04 - Editorial:

   Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Opinião

     José Luis Gonçalves

22 - Semana de..

    Paulo Rocha

     Diocese de Viseu

     D. Ilídio Leandro


   

 

54 - Multimédia

56 - Estante

58 - Concílio Vaticano II

60 - Agenda

62 - Por estes dias

64 - Programação Religiosa

65  - Minuto Positivo

66 - Liturgia

68 - Jubileu da Misericórdia

70 - Fundação AIS

72 - LusoFonias

Foto da capa: Agência ECCLESIA

Foto da contracapa:  Arlindo Homem

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
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Opinião

 

 

 

 

Rumo à JMJ

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Bispos condenam terror em Nice

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Diocese de Viseu aponta ao futuro

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José Luis Gonçalves | Paulo Rocha | Octávio Carmo|

Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernando Cassola Marques | Miguel de Abreu | António Jorge Almeida

 

Festa e silêncio

  Octávio Carmo  
  Agência ECCLESIA   

 
 

 

 

Silêncio. O programa da viagem do Papa Francisco à Polónia, para a Jornada Mundial da Juventude, inclui um momento simbólico de silêncio, no antigo campo de concentração nazi de Auschwitz. Significativamente, já depois da euforia da receção dos jovens em Cracóvia, o pontífice argentino vai deslocar-se a um dos locais mais marcantes do Holocausto, não prevendo quaisquer discursos, porque o próprio gesto falará mais alto do que tudo o resto. Será o próprio Papa a explicar, por certo, o motivo que o levou a delinear um programa que alterna silêncio e festa, passado e futuro, memória e esperança, o Mal e o Bem.

Na Polónia estão já muitos jovens portugueses e outros milhares vão juntar-se a eles nos próximos dias, numa viagem que tem a proteção de dois Papas: Francisco e São João Paulo II, o Papa polaco que criou as JMJ, cuja figura, modelo de fé e de espiritualidade, é um apelo ao essencial, ao mais íntimo, ao combate da fé em tempos difíceis.

É muito significativa também esta coincidência: como nas anteriores edições da Jornada Mundial da Juventude, os participantes são desafiados a evitar a “embriaguez” da multidão e a recordar que eles não deixam de ser uma gota no oceano. Uma gota, sim, mas que pode fazer toda a diferença.

A única jornada que vivi de perto foi a de Madrid, em 2011. O ambiente na Polónia, imagino, será muito diferente, com uma sensação de mundo católico, de euforia, com menos manifestações alheias/hostis à religião.

 

 

 

Há cinco anos, lembro-me que a Jornada de Madrid ficou como um momento de esperança de uma geração que não se rende perante sinais de desnorte e mesmo descarrilamento social - mantendo-se hoje os atentados e as consequências do desgoverno financeiro internacional, sobretudo no aumento 

 

da precariedade e do desemprego.

Agora, os jovens vão olhar para Francisco, que aos 79 anos parece ter a força que falta a muitos outros, pronto para mais uma celebração de fé, de amor e de esperança. Entre silêncio e festa, porque cada gesto conta.

insira a foto aqui

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apoiantes do presidente da Turquia em resposta à tentativa de golpe de Estado

@Lusa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“[É] inadmissível para o presidente da República seja um referendo sobre a pertença à Europa ou um referendo sobre a vinculação a tratados ou pactos celebrados no quadro europeu"

Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, Lisboa, 21 de julho

 

“(Era) uma aprovação esperada, a posição do CDS é conhecida e foi reiterada, votando contra uma lei que nos parece que tem muitas imperfeições e que não vai no bom sentido”

Assunção Cristas, líder do CDS-PP, sobre a aprovação da gestação de substituição na Assembleia da República, 20 de julho

 

"Aquilo que se está a passar na véspera de venda do Novo Banco é quase criminoso"

Pedro Passos Coelho, líder do PSD, Lisboa, 19 de julho

 

“O PSD não tem a menor credibilidade para falar em matéria de sistema financeiro"

António Costa, primeiro-ministro português, Lisboa, 19 de julho

 

“A França deseja que a Comissão Europeia tome depressa uma decisão, pois não podemos pedir a Portugal mais do que já fez e é importante que Portugal possa, ele próprio, mostrar que, em 2016 e 2017, os compromissos serão cumpridos"

François Hollande, presidente francês, Lisboa, 19 de julho

 

 

Bispos condenam atentado em Nice

 

O cardeal-patriarca de Lisboa disse à Agência ECCLESIA que o atentado na cidade francesa de Nice, último de uma série de ataques terroristas no país, mostra a necessidade de uma sociedade “mais vigilante” e atenta ao outro. “A nossa sociedade tem de ser mais vigilante: não no sentido negativo do termo, mas no sentido da atenção, porque estas coisas, afinal, talvez pudessem ter sido prevenidas”, sublinhou D. Manuel Clemente.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) convidou a manter 

 

 

a “calma possível” e estar próximos das famílias das vítimas. “Criemos um futuro em que, na medida do possível, coisas destas não aconteçam”, apelou.

D. Manuel Clemente sustentou que é necessário apostar na “integração” das comunidades que chegam de fora e na partilha dos “valores culturais” e dos Direitos Humanos. Num mundo em que a maior “capacidade mediática” de transmitir notícias torna mais próximos os “acontecimentos trágicos”, o cardeal-patriarca espera que cresça a “consciência de grandes 

 

 

 

 

 

problemas a resolver e de grandes males que podem acontecer”.

A resposta a estas situações passa pela ação de governos e organizações internacionais de segurança, mas também pelos próprios “relacionamentos”, uma atuação pessoal “mais atenta”, procurando evitar “grandes males” com “pequenas atuações no concreto e no imediato”.

Na noite de 14 de julho, um camião avançou sobre a multidão na Promenade des Anglais, em Nice, ali reunida para assistir ao fogo-de-artifício que assinalava o Dia de França. O último balanço das autoridades francesas aponta para 84 mortos e 202 feridos; o condutor do camião foi abatido pela polícia.

O arcebispo de Braga disse que o atentado é “inexplicável, injustificável e incompreensível” e manifestou esperança no fim destes atos terroristas.

Em declarações divulgadas pela página da internet da Arquidiocese de Braga, D. Jorge Ortiga afirmou que os atos terroristas são “ainda mais condenáveis” do que a guerra e referiu que a “intranquilidade é  

 

generalizada” e “está a marcar a história moderna”.

“O mundo está preocupado. Vivemos numa atitude de angústia de intranquilidade, de insegurança porque estes atentados repetem-se em lugares diversificados”, sublinhou.

Já o bispo de Leiria-Fátima manifestou este domingo a sua proximidade às vítimas do “atentado brutal” da última quinta-feira na cidade de Nice. Durante a Missa a que presidiu no Santuário da Cova da Iria, D. António Marto disse estar próximo “de cada família” em luto e de toda a nação francesa.

 

 

 

Oficinas Musicais Criativas aliam arte à mensagem mariana e à vida dos pastorinhos

O Santuário de Fátima está a dinamizar as Oficinas Musicais Criativas (OMC), nas quais a história de vida dos pastorinhos e a mensagem mariana da Cova da Iria se conjuga com a arte. Em declarações à Agência ECCLESIA, a monitora coordenadora das OMC explica que existem “três aspetos fundamentais” quando recebem um novo grupo começando por “estabelecer empatia” entre todos, desde os monitores aos participantes.

“Depois parte-se para a construção de um projeto artístico, onde a música é a principal âncora mas trabalhamos outras artes como expressão plástica, dramática e o movimento, conciliando tudo com a vivência da fé”, refere Helena Brites.

Para a coordenadora das Oficinas Musicais Criativas, do Santuário de Fátima, a fé “é o grande desafio”, um percurso e conhecimento, “em termos cristãos, das Eucaristias, dos procedimentos e recolha de algum reportório”, que as monitoras têm de ter.

A responsável destaca que no centro da OMC está a mensagem de Fátima e independentemente dos 

 

conhecimentos dos participantes uma religiosa da Aliança de Santa Maria conta “ao vivo a história da mensagem e dos pastorinhos” oferecendo “muitos mais elementos e matérias-primas” para que possam “criar a parte artística a partir dessa história”.

A irmã Marta Mendes comenta que a iniciativa é “muito rica” porque “é bonito perceber” a forma como a Mensagem mariana é acolhida pelos mais novos que ao entusiasmo e “capacidade de entrega” do Francisco e da Jacinta respondem com “gestos muito pequenos” que “vão dando da sua vivência quotidiana”.

A religiosa da Congregação da Aliança de Santa Maria assinala ainda a capacidade de identificação com os pastorinhos uma vez que eram “crianças absolutamente normais".

 

 

 

Santarém: Bispo fala em Igreja
mais próxima da vida real

O bispo de Santarém, D. Manuel Pelino, assinalou o 41.º aniversário de criação da diocese, na catedral local, e afirmou que este território tem ajudado a promover uma Igreja “mais próxima da vida real”.

“A criação de uma diocese torna a Igreja, una santa católica e apostólica, mais próxima da vida real e da cultura de um povo. Na verdade, na organização de uma diocese, a Igreja realiza-se na totalidade das suas dimensões”, declarou o prelado, na homilia da Missa a que presidiu este sábado, enviada à Agência ECCLESIA.

D. Manuel Pelino lembrou que a Diocese de Santarém nasceu num contexto de “renovação e de evangelização” após o Concílio Vaticano II. “41 anos de história não é muito tempo para uma instituição eclesial. Somos uma diocese jovem, mas chamada a crescer”, sublinhou.

O bispo de Santarém observou, no entanto, que este crescimento não se mede “com critérios humanos, sociológicos”, mas pela dimensão espiritual. “O paradigma da Igreja que nasce do Pentecostes é uma Igreja em crescimento, uma Igreja em saída que abre as portas e percorre os caminhos da missão, ao encontro

 

de todos os povos”, observou.

A homilia sublinhou depois a importância da celebração dos sacramentos, “sobretudo da Eucaristia”, e da partilha de bens.

A celebração ficou marcada pela ordenação do diácono Cláudio Jorge Nunes Rodrigues, na reta final da sua preparação para o sacerdócio.

O bispo de Santarém publicou nesse mesmo dia as nomeações para o ano pastoral de 2016-2017, colocando nove diáconos permanentes para exercerem o seu ministério “em estreita colaboração com os respetivos párocos”.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) restaurou o diaconado permanente, a que podem aceder homens casados (depois de terem completado 35 anos de idade), o que não acontece com o sacerdócio.

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Património: «Um Céu para Santa Isabel» de Michael Biberstein, entre o contemporâneo e a tradição

 

 

 

Gerações em diálogo - Novas perspetivas para a pastoral na Diocese de Lamego  

 

 

Papa envia mensagem aos participantes
na JMJ 2016

 

O Papa divulgou uma mensagem aos participantes na próximo Jornada Mundial da Juventude (JMJ), confessando a sua expectativa pelo encontro em Cracóvia (Polónia). “Sinto um grande desejo de vos encontrar para oferecer ao mundo um novo sinal de harmonia, um mosaico de rostos diferentes, de tantas raças, línguas, povos e culturas, mas todos unidos no nome de Jesus, que é o Rosto da Misericórdia”, afirmou, na intervenção agora disponível no YouTube.

 

 

A intervenção aconteceu a uma semana do início da 31ª JMJ, que vai ser concluída pelo pontífice argentino. “Queridos jovens de várias partes da Europa, África, América, Ásia e Oceânia! Abençoo também os vossos países, anseios e passos rumo a Cracóvia, para que seja uma peregrinação de fé e fraternidade”, referiu.

Francisco agradeceu aos jovens polacos que estão a preparar o evento “por tudo aquilo que estão a fazer

 

 

 

e pelo amor com o qual fazem”. A mensagem evoca o tema desta JMJ, ‘Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’

“Tudo será vivido sob o signo da Misericórdia, neste Ano Jubilar, e com grata e devota memória de São João Paulo II, o artífice das Jornadas Mundiais da Juventude e guia do povo polaco no seu caminho histórico recente rumo à liberdade”, realçou o Papa.

A intervenção deixou depois uma palavra para a população polaca. “Sinto que é um grande dom do Senhor ir até vós, porque são um povo que na sua história passou por muitas provações, algumas muito duras, mas avançou com a força da fé, sustentado pela mão materna da Virgem Maria”, declarou.

Em conclusão, Francisco antecipa a sua “peregrinação” ao Santuário de Czestochowa na próxima semana e deixa uma palavra especial às famílias”.

O Papa enviou ainda uma videomensagem aos jovens que participaram do evento ‘Together 2016’, em Washington, apresentando Jesus Cristo como resposta à “inquietação” dos seus corações. A iniciativa de caráter ecuménico foi 

 

organizada na cidade norte-americana pelo movimento de oração e evangelização ‘Pulse’.

“A juventude cria inquietação”, diz o Papa, numa intervenção disponibilizada no canal do Vaticano no YouTube. “Queridos jovens, sei que vocês têm algo nos seus corações que os agita e os torna inquietos, porque um jovem que não é inquieto é um velho”, assinala.

O Papa propõe-se depois a ajudar os jovens a descobrir o sentido dessa “inquietação”, desafiando-se a procurar a resposta no mais íntimo dos seus corações.

 

 

 

335 mil peregrinos confirmaram inscrição, Portugal no «Top10»

A organização das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) 2016, que vão decorrer na cidade polaca de Cracóvia, anunciou que mais de 335 mil peregrinos de 185 países e territórios confirmaram a sua inscrição no evento da Igreja Católica.

A delegação portuguesa, com cerca de 7 mil elementos, é a 9ª mais numerosa entre os inscritos, que pela primeira vez na história das JMJ, iniciadas em 1987, incluem peregrinos do Kosovo, Bangladesh, Gibraltar, Mianmar ou Sudão do Sul. O Brasil aparece nesta lista na 7ª posição, fazendo do português uma das línguas mais faladas na JMJ 2016, a par do polaco, italiano, espanhol e inglês.

O padre Pawel Rytel Adrianik, porta-voz da Conferência Episcopal Polaca, adiantou à Rádio Vaticano que o encontro de Cracóvia será uma “JMJ social”, potenciada pela presença do Papa Francisco. “Esperamos 2 milhões de jovens. Se cada um deles tiver pelo menos 500 amigos, alcançar mil milhões de pessoas não é uma utopia”, aponta.

A página da JMJ 2016 no Facebook, 

 

traduzida em 20 línguas, teve mais de 1,5 milhões de ‘gostos’ em todo o mundo; a conta no Twitter, em 13 línguas, conta com 220 mil seguidores.

Voluntários de 31 países estão empenhados em levar para as redes sociais a mensagem da JMJ, que pela segunda vez se realiza na Polónia, terra natal de São João Paulo, criador este evento internacional de jovens católicos.

A organização do evento apresentou, em conferência de imprensa, um inquérito feito a participantes no encontro de Cracóvia, no qual os jovens revelam a intenção de “aprofundar a sua fé” e de “melhorar a sociedade como um todo”.

 

 

Silêncio em Auschwitz

O porta-voz do Vaticano apresentou o programa da viagem do Papa à Polónia, de 27 a 31 de julho, que inclui passagens pelos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau, bem como a participação na 31ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

A visita aos antigos campos de concentração nazis está marcada para a manhã do dia 29 de julho, a partir das 09h30 locais (menos uma em Lisboa), com duração prevista de duas horas. Durante a sua permanência no local, o Papa rezará junto ao chamado “muro da morte”, no Bloco 11, e na cela de São Maximiliano Kolbe, precisamente 75 anos depois da sua condenação à morte.

Francisco vai encontrar-se com 10 sobreviventes do Holocausto e 25 ‘justos entre as nações’ - pessoas que ajudaram judeus a fugir do regime nazi -, além de percorrer a pé o monumento internacional às vítimas do campo.

A cerimónia incluiu a homenagem a uma família católica - em processo de beatificação - que foi “exterminada” por ter ajudado judeus, adiantou o padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa. João Paulo II e Bento XVI visitaram Auschwitz

 

 em 1979 e 2006, respetivamente.

Ao regressar da viagem à Arménia, em junho, Francisco manifestou aos jornalistas a sua intenção de rezar “em silêncio” no campo de concentração de Auschwitz, considerando-o “um lugar de horror”. “Sozinho, entrar e rezar para que o Senhor me dê a graça de chorar”, adiantou.

A 15ª viagem do pontificado e primeira viagem do Papa Francisco à Polónia, em toda a sua vida, tem início a 27 de julho com um encontro com o presidente da República da Polónia, Andrzej Duda, e outras autoridades políticas no Castelo de Wawel, coração histórico da cidade.

Em relação às questões levantadas nos últimos dias sobre a segurança no evento, o porta-voz do Vaticano assinalou que se vive na Polónia um clima de “normalidade e de tranquilidade”, sem “preocupações particulares”.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

Terrorismo e mediatização da violência

  José Luís Gonçalves    
  Escola Superior  
  de 
 Educação   
  de Paula Frassinetti
   

 

As últimas semanas têm sido férteis em acontecimentos violentos que tiveram grande difusão mediática, estabelecendo-se um nexo causal entre violência, medo e insegurança. E, no entanto, o impacto emocional de um determinado acontecimento violento pode não ser proporcional à ameaça real que lhe está associada. A violência real e a perceção da violência nem sempre coincidem. Por isso, a mediatização da violência tem o condão de redefinir a nossa relação entre o que está próximo e o que está distante, o longe e o perto. Sob este ângulo, o acontecimento de Nice, França, pode ser sentido como tendo ocorrido “aqui ao lado” e um qualquer evento violento ocorrido na nossa localidade até nem pode constituir uma realidade palpável…

O que, na verdade, mudou na tipificação da violência nos últimos anos foi o fenómeno do terrorismo à escala global e a sua mediatização. Se, no passado recente, a violência era exercida de forma institucionalizada por instâncias autoritárias de controlo doutrinário e através da repressão, a violência sobrevive, hoje, sobretudo na mente das pessoas pelas imagens e sons dos atos terroristas veiculados pelos Media. Se, no passado, as guerras necessitavam de território físico para terem lugar, hoje o terrorismo povoa as mentes pelo terror semeado. Por isso, a violência terrorista não é tanto “real” – acontece e vai embora -, mas “simbólica” – povoa a mente de forma permanente. A simples perceção da ameaça aciona o imaginário que, internalizando o medo, desestabiliza 

 

 

 

emocionalmente a pessoa e instaura a desconfiança uns pelos outros. Eis o triunfo do terrorismo!

Está estudado que os atos terroristas configuram um tipo especial de violência com determinadas características e rituais: têm que irromper no quotidiano social para transmitirem, pela natureza da sua imprevisibilidade, a impressão de serem incontroláveis; devem ser atos espetaculares e mediatizados para causarem impacto coletivo; alimentam-se do anonimato, da sagacidade e da minúcia dos seus autores para provocarem pavor e semearem a desconfiança coletiva; os seus autores fazem da própria morte uma arma radical. Como dizia J. Baudrillard, em O espírito do terrorismo, “nestes termos, aqui, tudo se joga em relação à morte, não apenas pela irrupção brutal da morte em direto, em tempo real, mas pela irrupção de uma morte bem mais do que real: simbólica e sacrificial – ou seja, o acontecimento absoluto e sem apelo”.

A violência terrorista constitui, hoje, um dilema moral no contexto da sua mediatização social e política. Na 

 

verdade, o terrorismo pouco seria sem os Media e, todavia, os Media fazem parte do acontecimento… Ao procurar perscrutar o sentido dos atos terroristas perpetrados, os Media deparam-se inevitavelmente com a irracionalidade de qualquer explicação. O espetáculo-acontecimento vale por si mesmo, é irredutível a qualquer interpretação e o modelo sacrificial de que se reveste configura uma forma simbólica distintiva de violência que tem grande impacto cultural e mental na vida coletiva. Na ótica do bem público, estamos todos desafiados a repensar a relação entre violência terrorista, a mediatização excessiva dos seus acontecimentos e o dever informar a par do direito a ser informado numa sociedade livre. 

 

 

A violência terrorista constitui, hoje, um dilema moral no contexto da sua mediatização social e política. Na verdade, o terrorismo pouco seria sem os Media e, todavia, os Media fazem parte do acontecimento… Ao procurar perscrutar o sentido dos atos terroristas perpetrados, os Media deparam-se inevitavelmente com a irracionalidade de qualquer explicação. O espetáculo-acontecimento vale por si mesmo, é irredutível a qualquer interpretação e o modelo sacrificial de que se reveste configura uma forma simbólica distintiva de violência que tem grande impacto cultural e mental na vida coletiva. Na ótica do bem público, estamos todos desafiados a repensar a relação entre violência terrorista, a mediatização excessiva dos seus acontecimentos e o dever informar a par do direito a ser informado numa sociedade livre. 

Encontros...

  Paulo Rocha   
  Agência ECCLESIA   

 

 

 

As memórias que a história não apaga são as que traduzem encontros entre pessoas. Não os formais, que decorrem de compromissos sociais ou profissionais, mas aqueles onde se conjuga o verbo “cativar”, os que permitem “criam laços” e fazem com que os que se encontram passem a “precisar um do outro”.

As expressões são de Saint-Exupéry, no diálogo entre a raposa e o principezinho. E traduzem encontros vividos ou olhados, participados ou vistos à distância.

Retomo a vitória da seleção nacional de futebol e todas as vitórias que acontecem por estes dias para

 

 

 

referir os encontros que nelas aconteceram: jogadores e adeptos deixaram-se “cativar”, criaram coesão entre grupos, proximidade entre a portugalidade.

Nos últimos dias, tive a oportunidade de conversar com Fernando Santos e gravar uma entrevista que revê o perfil de um homem crente, capaz de capacitar todo o grupo na determinação de dizer não apenas “eu acredito que é possível ganhar”, mas ir além e afirmar “eu creio que é possível ser campeão”. Uma chave de leitura dos acontecimentos, onde está sempre a marca da fé (não da “fezada”, como o próprio diz) que foi chave para o sucesso.

 

 

Depois, a coesão entre o grupo que fez com todos afirmassem a convicção de “precisar uns dos outros”.

Da entrevista, a ler na Ecclesia, fica sobretudo a certeza de que Fernando Santos é assim na vida! E não apenas no futebol.

O encontro com o selecionador de futebol fica na minha história desta semana por ser revelador dessa atitude perante a família, os amigos, os outros, Deus. E por criar sintonias com outro encontro, que vem acontecendo há 25 anos, primeiro em torno da música e da amizade, agora mais pela amizade (deixando a música para a geração seguinte). Retalhos é o nome do projeto que começou em 1992. Continua numa amizade que assume muitas formas e expressões. A imagem documenta-a. Os sentimentos, ficam com cada um de nós, Retalhos.

 

 

 

DIOCESE DE VISEU

 

A Diocese de Viseu encerra este sábado a caminhada sinodal iniciada em 2010 e as comemorações dos 500 anos da terceira dedicação da Catedral. O bispo de Viseu espera uma transformação profunda da diocese como consequência da reflexão, cujas conclusões vão ser publicadas este sábado.

D. Ilídio Leandro fala num projeto de renovação da Igreja local, que deve servir de inspiração para o futuro da diocese que está no centro desta edição do Semanário ECCLESIA.

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

O Sínodo mudou a forma das pessoas olharem a Igreja

 

Em entrevista à Agencia ECCLESIA, D. Ilídio Leandro reconhece que depois do Sínodo, a diocese já não é olhada com um território mas como uma família. No sábado, a diocese comemora os 500 anos da dedicação da sua Catedral, e apresenta o livro do Sínodo diocesano.

Entrevista conduzida por Henrique Matos

 

 

Agência ECCLESIA (AE) - O que vê, quando olha este caminho feito pela diocese de Viseu ao longo deste Sínodo? Sabendo que os frutos levarão mais tempo a manifestar-se...

D. Ilídio Leandro (IL) - Os frutos esperamos que venham precisamente agora, depois da conclusão do Sínodo. Ele movimentou e empenhou toda a diocese ao longo de quase seis anos,

 

 

porque ele foi iniciado numa linha de preparação em 2010 e, a partir daí, o Sínodo começou a funcionar.

Primeiro no estudo dos quatro documentos fundamentais do Concílio, que constituíam o centro do nosso estudo. Avançámos depois com a assembleia sinodal em quatro sessões de acordo com cada um dos documentos. Seguiu-se a aprovação das propostas que vieram da assembleia e, finalmente, a elaboração das Constituições.

Este trabalho está feito, o livro do Sínodo será apresentado no sábado dia 23 de julho e não se resume a uma síntese final dos trabalhos do Sínodo, quisemos que este documento incluísse todo o trabalho, porque vai ser muito precioso para o trabalho nas paróquias, nos movimentos, vigararias, etc.

 

 

 

 

 

AE - Uma diocese que se projeta pastoralmente para o futuro, tomou como ponto de partida documento de há 50 anos... há atualidade e urgência nos documentos do Concílio Vaticano II?

 IL - Um concílio não se faz para dez

    anos ou para um período curto.

        O Vaticano II abriu a Igreja para

            todo um futuro e que começou

                  num tempo muito especial,

                      com o uso das línguas

                           locais na eucaristia,

                             nos sacramentos,

                                e depois toda

                                   uma programação

                                    e toda uma visão

 

 

 

 

 

 

pastoral que o Papa Paulo VI, sucessor de João XXIII, lhe deu. Ainda agora na proposta do Papa Francisco para a comemoração dos cinquenta anos deste acontecimento, ele sublinhou que era necessário redescobrir o Concílio.

Temos de reconhecer que o Vaticano II ficou um pouco na estante, pouco conhecido e pouco levado à prática... Porém nós, no sínodo, não nos propusemos olhar para trás. Com a base nos documentos do Concílio e tendo em conta tudo aquilo que foi publicado nos cinquenta anos que passaram desde 1965, refletimos sobre os desafios do presente.

Os documentos foram apresentados para estudo numa visão que procurou abarcar os cinquenta anos do pós concílio, e depois, as assembleias foram apresentadas, não numa linha de olhar para trás analisando o que foi feito, mas o que se vai fazer, como a diocese vai caminhar. O que importa é pôr em prática, renovar, para que as propostas que o Concílio apresentou, e o seu aprofundamento nestes cinquenta anos, possam ser efetivados pastoralmente.

 

 

AE - Numa Igreja que, historicamente, não tem valorizado muito a escuta dos fiéis e a sua opinião sobre as linhas programáticas da pastoral, como é que as pessoas receberam este desafio que lhes foi lançado?

IL - Não foi fácil a mobilização em virtude dessas condições em que, por vezes, os cristãos trabalham na Igreja numa dimensão passiva, numa linha do ouvir apenas. 150 pessoas foram suscitadas a participar, quer nos grupos sinodais, quer depois, sobretudo na assembleia sinodal. 

Muitos padres é certo, mas a maioria eram leigos. Esses motivaram-se, entusiasmaram-se, o que tornou as assembleias sinodais muito vivas e com conclusões muito práticas e muito envolventes para toda a Igreja.

 

 

 

No final deste trabalho, podemos, dizer que há elementos para que possamos caminhar numa Igreja renovada e numa Igreja motivada para escutar aquilo que o Espírito Santo lhe vai dizendo através do Papa, através da Conferência Episcopal, também do bispo diocesano e depois com a concretização que os padres e leigos, religiosos e outros consagrados, vão implementando na diocese.

 

AE - Entende que esta experiência do Sínodo ajudou a reforçar uma noção de corpo? A olhar a diocese como uma realidade para a qual os fiéis devem contribuir ativamente?

IL - Era de facto uma lacuna que 

 

existia. A diocese era olhada de forma muito parcelar. As atenções estavam muito centradas na paróquia e cada pessoa situava-se nesse contexto. Por vezes, até com aspetos que favoreciam alguma rivalidade, um certo individualismo que não deixava perspetivar a Igreja no seu conjunto e a diocese na sua unidade.

O sínodo mudou esta forma de pensar e quando nos preparamos para  celebrar este sábado dia 23 de julho, os 500 anos da dedicação da Sé, a nossa Catedral aparece como Igreja mãe da diocese e as pessoas falam assim da sua Catedral. Pedi ao Papa Francisco que concedesse um ano jubilar para a nossa diocese e, 

 

 

 

 

neste último ano, realizaram-se muitas peregrinações das paróquias e dos arciprestados. Todos vieram à catedral em peregrinação diocesana recebendo a indulgência jubilar com a passagem da Porta Santa, e isso motivou, de facto, um olhar a catedral e a diocese como a nossa família. Uma realidade em que a paróquia é importante, o arciprestado é importante, mas como parcelas da mesma diocese. Neste momento posso dizer que a Igreja é encarada com a família dos cristãos da diocese de Viseu.

 

AE - As constituições do Concílio Vaticano II, cada uma à sua maneira, projetam a Igreja para fora de si, apontam para um diálogo permanente com o mundo. Como é que a diocese responde a este impulso?

IL - O Papa Francisco trouxe-nos uma categoria nova que é a das periferias e, de facto, procuramos entender estas periferias não apenas com um olhar para fora da diocese mas para a realidade das pessoas que têm pouco contacto e pouca comunhão com a Igreja.

Todo o caminho do Sínodo levou-nos a ver a Lumen Gentium, a natureza da I

 

greja na Gaudium et Spes, na abertura ao mundo, às diversas realidades da cultura, da vida da Igreja e da vida da sociedade, na política, na organização das pessoas no seu modo de viver que, muitas vezes, é iluminado pela fé mas, essa fé fica depois fechada dentro da Igreja, dentro das suas celebrações.

Este Sínodo foi um esforço... as consequências estão ainda para vir numa concretização das constituições sinodais que nos levam a olhar de facto a realidade da diocese no seu conjunto e a olhar para fora, para as diversas dimensões onde as pessoas se realizam e vão construindo o seu 

 

 

 

Estou convencido que alguma coisa foi feita no sentido de que a visão que as pessoas têm hoje da Igreja não é a mesma que tinham no início do Sínodo.
 

 

 

dia a dia. Estou convencido que alguma coisa foi feita no sentido de que a visão que as pessoas têm hoje da Igreja não é a mesma que tinham no início do Sínodo.

Penso que a visão do Papa Francisco neste alerta para sair, uma Igreja em saída, nos leva a entender o estar na Igreja, não como uma situação normal e confortável dos cristãos mas, como um impulso para sair e participar na construção do mundo e da sociedade.

 

AE - Quais são, na diocese de Viseu, as periferias, os destinos que reclamam a presença da Igreja?

IL - São muitos e todos os que constituem hoje a sociedade. A cultura é um deles, a juventude é imprescindível que seja um deles, a família é naturalmente o primeiro desafio da Igreja, e os sínodos realizados há pouco, apresentam-nos a família e as famílias, dada a diversidade dos relacionamentos. Sublinho estes três campos, cultura, juventude e família... salientando que família abrange as diversas formas de construção do relacionamento entre as pessoas, situações como a homossexualidade, o divórcio, os que casam novamente... são mundos a evangelizar, são periferias que 

 

reclamam a nossa presença, devemos acolher sem emitir anátemas e sem condenar para que, ao jeito do Papa Francisco, nos sintamos envolvidos em proclamar que a Boa Nova de Jesus Cristo é para todos.

 

AE - Até que ponto os jovens estiveram neste sínodo e de que forma foram envolvidos nesta caminhada da diocese?

IL - Houve jovens que estiveram em grupos sinodais, concretamente jovens ligados a movimentos como a Ação Católica, Convívios Fraternos, etc. E depois nas diversas sessões da assembleia, em todas elas participaram jovens que foram eleitos nas diversas comunidades, para terem voz e tiveram-na de uma forma muito concreta e prática.

 

AE - O clero também se entusiasmou com o Sínodo? Sabendo que há muito lidam com as práticas pastorais e estas por vezes já não apresentam novidade para quem já é padre há umas dezenas de anos…

IL - O bispo, ou conta com o seu clero, com os sacerdotes da sua diocese, ou sozinho não consegue nenhum dos seus objetivos. Não podemos passar além ou por cima dos padres para 

 

 

 

 

fazer qualquer coisa que seja. Até porque, sendo a Igreja constituída por todos, os padres são, nas paróquias e nas comunidades, dinamizadores e responsáveis por muita coisa do que vai acontecendo. Foram eles os principais obreiros do Sínodo. Não só porque as quatro comissões doutrinais eram lideradas por um padre, o Secretário-geral do Sínodo 

 

era um padre, mas depois também os trabalhos nas paróquias, os trabalhos nos arciprestados, tinham padres que envolviam e que chamavam manifestando empenho nos trabalhos feitos. Por isso, a maioria eram leigos, mas em todos os círculos de trabalho sinodal, estavam padres. 

 

 

 

 

 

AE - Tem trabalhado com eles a disponibilidade para iniciativas pastorais inovadoras? Estamos em Viseu, é das regiões do país que tradicionalmente regista uma prática cristã das mais elevadas.

IL - Tradicionalmente 25%. Longe de nós, estarmos satisfeitos com esta percentagem. Nós fizemos a sondagem em 2011, de forma nominal na própria ida à missa, e a percentagem apontou para uma participação de 25%. Temos que assumir que na diocese de Viseu os cristãos praticantes são minoria, ainda que dos 75% que não frequentam semanalmente a eucaristia, uma grande parte, participa nela de forma ocasional e assume-se como católica.

Porém, o sermos 25% numa prática habitual interroga-nos como chegar, como levar a mensagem, como evangelizar os 75%. Nós não queremos uma Igreja voltada para o praticar a eucaristia dominical mas queremos uma Igreja aberta que, indo à missa ao domingo, vai durante a semana viver e conviver com todas as pessoas, desta diocese e de outras, com todos os que encontra no mundo do trabalho, da família, dos negócios... o testemunho, a evangelização através da vida é fundamental.

 

 

O Concílio Vaticano II vai nessa linha e aconteceu há 50 anos, o sínodo da diocese não podia seguir um rumo diferente. Este é também o sentido indicado pelos Papas que têm governado a Igreja nas últimas décadas.

 

AE - Aconteceu este Sínodo, sente-se agora um bispo realizado com este esforço para dinamizar a diocese?

IL - Não, não me sinto realizado. Se me sentisse realizado deixava de ser bispo nesse mesmo momento. Pelo menos deixava de estar em comunhão com uma Igreja que está em saída permanentemente.  Eu sinto-me motivado, sinto-me em realização numa diocese que, como disse há pouco, é das que têm um índice mais elevado de praticantes, mas que precisa de uma renovação permanente e que as pessoas estejam atentas. Desde o bispo a todos os fiéis desta diocese, estarmos atentos àquilo que o Espírito Santo vai dizendo a esta Igreja. E o Espírito Santo di-lo pelo Papa Francisco, pela Conferência Episcopal Portuguesa, pelo bispo da diocese mas também pelos cristãos leigos, pelos padres, e mesmo pelos que, não sendo cristãos, desafiam a Igreja a ser mais coerente, mais 

 

 

autêntica na vivência de Jesus Cristo

e dos valores que, sendo humanos, e muitos vivem profundos valores humanos e não se apresentam como cristãos e não vão à missa, mas vivem valores humanos que são cristãos também.

 

Há uma raiz cristã em toda esta comunidade diocesana e a nós padres, bispo e cristãos leigos, só nos desafia a levar até ela este suplemento de alma que é Jesus Cristo, a Eucaristia, a Palavra de Deus, esta sensibilidade que o ser cristão nos permite. O viver felizes, e ter esperança mesmo perante os desafios atuais e diante de uma Europa em crise e em deterioração daquilo que é a sua identidade.

 

 

 

Jubileu da Catedral: há 500 anos,
foi dedicada a Santa Maria

Embora escasseiem os vestígios da primitiva Catedral românica de Viseu, sabe-se que terão sido D. Henrique e D. Teresa os patrocinadores da sua construção. Ao longo dos séculos, o edifício foi sofrendo obras de reconstrução, restauro, ampliação ou melhoria, sendo hoje totalmente diferente.

As marcas dessas obras subsistem e são elas que nos permitem fazer uma “leitura” cronológica e histórico-social da sua importância, enquanto centro gravitacional da Igreja que nasce e cresce nas Terras de Viseu.

Vestígios vários permitem-nos acreditar que a Catedral terá sido objeto de mais que uma Dedicação. A primeira Dedicação terá acontecido no Verão de 1109, “no âmbito da visita a Viseu do arcebispo de Toledo D. Bernardo.

No século XIII, a Catedral terá sofrido obras de estilo gótico, por influência de D. Mateus Martins, continuadas por D. Egas Viegas. Por ocasião da inauguração das obras, em 1314, D. Martín Pérez de Fontova terá feito uma segunda Dedicação.

As obras continuaram ao longo do 

 

século XIV, introduzindo-se um novo claustro (1352) e a nova abóbada, atrasada por causa dos conflitos com Castela, só veio a ser concluída por iniciativa de D. Diogo Ortiz Vilhegas em 1513, revelando marcas manuelinas. Na conclusão destas obras, que incluíram uma nova fachada, foi feita uma terceira Dedicação, a 23 de Julho de 1516, cujo V Centenário se celebra no próximo sábado.

Ao longo desses séculos, as obras continuaram, quer para conservação, quer para embelezamento de espaços, deixando marcas renascentistas no claustro e na capela-mor, acrescentadas de esplendor barroco, no século XVIII.

A Catedral sofreu, nos últimos tempos, obras de beneficiação e restauro, no âmbito do programa Rota das Catedrais. Por força dessas obras, o Tesouro-Museu da Sé esteve encerrado, aproveitando o Cabido para levar a cabo obras de beneficiação e reinterpretação do espaço museológico da Catedral.

O Museu-Tesouro da Sé, criado em 1932, vai ser reaberto com um espaço de acolhimento dos visitantes, 

 

 

à entrada da Catedral, no antigo batistério, espaço que, pelos seus azulejos, merece a visita.

Os trabalhos de revalorização e melhoria do circuito expositivo tiveram orientação do Departamento dos Bens Culturais da Diocese, buscando uma maior proximidade do património ao público, através de uma “leitura” que facilite a compreensão da função de cada objeto exposto, para além da sua valia artística e patrimonial. No próximo sábado estarão em Viseu, associando-se à festa, numerosos Bispos, incluindo o próprio Núncio Apostólico, que já esteve na abertura deste Ano Jubilar que agora 


 


 

 

 termina. O próprio Papa Francisco concedeu indulgência jubilar aos visitantes da Catedral que ali deslocassem e rezassem pelas intenções do Papa, associando-se a qualquer celebração eucarística que ali se realizasse e se dispusesse a celebrar também o sacramento da Reconciliação.

Gabinete de Informação

da Diocese de Viseu

 
 

 

estarão em Viseu, associando-se à festa, numerosos Bispos, incluindo o 

 

que agora

 

1500 anos da história

A História da Diocese de Viseu, “obra invulgar de grande valor científico e cultural”, vai ser apresenta pelo bispo diocesano, D. Ilídio Leandro, e o coordenador científico José Pedro Paiva, este sábado, às 15h00, no contexto dos 500 Anos da Dedicação da Catedral.

São 1500 anos de história a partir de 569, “data do primeiro documento referente à origem da diocese de Viseu e percorre a linha do tempo 

 

até abril de 1974”, apresentados em três volumes, em 1800 páginas “amplamente ilustradas”.

 “[A História da Diocese de Viseu] norteada exclusivamente por critérios históricos, propõe uma visão original e absolutamente inédita no panorama da historiografia portuguesa e 

internacional a respeito dos olhares e perspetivas que devem pautar um estudo desta natureza”, assinalou José Pedro Paiva.

 

 

Viseu, como Diocese, é uma das mais antigas, a remontar pelo menos ao Concílio de Braga de 572, data da primeira alusão documental a um Bispo desta Diocese, Remissol Episcopus Viseensis, que assim assina a ata respetiva. É permitido supor que o bispado já existia quando do primeiro Concílio em 561. A Diocese dilatava-se então «em larga área até próximo de Cidade Rodrigo, incluindo, entre o Águeda e o Côa, a notável paróquia de Calióbrica ou Calióbria (...)» (Cf. A. LUCENA E VALE, em Viseu Antigo, Apostilas e retificações históricas, 1976, 5-11).

Depois das vicissitudes da ocupação muçulmana e da reconquista cristã, D. Afonso Henriques deu-lhe, em 1144, Bispo próprio na pessoa de D. Osório, o último dos priores que em nome do Bispo de Coimbra, a governaram desde 1101. Nos fins do Séc. XII era uma das sete Dioceses existentes nos territórios do Reino. Inicialmente sufragânea de Mérida, passou a depender, em 1119, da Metrópole Bracarense, por sentença de Inocêncio III que dirimiu a longa questão entre Braga e Compostela

Anuário Católico de Portugal

 

 

 

 

 

 

Com a nova publicação procurara-se “indagar e contar” pela mão de historiadores, como se foi construindo a Igreja em Viseu: recursos humanos e materiais; como configurou o espaço físico e as mentalidades individuais e coletivas, que motivações e 

estratégias marcaram os agentes da ação da Igreja, face aos poderes coexistentes.

 

A Diocese de Viseu informa ainda, no seu sítio na internet, que o projeto de investigação desenvolveu-se “ao longo dos últimos anos”, com a proximidade do Departamento diocesano dos Bens Culturais.

 
 

 

Gaudium et Spes e Pastoral Social

A Gaudium et Spes foi a última das quatro Constituições Conciliares a ser estudada, refletida e debatida tendo como pano de fundo, por um lado, o pensamento conciliar e pós conciliar, por outro, o tempo atual, atentos aos “sinais dos tempos” através dos quais também Deus nos fala, hoje. E é à pessoa humana, de hoje, com tudo o que a envolve, ocupa e preocupa, que a Igreja, fiel a Jesus Cristo e ao Seu Mistério Salvífico, se dirige numa atitude de humildade, simplicidade, proximidade, verdade e de diálogo com todas as realidades e instâncias humanas para assim melhor servir a humanidade e, caminhando com ela, a ajude a ser cada vez mais Reino de Deus. E por isso as principais realidades humanas, agrupadas em dez áreas, mereceram por parte dos Sinodais a sua atenção e reflexão donde saíram algumas propostas de ação concreta, a ser assumida, programada e estruturada a nível diocesano, arciprestal e paroquial.

Eis as referidas dez áreas: Solidariedade Social, Família, Cultura, Educação, Comunicação Social, “Justiça e Paz”, Mobilidade Humana, Exclusão Social, Pastoral da Saúde e Ambiente e Ecologia.

 

Foi vontade expressa que estes sectores da existência humana estejam bem presentes na Pastoral Social da Diocese de Viseu que tem vindo a fazer o seu caminho como o tem feito toda a Igreja, certamente com ritmos e intensidades diversificadas. Não se parte do zero, pois a dimensão da caridade e do serviço estiveram sempre presentes na vida da Igreja desde a época apostólica.

Compreende-se que o mundo atual coloque à Igreja deste tempo e concretamente a esta Igreja Diocesana desafios e preocupações novas. Por isso nalgumas destas áreas foi proposto que se dê um novo vigor e impulso aos grupos e estruturas já existentes como é o caso da área da Solidariedade Social e da Família, ou se criem, se porventura nalgum caso não existam de forma organizada e estruturada, já que de forma informal esta atenção estará presente, certamente.

Entre as várias propostas de ação, no tocante à área da Cultura, é de destacar os roteiros culturais, pelo que nos apraz registar, já como um fruto do Sínodo, a requalificação e reabertura do Museu da Catedral n

 


o dia da celebração dos 500 anos da dedicação da Catedral. Porque a informação com as suas novas formas de comunicar é fundamental para a missão evangelizadora da Igreja, apraz-nos informar que uma das propostas no que à comunicação social diz respeito, está já a dar alguns passos, “criar ou renovar plataformas de partilha pastoral”, com a criação de um novo sítio da diocese com a informatização dos vários serviços diocesanos, que está a ser implementado. De salientar a proposta de criação de um Observatório Diocesano no âmbito da Comissão “Justiça e Paz” e da Vigararia da Pastoral Social e fomentar o estudo da Doutrina Social da Igreja, envolvendo neste estudo as IPSS paroquiais.

Foi proposta a elaboração de uma Carta Social da Diocese no âmbito da Mobilidade Humana, tendo o Secretariado Diocesano da Pastoral Social, através da Cáritas Diocesana, parceira da PAR (Plataforma de Apoio aos Refugiados), se mobilizado 

 

para acolher refugiados, preparando duas casas que já estão disponíveis. Foi sugerido que em relação à Exclusão Social se estabelecessem parcerias com estruturas existentes, preparando equipas de acompanhamento e de intervenção.

No âmbito da Pastoral da Saúde, de realçar o desejo dos Sinodais que os sacerdotes estejam próximos dos doentes, mobilizando os grupos de visitadores dos doentes e idosos. Finalmente propôs-se desenvolver uma “consciência ecológica” em todas as idades e âmbitos pastorais, assim como incentivar atitudes de oração e contemplação.

De salientar, como foi sugerido durante o Sínodo, os vários Departamentos do Secretariado Diocesano da Pastoral Social foram renovados com novos elementos. Apresentámos somente algumas, as que nos pareceram mais emblemáticas, das muitas propostas feitas.

Padre Miguel de Abreu

Vigário Episcopal da Pastoral Social

 

 

Tesouro-Museu da Catedral reabre após obras de requalificação

 

O vigário-geral da Diocese de Viseu anunciou que o Tesouro-Museu da Catedral vai reabrir este sábado, às 16h30, após obras de requalificação, numa cerimónia inserida nas celebrações jubilares da Sé pelos 500 anos da sua terceira dedicação.

“Ao museu vai estar associada uma sala de acolhimento, com mobiliário moderno que acolhe quer para a 

 

 

catedral, quer para a paróquia, toda a gente que entre na Sé. Era o antigo batistério, com azulejos do século XVIII lindíssimo”, explicou o padre Armando Esteves, em conferência de imprensa acompanhada pela Agência ECCLESIA.

O vigário-geral de Viseu destacou alguns melhoramentos que foram realizados com as obras de requalificação como a “belíssima

 

 

 

 

 

 

 

 sacristia e a capela-mor” que também vão poder ser visitadas este sábado.

“Catedral é património público, tem sido feito com a Direção Regional da Cultura do Centro e está prometido ter uma nossa fase com o restauro de outras zonas, nomeadamente algumas que vão ficar anexas ao museu-tesouro”, acrescentou.

O Tesouro-Museu da Catedral de Viseu foi criado a 21 de janeiro de 1932, “no mesmo Decreto de Lei que criou o arquivo distrital, que já não está a funcionar no mesmo sítio”, e apresenta objetos destinados ao culto litúrgico na Sé.

As peças expostas e os espaços revelam oito séculos de história, do século XII-XX, e nesse tesouro está uma custódia gótica de 1533, que pertenceu ao bispo D. Miguel da Silva e é uma das peças mais valiosas da arte sacra portuguesa, que se presume ter sido feita pelo dramaturgo Gil Vicente.

O espaço museológico, localizado “sobretudo no segundo andar, nos claustros de cima”, vai reabrir este sábado, às 16h30, e compreende o Coro-Alto e três salas numa das alas do claustro superior com a “novidade” que é o Passeio dos Cónegos e 

 

a Casa Paroquial ficarem associadas a esse espaço. “Quem visitar o Museu Tesouro da Sé poderá usufruir de miradouros sobre o adro e a Misericórdia, sobre a Praça D. Duarte e toda a outra parte da cidade, comentou o sacerdote.

O vigário-geral de Viseu adiantou ainda que por vontade do bispo local, D. Ilídio Leandro, foi feito um “protocolo entre a diocese e o Cabido”, que é o responsável da catedral e do museu, com o objetivo de “uma nova orientação e apresentar algumas novidades”, através do Departamento Diocesano dos Bens Culturais.

A Diocese de Viseu, no seu sítio online, informa que o espaço museológico esteve encerrado durante nove meses para obras de conservação e restauro, de melhorias técnicas na iluminação e de vigilância eletrónica realizadas no âmbito do projeto Rota das Catedrais.

 

 

 

 

Um melhor esquema
para a nova evangelização

No decorrer do Sínodo da Diocese de Viseu, a seguir às considerações sobre a pastoral orgânica que tiveram como base o documento conciliar Lumen Gentium, a Comissão Profética procurou desenvolver o que lhe foi dado como input pelo Bispo diocesano na preparação dos trabalhos sinodais: tratava-se de «organizar um melhor esquema de iniciação cristã, de formação e de experiência cristã evangelizadora. Ter em conta um sério programa de formação humana, em ordem a uma "Nova Evangelização" (confessante e anunciante) onde já ressoou o 1° anúncio».

O documento conciliar que serviu de base a esta comissão profética foi a Dei Verbum, mas não bastou, uma vez que o Concílio é como um ser vivo que nasce e se desenvolve, como acontece com o ser e o fazer da Igreja no tempo e no espaço. A respetiva comissão doutrinal, atualizando-se com a leitura dos documentos sucessivos, fez uma viagem até à Verbum Domini, do Papa Bento XVI, passando pela estafeta dos documentos Evangeli Nuntiandi, Ad

 

 GentesDiretório Geral da CatequeseCatechesi Tradendae, Tertio Millenio AdvenienteNovo Millenium Ineunte e Para um rosto missionário da Igreja em Portugal, citando os mais significativos. Com base nesta leitura, esta equipa da pastoral profética elaborou o documento de estudo intitulado «A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja» para ser colocado nas mãos dos grupos de reflexão sinodal.

No decorrer das assembleias sinodais, um documento final veio a lume, depois de diversas achegas que nos foram sendo enviadas dos grupos de reflexão sinodal. Foi uma experiência capaz de nos fazer perceber que o Concílio Vaticano II estava, agora, de facto a ser recebido pelos representantes das comunidades, entre a leitura das intuições dos Padres Conciliares e a vivência prática da fé por parte dos fiéis das nossas concretas comunidades. Nesta ocasião, coincidiu sermos presenteados com a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, recebendo-a quase como

 

 


 

uma espécie de “grelha de correção” do exame sinodal.

Desde o início que esta “comissão doutrinal Dei Verbum” viu com claridade que a renovação da Igreja, mesmo no que toca às tuas fundamentais estruturas, deveria passara por um claro assentar dos seus alicerces na Palavra de Deus ou fazer beber as suas raízes nas fontes inesgotáveis da Revelação de Deus, sem menosprezar o contributo do Magistério da Igreja como apoio na interpretação da Palavra e mestra na hermenêutica da realidade humana.

Descendo à necessidade urgente da transformação real da Igreja diocesana nesta dimensão pastoral (que motivou a realização do Sínodo também na pastoral profética), foram propostos cinco argumentos – subdivididos em desafios práticos que iriam ser votados – a saber: (Re)valorizar a Palavra de Deus na vida; (Re)pensar o Domingo no encontro com a Palavra; (Re)evangelizar na iniciação cristã e na catequese de adultos; (Re)construir ligações e redes com as várias periferias; (Re)descobrir o projeto de vida à luz da Palavra de Deus. As questões partilhadas e as decisões tomadas procuraram não só implicar os que habitam a Diocese num 

 

 

mesmo espírito ou ardor evangelizador, como tomar partido por procedimentos unânimes que nos afastem de uma autorreferencialidade doentia e nos levem a “sair” entre uma renovada proposta de catecumenado e o discernimento de novas vocações até às “periferias existenciais”.

O culminar deste Sínodo diocesano, nesta comungada necessidade atual de profetismo eclesial, a par de um imprudente sacramentalismo, teve sabor a Recomeço. Oxalá os esforços desta comissão, o estudo e as decisões dos elementos sinodais cheguem ao “porto” de uma Igreja mais confessante e anunciadora.

 

Pela Comissão de Pastoral Profética,

Padre António Jorge dos Santos Almeida

 

 

A partir de Lumen Gentium

Do ponto de vista pastoral, o sínodo foi certamente um dos melhores modos de prepararmos a celebração dos 500 anos da dedicação da Catedral de Viseu. E esse caminho, com o perfume da novidade e imprevisibilidade do Espírito, foi sendo percorrido por etapas, a partir das quatro constituições conciliares.

A primeira reflexão sobre a Igreja aconteceu numa espécie de diálogo entre a Comissão Doutrinal de Pastoral Orgânica, que propôs um texto, com o título “Para uma Igreja Comunhão – De Lumen Gentium aos nossos dias” e as respostas plurais dos grupos sinodais. Os comentários e interrogações enviados pelos grupos sinodais ajudaram, em seguida, a “fermentar” algumas das propostas nesta área.

Deste modo, o passo seguinte foi a apresentação à própria Assembleia Sinodal de umas dez ideias-base, no âmbito da eclesiologia e da pastoral. Com os contributos da própria assembleia, este núcleo de ideias iria dar origem a 30 propostas, das quais 29 aprovadas com mais de dois terços dos votos (num total de 93 propostas aprovadas, nas quatro assembleias).

Nesta fase dos trabalhos, era já expressiva a dimensão de 

 

sinodalidade, de participação ativa e alegre, enfim, aquele sentimento de que Deus se serve também de nós, pequenos filhos seus, para realizar as suas maravilhas, as quais contemplamos no passado, mas que hoje se renovam para nós. Era essa sinodalidade que fazia com que, por exemplo, uma proposta fosse o eco da participação de um grupo sinodal e outra até sugerida pelo próprio Bispo. A função da Comissão era claramente fazer a síntese de uma participação tão expressiva. De facto, na melhor fase, chegaram a estar em ação 400 grupos sinodais e o Inquérito Geral chegou a mais de 200 paróquias, num universo de 208.

No que respeita ao conteúdo das propostas, elas brotavam da revisitação da constituição Lumen Gentium, mas incluindo todo o manancial eclesiológico dos últimos 50 anos, concretamente alguns documentos publicados por altura da dobragem do milénio, tais como ChristifidelesLaiciNovo

Millennio Ineunte, Ecclesia in

Europa e, mais  

 

 

 

 

recentemente, Evangelii Gaudium. 

Das propostas da primeira assembleia, já assumidas pelas Constituições que o sr. D. Ilídio propõe à Diocese, destacaríamos:

- A dimensão missionária da Igreja, que mereceu a atenção dos trabalhos, logo no início. Por um lado, trata-se de reconhecer que devemos ser todos, como afirma o papa Francisco, “discípulos missionários”, mas, por outro, a descoberta de que toda a vida pastoral tem de ter esta inquietação missionária. Isto para sermos fiéis ao desígnio de Deus que, através do nosso acolhimento e caridade pastoral, quer comunicar o seu amor a cada coração humano;

- Uma equipa de coordenação pastoral da Diocese, ligada ao Conselho Episcopal, com os diversos vigários, mas que inclui outros grupos de trabalho;

- A nova organização da Diocese, em que a secretaria pastoral terá um papel importante a desempenhar, criando um “eixo” de partilha entre todos;

- A reorganização dos arciprestados

 

passando de 17 para 6, e a emergência das unidades pastorais, a serem implementadas progressivamente, numa “lógica integradora” e “em corresponsabilidade” para a comunhão;- A renovação dos estatutos dos órgãos de corresponsabilidade quer diocesanos, quer das paróquias e unidades pastorais quer os de âmbito arciprestal;

- A sinodalidade como metodologia pastoral, que deve estar presente em toda a vida da Diocese. O sr. Bispo enuncia-a logo no início das Constituições, para que seja ela a dar o tom à nova melodia da criatividade e corresponsabilidade pastorais e transforme em harmonia todas as diferenças e a participação plural de todos. Parafraseando a linguagem paulina, para que sejamos “muitos – um só” (cf Rm 12, 5) ou a conhecida afirmação joanina “todos um” (cf Jo 17, 17) !

Em suma, o tempo da estrutura sinodal terminou, mas o espírito e o ambiente de participação, que manifesta a alegria da fé, irá certamente continuar. Para tal, importa passar constantemente de uma eclesiologia de comunhão a uma espiritualidade, e mais ainda, a uma pastoral de comunhão!

Comissão de Pastoral Orgânica

 

 

-        A renovação dos estatutos dos órgãos de corresponsabilidade quer diocesanos, quer das paróquias e unidades pastorais quer os de âmbito arciprestal;

-        A sinodalidade como metodologia pastoral, que deve estar presente em toda a vida da Diocese. O sr. Bispo enuncia-a logo no início das Constituições, para que seja ela a dar o tom à nova melodia da criatividade e corresponsabilidade pastorais e transforme em harmonia todas as diferenças e a participação plural de todos. Parafraseando a linguagem paulina, para que sejamos “muitos – um só” (cf Rm 12, 5) ou a conhecida afirmação joanina “todos um” (cf Jo 17, 17) !

Em suma, o tempo da estrutura sinodal terminou, mas o espírito e o ambiente de participação, que manifesta a alegria da fé, irá certamente continuar. Para tal, importa passar constantemente de uma eclesiologia de comunhão a uma espiritualidade, e mais ainda, a uma pastoral de comunhão!

Comissão de Pastoral Orgânica

Sínodo diocesano de Viseu

Um novo impluso na reforma litúrgica conciliar

Intuições fundamentais da Constituição Conciliar sobre a Liturgia

A tão esperada reforma litúrgica, decretada pela Constituição Conciliar do Vaticano II, Sacrosanctum Concilium (SC), representa o culminar de um longo caminho, desde o início do séc. XX – o “movimento litúrgico” – foi votada, confirmada e assumida pelo Magistério da Igreja na sua máxima expressão: o Concílio.

O Espírito Santo, que sempre guia a Igreja, e o aprofundado trabalho dos padres conciliares, forneceram a matéria abundante e fundamentada das principais intuições da reforma. Era tal a ânsia de renovação, o entusiasmo e a boa recepção da Constituição que, no momento da aprovação (4/12/1963), obteve 2147 votos a favor, 4 contra e 1 nulo. A SC é composta por um proémio, oito capítulos, constituindo o primeiro a chave hermenêutica para a sua adequada compreensão e aplicação, e um apêndice sobre a reforma do calendário.

 

 

 

Na SC, a Liturgia é concebida em registo teológico-pastoral: é a obra de salvação realizada por Cristo no seu mistério pascal e actualizada em cada acto litúrgico, especialmente na Eucaristia (cf. SC 5-6) e «para realizar tão grande obra, Cristo está presente na Igreja, especialmente nas acções litúrgicas» (SC 7). A participação constitui o grande desígnio da reforma conciliar: «É desejo ardente da Igreja que todos os fiéis cheguem aquela plena, consciente e activa participação nas celebrações litúrgicas, que a própria natureza da Liturgia exige» (SC 14).

A Constituição Litúrgica optou por uma abordagem pastoral, ao referir o que é imutável, de instituição divina, e o que pode reformar-se para que os ritos sejam compreensíveis pelo povo (cf. SC 21); propondo o equilíbrio entre tradição e progresso (cf. SC 23); relevando a Palavra de Deus (cf. SC 24); sublevando a celebração comunitária (cf. SC 27, 28); incentivando a participação do povo através do canto, dos gestos e do silêncio (cf. SC 30); preferindo não

 

 

 

Na SC, a Liturgia é concebida em registo teológico-pastoral: é a obra de salvação realizada por Cristo no seu mistério pascal e actualizada em cada acto litúrgico, especialmente na Eucaristia (cf. SC 5-6) e «para realizar tão grande obra, Cristo está presente na Igreja, especialmente nas acções litúrgicas» (SC 7). A participação constitui o grande desígnio da reforma conciliar: «É desejo ardente da Igreja que todos os fiéis cheguem aquela plena, consciente e activa participação nas celebrações litúrgicas, que a própria natureza da Liturgia exige» (SC 14).

 

A Constituição Litúrgica optou por uma abordagem pastoral, ao referir o que é imutável, de instituição divina, e o que pode reformar-se para que os ritos sejam compreensíveis pelo povo (cf. SC 21); propondo o equilíbrio entre tradição e progresso (cf. SC 23); relevando a Palavra de Deus (cf. SC 24); sublevando a celebração comunitária (cf. SC 27, 28); incentivando a participação do povo através do canto, dos gestos e do silêncio (cf. SC 30); preferindo não a sumptuosidade, mas a nobre simplicidade (cf. SC 34); fomentando o uso da língua comum (cf. SC 36) e a inculturação (cf. SC 37-40); inculcando o «sentido comunitário, sobretudo da missa dominical» (SC 42).

 

Quanto à vida sacramental, a reforma é assim justificada: «Com o andar dos tempos, introduziram-se nos ritos dos Sacramentais certos elementos que, actualmente, tornam menos clara a sua natureza e finalidade, sendo necessário fazer algumas adaptações às necessidades do nosso tempo…» (SC 62); foi também restaurado o Catecumenado de Adultos (cf.SC 64).

 

É conferido ao Domingo lugar de relevo, pela sua riqueza antropológica, teológica e litúrgica: é o «principal dia de festa a propôr e a inculcar na piedade dos fiéis; seja também o dia de alegria e repouso do trabalho» (SC 106). A assembleia eucarística é o seu núcleo vital, cuja origem se funda no mistério pascal. 

 

Recepção e implementação da reforma litúrgica na diocese de Viseu

 

Uma das grandes preocupações da SC foi a sua correcta recepção e implementação. Determinou-se, por isso, a constituição de comissões litúrgicas, nacionais e diocesanas, incluindo leigos competentes (cf. SC 44-46). Também na Diocese de Viseu se criou uma comissão litúrgica para a aplicação da reforma conciliar, com grande incidência na música e arte sacras.

 

Foram tempos de entusiasmo, alegria e alguma euforia, por vezes um tanto desviante da matriz inicial. Entre outras acções fomentadoras da vida litúrgica, é justo destacar o impacto das Semanas Nacionais de Pastoral Litúrgica, realizadas em Fátima desde 1975, onde participaram, e continuam a participar com regularidade, largas dezenas de cristãos da Diocese de Viseu.  

 

Gradual, e entusiasticamente, párocos e leigos constituíram nas comunidades paroquiais grupos corais, que executavam novas melodias e adaptavam outras quase sempre de tom devocional e popular, para os diversos momentos das celebrações. Formaram-se, também, grupos de acólitos e de leitores. Vão surgindo, ao nível paroquial ou inter-paroquial, grupos de coordenação litúrgica, sinal da sinodalidade em acto. Toda esta vaga renovadora se manifesta, especialmente, na assembleia dominical, cada vez mais participada e festiva.

 

Nesse sentido, desde 1988, realizaram-se  27 cursos de Ministros Extraordinários da Comunhão e, actualmente, são cerca de 900 os ministros em actividade, que colaboram na qualificação da celebração e acompanham os doentes e idosos, nas suas casas e em lares. Têm-se realizado acções de formação para leitores, acólitos, zeladoras do ornamento do espaço litúrgico. Devido à diminuição de sacerdotes, o Secretariado de Liturgia promoveu dois Cursos de Animadores de Celebrações Dominicais na Ausência do Presbítero, no qual participaram 90 cristãos.

 

Criou-se um Departamento para os espaços litúrgicos que acompanha as intervenções nos espaços celebrativos, de modo a proporcionar celebrações belas e harmoniosas.

 

Todavia, como anotou João Paulo II em 1988, na Carta Apostólica comemorativa dos 25 anos da SC: «não se pode continuar a falar de mudança, como na altura da publicação da Sacrosanctum Concilium, mas sim de aprofundamento cada vez mais intenso da Liturgia da Igreja».

 

Com esse intuito, além da formação aos que frequentaram os cursos acima indicados, o Secretariado Diocesano de Liturgia tem promovido encontros de educação litúrgica ao nível diocesano e/ou arciprestal, mantendo uma rubrica semanal no Jornal da Beira e um sítio na net (www.sdplviseu.Web.pt).

 

Em suma: também à diocese de Viseu se aplica o que registou o Sínodo dos Bispos de 1985: «a renovação litúrgica é o fruto mais visível de toda a obra conciliar».

 

O Sínodo Diocesano: um novo impulso na renovação litúrgica

 

Apesar do caminho percorrido, e atento à voz do Espírito, o bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, escutado o Conselho Presbiteral e os responsáveis diocesanos, decidiu efectuar um sínodo diocesano (2010-15), comemorando os 50 anos do termo do Vaticano II, ocasião para «uma renovação evangélica, espiritual, estrutural e pastoral da Igreja Diocesana de Viseu».

 

Um dos objectivos do Sínodo foi, e é: «organizar um melhor esquema de experiência cristã celebrativa: tendo em conta um sério programa de formação mistagógica com incidência clara na iniciação cristã e outros aspectos da dimensão litúrgica (orante e sacerdotal)».

 

O sínodo foi uma oportunidade para avaliar, corrigir e incutir um novo ímpeto à reforma litúrgica em curso, o que aconteceu com os restantes sectores pastorais. Assim, após a elaboração de um documento de trabalho, para guia de estudo e reflexão das intuições fundamentais da SC, pela Comissão Litúrgica, decorreu uma assembleia sinodal, em duas sessões.

 

Nelas, não se abordando todos os assuntos litúrgicos, pela impossibilidade de tempo e desnecessidade, destacaram-se quatro grandes temas: participação e ministérios; Eucaristia, centro da vida cristã; sacramentos e sacramentais; o domingo: dom, tarefa e desafio.

 

Sobre a participação, que incluia cinco alíneas, a votação dos sinodais incidiu no sentido da criação de equipas de coordenação litúrgica paroquiais ou inter-paroquiais, com o fim de preparar e favorecer a melhor vivência das celebrações dominicais.

 

No que toca à Eucaristia, sobretudo a dominical, os diversos pontos reflectidos e discutidos recolheram a grande maioria de votos, visando incentivar uma mais qualificada participação dos leitores, acólitos, cantores, com calendário e formação regular; propôr aos sacerdotes o uso mais diversificado das potencialidades do Missal, evitando a rotina; apelou-se a um maior cuidado na escolha e interpretação dos cantos litúrgicos; instituir, onde não existe, a regularidade de tempos de Adoração Eucarística, mantendo, para tal, as igrejas abertas.

 

Quanto aos sacramentos, a atenção dirigiu-se, sobretudo, para a iniciação cristã, sugerindo o uso mais adequado do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos e iniciar uma reflexão pluridisciplinar sobre a questão dos padrinhos de baptismo, de forma a que, em breve, a diocese tenha uma normativa sobre o assunto; o fomento das celebrações penitenciais, com confissão individual, e a preparação e celebração mais consciente do matrimónio obtiveram, também, uma votação quase unânime.

 

O domingo foi um dos temas mais reflectidos, tendo em conta a actual situação sócio-cultural e eclesial que, em muitos aspectos, o desqualificam e reduzem no seu significado e valor antropológico, espiritual e eclesial. A participação da assembleia dominical é como que o termómetro de aferição da vivência cristã do primeiro dia da semana, por isso, se expressou o desejo de motivar formas de participação das crianças, jovens e famílias na assembleia, intervindo em tarefas que podem desempenhar. Para isso, requer-se preparação, bom acolhimento e correcta disposição na assembleia. Apelou-se aos sacerdotes para o cuidado a ter nas homilias, evitando o tom de moralista, mas, partindo da Palavra proclamada, que sejam iluminadoras para a vida da semana. A religiosidade popular, normalmente ocorrida ao domingo, mereceu também atenção especial, de forma a confluirem com a liturgia, constituindo momentos de oração e evangelização.

 

Reflectiu-se, discutiu-se. Doravante, seja um permanente Sínodo.

 

P’la Comissão Litúrgica

 

P. José Henrique Santos

 

 a sumptuosidade, mas a nobre simplicidade (cf. SC 34); fomentando o uso da língua comum (cf. SC 36) e a inculturação (cf. SC 37-40); inculcando o «sentido comunitário, sobretudo da missa dominical» (SC 42).

Quanto à vida sacramental, a reforma é assim justificada: «Com o andar dos tempos, introduziram-se nos ritos dos Sacramentais certos elementos que, actualmente, tornam menos clara a sua natureza e finalidade, sendo necessário fazer algumas adaptações

 

 

 às necessidades do nosso tempo…» (SC 62); foi também restaurado o Catecumenado de Adultos (cf.SC 64).

É conferido ao Domingo lugar de relevo, pela sua riqueza antropológica, teológica e litúrgica: é o «principal dia de festa a propôr e a inculcar na piedade dos fiéis; seja também o dia de alegria e repouso do trabalho» (SC 106). A assembleia eucarística é o seu núcleo vital, cuja origem se funda no mistério pascal. 

 

 

 

Recepção e implementação da reforma litúrgica na diocese de Viseu

Uma das grandes preocupações da SC foi a sua correcta recepção e implementação. Determinou-se, por isso, a constituição de comissões litúrgicas, nacionais e diocesanas, incluindo leigos competentes (cf. SC 44-46). Também na Diocese de Viseu se criou uma comissão litúrgica para a aplicação da reforma conciliar, com grande incidência na música e arte sacras.

Foram tempos de entusiasmo, alegria e alguma euforia, por vezes um tanto desviante da matriz inicial. Entre outras acções fomentadoras da vida litúrgica, é justo destacar o impacto das Semanas Nacionais de Pastoral Litúrgica, realizadas em Fátima desde 1975, onde participaram, e continuam a participar com regularidade, largas dezenas de cristãos da Diocese de Viseu.  

Gradual, e entusiasticamente, párocos e leigos constituíram nas comunidades paroquiais grupos corais, que executavam novas melodias e adaptavam outras quase sempre de tom devocional e popular, para os diversos momentos das 

 

celebrações. Formaram-se, também, grupos de acólitos e de leitores. Vão surgindo, ao nível paroquial ou inter-paroquial, grupos de coordenação litúrgica, sinal da sinodalidade em acto. Toda esta vaga renovadora se manifesta, especialmente, na assembleia dominical, cada vez mais participada e festiva.

Nesse sentido, desde 1988, realizaram-se  27 cursos de Ministros Extraordinários da Comunhão e, actualmente, são cerca de 900 os ministros em actividade, que colaboram na qualificação da celebração e acompanham os doentes e idosos, nas suas casas e em lares. Têm-se realizado acções de formação para leitores, acólitos, zeladoras do ornamento do espaço litúrgico. Devido à diminuição de sacerdotes, o Secretariado de Liturgia promoveu dois Cursos de Animadores de Celebrações Dominicais na Ausência do Presbítero, no qual participaram 90 cristãos.

Criou-se um Departamento para os espaços litúrgicos que acompanha as intervenções nos espaços celebrativos, de modo a proporcionar celebrações belas e harmoniosas.

Todavia, como anotou João Paulo II em 1988, na Carta Apostólica 

 

 

 

comemorativa dos 25 anos da SC: «não se pode continuar a falar de mudança, como na altura da publicação da Sacrosanctum Concilium, mas sim de aprofundamento cada vez mais intenso da Liturgia da Igreja».

Com esse intuito, além da formação aos que frequentaram os cursos acima indicados, o Secretariado Diocesano de Liturgia tem promovido encontros de educação litúrgica ao nível diocesano e/ou arciprestal, mantendo uma rubrica semanal no Jornal da Beira e um sítio na net (www.sdplviseu.Web.pt).

Em suma: também à diocese de Viseu se aplica o que registou o Sínodo dos Bispos de 1985: «a renovação litúrgica é o fruto mais visível de toda a obra conciliar».

 

O Sínodo Diocesano: um novo impulso na renovação litúrgica

Apesar do caminho percorrido, e atento à voz do Espírito, o bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, escutado o Conselho Presbiteral e os responsáveis diocesanos, decidiu efectuar um sínodo diocesano (2010-15), comemorando os 50 anos do termo do Vaticano II, ocasião para «uma renovação evangélica, espiritual, estrutural e pastoral da Igreja Diocesana de Viseu».

 

Um dos objectivos do Sínodo foi, e é: «organizar um melhor esquema de experiência cristã celebrativa: tendo em conta um sério programa de formação mistagógica com incidência clara na iniciação cristã e outros aspectos da dimensão litúrgica (orante e sacerdotal)».

O sínodo foi uma oportunidade para avaliar, corrigir e incutir um novo ímpeto à reforma litúrgica em curso, o que aconteceu com os restantes sectores pastorais. Assim, após a elaboração de um documento de trabalho, para guia de estudo e reflexão das intuições fundamentais da SC, pela Comissão Litúrgica, decorreu uma assembleia sinodal, em duas sessões.

Nelas, não se abordando todos os assuntos litúrgicos, pela impossibilidade de tempo e desnecessidade, destacaram-se quatro grandes temas: participação e ministérios; Eucaristia, centro da vida cristã; sacramentos e sacramentais; o domingo: dom, tarefa e desafio.

Sobre a participação, que incluia cinco alíneas, a votação dos sinodais incidiu no sentido da criação de equipas de coordenação litúrgica paroquiais ou inter-paroquiais, com o fim de preparar e favorecer a melhor vivência das celebrações dominicais.

No que toca à Eucaristia, sobretudo a dominical, os diversos pontos 

 

 

 

 

reflectidos e discutidos recolheram a grande maioria de votos, visando incentivar uma mais qualificada participação dos leitores, acólitos, cantores, com calendário e formação regular; propôr aos sacerdotes o uso mais diversificado das potencialidades do Missal, evitando a rotina; apelou-se a um maior cuidado na escolha e interpretação dos cantos litúrgicos; instituir, onde não existe, a regularidade de tempos de Adoração  

 

 

Eucarística, mantendo, para tal, as igrejas abertas.

Quanto aos sacramentos, a atenção dirigiu-se, sobretudo, para a iniciação cristã, sugerindo o uso mais adequado do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos e iniciar uma reflexão pluridisciplinar sobre a questão dos padrinhos de baptismo, de forma a que, em breve, a diocese tenha uma normativa sobre o assunto; o fomento das celebrações penitenciais, com confissão individual,

 

 

 

 

e a preparação e celebração mais  consciente do matrimónio obtiveram, também, uma votação quase unânime.

O domingo foi um dos temas mais reflectidos, tendo em conta a actual situação sócio-cultural e eclesial que, em muitos aspectos, o desqualificam e reduzem no seu significado e valor antropológico, espiritual e eclesial. A participação da assembleia dominical é como que o termómetro de aferição da vivência cristã do primeiro dia da semana, por isso, se expressou o desejo de motivar formas de participação das crianças, jovens e famílias na assembleia, intervindo em tarefas que podem desempenhar. 

 

 

Para isso, requer-se preparação, bom acolhimento e correcta disposição na assembleia. Apelou-se aos sacerdotes para o cuidado a ter nas homilias, evitando o tom de moralista, mas, partindo da Palavra proclamada, que sejam iluminadoras para a vida da semana. A religiosidade popular, normalmente ocorrida ao domingo, mereceu também atenção especial, de forma a confluirem com a liturgia, constituindo momentos de oração e evangelização.

Reflectiu-se, discutiu-se. Doravante, seja um permanente Sínodo.

 

P’la Comissão Litúrgica

P. José Henrique Santos

 

Jornadas Mundiais da Juventude 2016

http://www.krakow2016.com/pt

 

Decorre entre 26 e 31 de julho o encontro mundial de jovens com o Papa, tendo este ano como tema ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia’. Parece então oportuna a sugestão de visita ao sítio web criado propositadamente para esta jornada.

Ao digitarmos o endereço www.krakow2016.com encontramos um espaço graficamente bem produzido e com um extraordinário conjunto de informações e conteúdos. Na página inicial, além dos habituais destaques, permitam-me sublinhar as ligações para mais de 15 redes sociais. Um sinal, mais do que claro, que todas estas jornadas são para serem vividas por jovens e para jovens.

 

Na opção “jmj”, temos ao dispor três grandes áreas. A primeira com informações relativas às jornadas deste ano que se irão realizar em Cracóvia. Aqui podemos aprofundar qual o tema, quem são os Santos patronos, qual a oração oficial, qual o hino, o programa bem como os dias nas dioceses. Temos ainda disponível para download a aplicação “Pilger”, que permite aos participantes acompanhar ao pormenor estes dias intensos de fé e alegria. Outra área disponível é aquela que nos explica o que são as JMJ. Desde a sua história, que se iniciou com João Paulo II em 1987 na Argentina, aos símbolos associados e qual a ideia que subsiste a este encontro internacional dos jovens do mundo inteiro.

Um espaço que merece a nossa 

 

 

 

 

 

atenção é aquele que respeita à formação. Apesar de ter sido concebido para o período prévio às jornadas, os conteúdos aqui disponibilizados são de uma riqueza extraordinária onde todo o tempo aqui despendido é muito bem empregue. Particularmente destaco o retiro online que é um projeto inovador onde estão disponíveis uma série de encontros e conferências intitulado “Por nós e pelo mundo inteiro”. Dentro desta área de aprofundamento e acompanhamento espiritual temos ainda os projetos L4, Hospital Doméstico. Todos eles podendo ser replicados e adaptados ao nosso contexto nacional proporcionando experiências ricas de fé e de misericórdia.

Por último em “participe”, encontramos abordagens distintas de participação. Como peregrino ou voluntário dispomos de informações várias que nos irão ajudar a participar / colaborar da melhor forma. Como participante no festival no qual os jovens serão capazes de encontrar Deus na outra pessoa, ao compartilhar suas paixões e

 

 

 

talentos com os outros. E nos atos centrais das jornadas, sejam nos litúrgicos, musicais e nas catequeses (todos eles com um sistema inovador de tradução em simultâneo em nove idiomas).

Deixe-se envolver neste encontro do Papa Francisco com “jovens de todos os países, com as mais variadas culturas, línguas, mas uma mesma fé em Cristo ressuscitado”.

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

Exemplo de vida saudável

Há coisas que jamais não serão vistas, mesmo que eu queira, jamais serão não vistas. É como andar de bicicleta: uma vez aprendido é para toda a vida. E se aplicasse este pensamento/atitude na minha vida? Quais os ganhos? Que mudanças poderia operar? Que resultados?

A crónica de hoje é uma partilha pessoal. Partilho-a porque acredito que é uma forma de aumentar ainda mais o meu compromisso e partilhar ajuda/desefias outras.. Recorda-te (pensamento poderoso): partilhaste este feito com todos os leitores do Semnário Ecclesia.

Durante muito anos fumei. Fui um bom fumador. Contribui muito para o Estado (e nunca reclamei esse pagamento, já outros!!!). No passado dia 4 de janeiro fiz um gesto pela última vez. Hoje partilho, em forma de esquema, todo o meu processo.

 

Ponto A (atual): Fumo

Ponto B (desejado): Quero ser um exemplo de pessoa saudável.

Obstáculos: Ha?bitos enraizados. Imagem social. Fator de distincão. Elemento empa?tico: desbloqueia encontros, conversas, 

 

dina?micas. Grupo de amigos: juntar-me com essas pessoas. Na?o saber onde colocar as ma?os. Ajuda a relaxar, a acalmar (crenc?a).                        

Estatágias: Decisa?o do u?ltimo dia a fumar: 4 de janeiro de 2016. Alterar ha?bitos: nos intervalos das aulas criar novas rotinas - conversar, mudar de espac?o. Ter sempre presente a intenc?a?o: quero ser um exemplo de pessoa sauda?vel; quero ser um exemplo para as minhas filhas; quero ser um exemplo de professor sauda?vel para os alunos. O que me define: o vi?cio ou quem sou?

Pedras Preciosas (motivação extra): Quero ser um exemplo para as minhas filhas. Sou mais do que um vi?cio.

 

Comigo está a funcionar e bem. És fumador? Desafio-te: responde tu a todos os pontos que estão a negrito. Torna este processo pessoal. Retem: as intenc?o?es sa?o uma excelente fonte de mudanc?a - escreve as tuas. Tu tens em ti todos os recursos: basta que os atives. Um grande passo e? precedido de pequenos passos, convictamente. Nunca fumaste: partilha com algum amigo teu que fume.

 

  

 

 

 

Partilho duas aplicações que te podem ajudar neste processo. Sim: há aplicações também para isto. Estamos a falar em saúde pública.

 

Quit Now!

Esta é a aplicação que uso. A aplicação foca-se principalmente nas emoções. Quit Now! possui 

 

estatísticas em tempo real que separam o processo em pequenos pedaços que podem ser controlados:

a) Tempo: em minutos, horas ou dias desde o seu último cigarro.

b) Número de cigarros não fumados;

c) Dinheiro e tempo que você economizou;

d) Impacto positivo, saúde, no corpo durante o processo;

e) Lista de conquistas a serem alcançadas uma a uma, com o passar do tempo. De maneira a te estimular e motivar ao sucesso;

f) Dica diária. A de hoje: Lembre-se dos motivos para parar de fumar.

 

Quit Now Android | Quit Now! iOS

 

iCoach: Deixe de fumar através do seu telemóvel

É uma aplicação desenvoldida pela União Europeia. Na página da aplicação podemos ler: o iCoach é uma plataforma digital online de acompanhamento de saúde, que ajuda as pessoas a deixarem de fumar. O acompanhamento digital, ou o processo de alteração do comportamento online, baseia-se numa investigação pioneira, experiência clínica prática e no saber especializado de psicólogos e 

 

http://www.imissio.net

 

 

 

 

especialistas em comunicação.

A plataforma, que é gratuita, está disponível em 23 línguas oficiais da UE. O iCoach tem demonstrado a sua eficácia. Mais de 30% das pessoas que utilizaram o iCoach deixaram de fumar.

O iCoach não se destina apenas a quem quer deixar de fumar. Visa também informar quem ainda não está pronto para dizer “adeus” ao último cigarro. Isso faz do iCoach único. É apresentado ao utilizador um breve questionário, para determinar a fase em que se encontra, num processo para deixar de fumar em cinco fases. O questionário avalia o comportamento, a atitude e a motivação do utilizador.

 

 

 

 

iCoach trata-se de uma ferramenta de saúde gratuita e de eficácia comprovada, No total, são mais de 12.000 os portugueses que estão a usar a tecnologia para abandonar definitivamente o tabaco, e mais de 280.000 em todo o mundo.

iCoach Android | iCoachiOS

 

A decisão é sempre tua. Partilhei e ferramentas que te judarão a operacionalizares o teu querer. 

 

Aceita o desafio. Partilha comigo os teus resultados (bento.oliveira@outlook.pt). O tempo de férias é um tempo de pequenas mudanças de grande significado na vida. Aproveita. Desafia-te! Tu és mais que um vício.

 

Boas férias limpinho.

Bento Oliveira

@iMissio

http://www.imissio.net

 

 

O visionário de Nampula

Manuel Vieira Pinto

Esta não é apenas uma biografia pessoal, ainda que de um singular eclesiástico, como foi/é D. Manuel Vieira Pinto que, além de Arcebispo de Nampula, foi também Administrador Apostólico da Diocese de Pemba.

Esta é a narrativa de uma atitude missionária firme e sem tergiversações, em tempos coloniais, que desde o início se revestiu de particulares tons, como no-lo reproduz o autor, logo na Introdução: «Mal desembarcado do avião, e cumprimentado pelas autoridades governamentais e demais fina-flor da sociedade colonial local, logo o padre D. Manuel quebra o protocolo do cerimonial. Por detrás das filas dos brancos, vislumbrou, lá atrás, a multidão do povo negro. Para lá se dirige, por impulso natural, com espontânea estupefação dos portugueses. Que iria fazer o bispo? Dos braços de uma mãe macua, arranca uma criança que ergue em direção ao sol. […] Na surdina murmuração dos brancos e na explosão exaltante dos negros, naquela primeira hora, estavam 

 

escritas dolorosas perturbações que infestariam o seu caminho pastoral, pejado de tropeços, por amor dos direitos do povo concreto que Deus lhe confiara como bispo e em cujo coração ficou, para sempre, semeado».

São três centenas de páginas prenhes de testemunhos do cuidadoso pastoreio e da persistente sementeira de um atribulado profeta e intemporal visionário.

 

Paulinas Editora

 

 

 

Ano: 2016

Editora: Paulinas

ISBN: 978-989-673-517-3

Código de barras: 5603658188264

Páginas: 352

Peso (gr.): 560

Formato (cm.): 16 x 23 x 1,9

Autor: José Luzia

http://www.paulinas.pt/

Product_Detail.aspx?code=2135

 

 

 

 

 

 

 

 

II Concílio do Vaticano: O cardeal Ottaviani foi vítima do seu cargo

 

Com II Concílio do Vaticano o nome de «Santo Ofício» foi alterado para Congregação da Doutrina da Fé. Um desejo de muitos padres conciliares a quem o Papa Paulo VI deu ouvidos e, através do «motu proprio» intitulado «Integrae Servandae», decide mudar, simultaneamente, o nome e os métodos do «Santo Ofício».

Numa visita a esta congregação feita pelo bispo de Coimbra, D. Francisco Rendeiro, em abril de 1968, o prelado reconhece que “a sua missão há-de ser sempre difícil”, pois lhe está confiada a vigilância sobre a doutrina da fé e sobre os costumes do povo cristão. O «Santo Ofício», na altura do II Concílio do Vaticano (1962-65), era presidido pelo cardeal Ottaviani. “Com este senhor deu-se um dos mais notáveis fenómenos de identificação da pessoa com o cargo”, escreveu D. Francisco Rendeiro num comentário publicado no «Correio de Coimbra».

De 23 de abril a 16 de julho de 1968, o prelado redigiu várias notas sobre uma visita a Roma (Itália) que deram origem ao opúsculo «Eu Fui a Pedro». No sexto comentário, D. Francisco Rendeiro recorda a sua visita à Congregação da Doutrina da Fé e a figura do cardeal Ottaviani. “Todos o conhecem como o intransigente defensor da ortodoxia doutrinal; poucos sabem das suas virtudes de simplicidade e humildade que as classes pobres do Trastevere de Roma tanto apreciam”, escreveu. Mas como o cargo “incomodava muita gente, o cardeal Ottaviani foi vítima do seu cargo”, referiu.

O bispo de Coimbra, um dos padres conciliares 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

portugueses, quando esteve na referida congregação referiu que o atual prefeito era o cardeal jugoslavo, Franjo Seper. “Diz-se que Paulo VI o escolheu depois do último Sínodo dos Bispos, onde ele foi muito apreciado pelo extraordinário equilíbrio na exposição da doutrina e pela maneira como tem sabido conduzir as coisas da Igreja no seu atormentado país”.

Naquele mês de abril de 1968, o cardeal Seper ainda não tinha deixado a sua diocese. Quem estava a substituí-lo na congregação era o arcebispo Paul Philippe que pertencia à Ordem dos Pregadores (Dominicanos) tal como D. Francisco Rendeiro. “É de nacionalidade francesa, um homem simples, de doutrina segura e sobretudo com um admirável sentido prático da vida”, escreveu o bispo de Coimbra.

 

 

Julho 2016

Dia 22

* Lisboa – Mouraria - Encerramento do ciclo de cinema dedicado ao tema da viagem, na Mouraria (Igreja de São Cristóvão)

 

* Lamego - Inauguração dos Centros Interpretativos do Convento de Santo António de Ferreirim e Mosteiro de São João de Tarouca com a presença do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.

 

* Guarda – Gouveia - Início das celebrações dos 500 anos da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Gouveia com a presença de D. Manuel Felício, bispo da Guarda.

 

* Lisboa - Alcobaça (Praia da Vitória) - O Movimento Juvenil Salesiano (MJS) encerra o ano pastoral com um acampamento nacional

 

* Braga - Museu Pio XII - Inauguração da exposição «Contas de Rezar» da colecionadora Júlia Lourenço.

 

 

 

* Funchal - Vigília de Oração pelas ordenações Sacerdotais e pelos Jovens das Jornadas Mundiais da Juventude.

 

* Vila Real – Sé - Concerto de órgão na Sé de Vila Real

 

* Coimbra – Lorvão - Canto gregoriano no Mosteiro de Lorvão pelo coro de Lisboa.

 

* Porto - Gaia (Seminário do Cristo Rei) - Assembleia Nacional da Juventude Operária Católica com o slogan «Que Borboleta és tu?» (22 a 24)

 

Dia 23

* Viseu - Entrega das constituições do Sínodo diocesano

 

* Viseu - Reabertura do Tesouro-Museu da Catedral de Viseu

 

* Funchal – Sé - Ordenações sacerdotais de José Alberto Vicente e Vitor Sousa.

 

 

 
 

 

 

 

* Guarda - Manteigas (São Pedro) - Celebração de envio dos jovens para as JMJ2016 presidida por D. Manuel Felício, bispo da Guarda.

 

* Bragança - Capítulo geral da Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado (23 a 31)

 

Dia 24

* Viana do Castelo – Sé - Ordenação sacerdotal de Bruno Barbosa

 

* Coimbra - Igreja de São José - O bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, preside a celebração na Igreja de São José nas celebrações dos 60 anos da morte do Padre Américo.

 

* Guarda - Serra da Estrela - Peregrinação à Capela de Nossa Senhora do Ar (Torre da Serra da Estrela) presidida por D. Manuel Felício, bispo da Guarda.

 

Dia 25

* Lisboa – Vialonga - Apresentação das instalações do novo albergue de peregrinos em Alpriate, gerido pela Via Lusitana e destinado a todos os peregrinos de Santiago.

 

 

 

 

 

 

 

 

22 a 24 de julho, Vila Nova de Gaia

A Juventude Operária Católica realiza a sua 20.ª assembleia nacional com o slogan ‘Que Borboleta és tu?’, no Seminário do Cristo Rei, em Vila Nova de Gaia, Diocese do Porto.

 

25 de julho, Vialonga

Apresentação das instalações do novo albergue de peregrinos em Alpriate, a 20 quilómetros da Sé de Lisboa, destinado a todos os peregrinos de Santiago, gerido pela Associação Via Lusitana.

 

24 julho, Fátima

4.º Retiro Espiritual ‘datesCatolicos’ para solteiros e do programa consta palestras, orações, leitura com comentário e partilha: “Uma experiência diferente, escutar Deus na Natureza!”

 

26 de julho

Dia dos avós aquando a comemoração do dia de Santa Ana e São Joaquim, respetivamente os pais e avós de Maria e de Jesus.

 

26 a 31 de julho, Cracóvia, Polónia

31.ª edição da Jornada Mundial da Juventude com o tema ‘Felizes os misericordiosos porque encontrarão misericórdia’, que vai reunir mais de 335 mil peregrinos de 185 países. Portugal leva cerca de 7 mil peregrinos ao encontro do Papa Francisco.

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 13h30

Domingo, 24 de julho, 13h25 - Mt 10, 16 - A chave da vitória final: Entrevista a Fernando Santo.

 

Segunda-feira, dia 25, 15h00 

Entrevista ao padre Eduardo Novo, sobre a participação e Portugal na Jornada Mundial da Juventude.

 

Terça-feira, dia 26, 15h00  - Informação e entrevista a Catarina Martins Bettencourt sobre a campanha "Sejamos um" da FAIS na Jornada Mundial da Juventude.

 

Quarta-feira, dia 27, 15h00 - Cuca Roseta e a sua participação na LusoFesta e entrevista a D. Joaquim Mendes, sobre a Jornada Mundial da Juventude.

 

Quinta-feira, dia 28, 15h00 - Informação e entrevista a Cláudia Lourenço, sobre a participação na Jornada Mundial da Juventude.

 

Sexta-feira, 12h40  -  Análise à liturgia de domingo por frei José Nunes e padre Armindo Vaz.

 

Antena 1

Domingo, dia 24 de julho - 06h00 - Viseu: caminho sinodal e perspetivas para a dinamização da Igreja na Diocese nos próximos anos.

 

Segunda a sexta-feira, 25 a 29 de julho - 22h45 - JMJ Cracóvia 2016: Partida dos jovens de Lisboa; participação de Cuca Roseta, Lusofesta (padre Eduardo Novo); Catequeses (D. António Francisco);  presença do Papa.

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano C – 17.º Domingo do Tempo Comum

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rezar como Jesus nos ensina
 

O tema da oração marca a liturgia da Palavra deste 17.º domingo do tempo comum. Abraão e Jesus mostram-nos a importância da oração e ensinam-nos a atitude que devemos assumir no diálogo com Deus.

A primeira leitura indica-nos que a verdadeira oração é um constante e persistente diálogo face a face: com humildade, reverência e respeito, mas também com ousadia e confiança; apresentamos a Deus as nossas inquietações, dúvidas e anseios, e tentamos perceber os projetos de Deus.

O Evangelho senta-nos no banco da escola de oração de Jesus, recordando-nos que a oração deve ser um diálogo confiante de uma criança com o seu papá.

Na segunda leitura, mesmo sem aludir diretamente ao tema da oração, São Paulo convida-nos a fazer de Cristo a referência fundamental das nossas vidas.

Olhemos em particular para o Evangelho. Jesus oferece-nos o Pai Nosso, a única oração que ensinou aos seus discípulos. É também a própria oração de Jesus.

“Senhor, ensina-nos a orar”. Como ensinar os outros a rezar, se nós próprios não rezamos? Jesus foi buscar à sua experiência a oração que ensinou aos seus discípulos. Dizemos palavras que o próprio Jesus diz connosco. A sua oração e a nossa oração são uma única e mesma súplica.

Geralmente, acentuamos na oração o louvor e a ação de graças. Parece que a oração de súplica não é tão valorizada. Porém, a oração que Jesus ensina aos seus discípulos é, antes de mais, uma oração de pedido. O verbo “pedir” aparece seis vezes no texto evangélico deste domingo.

Às vezes parece-nos que os nossos pedidos não são 

 

 

 

 

 

atendidos, que Deus não ouve as nossas preces. Mas Jesus dá-nos uma chave de leitura: é o Espírito Santo que o Pai nos quer dar, o Amor infinito. Trata-se de pedir, antes de mais, que este Amor infinito nos modele cada vez mais profundamente, para que aprendamos a ver como Deus nos vê, a amar como Ele nos ama.

Entrar numa aventura de amor exige paciência, e também renúncia a nós mesmos para nos abrirmos cada vez mais ao outro. Aí está todo o sentido da nossa vida, numa confiança total em Deus, num caminho exigente que nos conduz à Casa do Nosso Pai.

  Como os discípulos e retomando  

também o exemplo de Abraão, coloquemo-nos na escola da oração de Jesus, em oração constante e insistente. Procuremos reaprender o sentido e a força das palavras que Ele nos deixou. Procuremos saborear o Pai Nosso, rezando como se fosse a primeira vez.

Neste tempo de verão, não façamos pausas na atitude orante. Procuremos tempos e espaços que nos ajudem a rezar, sempre como Jesus nos ensinou.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

Liturgia: cume e fonte da misericórdia

 

O Secretariado Nacional da Liturgia vai promover entre os dias 25 e 29 de julho, no Santuário de Fátima, um encontro nacional de pastoral litúrgica que terá como tema “Liturgia: cume e fonte da misericórdia”.

Numa mensagem publicada online, o presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, D. José Cordeiro, desafia à presença de todos quantos querem “cada vez mais aprofundar a sua participação ativa, consciente e frutuosa” na vida da Igreja Católica, a começar pela eucaristia. “Sobretudo aqueles que 

 

 

sentem este desejo de experimentar a alegria da oração, da liturgia, como fonte da espiritualidade, como escola da fé”, realça o bispo de Bragança-Miranda.

Inserido no Ano Jubilar da Misericórdia, que a Igreja Católica está a viver em todo o mundo, o encontro nacional sobre Liturgia em Fátima vai contar com vários especialistas do setor.

A começar pelo padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, que vai abordar “a misericórdia na celebração da 

 

 

 

eucaristia”. “Quando nós falamos em misericórdia pensamos imediatamente no sacramento da penitência e da reconciliação, não na eucaristia. Mas a verdade é que todos os sacramentos são manifestação da misericórdia divina”, realça o sacerdote.

Aquele responsável refere ainda que “a celebração da eucaristia, fazendo as pessoas experimentar a misericórdia de Deus, impulsiona-as também para a missão”.

O padre Manuel Morujão, da Companhia de Jesus, vai levar ao encontro o tema “A celebração da penitência, abraço da misericórdia”. “Olhando para o panorama eclesial, talvez este sacramento passe por uma crise”, admite o sacerdote jesuíta, salientando que a confissão não deve ser vista como “uma obrigação”.

Ainda no que toca às conferências, o programa do 42.º encontro nacional de Pastoral Litúrgica prevê a abordagem do tema da misericórdia nas “indulgências” concedidas pela Igreja Católica, nas várias formas de “piedade popular” e no ato da “peregrinação”.

A música vai ter também um lugar de destaque, enquanto “porta” para a vivência da fé e da liturgia. Segundo o diretor do Serviço Nacional de 

 

 

Música Sacra, padre António Cartageno, “o encontro deste ano prevê um concerto espiritual dedicado inteiramente à temática da misericórdia”.

Outro setor que estará representado é o Serviço Nacional de Acólitos, fundamental para o apoio à liturgia e em particular à Eucaristia. Participar “ajuda” os acólitos “a perceberem como se podem e devem adaptar a cada espaço, a cada circunstância”, frisa o responsável pelo setor, padre Luís Leal.

 

 

Venezuela: Bispo de Carúpano traça retrato inquietante do país

“As pessoas têm fome”

Já não é possível iludir mais as palavras. Na Venezuela, as pessoas passam fome, os hospitais estão em ruptura, os supermercados têm as prateleiras vazias e a situação de emergência estende-se a todos os sectores da sociedade. O clima de tensão entre oposição e governo é cada vez mais elevado. A Igreja pede ajuda, implora as nossas orações

 

 

 

 

Colapso. Dificilmente uma palavra exprimirá melhor a situação em que se encontra a Venezuela. Falta electricidade, não há medicamentos, as prateleiras estão vazias. O colapso é geral. Nem os hospitais escapam. O desespero é total. E o medo também. D. Jaime Villarroel, Bispo de Carúpano, esteve recentemente na sede da Fundação AIS, em Köningstein, na Alemanha, para pedir ajuda para o seu povo. As suas palavras estão carregadas de angústia. “Estamos pior do que nunca. Os hospitais não têm medicamentos, não há comida em nossas casas, os camiões de transporte são saqueados porque as pessoas têm fome e já não se respeita nada.”

 

Violência crescente

                A crise do petróleo veio

                  destapar toda a imensa

                    fragilidade do tecido

                       económico da Venezuela.

                         Com as prateleiras

                             vazias, nem as

                                 palavras

                                    encolerizadas do

                                   presidente Maduro

 

 

 

 

respondem já aos anseios das populações. “As pessoas têm fome”, explica o prelado numa frase desarmante e dramática. “Isto era algo de impensável na Venezuela”, acrescenta. Com o colapso da economia, floresce o mercado negro. Mas, nem aí as pessoas conseguem obter aquilo de que necessitam e, por vezes, faltam coisas tão básicas como sabão ou papel higiénico, para não falar em comida, azeite, leite… O empobrecimento forçado está a deixar marcas violentas na Venezuela e a Igreja não consegue encontrar respostas para todos os problemas. “Já não sabemos o que fazer nem a quem acudir”, lamenta-se D. Jaime. “A polícia e os políticos são, muitas vezes, corruptos. Estamos abandonados.”

 

Pedido de ajuda

De dia para dia, a situação agrava-se. Os episódios de violência atingem também a Igreja. Ainda recentemente, cinco seminaristas foram brutalmente espancados. Até a catedral de Carapuno foi alvo de vandalismo e profanação. “Já não se respeita nada”, diz, desalentado, D. Jaime. Para os bispos, que têm promovido jornadas de oração pela Venezuela, estes 

 

incidentes mostram uma sociedade “em decomposição”. Ninguém sabe como vai ser o dia de amanhã. Mas é nestes tempos de obscuridade que também se fortalecem os valores da entreajuda. Olhando para o drama da Venezuela, ganham um eco formidável as palavras que o Santo Padre dirigiu recentemente à AIS: “Nós, homens e mulheres, precisamos da misericórdia de Deus, mas também precisamos da misericórdia uns dos outros.” D. Jaime esteve na sede da Fundação AIS a pedir apoio para o seu povo e a implorar as nossas orações para que a Venezuela consiga desembaraçar-se deste labirinto sem cair na armadilha da guerra civil.

 

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

 

 

Cracóvia 2016

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Os jovens chegam e a terra abana. O seu dinamismo, com irreverência á mistura, faz do planeta jovem um espaço de futuro. O Papa João Paulo II percebeu que a Igreja ou entrava nesta onda ou morria de paragem cardíaca. As Jornadas Mundiais da Juventude são filhas predilectas deste papa Santo que muitos ainda conheceram.

2016 aponta para os jovens católicos o caminho de Varsóvia. Foi de lá que, ainda no tempo do Muro de Berlim, da Cortina de Ferro e da Guerra Fria, o Cardeal Wojtila partiu para Roma, transformado num dos papas mais jovens e mais mediáticos da história da Igreja.

Agora, serão milhares de milhares os participantes nas Jornadas Mundiais da Juventude, a realizar neste Jubileu da Misericórdia, cujo grande santuário mundial está na Arquidiocese de Varsóvia.

‘Felizes os Misericordiosos’ é o lema que se impõe. Quando na praia de Copacabana (Rio de Janeiro), na presença do Papa Francisco, se avisou ao mundo que as JMJ 2016 seriam em Cracóvia, todos os jovens pensaram logo em J. Paulo II.

Como sempre, as Jornadas são antecedidas de uma proposta de Semana Missionária numa outra diocese da Polónia. Quase todos os jovens idos do estrangeiro apostam nesta experiência de Missão que prepara o momento central presidido pelo Papa.

Portugal tem uma representação muito numerosa, seja de jovens mobilizados pelos departamentos diocesanos da pastoral juvenil, seja pelas 

 

 

 

 

 

 

 

 

congregações religiosas e pelos movimentos. Haverá delegações, mais ou menos numerosas, vindas de todos os países lusófonos. E, para toda a lusofonia, está ser organizada uma ‘LusoFesta’ que contará com a presença de numerosos Bispos e de artistas como a fadista Cuca Roseta.

Tive a alegria de participar pela primeira vez numa Jornada Mundial da Juventude em 1997. Foi em Paris, a cidade luz que se transformou num espaço de fé jovem, com tantos milhares por ali a circular, a rezar, a cantar, a confraternizar. E, claro, todos congregados pelo carisma juvenil do Papa J. Paulo II. Quase 20 anos

 

depois, o Papa Francisco mostra um grande poder de mobilização, pela coerência da sua vida, pelo arejamento das suas propostas, pela abertura ao futuro, pela confiança depositada nas novas gerações.

O Ano Jubilar da Misericórdia terá um Cracóvia um ponto alto de celebração. Se o planeta jovem for tocado, o futuro está ganho. É enorme a responsabilidade de quem abre caminhos para a Polónia. Claro está que todos contam muito com a inspiração e os empurrões do Espírito Santo. Precisamos com urgência de uma igreja e de um mundo novos!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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