04 - Editorial:

       João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08-11 - Nacional

12- A semana de

       Luis Santos

14 - Opinião

       D. Pio Alves

16-35 - Dossier

       Dia Mundial das
       Comunicações Sociais

36: Espaço Ecclesia


 

 

38-41 - Internacional

42 - Cinema

44 - Multimedia

46 - Estante

48 - Vaticano II

50 - Agenda

52 - Liturgia

54 - Programação Religiosa

55 - Por estes dias

56 - Fundação AIS

58 - Intenção de Oração

 

 

 

 

Foto da capa: Agência Ecclesia
Foto da contracapa:  Agência Ecclesia

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Margarida Duarte, Rui Jorge Martins, Sónia Neves.
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
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Diretor: Cónego João Aguiar Campos
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Opinião 

 

 

 

 

Semana da Vida 2013

Um projeto para os dias 12 a 19 de maio

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Dia Mundial das Comunicações Sociais

Vários olhares sobre o tema em destaque na celebração do 25 de abril

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Chefe de protocolo do Vaticano

Monsenhor José Avelino Bettencourt condecorado em Portugal

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D. Pio Alves | Padre Luis Figueiredo Rodrigues | Pedro Jerónimo | Pedro Leal

 

 

Um dia conciliar

João Aguiar Campos

 

Aproxima-se a celebração de mais um Dia Mundial das Comunicações Sociais.
Chamo-lhe, em título, "dia conciliar" porque nenhum outro, dos muitos que se assinalam, nasceu de um decreto do Vaticano II.
Manda, de facto, o Inter Mirifica (18): "...para que o multíplice apostolado da Igreja sobre os meios de comunicação social mais eficazmente se engrandeça, comemore-se em todas as dioceses, a juízo dos bispos, um dia, no decorrer do ano, no qual os fiéis sejam instruídos acerca das suas obrigações nesta matéria, sejam convidados a rezar por esta causa e a dar esmolas para este fim, as quais serão cuidadosamente aplicadas, conforme as necessidades do orbe católico, no sustento e incremento dos institutos e iniciativas promovidas pela Igreja".
Anote-se que ao imperativo da comemoração, os padres conciliares juntaram os seus objectivos: reflexão sobre a responsabilidade de cada fiel, oração e ajuda económica ao sustento e incremento.
Parece- me não ser despropositado propor um sério exame de consciência nesta matéria. E temo que possamos descobrir quão longe anda da nossa prática  pessoal e eclesial a nossa
boa teoria sobre os media, os seus recursos e consequências antropológicas e o seu potencial evangelizador.
 

 

 

 

 

 

 

Não significa isto que esqueça o muito que, também entre nós, se tem feito. Nomeadamente
ao nível da atenção à formação profissional e progresso tecnológico; assim como ao nível da compreensão da linguagem e dos ritmos da atual cultura digital... Mas, a meu juízo, continua a faltar uma verdadeira pastoral da comunicação presente em toda a pastoral e não como algo à parte. Continuamos a carecer de coordenação que -- sem afectar a variedade e a riqueza necessárias e legítimas --  evite a dispersão, a inútil repetição e desperdício de meios. A não ser assim, a comunicação da Igreja continuará a sofrer da desproporção entre os meios e os resultados.
Também a este perigo aludia, já há 50 anos, o Inter Mirifica quando ( n. 21) sublinhava: "um eficaz apostolado para toda a Nação está a exigir a unidade de intenções e de forças". Consequentemente, o Concílio

 

 ordenou a criação de Secretariados Nacionais para tal assunto,"amparados por todos os recursos".

Não me vou alongar nesta matéria, apesar de tal ser justificado pela evolução das exigências e responsabilidades que o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais hoje assume. Mas não me inibo de citar Bento XVI, na Mensagem para o Dia Mundial que vamos celebrar: "Os meios de comunicação social precisam do compromisso de todos aqueles que estão crentes do valor do diálogo, do debate fundamentado, da argumentação lógica; precisam de pessoas que procurem cultivar formas de discurso e expressão que façam apelo às aspirações mais nobres de quem está envolvido no processo de comunicação".
Precisam. Vamos a jogo?
Podemos sair lesionados; mas pior seria perder por falta de comparência!..

 

 

 

 

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Desejo dirigir a todos um convite à solidariedade e aos responsáveis da coisa pública um encorajamento a fazer todos os esforços possíveis para dar um novo ímpeto à criação de emprego: isso significa preocupar-se com a dignidade da pessoa, mas sobretudo não perder a esperança”.

Papa Francisco em Audiência Geral no Vaticano, 1/5/2013

 

 

“Somos chamados a transmitir a mensagem de esperança do Vaticano II a todos os trabalhadores e a todas as trabalhadoras, católicos, crentes de uma outra religião ou não crentes, e todos juntos, unidos num mesmo combate, para promover de forma progressiva a justiça no mundo e a dignidade de todo o ser humano.”

Mensagem do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos, 1/5/2013

 

 

 

 

“O mundo laboral vive hoje debaixo de um sentimento de medo que condiciona e obriga a aceitar todas as regras e todas as imposições. Não podemos permitir que isto aconteça. Não podemos permitir que ter um emprego, seja ele qual for e em que condições, se torne uma atitude de resignação.”

Mensagem Cáritas Portuguesa, 1/5/2013

 

 

Como foi noticiado, no Bangladesh ruiu uma fábrica, matando milhares de trabalhadores (sobretudo mulheres). Essas operárias labutavam sol a sol por um salário mensal de 29 (não é gralha, são mesmo 29) euros e produziam camisas e t-shirts que hoje muitos manifestantes vestirão.

Henrique Monteiro, Crónica “Chamem-me o que quiserem”, Expresso, dia 1/5/2013

 

 

Semana da Vida 2013

 A Igreja Católica em Portugal está preocupada com a “cultura de morte” no país e propõe uma semana dedicada ao tema ‘Dá mais vida à tua vida!’, coordenada pela Comissão Episcopal do Laicado e Família. “Dar mais vida à nossa vida implica abraçá-la em todas as circunstâncias, sem ceder nem aos egoísmos nem às modas ou correntes de opinião nem aos mercados nem aos parlamentos”, assinala o organismo, através do Departamento Nacional para a Pastoral Familiar (DNPF).

A temática escolhida “desperta e mobiliza para a premente necessidade de uma nova postura”, sublinham os responsáveis da Igreja Católica.

“Sendo a vida, hoje, tão depreciada, ameaçada e destruída, urge parar esta cultura de morte, instaurando, em seu lugar, uma sólida cultura da vida”, refere a mensagem do DNPF para a Semana da Vida 2013, que se vai realizar entre 12 e 19 de maio.

Os promotores da iniciativa dizem que ninguém pode ficar insensível “aos que mais sofrem” com a crise

 

que Portugal atravessa e apelam “à vigilância atenta sobre a justiça das medidas económicas decretadas”.

Neste contexto, evoca-se a experiência do último Encontro Mundial das Famílias (Milão, Itália, junho de 2012), no qual a Igreja Católica “denunciou a ilusão de se pretender responder aos problemas humanos apenas pela via económica”. “A família não pode continuar a ser deformada e destruída sem que se ultraje e destrua a pessoa e a própria sociedade”, destaca o DNPF.

A ‘Semana da Vida’ corresponde ao apelo do Papa João Paulo II (1920-2005) por “uma celebração anual em defesa da vida, com o objetivo de suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos e condições, concentrando a atenção de modo especial na gravidade do aborto e da eutanásia”.

“No nosso quadro cultural,

 

 

 

reconhecidamente desfavorável, dar mais vida à vida é assumir modos concretos de defesa e promoção da dignidade inviolável de cada pessoa, desde a sua conceção até à sua morte natural”, conclui o DNPF, que propõe “gestos, leituras e orações” para a Semana da Vida, num guião

 

disponível em www.leigos.pt.

A Conferência Episcopal Portuguesa criticou na sua última assembleia plenária a “banalização” do aborto e a “facilitação” do divórcio, alertando para as consequências da atual legislação sobre o futuro das famílias.

 

 

Caminhos para Fátima

Mais de 70 voluntários divididos em 15 equipas sinalizaram o Caminho do Mar, nova rota de peregrinos entre Cascais e o Santuário de Fátima que junta ecologia, cultura e espiritualidade. “O Caminho do Mar pretende retirar as pessoas das estradas nacionais, colocando-as em rotas pelo meio da natureza ou em vias municipais com muito pouco trânsito”, explicou Isabel Blanco Ferreira, do Centro Nacional de Cultura, à Agência ECCLESIA.

O percurso com mais de 100 km começa a poucos metros da igreja matriz de Santo António do Estoril, no paredão fronteiro ao Oceano Atlântico, prosseguindo junto ao mar até ao Guincho, onde inflete para o interior, cruzando depois as dunas e a Serra de Sintra.

O traçado atravessa “zonas históricas”, incluindo locais que são Património Mundial da Humanidade, como Sintra,

 

 

Mafra, Óbidos e Alcobaça, região onde o itinerário entronca com o Caminho da Nazaré, sinalizado há dois anos.

Isabel Blanco salientou que a rota oferece “silêncio interior, oportunidade de contemplação e uma ligação mais profunda com Deus”, a par do acréscimo de segurança em relação a outros itinerários, dado que reduz a passagem por estradas abertas ao tráfego viário.

O Santuário de Fátima publicou na sua página na internet um conjunto de orientações para os peregrinos a pé que se deslocam por estes dias para a Cova da Iria.

 

 

 

Bispo escreve aos idosos

O bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, enviou uma carta aos idosos da diocese na qual se manifesta contra o “desprezo” que os idosos têm de sofrer e pede uma mudança de mentalidade face aos mais velhos. “Chocam-nos as manifestações de desprezo de idosos, o abandono destes em casa ou em lares, muitos dos quais apenas perseguindo o lucro económico, não considerando nem promovendo”, assinala a missiva divulgada na página diocesana na internet.

O bispo transmontano elogia o “capital de vida e de conhecimento experimentado” dos mais velhos, lamentando que alguns associem esta população à “doença, à debilidade, à incapacidade e, por conseguinte, à improdutividade”. “É certo que na sociedade contemporânea nos deparamos com uma mentalidade em que não é tão valorizada a velhice a qual, não raro, se torna objeto de contradição, tida

 

 

como um ‘incómodo’, como uma declinante fase da vida”, escreve.

D. José Cordeiro acredita no contributo dos idosos “para a construção de uma sociedade mais justa, mais pacífica e mais fraterna”. “Lembro--me de tantos de vós que vivem a cruz da solidão e do sofrimento com um sentido redentor, exemplos luminosos nos quais a Palavra do Senhor é uma força que dá sentido à existência. Agradeço-vos, do coração, este testemunho de sabedoria”, acrescenta.

A carta tem a data de 30 de abril, dia do 78.º aniversário de D. António Montes Moreira, bispo emérito de Bragança-Miranda.

 

 

O Dia do Trabalhador no mundo digital

Luís Filipe Santos

Agência Ecclesia

 

1 - Todos os anos, a receita do 1º de Maio, também denominado «Dia do Trabalhador», tem os mesmos ingredientes e locais onde se serve o prato da democracia. Simplesmente, com o avançar do século XXI temo que os pratos fiquem cada vez mais vazios e a fome seja a realidade dominante.

O povo português viveu em ditadura durante algumas décadas no século XX, agora a ditadura voltou, mas tem o cognome de «medo».

Recordo o grande escritor português, Camilo Castelo Branco (1825-1890) quando escreveu: «A saudade pelos vistos é dor suave». Não acredito nesse saudosismo… Aqueles que lutaram contra a ditadura não querem recordar tempos idos. Querem governantes - como disse Barack Obama: «Vou ouvir-vos sempre, sobretudo quando não estivermos de acordo».

Neste primeiro dia do mês de maio de 2013, portugueses de todos os quadrantes falaram e escreveram sobre a situação social do país. Mostraram a sua indignação… Será que aqueles que conduzem os destinos da nação ouviram e leram as palavras proferidas? Dou uma sugestão de resposta com as palavras de Blaise Pascal (1623-1662), filósofo francês: «Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender».

 

2- Também neste mês de maio (dia 12) se celebra o Dia Mundial das Comunicações

 

 

 

Sociais. Na mensagem para esta ocasião – ainda escrita pelo Papa emérito, Bento XVI – lê-se que o desenvolvimento das redes sociais digitais está a “contribuir para a aparição duma nova ágora, duma praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e podem ainda ganhar vida novas relações e formas de comunidade”.

Se algumas destas redes sociais foram veículos comunicadores que ajudaram a desmascarar situações e a mobilizar pessoas para determinadas realidades, noutros casos, elas são polos de conflito entre gerações e acesso gratuito à privacidade. No entanto, como escreveu o Papa na sua mensagem, “a cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar de verdades e valores”.

Neste intercalar de dias (trabalhador e

 

comunicações sociais) talvez fosse importante reflectir também no impacto negativo que a evolução tecnológica trouxe ao ser humano. Os robôs tiraram o trabalho ao homem/mulher contemporâneo e as máquinas, fruto da investigação e investimento nesta área, colocaram milhões de trabalhadores, a nível mundial, com os dois pés fora do seu local de trabalho. Está na hora de pensar mais no ser humano e menos na máquina… Com os passos largos da evolução, daqui a algumas décadas as unidades fabris produzem apenas para as máquinas e para uma quantidade ínfima de pessoas porque a maioria delas não trabalha. E depois, não valerá a pena celebrar o Dia do Trabalhador… Ele estará em vias de extinção porque os dias “talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem” (Marcel Proust (1871-1922), escritor francês)

 

 

Encontro nas redes

+Pio Alves,
Bispo Auxiliar do Porto

Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

Celebra-se no próximo dia 12 de maio, solenidade da Ascensão do Senhor, o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A Mensagem que Bento XVI escreveu a 24 de janeiro para este Dia tem por título Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização. Trata-se de uma mensagem em que é valorizada a riqueza desta nova realidade comunicacional, mas em que se evocam, também, pressupostos imprescindíveis para que a vulgaridade não se sobreponha ao serviço à verdade.

De entre as sugestivas pistas de reflexão para as que abre o documento vou sublinhar apenas a que resulta da citação do discurso do Santo Padre no Encontro com os Representantes do Mundo da Cultura, no Centro Cultural de Belém (12 de maio de 2010): “Constatada a diversidade cultural, é preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem também a receber um enriquecimento da mesma e a dar-lhe aquilo que se possui de bem, de verdade e de beleza”. Este texto aparece na sequência da afirmação das redes como espaço privilegiado de “diálogo e debate” que, escreve o Santo Padre, “podem florescer e crescer mesmo quando se conversa e toma a sério aqueles que têm ideias diferentes das nossas”.

Quer dizer, tomar a sério a quem pensa de modo diferente não significa (apenas) esperar, com calma aparente, que o outro termine o seu discurso para que eu possa retomar o meu.

 

 

 

 

A verdadeira conversa, o verdadeiro diálogo, não se parece nada às duas vias das autoestradas em que duas pessoas podem passar perto mas cada uma vai à sua vida, para destinos opostos. A isso costuma chamar-se diálogo de surdos.

Pensando bem, o diálogo tem todas as condições para enriquecer os interlocutores quando não há coincidência no modo de pensar. O outro cenário para pouco mais servirá que para fomentar a autocomplacência. Convencer convencidos é chover no molhado! O bem, a verdade, a beleza não são património

  exclusivo de nenhum mortal: são metas mais acessíveis em corrida de estafetas do que em grandes maratonas individuais. A convivência é enriquecedora quando, conscientes das nossas limitações e das potencialidades alheias, estamos abertos para, agradecidos, receber e dar.

As redes sociais são, em expressão da Mensagem, a “nova ágora”, a “praça pública”, onde a qualquer hora nos podemos encontrar com todo tipo de gentes de todo o mundo: podem ser estufas de mentira ou encontros de bem, de verdade e de beleza. Depende de nós!

 

Dia Mundial das Comunicações Sociais

O magistério da Igreja acompanha com mensagens dos vários Papas (Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI) o desenvolvimento e as contínuas mudanças que ocorrem no âmbito da comunicação.

 

• 1967 – Os meios de comunicação social.

• 1968 – A imprensa, o rádio, a televisão e o cinema para o progresso dos povos.

• 1969 – Comunicações sociais e a família.

• 1970 – As comunicações sociais e a juventude.

• 1971 – Os meios de comunicação social ao serviço da unidade dos homens.

• 1972 – As comunicações sociais ao serviço da verdade.

• 1973 – As comunicações sociais e a afirmação e promoção dos valores espirituais.

• 1974 – As comunicações sociais e a evangelização no mundo contemporâneo.

• 1975 – Comunicação social e reconciliação.

 

• 1976 – As comunicações sociais diante dos direitos e deveres fundamentais do homem.

• 1977 – A publicidade nas comunicações sociais: vantagens, perigos, responsabilidades.

• 1978 – O recetor da comunicação social: expectativas, direitos e deveres.

• 1979 – As comunicações sociais para a defesa e o desenvolvimento da infância na família e na sociedade.

• 1980 – Papel das comunicações sociais e deveres da família.

• 1981 – As comunicações sociais a serviço da liberdade responsável do homem.
• 1982 – As comunicações sociais e os problemas dos idosos.
• 1983 – Comunicações sociais e promoção da paz.

• 1984 – As comunicações sociais, instrumento de encontro entre fé e cultura.
• 1985 – As comunicações sociais e a promoção cristã da juventude.

• 1986 – Comunicações sociais e formação cristã da opinião pública.

 

 

 

• 1987 – Comunicações sociais e promoção da justiça e da paz.

• 1988 – Comunicações sociais e a promoção da solidariedade e fraternidade entre os homens e os povos.

• 1989 – A religião nos mass media.

• 1990 – A mensagem cristã na cultura informática atual.

• 1991 – Os meios de comunicação para a unidade e o progresso da família humana.

• 1992 – A proclamação da mensagem de Cristo nos meios de comunicação.

• 1993 – Videocassete e audiocassete na formação da cultura e da consciência.

• 1994 – Televisão e família: critérios para saber ver.

• 1995 – Cinema, veículo de cultura e proposta de valores.

• 1996 – Os meios de comunicação: areópago moderno para a promoção da mulher na sociedade.

• 1997 – Comunicar o Evangelho de Cristo: Caminho, Verdade e Vida.

• 1998 – Sustentados pelo Espírito, comunicar a esperança.

• 1999 – Mass media: presença amiga ao lado de quem procura o Pai.

• 2000 – Proclamar Cristo nos meios de comunicação social no alvorecer do novo milénio.

 

• 2001 – Proclamai sobre os telhados: o Evangelho na era da comunicação global.

• 2002 – Internet: um novo fórum para a proclamação do Evangelho.

• 2003 – Os meios de comunicação social a serviço da paz autêntica, à luz da Pacem in terris.

• 2004 – Os mass media na família: um risco e uma riqueza.

• 2005 – Os meios de comunicação: a serviço da compreensão entre os povos.

• 2006 – Media, rede de comunicação, comunhão e participação.

• 2007 – As crianças e os meios de comunicação social: um desafio para a educação.

• 2008 – Os meios de comunicação social: na encruzilhada entre protagonismo e serviço. Buscar a verdade para partilhá-la.

• 2009 – Novas tecnologias, novas relações.

• 2010 – O padre e a pastoral no mundo digital. Novos meios de comunicação ao serviço da Palavra.

• 2011 – Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital.

• 2012 – Silêncio e Palavra: caminho de evangelização.

• 2013 – Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços para a evangelização.

 

 

Redes Sociais: portais de verdade
e de fé; novos espaços de evangelização

Dia Mundial das Comunicações Sociais -12 maio 2013

Amados irmãos e irmãs,

Encontrando-se próximo o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2013, desejo oferecer-vos algumas reflexões sobre uma realidade cada vez mais importante que diz respeito à maneira como as pessoas comunicam atualmente entre si; concretamente quero deter-me a considerar o desenvolvimento das redes sociais digitais que estão a contribuir para a aparição duma nova ágora, duma praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e podem ainda ganhar vida novas relações e formas de comunidade.

Estes espaços, quando bem e equilibradamente valorizados, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana.

 

A troca de informações pode transformar-se numa verdadeira comunicação, os contactos podem amadurecer em amizade, as conexões podem facilitar a comunhão. Se as redes sociais são chamadas a concretizar este grande potencial, as pessoas que nelas participam devem esforçar-se por serem autênticas, porque nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última instância a pessoa comunica-se a si mesma.

O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação: as pessoas envolvem-se nelas para construir relações e encontrar amizade, buscar respostas para as suas questões, divertir-se, mas também para ser estimuladas intelectualmente e partilhar competências e conhecimentos. Assim as redes sociais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas na base destas necessidades fundamentais. Por isso,

 

 

 

 

as redes sociais são alimentadas por aspirações radicadas no coração do homem.

A cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar de verdades e valores. Muitas vezes, como acontece também com outros meios de comunicação social, o significado e a eficácia das diferentes formas de expressão parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua importância intrínseca e validade.

 

E frequentemente a popularidade está mais ligada com a celebridade ou com estratégias de persuasão do que com a lógica da argumentação. Às vezes, a voz discreta da razão pode ser abafada pelo rumor de excessivas informações, e não consegue atrair a atenção que, ao contrário, é dada a quantos se expressam de forma mais persuasiva. Por conseguinte os meios de comunicação social precisam do compromisso de todos aqueles que estão cientes do valor do diálogo, do debate fundamentado, da argumentação lógica; precisam de

 

 

 

pessoas que procurem cultivar formas de discurso e expressão que façam apelo às aspirações mais nobres de quem está envolvido no processo de comunicação. Tal diálogo e debate podem florescer e crescer mesmo quando se conversa e toma a sério aqueles que têm ideias diferentes das nossas. «Constatada a diversidade cultural, é preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem também a receber um enriquecimento da mesma e a dar-lhe aquilo que se possui de bem, de verdade e de beleza» (Discurso no Encontro com o mundo da cultura, Belém, Lisboa, 12 de Maio de 2010).

O desafio, que as redes sociais têm de enfrentar, é o de serem verdadeiramente abrangentes: então beneficiarão da plena participação dos fiéis que desejam partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana que a sua doutrina promove. Na realidade, os fiéis dão-se conta cada vez mais de que, se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá

 

 

 

 

 

ficar fora do alcance da experiência de muitos que consideram importante este espaço existencial. O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens. As redes sociais são o fruto da interação humana, mas, por sua vez, dão formas novas às dinâmicas da comunicação que cria relações: por isso uma solícita compreensão por este ambiente é o pré-requisito para uma presença significativa dentro do mesmo.

A capacidade de utilizar as novas linguagens requer-se não tanto para estar em sintonia com os tempos, como sobretudo para permitir que a riqueza infinita do Evangelho


 

 

 

 

encontre formas de expressão que sejam capazes de alcançar a mente e o coração de todos. No ambiente digital, a palavra escrita aparece muitas vezes acompanhada por imagens e sons. Uma comunicação eficaz, como as parábolas de Jesus, necessita do envolvimento da imaginação e da sensibilidade afetiva daqueles que queremos convidar para um encontro com o mistério do amor de Deus. Aliás sabemos que a tradição cristã sempre foi rica de sinais e símbolos: penso, por exemplo, na cruz, nos ícones, nas imagens da Virgem Maria, no presépio, nos vitrais e nos quadros das igrejas. Uma parte consistente do património artístico da humanidade foi realizado por artistas e músicos que procuraram exprimir as verdades da fé.

A autenticidade dos fiéis, nas redes sociais, é posta em evidência pela partilha da fonte profunda da sua esperança e da sua alegria: a fé em Deus, rico de misericórdia e amor, revelado em Jesus Cristo. Tal partilha consiste não apenas na expressão de fé explícita, mas também no testemunho, isto é, no modo como se comunicam «escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo

 

 quando não se fala explicitamente dele» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011).

Um modo particularmente significativo de dar testemunho é a vontade de se doar a si mesmo aos outros através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana. A aparição nas redes sociais do diálogo acerca da fé e do acreditar confirma a importância e a relevância da religião no debate público e social.

Para aqueles que acolheram de coração aberto o dom da fé, a resposta mais radical às questões do homem sobre o amor, a verdade e o sentido da vida – questões estas que não estão de modo algum ausentes das redes sociais – encontra-se na pessoa de Jesus Cristo. É natural que a pessoa que possui a fé deseje, com respeito e tato, partilhá-la com aqueles que encontra no ambiente digital. Entretanto, se a nossa partilha do Evangelho é capaz de dar bons frutos, fá-lo em última análise pela força que a própria Palavra de Deus tem de tocar os corações, e não tanto por qualquer esforço nosso.

 

 

 

A confiança no poder da ação de Deus deve ser sempre superior a toda e qualquer segurança que possamos colocar na utilização dos recursos humanos. Mesmo no ambiente digital, onde é fácil que se ergam vozes de tons demasiado acesos e conflituosos e onde, por vezes, há o risco de que o sensacionalismo prevaleça, somos chamados a um cuidadoso discernimento. A propósito, recordemo-nos de que Elias reconheceu a voz de Deus não no vento impetuoso e forte, nem no tremor de terra ou no fogo, mas no «murmúrio de uma brisa suave» (1 Rs 19, 11-12). Devemos confiar no facto de que os anseios fundamentais que a pessoa humana tem de amar e ser amada, de encontrar um significado e verdade que o próprio Deus colocou no coração do ser humano, permanecem também nos homens e mulheres do nosso tempo abertos, sempre e em todo o caso, para aquilo que o Beato Cardeal Newman chamava a «luz gentil» da fé.

As redes sociais, para além de instrumento de evangelização, podem ser um fator de

  desenvolvimento humano. Por exemplo, em alguns contextos geográficos e culturais onde os cristãos se sentem isolados, as redes sociais podem reforçar o sentido da sua unidade efetiva com a comunidade universal dos fiéis. As redes facilitam a partilha dos recursos espirituais e litúrgicos, tornando as pessoas capazes de rezar com um revigorado sentido de proximidade àqueles que professam a sua fé. O envolvimento autêntico e interativo com as questões e as dúvidas daqueles que estão longe da fé, deve-nos fazer sentir a necessidade de alimentar, através da oração e da reflexão, a nossa fé na presença de Deus e também a nossa caridade operante: «Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine» (1 Cor 13, 1).

No ambiente digital, existem redes sociais que oferecem ao homem atual oportunidades de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Mas estas redes podem também abrir as portas a outras dimensões da fé. Na realidade, muitas pessoas estão a

 

 

 

descobrir – graças precisamente a um contacto inicial feito online – a importância do encontro direto, de experiências de comunidade ou mesmo de peregrinação, que são elementos sempre importantes no caminho da fé. Procurando tornar o Evangelho presente no ambiente digital, podemos convidar as pessoas a viverem encontros de oração ou celebrações litúrgicas em lugares concretos como igrejas ou capelas. Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a

   viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra.

Enquanto de coração vos abençoo a todos, peço ao Espírito de Deus que sempre vos acompanhe e ilumine para poderdes ser verdadeiramente arautos e testemunhas do Evangelho. «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15).

Vaticano, 24 de janeiro – Festa de São Francisco de Sales – do ano 2013.

BENEDICTUS XVI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aplicações Pastorais

Twitter

Foi notícia esta semana que a conta Twitter do Papa Francisco, @pontifex, atingiu seis milhões de seguidores, nas suas nove línguas, incluindo português. A conta em português, @pontifex_pt, conta com cerca de 290 mil seguidores, com 27 tweets.

 

O que é isso do Twitter?

Twitter é uma rede social e servidor para microblogging, que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 carateres, conhecidos como "tweets"). É um serviço que existe desde 2006, tendo sido criado por Jack Dorsey.

O ponto de partida para um novo tweete é o que está a acontecer? Isto é, é uma rede social que se interessa com o que está a acontecer no mundo, no teu país, na tua cidade, da tua paróquia, etc. É uma forma rápida e muito ágil de dar a conhecer as atividades que estamos a desenvolver na nossa paróquia.

 
Como utilizar esta ferramenta.

Primeiro criar uma conta; segundo Quem seguir? Procurar pessoas que

pelo seu perfil nos interessem; terceiro o uso das Hashtags. Uma Hashtag é simplesmente uma palavra-chave, escrita sem espaços e precedida por cardinal (#). As hashtags permitem que agrupemos  os conteúdos ou opiniões sobre diferentes temas. Cada usuário pode facilmente encontrar todos os tuites mais relevantes relacionados com o tema que quer.

A Hashtag que será usada a propósito da apresentação da Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações é #dmcs.

Para saber mais, ler o Twitter na pastoral.

 

Links

iPhone | iPad | Androide

 

Bento Oliveira @iMissio

http://www.imissio.net

 

 

Papa Francisco aos jornalistas

 

 

 

Ao longo dos últimos tempos, não tem cessado de crescer o papel dos mass media, a ponto de se tornarem indispensáveis para narrar ao mundo os acontecimentos da história contemporânea. Por isso, vos dirijo um agradecimento especial a todos pelo vosso qualificado serviço – trabalhastes… e muito! – nos dias passados, quando os olhos do mundo católico e não só se voltaram para a Cidade Eterna, nomeadamente para este território que tem como «centro de gravidade» o túmulo de São Pedro. Nestas semanas, tivestes ocasião de falar da Santa Sé, da Igreja, dos seus ritos e tradições, da sua fé e, de modo particular, do papel do Papa e do seu ministério.

Um agradecimento particularmente sentido dirijo a quantos souberam olhar e apresentar estes acontecimentos da história da Igreja, tendo em conta a perspetiva mais justa em que devem ser lidos: a perspetiva da fé. Quase sempre os acontecimentos da história reclamam uma leitura complexa, podendo eventualmente incluir também a dimensão da fé. Certamente os acontecimentos eclesiais não são mais complicados do que os da política ou da economia; mas possuem uma característica fundamental

 

 

 

 

 

própria: seguem uma lógica que não obedece primariamente a categorias por assim dizer mundanas e, por isso mesmo, não é fácil interpretá-los e comunicá-los a um público amplo e variado. (…) Podeis estar certos de que a Igreja, por sua vez, presta grande atenção ao vosso precioso trabalho; é que vós tendes a capacidade de identificar e exprimir as expectativas e as exigências do nosso tempo, de oferecer os elementos necessários para uma leitura da realidade.

O vosso trabalho requer estudo, uma sensibilidade própria

 

e experiência, como tantas outras profissões, mas implica um cuidado especial pela verdade, a bondade e a beleza; e isto torna-nos particularmente vizinhos, já que a Igreja existe para comunicar precisamente isto: a Verdade, a Bondade e a Beleza «em pessoa». Deveria resultar claramente que todos somos chamados, não a comunicar-nos a nós mesmos, mas esta tríade existencial formada pela verdade, a bondade e a beleza.

Papa Francisco

 

 

Notícias no fundo do bolso

 

Pedro Jerónimo

Observatório do Ciberjornalismo

 

Tablets ou smartphones são palavras que já deve ter ouvido. Por outras palavras, dispositivos móveis, isto é, pequenos “computadores” que podemos transportar facilmente. Vivemos numa era que já não é só da comunicação digital e das redes sociais online, mas da mobilidade. Quase tudo o que anteriormente se podia fazer num computador ligado à Internet, é agora possível graças estes “novos” meios: ler notícias, consultar email, tirar fotografias, filmar… e partilhar tudo isso no Facebook ou qualquer outra rede social.

Os media noticiosos, na qualidade de observadores privilegiados da sociedade, estão naturalmente atentos às transformações que nela ocorrem. O telemóvel, por exemplo, é talvez aquele que melhor as exemplifica: tem pelo menos um número associado, que é único e pessoal, anda sempre no bolso, portanto, para todo o lado, e por isso dilui-se facilmente entre as esferas pessoal e profissional. Por conseguinte, não é de estranhar que alguns estudos apontem os smartphones como o meio cada vez mais privilegiado para consultar notícias – os últimos relatórios “The State of News Media” (2012 e 2013), referentes ao contexto norte-americano, registam-no.

Em Portugal os media noticiosos estão em fase de transição, sendo que a quase totalidade daqueles que são considerados nacionais já dispõe de cibermeios adaptados aos dispositivos móveis. Paralelamente,

 

 

 

 

 

 

assiste-se a uma massificação dos aplicativos (apps) para este tipo de meios e que alguém já apelidou de fase de “appificação”. O mesmo acontece também ao nível da imprensa regional, que tem no “Açoriano Oriental” e no “Correio do Minho”, raros exemplos de quem já iniciou a transição.

Embora ainda se viva num período de novidade, o mesmo já não poderemos dizer do aproveitamento dos dispositivos móveis. O que temos assistido é a uma réplica daquilo que foram os primeiros anos do ciberjornalismo em Portugal, isto é, a mera transposição de conteúdos do papel para os cibermeios. Por outras palavras, o que encontramos actualmente nos dispositivos móveis não difere muito (ou mesmo nada) do que é publicado em papel – para uma leitura mais aprofundada, sugerimos o recente livro “Notícias em Mobilidade: Jornalismo na Era dos Dispositivos Móveis” (gratuito em www.livroslabcom.ubi.pt).

Por fim, uma última nota relacionada com o tema do 47.º Dia Mundial das

 

 

 

 

 

 

Comunicações Sociais. “Redes Sociais: Portais de Verdade e de Fé” toca num ponto pertinente, face ao frenesim informativo a que assistimos e que frequentemente leva a atropelos éticos, deontológicos e consequentemente à credibilidade dos media. A busca pela verdade é um bem precioso tanto para o jornalismo como para o cristianismo. E essa caminhada não se faz sem as vivências dos jornalistas e dos cristãos.

 

Nota: O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

 

 

O desafio da comunicação interpessoal
nas redes pessoais

 

Pedro Leal

Diretor-adjunto de informação da Rádio Renascença

 

 

 

Com a mensagem para o Dia Mundial das Comunicações, o agora Papa emérito coloca este instrumento de vivência social na sua dimensão correta: não equipara as redes sociais a um meio de comunicação, mas não deixa de sublinhar a importância decisiva que operam no novo espaço público. Bento XVI destaca o valor e a importância desta nova realidade de partilha, que proporciona uma nova dimensão relacional, quase que oposta ao dos media tradicionais.

Sem esta perceção, qualquer comunicação nas redes sociais falha o essencial: as redes proporcionam uma comunicação a dois, informal, diferente da comunicação da televisão, rádio e imprensa, que, apesar dos esforços, permanece unidirecional.

Esta característica das redes sociais é, ao mesmo tempo, um problema e uma vantagem no processo de comunicação e, no caso da Igreja, um desafio na forma de evangelização.

As redes sociais são, numa determinada dimensão, um pouco falsas e superficiais. Todos são amigos de todos, sem se conhecerem intimamente, e, às vezes, até pessoalmente. Ora, esta dimensão de falsidade não pode estar presente numa utilização das redes sociais por parte dos católicos. Como diz o Papa emérito,

 

 

 

 

“os contactos podem amadurecer em amizade, as conexões podem facilitar a comunhão”.

Neste tipo de comunicação, como em qualquer outro, a Igreja tem o dever e a obrigação da verdade, não só no conteúdo, mas também na forma. Assim, palavras como "comunhão" e "amizade", sublinha Bento XVI, estão muito distantes do simulacro de proximidade que as redes sociais por vezes proporcionam. Por isso, o desafio da Igreja é elevado: promover uma comunicação verdadeira, próxima, amiga, profunda e, ao mesmo tempo, alinhada com uma comunicação que é muito simples, informal e, característica decisiva, bidirecional.

Nesta lógica de comunicação, alerta Bento XVI, “somos chamados a um cuidadoso discernimento”, para, na mensagem, acrescentar mais à frente: “Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e nosso testemunho do evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital”. Dadas as características da comunicação que se manifesta nas redes sociais, o

 

esforço de verdade e de coerência é ainda mais exigente, pois reclama uma comunicação direta com o outro, logo, de grande exposição, exigindo uma formação sólida e um sincero amor pelo próximo. 

Por mais difícil que esta comunicação se revele, a presença da Igreja nas redes sociais surge como imperativa. A Igreja tem de estar onde estão as pessoas e, hoje, as pessoas estão em vários locais, desenvolvem vários círculos de proximidade e intimidade. Para cumprir a missão, a Igreja deve assumir esta exigente dimensão, estando presente de uma forma abrangente.

O grande desafio da presença da Igreja, dos católicos, nas redes sociais é comum ao desafio da presença no mundo, mas com um suplemento de exigência: deve ser verdadeira, informada, culta e de serviço. Só que as particularidades deste tipo de comunicação são ainda mais desafiantes, dado o grau de exposição e de proximidade com o outro, tal como refere Bento XVI: “Em última instância a pessoa comunica-se a si mesma”.
 

 

As redes sociais e a Evangelização

Padre Luís Figueiredo

Arquidiocese de Braga

 

A sociedade em rede torna-se possível graças ao desenvolvimento das tecnologias digitais, que tendem a permitir a conexão entre todas as pessoas. Basta, para isso, que se possua um dispositivo eletrónico com ligação à Internet. Esta realidade abrangente deu origem àquilo que podemos denominar por “cultura digital”, que surge das relações entre as pessoas, e destas com o meio ambiente e o mundo, mas mediada pelas tecnologias de comunicação digital. Esta recente possibilidade de comunicação deu origem a esta nova cultura, com tudo o que isso implica. E, aqui, o tempo e o espaço têm uma nova compreensão, derivada do facto de a sociedade em rede ser virtualmente desterritorializada. O espaço é condensado num só “aqui” e o tempo, por isso, anulado.

Este dado gera especificidades que importa considerar, a começar pelo conceito de virtual. O virtual — no pensamento de Pierre Lévy — não é uma oposição ao real, é uma dimensão muito importante da realidade, porque o virtual é aquilo que existe, não em ato, mas em potência. Opõe-se não ao real, mas sim ao atual, pois o virtual tende a atualizar-se. Por outro lado, há que considerar a distinção entre possível e virtual. O possível está todo constituído, só ainda não está realizado. E realiza-se sem que nada o mude ou afete, pelo que o possível é exatamente como o real, só lhe falta existência. Não há nenhum processo de criação, porque não há nenhuma inovação.

 

 

 

 

 

Já com o virtual não é assim, contrariamente ao possível, ao atualizar-se dá-se, de certa maneira, uma recriação que surge através de uma configuração dinâmica de forças e finalidades, no aqui e agora da atualização. A atualização cria algo de novo! De forma sintética, podemos afirmar que a utilização de redes sociais digitais no âmbito da evangelização postula que não se fique na virtualização, mas que cuide também a atualização, no aqui e agora de cada comunidade cristã.

Depois do que acima vimos, podemos afirmar que o recurso às redes sociais para difundir a Mensagem de Jesus Cristo tem de ser criteriosa. Não basta colocar na Internet informações, é preciso que a virtualização da nossa presença seja acompanhada de comunidades e de evangelizadores que auxiliem cada cibernauta a atualizar no seu aqui e agora a Mensagem, promovendo uma experiência de fé autêntica, que possa tornar viva a relação crente.

Esta interação entre o virtual e o atual deve ainda ter bem presente que a verdade que se anuncia

  não deduz a sua validade dos critérios de popularidade e da quantidade de atenção que se lhe dá, o fundamento é Outro. Por isso, deve comunicar-se a Mensagem cristã na sua integralidade e exigência, e não ceder à tentação de a mitigar, para a tornar supostamente mais atraente. Tanto mais que o Evangelho não é um mero bem de consumo superficial, antes exige uma resposta ponderada, que só no demorado silêncio pode ser conseguida.

Por fim, o grande desafio que se coloca à evangelização com o recurso às redes sociais é o mesmo que o Beato João Paulo II lançou e que Bento XVI recordou ao constituir o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização: «É urgente, sem dúvida, refazer em toda a parte o tecido cristão da sociedade humana. Mas, a condição é a de se refazer o tecido cristão das próprias comunidades eclesiais» (ChL 34). E é aqui que o desejo de comunicar e de estar conectado, muito próprio da cultura digital, pode ajudar as comunidades a reanimarem o seu sentido de pertença eclesial.

 

 

«Igreja Açores» nos media

O Conselho Presbiteral da Diocese de Angra assumiu a pastoral das comunicações como “estratégica” e decidiu “lançar o novo portal” e “implementar o semanário católico em suportes digital e papel”, desvinculando-se do extinto título “A União”.

O organismo representativo do clero pronunciou-se também acerca da necessidade de se “constituir um

 

Gabinete de Informação” para “promover, estimular e coordenar a comunicação da Diocese”.O Conselho Presbiteral da Diocese incumbiu o “Serviço Diocesano para as Comunicações Sociais da Igreja de promover a Pastoral da Comunicação” - do qual o Gabinete de Informação, o portal e o semanário são “mediações” - a implementar de acordo com um “planeamento” que o próprio

 

 

 

 

serviço irá definir.

O Gabinete de informação, “próximo do Bispo e próximo dos media”, tem por objetivo “promover, estimular e coordenar a comunicação da Diocese”. “O portal servirá como ferramenta multiplataformas que interliga de

forma interativa texto, vídeo, áudio e infografia, libertando conteúdos de informação, opinião e reportagem”, refere o documento enviado à Agência ECCLESIA.

“O semanário diocesano deve assumir-se como presença qualificada com capacidade de ser relevante, pela produção e distribuição de conteúdos, alargando a redação a todos os utilizadores através de fóruns,

 

sem nunca descurar a sua matriz social e profética”, refere o comunicado.

Sobre o nome deste semanário o

Conselho Presbiteral sugere que se consolide a marca “Igreja Açores” “desvinculada do extinto título ‘A União’”.

A Diocese de Angra decidiu encerrar no final de 2012 o jornal ‘A União’, por considerar que o diário não era sustentável.

Segundo anunciou o bispo local, a publicação, com 120 anos de atividade, restringia-se “praticamente” à Ilha Terceira e tinha “um passivo acumulado, que, com o tempo, se tornou insustentável”.

 

Diocese de Leiria-Fátima

A Diocese de Leiria-Fátima vai unir num só título os jornais "A Voz do Domingo" e "O Mensageiro", decisão com efeito no fim de maio e acompanhada por nova linha editorial e melhoria da presença na internet. "A informação escrita da Diocese passará a ser divulgada por meio de um só jornal, que congregará os esforços dos atuais", refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA, onde se lê que a decisão do bispo, D. António Marto, é "coincidente com a posição de diversos órgãos consultivos".

 

 

Igreja junto dos trabalhadores

 

 

A coordenadora nacional da Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC-MTC) considera que Portugal “está a morrer” por causa da “fiscalidade”. Em entrevista ao programa da Igreja Católica na RTP-2, transmitida na segunda-feira, Maria de Fátima Almeida criticou os “juros especulativos” da dívida soberana portuguesa e defendeu que as suas taxas devem baixar, depois da redução do risco de incumprimento dos pagamentos.

“A maior economia de um país é a que nasce nas comunidades. Quando ela é destruída, quem é que vai pagar a dívida?”, questionou a responsável, que salientou a diferença entre as falências de pequenas empresas e os “grandes lucros” que continuam a ser obtidos por bancos e grupos económicos.

Elisabete Silva, presidente da Juventude Operária Católica (JOC), refere por sua vez que o Governo tem de cumprir o “compromisso” estabelecido com os credores mas também com a “dignidade” da população. “Quer fazer-se crer que as medidas [de austeridade] são inevitáveis, mas não são”, afirmou a responsável, para quem a austeridade deve traduzir-se mais num estilo de vida marcado pela “sobriedade” e “solidariedade” do que no aumento dos impostos.

Fátima Almeida realçou que a “desvalorização” da ocupação profissional está na origem das “elevadas

 

 

 

 

 

taxas de desemprego”: “O trabalho deixou de ser o principal pilar de financiamento das famílias e é visto apenas como mais um lucro na sociedade”.

A responsável quer que o “trabalho digno e justamente remunerado” esteja no centro da agenda política e defende a procura de soluções para que todas as pessoas tenham emprego, mesmo que seja necessário estabelecer “horários mais pequenos”.

“Temos de encontrar mecanismos

  de repartição, inclusivamente do próprio trabalho”, reforçou Elisabete Silva, que pretende corrigir o desequilíbrio existente entre as pessoas desempregadas e os profissionais que acumulam empregos e excedem as horas de serviço.

O apelo ao “empreendedorismo” é “bom” mas “não é a única solução” porque nem todas as pessoas têm essa aptidão, assinala a presidente da JOC, organismo envolvido em ações de educação financeira.

 

 

Francisco deixa mensagem
em defesa do Trabalho

 

 

O Papa Francisco assinalou no Vaticano a celebração do 1.º de Maio, alertando para o “trabalho escravo” no mundo e pedindo um novo “impulso” dos responsáveis políticos para a criação de emprego. “Uma situação particular de trabalho que me preocupa (...) é aquilo que poderíamos definir como ‘trabalho escravo’, o trabalho que escraviza”, disse o Papa na audiência pública semanal, que esta quarta-feira coincidiu com o dia em que a Igreja evoca os trabalhadores sob a intercessão de São José, operário.

Segundo Francisco, há muitas pessoas “em todo o mundo” que são vítimas deste tipo de “escravidão”, na qual “é a pessoa que serve o trabalho” e não o contrário. “Deve ser o trabalho a oferecer o trabalho a oferecer um serviço às pessoas para que tenham dignidade”, defendeu, numa passagem sublinhada pelos presentes com uma salva de palmas.

O Papa pediu aos cristãos e a todos os “homens e mulheres de boa vontade” que sejam determinados na luta “contra o tráfico de pessoas, no seio da qual figura o ‘trabalho escravo’”.

A catequese semanal aludiu também às dificuldades que se vivem no mundo do trabalho e nas empresas, particularmente no caso dos jovens desempregados, com críticas a “uma conceção economicista da sociedade, que procura o lucro egoísta, fora dos parâmetros da justiça social”.

cardeal Micara, vigário de Roma, uma carta a exortar os fiéis da «cidade eterna» a rezarem o terço e aponta

 

 

 

 

 

“Desejo dirigir a todos um convite à solidariedade e aos responsáveis da coisa pública um encorajamento a fazer todos os esforços possíveis para dar um novo impulso à criação de emprego: isso significa preocupar-se com a dignidade da pessoa, mas sobretudo não perder a esperança”, declarou.

“O trabalho é um elemento fundamental para a dignidade de uma pessoa”, disse Francisco.

O atual Papa pediu aos jovens presentes na Praça de São Pedro,

 

entre dezenas de milhares de pessoas, que se comprometam no seu “dever quotidiano, no estudo, no trabalho, nas relações de amizade, na ajuda aos outros”.

Francisco recordou ainda que o mês de maio é particularmente dedicado na Igreja Católica à Virgem Maria e destacou a “importância e a beleza da oração do santo rosário”. “A oração feita em conjunto é um momento precioso para tornar ainda mais firme a vida familiar, a amizade”, realçou.

 

 

Bento XVI de regresso ao Vaticano

O Papa emérito Bento XVI regressou hoje ao Vaticano após uma ausência de dois meses para residir no edifício que acolhia um mosteiro de clausura, onde foi recebido pelo seu sucessor, Francisco.

“(Bento XVI) está agora feliz por regressar ao Vaticano, num lugar em que pretende dedicar-se, como ele próprio anunciou no último dia 11 de fevereiro, ao serviço da Igreja, acima de tudo com a oração”, revela um comunicado da sala de imprensa da Santa Sé.

O Papa alemão viajou em helicóptero desde o palácio apostólico de Castel Gandolfo, arredores de Roma, para o antigo mosteiro ‘Mater Ecclesiae’, depois de ter deixado o Vaticano a 28 de fevereiro, dia em que deu por encerrado o seu pontificado, após ter renunciado ao mesmo.

A chegada ao heliporto do Vaticano, às 16h50 locais (menos uma em Lisboa) foi acompanhada por uma delegação de cardeais e

 

 

 

 

 

bispos, presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, D. Angelo Sodano, com a presença do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone.

A Santa Sé adianta que o Papa Francisco deu aos boas-vindas ao seu predecessor "com grande e fraterna cordialidade", num momento que não teve transmissão televisiva por parte do Vaticano.

"Juntos, entraram na capela do mosteiro para um breve momento de oração", refere o comunicado.

 

 

 

Portugal distinguiu
chefe de protocolo do Vaticano

O presidente da República Portuguesa condecorou esta segunda-feira o chefe de protocolo da Secretaria de Estado do Vaticano, monsenhor José Avelino Bettencourt, com a comenda da Ordem Militar de Cristo.

No discurso de homenagem, Aníbal Cavaco Silva referiu que numa “Santa Sé milenar", o cargo desempenhado pelo sacerdote luso-canadiano assume uma grande responsabilidade” visto que o protocolo “é um instrumento da maior importância na política externa e na diplomacia” e “dá solenidade aos diferentes atos”

O condecorado, monsenhor José Avelino Bettencourt, sublinhou que ficou “sensibilizado” e “honrado” com a decisão de lhe conferirem o grau de comendador da Ordem Militar de Cristo. Este responsável realçou que a comenda que lhe foi conferida exprime “a alma da nação portuguesa”.

O sacerdote foi nomeado por Bento XVI como novo chefe

 

 

de protocolo da Secretaria de Estado do Vaticano, cargo ligado às relações com o corpo diplomático, em novembro de 2012.

O diplomata de carreira da Santa Sé, com o título de conselheiro de Nunciatura (equivalente a conselheiro de Embaixada), é natural dos Açores, tendo acompanhado a sua família que emigrou para o Canadá, onde foi ordenado padre em 1993, fazendo parte do presbitério de Ottawa.

Depois de ter trabalhado na representação diplomática da Santa Sé na República Democrática do Congo, monsenhor José Bettencourt passou à secção para as relações com os Estados, do Vaticano.

 

 

INDIELISBOA e o prémio Árvore da Vida

Mais uma edição do Indielisboa cumprida, a décima e motivo de particular celebração, são já quatro as que contam com o Prémio Árvore da Vida no seu palmarés. Simbolo de uma vontade claramente expressa de estreitamento das relações entre a Igreja e o Cinema, através da Comissão Episcopal dos Bens Culturais e Comunicações Sociais, o prémio veio, pela primeira vez em 2010, reforçar, ainda mais, os laços mantidos durante décadas por entidades como a Cinedoc (Centro de Documentação Cinematográfica e Audiovisual) e a SIGNIS (Organização Católica Mundial para a Comunicação), concretizando a partir de então uma confiança e um incentivo muito específicos no/ao cinema português.

Depois de premiados ‘Pelas Sombras’ de Catarina Mourão (2010), ‘La Ilusión te Queda’ de Márcio Laranjeira e Francisco Lezama (2011), ‘Luz da Manhã’ de Cláudia Varejão (2012) e destacados com menções honrosas as curtas metragens

 

‘Nenhum Nome’ de Gonçalo Waddington (2010), ‘Os Milionários’ de Mário Gajo de Carvalho (2011) e ‘Mupepi Munatim’ de Pedro Peralta (2012), foi nesta recém-terminada edição deliberada a atribuição do Prémio Árvore da Vida a ‘Lacrau’ de João Vladimiro e uma menção honrosa a ‘Rhoma Acans’ de Leonor Teles.

Dois filmes distintos em género, estilo, narrativa e duração, ‘Lacrau’ é uma longa metragem que num estilo poético e contemplativo nos convida, pelo prisma de um jovem realizador, a uma profunda reflexão sobre uma existência rural para fora da qual as últimas décadas nos empurraram. Aqui se anuncia como desejo de busca, reencontro, combinando nostalgia, busca identitária, peregrinação interior e notável frescura. Um caminho de escuta do silêncio e de íntima relação com a natureza, as esparsas gentes e os animais, os elementos terra, ar, fogo e água, em que o indizível se desvela em sequências que são genuína oração.

 

 

 

 

Se dúvidas houvesse sobre a essência espiritual de ‘Lacrau’, um dos principais fundamentos da escolha do júri, e a importância que João Vladimiro lhe atribui, teriam sido dissipadas pelas palavras de agradecimento do realizador ao receber o Prémio Árvore da Vida – “Estamos muito preocupados com o dinheiro em geral, e ‘espiritual’ é uma palavra interessante. Gosto”.

Já ‘Rhoma Acans’, uma curta metragem realizada pela ainda mais jovem Leonor Teles, percorre um outro caminho de busca e reencontro identitário: prestando tributo às mulheres e homens da sua família de origem cigana capazes de recusar o

cumprimento de regras/dogmas étnicos quando estes impedissem a liberdade de escolha própria no amor, sem no entanto recusar ou romper as suas raízes.

O vigor, a amplitude e a profundidade revelada pelo cinema português, particularmente na geração mais nova e tão evidentemente revelados em mais uma edição do Indielisboa, são claríssimos sinais da qualidade e

 

 

vitalidade dos nossos criadores. Numa época em que enfrentam o desafio da fragilidade dos incentivos do estado, sem os quais grandes produções se tornam praticamente impossíveis, o seu ímpeto, génio, coragem e criatividade leva-os a procurar novos caminhos e formatos, porventura menos megalómanos e mais próximos de uma sustentabilidade cinematográfica que a todos nos aproxima: criadores e público.

Merecem os criadores portugueses a nossa atenção e incentivo e merecemos nós, como público exigente que somos, o espanto que, para lá das grandes salas, dos grandes meios de produção e dos grandes investidores, o cinema nacional nos pode provocar.

A presença da Igreja no Indielisboa é uma realidade, e uma amizade, com quatro anos de existência. É já tempo de anunciar, ampliar e agilizar a presença de bom cinema português dentro da Igreja.

Margarida Ataíde

 

 

Fátima Missionária online

 

 

 

 

 

 

 

www.fatimamissionaria.pt/

 

Ao nos aproximarmos do dia mundial das Comunicações Sociais, que este ano se celebra a 12 de maio, continuamos a apresentar projetos cristãos que utilizam a internet para se afirmarem no panorama nacional, nas mais diversas áreas. Depois de na semana passada termos sugerido a net radio católica, esta semana, como proposta, apresentamos uma revista!

A “Fátima Missionária”, que tem como mote “outra visão do mundo”, é a nossa sugestão de visita virtual e encontra-se disponível no endereço www.fatimamissionaria.pt.

Na página principal dispomos de um manancial de conteúdos que logo à partida nos permitem perceber que este é um sítio bastante rico, com bastantes informações e atualizações constantes. Somente a título de exemplo na página principal, encontramos os habituais destaques, as últimas atualizações, as notícias mais lidas e/ou mais comentadas, os próximos acontecimentos, entre outros conteúdos bastante interessantes.

Como as notícias e os artigos jornalísticos são o principal conteúdo que está presente em todo este portal, esse tipo de informação está acessível no menu principal através das opções “Mundo”, “Portugal”, “Fátima” e “Justiça e paz”.

 

 

 

 

Para aceder aos editoriais, artigos de opinião e dossiers temáticos, basta clicar em “dossier e opinião”. No item “a missão conta” podemos ler todas as notícias referentes à missão. Em “acontecer” pode ainda ficar mais informado sobre próximos acontecimentos que vão ocorrer brevemente.

A componente litúrgica também não foi esquecida neste espaço virtual, dispondo, para isso, de uma área inteiramente dedicada à liturgia dominical com reflexões ricas e profundas, bastando aceder ao item “Domingo a Domingo”.

Como não poderia deixar de ser, os conteúdos multimédia teriam de estar presentes neste extraordinário portal. Assim, temos ao nosso dispor um

 

arquivo fotográfico e um acervo de vídeos. Estranhamente para alguns e mostrando algum arrojo para outros, mas com uma visão estratégica inovadora, temos ao nosso dispor todas as edições passadas desta publicação missionária num formato bastante inovador e interativo, na opção “revista impressa”.

Aqui fica a nossa sugestão para que visitem e adicionem este endereço aos favoritos, pois irão encontrar um espaço dinâmico e de fácil acesso, obtendo uma vasta gama de conteúdos informativos e formativos, todos eles relacionados com a temática missionária.

 

Fernando Cassola Marques

 

 

Só o amor nos salvará

 

 

Este volume reúne alguns dos textos mais importantes do Papa Francisco enquanto Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires.

São homilias, mensagens, cartas que o Papa Francisco nos deixa depois de 14 anos à frente dos desígnios espirituais de Buenos Aires e abordam temas diversos que vão desde a vocação, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, passando pela importância da formação académica e, como não podia deixar de ser, o serviço aos mais pobres.

 

Edição: 2013-04

Páginas: 145

Editora: Lucerna

ISBN: 9789898516527

 

 

 

Rezem por mim

‘Rezem por Mim – Citações do Papa Francisco’, agora publicado pela ASA, revela-nos o essencial do pensamento deste Papa extraordinário.

De temas tão polémicos como a eutanásia, o aborto ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo a conceitos fundamentais do Cristianismo como o amor, a família, a dignidade e a fé, este é um livro obrigatório para todos – religiosos ou não – os que desejam conhecer o homem que está a revolucionar a Igreja e a renovar a fé e a esperança um pouco por todo o mundo. O livro inclui, ainda, várias passagens de outros livros da autoria do Papa Francisco que por estes dias estão a chegar às livrarias portuguesas.

‘Rezem por mim’ é um trabalho organizado por Julie Schwietert Collazo, editora, investigadora e tradutora espanhola, e por Lisa Rogak, escritora norte-americana, autora de mais de 40 livros, na sua maioria biografias e outras obras de não-ficção.

 

 

 

 

 

 

A devoção ao Rosário do Papa que convocou o II Concílio do Vaticano

 

Nos quatro anos e meio do seu pontificado, o Papa que convocou o II Concílio do Vaticano, João XXIII, publicou sobre a devoção do Rosário uma encíclica, quatro cartas apostólicas e duas séries de reflexões para a meditação dos mistérios do Rosário.

Sendo o mês de maio denominado o mês de Maria, a ECCLESIA recorda esta devoção especial de João XXIII e também uma nota de D. João Pereira Venâncio, bispo de Leiria (1958-1972) que anunciou aos seus diocesanos que, por concessão da Santa Sé, Nossa Senhora de Fátima tinha sido constituída padroeira principal da diocese.

Na encíclica «Grata Recordatio», 26 de setembro de 1959, João XXIII define o Rosário como “um excelente momento de oração meditada, composta à maneira de coroa mística, na qual se entrelaçam, com a consideração dos mais profundos mistérios da nossa fé, as orações do Pai-Nosso, da Ave-Maria e do Glória ao Pai Nosso, apresentando à mente, como em outros tantos quadros, o drama da Encarnação e da Redenção de Nosso Senhor”.

O Papa que iniciou o II Concílio do Vaticano (1962-65) começa por recordar as cartas encíclicas – onze ao todo – que o seu predecessor Leão XIII dirigiu ao mundo durante o mês de outubro. No ano seguinte, pela mesma altura (26 de setembro de 1960), dirigiu ao

cardeal Micara, vigário de Roma, uma carta a exortar os fiéis da «cidade eterna» a rezarem

 

 

 

 

o terço e aponta como intenções especiais mais uma vez a paz no mundo, na altura muito ameaçada, e a preparação do concílio ecuménico.

Com data de 25 de abril de 1963 e ao aproximar-se mais um mês de maio, João XXIII endereça ao mesmo cardeal uma carta a convidar os fiéis de Roma e de todo o mundo a rezar a Nossa Senhora pelo concílio.

Nesse mesmo ano, a 26 de abril, o prelado de Leiria anuncia aos cristãos daquela diocese que Nossa Senhora de Fátima foi constituída padroeira principal daquele território eclesial. “É justo que vos torne comparticipantes das minhas alegrias como o sois das preocupações e trabalhos, que nunca faltam”, escreveu D. João Pereira Venâncio (Cf. Boletim de Informação Pastoral, nº 24-25, junho, julho, agosto de 1963, pág. 57).

“Rendamos o preito da nossa gratidão ao Vigário de Cristo, o Papa, tão profundamente mariano, João XXIII, que atendeu os nossos rogos. E é-me grato envolver neste preito de sentido reconhecimento o filho ilustre dos Missionários do Coração de Maria, o eminentíssimo cardeal Arcádio Larraona, prefeito da

 

 

Sagrada Congregação dos Ritos, providencial instrumento de Deus na concessão desta graça”, lê-se na carta.

A peregrinação internacional aniversária de maio de 1963 foi presidida pelo cardeal Larraona. Nessa ocasião, o bispo de Leiria-Fátima, D. João Pereira Venâncio, prestou-lhe “particular homenagem”.

Depois do documento (Breve Apostólico «Miris Modis») que coloca Nossa Senhora de Fátima como padroeira principal da diocese, D. João Pereira Venâncio pede aos diocesanos para se prepararem para “esta data histórica” com “uma missão religiosa em todas as suas freguesias”.
 

 

maio 2013

* Braga - Santuário de São Bento da Porta Aberta - Peregrinação promovida pelo  Círculo “Shahbaz Bhatti” para rezar pelos cristãos perseguidos.
* Beja - Grândola (igreja matriz) - Concerto de Marc Mauillon que estreia peças inéditas de Guillaume de Machaut integrado na 9.ª edição do Festival «Terras Sem Sombra»

* Torres Vedras - Convento do Varatojo - Lançamento do livro «A Medição do Tempo em Torres Vedras».
* Vaticano - Basílica de Santa Maria Maior - O Papa Francisco preside à recitação do rosário.
 

 

* Lamego - Resende (Seminário menor) - Encontro nacional dos antigos alunos dos seminários de Lamego.
* Leiria - Sé - Bênção dos finalistas para os estudantes do ESTG e a ESSlei.

* Porto - Igreja de Santo Ildefonso e Associação Católica do Porto - Comemoração do centenário do jornal «A Ordem» com a presença de D. Manuel Clemente e conferência sobre «Igreja e Comunicação, ontem e hoje: exigências, dificuldades e desafios» pelo padre José Maria Pacheco Gonçalves.
* Lisboa - Paróquia de Santa Maria de Belém (Mosteiro dos Jerónimos) (Salão paroquial) - Sessão do ciclo de cinema «Até onde a fé pode levar?» com a exibição do filme «Encontrarás dragões» (“There be dragons”).
* Lisboa - UCP (Sala de Exposições) - Sessão sobre ««Imprensa católica em Portugal nos séculos XIX e XX» integrado no Seminário de História Religiosa Contemporânea e promovido pelo Centro de Estudos de História Religiosa

 

 

 

 

* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - «Fátima Jovem» promovido pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil.  (04 e 05)
* Funchal - Campanha de recolha de alimentos promovida pela Cáritas do Funchal.  (04 e 05)

 

Dia 05

* Lisboa - Nazaré -  Procissão do dia do homem do mar.
* Vaticano - Praça de São Pedro - Celebração presidida pelo Papa Francisco integrada na jornadas das confrarias e piedade popular
* Lisboa - Martim Moniz (Largo da Senhora da Saúde) - Encontro «O Kerigma, a boa notícia nas praças» integrado no Ano da Fé.
* Lisboa - Escola Superior de Enfermagem de São Vicente de Paulo - Encontro sobre «Carisma e práticas de caridade» orientado pelo padre Abílio Pina Ribeiro e promovido pelo Secretariado Regional de Lisboa da CIRP.

 

Dia 06

* Lisboa - Círculo de Espiritualidade e Cultura (CEC) - Conferência sobre «A Procriação: questões morais e jurídicas» por Aurora Madaleno.

 

México - Sessão do «Átrio dos Gentios» com o tema “Laicidade e transcendência” promovido pelo Conselho Pontifício da Cultura. (06 a 09)

 

Dia 07

* Porto - Centro de Cultura Católica - Conferência «Santa Hildegarda de Bingen» por Alexandre Freire Duarte.

 

Dia 08

* Lisboa - Auditório do Fórum Picoas - Sessão de apresentação do Dia Mundial das Comunicações Sociais
* Lisboa - UCP - Conferência «A renovação da vida religiosa (Decreto Perfectae Caritatis)» por Manuel Barbosa. 
* Lisboa - Instituto de Ciências Sociais - Sessão sobre «Imprensa regional católica, Igreja e sociedade» por Alexandre Manuel e integrado no Seminário «Relações Igreja-Estado».  
* Leiria - Museu da Imagem em Movimento - Encerramento (início a 03 de abril) do curso livre sobre «Monges e camponeses. A vida num mosteiro cisterciense» por Rui Rasquilho e António Maduro

 

 

ANO C – 6º Domingo do Tempo Pascal

 

 

 

 

 

 

Na mensagem cristã, o essencial é Cristo
 

Nesta altura em que andamos a celebrar os 50 anos do Concílio Vaticano II, sabe bem acolher a Palavra de Deus na primeira leitura deste sexto domingo do tempo pascal. O ambiente é do primeiro concílio da Igreja, em Jerusalém, com a presença de Pedro e Paulo.

O texto dos Atos dos Apóstolos apresenta-nos a Igreja de Jesus a confrontar-se com os desafios dos novos tempos. A questão de então – cumprir ou não os ritos da Lei de Moisés – é uma questão ultrapassada, que hoje não preocupa nenhum cristão. Mas o episódio desta assembleia conciliar, animada pelo Espírito, que vai discutir o que é essencial na proposta cristã, que deve ser incluído no núcleo fundamental da fé cristã e da pregação, e o que é acessório, que pode ser dispensado, vale, sobretudo, pelo seu valor exemplar.

Faz-nos pensar, por exemplo, em rituais ultrapassados, em práticas de piedade vazias e estéreis, em fórmulas obsoletas, que hoje já não exprimem o essencial da proposta cristã.

Faz-nos pensar na imposição de esquemas culturais, sobretudo ocidentais, que muitas vezes não têm nada a ver com a forma de expressão de certas culturas. O essencial do cristianismo não pode ser vivido sem ser concretizado em formas determinadas e humanas, condicionadas e finitas. Mas o essencial deve ser preservado e o acessório deve ser constantemente atualizado.

Seria bom verificarmos quais são os ritos e as práticas decididamente obsoletos, que nos impedem hoje

 

 

de redescobrir e propor o núcleo central da mensagem cristã. Podemos estar a impedir, como outrora, o nascimento de Cristo para o mundo, mantendo-nos presos a esquemas e modos de pensar e de viver que têm pouco a ver com a realidade do mundo que nos rodeia.

É necessário ter presente que o essencial é Cristo e a sua proposta de salvação. Essa é que é a proposta sempre nova que temos para apresentar ao mundo. O resto são questões cuja importância não nos deve distrair do essencial.

Devemos também ter consciência da presença do Espírito na caminhada da

 

Igreja de Jesus. Para isso, é preciso escutar o Espírito, estar atento às suas interpelações, saber ler as suas indicações nos sinais dos tempos e nas questões que o mundo nos apresenta.

É preciso aprender com a forma como os Apóstolos responderam aos desafios dos tempos: com audácia, com imaginação, com liberdade, com desprendimento e, acima de tudo, com a escuta do Espírito. É assim que a Igreja de Jesus deve enfrentar hoje os desafios do mundo. Sempre na escuta da Palavra e no acolhimento do amor de Deus, como nos diz o Evangelho de hoje.

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa da igreja de Nossa Senhora-a-Branca, Braga

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, dia 05 - Dia da mãe: a experiência da maternidade em diferentes contextos pessoais e laborais 

 

RTP2, 18h00

Segunda-feira, dia 06 - Entrevista. Bento Oliveira e o padre José Paulo Machado analisam o tema da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Terça-feira, dia 07 - Informação e rubrica sobre o Concílio Vaticano II com José Eduardo Borges de Pinho;

Quarta-feira, dia 08 - Informação e rubrica sobre Doutrina Social da Igreja, com Alfredo Bruto da Costa;
Quinta-feira, dia 09 - Preparar uma peregrinação a Fátima. Rubrica "O Passado do Presente", com D. Manuel Clemente
Sexta-feira, dia 10 - Apresentação da liturgia dominical pela irmã Luísa Almendra e cónego António Rego.
 

Antena 1

Domingo, dia 5, 06h00 - No dia da mãe a Ecclesia mostra-lhe quatro testemunhos de mães que aliam o trabalho e a vida familiar.

 

Segunda a sexta-feira, dias 6 a 10 - Testemunhos de quem peregrina a Fátima. 

 

     

 

 

     

 

Decorrem por estes dias as festas do “Santo Cristo”, na Ilha de S. Miguel. Muitas imagens e reportagens se fazem, em cada ano, das tradições e devoções que os açorianos demonstram para com a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Mas para se perceber o alcance da religiosidade popular em torno desta festa, é preciso vivê-la em Ponta Delgada.

 

Jovens de todo o país vão a Fátima em peregrinação nacional. O Fátima Jovem, um encontro com história na Igreja Católica em Portugal, está marcado para os dias 4 e 5 de maio e promete ser um oportuno “ensaio geral” para a participação de Portugal na JMJ do Rio de Janeiro, em julho próximo.

 

Na quarta-feira, 8 de maio, é um dos dias principais para o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais: a apresentação do Dia Mundial das Comunicações Sociais aos media. Uma oportunidade para criar proximidade com muitas pessoas que, ao longo do ano, se relacionam sobretudo de forma virtual.

 

O Dia Mundial das Comunicações Sociais assinala-se no domingo seguinte, 12 de maio. O Papa propõe que se estudem e utilizem as redes sociais para a “verdade e a fé”. Em Portugal, este é o dia em que os cristãos podem ajudar os meios de comunicação social da Igreja Católica, os de âmbito nacional e diocesano: as ofertas das comunidades cristãs têm, neste domingo, esse objetivo.

 

 

 

 

 

Irão: Exemplo de coragem das comunidades cristãs

O desafio das igrejas clandestinas

O regime é controlado com mão de ferro pelos líderes islâmicos e o país tornou-se num dos locais mais perigosos no mundo para os cristãos. No entanto, as notícias que nos chegam de lá falam-nos de uma fé que cresce, de comunidades que resistem. E que são, por isso, exemplo para todos nós.

 

O Irão é hoje um dos países onde os cristãos têm mais dificuldade em afirmar a sua fé, representando apenas pouco mais de 1% de toda a população.
Desde 1979, com a queda da dinastia Pahlezi, que o Irão se tornou numa república islâmica, dominada pelos líderes religiosos xiitas que controlam todo o poder. Em resultado disso, as minorias religiosas são discriminadas e é possível falar-se em cidadãos de segunda. No Irão vive-se um verdadeiro sufoco. A evangelização está altamente comprometida e todos os que se convertem ao Cristianismo

 

são tratados pelo regime como se pertencessem a uma comunidade religiosa não reconhecida. Assumir a fé cristã traz dissabores e discriminações generalizadas no mundo laboral e até ao nível jurídico. Nos últimos dias, a agência cristã Mohabit divulgou a notícia de que o Governo iraniano está a lançar uma nova ofensiva sobre aquilo que o regime chama

 

 

 

de “igrejas domésticas”. Trata-se de uma linguagem própria para referir os pequenos grupos de cristãos, recém-convertidos, que são obrigados a reunir-se em encontros clandestinos, pois os locais de culto estão sob vigilância permanente.

 

Igrejas domésticas

O chamado Cristianismo “selvagem”, como as autoridades classificam a prática religiosa por todos os que não

 

estão “catalogados” pelo regime é, a cada dia que passa, um sinal evidente da vitalidade da fé cristã no Irão. A Fundação AIS apoia esta Igreja escondida, que não desiste apesar das amarras, das perseguições e das ameaças. Os cristãos iranianos são hoje um exemplo para o mundo. As autoridades perseguem-nos, intimidam-nos, mas eles resistem ao medo. Desde 2010, mais de 250 cristãos foram presos arbitrariamente. No entanto, mesmo clandestinamente, continuam a encontrar-se, a frequentar aulas de catequese, a rezar em conjunto, a distribuir literatura religiosa. Eles atrevem-se. Não têm medo. E a nós só pedem orações. Nada mais.

 

Saiba mais em

www.fundacao-ais.pt

 

 

Intenção

Sociedade e justiça

 

 

 

 

 

 

 

Para que aqueles que administram a justiça atuem sempre com integridade e reta consciência. [Intenção Geral do Santo Padre para o mês de maio]
 

 

A recente evolução das sociedades ocidentais no sentido de renunciarem a qualquer fundamento exterior a elas é um retrocesso, também no âmbito da justiça. Em sociedades assim, os direitos humanos fundamentais podem ser relativizados em função de maiorias conjunturais ou de grupos de pressão e torna-se impossível afirmar quaisquer valores como definitivos. Ou seja, renunciar a um fundamento exterior à sociedade conduzirá à dissolução da mesma sociedade, à sua tribalização ou à sua transformação noutro tipo de sociedade.

Num contexto cultural como aquele que se antevê – e, em alguns casos, já se vive –, será inevitável a judicialização da vida quotidiana, com o recurso ao sistema judicial para calar ou penalizar vozes discordantes – se em França já é possível deter e multar um cidadão, em pleno centro de Paris, por usar uma camisola com a imagem estilizada de uma família normal (pai, mãe e filhos), com o argumento de se tratar de uma manifestação de “homofobia”, torna-se mais fácil entender de que modo o sistema judicial pode vir a ser usado para perseguir qualquer forma de dissensão face ao pensamento culturalmente dominante.

 

 

 

 

 

 

 

Percebe-se, deste modo, como é importante uma opinião pública informada e formada, capaz de não se deixar enredar pela propaganda das ideologias dominantes. Mas ainda mais importante é, como lembra o Santo Padre na Intenção deste mês, a integridade e reta consciência dos

 

intervenientes na administração da justiça, sem as quais não é possível que o sistema judicial sirva verdadeiramente os cidadãos e contribua para a edificação de sociedades mais humanizadas.

 

Elias Couto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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