04 - Editorial

  Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Semana de...

     Paulo Rocha

22 - Dossier

    Amoris Laetitia

24 - Entrevista

    Pe. Vasco Pinto Magalhães

 

56 - Multimédia

58 - Estante

60 - Concílio Vaticano II

62- Agenda

64 - Por estes dias

66 - Programação Religiosa

67 - Minuto Positivo

68 - Liturgia

70 - Fátima 2017

74 - Fundação AIS

76 - LusoFonias

Foto de capa: DR

Foto da contracapa:  DR

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

Nova revista acompanha vida do Papa

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A Igreja e os jovens na Europa

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Um ano com a Amoris Laetitia

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D. Ilídio Leandro| Manuel Marques| José Alfredo Patrício | Octávio Carmo | Paulo Rocha | Fernando Cassola Marques | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves

 

O que sabe a Igreja do amor?

  Octávio Carmo   

  Agência ECCLESIA   

 
 

 

 

Sabe muito. O amor é a base da fé cristã sobre Deus, que em Jesus se fez carne para deixar esse mesmo amor como grande mandamento. O amor é uma das três virtudes teologais, mas como lembra São Paulo, está destinado a permanecer quando tudo o mais desaparecer.

No seu breve pontificado, João Paulo I explicava que “amar a Deus é um viajar com o coração para Deus”. Bento XVI repetiu até à exaustão que o Cristianismo não é um “catálogo” de mandamentos ou proibições e no seu mais recente livro-entrevista deixa um testemunho pessoal muito marcante: ““Foi sendo cada vez mais evidente para mim que Deus, Ele próprio, não só não é, digamos, um governante poderoso e uma autoridade distante, mas é Amor e ama-me”.

Serve isto para dizer que muitas vezes estamos a olhar para a Igreja Católica do ângulo errado. Não estou à procura de culpados, mas é evidente que a insistência excessiva (quando não mesmo exclusiva) em conceitos de culpa, em julgamentos, numa linguagem ameaçadora e centrada no Maligno fez com que muita gente não conseguisse identificar o Amor como núcleo da proposta cristã.

A exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’ do Papa Francisco desafiava os católicos a voltar a falar do amor, em todas as suas dimensões, com natural relevo para a vida familiar. É pena que, quase um ano depois, o debate se tenha centrado em notas de rodapé e muitos ignorem por completo o conteúdo do 4.º capítulo do documento e

 

 

o seu comentário ao chamado hino à caridade, escrito por São Paulo. Será ainda um choque, admito, ler num documento pontifício que o ideal do matrimónio não pode configurar-se apenas como uma “doação generosa e sacrificada”, onde cada um renuncia

 

a qualquer necessidade pessoal e se preocupa apenas por fazer o bem ao outro, “sem satisfação alguma”. Por isso mesmo, vale a pena ler, meditar. Para que depois seja possível discernir, acompanhar e responder, sem morrer de medo do que está a acontecer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

Cristiano Ronaldo tem avião privado e aeroporto com seu nome

 

 

 

 

 

- «Símbolo maior de um pequeno país, a quem faltam expoentes mundiais na maior parte das atividades da vida, CR7 é monstro de um jogo que é espetáculo, indústria e fenómeno social» (Rui Dias, In: Jornal Record; 29 de março de 2017)

 

 

- «É caso para se dizer, para alguns, a mentira parece ocupar um lugar de acompanhante de luxo» (Albino Gonçalves, In: Diário do Minho; 27 de março de 2017)

 

 

- «A história da arte é uma história de espelhismos. Cada grande pintor é o espelho cultural dos outros e é uma espécie de bal masqué em que todos dançam entre eles» (Eduardo Lourenço, In: Jornal de Letras; 29 de março a 11 de abril)

 

 

- «Este dia 29 de março ficará na história da integração europeia como aquele que marca o seu mais sério revés político desde a fundação» (Teresa de Sousa, In: Público; 29 de março de 2017)

 

O Meu Papa chega às bancas
com 100 mil exemplares

 

A revista semanal ‘O meu Papa’ chega hoje às bancas portuguesas com uma edição de 100 mil exemplares, apresentando mensagens e fotos do dia-a-dia de Francisco, entre outras curiosidade e seções internacionais e nacionais. “A revista é uma oportunidade para que as pessoas

 

 

 fiquem a saber o que realmente o Papa pensa, o que ele disse”, afirmou o padre Edgar Clara, na apresentação da nova publicação, em Lisboa.

O sacerdote, que é consultor editorial de ‘O meu Papa’, destacou que não existe a “intenção de proselitismo” mas transmitir o que é “fundamental

 

 

 

 

 na luta” de Francisco, para que “todas as pessoas” se sintam “dentro de uma realidade, uma sociedade inclusiva”.

A revista de 64 páginas “poderá curar muitas pessoas, reconciliar” ajudando a viverem bem consigo próprias e a “ter paz no coração”. Segundo o consultor editorial todos os “setores da sociedade” tiveram um “ataque de paixão” pelo pontífice argentino que tem, por exemplo, a novidade de “todos dos dias” se poder ler uma homilia sua.

Já a diretora da revista sublinhou que vão mostrar o que Francisco “faz e diz” e procuram que o Papa se torne “ainda mais próximo de todos”. Clara Raimundo explicou que as primeiras 30 páginas vão ser “sempre dedicadas” ao que foi a semana anterior do pontífice argentino e que a edição portuguesa “não é uma cópia da italiana”, uma vez que vai ter conteúdos criados localmente, sendo os mais óbvios a visita do Papa ao Santuário de Fátima.

O presidente do Conselho de Administração da Editora Goody disse aos jornalistas que pretendem “aumentar publicação” a 12 e 13 de maio, a “premência de aumento de cadernos” e com a distribuição estão a “avaliar exposição extraordinárias

 

e mais disponibilidade em Fátima”.

António Nunes assinalou que gostariam de entregar a revista ao Papa na Cova da Iria e referiu que a origem da publicação está na “singularidade única, impar” de Francisco mas está previsto que a edição “seja intemporal” desde que exista interesse das pessoas.

A diretora de ‘O meu Papa’ adiantou também que já têm confirmada uma reportagem com o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente: “Mostraremos como, à semelhança de Francisco, é um pastor que gosta de estar próximo dos fiéis”.

A revista vai ter artigos com curiosidades e na primeira edição pode-se conhecer de Francisco, “a pintura preferida, filmes, pratos favoritos, como são feitas as suas roupas, a casa”, entre outros. Em cada semana vão divulgar também uma paróquia nacional e uma instituição de solidariedade social, os santos da semana, cartas dos leitores, culinária, palavras cruzadas temáticas e a presença do Papa nas redes sociais, entre outras seções.

A revista ‘O Meu Papa’ em Portugal vai ser editado pela Goody e surge da publicação italiana ‘Il Mio Papa’ criada em 2014 pelo grupo editorial Mondadori.

 

 

Mensagem de Fátima no centro da semana nacional de EMRC

O Departamento de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), do Secretariado Nacional de Educação Cristã, está a promover a Semana Nacional da disciplina e propôs que os alunos aprofundem a mensagem de Fátima, no contexto do Centenário das Aparições. “Chamamos a atenção para um evento concreto narrado pela irmã Lúcia, situamo-nos na narrativa dos acontecimentos de Fátima”, disse Dimas Pedrinho, do referido departamento, sobre a temática da semana nacional.

À Agência ECCLESIA, explica que foram selecionadas passagens da narrativa sobre as aparições marianas na Cova da Iria, “tendo em conta a faixa etária dos alunos” e os diferentes ciclos de ensino. O também professor de Educação Moral de Religiosa Católica considera que a semana nacional é uma ocasião para sublinhar a importância da disciplina “no contexto escolar, do seu projeto educativo”. As aulas de EMRC apresentam “desafios diferentes” e entram e atuam “no todo da cultura da escola” de acordo com essa cultura “mas sem perder a identidade”.

 

“Apelamos para os valores humanos que todos defendem, todos promovem. Nós promovemos o nosso contributo específico. Valores que partem da nossa matriz e valorizamos o todo do projeto da escola”, desenvolveu Dimas Pedrinho.

O entrevistado realça que a ação da disciplina e o seu contributo para o todo da escola “decorre durante o ano inteiro”.

O portal Educris, da Comissão Episcopal da Educação Cristã, que se apresentou renovado, tem partilhado “testemunhos” de alunos e de pais sobre o que significa para eles a disciplina de EMRC.

A Concordata assinada em 2004 entre Portugal e a Santa Sé consagra a existência da disciplina de EMRC.

 

 

 

Jovens portugueses com participação ativa nas celebrações com o Papa

O diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) espera uma participação em massa dos jovens portugueses no Centenário das Aparições e na visita do Papa Francisco, entre os dias 12 e 13 de maio. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Eduardo Novo salientou que à espera do Papa estará “uma mancha” de jovens, espalhada pelo Santuário de Fátima, como marca “visível” da adesão dos mais novos a esta ocasião de festa.

“Será um momento muito rico em que o Papa Francisco se colocará como peregrino da paz e da esperança, nesta vivência do Centenário das Aparições, e como jovens não poderiamos obviamente estar alheios a isso”, realçou o sacerdote.

Aquele responsável destaca a oportunidade dos mais novos dizerem que “estão unidos, que rezam pelo Papa” e que sabem o valor de um santuário, de uma história que recorda “este grande dom de Maria por toda a humanidade”. No programa das celebrações que vão ter lugar em Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, está já reservado um espaço para a participação dos jovens portugueses. 

 

 

De acordo com o padre Eduardo Novo, os mais novos terão uma intervenção “ativa” em momentos como “a vigília e a recitação do Rosário”, na noite do dia 12, e “na eucaristia” do dia 13. O sacerdote salienta que assim os jovens vão estar a contribuir de forma efetiva para o sucesso de um evento que ajudará ainda mais a “que a mensagem de Fátima tranvase fronteiras”..

 

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

80 anos da Rádio Renascença

 

 

 

Bragança-Miranda: Diocese revisitou história atribulada da «maior Catedral portuguesa» 

 

 

Uma Igreja à escuta dos jovens

 

A secretaria do Sínodo dos Bispos sobre a juventude vai divulgar um questionário a meados de maio na internet dirigido aos jovens para a auscultar todos, mesmo “os mais distantes da Igreja”. Em declarações à Agência ECCLESIA, o responsável pela secção da Juventude do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, da Santa Sé, disse que o questionário 

 

 

online é “uma forma de ir ao encontro dos jovens”.

“Poderíamos utilizar este questionário para ir ao encontro dos jovens e perguntar o que pensam da Igreja, da fé, da vida e, quem sabe, através dessas perguntas, começa um diálogo”, afirmou o padre João Chagas à margem do simpósio que o Conselho das Conferências Episcopais da 

 

 

 

 

Europa (CCEE) está a promover, em Barcelona, sobre o acompanhamento dos jovens.

O encontro, em parceria com a Conferência Episcopal Espanhola e o Arcebispado de Barcelona, reúne 275 participantes de 37 países da Europa, incluindo Portugal, que procuram respostas para a presença da Igreja Católica junto da juventude.

O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, do Vaticano, disse à Agência ECCESIA que há um “risco de uma rutura entre as gerações” e que os jovens não são “uma ilha”. “Há um grande risco de uma rutura entre as gerações. Temos de evitar isso”, afirmou D. Rino Fisichella.

É necessário “fazer compreender aos jovens que estão inseridos no interior de uma dinâmica, que não devem ser uma ilha, mas pessoas que estão em relação com outras gerações”, referiu coordenador pela promoção da nova evangelização, na Santa Sé.

O cardeal Vincent Nichols, vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e arcebispo de Westminster (Inglaterra), realçou a importância de ouvir os “receios” dos jovens, que 

 

vivem num clima de “incerteza” perante os “desafios imensos” que enfrentam.

O Simpósio propõe um debate sobre o acompanhamento dos jovens e o discernimento vocacional, que vai estar no centro da próxima assembleia do Sínodo dos Bispos, em 2018. “O mais importante que fazemos no acompanhamento dos jovens é ouvir com muita atenção”, referiu o cardeal Nichols, para quem o principal desafio que a Igreja Católica enfrenta é a “indiferença” e o “cinismo”.

O cardeal Antonio Cañizares, vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola, convidou os responsáveis católicos e políticos a “desmontar” os populismos, que não estão a fazer das pessoas nem da sua liberdade. O arcebispo de Valência sublinhou a importância de aproximar os jovens da mensagem cristã, “da Igreja e dos pobres”.

Já o anfitrião do encontro, D. Juan José Omella Omella, arcebispo de Barcelona, desejou uma sociedade “mais solidária”, para contrariar um “ambiente de mentira e de corrupção”. Este responsável considerou que “os jovens têm muito a dar à Igreja e à sociedade” e são capazes de abrir caminho a “uma sociedade nova” na Europa.

 

Fernando Santos enviou mensagem
aos Bispos da Europa

O selecionador de Portugal afirmou no simpósio do Conselho das Conferências Episcopais da Europa que conhecer os jovens e acompanhá-los é uma das “principais fontes de preocupação” de quem trabalha com a juventude. “Os jovens precisam de uma proximidade muito grande”, disse Fernando Santos numa comunicação em vídeo durante o simpósio da CCEE, que decorre em Barcelona até esta sexta-feira e reúne 275 representantes dos episcopados europeus.

Para o selecionador de Portugal, é fundamental conhecer os “ambientes” dos jovens que treinam futebol e a “sua forma de estar”, mais importante do que fornecer-lhes “conceitos técnicos e táticos do jogo”. As academias têm psicólogos, professores que ajudam no ensino e inclusivamente já trabalhei em alguns clubes que tinham sacerdotes”, referiu Fernando Santos.

Para o selecionador de Portugal “é preciso que os jovens percebam que não basta ter o talento natural para jogar à bola”, que “jogar futebol é muito mais do que jogar à bola” e “requer muito trabalho”.

 

 

Fernando Santos valorizou a “dimensão coletiva” da vida e do futebol, disse que “o desporto é um grande veículo para que isso aconteça” e recordou que os “objetivos só se alcançam coletivamente. “Só há verdadeiramente uma equipa e um coletivo quanto todos, mesmo aqueles que não jogam, que não têm oportunidade de jogar em cada jogo, ficam contentes quando a equipa ganha e ficam tristes quanto a equipa perde”, sublinhou.

O selecionador português recordou que o seu percurso de vida ficou marcado pela participação num Curso de Cristandade, quando se encontrou com Deus, e partilhou o seu testemunho aos participantes no simpósio promovido pelo CCEE. “A primeira coisa que faço quando me levanto é rezar e, à noite, a ultima coisa que faço também é rezar”.

 

 

 

Jovens são o reflexo da deriva e da ansiedade do continente

O diretor do Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior (SNPES) afirmou que os jovens europeus refletem o ambiente de “deriva” e ansiedade do continente e disse que este setor da pastoral não se decide com “monólogos”. “A juventude anda à deriva, opta por caminhos muito voltados para ela própria e esquece a sua herança, a sua memória, a sua tradição”, disse o padre Eduardo Duque à Agência ECCLESIA no simpósio que reúne representantes de 37 conferências episcopais europeias.

“Possivelmente os jovens só encontrarão o futuro se a Europa se voltar para a pessoa, não tanto para a técnica, sendo que é um complemento do ser humano”, adiantou o diretor do SNPES.

Para o padre Eduardo Duque, deriva, ansiedade e incerteza são “três marcas do que se está a passar na Europa”, nomeadamente na juventude, que procura saber “como vai ser o futuro”.

“Temos aqui representantes da Europa e não sabemos como vai ser o futuro da Europa”, referiu o sacerdote da Arquidiocese de Braga. 

“Creio que é muito importante a voz e o olhar sereno e ponderado de

 

 

quem é mais velho, mas gostaria de ver aqui gente mais nova, mais jovens, sacerdotes mais novos”, acrescentou.

Para o diretor do SNPES é necessário convocar “grandes representações juvenis” para falar sobre os seus “problemas reais”, nomeadamente o afastamento da Igreja, a “falta de referentes de sentido”.

Carlota Cumella, jovem de uma paróquia de Barcelona, disse aos representantes de 37 conferências episcopais da Europa que Igreja não deve chegar aos jovens e dizer “isto é a Igreja”, mas dizer a ela mesma “estes são os jovens”. “Eu não falo aos meus amigos da universidade de Deus. Falo a Deus dos meus amigos da universidade. Porque quem vai fazer o trabalho é Ele”.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Presidente do episcopado inglês comenta «Brexit» 

 

 

 

Viagem do Papa Francisco a Milão

 

 

As cores da Europa  

  Paulo Rocha   
  Agência ECCLESIA   

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

Foi uma semana de muitos diálogos, partilha de desafios e projetos e sobretudo da comum procura das melhores estratégias para estar com as novas gerações. Decorreu em Barcelona, onde o Conselho das Conferências Episcopais da Europa promoveu um simpósio que reuniu representantes do setor da catequese, juventude, escola, pastoral universitária e pastoral vocacional de 37 países, incluindo Portugal, em torno do tema do acompanhamento dos jovens. E muito se disse, mais ainda se pôs em comum... Mas fica uma sensação de angústia por não ser possível encontrar uma receita única que resolva um problema que é de toda a Europa (e não só).

Diante da impossibilidade de uma solução, 

 

 

é natural que tudo volte ao início, às origens de um encontro que reuniu 275 participantes na tentativa de avaliar metodologias, análises, questões em debate. Desde logo para fixar a única certeza repetida nestes dias: cada pessoa é um caso e é impossível determinar percursos para um conjunto. E para lembrar uma afirmação de uma jovem catalã e pensar no desafio que constitui para quem pensa formas de propor o Evangelho às novas gerações. Dizia Carlota Cumelle: “eu não falo aos meus amigos da universidade de Deus, falo a Deus dos meus amigos da universidade”.

Uma afirmação que implica uma 

 

mudança de paradigma. 

E, sendo consequente, implica também que sejam os jovens a pensar como partilhar mensagens de felicidade e de vida com outros jovens, os que com eles convivem, estudam e procuram descobrir um ideal, uma vocação.

A história de cada pessoa e os dinamismos de partilha que estão na base de qualquer processo de evangelização implica também que os fóruns de reflexão e de ensaio de teorias sobre como criar proximidade com os jovens aconteça no ambiente dos jovens. E, tratando-se da Europa, terá de ser num ambiente multicolor e multicultural, o mesmo em que a Europa hoje vive e decide o seu futuro.

 

 

  

A 8 de abril de 2016 era apresentada publicamente a exortação apostólica com as conclusões do Sínodo da Família, na qual o Papa Francisco sublinhava a “complexidade” dos temas abordados, para os quais são necessárias soluções atentas à realidade de cada local. "Na Igreja, é necessária uma unidade de doutrina e práxis, mas isto não impede que existam maneiras diferentes de interpretar alguns aspetos da doutrina ou algumas consequências que decorrem dela", escreveu, na ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor).

Um ano depois, muitos são os que ainda não leram o texto e muitos mais os debates em curso sobre um documento que, segundo as próprias palavra do Papa, não quis encerrar o debate, sublinhando que “nem todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas através de intervenções magisteriais”.

Os temas da família estiveram no centro de duas assembleias do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2014 e 2015, por decisão de Francisco, antecedidas por inquéritos enviados às dioceses católicas de todo o mundo. A exortação apostólica pós-sinodal, "sobre o amor na família", recolhe os resultados das duas assembleias de bispos, citando os seus relatórios, juntamente com documentos e ensinamentos dos Papas precedentes e as numerosas catequeses sobre a família do próprio Francisco.

O Semanário ECCLESIA traz várias análises ao documento com que o Papa lançou a Igreja ao encontro das famílias de todo o mundo, uma dinâmica que vai prosseguir em 2018 no Encontro Mundial das Famílias, em Dublin.

 

 

 

 

 

 

Exortação Apostólica ‘Amoris laetitia’ «é um encorajamento» a olhar para a realidade

 

“a família cristã deve estar no mundo como um polo transfigurador”

“A família não é apenas um estatuto, nem uma situação, é uma missão dentro da Igreja”

Um ano depois da publicação da Exortação Apostólica ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor) dedica à família o padre Vasco Pinto Magalhães em entrevista comenta a pedagogia de misericórdia e como o amor está muito próximo da caridade. O sacerdote da Companhia de Jesus (Jesuíta) observa que o documento…

 

Entrevista realizada por Henrique Matos

 

Agência ECCLESIA (AE) – A Exortação Apostólica «Amoris laetitia» fez um ano que foi publicada e não surgiu apenas da intuição do Papa mas de dois sínodos dos bispos e também de um contributo alargado das famílias de todo o mundo que responderam massivamente a um inquérito. Podemos dizer que o documento está muito ao sentir e viver das famílias?

Padre Vasco Pinto de Magalhães (VPM) – Sim, e é um documento com uma força eclesial maior do que é normal. Teve primeiro o sínodo extraordinário, passado um ano o sínodo ordinário e no meio o inquérito a todo o mundo.

Toda a gente se pode pronunciar sobre as grandes questões da família

 

que, de facto, são urgentes na medida em que há uma cultura sobretudo no ocidente que tende a  deixar de considerar a família como célula base da sociedade.

Nesse sentido, há uma certa dissolução daquilo que era tradicionalmente a base da constituição de todas as sociedades.

 

AE – Para isso de alguma forma contribui modelos de família diferentes do tradicional, vai esbatendo um bocadinho o que seria modelar neste campo?

VPM – sim, e atender essa realidade. É uma exortação muito realista que nos obriga a olhar para a realidade com ela é, não tanto como gostávamos que 

 

 

 

 

 
 

 

 

 

 

 

fosse porque esse é um grande princípio do Papa Francisco, a realidade é mais importante que a ideia. Nota-se isso, vamos olhar para a realidade com coragem. Uma exortação é um encorajamento. 

 

 AE – É um documento com os pés assentes na terra?

VPM – Que não foge a questões difíceis que, às vezes, púnhamos na prateleira porque os cânones estão ali, são seguros mas não basta os cânones, é preciso a caridade. É, 

 

 

exatamente, este olhar que sem romper nada com o Direito Canónico, sem romper nada com toda a Teologia Sacramental tenta ir um bocadinho mais longe na sua aplicação, na forma evangélica que a família pode ter e deve ter como missão.

 

AE – As questões doutrinais, teológicas da Igreja não podem estar muito distanciadas daquilo que é a realidade concreta das pessoas e que no caso da família, da condição em que ela vive,

 

 

 

 

com tantas dificuldades, com tantas inseguranças, como hoje em dia.

VPM – Esta exortação passa todas as dimensões da família começando pelo olhar da família na Escritura, na Bíblia. Depois vai por ai fora, são nove capítulos que terminam com uma orientação para uma espiritualidade da vivência da família como missão que às vezes agente esquece-se.

A família não é apenas um estatuto, nem uma situação, é uma missão dentro da Igreja. É uma vocação e uma missão. No meio disso tudo abordam-se questões que Às vezes têm de ser atualizadas. A realidade é nova e não é indiferente de tudo aquilo que acontece, de toda a mudança acelerada do mundo de hoje.

 

AE – Em relação a documentos anteriores sobre a temática da família, este desce mais à terra, valoriza mais, tem mais em consideração, mais tolerância em relação a situações reais da vida das pessoas. Não levando as pessoas a quase um espartilho moral?

VPM – Nesse sentido tem uma grande atualidade mas tem os seus antecedentes. Sobretudo, sobre o tema quente que é aquele capítulo 8.º sobre as situações das chamadas “famílias em situação irregular”, claro que há muita coisa já dita. O Papa 

 

João Paulo II tinha feito algumas afirmações e caminhos, já o Papa Paulo VI também para certos casos muito concretos tinha feito uma abordagem muito interessante. Sobretudo, quando estas ditas “novas famílias”, por exemplo, a obrigação de educar os filhos e de os acompanhar.

Havia ali umas portas abertas mas não havia um debruçar-se profundamente sobre isto para lhe encontrar um caminho com estas três palavras-chave desse capítulo: “Acompanhar, discernir, integrar.” São três verbos fortes que orientam praticamente toda a exortação.

 

AE – Há um ano ficou a noção de que a família teria que estar no centro. A Igreja tem a sua ação pastoral compartimentada, por departamento, secretariados. Percebia-se no pós-sínodo e também no documento do Papa que a família é transversal a todas as áreas da ação pastoral da Igreja?

VPM – Sim, porque é a primeira escola, porque é o ponto de refugio de alguma coisa, porque é onde se vai encontrar o caminho e o impulso e, por isso, há aqui uma coisa muito importante, a família não como um estatuto mas como uma missão. Não só perguntar-se se verdadeiramente as pessoas 

 

 

 

estão vocacionadas para a família, e é uma pergunta importante para os jovens, e não para resolver a sua condição afetiva e social que já isso é um valor. Sobretudo se encontram ai uma maneira de transformar o mundo, a família cristã deve estar no mundo como um polo transfigurador, um polo de transformação. Voltando aquela ideia de que a família seria a base da sociedade e se a família é cristã então é a primeira fonte de evangelização, primeira fonte de educação cristã. 

 

AE – O título da exortação pós-sinodal está centrado no amor. O Papa despende algumas páginas do documento a falar e a refletir nesta natureza do amor. A qualidade do amor, a qualidade da relação na família. Até mesmo para famílias não cristã tem ensinamentos muito válidos?

VPM – Aquele capítulo em que o Papa faz o comentário à Carta da aos Coríntios, um grande capítulo sobre o amor, isso era transversal. Acho que todas as famílias independentemente da sua fé ali encontrariam um contributo muito forte para renovar a relação, para aprofundar, para lhe dar dimensão e folgo.

 

 

AE – Acha que há hoje consciência do que é o amor. Fala-se tanto nas séries, nos filmes, nas relações mas é uma palavra que, às vezes, corre o risco de ficar gasta?

VPM – Ou então muitas vezes usada de uma forma redutora. De facto, o amor seria toda a expressão do querer bem ao outro de uma forma inteligente, que é o que às vezes a gente se esquece. No amor ficamos muito na dimensão afetiva, na dimensão relacional, claro que é fundamental mas não há amor verdadeiro sem inteligência. Sem perceber o que é eu o outro precisa, como precisa, quando precisa.

Às vezes, ficamos na paixão, no interesse, na autossatisfação. É importante mas às vezes estamos a usar a palavra de uma forma redutora.

 

AE – É muito na linha da autossatisfação. Gosto muito do outro enquanto ele corresponde aquilo que espero dele?

VPM – Fica igual ao gostar, fica na paixão, fica no interesse, fica até numa certa piedade, compaixão. Temos amor pelos que sofrem mas outra coisa é se esse amor é caridade, 

 

 

 

 

ação gratuita, construir a vida do outro, ajudar a ser quem é. O amor supõe descentração e, às vezes, o nosso amor é muito egocêntrico.

Falo verdadeiramente de amor quando ponho o meu centro de gravidade no outro ou nas necessidade do outro.

 

AE – O amor não é estático, está em evolução porque o casal evolui na idade, fisicamente, no grau de relacionamento e as pessoas têm 

 

de estar atentas e com capacidade de evoluir?

JPM – Acrescentaria a inteligência que é importante no amor, a criatividade. Não se pode instalar, o amor nunca pode ser instalado, tem de ser sempre criativo porque é o amor. É o amor que cria, se a gente diz que Deus é amor está a dizer que Ele é criador, que é comunicador de vida.

Estas situações de cansaço, ou de rotura, ou de repetição monótona dão cabo da vida.

 

 

 

 

AE – Para isso contribui muito a envolvente. Hoje a sociedade não está muito organizada no sentido de valorizar este núcleo de amor, de relação que é a família?

VPM – Sim, porque admitimos que há muitos amores, também custa o amor com compromisso, parece que se gasta. O amor se for criativo e inteligente não se gasta, tem sempre qualquer coisa a tirar.

A nossa cultura também tem de dividir-nos muito, há muitos amores e pouco amor no verdadeiro sentido. Há um certo medo do compromisso. A nossa sociedade arvora-se em livre. 

 

A liberdade não é contra o compromisso, antes pelo contrário, mas a nossa cultura às vezes é, parece que um compromisso já se perdeu a liberdade. Não, ganhou-se uma nova forma de liberdade porque a liberdade é exatamente isso, a capacidade de se comprometer.

Sinto na gente nova que o compromisso dá cabo do encantamento. Dá, não parece.

 

AE – Vai tendo essa experiência no contacto com os mais jovens, esse receio…

VPM – Esta onda influência, a

 

 

 

 

 

 

pessoa não se quer prender porque… e tem um bocadinho de medo que o compromisso mate a espontaneidade, a satisfação, se gaste.

 

AE – É uma perspetiva do amor associada aquele estado de vida que se encontra naquele momento da juventude, da beleza??

VPM – Sim, e depois não sabe o que possa ser a beleza do amor envelhecido. Não é o amor que está envelhecido, a pessoa é que envelhece mas o amor até pode ser muito forte e renovado. Vê-se casais com muita idade com um amor muito genuíno, muito alegre, comunicativo, para fora.

 

AE – Têm é de ter esta capacidade de evoluir nesse amor. É uma relação diferente dos primeiros anos que casaram, valorizam-se outras dimensões mais intimistas.

VPM – de uma maneira mais adulta, mais construtiva..

AE – Mas a sociedade não tem facilitado muito a vida à família…

VPM – É verdade…

 

AE – … o mundo laboral, já não refiro a insegurança em que as famílias vivem quanto ao seu sustento mas 

 

os próprios horários, as obrigações, aquilo que têm de cumprir?

VPM – Há uma certa dissolução a favor do individualismo, e depois isso estraga tudo. As famílias tornaram-se menores. Há uma certa campanha de natalidade mas não são claras as questões da fecundidade na família, há um certo medo das famílias grandes que não se aguentem por razões económicas e também de espaço e de tempo.

Isso tudo destrói porque bloqueia o amor e uma das dimensões importantes é a criatividade, a fecundidade. A gente tem medo…. Vivemos numa sociedade com muitos medos. Tem medo d enão saber educar, tem medo de não saber fazer o outro feliz, tem medo de não ter capacidade de lá chegar o que é também uma falta de confiança. Está tudo a avisar, imensos cartazes, cuidado, cuidado, cuidado…

 

 

 

 

AE - Há muito medo de falhar na educação dos filhos…

VPM - Há muito medo de falhar, dos problemas que vêm e que são grandes. É evidente que a família não é a única instância, a escola 

 

 

é muito importante, a sociedade, a comunicação social, tudo isso anda a instruir os mais jovens, de alguma maneira, e os pais também se sentem a perder a palavra. Sobretudo porque perdem a capacidade de ter tempo. 

 

 

 

 

 

O amor precisa de tempo; precisa de inteligência, de criatividade e de tempo.

 

AE - E na Igreja, a família tem tido o seu espaço?

VPM - Há caminho a fazer, para lhe dar solidez, alegria, por isso um capítulo muito interessante desta Amoris Laetitia é a atenção aos casais novos e à preparação para o casamento. Eu diria que mais do que preparação para o casamento, devia ser uma preparação para ser família, porque casar é uma coisa, outra coisa é constituir uma família. São dois, um homem e uma mulher, que se decidem a constituir uma família. É criar um edifício, é fazer a casa.

 

AE - Quem se prepara para o sacerdócio também tem aqui esta advertência, no sentido de acompanhar…

VPM - Também. Porque às vezes ficamos muito no casamento, que é apenas o início de uma história que cria a casa, que deve alargar, crescer. Às vezes ficou-se mais preocupado com o casamento do que com a família.

 

AE - O Papa volta a termos que tem utilizado nas audiências e encontros, 

 

como os célebres “com licença”, “desculpa”, “obrigado”. Parecem questões banais, mas são extremamente importantes numa relação…

VPM - Sim, sim. Quando não se tem cuidado com a relação, as pessoas vão-se separando, criando desconfianças, ansiedades, e começa a haver vazios na relação, medo, suspeita. A grande sabedoria é a da relação humana, mas isso não se aprende na escola e é pena. Às vezes também não se aprende em casa, há muita solidão mesmo dentro da família, porque há pouco espaço, pouco tempo. Então hoje, com tanta facilidade de comunicação, é possível estar juntos, mas não estar a conversar uns com os outros. 

 

AE - A crise e a instabilidade nas famílias acabam por transmitir uma má imagem às novas gerações?

VPM - Se não a vemos como um caminho de felicidade e realização, então ninguém a quer, não é? Se é só um problema…

Temos de falar mais do testemunho, da felicidade em estar empenhado na construção de uma família, na realização que isso possa ser. Mas para isso é preciso uma vocação, preparar-se para desempenhar essa vocação, não é uma coisa automática.

 

 

 

AE - Hoje temos muitos jovens, muitas crianças com más experiências familiares…

VPM - Claro. Quando se viu o pai e a mãe, um de cada lado, sempre a discutir, ou a violência doméstica, ou as grandes ruturas; tantas crianças, de alguma maneira, soltas, abandonadas ou quase abandonadas, porque ainda não veem a família, não sentem o enquadramento…. Ninguém sente nisso uma grande atração como caminho, realiza-se um casamento a prazo…

 

AE - Este documento do Papa acabou por mobilizar muito as atenções nos casos irregulares e também neste movimento de acolhimento e de misericórdia para com eles. É uma novidade?

VPM - É uma novidade. Embora, como disse, tenha antecedentes importantes, mas é uma novidade a abordagem, querer ir ao fundo e não deixar a coisa apenas em boas intenções, alguma experiências… Não, tomar isto como uma missão verdadeiramente apostólica, não se podem largar estas situações de casamento ou de recasamento, como se não fizessem parte, como se

 

 a Igreja se pudesse dar ao luxo de excluir.

Uma das palavras-chave deste Papa é a inclusão, ninguém pode estar a sentir-se condenado, muito menos condenado eternamente, está lá escrito, diz ele. Às vezes víamos situações, não com essa intenção, mas que excluíam, porque os cânones ou porque parecia que abrir um caminho a uma casal recasado seria afrontar de alguma maneira o princípio da indissolubilidade do Sacramento. Outra coisa é ver como é possível haver um caminho diferente, que o Papa apresenta, de integração, bem acompanhado.

Ao dar um programa e ao pedir que cada diocese faça, conscientemente, o seu programa de acompanhamento destas situações, que deixem de ser marginais, que entrem em processo de integração. Não se está a dizer que não se podia antes e que agora já se pode, isso é uma fantasia, os princípios estão lá todos, não se mexeu em nada da Dogmática, nem sequer do Direito Canónico, simplesmente abriu-se aqui um caminho de humanização que não exclui e permite que, pastoralmente acompanhada, esta família encontre o caminho e o seu lugar na Igreja.

 

 

 

 

AE - Mas essa via da misericórdia, que o Papa sublinha, depois esbarrou localmente nas dioceses com alguma confusão…

VPM - Gerou e gera, mas é preciso exatamente haver uma exortação, ou seja, um encorajamento, que isso não fique bloqueado pelos problemas. Claro que há problemas, claro que não é automático, por isso é que tantas vezes é redutor perguntar ‘pode-se ou não pode?’. A grande questão dos quatro cardeais que queriam que o Papa dissesse ‘sim’ ou ‘não’, mas isto não tem sim ou não, o princípio é exatamente não ficar num sim ou não, nos que podem ou não podem, os bons e os maus. Não, todos estão no caminho, nem sequer há bons,

 

 

todos estamos no caminho.

O acesso à Comunhão sacramental ficou assim o emblema da questão. A Comunhão tem muitos graus de pertença, de participação, mas a questão é também perceber que a Comunhão sacramental não é um bónus para os bons, é um remédio para os pecadores, um alimento para os pecadores.

Às vezes ficamos assim: os que estão em regra e os que não estão em regra. Mas quem é que está em regra, completamente? A Eucaristia não é o alimento dos santos, é o alimento dos que estão a fazer caminho e precisam do amor de Deus, que passa através dessa Eucaristia.

 

Mensagem da Misericórdia para as Famílias

 

O Papa Francisco escreveu uma carta às famílias de todo o mundo, para dirigir-lhes uma mensagem de “misericórdia”, com atenção às “feridas” da humanidade. “Sonho com uma Igreja em saída, não autorreferencial, uma Igreja que não passe longe das feridas da humanidade, uma Igreja misericordiosa que anuncie o coração da revelação de Deus Amor, que é a misericórdia”, refere o texto, que apresenta o próximo Encontro

 

 

Mundial das Famílias (EMF).

O 9.º EMF vai decorrer na capital irlandesa, Dublin, de 21 a 26 de agosto de 2018, sobre o tema ‘O Evangelho da família: alegria para o mundo’.

Francisco escreve que é a misericórdia que torna as pessoas “novas no amor”. “Sabemos como as famílias cristãs são lugares de misericórdia e testemunhas de misericórdia; depois de Jubileu da Misericórdia ainda o serão o mais e o encontro de Dublin poderá dar sinais concretos disso”, sustenta.

 

 

Mensagem da Misericórdia para as Famílias

 

 

O Papa manifesta o desejo de que as famílias possam “aprofundar a reflexão e a partilha dos conteúdos da exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’”. “Poderíamos perguntar: O Evangelho continua a ser alegria para o mundo? E também: A família continua a ser uma boa notícia para o mundo de hoje?”, questiona.

A mensagem papal defende que a resposta a estas perguntas é “sim”, um “sim” que está “firmemente fundado no plano de Deus”.

“O amor de Deus é o seu ‘sim’ a toda a criação e o coração da mesma, que é o homem. É o ‘sim’ de Deus a união entre o homem e a mulher, aberta à vida e a ao seu serviço em todas as suas fases”, pode ler-se.

O texto fala na necessidade de responder a uma humanidade ferida

 

 e “dominada pela falta de amor”. 

“Quero insistir na importância de as famílias se perguntarem, regularmente, se vivem a partir do amor, pelo amor e no amor. Isto significa, concretamente, dar-se, perdoar-se, não perder a paciência, antecipar-se ao outro, respeitar”, precisa o Papa.

Francisco insiste nas três expressões-chave para a vida familiar: “com licença”, “obrigado”, “desculpa”.

O texto conclui-se com votos de que os organizadores do 9.º EMF assumam a tarefa de “conjugar de uma forma especial o ensinamento da Amoris Laetitia”, com a qual a Igreja Católica deseja que as famílias “estejam sempre a caminho”, numa “peregrinação interior”.

 

 

A 8 de abril de 2016 o Papa Francisco publicou a exortação apostólica com as conclusões do Sínodo da Família, sublinhando a “complexidade” dos temas abordados, para os quais são necessárias soluções atentas à realidade de cada local. "Na Igreja, é necessária uma unidade de doutrina e práxis, mas isto não impede que existam maneiras diferentes de interpretar alguns aspetos da doutrina ou algumas consequências que decorrem dela", escreve, num documento que tem como título ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor).

Os temas da família estiveram no centro de duas assembleias do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2014 e 2015, por decisão de Francisco, antecedidas por inquéritos enviados às dioceses católicas de todo o mundo.

 

 

A Família da Amoris Laetitia

O título desta reflexão não é presunçoso. É a convicção de que a Exortação «Amoris Laetitia» do Papa Francisco aponta suficientes elementos para caraterizar a Família e para a estudar, acompanhar e apoiar de forma nova. Sem dúvida, assim o têm pensado Conferências Episcopais, grupos de Bispos e dioceses que têm refletido e aceite as suas propostas e diretrizes, convertendo-as em linhas renovadoras da Pastoral Familiar.

Também entre nós, um grupo de Bispos decidiu aprofundar os 

 

ensinamentos da Exortação e propor caminhos para a concretização das suas orientações. O grupo dos Bispos das dioceses do Centro do País que, desde há muitos anos, se reúne mensalmente, estudou este Documento. Perante as dificuldades atuais com as quais as Famílias se debatem, tem encontrado e proposto caminhos que, concretizados em cada uma das Igrejas Particulares vão, certamente, dar frutos.

Esta Exortação partiu da vontade do Papa em alargar o olhar sobre o matrimónio e a família, entendendo que «o anúncio cristão sobre a família é verdadeiramente uma boa notícia» (XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, Relatio Finalis, 3). Estando todo o Documento baseado na fé da Igreja, o Papa quer apresentar, na sua perfeição, a doutrina da mesma Igreja, dando razões e motivações para o seu pleno e perfeito cumprimento. Logo na Introdução, o Papa Francisco diz o que quer e as razões profundas porque se sente de propor este Documento, convidando a ler o contexto, as exigências e as riquezas que advêm do seu cumprimento (n. 5).

 

 

Apoiar-se nos elementos para o discernimento e para a espiritualidade familiar (n. 6) e nos princípios como meios para a formação da consciência (n. 37) é o caminho que o Papa se propõe desenvolver. Apresenta esse caminho convidando ao investimento nos pontos mais urgentes da ação pastoral: preparação para o matrimónio, acompanhamento dos casais jovens, apoio à família na transmissão da fé e maior integração eclesial dos divorciados a viver em nova união. Fruto da sua experiência, o Papa insiste em todo este caminho numa metodologia pastoral: esta começa na relação próxima com as pessoas, como elas são, nunca se negando o ideal a atingir.

A confiança na graça é princípio fundamental para esta pedagogia que tem em conta a preparação, o acompanhamento, o apoio e a integração. Os pastores e demais colaboradores neste ministério são chamados a formar a consciência dos próprios e dos casais, nunca a substitui-la. Este serviço faz-se compreendendo, consolando e integrando, sem impor “leis” que, não compreendidas nem aceites, são imposição a rejeitar… A máxima de todo este caminho de formação e discernimento pastoral “responsável” está desenvolvida no número 300 desta Exortação. A ajuda ao discernimento não pode nunca 

 

prescindir da verdade nem da caridade.

É o capítulo VIII da Exortação que apresenta linhas práticas do acompanhamento para um discernimento responsável das famílias. Apoia-se nos sinais de esperança apresentados no n. 76 («semina verbi»). Neste capítulo VIII, poderemos destacar alguns pontos de ajuda no caminho. Logo no início, vem o n. 292 que atesta a plena catolicidade do Papa Francisco na leitura que convida a fazer e a praticar neste caminho pastoral. No n. 293, o

Papa apresenta o tema da gradualidade, dando uma interpretação exata e firme do n. 34 da Familiaris Consortio. No n. 296, apresenta a explicação das 2 lógicas possíveis, nestas situações: marginalizar e reintegrar. O Papa, sem hesitar, apresenta a lógica “cristã” da Igreja, dizendo, no número seguinte, que “ninguém pode ser condenado para sempre, porque esta não é a lógica do Evangelho”.

Muito se espera do acolhimento que a Igreja faça das intuições, reflexões e propostas presentes nesta Exortação, contribuindo para que cristãos carenciados da graça do Senhor possam encontrar a Fonte da Misericórdia, para eles aberta e acessível na Igreja pelo próprio Senhor da Igreja.

D. Ilílio Leandro, Bispo de Viseu

 

 

A Alegria do Amor:
o convite do Papa à completude

 

A carta apostólica «A Alegria do Amor» é para o jesuíta Miguel Almeida uma das marcas do pontificado de Francisco, que mostra uma atitude pastoral e revela que a atenção à realidade concreta das pessoas se deve sobrepor à norma e lei.

“O Papa não abdica da norma 

 

 

universal da Igreja e continua a afirmar que a lei e a regra têm todo o sentido como um objetivo normativo e universal. Mas o documento preocupa-se com a inculturação da regra e norma universal nas situações concretas e subjetivas de cada pessoa. Há um percurso a fazer e este percurso é feito pelo discernimento. É de um  

 

 

 

 

grande realismo”, traduz à Agência ECCLESIA o padre Miguel Almeida, numa entrevista que assinala um ano da publicação da exortação apostólica pós-sinodal «A Alegria do Amor».

Recorda o sacerdote que “em lado nenhum o Papa indica que os recasados devem comungar”, mas que “devem dar início do processo de discernimento, acompanhado por um pastor, que tenha presente as normas da Igreja, as normas o bispo e a situação concreta de cada um”.

Significa isto que “se abre uma porta a pessoas que se sentiam afastadas para que se sintam mais compreendidas e acolhidas”.

O Papa Francisco assinou a 19 de março de 2016 a carta apostólica «A Alegria do Amor», resultado do processo que decorreu dos dois Sínodos sobre a Família, tendo sido divulgada a 8 de abril.

Para Francisco, “a Igreja tem a obrigação de oferecer todos os meios à disposição para que as pessoas que se aproximam dela”, sublinha o jesuíta, sugerindo conceitos que ajudam a ler a carta apostólica e a atitude pastoral do Papa argentino. Por um lado “o tempo é superior ao espaço”, por outro “a realidade é superior à ideia”

 

“Pensar que o tempo é superior ao espaço equivale a uma expressão de inculturação que permite que o tempo lance um processo que se vai discernindo, derrubando muros e mostrando as consequências. Não sabemos qual o fim, mas o processo já teve início. Falar de «regular» ou «irregular» relaciona-se com espaço, quem está dentro ou fora. Preferir a designação «incompleto», pode tender para a completude”, diz o padre Miguel Almeida.

O sacerdote jesuíta indica outra ideia defendida pelo Papa Francisco, indicando que a realidade concreta das pessoas deve ser superior à ideia. “A realidade está aí e a ideia pode nunca sair da nossa mente, mas mostrar ser uma elaboração que nunca chega a prática nenhuma. Perguntar à realidade como posso levar a alegria e o amor de Deus deve ser o primeiro dever dos pastores”.

Outro ponto em destaque é o forte desejo do Papa Francisco em fazer da Igreja mãe de todos. “Uma mãe castiga, até pode bater, ralha, não quer injustiças e obriga a dizer a verdade, mas uma mãe ama e não manda ninguém fora, não manda embora, põe os irmãos à procura e não descansa enquanto não tem 

 

 

 

 

os filhos em casa. Esta é a preocupação do Papa: que ninguém se sinta fora”.

O padre Miguel Almeida rejeita críticas que questionam a legitimidade do documento. “Olhamos para o documento e o Papa conserva abundantes referências aos documentos dos sínodos, cita documentos de conferências episcopais bispos. É difícil encontrar um documento pontifício que compile tantas referências da universalidade da Igreja”.

Sem nunca colocar a doutrina em causa, o Papa “propõe a 

 

descontinuidade da práxis”. “O Papa é o primeiro a acompanhar as famílias que ainda não vivem a completude. A primeira vez que saiu do Vaticano foi para ir ter com os refugiados ao Mediterrâneo, tem a opção de fazer visitas de Estado a países e regiões da periferia. É uma opção e, por isso, é um convite à conversão do olhar”, sugere o padre Miguel Almeida.

Para o padre Miguel Almeida este é um tempo “de abrir processos”. “Há um bispo italiano que diz que são as comunidades que se têm de converter porque ainda não aprenderam a acompanhar as pessoas que ainda 

 

 

 

 

não vivem a completude”, recorda.

O sacerdote jesuíta dá conta do aprofundamento que as dioceses e as conferências episcopais estão a fazer a partir da carta «A Alegria do Amor», criando departamentos nas dioceses de acompanhamento. “Compete à Igreja acompanhar, discernir e integrar estas situações incompletas para que se caminhe para a completude”.

O padre Miguel Almeida indica ainda 

 

 

a “alegria” como marca do pontificado de Francisco. “A alegria não é um luxo, um acrescento, mas o fundamento da nossa fé, enquanto fruto do Espirito Santo. E, refere o Papa, não pode ser um fruto de alguns eleitos. Devemos todos caminhar para esta alegria. Não é a da gargalhada, não é a alegria da facilidade mas a de quem encontrou o sentido da vida”.

 

No aniversário da Amoris Laetitia

O Povo de Deus, chamado a pronunciar-se junto do papa Francisco, aguardava com muita expectativa um documento pós-sinodal. O Espírito Santo enriqueceu a Igreja Universal com a “Amoris Laetitia”, Exortação Apostólica que foi acolhida e agradecida por todas as famílias do mundo inteiro.

O Departamento Nacional da Pastoral Familiar rapidamente se apercebeu do sentido profundamente pastoral desse documento e tomou a decisão de o refletir, na sua primeira Acão - Jornadas Nacionais - sob a designação de “A Alegria do Amor e os desafios à Pastoral Familiar”. Aconteceu em Fátima nos dias 22 e 23 de Outubro de 2016 com a participação de mais de 400 pessoas vindas de 19 das 21 Dioceses e de alguns Movimentos da área da Família.

D. António Marto, numa exposição longa, fez a sua leitura pessoal de cada um dos capítulos, o P. Carlos Carneiro, jesuíta, abordou a preparação para o matrimónio e o acompanhamento dos casais novos e o Dr. Arnaldo de Pinho, Professor Jubilado da Universidade Católica, dissertou sobre o papel 

 

 

dos bispos no acompanhamento pastoral das situações difíceis.

No Conselho Nacional da Pastoral Familiar, em 21 de Janeiro de 2017, em Fátima, o P. Miguel Almeida, jesuíta, falou aos Responsáveis diocesanos da Pastoral Familiar e aos Responsáveis Nacionais dos Movimentos “Como viver a alegria do amor”.

O texto de apoio à celebração da próxima edição da Semana da Vida - de 14 a 21 de Maio - em contexto do Centenário das Aparições em Fátima, sob a designação “Com Maria, cuidar da alegria da vida”, foi inspirado na Amoris Laetitia.

Por sua vez as dinâmicas das próprias dioceses, à volta deste mesmo documento, têm sido partilhadas através do Departamento Nacional da Pastoral Familiar, atitude que gera comunhão, envolvimento e motivação.

A Amoris Laetitia, expressão sublime da vocação pastoral do papa Francisco, é um documento profundamente maternal. Percorre, desveladamente todas as circunstâncias da vida das famílias e, para todas elas e em todas elas, há uma palavra de acolhimento, de compreensão, de esperança que

 

 

 

 

 

não deixa ninguém indiferente. Todos somos acolhidos, na misericórdia do Senhor, independentemente das fragilidades, maiores ou menores, de cada um. Deus está sempre à nossa espera. Importa que cada um O procure e Ele possa ser mais um em cada uma das nossas famílias.

O Departamento Nacional da Pastoral Familiar está empenhado na santificação das famílias, no apuramento do sentido e da 

 

 

vivência do ser  “Igreja doméstica”, no discernimento vocacional dos seus membros, em alertar para a necessidade imperiosa de uma catequese contínua, desde o berço e ao longo da vida, em apelar para uma preparação atempada e cuidada do matrimónio, em motivar as comunidades a envolverem-se no acompanhamento dos casais novos, em avivar a importância de oferecer às famílias tempos de crescimento 

 

 

 

 

na fé, de melhoria de relacionamentos, de aprofundamento da riqueza do convívio intergeracional, em acompanhar, discernir e integrar as fragilidades, em suma, em contribuir para fazer as famílias felizes, capazes de viverem plenamente a alegria do amor.

Reconhecemos que este caminho de conversão proposto pela Amoris Laetitia levará o seu tempo, pois 

 

 

estão causa pessoas com rotinas, hábitos, porventura desatualizadas e sobrecarregadas, mas importa não esquecer a linha de rumo da Exortação Apostólica, que passa, em primeiro lugar por uma nova leitura a fazer por muitos membros do clero, ocupados com tarefas secundárias relativamente à sua missão fundamental, delegando, de modo a libertarem tempo para acolher, perceber, integrar, fazer 

 

 

 

direção espiritual, preparar as homilias, colocar no centro o Senhor Ressuscitado, humanizar o serviço paroquial.

Por outro lado, importa que os leigos, as famílias, assumam a sua coerência batismal, busquem uma formação contínua ao nível da fé, da doutrina, da pastoral, da ética e sejam agentes cristãmente ativos em Igreja e na sociedade, trazendo para esses espaços, seja de trabalho eclesial, profissional ou de lazer, a alegria do amor.

É importante, ainda, que as famílias estejam ao lado do clero, especialmente dos párocos, para que se sintam membros dessas mesmas 

 

 

famílias, apoiados e compreendidos nas suas dificuldades, e, uns e outros contribuam para a fidelidade às respetivas vocações.

Recordamos o que alguém escreveu sobre a Amoris Laetitia: ´´É, porventura, o documento da Igreja mais importante depois do Concílio Vaticano II”.

Importa, pois, tê-lo presente, percebê-lo na sua profundidade e traduzi-lo, com amor e misericórdia, na ação pastoral aos vários níveis e nos vários espaços onde, de modo dilatado ou reduzido, se congrega o Povo de Deus.

Manuel Marques

Departamento Nacional

da Pastoral familiar

 

Amoris Laetitia e as suas consequências no funcionamento dos Tribunais Eclesiásticos

 
Uma visão global

Olhando em retrospectiva, o principal aspecto a destacar é que a Exortação pós-Sinodal Amoris laetitia (AL) se insere dentro daquilo que podemos designar como visão global ou plano estratégico do Romano Pontífice para tornar a ação pastoral da Igreja globalmente mais eficaz no que se refere à aproximação de cada pessoa, inserida na sua realidade familiar, ao desígnio salvador de Deus.

Ainda que os seus predecessores 

 

 

já tivessem dedicado especial atenção à família, o Papa Francisco, desde o início do seu Pontificado, colocou a pastoral familiar no centro das suas preocupações. O Santo Padre olha para a família como um poliedro, ou seja, como uma realidade que deve ser considerada nas suas várias dimensões e, inspirado pelo Espírito Santo, vem gizando um plano estratégico que tem colocado em prática, de modo a que toda a pessoa se sinta convidada, "em qualquer situação em que se encontre, a renovar (...) o seu encontro

 

 

 

 

pessoal com Jesus Cristo". (Papa Francisco, A alegria do Evangelho, 24/11/2013, n. 3).

Deste plano estratégico, podemos salientar, entre outros, os seguintes momentos marcantes: os dois Sínodos de Bispos (um Extraordinário, em 2014, e um Ordinário, em 2015), de cuja reflexão nasceu, precisamente, a AL; as catequeses sobre a família (proferidas entre 17 de Dezembro de 2014 e 24 de Junho de 2015); os Discursos ao Tribunal da Rota Romana; a integração, num único 

 

Dicastério, dos Pontifícios Conselhos para os Leigos, a Família e a Vida; e as Cartas Apostólicas em forma de Motu proprio "Mitis Iudex Dominus Iesus" "Mitis et misericors Iesus".

 

A AL e os tribunais eclesiásticos

As duas Cartas Apostólicas motu proprio datae que acabei de referir (a Mitis Iudex Dominus Iesus, para a Igreja latina; e a Mitis et Misericors Iesus, para as Igrejas Orientais), 

 

 

 

 

ambas publicadas com data de 15 de Agosto de 2015, alteraram substancialmente os processos de declaração de nulidade matrimonial, aos quais se dedicam de modo prioritário os Tribunais da Igreja. Estas alterações ao processo matrimonial foram, portanto, determinadas pelo Papa Francisco num momento antecedente em relação à publicação da AL. No entanto, a Exortação pós-Sinodal não só faz referência àqueles documentos, como resume os aspectos mais relevantes dessa reforma processual. No n. 244 da AL podemos ler:

1) que "um grande número de Padres 'sublinhou a necessidade de tornar 

 

 

mais acessíveis, ágeis e possivelmente gratuitos de todo os procedimentos para o reconhecimento dos casos de nulidade'. A lentidão dos processos irrita e cansa as pessoas.";

2) citando expressamente as Cartas Apostólicas Mitis Iudex Dominus Iesus e Mitis et Misericors Iesus, que estes documentos "levaram a uma simplificação dos procedimentos para uma eventual declaração de nulidade matrimonial."

3) que, com esses documentos, "quis também 'evidenciar que o próprio  bispo na sua Igreja (...) é por isso mesmo juiz no meio dos fiéis a ele confiados'. Por isso, 'a aplicação destes documentos é uma grande 

 

 

 

responsabilidade para os Ordinários diocesanos";

 

4) como consequências de quanto referido na alínea anterior, que é necessária "a preparação de pessoal suficiente (...) que se dedique de modo prioritário a este serviço eclesial"; e que "será necessário colocar à disposição das pessoas separadas ou dos casais em crise um serviço de informação, aconselhamento e mediação, ligado à pastoral familiar, que possa também acolher as pessoas."

 

Conclusão

A AL assume, como próprias, as alterações ao processo matrimonial 

 

realizadas dentro daquela visão global, onde: pastoral e direito devem colaborar mais estreitamente; o Bispo de cada Diocese é convidado a olhar para o seu Tribunal Eclesiástico como um instrumento ao serviço da pastoral familiar, dedicando-se, pessoalmente, a decidir os casos que lhe são expressamente confiados; e os Juízes, no absoluto respeito pelo princípio da indissolubilidade do matrimónio, repetidamente reiterado pelo Romano Pontífice, devem aprofundar o estudo das alterações ao processo matrimonial tendo em consideração a já longa tradição processual e jurisprudencial da Igreja.

 

Pe. José Alfredo G. Patrício

Diocese de Lamego

 

 

A Alegria do Amor
é convite à formação cristã

Conhecer e aprofundar o conteúdo da exortação apostólica «A Alegria do Amor» levou cerca de 60 pessoas das Comunidades de Vida Cristã (CVX) da região sul a participar numa conferência do padre Miguel Almeida, jesuíta, no Cupav (Centro Universitário Padre António Vieira), em Lisboa.

Mais do que assinalar um ano da publicação da exortação apostólica, assinalada a 8 de abril, esta iniciativa quis apostar na formação contínua dos seus membros.

 “Esta exortação traz uma componente importante de misericórdia e discernimento, por causa da espiritualidade inaciana. Achamos que nos pode ajudar a estar no mundo, com os ecos de dois sínodos da família. Todos temos família, seja a nossa, seja os pais e, por isso, é bom perceber o que Jesus tem a dizer”, explica à Agência ECCLESIA João Cordovil Cardoso, presidente da equipa responsável pela região sul da CVX.

“Nesta altura pareceu-nos importante falar sobre esta exortação, até porque normalmente o que aparece por aí 

 

são excertos, às vezes até deturpações do que está escrito”.

Após ter lido a carta apostólica a membro da CVX Maria Teresa de Carvalho apontava à Agência ECCLESIA a importância de “estar atualizado” e procurar formação cristã.

“Estamos a caminho de todos. Estarmos no mundo como Jesus esteve, virados para a pessoa, dentro do coração de cada um. Importa não seguir só regras e normas, porque o importante é a pessoa e o amor à pessoa. Devemos estar mais preocupados com a sua situação e dar mais sinais de amor”.

Mariana Mira Delgado sublinhava o quanto é necessário “perceber a posição do Papa” para “discernir” posicionamentos pessoais.

“Mais do que ouvir o que diz a comunicação social sobre um Papa moderno, queria perceber nestas questões mais fraturante, qual o pensamento da Igreja para saber qual o meu posicionamento”.

Para esta participante “é importante estar informado e saber do que se fala quando se fala da exortação 

 

 

 

 

 

apostólica. Enquanto católica é uma parte importante da formação”.

Casado há pouco tempo, Jorge Paiva procurava neste espaço “contributos” para uma “crescimento da vida familiar”.

“Acho que o conceito família tem de renascer e voltar a ser encarado como no passado. O espirito de família

 

 deixou de existir em muito do que era mais importante, que era viver em família. As pessoas querem cada vez mais viver num individualismo”.

Presente na conferência com a sua esposa, Jorge Paiva, acredita que “enquanto cristão” deve “participar, ler, estar informado” de forma a saber de onde vem e para onde “caminhar”.

 

 

 

«Amoris Laetitia», um ano depois!

Volvido um ano desde a publicação da Exortação Apostólica «Amoris Laetitia» (doravante referida AL) constata-se que a discussão, dentro e fora da Igreja (p.e. meios de comunicação social, Internet) se focalizou na nota de rodapé 351 do ponto 305 da AL, uma das poucas frases que não pertence a nenhum documento, mas que sai da letra do próprio Papa: «Em certos casos, poderia haver também a ajuda dos sacramentos».

Fica-se com a sensação de que a verdadeira mensagem da AL ficou ofuscada: que a todas as famílias, independentemente da sua natureza (separados, recasados, a viver em união de facto ou casados civilmente) não se pode negar o encontro com Deus e que Deus acolhe todos, na sua infinita misericórdia, todos podem fazer um caminho ao Seu encontro. Uns irão mais depressa, outros poderão andar para trás ou até abandonar este caminho (os que se afastam da Igreja) mas TODOS - mesmo aqueles que estão numa situação objetiva de pecado, mas que subjetivamente não tenham culpa - podem atingir a Graça e a Misericórdia de Deus (AL 305). Com este fim, 

 

o Papa Francisco aconselha-nos a abandonar a lógica binária do preto e branco para abarcar as áreas acinzentadas, pois, para um corpo que proclama Cristo, não basta afirmar e fazer valer rigidamente o que é verdadeiro de um modo geral: devemos também estar atentos às circunstâncias particulares.

Também neste tempo foi evidente uma forte reação de alguns setores da Igreja que têm invadido os meios de comunicação social e a Internet com acusações ao Papa, desmentindo qualquer novidade desta exortação apostólica relativamente à «Familiaris Consortio» de São João Paulo II, publicada em 1981. Argumentam que este Papa não pode desmentir ou contradizer o ensinamento de São João Paulo II - de que só os divorciados recasados que vivam continência sexual podem receber o sacramento da Eucaristia-  e questionam ou ignoram o percurso de discernimento sugerido pelo Papa, quando tal proposta resultou do relatório final do Sínodo Ordinário dos Bispos aprovado pelos padres sinodais por larga maioria em 24 de outubro de 2015, que nos seus pontos 84 a 86 o incentiva.

E agora, passada a polémica inicial,

 

 

 

 

 há que perceber o que de bom foi feito. A «Amoris Laetitia» é um monumento à família, tal como esta é vista na perspetiva da Igreja. E o seu alcance é tal que ainda nos encontramos numa fase de aprendizagem, com a organização de palestras para a divulgar. Cremos que os bispos ainda estão a estudá-la para implementar as recomendações do Papa, não só do capítulo VIII, mas também dos restantes capítulos, como sejam as manifestadas por exemplo no capítulo VI, em que é incentivada a criação de «centros de escuta especializados que se devem estabelecer nas dioceses» (AL 242) ou de um «serviço de informação, aconselhamento e mediação, ligado à pastoral familiar» (AL 244).

Mesmo no capítulo VIII, o discernimento não pode ser separado da integração dos casais irregulares na Igreja. No relatório final do último Sínodo o ponto 84 referia que esta integração se pode atingir pela «participação em diferentes serviços eclesiais: por isso, é necessário discernir quais das diversas formas de exclusão atualmente praticadas nos âmbitos litúrgico, pastoral, educativo e institucional, podem ser superadas». Na AL, o Papa volta a tocar neste assunto nos números 297 e 299 ao 

 

 incentivar a participação destas pessoas na comunidade eclesial, «quer em tarefas sociais, quer em reuniões de oração, quer na forma que lhe possa sugerir a sua própria iniciativa discernida juntamente com o pastor». Concretizando: em que circunstâncias podem ser padrinhos? Salmistas? Leitores? Poderão participar em movimentos da Igreja até agora interditos?

Na nossa página do Facebook temos encontrado alguns testemunhos de pessoas solteiras que, por terem casado com outra divorciada, também deixaram de poder ter acesso aos sacramentos. De facto, no último ano de estatísticas publicadas pelo INE (2013), em mais de metade dos segundos casamentos (58%) o outro é solteiro. Não seria desejável que os sacerdotes e os bispos também tivessem em atenção estas pessoas, já que a sua situação não é referida em nenhum ponto da AL?

Esperemos que nos anos vindouros se avance mais nestes assuntos e que as conferências episcopais de mais países, inclusive a portuguesa, (até agora só da Argentina, Malta e Alemanha) publiquem orientações de como praticar a «Amoris Laetitia».

Grupo de leigos da diocese de Aveiro (www.facebook.com/recasados

 

 

Contra a Discriminação Racial

http://www.cicdr.pt/

 

No passado dia 21 de Março comemorávamos o dia mundial da Poesia no entanto, apesar de menos divulgado, celebrou-se também o dia mundial para a Eliminação da Discriminação Racial. Pelo facto de continuarem a existir razões para chamarmos a atenção para um fenómeno social que já não deveria existir, esta semana, proponho que efetue uma visita ao sítio da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR).

A CICDR “é uma comissão independente, especializada na luta contra a discriminação racial que funciona junto do Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural”. Tem como principais objetivos “prevenir e proibir a discriminação racial sob todas as suas formas e sancionar a prática de atos que se traduzam na violação de quaisquer direitos fundamentais ou na recusa ou condicionamento do exercício de quaisquer direitos económicos, sociais ou culturais, por quaisquer pessoas, em razão da sua pertença a determinada origem, cor, nacionalidade ou etnia”.

 

Ao entrarmos neste espaço virtual, dispomos dos habituais destaques e ainda de um conjunto de opções que se adequam perfeitamente aos objetivos desta comissão. No item “A comissão”, ficamos a conhecer o que é que faz esta organização, qual a atual equipa que a compõe e ainda como foi evoluindo ao longo do tempo.

Discriminação racial é “qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência em função da raça, cor, ascendência, origem nacional ou étnica, que tenha por objetivo ou produza como resultado a anulação ou restrição do reconhecimento, fruição ou exercício, em condições de igualdade, de direitos, liberdades e garantias ou de direitos económicos, sociais e culturais”. Caso pretenda aprofundar melhor o que é esta forma de segregação basta clicar em “discriminação racial”.

Em “atividades” somos informados acerca das diversas atividades que a CICDR vem desenvolvendo na área da sensibilização e combate da discriminação Racial.

Na opção “queixa” tem a possibilidade de apresentar uma denúncia eletrónica, ao órgão que em Portugal tem a competência de acompanhar 

 

 

 

 

 

a aplicação da legislação de combate ao racismo, que “pretende ser um veículo facilitador da comunicação de factos ilícitos que consubstanciem prática(s) discriminatória(s) motivada(s) na cor da pele, nacionalidade ou origem étnica”.

Aqui fica a sugestão para que visitem

 

e se informem mais acerca desta comissão que tem como grande meta o alertar e reduzir o número de casos de discriminação racial, pois é mais do que urgente acabar com este pecado social.

 

Fernando Cassola Marques

 

 

 

 

 

 

Cáritas Portuguesa assinala 37 anos da morte de um dos seus patronos - Óscar Romero

A Cáritas Portuguesa assinalou, no passado dia 24 de março, o 37º aniversário da morte do Beato Óscar Romero, antigo arcebispo de El Salvador e um dos padroeiros da Cáritas, assassinado a 24 de março de 1980.

O Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, recordou “um homem que, pela palavra e, sobretudo, pelo testemunho potenciado pelo martírio de que foi alvo, por defender os sem voz e sem lugar, prestigiou a missão da Igreja Católica”, lembrando que o seu assassinato teve o intuito de o “fazer calar, porque incomodava o poder político, militar e capitalista do seu país”.  Ler mais

 

Cáritas Diocesana de Coimbra lança projeto (Des)Igual

A Cáritas Diocesana de Coimbra lançou na passada semana o projeto (Des)Igual. Este projeto surge na sequência de um estudo recente que mostra a diferença de poder entre homens e mulheres na Europa, e que apresenta Portugal nos lugares da cauda ao nível da Igualdade de Género.

O projeto Desigual pretende ser uma ferramenta de promoção dos direitos e dos deveres entre os géneros, num contexto de pluralidade e da aceitação da diversidade da cada indivíduo, através de atividades para crianças, adolescentes, jovens e pais/educadores, no âmbito da contextualização do conceito de género, violência de género e namoro e harmonização dos papéis de género.  Ler mais

   
 
 

 

 

 

 

 

Criação e desenvolvimento de uma banca ética e social na Europa

No próximo dia 6 de abril, a Cáritas Portuguesa promove o colóquio “Criação e Desenvolvimento de uma Banca Ética e Social na Europa”, que terá lugar, pelas 18 horas, no Auditório Montepio - R. do Ouro 219 - 241, 1100-062 Lisboa.

O colóquio tem como propósito a apresentação dos mais importantes exemplos da banca social e ética na Europa - Banca Popolare Etica - e da importância da Caritas Italiana na sua criação e no seu desenvolvimento, contando com a presença dos oradores Ugo Biggeri, Presidente da Banca Popolare Etica, e Paolo Beccegato, Vice diretor adjunto da Caritas Italiana. Inscrições aqui.

 

 

 

 

 

 

 

 

Março 2017

Dia 31 março

- Igreja/Cultura: Encerramento do concurso «Bíblia Moov»

 

- Portalegre: Encontro Diocesano de Alunos de EMRC

 

- Voluntariado: Início do ciclo formativo dos Leigos para o Desenvolvimento

 

- Publicações: Lançamento da revista «O Meu Papa»

 

- Lisboa: Conferência sobre o tema «Dimensão Real: Serviço e Cuidado do Próximo»

 

- Setúbal: Inauguração do novo elevador do Santuário de Cristo Rei

 

- Lisboa: Testemunho de diácono chinês sobre a situação da Igreja clandestina e perseguida na China

 

- Braga: Conferência «Olhares sobre a Era Digital»

 

- Coimbra: Conferência sobre «Mulheres na Sociedade» por Isabel Jonet

 

 

 

- Jesuítas: Assembleia Social Inaciana em Almada

 

- Fátima: Encontro nacional da Fraternitas sobre «A mulher na Igreja»

 

Dia 01 de abril

- Coimbra: Dia Diocesano do Doente 

 

- Coimbra: Colóquio «Verdade ou Mentira» promovido pelos Jesuítas 

 

- Braga: Tadim encena «Paixão de Cristo» em Castelo Branco 

 

- Dominicanos: Conferência sobre «Bíblia: aceitação de um pluralismo religioso?» 

 

- Lisboa: Testemunho de diácono chinês sobre a situação da Igreja clandestina e perseguida na China 

 

- Coimbra: Concerto solidário dos grupos sóciocaritativos da Mealhada

 

- Fátima: Peregrinação nacional dos amigos do Verbo Divino 

 

- Igreja/Seminários: Fórum sobre «Do Jubileu ao quotidiano, a Misericórdia como paradigma»

 

 

 

Dia 02 de abril

- Lisboa: Jornada Diocesana da Juventude

 

- Itália: Papa Francisco visita a Diocese de Carpi

 

- Setúbal: Dia Diocesano da Família

 

- Seia: Inauguração da exposição «Santuários Marianos no Concelho de Seia»

 

- Seia: Lançamento do livro «Património Azulejar Religioso na Diocese da Guarda»

 

- Fátima: Concerto evocativo do padre Manuel Formigão

 

- Setúbal: Catequese quaresmal com D. José Ornela

 

Dia 03 de abril

- Fátima: Inauguração da exposição «Expressões» dos alunos Colégio de São Miguel

 

- Lisboa: Sessão do curso «grandes correntes da ética ocidental» na Capela do Rato

 

- Porto: Centenário da consagração ao Sagrado Coração de Jesus de Sílvia Cardoso

 

- Seia: Workshop para alunos de EMRC «Deixa-te cativar... pela Missão»

 
Dia 04 de abril

- Portalegre: Dia do aluno de EMRC

 
Dia 06 de abril

- Coimbra: Conferência Quaresmal «A Mensagem de Fátima - Hoje»

 

- Leiria: Campo de férias católico da Paróquia de São Romão de Carnaxide

 

 

 

   

 

- O cardeal patriarca D. Manuel Clemente fala hoje aos diocesanos sobre o serviço e o cuidado ao próximo. O encontro decorre no Centro Diocesano de Espiritualidade Imaculado Coração de Maria, no Turcifal.

 

 

 

- Em Braga, prossegue o ciclo de conferências «Nova Ágora», hoje com o tema ‘Olhares sobre a Era Digital’. A partir das 21h00, no Auditório Vita, pode escutar José Francisco Durán Vázquez, doutor e licenciado em Sociologia, o investigador do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra António Dias Figueiredo e Alexandre Castro Caldas diretor do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa.

 

 

 

- O selecionador nacional de futebol, Fernando Santos, vai estar presente, este domingo, na Jornada Diocesana da Juventude de Lisboa que decorre na cidade de Odivelas. Nesta iniciativa, onde são esperados cerca de 1000 jovens de toda a diocese de Lisboa, o selecionador campeão europeu vai estar presente a partir das 11:30, no Jardim da Música, em Odivelas, onde vai rezar o terço com os jovens presentes.

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h30

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo:

10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Entrevista de Aura Miguel

 

Segunda-feira:

12h00 - Informação religiosa

 

Diariamente

18h30 - Terço

 

 

 
RTP2, 13h00

Domingo, 02 de abril, 13h30 - Livros para as crianças.

 

Segunda-feira, dia 03, 15h00 

Entrevista ao padre Vasco Pinto de Magalhães sobre a receção e os desafios de "Amoris Laetitia"

 

Terça-feira, dia 04, 15h00  - Informação e entrevista a Madalena Fontoura sobre o livro "Os três Pastorinhos.

 

Quarta-feira, dia 05, 15h00 - Informação e entrevista a Cláudia Raimundo sobre a revista "O Meu Papa".

 

Quinta-feira, dia 06, 15h00 - Informação e entrevista de comentário à atualidade.

 

Sexta-feira, dia 07, 15h00  -  Análise à liturgia de domingo pelo padre João Lourenço e Juan Ambrosio.

 

Antena 1

Domingo, 2 de abril – João Paulo II e Fátima: aniversário da morte e relação com a espiritualidade mariana
Segunda a Sexta-feira, 3 a 7 de abril – Devoção mariana nos diferentes países pelo olhar de religiosas: Senegal, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Angola e Timor.

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano A – 5.º Domingo da Quaresma

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Creio no Senhor da Vida
 
 

Neste 5.º Domingo da Quaresma, a liturgia garante-nos que o desígnio de Deus é a comunicação de uma vida que ultrapassa definitivamente a vida biológica: é a vida que supera a morte.

Na nossa existência pessoal passamos por situações de desespero, em que tudo parece perder o sentido. A morte de alguém querido, o desmoronar dos laços familiares, a traição de um amigo ou de alguém a quem amamos, a perda do emprego, a solidão, a falta de objetivos e perspetivas lançam-nos muitas vezes num vazio do qual não conseguimos facilmente sair.

A Palavra de Deus garante-nos: não estamos perdidos e abandonados à nossa miséria e finitude. Deus caminha ao nosso lado; em cada instante Ele aí está, tirando vida da morte, escrevendo direito por linhas tortas, dando-nos a coragem para sair dos sepulcros da vida e avançar mais um passo ao encontro da vida plena.

Diz a primeira leitura: «Vou abrir os vossos túmulos e deles vos farei ressuscitar. Infundirei em vós o meu espírito e revivereis».

E São Paulo na segunda leitura: «Deus, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós».

No dia do nosso Batismo, escolhemos, ou escolheram por nós, a vida segundo o Espírito. A nossa vida cristã só pode ser coerente com essa opção. Não se pode desenrolar à margem de Deus e das suas propostas, numa vida segundo a carne, mas deve realizar-se na escuta atenta e consequente dos projetos de Deus, na vida segundo o Espírito.

No episódio da ressurreição de Lázaro do Evangelho

 

 

 

 

 de hoje, afirma Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá».

Diante da certeza que a fé nos dá, somos convidados a viver a vida sem medo. O medo da morte como aniquilamento total torna-nos pessoas cautelosas e impotentes face à opressão e ao poder dos opressores. Mas libertando-nos do medo da morte, Jesus torna-nos livres e capacita-nos para gastar a vida ao serviço dos irmãos, lutando generosamente contra tudo aquilo  

 

que oprime e que nos rouba a vida plena.

Continuemos a viver o que rezámos no Salmo: «Eu confio no Senhor, a minha alma espera na sua palavra. A minha alma espera pelo Senhor, mais do que as sentinelas pela aurora. No Senhor está a misericórdia e abundante redenção».

Continuemos a viver, com entusiasmo e criatividade, o que proclamámos no Credo, às vezes com ar rotineiro e repetitivo: o nosso Deus é o Senhor da Vida e da Ressurreição!

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

 

 

Jacintinha em Lisboa

 

Um novo livro sobre Jacinta Marto, futura santa portuguesa, deverá sair até ao final de 2017 dedicado à passagem da ‘pastorinha de Fátima’ por Lisboa, para onde veio já doente e faleceu a 20 de fevereiro de 1920.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, a autora Carla Rocha destaca a importância de “dar a conhecer” a história de uma “menina de 10 anos” mas “extremamente crescida espiritualmente”, que foi

 

 

testemunha das Aparições de Fátima mas também um exemplo de resistência perante o “sofrimento”.

“A ideia do livro tem um ano e a data inicial era precisamente o centenário em maio. Por várias condicionantes, tive de ir adiando a data mas se isso não tivesse acontecido não teria a canonização, que vai fazer com que a obra fique mais enriquecida”, realça aquela responsável.

Jacinta Marto chegou a Lisboa a 21

 

 

 

 

 

de janeiro de 1920, cerca de três anos depois de ter presenciado as Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria com o seu irmão Francisco e a sua prima Lúcia, segundo o relato reconhecido pela Igreja Católica.

A ‘Jacintinha’, como era tratada, estava gravemente doente com a gripe pneumónica que atingia na época Portugal e a Europa, tendo vitimado também o seu irmão.

Na capital, ficou cerca de um mês, 12 dias no Orfanato de Senhora dos Milagres, hoje o Mosteiro do Imaculado Coração de Maria (Irmãs Clarissas), na Rua da Estrela, n.º 17; e o restante tempo no Hospital D. Estefânia, onde esteve internada e foi cuidada até à sua morte.

“Sempre tive um carinho especial por Jacinta, por saber que ela tinha passado por estas tormentas”, realça Carla Rocha.

A autora recorda que, apesar de esta menina ter passado “por sofrimentos enormes”, inclusivamente por uma “operação a uma ferida aberta no peito, quase a sangue frio”, ela nunca renegou o desafio que tinha assumido depois do encontro com Nossa Senhora.

O de viver o sofrimento enquanto “entrega pelos outros”, com um propósito “de reparação”.

 

“No fundo Jacinta acaba por passar por todo este sofrimento também por nós, embora estejamos cá 100 anos depois”, sustenta Carla Rocha, que está atualmente ainda a consolidar a pesquisa de material para o livro.

Além da história da vidente, a sua obra vai dar destaque também a várias figuras, cerca de uma dezena de pessoas, que contactaram com Jacinta ou que participaram de alguma forma na sua história.

Entre estas figuras estão o doutor Eurico Lisboa, médico que tratou do seu internamento no Hospital D. Estefânia; Maria da Purificação Godinho, a diretora do orfanato que acolheu Jacinta e que seria depois a primeira Madre do Mosteiro das Clarissas na Estrela, e o barão de Alvaiázere, Luís de Magalhães e Vasconcelos, que depois da morte de Jacinta ofereceu o jazigo da sua família em Ourém, para a menina lá ser sepultada.

“É para também homenagear esses nomes”, frisa Carla Rocha, que criou um contacto email (jacintaemlisboa@gmail.com) para mais facilmente poder ser contactada por alguém que tenha mais informações a partilhar.

 

 

 

Imagem peregrina de Fátima vai visitar Luxemburgo

O arcebispo do Luxemburgo disse à Agência ECCLESIA que o país vai viver um “grande momento” com a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, de 24 de maio a 25 de junho. “É um grande momento que já estamos a preparar com a oração, no dia 13 de cada mês, e será, é já uma grande peregrinação a Wiltz, no Luxemburgo. Vamos festejar o 50.º aniversário dessa peregrinação”, adiantou D. Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Grão-Ducado.

No ano em que se comemora o Centenário das Aparições de Fátima, 

 

 

os católicos do Luxemburgo assinalam o 50.º aniversário da edificação do santuário de Op Bassent, em Wiltz.

D. Jean-Claude Hollerich manifestou a sua satisfação pelo facto de o início da peregrinação ser acompanhada por dois bispos portugueses e pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa. “Estou muito feliz porque vamos ter connosco o bispo do Algarve [D. Manuel Quintas] e o bispo de Bragança [D. José Cordeiro], no Luxemburgo, e sobretudo o presidente da República [Portuguesa], que também estará lá”, disse.

 

 


 

O arcebispo confessou-se satisfeito por poder oferecer esta oportunidade a “todos os portugueses do Luxemburgo” e espera que eles consigam mobilizar a população para “festejarem juntos”.

D. Jean-Claude Hollerich confessou que ele próprio tinha o “desejo” de acompanhar esta peregrinação. “É um momento importante, gostaria que refletíssemos sobre a família, o valor da família, o valor desta visita ao nosso país. A maior parte dos Crismas são em português”, declarou.

 

O arcebispo do Grão-Ducado alerta os portugueses que querem emigrar para o Luxemburgo para a necessidade de terem “qualificações”, porque “é muito difícil encontrar um trabalho para alguém que não é qualificado”.

A primeira visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Luxemburgo aconteceu há 70 anos. O périplo luxemburguês começa no norte do Grão-ducado, em Wiltz, e durante um mês vai percorrer todas as paróquias que se inscreverem.

 

O espetáculo “Entre o Céu e a Terra-Musical sobre Fátima”, vai ser apresentado no dia 28 de maio no Coliseu de Lisboa e no dia 3 de junho no Coliseu do Porto. Os bilhetes estão à venda em www.bol.pt e www.blueticket.pt/

A estreia da obra, encomendada pelo Santuário de Fátima no âmbito do Centenário das Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos, realizou-se no Centro Pastoral de Paulo VI, em Fátima, a 13 de outubro, repetindo nos três dias seguintes com lotação esgotada.

Assumindo-se como o musical oficial da Celebração do Centenário das Aparições, o espetáculo resulta do desafio lançado pelo Santuário à Elenco Produções, ainda em 2014, de pensar as Aparições sob um olhar contemporâneo, promovendo a Mensagem de Fátima e apresentando uma abordagem artística única deste acontecimento que marcou o século XX. 

O arcebispo do Grão-Ducado alerta os portugueses que querem emigrar para o Luxemburgo para a necessidade de terem “qualificações”, porque “é muito difícil encontrar um trabalho para alguém que não é qualificado”.

A primeira visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Luxemburgo aconteceu há 70 anos. O périplo luxemburguês começa no norte do Grão-ducado, em Wiltz, e durante um mês vai percorrer todas as paróquias que se inscreverem.

 

 

A fuga de John Kuetu até ao campo de refugiados
de Kakuma, Quénia

Uma lição de vida

Fugiu do país, o Burundi, com a mulher e três filhos. Só trouxe consigo um saco com alguma roupa. John Kuetu fugiu por causa da guerra tribal que opôs tutsis e hutus e que provocou mais de 300 mil mortos. Um deles foi o seu pai, assassinado por ser tutsi. Apenas por isso. Desde 2009 vive num campo de refugiados, no Quénia. Em vez de alimentar o ódio, a raiva e o desejo de vingança, Kuetu descobriu por ali o poder do perdão

É fácil descobrir John Kuetu todos os dias, quando ainda o sol não se espreguiçou e a noite continua a esconder as centenas de tendas e barracas que albergam quase 200 mil refugiados. Às seis da manhã começa a missa em Kakuma, no campo de refugiados, e invariavelmente lá está John Kuetu. Aliás, ele chega sempre antes, pois gosta de ajudar, varrendo o pó, limpando a terra seca que se espalha por todo o lado, como se quisesse sepultar debaixo de si os vestígios do presente. Todos os dias, John Kuetu vai à missa, todos os dias reza o Terço e todos os dias

 

procura ganhar coragem para não desistir dos seus sonhos. A história da vida de John Kuetu cabe toda em 2, 3 minutos. Por causa do ódio entre tutsis e hutus, o Burundi viveu uma temível guerra civil durante mais de uma década. O conflito começou em 1993 e calcula-se que terão morrido mais de 300 mil pessoas. O pai de John Kuetu foi um deles. Pertencia à etnia tutsi e foi assassinado. Kuetu tinha 15 anos. Em 2009, o Burundi foi palco de novos incidentes e Kuetu foi acusado de estar implicado nessa agitação. Ficar no país seria arriscadíssimo. Fugiu. Fugiu com a mulher e os três filhos. “Fugimos sem olhar para trás.” John levou consigo apenas um saco com alguma roupa. Mais nada. Os cinco atravessaram o Burundi para a Tanzânia até conseguirem chegar a Kakuma, ao campo de refugiados, situado na fronteira entre o sul do Sudão e a Etiópia. Foi uma viagem de quase dois mil quilómetros.

O perdão

Ir à missa, rezar o Terço, sempre às 3 horas da tarde, tornaram-se rotinas 

 

 


 

quotidianas. Tal como confessar-se ao padre salesiano. “Depois de ter limpo a igreja, é tempo de a minha alma ser também purificada”, diz-nos, acrescentando que, depois de ter estado com o padre sente-se “limpo”. E isso dá-lhe forças para encarar a vida com outros olhos. “Permite-me começar de novo. Dá-me esperança…” Uma esperança que nasceu no dia em que Kuetu descobriu que o amor é mais forte do que o ódio, que o perdão é mais poderoso do que a vingança. A própria história da sua família é um bom exemplo disso, do poder do amor. “A minha mulher pertence à etnia hutu, mas eu sou tutsi. O meu pai foi morto por ser tutsi em 1993, quando eu tinha 15 anos. No entanto, eu rezo pelos meus inimigos. Já lhes perdoei. Aprendi isso com o Evangelho e tento

 

 

ser misericordioso, mas é difícil perdoar aos inimigos... só rezando e esquecendo.” Ali, no Quénia, no campo de refugiados, vivem pessoas oriundas do Burundi, do Sudão do Sul e da Somália. São quase 200 mil. Todos eles, tal como John Kuetu, a sua mulher e filhos, foram forçados a fugir de suas casas, dos seus países. Todos eles precisam da nossa ajuda. Todos eles precisam também das nossas orações para descobrirem, tal como John Kuetu, que o amor é mais forte do que o ódio e que o perdão é mais poderoso do que a vingança. É para todos eles, para os ajudar, que a Fundação AIS lançou uma enorme campanha de solidariedade nesta Quaresma. John Kuetu pode contar com a sua ajuda?

 

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

 

 

A arte de empreender

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Há palavras que atravessam os séculos e outras que chegam de mansinho. ‘Empreendedorismo’ é uma das últimas a chegar às nossas conversas e parece que veio para ficar. Pelo menos, todos falam dela como caminho de solução para muitos dos problemas que afligem as populações hoje. Estão esgotadas as velhas receitas e há que inovar para rasgar novos caminhos de futuro.

As tecnologias da comunicação, aliadas a todas as linhas de invenção, ajudam a dar corpo a esta inovação que se exige. Mas, muitas vezes, empreender é sinónimo de criar a partir do mais simples das vidas de cada pessoa e comunidade. Dou exemplos: as festas dos padroeiros das aldeias são cada vez mais caras e o povo dá cada vez menos dinheiro para elas. Por isso, a escolha é clara: ou inventamos formas de arranjar dinheiro ou acabamos com estes momentos únicos de congregação de famílias e de animação em comunidade. Conheço casos de terras que já não realizam a sua festa anual, o que é um desastre comunitário; mas conheço também quem tenha ousado inventar novas formas de mobilizar o povo e de captar apoios financeiros. Um caso interessante é o da minha pequena aldeia natal, Jancido, na Paróquia da Foz do Sousa, no Concelho de Gondomar. O Santo Ovídio sempre foi uma festa de referência. Ao verem os orçamentos a aumentar de ano para ano, começou a ser difícil formar uma Comissão de Festas. Até que um grupo de homens aceitou o desafio e começou bem cedo a inventar eventos: promoveram jantares com os que 

 

 

 

 

 

 

 

passaram na Escola Primária em diferentes anos; prepararam um trilho belíssimo junto ao rio e pelos montes da aldeia, organizando ‘caminhadas’; lançaram artistas para a linha da frente com a organização de noites de teatro; convocaram o povo para tardes e noites de cinema; cozinharam pratos populares para que as pessoas viessem comprar e levar para casa; publicaram calendários de parede com foto da Capela Nova... Enfim, o povo ficou todo envolvido e mobilizado e a festa foi um enorme sucesso. No ano seguinte, foram as senhoras e meninas a tomar conta da Comissão e o sucesso desenha-se semelhante…ou ainda melhor! 

 

 

 

 

Este é apenas um pequeno exemplo a mostrar que ainda há muito espaço aberto à criatividade e inovação. Não está tudo inventado e, por vezes, as receitas mais simples são as que geram maior sucesso.

O que falei sobre a organização de uma festa de aldeia pode aplicar-se a muitos contextos e situações. Há muitas instituições que quase cumprem a sua missão com o recurso a dinâmicas de empreendedorismo social, focado nas ondas de solidariedade que provocam. Há que inovar e não ter medo. O futuro  constrói-se com boas vontades, competência e muita criatividade. Ousemos inovar sempre!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sair