04 - Editorial

       Paulo Rocha

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Semana de...

        Lígia Silveira

        Francisco e Jacinta, santos

26 - Entrevista

       D. José Saraiva Martins

 

54 - Cinema

56 - Estante

58 - Concílio Vaticano II

60- Agenda

62 - Por estes dias

64 - Programação Religiosa

65 - Minuto Positivo

66 - Liturgia

68 - Fátima 2017

72 - Fundação AIS

74 - LusoFonias

Foto de capa: DR

Foto da contracapa:  DR

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
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Opinião

 

 

 

 

Páscoa com o Papa

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As mensagens dos bispos portugueses

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Canonização a 13 de maio

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Paulo Rocha | Octávio Carmo| Lígia Silveira | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves

 

Santos de periferias

  Paulo Rocha   

  Agência ECCLESIA   

 
 

 

 

O anúncio da data e do local para a canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto em Fátima, no dia 13 de maio de 2017, pode ter muitos enquadramentos e leituras diferenciadas. Uma delas resulta do itinerário seguido pelo atual Papa, em linha com os gestos e as mensagens que têm marcado este pontificado: agir a partir das periferias.

De facto, encontram-se sintonias entre a determinação do Papa Francisco em visitar e auscultar as periferias para, a partir daí, propor novos caminhos para a Igreja Católica, em todo o mundo e neste tempo, e a decisão de presidir à canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto em Fátima. Em causa está a possibilidade de encontrar espaços disponíveis, desligados de compromissos de todos os géneros para os encher a partir do único que pode ocupar o centro, Deus. É essa a aposta do Papa e foi também essa a história de três crianças que espontaneamente se aproximaram do transcendente através de uma mensagem revelada na Cova da Iria.

O percurso de santidade de Francisco e Jacinta Marto é, com frequência, questionado pela aparente ausência de gestos heroicos, sejam no âmbito do martírio ou em setores sociais, de ajuda ao outro ou de promoção da justiça e da paz social. Passam por aí muitas e exemplares histórias de santidade, sobretudo em tempos mais recentes da História do Catolicismo. Francisco e Jacinta não. Não têm esses episódios para contar, num 

 

 

quotidiano feito da pastorícia durante os breves anos das suas vidas. Mas têm, os dois irmãos, a condição essencial para ser santo, em todos os tempos: a disponibilidade para o transcendente, para o acolhimento de Deus. O que só é possível em corações libertos de compromissos em torno de cada eu e desprendidos das amarras que o egoísmo faz emergir.

Santos assim, só mesmo sendo crianças. Porque habitam lugares periféricos, espaços abertos, livres e disponíveis para olhar em redor e preencher, a partir do interior, com o que é bom e belo. No caso dos pastorinhos, a partir de Deus, por 

 

inspiração de uma mensagem vinda do céu!

O ambiente das periferias é assim um ponto de encontro entre o pontificado do Papa Francisco e a história de santidade de Francisco e Jacinta Marto: para o primeiro Francisco pela energia colocada na dinamização de uma comunidade crente, em todo o mundo, não a partir de cúpulas, mas das cabeças de cada um dos seus membros; no segundo Francisco e na sua irmã Jacinta pela total disponibilidade para se deixaram inspirar por uma mensagem chegada do céu e dela darem testemunho, apesar da fragilidade das suas vozes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

Mais de 400 pessoas foram detidas pelas autoridades venezuelanas após as manifestações contra o presidente Nicolás Maduro, na quarta-feira.

 

 

 

 

“Até ao momento a capacidade de reação instalada tem sido adequada não só ao nível do combate inicial, mas também a outro nível do combate. Os meios vão sendo reforçados à medida do necessário”

Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, conferência de imprensa do Conselho de Ministros, 20.04.2017

 

"A questão deve ser vista com serenidade e não passa necessariamente por medidas proibicionistas. Vai ser avaliada, com recurso ao conhecimento científico, provavelmente também discutida no parlamento"

Maria Manuel Leitão Marques, ministra da Presidência, sobre as medidas a adotar a propósito do sarampo, 20.04.2017

 

"Medidas mesmo, e generosas, só para a banca. Depois de ter renegociado o empréstimo ao fundo de resolução em termos tais que passou, efetivamente, grande parte do custo para os contribuintes, a maioria propõe-se agora dar aos mesmos bancos a possibilidade de deduzirem os prejuízos correspondentes às imparidades durante 15 anos"

Maria Luís Albuquerque, vice-presidente do PSD, 19.04.2017

 

“O que temos conseguido demonstrar desde as últimas eleições legislativas não foi só ter acabado com o ‘arco da governação’, foi ter conseguido derrubar o último resquício do muro de Berlim, que tinha subsistido ao longo destes anos todos”

António Costa, secretário-geral do PS, 19.04.2017

 

Bispos do Porto destacam Fátima como escola de santidade para a Igreja

 

Os bispos do Porto destacaram o Santuário de Fátima como um lugar essencial para a vivência cristã em Portugal e no mundo, com um papel ainda mais reforçado agora com a canonização de Francisco e Jacinta Marto. “Desde há cem anos, a 13 

 

 

de maio de 1917, que a Cova da Iria, lugar onde Maria, a Mãe de Jesus, apareceu a Lúcia, Jacinta e Francisco, se tornou um oásis de fé, uma escola de santidade para a Igreja e um porto de abrigo espiritual para milhares de peregrinos, vindos de todo o mundo”, 

 

 

 

 referem aqueles responsáveis, numa carta pastoral enviada à Agência ECCLESIA.

O documento, intitulado ‘Peregrinos com Maria pelas fontes da alegria pascal’, destaca a presença do Papa Francisco em Fátima, nos dias 12 e 13 de maio, para presidir às celebrações do Centenário das Aparições e à primeira cerimónia de canonização em solo português.

“A presença do Papa Francisco diz-nos, neste gesto simples e profético de peregrino no meio de peregrinos, que Fátima e a mensagem da Mãe de Jesus aqui trazida são uma bênção de esperança e de paz para o mundo”, realçam os bispos da diocese do Porto, que enaltecem também a relevância cultural e social que o santuário mariano continua a ter hoje.

“Um século depois das aparições, a mensagem que Nossa Senhora confiou aos pastorinhos conserva permanente atualidade, igual novidade e invulgar urgência”, frisa a carta pastoral assinada pelo bispo diocesano, D. António Francisco dos Santos, e pelos três bispos auxiliares, D. António Bessa Taipa, D. Pio Alves de Sousa e D. António Augusto Azevedo.

 

Uma vez que nem todos poderão estar presentes na Cova da Iria, nos dias 12 e 13 de maio, a Igreja Católica local convida todas as comunidades da região nortenha, desde “os seus leigos, consagrados(as), diáconos, presbíteros e bispos” a todas as “paróquias e vigararias”, a participarem numa peregrinação diocesana a Fátima, no dia 9 de setembro.

Para, “a exemplo do gesto do Papa Francisco”, se constituírem “peregrinas na esperança e na paz, junto de Nossa Senhora”.

Com esta peregrinação, os bispos pretendem também retribuir e “agradecer a visita que a Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima fez ao Porto”, entre 10 de abril e 01 de maio de 2016.

“Vamos como Igreja inteira peregrinar a Fátima para caminharmos com Maria pelas fontes da alegria”, apelam os responsáveis católicos, que escolheram como lema da peregrinação diocesana a frase ‘Com Maria, Senhora de Fátima, Igreja do Porto peregrina e missionária’.

Esta deslocação das comunidades católicas ao Santuário de Fátima marcará também a abertura do novo ano pastoral da Diocese do Porto. 

 

 

As mensagens de Páscoa
dos bispos portugueses

A perseguição aos cristãos esteve no centro da intervenção do cardeal-patriarca de Lisboa durante a Vigília Pascal. D. Manuel Clemente falava durante a homilia da Missa que celebra a ressurreição de Jesus, uma mensagem que se repete “em tantos outros sítios que mais parecem a Jerusalém de então – com os discípulos escondidos e tantos medos difusos pela recente tragédia do Calvário”.

“Assim acontece e porventura ainda com mais certeza do que aqui entre nós, aí onde a luz pascal de Cristo domina as densas trevas da perseguição aos cristãos, hoje os mais perseguidos de todos os crentes na globalidade do mundo”, declarou.

O arcebispo de Braga alertou na celebração da Vigília Pascal para o “vazio espiritual” que afeta a humanidade, situação que desafia os católicos. “A crise de fé decorre, como sabemos, de um vazio espiritual que, por sua vez, é consequência de uma indiferença em relação a Deus”, sustentou D. Jorge Ortiga.

Já o bispo de Setúbal escreveu uma mensagem de Páscoa a todas as 

 

famílias, onde destaca um tempo essencial para “revitalizar” a “esperança” numa sociedade que parece enfrentar o dramatismo de um “inverno” permanente. “Num tempo em que experimentamos diariamente a ocorrência de atos bárbaros de violência e guerra (…) é bom celebrar e interiorizar a mensagem da Páscoa, do caminho da cruz que se faz dom absoluto de vida”, refere D. José Ornelas Carvalho.

O bispo do Funchal, no Arquipélago da Madeira, disse que a Páscoa tem de ser uma oportunidade para os cristãos serem sinónimo da “luz” de Cristo para todos quantos estão hoje caídos nas “periferias existenciais e geográficas do mundo”. D. António Carrilho salienta que o tempo pascal é um convite a cada crente “levar a luz, a esperança e a vida” de Jesus aos outros.

O bispo de Viana do Castelo recordou por sua vez, durante a celebração da Vigília Pascal, o papel das mulheres na vida da Igreja desde o anúncio da ressurreição de Jesus. "Maria Madalena e a outra Maria foram as primeiras a ir ao sepulcro ao 

 

 

 

encontro de Cristo. Hoje, presto a minha homenagem às mulheres sem as quais a Igreja não seria o que é", disse D. Anacleto Oliveira.

O bispo de Lamego, D. António Couto, declarou na Sé da diocese que viver a Páscoa é encarar a vida com um “coração novo” e alerta para o “exílio” da indiferença que Cristo quis transformar com a sua entrega pela

 

humanidade, mas que hoje ameaça continuar.

Nos Açores, o bispo da Diocese de Angra defendeu na celebração Vigília Pascal que só cristãos empenhados podem mudar o mundo. “O mundo continua a ter necessidade do testemunho desta Vida Nova em Cristo e ele só poderá atingir a nossa sociedade e a cultura atual através de nós”, afirmou D. João Lavrador.

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Jesuítas propõem 50 textos e 50 imagens «para melhor viver a Páscoa»

 

 

 

Celebrar a Páscoa hoje - Bispo do Porto

 

 

Páscoa com olhar para quem mais sofre

 

O Papa Francisco recordou na sua mensagem pascal as vítimas das “escravidões”, da violência e das migrações forçadas, deixando uma mensagem de esperança a todos os que são “oprimidos” pelo mal. “Cuida de quantos são vítimas de escravidões antigas e novas: trabalhos desumanos, tráficos ilícitos, exploração e discriminação, dependências graves”, disse Francisco, antes de conceder a bênção ‘urbi et orbi’.

 

 

“Cuida das crianças e adolescentes que se veem privados da sua vida despreocupada para ser explorados; e de quem tem o coração ferido pela violência que sofre dentro das paredes da própria casa”, acrescentou, numa recordação das vítimas de violência doméstica.

A intervenção, desde a varanda central da Basílica de São Pedro, pediu “respeito e ternura” para quem vive nos “labirintos da solidão e da 

 

 

 

 

 

marginalização”, antes de lembrar os migrantes e refugiados. “O Pastor ressuscitado faz-se companheiro de viagem das pessoas que são forçadas a deixar a sua terra por causa de conflitos armados, ataques terroristas, carestias, regimes opressores. A estes migrantes forçados, Ele faz encontrar, sob cada canto do céu, irmãos que compartilham o pão e a esperança no caminho comum”, declarou.

A mensagem começou por repetir o “anúncio maravilhoso” da ressurreição de Jesus, que abriu a “passagem para a vida eterna”. “Todos nós, quando nos deixamos dominar pelo pecado, perdemos o caminho certo e vagamos como ovelhas perdidas. Mas o próprio Deus, o nosso Pastor, veio procurar-nos e, para nos salvar, abaixou-se até à humilhação da cruz”, sustentou.

Já após a bênção, Francisco deixou votos de Boa Páscoa a todos os presentes e  a quem o acompanhou através dos vários meios de comunicação, numa cerimónia transmita por cerca de 160 estações televisivas de vários países, incluindo Portugal.

 

“Que o anúncio pascal de Cristo Ressuscitado possa reavivar as esperanças das vossas famílias e das vossas comunidades, em particular das novas gerações, que são o futuro da Igreja e da humanidade”, desejou.

Na véspera, Francisco disse durante a Missa da Vigília Pascal que Cristo está vivo e “quer ressurgir em tantos rostos que sepultaram a esperança, sepultaram os sonhos, sepultaram a dignidade”.

“Vamos… a todos aqueles lugares onde pareça que o sepulcro tenha a última palavra e onde pareça que a morte tenha sido a única solução. Vamos anunciar, partilhar, revelar que é verdade: o Senhor está Vivo”, afirmou na Basílica de São Pedro.

Francisco presidiu à Vigília Pascal, a principal e mais antiga festa do ano litúrgico, que celebra a ressurreição de Jesus, com sinais e simbolismos únicos, como o fogo e a luz e a água batismal, durante a qual batizou 11 catecúmenos.  

 

Papa condena ignóbil ataque contra civis
na Síria

O Papa condenou no Vaticano o ataque conta civis que este sábado fez mais de 100 mortos na cidade síria de Alepo, falando durante a sua mensagem pascal. “[Deus] sustente os esforços de quantos trabalham ativamente para levar alívio e conforto à população civil na Síria, a amada e martirizada Síria, vítima duma guerra que não cessa de semear horrores e morte. Data de ontem o último ignóbil ataque aos deslocados em fuga que provocou numerosos mortos e feridos”, disse Francisco, antes de conceder a bênção ‘urbi et orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], algo que acontece nos dias de Páscoa e de Natal.

O atentado com uma camioneta armadilhada junto a autocarros que retiravam civis e combatentes de Alepo, este sábado, na Síria, causou 112 mortos, segundo um novo balanço do Observatório Sírio dos Direitos do Homem.

O Papa rezou por todos os que procuram “a justiça e a paz” e desafiou os responsáveis políticos a ter “a coragem de evitar a propagação dos conflitos e travar o tráfico das 

 

armas”. “[Deus] Conceda paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra Santa, bem como ao Iraque e ao Iémen”, acrescentou.

A intervenção evocou a "gravíssima fome" em África e as guerras que atingem as populações do Sudão do Sul, do Sudão, da Somália e da República Democrática do Congo.

Num olhar global, o Papa falou das “tensões políticas e sociais” na América Latina, que tem gerado situações de violência, e apelou à luta contra o “flagelo da corrupção” bem como à “consolidação das instituições democráticas”.

Francisco recordou, mais uma vez, a população da Ucrânia “atormentada ainda por um conflito sangrento”, desejando que seja possível “reencontrar a concórdia” no país.

 

 

 

Esperança e Ressurreição

O Papa Francisco disse no Vaticano que o Cristianismo é mais do que uma ideologia ou sistema filosófico, porque se baseia na Ressurreição de Jesus, celebrada na Páscoa, mostrando que a morte não tem a “última palavra”. “Se tudo tivesse acabado com a morte de Jesus, apenas teríamos nele um exemplo de entrega e generosidade, mas não seria suficiente para gerar a nossa fé, porque a fé nasce na manhã da Páscoa”, declarou, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal.

Francisco apresentou o Cristianismo como um “caminho de fé” que parte do testemunho dos primeiros discípulos de Jesus a respeito da sua Ressurreição. "[Jesus] morreu, mas ressuscitou, porque a fé nasce da ressurreição. Aceitar que cristo morreu e morreu crucificado não é um ato de fé, é um facto histórico. Acreditar que ressuscitou, sim", precisou.

“O Cristianismo é graça, é surpresa, e por isso pressupõe um coração capaz do espanto. Um coração fechado, racionalista, é incapaz do espanto e não pode entender o que é o Cristianismo, porque o Cristianismo

 

 

é graça e esta só se compreende, mais, só se encontra no espanto do encontro”, acrescentou.

O Papa observou que o Cristianismo é a “busca de Deus” por cada pessoa e não o contrário, porque só “Deus é capaz de fazer ressurgir” todos, a partir dos seus sepulcros particulares, com “felicidade, vida”. “Deus faz crescer as suas flores mais belas no meio das pedras mais áridas”, sustentou.

Francisco convidou os católicos a dar testemunho desta fé na vida em Jesus, com o seu sorriso e dedicação ao próximo. “Jesus está aqui, na Praça, connosco, vivo e ressuscitado”, exclamou.

Na parte final da audiência geral, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa, particularmente os grupos vindos de Portugal e do Brasil.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem acredita na Ressurreição?

  Lígia Silveira   
  Agência ECCLESIA   

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

As minhas entrevistas são assiduamente surpreendentes. Não poucas vezes sou tocada por pessoas que acabei de conhecer e, mais do que um registo magnético que preciso de recolher por motivos laborais, fixo-me na sua humanidade e nas palavras que dizem tanto à minha vida.

Os últimos dias foram recheados desses encontros.
O desafio seria procurar «vidas ressuscitadas» e foram várias as pessoas que nos confiaram momentos, impressionantemente pessoais, em que os seus trajetos, não isentos de sofrimento, mostram uma mudança e muitas vezes um novo começo.
Estas histórias, algumas mais próximas da fé, falam de conversão, de um acreditar sem ver, de confiar, recordam itinerários, experiências e silêncios que conduziram os seus protagonistas a um surgir de novo – para alguns a uma ressurreição que nem mesmo os próprios acreditavam ser possível.

Dependências de álcool e drogas tiraram a dignidade humana durante largos anos a pessoas que viveram em situação de sem-abrigo mas que, ajudadas por outros, optam por se reconstruir; o diagnóstico oncológico, repetido por três ocasiões, e o consequente tratamento como ocasião de profunda oração pessoal e em casal, encontrando nestes momentos a força para acreditar e confiar; viver durante um período de vida num bairro fazendo-se um entre outros que partilham a realidade social e económica periférica; desistir de uma carreira de sucesso para orientar os seus 

 

 

 

dias a servir, voluntariamente, ajudando outros a reencontrar a dignidade.

O que parece ser o fim da linha pode ser o início de um percurso feliz. A isso alude o calendário litúrgico nestes dias em que os cristãos recordam a morte e celebram, posteriormente, a ressurreição de Cristo. As vidas com que me cruzei atualizam esta certeza tantas vezes de forma incógnita. Alguns chamam-lhe ressurreição, outros nascer de novo, outros ainda, uma segunda oportunidade. Mas ela acontece diariamente. Estejamos nós atentos e disponíveis para dar eco desse acontecimento.

 

PS: O fenómeno de Fátima surgiu tarde na minha vida. E mais recentemente tenho direcionado o meu olhar para o local que muitos entendem, primeira e principalmente, como um lugar de silêncio e de paz. Com a confirmação da canonização de Francisco e Jacinta Marto gostaria de sublinhar o que as crianças têm para nos ensinar. Como já dizia o padre e poeta José Tolentino Mendonça «(…) O mistério está todo na infância: /é preciso que o homem siga/ o que há de mais luminoso/ à maneira da criança futura.»

 

 

 

 

  

Era uma notícia muito aguardada e que chegou esta quinta-feira, desde o Vaticano: a 13 de maio, em Fátima, o Papa Francisco proclamará santos os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, durante a sua visita a Portugal por ocasião do centenário das aparições marianas.

As duas crianças, ambas testemunhas, com a prima Lúcia dos Santos, das aparições da Virgem Maria na Cova da Iria, serão elevadas às honras dos altares pessoalmente pelo Papa, que pela terceira vez presidirá a uma canonização fora de Roma.

A data e o local para a canonização dos irmãos pastorinhos foram anunciados hoje após um Consistório Público, reunião formal entre o Papa e cardeais, no Palácio Apostólico do Vaticano.

O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos,

cardeal Angelo Amato, disse durante o Consistório

que a “breve vida” dos mais novos pastorinhos de

Fátima “foi rica de fé, amor e oração”.

O Semanário ECCLESIA apresenta reações e textos

que ajudam a entender o que está em causa

nesta canonização, que coroa o Centenário

das Aparições.

 

 

 

 

 

Canonização a 13 de maio

O Papa Francisco anunciou no Vaticano que vai presidir à canonização de Francisco e Jacinta Marto em Fátima, no dia 13 de maio. Os dois pastorinhos de Fátima tornam-se assim nos mais jovens santos não-mártires da história da Igreja Católica.

O Santuário de Fátima "volta assim a ser o palco de uma cerimónia no 

 

processo de canonização de Francisco e Jacinta, depois de, a 13 de maio de 2000, João Paulo II ter presidido ali à beatificação dos dois videntes", assinala a instituição.

A canonização acontece após a aprovação, a 23 de março, de um milagre atribuído a Francisco e Jacinta, última etapa do processo, iniciado há 65 anos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No processo de Francisco e Jacinta Marto, foi aceite como milagre a cura de uma criança no Brasil, considerada inexplicável à luz da ciência atual.

A cerimónia de canonização de Francisco e Jacinta Marto vai decorrer no início da Missa das 10h00 de 13 de maio no Santuário de Fátima, presidida pelo Papa Francisco, logo após o cântico de entrada e a saudação inicial, proferida pelo Santo Padre.

Os relicários em forma de candeias contendo as relíquias dos dois novos santos da Igreja Católica, uma madeixa de cabelo de Jacinta e um fragmento de osso da costela de Francisco, integram o cortejo de entrada da Missa, sendo colocados junto ao Presbitério do Recinto.

O transporte das relíquias é feito pela Irmã Ângela Coelho, Postuladora da Causa da Canonização de Francisco e Jacinta. Segue-se a cerimónia de canonização dos dois Pastorinhos, a primeira realizada em Portugal, a qual, como as anteriores, obedece 

 

a um rito em latim, iniciado com o cântico Veni Creator.

O Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, faz então uma breve apresentação da biografia dos dois novos santos, antes da invocação da ladainha dos santos.

Cânticos de júbilo assinalam a proclamação, dando por fim a cerimónia e retomando a celebração da Missa.

A decisão do Papa Francisco de canonizar os dois Pastorinhos a 13 de maio não altera o programa definido para a Peregrinação do Papa a Fátima, apenas fazendo atrasar os restantes pontos da visita, nomeadamente o almoço do Santo Padre com os bispos portugueses, na Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo, explica o Santuário de Fátima. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consistório: «Tudo correu muito bem» - Cardeal Saraiva Martins

 

Prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos participou no consistório em que foi anunciado o local e a data da canonização dos pastorinhos

 

AE – O cardeal Saraiva Martins participou no Consistório onde foi anunciada a canonização de Francisco e Jacinta. Como viveu esse momento?

Cardeal Saraiva Martins - Trata-se de um dia extraordinário para a história da Igreja em Portugal, em concreto para o grande acontecimento de Fátima.

Participei no consistório com o Papa Francisco onde nos pronunciámos sobre a canonização dos pastorinhos, Francisco e Jacinto. Tudo correu muito bem. O dia 13 de maio será um grande acontecimento para a História da Igreja universal.

 

AE – Que reações gerou o anúncio da data e do local?

CSM – Os que participam no consistório têm estudados os documentos sobre as causas de canonização que são analisadas e conhecem a história de cada um dos 

 

candidatos. Também os pastorinhos. os e vão agora ser canonizados.

Recebemos a documentação quase há um mês e por isso estávamos por dentro de tudo. Não houve nenhum problema.

 

AE – Sendo proclamados como modelos de santidade para todos os crentes, que virtudesde Francisco e Jacinta devem ser motivo de atenção?

CSM – Os pastorinhos são um grande modelo de santidade. Foram beatificados quando eu era prefeito da Congregação das Causas dos Santos, e por isso, estudei em profundidade a vida dos pastorinhos e cheguei à conclusão de que viveram as virtudes em grau heroico, devendo assim ser beatificados. A coisa mais interessante é que os dois pastorinhos são as duas crianças não-mártires da História da Igreja que foram beatificad

 

 

 

AE – O facto de a canonização acontecer em Portugal, pela primeira vez no nosso país, que importância tem?

CSM – Quando era prefeito da Congregação das Causas dos Santos foi feita a distinção para os locais das beatificações e canonizações: as canonizações são feitas em Roma e as beatificações nas igrejas locais dos candidatos à beatificação. O que se reveste sobretudo de importância missionária. A beatificação nas igrejas locais é um ato de evangelização extraordinário para todos os membros da comunidade.

 

 

 

 

Agora, as canonizações fazem-se Roma e as beatificações nas igrejas locais. Mas o Papa pode decidir canonizar nas igrejas locais. Por exemplo, o primeiro santo brasileiro foi canonizado não em Roma, mas na Aparecida, no Brasil. Não tendo nenhum Santo, é normal que o primeiro santo fosse canonizado no Brasil.

Trata-se de um princípio de direito pontifício, não de direito divino. O Papa tem de ter a liberdade de decidir de acordo com as situações.

 

 

 


 

AE – Em Portugal trata-se também da primeira canonização…

CSM – O Papa pode decidir o que é melhor para as igrejas locais. É o que vai acontecer em Fátima.

Os dois pastorinhos foram beatificados em Fátima e agora são canonizados em Fátima. É um facto extraordinário.

 

AE – Para a Igreja Católica em Portugal, que desafio constitui a canonização em Fátima?

CSM – É um modo de acentuar a importância eclesial da vida e do 

 

exemplo dos pastorinhos Jacinta e Francisco. É extraordinário para a Igreja em Portugal e no mundo inteiro.

Fátima é não só o altar do mundo, mas também a cátedra do mundo, pelo aspeto doutrinal da Mensagem de Fátima, sobretudo hoje, na celebração do centenário.

 

AE – Acredito que estará em Fátima a participar na canonização dos pastorinhos…

CSM – Eu vou no avião do Papa, como membro da comitiva. Participarei na canonização.

 

 

O milagre que abriu caminho à Canonização

O Vaticano ofereceu pela primeira vez detalhes sobre o caso considerado como milagre que abriu caminho à canonização dos beatos Francisco e Jacinta Marto, que vão ser declarados santos a 13 de maio, em Fátima.

“O [milagre] que abriu o caminho para a canonização, foi reconhecido em 23 de março passado, e diz respeito a uma criança brasileira, que na época tinha seis anos”, adianta a Rádio Vaticano.

A criança estava em casa do avô, brincando com uma irmã, quando caiu por acidente de uma janela, de cerca sete metros de altura, “sofrendo um grave traumatismo crânio-encefálico, com a perda de material encefália”.

A emissora pontifícia relata que a criança foi levada ao hospital, em coma, e operada.

Segundo os médicos, caso sobrevivesse, o menor “viveria em estado vegetativo ou, no máximo, com graves deficiências cognitivas”.

“Milagrosamente, após três dias, a criança recebeu alta, não sendo constatado nenhum dano neurológico ou cognitivo”, acrescenta a informação.

 

A 2 de fevereiro de 2007, uma equipa médica consultada pelo Vaticano parecer positivo unânime sobre o caso, como "cura inexplicável do ponto de vista científico".

Segundo a Rádio Vaticano, no momento do incidente, o pai da criança tinha invocado Nossa Senhora de Fátima e os dois pequenos beatos; os familiares e uma comunidade de religiosas de clausura haviam rezado com insistência, pedindo a intercessão dos Pastorinhos de Fátima.

A postuladora da causa de canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, irmã Ângela Coelho, tinha referido à Agência ECCLESIA que o milagre necessário para a canonização, após a beatificação de 13 de maio de 2000, tinha “todas as condições” para ser validado.

“É bonito por isto mesmo: duas crianças cuidam de uma criança”, referiu a irmã Ângela Coelho.

Os trâmites processuais para o reconhecimento de um milagre, por parte do Papa, acontecem segundo normas estabelecidas em 1983.

A Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) promove uma

 

 

 

 

 

 

 consulta médica sobre a alegada cura, para saber se a mesma é inexplicável à luz da ciência atual, feita por peritos; o caso é depois submetido à avaliação de consultores teológicos e de uma 

 

sessão de cardeais e bispos.

A aprovação final depende do Papa, que detém a competência exclusiva de reconhecer uma cura como verdadeiro milagre.

 

 

 

 

Francisco e Jacinta Marto

Francisco Marto nasceu em 11 de junho de 1908 e foi batizado no dia 20 de junho. Jacinta, sua irmã mais nova, nasceu em 05 de Março de 1910 e foi batizada no dia 19 desse mês. Ambos nasceram em Aljustrel e foram batizados na paróquia de Fátima. Eram os mais novos dos sete filhos de 

 

Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus, e primos de Lúcia de Jesus (1907-2005).

Receberam, desde muito novos, uma educação cristã simples. Cedo se fizeram pastores do rebanho da família. Acompanhavam a prima Lúcia, um pouco mais velha, também 

 

 

 

 

ela pequena pastora.

Os três pastorinhos veem um Anjo por três vezes, na primavera, verão e outono de 1916, na Loca do Cabeço e no poço da casa da Lúcia, que os convidou à adoração a Deus.

Em 13 de maio de 1917, foram visitados, na Cova da Iria, pela Virgem Maria, que lhes pediu que ali voltassem a cada dia 13 até outubro. No curso dos seis encontros, a Senhora do Rosário dá a ver aos pastorinhos a esperança que Deus oferece ao mundo tocado pelo sofrimento e pelo mal e convida-os a comprometerem-se com a conversão dos corações humanos, pela oração do rosário, pelo sacrifício reparador e pela consagração dos seus corações e do mundo ao Coração Imaculado.

As vidas do Francisco e da Jacinta transformaram-se definitivamente à luz da Mensagem de Misericórdia. O Francisco assume uma vida de contemplação, comprometido com a consolação de Deus que lhe parece estar «tão triste». A Senhora recomendara que ele rezasse muitos terços. E muito rezará o Francisco, procurando a solidão do monte ou a 

 

companhia do Jesus escondido no sacrário da Igreja paroquial para «pensar em Deus».

A Jacinta deixa-se impressionar pelo sofrimento dos pecadores e reza e sacrifica-se pela sua conversão, pela paz no mundo, e pelo Santo Padre: «Sofro muito, mas ofereço tudo pela conversão dos pecadores e para reparar o Coração Imaculado de Maria, e também pelo Santo Padre», confidenciou a Lúcia, na sua doença. E, pouco antes de morrer, dizia: «No Céu vou amar muito a Jesus e o Coração Imaculado de Maria».

Em 4 de abril de 1919, pelas 22h00, faleceu o Francisco, com apenas 10 anos. Adoecera, em outubro de 1918, com a epidemia broncopneumónica, tal como a sua irmã Jacinta, que adoece no final do ano de 1918. Esta virá a ser internada no Hospital de Ourém, e mais tarde em Lisboa, no Hospital de D. Estefânia. Falecerá sozinha, às 22h30 do dia 20 de fevereiro de 1920, com 9 anos.

Em Fátima, em 13 de maio do ano jubilar 2000, o Papa João Paulo II beatificou-os.

 

 

Canonização dos Pastorinhos em Fátima

 

É com uma imensa e indescritível alegria que recebemos a notícia de que a canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto será em Fátima, na celebração presidida pelo Papa Francisco, no dia 13 de maio, precisamente nos cem anos da primeira aparição em que os pastorinhos viram a linda Senhora vestida de Luz.

Este acontecimento é um grande dom para a nossa diocese de Leiria-Fátima, donde são originários os

 

 pastorinhos, como também para o Santuário de Fátima, para a Igreja em Portugal e para a Igreja universal, para todos os que reconhecem nos pastorinhos o exemplo luminoso de um caminho de santidade que, através do Imaculado Coração de Maria, nos conduz até Deus. A santidade destas duas crianças é, na verdade, “um dos frutos mais belos da Mensagem de Fátima” (P. Luis Kondor).

É também significativo que esta graça seja concedida ao mundo inteiro

 

 


 

 

no centenário das Aparições. De facto, com a peregrinação do Santo Padre a Fátima e a canonização dos Pastorinhos podemos dizer que a celebração do centenário atinge todo o seu esplendor.

Queremos agradecer em primeiro lugar ao Senhor nosso Deus e à Virgem Santíssima este grande dom. Agradecemos também ao Papa Francisco que, como Pastor universal da Igreja, nos concedeu tão benevolamente a graça da festa da 

 

canonização em Fátima sob a sua presidência. Estamos certos de que Francisco e Jacinta não deixarão de lhe manifestar a sua gratidão e a eles associamos as nossas orações de reconhecimento.

Deixemos ecoar no nosso íntimo o hino dos Pastorinhos: “Cantemos alegres, a uma só voz: Francisco e Jacinta, rogai por nós”!

D. António Marto

Bispo de Leria-Fátima

 

 

Reconhecimento da importância mundial de Fátima

É com um sentimento de grande alegria que recebemos a notícia de que a canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto terá lugar aqui, no Santuário de Fátima, no dia 13 de maio, na peregrinação 

 

de Sua Santidade o Papa Francisco.

Um sentimento de grande alegria, mas igualmente de profunda gratidão: gratidão a Deus, que nos concede a graça de novos santos como modelos e intercessores; mas gratidão igualmente ao Santo Padre, que tomou a decisão de fazer a canonização neste lugar.

Que esta canonização tenha lugar em Fátima torna-a, para nós, muito especial: porque é este Santuário que custodia as suas relíquias; é neste Santuário que estão os seus túmulos; muito especial porque escolher Fátima para este ato solene da Igreja universal é reconhecer a importância mundial de Fátima e é igualmente reconhecer Fátima como verdadeira “escola de santidade”; por fim, muito especial 

 

 

 

porque a canonização dos dois mais jovens videntes de Fátima vem coroar a grande celebração do Centenário das Aparições.

É claro que faríamos a celebração festiva dos 100 anos das aparições de Nossa Senhora mesmo que não houvesse canonização. Mas o facto deste reconhecimento eclesial ter lugar em Fátima, no dia 13 de maio, com a presença do Santo Padre, faz 

 

 

deste momento o ápice de todo o programa celebrativo do Centenário.

É, por isso, com ânimo renovado que convidamos todos os a vir a Fátima, para rezar com o Papa Francisco e para dar graças a Deus pela santidade dos Pastorinhos. Santuário de Fátima, 20 de abril de 2017

P. Carlos Cabecinhas,

Reitor do Santuário de Fátima

 

Os sinos do Santuário de Fátima tocaram hoje a repique para celebrar a notícia de que o Papa Francisco vai presidir à canonização dos beatos Francisco e Jacinta Marto a 13 de maio, na Cova da Iria. O reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, juntou-se pouco depois aos peregrinos e visitantes, na Capelinha das Aparições, para um “momento singelo de oração”, após ter anunciado a decisão, momento saudado pelos presentes com uma salva de palmas. 

 

 

Bispos manifestam alegria pela canonização dos pastorinhos

A Conferência Episcopal Portuguesa acolheu com “imensa alegria“ o anúncio da data da canonização de Francisco e Jacinta Marto, que terá lugar no dia 13 de maio no Santuário de Fátima. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o porta-voz e secretário da CEP realça que o facto de este acontecimento ter lugar “em Portugal”, a par da celebração do “Centenário das Aparições” e da “presença do Santo Padre” serão “motivos maiores todos” acorrerem a Fátima nos dias 12 e 13 de maio.

“Que o exemplo de vida de Francisco e Jacinta Marto, agora apresentados a toda a Igreja como modelos e intercessores da santidade, contribua para intensificarmos a vivência da mensagem que Nossa Senhora do Rosário nos ofereceu em Fátima”, escreve o padre Manuel Barbosa.

A nota da CEP desafia as comunidades católicas a estarem na Cova da Iria como “peregrinas na esperança e na paz, em sintonia de oração e de acolhimento do dom da santidade”. O texto salienta que “nunca é demais recordar e insistir na vocação 

 

universal à santidade”, uma “dimensão essencial da vida cristã”, como foi reforçado “pelo Concílio Vaticano II”.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, também reagiu ao anúncio feito pela Santa Sé, acerca da data e do local da canonização de Francisco e Jacinta Marto. “É com muita alegria que recebemos a notícia da canonização de Francisco e Jacinta na sua terra!”, salientou o cardeal-patriarca de Lisboa, numa mensagem publicada através da rede social Twitter, com a ‘hashtag’ #pastorinhos.

D. Manuel Clemente destaca ainda que, com a canonização em Fátima, “mais viva” ficará “a celeste notícia” que os dois irmãos “aí mesmo nos transmitiram”.

 

 
 

 

 

 

Francisco reconhece simultaneamente a transcendência de Deus e o júbilo pela sua presença. Confessa: «do que gostei mais foi de ver a Nosso Senhor, naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus!». Sente-se «a arder, naquela luz que é Deus […]. Como é Deus! Não se pode dizer!». Esta união com Deus fá-lo perceber a dor que lhe provocam as ofensas humanas. Dá-lhe pena por «Ele estar tão triste» e, por isso, brota nele a resposta enternecedora: «Se eu O pudesse consolar!».

Jacinta era especialmente sensível a Cristo crucificado, que para ela condensava o amor de Deus e suscitava, por isso, uma imensa gratidão: «enterneceu-se e chorou» ao contemplá-lo, «porque morreu por nós». É assim levada a desenvolver um diálogo constante de amor: gosta tanto de Jesus e de sua Mãe que não se cansa de lhes dizer que os ama; busca a solidão para «estar muito tempo sozinha, a falar com Jesus escondido».

Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa

no Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima

 

 

 

 

 

Canonização a 13 de maio vem confirmar força da mensagem transmitida aos pastorinhos

 

D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), disse à Agência ECCLESIA que a decisão tomada pelo Papa de canonizar Francisco e Jacinta Marto, a 13 de maio, é um sinal de “apreço” por Fátima.

“A canonização é o confirmar da 

 

 

 

verdade e da força dessa mensagem. Do vigor que essa mensagem tem na incidência da história atual”, referiu o responsável português no Vaticano.

Para D. Carlos Azevedo, a escolha da Cova da Iria como local para a proclamação dos Beatos Francisco e Jacinta como santos “é uma forma

 

 

 

 

 

de testemunhar o apreço por Fátima”, em coincidência com o Centenário das Aparições.

O delegado do Conselho Pontifício da Cultura sublinha ainda a “economia de meios” que permite que muitas pessoas participem na canonização sem necessidade de ir a Roma.

O bispo assinala o “enorme carinho que Portugal tem pelo Papa Francisco” motiva esta vontade de estar perto dele, considerando que a canonização será “uma mais-valia de peregrinação e presença em Fátima”.

D. Carlos Azevedo, que acaba de publicar o livro ‘Fátima - das Visões dos Pastorinhos à Visão Cristã’, afirma que a beatificação de Francisco e 

 

 

 

"O Presidente da República saúda e felicita a comunidade católica, crente em Fátima, pela decisão de canonização de Jacinta e Francisco Marto, que, certamente, conhecerá na próxima visita do Papa Francisco o culminar de um longo processo eclesiástico"
(Presidência da Republica Portuguesa)

 

 
 

Jacinta tinha sido o momento “mais difícil” por ser a primeira vez que se beatificavam crianças com aquela idade.

“Foi necessário o pronunciamento de muitos teólogos em ordem ao avanço da beatificação”, recorda.

 

 

Francisco, o místico, e Jacinta,
novelo de amor

O padre Aventino Oliveira conviveu na sua juventude com os pais de Francisco e Jacinta Marto, que vão ser canonizados pelo Papa Francisco em Fátima. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o religioso dos Missionários da Consolata destaca a confiança que Olímpia de Jesus e Manuel Pedro 

 

Marto, conhecido como Ti’Marto, sempre tiveram nos seus filhos, na veracidade do testemunho que deram, acerca das Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria.

“O Ti Marto era um homem muito espiritual, não sabia ler nem escrever, mas era muito espiritual, e de facto ele acreditou nas aparições desde o primeiro dia, porque dizia: ‘a maneira

 

 

 

 

 como eu eduquei os meus filhos eles não eram capazes de inventar uma história destas”, recorda.

Enquanto jovem seminarista e sacerdote, nas décadas de 1940 e 1950, o padre Aventino Oliveira acompanhou de perto a evolução do Santuário de Fátima e a consolidação da devoção a Nossa Senhora de Fátima.

Esteve durante muitos anos nos Estados Unidos da América, onde desempenhou um papel importante na propagação da Mensagem de Fátima e da espiritualidade dos dois futuros santos portugueses.

Com base no relato dos pais e nos testemunhos da época, o padre Aventino Oliveira traça um retrato dos dois irmãos e pastorinhos, destacando em primeiro lugar o apego à oração de Francisco.

“O Francisco era muito calmo, e tornou-se um místico. Ele viu como o Anjo adorou a Eucaristia nas Aparições e entrou-lhe esta ideia da adoração e passava tempo sozinho na igreja a adorar o Santíssimo”, salienta.

Quanto a Jacinta, o sacerdote dos Missionários da Consolata destaca o seu espírito de sacrifício, em favor da conversão das almas. “A Jacinta era um novelo de amor, uma coisa 

 

incrível. Amor pelos pecadores, sempre a escolher, a inventar sacrifícios para que muitas outras pessoas viessem a conhecer a Deus”, acrescenta.

O padre Aventino Oliveira, de 84 anos, integrou o primeiro grupo de seminaristas formados por João de Marchi, sacerdote italiano que trouxe os Missionários da Consolata para Portugal.

João de Marchi que escreveu o livro ‘Era uma Senhora mais brilhante que o Sol’, hoje já na sua 26.ª edição, baseado em entrevistas a familiares dos três pastorinhos e videntes de Fátima, Francisco, Jacinta e Lúcia, e também no testemunho da própria Lúcia, neste caso em maio de 1946.

O padre Aventino Oliveira destaca a canonização de Francisco e Jacinta Marto, que vai ser presidida pelo Papa Francisco no Santuário de Fátima, a 13 de maio deste ano, como um marco na história da Igreja Católica universal e em Portugal. “É a primeira de crianças não-mártires, portanto é uma primeira mundial e na Igreja Católica, de canonização de crianças”.

 

 

Papa Francisco vai presidir à primeira canonização de sempre em Portugal

A canonização de Francisco e Jacinta Marto, a 13 de maio, em Fátima, presidida pelo Papa Francisco, vai ser a primeira cerimónia do género em Portugal. As celebrações de canonização acontecem, por norma, na Praça de São Pedro, onde o Papa Francisco presidiu a oito cerimónias do género desde 2013, mas o atual pontífice já canonizou dois sacerdotes em viagens ao estrangeiro: São José Vaz (14 de janeiro de 2015, Sri Lanka) e São Junípero Serra (23 de setembro de 2015, Estados Unidos da América).

A Missa a que o Papa vai presidir a 13 de Maio, pelas 10h00, inclui assim o rito de canonização propriamente dito, em português, no qual o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, acompanhado pela postuladora da causa, irmã Ângela Coelho, pede em três momentos sucessivos que os beatos sejam inscritos no “álbum dos Santos”.

“Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro 

 

e Paulo e a nossa, após ter longamente refletido, invocado várias vezes o auxílio divino e escutado o parecer dos nossos irmãos no episcopado, declaramos e definimos como Santos os Beatos Francisco e Jacinta Marto, inscrevemo-los no Álbum dos Santos e estabelecemos que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os Santos”, refere a fórmula de canonização, a ser proferida pelo Papa.

O rito de canonização prevê que os relicários dos dois novos santos sejam colocados junto ao altar.

A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade. Este é um ato reservado ao Papa, desde o século XII, a quem compete inscrever o novo Santo no cânone.

Nos primeiros séculos, o reconhecimento da santidade acontecia em âmbito local, a partir da fama popular do santo e com a aprovação dos bispos. Ao longo do tempo e sobretudo no Ocidente, 

 

 

 

 

 

começou a ser solicitada a intervenção do Papa a fim de conferir um maior grau de autoridade às canonizações dos santos.

A primeira intervenção papal deste tipo foi de João XV em 993, que 

 

declarou santo o bispo Udalrico de Augusta, falecido vinte anos antes. As canonizações tornaram-se exclusividade do pontífice por decisão de Gregório IX em 1234.  

 

 

Relicários-candeias para os futuros Santos

À época dos pastorinhos, a candeia era instrumento com que se rompia as trevas. A pequena luz trémula da candeia, sustentada pelo óleo, recorda-nos a fragilidade com que, no tempo da espera, nas noites do mundo, aguardamos pela vinda definitiva da Luz verdadeira. Já os pastorinhos de Fátima intuíam algo da simbologia da luz: ao sol chamavam a candeia de Nosso Senhor e à lua – que não tem luz própria, que reflete a luz 

 

do sol – a candeia de Nossa Senhora. As luzes que nos iluminam o caminho hão de dizer algo sobre o Mistério da Luz que ilumina a vida.

É ainda a simbologia da luz que melhor descreve a vivência destas crianças-pastores de Fátima, que se viram a si mesmas naquela luz imensa que era Deus. Pelas mãos de Maria, Francisco e Jacinta imergem na Luz, avivando assim, nas suas vidas, o dom e a interpelação que receberam no 

 

 

É ainda a simbologia da luz que melhor descreve a vivência destas crianças-pastores de Fátima, que se viram a si mesmas naquela luz imensa que era Deus. Pelas mãos de Maria, Francisco e Jacinta imergem na Luz, avivando assim, nas suas vidas, o dom e a interpelação que receberam no batismo. A partir de então, assumem a sua vocação batismal, de serem, em Cristo, luz do mundo. Eles mesmos se tornarão «candeias que Deus acendeu para iluminar a humanidade nas suas horas inquietas e sombrias», como deles disse S. João Paulo II, no dia da sua beatificação.

Os relicários que custodiam as suas relíquias são, por isso, em forma de candeia. Recordam-nos a missão que estes dois pastorinhos tão bem cumpriram, de, na simplicidade das suas vidas, oferecerem um reflexo da luz de Deus que rompe as trevas com um toque de esperança. O exemplo de vida de Francisco e Jacinta e o cuidado da sua intercessão, amplamente testemunhado, dão alento à luz da fé da Igreja.

No dia da canonização de Francisco e Jacinta, os relicários em forma de candeia – um deles contendo um fragmento de osso da costela de Francisco e o outro uma madeixa de cabelo de Jacinta – serão levados em procissão junto ao andor da Senhora do Rosário, sua mestra na vida da fé. Os relicários serão transportados sobre um véu branco que leva, ao centro, uma cruz feita de fragmentos da veste branca usada no batismo pelos que serão agora proclamados santos.

A veste branca recorda-nos que, pelo batismo, somos revestidos de Cristo (cf. CIC, 1243).

A Igreja é a assembleia dos que «lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro» (Ap 7,14). Ao contemplar o coração branco da Senhora do Rosário, estas crianças aprendem dele a fidelidade à vocação batismal, a ousadia de entregar a vida – descentrada de si, e centrada em Cristo – a Deus pelo bem dos demais. A interpelação maior que a Igreja acolhe do exemplo espiritual dos Pastorinhos é a de assumir a vocação batismal: uma vida centrada em Deus que se torna reflexo da luz branca com que Deus ilumina o mundo.

Francisco e Jacinta contam-se entre os bem-aventurados de quem Jesus disse: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8). Na pureza do seu coração, foram videntes da misericórdia de Deus. Na pureza do seu coração, dão a ver ao mundo a misericórdia de Deus.

Santuário de Fátima

 

 

batismo. A partir de então, assumem a sua vocação batismal, de serem, em Cristo, luz do mundo. Eles mesmos se tornarão «candeias que Deus acendeu para iluminar a humanidade nas suas horas inquietas e sombrias», como deles disse S. João Paulo II, no dia da sua beatificação.

Os relicários que custodiam as suas relíquias são, por isso, em forma de candeia. Recordam-nos a missão que estes dois pastorinhos tão bem cumpriram, de, na simplicidade das suas vidas, oferecerem um reflexo da luz de Deus que rompe as trevas com um toque de esperança. O exemplo de vida de Francisco e Jacinta e o cuidado da sua intercessão, amplamente testemunhado, dão alento à luz da fé da Igreja.

No dia da canonização de Francisco e Jacinta, os relicários em forma de candeia – um deles contendo um fragmento de osso da costela de Francisco e o outro uma madeixa de cabelo de Jacinta – serão levados em procissão junto ao andor da Senhora do Rosário, sua mestra na vida da fé. Os relicários serão transportados sobre um véu branco que leva, ao centro, uma cruz feita de fragmentos 

 

da veste branca usada no batismo pelos que serão agora proclamados santos.

A veste branca recorda-nos que, pelo batismo, somos revestidos de Cristo (cf. CIC, 1243).

A Igreja é a assembleia dos que «lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro» (Ap 7,14). Ao contemplar o coração branco da Senhora do Rosário, estas crianças aprendem dele a fidelidade à vocação batismal, a ousadia de entregar a vida – descentrada de si, e centrada em Cristo – a Deus pelo bem dos demais. A interpelação maior que a Igreja acolhe do exemplo espiritual dos Pastorinhos é a de assumir a vocação batismal: uma vida centrada em Deus que se torna reflexo da luz branca com que Deus ilumina o mundo.

Francisco e Jacinta contam-se entre os bem-aventurados de quem Jesus disse: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8). Na pureza do seu coração, foram videntes da misericórdia de Deus. Na pureza do seu coração, dão a ver ao mundo a misericórdia de Deus.

 

Santuário de Fátima

 

 

As datas do processo de canonização de Francisco e Jacinta

O Santuário de Fátima recorda algumas datas fundamentais do processo de canonização de Francisco e Jacinta Marto, que chega ao fim 65 anos depois de D. José Alves Correia da Silva, bispo de Leiria, ter aberto a fase diocesana.

 

1952.04.30. Primeira sessão dos Processos Diocesanos sobre a vida, virtudes e fama de santidade de Francisco e de Jacinta Marto.

 

1979.06.02. Conclusão do Processo Diocesano sobre a vida, virtudes e fama de santidade de Jacinta.

 

1979.08.03. Conclusão do Processo Diocesano sobre a vida, virtudes e fama de santidade de Francisco.

 

1981 Sessão plenária da Congregação das Causas dos Santos dedicada ao tema da possibilidade de se canonizar crianças, cujo resultado é unanimemente positivo. O debate sobre o assunto fora impulsionado pela entrega dos Processos do Francisco e da Jacinta, em Roma.

 

 

1988 Entrega das Positio Super Virtutibus de Francisco e de Jacinta à Congregação das Causas dos Santos.

 

1989.05.13. João Paulo II assina o Decreto sobre a heroicidade das virtudes de Francisco e Jacinta Marto.

 

1997 Instrução do Processo Diocesano super miro, para discernir a cura de uma mulher portuguesa de uma paraplegia, atribuída à intercessão dos irmãos Marto.

 

1999 Conclusão do Processo Diocesano, que declara a cura como rápida, completa, duradoura e cientificamente inexplicável. Redação e entrega da Positio super miro à Congregação das Causas dos Santos.

 

1999.06.28. Promulgação, pelo Papa João Paulo II, do decreto da cura miraculosa por intercessão de Francisco e Jacinta, aprovando a sua beatificação.

 

2000.05.13. Beatificação de Francisco e Jacinta por João Paulo II, em Fátima.

 

 

 

 

2016 Instrução do Processo Diocesano super miro, para discernir a cura de uma criança brasileira, atribuída à intercessão dos Beatos Francisco e Jacinta Marto.

 

2017 Conclusão do Processo Diocesano, que declara a cura como rápida, completa, duradoura e cientificamente inexplicável. Redação e entrega da Positio super miro à Congregação das Causas dos Santos.

 

2017.03.23. Promulgação, pelo Papa Francisco, do Decreto da cura miraculosa por intercessão dos Beatos Francisco e Jacinta, aprovando a sua canonização.

 

2017.04.20 Consistório onde se anunciou a Canonização para o dia 13 de maio de 2017, em Fátima.

 

2016 Instrução do Processo Diocesano super miro, para discernir a cura de uma criança brasileira, atribuída à intercessão dos Beatos Francisco e Jacinta Marto.

 

2017 Conclusão do Processo Diocesano, que declara a cura como rápida, completa, duradoura e cientificamente inexplicável. Redação e entrega da Positio super miro à Congregação das Causas dos Santos.

 

2017.03.23. Promulgação, pelo Papa Francisco, do Decreto da cura miraculosa por intercessão dos Beatos Francisco e Jacinta, aprovando a sua canonização.

 

2017.04.20 Consistório onde se anunciou a Canonização para o dia 13 de maio de 2017, em Fátima.

Portugal vai ter novo santo a 15 de outubro

O sacerdote português Ambrósio Francisco Ferro, morto no Brasil a 3 de outubro de 1645 durante perseguições anticatólicas, por tropas holandesas, vai ser canonizado a 15 de outubro, anunciou o Vaticano.

O futuro santo faz parte do grupo dos chamados “protomártires do Brasil”, que foram mortos no atual território da Arquidiocese de Natal, então sob jurisdição portuguesa.

As perseguições do século XVII custaram a vida aos padres André de Soveral e Ambrósio Francesco Ferro, além do leigo Mateus Moreira e outros 27 companheiros.

A 16 de julho de 1645, o padre André de Soveral e outros 70 fiéis foram mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares, quando celebravam  

 

a Missa dominical.

A 3 de outubro de 1645, houve o "massacre de Uruaçú" no qual o padre Ambrósio Francisco Ferro foi torturado e assassinado.

Estes fiéis católicos foram beatificados por João Paulo II, no Vaticano, a 5 de março de 2000, que os apresentou como “as primícias

do trabalho

 

 

 

missionário, os protomártires do Brasil”.

No local do massacre foi erguido o ‘Monumento dos Mártires’.

A data e local para a canonização foram anunciadas após um Consistório

 

 

Público, reunião formal do Papa com cardeais, no Palácio Apostólico do Vaticano.

Além dos mártires do Brasil, vão ser canonizados a 15 de outubro, no Vaticano, três jovens mártires mexicanos (Cristóforo, António e João), o padre espanhol Faustino Míguez e o religioso capuchinho Angelo de Acri, italiano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os Santos de Portugal

Os futuros santos Francisco e Jacinta Marto vão juntar o seu nome a uma lista que começa antes do início da nacionalidade portuguesa.

Antes de 1143, há registo de vários Santos (nalguns casos figuras com história pouco documentada) que demonstram a implantação que, desde bem cedo, o catolicismo teve em Portugal, como São Manços (primeiro Bispo de Évora, séc. I), São Vítor de Braga (mártir do séc. I), São Dâmaso (Papa do séc. IV que alguns afirmam ter nascido em Guimarães), São Sisenando (Diácono e mártir do séc. IX, nascido em Beja), São Rosendo (Bispo do séc. X, nascido em Santo Tirso) ou Santa Senhorinha (beneditina do séc. X, de Vieira do Minho).

Desta fase há a destacar a vida e obra de três bispos de Braga, os Santos Martinho de Dume, Frutuoso e Geraldo.

Após a independência, contam-se entre os fiéis canonizados pela Igreja Católica estão várias figuras de Portugal: São Teotónio, Santo António de Lisboa, a rainha Santa

 

Isabel, Santa Beatriz da Silva, São João de Deus, São Gonçalo Garcia, São João de Brito e D. Nuno Álvares Pereira- São Nuno de Santa Maria, o santo condestável.

A última canonização de uma figura portuguesa da Igreja Católica tinha acontecido a 14 de janeiro de 2015, quando o Papa Francisco proclamou como santo o padre José Vaz (1651-1711), nascido em Goa, então território português.

Outros santos católicos estão ligados à história de Portugal, ainda que não tenham nascido no país: a 16 de Janeiro de 1220 morreram degolados em Marrocos os franciscanos italianos Vital, Berardo, Pedro, Acúrsio, Adjuto e Otão, mais tarde denominados como Santos Mártires de Marrocos, com festa litúrgica a 16 de janeiro; os seus restos mortais foram enviados para Portugal pelo infante D. Pedro.

São Lourenço de Brindes, capuchinho italiano que morreu a 22 de julho de 1619, em Lisboa, foi canonizado por Leão XIII em 1881 e, em 1959, foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa João XXIII.

 

 

Francisco. O Papa do povo

 

 

Lisboa e Porto receberam esta quarta-feira a antestreia do filme ‘Francisco. O Papa do povo’, dirigido pelo italiano Daniele Luchetti, que descreve a vida de Jorge Mario Bergoglio desde a juventude ao dia da sua eleição pontifícia.

O filme conta a história do filho de imigrantes italianos na Argentina desde a vocação  religioso, surgida durante os anos  da ditadura militar, passando pelo trabalho pastoral nas periferias de Buenos Aires, até se tornar Papa.

Daniele Luchetti disse hoje à Agência ECCLESIA que no início do projeto não sabia "nada" sobre a vida do Papa na Argentina, o que o levou ao país sul-americano para ouvir testemunhos e construir uma "narração" que lhe pareceu coerente e realista, a respeito dos vários eventos relatados.

O realizador disse que as palavras do Papa o tocaram com "muita força", tendo por isso aceitado o desafio de

 

 

 

 

 

 ouvir "muitíssimas pessoas" que conheciam Jorge Mario Bergoglio e o seu percurso de "amadurecimento", resultando num filme de investigação que procura falar a todos os públicos.

Luchetti ouviu também críticos do atual Papa, "antes, durante e depois" da realização do filme, mas decidiu incluir aquilo que acreditava "ser verdadeiro", credível, após ouvir as partes envolvidas nos vários episódios.

Produzido pela TaoDue e distribuído pela Medusa, a película evoca também o dia 13 de março de 2013, em que o então cardeal de Buenos Aires foi eleito como sucessor de Bento XVI e assumiu o nome de Francisco.

O filme foi rodado na Argentina, Alemanha e Itália ao longo de 15 semanas; o ator argentino Rodrigo De la Serna e o chileno Sergio Hernandez de Glória dão vida à personagem do atual Papa.

A obra é baseada no best-seller ‘Francisco, o Papa do Povo’, de Evangelina Himitian, jornalista de Buenos Aires.

‘Francisco, Papa do povo’ estreia em Portugal a 4 de maio e recorda o período da ditadura militar que governou a Argentina de 1976 

 

 

a 1983, num processo de raptos e mortes de dezenas de pessoas, que ficou conhecido como ‘o drama dos desaparecidos’.

O filme retrata o papel do atual Papa durante a ditadura na Argentina, ao salvar muitos perseguidos pelos militares, durante os chamados ‘anos de chumbo’

A Agência ECCLESIA apoiou a antestreia do filme em Portugal, que acontece às 21h30 no NorteShopping (Porto) e no Vasco da Gama (Lisboa).

 

Fátima Global

A obra «Fátima – Lugar sagrado global» da autoria de José Eduardo Franco e Bruno Cardoso Reis foi 

 

apresentado em Lisboa pelos historiadores José Barreto e António Matos Ferreira, o antropólogo João 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vasconcelos e o jornalista Joaquim Franco. A obra tem a chancela do Círculo de Leitores, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

“Passados 100 anos sobre as aparições de Fátima na Cova de Santa Iria, pode-se talvez, finalmente, questionar o fenómeno e perguntar pela origem dos pastorinhos, voltar a ler os seus testemunhos, os contornos dos interrogatórios, a forma como a Igreja integrou o fenómeno de fé, como se afirma hoje Fátima como

 

 

 um dos grandes santuários marianos”, realça o comunicado.

Os autores dirigem-se aos que defendem que em Fátima "nada há para analisar, mas sim para denunciar, pois ter-se-ia tratado de um embuste clerical". "Esta não é uma obra apologética, mas também não é um libelo acusatório. Procura perceber Fátima, e inclusive o discurso contra Fátima, em toda a sua complexidade", referem.

 

O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, vai apresentar, esta segunda-feira, 24 de abril, a obra «Papa Francisco - A revolução imparável» dos jornalistas António Marujo e Joaquim Franco. A sessão de apresentação deste livro com a chancela da «Manuscrito» realiza-se às 18:00, na igreja dos Dominicanos (Convento de São Domingos, Rua João de Freitas Branco, 12), em Lisboa.

“Um pensador em ato à escuta do mundo”, “Um nome, um programa”, “Um Papa da misericórdia”, “Um pároco da aldeia global”, “Família, uma chave da mudança”, “Uma política de justiça e misericórdia”, “Um Papa do Sul a falar para o Norte”, “Um par de sapatos contra o suicídio coletivo”, “'Rezar uns pelos outros' e 'fazer coisas juntos'” e “Uma reforma que não dará descanso” são os temas dos que os jornalistas abordam na obra «Papa Francisco - A revolução imparável».

 

 

 

II Concílio do Vaticano: Os pedidos do cardeal Bea aos peregrinos de Fátima

 

A Peregrinação Internacional Aniversária de maio (12 e 13) de 1964 foi presidida pelo cardeal alemão Agostinho Bea (Riedböhringen, 28 de maio de 1881 — Roma, 16 de novembro de 1968), pioneiro do ecumenismo e do diálogo entre Judaísmo e Catolicismo. A peregrinação, que contou com cerca de 500 mil pessoas, teve várias intenções: “Agradecer a Deus o êxito da peregrinação de Paulo VI à Terra Santa; Pedir a união dos cristãos e o pleno êxito do II Concílio do Vaticano; Pedir a santificação das famílias, o aumento das vocações e a paz no mundo e, particularmente, no ultramar português”.

Na sua alocução do pontifical de 13 de maio, o presidente do Secretariado para a União dos Cristãos centrou-se na “segunda destas intenções” e foi também a ela que o Papa Paulo VI “fez referência no telegrama enviado”, (In: Boletim de Informação Pastoral (BIP), Ano VI – 1964 – Maio-Junho – nº 31; página 32). O cardeal Bea foi um dos pilares do II Concílio do Vaticano e, nas celebrações do centenário do seu nascimento, o Papa (canonizado recentemente) João Paulo II realça que “três documentos” foram especialmente caros ao Cardeal Bea e “não cessaram de inspirar numerosas iniciativas da Igreja”, graças à intervenção do Secretariado para a Unidade dos Cristãos e de outros organismos da Santa Sé: “decreto sobre o ecumenismo, da declaração «Nostra aetate» sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs — a começar pelo judaísmo —, e da declaração sobre a liberdade religiosa”.

 


 

Os Papas Pio XII, João XXIII e Paulo VI apreciaram os seus “serviços qualificados” e manifestaram-lhe – “cada um à sua maneira” – uma confiança profunda. “Baste citar o facto de ter sido chamado ao cardinalato e ter sido nomeado primeiro presidente do novo Secretariado para a Unidade dos Cristãos”, disse o Papa polaco.

Durante a sua estadia em Portugal, o cardeal alemão ficou no Seminário dos Olivais (Lisboa), foi recebido pelos 

 

 

chefes de Estado e do governo e visitou, no Carmelo de Coimbra, a Irmã Lúcia, sendo ainda homenageado em várias receções.

Na manhã do dia 12 de maio de 1964, o bispo de Leiria presidiu à cerimónia da bênção e inauguração do Calvário Húngaro em que tomaram parte numerosos peregrinos. O Calvário, com a capela de Santo Estêvão e as 14 estações da Via Sacra, obra de artistas portugueses e húngaros, foi oferecido pelos católicos húngaros exilados. 

 

 

 

Abril 2017

21 abril

*Lisboa – Mafra - A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) promove uma ação de formação em «Marketing, Comunicação e Pastoral» para as organizações religiosas.

 

*Porto – UCP - Sessão do ciclo sobre religião e economia no Projeto «Palavras no Tempo»

 

*Guarda - Seia (Igreja de São Martinho) - Conferência sobre «Visitados pela Senhora de Fátima» por Paulo Rocha e integrada nas Jornadas do Conhecimento.

 

*Mirandela - salão nobre da Câmara Municipal - A teóloga Isabel Varanda vai proferir, uma conferência, em Mirandela, salão nobre da Câmara Municipal, sobre «De Eva a Maria / A Mulher, pastora da vida e portadora da esperança».

 

*Lamego - Auditório do Centro Social e Paroquial de Almacave - Conferência «Onde está Deus?» promovido pelo «Grupo Almacave Jovem»

 

 

 

*Aveiro - São Jacinto - O Encontro Nacional do Ensino Secundário dirigido aos alunos de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) realiza-se em São Jacinto, Aveiro, dias 21 e 22 de abril, e tem como tema «[Re]Liga-te!»

 

22 de abril

*Fátima – Auditório da Casa de São Nuno - Encontro nacional de docentes e investigadores com o tema «Fé e Cultura: O que se espera de um professor cristão na Universidade?»

 

*Lisboa - A Real Irmandade de Santa Cruz e Passos da Graça, em conjunto com a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima e a Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes promovem uma peregrinação inaugural dos caminhos de Fátima.

 

*Loulé - Igreja de São Francisco - Concerto de música clássica para comemorar o centenário das aparições da Cova da Iria

 

*Itália - Roma (Basílica de São Bartolomeu) – o Papa Francisco reza pelos «novos mártires» dos séculos XX e XXI

 

 

 

 

 

*Lisboa - Queijas (Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição) - O Setor da Pastoral da Família do Patriarcado de Lisboa promove retiro para namorados com o tema «Dá e recebe, e alegra a tua vida» (22 e 23)

 

23 abril

*Lisboa - Parque Florestal de Monsanto - D. Manuel Clemente celebra, este domingo, a eucaristia com “mais de 4.000 escuteiros da Região de Lisboa” nas comemorações do dia de São Jorge.

 

*Lisboa - Igreja de Arroios - Missa de Páscoa com as comunidades de rito oriental com D. Nuno Brás

 

*Fátima - Basílica de Nossa Senhora do Rosário - O Santuário de Fátima acolhe um concerto de Páscoa, que vai ter como protagonistas a Escolania de Monserrat, às 15h30 de 23 de abril, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

 

*Lagos - Igreja de Santa Maria - Concerto de música clássica para comemorar o centenário das aparições da Cova da Iria

 
24 de ?abril

*Fátima - Reunião dos bispos da Província Eclesiástica de Lisboa

 

*Fátima - Casa de Nossa Senhora das Dores - Conferência de imprensa da ultreia mundial do Movimento dos Cursos de Cristandade

 

*Lisboa - Convento de São Domingos - O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, vai apresentar, esta segunda-feira, 24 de abril, a obra «Papa Francisco - A revolução imparável» dos jornalistas António Marujo e Joaquim Franco.

 

*Porto - Centro Paroquial de Meixomil - Sessão do ciclo «A Alegria do Amor no Cinema»

 

*Fátima - Casa das Dores - Assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (24 a 27)

 

 

 

   

- O Seminário de Santa Joana Princesa, em Aveiro, acolhe esta sexta-feira (21 de abril) às 21h30, a exibição do filme “Que mal fiz eu a Deus?”, do realizador francês Philippe de Chauveron, uma comédia centrada em temas como a família, o preconceito e as expetativas sociais. O evento é organizado pelas Equipas de Nossa Senhora, em parceria com o Seminário de Santa Joana Princesa.

 

 

- A igreja de São Roque, em Lisboa, vai ser palco este sábado (22 de abril), a partir das 19h00, da peça ‘Paiaçu ou Pai Grande’, uma encenação teatral de textos do Padre António Vieira (1608 – 1697), com interpretação de João Grosso e F. Pedro Oliveira e dramatização de Miguel Abreu.

 

 

- No domingo (23 de abril), vai ter lugar no Santuário de Fátima um concerto de Páscoa, a partir das 15h30 na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, com a Escolania de Monserrat, uma das mais antigas escolas de música sacra da Europa, proveniente da Catalunha, Espanha.

 

 

- O claustro do Convento da Madre de Deus da Verderena, no Barreiro, vai ter aberta ao público a partir desta segunda-feira (24 de abril) a exposição ‘Do 25 de abril ao 1.º de maio’, uma iniciativa da câmara municipal local.

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h30

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo:

10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Entrevista de Aura Miguel

 

Segunda-feira:

12h00 - Informação religiosa

 

Diariamente

18h30 - Terço

 

 

 
RTP2, 13h00

Domingo, 23 de abril, 13h30 - Santidade de dois pastorinhos: Francisco e Jacinta Marto canonizados no dia 13 de maio, em Fátima

 

Segunda-feira, dia 23, 15h00 

Entrevista a António Marujo e a Joaquim Franco sobre o Papa Francisco.

 

Terça-feira, dia 25 15h00 - Informação e entrevista a Maria do Rosário Carneiro sobre o desenvolvimento e a paz.

 

Quarta-feira, dia 26, 15h00 - Informação e entrevista a João Canijo, sobre o filme "Fátima

 

Quinta-feira, dia 27, 15h00 - Informação e entrevista a José Ferreira Gomes sobre o ciclo de conferências sobre A "Reforma aos 500 anos".

 

Sexta-feira, dia 21, 15h00  -  Entrevista. Análise à liturgia de domingo por frei José Nunes e o padre Nélio Pita

 

Antena 1

Domingo, 23 de abril - Santidade dos Pastorinhos
 
Segunda a Sexta-feira, 24 a 28 de abril –  Vidas com sinais de ressurreição.

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano A – 2.º Domingo da Páscoa 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Comunidades com coração misericordioso
 
 

Se cada um tivesse a fotografia da comunidade cristã da sua paróquia, que imagens, que traços apareciam? E se fosse em vídeo, que caminhos, que passos percorridos?

Reparemos na fotografia da comunidade cristã de Jerusalém, tal como aparece na liturgia da Palavra deste segundo domingo da Páscoa: uma comunidade de irmãos, que vive em comunhão fraterna; uma comunidade assídua ao ensino dos apóstolos; uma comunidade que celebra liturgicamente a sua fé; uma comunidade que partilha os bens; uma comunidade que dá testemunho.

Trata-se de uma descrição da comunidade ideal, que pretende servir de modelo à Igreja universal e às igrejas locais. Pensa na tua comunidade cristã e procura ver se é uma comunidade à maneira da comunidade de Jerusalém, nestes cinco elementos.

A tua comunidade cristã é uma comunidade de irmãos que vivem no amor, ou é um grupo de pessoas isoladas, em que cada um procura defender os seus interesses, mesmo que para isso tenha de magoar os outros?

Como comunidade assídua ao ensino dos apóstolos, a tua comunidade cristã é uma comunidade que se constrói à volta da Palavra de Deus, que escuta e que partilha essa Palavra?

A tua comunidade cristã é uma comunidade que celebra liturgicamente a sua fé? A celebração eucarística é um rito aborrecido, a que se assiste por obrigação, ou é uma verdadeira experiência de encontro com o Jesus do amor e do dom da vida, uma experiência de amor partilhado com os irmãos de fé?

 

 

 

A tua comunidade cristã é uma comunidade de partilha do amor, do serviço, do dom da vida, uma comunidade que dá testemunho?

Deixa-te também iluminar pelo Evangelho de hoje, pelo Cristo vivo que ressuscita em ti, que é paz para ti, pelas atitudes de Tomé tantas vezes semelhantes às tuas, e retoma o caminho sempre novo da fé e da vida nova.

Hoje é também o Domingo da Misericórdia de Deus. Como nos diz o Papa Francisco, «a Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo o Evangelho».

Os nossos contemporâneos sofrem

 

ao verem imagens de violência e morte, atitudes de ódio e vingança. Têm necessidade de palavras e gestos de paz e reconciliação, de ternura e perdão, de fidelidade e confiança, de amor e misericórdia. Não nos podemos contentar em rezar ao nosso Deus “misericordioso, lento na cólera, cheio de fidelidade e lealdade”. Procuremos perdoar, ter um olhar e uma escuta de bondade sobre os outros, refrear os nossos impulsos de cólera, ser fiéis aos nossos compromissos e leais nas nossas palavras e nos nossos atos, enfim, ser pessoas com coração misericordioso.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org 

 

 

 

O itinerário devocional
dos Pastorinhos de Fátima

 

Em fevereiro de 2016, a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima reabria ao público, depois de obras que permitiram criar um “itinerário devocional” junto aos túmulos dos Pastorinhos de Fátima. “Queremos propor a todos os peregrinos que queiram aceder aos túmulos um itinerário devocional que os

 

 

 conduza aos túmulos e criar condições nas capelas tumulares para que eles rezem”, referiu o padre Carlos Cabecinhas em entrevista à Agência ECCLESIA.

Quem ia à Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima e procurava rezar junto dos túmulos de Francisco, Jacinta e Lúcia, rezava até então 

 

 

 

contra o espaço, tinha de rezar lateralizado em relação às próprias capelas tumulares. Com as obras, as capelas tumulares foram adequadas à oração dos fiéis.

A sagração da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima data de 7 de outubro de 1953, e o projeto foi concebido pelo arquiteto Gerard Van Kriechen e continuado pelo arquiteto João Antunes. A primeira basílica do Santuário mariano da Cova da Iria recebeu este título do Papa Pio XII, no breve “Luce Superna”, de 11 de novembro de 1954.

Com 70,5 metros de comprimento e 37 de largura a basílica foi construído “inteiramente” com “pedra da região e os altares são de mármore” de Estremoz, de Pero Pinheiro e de Fátima.

No braço esquerdo do transepto encontra-se a capela em que, desde 1

 

de maio de 1951, repousam os restos mortais da Beata Jacinta, que morreu no dia 20 de fevereiro de 1920, e os da Irmã Lúcia, que faleceu em 13 de fevereiro de 2005 e para ali foi trasladada no dia 19 de fevereiro do ano seguinte.

A imagem de Jacinta que aí se encontra é da autoria de Clara Menéres e foi benzida por João Paulo II no dia 13 de maio de 2000.

No lado direito do transepto está a capela onde estão depositados, desde 13 de março de 1952, os restos mortais do Beato Francisco, falecido em 4 de abril de 1919. A imagem de Francisco é do escultor José Rodrigues e foi benzida também por João Paulo II em 13 de maio de 2000. Graça Costa Cabral (1938-2016) é autora das esculturas dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, no recinto de oração, ali colocadas em 2003.

 

O filme ‘Jacinta - O Milagre de Fátima visto pelos olhos de uma criança, atualmente nos cinemas portugueses, com realização de Jorge Paixão da Costa, retrata “a incrível história de Jacinta, a mais nova vidente das aparições de Fátima”.

Nesta produção “a dimensão teológica do fenómeno das aparições é ultrapassado pela dimensão humana de uma criança tocada pelo transcendente”. O telespetador é transportado “numa fantástica viagem no tempo, descobrindo Portugal no início do século XX e testemunhando a forma como a pequena Jacinta vai tocando todos aqueles que a rodeiam”, acrescenta.

Dalila Carmo, Paula Lobo Antunes, Rita Salema e António Pedro Cerdeira são alguns dos atores que participam neste filme.

 

 

Santuário reforça acolhimento
a Peregrinos a pé

 

O Santuário de Fátima vai reforçar este ano o apoio aos “milhares de peregrinos” que se deslocam a pé à Cova da Iria por altura das peregrinações aniversárias (maio a outubro). A instituição prevê que o número “deve aumentar substancialmente” este ano, por se tratar do Centenário das Aparições, 

 

 

“sobretudo a 12 e 13 de maio, com a presença do Papa Francisco”.

“Prevendo um afluxo de peregrinos a pé substancialmente superior (em 2016 foram assinalados 20 mil peregrinos), o Movimento da Mensagem de Fátima (MMF) e as restantes entidades envolvidas nesta área reforçaram a presença, em 

 

 

 

 

termos de postos e de voluntários”, assinala uma nota divulgada na página oficial da visita do Papa a Fátima.

O MMF tem a seu cargo a coordenação de assistência aos peregrinos a pé a Fátima nas peregrinações aniversárias, em colaboração com a Ordem de Malta, a Cruz Vermelha, os Bombeiros, os Escuteiros e a Associação dos Servitas de Nossa Senhora, onde é possível encontrar médicos, enfermeiros e outros voluntários.

“No total, poderão ser 200 mil os peregrinos a pé, ou seja, um número quatro vezes superior ao que se registou em 2016”, assinala a nota.

Uma das novidades para este ano é a assistência espiritual em todos os 70 postos de atendimento aos peregrinos geridos pelo MMF, distribuídos 

 

pelo país, mas com maior incidência no norte. Para poder acudir ao número elevado de peregrinos, foi também 

reforçado o número de profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e outros, totalizando agora 1500 voluntários.

Entre outros locais, vai ser possível encontrar postos de assistência aos peregrinos em Pinheiro de Bemposta, Albergaria-a-Velha, Malaposta, Sabugosa, Santa Luzia, Pedrulha, Almaça, Condeixa, Pombal, Barracão, Caranguejeira, Santa Catarina da Serra, Vendas Novas, Coruche, Almeirim, Pernes, Alcanena, Alcanhões, Riachos, Torres Novas, Minde, Mira, Figueira da Foz, Leiria e Aljubarrota.

 

O Departamento de Filatelia e Numismática do Vaticano vai emitir um selo comemorativa pelos 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima, que vai entrar em circulação a 4 de maio. A Rádio Vaticano informa que o selo, com uma “abordagem bastante clássica”, vai ter um valor de 2 euros e 55 cêntimos. 

 

 

 

 

África: Histórias inspiradoras num continente em lágrimas

Sorrisos de Deus

África é um continente ferido, onde milhões de pessoas sofrem por causa da violência, do terrorismo, da pobreza extrema, das doenças. África é também o continente onde a Igreja regista o maior número de vocações. Parece contraditório? A Irmã Felicita dá a resposta. Assim como a Irmã Goretti, a Irmã Mary, a Irmã Colum…

África é um continente ferido, onde milhões de pessoas estão em lágrimas, precisam de ajuda. No preciso instante, há milhares de pessoas, de homens, mulheres e crianças que não têm nada para comer, que estão amedrontados, que foram forçados a fugir de suas casas, a abandonar tudo o que tinham para salvarem as próprias vidas. No entanto, a pobreza mais extrema não impede manifestações da mais genuína solidariedade, com cada vez mais pessoas a entregarem as suas vidas a Deus, oferecendo-se ao serviço dos mais necessitados da comunidade com uma alegria contagiante. É o caso da Irmã Felicita. Em Juba, no Sudão do Sul, quase todos conhecem a Irmã Felicita Humwara. Ela pertence à congregação do Sagrado Coração de Jesus. 

 

A vida por ali não é fácil. Por causa da guerra, os preços aumentaram e todos ficaram ainda mais pobres. “Há pessoas que vivem praticamente com uma refeição por dia. A vida em Juba é dura e difícil.” Apesar dos poucos recursos disponíveis, estas irmãs desenvolvem um trabalho extraordinário junto das populações mais carenciadas. Por ali acontecem todos os dias verdadeiros milagres de entreajuda. “A clínica é um espaço simples que a nossa congregação criou para podermos ajudar os pobres das redondezas”, explica a Irmã Felicita, embrulhando as palavras num largo sorriso. Um sorriso que cresce ainda mais quando recorda o dia em que decidiu que queria seguir a vida religiosa. “Quando conheci as irmãs ainda estava no terceiro ano. Foi em Torit, em 1984, quando inauguraram a catedral e muitas irmãs vieram nessa altura. Vi os seus hábitos brancos, que eram tão bonitos, tão bonitos… Então, aproximei-me de uma delas e disse: “Gostava de ser irmã. Também posso ser irmã?”

 

 


 

Violência e miséria

A Irmã Maria Goretti junta todos os dias os seus pequenos alunos para mais uma aula. Ela sabe que o seu trabalho é essencial mas muitas vezes parece quase inglório. Também ela está no Sudão do Sul, numa zona mergulhada na mais profunda instabilidade. “Quase todas as noites há armas que disparam por aqui...” Todos têm medo. As irmãs, os pais, as crianças. “Esta luta pelo poder está a destruir o futuro. As crianças têm medo do que irá acontecer”, explica. Tal como ela, também a Irmã Mary Colum está apostada na educação como instrumento no combate à violência e à miséria. Mary Colum Tarawali está na Serra Leoa. “Quando as irmãs chegaram a esta zona, em 1960, as meninas não podiam ir à escola. Então as irmãs tentaram mudar isso. Não foi fácil.” E que fizeram? Andaram de casa em casa

 

e falaram com os pais, explicando que era muito importante que as suas filhas fossem à escola, que iriam ver os benefícios e que região se iria desenvolver. Hoje, mais de 3 mil raparigas frequentam as aulas. Aprendem a ler e a escrever. 

Aprendem jardinagem, costura, cosmética, administração de empresas e informática. E a cozinhar. E hoje, muitas dessas meninas fazem também a mesma pergunta que Felicita Humwara: “Também posso ser irmã?” Felicita, Goretti e Colum são exemplo de irmãs apoiadas diretamente pela Fundação AIS. Elas simbolizam, na sua generosidade, o melhor que a Igreja pode oferecer. Num continente onde milhões de pessoas estão em lágrimas, elas levam, todos os dias, o sorriso de Deus aos mais necessitados. E fazem-no também graças a si, graças aos benfeitores da Fundação AIS.

 

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

O Pastor e os Pastorinhos

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Foi há cem anos, naquela pobre e abandonada ‘Cova da Iria’, que Nossa Senhora veio dizer a três crianças que a paz resulta de vidas dignas e dedicadas aos outros. Em tempo de I Grande Guerra Mundial, Maria veio dizer ao mundo que era urgente mudar a vida, pôr o coração a bater ao ritmo do coração de Deus, ser mais solidário e fraterno com os pequeninos e os pobres.

Cem anos depois, Roma dá a notícia ao mundo de que a Jacinta e o Francisco são santos reconhecidos pela Igreja. D. Manuel Clemente disse que ‘o reconhecimento do milagre é um grande sinal que Deus nos dá’. O Presidente da República referiu que ‘ a canonização dos pastorinhos é motivo de júbilo para Portugal’. Estes pastorinhos são, na longa história da Igreja, as primeiras crianças a ser canonizadas. É para nós, portugueses, uma honra e uma responsabilidade.

Vem aí o Papa Francisco, depois de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. Fátima tem lugar cativo nas agendas dos Papas quando há algo de importante a celebrar. Mesmo limitado de saúde e com regras mais claras para a escolha das suas viagens apostólicas, Francisco nem pestanejou diante do convite para participar no centenário.

Cem anos de Fátima e visita do tão mediático e apreciado Papa Francisco são argumentos suficientes para o país estar em ebulição. Nunca se escreveu tanto sobre Fátima. São rodados filmes, feitas reportagens sem conta. A especulação nos preços da hotelaria é escandalosa. A 12 de Maio, todos os caminhos de Portugal irão dar a Fátima. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os media do mundo inteiro terão apontados à Cova da Iria as suas câmaras e microfones. Será um tempo de graça para que a Mensagem de Nossa Senhora possa ecoar nos ouvidos e tocar nos corações de milhões de pessoas por esse mundo além.

Fátima é um local, uma mensagem incontornável. Vemos, ouvimos e lemos e ninguém pode ignorar o impacto de Fátima em Portugal e no mundo. Há quem ame e quem pareça odiar, mas ninguém fica indiferente. A mediatização extraordinária deste evento tem dado voz a pessoas que falam de Fátima com palavras que não seriam esperadas, saídas da boca de quem saem. Parece evidente que Fátima não é um acontecimento 

 

de há cem anos, mas uma mensagem que mantém força e actualidade, transformando a vida a muitos peregrinos.

Sim, Fátima é ponto de chegada e de partida de milhões de peregrinos. Ali chegam de carro, autocarro, de bicicleta ou a pé. Uns vão sós, outros em família ou em grupo. Pouco importa. Mas o caminho foi tempo de reflexão e de luta interior. Muitos são os que chegam ao santuário com vontade de mudar a sua vida. O dia seguinte a Fátima pode ser muito diferente daquele dia em que decidiram rumar ao santuário. E esta também é uma imagem de marca das propostas religiosas dos tempos que correm na nossa Europa.

Bem vindo Papa Francisco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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