|
||
Octávio Carmo |
||
Foto de capa: DR
Foto da contracapa: DR
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo Aguiar Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
|
Opinião |
|
Comunicar a Esperança
Octávio Carmo | Carlos Borges Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves |
Esperança |
||
![]() Octávio Carmo Agência ECCLESIA |
|
O Papa Francisco apresentou esta semana uma mensagem dirigida aos jornalistas de todo o mundo. O desafio é muito interessante e talvez vá para lá do que seja humanamente possível fazer neste momento: acreditar nas boas notícias. Não que elas não existam e não mereçam - até mais do que todas as outras - o seu lugar ao sol no terreiro mediático. Apenas porque já há algum tempo que as prioridades são quantificáveis - cliques, lucros, etc. - e isso traz dificuldades acrescidas a quem está no terreno, constantemente pressionado e sem tempo para tirar os olhos do lugar para onde todos os outros estão a olhar - mesmo que não se veja nada. Em já várias intervenções, o Papa tem dito que a sua mensagem é de esperança, não de otimismo, ou seja, vai muito para além da superfície, de alguma ingenuidade na análise, para procurar no coração da humanidade e do divino a força capaz de transformar a realidade. A partir de pequenos gestos, sempre. É por isso que a mensagem para o 51.º Dia Mundial das Comunicações Sociais é também para todos os que comunicam e não apenas para os profissionais do setor. A mudança começa em pequenos gestos, nas redes sociais, nas caixas de comentários, nas escolhas que se fazem com o comando da TV. Em conversa com alguém que muito admiro e que, por força da exposição pública, acaba por receber muitas reações negativas/destrutivas ao que transmite, surgiu uma questão interessante: |
|
||
na maior parte dos casos, os elogios chegam de forma privada, mas as más críticas são publicadas de imediato. A sua tese é que elogiamos para falar ao outro e criticamos para que os outros nos ouçam, colocando-nos por isso numa posição de superioridade. A mudança que o Papa Francisco propõe não depende das hierarquias, das empresas de comunicação, dos grandes grupos nem mesmo de uma radical transformação do cenário
|
mediático. Depende de cada um promover uma comunicação de rosto mais humano, sincera, aberto ao que de bom se encontra, mesmo em pessoas que não partilham os mesmos valores e convicções. Não é o Google nem qualquer plataforma de stream que vão resolver o problema humano (não tecnológico) de nos relacionarmos verdadeiramente. Haja esperança. |
|
![]() |
|
||
|
||
Tomada de posse de Donald Trump como 45ª presidente |
|
||
|
«O senhor Presidente não acha que às vezes exagera? Não teme que as pessoas se cansem de si? A resposta fácil era dizer até agora não se cansaram. Mas eu respondo de outra maneira. As pessoas são como são», Entrevista a Marcelo Rebelo de Sousa à SIC por ocasião do seu ano de presidência, 22.01.2017
«Atualmente temos 25% da massa salarial em regime de transição com o salário mínimo.(…) Flexibilização da contratação, do despedimento, do horário extra de trabalho (…) há demasiadas coisas que são um ónus pesadíssimo para as organizações na área dos serviços e não nos servem. O mercado de trabalho é aquilo que é o entendimento entre o que a entidade patronal necessita e os colaboradores também necessitam (…) não deve estar fechado a 40 horas semanais, que tem de se pagar horas extra com volumes consideráveis de acréscimo em matéria de custo com pessoal que penalizam as organizações», Nuno Carvalho, sócio-gerente da Padaria Portuguesa sobre o chumbo da descida da Taxa Social Única, 24.01.20174 à SIC
«Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e travar a espiral do medo, resultante do hábito de fixar a atenção nas ‘notícias más’ (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falhanço nas vicissitudes humanas)», Papa Francisco na mensagem para o 51.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24.01.2017, Agência Ecclesia
|
Valorizar a presença da Igreja Católica
|
||
A ministra da Justiça esteve em Fátima para acompanhar o XII Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, no qual afirmou a “indispensabilidade” do trabalho dos assistentes religiosos e espirituais nas prisões e dos voluntários que com eles colaboram para que os estabelecimentos sejam lugares “reeducação e de reinserção social”. Francisca Van Dunem valorizou na ocasião a ação de sacerdotes, |
religiosas e voluntários “na assistência religiosa e na reintegração social” dos “concidadãos privados da liberdade”. A ministra da Justiça expressou a “maior das magnanimidades” pelo trabalho da Pastoral Penitenciária e disse que é uma ajuda para “refazer” a vida de quem “sofreu a angústia da queda” e uma estrutura que sai da “retórica e dos discursos que preenchem o espaço da opinião” para “passar à ação”. “Mais importante |
|
|
|
||
do que pensar bem, do que expressar corretamente as ideias, ter o dom da palavra ou domínio de técnicas de oratória, é agir bem”, disse. Francisca Van Dunem afirmou que “o trabalho tem um papel insubstituível na valorização pessoal do condenado” e referiu que “os cuidados de saúde, educação, o lazer, o desporto, a cultura e a assistência religiosa integram o núcleo básico essencial ao esforço positivo do tratamento penitenciário”. D. Joaquim Mendes, que acompanha o setor, enquanto vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, destacou a ação da pastoral penitenciária e de todos quantos se empenham no objetivo da “libertação integral da pessoa humana e que estende às necessidades de cada recluso na situação que se encontra”. “Confirmo ainda a disponibilidade da Igreja Católica para com a Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais no processo de reabilitação e inserção positiva dos reclusos na sociedade: sem nos movermos por interesse ou proselitismo”, apontou. Neste sentido, o padre João Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, disse à Agência |
ECCLESIA que a “prevenção é algo que se pode fazer sempre, é sempre a tempo.” “O tempo da cadeia não é para desperdiçar, para revolta ou vingança, trata-se de um tempo retemperador para a recuperação e reavaliação interior para um futuro que se espera sempre melhor. Um tempo para que a pessoa se recomponha e volte à sociedade já reposta para não cometer mais crimes”, defendeu. Também Celso Manata, diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais, esteve presente no encontro e sublinhou o papel de sacerdotes, religiosas e voluntários na assistência religiosa que “ultrapassa essa realidade e abrange áreas como a cultura ou o desporto; uma imensidão de coisas q são importantes para o ser humano”. |
|
Diocese do Porto reforça empenho nos processos de canonização em curso |
||
O bispo do Porto anunciou, em nota pastoral, um reforço do empenho da diocese nos processos de canonização de seis fiéis deste território, que decorrem em Roma. “Esta é a hora de tudo fazer, no que à diocese concerne, para que estes processos avancem sem demoras, de acordo com as normas canónicas em vigor. Tenho encontrado em toda a diocese, nos postuladores e na Congregação, em Roma, o melhor acolhimento a esta vontade diocesana e a este comum empenho de todos nós”, escreve D. António Francisco dos Santos, num texto enviado à Agência ECCLESIA. Em causa estão os processos relativos à irmã Maria do Divino Coração, Sílvia Cardoso, D. António Barroso, padre Américo, irmã Maria Rita de Jesus e Ana de Jesus Magalhães. “Esta é a hora, igualmente, de intensificar a nossa oração para que estes irmãos e irmãs sejam reconhecidos oficialmente pela Igreja como santos e nossos intercessores junto de Deus”, pede o bispo do Porto. A irmã Maria do Divino Coração (1863-1899) foi uma religiosa da Congregação de Nossa Senhora |
da Caridade do Bom Pastor, nascida na Alemanha; foi beatificada em 1 de novembro de 1975, pelo Papa Paulo VI. Sílvia Cardoso (1882-1950), leiga, nasceu em Paços de Ferreira, onde está sepultada, e distingue-se pelo seu trabalho social. D. António José de Sousa Barroso (1854-1918), missionário, foi bispo do Porto, de 1899 a 1918. O padre Américo (1887-1956), fundador da Obra da Rua, está sepultado na Capela da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, Penafiel. A irmã Maria Rita de Jesus (1885-1965) foi uma religiosa da Congregação das Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, que viveu e morreu no Porto. Ana de Jesus Maria José de Magalhães (1811-1875), leiga, é conhecida popularmente como a “Santinha de Arrifana”, onde está sepultada. |
|
|
Cáritas prossegue para ajudar refugiados
|
||
A Cáritas Portuguesa já recolheu mais de 6 mil euros na campanha de solidariedade destinada a ajudar os refugiados que enfrentam o inverno na Europa, em condições precárias. “O problema não é apenas o clima frio, mas também a neve pesada. Foi este alerta que levou a Cáritas Portuguesa a avançar para uma campanha de angariação de donativos que neste momento conta com uma verba angariada de 6688,87 euros”, adiantou a organização católica, em nota divulgada através da internet. A campanha, lançada no último dia 18, decorre até ao final de janeiro, recolhendo donativos na conta "Levo calor aos Refugiados", com o IBAN |
PT50 0033 0000 0109004015012 do Millenium BCP ou através da entidade/referência 22222/222 222 222 nas redes de Multibanco. A organização católica sublinha, em particular, a situação na Sérvia, onde a Cáritas local já está a prestar apoio às populações com comida e água, roupa, produtos de higiene e lenha. “Estamos a falar de 7000 refugiados que estão acomodados em abrigos cedidos pelo governo local mas que não são suficientes para alojar todas as pessoas, pelo que, muitos, estão em tendas ou, mesmo, nas ruas”, alerta a Cáritas Portuguesa. O apoio está também a ser prestado às famílias locais. |
|
|
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
|
||
|
|
|
|
||
|
|
|
«Silêncio», o simbolismo de um filme
|
Acreditar na reconciliação entre cristãos
|
||
O Papa Francisco presidiu esta quarta-feira em Roma a uma celebração ecuménica no final da 50ª semana de oração pela unidade dos cristãos, convidando as Igrejas a promover uma verdadeira “reconciliação” após séculos de separação. “Poderá realizar-se uma autêntica reconciliação entre os cristãos, quando soubermos reconhecer os dons uns dos outros e formos capazes, com humildade e docilidade, de aprender uns dos outros”, disse, na homilia da cerimónia de oração que decorreu na Basílica de São Paulo fora de muros. |
Perante representantes das várias comunidades cristãs presentes em Roma, o Papa rezou para que Deus conceda a todos “o bem da plena comunhão visível”. “Prossigamos o nosso caminho de reconciliação e diálogo, encorajados pelo testemunho heroico de tantos irmãos e irmãs, de ontem e de hoje, unidos no sofrimento pelo nome de Jesus”, apelou. Francisco desafiou os fiéis das várias Igrejas a rezar, “amar e servir juntos, sobretudo quem é mais pobre e negligenciado”. A intervenção falou na necessidade de “embaixadores de |
|
||
reconciliação”, no diálogo ecuménico, dispostos a dar a sua vida por um “futuro novo”, no qual seja possível “superar as divisões e os crentes”. “Olhar para trás é útil e muito necessário para purificar a memória, mas fixar-se no passado, delongando-se a lembrar as injustiças sofridas e cometidas e julgando com parâmetros apenas humanos, pode paralisar e impedir de viver o presente”, sustentou. O Papa evocou o quinto centenário da Reforma Protestante, acontecimento que dividiu os cristãos, mas que hoje católicos e luteranos podem recordar num clima de “mútuo conhecimento e de diálogo ecuménico”. No início da celebração, Francisco desceu até junto do túmulo do Apóstolo São Paulo, martirizado em Roma entre os anos 65 e 67 e
|
sepultado na basílica papal que lhe é dedicada na capital italiana. O Papa foi acompanhado pelo metropolita Genádio, representante do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), e David Moxon, representante pessoal em Roma do Arcebispo de Cantuária (Igreja Anglicana). Antes, no Vaticano, o Papa tinha recordado a importância de rezar sempre por esta causa ecuménica: “Hoje celebramos a festa da conversão de São Paulo e conclui-se a semana de oração pela unidade dos cristãos. Convido todos a que, conscientes de que o amor de Cristo nos impele, não deixem nunca de rezar para que os cristãos trabalhem, com respeito fraterno e caridade ativa, para chegar à tão desejada unidade”. |
|
|
Papa Francisco em entrevista
|
||
O Papa Francisco concedeu uma entrevista ao jornal espanhol ‘El Pais’, na qual alertou para os riscos de messianismos políticos em tempos de crise, evocando a experiência alemã com Hitler. "O caso da Alemanha em 1933 é típico. Havia um povo que estava em crise, em busca da sua identidade e apareceu este líder carismático [Adolf Hitler] que prometeu dar-lhes uma. Deu-lhes uma identidade distorcida e depois já sabemos o que aconteceu", referiu. O Papa tinha sido questionado sobre a ascensão ao poder de líderes populistas e a crise dos refugiados na Europa, lamentando que o Mediterrâneo se tenha transformado num “cemitério”. “Procuramos um salvador que nos devolva a identidade e defendemo-nos com muros, com arames farpados, com o que for, dos outros povos que nos podem roubar a identidade e isso é muito grave. Por isso, procuro sempre dizer: dialoguem entre vocês, dialoguem entre vocês", defendeu. Numa das mais longas entrevistas do atual pontificado, Francisco comenta a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, pedindo tempo |
e rejeitando ser um dos “profetas de calamidades". "Veremos o que ele faz e então podemos avaliar", sustenta. O Papa confessa a sua preocupação com a eventualidade de uma “guerra nuclear” e com os perigos da concentração da riqueza, da “desproporção económica”, além de mostrar-se impressionado com os casos de “escravidão” de mulheres com quem se encontrou. Francisco diz que a resposta aos seus apelos em favor dos refugiados por parte das instituições católicos foi “maior do que se pensa”, porque o acolhimento tem sido feito “sem publicidade”, realçando que as verdadeiras respostas estão nos países de origem. Em relação à vida da Igreja, o Papa assume não recear debate na Igreja Católica, mas sim de responsáveis “anestesiados” e reféns do “clericalismo”. |
Opus Dei tem novo prelado |
||
O novo responsável mundial do Opus Dei afirmou que os jovens, a família, a luta contra a pobreza e os doentes são os desafios da prelatura, “os mesmos que os cristãos de hoje encontram”. Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o gabinete de imprensa do Opus Dei informa que a entrada solene de monsenhor Fernando Ocáriz na igreja de Santa Maria da Paz, em Roma, sede da prelatura, está marcada para sexta-feira. Sobre os desafios para o futuro, que estão a ser debatidos no congresso da Obra, o novo prelado explicou que desenvolvem “um amplo trabalho para ajudar as famílias” e querem “seguir as exortações” do Papa Francisco, que insiste continuamente na pastoral familiar. Numa conferência de imprensa, o responsável mundial do Opus Dei, eleito na segunda-feira, identificou que os desafios que têm “são os mesmos que os cristãos de hoje encontram”, e à família acrescentou os jovens, a luta contra a pobreza e os doentes “do corpo e da alma”. O monsenhor Fernando Ocáriz, que se sente “sereno e tranquilo” com |
a nomeação, destacou que a eleição aconteceu na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. “Não devemos ser pessoas que procuram o confronto, que não leva a nenhum lado e pode ocasionar faltas de caridade. Não falo de irenismo: é possível ser amigos e ter ideias diferentes. A ponte da amizade pode levar a uma comunhão de ideias”, desenvolveu o sacerdote. O congresso eletivo do Opus Dei começou na segunda-feira e nesse mesmo dia monsenhor Fernando Ocáriz foi nomeado e apresentado ao Papa Francisco, que “assinou a nomeação imediatamente”. Fernando Ocáriz nasceu em Paris a 27 de outubro de 1944, filho de uma família espanhola exilada em França pela Guerra Civil (1936-1939) e é o mais novo de oito irmãos. A nível mundial mais de 92 mil e 600 pessoas pertencem ao Opus Dei. |
|
|
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
|
||
|
|
|
Papa pede a Trump opções políticas «clarividentes» e atentas aos mais fracos |
||
|
|
|
Angelus do Papa Francisco
|
Boas e más notícias
|
||
![]()
Carlos Borges |
|
Esta semana foi presidencial e começou com Donald Trump a tomar posse como 45.º presidente dos Estados Unidos da América. Na última sexta-feira, o empresário, agora político, prestou juramento às 12h00 (17h00 em Lisboa) e no dia seguinte catalogou os jornalistas como “alguns dos mais desonestos seres humanos na Terra”. Está em “guerra com os media” e esperam-se que as crispações com o 4.º poder continuem ao longo do mandato. As más notícias continuam com o abandono da política de combate às energias poluentes e regresso aos buracos com a perfuração do solo para explorar petróleo e gás de xisto. O chefe de Estado dos EUA vai ainda “eliminar as políticas desnecessárias e prejudiciais” onde estão medidas do ‘Plano de Ação para o Clima’ de Barack Obama. Será que já tem a ‘Laudato Si’? E o muro na fronteira com o México vai mesmo avançar, ou melhor, vai ser aumentado, que ele já existe. Será que pediu conselhos a Benjamin Netanayhu? E ainda em relação à comunidade hispânica desapareceram também os conteúdos em castelhano no site da Casa Branca. Ocorre-me que o Papa Francisco escreveu a Trump e desejou que, sob a sua liderança, “a estatura da América continue a ser medida acima de tudo pela sua preocupação com os pobres, os marginalizados e os necessitados”… Deste lado do oceano atlântico a semana também foi presidencial. O presidente português assinalou o primeiro ano de mandato a 24 de janeiro. |
|
||
Marcelo Rebelo de Sousa que tanto está nos grandes centros urbanos como nas periferias geográficas e até existenciais anunciou a boa notícia que vai doar o excedente da sua campanha. São 45 mil euros que vão para a IPSS Associação de Solidariedade Social e Recreativa de Nespereira, de Cinfães, em Viseu, e para a Escola Básica e Secundária do Mogadouro, no Distrito de Bragança. No setor das boas notícias está este semanário dedicado à mensagem do Papa Francisco para o 51.º Dia Mundial das Comunicações Sociais. E está também o trabalho da Agência ECCLESIA. É por e com esse objetivo que todos os dias chegamos aos
|
leitores com um madrugador “bom dia”. “Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia, a partir da Boa Notícia por excelência: o «Evangelho de Jesus Cristo”, assinalou o Papa na festa litúrgica de São Francisco de Sales, o padroeiro dos jornalistas. E nós somos cristãos e como Francisco queremos levar a todos “uma comunicação construtiva” que rejeite os preconceitos contra o outro e favoreça uma cultura do encontro. Boas e más notícias numa semana presidencial que não pretende diabolizar nem santificar ninguém. |
|
Vigília Ecuménica Jovem, Lisboa 2017 @ Igreja Evangélica Metodista Portuguesa |
O Semanário ECCLESIA apresenta nesta edição a mensagem do Papa para o 51.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano com o tema ‘Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo’. O texto de Francisco desafia os media e os jornalistas de todo o mundo a passar de uma lógica de “notícias más” para uma da “boa notícia”, rejeitando o sensacionalismo e a exploração dos dramas humanos. Um ponto de partida para dar a conhecer a reflexão recentemente levada a cabo em várias dioceses portuguesas. O dossier começa ainda com o anúncio de que o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais está a promover o ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’, em parceria com o Grupo Renascença Multimédia para apoiar, incentivar e galardoar trabalhos jornalísticos de temática religiosa.
|
||
|
||
Mensagem do Papa Francis?co para o 51.º Dia Mundial das Comunicações Sociais
«Não temas, porque Eu estou contigo» (Is 43, 5).
|
||
O acesso aos meios de comunicação, graças ao desenvolvimento tecnológico, é tal que muitas pessoas têm a possibilidade de partilhar quase instantaneamente as notícias e de as divulgar de forma capilar. Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas. Já os nossos antigos pais na fé falavam da mente humana como de uma mó de moinho que, movida pela água, não se pode parar. Mas o moleiro tem a possibilidade de decidir se quer moer trigo ou joio. A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de «moer» o que recebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos (cf. Cassiano o Romano, Carta a Leôncio Igumeno). Gostaria que esta mensagem pudesse atingir e todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, «moem» tantas informações para oferecer um pão fresco e bom
|
a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, favoreça uma cultura do encontro graças à qual se possa aprender a olhar a realidade com convicta confiança. Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas «notícias más» (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de fracasso nas vicissitudes humanas). Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seria ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo que não se deixe atingir pelo escândalo do mal. Pelo contrário, gostaria que todos procurássemos ultrapassar aquele |
|
|
||
sentimento de mau-humor e de resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. Aliás, num sistema de comunicação onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção e, por conseguinte,
|
não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero. Gostaria, pois, de dar a minha |
|
sentimento de mau-humor e de resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal.
|
||
contribuição para a busca de um estilo de comunicação aberto e criativo que não se prontifique a conceder ao mal o papel de protagonista, mas procure evidenciar as possíveis soluções, inspirando uma abordagem propositiva e responsável nas pessoas a quem se comunica a notícia. A todos gostaria de convidar a oferecer aos homens e às mulheres do nosso tempo relatos marcados pela lógica da «boa notícia». |
A boa notíciaA vida do homem não é apenas uma crónica asséptica de acontecimentos, mas é história, e uma história à espera de ser contada através da escolha de uma chave interpretativa capaz de selecionar e recolher os dados mais importantes. Em si mesma, a realidade não tem um significado unívoco. Tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos «óculos» que |
|
||
decidimos pôr para a ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diversa. Então, donde podemos partir para ler a realidade com «óculos» certos? Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia, a partir da Boa Notícia por excelência: o «Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus» (Mc 1, 1). É com estas palavras que o evangelista Marcos começa a sua narração, com o anúncio da «boa notícia» que tem a ver com Jesus, mas, mais do que uma informação sobre Jesus, a boa notícia é o próprio Jesus. Com efeito, ao ler as páginas do Evangelho, descobre-se que o título da obra corresponde ao seu conteúdo e, sobretudo, que este conteúdo é a própria pessoa de Jesus. Esta boa notícia, que é o próprio Jesus, não é boa porque priva de sofrimento, mas porque também o sofrimento é vivido num quadro mais amplo, como parte integrante do seu amor ao Pai e à humanidade. Em Cristo, Deus tornou-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos. «Não temas, porque Eu estou contigo» (Is 43, 5): é a palavra consoladora de um Deus |
desde sempre envolvido na história do seu povo. No seu Filho amado, esta promessa de Deus – «Eu estou contigo» – chega a assumir toda a nossa fraqueza ao ponto de sofrer a nossa morte. N’Ele, também as trevas e a morte tornam-se lugar de comunhão com a Luz e a Vida. Nasce, assim, uma esperança acessível a todos, precisamente no lugar onde a vida conhece a amargura do fracasso. Trata-se de uma esperança que não dececiona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações (cf. Rm 5, 5) e faz germinar a vida nova, como a planta cresce da semente caída na terra. Nesta luz, qualquer novo drama que aconteça na história do mundo torna-se também cenário de uma possível boa notícia, uma vez que o amor consegue sempre encontrar o caminho da proximidade e suscitar corações capazes de se comover, rostos capazes de não se abater, mãos prontas a construir.
A confiança na semente do ReinoPara introduzir os seus discípulos e as multidões nesta mentalidade evangélica e entregar-lhes os «óculos» adequados para se aproximar da |
|
|
||
lógica do amor que morre e ressuscita, Jesus recorria às parábolas, nas quais muitas vezes se compara o Reino de Deus com a semente, cuja força vital irrompe precisamente quando morre na terra (cf. Mc 4, 1-34). O recurso a imagens e metáforas para comunicar a força humilde do Reino não é um modo de reduzir a sua importância e urgência, mas a forma misericordiosa que deixa, ao ouvinte, o «espaço» de liberdade para a acolher e aplicar também a si mesmo. Além disso, é o caminho privilegiado para expressar a dignidade imensa do mistério pascal, deixando que sejam as imagens – mais do que os conceitos – a comunicar a beleza paradoxal da vida nova em Cristo, onde as hostilidades e a cruz não anulam, mas realizam a salvação de Deus, onde a fraqueza é mais forte do que qualquer poder humano, onde o fracasso pode ser o prelúdio da maior realização de tudo no amor. Na verdade, é precisamente assim que amadurece e se aprofunda a esperança do Reino de Deus: «Como um homem que lançou a semente à terra; quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce» (Mc 4, 26-27). O Reino de Deus já está no meio de nós, como uma semente escondida a um olhar superficial e cujo |
crescimento acontece no silêncio. Mas quem tem olhos, tornados limpos pelo Espírito Santo, consegue vê-la germinar e não deixa roubar a alegria do Reino por causa do joio sempre presente.
Os horizontes do EspíritoA esperança fundada na boa notícia que é Jesus faz-nos erguer os olhos e impele-nos a contemplá-l'O no quadro litúrgico da Festa da Ascensão. Embora pareça que o Senhor Se afasta de nós, na realidade alargam-se os horizontes da esperança. De facto, em Cristo, que eleva a nossa humanidade até ao Céu, cada homem e cada mulher pode ter plena liberdade para «entrar no santuário por meio do sangue de Jesus. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade» (Heb 10, 19-20). Através «da força do Espírito Santo», podemos ser «testemunhas» e comunicadores de uma humanidade nova, redimida, «até aos confins da terra» (cf. At 1, 7-8). A confiança na semente do Reino de Deus e na lógica da Páscoa não pode deixar de moldar também o nosso modo de comunicar. Tal confiança que nos torna capazes de atuar – nas mais variadas formas em que acontece hoje a comunicação – com a persuasão |
|
||
de que é possível vislumbrar e iluminar a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa. Quem, com fé, se deixa guiar pelo Espírito Santo, torna-se capaz de discernir em cada acontecimento o que se passa entre Deus e a humanidade, reconhecendo como Ele mesmo, no cenário dramático deste mundo, vai tecendo a trama de uma história de salvação. O fio com que se tece esta história sagrada é a esperança e o seu tecedor só pode ser o Espírito Consolador. A esperança é a mais humilde das virtudes, porque permanece escondida nas pregas da vida, mas é semelhante ao fermento
|
que faz levedar toda a massa. Alimentamo-la lendo sem cessar a Boa Notícia, aquele Evangelho que foi «reimpresso» em tantas edições nas vidas dos santos, homens e mulheres que se tornaram ícones do amor de Deus. Também hoje é o Espírito que semeia em nós o desejo do Reino, através de muitos «canais» vivos, através das pessoas que se deixam conduzir pela Boa Notícia no meio do drama da história, tornando-se como que faróis na escuridão deste mundo, que iluminam a rota e abrem novos caminhos de confiança e esperança.
Vaticano, 24 de janeiro de 2017 Papa Francisco |
|
![]() |
Comunicado de imprensaPrémio de jornalismo dom Manuel Falcao |
|||
O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais instituiu o ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’ em parceria com o Grupo Renascença Multimédia para apoiar, incentivar e galardoar trabalhos jornalísticos de temática religiosa. Destinado a jornalistas, fotógrafos, repórteres de imagem, editores de vídeo e outros profissionais dos media, as candidaturas ao ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’ devem ser propostas por leitores, ouvintes, telespectadores ou utilizadores dos vários meios de partilha de conteúdos. O regulamento do ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’ é publicado na edição desta sexta-feira do Semanário Digital Ecclesia, |
onde o tema central diz respeito à Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. “O ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’ é uma forma de motivar jornalistas e todos os profissionais dos media a assumirem a ‘lógica da boa notícia’ no seu trabalho quotidiano, como pede o Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais”, considera o padre Américo Aguiar, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Socais. O ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’ é anual e distingue trabalhos publicados, emitidos ou partilhados no período compreendido entre celebrações do Dia Mundial das Comunicações Sociais, que |
||
|
|
||
normalmente acontece no mês de maio de cada ano. Apresentado na celebração do 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, no dia 8 de maio de 2016, o ‘Prémio de Jornalismo D. Manuel Falcão’ foi entregue nesse dia forma honorífica a dois antigos diretores do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, os cónegos António Rego e João Aguiar. A primeira edição do ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’ vai distinguir trabalhos realizados entre o dia 8 de maio de 2016 e o próximo |
dia Mundial das Comunicações Sociais, que vai decorrer no dia 28 de maio. O Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão será constituído por um diploma e uma dotação em dinheiro de dois mil e quinhentos euros e é patrocinado pelo Grupo Renascença Multimédia Após a publicação, o regulamento e outras informações sobre o ‘Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão’ estão disponíveis em www.ecclesia.pt/premio |
|
PRÉMIO DE JORNALISMO DOM MANUEL FALCÃORegulamento
Artigo 1 (Instituição) O Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão é instituído anualmente pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, órgão da Conferência Episcopal Portuguesa, em parceria com o Grupo Renascença Multimédia para apoiar, incentivar e galardoar trabalhos jornalísticos de temática religiosa em português e publicados ou emitidos em meios de comunicação social de Portugal.
Artigo 2 (Objeto) O Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão destina-se a jornalistas, fotógrafos, repórteres de imagem, editores de vídeo e outros profissionais dos media que, individualmente ou em grupo, tenham publicado ou emitido trabalhos jornalísticos de temática religiosa no período compreendido entre celebrações do Dia Mundial das Comunicações Sociais.
Artigo 3 (Candidaturas) Podem candidatar-se ao Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão trabalhos jornalísticos sobre temática religiosa publicados nas diferentes plataformas, imprensa, rádio, televisão ou multimédia, feitos por portadores do respetivo título profissional. As candidaturas devem ser propostas por terceiros, leitores, ouvintes, telespectadores ou utilizadores dos vários meios de partilha de conteúdos.
Artigo 4 (Prémio) O Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão será constituído por um diploma e uma dotação em dinheiro de 2500€ (dois mil e quinhentos euros), com o patrocínio do Grupo Renascença Multimédia |
||
|
|
|
|
Artigo 5 (Prazos) As candidaturas ao Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão devem ser apresentadas até ao Dia Mundial das Comunicações Sociais, referindo-se a trabalhos publicados, emitidos ou partilhados nas várias plataformas desde o Dia Mundial das Comunicações Sociais do ano anterior. Os trabalhos candidatos devem ser enviados para Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão, Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, Quinta do Cabeço, Porta D, 1885-076 MOSCAVIDE, ou para o e-mail secretariado@ecclesia.pt, identificando a autoria e fazendo prova da respetiva publicação ou emissão. A divulgação dos vencedores e a entrega dos prémios será feita nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social ou noutra ocasião indicada pelo júri.
Artigo 6 (Júri) O Júri é constituído pelo presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, pelo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, por um representante do Grupo de Renascença Multimédia e por mais três elementos designados pelos anteriores.
Artigo 7 (Premiados) A decisão do júri é definitiva e não passível de recurso.
Artigo 8 (Disposições finais) Os casos omissos no presente regulamento serão objeto de deliberação por parte do júri.
|
||
|
|
|
Artigo 5
(Prazos)
As candidaturas ao Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão devem ser apresentadas até ao Dia Mundial das Comunicações Sociais, referindo-se a trabalhos publicados, emitidos ou partilhados nas várias plataformas desde o Dia Mundial das Comunicações Sociais do ano anterior. Os trabalhos candidatos devem ser enviados para Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão, Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, Quinta do Cabeço, Porta D, 1885-076 MOSCAVIDE, ou para o e-mail secretariado@ecclesia.pt, identificando a autoria e fazendo prova da respetiva publicação ou emissão. A divulgação dos vencedores e a entrega dos prémios será feita nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social ou noutra ocasião indicada pelo júri.
Artigo 6
(Júri)
O Júri é constituído pelo presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, pelo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, por um representante do Grupo de Renascença Multimédia e por mais três elementos designados pelos anteriores.
Artigo 7
(Premiados)
A decisão do júri é definitiva e não passível de recurso.
Artigo 8
(Disposições finais)
Os casos omissos no presente regulamento serão objeto de deliberação por parte do júri.
Mudar o chip na Comunicação
|
||
O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais destacou a perspicácia do Papa Francisco ao escolher para o Dia Mundial das Comunicação Sociais 2017 o tema ‘Comunicar esperança e confiança no nosso tempo’. Em entrevista ao Programa ECCLESIA, na RTP2, o padre Américo Aguiar, disse que falar em esperança e confiança “não podia ser mais oportuno” no início de um ano “cheio de dúvidas internacionais, da política à economia, da economia à paz ou à guerra”.
|
Aquele responsável recordou que o arranque de 2017 marcou também o começo “de um novo mandato do secretário-geral das Nações Unidas”, o português António Guterres; e de uma nova presidência nos Estados Unidos da América, com Donald Trump. O padre Américo Aguiar destacou ainda outros desafios sociais que marcam a atualidade, como a pobreza e a exclusão social, as pessoas que “não têm teto, não têm trabalho, não têm terra”. Segundo o sacerdote, é neste contexto de “muitas dúvidas” |
|
|
|
||
que o Papa Francisco quer “provocar” a comunicação e os jornalistas, da Igreja Católica e da sociedade em geral, para que sejam “arautos da esperança e da confiança”. Para o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, corresponder a este desafio implica mudar o ‘chip’ no que toca à produção e ao consumo de notícias. “Parece que nos rankings e nas estatísticas a boa notícia não tem telespetadores, não tem audiência, e nós temos que fazer alguma coisa para contrariar isso”, salientou o também presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença, que considerou como “fundamental” apostar na “educação para os media”. Um esforço que permita combater também “uma certa libertinagem” que marca a produção de informação, e que tem sido favorecida pela afirmação das “redes sociais”, sublinhou o mesmo responsável. “Não quero diabolizar as redes sociais nem os media digitais, mas temos que saber que há valores, há princípios, há balizas que têm de guiar o caminho que vamos fazer, e quando parece |
que isso não existe as coisas não terminam da melhor forma”, alertou o sacerdote. O coordenador do setor das Comunicações Sociais na Igreja Católica em Portugal realçou ainda a importância de resolver os “problemas económicos e financeiros” da classe jornalística. E nisso “as entidades da Igreja Católica têm de ser exemplares, porque o trabalho não é uma ocupação, é também a dignidade de uma pessoa”, concluiu. O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (28 de maio, em 2017). |
|
Integrar a mensagem cristã
|
||
O encontro de formação para o Clero do Sul sublinhou este ano a importância da comunicação digital para a pastoral e a evangelização da Igreja Católica. “Para levar Cristo às periferias é necessário integrar a mensagem cristã na nova cultura digital e passar de uma pastoral de conservação para uma pastoral sempre missionária”, refere o comunicado final do evento, enviado à Agência ECCLESIA. Para os bispos, sacerdotes e diáconos das dioceses do Algarve, Évora, Beja e Setúbal, “não adianta diabolizar a tecnologia”, nem tão pouco colocar “em confronto” os “dois mundos, o físico e o digital”, porque o fim último da missão da Igreja mantém-se, levar Cristo ao coração das pessoas. “Não é a mediação tecnológica que faz a realidade das experiências, ou a fisicidade que as torna autênticas, mas o que se vive com o coração a partir dessas mediações”, apontam aqueles responsáveis, lembrando que “o que está em causa é a comunicação da fé”, que é feita sobretudo a partir do “testemunho”. O bispo do Algarve disse que o |
encontro quis contribuir para “destruir alguns muros” que existem na Igreja Católica, “em relação ao uso dos meios digitais”. D. Manuel Quintas destacou à Agência ECCLESIA a “grande atualidade” do tema deste ano, centrado nos ‘novos areópagos’ de comunicação. Um assunto que desafia a Igreja Católica a uma “nova maneira de ser, de estar e de fazer no que diz respeito ao anúncio do Evangelho”. De acordo com o prelado algarvio, é tempo da Igreja pôr de lado um certo “temor relativamente àquilo que o mundo digital pode proporcionar” e perceber qual a melhor maneira de tirar partido dessa ferramenta. A formação veio mostrar que, mais do que entupir a internet com “respostas a perguntas que ninguém faz”, importa “escutar”, estar “do lado de lá”, das pessoas, das comunidades, de quem vem de fora, para perceber o que é que precisam. Já o bispo de Setúbal destacou a importância da Igreja Católica não descurar a atenção às mudanças que estão a tomar conta do mundo da comunicação, e que afetam todos |
|
|
||
os setores pastorais. Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. José Ornelas refere o setor da Família, que vai dominar o programa pastoral da diocese sadina nos próximos anos. Para aquele responsável, “o fator comunicativo, através das grandes redes sociais, lança novos desafios e oportunidades à Família” e “à autoridade da Família, da Escola, da Igreja Católica”. “O mundo da comunicação que se faz através de cada um no seu quarto, no seu |
telemóvel, tem de ser objeto de um diálogo, de uma vida dentro da família. Ignorar isto significa ignorar grande parte do mundo de hoje das nossas crianças, dos nossos jovens”, aponta o prelado. No que toca à dinâmica da Diocese de Setúbal, o setor da comunicação está a ser “um dos primeiros setores que se está a tentar reestruturar”. Isto depois do final da edição em papel do jornal semanário diocesano ‘Notícias de Setúbal’, uma publicação que,
|
|
|
|
||
para D. José Ornelas, “fez a sua época e o seu serviço” mas que era “preciso mudar a imagem e a forma de comunicar”. O bispo de Beja. D. João Marcos, afirmou que, na comunicação do Papa Francisco, sobressai a dimensão “profética”, essencial num mundo que hoje parece “não ter horizontes”. “Francisco tem esse dom e está a desempenhá-lo muito bem”,
|
considera D. João Marcos à Agência ECCLESIA, destacando também a capacidade do Papa argentino em chegar às “periferias”, o que na gestão da comunicação, seja a nível mais global ou no plano de uma diocese, é muito importante. O prelado recorda que “o cristianismo começou por afirmar-se nas periferias” e que só partindo do contacto com estas situações, “não só de pobreza |
|
|
|
||
mas de tudo, desta pobreza que é um coração disponível para Deus, é que o cristianismo pode ser aceite e anunciado”. Além da sua capacidade de comunicar, inclusivamente nas redes sociais, o Papa Francisco tem-se destacado pela proximidade física às pessoas, às comunidades cristãs e à sociedade em geral. Uma atitude que D. João Marcos considera ser a ideal para o contexto atual da Igreja Católica e do mundo, para a pastoral cristã nas dioceses e paróquias, mesmo com o advento das novas tecnologias. Para o bispo de Beja, as redes sociais são úteis, “sem dúvida”, mas “não se pode pôr aí o assento, porque não há sacramento sem dimensão física”. “Se nós quiséssemos reduzir o Cristianismo a uma ideologia, a uns conhecimentos ou a uma gnose, para isso qualquer meio serve. Mas para viver, receber e celebrar a salvação é necessária a presença física. O cristianismo virtual penso que não serve para nada”, sustentou. O presidente do Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE) disse por sua vez que a Igreja Católica tem de estar mais presente e próxima das pessoas, pois só assim continuará a ser resposta face aos desafios da |
sociedade atual. O cónego José Morais Palos realçou que “a comunicação é um elemento fundamental” na pastoral católica. Para aquele responsável, “mais do que comunicar conteúdos”, a Igreja Católica deve apostar em “conhecer as perguntas que as pessoas fazem”. “Se calhar porque estamos um pouco periféricos, tendo em conta a distribuição geográfica pelo território, e também do ponto de vista humano e existencial e da vivência cristã, estas dioceses parece que trabalharam sempre mais com zonas periferias do que com o centro”, salienta o cónego José Morais Palos. |
|
|
Uma nova atitude na comunicação cristã |
||
O bispo de Coimbra disse à Agência ECCLESIA que a Igreja Católica tem necessidade de atualizar os seus métodos para responder a uma nova “cultura”, a uma nova “forma de estar na sociedade”. D. Virgílio Antunes falava do tema escolhido este ano para as jornadas de formação permanente da diocese, a comunicação da fé na atual sociedade digital. O responsável alertou para uma certa passividade que pode tomar conta da Igreja Católica e dos cristãos, pois a mensagem não se transmite por si |
própria. “Precisamos efetivamente de pensar e de parar para ver de que modo exatamente e sobretudo que atitude, muito mais do que os instrumentos, que atitude havemos de ter enquanto pessoas, enquanto crentes, enquanto cristãos, mas também enquanto Igreja e comunidade cristã, para tornar a fé em Jesus Cristo atraente, que interesse efetivamente às pessoas”, sustentou. Acolhidas pelo Seminário Maior, as jornadas de formação permanente da Diocese de Coimbra (17 a 19 de |
|
|
|
||
janeiro) tiveram como tema “Comunicação da fé - instrumentos, linguagens e metodologias”. Para o bispo de Coimbra, estas jornadas são também uma forma de procurar responder à “debandada da fé” - expressão do Papa Francisco - que tomou conta da sociedade. Um problema que deve levar a própria Igreja a interrogar-se sobre o que está a fazer de menos bem. “É muito fácil encontrarmos somente causas situadas fora do mundo eclesial, e nós havemos de ter a coragem, como estamos a procurar fazer, de olhar para o interior da própria Igreja, para o modo como vivemos a fé, como a exprimimos, como celebramos, como fazemos a catequese, aquilo a que chamamos a ação pastoral, e ver se efetivamente estão a ser as formas e os meios e atitudes adequadas para realizar este objetivo de anunciar a |
Boa Nova a todos os povos”, completou. O evento deste ano teve como conferencista principal o padre italiano Antonino Romano, professor da Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma. Para o formador, é fundamental que a Igreja Católica seja capaz de estar próxima e envolvida nos problemas das pessoas, metida no coração das pessoas, na história de cada um. “E com a grande expansão da internet, dos meios de comunicação social, a Igreja pode trazer uma mensagem nova ao próprio conceito de comunicação, enquanto relação verdadeira, significativa e profunda entre as pessoas”, assinalou. Para além do padre italiano Antonino Romano, da Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma, as jornadas contaram com intervenções dos sacerdotes Rui Alberto e Nuno Santos. |
|
Transformar a comunicação na era digital
|
||
O franciscano Martín Carbajo, especialista em ética da comunicação nas redes sociais, esteve em Portugal para afirmar que a evangelização da Igreja Católica não pode ser uma mera “transmissão de conteúdo” e dá como exemplo “as homilias, que têm de mudar”. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o religioso fez uma radiografia à comunicação da Igreja Católica, que considerou ter de ser mais “interativa, |
horizontal e direta”. Interativa porque tem de partir mais do “diálogo tu a tu”, horizontal porque hoje já não existe uma “sociedade piramidal, hierarquizada” em que a própria Igreja Católica e o clero estavam mais distantes dos fiéis; e direta porque tem de estar “sintonizada com as expetativas das pessoas”. “Temos de aprender com os meios de comunicação, esse diálogo implícito com o espectador, que apela ao |
|
|
||
coração, e nisso o Papa Franciscoé mestre porque aponta mais aos gestos do que aos discursos”, referiu Martín Carbajo. O professor da Pontifícia Universidade Antonianum, a universidade central da Ordem Franciscana em Roma, levou ao encontro de formação do Clero do Sul duas conferências: ‘Redes Sociais e Comunicação Social, Cuidados a ter e apostas a fazer’ e ‘Notas para um projeto nacional ou regional dos mass media ao serviço da evangelização’. Para o religioso, nesta “nova cultura” digital, evangelizar tem de ser sinónimo de “experiência, de encontro”. Implica “contar uma experiência concreta, pessoal, de um Deus que se revelou, junto de pessoas que não o experimentaram de forma tão clara, mas que o fizeram de outra forma também”. O que faz com que muitas vezes “o evangelizador” se possa tornar também no “evangelizado”. “Não digas às pessoas o que têm de crer, mostra-lhes o que vês”, resume Martín Carbajo, que defende uma mudança nas homilias, que já não podem ser mais “dizer aquilo que as pessoas têm de escutar e acabou”. “O sacerdote tem de ter consciência de que as pessoas já têm em si estas sementes do Verbo, e tem sobretudo |
de ajudá-las a descobrirem as perguntas que para elas são mais inquietantes”, concretizou. Em causa está uma comunicação que seja mais direcionada, adaptada ao contexto e aos anseios das pessoas que procuram a Igreja Católica ou que estão nas eucaristias. “Às vezes os sacerdotes vão à internet, retiram a homilia e já está feita. Isso não é uma comunicação adaptada, pois não?”, questiona Martín Carbajo. Nas mesmas jornadas interveio o padre Antonio Spadaro, diretor da ‘Civiltà Cattolica’, o qual assinala que “a Igreja é chamada a compreender o que está a acontecer” no mundo digital, promovendo a “escuta profunda” do que as pessoas dizem. Num mundo em que todos parecem ter resposta para tudo, acrescenta, “o Cristianismo tem a grande capacidade de colocar as perguntas certas”.
|
|
|
Mostrar a beleza do nordeste transmontano |
||
32 elementos da comunicação social marcam presença esta quinta-feira no pequeno-almoço de trabalho com D. José Cordeiro, uma iniciativa anual da Diocese de Bragança-Miranda, que abre assim as suas porta aos profissionais da Comunicação Social. Para além do tema do Centenário das Aparições e da vinda do Papa a Portugal, que segundo o bispo é aguardada com “oração, carinho e estima”, esteve em foco a mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, publicada na última terça-feira, e que convida os media a romper com o ciclo das “más notícias”. |
D. José Cordeiro reconheceu “o esforço cada vez maior” dos jornalistas em “comunicar o que é bom, o que é belo, o que é verdadeiro e autêntico e na procura das boas notícias”. Mas, sublinhando o que disse o Papa Francisco, o prelado apelou a uma comunicação cada vez mais “construtiva, que possa levar mais largo e mais longe a beleza da vida do nordeste transmontano”. O encontro com os jornalistas, já habitual no início de cada ano, contou com a presença da responsável pela comunicação do Santuário de Fátima, a jornalista Carmo Rodeia. |
|
|
|
||
O bispo de Bragança-Miranda afirmou que a visita do Papa a Portugal por ocasião do Centenário das Aparições será “um momento marcante” para a sua diocese, para a Igreja Católica em Portugal e para o mundo. D. José Cordeiro recordou que já no “cinquentenário” das Aparições houve “uma participação muito significativa” e que agora “com outros meios irão muitas mais pessoas”. De acordo com aquele responsável, apesar de Bragança-Miranda ser uma das dioceses mais distantes, em termos de espaço, do Santuário de Fátima, é um dos territórios mais marcados pela sua espiritualidade. |
“Não há capela, Igreja, se calhar família alguma, que não tenha a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Bragança está intimamente ligada a Fátima e Fátima a Bragança e, se calhar como diz o Papa Francisco, é das periferias que se vê melhor o centro”, salientou.
|
|
|
Romper a espiral da comunicação negativa
|
||
O olhar de quem relata é central, porque a realidade não tem um significado unívoco. A posição do prefeito da Secretaria para a Comunicação, monsenhor Dario Edoardo Viganò, que apresentou na Sala de Imprensa da Santa Sé a mensagem do Papa para o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais. “Romper a espiral de uma comunicação negativa, que leva também à anestesia da consciência, significa que, é claro, a história é feita de cinza, de preto por vezes, mas |
que mantém sempre espirais que se abrem num horizonte de esperança, de proximidade. É isso que somos chamados a fazer: procurar fazer de modo que o mal jamais seja o protagonista vencedor”, assinala o responsável, em entrevista à Rádio Vaticano. O Papa escreve que mesmo tragédias como terremotos, avalanches, catástrofes naturais podem ser, de certo modo, cenário de algumas boas notícias. Para monsenhor Dario Edoardo Viganò, isso não significa |
|
|
|||
“ceder à ingenuidade irenista de um relato inexistente da realidade, mas, por exemplo, contar o mundo de bem que floresce de uma situação tão trágica”. “Penso no facto de homens e mulheres que, concretamente e pessoalmente, se fazem próximos dessa situação. É como dizer: ‘Olhe que a situação é difícil, porém, faço consigo um trecho do caminho’”, precisou. Francisco pede aos comunicadores que sejam canais vivos da ‘Boa Notícia’. Depois de uma reestruturação de fundo, os media do Vaticano querem ajudar os meios internacionais, “mostrando os processos e os contextos nos quais |
se situam e se colocam os anúncios e as mensagens do Santo Padre, porque muitas vezes são descontextualizadas e, por conseguinte, perdem também aquela força própria, aquela pertinência que, ao invés, elas têm”. “Os gestos e a proximidade expressam o calor, o inclusivo. Creio que o Papa Francisco é um mestre nisso, provavelmente por tradição cultural, por formação própria. Mas creio que a ideia de uma comunicação tão metafórica – que é parábola, relato – diz também como é possível ter comunicações que sejam relações, relações também de proximidade”, conclui o prefeito da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé. |
||
|
Paulo Apóstolo na rede |
||
http://www.saopauloapostolo.net/
No próximo/passado dia 25 de Janeiro celebramos a festa litúrgica da conversão de S. Paulo. Assim esta semana sugiro uma visita ao sítio que a editora Paulus criou, por forma a celebrar os 2000 anos do nascimento do apóstolo da Palavra. Apesar de sabermos que o Ano Paulino decorreu entre 28 de Junho de 2008 e 29 de Junho de 2009, considero que este é dos melhores sítios online escritos em português relativos a Paulo de Tarso. Na página de entrada podemos perceber que o que se pretende com este espaço virtual é que ele seja, “prático e moderno, com conteúdos úteis para melhor viver o Ano Paulino” pois o objetivo principal passa por, atualizações constantes, “dando conta das iniciativas programadas e sugerindo itinerários de estudo, reflexão e oração”. Se pretendermos saber mais acerca da vida de S. Paulo, basta acedermos ao item com esse nome. Aí encontramos aspetos da sua biografia, bem como textos referentes: à sua conversão; ao chamamento de Deus; ao tema da salvação que vem de Deus; quem |
é Jesus Cristo para Paulo e qual é o centro da pregação de Paulo. Em “cartas de S. Paulo”, podemos ler todas as suas cartas, existindo ainda a possibilidade de as descarregarmos para o nosso computador. Na opção “viagens de S. Paulo”, descobrimos “as etapas da grande aventura missionária de Paulo que são conhecidas graças aos testemunhos dos Atos dos Apóstolos, e das Cartas que o Apóstolo escreveu às comunidades por ele fundadas”. Aqui, através de mapas interativos, são apresentadas as suas três longas viagens que começaram e terminaram em Antioquia. Para conhecermos um pouco sobre tudo aquilo que foi acontecendo e falado na Igreja relativo a esse ano jubilar, clicamos em “notícias”. No item “artigos” temos ao dispor um conjunto de textos escritos por diversos especialistas relativos aquele que é “superior até a muitos anjos e arcanjos”, conforme refere São João Crisóstomo (cf. Panegirico, 7, 3). Em “lectio pauli”, está à nossa disposição um espaço onde se faz uma leitura com e sobre S. Paulo, nomeadamente através de |
|
||
propostas de reflexão e esquemas para um encontro / oração comunitária. Penso que a qualidade dos conteúdos apresentados, bem como a maneira como eles estão dispostos, merecem que adicionemos este endereço aos |
nossos favoritos. Pois este sítio tem o “intuito de dar a conhecer, de uma forma simples e didática, a figura e a obra de tão grande homem de Deus”.
Fernando Cassola Marques fernandocassola@gmail.com
|
|
|
Marie-Joseph Lagrange
|
||
A Ordem dos Pregadores (Dominicanos) em Portugal lançou a obra ‘Recordações Pessoais’ do religioso francês Marie-Joseph Lagrange, que identificou a necessidade de ler a Bíblia de forma “critica e cientifica” e fundou a Escola Bíblica e Arqueológica de Jerusalém. |
“[Marie-Joseph Lagrange] compreendeu com avanço, em relação ao comum das pessoas e das instituições, que era necessário abordar a Bíblia de uma maneira critica e cientifica e isso só traria vantagens para a fé dos cristãos”, disse frei Miguel dos Santos, que |
|
|
|
||
apresentou a nova publicação. À Agência ECCLESIA, o frade dominicano explicou que “por tradição destes últimos séculos infelizmente” a leitura da Bíblia na Igreja Católica “não estava muito divulgada” e havia uma “ligação demasiado grande à interpretação bíblica dos padres da Igreja, dos teólogos da idade média” que não tinham os instrumentos que existiam na época do padre Lagrange. A apresentação de ‘Recordações Pessoais’ foi integrada no programa da clausura do Ano Jubilar da Ordem dos Pregadores, no Convento de São Domingos, em Lisboa. Na sua época, o padre dominicano Marie-Joseph Lagrange considerou que “a melhor forma de enfrentar os ataques” do racionalismo alemão, que era “demolidor para a Bíblia”, era usar os meios das “ciências históricas, instrumentos de análise de história, crítica textual”. Frei Miguel dos Santos recorda que o confrade “sofreu perseguições, foi mal-entendido”, foi vitima de suspeitas, mas “aceitou com muita paciência” e muita fidelidade à intuição inicial. Nas ‘recordações pessoais’ de Marie-Joseph Lagrange não falta a referência à Escola Bíblica e Arqueológica |
francesa de Jerusalém que fundou há mais de 125 anos e “é o grande fruto palpável” do seu trabalho. Para além do mais antigo centro de investigação bíblica na Terra Santa, o dominicano deixou também como legado “uma autêntica biblioteca de livros”, fez comentários a cada um dos Evangelhos e trabalhos sobre o Antigo Testamento. O padre Marie-Joseph Lagrange nasceu a 7 de março de 1855, em Bourg-en-Bresse, no centro de França; recebeu o hábito de frade pregador a 6 de outubro de 1879, dois anos depois de ter entrado para a Ordem Dominicana. Morreu a 10 de março de 1938 e em 1988 foi aberto o seu processo de beatificação. A nova publicação ‘Recordações pessoais’ do padre Marie-Joseph Lagrange tem a chancela da editora ‘Tenacitas’ e faz parte da ‘Biblioteca Dominicana’. O editor João Azevedo Mendes contextualiza que esta é uma coleção concebida pelos padres dominicanos portugueses, com o objetivo de publicar textos “fundamentais” ao longo da história” da ordem religiosa. A Ordem dos Pregadores encerrou este sábado o seu ano jubilar, que celebrou 800 anos de história. |
|
II Concílio do Vaticano: Recordar o pensamento de D. Sebastião Soares de Resende |
||
|
|
A paróquia de Milheirós de Poiares (Diocese do Porto) vai homenagear, este sábado, D. Sebastião Soares de Resende, primeiro bispo da Beira (Moçambique) nos 50 anos da sua morte. Na sessão comemorativa, D. Carlos Azevedo, D. Augusto César, monsenhor Sebastião Brás e o padre Joaquim Teles dão testemunho desta figura da igreja portuguesa que participou ativamente no II Concílio do Vaticano. Na mesma tarde procede-se, depois, à colocação de uma coroa de flores junto à estátua de D. Sebastião Soares de Resende, situada no largo da Igreja de Milheirós de Poiares, e às 17:00 dá-se o descerramento da pintura a óleo de D. Sebastião Soares de Resende, do pintor António Macedo. Natural de Milheirós de Poiares, D. Sebastião Soares de Resende nasceu em 1906 e faleceu a 25 de janeiro de 1967. O prelado fez uma intervenção no II Concílio do Vaticano (1962-1965) sobre a introdução ao esquema «A Igreja e o mundo moderno». Durante as quatro sessões, este bispo português natural de Milheirós de Poiares (Santa Maria da Feira) foi um dos mais interventivos e sempre incisivo nas observações que fazia. Na sua intervenção sobre o texto «De Ecclesia in mundo hujus temporis», o bispo realça que o mundo, “sobretudo o não cristão”, reconhecerá a Igreja “se ela se lhe apresentar como a Igreja pobre”. Ela não deve “ser apenas a Igreja dos pobres, mas também a Igreja pobre”. Todavia – acrescenta o prelado – ela “não será pobre
|
|
||
se nós não professarmos a pobreza, nas palavras e sobretudo nas obras”. Na sua intervenção, o padre conciliar coloca algumas questões pertinentes em relação às vestes eclesiásticas e às pedras preciosas que estes utilizam nos cerimoniais. “Para quê tanto ouro e tantas pérolas no nosso peito e nas nossas mãos? Para quê o solidéu, a manteleta, a capa magna vermelha, roxa e purpúrea? Para quê tantas dignidades na Igreja, que não foram instituídas por Cristo Senhor?”, lamentou D. Sebastião Soares de Resende. Defensor da Justiça em favor dos “mais fracos e oprimidos”, o bispo |
da Beira promoveu a “educação da juventude das missões com milhares de escolas primárias” e idealizou para aquele país lusófono uma sociedade “integrada de raças e cidadãos iguais, perante a lei, apesar das diferenças”. Sagrado bispo da Beira em 1943, no aniversário da sua tomada de posse na diocese moçambicana (8 de dezembro) dirigia uma pastoral ao seu rebanho “sempre repleta de conteúdos doutrinários e incidindo muitas vezes em aspetos concretos que denunciavam injustiças e deficiências” - (in: “Resistência Católica ao Salazarismo - Marcelismo). |
|
|
janeiro 2017 |
||
28 janeiro 2017. Braga - O Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa (UCP) realiza o encontro «Do Clique ao Toque» na Faculdade de Filosofia e de Ciências Sociais.
. Santarém - Encontro da equipa nacional da Juventude Operária Católica (termina a 29 de janeiro)
. Lisboa - Convento de São Domingos - Conferência sobre «Como escutar a voz dos leigos na Igreja?» por fr. Timothy Radcliffe
. Évora - Conselho Diocesano da Pastoral da Saúde
. Lisboa – Sintra - Cristãos de várias Igrejas vão assinar declaração comum sobre o valor da vida
. Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, 09h00 - A Junta Regional de Leiria, do Corpo Nacional de Escutas, e a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, do Instituto Politécnico de Leiria, promovem o fórum ‘…desafios de Educar’, termina às 17h30.
|
. Tavira - Parque de Feiras e Exposições, 09h30 - O Sector da Catequese da Infância e Adolescência da Diocese do Algarve promove o Dia Diocesano do Catequista, no Parque de Feiras e Exposições, em Tavira.
. Guarda - Seminário da Guarda, 09h30 - O Secretariado das Missões da Diocese da Guarda promove uma jornada de formação sobre a infância missionária.
. Fátima - Casa de Nossa Senhora do Carmo, 10h00 - O encontro de responsáveis da pastoral vocacional dos Institutos de Vida Consagrada, a realizar em Fátima, tem como tema «Sair / Ver / Chamar – A Pastoral Vocacional. Uma gramática para a proximidade».
. Portalegre - Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre, 10h00 - O secretário do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, padre Duarte da Cunha, é o conferencista das Jornadas da Pastoral da Família da Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
|
|
|
||
. Fátima, 10h00 - A cerimónia de trasladação dos restos mortais do padre Manuel Nunes Formigão, do cemitério de Fátima para um mausoléu construído na Casa de Nossa Senhora das Dores.
. Évora - Montemor-o-Novo, 10h00 - Peregrinação diocesana de acólitos
. Braga - Barcelos (Casa de Saúde de São João de Deus), 12h00 - Lançamento da obra «Cuidados Paliativos. Diagnóstico e intervenção espiritual» por D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga.
. Aveiro – Seminário, 14h30 - O coordenador do Serviço de Vocações da Diocese de Aveiro, padre João Santos, vai orientar uma sessão sobre «A acédia espiritual ou o marasmo do dia-a-dia».
. Caldas da Rainha - Paróquia de Santa Catarina, 19h00 - Na paróquia de Santa Catarina, Caldas da Rainha (Lisboa), vai realizar-se o envio missionário de Susana Querido, membro do grupo missionário Ondjoyetu, da Diocese de Leiria-Fátima, para Angola. |
29 de janeiro. Lisboa - Igreja de São Tomás de Aquino - Apresentação do programa para as celebrações dos 300 anos da Congregação da Missão em Portugal
. Celebração do Dia Mundial dos Leprosos
. Lisboa - Convento de São Domingos - Conferência sobre «A santidade do corpo» por fr. Timothy Radcliffe
. Setúbal - Almada (Seminário), 15h30 - O professor de história da Igreja, padre David Sampaio vai fazer uma conferência sobre «Os Papas e Fátima», às 15:30, no Seminário de Almada (Diocese de Setúbal).
. Lisboa - Mosteiro dos Jerónimos, 17h30 - Concerto de António Esteireiro com obras de Johann Sebastian Bach.
. Aveiro - Centro Universitário Fé e Cultura, 18h00 - Tertúlia «Missão e fé no Silêncio de Martin Scorsese» com a participação do padre Adelino Ascenso, professor de Teologia e missionário no Japão.
|
|
||
|
Este sábado realiza-se o encontro ‘Do Clique ao Toque’, na Faculdade de Filosofia e de Ciências Sociais, em Braga, e tem o objetivo de debater o ensino religioso nas escolas. No 2.º Encontro ‘Do Clique ao Toque’ vão também ser divulgados resultados de investigação sobre a utilização do digital em contexto educativo, em particular, na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica - EMRC.
Já por Lisboa o antigo mestre-geral da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) profere duas conferências no Convento de São Domingos, em Lisboa, este sábado e domingo. O frade dominicano Timothy Radcliffe falará sobre «How can the conscience of the Laity be heard?» (Como escutar a voz dos leigos na Igreja?) no dia 28 de janeiro e sobre «The holiness of the body» (A santidade do corpo) no dia seguinte.
Para o início da tarde em Braga, Às 12h00, está previsto o Lançamento da obra «Cuidados Paliativos. Diagnóstico e intervenção espiritual» por D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga; e em Aveiro, pelas 14h30, o coordenador do Serviço de Vocações da Diocese, padre João Santos, vai orientar uma sessão sobre «A acédia espiritual ou o marasmo do dia-a-dia».
No domingo o destino pode ser mais cultural, em Setúbal, pelas 15h30, O professor de história da Igreja, padre David Sampaio vai fazer uma conferência sobre «Os Papas e Fátima», no Seminário de Almada; já por Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos às 17h30 acontece o Concerto de António Esteireiro com obras de Johann Sebastian Bach e em Setúbal. |
Programação religiosa nos media |
||
Antena 1, 8h00 RTP1, 10h30 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
Domingo: 10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Entrevista de Aura Miguel
Segunda-feira: 12h00 - Informação religiosa
Diariamente 18h30 - Terço
|
RTP2, 13h00
Segunda-feira, dia 30, 15h00 - Entrevista a Américo Pereira, professor de Filosofia da UCP
Terça-feira, dia 31, 15h00 - Informação e entrevista ao padre João Lourenço e Juan Ambrosio sobre cursos da Faculdade de Teologia da UCP
Quarta-feira, dia 01 de fevereiro, 15h00 - Informação e entrevista ao padre Fernando Soares, sobre os 400 anos do carisma vicentino e os 300 anos da Congregação da Missão em Portugal.
Quinta-feira, dia 02, 15h00 - Informação e entrevista a Sara Fonseca, sobre o Festival Terras Sem Sombra
Sexta-feira, dia 03, 15h00 - Análise à liturgia de domingo com o padre João Lourenço e Juan Ambrosio.
Antena 1
Domingo, dia 29 de janeiro - 06h00 - 400 anos da Sociedade de São Vicente de Paulo Segunda a sexta-feira, dias 30 de janeiro a 03 de fevereiro - 22h45 - Carta do Papa aos jovens, perspetivas de Paula Jordão, da Verbum Dei; João e Ines, paróquia Sta. M. de Belem, Lisboa; Ir. Ida Videira, Doroteias; Elisabete Puga, Coop. da Família; Margarida Fonseca, paróquia de Queijas, Lisboa
|
|
||
|
Ano A – 4.º Domingo do Tempo Comum |
||
Felizes discípulos de Jesus |
O Evangelho deste quarto domingo do tempo comum apresenta a magna carta do Reino. Nos primeiros doze versículos do capítulo 5 do evangelho de Mateus, são proclamados bem-aventurados os pobres, os mansos, os que choram, os que procuram cumprir fielmente a vontade de Deus, porque já vivem na lógica do Reino; e recomenda-se aos crentes a misericórdia, a sinceridade de coração, a luta pela paz, a perseverança diante das perseguições, como atitudes que correspondem ao compromisso pelo Reino. As outras leituras concorrem igualmente para esta reflexão. Na primeira, o profeta Sofonias denuncia o orgulho e a autossuficiência dos ricos e dos poderosos, convidando o Povo de Deus a converter-se à pobreza. Os pobres são aqueles que se entregam nas mãos de Deus com humildade e confiança, que acolhem com amor as suas propostas e que são justos e solidários com os irmãos. Na segunda leitura, Paulo denuncia a atitude daqueles que colocam a sua esperança e a sua segurança em pessoas ou em esquemas humanos, assumindo atitudes de orgulho e de egoísmo, e convida os crentes a encontrar em Cristo crucificado a verdadeira sabedoria que conduz à salvação e à vida plena. Voltando ao Evangelho, vemos que as quatro primeiras bem-aventuranças se relacionam entre si. Dirigem-se aos pobres, que são felizes por se entregarem confiadamente nas mãos de Deus e procurarem fazer sempre a sua vontade, àqueles que deixam de colocar a sua confiança e a sua esperança nos bens, no poder, no êxito e nos homens, para esperar e confiar em Deus, àqueles que aceitam renunciar ao egoísmo e aceitam despojar-se |
|
||
de si próprios e estar disponíveis para Deus e para os outros. Enquanto que neste primeiro grupo se constatam situações, no segundo grupo de quatro bem-aventuranças propõem-se atitudes que os discípulos devem assumir, definindo o seu comportamento cristão: viver a misericórdia, compadecer-se, amar sem limites, ir ao encontro dos irmãos; ter um coração puro, honesto e leal; construir a paz contra toda a forma de violência e propor sempre a reconciliação; lutar pela justiça face a todas as gritantes injustiças que se praticam no nosso mundo. O Evangelho acrescenta uma nona
|
bem-aventurança, como exortação à alegria para todos os que são perseguidos e sofrem por cumprirem a vontade de Deus; uma situação em que viviam os primeiros cristãos e que continua bem presente no nosso mundo de hoje. As bem-aventuranças são a mais intensa mensagem de esperança para todos os que desejam ser seguidores de Jesus, nele encontrando a felicidade e a vida plena. Procuremos também nós viver como discípulos de Jesus, alegres e felizes!
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
|
|
Papa em Fátima ao serviço
|
||
O bispo de Setúbal disse que a visita do Papa ao Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, está muito em linha com a mensagem que quer para a Igreja, para que tenha uma linguagem materna, para que seja capaz de acolher. Francisco vem a Portugal e à Cova da Iria por ocasião do Centenário das Aparições de |
Nossa Senhora, e D. José Ornelas destaca em primeiro lugar a “relevância de ser um sinal de comunhão precisamente dessa Igreja” para com o mundo. Um gesto bastante significativo, na opinião do prelado, numa altura em que muitos países, “mais do que nunca, se estão a fechar na sua |
|
|
||
própria realidade e cultura”. “Veja-se no caso do Brexit na Europa, e os muros que se vão erguendo. Cada um acha que tem o direito de se defender dos outros e todo o percurso que a Europa fez a caminho de um estar juntos começa a dividir-se. Vejamos o novo presidente dos Estados Unidos e a construção de um muro para os separar do resto da América”, aponta o responsável católico. Para D. José Ornelas, se prevalecer na sociedade “esta dimensão do cada um por si” nada virá do futuro a não ser mais conflitos. “E o Papa vem como alguém que está ao serviço de um projeto de humanidade, como ele chama a Casa Comum da humanidade, trazer isto também para a noção materna da Igreja, que vem com a mensagem de Fátima, tem um valor muito grande”, acrescentou. Sobre a festa que vai ter lugar com o Papa Francisco, no Santuário de Fátima, o bispo de Setúbal sublinha ainda a palavra “aparição”, que aponta para uma “erupção de Deus no mundo, através da figura maternal de Maria”. “Uma mensagem que chega ao mundo inteiro e que portanto se transforma numa comunicação”, neste caso de uma Igreja que quer “humanizar, criar laços”. |
“Laços novos que não sejam só simplesmente da economia, da gestão, mas que sejam de humanização”, salientou aquele responsável. No que diz respeito à preparação da Diocese de Setúbal para a vivência do Centenário das Aparições e da vinda do Papa, D. José Ornelas adianta que está a ser organizada uma “peregrinação diocesana a Fátima”, muito ligada ao tema da Família que vai marcar o ano pastoral na região sadina. “Será feita integrando também a família, em etapas sucessivas e não simplesmente para um evento de um dia”, explica o bispo, que espera que este evento contribua para reforçar “a mensagem de Fátima” no meio das comunidades cristãs. Desde “o âmbito da família nuclear, humana, à família diocesana, da Igreja”. O prelado destaca ainda o facto de, na base das aparições de Fátima, estarem três crianças: Francisco, Jacinta e Lúcia. “Quando não formos capazes de pregar o Evangelho de maneira a que uma criança entenda é melhor fechar a loja, porque ela não precisa de grandes discursos, precisa sobretudo de ser acolhida, respeitada, acarinhada e ajudada a crescer para a vida”, concluiu. |
|
|
Seriedade no processo de canonização
|
||
O bispo de Coimbra defendeu que a fase diocesana do processo de canonização da irmã Lúcia de Jesus foi um trabalho “muito longo” feito com “toda a seriedade” que se impõe num processo de uma figura com “relevância universal”. “Estamos muito felizes por poder chegar ao seu termo desta forma coincidente no ano do Centenário das Aparições, não foi programado, acaba por acontecer e depois tudo está nas mãos de Deus”, |
afirmou D. Virgílio Antunes. À Agência ECCLESIA, o prelado recorda que foi um trabalho “muito longo, moroso” mas para ser feito com “toda a seriedade que se impõe” num processo de uma figura que tem uma “relevância universal” tinha de ser feito de forma “muito meticulosa”, o que “atrasou efetivamente no tempo a fase na diocese. Na fase diocesana o processo de canonização da irmã Lúcia de Jesus |
|
![]() |
|
||
vai ser encerrado a 13 de fevereiro, um “dia significativo” porque é quando assinalam a data da morte da vidente de Fátima que faleceu em 2015, numa sessão solene de clausura no Carmelo de Santa Teresa de Coimbra. “Já é costume sempre assinalarmos com uma Missa de ação de graças pela vida da irmã Lúcia porque foi um sinal para milhões de pessoas em Portugal e no mundo inteiro”, observou. A parte inicial da causa de canonização da Irmã Lúcia começou em 2008, três anos após a sua morte, depois de o agora Papa emérito Bento XVI ter concedido uma dispensa em relação ao período de espera estipulado pelo Direito Canónico (cinco anos). O bispo de Coimbra assinala que “há muita gente no mundo à espera do desfecho” do processo e sublinha que estão “disponíveis para acolher” os tempos e os momentos julgados adequados. D. Virgílio Antunes explica que não esperam nenhuma “revelação extraordinária, nem de nenhum anúncio especial” quando o Papa Francisco estiver em Fátima apenas que siga os “trâmites normais” da Santa Sé. “Agora quanto mais |
depressa e quando Deus quiser e a Igreja achar oportuno ficaremos muito felizes com o andamento e desenvolvimento positivo deste processo”, acrescentou. Sobre a viagem de Francisco ao Santuário de Fátima a 12 e 13 de maio, o bispo de Coimbra considera que uma visita do Papa “é sempre um acontecimento nacional e um acontecimento eclesial” e apelou à participação de todos os cristãos. A canonização, ato reservado ao Papa, é a confirmação por parte da Igreja de que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade. |
|
Paquistão: Histórias de fidelidade, apesar da perseguiçãoVidas sem medo |
||
Foi em Março. Vai fazer, daqui a umas semanas, dois anos. Akash, 20 anos, estava de guarda com uns amigos à porta da Igreja de São João, em Youhanabad, num domingo, por causa dos rumores de que estaria iminente um atentado bombista. |
E era mesmo verdade. Akash, num gesto heróico, morreu para salvar a vida de todos os outros.
Tudo aconteceu numa fracção de segundos. Akash, 20 anos, atirou-se sobre um homem, um terrorista, no preciso instante em que este ia fazer explodir o colete bomba que trazia consigo. Morreram os dois, mas, com aquele gesto, o filho de Bashir e de Nazbano conseguiu impedir que mais uma tragédia viesse a enlutar a comunidade cristã no Paquistão. Bashir, sempre que recorda o que aconteceu naquele domingo de Março de 2015, as suas palavras escondem um profundo orgulho. “O meu filho deu a vida para salvar centenas de pessoas que estavam na missa naquela manhã.” Para Nazbano, porém, é impossível falar no filho sem que as lágrimas lhe manchem o rosto carregado, desde então, de uma tristeza indizível. “Akash era muito especial. Tenho três filhos e uma filha, mas ninguém o pode substituir.” Tal como nesta comunidade cristã, um pouco por todo o Paquistão há um terrível sentimento de medo e de orfandade. O caso de Asia Bibi, |
|
|
||
condenada à morte por blasfémia por ter bebido apenas um copo de água de um poço, é o exemplo maior de como todos os cristãos se sentem ameaçados neste país. Até por coisas inverosímeis.
A história de SadiqWaqas Sadiq nunca conheceu pessoalmente Akash, mas seguramente ouviu a sua história, a maneira como ofereceu a sua vida para salvar as dezenas de cristãos que enchiam, naquele domingo de Março, a igreja de Youhanabad. Waqas nasceu em Lahore, numa aldeia, Chadala Khurd, onde apenas havia duas famílias cristãs. Apesar do ambiente hostil, Waqas Sadiq foi alimentando o sonho de ser sacerdote e de oferecer toda a sua vida ao serviço da comunidade. Sadiq sabe que a fé em Jesus só faz sentido quando é assumida numa entrega sem limites. Mesmo que isso possa significar o sacrifício da própria vida. “Não vai ser fácil ser padre aqui, no Paquistão”, diz ele à Fundação AIS. “Não vai ser fácil por causa da pressão do islão e por causa dos ataques dos terroristas… |
mas isso não me assusta.” Asia Bibi, Waqas Sadiq ou Akash, são exemplo para todos nós. No Paquistão, os cristãos estão, de alguma forma, ameaçados. Todos podem ser um alvo. Um ano depois do atentado contra a igreja em Youhanabad, outro terrorista fez-se explodir, desta vez num parque urbano, em Lahore, a 27 de Março, quando centenas de famílias passeavam por ali durante as celebrações da Páscoa. Desta vez, não houve ninguém para travar o atentado. Cerca de 80 pessoas perderam a vida quando a bomba deflagrou naquele domingo sangrento. Em Lahore, Youhanabad ou na pequena aldeia de Chadala Khurd, chegam-nos histórias, exemplos de cristãos sem medo, que assumem a sua fé em Jesus apesar de todas as ameaças, dos atentados, de toda a perseguição. Eles dão-nos um enorme exemplo de fidelidade e pedem-nos apenas que não os esqueçamos nas nossas orações.
Paulo Aido |
|
P. José Manuel Sabença (1960-2016)Crescemos juntos |
||
Tony Neves |
O P. José Manuel Sabença, 2º Assistente Geral dos Espiritanos, faleceu aos 56 anos. Ainda estou a tentar acordar do pesadelo que foi a doença e a morte tão prematura do P. José Manuel Sabença. Há mortes que doem mais que outras, pela ligação que temos às pessoas. O Zé Manel e eu crescemos juntos nos Seminários Espiritanos, trabalhamos juntos em muitas Missões nos últimos 30 anos. O choque da notícia do seu tumor nos pulmões ainda hoje ecoa nos meus ouvidos. Mas Deus sabe sempre o que faz e a sua recompensa antecipada é prémio mais que merecido. Nós é que ficamos mais pobres aqui e a separação tão trágica vai continuar a ser ferida aberta. Se a sua vida sempre foi um hino à Missão, os seus dias de calvário e o momento da sua morte são um livro aberto de uma Fé quase sem limites. O seu leito de morte foi púlpito de vida. Na hora da sua partida ele já tinha quase tudo programado, até a cor branca dos paramentos do seu funeral! Privei tantos momentos fantásticos durante a sua vida mais ativa e fui também privilegiado na hora em que a dor e o limite tentaram tomar conta dele. Sempre que o visitava, no hospital ou no Seminário, tinha direito a um momento a sós em que me emocionava a sua serenidade e os conselhos (hoje ninguém gosta de os receber!) que me ia dando. Guardo-os no coração e alguns deles são mesmo só para mim. |
|
||
Estou convencido de que os fundadores dos Espiritanos, a quem ele pedia tantos milagres de cura, fizeram o seu trabalho: como é possível, sem especial força divina, suportar tantas dores e limites e continuar com uma fé, um sentido de Missão e uma felicidade únicas? Este sim, é o grande milagre, a que assisti muitas vezes, entre Junho e Dezembro. Recebi centenas de mensagens de pesar e solidariedade por ocasião da morte do P. Zé Manel, que publicamente agradeço. Vieram de todo o mundo e de todos os cantos de Portugal. Mostraram-me como ele era querido e como a sua Missão marcou tanta gente, dentro e fora da Igreja, desde bispos a autarcas, de catedráticos a gente simples do nosso bom povo. Um mês depois, os sinos voltaram |
a tocar por esse país acima e abaixo e muita gente se sentiu convocada para rezar e dar graças a Deus pela vida e Missão deste Missionário Espiritano. Um dos gestos que mais calou fundo no meu coração foi a vinda do P. John Fogarty, de Roma. Ele é o Superior Geral dos Espiritanos, líder da ‘equipa’ em que o P. Sabença era 2º Assistente. Estava em Taiwan aquando da morte e do funeral e, logo no regresso, quis vir a Portugal para encontrar a Mãe e a Família, bem como todos os Espiritanos Portugueses. A Eucaristia celebrada, em tarde de muito frio, na Penajóia-Lamego, na presença da família e conterrâneos, foi momento forte de comunhão, de gratidão e de suporte à dor que a todos ainda marca. Sejamos dignos da herança que recebemos. A Missão continua em força. |
|
||
|
|
|