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Octávio Carmo |
António Bagão Félix |
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Foto da contracapa: DR
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo Aguiar Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Centenário das Aparições em Fátima |
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2016, o ano dos cristãos perseguidos |
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Octávio Carmo |
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Muitos são os balanços que se fazem deste ano que passou. Da política ao desporto, passando pelas estrelas do entretenimento, vários são os nomes que dominam estas notícias, das quais muitas vezes desaparecem aqueles que mais sofreram em 2016. Será cada vez mais assim. Neste texto, quero evocar os que morreram nos últimos meses por causa da sua fé. A começar pelas religiosas das Missionárias da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, que foram em março, no Iémen. Em julho, seria assassinado o padre Jacques Hamel, num momento pintado a negro na história recente da Europa, dado que a morte aconteceu no interior de uma igreja, no momento em que o sacerdote octogenário presidia à Missa. A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre falava, no seu relatório sobre a liberdade no mundo 2016, num fenómeno de “hiperextremismo islamita”. Que não está apenas lá longe, no meio da loucura do autoproclamado ‘Estado Islâmico’, mas que já nos bateu à porta e ameaça mesmo os valores que fundamentam a convivência no território europeu, por exemplo. Segundo outro estudo, do ‘Center for Study of Global Christianity’ (Centro de Estudos do Cristianismo Global), em 2016 houve 90 mil cristãos mortos e cerca de 500 milhões sofreram limitações à sua liberdade religiosa. O Papa Francisco tem sido incansável na evocação destas perseguições religiosas e por várias vezes repetiu que os mártires de hoje são em maior |
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número do que os dos primeiros séculos. Um “ecumenismo de sangue” que se estende aos coptas no Egito ou a comunidades ortodoxas na Síria e Iraque, sem qualquer distinção. Dificilmente a sorte destas populações seria uma prioridade política, mas felizmente foram dados alguns passos para o reconhecimento de um verdadeiro genocídio de minorias religiosas no Médio Oriente. |
A situação é igualmente preocupante nalguns pontos de África, com o ‘Boko Haram’ a ser o rosto mais visível da intolerância, a partir da Nigéria. Espera-se, por isso, que em 2017 os líderes políticos e religiosos possam trabalhar juntos para erradicar fenómenos extremistas e erradicar os problemas em que estes se enraízam. Antes que seja tarde demais para milhões de seres humanos. |
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O dia e a hora |
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Cónego António Rego |
É um privilégio termos o mundo nas mãos mesmo sem corrermos muito para o agarrar. É o telemóvel, é a rádio, são os bips que fazem vibrar os smarphones (como é possível falar hoje sem inglesar qualquer coisa pelo meio?), é a rádio que não se cala um minuto, é a televisão que se vê ou grava e se repete em centenas de canais uns de satélite outros de cabo, outros vindos não se sabe de onde. Há quem a tudo isto chame uma bênção do nosso tempo. Mas também quem considere uma maldição vivermos no redemoinho que não nos deixa nem sentidos nem o coração voltados numa direção porque outro acontecimento nos alerta como mais importante e prioritário. Assim, quase tresloucados, nos voltamos para trás e para os lados. Poderíamos simplesmente tapar os olhos e os ouvidos para evitar tanto clarão e ruído. Mas ficar-nos-ia uma solidão de desertores do nosso mundo, desinteressados do presente e do futuro, embrulhados no nosso ego que, se de si não sai, cai num imenso vazio a perguntar-se como será o tédio de milhões e anos que estão à nossa frente, uma vez que escapámos a outros tantos milhares de milhões que já passaram. Como afinaremos a nossa sintonia para vivermos o ponto de equilíbrio da vida que não nos deixa nem entontecidos nem indiferentes ao nosso mundo? Este tempo que acabamos de viver, o Natal, que à volta do seu acontecimento central, o nascimento de Jesus, nos oferece uma pacificação interior e social, um outro olhar sobre o outro, um tempo de escuta e convivência |
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serena, um encontro em família, lugar primeiro onde germina o amor, em contraste com o que se que segue à sombra do reveillon. Nada tenho contra o turismo, as festas sociais, as muitas iniciativas de diversão que o nosso tempo inventa para um ritual de celebração do tempo ? a festa da passagem de ano. Mas por vezes cai-se em delírio para exorcizar demónios e espantar males no tempo que está para vir. Parece mesmo que um ataque de pavor secreto invade quantos enfrentam o desconhecido. Aqui chegamos ao ponto nevrálgico: o que está para vir, o desconhecido, integrado no que conhecemos e nas tais notícias que dia e noite nos perseguem a paz e a |
esperança. O desconhecido, o que não sabemos, o que não controlamos, não nos pede licença para acontecer, não marca o dia nem a hora, é ladrão que não previne a que horas será o roubo. E aqui deparamos, ou com o medo ou com a confiança redobrada no Deus que nos criou, no Filho que nos redimiu, em quantos que nEle confiaram cegamente ? os santos ? e quantos a nosso lado alimentam a esperança que está para além dos seus olhares imediatos. Aqui pedimos que Deus a todos conceda, pela via que entender, o dom de sentir a Sua passagem seja no que for que atravesse o tempo. E cada lugar. De contrário só nos resta a dança banal do exorcismo que nenhum bem traz e nenhum mal espanta. |
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Os alertas do Papa à comunidade internacional no início de 2016
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O Papa condenou no Vaticano o terrorismo e o fundamentalismo religioso, diante dos representantes do corpo diplomático na Santa Sé, rejeitando que se justifique a violência com qualquer credo. [Ler mais] |
O Papa Francisco nomeou como bispo auxiliar do Porto D. António Augusto Azevedo, antigo reitor do Seminário Maior da diocese. [Ler mais] |
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Ordenação episcopal de D. Nuno Almeida, em Viseu
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50 mil jovens em festa com o Papa no México
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O Papa concluiu a 17 de fevereiro a sua primeira viagem ao México, deixando atrás de si várias mensagens contra a violência, o tráfico de drogas e o crime, por um futuro diferente. Antes, teve lugar o histórico encontro com o patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo, numa breve escala em Cuba. [Ler mais] |
A Arquidiocese de Braga anunciou que o Papa Francisco autorizou a canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), sem necessidade de um novo milagre atribuído à intercessão do futuro santo português. [Ler mais] |
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Francisco responde a cartas de crianças, incluindo uma portuguesa |
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O presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, incluiu uma atenção particular às religiões no programa de cerimónias da tomada de posse
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A Conferência Episcopal Portuguesa divulgou uma nota para contestar uma eventual legalização da eutanásia no país, rejeitando soluções que coloquem em causa a “inviolabilidade” da vida. [Ler mais]
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D. João Lavrador sucedeu a D. António de Sousa Braga como bispo da Diocese de Angra, após o Papa ter aceitado a renúncia deste último. [Ler mais]
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O Papa condenou no Vaticano a recente vaga de ataques terroristas, atos de “violência cega e brutal”, na sua tradicional mensagem pascal, antes de conceder a bênção ‘urbi et orbi’. [Ler mais] |
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Visita do Papa aos refugiados na ilha de Lesbos
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O Papa Francisco publica a exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’, que recolhe os resultados de dois Sínodos sobre a família (2014 e 2015). Dossier: http://www.ecclesia.pt/familia/
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Imagem peregrina levou esperança a doentes no Porto
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Conclusão da visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima às dioceses de Portugal |
A 13 de maio, os bispos católicos de Portugal consagraram em Fátima as dioceses do país ao “ao Imaculado Coração de Maria” e rezaram por uma “sociedade justa e solidária”. [Ler mais] |
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O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa associou-se em comunicado à manifestação que as escolas não-estatais com contrato de associação promoveram em Lisboa. [Ler mais]
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O Papa fez uma visita surpresa a um centro para pessoas com deficiência mental nos arredores de Roma. [Ler mais] |
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Catedral e Museu Diocesano de Santarém recebem prémio Europa Nostra
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Homenagem ao Papa emérito Bento XVI
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O Papa cumpriu uma viagem de três dias à Arménia, a sua primeira ao país, que se encerrou com um gesto de paz junto à fronteira turca, onde lançou duas pombas brancas, na companhia do patriarca dos Arménios, Karekin II. [Ler mais]
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Os bispos de Portugal e Espanha que coordenam o setor dos media nas respetivas Conferência Episcopais reuniram-se nos Açores para o seu encontro ibérico e afirmaram a necessidade de incluir “ideias que chegam de fora” nos seus projetos de comunicação. [Ler mais] |
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Congresso Eucarístico Nacional em Fátima
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António Bagão Félix comenta 2016
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“Esperança, eutanásia, ensinamento” ou “exemplariedade” são palavra que se destacaram em 2016 para o professor universitário António Bagão Félix que destacou aspetos negativos do ano que termina este sábado. À Agência ECCLESIA, o antigo presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, da Igreja Católica em Portugal, afirmou que o negativo foi “o desespero, a insegurança” e “é a pobreza”. O antigo conselheiro de Estado começa a análise ao ano de 2016 pela «esperança», uma das virtudes teologais, que é “o sal fundamental” para lutar contra o que está mal que “não é uma fantasia, não é uma ilusão”. Já «eutanásia» situa-se na “área do desespero”, está em discussão em Portugal e em 2017, provavelmente, vai continuar “a nível de proposta de lei e aspetos políticos”. Hoje existem cuidados paliativos, e para o professor universitário é preciso “reforçar a ética do cuidar” |
quando não é possível “a ética do curar”. “Não consigo compreender como se pode através de uma lei definir o que é sofrimento intolerável. É a medida do legislador, do doente, da família”, comentou, referindo que a eutanásia é para os cristãos “violar uma regra suprema” porque não são “donos do corpo”. Depois surge a «ética», um elemento fundamental e a crise mundial “mais do que económica é de valores, uma crise ética”. Não existe legislação que “obrigue a ser solidário, amigo, leal, solicito”, como nenhuma proíbe “o ódio, a ganância, a cupidez, a deslealdade”. Para o antigo ministro português hoje existe a subjugação às éticas adversativa – “mas, contudo, neste caso” - e à quantitativa – “organização pouco ou muito honesta”. A quarta palavra é “exemplaridade”, a versão laica da santidade, e o Papa Francisco tem sido exemplo pelas “ideias claras, cristalinas, simples, |
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e a complexidade está em ser simples”. Alertando para o facto de o Estado ter-se apropriado da educação “global”, e muitas famílias “deixaram-se seduzir” por “libertação”, António Bagão Feliz não percebe que alunos “numa fase primária” venham a ter aulas sobre interrupção voluntária da gravidez, aborto, “ensina-se” a cultura da morte. A revista do ano de 2016 continua e surge «exortação», com o convite a ler o “notável” documento do Papa Francisco ‘Evangelium Gaudium’. O pontífice argentino “denúncia a ditadura do dinheiro sem pátria, a cultura do descarte”, o “culto exagerado” da estatística. António Bagão Félix escolheu também a palavra «economia» que sente “muito periclitante” porque está a afastar-se das preocupações sociais, da pobreza, da desigualdade, “da dignidade e centralidade da pessoa humana”. «Ensinamento», encerra uma reflexão diferente do ano que está a terminar, e é outra forma de dizer Doutrina Social da Igreja. Para o antigo |
conselheiro de Estado a Igreja tem o “desafio” de falar mais sobre esse “grande património universal”. Recordando a Encíclica ‘Rerum Novarum’, do Papa Leão XIII de 1891, considera necessário um novo documento devido às questões “dos conflitos regionais, religiosos” e o Papa Francisco “tem condições para isso”. |
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O Papa realizou uma viagem de cinco dias à Polónia, a sua primeira ao país, onde presidiu à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Cracóvia, numa visita que incluiu uma homenagem silenciosa às vítimas de Auschwitz
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A Diocese de Viseu encerrou a caminhada sinodal iniciada em 2010 e as comemorações dos 500 anos da terceira dedicação da Catedral [Ler mais]
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O arcebispo de Évora na celebração dos 50 anos de ordenação sacerdotal que o Papa lhe pediu para continuar mais um ano à frente da arquidiocese e agradeceu o “gesto de confiança” de Francisco. [Ler mais]
Vitória de Portugal no Euro-2016
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D. Nuno Brás nomeado membro da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé -
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Procissão de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, na Diocese de Setúbal
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Os responsáveis pela área económica das dioceses católicas em Portugal pediram ao Executivo que respeite as normas da Concordata em matéria de cobrança de impostos, em conformidade com a Lei e o Direito. [Ler mais]
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O Papa emérito Bento XVI afirma numa entrevista divulgada na Itália que “nunca esteve em causa” a sua obediência a Francisco. [Ler mais] |
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Canonização de Madre Teresa de Calcutá
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O Papa Francisco e os líderes religiões reuniram-se a 20 de setembro na cidade italiana de Assis, na qual assinaram uma declaração conjunta pela paz que rejeita o terrorismo e o fundamentalismo. [Ler mais]
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O presidente da República Portuguesa associou-se ao XXX Encontro Nacional da Pastoral Social, da Igreja Católica, que decorreu em Fátima. [Ler mais]
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O padre Nuno da Silva Gonçalves, jesuíta português, tomou posse como reitor da Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma. [Ler mais] |
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Secretário de Estado do Vaticano presidiu à peregrinação do 13 de outubro
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Isabel Capeloa Gil, nova reitora da UCP [Ler mais]
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A igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, em França, reabriu ao culto a 2 de outubro depois de ter estado fechada desde o assassinato do padre Jacques Hamel, a 26 de julho, enquanto celebrava Missa. [Ler mais]
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O Papa Francisco visitou a localidade de Amatrice, uma das zonas afetadas pelo sismo no centro de Itália, a 24 de agosto, para encontrar-se com as vítimas e as suas famílias. [Ler mais] |
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Encerramento do Jubileu da Misericórdia
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Uma viagem histórica levou o Papa à Suécia, entre 31 de outubro e 1 de novembro, para assinalar com os luteranos os 500 anos da reforma protestante. [Ler mais] |
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Carta apostólica ‘Misericórdia e Mísera’, na conclusão do Jubileu da Misericórdia [Ler mais]
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A Diocese de Beja viveu a passagem de testemunho entre D. António Vitalino, no seu 75.º aniversário, e D. João Marcos, na diocese alentejana desde 2014, como coadjutor. [Ler mais]
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Mensagem de Natal do Papa Francisco
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No dia de Natal, o Papa denunciou os sofrimentos da guerra civil na Síria, pedindo o fim definitivo do conflito, em particular na cidade de Alepo. [Ler mais] |
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O Vaticano anunciou que o Papa vai estar na Cova da Iria de 12 a 13 de maio de 2017, na sua primeira visita ao santuário português, em "peregrinação". [Ler mais]
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O cardeal-patriarca de Lisboa assinou e apresentou a 8 de dezembro a Constituição Sinodal que encerra a assembleia consultiva convocada em 2014. [Ler mais] |
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Papa lembra crianças nos barcos de migrantes e nos subterrâneos das guerras
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In memoriam |
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Nuno Teotónio Pereira, nascido em Lisboa a 30 de janeiro de 1922, foi preso pela polícia política do regime ditatorial (PIDE) em 1967, 1972 e 1973, tendo sido libertado da prisão de Caxias após 25 de abril de 1974, data que marcou a transição de Portugal para a democracia.
A obra da escultora Graça Costa Cabral, falecida em janeiro, foi evocada pelo Santuário de Fátima devido à sua importância na projeção do espaço como “lugar fecundo de arte contemporânea religiosa” em |
Portugal. Numa nota divulgada através da página do santuário na internet, a instituição católica lamenta o falecimento da artista açoriana, fundadora do Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual.
Com o II Concílio do Vaticano (1962-65), a Igreja ganhou novo fulgor pastoral e a área litúrgica, com a constituição «Sacrosanctum Concilium», deu passos de gigante na forma de viver os mistérios da fé. Com o falecimento do cónego José Ferreira, a 06 de março, o Patriarcado de Lisboa perdeu uma memória viva do grande acontecimento eclesial do século XX. O cónego José Ferreira nasceu em 1918 em Paço, Torres Novas, e foi o nome |
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da renovação litúrgica implementada no Patriarcado de Lisboa, após o II Concílio do Vaticano. Ordenado em 1941, em Lisboa, pelo cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, especializou-se em Liturgia, no Institut Catholique de Paris (França), entre 1966 e 1968.
A Oikos - Cooperação e Desenvolvimento – perdeu, em junho, um dos seus fundadores o sacerdote dominicano Luís de França. Este membro da Ordem dos Pregadores, um dos fundadores da Oikos em maio de 1998, assumiu a presidência do Conselho Diretivo da ONGD até setembro de 2004, quando foi em missão para Angola ao serviço da |
ordem religiosa, ligado à formação dos postulantes dominicanos, e da Universidade Católica de Luanda. Naquela organização, o dominicano teve também como responsabilidade a direção das estratégias e programas de Educação para o Desenvolvimento e para a Cidadania Global, entre 1988 e 1998.
O escultor José Rodrigues que faleceu no mês de setembro, no Porto, realizou várias obras para santuários e igrejas portuguesas, como a catedral de Bragança. Numa nota intitulada ‘A obra de José Rodrigues (1936-2016) no Santuário de Fátima: os Pastorinhos de Fátima, entre a profecia e a concretização’, o Serviço de Estudos e Difusão (SED) destaca a escultura de Francisco Marto, colocada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, por ocasião da beatificação dos videntes de Fátima, em 2000 e tomada como a escultura oficial do vidente.
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O padre Jeremias Vechina, antigo Provincial da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços em Portugal e Superior do Convento carmelita em Fátima e Paço de Arcos, faleceu no passado mês de setembro. Este religioso de 77 anos, que tinha cumprido recentemente 50 anos de sacerdócio, era natural da Gafanha da Nazaré, na Diocese de Aveiro, e nascido no meio de uma família numerosa, com mais sete irmãos, o padre Jeremias Carlos Vechina iniciou o seu percurso vocacional no Seminário Carmelita Missionário de Viana do Castelo, em 1953.
O bispo de Angra, D. João Lavrador, presidiu às exéquias do bispo emérito de Macau, D. Arquimínio Rodrigues da Costa, e destacou as qualidades pessoais e pastorais do prelado que faleceu, em setembro, aos 92 anos, na ilha do Pico (Açores). O presidente |
do governo Regional dos Açores destacou que o último bispo português de Macau foi um açoriano que “dedicou a sua vida a servir o próximo em várias paragens”, mas “sempre demonstrou um especial afeto pela sua ilha do Pico e pelos Açores”.
Um dos responsáveis pela configuração da atual Constituição Portuguesa, Barbosa de Melo, faleceu, em setembro, com 83 anos. Natural de Lagares, no Concelho de Penafiel, da
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Diocese do Porto, Barbosa de Melo liderou a Assembleia da República entre Novembro de 1991 e Novembro de 1995. O investigador e professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra integrou em 1974 a Comissão para a elaboração da lei eleitoral da Assembleia Constituinte, da qual foi também deputado.
Com um longo currículo ligado à investigação e defesa da vida, realçado através da receção de distinções como o «Prémio Pessoa» em 1996 e o «Prémio Nacional de Saúde» em 2015, João Lobo Antunes, que faleceu em outubro, foi também um homem empenhado no diálogo entre a ciência e a religião, participando em diversas iniciativas da Igreja Católica. O neurocirurgião João Lobo Antunes, |
presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, tinha 72 anos de idade e, em 2012, juntou-se em Braga ao presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, o cardeal Gianfranco Ravasi, e ao ensaísta Eduardo Lourenço, para debater o ‘Valor da Vida’ no Átrio dos Gentios.
Alfredo Bruto da Costa, antigo ministro e ex-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, faleceu, em novembro com 78 anos. Licenciado em Engenharia e com um doutoramento em Sociologia, Bruto da Costa exerceu funções no Governo chefiado por Maria de Lurdes Pintassilgo, entre 1979 e 1980, lecionou em diferentes universidades antes de ser eleito pela Assembleia da República como o terceiro presidente do Conselho Económico e Social, cargo que
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exerceu durante dois mandatos, entre 2003-2009. Entre finais de 2008 e 2014 foi presidente da Comissão Nacional Justiça e paz e conselheiro de Estado entre setembro de 2014 e janeiro de 2016. Como presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, promoveu diversos estudos e investigações à volta da pobreza em Portugal, assumindo-se sempre como uma voz em defesa da dignidade humana e da justiça social.
Monsenhor Augusto Cabral, antigo reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, nos Açores, faleceu, em dezembro, Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. O sacerdote açoriano, de 79 anos, foi ainda vigário-geral da Diocese de Angra, reitor do Seminário Episcopal de Angra e diretor do Secretariado Nacional de Educação Cristã. Por ocasião do Dia Mundial do Doente, o antigo reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres falou à Agência ECCLESIA da sua experiência de doença “permanente” e cuidados constantes por causa do cancro.
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A Congregação dos Missionários do Espírito Santo (Espiritanos) em Portugal despediu-se, em dezembro, do padre José Manuel Sabença, antigo responsável nacional e conselheiro-geral em Roma. Natural da Diocese de Lamego (Penajóia), o padre José Manuel Sabença foi o responsável pelo I Ciclo de Teologia Espiritana, na Diocese do Porto, e foi eleito Provincial dos Espiritanos em Portugal, em 2003, serviço que prestou à congregação durante nove anos. Foi também presidente dos Institutos Missionários Ad Gentes – IMAG, e desde 2012 era conselheiro-geral do Missionários do Espírito Santo em Roma, na casa-mãe da congregação religiosa. |
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Ano A - Solenidade de Santa Maria,
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Viver na bênção de Deus |
Iniciamos 2017 com diversas evocações: a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, em que somos convidados a contemplar a figura de Maria, que com o seu sim ao projecto de Deus nos ofereceu Jesus; o Dia Mundial da Paz, celebrado desde 1968 sob proposta do agora Beato Paulo VI, para que neste primeiro dia de janeiro se rezasse pela paz no mundo; o primeiro dia do ano civil, início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com Deus que nos ama e que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude. As leituras bíblicas de hoje assinalam esta diversidade de temas e celebrações. Na primeira leitura, sublinha-se a dimensão da presença contínua de Deus na nossa caminhada, e recorda-se que a sua bênção nos proporciona a vida em plenitude. Na segunda leitura, acentua-se o amor de Deus, que enviou o seu Filho ao nosso encontro para nos libertar da escravidão da Lei e para nos tornar seus filhos, livres e por Ele amados. O Evangelho mostra-nos que a chegada do projeto libertador de Deus em Jesus Cristo provoca alegria e felicidade naqueles que não têm outra possibilidade de acesso à salvação: os pobres e os marginalizados. Maria, a mulher que propicia o nosso encontro com Jesus, é o modelo do crente que é sensível aos projectos de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto divino de
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salvação para o mundo. É de salientar esta atitude de Maria, que guardava e meditava tudo no seu coração. É a mesma atitude para a qual somos convocados ao longo do ano, para dar sentido à essência da nossa vida cristã nos encontros e situações em que estamos envolvidos. A liturgia da Palavra convida-nos ainda, de modo particular, a viver na bênção de Deus. É belíssimo o texto do Livro dos Números: «O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz». Lembra aos israelitas, e a cada um de nós, que tudo é dom da aliança de amor de Deus que connosco caminha em cada dia do ano, oferecendo-nos |
vida plena e felicidade em abundância. Nunca é demais rezar esta bênção, como repetimos hoje no Salmo responsorial: «Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção». Tomemos consciência de que a bênção de Deus não cai do céu como chuva mágica. A vida de Deus, derramada sobre nós continuamente, tem de ser acolhida com amor e gratidão, transformando-se em gestos concretos de amor e de paz. É preciso que o nosso coração diga sim a Deus, para que a sua bênção nos atinja e nos fecunde. Que assim seja, hoje e em cada dia de 2017, nas nossas vidas, famílias e comunidades!
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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BALANÇO DE 2016Pessoas que marcam |
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Tony Neves |
Fazer um balanço de 2016 é uma enorme ousadia. Decidi escolher quatro figuras que marcaram o ano que agora termina. São nomes grandes da política, das relações internacionais, do desporto, do mundo académico. Em comum têm o facto de serem portugueses e católicos assumidos. Começo por falar de datas: 9 de Março, 10 de Julho, 1 de Setembro e 13 de Outubro. Cruzo-as com acontecimentos relevantes para Portugal e para o mundo: Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República. Homem vindo dos mundos da Universidade, da Comunicação social e da Política, foi eleito pela maioria absoluta dos portugueses para ser a figura número um do nosso país. Católico convicto, não teme colagens e tem colocado a missão da Igreja na sua agenda política e diplomática. Está presente em muitos eventos de carácter religioso e tem condecorado pessoas que têm ligação de pertença óbvia á Igreja. Fernando Santos cometeu a proeza histórica de liderar a vitória da selecção portuguesa de futebol no Euro 2016. O mérito maior está na dificuldade que a selecção das quinas teve de se qualificar para a fase final, acrescida do facto da final se realizar em Paris contra a equipa anfitriã. Na hora da vitória, evocou sem pudor a sua fé e quanto esta o tem ajudado a vencer na vida. Nos últimos tempos, tem participado em numerosos eventos de Igreja por onde o seu testemunho de cristão tem |
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passado, sem medos nem ambiguidades. O P. Nuno Gonçalves, jesuíta, tomou posse como reitor da grande Universidade Gregoriana de Roma. É a mais prestigiada Universidade Católica, orientada pelos jesuítas mas com reitor nomeado pelo Papa. É a primeira vez que é presidida por um português. Nesta Universidade passam muitos Padres, idos do mundo inteiro. Para percebermos a sua importância capital, basta saber que um número muito significativo de Bispos e professores universitários por ali passaram e ali adquiriram os graus académicos que os capacitaram para prestar grandes serviços á Igreja e á sociedade. Finalmente, António Guterres. Depois do Alto Comissariado das Nações |
Unidas para os Refugiados, foi eleito, por unanimidade e aclamação, Secretário-Geral da ONU. É caso inédito e prestigiante. Trata-se de um cargo de enorme responsabilidade que Guterres promete desempenhar com grande sentido de missão. Na sua vida, sempre se afirmou católico convicto e foi tomando posições que não dão espaço a qualquer espécie de ambiguidade. Agora, á frente da ONU, espera-se dele diálogo e concertação para que haja mais justiça e mais paz no mundo. Como balanço de 2016, referi estas quatro personalidades de Portugal, todas convictamente católicas. O mundo todo pode beneficiar dos seus compromissos que assentam nos pilares da doutrina social da Igreja. E parecem muito seguros, para bem de todos.
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