04 - Editorial:

     Paulo Rocha

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Opinião

     D. Manuel Linda

22 - Opinião

     Miguel Oliveira Panão

24 - Semana de..

     Luis Filipe Santos

    13 de outubro em Fátima


   

 

50 - Estante

52 - Multimédia

54 - App Pastoral

56 - Concílio Vaticano II

58- Agenda

60 - Por estes dias

62 - Programação Religiosa

63  - Minuto Positivo

64 - Liturgia

66 - Jubileu da Misericórdia

68 - DNPJ

70 - Fundação AIS

72 - LusoFonias

Foto da capa: DR

Foto da contracapa:  DR

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
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Opinião

 

 

 

Abraço entre Portugal e a Santa Sé

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Em defesa dos refugiados

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Fátima encerrou 99.º aniversário das aparições

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D. Manuel Linda  | Miguel Oliveira Panão | Paulo Rocha |Henrique Matos

Manuel Barbosa | Paulo Aido

Tony Neves | DNPJ

 

Do primeiro ano ao primeiro século

  Paulo Rocha  
  Agência ECCLESIA   

 
 

 

 

Os dias seguintes à última das Aparições na Cova da Iria, em outubro de 1917, geraram expectativa, curiosidade, ansiedade, mobilização popular. O decurso do tempo e dos acontecimentos no primeiro ano após a revelação de uma Mensagem, em Fátima, foram, no entanto, insuficientes para prever as transformações sociais que iriam provocar, ao longo de um século.

O contexto de um republicanismo hostil à religião a partir de 1910, a saída para a Flandres de muitos portugueses para as fileiras da I Guerra Mundial e o ambiente rural da Cova da Iria não indicariam a possibilidade de um “evento” de matriz espiritual se notabilizar na segunda década do século XX nas encostas da Serra de d’Aire. Nestas como em quaisquer outras encostas do Portugal frágil desses tempos, onde o elemento religioso adquiria contornos populares escondidos, mas profundos e genuínos. Mas foi a partir destas periferias que Fátima se afirmou, se ergueu e se validou no miolo de um catolicismo em recomposição e na alternância de protagonistas da sociedade de então.

 

 

 

A prudência no reconhecimento das Aparições de Fátima por parte da Igreja Católica, nomeadamente pela Diocese de Leiria, restaurada em 1918, não impediu a mobilização popular em torno das revelações do céu aos três pastorinhos. Referências de Deus que foram procuradas por milhares de pessoas após as primeiras aparições da “Senhora vestida de branco”, nomeadamente aquando da promessa de “um sinal”, no dia 13 de outubro de 1917.

A pobreza do cenário rural, a condição infantil dos recetores da Mensagem e a surpresa do “fenómeno” divino fizeram com que o sinal maior do que ocorrera 

 

e ainda não se alcançara fosse a certeza de se tratar de um sinal de Deus. O que bastou para motivar o peregrinar constante à Cova da Iria, para ativar a renovação de experiências crentes e para reconfigurar o catolicismo em Portugal. Tudo em torno das Aparições de Fátima. No primeiro ano da sua história como no primeiro século. E nos que aí vêm…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

«Às vezes o analógico e o digital chocam…»

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- «António Guterres reforçou a marca do militante social. E o seu programa agora põe a tónica no humanismo, no respeito e na salvaguarda dos direitos humanos e da dignidade» (Guilherme d´Oliveira Martins; In «Jornal de Letras», 12 de outubro 2016).

 

- «Numa Europa onde sempre existiu uma falta de unidade, com a Europa do Norte a desvalorizar a Europa do Sul, o sonho de uma União Europeia a uma só voz, está longe de se concretizar, agravada com as diferentes posições acerca da defesa das fronteiras e do acolhimento a milhares de refugiados» (Editorial; In «A Defesa», 12 de outubro 2016).

 

- «A chegada de um novo líder às Nações Unidas pronto a confrontar Estados-membros poderosos logo desde o primeiro dia pode adicionar um impulso importante à campanha em prol das reformas» (Anna Neistat; In: «Público», 13 de outubro 2016)

 

- «António Guterres tornou-se assim mais que um líder universal, um paladino das mais nobres atitudes de humanismo e de profundo sentido cristão» (Manuel Correia Fernandes; In «Voz Portucalense», 12 de outubro 2016).

 

Marcelo Rebelo de Sousa condecorou secretário de Estado do Vaticano

 

O presidente da República Portuguesa recebeu esta quarta-feira no Palácio de Belém o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que condecorou com a grã-cruz da Ordem de Cristo. Marcelo Rebelo de Sousa e o cardeal italiano tiveram um encontro privado de aproximadamente 20 minutos, após o qual teve lugar a cerimónia de imposição das insígnias, durante a qual o chefe de Estado começou por recordar a Bula ‘Manifestis Probatum est’, um 

 

 

documento do Papa Alexandre III, de 1179, que confirmava a independência de Portugal e o título de rei a Afonso Henriques.

O presidente da República Portuguesa assinalou que esse relacionamento “fecundo e especial” se manteve “praticamente sem ruturas ou descontinuidades” ao longo dos séculos, estando hoje “plasmado” na Concordata revista em 2004. Rebelo de Sousa elogiou o cardeal Parolin como "personalidade intelectual e ética".

 

 

 

 

Já o secretário de Estado do Vaticano afirmou que a distinção homenageou, acima de tudo, o trabalho desenvolvido pela Santa Sé "em favor da paz e da solidariedade", agradecendo o gesto do chefe de Estado português, que o aproxima mais de um país que visita pela primeira vez.

“Estou verdadeiramente feliz por sentir-me tão estreitamente ligado a Portugal, um país que não conhecia, é a primeira vez que o visito, embora, naturalmente, a realidade de Fátima sempre tenha suscitado em mim uma grande atração", declarou.

Esta "ligação mais estreita com Portugal" foi apresentada como um estímulo para trabalhar a fim de que "haja este entendimento, esta colaboração entre o país e a Santa Sé, em favor de toda a população de Portugal e em favor das grandes causas do mundo”.

A cerimónia contou com a presença, entre outros, do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, do núncio apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Antes, o secretário de Estado da Santa Sé tinha proferido uma 

 

conferência na Universidade Católica Portuguesa, na qual alertou para os riscos que a União Europeia enfrenta ao ser incapaz de falar “a uma só voz” perante o crescimento de uma cultura do “medo” e de desconfiança. Falando sobre a “Identidade Europeia”, o braço direito do Papa Francisco referiu que os recentes ataques terroristas de “matriz islâmica” levaram a um “curto-circuito do medo” e mostraram a necessidade de recuperar as “raízes culturais profundas do continente".

 

 

Famílias são trave
de toda a pastoral da Igreja

O Seminário do Verbo Divino, em Fátima, vai receber entre os dias 22 e 23 de outubro a 27.ª jornada nacional da Pastoral Familiar, evento marcado pela vontade da Igreja Católica em “investir mais” neste setor, no apoio às famílias. “Foi sempre um objetivo, mas neste momento assume uma necessidade maior, como sabemos”, salienta o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Antonino Dias destaca a necessidade de “reforçar os secretariados diocesanos” como sinal de “uma atenção maior” às pessoas e aos seus problemas, sociais, económicos e espirituais. “Se cada diocese não assume esta pastoral como linha de força, toda a outra pastoral também falhará”, frisa o prelado.

Organizada pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar, a edição deste ano das jornadas tem como tema “A alegria do Amor e os desafios à Pastoral Familiar”. A iniciativa tem como pano de fundo precisamente a exortação apostólica “A Alegria do Amor”, publicada pelo Papa Francisco na sequência do último Sínodo dos Bispos dedicado à Família.

 

Um documento que, segundo D. Antonino Dias, “é para ler, para reler, para aprofundar cada parágrafo”, no sentido da Igreja Católica poder de facto caminhar mais próxima das famílias e congregar também as famílias cristãs para a missão de apoiar, acalentar e defender aquela que é uma célula fundamental de sociedade. “Isto implica aprofundar tudo aquilo que são os fundamentos, a nossa proposta de família cristã, e procurar que a partir daí todos caminhemos com alegria, com esperança”, realça o bispo de Portalegre-Castelo Branco.

O prelado recorda que a família é “o berço do crescimento integral” de cada pessoa, onde cada um deve encontrar “harmonia, paz e refúgio“.

 

 

 

Bispos pedem que políticos mantenham preocupação com incêndios

Os bispos portugueses alertaram para a importância de não baixar a guarda na prevenção dos incêndios, na sequência dos fogos que atingiram Portugal no último verão. Numa conferência de imprensa em Fátima, no final da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, o secretário da CEP sublinhou que “parece haver um certo arrefecimento” no empenho manifestado “pelas entidades governamentais” e “pelas promessas que foram feitas” apenas há alguns meses.

“Que os incêndios arrefeçam está muito bem, mas o assunto em si não pode arrefecer”, apontou o padre Manuel Barbosa, que deu conta também da disponibilidade da Igreja Católica em “cooperar para prevenir calamidades”.

“A Igreja tem uma palavra a dizer pela sua proximidade às populações, pelas suas comunidades, pela ação da Cáritas e outros organismos sociais”, apontou o sacerdote, destacando o contributo que as instituições católicas podem dar também na “formação” cívica das pessoas.

 

 

 

Entre os meses de junho e agosto, Portugal foi palco de inúmeros incêndios, alguns alegadamente com mão criminosa, que causaram a morte a pelo menos quatro pessoas e atingiram mais de 200 casas um pouco por todo o país. Os fogos mais graves registaram-se nas dioceses do Funchal, no Arquipélago da Madeira, também nas de Aveiro e Viseu, e segundo o último balanço das autoridades, deixaram cerca de mil pessoas desalojadas e consumiram centenas de milhares de hectares de floresta.

“Pode-se dizer que agora os incêndios estão longe, esperemos que nunca apareçam mais e isso tem que ser muito bem preparado, é uma questão que envolve a todos”, reforçou o porta-voz dos bispos portugueses.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

200 mil pedras para representar dois santos

 

 

 

Projeto E-vangelizar

 

 

 

Em defesa das crianças refugiadas

 

A mensagem do Papa para o 103.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado é dedicada aos “migrantes menores de idade, vulneráveis e sem voz”. Francisco recorda as crianças vítimas de “exploração” ou “encaminhadas para a prostituição ou pornografia”, entregues como “escravas do trabalho infantil” e “alistadas como soldados”,

 

 

 e também as que são “envolvidas em tráfico de drogas e outras formas de delinquência”.

“Tantas meninas e meninos” que atualmente são também “forçados por conflitos e perseguições a fugir, com o risco de se encontrarem sozinhos e abandonados”, frisa o Papa.

No âmbito do Dia Mundial do  

 

 

Migrante e do Refugiado que vai ser assinalado pela Igreja Católica a 17 de janeiro de 2017, Francisco destaca “o dever de chamar a atenção para a realidade dos mais pequenos “especialmente os deixados sozinhos, pedindo a todos para cuidarem” de modo particular desta faixa da população migrante.

O Papa defende a urgência “de adotar todas as medidas possíveis para garantir proteção e defesa das crianças migrantes, “três vezes mais vulneráveis – porque de menor idade, porque estrangeiras e porque indefesas – quando, por vários motivos, são forçadas a viver longe da sua terra natal e separadas do carinho familiar”.

Privadas dos mais elementares apoios, muitas crianças “acabam facilmente nos níveis mais baixos da degradação humana, onde a ilegalidade e a violência queimam numa única chama o futuro de demasiados inocentes, enquanto a rede do abuso de menores é difícil de romper”, alerta.

“Pela sua delicadeza particular, a idade infantil tem necessidades únicas e irrenunciáveis”, prossegue Francisco, lembrando ainda a importância de garantir a adequada “integração das crianças” migrantes e suas famílias 

 

nos países de destino.

Envolvidos nestes fluxos estão também cada vez mais “homens e mulheres, idosos e crianças forçados a abandonar as suas casas” devido a situações como “guerras, violações dos direitos humanos, corrupção, pobreza, desequilíbrios e desastres ambientais”.

Estas pessoas rumam à Europa e a outros continentes “com a esperança de se salvar e encontrar paz e segurança noutro lugar. E os menores são os primeiros a pagar o preço oneroso da emigração”, realça o Papa, que termina a sua mensagem reforçando “o direito” dos mais novos a crescerem “num ambiente saudável e protegido”.

A “crescerem sob a guia e o exemplo de um pai e de uma mãe” e a receberem “uma adequação adequada, principalmente na família e também na escola”. “De facto, em muitas partes do mundo, ler, escrever e fazer os cálculos mais elementares ainda é um privilégio de poucos. Além disso todos os menores têm direito de brincar e fazer atividades recreativas; em suma, têm direito a ser criança”, conclui Francisco.

 

 

Cessar-fogo imediato na Síria

O Papa Francisco apelou a um “cessar-fogo imediato” na Síria, durante a audiência pública com os peregrinos na Praça de São Pedro, no Vaticano. “É com urgência que renovo este apelo, implorando com todas as minhas forças aos responsáveis por este conflito, a fim de que haja um cessar-fogo imediato, implementado e respeitado pelo menos durante o tempo necessário para a evacuação das populações civis, sobretudo das crianças ainda apanhadas no meio destes bombardeamentos cruéis”, disse Francisco.

Numa audiência centrada no tema da Misericórdia, como tem sido habitual ao longo deste Ano Santo, o Papa argentino manifestou a sua “proximidade a todas as vítimas do desumano conflito na Síria”. Uma guerra civil que há mais de cinco anos (desde março de 2011) opõe o governo do presidente sírio Bashar al-Assad a várias forças rebeldes contrárias ao regime, e que segundo as Nações Unidas já provocou cerca de 400 mil mortos.

Os combates, que subsistem em províncias como Al Quneitra, Damasco, Deraa, Hama, Homs 

 

 

e Latakia, já provocaram também milhões de deslocados sírios, internos e externos, muitos deles obrigados a sair do país e a rumarem à Europa como refugiados.

Além dos grupos rebeldes, as comunidades locais, entre as quais muitas famílias cristãs, têm sofrido a perseguição de grupos terroristas como o Estado Islâmico. “Num mundo tristemente atingido pelo vírus da indiferença, a prática da misericórdia é o melhor antídoto”, referiu o Papa.

Durante a audiência de hoje, Francisco referiu-se ainda ao Dia Internacional para a Redução dos Desastres Naturais, que este ano tem como lema “Reduzir a mortalidade” provocada por este género de catástrofes. Entre os grupos presentes no encontro com o Papa, esteve uma comitiva de peregrinos vindos do Haiti.

 

 

 

 

Papa vai criar 17 novos cardeais
a 19 de novembro

O Papa anunciou este domingo no Vaticano que vai presidir, a 19 de novembro, ao terceiro consistório do seu pontificado, para a criação de 17 cardeais - incluindo 13 eleitores (com menos de 80 anos). “A sua proveniência de 11 nações exprime a universalidade da Igreja que anuncia e testemunha a Boa Nova da Misericórdia de Deus em todos os cantos da terra”, explicou.

Entre os cardeais com mais de 80 anos está o padre Ernest Simoni – que fez Francisco chorar ao abraçá-lo, na Albânia, evocando a perseguição do regime comunista - que “deu um claro testemunho cristão”.

Os novos cardeais eleitores são: D. Mario Zenari (Itália), núncio apostólico [representante diplomático da Santa Sé] na Síria; D. Dieudonné Nzapalainga (República Centro-Africana), arcebispo de Bangui; D. Carlos Osoro Sierra (Espanha), arcebispo de Madrid; D. Sérgio da Rocha (Brasil), arcebispo de Brasília; D. Blase J. Cupich (EUA), arcebispo de Chicago; D. Patrick D’Rozario, arcebispo de Daca (Bangladesh); D. Baltazar Enrique Porras Cardozo (Venezuela), 

 

arcebispo de Mérida; D. Jozef De Kesel (Bélgica), arcebispo de Bruxelas; D. Maurice Piat (Maurícia), arcebispo de Port-Louis; D. Kevin Joseph Farrell (EUA), prefeito do Dicastério para os Leigos, Vida e Família (Santa Sé); D. Carlos Aguiar Retes (México), arcebispo de Tlalnepantla; D. John Ribat, arcebispo de Port Moresby (Papua Nova-Guiné); D. Joseph William Tobin (EUA), arcebispo de Indianápolis.

Francisco quis ainda nomear dois arcebispos e um bispo emérito, com mais de 80 anos, que se distinguiram no seu serviço pastoral”: D. Anthony Soter Fernandez (Malásia), arcebispo emérito de Kuala Lumpur; D. Renato Corti, arcebispo emérito de Novara (Itália); D. Sebastian Koto Khoarai, bispo emérito de Mohale’s Hoek (Lesotho).

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Grito de ajuda pelo Haiti 

 

 

 

Vaticano - Secretaria para a Comunicação

 

 

 

O Ocidente carece de valores e liderança

  D. Manuel Linda    
  Bispos das Forças   

  Armadas e Forças de  

  Segurança  

 

Há dias, ouvi uma fundamentada argumentação que me deixou a pensar. Em síntese, defendia-se esta tese: está em crescendo o número de nações que se voltam para a Rússia como seu referencial. Com a queda do muro de Berlim, foi o Ocidente quem capitalizou o sonho da liberdade, do desenvolvimento integral e da dimensão humanista dos valores. Mas, agora, surge o desencanto, pois parece que o Ocidente já não tem nada para oferecer: nem solidariedade económica, nem referências. Então, os povos voltam-se para a Rússia que, se não tem dinheiro, ao menos não destruiu as razões mobilizadoras.

Bom, importava saber que valores concretos fazem mover a Rússia. E, certamente, nem todos serão… nobres. De qualquer forma, não consta que, como na «velha» (e já demente?) Europa, se coloque no topo dos objectivos políticos a obsessão patológica do afastamento da religião e da moralidade da vida pública ou a fobia à ordem natural das coisas e consequente fixação nos temas ditos fracturantes. Tenha-se em conta certas propostas de partidos espanhóis ou, entre nós, o lançamento do tema da eutanásia e a insistência mórbida no preservativo, quase impondo a obrigatoriedade das relações sexuais para dar uso a este meio nem sempre profilático.

Quer dizer: do lado de lá da antiga cortina de ferro, temos identidades, dimensão comunitária, povos, porque alguma moral; do lado de cá, predominam as dissoluções sociais, o libertarismo, a justaposição de indivíduos a que só o instinto de sobrevivência e a lei vão dando –por quanto tempo?- alguma 

 

 

capacidade de vida em comum. Temos uma amoralidade decretada por um populismo extremista –de direita no norte da Europa e de esquerda no sul- que se pretende sistema… anti-sistema.

Que nos falta? Líderes. Verdadeiros líderes político-sociais. E culturais. Temos burocratas em Bruxelas, sugadores nos muitos empregos que a EU criou, pavões de voo rasteiro que a si mesmos se chamam intelectuais. Mas não temos muitos modelos. Por isso, quando surgem, o mundo converge afectivamente para eles. É o caso do Papa Francisco, hoje, de facto, radar do mundo: sente e sinaliza. 

 
 

Muitos o seguem. Mas também muitos o detestam porque representa um espinho na sua consciência: a contínua recordação de que só a moralidade é humana.

Parafraseando o célebre título, inventem-se novos líderes. Precisamos deles como do pão para a boca. Até para não darmos pretexto ao Daesh de poder argumentar que a sua barbárie é motivada pela necessidade de sanar um Ocidente… podre.

Será que o novo Secretário Geral da ONU virá a ser, na ordem sócio-política, o que o Papa Francisco é na religiosa? Esperemos.

 

Milagre Do Sol

  Miguel Oliveira Panão   

  Professor Universitário   

 

No dia 13 do mês de outubro em 1917, dezenas de milhares de pessoas estavam reunidas na Cova da Iria aguardando por um milagre com base na palavra de três crianças. Esse "milagre" aconteceu e envolveu o Sol.

Todos podiam olhar para o Sol sem se sentirem encadeados. Dizem que o Sol rodou; aumentou e diminuiu de tamanho; ficou próximo das pessoas e afastou-se delas. O Sol "dançou". Este evento foi testemunhado por crentes e não-crentes. Terá sido verdade, ou uma experiência psicológica coletiva?

Uma pessoa de referência no estudo desta história bem portuguesa é o Padre Stanley Jaki da Ordem Beneditina que publicou dois livros intitulados "God and the Sun of Fatima" (Deus e o Sol de Fátima) e "The Sun's Miracle or of Something Else?" (O Milagre do Sol ou de qualquer outra coisa?). Neste último sintetiza uma possível explicação física para o fenómeno como uma "lente aérea" feita e partículas de gelo suspensas na atmosfera. Os pontos em que assenta esta teoria são os seguintes:

 

1. O milagre restringiu-se a uma localização particular, logo, se o Sol "dançou", isso implica que deveria ter sido testemunhado em outras regiões do planeta, mas não foi.

 

2. O aumento ou diminuição do Sol, bem como o seu movimento são efeitos que podem ser associados a uma lente. Aliás, se uma lente se move, induz a aparência de movimento.

 

 

 

 

3. Há quem tenha testemunhado a existência de uma "explosão de cores". Algo possível a uma lente através da refração da luz na gama de comprimentos de onda do visível.

 

4. O solo secou. Como uma lente pode concentrar a luz solar, isso seria uma possibilidade.

 

5. O facto do Sol ter assumido uma cor prateada pode estar relacionado com a formação de gelo na atmosfera que constituiria a lente refractora no local de concentração das pessoas.

Ou seja, não é impossível encontrar uma explicação com algum sentido físico para aquilo que terá acontecido. Logo, poderíamos ser tentados a pensar que, se existe uma explicação física, então, o que se assistiu não foi um milagre porque, por definição, os milagres implicam necessariamente que não os conseguimos explicar cientificamente. Não é bem assim.

Um milagre é um evento que muda radicalmente a nossa visão do mundo. O facto de não-crentes terem-se ajoelhado perante o que assistiram 

 

indica que a sua visão do mundo alterou-se profundamente. Podiam ter questionado, mas não o fizeram. Ajoelharam-se e pediam perdão. Porém, será a dança do Sol o verdadeiro milagre? Eu penso que não.

Para mim, concretamente, o verdadeiro milagre que confirma a experiência dos pastorinhos traduz-se numa simples pergunta. Se um fenómeno destes é tão raro, como sabiam os pastorinhos que iria acontecer?

A contingência do mundo é uma realidade e fenómenos insólitos podem acontecer, mas ter o conhecimento disso é outra história. Os pastorinhos sabiam que algo extraordinariamente raro iria acontecer. Caso contrário, não se teriam reunidos cerca de 70000 pessoas só pela sua palavra. Este é um daqueles casos que mostra como um milagre vai para além daquilo que é cientificamente inexplicável, mas sim desafia - ainda hoje - a nossa visão do mundo e transmite uma mensagem de esperança. Como dizia Chesterton "A coisa mais incrível acerca dos milagres e que acontecem". Basta estar atento.

 

Somos um!

  Henrique Matos   
  Agência ECCLESIA   

 

 

 

Foram 50 mil na Cova da Iria no dia 9 de outubro... o número não impressiona nem esmaga. Quem conhece o recinto do Santuário sabe, desde logo, que ele acolhe muitos mais. A relevância dos algarismos só faz sentido se nos detivermos a saber quem os compõe. Eram crianças e jovens que tinham em comum o facto de integrarem a maior associação juvenil do nosso país, o Corpo Nacional de Escutas (CNE), escutismo católico português.

Quem assistiu às imagens poderá ter achado interessante o colorido dos uniformes e dos estandartes, um efeito imponente e belo, mas que nada tem em comum com as grandes manifestações de cristandade do passado nem com as "falanges imponentes" que a canção ainda evoca. Esta peregrinação dos escuteiros a Fátima, foi trabalhada para ser uma experiência interior de espiritualidade. Um desafio para que os jovens dos artefactos digitais e das redes sociais, tocassem o transcendente e experimentassem o "clima" da Cova da Iria.

Se o escutismo é uma grande família, ele concretiza-se no pequeno grupo, na patrulha ou na equipa, onde cada elemento trabalha as suas virtudes e fragilidades para que todos se tornem mais coesos e fortes. É um método educativo em que se aprende fazendo e onde se cresce na consciência e na superação das limitações.

O CNE propôs esta atividade aos seus jovens porque a dimensão espiritual é, no escutismo, uma das áreas fulcrais do crescimento e, nos dias que habitamos, ela tende a ficar menos nítida

   

 

 

 

 

 

 e urgente, escondida atrás de tantas prioridades que enchem o quotidiano dos jovens. Mas o escutismo não alinha na tendência do momento nem vai atrás da moda mais recente. A sua tradição assenta em valores e propostas de vida, que são válidas porque perduram.

Sintonizados nos Trilhos da Misericórdia, o tema da peregrinação, os jovens não se apresentaram em Fátima com ar de "frete" nem com a resignação de quem obedece ao chefe. Riram, entusiasmaram-se, 

 

 

rezaram e fizeram silêncio... os elementos necessários a uma fé saudável e que faça sentido. Dez anos depois, os escuteiros voltaram a Fátima. Se se mantiver a cadência, os jovens que ali estiveram, vão regressar como dirigentes de outros escuteiros ou até, pais de pequenos lobitos, é assim a transmissão da fé mas também o método como, no escutismo, as gerações se reforçam em valores e em propostas saudáveis de vida. 

 

 


 

 

O Santuário de Fátima fechou o ciclo de celebrações evocativas das Aparições, no seu 99.º aniversário, com a presença do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano. O Semanário ECCLESIA apresenta as suas intervenções nas várias celebrações e na conferência de imprensa que concedeu, naquele que foi um momento particularmente significativo na reta final para a celebração de um ano jubilar centenário num Santuário que é de Portugal e do mundo.

 

 

 

 

 

Estar ao pé do Crucificado

Homilia do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano

Missa conclusiva da peregrinação do 13 de outubro no Santuário de Fátima

 

A Palavra de Deus que acabamos de ouvir convida-nos a saber estar ao pé do Crucificado. Não é a experiência apenas de um momento; saber estar ao pé do Crucificado é a sabedoria sobre a qual se constrói a Igreja. O crente, aquele que faz a opção da fé, 

 

partilha a cruz do seu Mestre e Senhor. De facto temos nela a síntese da vida e da mensagem de Jesus.

Não basta estar; temos de aprender a estar com o Crucificado, como Maria e João, o discípulo. Na verdade, pode-se estar ao pé do Crucificado como mero

 

 

 

espectador, movido apenas pelo desejo de ver o que sucederá. Pode-se estar ao pé do Crucificado como contestador, movido pela recusa de tudo o que provocou aquela cruz. Pode-se estar ao pé do Crucificado como desiludido, sem esperança, convencido de que nunca vai mudar nada e de que a própria mudança é 

 

uma trágica ilusão. Pode-se estar ao pé do Crucificado como ressentido, com a sensação de ter sido traído por Aquele em quem se depôs confiança. Como se pode também decidir não estar ao pé do Crucificado, fugindo e escondendo-se à espera de tempos melhores. Por isso não basta estar; temos de aprender a estar lá como se deve.

Mas quem poderá ensinar-nos esta ciência modelada, não pela «sabedoria  

 

 

 

do mundo», mas pela «sabedoria que vem do Alto»? É Maria, a Mãe de Jesus.

Se quisermos aprender a estar ao pé do Crucificado, podemos e devemos olhar para Maria, podemos e devemos acolher Maria como Mãe, isto é, como mulher que educa para a verdadeira opção da fé em Cristo através da partilha da sua experiência de discípula e de crente.

O evangelista João não tem qualquer dúvida sobre esta verdadeira e real missão materna de Maria a favor de cada discípula e discípulo de Jesus, independentemente do tempo e cultura em que se encontrem. Está certo de que a Mãe de Jesus é presença vivente na Igreja de ontem e de hoje e de que uma tal presença possui as caraterísticas maternas da educação.

O que é que lhe dá esta certeza? Sobre que bases funda tal certeza? Deixou-o claro no seu Evangelho: é o próprio olhar do Crucificado. Ele viu, em Maria, a mulher que sabe estar ao pé da Cruz e, por isso mesmo, pode abraçar uma missão materna nova em benefício de toda a Igreja, ali representada pelo «discípulo amado».

Mas então que viu o Crucificado em Maria? O que foi que A tornou capaz de saber estar ao pé d’Ele? Gostaria, 

 

amados irmãos e irmãs, de responder a esta pergunta – central na Liturgia que estamos a celebrar –, apelando-me àquilo que a Palavra de Deus nos anunciou na Primeira Leitura, tirada do livro de Judite. Aquilo que é possível ver em Judite pode-nos ajudar a compreender o «coração» que o Crucificado viu em Maria.

Em primeiro lugar, Judite é uma mulher que atravessa as contradições mais dolorosas da vida, mantendo viva a confiança na fidelidade de Deus àaliança com o seu povo. Embora sendo o povo do Deus único, do único Senhor de toda a terra, Israel experimenta a presença de muitos «inimigos». Por outras palavras, encontra-se numa situação que põe em dúvida a fidelidade de Deus à sua aliança: se Deus fosse verdadeiramente fiel, não deveria haver «inimigos»; se Deus fosse verdadeiramente fiel, a vida não deveria ter «lados obscuros». Não são precisamente estes «lados obscuros», estes «inimigos» com uma multiplicidade de rostos e obras que semeiam a dúvida não só sobre a fidelidade de Deus, mas também sobre a sua própria existência? Onde está Deus, quando vemos estes «lados obscuros»? Onde está Deus, quando vemos esta multiplicidade de «inimigos»?

 

 

 

Como Judite, Maria também não duvidou da fidelidade de Deus à sua Aliança. Ao pé do Crucificado, está disposta a atravessar uma das contradições mais dolorosas que uma mulher possa viver: a morte do seu próprio Filho; uma morte ainda mais gravosa, porque resultante da maldade dos outros. E a morte injusta e 

 

violenta do Filho é, para Maria, uma contradição que se vem juntar a outra que já A acompanhava há algum tempo, ou seja, a viuvez. Já privada da pessoa, da presença e da companhia do José, vê-Se agora privada também do Filho, Jesus.

Para muitos de nós, estes são momentos mais do que justificados em que o «coração» se comprime, se fecha, se aniquila, rompe qualquer comunicação com tudo e com todos; mas não sucedeu assim com Maria. Ao atravessar esta dolorosa contradição,

 

 

 o «coração» de Maria não se fechou, mas «dilatou-se»; Ela não Se preocupou apenas consigo mesma. Recordando-Se das palavras da fé de Israel e do seu Filho, como verdadeira e autêntica discípula, pensou que não basta amar apenas a nós mesmos; mas também o próximo deve ser amado como a nós mesmos. E assim, ao pé do Crucificado, Maria preocupou-Se com o seu próximo: amou o próximo como a Si mesma. Ao pé do Crucificado, o próximo é, antes de tudo, o discípulo amado por Jesus. Ao pé do Crucificado, o próximo são todos os discípulos e discípulas que Jesus ama; todos, sem excluir ninguém. Assim, ao pé do Crucificado, são próximo os discípulos e discípulas que fugiram. Ao pé do Crucificado, são próximo os 

 

discípulos e discípulas falhados, ou seja, aqueles que não respondem à chamada d’Ele. Ao pé do Crucificado, são próximo todos os seres humanos, porque o chamamento a participar na vida de Deus é constantemente dirigido a toda a humanidade. Ao pé do Crucificado, o amor do próximo como a nós mesmos é, simultaneamente, o sinal da fé de Maria e aquilo que o olhar do Crucificado viu n’Ela.

Em segundo lugar, a narração bíblica apresentou-nos Judite como mulher corajosa. A sua coragem nasce da convicção de que Deus atua «na fraqueza e obscuridade» das contradições mais dolorosas da vida, para vencer os «inimigos» do seu povo. Certamente podemos ler esta coragem de Judite com as palavras 

 

 

 

do apóstolo Paulo, quando recorda aos cristãos que «a força de Deus se manifesta plenamente na fraqueza». Qual fraqueza? Com certeza, não é a da mesquinhez, do medo e da imoralidade; mas sim a fraqueza que deriva do amor do próximo. Quando se ama realmente o próximo, 

 

 

tornamo-nos «fracos», porque já não se aceitam as regras, as ideias e os comportamentos dos «fortes», que se amam apenas a si mesmos. No máximo, amam os seus «clones», ou seja, aqueles que são como eles. Os «fortes» e os «poderosos» amam os «fortes» e os «poderosos».

Ao pé do Crucificado, Maria é mulher corajosa, porque recusa submeter-Se às regras dos «fortes» e dos «poderosos». Naquele tempo, os parentes e conhecidos dos condenados à crucifixão não podiam aproximar-se destes últimos. Mas, corajosamente, Maria quebra esta regra; e, neste gesto, arrasta consigo Maria de Magdala e o discípulo amado.

 

 

 

 

 

Irmãs e irmãos muito amados, no olhar do Crucificado, encontramos Maria como Mãe da Igreja, como nossa Mãe. No olhar do Crucificado, Maria Santíssima vem ao nosso encontro com o seu «coração dilatado» pelo amor do próximo e a coragem da fraqueza. No olhar do Crucificado, a Igreja, como o discípulo amado e Maria de Magdala, é convidada a saber estar ao pé d’Ele, cultivando as mesmas atitudes.

Possa esta Liturgia, que nos une ao 

 

olhar do Crucificado Ressuscitado, fazer de nós construtores pacientes duma Igreja que anuncia o Evangelho não obstante as contradições e os lados obscuros da vida; antes, dentro deles. Tal é a finalidade que se propôs sabiamente o nosso Papa Francisco com o Ano da Misericórdia.

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós. Assim seja!

 

 

Irmãs e irmãos muito amados, no olhar do Crucificado, encontramos Maria como Mãe da Igreja, como nossa Mãe. No olhar do Crucificado, Maria Santíssima vem ao nosso encontro com o seu «coração dilatado» pelo amor do próximo e a coragem da fraqueza. No olhar do Crucificado, a Igreja, como o discípulo amado e Maria de Magdala, é convidada a saber estar ao pé d’Ele, cultivando as mesmas atitudes.

Possa esta Liturgia, que nos une ao olhar do Crucificado Ressuscitado, fazer de nós construtores pacientes duma Igreja que anuncia o Evangelho não obstante as contradições e os lados obscuros da vida; antes, dentro deles. Tal é a finalidade que se propôs sabiamente o nosso Papa Francisco com o Ano da Misericórdia.

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós. Assim seja!

Visita do Papa em 2017 será peregrinação no Centenário das Aparições

O secretário de Estado do Vaticano disse em Fátima que a visita do Papa Francisco a Portugal, em 2017, vai ser uma “peregrinação mariana no centenário das aparições”. O cardeal Pietro Parolin, em conferência de imprensa, escusou-se a dar uma “resposta detalhada” sobre esta viagem, admitindo que a mesma pergunta se sucedeu nos “vários encontros” que manteve até ao momento em solo português.

“Há um grande desejo de que o Papa venha”, realçou.

D. Pietro Parolin adiantou que, neste momento, “está tudo por pensar e por organizar segundo a vontade do Santo Padre”. “A razão pela qual o Papa vem o Portugal são os 100 anos das aparições, por isso é que foi convidado”, observou.

O número dois do Vaticano afirmou que Francisco “quer concentrar-se nesta celebração” do centenário, na Cova da Iria, partilhando com os peregrinos "a devoção e a mensagem de Fátima, que está muito presente no seu magistério".

O cardeal italiano acrescentou que uma visita pontifícia exige “preparação adequada” embora 

 

Fátima já esteja habituada e tenha “capacidade de acolhimento e de resposta em tempo breve”. Nesse sentido, realçou, é preciso esperar respostas “mais detalhadas”, que não deverão “demorar muito”.

“Sabemos que o Papa virá aqui”, insistiu, falando numa “grande alegria”.

De regresso a Roma, precisou, quer falar “desta experiência” de presidir à peregrinação com o Papa. “Se dali nasce qualquer coisa, não sei”, prosseguiu.

D. Pietro Parolin disse, por outro lado, que Fátima é um Santuário que sempre considerou como “muito caro” e um “ponto de referência” da sua espiritualidade mariana.

Em relação aos recentes problemas que surgiram em Portugal relativamente ao pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) no âmbito de aplicação da Concordata, o cardeal Parolin recorda que “há uma Comissão Paritária” que enfrenta os problemas que surgem, sendo este “o modo normal” de superar eventuais dúvidas.

“Há sempre dificuldades, mas fazem parte da vida, não tenhamos 

 

 

 

demasiado medo”, sublinhou.

Francisco será o quarto Papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI (13 de maio de 1967), João Paulo II (12-15 de maio de 1982; 10-13 de maio de 1991; 12-13 de maio de 2000) e Bento XVI

 

 (11-14 de maio de 2010). São João Paulo II cumpriu ainda uma escala técnica no Aeroporto de Lisboa (2 de março de 1983), a caminho da América Central.

 

 

 

 

Rejeitar mentira e corrupção

O secretário de Estado do Vaticano inaugurou em Fátima as celebrações da peregrinação internacional do 13 de outubro convidando os presentes a rejeitar a “corrupção” e a “mentira”. “O mundo vive seguindo a lei do mais forte e deixa-se tragicamente encantar pela mentira”, advertiu o cardeal Pietro Parolin, na Capelinha das Aparições, no início oficial da peregrinação aniversária.

O líder da diplomacia da Santa Sé, que visitou Portugal pela primeira vez, sustentou que “o mundo faz da corrupção o segredo duma vida bem-sucedida”, ao contrário dos que se inspiram no Evangelho e “refulgem com a justiça e a fraternidade que jorram do coração da Santíssima Trindade”. “Sinto-me feliz por estar aqui, peregrino com todos vós, neste lugar onde se encontram o coração da Virgem Mãe e o coração da Igreja”, começou por dizer.

O cardeal italiano falou da importância de uma Igreja de “portas abertas” e de uma vida espiritual marcada pela “gratidão”. “Quem entra cheio de gratidão nos corações da Mãe, da Igreja, de Cristo, não pode deixar de ficar maravilhado, vendo neles um modo de viver diferente daquele do mundo”, explicou.

 

As mesmas portas impelem a uma “saída”, o “compromisso de dar a conhecer a todos a existência, o carinho e o projeto que pulsa no coração da Mãe, no coração da Igreja, no coração da Trindade”. “Peço-vos para rezardes pelo Papa Francisco e por mim, para que também eu possa fazer esta mesma experiência. Ponhamos de lado qualquer temor e caminhemos, juntos, ao encontro do Senhor”, concluiu.

 

 

 

Fé, informação e conhecimento

O secretário de Estado do Vaticano disse em Fátima que a “opção de fé” dos católicos não depende do que estes sabem sobre Deus ou a Igreja, ao contrário do que acontece na “era da informação”. “Enquanto a pessoa informada se preocupa com armazenar em si mesma a maior quantidade de informações, fazendo deste tesouro o metro para se medir a si mesma, à sociedade e ao mundo, a pessoa de fé preocupa-se com sair de si mesma e apostar em Cristo”, realçou o cardeal Pietro Parolin, na homilia da Missa da vigília da peregrinação internacional de outubro.

Nas celebrações conclusivas do 99.º aniversário das Aparições na Cova da Iria, o número dois do Vaticano desafiou os milhares de peregrinos a refletir sobre a “grande diferença” que existe entre conhecimento e informação.

“No mundo ocidentalizado, vivemos 

 

a era da informação; temos canais televisivos, radiofónicos, informáticos que nos ‘passam informação’ a todas as horas. É como se fôssemos instigados cada vez mais a ‘comer’ notícia atrás de notícia”, observou.

Esta realidade faz com que “a ‘pessoa modelo’” do terceiro milénio seja “a ‘pessoa informada’”, exemplo do “cidadão responsável”. “Neste horizonte, poder-se-ia pensar que a nossa dedicação a Deus coincidisse com a quantidade de informações que temos sobre Ele e o seu Cristo. Mas não é assim”, advertiu.

O cardeal italiano trouxe a saudação do Papa Francisco e manifestou “grande alegria” por presidir às celebrações do 13 de outubro, na sua primeira visita a Portugal. “Precisamos de nos reconciliar com a santidade”, sustentou D. Pietro Parolin, “porta através da qual entramos no mundo da misericórdia”.

 

 

Fátima espera o Papa em 2017

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima, D. António Marto, pediu ao secretário de Estado do Vaticano que transmita ao Papa o desejo de o ver na Cova da Iria, em maio de 2017, no Centenário das Aparições. “Peço-lhe em nome de todos os peregrinos que leve ao Santo Padre o nosso afeto, a nossa comunhão, o apoio da nossa oração, e que lhe diga que no próximo ano, em maio do próximo ano, o queremos acolher aqui, de braços abertos, com todo o júbilo”, disse o prelado português, no final da Missa da peregrinação internacional de outubro, presidida pelo cardeal Pietro Parolin.

Francisco já manifestou a sua intenção de presidir à peregrinação do 13 de maio de 2017, na Cova da Iria.

“Queremos acender aqui com ele [o Papa] as velas acesas da nossa fé, queremos rezar com ele aqui os mistérios de Cristo, recitando o Rosário”, acrescentou D. António Marto, numa intervenção aplaudida pelos milhares de peregrinos reunidos no Santuário de Fátima.

A tradicional procissão das velas acontece na celebração da vigília [dia 12] das peregrinações internacionais na Cova da Iria, após a recitação do Rosário, na Capelinha das Aparições.

 

 

O bispo de Leiria-Fátima afirmou que a presença do cardeal Pietro Parolin, “colaborador direto e mais próximo” do Papa, ajudou a encerrar com “chave de ouro” o ciclo de peregrinações internacionais do 99.º aniversário das Aparições.

As celebrações de 12 e 13 de outubro constituíram a última peregrinação internacional antes do “grande ano jubilar centenário” de 2017.

D. António Marto abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Fátima para a “diocese mártir” de Alepo, na Síria, que o santuário vai enviar em oferta.

Já em julho deste ano, a peregrinação internacional na Cova da Iria tinha dedicado uma atenção particular à Síria, promovendo uma oração pela paz.

Em 2015, durante a peregrinação internacional de julho, tinham sido recordados os cristãos perseguidos na Síria, apresentando aos peregrinos uma oferta feita na Cova da Iria por um grupo de monjas do mosteiro cristão em Qara.

 

 

 

 

 

As religiosas entregaram ao bispo de Leiria-Fátima, para oferta a Nossa Senhora de Fátima, três balas e um lenço trazidos da localidade síria de Maalula, símbolos materiais do triplo 

 

martírio perpetrado a 4 de setembro de 2013, quando os jovens primos cristãos Sarkis Zaknem, de 19 anos de idade, Antoun Taalab, de 28, e o tio de ambos, Mikhail Taalab, foram executados à queima-roupa.

 

 

Musical do centenário,
homenagem aos peregrinos

 

O Santuário de Fátima estreou o musical oficial da Celebração do Centenário das Aparições, ‘Entre o Céu e a Terra’ num olhar voltado para os peregrinos. “Não se pretendeu recontar a história das aparições, mas falar fundamentalmente do impacto da mensagem de Fátima, hoje, na vida das pessoas”, disse aos jornalistas o reitor da instituição, padre Carlos Cabecinhas, na apresentação do musical à comunicação social.

O responsável precisou que o 

 

 

santuário procurou abordar e tratar a mensagem de Fátima, ao longo dos últimos anos, com “linguagens diversificadas”, sublinhando que o musical é uma forma “particularmente rica”, por congregar várias disciplinas.

Os vários quadros do musical, no cruzamento do passado e do presente, abordam temas da atualidade, como a emigração e a saudade, o envelhecimento, a vida familiar, numa “homenagem aos peregrinos”, adiantou Bruno Galvão, um dos dois 

 

 

 

 

produtores executivos do espetáculo.

O musical da Elenco Produções de cerca de 70 minutos responde ao desafio colocado pelos responsáveis do santuário para um olhar contemporâneo, promovendo a Mensagem de Fátima e apresentando uma abordagem artística sobre este acontecimento que marcou o século XX.

Bruno Galvão fala num espetáculo para “crentes e não-crentes”, criado sem qualquer tipo de “censura” por parte do Santuário de Fátima, que acompanhou todo o processo. O produtor-executivo admitiu a “surpresa” inicial e sublinha que o que encontrou na Cova da Iria é algo que “não se vê” no resto do país”, pelo que é “impossível ficar indiferente a Fátima”.

João Ribeiro, outro dos produtores executivos, sublinhou por sua vez o processo “longo” que se exigiu para a criação de um musical “complexo”, o qual espera que seja um sucesso

 

 

Com entrada gratuita, ‘O Musical sobre Fátima’, tem apresentações para o público em geral nos dias 14 e 15 de outubro, pelas 21h30, e uma apresentação extra no dia 16 de outubro pelas 15h30, no Centro Pastoral Paulo VI.

Os ingressos para o espetáculo podem ser levantados na Reitoria do Santuário de Fátima, com possibilidade de reserva através do email relacoesinstitucionais@fatima.pt ou do telefone 249539600.

O projeto integra uma equipa de 19 atores, cantores e bailarinos em palco e uma orquestra ao vivo, envolvendo também a utilização de recursos tecnológicos associados ao desenho de luz, som e sonoplastia. O elenco inclui nomes como Sofia Escobar, Sofia de Portugal ou Joel Branco.

A direção musical é de Artur Guimarães, o texto e letras de Liliana Moreira, estando a encenação e coreografia a cargo de Joana Quelhas.

 

 

Fátima: «Um lugar que representa
o catolicismo»

A peregrinação aniversária deste mês ao Santuário de Fátima permitiu conhecer experiências de quem tem este local no coração e antecipar a vinda do Papa a Portugal em 2017, para a celebração do Centenário das Aparições.

“Fátima sempre teve uma importância fundamental na minha vida, desde pequenina”, conta Paula Alhinho, que veio da Figueira da Foz para assistir às cerimónias de 12 e 13 de outubro.

 

“Nossa Senhora de Fátima está sempre aqui, é a esperança de alguma coisa, é a fé, é a ajuda nas situações difíceis”, realça a jovem, que conta um episódio que a marcou enquanto peregrina.

“A primeira vez que trouxe cá a minha primeira filha, marcou-me imenso, tanto que ela se chama Maria. Foi algo que me tocou de uma forma muito especial, tentar passar para ela aquilo que Fátima sempre representou para mim”, conta Paula Alhinho.

 

 

 

 

 

Sobre a vinda do Papa Francisco a Portugal, prevista para maio de 2017, esta peregrina destaca um homem 

“muito conciliador” que tem ajudado a Igreja Católica a “abrir horizontes” e cuja passagem por Fátima será uma “forma de dar atenção” ao país e às suas comunidades.

A vinda do Papa argentino está a provocar “expetativa em Fátima” admite Hélder Simões, que conhece bem o “espírito” de Fátima já que é de Minde, bem perto do Santuário.

“Um lugar que representa o catolicismo e o estar bem connosco próprios”, define este peregrino.

De perto ou de longe, as motivações 

 

e as sensações vividas no Santuário testemunham a importância que Fátima tem assumido em todo o mundo desde a primeira aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria, em 1917.

O mundo vivia ainda o drama da Primeira Guerra Mundial, um contexto que 100 anos depois não é assim tão distante e que volta a colocar na primeira linha a “mensagem de Fátima”, de paz, de comunhão entre os povos.

 “A maneira como se vive hoje no mundo, todos estes refugiados que vêm da Síria e destes países, que vivem uma guerra de que quase não 

 

 

 

nos apercebemos. Há necessidade de amor, de complacência”, realça José Curado, que acredita que Francisco trará a Portugal o desafio de “rezar 

 

pela paz, pela compreensão humana”.

A italiana Coraje Novefa contactou pela primeira vez com o Papa argentino há cerca de três anos 

 

 

 

 

em Cagliari, na sua terra natal.

Foi por ocasião “da festa da Senhora de Bonaria”, uma devoção associada à Senhora de Buenos Aires, na 

 

Argentina, durante uma das primeiras visitas que Francisco realizou em Itália, no seu pontificado.

“Tivemos poucos Papas como ele, ele toca-nos a todos”, sustenta a peregrina que considera Fátima “grande em tudo”.

“Conhecemos a sua história desde pequenos, dá-nos um sentimento muito forte, não só para a mente mas sobretudo para o coração”, acrescenta.

Angela Felisberto vem todos os anos ao Santuário, desde La Codosera, uma localidade espanhola da província de Badajoz, junto à fronteira portuguesa.

“Regressamos a casa muito cansados, mas no ano seguinte cá estamos outra vez. Ver todas estas pessoas aqui, a percorrerem o recinto de joelhos, com uma fé tão grande, com as promessas tão impressionantes, a mim impressiona-me muito”, afirma.

De mais longe, de Porto Rico, veio o casal Rosa e Sein, que terminou em Fátima uma “rota” por diversos santuários marianos.

“Temos uma grande ligação aqui, desde pequenos. No nosso país Porto Rico temos os chamados mensageiros de Fátima, na catequese, e esta devoção foi-nos passada por algumas irmãs religiosas. E era importante virmos aqui no dia do milagre do sol”, frisa Rosa Santos.

 

 

Revista «Fátima XXI»
dedica edição ao Rosário

 

O ‘Rosário’ é o tema do caderno especial da revista cultural ‘Fátima XXI’, do santuário mariano, por ocasião da peregrinação internacional de outubro à Cova da Iria, que apresenta uma entrevista ao padre e poeta José Tolentino Mendonça.

No editorial, o reitor do Santuário 

 

 

de Fátima, refere que a invocação mariana do santuário da Cova da Iria é Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

“Era imperioso dedicar ao rosário um caderno temático da Revista Cultural do Santuário de Fátima. […] O rosário tem sobrevivido e florescido ao longo dos séculos pela sua simplicidade e

 

 

 

 

 

 

 flexibilidade pela capacidade de «democratizar» a oração e a meditação”, explica o padre Carlos Cabecinhas.

Nesse sentido, coordenado pela professora universitária Isabel Varanda (Faculdade de Teologia), o caderno temático da revista publicada hoje “faz” refletir sobre o rosário através de “abordagens variadas e perspetivas complementares” que não se centram “exclusivamente” em Fátima.

Em ‘Fátima XXI’, o escritor português José Luís Peixoto escreve sobre o santuário na primeira pessoa num artigo intitulado ‘respeito’ onde não revela a sua “crença ou a falta” dela sobre as aparições mas incentiva ao “diálogo edificante” entre crentes e não crentes.

O autor de ‘Em Teu Ventre’, dedicado às aparições e que tem a irmã Lúcia como protagonista e os acontecimentos que ocorreram entre maio e outubro de 1917 como fio condutor, refere que a primeira intenção de escrever a obra foi “encontrar maneira de falar de Fátima” sem o “muro divisor acredita/não acredita”.

“Há inúmeras gradações e particularidades no que toca à crença e/ou à fé. Não existe um interruptor para a fé ou o ceticismo. […] Fátima é um tema multidimensional. No nosso país, e ao longo destes cem anos, assumiu enorme importância 

 

 política e social”, desenvolveu José Luís Peixoto, observando que a liberdade religiosa é uma “conquista civilizacional” que nãos e deve abdicar.

O sexto número do projeto editorial que o Santuário de Fátima iniciou há dois anos, em maio de 2014, apresenta duas entrevistas: Ao professor catedrático Manuel Braga da Cruz, sobre ‘A história de Fátima não vai acabar, vai continuar’.

“O apelo à conversão e à oração de Fátima tem muito a ver com a função de conversão da cultura portuguesa e da ciência portuguesa que a Universidade Católica tem”, observou o antigo reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

‘Fátima é um livro do desassossego’  é o título da segunda entrevista da publicação que é feita ao padre José Tolentino Mendonça, vice-reitor da UCP.

“Fátima, para muitas pessoas em Portugal, é o quilómetro zero da experiencia crente, de um processo de conversão. E isso tem um valor incalculável”, assinala o sacerdote biblista e poeta.

A edição semestral apresenta também aos leitores uma nota histórica sobre as Irmãs Doroteias, que estão a celebrar este ano 150 anos de presença em Portugal, ou a memória da peregrinação do Papa emérito Bento XVI à Cova da Iria e ver Fátima pela objetiva do fotógrafo Rui Miguel Pedrosa, em ‘paisagem suspensa’.

 

 

Edições Salesianas online

http://www.edisal.salesianos.pt/

 

Após o tremendo sucesso do e-vangelizar - mega encontro de formação pastoral que decorreu no Porto e no Estoril e que irá decorrer no próximo dia 15 deste mês em Évora, esta semana sugiro uma visita atenta ao sítio da EDISAL - editora dos Salesianos. Como sabemos a grande maioria dos materiais de apoio às catequeses e de orientação de grupos de jovens, (projecto GPS, por exemplo) são elaborados pelos membros da congregação fundada por Dom João Bosco. A qualidade das propostas, o rigor técnico-pedagógico e a maneira como são apresentadas, fazem desta editora uma das traves mestras, na melhoria significativa, da evangelização para crianças, adolescentes e jovens.

Na página inicial encontramos as grandes secções que são o suporte deste espaço virtual – loja online, recursos, revista, notícias e claro os habituais destaques.

Na opção «loja», temos a possibilidade de pesquisar, consultar e adquirir a preços convidativos todo o material produzido pela editora, desde livros a dvd’s, de cd’s (em 

 

formato áudio e aplicações) a objetos religiosos, sobre os mais variados temas e diferentes abordagens.

Se pretendermos ficar a par das mais recentes notícias sobre pastoral juvenil, catequese, evangelização, formação e mesmo dos salesianos basta acedermos ao tópico notícias.

Em «revistas» podemos aceder à revista “catequistas” em formato digital. Este magazine é uma proposta extraordinária para uma catequese atual agora somente com suporte digital e com os conteúdos totalmente livres. Como dizem os seus editores, pretendemos “continuar a ser um apoio a todos aqueles que o Senhor convidou a este serviço de formar as novas gerações de cristãos.”

O espaço «recursos» é de uma riqueza, que por si só tinha qualidade para ser apresentado nesta rúbrica. De facto a quantidade de materiais que se encontram à distância de um click são imensos, desde propostas para a catequese a imagens variadas, passando por temas de formação de catequistas e apresentações multimédia, não esquecendo ainda artigos de opinião. Aqui encontramos um manancial de conteúdos riquíssimos e que valem bem

 

 

 

 

 a pena todo o tempo aqui despendido. Para finalizar não poderíamos deixar de sugerir o canal de vídeo próprio, alojado no youtube, onde descobrimos algumas produções com bastante interesse e ainda a página do facebook como forma complementar de acompanhar todo o trabalho desta magnífica equipa.

 

Fica aqui então a proposta para guardarem nos vossos favoritos este endereço e a passarem por lá com regularidade. Claramente dos melhores espaços nacionais para ficar a par do que de melhor se vai fazendo na área da pastoral catequética para crianças, adolescentes e jovens.

 

Fernando Cassola Marques

 

 

‘DOCAT’ como agir?

Dando continuidade ao projeto do YOUCAT[1], no arranque da Jornada Mundial da Juventude 2016, em Cracóvia, na Polónia, foi apresentado pelo Santo Padre o ‘DOCAT’, livro que aborda a Doutrina Social da Igreja numa linguagem jovem, acessível e dinâmica.

Francisco escreveu o prefácio, onde podemos ler que “Com a força do Evangelho, podemos mudar realmente o mundo. […] O mundo só mudará quando homens com Jesus se entregarem por ele, com Ele forem para as periferias e para o meio da miséria”. “Um cristão que não seja revolucionário neste tempo, não é cristão”.

O projeto conta também com uma aplicação que transmite a Doutrina Social da Igreja de “forma divertida”, composta por 4 ecrãs principais.

No primeiro ecrã é apresentado o  

 

 

sonho, desafio, do Papa Francisco: “O meu desejo é que um milhão de jovens, mais ainda, que uma geração inteira, seja uma doutrina social em movimento”. Este primeiro ecrã é composto pelo Transforma-te; Transforma o meio onde vives; Transforma o mundo!; termina com a tua promessa.

  [1] YOUCAT é uma abreviatura de Youth Catechism (Catecismo Jovem). Trata-se de um catecismo pensado fundamentalmente para os jovens, sob a tutela do cardeal Christoph Schönborn, com uma linguagem apropriada, com muitas imagens e textos complementares, sendo que a sua a estrutura básica é semelhante à do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica.

 

 

 

 

No segundo ecrã, só comprando a versão paga é que teremos acesso ao conteúdo na sua totalidade, encontramos o conteúdo do  ‘DOCAT’. Com 12 capítulos e um total de 328 perguntas e respostas os temas que se referem ao amor humano, a família, o trabalho, a dignidade da pessoa, a economia, a política ou ambiente vão interpelar o leitor “a interagir na sociedade usando os princípios da Doutrina Social da Igreja”.

O terceiro ecrã é composto por 12 quizes, isto é, por 12 questionários interativos, uma sobre cada capítulo do ‘DOCAT’.

Uma aplicação intuitiva, colorida e de fácil utilização. É caso para dizer que a Doutrina Social da Igreja já pode andar connosco para todo o lado.

Dexemo-nos interpelar pelo desafio do papa aos jovens e façamo-lo nosso, de cada um, «Um cristão que não seja revolucionário neste tempo, não é cristão».

 

DOCAT Android | DOCAT iOS

 

 

Bento Oliveira

@iMissio

http://www.imissio.net

 
 

 

 

 

II Concílio do Vaticano: A intranquilidade nos padres conciliares sobre o celibato

 

Durante as sessões conciliares (1962-65), alguns temas provocaram discussões acesas entre os participantes na assembleia magna, realizada na Basílica de São Pedro, Vaticano. A emoção provocada nos meios conciliares pela intervenção do Papa Paulo VI “interditando” o concílio de debater publicamente o celibato dos padres e pela publicação no jornal «Le Monde» do esquema de intervenção de monsenhor Koop, bispo de Lins (Brasil), deixou alguma intranquilidade nos padres conciliares.

Na edição do «Jornal do Brasil» com data de 12 de outubro de 1965, com direito a chamada de primeira página, refere-se que «Papa veta casamento aos padres». No corpo da notícia do referido jornal, na página 8, refere-se que o bispo brasileiro de Lins, monsenhor Koop, “defende padres casados”. Por sua vez, Henri Fesquet, na obra «O Diário do Concílio – Volume III», página 195, salienta que o Santo Ofício e os bispos residentes estão submersos “pelas inúmeras dificuldades que põe em todo o lado a lei do celibato eclesiástico, com as infrações particularmente graves nos países latinos e também, diz-se, na Alemanha”. Esta situação é uma “ferida no flanco da Igreja que os bispos não invocam senão consternados”.

O jornalista francês refere também que é “flagrante que, para uma percentagem não insignificante de sacerdotes, o celibato é mais um fardo do que uma libertação”. E acrescenta: “E mesmo que ele seja, nestes casos, vencido heroicamente, não é, por força, uma ajuda para o apostolado”. Na sua análise, o colunista do jornal «Le Monde» realça que é razoável pensar que a Igreja se 

 

 

prepara para se “mostrar de futuro cada vez mais severa na escolha das vocações sacerdotais”, a fim de “evitar que se perpetuem situações delicadas como a que existe atualmente”.

O descontentamento é “grande” entre certos padres conciliares. Aliás, naqueles dias de outubro de 1965, as conversas entre os participantes no concílio, convocado pelo Papa XXIII e continuado pelo Papa Paulo VI, tinham como tema central a questão do celibato. Para Henri Fesquet, um “grande número de padres não   

 

 

parece suficientemente preparado para aceitar a ideia de um segundo clero constituído por homens casados”.

Por outro lado, era notória uma divisão draconiana do clero “entre as dioceses ricas e as dioceses pobres, entre as cristandades ricas e as cristandades pobres, parece impor-se”.

Isto pressupõe uma “reforma completa dos hábitos atuais que não poderá operar-se senão progressivamente”, escreveu Henri Fesquet, na obra «O Diário do Concílio – Volume III».

 

 

outubro 2016

15 de outubro

. Évora - As Edições Salesianas e a Fundação Salesianos promovem a 8.ª edição do E-vangelizar, “um mega evento de formação pastoral” que tem como pano de fundo o centenário das aparições de Fátima, marcado para 2017.

 

. Lisboa - Parque de Saúde de Lisboa (Auditório da Infarmed) - A Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima organiza, dia 15 deste mês, em Lisboa, uma conferência sobre «Espírito peregrino».

 

. Braga - Vila Verde (Soutelo) - Atividade «Matrimónio a arte do encontro» promovido pelos Jesuítas

 

. Lisboa - Iniciativa «Caminhos Missionários» promovida pelos Leigos para o Desenvolvimento (termina a 16 de outubro)

 

. Fátima - Peregrinação nacional da Associação Católica de Enfermeiros e Profissionais de Saúde (termina a 16 de outubro)

 

 

 

Auditório da Consolata, 09h30 - O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) vai promover as suas jornadas nacionais de formação permanente com o tema ‘Construir-se como pessoa, desafios para a pastoral juvenil’.

 

Santuário do Imaculado Coração de Maria dos Cerejais, 10h00 -  O Secretariado Diocesano da Catequese de Bragança-Miranda vai promover a 15 de outubro o Jubileu dos Adolescentes, no Santuário do Imaculado Coração de Maria dos Cerejais, em Alfândega da Fé.

 

. Santarém, 14h30 - O Secretariado Diocesano da Pastoral da Família de Santarém dinamiza este sábado uma assembleia que pretende ser um espaço onde cada Igreja doméstica congregue “como família e em Igreja” e preparou um programa para todas as idades.

 

Lisboa - Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 16h00 - 1º Encontro dos núcleos de estudantes católicos de Lisboa sobre «Transformados em Cristo, transformaremos o mundo».

 

 

 

 

 

 

16 de outubro

Vaticano  - A Igreja Católica vai ter sete novos santos.

 

Braga, Viana do Castelo e Porto - A Sé de Braga acolhe o Coro da Catedral de St. Bavo, vindo de Haarlem, (Holanda), na Eucaristia, às 11,30 horas. Em digressão por Portugal, o Coro de St. Bavo apresenta-se em Braga, Póvoa de Varzim, Porto e Viana do Castelo, de 16 a 19 de outubro, sendo acompanhado pelo organista Albert-Jan Roelofs e pelo maestro Fons Ziekman.

 

Funchal – Sé, 11h00 - Encerramento das comemorações do primeiro centenário da morte da venerável irmã Wilson com celebração presidida por D. António Carrilho.

Porto - Casa de Vilar, 16h30 -  Início das atividades do ano pastoral 1916-17 do Secretariado Diocesano da Pastoral da Juventude

 

17 de outubro

Fátima - Assembleia de provinciais dos Missionários do Verbo Divino da Europa (até 22 de outubro)

 

 

 

Porto - Rua de Santa Catarina, 769, 09h30 - A Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos (O.V.A.R) realiza, no Porto, umas jornadas de reflexão sobre «A prisão e as consequências. Como ajudar? – Retratos das prisões».

 

Porto – UCP, 18h00 - Seminário sobre «Confronto e compromisso nas nomeações episcopais oitocentistas: o caso de D. António Aires de Gouveia» por Adélio Abreu

 

Lisboa – Cascais, 21h30 - A médica Isabel Galriça Neto e o jurista Pedro Vaz Patto vão falar sobre a eutanásia, no Centro Cultural de Cascais, num colóquio sobre «Amar até ao Fim».

 

18 de outubro

Fátima e Ourém - O Museu Municipal de Ourém e o Consolata Museu-Arte Sacra e Etnologia (Fátima) organizam um programa de visitas guiadas no dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja.

 

Fátima - Encontro nacional da União Noelista – termina a 21 de outubro

 

. Lisboa, 09h00 - A Fundação AIS convidou as crianças portuguesas a rezar pela paz no mundo, numa iniciativa internacional que congrega os 22 secretariados da Ajuda à Igreja que Sofre.

 

 

 

 

 

15 outubro

O Secretariado Diocesano da Catequese de Bragança-Miranda dinamiza o Jubileu dos Adolescentes  entre as 10h00 e as 16h00, no Santuário do Imaculado Coração de Maria dos Cerejais, em Alfândega da Fé. O encontro conta com a presença do bispo diocesano, D. José Cordeiro, que vai presidir à Eucaristia de encerramento.

 

Os Núcleos de Estudantes Católicos – NEC - de Lisboa vão promover o primeiro ‘Nec Talks’ onde um painel vai interpelar os universitários a partir do tema ‘Transformados em Cristo, transformaremos o mundo!’, a partir das 16h00 na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

 

16 a 19 de outubroO Coro da Catedral de St. Bavo, vindo de Haarlem (Holanda) vai fazer uma em digressão por Portugal, o Coro de St. Bavo apresenta-se em Braga, Póvoa de Varzim, Porto e Viana do Castelo.

Começam na Sé de Braga na Eucaristia, às 11h30 horas, e regressam à arquidiocese minhota para um concerto na Basílica do Bom Jesus do Monte a 19 de outubro, às 21h30.

 

17 outubro - O colóquio intitulado ‘Amar até ao Fim’ conta com a médica Isabel Galriça Neto e o jurista Pedro Vaz Patto que vão falar sobre eutanásia, às 21h30, no Centro Cultural de Cascais.

 

18 de outubro -O Museu Municipal de Ourém e o Consolata Museu-Arte Sacra e Etnologia, em Fátima, organizam um programa de visitas guiadas, no âmbito do Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja.

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 13h30

Domingo, 16 outubro - 7h00 - Peregrinação Nacional de Escuteiros a Fátima 

 

Segunda-feira, dia 17, 15h00 

Entrevista a Teresa Vasconcelos e Henrique Pinto sobre o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. 

 

Terça-feira, dia 18, 15h00  Informação e entrevista Catarina Martins sobre a campanha Paz na Síria 

 

Quarta-feira, dia 19, 15h00 - Informação e entrevista a Sérgio Cunha sobre o projeto 'Paróquia Web'

 

Quinta-feira, dia 20, 15h00 -Informação e entrevista ao padre José Vieira, sobre o Dia Mundial das Missões.

 

Sexta-feira, dia 21, 15h00  -  Análise à liturgia de domingo

 

Antena 1

Domingo, dia 16 de outubro - 06h00  - «Os pobres dos mais pobres em Portugal. Que futuro?»

 

Segunda a sexta-feira, dias 17 a 21 de outubro - 22h45 - Os impostos, que diz a Doutrina Social da Igreja?

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano C – 29.º Domingo do Tempo Comum

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Proclama a Palavra, insiste!
 

A Palavra que a liturgia deste vigésimo nono domingo do tempo comum nos apresenta convida-nos a manter com Deus uma relação estreita, uma comunhão íntima, um diálogo insistente: só dessa forma será possível ao crente aceitar os projetos de Deus, compreender os seus silêncios, respeitar os seus ritmos, acreditar no seu amor.

O Evangelho sugere que Deus não está ausente nem fica insensível diante do sofrimento do seu Povo. Devemos descobrir que Deus nos ama e tem um projeto de salvação para todos; essa descoberta só se pode fazer através da oração, de um diálogo contínuo e perseverante com Deus. É esse também o sentido da primeira leitura.

Gostaria de realçar a leitura da Segunda Carta a Timóteo, que apresenta a Sagrada Escritura como fonte privilegiada de encontro entre Deus e o homem.

Dizer que a Escritura é inspirada por Deus significa que ela contém as palavras que Deus quer dirigir-nos, a fim de nos indicar o caminho para a vida plena. No dizer de Leão XIII, a Escritura é “uma carta outorgada pelo Pai celeste ao género humano viandante longe da sua pátria, e que os autores sagrados nos transmitiram”. A Escritura deve, pois, assumir um lugar preponderante na minha vida pessoal e na vida das comunidades cristãs. É isso que acontece? Que lugar ocupa a leitura, a meditação e a partilha da Palavra de Deus na minha vida e nas comunidades cristãs? O que é que assume um valor mais determinante na experiência cristã: as práticas rituais, as devoções particulares, as leis e os códigos, ou a Palavra de Deus?

A Palavra de Deus aparece envolta em roupagens e géneros literários típicos de uma época e de uma cultura determinada. Por isso, é preciso estudá-la, aprender a conhecer o mundo e a cultura bíblica, compreender

 

 

 

 o enquadramento e o ambiente em que o autor sagrado escreve. As nossas comunidades cristãs devem ter o cuidado de organizar iniciativas no campo da informação e do estudo bíblico, de forma a proporcionar uma informação adequada para melhor compreender a Palavra de Deus. É preciso insistir continuamente nisto, para que a Palavra seja levada no coração, meditada, vivida e proclamada!

A segunda leitura chama também a atenção daqueles que estão ao serviço da Palavra: devem anunciá-la em 

 

 

todas as circunstâncias, sem respeito humano, sem jogos de conveniências, sem atenuar a radicalidade da Palavra; e devem também preparar-se convenientemente, a fim de que a Palavra se torne atraente e chegue ao coração dos que a escutam.

Vivamos esta semana que antecede o Dia Mundial das Missões na oração e no acolhimento da Palavra de Deus, que nos chama, convoca e envia em missão!

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

 

Misericórdia,
revolução dos pequenos gestos

 

O Papa Francisco propôs no Vaticano a prática de “um gesto de misericórdia por dia” como a “verdadeira revolução cultural” que o mundo precisa. Durante a audiência pública desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, o Papa argentino salientou que “não basta experimentar a misericórdia

 

 

 de Deus, é preciso que a pessoa que a recebe também se torne instrumento dela para os outros”.

“E como poderemos ser testemunhas de misericórdia? Não pensemos que se trata de realizar grandes esforços ou gestos sobre-humanos”, salientou Francisco, referindo que Jesus 

 

 

 

mostra o caminho a seguir, que é “muito mais simples, feito de pequenos gestos mas de grande valor aos olhos de Deus”.

“Dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, assistir aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. A Igreja chama-lhes obras de misericórdia corporal, porque socorrem as pessoas nas suas necessidades materiais”, acrescentou o Papa, lembrando depois “as sete obras de misericórdia espiritual”.

“Dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, suportar com paciência as  

 

fraquezas do nosso próximo, rezar a Deus por vivos e defuntos”, destacou.

De acordo com o Papa, todas estas ações “são modo concreto de viver a misericórdia”. E recordou depois a vida de Santa Madre Teresa de Calcutá, que não procurou “grandes empreendimentos e obras” mas deu prioridade às “mais simples, que o Senhor aponta como sendo as mais urgentes”.

“Santa Teresa de Calcutá é recordada não tanto pelas muitas casas que abriu no mundo, como sobretudo porque se inclinava sobre cada pessoa que encontrava abandonada no meio da estrada para lhe devolver a dignidade”, concluiu.

 

O Papa destacou a “a oração do Rosário” como “a síntese da história da misericórdia de Deus”, durante o Jubileu Mariano que decorreu no Vaticano, com a participação de uma delegação do Santuário de Fátima. Numa mensagem deixada durante a vigília integrada no programa do evento, Francisco salientou que Maria “desde os primeiros séculos” tem sido “invocada como Mãe da Misericórdia”.

 

 

 

V Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil

O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, tendo em vista a formação permanente promove as V Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil, no próximo dia 15 de outubro, no auditório da Consolata em Fátima.

As jornadas deste ano centram-se no tema ‘Construir-se como pessoa: Desafios para a Pastoral Juvenil’, e destinam-se a animadores de grupos de jovens e responsáveis da pastoral juvenil.

Sabemos como este é um aspeto fundamental da Pastoral Juvenil, numa fase em que se estruturam as identidades e se definem as opções para a vida. No momento atual, são muitos os caminhos propostos e nem sempre a visão cristã da pessoa é aquela que fala mais alto no modo como nos entendemos a nós próprios e aos outros.

As jornadas pretendem ajudar a refletir e debater o que significa ser pessoa na perspetiva bíblica e teológica e que desafios e consequências pastorais daí decorrem. Teremos ainda uma atenção particular para com a questão da “ideologia de género”, recentemente tratada pelos nossos 

 

bispos, procurando perceber de que modo a perspetiva cristã ilumina todo este debate e pode ajudar a clarificar perspetivas.

A Paulus Editora é a distribuidora oficial do DOCAT para a Língua Portuguesa e em parceria com o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil está a preparar uma programação que contribuirá para a concretização do sonho do Papa Francisco: “Que um milhão de jovens, mais ainda, que uma geração inteira, seja, para os seus contemporâneos, uma Doutrina Social em movimento.”

Deste modo, é com grande alegria que as V Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil recebem também uma apresentação da Doutrina Social da Igreja destinadas aos jovens católicos.

Contamos com cada um de vós, pois só com cada um e cada uma, estas Jornadas podem ser um espaço cada vez maior de enriquecimento, de partilha e escuta mútua, de encontro e de comunhão, de formação.

 

Departamento Nacional

da Pastoral Juvenil

 

 

Iraque: Cumpriu-se o sonho do seminarista Martin Baani

O padre do sorriso

Expulso da sua aldeia, no auge dos ataques jihadistas no Iraque, Martin Baani foi obrigado a fugir com a roupa que trazia vestida. Só teve tempo para salvar o Santíssimo da igreja de Karamlesh, onde vivia. Tudo o resto ficou para trás. Martin era seminarista e prometeu ali, na igreja vazia, que ninguém iria impedi-lo de cumprir o sonho da sua vida.

 

Martin, por mais anos que viva, nunca mais conseguirá esquecer esse fim de tarde de 6 de Agosto de 2014 quando todas as pessoas da aldeia de Karamalesh, onde vivia, fugiram apavoradas perante a iminente chegada dos jihadistas do auto-proclamado Estado Islâmico. Foi um susto, um pavor. Na memória de Martin há ainda a confusão de centenas de pessoas em fuga, umas atrás das outras, todas perdidas, todas assustadas. Por mais anos que viva, Martin nunca mais poderá esquecer também aqueles instantes em que, como num arrebatamento, decidiu voltar atrás. Não havia tempo a perder. Os jihadistas estavam a poucos quilómetros e traziam consigo o horror da barbárie absoluta. Era 

 

preciso resgatar o Santíssimo e levar consigo alguns dos livros sagrados que atestavam a presença cristã de centenas de anos naquela região. Martin Baani era ainda seminarista. Durante anos alimentara o sonho de entregar a vida a Deus, de se oferecer por inteiro ao povo iraquiano. Quando o carro se afastou velozmente de Karamalesh, o Santíssimo já estava a salvo. Aquela seria, por certo, uma viagem sem retorno. Martin decidiu ficar no país para continuar a sua caminhada até ao sacerdócio. Foram 10 horas até ao norte do país, até Ankawa, o subúrbio cristão da cidade de Erbil. “Quero servir o meu povo. Esta é a minha vocação. Amo o meu país. Tenho de ficar e servi-lo.”

 

O regresso a casa

Dia 16 de Setembro de 2016. A igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Erbil, está a abarrotar de fiéis. É dia de ordenações. Entre os sete novos sacerdotes, está Martin Baan. Tem agora 26 anos. Passaram exactamente dois anos e 41 dias desde que os jihadistas ocuparam Karamalesh. No final da missa, 

 

 

o Padre Martin agradeceu a Deus e a todos os fiéis que, em todo o mundo, rezaram por ele. A ocupação da sua aldeia pelos jihadistas não o derrotou. Pelo contrário. Tornou-o mais forte, permitiu-lhe ver com clareza a sua missão. Enquanto se preparava para o sacerdócio, Martin foi aos campos de refugiados para acompanhar as famílias cristãs, procurando ajudá-las no seu sofrimento, nas suas lágrimas. No ano passado, a Fundação AIS l

 

ançou uma campanha denominada “adopte um seminarista na oração”. Martin Baan era um desses seminaristas. Agora, o padre Martin vai ser colocado na cidade de Duhok. Para onde quer que vá, seja uma cidade, vila, ou mesmo na mais insignificante aldeia, haverá, por certo, gente em lágrimas que precisa de ajuda. Não quer adoptar este sacerdote nas suas orações?

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

Igreja traduz-se por Missão

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Vivemos já o ‘Mês Missionário’ e o Papa Francisco não perde oportunidades de apelar á misericórdia. Na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, simbolicamente publicada no dia de Pentecostes, cruza a Missão com a Misericórdia. Pede-nos para olhar a ‘Missão ad gentes como uma grande, imensa obra de misericórdia, quer espiritual quer material’.

O Papa convida a ‘sair’, como ‘discípulos missionários’, ‘pondo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus á família humana inteira’.

Repete uma afirmação que, na boca e pena do Papa Francisco, já se torna ‘viral’: ‘Jesus aproxima-Se de quem passa necessidade para estar perto de todos, sobretudo dos pobres’.

Há afirmações que permitem novos olhares: ‘Sinal eloquente do amor materno de Deus é uma considerável e crescente presença feminina no mundo missionário, ao lado da presença masculina’.

A Mensagem fala de uma evangelização integral que inclui o anúncio do Evangelho, mas também investimentos na educação, na saúde, no desenvolvimento, na sensibilização para o respeito e vivência dos direitos humanos. Os compromissos ‘ditos’ sociais ajudam a construir um mundo mais humano, fraterno e cristão. É uma exigência para quantos se dizem seguidores de Cristo.

A Missão é urgente, pois ‘cada povo e

 

 

 

 

 

 

 cultura tem direito de receber a mensagem da salvação, que é dom de Deus para todos’.

O empenho no âmbito da ‘justiça e paz’ é também espaço de Missão hoje. Lembra o Papa: ‘Os missionários sabem, por experiência, que o Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e reconciliação, justiça e paz’.

A ida às periferias e margens – ideia tão querida do Papa Francisco – aparece como convite renovado a uma ‘saída missionária’ da Igreja.

Porque todos precisamos de 

 

modelos a seguir, a Mensagem conclui com uma focagem em Maria, ‘ícone sublime da humanidade redimida, modelo missionário para a Igreja’.

O Dia Mundial das Missões é só a 23 de Outubro. Mas ler e reler estas propostas do Papa Francisco, na Mensagem ‘Igreja Missionária, testemunha de Misericórdia’ ajudará a criar ambiente para que as nossas vidas e comunidades sejam cada vez mais abertas, ousadas e missionárias. Fica o desafio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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