04 - Editorial:

    Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Opinião

      D. José Cordeiro

      Cónego António Rego

      Miguel Panão

      Sónia Neves

30 - Dossier

    Fátima - Centenário das Aparições

 

 

60 - Multimédia

62 - Estante

64 - Concílio Vaticano II

66 - Agenda

68 - Por estes dias

70 - Programação Religiosa

71  - Minuto Positivo

72 - Liturgia

74 - Cristãos perseguidos

76 - LusoFonias

Foto da capa: DR

Foto da contracapa:  DR

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
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Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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31 - Dossier

    Centenário das Aparições em Fátima

 

 

 

 

 

 

Opinião

 

 

 

Novo ano pastoral em Bragança-Miranda

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Papa lamenta tragédia com Chapecoense

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Ano Jubilar celebra Centenário das Aparições em Fátima

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Octávio Carmo | D. José Cordeiro António Rego | Miguel Panão Sónia Neves | Fernando Cassola Marques Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves

 

Pós-verdade

  Octávio Carmo   
  Agência ECCLESIA   

 
 

 

 

É a palavra do ano 2016 para os dicionários britânicos Oxford. Vale a pena parar pensar na definição de 'post-truth', adjetivo que diz respeito a “circunstâncias em que os factos objetivos têm menos influência na formação de opinião pública do que os apelos emocionais e as opiniões pessoais".

Do ponto de vista jornalístico, estamos a falar de um desastre. Objetivamente. Se, como se lia numa vinheta satírica, o vencedor não for determinado por quem dá a resposta correta mas por quem grita mais alto e mais rápido, mesmo que esteja errado, os factos não valem nada.

É preocupante, por isso, que no debate público se valorize cada vez mais o volume em detrimento do conteúdo, o ruído em vez da substância e as circunstâncias em vez da verdade. E escusamos de apontar o dedo: nas nossas próprias navegações pelas caixas de comentários ou pelas redes sociais, mais do que uma vez teremos cedido à tentação da indignação cega, mais interessada em desqualificar o outro do que em debater argumentos e opiniões fundamentadas.

A pós-verdade aparece muitas vezes de braço dado ao insulto. Não interessa se os argumentos são falsos. Se os factos contradizem o que se diz. Nada se sobrepõe, aparentemente, ao direito à indignação, mesmo ao disparate. Contradizer factos? Para quê? Só é necessário valorizar as emoções e as opiniões pessoais…

 

 

 

 

Não posso deixar de pensar nisso quando algumas figuras políticas se lembram de responder  a trabalhos jornalísticos após estes terem sido publicados, sem que antes tenham manifestado qualquer intenção de atender às solicitações de quem os interpelava. Ou pior, quando as redes sociais se inundam de comentários desumanos, cruéis, absurdos, perante dramas alheios. Se a humanidade pós-verdade for algo parecido com isto, estamos claramente a ir por um mau caminho.

 

 

Permitam-me uma nota final para evocar as vítimas da queda do avião que transportava a equipa da Associação Chapecoense de Futebol para o maior jogo da história do clube. Morreram muitas pessoas, incluindo muitos colegas de profissão que, por certo, estariam entusiasmados com a oportunidade de acompanhar este evento. Respeitaremos a sua memória.

Foi sensível e respeitadora a reação da Igreja Católica a esta tragédia, na plena compreensão de que o futebol nunca é “só futebol”. #ForçaChape.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Queda de avião na Colômbia, em que seguia a equipa brasileira de futebol do Chapecoense, fez 71 mortos e seis feridos @ Agência Lusa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- “Tanto Espanha como Portugal sofreram uma crise económica que afetou gravemente os nossos cidadãos. Hoje, as nossas economias retomaram a senda do crescimento e continuar a trabalhar no aprofundamento da relação económica bilateral é a melhor maneira de consolidar a recuperação, a criação de emprego e a sustentabilidade do modelo social que partilhamos”. Filipe VI, rei de Espanha, durante a sua visita a Portugal, Rádio TSF, 30.11.16

 

- “Ao tomar conhecimento da morte de dezenas de pessoas no trágico acidente aéreo ocorrido esta madrugada na Colômbia, em que se perdeu também a grande maioria dos jogadores do Chapecoense, quero expressar as minhas sinceras condolências ao Presidente Michel Temer, ao Povo Brasileiro, e de outras nacionalidades, e a todos os familiares por esta perda inestimável”. Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, 29.11.16

 

- “As mudanças que o mundo atravessou levaram-no a mudar alguma coisa, a ser mais tolerante, e teve diálogos profundos com o Papa João Paulo II, Bento XVI. Mas não deixou de ser um ditador”. D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, sobre a morte do antigo presidente cubano, Fidel Castro, Agência Ecclesia, 26.11.16

 

- “Nos períodos de crise e até nas épocas mais fortes, como agora no Natal, vêm muitas campanhas e muitas atividades mascaradas porque não são da ação quotidiana, são positivas, certamente, mas não respondem a estas inquietações mais profundas”. D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, durante um encontro com instituições de solidariedade social da região, Agência Lusa, 25.11.2016

 

Formação dos leigos e figura de Maria vão conduzir ano pastoral na Diocese de Bragança-Miranda

 

O bispo de Bragança-Miranda inaugurou este sábado o ano litúrgico-pastoral com a certeza de um caminho consolidado nos últimos cinco anos através da formação e da reorganização pastoral. "Queremos 

 

 

continuar os desafios a que nos propusemos há cinco anos, nomeadamente a reorganização pastoral e a formação permanente do clero e dos leigos", sublinha D. José Cordeiro à Agência ECCLESIA no dia 

 

 

 

 

em que a diocese abriu o ano pastoral, pela primeira vez fazendo coincidir com o início do ano litúrgico.

A Diocese de Bragança-Miranda elegeu a figura de Maria para conduzir o ano pastoral num território com 326 paroquias e 545 comunidades, organizadas em 22 unidades pastorais, visitadas pelo bispo nos últimos quatro anos. "Esta realidade apresenta muitas dificuldades mas também muitas oportunidades. É com estas pessoas que estamos a fazer esse caminho e o dia de hoje, com a presença de todos, é já fruto deste caminho sinodal que fizemos", indica o prelado.

O responsável quer envolver a diocese na "alegria de evangelizar", procurando no exemplo de Maria, "o auxílio aos que mais precisam" e a atitude certa para "fazer o que é preciso". "Como Maria queremos ser discípulos missionários e viver, celebrar e testemunhar o evangelho neste território e na nossa própria vida".

Para que esse anúncio se concretize, acredita D. José Cordeiro, "a formação é decisiva". "Cada vez mais temos de estar preparados para dar as razões da nossa esperança a quem nos perguntar. E sozinhos não 

 

o conseguimos fazer, temos de o fazer em Igreja", sustenta o prelado para quem o "Evangelho constantemente rezado, celebrado, aprofundado e consolidado" conduz o homem à realização "de todos e para todos".

A abertura do ano litúrgico-pastoral na Sé da diocese pretendeu dar "visibilidade a este povo peregrino e fiel".

Já no domingo, a Igreja Católica em Bragança-Miranda adotou um missal e um lecionário próprios para as Eucaristias, bem como um diretório de música para a liturgia, depois de aprovados pela Santa Sé. D. José Cordeiro destacou este passo dado pela diocese transmontana, depois de “um longo caminho” que permitiu a adoção de um “calendário particular” para a Igreja Católica local, com os santos e as festas ou solenidades que mais dizem às comunidades paroquiais.

“É com enorme satisfação que, depois da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aprovar tanto o calendário próprio como os textos próprios, eles se tornam também obrigatórios aqui na diocese”, disse. 

 

 

Patriarca de Lisboa vive Sínodo,
primeiro desde 1640

O Sínodo da Diocese de Lisboa está a decorrer até domingo, no Centro Diocesano de Espiritualidade Imaculado Coração de Maria, no Turcifal. Esta assembleia consultiva, cujo percurso se iniciou em 2014, decorre até a domingo; conta com 137 participantes, entre leigos, padres e religiosos, segundo dados do Patriarcado.

“A caminhada sinodal parece apontar alguns caminhos de renovação eclesial que se centram nas seguintes opções fundamentais - missionária e evangelizadora; comunitária; iniciática; familiar e vocacional - cujas ações de concretização apenas se apontam como pistas de ulterior reflexão”, explica o documento de trabalho, disponível na internet.

O presidente da República Portuguesa saudou esta quarta-feira a realização do Sínodo Diocesano de Lisboa, que acontece no contexto dos 300 anos da qualificação patriarcal da diocese e 376 anos depois da realização do anterior, em 1640. Numa mensagem divulgada na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa “saúda esta iniciativa, no quadro

 

 da liberdade religiosa consagrado na Constituição da República”.

O Sínodo de Lisboa tem como lema ‘O sonho missionário de chegar a todos’.

O cardeal-patriarca de Lisboa vai elaborar posteriormente um documento com as linhas orientadoras para a ação pastoral da Igreja diocesana para os próximos anos.

O encerramento solene do Sínodo é celebrado na Solenidade da Imaculada Conceição, a 8 de dezembro, pelas 15h30, na igreja do Mosteiros dos Jerónimos, numa cerimónia com ordenações diaconais.

 

 


 

Bispo de Vila Real retoma setores pastorais da Família e da Juventude

O bispo de Vila Real retomou os setores diocesanos da Família e da Pastoral Juvenil, Universitária e Vocacional para responder ao “eclipse de Deus” na sociedade atual, que considera fazer-se sentir a todos os níveis. Em entrevista à Agência ECCLESIA, no âmbito do novo ano pastoral, D. Amândio Tomás destaca desafios como a perda de sentido da família, antes “lugar, escola de valores, propositora de princípios, berço não só da vida mas das convicções e da fé”, hoje cada vez mais fragilizada.

“É preciso redescobrir esses valores que a família perdeu. Além disso, a sociedade vive num egoísmo generalizado pois é muito hedonista, desacreditou no amor fiel, indissolúvel. A realidade da dificuldade no matrimónio é generalizada, na nossa diocese não tem uma dimensão tão grande como em outras maiores, mas já se verifica e de que maneira”, frisa o prelado.

O bispo de Vila Real lembra que a realidade das famílias reflete-se também nos jovens, na “educação dos filhos”, ameaçando transformar-se num ciclo difícil de quebrar, se não for devidamente cuidado. “Para isso ela tem de ser evangelizada, 

 

ajudada, formada”, acrescenta o responsável católico.

Neste momento, o reativado Secretariado Diocesano da Família está a ocupar-se dos “centros de preparação para o matrimónio, da espiritualidade conjugal e do acompanhamento dos jovens para o matrimónio e do acompanhamento dos casais”.

“Temos de imprimir e dar a conhecer ao mundo, que é possível um matrimónio manter-se fiel até à morte”, sublinha D. Amândio Tomás, para quem é fundamental estar próximo das famílias e dos casais que convivem com problemas.

Sobre os jovens, o prelado destaca que “muitos não sabem o que é um sacramento” nem tão pouco “têm um sentido de pertença à Igreja” e figuras que os poderiam ajudar, como os padrinhos, são hoje apenas “uma praxe social”.

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

Papa Francisco lamenta tragédia
com comitiva da Chapecoense

 

O Papa recordou no Vaticano a tragédia aérea que esta terça-feira vitimou mais de 70 pessoas, na queda de um avião na Colômbia, no qual seguia a equipa brasileira da Chapecoense. "Também eu quero lembrar hoje a dor do povo brasileiro pela tragédia da equipa de futebol [a Chapecoense] e rezar pelos jogadores falecidos, pelas suas famílias", disse, no final da audiência pública semanal.

Francisco realçou que estas situações representam "tragédias duras"

 

 e pediu orações pelas vítimas, ao saudar os peregrinos de língua portuguesa, um dos quais levantou uma camisola da Associação Chapecoense de Futebol.

"Na Itália, sabemos bem o que isso significa, pois lembramos o acidente aéreo de Superga, em 1949", acrescentou o Papa, recordando o acidente que vitimou a equipa do Torino.

Já esta terça-feira, Francisco tinha enviado uma mensagem ao bispo

 

 

 

 da diocese colombiana de Sonsón Rionegro, D. Fidel Marín, em cujo território se deu o acidente que matou profissionais de futebol, elementos da tripulação e jornalistas.

"O Santo Padre, profundamente entristecido ao saber da dolorosa notícia do grave acidente aéreo que provocou numerosas vítimas, eleva orações para o eterno descanso dos falecidos", refere o telegrama, divulgado pela Conferência Episcopal da Colômbia.

O documento enviado pela Secretaria de Estado do Vaticano pede ao bispo que "transmita o sentimento de pêsames de sua santidade aos familiares e a todos os que choram por tão sensível perda, junto com expressões de afeto, solidariedade e consolo a todos os afetados pelo trágico acidente".

O avião transportava a delegação do clube brasileiro, para a disputa da final da Taça Sul-Americana.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma carta ao bispo de Chapecó, D. Odelir José Magri, para manifestar o pesar da Igreja Católica pela tragédia a todas as famílias e comunidades desta diocese. “Nestes momentos de tristeza e dor, 

 

 

renovamos, juntos, a nossa fé como sinal de consolação e de esperança no Senhor ressuscitado”, referem os bispos católicos.

A Regional Sul 4 (Santa Catarina) da CNBB também divulgou uma nota de solidariedade à família da Associação Chapecoense de Futebol, na qual “lamenta o que ocorreu e manifesta solidariedade, em especial para com os familiares e amigos mais próximos das vítimas”.

As autoridades colombianas informaram que o avião se despenhou quando se dirigia para o aeroporto de Medellín; o último balanço oficial aponta para 71 mortos e seis sobreviventes. 

 

 

Dia Mundial de Oração pelas Vocações de 2017

O Papa sublinhou a “dimensão missionária da vocação cristã” na mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações que se vai celebrar a 7 de maio de 2017, com o tema ‘Impelidos pelo Espírito para a missão’. “O compromisso missionário não é algo que vem acrescentar-se à vida cristã como se fosse um ornamento, mas, pelo contrário, situa-se no âmago da própria fé. A relação com o Senhor implica ser enviados ao mundo”, escreve Francisco, no texto divulgado pelo Vaticano.

A mensagem assinala que “todos os cristãos são constituídos missionários do Evangelho”, algo que “vale de forma particular” para as pessoas chamadas a uma “especial consagração e também para os sacerdotes”.

Francisco considera importante “aprender do Evangelho o estilo de anúncio” e alerta para quem se deixa levar “por um certo frenesim de poder, pelo proselitismo ou o fanatismo intolerante”, “mesmo com a melhor das intenções”. “O Evangelho, pelo contrário, convida-nos a rejeitar a idolatria do sucesso e do poder, a preocupação excessiva pelas estruturas e uma certa ânsia que obedece mais a um espírito

 

de conquista que de serviço”, desenvolve.

O Papa observa que o povo de Deus “precisa de ser guiado” por pastores que “gastam a sua vida ao serviço do Evangelho” e pede às comunidades paroquiais, associações e grupos de oração que peçam “ao Senhor que mande operários para a sua messe e nos dê sacerdotes enamorados do Evangelho”. “Com renovado entusiasmo missionário, são chamados a sair dos recintos sagrados do templo, para consentir à ternura de Deus de transbordar a favor dos homens”, acrescenta, assinalando que a Igreja precisa de sacerdotes “confiantes e serenos”.

Segundo Francisco, hoje é possível “voltar a encontrar o ardor do anúncio e propor” o seguimento de Cristo, sobretudo aos jovens.

 

 

Dia Mundial de Luta Contra a Sida 

O Papa Francisco recordou no Vaticano a celebração do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que se assinala anualmente a 1 de dezembro, por iniciativa das Nações Unidas, recordando as populações mais pobres atingidas pela doença. “Milhões de pessoas convivem com esta doença e só 50% tem acesso a terapias que salvam vidas. Convido-vos a rezar por elas e pelos seus entes queridos e a promover a solidariedade para que também os mais pobres possam beneficiar de diagnóstico e tratamentos adequados”, disse, no final da audiência pública semanal que decorreu esta quarta-feira, na sala Paulo VI.

Francisco deixou ainda um apelo para que “todos adotem comportamentos responsáveis para prevenir ainda mais a difusão desta doença”.

A ONU espera atingir uma eliminação 

 

da epidemia em 2030, tendo ainda três objetivos até 2020: que 90% das pessoas que vivem com VIH sejam diagnosticadas; atingir 90% dos diagnosticados em tratamento; que 90% dos que estão em tratamento atinjam carga viral indetetável.

O Papa falou ainda da Conferência internacional sobre a proteção do património em zonas de conflito, que se realizará nos dias 2 e 3 de dezembro em Abu Dhabi. “Trata-se de um tema que, infelizmente, é atual. Na convicção de que a tutela das riquezas culturais constitui uma dimensão essencial da defesa do ser humano, faço votos de que este evento marque um nova etapa no processo de aplicação dos Direitos Humanos”, referiu Francisco.

A iniciativa é promovida pelos governos de França e Emirados Árabes Unidos, com a colaboração da UNESCO.

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Líderes religiosos encontraram-se com representantes da Comissão Europeia

 

 

 

Sobriedade na preparação do Natal

 

 

O Ano Litúrgico

  D. José Cordeiro    
  Bispo de Bragança  

  Miranda   

 

O ano é tido como a unidade mais longa do tempo dos homens, segundo o ritmo cíclico da terra à volta da sua fonte de luz. Partindo do dia da Páscoa, como sua fonte de luz, o Ano litúrgico não é um calendário de festas, mas o desenrolar dos diferentes aspectos do único mistério de Cristo. No seu conjunto, o Ano litúrgico é imagem e “sinal sacramental” do plano eterno de salvação, que inclui o mistério de Cristo.

Assim, em cada ano, com o tempo do Advento e da manifestação do Senhor inaugura-se o novo Ano litúrgico, no qual a Igreja «considera seu dever celebrar em determinados dias do ano, a memória sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo. Em cada semana, no dia a que se chamou domingo, celebra a memória da Ressurreição do Senhor, como a celebra também uma vez no ano na Páscoa, a maior das solenidades, unida à memória da sua Paixão. Distribui todo o mistério de Cristo pelo correr do ano, da Encarnação e Nascimento, à ascensão, ao Pentecostes, e à expectativa da feliz esperança e da vinda do Senhor» (Sacrosanctum Concilium (=SC) 102; cf. Normas gerais sobre o Ano litúrgico e o calendário 17).

Na sua estrutura temporal orgânica, segundo os livros litúrgicos da liturgia romana, o Ano litúrgico começa no primeiro domingo do Advento e termina no Sábado posterior à solenidade de Cristo Rei do universo. Antes, convém advertir que esta noção de Ano litúrgico como um todo desenvolveu-se lentamente, em torno de dois eixos fundamentais, primeiro a Páscoa e sua preparação (a quaresma), depois, a partir do séc. VI   

 

 

 

o Natal e sua preparação (advento), tendo, ainda, em conta os grandes ciclos cósmicos lunar e solar, respectivamente. O Ano litúrgico integra, portanto, em cada semana, o dia do Senhor (o Domingo) e anualmente a solenidade da Páscoa e as restantes festas. Com efeito, nos diversos tempos do ritmo anual na liturgia, a Igreja recorda todo o mistério de Cristo, venera a Virgem Maria e comemora os mártires e os santos.

O Ano litúrgico deve ser considerado como uma autêntica liturgia, ou seja, o conjunto dos momentos salvíficos, celebrados ritualmente pela Igreja, mediante a Eucaristia que é memorial dos acontecimentos do mistério da salvação realizados na história. O seu fundamento bíblico-teológico radica na celebração e actualização do mistério de Cristo no tempo.

Por conseguinte, a coordenada tempo é a categoria dentro da qual se opera a salvação. O facto de Deus ter entrado no tempo, bafejou-o de eternidade. O tempo litúrgico não é uma noção, nem se entende em termos da cronologia, sendo antes considerado como manifestação do tempo propício dos eventos salvíficos (kairoí) que ritmam a existência temporal, um 

 

espaço vital do Espírito de Cristo, presente no quotidiano do cristão.

Então, a história da salvação ritualizada nas acções litúrgicas é o cumprimento em nós, num movimento aberto e ascensional até à plenitude, do mistério de Cristo, que a Igreja celebra cada ano, nos seus diversos aspectos, para tornar presente e comemorar o dom da salvação, não segundo esquemas subjectivos mas através de um plano sacramental. O que aconteceu de uma vez para sempre na vida histórica de Jesus, torna-se sacramentalmente presente à sua Igreja, cada vez que se cumpre o imperativo evangélico «fazei isto em minha memória» (Lc 22,19).

Efectivamente, só na teologia do mistério de Cristo, se entende correctamente como a liturgia é presença real deste único mistério, antes de tudo por ser o seu memorial, continuando a história da salvação realizada em Cristo. A consciência da Igreja, no II Concílio do Vaticano, redescobriu a liturgia de maneira verdadeiramente nova como «meta, para a qual se encaminha a acção da Igreja e ao mesmo tempo a fonte de onde promana toda a sua força» (SC 10). Ao correr do Ano litúrgico proclama-se Cristo com toda a amplitude do mistério pascal, por 

 

 

 

 

meio do anúncio da Palavra, a celebração ritual-sacramental em determinados dias e tempos de festa (ritmo diário, semanal e anual), especialmente ao Domingo, o 

 

 

fundamento e centro de todo o Ano litúrgico e o dia de festa primordial, porque o cristianismo é, sobretudo, uma história, um acontecimento celebrado e anunciado.

 

 

 

 

No actual contexto cultural e pelo ritmo da sociedade é natural que o Ano litúrgico sofra o impacto dos fenómenos característicos da industrialização, urbanização, secularização, consumismo, tempo livre, férias... e em certos aspectos causa uma verdadeira colisão de calendário. Hoje, que se sente tanto a necessidade de um calendário próprio e diferente a nível mundial, nacional, diocesano, paroquial, tem ainda sentido o Ano litúrgico?

De acordo com a inteligência da liturgia como «culmen et fons» (SC 10), o Ano litúrgico não é mais um ano-calendário, mas marca a centralidade da vida cristã, que deve ritmar toda a acção eclesial. Na realidade, as harmoniosas disposições sobre o Ano litúrgico não se expressam, porém, sem distorções nem choques culturais nas distintas tradições litúrgicas, nas Igrejas particulares, no confronto com a religiosidade popular, com os planos pastorais e programação civil. Isto requer, cada vez mais, uma pastoral do Ano litúrgico, até porque se nota que, habitualmente, os tempos litúrgicos 

 

são mais uma ocasião para realizar iniciativas pastorais do que verdadeiras celebrações do mistério de Cristo.

A relação das festas cristãs com as festas cósmicas é muito intima com os quatro pontos cardeais do ano solar: o Natal (25 de dezembro) calha no solstício de inverno; a Páscoa tem data variável no equinócio da primavera, calculada em função do sol e da lua; a festa de S. João Batista (24 de junho) ajusta-se ao solstício do verão; a festa de S. Miguel (29 de setembro) ocorre alguns dias depois do equinócio do outono (PH. Rouillard).

Com esta recordação dos mistérios da Redenção, a Igreja oferece a aos fiéis, as riquezas de todas as dimensões da vida de Cristo, com a qual se devem sempre confrontar, para que cresça neles a graça. O centro e o sentido último do Ano litúrgico radica no mistério de Cristo, o qual «é sempre igual e sempre igual na sua plenitude» (O. Casel), como momento da história salvífica, que se estende no âmbito da comunidade humana.

Por isso, podemos dizer que o Ano litúrgico é o mistério de Cristo.

 

 

De novo a esperança

  Cónego António Rego    
  Jornalista   

 

Poderá parecer uma banalidade a celebração do que chamamos “ciclo litúrgico”. À primeira vista parece que se dá uma volta e toca o mesmo, tal como chega o inverno a encerrar um ano e outro se começa a abrir com o crescimento dos dias e a promessa de um tempo novo que se chama primavera. E enquanto algum asteroide com brutalidade nuclear não embater na terra - como insinuam alguns cientistas - continuaremos a repetir essa espécie de monotonia reciclada. Ou então se não continuarmos a degradar a terra e o ar de forma a que o nosso planeta se torne irreconhecível na regularidade e definição das estações que nos vão aconselhando a mudar de roupa... e de hábitos de vida.

Com tudo isto, o novo acontece. Num olhar rápido à nossa volta próxima e distante notamos que o mundo mudou: as mentalidades, a família, a política, a média de vida, a natalidade, a concepção de saúde, as formas de aprendizagem, as revoluções tecnológicas com os seus automatismos e sensores, os conceitos de pedagogia, a arte... E por aí adiante. Ou, melhor dizendo, tudo o que existe e respira. Podemos com verdade dizer que nada há que não seja passível de mudança, ainda que os elementos mais estáticos – o mar, sempre o mar, e em mudança constante. Como os rochedos e as montanhas que parecem inamovíveis.

A menos que um grande acontecimento nos imponha instantaneamente mudança de página, as transformações quase não se notam dum dia para o outro ou mesmo com o aparecimento dum

 

 

ano novo. Há como que um sereno rumor no magma das coisas que as transforma lenta e rapidamente. Como também nas pessoas.

Como cristãos apetece-nos perguntar pela forma como se movimenta a fé neste contexto. A resposta mais fácil e porventura mais banal, é que o mundo passa e a fé cristã fica.

E é verdade. Mas não é tudo. Imutável permanece o essencial da fé após a revelação do último Apóstolo. Nada mais certo. Mas a Igreja atravessa o tempo e o seu drama é a sua missão. Como anunciar a cada tempo novo o Jesus de sempre? Temos a garantia 

 

da palavra na cátedra de Pedro e na vivência do povo de Deus a que chamamos tradição. Mas temos o implacável da mudança da história – de que somos agentes, e não puramente arrastados por ela, pois ela não se move, nós é que a movemos.

Muito longe poderíamos ir nesta contemplação. Mas fiquemos por aqui: outra vez o Natal. Igual e inteiramente diferente. Porque Jesus entrou na história e tem uma parábola para cada tempo. A Igreja tem por missão viver a tensão entre continuidade e renovação. Por isso a esperança de cada Advento é sempre nova.

 

 

Estruturas E/Ou Vida

  Miguel Oliveira Panão   

  Professor Universitário   

 

Recentemente numa entrevista ao jornal italiano Avvenir, o Papa Francisco afirmou que

Certos rigorismos nascem de uma falha, do querer esconder dentro de uma armadura a própria insatisfação triste.

Há que distinguir rigor de rigorismo. Em ciência, o rigor é muito importante para assegurar que o resultado final que obtemos numa experiência proveio das condições que estabelecemos à partida no desenvolvimento do método experimental. O rigorismo é o ato de manter a mente fechada à possibilidade do novo, aberta pelo "fluxo da vida". Isto faz-me lembrar uma teoria que serve de base a alguma da minha investigação em ciência. A teoria construtal.

Afirma esta que "para um escoamento de tamanho finito persistir no tempo (sobreviver), a sua configuração deve-se alterar (evoluir), de tal modo que providencie um acesso cada vez mais fácil às correntes impostas que fluem através dele". Com base neste princípio construtal, consegue-se explicar o design observado na natureza, mas não só. Explica-se também a razão pela qual atletas como Usain Bolt e Michael Phelps possuem a estrutura física ideal para serem os melhores no seu desporto, ou porque dispomos os paus em pirâmide quando fazemos uma fogueira, e um sem número de muitas outras configurações.

 

 

 

O interessante é que a própria ciência aponta para uma realidade incontornável neste mundo: as estruturas surgem da vida. Pelo contrário, quando pretendemos gerar vida em alguma realidade focando nas estruturas - aparentemente bem montadas - corremos o risco de impor um caminho de ideas que não responde aos desafios.

Disse recentemente o Papa Francisco que “a Igreja é o Evangelho, não um caminho de ideias, um instrumento para as afirmar."

Desculpem a franqueza, mas faz-me cada vez mais confusão quando queremos responder aos desafios pastorais de hoje com estruturas. Parece-me um erro tremendo. É semelhante a uma pedagogia de ensino através de resoluções bem estruturadas, mas que não estimulam o desejo de conhecer a matéria. 

São muitos os desafios sociais que vivemos atualmente. Que respostas damos no mundo da família? Como testemunhamos um relacionamento diferente com o meio ambiente? Que valor damos aos bens relacionais no mundo da economia? As respostas, testemunhos e os valores provêm

 

da vida, não de estruturas. Essas surgirão como os ramos de uma árvore que levam a seiva às folhas, as veias que levam o sangue às células mais distantes, mas apenas porque servem a vida e vivem para servir. 

As estruturas que alimentam o fluxo da vida, apagam-se (no sentido humilde do termo). Quase nem damos conta que estão presentes. Pelo contrário, quando queremos iniciar o fluxo da vida com estruturas, arriscamos a que, afinal, a vida fluiria melhor com uma outra configuração que oferece menos resistência e, assim, as estruturas passam a ser um peso e em vez de gerar vida, asfixiam-na. O que fazer?

Estar no terreno. Desenvolver os relacionamentos. Identificar os desafios e ir ao encontro daqueles que os vivem. O fluxo da vida é bem mais importante do que a estrutura por onde flui, pois, sem fluxo, de nada serve a estrutura.

 

 

O (louco) Advento

  Sónia Neves   
  Agência ECCLESIA   

 

 

Há dias as imediações do Meo Arena, em Lisboa, estavam polvilhadas de cor. Não eram as iluminações de Natal que essas ficam pela baixa da cidade e, por muito que sejam “cavalos voadores”, não saem dali. Eram algumas dezenas de pessoas ali a dormir com os seus cobertores, mantas e sacos camas coloridos. Não eram sem-abrigo, eram jovens que vieram ali dormir para conseguir o melhor lugar para ver o seu cantor preferido, Justin Bieber.

O direto de um canal televisivo anunciava, 48 horas antes do concerto, que estavam dezenas de jovens a resistir aos 10ºc que se faziam sentir em Lisboa, “um reflexo do sucesso universal do cantor”, justificava o jornalista.

São rapazes e raparigas, alguns com 13 ou 14 anos, que dormiram na rua e faltaram às aulas para conseguir o melhor lugar, ”aquele sítio onde ele toca nas mãos das fãs”, explicavam entre risinhos trémulos e lágrimas de ansiedade (ou frio). Alguns adolescentes assumiram mesmo que não vinham só pela música mas pelo exemplo do cantor canadiano.

Mas que juventude é esta? Faltam às aulas e dormem ao relento num “louco advento”? Onde estão os pais destes jovens? Desistiram

   

 

 

 

 

 

de educar ou “têm de os compensar”, como agora por aí se diz?

Os pais já não sabem dizer não? Que valores etéreos tem esta malta nova?

Não quero acreditar que a juventude está perdida porque vejo a esperança e creio no que 

 

 

realmente importa. (ver vídeo que partilho, pensar e olhar em volta…)

Acredito no Amor a que nos leva este Advento verdadeiro, que já nos deu a primeira semana, e nos faz olhar em volta; desejar que o Mundo acalme as guerras e volte a sorrir… Porque sabemos o caminho: basta seguir a verdadeira Estrela. 

 

 

 

 

 

 

 

O Santuário de Fátima iniciou o Ano Jubilar do Centenário

das Aparições, celebrações em destaque nesta edição do

Semanário ECCLESIA, que apresenta as várias iniciativas

promovidas até outubro de 2017.

 

As declarações do reitor do Santuário e a homilia de

abertura deste ano de júbilo, pelo bispo da Diocese

de Leiria-Fátima, inauguram páginas em que se pode

ainda encontrar a apresentação do novo Pórtico Jubilar,

a exposição ‘As cores do Sol’, e a apresentação do tema

pastoral, entre outras informações.

 

 

 

 

 

 

 

Fátima: Os sinais que vão marcar este ano jubilar rumo ao Centenário das Aparições

 

Agência Ecclesia (AE) - O Santuário de Fátima deu início a um ano jubilar rumo ao Centenário das Aparições. Que sinais é que são propostos para a vivência deste tempo?

Padre Carlos Cabecinhas (CB) – Certamente que um ano importante como este, como é um ano jubilar, vive também de sinais e de gestos que propomos aos peregrinos. Há um conjunto vasto de atividades que temos, mas a marcar todo este ano jubilar temos antes de mais o grande pórtico jubilar, o pórtico do Centenário, um pórtico que se inspira no arco festivo que assinalou o lugar das Aparições logo em 1917 e portanto, nos inspirou para a produção deste pórtico. Tem também o sentido de porta, de porta santa, está no alto do recinto mas também nas outras entradas do Santuário de Fátima.

Temos também outro elemento que é uma oração de consagração que propomos a todos os peregrinos que visitam este lugar, e temos enfim um itinerário orante que é proposto a todo aquele que vem ao Santuário de Fátima como caminho espiritual 

 

e de oração, para visitar os vários lugares e para entrar em sintonia com o espírito jubilar, com esta data festiva que queremos assinalar.

 

AE- Este será um ano fundamental até para o reforço do contexto internacional, da dimensão internacional de Fátima?

CB – Eu diria que a dimensão internacional de Fátima já está bastante cimentada. O que acontece é que a vivência de um ano importante, de um ano jubilar como este, permitirá que Fátima chegue ainda mais longe.

Nós temos muitos ecos, nomeadamente já de vários países que se estão a organizar para virem em peregrinação oficial, nacional, ao Santuário de Fátima, com os seus bispos, com as suas respetivas conferências episcopais. Temos grupos de todo o mundo que nos vão manifestando a vontade de vir a Fátima nesta data tão particular.

 

 

 

 

 

AE - De quantos países?

CB – Peregrinações nacionais diria que temos quatro a cinco já confirmadas, mas há outras que estão ainda a estudar a possibilidade de vir de forma oficial aqui ao Santuário de Fátima.

Mas temos muitos outros grupos que já vêm habitualmente e que querem marcar presença de forma ainda mais especial neste ano jubilar aqui em Fátima.

 

AE - Está tudo preparado para as comemorações do centenário, para a vinda do Papa?

CB – Para a celebração do centenário, 

 

aquilo que depende do Santuário está preparado, obviamente que muitas das ações nos exigem uma preparação mais imediata e próxima dos acontecimentos, mas estamos preparados para acolher os peregrinos que venham.

Em relação à vinda do Papa, obviamente há muitas coisas a preparar mas que só poderão ser preparadas quando conhecermos o programa, e ainda não o temos.

Por outro lado, há um conjunto de aspetos que compete ao Estado português garantir, numa visita do Papa, uma vez que o Papa é também 

 

 

 

 

 

 

 

 

chefe de Estado e por isso há um conjunto de deveres que competem ao Estado português quando aceitou convidar o Papa para vir este ano a Fátima.

 

AE - E esse diálogo entre o Santuário e o Governo está a acontecer?

CB – Mais do que um diálogo com o Santuário de Fátima, é um diálogo entre a Santa Sé e o Governo português, e não nos compete conhecer esses meandros a não ser quando o programa oficial for comunicado. 

 

 

Hora de Júbilo na abertura do Ano Jubilar

“Vamos com alegria para a casa do Senhor” - o refrão do salmo exprime bem a atitude com que hoje convergimos em peregrinação a esta basílica para celebrar o início do ano litúrgico e o início do ano jubilar das aparições de Nossa Senhora em Fátima. Um abre-nos a porta santa do Advento; outro o pórtico do centenário, a lembrar a porta santa dos peregrinos. Dois acontecimentos que se iluminam e enriquecem mutuamente e são para nós motivo de particular alegria e júbilo. Deixemo-nos guiar pela Palavra de Deus proclamada para compreendermos a atualidade do Advento e da Mensagem da Senhora nos tempos modernos.

 

É Hora de despertar!

O tempo do Advento é bem mais que a simples espera e preparação do dia do Natal. Por sua vez, o Natal cristão não se reduz à recordação romântica de um acontecimento longínquo do passado como é o nascimento do menino Jesus. O Advento introduz-nos no coração do mistério cristão: a vinda de Deus à nossa vida, o mistério grande e fascinante de Deus connosco! É tempo de alegria

 

porque Deus vem ao nosso encontro.

Um célebre teólogo escreveu: “A doença do nosso século é o esquecimento do Advento de Deus” (J. B. Metz), isto é, a perda do sentido, da beleza e da esperança que contém o mistério da Incarnação, o qual nos revela: “Deus é Aquele que vem” e entra na nossa história, assumindo a nossa carne, para fazer connosco uma história de salvação e não de perdição.

Por isso, a palavra chave, a palavra de ordem do primeiro domingo do Advento é: vigiai, despertai do sono, para não deixar afogar a vida na banalidade dos dias como nos tempos de Noé. Também hoje podemos viver adormecidos, distraídos, anestesiados pelo “ramram” do dia a dia: comemos, bebemos, trabalhamos, casamos, fazemos a nossa vida de família e a nossa atenção reduz-se a este horizonte estreito. Ficam de fora, na penumbra ou excluídas, outras realidades tão importantes e belas: a fé em Deus, o amor de Deus em nós, a vida espiritual, os valores morais. É hora de despertar!

Foi esta advertência que Nossa Senhora fez ecoar aqui em Fátima, com uma urgência impressionante, para a 

 

 

 

humanidade que esquecera Deus, que vivia de costas voltadas para Ele e caminhava para a catástrofe da guerra e da destruição.“Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais sagrados no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, veio do céu a nossa bendita Mãe oferecendo-se para transplantar no coração de quantos se lhe entregam o Amor de Deus que arde no seu” (Bento XVI). 

 

Ela oferece-nos coração e olhar para contemplarmos e saborearmos a ternura e a misericórdia de Deus que põe limite à força destruidora do mal.

Também hoje nos chama a uma vigilância interior, a despertar da indiferença, a voltarmo-nos para Deus, a abrir o nosso coração ao seu amor e a descobrir os sinais da sua vinda ao nosso mundo. Com Deus ou sem Ele a nossa vida e a vida do mundo serão diferentes!

 

 

 

 

Caminhar para o reino da Justiça e da Paz: o horizonte da esperança

Outra palavra de ordem do Advento é “caminhemos à luz do Senhor” que se aplica também ao Ano Jubilar. O profeta Isaías oferece-nos um olhar profundo sobre o sentido da história. Convida-nos a redescobrir a beleza de estarmos todos a caminho: o Povo de Deus com a sua vocação e missão, a humanidade inteira, os povos, as culturas, todos a caminho através do tempo. É a imagem de uma peregrinação universal para uma meta comum, como uma subida ao monte do Senhor, ao templo de Deus, onde surge a revelação do seu rosto e se escuta a sua lei, a sua Palavra como farol que irradia luz de orientação para toda a humanidade.

À sua luz todos os povos podem caminhar para o Reino da justiça e da paz. Escutai bem o que diz o profeta: “Converterão as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem aprenderão mais a arte da guerra”.

Este caminho nunca está concluído. Há sempre necessidade de recomeçar, de se erguer de novo, de reencontrar 

 

e reavivar o sentido da meta, de renovar sempre o horizonte comum para o qual caminhamos, de transformar os instrumentos de guerra e de morte em instrumentos de progresso, de paz e de vida. É o horizonte da esperança que nos chama a fazer um bom caminho.

O Advento restitui-nos este horizonte da esperança que não desilude porque Deus é fiel. Nossa Senhora veio a Fátima trazer e confirmar esta esperança firme de paz. É impressionante o seu apelo à oração e ao empenho pela paz e pela defesa da dignidade dos oprimidos e dos inocentes, vítimas de guerras e genocídios sem precedentes na história. Poderíamos resumir a mensagem no apelo feito na terceira aparição: “Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz”.

 

Apelo a mudar de atitude de vida: a conversão

Por fim, a terceira indicação do advento é um apelo a mudar de atitude de vida e a revestir-se das armas da luz, como que a um rearmamento espiritual e moral das consciências para viver a paz 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

de Deus, a paz do coração, a paz com os outros: “Andemos dignamente em pleno dia, evitando comezainas e excessos de bebida, as devassidões e libertinagens, as discórdias e os ciúmes..., mas revesti-vos de Jesus Cristo”.

Santo Agostinho confidencia-nos como um dia, na sua inquietação interior, ouviu uma voz que lhe disse “toma e lê”. Abriu a bíblia e leu precisamente esta página. E a seguir confessa: “Não quis ler mais, nem fazia falta. De facto, mal terminei a leitura desta frase, uma luz penetrou no meu coração e todas as trevas da dúvida se dissiparam”.

Começou assim o seu despertar, a sua passagem das trevas à luz, a sua conversão como início de uma vida nova em Cristo. Foi este apelo à conversão que Nossa Senhora fez em Fátima quando pedia penitência. O milagre mais importante de Fátima não é propriamente a dança do sol, mas antes a conversão do coração e da vida de tanta gente, que aqui acontece sem dar nas vistas, e que podemos chamar também a “dança da conversão” ao ritmo da música de Deus que ressoa no Magnificat da Virgem e enche de alegria.

 

Vivamos, pois, o Ano Jubilar com a alegria e a esperança do Advento, como “tempo favorável” de ação de graças pelo dom da visita e da mensagem da Senhora e pelas graças recebidas; de experiência da ternura e da misericórdia de Deus; de devoção terna ao Imaculado Coração de Maria; de conversão e de compromisso com Deus e a favor dos outros e da paz no mundo, a exemplo dos pastorinhos.

Façamos do Magnificat o cântico do Povo de Deus peregrino e de todos os homens e mulheres que esperam em Deus e no poder da sua misericórdia. A passagem pelo Pórtico do Jubileu seja o sinal exterior de que entramos em peregrinação interior e queremos deixar-nos guiar pela Virgem Santa que é mãe e sabe como conduzir-nos até Deus. Deixemo-nos, pois, guiar por Ela neste tempo de perturbação e de esperança!

Fátima, 27 de novembro de 2017

 

D. António Marto

Bispo de Leiria-Fátima

 

 

Um especial ano de graça

Intervenção na

Jornada de Abertura do Ano Jubilar

 

Em finais de 2010, acolhendo um explícito desafio do Papa Bento XVI, o Santuário de Fátima iniciou um itinerário celebrativo do centenário das Aparições de 7 anos. Chegamos, agora, ao sétimo ciclo, que corresponde ao auge da celebração do Centenário, ao Ano Jubilar, aberto solenemente.

O Ano Jubilar é um especial ano de graça. Os peregrinos que, durante este período, visitarem o Santuário, aí participarem em alguma celebração ou rezarem, poderão receber a Indulgência de Deus, expressão da Sua misericórdia para connosco.

O Ano Jubilar é um ano de compromisso com Deus e com os irmãos, acolhendo os desafios da mensagem de Fátima e do exemplo de vida dos Pastorinhos.

O Ano Jubilar é um ano festivo. Por este motivo, serão primeiramente as celebrações a marcar o ritmo da vivência deste Jubileu do Primeiro Centenário das Aparições. Ao celebrarmos o grande acontecimento de Fátima, damos graças a Deus por todas as bênçãos que Ele derrama sobre nós em Fátima, através da mensagem transmitida neste lugar e dos seus protagonistas.

 

Para destacar o carácter festivo deste Ano Jubilar, propomos alguns sinais e gestos aos peregrinos:

- Antes de mais, o Pórtico do Jubileu. Inspirado no arco festivo que, em 1917 assinalou o lugar das aparições, e sob o qual foram fotografados Francisco, Jacinta e Lúcia, o Pórtico Jubilar pretende assinalar o Centenário e marcar a ritualidade da peregrinação a este Santuário ao longo do ano do Centenário. O pórtico evoca a porta santa ou porta jubilar: é passagem que nos permite aceder ao Santuário e às graças que Deus aí nos dispensa.

 

- Profundamente ligado ao Pórtico Jubilar está o Itinerário Jubilar do Peregrino: um itinerário espiritual; uma proposta orante feita aos peregrinos. Nessa proposta de oração na visita aos lugares mais significativos do Santuário, o percurso começa no Pórtico Jubilar e é aí que os peregrinos são convidados a recitar o símbolo dos apóstolos e, em atitude batismal, a reafirmar as verdades da fé cristã.

 

- Em terceiro lugar, destaco ainda a Oração Jubilar de Consagração a Nossa Senhora. Trata-se da oração oficial deste Jubileu, que se rezará 

 

 

 

no final de cada celebração, ao longo deste ano festivo. É uma oração de entrega a Maria para, com ela, nos consagrarmos a Deus.

 

Como os outros ciclos deste septenário, também o Ano Jubilar tem um tema próprio. O itinerário temático no seu conjunto tem como frase inspiradora e tema geral: “O meu Coração Imaculado conduzir-vos-á até Deus”. Entendemos dar especial destaque a esse tema geral durante o último ano deste septenário, na formulação por extenso da promessa de Nossa Senhora à vidente Lúcia, na aparição de 13 de junho: “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus”.

Como nos anteriores seis ciclos do septenário, o ponto de partida do tema deste ano pastoral é uma aparição: a aparição de outubro de 1917. Nessa ocasião, como tinha prometido aos Pastorinhos, Nossa Senhora “apresenta-se”, diz quem é: “Sou a Senhora do Rosário”. Partindo desta frase inspiradora, somos convidados, ao longo deste ano pastoral, a refletir sobre o lugar de Maria na história da salvação, a reconhecer que “o Senhor fez 

 

maravilhas” em Maria e através dela, a deixarmo-nos conduzir por ela até Deus e a darmos graças a Deus pelo dom das aparições de Nossa Senhora em Fátima.

Na aparição de outubro, Nossa Senhora apresenta-se como a “Senhora do Rosário”, mostra-se revestida de luz e espargindo a luz de Deus, e revela-nos o mistério do seu Imaculado Coração. D. António Marto, na Carta Pastoral sobre “Maria, Mãe de ternura e misericórdia”, afirma que “uma das heranças espirituais mais preciosas de Fátima é a devoção ao Coração Imaculado de Maria, Mãe de Misericórdia” (n. 23). No Imaculado Coração de Maria temos a “alma da mensagem de Fátima” (J.M. Alonso) e o elemento que une as suas diversas dimensões.

 

O centro deste grande Ano Jubilar é, sem dúvida, a celebração da Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de maio, com a presença do Papa Francisco.

No dia 11 de dezembro daremos início ao ciclo de conferências que, com ritmo mensal e até abril, nos ajudará a aprofundar o tema deste ano; associado a este ciclo de conferências estará também um ciclo musical.

Padre Carlos Cabecinhas

Reitor do Santuário de Fátima

 

 

 

 

Outras atividades no Ano Jubilar

Um Centenário de Vozes: 100 personalidade são convidadas a fazer um breve depoimento sobre Fátima, para passar na rádio e ser disponibilizado online.

 

Mural online de testemunhos: criação de uma plataforma em que cada peregrino de Fátima pode deixar breve declaração, em vídeo que pode ser partilhado nas redes sociais.

 

Primeiros sábados: programa para a vivência dos primeiros sábados no Santuário.

 

Iniciativas de difusão da Mensagem de Fátima: Palavras de Fátima – série de artigos sobre a Mensagem de Fátima; passo-a-rezar | série sobre Fátima; aplicações para dispositivos eletrónicos móveis.

 

Revista Cultural “Fátima XXI”: prossecução do projeto editorial “Fátima XXI”, iniciado em maio de 2014, com publicação de duas edições em 2017.

 

Literatura infanto-juvenil inspirada em Fátima: na sequência da publicação da obra “A missão do Francisco”, destinada ao público juvenil, em 2016, está prevista a 

 

publicação de uma outra obra, para o público infantil, em 2017.

 

Exposições: para além da exposição sobre o novo ano pastoral, está prevista uma outra sobre fotografias do Centenário. - Visitas temáticas à exposição temporária, nas primeiras quartas-feiras de cada mês.

 

Realização da 2.ª edição dos Cursos de verão do Santuário de Fátima sob o título “Os papas e Fátima” (De 10 a 12 de julho de 2017).

 

Realização do Colóquio Comemorativo dos 100 Anos das Aparições de Fátima sob o título “Fátima – História e Memória”, em parceria com a Academia Portuguesa da História (26 e 27 de maio de 2017).

 

Video Mapping: Fátima – Tempo de Luz

12-14 de maio de 2017, 21h30 - Recinto de Oração

 

Congresso Internacional do Centenário de Fátima

Pensar Fátima. Leituras interdisciplinares

21-24 de junho de 2017 - Salão do Bom Pastor | Centro Pastoral de Paulo VI

 

 

Fátima: D. António Couto destaca mensagem mariana que continua a apontar «páginas novas» à humanidade

D. António Couto, bispo de Lamego e responsável pela conferência de abertura do ano jubilar do Santuário de Fátima, no contexto do Centenário das Aparições em 2017, diz que o local de culto mariano subsiste hoje como sinal e alerta para uma sociedade que, sem a perspetiva de Deus, cai em “guerras sem fim”.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. António Couto recorda que “esta luz de Fátima” que começou a brilhar em 1917 com as aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria chegou num contexto em que “primeira vez surge o ateísmo na história da humanidade”.

“E esse mundo sem Deus deu no que deu, em guerras sem fim, valas comuns sem fim como nunca houve, foi o século mais dramático da história da humanidade”, frisa o bispo de Lamego, recordando as duas guerras mundiais que marcaram o século XX.

Uma mensagem que hoje permanece muito atual e que, de acordo com o responsável católico, “mostra, diz ao ser humano que ele não pode viver 

 

fechado sobre si, na sua pequena razão”.

“As provas estão à vista para quem quiser ver e abrir os olhos. Portanto nós precisamos dessa luz nova que vem de fora, que nos alumia de forma diferente e que nos faz ver as coisas de forma diferente”, acrescenta.

O jubileu do Centenário das Aparições, que vai decorrer até novembro de 2017, tem como tema “O Meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus”.

D. António Couto sublinha a importância da “temática da Senhora da Luz que em Fátima é uma temática de fundo” e que surgiu “numa altura dramática” mas que “alumia já o século XXI”.

“Se nós quisermos ser cegos nós não vemos a luz de Fátima, que não é nada das nossas luzes, é bem diferente; se quisermos ter os olhos e sobretudo o coração abertos, seremos capazes de ver páginas novas a abrirem-se”, aponta o prelado, referindo-se a uma mensagem mariana que propõe 

 

 

 

 

um futuro diferente para a humanidade.

Sobre este jubileu, D. António Couto mostra-se convicto de que ele permitirá “sobretudo a transformação” de “um eu fechado” sobre si próprio num “nós”, ou seja, será uma oportunidade de construir mais “comunidade”.

“O essencial deste jubileu é fazer nascer pessoas reunidas à volta

 

de Maria e deste Pão que é Jesus. Isso é fundamental e se conseguirmos isso neste ano jubilar, conseguimos muito”, salienta o bispo de Lamego.

O ano jubilar do Centenário das Aparições foi oficialmente aberto no último domingo, com a passagem pelo pórtico jubilar no alto do Recinto de Oração, e missa na Basílica da Santíssima Trindade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Itinerário do Peregrino no Ano Jubilar

Como termo do percurso celebrativo de sete anos, neste ano jubilar do Centenário das Aparições de Fátima propõe-se que o peregrino deste Santuário configure a sua peregrinação a partir de orações que ajudem a recentrar a vida na espiritualidade própria deste lugar: o enraizamento na fé cristã que professamos no credo, a unidade com a comunidade eclesial a que pertencemos expressa na oração pelo Sucessor de Pedro, a devoção mariana através da oração do rosário, a oração pela paz como sinal do empenho pela construção de um mundo segundo a vontade de Deus e a consagração da vida a Nossa Senhora em atitude de entrega confiante no amor misericordioso de Deus.

 

 

 

 

 

 

Durante este ano jubilar (de 27 de novembro de 2016 até 26 de novembro de 2017), por concessão da Santa Sé, pode obter indulgencia plenária quem visitar piedosamente este Santuário, nomeadamente a Capelinha das Aparições, local da memoria das aparições da Virgem Maria, e a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde estão sepultados os Beatos Francisco e Jacinta Marto e a Vidente Irmã Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. 

As condições associadas à obtenção da indulgência preveem que se faça a confissão sacramental (por ocasião da visita ou em dia próximo), que se receba a Sagrada Comunhão e que se reze pelas intenções do Santo Padre.

 

1

Símbolo dos Apóstolos | Pórtico principal, alto do Recinto de Oração

«“Meu Deus eu creio”. Creio que sois o único Deus verdadeiro, o Criador de tudo quanto existe, o único Senhor do Ceu e da terra, o único digno de ser servido, adorado e amado».

(Irmã Lúcia, Como vejo a mensagem através dos tempos e dos acontecimentos)

 

 

2

Rosário | Capelinha das Aparições

«– Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra».

(Irmã Lúcia, Memorias)

Neste lugar, recordo o pedido de Nossa Senhora para que aqui fosse construída uma capela e o seu apelo para não ofender a Deus. Sob o olhar solicito da Senhora do Rosário, que me ensina a seguir o Senhor, medito nos mistérios da vida de Jesus Cristo, procurando configurar a minha vida com Ele, contemplando-O na recitação do rosário.

 

3

Oração pelo Papa | Junto aos túmulos dos Pastorinhos

«A Jacinta ficou com tanto amor ao Santo Padre que, sempre que oferecia os seus sacrifícios a Jesus, acrescentava: e pelo Santo Padre. No fim de rezar o Terço, rezava sempre três Ave-Marias pelo Santo Padre [...]».

(Irmã Lúcia, Memorias)

Junto aos túmulos dos Pastorinhos, apresento ao Senhor a minha oração pelo Santo Padre, faço minhas as suas intenções e, com ele, uno-me a toda a Igreja.

 

 

 

 

4

Oração pela Paz | Capela do Santíssimo Sacramento «Mandou-nos rezar pela paz, para acabar a guerra».

(Irma? Lúcia, Memórias)

A paz e? um elemento vincadamente presente na mensagem de Fátima. Nossa Senhora anuncia-a e insiste na importância de rezar para a alcançar.

Acolhendo o convite da Rainha da Paz, unindo-me a todos os homens e mulheres que desejam e constroem a paz, adoro o Senhor em silêncio e, nesta capela que foi instituída para alcançar a paz, dirijo-Lhe a minha prece.

 

 

 

 Concerto de encerramento

Coro e Orquestra Gulbenkian | direção de Joana Carneiro

13 outubro de 2017 - 18h30 - Basílica Nossa Senhora do Rosário de Fátima

 

 

 

 

 Temática

No âmbito do itinerário temático para o centenário das aparições de Fátima, que teve início no Advento de 2010 e tem como meta o ano de 2017, o ano pastoral de 2016-2017 vai ser dedicado à aparição de Outubro.

Frase inspiradora: Sou a Senhora do Rosário.

Núcleo teológico: O Deus da Aliança.

Elemento catequético: Maria na História da Salvação.

Atitude crente: Devoção mariana

Tema do ano: “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus”

 

 

 

Oração Jubilar de Consagração

«O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus». (Irmã Lúcia, Memórias)
Durante a minha peregrinação, em festiva atitude de louvor e em jubilosa ação de graças, entrego-me à Virgem Maria para, como ela, me consagrar ao Senhor da vida, da alegria e da bênção, oferecendo-Lhe quanto sou e tenho pelas mãos da Virgem de Fátima, refúgio e caminho para Deus:
Salve, Mãe do Senhor, Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima! Bendita entre todas as mulheres, és a imagem da Igreja vestida da luz pascal, és a honra do nosso povo, és o triunfo sobre a marca do mal.
Profecia do Amor misericordioso do Pai, Mestra do Anúncio da Boa-Nova do Filho, Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo, ensina-nos, neste vale de alegrias e dores, as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos.
Mostra-nos a força do teu manto protetor. No teu Imaculado Coração, sê o refúgio dos pecadores e o caminho que conduz até Deus.
Unido/a aos meus irmãos, na Fé, na Esperança e no Amor, a ti me entrego. Unido/a aos meus irmãos, por ti, a Deus me consagro, ó Virgem do Rosário de Fátima.
E, enfim, envolvido/a na Luz que das tuas mãos nos vem, darei glória ao Senhor pelos séculos dos séculos. Ámen.
 
 

 

 

 

 

 

 

Medalha Comemorativa
do Centenário das Aparições

 

O reitor do Santuário de Fátima apresentou a ‘Medalha Comemorativa do Centenário das Aparições de Fátima’, da autoria do mestre Avelino Leite.

A medalha é de forma circular e “faz uso de um acabamento dourado e prateado, de acordo com a solenidade da efeméride”, e apresenta no centro “três elementos dourados, a sugerirem o triângulo que remete para a Santíssima Trindade”, refere o documento descritivo.

 

 

O anteverso da medalha apresenta um coração, o Imaculado Coração de Maria, “escavado no centro geométrico”, que é o “elemento central da mensagem que na medalha cria um espaço com caráter de moradia, de lugar onde e por onde se entra, de ninho e de refúgio”.

“O conjunto de linhas douradas, cuja trajetória se desenha entre a forma circular e a forma oval, é, a um tempo, resplendor e expressão do dinamismo de convergência que a legenda 

 

 

 

 

inscrita [‘O meu coração Imaculado conduzir-vos-á até Deus’] sublinha", refere o documento.

Na apresentação do reverso da medalha indica-se que tem a cor do ouro, que “a simbologia associa ao sagrado”, e mostra um coração de grande dimensão aludindo a Deus “como centro de toda a existência”.

 

 

Com o mesmo movimento de luz e as mesmas linhas, o reverso da a medalha comemorativa tem o logótipo do Centenário das Aparições.

A ‘Medalha Comemorativa do Centenário das Aparições de Fátima’ foi divulgada na Jornada de apresentação do Ano Jubilar.

 

 

Ano Jubilar de Fátima

Concessão de Indulgência Plenária

A fim de dignamente celebrar o centésimo aniversário das Aparições de Fátima, por mandato do Papa Francisco é concedido, com a inerente indulgência plenária, um Ano Jubilar, do dia 27 de novembro de 2016 até ao dia 26 de novembro de 2017.

 

A indulgência plenária do jubileu é concedida:

a) Aos fiéis que visitarem em peregrinação o Santuário de Fátima e aí participarem devotamente em alguma celebração ou oração em honra da Virgem Maria, rezarem a oração do Pai-Nosso, recitarem o símbolo da fé (Credo) e invocarem

Nossa Senhora de Fátima;

 

b) Aos fiéis piedosos que visitarem com devoção uma imagem de Nossa Senhora de Fátima exposta solenemente à veneração 

 

 

 

 

 

 

 

 

pública em qualquer templo, oratório ou local adequado, nos dias das aparições aniversárias (dia 13 de cada mês, desde maio a outubro de 2017), e aí participarem devotamente em alguma celebração ou oração em honra da Virgem Maria, rezarem a oração do Pai-Nosso, recitarem o símbolo da fé (Credo) e invocarem Nossa Senhora de Fátima; 

 

c) Aos fiéis que, pela idade, doença ou outra causa grave, estejam impedidos de se deslocarem, se, arrependidos de todos os seus pecados e tendo firme intenção de realizar, assim que lhes for possível, as três condições abaixo indicadas, frente a uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima, nos dias das aparições se unirem espiritualmente às celebrações jubilares, oferecendo com confiança a Deus misericordioso através de Maria as suas preces e dores, ou os sacrifícios da sua própria vida.

 

Para obter a indulgência plenária, os fiéis, verdadeiramente penitentes e animados de caridade, devem cumprir ritualmente as seguintes condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre. 

 

 

A luz de Fátima no mundo contemporâneo

 

Sob o título “As cores do Sol: a luz de Fátima no mundo contemporâneo”- Exposição temporária evocativa da aparição de outubro de 1917 - no ano Jubilar do Centenário das Aparições de Fátima, está patente ao público no Convivium de Santo Agostinho, piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, até 31 de outubro de 2018, todos os dias das 09h00 às 19h00.

Tomando como matéria histórica o dia 13 de outubro de 1917 e os relatos diretos e indiretos sobre o Milagre do Sol, a exposição pretende recriar, 

 

 

 

através de vários mecanismos sensoriais, cenários relacionados com a paisagem do dia da última aparição da Virgem Maria em Fátima. A partir desta memória, o visitante terá consciência de que o Milagre do Sol não foi o momento de clausura da história das aparições, mas o dia inicial de uma história em que o peregrino passa a ser verdadeiro protagonista.

A exposição, que está patente no ano do centenário, é a mais ambiciosa que o Santuário de Fátima já promoveu e conta com peças cedidas, em regime 

 

 

 

 

de empréstimo, por colecionadores particulares e por instituições eclesiais (paróquias e museus diocesanos) e do mundo civil, entre as quais o Museu da Fundação Calouste Gulbenkian e o Núcleo de Documentação e Arquivo da Direção de Serviços de Documentação, Comunicação e Relações Públicas do Ministério da Economia.

Através da linguagem da museologia, obras de arte e outros testemunhos materiais, de diferentes épocas históricas, dialogam em ordem a um discurso que levará a interpretar o papel de Fátima no mundo contemporâneo. 

A exposição está organizada como um itinerário espiritual dos peregrinos em sete núcleos:

I. O eclipse do Sol: Deus jaz apartado da humanidade   

 

II. A Lua preside à noite: os discursos e as figuras dos céus de Fátima

 

III. O brilho da Lua manifesta a luz do Sol: em Fátima, Maria apresenta Cristo

 

IV.  A forma da Lua: a sintética linguagem do coração  

 

V. A luz configura o lugar: o Santuário como perímetro para todas as periferias  

 

 

 

VI. Uma constelação de luzeiros: a experiência de Fátima como ardente clareira 

 

VII. O astro que não tem ocaso: o ser humano, lugar íntimo (=sacrário) de Deus

 

Com produção do Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, comissariado e museologia a cargo de Marco Daniel Duarte, arquitetura de Joana Delgado e design de Inês do Carmo, a exposição tem entrada livre.

 
 

 

Laboratório da Fé

http://labfe.pt/

 

No passado domingo, dia 27 de Novembro, iniciamos um novo ano litúrgico e com ele deu-se início ao tempo de preparação para o Natal, que denominamos de Advento. Palavra que no “mundo antigo indicava a visita do rei ou do imperador a uma província; e que na linguagem cristã se refere à vinda de Deus, à sua presença no mundo”, como nos explicou Bento XVI.

O evangelho desse domingo lembrava-nos que deveremos vigiar e orar em todo o tempo, para estarmos preparados para a vinda do Senhor, que se apresenta como Salvador.

Assim como forma de nos dispormos para essa segunda vinda, esta semana

 

apresento uma proposta pensada para quem, como tantos de nós, utiliza os meios tecnológicos para rezar e meditar.

O projeto Laboratório da Fé nasceu há quatro anos na Arquidiocese de Braga no contexto do ano da Fé, continuando bem vivo e com propostas bem interessantes. Ao digitarmos o endereço www.labfe.pt encontramos um espaço extraordinariamente bem concebido quer ao nível gráfico bem como dos conteúdos que apresenta.

Em “sobre mim” descobrimos as razões para a existência de um projeto nesta área, nomeadamente que o grande inspirador foi S. João Paulo II.

Na opção “Fé”, dispomos de um trabalho de reflexão semanal (42 

 

 

 

 

temas) que foi realizado a partir da Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual (Evangelii Gaudium), dividido em três partes (evangelizar, discípulos missionários e paróquias missionárias).

Por último em “liturgia” abrimos um manancial de meditações que nos transportam pelos vários tempos litúrgicos. Para o ano pastoral 2016/17 a proposta passa por “aprofundar a temática da fé contemplada, tendo Maria de Nazaré como modelo prioritário de fé e de contemplação”. Destaco naturalmente o item tempo do Advento onde nos é sugerido que

 

o vivamos como uma “oportunidade para encontrar «um tempo diferente», um tempo preenchido pelo silêncio”, numa época em que a “predominância digital que caracteriza o nosso tempo carece de silêncio e, por conseguinte, de contemplação”.

Fica então aqui a sugestão para assim podermos viver melhor esta época, pois, como nos disse o Papa Francisco, “com o Advento todos nós nos colocamos em caminho, através do tempo, em direção a Jesus, ao seu Reino de justiça e de paz".

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

Cinema: Cristóvão Ferreira, o jesuíta português que inspirou Martin Scorsese

 

O jesuíta português Cristóvão Ferreira (1580-1650) está no centro no novo filme ‘Silêncio’, do realizador Martin Scorsese, relatando os dramas da perseguição religiosa contra os cristãos no Japão do século XVII. “É grande a expectativa em torno deste filme que se baseia na adaptação do livro do japonês Shusaku Edo e que

 

 

 conta a história de Cristóvão Ferreira, um jesuíta português que teve uma missão importante no Japão, bem como de outros jesuítas que foram à sua procura quando chegou à Europa a notícia sobre a sua eventual apostasia”, explica uma nota dos jesuítas portugueses enviada à Agência ECCLESIA.

 

 

 

 

 

 

 

Scorsese encontrou-se com o Papa, em audiência privada, um dia depois de ter mostrado o filme em Roma, na terça-feira, a um grupo de jesuítas, entre os quais alguns portugueses.

Cristóvão Ferreira, jesuíta português protagonizado no filme ‘Silêncio’ pelo ator Liam Neeson, ficou conhecido no Japão por Sawano Chuan; entrou na Companhia de Jesus aos 17 anos de idade e, três anos depois, em 1600, foi enviado para trabalhar nas missões do Oriente.

Estudou Teologia em Macau e foi ordenado padre em 1608, tendo partido para o Japão em maio de 1609.

Hubert Cieslik, jesuíta e especialista na história das Missões no Japão, assinou em 1974 o texto "The case of Christovão Ferreira" [O caso de Cristóvão Ferreira], que apresenta o português como uma das “figuras mais controversas” do trabalho da Companhia de Jesus no país asiático.

Num contexto de perseguição religiosa, o padre Ferreira esteve em Nagasáqui e depois em Quioto, onde vivia escondido, saindo apenas de noite para visitar os cristãos.

  De regresso a Nagasáqui, em 1617, foi secretário do provincial, Mattheus de Couros, cargo que o levou a viajar frequentemente pelo Japão, tendo mais tarde assumido a administração da província nipónica, por ser ali o jesuíta mais antigo.

Cristóvão Ferreira seria preso a 18 de outubro de 1633, juntamente com outros religiosos, missionários estrangeiros e japoneses, aos quais foi aplicada a “tortura da fossa”, método exclusivamente destinado aos cristãos para que negassem a sua fé.

Cristóvão Ferreira terá cedido “ao fim de algumas horas” e a notícia da sua apostasia “chocou” a Europa. Apesar de não se conhecerem as circunstâncias da sua morte, sabe-se que o português passou o resto da sua vida no Japão, servindo de intérprete para as autoridades locais.

Algumas fontes relatam que Cristóvão Ferreira se terá arrependido de renegar a sua fé e que viria a morrer, na referida fossa, em novembro de 1650.

 

 

 

 

II Concílio do Vaticano: Sá Carneiro
via as horas no relógio de Mounier

 

O II Concílio do Vaticano (1962-65) e o seu contexto ajudaram a formar e a inquietar muitos cristãos na segunda metade do século passado. Um deles foi Francisco Sá Carneiro (1934-80) nascido no Porto e falecido no fatídico acidente de aviação na noite de 04 de dezembro de 1980.

Este advogado e político português, antes da assembleia magna realizada na Basílica de São Pedro, já pertencia aos Cursilhos de Cristandade e integrava as Equipas de Nossa Senhora. Convivia em círculos de amigos empenhados na renovação do catolicismo e encontra a filosofia de Emmanuel Mounier (1905-1950).

Francisco Sá Carneiro estuda e debate o Magistério Social da Igreja e acompanha o II Concílio do Vaticano. Escuta o apelo conciliar de participação na vida pública. No Porto, Sá Carneiro encontra-se, “pela mão de frei Bernardo Domingues, com o personalismo Emmanuel Mounier. Encontro determinante: para a fé, para o pensamento, para a ação. Torna-se seu seguidor. Sim. Seguidor de Mounier e das suas ideias, em torno das quais estrutura muito do seu pensamento” (In: Fernando Gomes Perpétua; «Francisco Sá Carneiro – Um Católico na Política»; Lisboa, Aletheia Editores).

O filósofo francês oferece a Sá Carneiro as pautas essenciais para o encontro que ele realiza entre o evangelho e a participação cívica e política, para a rejeição dos totalitarismos de esquerda e de direita, para a opção personalista em todos os domínios da vida.

Mounier condena o “fascismo, o nazismo, o comunismo e todos os sistemas políticos totalitários”. Na Revista «Esprit», que Francisco Sá Carneiro acompanha, como 

 

 

 

noutras obras, o filósofo francês coloca “a pessoa no centro do pensamento e da atividade política” (In: Fernando Gomes Perpétua; «Francisco Sá Carneiro – Um Católico na Política»).

Como frei Bernardo Domingues é um estudioso do personalismo cristão e é “amigo íntimo” de Sá Carneiro dá-lhe a conhecer a filosofia de Emanuel Mounier. “Sá Carneiro sente por ela uma atração imediata” e o frade dominicano empresta-lhe, uma a uma, as obras do filósofo francês. Segundo 

 

 

a obra citada anteriormente, Francisco Sá Carneiro lê-as “com um entusiasmo apaixonado. Devolve-as. Lidas. Discute-as. Assimiladas. A obra de Mounier fascina Sá carneiro”.

As ideias deste filósofo oferecem-lhe “as pautas essenciais de que necessita” porque têm “um fundamento consistente” e uma “relação direta com a vida”. O personalismo de Mounier passa a ser âncora do pensamento e da ação política de Sá Carneiro.

 

 

dezembro 2016

03 de dezembro

. Viana do Castelo – Melgaço - Exposição «Natal Ecológico» em Melgaço (Diocese de Viana do Castelo) com o objetivo de viver a quadra natalícia e promover a preservação do meio ambiente. (termina a 13 de janeiro de 2017)

 

. Campanha dos Bancos Alimentares Contra a Fome – termina a 04 de dezembro

 

. Porto - Casa de Vila, 09h00 -  A assembleia dos responsáveis dos Institutos Religiosos e Seculares da Diocese do Porto realiza-se, dia 03 de dezembro, na Casa de Vilar e tem como tema o ano pastoral «A alegria do Evangelho é a nossa missão».

 

. Lamego - Seminário maior de Lamego, 09h30 - Workshop sobre a «Lectio Divina» para catequistas orientado por Maria Isabel Azevedo de Oliveira, diretora do Secretariado Diocesano da Educação Cristã do Porto

 

. Lamego – Tarouca, 14h30 - Encontro de preparação para o Natal com o tema «À procura de...»

 

 

Évora - Auditório da DGest, 15h00 - Encontro celebrativo do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência com o tema «O que te faz feliz?» e promovido pela  Comunidade Fé e Luz de Nossa Senhora de Fátima.

 

Coimbra - Figueira da Foz, 15h00 -  O Museu municipal Santos Rocha, na Figueira da Foz, acolhe, este sábado, a segunda sessão do ciclo «Visitas Comentadas» com uma conferência sobre «A Família na Arte – Nossa Senhora Mãe dos Homens».

 

Santarém - Convento de São Francisco, 21h30 - Concerto de Advento e Natal

 

Santarém – Almeirim, 21h30 - Encontro de Cantares ao Menino promovida pela Associação Cultural e Etnográfica «Gentes de Almeirim»

 

04 de dezembro

.  Eleições para o Corpo Nacional de Escutas

 

Açores - Ilha de São Miguel (Museu Carlos Machado), 15h00 - Ateliêr para ajuda as famílias a construir um «Altarinho do Menino Jesus»

 

 

 

 

 

 

05 de dezembro

. Dia Internacional do Voluntariado

 

Fátima - Domus Carmeli, 10h30 - Ação de formação do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja sobre «Normalização e Terminologia». 

 

Braga - Sé de Braga, 11h00 - Representação do «Milagre da Fruta» no Dia de São Geraldo promovida pelo Serviço Educativo do Tesouro-Museu da Sé de Braga, em colaboração com a Escola EB1 da Sé.

 

. Lisboa - Igreja de São José, 19h00 - Festa de Natal da Federação Portuguesa Portuguesa pela Vida  presidida por D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa.

 

06 de dezembro

Lamego - Museu diocesano - Exposição fotográfica sobre o acolhimento de crianças austríacas na II Guerra Mundial promovida pela Cáritas Diocesana de Lamego – até 31 janeiro de 2017

 

Portalegre - Auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais -  A Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, com a colaboração de algumas entidades parceiras, vai assinalar o «Dia Internacional do Voluntariado», 6 de Dezembro, no auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, naquela cidade.

 

Porto - Centro de Cultura Católica, 21h00 -  O Centro de Cultura Católica do Porto encerra, dia 06 de dezembro, o ciclo «A Misericórdia: Jubileu(s), lugares e testemunhas» com uma conferência sobre a venerável Sílvia Cardoso.

 

07 de dezembro

Lisboa - Academia Portuguesa de História - Entrega do «Prémio Lusitania» à obra «História da Diocese de Viseu» pela Academia Portuguesa de História

 

 

05 de dezembro

. Dia Internacional do Voluntariado

Fátima - Domus Carmeli, 10h30 - Ação de formação do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja sobre «Normalização e Terminologia». 

Braga - Sé de Braga, 11h00 - Representação do «Milagre da Fruta» no Dia de São Geraldo promovida pelo Serviço Educativo do Tesouro-Museu da Sé de Braga, em colaboração com a Escola EB1 da Sé.

. Lisboa - Igreja de São José, 19h00 - Festa de Natal da Federação Portuguesa Portuguesa pela Vida  presidida por D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa.

 

06 de dezembro

Lamego - Museu diocesano - Exposição fotográfica sobre o acolhimento de crianças austríacas na II Guerra Mundial promovida pela Cáritas Diocesana de Lamego – até 31 janeiro de 2017

Portalegre - Auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais -  A Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco, com a colaboração de algumas entidades parceiras, vai assinalar o «Dia Internacional do Voluntariado», 6 de Dezembro, no auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, naquela cidade.

Porto - Centro de Cultura Católica, 21h00 -  O Centro de Cultura Católica do Porto encerra, dia 06 de dezembro, o ciclo «A Misericórdia: Jubileu(s), lugares e testemunhas» com uma conferência sobre a venerável Sílvia Cardoso.

 

07 de dezembro

 

Lisboa - Academia Portuguesa de História - Entrega do «Prémio Lusitania» à obra «História da Diocese de Viseu» pela Academia Portuguesa de História

 

 

 

- O Papa Francisco vai acolher em Roma vários responsáveis económicos mundiais, numa iniciativa da Revista ‘Time’ sobre economia global e desenvolvimento. O encontro decorre nos dias 2 e 3 de dezembro e conta com os diretores-gerais das 500 empresas mais bem-sucedidas do momento, membros da lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista ‘Fortune’, e vários líderes económicos, académicos e religiosos.

 

- No fim de semana de 3 e 4 de dezembro decorre a 50ª campanha promovida pelos Bancos Alimentares, que comemoram 25 anos. Cerca de 42 mil voluntários vão estar espalhados em mais de duas mil superfícies comerciais, convidando a quem vai às compras possa partilhar alimentos com quem precisa de ajuda.

 

- O Secretariado da Pastoral da Cultura de Bragança vai dinamizar concertos de Advento a decorrer na igreja matriz de Torre de Moncorvo e na igreja da antiga Sé. O primeiro realiza-se em Torre de Moncorvo, no dia 8, pelas 21h, onde Pedro Monteiro vai tocar no “valioso” órgão de tubos ibérico, do século XVIII. No dia 10 de dezembro o convidado é Tadeu Filipe, que vai tocar na igreja da antiga Sé.

 

- A Árvore de Natal que vai decorar a Praça de São Pedro nas próximas semanas vai ser inaugurada no dia 9 de dezembro, às 16h30 locais (menos uma em Lisboa), juntamente com o presépio, que este ano vem da ilha de Malta. A árvore de Natal foi decorada com esferas em barro, criadas por crianças tratadas em unidades oncológicas de vários hospitais italianos.

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo:

10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Entrevista de Aura Miguel

 

Segunda-feira:

12h00 - Informação religiosa

 

Diariamente

18h30 - Terço

 

 

 
RTP2, 13h00

Domingo, 04 de dezembro- Diocese de Beja

 

Segunda-feira, dia 05, 15h00 

Entrevista ao padre José Manuel Pereira de Almeira e a Eugénia Quaresma sobre o acolhimento aos refugiados.

 

Terça-feira, dia 06, 15h00  - Informação e entrevista ao padre João Caniço sobre os mártires jesuítas no Japão

 

Quarta-feira, dia 07, 15h00 - Informação e entrevista a Rita e António Pimenta de Brito sobre o livro "Casar com sucesso"

 

Quinta-feira, dia 08 de dezembro, 15h00 - Imaculada Conceição. Reportagem em Vila Viçosa e entrevista a Alberto Júlio Silva

 

Sexta-feira, dia 09, 15h00  -  Análise à liturgia de domingo com o frei José Nunes e padre Vitor Gonçalves

 

 

Antena 1

Domingo, dia 04 - 06h00  - As Irmãzinhas de Jesus e o carisma do beato Carlos de Foucould 

 

Segunda a sexta-feira, dias 05 a 09 de dezembro - 22h45 - O advento: Pastoral Familiar de Famalicão; A interioridade; Maternidade e Natal; Sra. da Conceição - Vila Viçosa; A experiência da maternidade

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano A – 2.º Domingo do Advento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Arrependei-vos, convertei-vos, preparai-vos...
 
 

No Evangelho deste segundo domingo do Advento, surge o profeta João Baptista a anunciar que o Reino de Deus está próximo de se concretizar. O Reino acontece em Jesus Cristo, a quem aderimos na fé, pelo batismo no fogo do Espírito. O acolhimento do Reino exige de nós preparação e arrependimento, mudança de mentalidade e atitudes, conversão de vida.

«Convertei-vos! Acreditai na Boa Nova!». Temos necessidade de ouvir palavras novas, como ternura, amor, misericórdia, perdão, solidariedade, respeito..., que façam calar as palavras antigas como violência, ódio, vingança, indiferença, racismo… Temos necessidade de ver gestos novos, como assinatura de paz, reconciliação, dom, partilha… que façam desaparecer os gestos antigos, como declaração de guerra, rancor, crispação, egoísmo…

Viver o Advento no acolhimento do Reino implica que nos disponhamos a assumir uma linguagem nova e novas ações. Essa poderá ser a nossa maneira de acolher no nosso coração Aquele que nos converte e transforma.

O exemplo de vida de João Baptista obriga-nos, pois, a questionar as nossas prioridades e valores fundamentais. João Baptista é alguém para quem a primazia está no anúncio do Reino dos céus. Um Reino que é despojamento, simplicidade, amor total, partilha, dom da vida… São esses valores que ele procura anunciar, com palavras e com atitudes. Questiona-nos quanto aos valores e prioridades da nossa existência. Estão mesmo centrados no Reino que é Jesus Cristo ou deixamo-nos levar por valores efémeros e fúteis a que a civilização ocidental dá tanta importância, mas que não trazem nada de duradouro e de verdadeiro à nossa vida?

 

 

 

As outras leituras sintonizam também com esta saliência do Evangelho. Na primeira leitura, o profeta Isaías apresenta um enviado de Deus, sobre quem repousa a plenitude do Espírito de Deus; a sua missão será construir um reino de justiça e de paz sem fim, de onde estarão definitivamente banidas as divisões, as desarmonias, os conflitos.

A segunda leitura dirige-se àqueles que receberam de Jesus a proposta do Reino: sendo o rosto visível de Cristo no meio dos homens, devemos dar testemunho de união e amor, de partilha e entreajuda, de perdão e misericórdia, de harmonia entre

 

nós e de acolhimento dos irmãos mais descartados, sempre a exemplo de Jesus.

Converter-se! Reconhecer o pecado! Preparar o caminho do Senhor! Deixar o fogo do Espírito queimar-nos e transformar-nos! É a partir de cada um de nós que começa o mundo novo. É a partir do coração novo de cada um de nós que o mundo poderá ter um novo coração! Mais uma semana para rezar e praticar a conversão! Não adiemos esta essencial urgência!

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

 

 

Síria: Pequenos gestos de solidariedade
que fazem toda a diferença

Amar até ao fim…

Vivem-se tempos muito duros na Síria. A guerra civil, de que a irmã Guadalupe nos veio falar, a convite da Fundação AIS, não destruiu apenas a cidade de Alepo. As suas marcas estão em todo o lado, revelando feridas abertas e uma multidão de pessoas que precisam, mais do que nunca, de ajuda. Uma delas é o Padre Paul Khoury

 

A Síria é um país sem segredos para o Padre Paul Khoury. Aos 85 anos, ele dedicou toda a sua vida a este país que se encontra actualmente mergulhado numa temível guerra civil. Quando decidiu entregar toda a sua vida a Deus, o Padre Paul já sabia que ia passar os seus dias a rezar, dedilhando as contas do Rosário que traz sempre consigo, no bolso das calças, mas nunca terá imaginado 

 

que seria agora, na fragilidade dos seus 85 anos, quando o país parece mais necessitar de si, das suas orações, que se veria impedido de celebrar a Santa Missa, acamado que está desde que sofreu um AVC… O Padre Paul Khoury é exemplo para todos nós. Rezou sem descanso, ensinou os caminhos da paz, foi mensageiro de amor e sofreu, como poucos, sempre que as guerras tomaram conta do país. Desde 2011, com a Síria a caminho da destruição, com a cidade de Alepo em ruínas, o seu coração não aguentou tanta dor. Um AVC atirou-o para uma cama e impediu-o de continuar a fazer aquilo 

 

 

 

que sempre deu sentido aos seus dias: a celebração eucarística. Agora, tal como a própria Síria, também o Padre Khoury depende de nós. Como ele, há imensos sacerdotes que sofrem duplamente pela tragédia em que o país está mergulhado. A Fundação AIS assumiu o dever de os sustentar. Esta é também uma Obra de Misericórdia. Ajudar a subsistência de sacerdotes e religiosas na Síria e no Médio Oriente é uma responsabilidade indeclinável para todos nós.

 

Milagres de vida

Quando se fala na Síria, todos os olhares se voltam para a cidade mártir de Alepo. A tragédia aí é de tal forma

 

intensa que parece ofuscar todos os dramas que se vivem no resto do país. Porém, todos os dias chegam à Fundação AIS pedidos concretos de ajuda. Há populações inteiras cercadas pela guerra e pela pobreza e que precisam da nossa ajuda. Os cristãos da Síria pedem-nos para não serem esquecidos. Pedem que rezemos por eles. O Padre Paul Khoury passa agora os dias acamado, num sofá velho, totalmente dependente de ajuda. Da nossa ajuda. No entanto, os seus dedos dedilham ainda as mesmas ave-marias do seu rosário, como sempre fez ao longo da sua vida. Quando decidiu entregar os seus dias a Deus, Paul Khoury soube logo que aquela era a decisão mais importante que alguma vez iria tomar. Nem podia ser de outra maneira: era para sempre. Era até ao fim. Até ao Céu. Falta menos de um mês até ao Natal. Vamos ajudar o Padre Paul Khoury?

 

Paulo Aido

www.fundacao-ais.pt

 

 

Partimos, Vamos, Somos!

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Quem o disse foi Sebastião da Gama, há muito tempo. E disse-o quando falou de sonhos que é importante converter em realidades. É o que acontece com a Missão hoje e Lisboa percebeu-o bem ao lançar um Sínodo sobre o ‘o sonho missionário de chegar a todos’, como pediu e pede o Papa Francisco.

A arte e a cultura também se quiseram embrulhar nesta manta e, com texto do P. Hugo Gonçalves e encenação de Matilde Trocado, o Tivoli, em plena Avenida da Liberdade, tornou-se espaço de testemunho de fé. O Musical ‘Partimos, Vamos, Somos’ pretendeu celebrar os 300 anos da Diocese de Lisboa como Patriarcado. Estive na sessão inaugural (18 novembro) e fiquei espantado, antes de mais, porque o grande e emblemático Tivoli estava á pinha de gente. E, nas três sessões seguintes, repetiu-se a proeza, considerada inédita até pelos donos desta histórica casa de espectáculos.

Os ‘actores’ eram cerca de uma centena, entre jovens e crianças, quase todos pertencentes a paróquias da grande Lisboa. Havia profissionais que garantiam a qualidade do espectáculo. Os cenários, a encenação, as coreografias tiveram tanto de simples como de criativo e bem sucedido. A história da Lisboa católica passou por ali e encheu as medidas de quem se deslocou ao centro histórico da capital numa noite fria de inverno.

O P. Hugo Gonçalves, autor do guião, valorizou a dimensão missionária, ele que já fez diversas 

 

 

 

 

 

 

experiências de Missão fora de portas. Gostei de escutar e ver representada a história de grandes figuras missionárias de Lisboa como S. João de Brito ou S. António. Apreciei a actualidade da proposta missionária com o aparecimento da jovem Irmã em Missão na Índia, ou dos jovens voluntários em Missão na África. Também me tocou a partilha das experiências missionárias que vão acontecendo dentro de Portugal, como é o caso da ‘Missão País’, que não é muito diferente daquelas que os Jovens Sem Fronteiras e outros movimentos missionários juvenis realizam em Portugal (e fora dele) há muitos anos, com grande envolvimento, mobilização fácil e avaliação muito positiva.

Apreciei, no guião, o recurso a grandes textos como ‘os Lusíadas’ de Camões, poemas de Fernando Pessoa e até o emblemático ‘poema-oração’  

 

de D. Hélder Câmara,’Missão é partir!’. Foi um pegar num património literário de valor reconhecido que, na minha opinião, valorizou muito o guião do Musical.

Expressar a Fé pela Cultura é importante e rasga caminhos ao futuro do anúncio do Evangelho. Por isso, este Musical aponta, com outros olhares, diferentes do habitual, para uma Igreja aberta, simples, em saída, com esperança nos novos tempos que se desenham. Como diz Sebastião da Gama,’pelo sonho é que vamos!’.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sair