04 - Editorial:

        Paulo Rocha

 

20 destinos
para conhecer Portugal

08 - Algarve

        Silves

12 -  Angra

        Ilha das Flores

16 - Aveiro

        Santa Joana Princesa

20 - Beja

        No roteiro da biodiversidade

24 - Braga

        Um guia para o Gerês

28 - Bragança-Miranda

        Monte de Balsamão

32 - Coimbra

        Mata do Buçaco

36 - Évora

        Vila Viçosa Jubilar

 

 

 

40 - Funchal

        Festas de Agosto

44 - Guarda

        Senhora do Ar na Serra da Estrela

48 - Lamego

        Santuário Nossa Senhora da Lapa

52 - Leiria-Fátima

        Valinhos

56 - Lisboa

        Biblioteca do Convento de Mafra

60 - Portalegre-Castelo Branco

        A fresca Abrantes

64 - Porto

        Silêncio de Singeverga

68 - Santarém

        Convento de Cristo em Tomar

72 - Setúbal

        Senhora da Tróia

76 - Viana do Castelo

        Senhora d' Agonia

80 - Vila Real

        Senhora da Graça

84 - Viseu

        Tesouro da Catedral e Museu

 

AGÊNCIA ECCLESIA 

Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
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Visita

  Paulo Rocha  
  Agência ECCLESIA   

 
 

 

 

Visita é uma palavra com um denso humanismo. Assim é obviamente quando em causa está o acolhimento a uma visita de amigos ou familiares, distantes há muito ou pouco tempo; quando fazemos uma visita a quem está só, doente ou marginalizado; quando deixamos ocupações aparentemente mais urgentes para reservar tempo para uma visita a quem precisa de falar, conversar, estar… O mesmo humanismo acompanha a palavra na circunstância de uma visita a um local desconhecido, da visita finalmente conseguida a um destino que a história recomenda e até da visita de ocasião, nas circunstâncias de qualquer viagem de trabalho ou lazer.

E quantas vezes uma visita é o acontecimento 

 

 

 

maior de um ano, de um tempo de trabalho, de períodos de férias! O local, as circunstâncias e sobretudo as pessoas determinam esses momentos marcantes em cada biografia, pessoal, familiar ou de um grupo, tantas vezes recordados em torno de tremoços à mesa do café ou do refresco ao cair da noite. E ainda mais pelos serões dentro que o verão sempre cria, muitas vezes no contexto de uma visita, sejam quais forem os ambientes .

visita, aquela que ocupa cartões de memória repletos de fotografias e ainda mais os corações de quem olha e vê, pode acontecer nos recantos de qualquer país. Por isso, abençoado turismo que permite a visita de patrícios e estrangeiros, todos cidadãos do mundo que apostam no conhecimento 

 

dos locais e sobretudo das pessoas como meio para estabilizar sociedades agitadas pela também visita inesperada e desumana de homicidas!

No outro tipo de visita, a que o turismo sugere, é urgente descentralizar destinos, ter em consideração as periferias e estar permanentemente em saída...

A paz, o conhecimento e a boa proximidade entre pessoas e comunidades acontece muitas vezes depois de uma visita! Assim, vamos a isso!

Nesta edição, sugerimos 20 destinos para uma visita, uma em cada diocese de Portugal. Propostas para dias de férias que surpreendem sempre! Não tanto pelo que se visita, mas pela companhia numa visita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

20 destinos para conhecer Portugal… Uns mais improváveis que outros,
mas todos seguramente merecedores de uma visita. Num roteiro por
todas as dioceses portuguesas, escolhemos a natureza, o património,
os templos e sobretudo as pessoas para lhe propor
“ir para fora cá dentro”… 
Boa viagem, ao longo do mês de agosto
 
(A próxima edição do semanário digital Ecclesia
vai ser publicada no dia 2 de setembro)
 

 

 

 

Silves, património secular

Visitar o Algarve é também oportunidade para ficar a conhecer um rico património cultural que constitui a memória de muitos séculos de história.

O rio Arade foi uma das principais vias de comunicação com o interior algarvio desde tempos remotos e foi graças à sua navegabilidade que vários povos se fixaram em Silves. Entre esses povos, o de maior importância na história desta localidade foram os árabes, que fizeram de Silves a capital islâmica do Algarve.

Conhecida no século XI pelo seu desenvolvimento e prosperidade, era um centro cultural onde residiam os 

 

mais brilhantes poetas, historiadores e juristas da região. Precisamente pela sua importância, Silves foi a primeira cidade algarvia a ser conquistada pelos cristãos em 1189, liderados pelo rei D. Sancho I, perdendo-a dois anos mais tarde para os árabes até ser conquistada definitivamente em 1249.

Em 1266, D. Afonso III deu foral a Silves e ordenou a construção de uma Sé Católica sobre a antiga mesquita. A cidade mantém a sua importâncianos anos seguintes e conserva-se como capital do Algarve até meados do século XVI, altura da transferência da sede de bispado para Faro, fortemente motivada pelo assoreamento do rio 

 

 

 

 

Arade, que levou ao declínio económico da cidade.

Com o terramoto de 1755, assim como com as invasões napoleónicas e as guerras liberais, Silves atravessa um período difícil, apesar de no século XIX voltar a prosperar graças à indústria corticeira. Neste período assiste-se a um crescimento populacional e a uma grande renovação urbana.

Silves aposta hoje no turismo cultural como fator de desenvolvimento económico, atraindo milhares de turistas para o seu centro histórico e para os eventos que aí se organizam.

 

Região de Turismo do Algarve 

 

 

 

 

 

 

Ilha das Flores, uma marca de Deus

A ilha das Flores, no arquipélago dos Açores, é um dos mais belos locais a visitar atualmente em Portugal! A razão desta afirmação, aparentemente exagerada, prende-se com o facto de a natureza naquela ilha açoriana se encontrar ainda, parafraseando a antropologia teológica, num estado de justiça original. A comprova-lo está também o facto de ter sido declarada reserva da biosfera pela Unesco! As variedades na tonalidade do verde, bem como a riqueza orográfica verificada nas encostas escarpadas, nos declives por entre montanhas e vales fazem da ilha das Flores um cenário paradisíaco onde se pode contemplar inúmeras cascatas que durante todo o ano caem pelas rochas fazendo correr para o mar diariamente milhões e milhões de litros de água! É este o cenário real que encontrará se tiver a ousadia de visitar a ilha das Flores! Ademais, Há nela cenários 

 

inesquecíveis como por exemplo a Rocha dos Bordões (ver foto) a fazer lembrar a majestade dos tubos de um grande órgão de uma catedral! Uma maravilha da natureza para quem entra na ilha pelo lado sul, a vila das Lajes, após percorrer o vale com o mesmo nome. Percorrendo a ilha para a zona oeste, encontra o deslumbrante vale da Fajãzinha que pode ser apreciado desde os miradouros Craveiro Lopes e da Cruz. Aqui as cascatas e ribeiras que de verão e de inverno correm para o mar são autêntica força da mãe natureza a reportar-nos ao Criador. Ainda desde o miradouro Craveiro Lopes poderá apreciar o Poço da Ribeira do Ferreiro, erradamente apontado nas placas toponímicas como poço da Alagoinha. Continuando para o lado oeste da ilha das Flores deparará coma Aldeia turística da Cuada, um microclima no contexto da ilha, lugar propício á realização de um autêntico

 

 

 

  

retiro espiritual. Silêncio, durante o dia, aliado á sinfonia dos pássaros com raiar da madrugada, é um cenário natural ideal para o encontro com Deus. Continuando o percurso pelo lado oeste da ilha encontrará a Fajã Grande situada á beira-mar, com um belo promontório, uma pequena praia, e o peso da proximidade das rochas quase fazer lembrar a narração da glória(kebod) de Deus que encontramos na literatura profética do Antigo testamento. Destaque para a ribeira das Casas com a famosa poça do bacalhau onde é possível tomar banho. Da Ponta da Fajã Grande até à freguesia de Ponta Delgada poderá apenas percorrer um trilho que durará umas duas horas até chegar ao farol do Albernaz no extremo norte da ilha. Cerca de vinte quilómetros separam esta freguesia do Norte da vila de  

 

Santa Cruz. Neste percurso não deixe de apreciar a vizinha ilha do Corvo, em curvas que oferecem panoramas de grandiosidade inigualável. Santa Cruz é a porta de entrada numa ilha de 12x10 de superfície, (142 km quadrados), com o seu aeroporto de 1400 metros. Das onze igrejas da ilha destaque para a Matriz de Santa Cruz das Flores que apresenta uma frente verdadeiramente imponente. O vale da Fazenda, o Pico da Sé e os panoramas dos miradouros do Pico da Casinha e da Ribeira da Cruz completam um ambiente natural que envolve a mais populosa povoação da ilha, a vila de Santa Cruz! Termino aguçando a curiosidade para ver as sete lagoas a que o povo chama caldeiras, talvez a roçar a perfeição que o número sete indica na Sagrada Escritura!

Padre Ricardo Henriques

Dir. Serviço Diocesano Pastoral Comunicações Sociais 

 

 

 

 

Em visita a Aveiro,
rememorando a Princesa Santa Joana

Na zona alta da cidade de Aveiro, precisamente na Praça do Milenário, desde maio de 2002 ergue-se a estátua da Princesa Santa Joana - obra do escultor aveirense Hélder Bandarra. O monumento brônzeo traduz a homenagem agradecida de Aveiro e evoca a filha de el-rei D. Afonso V e da rainha D. Isabel numa atitude dinâmica, firme e decidida, quando, em 1472, ainda jovem,

resolveu definitivamente deixar

Lisboa e a Corte com o fim

de se dedicar à vida

claustral, fazendo 

 

rapidamente caminho para Aveiro, apenas com os olhos e o coração postos na cruz e no amor de Cristo e com o desejo de ser testemunha da fé. Esta zona urbana encontrava-se outrora dentro do espaço circuitado pelas muralhas, que foram construídas a partir de 1418, por ordem de D. Pedro - o infante das “sete partidas”, filho de el-rei D. João I e senhor de Aveiro; de tal construção restam uns escassos

   vestígios.

      Aí se erguem as casas do mosteiro

        de Jesus, unificadas por

          uma fachada  

 

 

 

 

 

 

erguida nos meados do século XVIII, que deu aos edifícios um ar de grandeza monumental; tais habitações monásticas começaram a levantar-se em 1458 e albergaram uma comunidade religiosa de freiras dominicanas, cuja fundação canónica foi autorizada pelo papa Pio II, em 1461. A partir de 04 de agosto de 1472, aqui viveu santamente a mencionada Princesa, a qual também aí faleceu em 12 de maio de 1490; seria beatificada pelo papa Inocêncio XII em 1693 e declarada oficialmente padroeira da Cidade e da Diocese de Aveiro pelo papa beato Paulo VI em 1965.

O túmulo, que encerra os seus restos mortais desde 1711, foi construído de 1698 a 1709, em mármores polícromos, segundo o traço do arquiteto real João Antunes, e encontra-se no coro-baixo da igreja

 

de Jesus, dentro das paredes do velho cenóbio. Após a proclamação da República em 1910, as autoridades encerraram o colégio feminino que funcionou desde a morte da última freira em 1874 nas ditas instalações. Finalmente, em 1911, um decreto ministerial destinou o imóvel para diversos fins, nomeadamente para um «museu de arte antiga e moderna».

Perante esta simples evocação, sugere-se ao visitante de Aveiro que, além de apreciar a “arte nova” em muitas fachadas, de se encantar pelas belezas da ria e de passear num barco moliceiro pelos seus canais, não deixe de admirar cuidadosamente o Museu de Santa Joana, de apreciar pormenorizadamente o sarcófago setecentista da Princesa e de se encantar detalhadamente com o conjunto barroco na talha dos retábulos, das paredes a dos tetos da igreja conventual.

Mons. João Gaspar

Vigário-geral da Diocese

 

 

 

 

 

A Serra de Serpa, o Microclima de Limas
e o Acidente Geológico do Pulo do Lobo

“Alguns países fizeram progressos na conservação eficaz de certos lugares e áreas – na terra e nos oceanos –, proibindo aí a intervenção humana que possa modificar a sua fisionomia ou alterar a sua constituição original.” (Laudato Si’, 37)

O Guadiana ganha outro vigor ao atingir o Pulo do Lobo. Aqui, inicia a escavação do seu leito primitivo e forma uma garganta escarpada de 20 m de altura que acompanha o curso fluvial até à proximidade de Mértola. Precipitando-se num turbilhão de cerca de 16 m de altura sobre o pego do Sável, molda os quartzitos, formando as marmitas de gigante. Depois, avança ao longo de 4 km pelo vale encaixado da corredora. Ao constituir um obstáculo natural à progressão para montante dos peixes migradores que sobem o rio para 

 

desovar, o pego torna-se uma armadilha natural para a ictiofauna (sável, lampreia).

Aliada à interpretação geomorfológica do local, é possível encontrar vestígios milenares da presença humana gravados na rocha e crustáceos contemporâneos dos dinossauros. Nas margens do vale antigo do rio, encontramos os segmentos de habitat menos tocados do Parque Natural do Vale do Guadiana: o Matagal mediterrânico. Percorrendo uma paisagem de certo modo única, vão ser observados vestígios de cheias antigas (o Guadiana é célebre pelas suas cheias apocalípticas) e, no céu, as espécies de aves emblemáticas da área protegida: cegonha-preta, águia-real e águia-de-bonelli.

Festival Terras Sem Sombra

 

fotos: FTSS 2016- FeelingPhotography Alfredo Rocha

 

 

 

 

 

 

 

Serpa integra a entidade Turismo do Alentejo, E.R.T. e os Itinerários de Turismo Cultural "Terras da Moura Encantada" e "Rota do Manuelino", promovidos pelo Programa de Incremento do Turismo Cultural (Direção-Geral do Turismo) em parceria com a organização internacional "Museu sem Fronteiras". Estes itinerários convidam o público a viajar pelo país para conhecer, nos seus contextos originais, os mais importantes monumentos, conjuntos arquitetónicos, sítios arqueológicos e museus.

O concelho é detentor de um conjunto ímpar de valores naturais mas, até à data, apenas uma parte do seu termo está inserida numa área protegida – o Parque Natural do Vale do Guadiana, criado em 1995.

C.M.Serpa

 

 

 

Notas geresianas

1. Seja bem-vindo, leitor. Vim esperá-lo às pontes de Rio Caldo. Dão passagem para a vila do Gerês, atravessando a barragem da Caniçada. Harmoniosas, nasceram da capacidade criativa do Engenheiro Edgar Cardoso, em 1954.  

 

3. Para sãos e condutores seguros é a subida à Pedra Bela -- um dos mais belos miradouros geresianos: com o céu limpo, pode ver-se, ao longe, o brilho prateado do Atlântico. Ou, quase na perpendicular, aos pés do turista sem vertigens, a vila e o vale, por vezes afagados pela neblina.  

2. A vila do Gerês parece uma avenida encaixilhada nas montanhas em V. Da sua beleza, simultaneamente doce e agressiva, se apaixonaram, por exemplo, Ramalho Ortigão e Miguel Torga.

A fama das suas águas vem dos Romanos, se bem que o seu aproveitamento se tenha evidenciado apenas a partir do século XVIII. Hoje encontramos uma estância remodelada. Diversas são as doenças que combatem: fígado, vesícula biliar, hipertensão arterial, diabetes, gota, obesidade… A eficácia afirma-se numa inscrição latina na Fonte da Bica, diante da capela de presença discreta: “Aegri surgunt sani” (Os doentes ficam sãos)…

 

 

 

 

4. Lavado o olhar, procure-se Leonte, com paragem junto da Casa Florestal. Do lado esquerdo, um curral. Há diversos nesta montanha que já foi terra de numerosos rebanhos, guardados à vez pelos seus proprietários.

O trilho dos currais é, aliás, uma das propostas que os visitantes devem experimentar. De preferência, com alguém que conheça usos e costumes e possa falar do modo como cada pastor entregava ao seguinte o gado a seu cuidado: por porta ou por cabeça. Se é fácil contar, difícil é, sem dúvida, identificar cada animal pelo nome próprio (Linda, Fidalga, Bonita…) e pelo nome do proprietário.

 

 

 

 

 

 

 

 

5. A Portela do Homem é um discreto posto fronteiriço que abre a porta da Galiza e do vale do Xurês.

A 2 kms da fronteira encontra-se uma bela cascata, cujas águas caem para uma lagoa de limpidez perfeita. À direita, um caminho difícil conduz às minas dos Carris e à memória da exploração do volfrâmio.

   Texto e fotos: Padre João Aguiar   

 

 

 

6. Importa voltar atrás, ao entroncamento da Albergaria, onde começa a terra batida, em direção a Vilarinho das Furnas e Campo do Gerês.

Este caminho é para percorrer cuidadosamente, pois a Mata da Albergaria é, porventura, o coração do Parque Nacional, com o seu carvalhal e outras espécies da flora geresiana. Permite também encontrar um troço da Via Romana (a Geira), com os seus marcos miliários. A riqueza deste espaço obriga, aliás, a especiais cuidados: há limitações de trânsito e de permanência… À medida que se percorre a estrada estreita, à direita, já na zona da Bouça da Mó, surge a albufeira de Vilarinho – enquanto, à esquerda, se levanta uma fraga vistosa, a cujos pés crescem medronheiros: é a fraga de Sarilhão, incluída no trilho da Águia que começa e termina no Museu e Porta do Parque (Cruzeiro do Campo) e oferece a passagem pelas milhas XXVII, XXVIII e XXIX da Geira.

 

7. Quando, na Guarda, se reencontra a estrada principal, convém parar e olhar o vale de Vilarinho. A aldeia dorme sob as águas do Homem e apenas nos períodos de maior seca espreitam ruínas.

Enchem-se então os recantos de curiosos e lágrimas de saudade, que ali chegam atravessando o muro da albufeira. Aproveitando a passagem, há quem não resista a visitar Brufe – a aldeia recuperada, com as boas-vindas de um grande canastro (espigueiro) a revelar a fecundidade dos solos.

   

 

 

 

 

 

 

8. As saudades de Vilarinho podem, porém, amenizar-se no Museu Etnográfico situado em Campo do Gerês, numa das Portas do Parque. A aldeia junta o casario numa pequena concha que o progresso vai alargando; mas a sua vaidade está no Cruzeiro, cuja base é um marco miliário do caminho Braga-Astorga. Olhando o Cruzeiro, no horizonte ergue-se a Calcedónia.

Visitar e passar a fenda é desafio para os mais resistentes. Ao lado, há vestígios de uma povoação da idade do ferro, mais tarde ocupada pelos romanos. Dali o olhar desce a Covide e, à esquerda, ao vale de S. Bento. Antes, porém, breve pausa no lugar dos Seixos Brancos reencontra-nos com o artesanato e a habilidade de trabalhar o linho.

 

 

 

9. O convento de Bouro fica relativamente perto; mas é em S. Bento da Porta Aberta que o culto do padroeiro da Europa movimenta milhares de devotos.

Tudo começou com uma pequena capela, no século XVII, datando a atual basílica (título recente) de 1895. Ao lado, em plano inferior, uma construção moderna, concluída em 2002.

Ouve-se uma música suave, repousante. Olhe, leitor, a catequese dos claustros, nos dez painéis de azulejos, da autoria de Querubim Lapa. Repouse um pouco. E…pense em voltar!

 

 

 

 

Convento de Balsamão

No cimo do Monte de Balsamão, que fica a 4 km da freguesia de Chacim e a 16 km da sede de Concelho (Macedo de Cavaleiros), encontramos, de forma imponente e simultaneamente simples, o Convento e o Santuário Nossa Senhora de Balsamão.

 

Fundo do oceano, desde há 400 milhões de anos, Balsamão faz parte do Monte de Morais, “um dos cinco umbigos do mundo”. Reconquistado aos mouros no Séc. XII, torna-se Santuário de Nossa Senhora do Balsamo na mão. Em 1754, acolhe a Ordem dos Marianos da Imaculada Conceição, na pessoa do Venerável Frei Casimiro Wyszynski. Expulsos em 1834, os Marianos regressam em 1954, fazendo deste monte santo um jardim.

Chegando cá, descobrimos um local onde se ouve o silêncio e sentimo-nos acolhidos pela paz que nos envolve, e, sem nos darmos conta, exclamamos: “Que bom é estar aqui!” Adaptando a Balsamão o salmo 124, podemos dizer com toda a verdade: “Como Balsamão cercado de Montanhas, assim o Senhor envolve o seu povo”. Sentimo-nos ao colo de Deus!

Com os seus 37 quartos, o Convento de Balsamão oferece a quem o 

 

 

 

 

 

 

 

 

procura a experiência de poder passar alguns dias em convívio com a Comunidade religiosa Marianos da Imaculada Conceição, inebriar os seus sentidos com os seus jardins e paisagens circundantes, mergulhar na história, com a visita ao Museu de Balsamão e degustar os pratos e doces característicos dos Conventos.

 

Os mais jovens descobrem no Convento de Balsamão o espaço quimérico para poder brincar e encantarem-se com todos os animais que há neste espaço, podendo realizar passeios na burra mirandesa, que nos saúda na subida para o monte. 

O silêncio que aqui se faz escutar, aliado aos espaços que convidam ao descanso, fazem do Convento de Balsamão o local ideal para parar, para nos encontrar connosco mesmos e com Aquele que nos ama, fortalecendo-nos para enfrentar os desafios lançados pela vida sempre agitada.

 

Situando-se num local de elevado interesse geológico, percorrendo a Rota de Balsamão, chegamos ao “Poço dos Paus”, no rio Azibo, que banha o monte a sul, onde contemplamos as rochas, chamadas “diques”, por onde saíram as lavas no fundo do oceano.

 

 

 

 

 

O Santuário de Nossa Senhora de Balsamão, com a sua linda Igreja, recentemente renovada, o Convento, com dois claustros típicos, a presença dos Padres Marianos e seus colaboradores, proporcionam aos visitantes tempo de descanso, momentos de reflexão e de encontro com Deus. 

Padre Basileu Pires

Padres Marianos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Balsamão!
Silêncio que fala, brisa que refresca, calor que aquece, vento que sacode, perfume que inebria, fé que eleva, esperança que anima, caridade que inflama, paz que se transmite,
Deus que se revela!”

 

 

 

 

 


 

 

Mata do Buçaco

A Mata do Bussaco é o somatório de dois períodos de esforço construtivo de paisagem, concretizados durante quase 4 séculos. O período Sagrado é a génese do Bussaco, entre 1628 e 1834 a ordem dos Carmelitas Descalços constrói neste lugar o seu retiro espiritual: o Deserto, cerca conventual em local remoto e distante de povoações. A ‘Deveza de Bussaco’ foi doada em 1628 pelo Bispo-Conde de Coimbra, D. João Manuel, à Ordem dos Carmelitas Descalços para a construção do seu único Deserto em Portugal. A construção do Convento, espaço da vida cenobítica inicia-se em agosto desse ano. Em 1630 podia já começar a vida monástica regular. Será durante todo o século XVII que o grande esforço construtivo que irá definir o Deserto será realizado. O Deserto dos Carmelitas do Bussaco é assim definido e descrito pela profusão de estruturas edificadas durante o período de ocupação Carmelita no Bussaco: o convento; ermidas de habitação; capelas de devoção; capelas da via-sacra; fontes arquitetónicas; cruzeiros e as portas, vãos rompidos no imenso muro da cerca. A singular religiosidade dos Carmelitas Descalços permitia que 

 

estes frades no contexto do Deserto pudessem experienciar duas vias bem opostas: estes eram cenobitas mas também eremitas. Em 1644, por iniciativa de D. Manuel Saldanha, reitor da Universidade de Coimbra, ergueu-se, a via-sacra que narra os Passos da Prisão e da Paixão de Cristo. Em 1694 as cruzes que marcavam o sacromonte foram substituídos por capelas, patrocínio do Bispo-Conde de Coimbra D. João de Melo, com as medidas exatas da via-crúcis hierosolimita. À extinção do Deserto decretada em 1834 segue-se uma portaria em fins de 1838 que a salva da inevitável alienação. Deu-se então o regresso de alguns frades sendo nomeado um  administrador em 1856. Em 1860 morre o último frade Carmelita no Bussaco. Inicia-se uma nova “era” o período profano. Ocorrem durante o século XIX grandes transformações no carácter do lugar. No entanto dispersas pelo Bussaco cá continuam as Ermidas; Fontes; capelas e todos os demais edifícios, testemunhos da profícua atividade construtiva anterior. As ideias românticas vingam e surge a vontade da família real de construir um Palácio enquadrado por um novo Projeto 

 

 

 

 

Paisagista. Seria no entanto construído um Hotel de raiz, o Palace-hotel, por muitos considerada a obra-prima da arquitetura revivalista de inspiração Neomanuelina. O legado Carmelita é vasto permitindo ao visitante usufruir da experiência única de percorrer o mais integral e autentico Deserto Carmelita. A importância de salvaguardar

 

tão importante registo patrimonial com valor universal excecional inegável, impulsiona uma justificada candidatura a Património Mundial de UNESCO.

 

Filipe Teixeira

Historiador da Arte e Arquiteto Paisagista

Setor Patrimonio Edificado e Cultural da Fundação Mata do Buçaco.

 

 

 

 

Visita à Padroeira de Portugal

O Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, na Arquidiocese de Évora, é também conhecido por Solar da Padroeira, por nele se encontrar a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal.

A igreja, que é simultaneamente Matriz de Vila Viçosa, fica situada dentro dos muros medievais do castelo da vila. Segundo a tradição, a imagem da padroeira terá sido oferecida pelo Condestável do Reino, D. Nuno Álvares Pereira, que a terá adquirido em Inglaterra.

A mesma imagem teve a honra de, por provisão régia de D. João IV, referendada em cortes gerais,

ter sido proclamada Padroeira

de Portugal, em 25 de março

de 1646.

 

O Papa João Paulo II visitou este Santuário durante a sua primeira visita a Portugal, em 14 de Maio de 1982.

Há uma grande peregrinação anual ao Santuário de Vila Viçosa que se celebra todos anos a 8 de Dezembro, dia da solenidade da Imaculada Conceição, Padroeira Principal de Portugal.

O edifício encontra-se relacionado com dois episódios importantes na história portuguesa: a crise dinástica de 1383-1385, que culminaria com a ascensão da Dinastia de Avis, e a proclamação da independência portuguesa em 1640.

A igreja assumiria, pois, ao longo da sua existência, um papel fundamental na sublimação da causa portuguesa 

 

 

 

 

 

em períodos de crise dinástica e de hegemonia peninsular, bem documentados no episódio da deposição das bandeiras e troféus espoliados ao exército espanhol no altar-mor pelo Marquês de Marialva, em homenagem gratulatória pela vitória portuguesa na Batalha de Montes Claros (1655).

Do edifício medieval restará talvez a cabeceira, com três capelas, alteradas por sucessivas ampliações, mas onde se mantém, na capela-mor, a abóbada em estrela, gótica.

Seria completamente reconstruído nos séculos XVI e XVII, obedecendo estruturalmente a um programa nacional implantado pelas ordens militares que integravam a Coroa, neste caso específico pela Ordem de Avis, a quem pertencia a paróquia. 

 

Tem três naves a igual altura, permitindo a iluminação uniforme do espaço interno, estrutura que se repercute na composição da fachada principal, tripartida e rematada em frontão triangular.

Se exteriormente a igreja apresenta uma arquitetura despojada, a decoração interior denota o empenho da Casa de Bragança, das famílias locais, de membros da Corte e das irmandades sediadas no templo, especialmente as responsáveis pelo culto da Imaculada, a Real Confraria de Nossa Senhora da Conceição, iniciada em 1385, e a Confraria dos Escravos da Senhora da Conceição, instituída em 1683.

Fontes: Câmara Municipal de Vila Viçosa/Associação de Reitores dos Santuários de Portugal

 

 

 


Festas animam verão na Madeira

   

A Madeira e o Porto Santo são duas ilhas atlânticas portuguesas que têm os seus principais atrativos nas hospitalidade e alegria das suas populações e nas magníficas belezas naturais ~que deslumbram milhares de pessoas das mais diversas origens.

Todo o ano é propício a visitar esteArquipélago mas é nos meses de verão que se intensificam

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

as animações populares, a maioria resultantes das festas religiosas que são celebradas nas 96 paróquias da Diocese do Funchal. Em todas  realizam-se as festas em louvor dos padroeiros e as solenidades do Santíssimo Sacramento que têm como destaque os tapetes de flores feitos pelas comunidades paroquiais e que constituem autênticas obras de arte.

Quem visitar a Madeira mês de agosto terá oportunidade de ficar a conhecer melhor muitas das tradições dos arraiais desta terra, pois neste mês são celebradas setenta festas religiosas.
O dia 15 de agosto era conhecido antigamente pelo nome de «dia das sete Senhoras» numa referência aos sete lugares da Madeira onde se celebram
festas marianas: Monte (Nossa Senhora do Monte), Estreito da Calheta (Nossa Senhora da Graça), Serra de Água (Nossa Senhora da Ajuda), Estreito de Câmara de Lobos (Nossa Senhora da Graça), Porto da Cruz (Nossa Senhora de Guadalupe), Lamaceiros (Nossa Senhora do Monte) e capela da Graça (Porto Santo).

Nesse dia também há festa na capela de Nossa Senhora do Monte, na Ponta do Sol, que desde 1961 é a sede 

 

da paróquia de Cristo Rei. Mais recentemente também se juntou a esta lista a festa da Assunção de Nossa Senhora na capela com esta denominação no sítio da Choupana, nos arredores do Funchal.
O arraial que decorre nos dias 14 e 15 de agosto integra a tradicional espetada acompanhada com bolo do caco com manteiga de alho, a laranjada e o vinho seco, saboreada debaixo das ornamentações feitas com as bandeira com a Cruz de Cristo, as verduras e as flores de plástico que dão um aspeto colorido ao ambiente. Para adoçar a boca há à venda os rebuçados de leite e os colares de doces, feitos artesanalmente
As bandas filarmónicas e os conjuntos musicais alegram as festas que são uma magnífica oportunidade de confraternização de pessoas das mais diversas idades e origens nas quasi se incluem os turistas e os muitos emigrantes madeirenses que nesta época do ano estão de visita à sua terra natal.
Para além da participação nas festas o visitante pode observar as maravilhosas paisagens que a Madeira tem e que fazem dela a «Pérola do Atlântico».

Sílvio Mendes

Jornalista

 

 

 

 

 

Santuário Nossa Senhora do Ar
Cria proximidade a Deus

O Santuário de Nossa Senhora do Ar, situada no concelho de Seia, representa a beleza harmoniosa do ponto mais alto de Portugal continental - a Torre, criando um sentimento de paz nas pessoas, convidando-as para realidades mais sublimes e profundas.

A devoção a Nossa Senhora do Ar nasce a partir da devoção à Nossa Senhora do Loreto que se espalhou por muitas nações a partir do século XVI. De origem italiana, padroeira universal da aviação, foi em 1960, "criada/proclamada" pelo Papa João XXIII, uma nova padroeira que passou 

 

a denominar-se Nossa Senhora do Ar. 

A Senhora do Ar for entronizada a 18 de agosto de 1962 pelo Bispo D. Policarpo da Costa Vaz. A partir desta data, a Força Aérea Portuguesa era a única Força Aérea no mundo que tinha uma Santa por padroeira por despacho papal - a Nossa Senhora do Ar. Razão pela qual a Força Aérea, ainda hoje, celebra Missas de Ação de Graças a Nossa Senhora do Ar.

 Do conjunto arquitetónico formado pelas antigas instalações do Grupo de Deteção Alerta e Conduta de Interceção, com a então Sede em São Romão - Seia, a Capela Nossa Senhora do Ar é um espaço exclusivo e singular em que os peregrinos podem fazer uma caminhada pelos trilhos da Serra da Estrela para observar e absorver 

insira a foto aqui

 

 

 

 

a paisagem excecional que se transforma em louvor existencial.   A Capela dedicada a Nossa Senhora do Ar foi mandada construir, em 1962, pela Força Aérea Portuguesa, quando edificou no ponto mais alto da Serra da Estrela, duas torres radar para a Esquadra 13 do Grupo de Deteção Alerta e Conduta de Interceção. A Esquadra foi descativada no início da década de 1970 e as instalações foram, assim, desocupadas e, mais 

 

tarde, entregues ao Estado, que por sua vez as colocou sob a alçada do turismo local. 

Esta capela, situada na Torre - Concelho de Seia, Serra da Estrela, reabriu ao culto em outubro de 2007, após várias décadas de abandono. Esta audaz iniciativa partiu da Turistrela - empresa que explora o turismo na Serra da Estrela, que a recuperou e entregou à Diocese da Guarda. Após um longo período de abandono à intempérie e ao vandalismo dos transeuntes, situação que também originou o desaparecimento de imagens e de peças de paramentaria, foi retomado o uso de celebrações religiosas, em grande parte presididas pelo Bispo da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício.  Porque este espaço é detentor de enormes potencialidades e digno de ser visitado e promovido, as pessoas podem encontrar aqui um espaço de acolhimento, para que os pequenos momentos se tornem mágicos, ajudando os peregrinos a sentirem-se bem na sua dimensão mais pessoal e existencial.

 

Paulo Caetano 

Seia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Santuário da Lapa

O Santuário de Nossa Senhora da Lapa está situado na serra do mesmo nome, na freguesia de Quintela, concelho de Sernancelhe, Diocese de Lamego, Distrito de Viseu.

Diz a lenda que, em 1498, uma pastorinha de 12 anos, de nome Joana, muda de nascença, introduzindo-se por entre as fendas das rochas encimadas pela grande lapa, aí encontrou uma linda imagem da Virgem, que ali teria sido 

 

escondida há mais de quinhentos anos por umas religiosas fugindo a uma perseguição.

A devoção e todo o carinho que a menina dedicou à imagem, valeram-lhe uma especial proteção da Virgem que por milagre lhe concedeu o dom da fala. Depressa se divulgou o milagre, originando uma crescente afluência de peregrinos, jamais interrompida até aos dias de hoje.

Os primeiros devotos prepararam

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

uma gruta debaixo da lapa, onde entronizaram a imagem, construindo ao lado uma pequena ermida. Em 1576, a Lapa foi confiada aos Padres da Companhia de Jesus, sediados no Colégio de Coimbra. Estes construíram, então, o atual Santuário, abrigando a penedia no seu interior. Em 1685 iniciaram a construção do "Colégio da Lapa", contíguo ao Santuário.

 

 

 

Daqui partiu a devoção para os mais variados pontos do país e do mundo, chegando à Índia e ao Brasil. Esta expansão foi facilitada pela atividade missionária dos mesmos Padres Jesuítas, aos quais estava confiado este Santuário.

 

 

 

 

 

 

 

Os miradouros são uma espécie de templetes orientados segundo os pontos cardeais servindo de referência onde os grupos, avistada a Lapa, rearvoravam as suas procissões e se dirigiam ao Santuário. São conhecidos pelos nomes dos Santos a que foram dedicados ou das terras que serviam.

- A poente, está o miradouro da Senhora da Piedade, ou de Lamego

- A nascente, o miradouro da Senhora da Guia, ou de Trancoso

- A norte, o de S. Tiago, ou de forca

- A sul, o de S. Domingos ou de Aguiar da Beira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capela das peregrinações

Capela particular do Século XVII, originária do local de Quintela, oferecida por um paroquiano devoto de Nossa Senhora da Lapa. Transladada para o local onde se realizam as grandes celebrações, esta Capela foi dedicada a São Francisco e atualmente conhecida pela Capela da Bouça (Lugar no mato).

Construída pelos padres jesuítas, oferece generosamente três bicas de água fresca e cristalina para dessedentar o peregrino e na sua abundância, continua regando lameiros até se unir a outos fios de água para conjuntamente formar a nascente do Rio Vouga.

Santuário da Lapa | www.santuariodalapa.pt

 

 

 

 

Fátima para além do Santuário
da Cova da Iria

Fátima é um dos Santuários mais importantes e visitados do mundo. Mas visitar a Cova da Iria sem parar em Aljustrel e nos Valinhos é deixar parte do fenómeno Fátima por explorar. Ainda mais no ano em que se assinala o centenário das Aparições Angélicas, verdadeiro “pórtico” da Mensagem deixada por Nossa Senhora aos três pastorinhos. Foi na zona dos Valinhos, de resto, que Francisco, Jacinta e Lúcia receberam por duas vezes a visita do “Anjo de Portugal” e, um ano depois, em agosto, se deu a quarta Aparição de Nossa Senhora.

O percurso, a pé, a partir de Fátima, é curto (apenas cerca de 2,5km) mas cheio de espiritualidade. Quem faz a Via-Sacra, começa junto à rotunda sul, onde se situa o monumento aos pastorinhos, e termina no Calvário Húngaro, onde existe uma pequena capela dedicada a Santo Estêvão. Composta por 14 capelinhas em memória da Paixão do Senhor, oferecidas por católicos húngaros refugiados nos países do Ocidente e inauguradas em 1964, e uma 15ª correspondente à Ressurreição, esta Via-Sacra é um convite à oração

 

e ao recolhimento. Este era, de resto, o percurso feito pelos pequenos videntes de cada vez que se deslocavam à Cova da Iria para rezarem a Nossa Senhora.

É neste lugar agora rendilhado por muros de pedra seca, delineados por uma verdejante vegetação, salpicada por flores que alimentam um ambiente bucólico, que podemos encontrar alguns espaços singulares e especiais. Desde logo, a Loca do Cabeço onde as crianças receberam a primeira e a terceira visitas do Anjo da Paz, na primavera e no outono de 1916, convocando-os para um aspeto central da mensagem de Fátima − a centralidade de Deus reconhecida e expressa na adoração − que se vê espelhado na oração que o Anjo ensina às três crianças: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos”.

Mas foi também aqui que Nossa Senhora apareceu em agosto, seis dias mais tarde do que vinha sendo habitual desde maio. E daqui lhes recomendou que continuassem a ir sempre à Cova da Iria rezar. A quarta Aparição está assinalada por um monumento que é paragem 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

obrigatória para quem visita os Valinhos.

Mais ao lado, em Aljustrel, a pequena aldeia onde residiam, encontram-se as duas casas dos pastorinhos, que não sofreram transformação sensível depois das Aparições. Ao fundo do quintal da casa da Lúcia há um Poço onde o Anjo da Paz apareceu pela segunda vez, no verão de 1916.

Com entrada gratuita, as casas de Francisco, Jacinta e Lúcia estão abertas diariamente e de maio a outubro com 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

horário alargado – 9h00/13h00 e das 14h30/18h30. 

Hoje, Valinhos e Aljustrel formam um conjunto indispensável para compreender o ambiente e a espiritualidade de Fátima e por isso recebem anualmente milhares de visitantes. Em 2015 671.324 peregrinos visitaram as casas dos pastorinhos e a Casa Museu de Aljustrel. 

Carmo Rodeia

Diretora de Comunicação

Santuário de Fáatima

 

 

 

 

 

Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra

O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais importantes bibliotecas portuguesas, com um valioso acervo de cerca de 36.000 volumes, verdadeiro repositório do Saber. Situada no 4º piso da ala nascente do monumento, a Casa da Livraria ocupa a mais nobre e vasta de todas as salas do edifício, em forma de cruz com cerca de 85 m de comprimento e 9,5 m de largura. Pavimentada em pedra liós de várias cores, tem no centro uma abóbada apoiada sobre quatro arcos, fechada sobre uma pedra-mármore onde se vê esculpido um rosto humano representando o sol.

Do seu acervo merecem destaque algumas obras raras como a coleção de incunábulos (obras impressas até 1500) ou a famosa "Crónica de Nuremberga" (1493), bem como diversas Bíblias ou a primeira Enciclopédia (conhecida como de Diderot et D’Alembert), os Livros de Horas iluminados, do Séc. XV, e ainda um importante núcleo de partituras musicais de autores portugueses e estrangeiros, como Marcos Portugal, J. de Sousa, João José Baldi, entre outros, especialmente escritas para o conjunto dos seis órgãos históricos da Basílica.

Para a constituição do seu acervo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

o Rei Magnânimo enviou ao estrangeiro emissários especiais encarregues de adquirir tudo o que de melhor e de mais novo aí se imprimisse. A Biblioteca possui uma coleção cujo arco temporal vai do século XV ao XIX, abrangendo temas tão diferentes como a Teologia, a Sermonária, o Direito Canónico e Civil, a História, a Geografia e Viagens, a Matemática, a Arte e a Música, a Medicina, entre outros. Todo este acervo se insere no contexto do aperfeiçoamento da imprensa até ao século XVIII, importante fator de desenvolvimento e difusão de ideias.

A Biblioteca, cuja arrumação atual teve início em 1809, foi organizada 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

por Frei João de Santa Anna segundo o que chamou a Regra das 4 Ordens. É curioso verificar que após um trabalho exaustivo e metódico do frade, de que resultou um catálogo manuscrito em oito volumes, as normas utilizadas para a organização do mesmo se mantêm com grande atualidade – entrada principal feita por apelido, obras anónimas têm entrada pelo título, bem como a utilização de remissivas.

Fonte: DGPC

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A atestar a importância desta coleção, uma Bula concedida pelo Papa Bento XIV em 1754, para além de proibir sob pena de excomunhão, o desvio ou empréstimo de obras impressas ou manuscritas sem licença do Rei de Portugal, concede-lhe autorização para incluir no seu acervo os livros proibidos pelo Index.

 

 

 


 

 

Abrantes, a fresca Abrantes

As férias são sempre um tempo precioso. Ao contrário da preguiça que amolece, mata projectos, dispensa esforços, as férias são um dos segredos do êxito de muitos projectos. É por isso que alguém diz que quem não descansa não avança.

A Diocese de Portalegre-Castelo Branco é conhecida pelo seu progressivo despovoamento e pela sua extensão territorial, abarcando territórios da Beira, do Alentejo e do Ribatejo.

 

 

 

 

 

Há, no entanto, muitos mais motivos para conhecer esta extensa Diocese ou para optar por algumas das suas zonas. Propomos, este verão, a zona de Abrantes, cidade que acaba de celebrar os seus 100 anos de elevação a cidade.

A visita pode começar logo em Constância, onde o Tejo e o Zêzere se encontram, e, depois, seguir pela Barragem e albufeira do Castelo de Bode (Martinchel, Aldeia do Mato) até ao Sardoal entrando, depois, 

 
 

 

 

 

por Alferrarede em Abrantes onde “já nada é simplesmente como antes”.

Neste percurso, e em outros que se lhe podem associar, merecem destaque as belíssimas paisagens com o Zêzere e o Tejo a correr lá no fundo. Para os mais afoitos existem mesmo belíssimas praias fluviais no Zêzere (Aldeia do Mato) que vale a pena visitar.

A “fresca Abrantes”, como era chamada, é uma pequena cidade com um núcleo histórico constituído por um entrelaçado de ruas e pequenas

 

praças. Chamaram-lhe, á muito, a “Cidade florida” pelo exuberante espectáculo do colorido das flores que pendiam das varandas. Não obstante algumas edificações novas, o antigo e tradicional casario, com um belo conjunto de antigas Casas Senhoriais, em tons maioritariamente claros, dá à Cidade de Abrantes uma luminosidade especial.

A história de Abrantes ou, melhor, do povoamento desta região nas margens do Tejo, perde-se nos tempos. E tem uma história longa.

 

 

 

 

De visita obrigatória, hoje, em Abrantes são o Castelo e seu Jardim (com paisagem sobre o Tejo e Rossio ao Sul do Tejo). Fortificado por D. Afonso Henriques após a reconquista cristã, o Castelo sofreu muitas alterações até ao presente mas, em Abrantes é incontornável. Vale a pena o esforço e, já dentro do Castelo, subir à Igreja de Santa Maria, (que é o Panteão da Família Almeida com seus extraordinários túmulos e que alberga desde 1921 o Museu D. Lopo de Almeida) e, depois, subir à antiga Torre de Menagem de onde, em 

 

dias límpidos, se disfruta uma paisagem soberba.

Ao descer do Castelo há que entrar na Igreja de S. Vicente que, segundo a tradição, foi mandada construir como voto de D. Afonso Henriques após a sua tomada de Abrantes. Templo maneirista com pormenores que vale a pena descobrir. De S. Vicente pode partir-se em direcção à Igreja de S. João Baptista, digna de uma visita demorada e, sobretudo, à Igreja da Misericórdia que faz parte do antigo Hospital do Salvador fundado em 1483 por D. Lopo de Almeida. Uma 

 

 

 

 

 

referência especial para o portal lateral renascentista da mesma Igreja.

Logo ao lado, embora já bastante descaracterizado, encontra-se o antigo Convento de S. Domingos com um claustro que deixa adivinhar a vida conventual e, à sua frente, a Praça da República. Na Cidade existem também alguns núcleos museológicos como a Galeria Municipal de Arte que exibe uma colecção da Pintora Maria Lucília Moita Simão.

 

Uma últimas referência para a Carta gastronómica: os azeites, o vinho, o mel, os queijos e enchidos e, sobretudo, para os amantes da doçaria regional os doces que os muitos Conventos outrora existentes na Cidade deixaram como legado (Palha de Abrantes; Tijeladas; Limas; as Castanhas de doce de ovos). Vale a pena conhecer Abrantes e o seu enquadramento. 

Padre Emanuel Matos Silva

Reitor do Seminário Diocesano

 

 

 

 

Mosteiro de Singeverga

«Todos os hóspedes que se apresentam no mosteiro sejam recebidos como se fosse o próprio Cristo». (RB; Cap LIII)

Em período de férias, o Mosteiro de Singeverga, situado em Santo Tirso na freguesia de Roriz, a uns 30 minutos do Porto, pode ser uma opção como lugar de destino para quem procura “fugir do ruído do mundo”.

Os mosteiros beneditinos mantêm esta dinâmica do acolhimento ao longos dos séculos como quis o seu “fundador” São Bento, dedicando este, um capítulo da sua Regra de vida, que deixou aos seus monges: «Todos os hóspedes que se 

  apresentam no mosteiro sejam recebidos como se fosse o próprio Cristo». (Cap LIII V 1)

O Mosteiro de Singeverga está assim preparado para receber todos­­­(*) quantos vivam no mundo e procuram um tempo de reflexão, descanso e oração. Todos estes momentos podem ser encontrados dentro da cerca do Mosteiro. A comunidade tem um monge hospedeiro que faz o acolhimento e acompanha o hóspede durante toda a sua estadia e o orienta sempre que necessário. O hóspede pode tomar parte juntamente com

 

 

 

 

 

os monges em todos os momentos comunitários: oração comunitária, que têm lugar na Igreja do mosteiro, e no refeitório. Existe para ambos momentos um lugar reservado ao hóspede, e no caso, é fornecido todo qualquer subsídio necessário, no caso para a oração, tirando este mais proveito do momento.  Pode aproveitar a mata do mosteiro, junto ao claustro, para momentos de oração e reflexão pessoal ou simplesmente contemplar a beleza natural do lugar. O Mosteiro tem também um museu que pode ser visitado, onde mostra todo um espólio acumulado ao longos de décadas, onde consta uma belíssima coleção de borboletas 

 

e artigos de arte africana, trazidos por monges  da comunidade que estiveram nas missões em África.

Singeverga é um lugar privilegiado. Escreveu Dom Gabriel de Sousa, abade de Singeverga: «Poderá encontrar-se local de mais desafogados horizontes; mas não será fácil encontrá-lo dotado de tantos mimos e encantos naturais».

(*Presentemente o Mosteiro de Singeverga só recebe hóspedes homens. O facto deve-se pela hospedaria se encontrar na zona de clausura do mesmo, sendo esta interdita a mulheres.

Hugo Viegas

Oblato Secular de São Bento 

 

 


 

 

Tomar e a Ordem dos Templários

O desenvolvimento de Tomar está intimamente ligado à Ordem dos Templários que em 1159 recebeu estas terras como recompensa pela ajuda prestada a D. Afonso Henriques na reconquista cristã do território.

Foi D. Gualdim Pais, 1º Mestre da Ordem em Portugal, que fundou o castelo e no seu interior o notável Convento de Cristo, ampliado e alterado ao longo dos séculos, conserva influências de diversos estilos arquitetónicos, e é o ex-libris da cidade.

Conhecida como a cidade dos Templários, encontram-se em Tomar outros testemunhos da sua influência, nomeadamente a Mata dos Sete Montes onde segundo a tradição decorriam rituais iniciáticos, e a Igreja de Santa Maria do Olival que fundaram no séc. XII e conserva os túmulos de diversos Mestres daquela Ordem.

A Ordem dos Templários foi extinta em França no início do séc. XIV, mas em Portugal foi transformada na Ordem de Cristo por proposta do Rei D. Dinis, posteriormente aprovada pelo Papa, tendo sido determinado que os imensos bens que possuía, transitassem para a Ordem de Cristo que veio a ter um papel preponderante na epopeia

 

 

dos Descobrimentos Portugueses.

Em 1983 a UNESCO declarou monumento "Património da Humanidade" uma joia ímpar da história do Ocidente: o Castelo Templário e Convento dos Cavaleiros de Cristo de Tomar. Construído sobre um lugar de culto romano, este vasto conjunto monumental fala-nos de sete séculos da história de Portugal e de grandes momentos da história do Ocidente.

Conta a lenda que, em 1160, os cavaleiros chegados à região escolheram um monte para estabelecer um castelo e o nome que lhe iriam dar: Tomar. Em 1314, a Ordem do Templo foi extinta devido às perseguições do rei de França, Filipe - o Belo. Graças à vontade de D. Dinis, as pessoas, os bens e os privilégios foram totalmente integrados, em 1319, numa nova ordem - a Milícia dos Cavaleiros de Cristo que iria, com o Infante D. Henrique, apoiar a nação portuguesa na empresa das descobertas marítimas dos séculos XV e XVI. O Castelo de Tomar é então Convento e sede da Ordem e o Infante Navegador seu Governador e Administrador perpétuo.

É assim que o Convento de Cristo encerra no seu conjunto arquitetural testemunhos da arte românica, com

 


Turismo de Portugal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

os templários; do Gótico e do Manuelino com as descobertas, prosseguindo com a arte do Renascimento durante a Reforma da Ordem; depois o Maneirismo e finalmente o Barroco em ornamentos arquitetónicos.

Turismo de Portugal

 

 

 

 

 

 

Festa de Nossa Senhora
do Rosário de Tróia

Esta Festa vem já de longa data. Com efeito, Pedro de Azevedo, no “Arqueólogo Português”, de 1897, já refere a existência duma ermida em Tróia em 1482. No século XX, o sacristão João Afonso Lopes afirma que a festa deixara de ser feita em 1928 e que fora recuperada por ele próprio em 1945, com os sacristães de Setúbal. Em 1948, esta equipa de festeiros entregou a sua organização aos pescadores de S. Sebastião. Desde então todos os anos atrai à Península de Tróia, ao lugar da Caldeira milhares de romeiros.

Este ano, à semelhança dos últimos anos, será celebrada com toda a fé por milhares de romeiros e será preparada com um tríduo de 17 a 19 de Agosto, na Paróquia de S. Sebastião para o qual são convidados todos os marítimos e demais cristãos da cidade.

A Festa propriamente dita será vivida de 20 a 22 do mesmo mês. A 20, ainda na cidade e em S. Sebastião, às 15:00 h. será celebrada uma Eucaristia pelos marítimos falecidos, à qual se 

 

seguirá a Procissão fluvial para Tróia. À noite, decorrerá uma Procissão de velas pela praia e depois Baile e Arraial.

No dia 21, com Alvorada, às 08:00 h., será celebrada a Santa Missa às 10:30 e, terminada esta, decorrerá uma Procissão solene pelas areias da Caldeira. À tarde terão lugar divertimentos diversos e o

concurso de Barcos Engalanados.

Às 22:00 h.,  terá lugar o Baile

e Arraial e, por último, Fogo

de Artifício, à meia noite.

Na Segunda-Feira, dia 22,

iniciar-se-á o dia com

 

 

 

 

 

 

 

Missa, às 10:00 h. Às 11:30 h., após divertimentos na praia, proceder-se-á à distribuição dos prémios aos “Barcos Engalanados. 

Pelas 17:30 h., iniciar-se-á o Círio Fluvial para Setúbal com paragem

junto do Hospital do Outão, para uma saudação aos doentes e pessoal de saúde.

Neste Tríduo festivo, colaborarão a Banda da Capricho Setubalense, no dia 20, e a Banda Musical Charranga de Sarilhos Grandes, a 20 e 21. Nestes dois dias, participarão ainda vários vocalistas.

Para ser possível realizar todos estes festejos há uma longa lista de Patrocinadores desde as Autarquias de Setúbal e Grândola, Freguesias, Forças de Segurança, Bombeiros de Grândola e Setúbal, Paróquia de S. Sebastião, muitas Empresas da zona e muita Comunicação Social.

Certamente que, neste ano, esta Festa irá celebrar os mesmos êxitos dos anos anteriores.

 

Armando Oliveira

 

FOTO: http://barcosnoriosado.blogspot.pt/

 

 

 

 

Romaria de Nossa Senhora d'Agonia,
festa de Viana

Se é verdade que é em maio, com a Festa das Rosas ou dos Cestos Floridos de Vila Franca do Lima, que começa o ciclo das Festas Vianenses é, sem dúvida, em Agosto, na incomparável e magnífica Romaria de Nossa Senhora d'Agonia, que a tradição atinge o seu maior expoente.

A procissão ao mar e as ruas da Ribeira, enfeitadas com os tapetes floridos, são testemunhos da profunda devoção religiosa. A etnografia tem o seu espaço nos desfiles do Cortejo Etnográfico e na Festa do Traje, onde se pode admirar os belos trajes de noiva, mordoma e lavradeira, vestidos por lindas minhotas que ostentam peitos repletos de autênticas obras de arte em ouro.

A festa continua...tocam as concertinas e os bombos, dançam as lavradeiras... a grandiosa serenata de fogo de artifício ilumina toda a cidade, começando pela ponte de Gustave Eiffel, passando pelo Castelo de Santiago da Barra, até ao Templo - Monumento de Santa Luzia... é um abraço dos Vianenses a todos que nos visitam no mês de agosto.

A Romaria d’Agonia junta-se à história da igreja d’Agonia. Data de 1674 a  

 

história da igreja em honra da padroeira dos pescadores. Na altura, foi edificada uma capela em invocação ao Bom Jesus do Santo Sepulcro do Calvário e, um pouco acima, uma capelinha devota a Nossa Senhora da Conceição.

Hoje, o nome está associado à rainha das romarias e às múltiplas tradições da maior festa popular de Portugal: a romaria em honra de Nossa Senhora da Agonia, nascida em 1772 da devoção dos homens do mar vindos da Galiza e de todo o litoral português para as celebrações religiosas e pagãs, que ainda hoje são repetidas anualmente na semana do dia 20 de agosto, feriado municipal.

A Romaria d’Agonia recebeu em 2013 a Declaração de Interesse para o Turismo.

Em 2016, as festas realizam-se de 19 a 21 de agosto. Programa provisório

 

Câmara Municipal de

Viana do Castelo

 

 

 

 

 

 

Senhora da Graça

O Monte Farinha eleva-se, a uma altitude de cerca de mil metros, ostentando no topo a venerada ermida de Nossa Senhora da Graça. Local privilegiado para os amantes da natureza e emblemática referência desportiva, é destino obrigatório dos caminhos da fé, da religião e do turismo nacional e internacional.

O santuário de Nossa Senhora da Graça, eclesiasticamente, pertence à Diocese de Vila Real. Está situada na freguesia de Vilar de Ferreiros (Mondim de Basto) e dista cerca de 100 km do Porto, 40 de Guimarães, 30 de Amarante e 50 da cidade de Vila Real.

Em 1747, os Mordomos e a confraria requerem ao arcebispo de Braga, D. José de Bragança (a Diocese de Vila Real só foi criada em 1922), a 

 

reedificação da capela “desde os Fundamentos”, tendo o Pároco de Vilar de Ferreiros e de Atei que tal obra era necessária por “ter sofrido ruínas e ser antiquíssima”. Dez anos depois, em 1758, a obra estava concluída. Alguns melhoramentos complementares terão sido feitos depois, como parece indicar a data de 1775 gravada na porta do púlpito.

O atual edifício, todo em granito da região, é formado por torre sineira quadrangular, nave única octogonal; e capela-mor e sacristia retangulares, em eixo. O interior é em cantaria, em fiadas de aparelho isódomo. Coro-alto sobre arco abatido, com abalaustrada de granito e sub-coro com duas pias de água benta, gomadas, confrontantes. Nave coberta por cúpula de granito, 

 

 

 

 

sobre cornija circular e pavimento lajeado.

Fazem parte deste santuário além dos imóveis correspondentes à casa das estampas, casa e bouça do ermitão, restaurante e centro de acolhimento aos peregrinos, mais três capelinhas que compassadas ficam num dos antigos acessos ao “Iteiro” da Senhora, ou do Santinho (São Tiago), como ali se diz. A do fundo, de 1889, com o presépio, recorda o nascimento de Jesus; a do meio, de 1933, lembra a visita de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel; e a de cima, de 1886, com o Pai Eterno e o Anjo São Gabriel, alude à Anunciação.

Trata-se de um dos principais 

 

santuários marianos do Norte de Portugal e dos mais concorridos de entre Douro e Minho, agora com Centro de Acolhimento e de apoio aos peregrinos e romeiros que ao longo de todo o ano têm as portas abertas e restaurante em funcionamento.

A primeira Peregrinação de setembro ao Santuário de Nossa Senhora da Graça realizou-se em 1945. Iniciativa da Juventude do Concelho de Mondim de Basto e que aderiram jovens e adultos dos concelhos vizinhos com a intenção de agradecer o fim da II Guerra Mundial.

 

Santuário da Senhora da Graça,

www.senhoradagraca.pt

 

 

 

 

Tesouro da Catedral de Viseu
Museu de Arte Sacra

O Tesouro da Catedral de Viseu foi criado pelo Decreto-Lei nº 20.803, de 21 de Janeiro de 1932, para nele serem “incorporados todos os objectos respeitantes ao culto ou a ele destinados que se encontram incorporados no Museu Grão Vasco e sejam provenientes da Sé de Viseu.” Ao longo dos anos o espaço foi objeto de várias intervenções. Em outubro de 2015 o Museu foi encerrado ao público, no contexto das obras de restauro realizadas na Catedral no âmbito do programa Rota das Catedrais. Nos últimos meses foi objeto de uma requalificação, reabrindo ao público no dia 23 de julho.

A fruição da coleção exposta desenvolve-se em articulação com os espaços, também eles interessantes do ponto de vista arquitetónico: o Coro Alto onde é possível observar de forma mais próxima a abóbada de nós e a balaustrada com decorativismo manuelino, executadas sob a iniciativa do bispo D. Diogo Ortiz de Vilhegas e concluídas em 1513; o Claustro Superior setecentista com azulejos de albarradas; a Sala Capitular com painéis de azulejos barrocos da oficina coimbrã de Agostinho de Paiva e sanefas de talha dourada e policromada; as salas do Cartório e da Torre do Relógio, onde se preservam alguns vãos de perfil gótico, e o Passeio dos Cónegos, que une o claustro ao edifício onde existiu a torre medieval.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Claustro Superior e o Passeio dos Cónegos constituem miradouros, a partir dos quais se pode fruir de uma vista panorâmica sobre a cidade de Viseu em diferentes perspetivas, numa abrangência urbana e natural. Dependendo da hora do dia e das condições atmosféricas estes dois locais convidam a parar, a estar e a observar o encanto e a beleza da cidade.

Na construção da narrativa expositiva, sempre que justificável, articulam-se os objetos com os espaços, como acontece de forma mais direta no Coro Alto e na Sala Capitular. Os títulos de cada núcleo orientam o visitante na compreensão dos objetos pelo seu significado e funcionalidade, para além da componente estética, concretamente: O amor não se explicaMaria SimLouvor a Deus através da músicaSemana SantaServiço e MissãoTestemunhar… Dar a Vida e Celebrar o Amor de Deus.

A coleção integra peças de particular valor artístico, de diversas tipologias e períodos que vão desde o século XII até ao século XX. A importância de alguns dos objectos artísticos expostos justificou que já tivessem sido solicitados para integrar exposições em Londres, Nova Iorque, Sevilha, Madrid, Silos, Bruxelas, Lisboa, Porto, etc. Especial referência para o cadeiral do coro alto, mandado executar por D. Miguel da Silva em meados de quinhentos, alterado e acrescentado no 

 

 

 

 

 

período barroco, o braseiro de ferro forjado do século XIII, as arquetas relicário de Limoges dos séculos XII-XIII, a custódia de D. Miguel da Silva, de 1533, o Evangeliário de c. 1179-1213 (interior) e do século XV (encadernação), o Facistol ou atril proveniente da Flandres do século XV, o Pluvial dos finais do século XV, inícios do XVI, executado em Espanha e em Itália, a Mitra setecentista ou as esculturas do Anjo Rafael e Tobias e de Santo Agostinho, ambas do século XVIII, entre muitas outras.

Um vasto património identitário da Catedral de Santa Maria, que explana as dinâmicas de encomendas e de atuação do Cabido e dos prelados viseenses ao longo dos séculos.

Fátima Eusébio, Diretora Dep. Bens Culturais da Diocese de Viseu

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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