deus Pai por este momento e tudo na minha vida.(…). Vou falar com o meu maior amigo (Jesus) e sua mãe (Nossa Senhora). Dedicar-Lhe esta conquista e agradecer-Lhe por ter sido convocado e por me conceder o dom da sabedoria, perseverança e humildade para guiar esta equipa e Ele a ter |
iluminado e guiado. Espero e desejo que seja para glória do Seu nome’. É assim que ele percebe a intervenção de Deus na sua história, e sente-o nos momentos de glória, mas também quando o fracasso toma conta da sua vida. Portugal inteiro, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe, Timor, Brasil, Macau e as milhares de comunidades lusófonas espalhadas pelo mundo chamaram sua a esta vitória de Portugal no Euro2016. Agora, há que continuar a celebrar e a construir um mundo onde não haja derrotados por economias que matam, por injustiças que arrasam, por pobrezas que enterram, por guerras que eliminam… Este mundo lusófono, hoje pintado a verde e vermelho, seja símbolo de uma terra de mãos dadas. |
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