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Octávio Carmo |
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Foto de capa: Manuel Costa
Foto da contracapa: DR
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo Aguiar Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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CEP: Planos para três anos
Octávio Carmo | Henrique Matos Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernando Cassola Marques | Plataforma Compromisso Social Cristão |
Imaturidade |
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![]() Octávio Carmo Agência ECCLESIA |
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Faz sentido debater a relação entre Estado e religião como se ainda estivéssemos no século XVIII? Como se o mundo não tivesse mudado profundamente? Pelos vistos, em Portugal, a ideia de uma sociedade aberta e pluralista passa, para muitos, por ver nas convicções religiosas um resquício do passado, a descartar quanto antes. Lamento. Sobretudo porque é um tema recorrente em que conceitos fundamentais começam a ser esquecidos. A vinda do Papa Francisco e o tradicional rol de queixas que tradicionalmente está ligado a estes momentos levam-me a retomar algumas ideias: a identidade política de uma sociedade tem um fundo cultural, histórico e religioso que a ajudou a determinar. A laicidade corresponde na Europa à afirmação de um paradigma de pluralidade, sem qualquer tolerância para a coação ou imposição de convicções - seja por parte de religiões, seja por parte de Estados. Hoje é evidente a distinção de esferas e de poderes, que se contrapõe a formas de poder teocrático. Mas ainda hoje há pessoas para quem não faz sentido afirmar que é preciso “dar a César o que é de César’- uma frase dos Evangelhos. Estamos concentrados em questões menores, deixando de lado um problema real e profundo. A laicidade não pode ser uma limitação ou a determinação de um mínimo denominador comum, uma espécie de castração da dimensão religiosa no espaço público, mas uma experiência de |
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liberdade e uma oportunidade de abertura ao outro, no respeito absoluto pelas suas convicções. A Concordata Portuguesa consagra um regime de cooperação, - uma “separação colaborante”, se quisermos usar a expressão de alguns |
especialistas - entre Igreja e Estado. É uma riqueza a manter para evitar que aos fundamentalismos se responda com novos totalitarismos que prejudicariam a vida de todos, crentes e não-crentes. Tudo o resto, sim, é imaturidade. |
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FOTO: Thomas Pesquet, a bordo da Estação Espacial Internacional, partilhada no Twitter no dia 25 de abril de 2017 |
"Acompanho as vossas vicissitudes. Sei bem como é difícil a produção, como é muito difícil a distribuição, como é um problema cada vez mais grave a publicidade e, portanto, a sobrevivência económica e financeira da imprensa portuguesa" (Marcelo Rebelo de Sousa, homenagem aos jornais centenário regionais, 8 deles da AIC)
Rezem pela minha viagem ao Egipto como peregrino da paz (Papa Francisco)
Diz o adágio: ‘quem quiser saber: passear ou ler’. Hoje uma e outra actividade estão facilitadas. Quanto ao passeio, pelas redes de estradas, vias férreas, viagens de avião a baixo custo… Quanto à leitura pelas redes de bibliotecas e mediatecas, pela facilidade de adquirir livros e outras publicações através da internet, pelo acesso rápido e eficaz à informação. (Manuel Pinto, RR)
A sociedade portuguesa tem muito a aprender com este espírito escutista de viver em patrulha, em equipa, de ninguém ficar para trás, olhar por todos” (D. Manuel Clemente, São Jorge)
Esperemos que Trump seja prudente e não cumpra a promessa de resolver sozinho o problema da Coreia do Norte se a China não ajudar. (Francisco Sarsfield Cabral, RR) |
Desigualdade salarial ameaça coesão social
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A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) considera que a "desigualdade salarial coloca em perigo a coesão social" e afirma a necessidade de construir uma sociedade "mais justa" e "igualitária" com "salários justos". “Lutar por um trabalho digno para todos, pagar salários justos, reduzir as grandes disparidades remuneratórias, respeitar os equilíbrios entre empregadores e empregados, |
reduzir a precariedade do emprego e eliminar todas as formas de exploração laboral” são objetivos que devem ser “prosseguidos por todos os que ambicionam viver numa sociedade justa e pacífica”, sublinha a CNJP. Numa nota publicada pelo organismo católico, onde se analisam as conclusões do ‘Relatório Mundial sobre os Salários 2016/2017’, da Organização Internacional do |
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Trabalho, a CNJP refere que o salário representa um “aspeto importante” de todo o conjunto de preocupações e destaca que o aumentado o salário mínimo em Portugal “é uma medida no caminho certo”. “Ajuda o combate à pobreza, mas ainda é manifestamente insuficiente”, observa sobre o caso português A CNJP assinala que a “grande maioria dos cidadãos” (com as suas famílias) dependem exclusivamente do salário que auferem e “salários demasiadamente baixos são responsáveis por níveis de pobreza intoleráveis”. Os responsáveis da CNJP, ligada à Conferência Episcopal Portuguesa, ao terem conhecimento do Relatório Mundial sobre os Salários 2016/2017 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Global Wage Report 2016/2017: Wage inequality in the workplace – realçaram sete aspetos sobre os salários em Portugal e noutros países. “Em Portugal, por exemplo, o rendimento do trabalho representava 60% do total do rendimento em 2002, enquanto que em 2015 este valor era de 51%. Esta é uma tendência mundial com consequências sociais e |
económicas negativas, como é reconhecido”, assinala no contexto dos rendimentos do trabalho que têm perdido peso no conjunto do rendimento nacional. Noutro ponto, por exemplo, assinala que um trabalhador português com salário mínimo, em 2013, recebeu “menos de 50% do salário médio desse ano” e constata que a desigualdade salarial “é uma tendência que tem aumentado em muitos países”. A Comissão Nacional Justiça e Paz alerta também que a nível mundial verifica-se uma disparidade entre os salários dos homens e os das mulheres, que em Portugal também existe, “embora não seja tão acentuada”. Empenho na “construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária” e onde sejam respeitados os “direitos inalienáveis da pessoa na relação com o seu trabalho”, é o pedido da CNPJ aos detentores de poder político e económico, aos empregadores, aos dirigentes sindicais, aos responsáveis de associações patronais, aos trabalhadores em geral e a todos os homens e mulheres de boa vontade. |
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Fátima prepara-se para receber festa internacional dos Cursilhos |
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O Movimento dos Cursos de Cristandade (MCC), cujo comité executivo está sediado em Portugal, vai realizar em Fátima o 5.º encontro mundial deste organismo católico, de 4 a 6 de maio, com um representante do Papa. A iniciativa foi apresentada em conferência de imprensa por Francisco Salvador, presidente do Comité Executivo do Organismo Mundial do MCC, para quem esta vai ser “a festa do encontro de diversas culturas”. A V Ultreia Mundial, na Basílica da Santíssima Trindade, acontece nos 100 anos das Aparições de Fátima e do nascimento do fundador dos MCC, Eduardo Bonnín (4 de maio de 1917), falecido em 2006. Cerca de 8 mil cursistas, de 39 países dos cinco continentes, vão participar também em diversas iniciativas como a celebração da Eucaristia, momentos de oração, conferências e tertúlias. Francisco Salvador falou num “movimento de vanguarda” que antecedeu o Concílio Vaticano II (1962-1965) e que procura manter essa identidade, para “chegar a todos, às periferias, sobretudo aos que |
estão mais afastados” da Igreja, numa dinâmica que vai ao encontro de ideias fundamentais do pontificado do Papa Francisco. D. Francisco Senra Coelho, diretor espiritual do Organismo Mundial do MCC, disse aos jornalistas que a presença em Portugal de delegações de países como a Coreia do Sul, Guiné-Equatorial, Sri Lanka, Camboja, é um “estímulo” para reforçar a dinâmica do movimento, na “renovação dos ambientes humanos” com uma proposta de “alegria e esperança”. O bispo auxiliar de Braga elogiou a “valorização do laicado” que tem sido promovida desde o seu início nos Cursilhos, promovendo uma maior “consciencialização” em relação ao papel dos leigos na vida da Igreja Católica. |
Presidente da República
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O presidente da República Portuguesa condecorou no dia 25 de abril, a título póstumo, o antigo bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, "lutador pelas liberdades e pela justiça social", com a a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Marcelo Rebelo de Sousa apresentou a figura do responsável católico, nomeado há 65 anos como bispo do Porto, como "um precursor do que representa o 25 de abril" e um homem da Cultura. Numa intervenção disponível no sitio online da Presidência da República, o chefe de Estado evocou o "verdadeiro espírito cristão" do prelado, a sua "interpretação vivida da Doutrina da Igreja" e as suas intervenções sobre a paz, "alimentando uma análise que viria a contribuir decisivamente para a Revolução dos Cravos". D. António Ferreira Gomes, acrescentou, foi alguém "profundamente preocupado com a situação dos portugueses e de Portugal", dando como exemplo a "histórica carta" que enviou a Salazar, que viria a "ditar o seu afastamento do país". Marcelo Rebelo de Sousa condecorou |
também a título póstumo o antigo primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro. "É com emoção que recordo estas duas figuras e a ligação que existiu entre elas, neste aniversário do 25 de abril", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia que decorreu na Sala dos Embaixadores no Palácio de Belém. O arquiteto Siza Vieira foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, O presidente da Fundação Spes, José Ferreira Gomes, recebeu das mãos de Marcelo Rebelo Sousa a condecoração atribuída ao bispo que esteve exilado nos tempos de António de Oliveira Salazar. D. António Ferreira Gomes (1906-1989) foi agraciado em 7 de agosto de 1980 com a Grã-cruz da Ordem da Liberdade e a 20 de maio de 1982 foi homenageado na Assembleia da República. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Encontro Nacional de Docentes e Investigadores do Ensino Superior |
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Itinerário do Papa Francisco em Portugal
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TED Talks com intervenção
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O Papa Francisco incentivou à cultura da ternura e espera que o crescimento da inovação científica e tecnológica se faça com “mais igualdade e inclusão social”, numa participação surpresa no 'TED Talks' de Vancouver (Canadá) dedicado ao futuro. “O futuro da humanidade não está exclusivamente nas mãos dos políticos, dos grandes líderes, das grandes empresas. Eles têm uma |
enorme responsabilidade mas o futuro está, acima de tudo, nas mãos daqueles que reconhecem o outro como um 'tu'”, disse numa vídeo-mensagem, divulgada esta terça-feira. O Papa afirmou que o futuro é feito de encontros porque “a vida flui através das relações com os outros e é sua convicção que “a existência de cada um está profundamente ligada à dos outros” porque a vida não é apenas |
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o tempo passando, “a vida é sobre interações”. Aos participantes do 'TED Talks' de Vancouver, no Canadá, intitulado ‘The future you’, Francisco afirmou que gosta muito do tema porque “olhar para amanhã” convida a abrir um diálogo hoje. “Muitos, hoje, parecem acreditar que um futuro feliz é algo impossível de alcançar. Tais preocupações devem ser levadas muito a sério” mas “não são invencíveis”, observou o pontífice, explicando que isso se pode superar quando não se fecha a “porta para o mundo exterior”. “A felicidade só pode ser descoberta como um dom de harmonia entre o todo e cada componente. Mesmo a ciência aponta para uma compreensão da realidade como um lugar onde cada elemento se conecta e interage com tudo o mais”, acrescentou. No discurso, Francisco constatou também que seria maravilho se o crescimento da inovação científica e tecnológica se fizesse com “mais igualdade e inclusão social”. Para o Papa, seria ainda “maravilhoso” se enquanto se descobrem novos planetas fossem |
redescobertas “as necessidades dos irmãos e irmãs” que orbitam ao redor de cada um, ou se a palavra não fosse “simplesmente reduzida ao trabalho social” mas fosse a “atitude padrão nas escolhas políticas, económicas e científicas”, bem como nas relações entre os indivíduos. Segundo Francisco, apenas quando se educar as pessoas para uma “verdadeira solidariedade” vai ser superada a “cultura do desperdício”, não apenas alimentar e de bens, mas de pessoas que “são deixadas de lado” pelos “sistemas técnico-económicos”. Aos participantes do TED de Vancouver, que até sexta-feira ouvem mais de 80 conferencistas - médicos, engenheiros, artistas e especialistas em clima –, referiu ainda que para fazer o bem é preciso “memória, coragem e criatividade”. |
Papa evocou mártires dos séculos XX e XXI |
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O Papa Francisco evocou este sábado os cristãos perseguidos no século XX e XX, denunciou tratados internacionais que contrariam os direitos humanos e disse que fechar as fronteiras aos migrantes é um “suicídio”. Francisco presidiu à Liturgia da Palavra com a Comunidade de Santo Egídio, em memória dos “novos mártires” do século XX e XXI, onde afirmou que “a Igreja é Igreja se é Igreja de mártires”. Os mártires tiveram a graça de “confessar Jesus até ao fim, até à morte”, sublinhou o Papa. “Eles sofrem, dão a vida e nós recebemos a bênção de Deus pelo seu testemunho”, acrescentou. Para o Papa Francisco, “a causa de todas as perseguições é o ódio” manifestado pelos “príncipes deste mundo” diante “dos que foram salvos e redimidos por Jesus com a sua morte e com a sua ressurreição”. “Com a sua morte e ressurreição resgatou-nos do poder do mundo, do poder do diabo, do poder dos príncipes deste mundo. E a origem do ódio é esta: depois de termos sido salvos por Jesus, e porque os príncipes deste mundo não o queriam, odeiam-nos e suscitam a perseguição, que continuam desde |
os tempos de Jesus e da Igreja nascente até aos nossos dias”, lembrou o Papa. “Quantas comunidades cristãs são hoje perseguidas! Porquê? Por causa do ódio do espírito deste mundo”, sublinhou Francisco. “A Igreja tem necessidade de mártires, de testemunhas”, ou seja, de “santos de todos os dias”, da “vida quotidiana, vivida com coerência”. O Papa referiu-se aos refugiados perseguidos por causa da religião e disse que os acordos internacionais parecem “mais importantes do que os direitos humanos”. “Se em Itália se acolhessem dois, dois migrantes em cada município, estavam todos colocados”, lembrou o Papa. Francisco agradeceu o acolhimento de refugiados, sobretudo no sul da Europa, em Lampesuda, Sicília e Lesbos, desejando que “contagie um pouco o norte”. |
Papa envia mensagem pela paz e o diálogo entre religiões antes de visita ao Cairo |
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O Papa enviou uma mensagem em favor da paz e do diálogo entre religiões ao povo do Egito, três dias antes de iniciar uma viagem ao Cairo, que se prolonga até sábado. Na intervenção, divulgada no Vaticano e com transmissão na TV egípcia, Francisco fala num mundo “dilacerado por uma violência cega” que atingiu também este país, a qual exige como resposta “paz, amor e misericórdia”. “[O mundo] precisa de construtores de pontes de paz, de diálogo, de fraternidade, de justiça e de humanidade”, acrescenta o Papa. Francisco diz levar ao Egito uma mensagem de “amizade”, com apelos à “fraternidade e reconciliação” entre judeus, cristãos e muçulmanos. “Faço votos de que possa ser um contributo válido também para o diálogo inter-religioso com o mundo islâmico e para o diálogo ecuménico com a venerada e amada Igreja Copto-Ortodoxa”, sublinha. O Papa deseja que a visita seja ainda “um abraço de consolação e encorajamento a todos os cristãos do Médio Oriente” e apresenta-se “como amigo, como mensageiro de paz e como peregrino”. |
Na festa litúrgica de São Marcos (25 de abril), o Papa ofereceu a Missa que celebrou na capela da Casa de Santa Marta ao patriarca copta-ortodoxo Tawadros II. O porta-voz do Vaticano adiantou esta segunda-feira que o Papa Francisco vai deslocar-se no Egito, nos dias 28 e 29 de abril, sem recurso a qualquer carro blindado e sem preocupações suplementares após os recentes atentados contra comunidade cristã. A agenda dos dois dias de viagem inclui encontros com líderes religiosos cristãos e islâmicos e com as autoridades políticas do Egito. Francisco vai encerrar, com o imã de Al-Azhar, a mais prestigiada instituição do Islão sunita, uma Conferência Internacional pela Paz. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Francisco deixa saudação a ciclistas portugueses que vão ligar Roma e Fátima em bicicleta |
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Luigino Bruni lançou em Lisboa novo livro sobre Economia de Comunhão
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L'avenir nous le dira |
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Henrique Matos |
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A Europa teve esta semana um momento de descompressão e alívio. A vitória de Emmanuel Macron na primeira volta das eleições francesas, afastou por momentos o espectro do avanço da Frente Nacional. Na verdade, Le Pen avança com Macron para a segunda volta, mas os apoios já manifestados ao vencedor, deixam os europeístas mais tranquilos. À primeira vista terá ganho a sensatez e a convicção de que o sonho europeu ainda é respeitado e tido por muitos como a única via da paz e do desenvolvimento no velho continente. Porém, contas apressadas e vitórias antecipadas, não raras vezes resultam em amargos de boca. Quer isto dizer que o alívio sentido pelos resultados da primeira volta, e o otimismo da economia, tem de ter continuidade no envolvimento efetivo dos eleitores. Daqueles que terão de comparecer uma vez mais na assembleia de voto convictos, não tanto do candidato que desejam, mas da Europa que não querem. Pede-se um olhar mais largo, que tenha presente a França, mas também a importância deste país no equilíbrio de forças e na construção da União Europeia (UE). No mês passado, os responsáveis pelas Igrejas cristãs na Europa encontraram-se com Jean-Claude Juncker para abordar o futuro do “projeto europeu”. Na ocasião, os representantes cristãos, afirmaram que a Europa enfrenta neste momento uma “crise sem precedentes”, que pede um “empenho reforçado a favor da paz, da justiça e da solidariedade” entre os Estados-membros. Nesse |
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grupo estava D. António Marto, o representante português na Comissão dos Episcopados Católicos da UE (COMECE). Na ocasião o bispo português, disse que são precisos "políticos com visão arrojada” e “corajosos para fazer face aos desafios”. O delegado da Conferência Episcopal Portuguesa na COMECE realça que a UE "não pode ser reduzida a algo meramente económico ou financeiro, nem à tarefa de gerir o funcionamento do mercado ou a uma série de leis que emanam de Bruxelas”. Uma linha de raciocínio que já tinha estado presente no encontro do Papa com os chefes de Estado e de Governo da UE, para assinalar os 60 anos do |
Tratado de Roma. Naquele momento Francisco lembrou que a “solidariedade” é a base do projeto comunitário. O Papa alertou para o crescimento de “populismos” e apelou a sociedades “autenticamente laicas”, em que todos tenham lugar, “o oriundo e o autóctone, o crente e o não-crente”. Seria desejável que estes princípios orientassem o eleitor francês na segunda fase da eleição do novo inquilino do Eliseu. Seria bom que estes valores não se apagassem num continente e numa sociedade que soube ultrapassar diferenças e construir 60 anos de paz. Um património que não se pode desperdiçar. O futuro dir-nos-á.
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A 191.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa decorreu em Fátima, de 24 a 27 de abril de 2017, sob o signo do Centenário de Fátima e da próxima visita do Papa. A Assembleia manifestou alegria e gratidão pela canonização dos beatos Francisco e Jacinta Marto a 13 de maio em Fátima durante a peregrinação presidida pelo Santo Padre e aprovou a Nota Pastoral «Com Francisco e Jacinta Marto, chamados a sermos santos na caridade». Durante os trabalhos, de que se dão conta nas páginas deste dossier, decorreu ainda a eleição para os órgãos da Conferência Episcopal Portuguesa para o triénio 2017-2020. A Assembleia aprovou também a Nota Pastoral «Cuidar da casa comum, prevenir e evitar os incêndios», como apelo à consciencialização e compromisso de todos perante a recorrente tragédia dos incêndios no nosso país.
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Santidade de Francisco e Jacinta deve incentivar Igreja à conversão |
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Os bispos portugueses emitiram em Fátima uma nota pastoral sobre a canonização de Francisco e Jacinta Marto, realçando o desafio que a vida e o exemplo destas duas crianças representam para a Igreja Católica. No documento, enviado à Agência ECCLESIA na sequência da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa que termina esta sexta-feira, os responsáveis católicos destacam a canonização marcada para dia 13 de maio em Fátima como um momento de “júbilo” para toda a Igreja, reforçado pela presença do Papa Francisco. Os membros da CEP sublinham depois que “a santidade de Francisco e Jacinta” deve “desafiar a Igreja Católica à conversão”, pelo modo como “cada um deles contemplou, assimilou e refletiu a imagem de Cristo”. Primeiro, ao acolherem com uma “confiança total e disponível” as Aparições de Nossa Senhora em Fátima e não fecharem o seu coração aos apelos que receberam: o desafio de se “oferecerem” completamente a Deus, de rezarem a “favor da |
reconciliação dos pecadores e da paz no mundo”, e de intercederem pelos “mais vulneráveis”. Para os bispos portugueses, “Francisco e Jacinta fazem, na sua espiritualidade, a síntese daquilo que a Igreja é continuamente chamada a ser: contemplativa e compassiva”. Depois, por serem também exemplos de “coerência” na fé, de fidelidade aos acontecimentos que testemunharam na Cova da Iria, mesmo perante a ameaça e a prisão. “Apesar da sua tenra idade, quando são instados a negar as aparições ou a revelar o que lhes fora confiado como segredo, permanecem fiéis à verdade, assumindo o sofrimento que a opção lhes causava”, pode ler-se. Para os membros da CEP, o “exemplo” de Francisco e Jacinta Marto “evidencia que se pode testemunhar a fé em Cristo em qualquer condição de vida: de criança, de adulto ou de ancião; seja-se extrovertido ou tímido; no areópago da culta Atenas do primeiro século, no lugar de Aljustrel do início do século passado, ou hoje, no mundo global”. “Sirva este exemplo como incentivo |
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a uma pastoral capaz de revelar, desde a infância, a beleza da vida em Deus e a exigência do compromisso que dela resulta”, acrescentam os responsáveis católicos. Francisco e Jacinta Marto, dois irmãos naturais de Aljustrel que, entre maio e outubro de 1917, presenciaram as Aparições de Nossa Senhora em Fátima juntamente com a prima Lúcia de Jesus, vão ser canonizados pelo Papa Francisco no próximo dia 13 de maio. As duas crianças, que viram a sua vida encurtada pela doença, deixaram no entanto um legado que os bispos portugueses consideram“ um precioso bem para a Igreja” e por |
isso merecedor de ser elevado à “glória da santidade”. Além disso, a CEP frisa que “nos dois milénios de história da Igreja, Francisco e Jacinta Marto são as primeiras crianças não martirizadas a serem declaradas modelo de santidade”. “Somos convidados a olhar para o exemplo de vida destas crianças, cientes da semente de fé, esperança e amor que elas semeiam na história humana (…) Testemunhas da misericórdia de Deus, Francisco e Jacinta continuam a levedar a história com a força da caridade que transforma os corações”, concluem os bispos.
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Incêndios: Bispos alertam para flagelo com proporções quase incontroláveis |
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A Conferência Episcopal Portuguesa denunciou “comportamentos criminosos” que estão na origem do “flagelo” dos incêndios e pede a toda a sociedade que se mobilize para contrariar uma “chaga” de “proporções quase incontroláveis”. Na nota pastoral “Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios”, o episcopado português afirma que Portugal “tem sido de tal modo assolado por incêndios que estes se tornaram um autêntico flagelo com proporções quase incontroláveis”. “Que fazer? Vamos resignar-nos a uma chaga com tais dimensões, como se de uma fatalidade impossível de contrariar se tratasse? De modo algum”, alerta a Conferência Episcopal Portuguesa. Em conferência de imprensa, o presidente da CEP disse que “parece que se entra na época dos incêndios como se entra na época balnear”. Para D. Manuel Clemente, os portugueses não se podem “habituar” porque “afeta gravemente as populações” e é uma “perda |
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gravíssima” para o património natural. “Não nos podemos acomodar”, afirmou o presidente da CEP, recordando que na primeira reunião dos bispos de Portugal, em 1926, o assunto fora também abordado, referindo-se o episcopado da altura ao “problema do fogo posto”. A CEP recorda que “as causas do flagelo dependem direta ou indiretamente da vontade humana”, tendo “na origem de muitos incêndios, talvez da maioria, estão comportamentos criminosos, uns intencionais, outros pelo menos negligentes”. “Há que apurar não apenas as causas da dimensão desta prática – o que verdadeiramente ainda se não conseguiu até hoje – como há sobretudo que detetar e combater interesses que dela possam beneficiar”, sublinharam os bispos de Portugal. O episcopado alertou para a necessidade do “estado de conservação em que se encontram os terrenos e as florestas”, considerando que as exigências colocadas na “limpeza das matas e de ordenamento |
territorial” “podem ultrapassar as capacidades dos proprietários, quando os terrenos lhes proporcionam rendimentos escassos”. Para os bispos de Portugal, é necessário “apoiar os proprietários com outros incentivos” e o Estado deve ser “o primeiro a dar o exemplo no cumprimento das exigências que impõe”. A Conferência Episcopal Portuguesa pede uma “mudança de mentalidade e hábitos sociais” e desafia toda a sociedade a mobilizar-se nas “suas diversas instâncias”, nomeadamente o Estado, a Igreja Católica e todas as outras confissões religiosas”, as autarquias, as escolas, a comunicação social e “as mais variadas associações e muitas outras instituições, seja qual for a sua dimensão”, de “forma concertada”. "Apelamos às comunidades cristãs a que tudo façam para comprometer os seus membros nesta causa que é tão cristã quanto humana", concluem os bispos de Portugal na nota pastoral publicada no fim da 191ª assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa. |
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Interesse com a viagem do Papa ultrapassa fronteiras da Igreja Católica
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O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, afirmou que a eventual concessão de tolerância de ponto pelo Governo, a 12 de maio, por ocasião da visita do Papa, responde à “sensibilidade” maioritária da população no país. “Se o Governo entende que isto interessa e interessa positivamente a tão grande número portugueses e habitantes do território, também compreendo a lógica de fazer tolerância de ponto, porque o Estado é um órgão da sociedade, não é algo |
que imponha ou uma ideologia ou a falta dela, ou outra contrária, respeita aquilo que é a sociedade”, disse o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa na conferência de imprensa conclusiva da Assembleia Plenária, em Fátima. Para D. Manuel Clemente, a celebração do Centenário das Aparições e a visita do Papa Francisco, a 12 e 13 de maio, são questões que “interessam positivamente” a grande número de portugueses. “Se tão |
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grande parte da população portuguesa, mesmo para além dos horizontes estritos da crença, olha para o Centenário de Fátima, olha para a visita do Papa Francisco com tanto interesse, é natural que o Governo corresponda a esse interesse”, sublinhou o cardeal-patriarca. O presidente da CEP referiu aos jornalistas que esta é uma “decisão estritamente governamental”, sem qualquer pedido formal da Conferência Episcopal ou do bispo da Diocese de Leiria-Fátima. D. Manuel Clemente foi questionado sobre as reações negativas que surgiram face à eventualidade de uma tolerância de ponto, assinalando que está em causa o “respeito pela vontade e a sensibilidade” da maioria da população. “Como cidadãos que somos, compartilhamos aquilo que é o sentimento de grande parte da população portuguesa” em relação ao Centenário de Fátima e à vinda do Papa Francisco, observou, acontecimentos que geram interesse para lá das fronteiras da Igreja Católica. “O Estado é um órgão ao serviço do bem comum, não inventa a sociedade, serve-a”, prosseguiu. |
D. Manuel Clemente referiu que, além da possibilidade de viajar até Fátima, uma tolerância de ponto permitiria que as pessoas tenham “disponibilidade para seguir a visita do Papa, mesmo através do meio de comunicação social”. Para o presidente da CEP, mais do que uma visita ao “país”, Francisco vem fazer uma “viagem muito particular” a Portugal. “O Papa vem aqui fazer estritamente uma peregrinação a Fátima, foi sempre o que ele nos disse”, precisou. Francisco será o quarto Papa a visitar Fátima, a 12 e 13 de maio, canonizando os dois pastorinhos Jacinta e Francisco, no Centenário das Aparições. D. Manuel Clemente espera que esta viagem ajude a centrar atenções no que “aconteceu há 100 anos, o testemunho das crianças que a Igreja respeita tanto que até as canoniza”, para que a Mensagem de Fátima seja cada vez mais “compreendida”. “Que com esta visita do Papa Francisco nos unamos mais a ele na sua vontade de ser um rosto muito concreto da misericórdia de Deus neste mundo”, apelou, convidando as comunidades católicas a “estar ao lado” de quem sofre. |
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Bispos manifestam apoio à Cáritas
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A Conferência Episcopal Portuguesa manifestou em Fátima o seu apoio ao trabalho da Cáritas, sublinhando a “transparência” na distribuição de donativos e o apoio aos mais pobres. “A distribuição das ofertas recebidas através da generosidade dos portugueses continuará a acontecer em espírito de transparência, confirmando a reconhecida credibilidade que, ao longo de anos, a Cáritas granjeou junto da população”, |
refere o comunicado final da Assembleia Plenária da CEP. O documento remete para “algumas notícias sobre a Cáritas”, que colocaram em causa a gestão financeira da organização católica de solidariedade e ação humanitária. “A Conferência Episcopal renova o seu apoio ao trabalho que esta instituição abnegadamente realiza, a nível nacional e em todas em dioceses, ao serviço dos pobres em termos de
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autêntico e genuíno voluntariado”, refere o comunicado apresentado aos jornalistas no final dos trabalhos da assembleia iniciada esta segunda-feira. A CEP espera que os católicos continuem a “proporcionar condições” para que a Cáritas possa “prestar atenção aos mais vulneráveis da sociedade portuguesa” e “responder a causas de emergência social no país ou em qualquer parte do mundo”. Durante os trabalhos, a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana apresentou relatórios dos seus organismos e destacou “o papel fulcral das |
várias Cáritas Diocesanas na ajuda às periferias existenciais, numa rede autónoma em comunhão fraterna com a Cáritas Portuguesa”, acrescenta o comunicado final. D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca, pronunciou-se em particular, na conferência de imprensa conclusiva, sobre a situação da Cáritas Diocesana de Lisboa, para manifestar a sua "confiança" na atual presidência, falando num "mal-entendido" em relação às questões levantadas sobre a gestão da instituição. "Não tenho razão para duvidar da idoneidade da instituição", concluiu. |
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D. Manuel Clemente reeleito presidente da Conferência Episcopal Portuguesa |
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O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, foi reeleito esta quarta-feita para a presidência da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), durante a Assembleia Plenária que decorreu em Fátima. D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, continua como vice-presidente para o triénio 2017-2020, adiantou o secretário da CEP, o padre Manuel Barbosa, que também foi reconduzido nesta função. A Assembleia Plenária elegeu como vogais do Conselho Permanente da CEP D. Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo; D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra; D. José Ornelas, bispo de Setúbal; D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco; e D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda. Em declarações aos jornalistas, após a eleição, D. Manuel Clemente adiantou que o que “está na agenda” da Igreja Católica em Portugal “é a juventude”, em sintonia com “as prioridades da Igreja no seu conjunto”. “No próximo triénio, o que está na agenda, é a juventude. Teremos um Sínodo dos Bispos, que estamos a preparar a nível local, depois haverá a fase romana a que
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seguirão indicações sobre a juventude. Se alinhamos com as prioridades com a Igreja no seu conjunto, como queremos cooperar, a juventude está no primeiro plano”, afirmou D. Manuel Clemente. O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou que a Conferência Episcopal é uma “instância de cooperação entre bispos das várias dioceses portuguesas” onde todos são “absolutamente paritários”. O presidente da CEP recordou que a Igreja tem “dois patamares” de realização e de coordenação, o diocesano ou local e o universal, em torno do Papa. “A Conferência Episcopal não é um lugar intermédio. Há muitas coisas que ganhámos em trabalhar em conjunto. Há também algumas que, de Roma, nos são consignadas para resolvermos em conjunto. Mas é sobretudo uma instância de partilha de cooperação, de intercâmbio de iniciativas”. A CEP foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999 e 2005. |
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Fátima, esperança e um caudal de conversões |
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O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, disse em Fátima que a visita do Papa Francisco, no Centenário das Aparições, vai trazer uma mensagem de esperança num “cenário mundial agitado”. “O cenário mundial é agitado, os problemas globais são muitos e o sentimento de perigo aumentou exponencialmente, quando se sabe ou julga saber de tudo e de toda a parte, rapidamente demais para ser discernido, situado e integrado”, assinalou o presidente da CEP, no discurso de abertura da Assembleia Plenária dos bispos católicos, esta segunda-feira. Em Fátima, observou D. Manuel Clemente, abriu-se uma “porta salvadora". “O mais importante de Fátima é o constante caudal de conversões que daqui corre, com inestimável benefício próprio e alheio”, prosseguiu. D. Manuel Clemente recordou o contexto em que aconteceram as Aparições de 1917 na Cova da Iria, durante a I Guerra Mundial, com “dificuldades grandes” para a vida da Igreja e da sociedade, no qual os
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pastorinhos apresentaram um apelo de “conversão” e de paz. “Assim mesmo se entenderá a próxima visita do Papa Francisco no presente momento mundial e eclesial, tornado verdadeiro peregrino da esperança, garantida pelo triunfo do Imaculado Coração de Maria”, declarou. O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou que a próxima visita do Papa, a 12 e 13 de maio, e a comemoração do Centenário das Aparições são uma ocasião para “retomar Fátima e a sua mensagem”. “Muita gente foi percebendo, também a partir de Fátima, que os grandes desastres humanitários e pessoais têm raiz mais profunda e consequência mais duradoura do que aquilo que imediatamente parece”, alertou. A mensagem de 1917, referiu o presidente da CEP, aparecia em “contraste” com as “expetativas comuns” e as preocupações mediáticas, chamando todos a “mudar de vida”. “Da visão do Inferno em que podemos cair – e as imagens com que os pastorinhos o viram não são assim tão diferentes das que os media hoje |
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nos transmitem, a crianças e adultos, de repetidas destruições e carnificinas por esse mundo além – os videntes passaram ao Coração de Maria, que a graça divina tornou imaculado, para com Ela correspondermos em Cristo à vontade recriadora de Deus, por nós e pelos outros, «principalmente os que mais precisarem»”, detalhou. A intervenção evocou os três momentos sucessivos do “segredo” de Fátima, uma “mensagem de esperança” face ao “confronto” entre o bem e o mal aos mais diversos |
níveis. “Assim nos aproximaremos do que realmente atrai tantas pessoas a Fátima, individualmente ou em grupo, de Portugal ou do mundo inteiro: necessidades e urgências de cada um e dos seus, certamente. Mas, em tudo e através de tudo o que possa ser, um apelo mais ou menos apercebido a respostas definitivas”, sustentou o cardeal-patriarca. |
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Aposta na transmissão da fé,
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O novo presidente da Comissão Episcopal da Educação e Doutrina da Fé (CEEDF), D. António Moiteiro, disse à Agência ECCLESIA que a Igreja Católica em Portugal tem de reforçar a sua atenção à Catequese de Adultos. “Temos de dizer que há um trabalho por fazer, que se deve implementar, que é a questão da Catequese de Adultos”, assinalou o bispo de Aveiro. O prelado sublinha que a CEEDF tem “muito trabalho e um âmbito muito alargado”, desde a Catequese ao ensino da Educação Moral e Religiosa Católica nas escolas. O bispo de Aveiro já fazia parte da Comissão Episcopal, como vogal, pelo que considera “natural” que tenha sido escolhido alguém que conhece a área, assumindo a nomeação para a presidência da CEEDF como “um |
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serviço e uma missão” à Igreja em Portugal. “O campo da catequese é o campo da transmissão da fé e a fé consiste no encontro com Cristo ressuscitado”, prosseguiu. D. António Moiteiro sustenta que, “para haver fé”, tem de haver um “duplo movimento”. “Deus, em Jesus Cristo, vem ao nosso encontro, e também tem de haver o outro movimento, nós pormo-nos a caminho para que esse encontro verdadeiramente se realize”, observou. O bispo de Aveiro refere, a este respeito, a próxima canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, a que o Papa vai presidir em Fátima no dia 13 de maio. “Francisco e
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Jacinta foram um exemplo muitíssimo grande – por isso é que a Igreja os vai canonizar – deste encontro de Deus, por intermédio de Maria, na vida quotidiana”, realçou. D. António Moiteiro recorda que nas suas ‘Memórias’, a Irmã Lúcia falava dos primos, do Francisco e da Jacinta, realçando “como eles se deixaram encher pela presença de Deus” e que o futuro santo Francisco Marto dizia: “Gosto tanto de Deus” “Penso que está aqui resumida a mensagem dos Pastorinhos, este contacto com Deus, esta comunhão com Deus, e também o colocar-se a caminho para se encontrar com Deus”, concluiu. |
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Opção pelos pobres é prioritária da Igreja |
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O bispo do Porto, novo presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Igreja Católica em Portugal, afirmou que a opção pelos pobres é “a prioritária” e que estes têm de ser “sujeitos e protagonistas de evangelização”. “Temos sobretudo de encontrar nos pobres desafiadores e protagonistas evangelizadores de um mundo diferente, um mundo mais justo, mais coerente, que nos aproxime mas sobretudo mais irmãos e onde as distâncias e as diferenças entre aqueles que têm tudo e aqueles que não têm nada se possam esbater para sermos irmãos a vivermos nesta fraternidade evangeliza”, disse hoje D. António Francisco dos Santos à Agência ECCLESIA. O prelado sublinhou que os pobres “têm de ser os destinatários preferenciais” da missão da Igreja e acredita que assim se “muda muito” o paradigma da construção da sociedade. “Temos de ser mais rápidos nas respostas, mais próximos na presença e mais transparentes na nossa ação sociocaritativa”, afirmou. O bispo do Porto foi eleito, esta quarta-feira na Assembleia Plenária |
da Conferência Episcopal Portuguesa, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e enumera prioridades para o próximo triénio. A capacidade de trabalhar em rede com a sociedade civil, as autarquias locais, iniciativas do Estado, com as instituições e organizações da ação social para “valorizar o trabalho aos mais carecidos” num “diálogo permanente” rejeitando “posições que estreitem horizontes”. Para D. António Francisco dos Santos, outro aspeto importante para a Igreja Católica em Portugal, que procura repensar a sua pastoral conjunta “sem uniformismo”, é promover um “trabalho mais integrado e coordenado” das 21 dioceses, “otimizando iniciativas” para serem “mais interventivos e mais proativos”. O novo presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana diz ser necessário também dar “particular atenção” a alguns setores em que é preciso investir mais, como a promoção da justiça social, valorização do “progresso justo”, da paz, do diálogo entre gerações e inter-religioso e setores da vida para “construir cultura |
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que ajude a promover mundo melhor”. “Saibamos cuidar com particular atenção das franjas dos mais frágeis da sociedade como os sem-abrigo”, acrescentou, dando outros exemplos como estar atento ao desemprego como “drama social”, sobretudo nas classes mais jovens, à inserção de reclusos, a valorização dos emigrantes, dos ciganos, de |
“pequeninos grupos de etnias marginalizadas”, acolher os refugiados, “temos sido tão lentos nesse acolhimento”. D. António Francisco dos Santos considera ainda que a comissão deve “valorizar áreas novas” como a pastoral do turismo, promover a “cultura de comunhão, passar da denuncia à profecia”. |
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Família, espaço de evangelização |
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O novo presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), D. Joaquim Mendes, disse à Agência ECCLESIA que a prioridade, nestes setores, passa por anunciar “o Evangelho da Família” e a mensagem cristã aos jovens. “A santidade é a nossa vocação e o caminho inicia-se na família, a família é a primeira Igreja”, assinalou o bispo auxiliar de Lisboa, que vai presidir à CELF no triénio 2017-2020. O responsável sublinhou ainda a importância do próximo Sínodo dos Bispos, em 2018, que vai ser dedicado aos jovens e ao discernimento vocacional. Durante a Assembleia Plenária, em Fátima, D. Joaquim Mendes falou da preparação do Sínodo de 2018 e apresentou ainda uma reflexão sobre a realidade da Pastoral das Prisões em Portugal. O presidente da CELF disse assumir a nomeação em atitude de “serviço evangélico” e manifestou a intenção de trabalhar em conjunto com os bispos da CEP e “com os leigos”. “Trabalhar juntos, fazer o caminho juntos, um caminho sinodal”, para “discernir os desafios” e as respostas |
para os mesmos, precisou. O responsável abordou a próxima canonização de Francisco e Jacinta Marto, a 13 de maio, em Fátima, apresentando os pastorinhos como exemplo de entrega a Deus. “É mais importante, no nosso caminho cristão, aquilo que Deus faz por nós, ou pode fazer em nós, do que aquilo que nós podemos fazer”, explicou. O presidente eleito da CELF sustenta que “aquelas crianças, na sua simplicidade, na sua humildade, foram capazes de acolher a revelação divina, foram capazes de entregar-se, de responder, e através delas o Senhor quis dar uma mensagem ao mundo”. “As crianças são capazes de dar mensagens, o Senhor fala através dos pequeninos, é uma das coisas que nós vamos descobrindo”, prosseguiu. Para D. Joaquim Mendes, hoje as crianças são chamadas a ser “evangelizadoras não só dos seus colegas mas também dos adultos”. A este respeito, o responsável recorda o decreto Apostolicam Actuositatem, do Concílio Vaticano II, sobre o Apostolado dos Leigos (1965), o qual referia que é necessário “formar as crianças para o apostolado”, |
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ou seja, “comunicar, partilhar a experiência cristã, a alegria do encontro com Jesus Cristo” “Nós devemos também promover esta missão cristã das crianças e dos jovens” e os santos Francisco e Jacinta Marto “são uma bela mensagem que a santidade é possível”, |
afirmou o bispo auxiliar de Lisboa. “Eu costumo dizer aos miúdos que é preciso ter um coração bonito para tornar o mundo bonito. Um coração aberto à graça de Deus, à amizade com o Senhor e à alegria da vivência cristã”, acrescentou. |
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Discernimento vocacional tem papel relevante no Sínodo 2018 |
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O novo presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios da Igreja Católica em Portugal afirma que os responsáveis católicos no país “tudo” vão fazer para que no Sínodo dos Bispos 2018 “a questão vocacional seja muito relevante” e tenha eco nacional. À Agência ECCLESIA, D. António Augusto Azevedo considera que o tema das vocações “poderia” ficar em segundo plano no Sínodo dos Bispos em 2018 devido ao debate que geram os jovens mas “tem havido todo o cuidado, atenção, desde logo nas intervenções do Papa Francisco” que a “questão do discernimento vocacional” esteja presente. Neste contexto, o bispo auxiliar do Porto realça que na Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios “tudo” vão fazer para no sínodo a questão vocacional “seja muito relevante e com os reflexos depois a nível das vocações” em Portugal. “Naquilo que a vocação tem de mais profundo que é a ligação ao caminho da vida do jovem e também ao sentido cristão dessa mesma vida”, |
acrescenta. O Para Francisco convocou um Sínodo dos Bispos, para outubro de 2018, sobre ‘A Juventude, a Fé e o Discernimento Vocacional’. O novo presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios foi eleito esta quarta-feira na Assembleia Plenária da CEP. D. António Augusto Azevedo começa por assinalar que recebeu essa “responsabilidade”, em primeiro lugar, com “surpresa” porque “não estava à espera” e porque se trata de “uma área importante na vida da Igreja”. “Também recebi como mais uma missão de serviço na disponibilidade de corresponder aquilo que a Igreja em Portugal precisa relativamente a esta área como é das vocações que envolve os seminários e também os ministérios”, desenvolveu. A CEP tem como órgãos (eleitos por 3 anos) o Conselho Permanente as Comissões Episcopais (que em 2011 passaram para 7) e, de carácter executivo, o Secretariado-Geral e os Secretariados Nacionais. |
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Plano de comunicação da Igreja Católica em Portugal precisa de ser assumido por todos |
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D. João Lavrador, presidente eleito para a Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, afirma que “é urgente” elaborar um “projeto para a comunicação social da Igreja Católica em Portugal” que seja assumido “por todos”. O atual bispo de Angra foi eleito presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais durante a assembleia plenária do episcopado, onde decorreram as eleições para o triénio 2017-2020 dos vários órgãos da Conferência Episcopal Portuguesa. D. João Lavrador quer “dar continuidade” ao trabalho nos vários secretariados e à elaboração de um plano de comunicação da Igreja Católica em Portugal, iniciado nos últimos anos. “Sem este projeto, sem ser assumido por todos os bispos de todas as dioceses, teremos dificuldade em responder às necessidades que temos na comunicação social, como também nos outros âmbitos, da cultura e dos bens culturais”, sublinhou o novo presidente da |
Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Socais. O bispo de Angra recordou que o setor das comunicações sociais e da cultura tem sido o âmbito do seu trabalho na Conferência Episcopal Portuguesa há mais de uma década, “exige competência” e está inserido numa comissão “muito alargada”. D. João Lavrador disse ainda que pediu aos bispos que trabalharam nesta comissão no último triénio para continuarem, uma vez que existe "uma certa experiência de trabalho em comum". No mandato anterior, integravam a Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais o bispo de Vila Real, D. Amândio Tomás, D. Nuno Brás, o bispo auxiliar de Lisboa, e o bispo auxiliar do Porto, D. Pio Alves, que presidiu à comissão durante dois mandatos.
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Fazer que a Liturgia seja popular |
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D. José Cordeiro foi reconduzido como presidente da Comissão Episcopal Espiritualidade e Liturgia que tem a função de fazer que “a liturgia seja o princípio e o fim da vida e da ação da Igreja”. À Agência ECCLESIA, o bispo da Diocese de Bragança-Miranda explicou que a comissão tem também como missão que a liturgia “ocupe a sua centralidade, de um modo especial”, nos sacerdotes, nos consagrados, mas em todas as comunidades cristãs. “É algo que é essencial e decisivo na vida da Igreja e por outro lado muito se desperdiça”, observou. O presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, reeleito esta quarta-feira na Assembleia Plenária dos bispos portugueses em Fátima, realçou que a função do organismo “é ajudar cada vez mais que a liturgia seja popular” e “não apenas” os livros litúrgicos ou a agenda litúrgica, “nem de regular o calendário litúrgico”. Segundo D. José Cordeiro, fala-se muito de piedade popular mas |
esquece-se que “a liturgia é do povo” e a sua raiz semântica “é mesmo essa”: “O seu serviço ao povo, com o povo.” “É sentindo-nos povo santo de Deus que na escuta da palavra, na celebração dos sacramentos, na liturgia das horas que nos sentimos cada vez mais configurados e parecido aquilo que Deus quer e espera de nós”, realçou. Para o responsável pela Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, na Liturgia há o “entendimento completo” do que é a evangelização, a oração e do que é a caridade, para isso basta lembrar do que são “as orações e ritos da missa crismal e do lava-pés”, outra forma de dizer instituição da Eucaristia. “Todos os domingos, e em cada dia, ao partir do pão da Palavra, do pão da Eucaristia é este encontro com Jesus Cristo que tem de transformar a nossa vida e a dar um horizonte de esperança aos nossos atos”, concluiu D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda. |
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Por uma Europa com valores
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O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse à Agência ECCLESIA que no mundo global de hoje, é desejável que a Europa se possa “impor pela diferença que tem, fundada na
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história”. “Que a União Europeia seja uma verdadeira união, a partir da defesa de valores e de propostas desses mesmos valores”, pediu o novo delegado da CEP (Conferência |
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Episcopal Portuguesa) na COMECE (Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia). A escolha dos responsáveis para os organismos da CEP no triénio 2017-2020 foi um dos pontos da agenda da Assembleia Plenária. Para D. Jorge Ortiga, no atual cenário europeu, as “preocupações são muitas e variadas”, assumindo como propósito que “os valores essenciais, aqueles que são a matriz da cultura
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da Europa, passem para um plano legislativo e operativo”. “Que a Europa aposte na modernidade, aberta aos diversos desafios, fundamentada na história e na tradição”, concluiu. A COMECE é composta por delegados pelas Conferências Episcopais dos Estados-membros da União Europeia, promovendo o diálogo institucional com responsáveis políticos e da sociedade civil. |
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Igreja em diálogo com a sociedade através da cultura, património e media
D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto, foi presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais nos últimos dois mandatos, ou seja, durante seis anos. A Assembleia Plenária dos bispos portugueses desta semana foi o momento de escolher um novo responsável e de traçar uma avaliação deste serviço à Igreja Católica que se realiza em diálogo com a sociedade. Para além de um saldo “claramente, positivo” e com “muito caminho para andar” nas três áreas, D. Pio Alves destacou que a “verdade” deve ser “critério supremo de atuação” dos media católicos. Entrevista conduzida por Carlos Borges |
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Agência ECCLESIA (AE) – D. Pio Alves está a terminar o seu mandato como presidente da Comissão Episcopal Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. Foram dois mandatos, seis anos de serviço, em termos gerais que análise faz ao trabalho que foi desenvolvido? D. Pio Alves (PA) – A comissão integra três secretariados ainda que tenham proximidade entre si, particularmente Cultura e Bens Culturais, as comunicações sociais um pouco diferente. O valor e o serviço da comissão resulta da soma dos serviços dos três secretariados – Cultura, Bens Culturais, Comunicações Sociais - e concretamente das pessoas que ao longo destes seis anos têm vindo a |
estar à frente dos secretariados. O trabalho da comissão, como aliás acontece com as outras comissões da Conferência Episcopal não têm legitimidade para se intrometer na vida das dioceses mas procuram criar sensibilidade. Procuram oferecer formação, procuram criar sinergias, é evidente que nestes três há setores onde foi mais fácil, setores onde as coisas têm um pouco mais de dificuldade. As comissões são órgãos importantes da Conferência Episcopal ainda que se calhar há ajustes que podem vir a fazer-se de modo a que as comissões possam render mais ainda ao serviço do todo da Igreja em Portugal. |
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AE – Como é que houve um diálogo com a sociedade nestas três áreas da comissão. Como é que a Igreja procurou estar em contacto, partilhar o seu conhecimento e como foi procurada pela sociedade? PA – Estas são áreas que implicam de facto uma presença e uma relação com a sociedade. Depois, em concreto, em cada uma delas o modo e as facilidades ou dificuldades não são as mesmas.
AE – Como é que essa relação foi feita em cada umas das área: Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais? PA – No campo da «Cultura» o próprio conceito de cultura é muito amplo, tudo é cultura e há coisas concretas que são assumidas como cultura. De alguma maneira o trabalho do secretariado enferma também da dificuldade que as próprias dioceses têm para realizar iniciativas e de um modo formal estarem presentes no mundo da cultura. De modo formal porque há muitos modos de estar presentes no mundo da cultura. É provavelmente o setor ou o secretariado onde será mais difícil quantificar, não digo que não tenha, |
mas quantificar aquilo que foi e que é a presença institucional da cultura na sociedade. Nos «Bens culturais» é mais fácil porque estamos a falar de realidades muito concretas, tangíveis, e que ao longo destes, já vinha de trás, o secretariado procurou incrementar iniciativas relacionadas com diferentes aspetos dos bens culturais. Ao mesmo tempo especialmente relevante criar e potenciar formação numa área muito necessitada ainda de formação a todos os níveis. Tivemos uma resposta interessante por parte das dioceses ao nível da receção e da disponibilidade para aceitar essa formação. Na «Comunicação Social» na mesma, trata-se de uma atividade que só se entende exatamente com o diálogo com a sociedade. Para além de potenciar o trabalho do secretariado procuramos também estar abertos e disponíveis para conversar com a comunicação social em geral, com diferentes iniciativas, mas ao mesmo tempo potenciando aquilo que é o trabalho previsto para este secretariado. Ao longo destes seis anos resolveram-se questões mais ou menos |
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complicadas que surgiram ao longo do caminho, e penso que em qualquer uma delas o saldo é claramente positivo e em todas há muito caminho para andar graças a Deus. Quem vier a seguir tem trabalho garantido.
AE – Nesse contexto, e começando com o setor das Comunicações Sociais, quais são as prioridades que entende existirem nesta área? PA – No Secretariado das Comunicações Sociais, resolvidas que formam, pelo menos por agora, todo o nosso relacionamento com a RTP, com a RDP, enfim com episódios mais ou menos complicados ao longo |
destes anos, mas que estão neste momento resolvidos, e espero que as soluções encontradas sejam estáveis, há um esforço que temos de continuar a fazer, já tem que ver diretamente com a Igreja, que é uma maior sintonia, congregação de esforços entre os serviços que já funcionam, porta-voz, os meios de comunicação da própria estrutura central da CEP, o secretariado, a Agência Ecclesia, a Rádio Renascença. Temos ainda desperdiçando energias. Respeitando a diversidade de cada uma das instituições e não anulando nenhuma destas instituições mas este é um campo que temos de apostar
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mais: Uma maior sintonia e um maior esforço de congregação por parte dos trabalhos que são feitos nas dioceses e da Agência Ecclesia e da potenciação reciproca destas duas realidades.
AE – As parcerias e as sinergias têm sido dois pontos que o D. Pio Alves tem sublinhado ao longo destes anos. Como é que se pode avançar mais? PA – As vontades têm que estar todas do mesmo lado sem que ninguém se |
anule mas ao mesmo tempo percebendo que podemos fazer mais e melhor conjugando esforços. Há caminho que foi percorrido, há trajetos e metas que foram alcançadas mas há claramente ainda caminho para andar e vale a pena apostar nele porque sempre e particularmente nos tempos que vivemos uma realidade que existe e não se comunica, não se dá a conhecer, na prática é uma realidade que não existe. |
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AE – Qual é que deve ser o fator diferenciador da comunicação social que a Igreja faz? PA – Em primeiro lugar e, fundamentalmente, temos que ter a verdade como critério supremo da nossa atuação procurando depois os modos adequados para que os conteúdos possam ser apreendidos facilmente pelas pessoas a quem nos dirigimos. Não queremos ser ouvidos a qualquer preço, não queremos estar presentes a qualquer preço, não queremos passar por cima de nada nem de ninguém. Portanto, o critério da verdade e da qualidade profissional de quantos trabalham na comunicação tem de ser uma marca irrecusável da comunicação que tem a Igreja como referencial e como responsável.
AE – Já na área da Cultura que prioridades encontra? PA – Para além de manter as iniciativas que vinham de trás, e que se consolidaram ao longo destes anos, temos de continuar a ajudar as dioceses de um modo organizado e mais formal terem consciência deste setor. Nos diálogos que fomos tendo com pessoas responsáveis pela cultura nas |
diferentes dioceses nota-se que há ainda uma representatividade que não abrange a totalidade das dioceses, e nota-se que é um trabalho no qual as dioceses sentem mais dificuldades. O secretariado deverá continuar a apoiar esse serviço, esse trabalho e a sensibilizar mas, como em todos os outros setores, respeitando aquilo que são as decisões dos seus bispos e o ritmo de cada uma das dioceses que não tem de ser exatamente igual.
AE – Ainda sobre a Cultura, que importância tem o prémio Arvore da Vida – padre Manuel Antunes neste diálogo que a Igreja faz com diversos setores da sociedade – arte, economia, comunicação, ciência? PA – É um sinal concreto de que estamos atentos ao mundo da cultura nas suas variadas manifestações. Cultura no sentido mais visível da palavra. E ao longo destes anos têm sido agraciadas pessoas dos mais variados âmbitos da cultura. Aproveito a oportunidade para recordar que infelizmente faleceu o escultor Alberto Carneiro que foi o autor material da estatueta que se entrega como referencial da vida. Uma pessoa que nasceu à sombra da Igreja que depois a sua vida decorreu por |
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outros caminhos mas que manteve sempre connosco uma relação muito cordial. Não tivemos oportunidade de o agraciar com o prémio mas a sua proximidade ao prémio resulta do próprio facto ter sido ele quem pensou a peça e ao mesmo tempo sempre esteve pronto para colaborar connosco nessa matéria.
PA - Se repassássemos todos os nomes ao longo destes 11 anos, que leva o galardão ‘Árvore da Vida’, encontramos pessoas que marcaram a sociedade. Todas têm alguma relação com a Igreja independentemente da sua prática religiosa mas os valores fundamentais que cultivam são próximos aos valores do Evangelho.
AE – Quantos aos Bens Culturais, outro âmbito desta comissão episcopal, que futuro está no horizonte? PA – No Secretariado dos Bens Culturais há iniciativas que vinham de trás e outras foram criadas ao longo destes anos por iniciativa do secretariado como é o caso do projeto Cesareia e do projeto Thesaurus. O projeto Cesareia que tem a ver |
com as bibliotecas das instituições e que tem o caminho aberto e que se vai consolidando tem naturalmente muito caminho para andar. Concretamente, no projeto Thesaurus, que tem que ver com inventário, tropeçamos com a dificuldade que o secretariado e as dioceses têm para encontrar recursos financeiros porque se trata de um trabalho tão caro quanto é importante. Tem havido progresso, há dioceses que estão a trabalhar afincadamente neste setor, outras com trabalho já muito avançado, mas temos de continuar a apostar ai. Penso que se cresceu notavelmente na sensibilidade para a importância deste setor mas já a criação de equipas, a criação de estruturas de modo a que de modo organizado e consolidado este trabalho possa avançar, tem ainda muito caminho pela frente. Deu-se um passo importante com o incentivo e criação de um software recomendado que potencia que o trabalho em cada uma das dioceses possa agregar-se. Que o trabalho que é feito, como tem acontecido em situações anteriores, não se perca porque cada um trabalhava com |
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a sua própria metodologia, com o seu próprio software ou não tinham software. Houve ao longo de décadas trabalho e esforços desperdiçados por não haver esta vontade da congregação de esforços, esse caminho está aberto, faz falta continuá-lo. Ainda iniciativas já consolidadas e de muito interesse cientifico e ao mesmo tempo de pontes criadas com pessoas e instituições que trabalham nos vários campos dos bens culturais. É o caso da revista ‘Invenire’ e de |
publicações que regularmente o secretariado tem vindo a oferecer ao público. São iniciativas que valem por si mas valem mais ainda pelo facto de também congregarem pessoas de diferentes sensibilidades e que têm, no contacto com estas iniciativas verificarem que a Igreja está de olhos abertos, recetiva, interessada e disponível para trabalhar neste campo. Que não somos gente válida menos nesta matéria como às vezes alguma pessoa podia pensar, obviamente. |
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AE – A Igreja Católica tem um Dia das Bens Culturais que aproxima as pessoas do património e os bens culturais à sociedade. Qual é a importância deste dia e qual foi a a necessidade de o criar? PA – É mais uma oportunidade de afirmar a nossa preocupação pelos bens culturais e também ai há um pormenor, um por-maior. Sendo esta uma iniciativa da Igreja, para qual |
convidamos instituições da Igreja, de facto um sinal de que arreigou no mundo da cultura é que é habitual que neste dia se associem instituições culturais do Estado que não têm qualquer receio em dar também referência das suas atividades. Um sinal de apreço e de que valorizam aquilo que é a iniciativa da Igreja nesta matéria.
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AE – Ao longo destes anos a Igreja Católica têm dedicado atenção às novas tecnologias e às redes sociais. Qual importância e como deve ser a presença destes três setores nestes areópagos? PA – As redes sociais são o novo campo em que todos temos de estar, cuidando a qualidade e ao mesmo tempo cuidando, fugindo mesmo, daquilo que são os abusos das redes sociais. Confesso que me incomoda, especialmente, o aproveitamento das redes sociais para cultivar o anonimato e o abrigo do anonimato para cair em todo o tipo de abusos, também ai temos de ajudar que o mundo das redes sociais seja um mundo onde os valore do Evangelho tenham de estar presentes. Temos de estar com qualidade aproveitando os diferentes suportes para levarmos o Evangelho e ao mesmo tempo mantermos os relacionamentos com as pessoas que nos procuram.
AE – Em setembro de 2015, D. Pio Alves participou pela primeira vez numa visita Ad Limina, Santa Sé. Que |
importância teve esta visita para o trabalho da Comissão Episcopal Cultura, Bens Culturais e Comunicação Social? PA – Ao nível da Santa Sé e dos serviços os três secretariados são agregados de um modo diferente. A Cultura e os Bens Culturais numa instituição e as Comunicações Sociais noutro. Sei que toda a informação que se passou a propósito da Cultura e, muito concreto, dos Bens Culturais foi muito apreciada por parte do Sr. Cardeal responsável por este serviço, No caso da Comunicação Social também ainda que a pessoa estava de saída, na fase de reorganização dos serviços da Santa Sé. O encontro que tivemos a propósito dos Bens Culturais foi muito significativo, muito simpático por parte do cardeal Gioanfranco Ravasi que nos recebeu e que comentou e valorizou a informação que passamos e deixou sugestões a nível de temas que concretamente têm vindo a ser aproveitamos muito concretamente no Secretariado da Pastoral da Cultura. |
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«Fátima» mostra que a relação com Deus «é tão importante» como as relações humanas |
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O realizador João Canijo disse que o filme ‘Fátima’ mostra que a relação com Deus "é tão importante" como as relações humanas e resulta da “grande curiosidade” que sentia em perceber o “esforço e sacrifício” nas peregrinações a pé. “Sentia grande curiosidade de saber ou de perceber o porquê de tanto esforço e sacrifício em nome da fé. Confesso que não entendi”, disse o João Canijo à Agência ECCLESIA, acrescentando que “as razões são diferentes para toda a gente”. O filme ‘Fátima’ estreou nas salas de cinema portuguesas com duas versões – uma com 153 minutos e outra com 203 minutos – e retrata a peregrinação de 11 mulheres que em nove dias fazem 400 quilómetros a pé, entre Vinhais, em Bragança, até à Cova da Iria. “Uma peregrinação a Fátima a pé é chegar ao limite da resistência todos os dias sabendo que no dia seguinte vai outra vez chegar ao limite da sua resistência. Isto
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é um sacrifício em nome de Deus imenso, maior do que as pessoas pensam”, acrescenta o realizador. O realizador explicou que queria fazer um filme sobre mulheres obrigadas a estarem 24h00 sobre 24h00 juntas e levadas ao limite das emoções e, por isso, decidiu mostrar uma peregrinação a pé a Fátima. Segundo João Canijo, a partir do momento em que descobriu o tema surgiu outro “tão importante” como o das relações humanas que é “a relação com Deus”. Neste contexto, e antes das atrizes se colocarem ao caminho, foi o próprio realizador que viveu essa experiência e fez uma distância mais curta, de 80 quilómetros, que lhe “custou muito”. “Foi curta, mas o caminho é muito duro”, observou. “Depois percebi, é uma evidência, ninguém pode representar uma peregrinação a Fátima a pé sem a ter feito. É impossível”; constatou, acrescentando que as atrizes fizeram peregrinações reais e se um grupo fez o percurso todo desde Vinhais até Fátima, as menos jovens foram “mais poupadas” e percorrem “200 e tal quilómetros”.
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Do elenco de ‘Fátima’ fazem parte as atrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Cleia Almeida, Vera Barreto, Teresa Madruga, Ana Bustorff, Teresa Tavares, Alexandra Rosa, Íris Macedo, Sara Norte e Márcia Breia. “Havia algumas que partilhavam experiência da fé e nas peregrinações reais quase todas mudaram a sua relação com a fé”, revelou ainda João Canijo. Para o realizador, chegar a Fátima, como em qualquer peregrinação, “é resolução” e num filme sobre relações humanas, “mesmo quando há conflitos são todos resolvidos” na chegada. “A chegada a Fátima é a redenção”, destaca. O filme ‘Fátima’ vai ser também uma minissérie de cinco episódios, que vai ser exibida em outubro pela RTP. |
Leonardo Boff Online |
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No passado dia 22 de Abril comemoramos mais um dia da Mãe Terra. Esta efeméride surgiu inicialmente no ano de 1970 quando o senador norte-americano Gaylord Nelson criou o dia da Terra. Posteriormente, no ano de 2009, na 63ª Assembleia da ONU, o teólogo Leonardo Boff apresentava a fundamentação filosófica e ecológica para se celebrar este dia internacionalmente. O próprio Papa Francisco, na sua encíclica Laudato Si, adota também esta expressão. Sabemos que são muitas as personalidades dos vários quadrantes que defendem acerrimamente as questões ambientais, mas claramente que o teólogo e professor universitário brasileiro Leonardo Boff é uma das figuras principais. É dentro deste contexto que esta semana a minha sugestão passa por uma visita ao sítio deste grande pensador contemporâneo. Ao digitarmos o endereço www.leonardoboff.com entramos num espaço eminentemente informativo onde claramente se |
percebe, pela apresentação gráfica, que a ecologia é um foco importante. Caso pretenda conhecer melhor a biografia e o curriculum detalhado do membro da comissão da redação da Carta da Terra, basta que clique em “informações pessoais”. Em «obra» acedemos ao vastíssimo repositório de todas as publicações que foram editadas em todo o mundo, organizadas por ano de lançamento. Por outro lado em «artigos» podemos consultar livremente todos os artigos que este professor emérito de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro foi publicando. No item «balanço aos 70» somos convidados a ler todos os discursos e entrevistas que este expoente da Teologia da Libertação realizou por ocasião de seus 70 anos de vida e ainda algumas publicações sobre seu pensamento. As opções teologia e ecologia passam por apresentar sucintamente um pouco do seu pensamento relativamente a estas ciências, sendo ainda sugeridas várias obras que nos ajudarão a aprofundar melhor estas temáticas. |
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São quatro os grandes projetos que Genézio Darci Boff possui entre mãos. Desde o centro de defesa dos Direitos Humanos, ao TAO (teologia e assessoria orgânica), passando pelo serviço de educação e animação popular e como não poderia deixar de ser a Carta da Terra. Para os conhecer melhor basta acedermos a «projetos». Por último sugiro que deem um salto |
ao seu blogue pessoal ( https://leonardoboff.wordpress.com ) que recolhe os artigos que ele escreve semanalmente e outros que o próprio considera notáveis. Os temas abordados são a ética, a ecologia, a política e a espiritualidade e claro, sempre bastante pertinentes e de uma qualidade inigualável. Fernando Cassola Marques |
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II Concílio do Vaticano: «De Ecclesia» esmaltada de imagens bíblicas da Igreja |
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Nos primeiros trinta dias da segunda etapa do II Concílio do Vaticano (29 de setembro a 04 de dezembro de 1963), os padres conciliares dedicaram a sua reflexão ao esquema sobre a Igreja («De Ecclesia»), documento elaborado pelo cardeal Ottaviani, presidente da comissão teológica. Depois de um breve comentário ao esquema, o cardeal Ottaviani acentuou que “o depósito da fé devia ser guardado, mas que convinha apresentá-lo a todos”. No fundo expressa uma dupla preocupação: “doutrinal e pastoral” (Henri Fesquet; «O Diário do Concílio», volume I, Lisboa, Publicações Europa-América). De seguida, o arcebispo de Colónia (Alemanha), cardeal Frings, falou em nome dos padres conciliares alemães e deu um parecer positivo sobre o documento: “Valde placet” (O esquema agrada-me inteiramente). Para o “exigente” cardeal alemão fazer este juízo de valor sobre o esquema («De Ecclesia») – “não excluindo críticas de pormenor” – é preciso acreditar que o documento é realmente satisfatório. Segundo Henri Fesquet o texto redigido teve por base um projeto belga (Lovaina) e foi trabalhado de novo com colaborações “de várias subcomissões mistas, especialmente com membros da comissão do apostolado dos leigos”. Na mesma intervenção, o cardeal Frings congratulou-se pelo esquema evitar “o estilo apologético e jurídico” e por estar “esmaltado de imagens bíblicas da Igreja”. O cardeal alemão exprimiu também o seu reconhecimento a Paulo VI que, no seu discurso de abertura, |
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“corajosamente, não por tática, mas porque é verdade” reconheceu “os erros da Igreja Católica no drama da separação das Igrejas e deles pediu humildemente perdão” (Henri Fesquet; «O Diário do Concílio», volume I, Lisboa, Publicações Europa-América). Depois de quinze dias de trabalhos, os padres conciliares viviam um bom “entendimento” relativamente “aos pontos essenciais”. “Só um padre se levantou contra a sacramentalidade do episcopado e muito poucos contestam a colegialidade. As divergências são mais de modalidade que de fundo” (Henri Fesquet; «O Diário do Concílio», volume I, Lisboa, Publicações Europa-América). De ora
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em diante, relatou Henri Fesquet pode-se afirmar que o concílio “porá singularmente em relevo os poderes dos bispos. Não foram precisas mais de doze sessões para se fazer luz sobre um assunto há pouco tempo ainda considerado dos mais espinhosos”. Nos trabalhos da segunda sessão do grande acontecimento convocado pelo Papa João XXIII e continuado pelo seu sucessor, Paulo VI, os padres conciliares examinaram, para além do esquema «De Ecclesia», os documentos «De Episcopis et Dioecesium regimine» e «De Oecumenismo», tendo sido o «De Beata Maria Virgine» remetido para ulterior consideração integrado no «De Ecclesia», e apenas enunciado o do Apostolado dos Leigos. |
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Abril 2017 |
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Dia 28 de abril*Portalegre - Conselho diocesano da Pastoral da Família
*Aveiro - Conferência sobre Santa Joana Princesa por D. Januário Torgal Ferreira, bispo emérito das Forças Armadas e de Segurança.
*Funchal - Parque temático da Madeira - Encontro dos alunos de Educação Moral Religiosa Católica com o tema «EMRC: Um desafio a viver com alegria».
*Covilhã - O Centro de Pastoral Universitária da Universidade da Beira Interior, vai promover uma caminhada noturna do Santuário de Nossa Senhora do Carmo (Teixoso), até ao monumento da Imaculada Conceição naquela cidade (28 a 29)
*Egito - Viagem do Papa ao Egito na qual Francisco vai visitar o grande imã de al-Azhar e encerram em conjunto conferência sobre a paz. (28 e 29)
*Fátima - Hotel Steyler - Assembleia Nacional da Comunidade Vida Cristã (CVX) (28 de abril a 01 de maio)
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Dia 29 de abril*Portalegre - Dia da catequese da Diocese de Portalegre-Castelo Branco
*Guarda - Assembleia da Diocese da Guarda no âmbito de um processo de reorganização pastoral.
*Porto - Casa de Vilar - A Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e do Departamento de Escolas Católicas do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) promovem uma ação formação sobre «A interioridade como paradigma educativo».
*Santarém - Festa diocesana da juventude.
*Santarém - Encontro formativo de coros paroquiais da Diocese de Santarém
*Porto – Sé - Inauguração do restauro dos órgãos históricos da catedral do Porto
*Coimbra - A Cáritas Diocesana de Coimbra é uma das entidades |
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promotoras da caminhada solidária que tem como objetivo a sensibilização da comunidade contra os maus tratos em crianças e jovens.
*Campo Maior - Igreja do Convento - Conferência de Fernando Santos no Mosteiro de Campo Maior integrada nos 75 anos da fundação do Mosteiro da Ordem da Imaculada Conceição.
*Fátima - A Ação Católica Rural realiza, este fim-de-semana (29 e 30 de abril), a sua peregrinação nacional ao Santuário de Fátima. Uma peregrinação “inclusiva” porque uns viajam a pé outros de bicicleta e outros ainda de autocarro
*Portalegre - Alter do Chão - O Movimento «Encontros de Jovens Shalom» (MEJSh) realiza, de 29 deste mês a 01 de maio, em Alter do Chão (Diocese de Portalegre-Castelo Branco) o seu congresso nacional.
Dia 30 de abril*Braga - Museu Pio XII - Encerramento da exposição «Uma Mãe junto à Cruz» do artista Santiago Belacqua
*Fátima - Peregrinação da Diocese de Santarém ao Santuário de Fátima. |
*Guarda - Seia (Igreja de Nossa Senhora do Rosário) - Concerto de encerramento das jornadas do Conhecimento com o grupo «Voz Angelis»
*Lisboa - Paróquia de Alverca - Apresentação da obra «Os Pastorinhos de Fátima - iguais a todos, iguais a nós» da autoria de Madalena Foutoura.
*Porto – Sé - O Secretariado das Missões da Diocese do Porto promove uma celebração festiva, na Sé daquela cidade, às 15:00, presidida por D. António Francisco dos Santos.
*Setúbal - Almada (Seminário) - Conferência sobre «Fátima e Cristo Rei - Santuários de Paz» no Seminário de Almada pelo padre Sezinando Alberto, reitor do Santuário de Cristo Rei.
*Viana do Castelo – Sé - No início da Semana das Vocações, este domingo, vai ser ordenado diácono Rogério Rodrigues, às 15:30 na Sé de Viana do Castelo.
*Semana de Oração pelas Vocações com o tema «Queres dar-te a Deus?» (30 de abril a 07 de maio) |
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28 e 29 abril Egito - Papa Francisco visita o Egito com o lema ‘Papa da Paz no Egito da Paz’ – para acompanhar na Agência Ecclesia
Covilhã - Centro de Pastoral Universitária da Universidade da Beira Interior promove uma caminhada noturna do Santuário de Nossa Senhora do Carmo (Teixoso)
29 abril Porto - Os órgãos da capela mor da Sé do Porto, datados do século XVIII, vão ser inaugurados às 18h00, após uma intervenção de dois anos.
Coimbra - «Vista-se de azul e venha caminhar connosco» - caminhada solidária contra os maus tratos em crianças e jovens, pelas 09h30 na ARS Centro.
01 maio – Dia do Trabalhador Lisboa e Aveiro - Juventude Operária Católica (JOC) realiza encontros sobre a forma como os estágios profissionais afetam a vida da juventude.
02 maio - Lisboa - Debate «Francisco Papa: Líder Político-Moral Global», às 18:30, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa - Marcelo Rebelo de Sousa, António Ramalho Eanes e Adriano Moreira.
04 a 06 maio – Fátima - Encontro mundial do Movimento dos Cursos de Cristandade intitulado ‘É hora dos cursilhos’ |
Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h30 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
Domingo: 10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Entrevista de Aura Miguel
Segunda-feira: 12h00 - Informação religiosa
Diariamente 18h30 - Terço
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![]() RTP2, 13h00Domingo, 30 de abril, 13h30 - O Papa Francisco: Um filme e um livro apresentam uma revolução imparável
Segunda-feira, dia 01, 15h00 - Entrevista sobre o 1º de maio com a presidente da JOC; Lisandra Rodrigues, o coordenador da LOC, José Paixão, e Américo Mendes, da LOC e dirigente sindical.
Terça-feira, dia 02 15h00 - Informação e entrevista ao padre Manuel Augusto, sobre os 70 anos dos combonianos em Portugal.
Quarta-feira, dia 03, 15h00 - Informação e entrevista a Francisco Salvador sobre o encontro mundial do Movimento Cursos de Cristandade em Portugal.
Quinta-feira, dia 04, 15h00 - Informação e entrevista sobre a atualidade.
Sexta-feira, dia 05, 15h00 - Entrevista. Análise à liturgia de domingo pelo cónego Armindo Vaz e padre António Rego
Antena 1
Domingo, 30 de abril - Santidade de Jacinta: no acolhimento da Mensagem do Céu
Segunda a Sexta-feira, 01 a 05 de maio - Preparando a visita do Papa e o centenário das aparições.
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Ano A – 3.º Domingo da Páscoa |
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Caminhar como os discípulos de Emaús |
A liturgia deste terceiro Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir Cristo que acompanha os homens pelos caminhos do mundo, que com a sua Palavra anima os corações magoados e desolados, que se revela sempre que a comunidade dos discípulos se reúne para "partir o pão"; apela ainda aos discípulos a serem testemunhas da ressurreição de Cristo. É no Evangelho, sobretudo, que esta mensagem aparece de forma nítida: Cristo, vivo e ressuscitado, a caminhar ao lado dos discípulos de Emaús, a explicar-lhes as Escrituras, a encher-lhes o coração de esperança e a sentar-Se com eles à mesa para “partir o pão”. É aí que os discípulos O reconhecem. E nós, hoje? Na nossa caminhada pela vida, fazemos, frequentemente, a experiência do desencanto, do desalento, do desânimo. As crises, os fracassos, o desmoronamento daquilo que julgávamos seguro e em que apostámos tudo, o fracasso dos nossos sonhos deixam-nos frustrados, perdidos, sem perspetivas. Então, parece que nada faz sentido e que Deus desapareceu do nosso horizonte. No entanto, a catequese que Lucas nos propõe hoje garante-nos que Jesus Ressuscitado caminha ao nosso lado. Ele é esse companheiro de viagem que encontra formas de vir ao nosso encontro – mesmo se nem sempre somos capazes de O reconhecer – e de encher o nosso coração de esperança. Deus fala-nos, faz renascer em nós a esperança e o entusiasmo, através da Palavra de Deus, escutada, meditada, partilhada, acolhida no coração. Abrimo-nos para descobrir Jesus, vivo e atuante, |
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na partilha do Pão eucarístico. Sempre que nos sentamos à mesa com a comunidade e partilhamos o pão que Jesus nos oferece, damo-nos conta de que o Ressuscitado continua vivo, caminhando ao nosso lado, alimentando-nos ao longo da caminhada, ensinando-nos que a felicidade está no dom, na partilha, no amor. Sempre que nos juntamos com os irmãos à volta da mesa de Deus, celebrando na alegria e na festa o amor, a partilha e o serviço, encontramos o Ressuscitado a encher a nossa vida de sentido, de plenitude, de vida autêntica. Emaús é a nossa história de cada dia: |
os nossos olhos fechados que não reconhecem o Ressuscitado; os nossos corações que duvidam, fechados na tristeza; os nossos velhos sonhos vividos com deceção; o nosso caminho, talvez, a afastar-se do Ressuscitado. Durante o tempo pascal, ajustemos os nossos passos ao passo de Cristo. É urgente abrir os nossos olhos para reconhecer a sua presença e a sua ação no coração do mundo e para levar a Boa Notícia: Deus ressuscitou Jesus! Esta é a nossa fé, vivida na alegria do Evangelho! Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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Cerimónia simples, em português
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O Santuário de Fátima apresentou à imprensa os espaços e alfaias litúrgicas da única Missa a que o Papa vai presidir na Cova da Iria, a 13 de maio, projetando uma celebração simples e em português. O padre Joaquim Ganhão, da Diocese de Santarém, coordenador da Comissão de Liturgia da visita do Papa Francisco a Fátima, disse aos |
jornalistas que o Santuário “não encomendou” qualquer peça de ourivesaria sacra, escolhendo obras “simbólicas” que fazem parte do seu atual acervo. A cruz do altar que vai ser usada é uma oferta de São Pio de Pietrelcina, conhecido como Padre Pio, que chegou à Cova da Iria em 1959. O Papa Francisco vai usar os seus |
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próprios paramentos, vindos do Vaticano, e presidir à Missa com um cálice e cibório que foram oferecidos ao Santuário, em 1968, pelos “doentes de Portugal”, numa obra de José Rosas, joalheiro do Porto. A Custódia para a bênção dos doentes é da autoria de Joana Delgada e foi encomendada pelo movimento Adoração Noturna Espanhola, em 2011, para assinalar 25 anos de peregrinações a Roma. Vão estar no presbitério do recinto de oração cerca de 140 pessoas, entre elas 8 cardeais, 73 arcebispos e bispos, além dos leigos do séquito papal. A Missa conta ainda com 1100 concelebrantes inscritos até ao momento. Para a distribuição da Comunhão, estarão no altar 25 cálices e no recinto do Santuário cerca de 400 píxides, com ministros colocados também para lá da esplanada, na parte traseira da Basílica da Santíssima Trindade. A cerimónia inclui o rito de canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, no seu início, que o Papa acompanha desde a cadeira da presidência. Francisco seguirá a procissão do adeus, no final da Missa, desde o altar. A Missa, em português, vai incluir evocações em várias línguas no momento da oração universal, como é tradição nas Peregrinações |
Internacionais Aniversárias: português, italiano, inglês, francês, polaco e árabe. Na oração em árabe, vai rezar-se pelos migrantes, pelos pobres e pelos refugiados, “para que por intercessão de Maria, que conhece as suas dores, se sintam acolhidos por todos os que lhes oferecem dignidade e razões de espera”, adianta a página oficial da visita do Papa. Para a Eucaristia, o Papa Francisco vai paramentar-se na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde se recolhe, em oração, junto dos túmulos de Francisco e Jacinta, a partir das 09h40. O percurso entre a Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo, que recebe o Papa, e a Basílica será percorrido em viatura fechada; no final da celebração eucarística, Francisco vai dirigir-se para Casa de Nossa Senhora do Carmo, onde almoça com todos os bispos portugueses. O início da viagem de regresso à Base Aérea de Monte Real, de onde parte o avião da TAP para Roma, é feito em papamóvel, até à Rotunda Norte, onde decorre uma pequena cerimónia de despedida, com um momento musical, a cargo da Orquestra de Fátima e do Conservatório de Fátima-Ourém, antes de o Papa entrar numa viatura fechada que o levará a Monte Real. |
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Primeira Missa papal no presbitério do Recinto do Santuário coroa peregrinação
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O novo altar do recinto de oração do Santuário de Fátima vai permitir ao Papa Francisco estar mais próximo da assembleia, na Missa a que vai presidir no 13 de maio, encerrando a |
sua peregrinação à Cova da Iria. As obras realizadas no novo presbitério, dedicado em maio de 2016, foram passadas em revista numa visita da imprensa, com a presença de |
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Joana Delgado, consultora do Serviço de Ambiente e Construções do Santuário. O espaço quis aproximar o altar da assembleia e sublinhar a importância dos diferentes lugares litúrgicos, da autoria do arquiteto João Mendes Ribeiro, como a cadeira da presidência ou o ambão, dando maior visibilidade à basílica de Nossa Senhora do Rosário. Entre as obras de arte destacam-se a imagem de Cristo Crucificado, do escultor Filip Moroder Doss, e a escultura no tardoz do presbitério, da autoria de Fernanda Fragateiro. O novo presbitério tem uma área de cerca de 600 metros quadrados; o piso inferior concentra a sacristia e locais de apoio às celebrações. O espaço está assente num corpo central em betão, tendo por cobertura uma estrutura metálica revestida a fibra de vidro, em forma de leque. O projeto é da autoria do arquiteto grego Alexandros Tombazis, que assinou a Basílica da Santíssima Trindade, e da arquiteta Paula Santos. Na manhã de 13 de maio, o Papa vai chegar ao altar vindo do interior da Basílica de Nossa Senhora de Fátima. A procissão de entrada para a Missa inclui o andor com a imagem de Nossa Senhora, transportado por cadetes da |
Academia Militar, bem como as duas candeias-relicários com as relíquias dos futuros santos Francisco e Jacinta, transportados pela postuladora da Causa da Canonização dos dois Pastorinhos, irmã Ângela Coelho, e pelo assessor da Postulação, Pedro Valinho. A procissão conta ainda com a presença de cerca de 20 crianças e jovens, com idades compreendidas entre os 9 e os 16 anos, adianta a página oficial da visita do Papa a Portugal. O Rito de Canonização começa logo após a saudação inicial da Missa, proferida por Francisco, que vai falar aos peregrinos em português. Depois da homilia da Missa, e após a saudação aos doentes, o Papa vai pessoalmente fazer a bênção para este grupo, numa zona reservada na colunata norte. No dia da chegada, o papamóvel que transporta Francisco deixa o Estádio Municipal de Fátima pelas 17h30, em direção ao Santuário, pelas estradas da Giesteira e de Minde, Rotunda Sul e Avenida D. José Alves Correia. Francisco é o quarto Papa a visitar Fátima, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010). |
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Parlamento aprova proposta em defesa da Liberdade ReligiosaNão baixar os braços |
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Foi uma decisão histórica. O Parlamento português aprovou, por maioria, uma resolução em que compromete o governo de Lisboa a defender, a nível internacional, a questão da liberdade religiosa no mundo. O último Relatório da Fundação AIS foi citado no documento votado pelos deputados
Na passada sexta-feira, dia 21 de Abril, o Parlamento votou, por maioria, uma resolução, proposta pelo CDS-PP, que visa levar o governo a defender, “nas mais altas instâncias internacionais”, o princípio da liberdade religiosa no mundo. O governo de Lisboa fica agora implicado com esta decisão dos deputados, em que é solicitada uma “atuação firme, ativa e global na defesa da liberdade religiosa”, em organismos como “o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o Conselho Europeu e, em particular, no Conselho dos Negócios Estrangeiros”. Na defesa desta proposta de resolução, a deputada centrista Ana Rita Bessa lembrou, no plenário da Assembleia da |
República, diversos casos recentes de atropelos à liberdade religiosa. Foi o caso, no início do mês de janeiro, quando Mohammed Shohayet, de apenas 16 meses, a sua mãe e um irmão, perderam a vida durante a tentativa de fuga da Birmânia para o Bangladesh, por causa da perseguição de que eram alvo, “por serem muçulmanos num país maioritariamente budista”. Foi ainda o caso, na madrugada de 4 de Abril, quando Lucie Sarah Halim, uma judia de 67 anos, foi agredida por um jovem de 27, “que gritava ‘Allah’ enquanto a atirava pela janela da sua casa em Paris”, e foi, por fim, o assassinato de cerca de quatro dezenas de cristãos, no domingo de Ramos, “na sequência de um atentado do ISIS (o autoproclamado ‘Estado Islâmico’) a uma Igreja Copta no Egipto”.
Denunciar as injustiçasAna Rita Bessa explicou que, apesar de nada disto ter ocorrido em Portugal, “há que reconhecer que ninguém nos exime da responsabilidade de não
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nos fazermos cegos à injustiça”, acrescentando que “entre a culpa e a responsabilidade está a liberdade de cada um, mas também do coletivo” dos deputados “de não baixar os braços e denunciar”. O facto de esta questão – da liberdade religiosa – não ser uma matéria que oponha governo e oposição, nem esquerda ou direita, pois trata-se de direitos humanos, de vidas humanas, a verdade é que o Parlamento não aprovou esta resolução por unanimidade. Partido Socialista e Bloco de Esquerda abstiveram-se acima de tudo pelo destaque que, no documento que foi submetido a votação, foi dado à perseguição aos cristãos. Efetivamente, na proposta de resolução do CDS-PP, são referidos diversos documentos e estudos – um dos quais é o último relatório da Fundação AIS – em que se alerta para o aumento da discriminação e perseguição aos cristãos em vários países. Mas não foi só a Fundação AIS a fundamentar esta posição do CDS-PP. Na sua intervenção no parlamento, a deputada Ana Rita Bessa referiu igualmente outra instituição, a International Society for Human Rights, um observatório laico sedeado em Frankfurt, que assegura que cerca de 80 por cento de todos os |
atos de discriminação religiosos praticados atualmente no mundo são dirigidos contra os cristãos.
Fiscalizar o executivoNo final da votação, Ana Rita Bessa, em declarações exclusivas à Fundação AIS, mostrou-se esperançada de que a aprovação desta resolução pela Assembleia da República tenha agora uma consequência positiva na atuação do governo de Lisboa. “Acho que o governo será sensível a esta questão e acho que ajudará a que este tema entre na agenda”, disse a deputada, acrescentando ainda que “o facto de se ter agora um projeto de resolução aprovado” pelo Parlamento tornará “mais fácil fiscalizar a ação governativa e pressionar o governo a atuar” no sentido definido pelos deputados. A aprovação de um projeto de resolução é sempre, afirmou ainda a deputada à AIS, “um instrumento de pressão em relação ao trabalho do governo”. Esta iniciativa da bancada do CDS-PP teve o voto favorável deste partido e do PSD e mereceu a abstenção do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda. Partido Comunista e Verdes votaram contra.
Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
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O Pastor e os Pastorinhos |
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Tony Neves |
Foi há cem anos, naquela pobre e abandonada ‘Cova da Iria’, que Nossa Senhora veio dizer a três crianças que a paz resulta de vidas dignas e dedicadas aos outros. Em tempo de I Grande Guerra Mundial, Maria veio dizer ao mundo que era urgente mudar a vida, pôr o coração a bater ao ritmo do coração de Deus, ser mais solidário e fraterno com os pequeninos e os pobres. Cem anos depois, Roma dá a notícia ao mundo de que a Jacinta e o Francisco são santos reconhecidos pela Igreja. D. Manuel Clemente disse que ‘o reconhecimento do milagre é um grande sinal que Deus nos dá’. O Presidente da República referiu que ‘ a canonização dos pastorinhos é motivo de júbilo para Portugal’. Estes pastorinhos são, na longa história da Igreja, as primeiras crianças a ser canonizadas. É para nós, portugueses, uma honra e uma responsabilidade. Vem aí o Papa Francisco, depois de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. Fátima tem lugar cativo nas agendas dos Papas quando há algo de importante a celebrar. Mesmo limitado de saúde e com regras mais claras para a escolha das suas viagens apostólicas, Francisco nem pestanejou diante do convite para participar no centenário. Cem anos de Fátima e visita do tão mediático e apreciado Papa Francisco são argumentos suficientes para o país estar em ebulição. Nunca se escreveu tanto sobre Fátima. São rodados filmes, feitas reportagens sem conta. A especulação nos preços da hotelaria é escandalosa. A 12 de Maio, todos os caminhos de Portugal irão dar a Fátima. |
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Os media do mundo inteiro terão apontados à Cova da Iria as suas câmaras e microfones. Será um tempo de graça para que a Mensagem de Nossa Senhora possa ecoar nos ouvidos e tocar nos corações de milhões de pessoas por esse mundo além. Fátima é um local, uma mensagem incontornável. Vemos, ouvimos e lemos e ninguém pode ignorar o impacto de Fátima em Portugal e no mundo. Há quem ame e quem pareça odiar, mas ninguém fica indiferente. A mediatização extraordinária deste evento tem dado voz a pessoas que falam de Fátima com palavras que não seriam esperadas, saídas da boca de quem saem. Parece evidente que Fátima não é um acontecimento |
de há cem anos, mas uma mensagem que mantém força e actualidade, transformando a vida a muitos peregrinos. Sim, Fátima é ponto de chegada e de partida de milhões de peregrinos. Ali chegam de carro, autocarro, de bicicleta ou a pé. Uns vão sós, outros em família ou em grupo. Pouco importa. Mas o caminho foi tempo de reflexão e de luta interior. Muitos são os que chegam ao santuário com vontade de mudar a sua vida. O dia seguinte a Fátima pode ser muito diferente daquele dia em que decidiram rumar ao santuário. E esta também é uma imagem de marca das propostas religiosas dos tempos que correm na nossa Europa. Bem vindo Papa Francisco. |
dOCUMENTOSer Cristão no Trabalho: um desafio!Contributo da Plataforma “Compromisso Social Cristão” para o dia 1 de maio de 2017 |
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O Papa Francisco na encíclica Laudato Si refere que a realidade em que vivemos nos coloca «perante a urgência de avançar numa corajosa revolução cultural.» (LS 114) Foi este o desafio que as organizações católicas que constituem a Plataforma “Compromisso Social Cristão” - ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores), ACR (Ação Católica Rural); Cáritas Portuguesa, JOC (Juventude Operária Católica); LOC (Liga Operária Católica), CNJP (Comissão Nacional Justiça e Paz) e SSVP (Sociedade de São Vicente de Paulo) quiseram aceitar, olhando a realidade, julgando-a e apontando possíveis caminhos para o futuro - Ver, Julgar e Agir. Partimos da certeza de que, como refere o Papa, todos somos responsáveis por todos, todos estamos interligados, e, embora cada um tenha um papel a desempenhar, se queremos aspirar a promover a transformação cultural de que o nosso mundo necessita, precisamos de procurar caminhos e percorrê-los em conjunto. Queremos assumir a missão que |
recebemos de sermos cocriadores do mundo com Deus. «Deus colocou o ser humano no jardim recém-criado (Cf. Gn 2,15), não só para cuidar do existente (guardar), mas também para trabalhar nele a fim de que produzisse frutos (cultivar). Assim, os operários e os artesãos “asseguram uma criação perpétua” (Sir 38,4) » (LS 124)
A. O que observamos enquanto trabalhadores cristãos empenhados no mundo do trabalho? Não deixando de valorizar tudo o que de bom e positivo acontece no mundo do trabalho, onde a certeza da interligação entre os trabalhadores, as empresas, as organizações, a sociedade e o ambiente é cada vez mais clara, na linha da ecologia integral que o Papa nos convida a viver, queremos apontar algumas questões que nos preocupam e que implicam a nossa ação:
1. O elevado nível de desemprego existente e o seu impacto na vida de muitas pessoas É elevado o nível de desemprego |
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em Portugal, especialmente nos casos dos trabalhadores acima dos 50 anos, desadaptados da nova dinâmica económica e que muito dificilmente vão conseguir regressar à vida ativa, e dos jovens, que se veem obrigados a adiar a sua vida e a constituição de novas famílias. O desemprego é a maior injustiça que existe no mundo do trabalho. Olhamos com particular atenção a “robotização” e a introdução da inteligência artificial, que promoverão uma forte mudança na realidade económica.
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2. A fragilidade e precariedade dos vínculos laborais Cada vez mais, as relações laborais entre empresas e trabalhadores são precárias, obrigando a um novo entendimento de carreiras e tornando o futuro mais exigente e incerto, especialmente para os jovens que entram agora no mundo profissional. Por outro lado, ainda vemos muitas empresas a assumirem, ou a não conseguirem deixar de assumir, os salários baixos dos seus trabalhadores como vantagem competitiva, criando uma geração de trabalhadores, que, |
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dOCUMENTO
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mesmo empregados, não conseguem sair da sua situação de pobreza. Se considerarmos que a economia deve estar ao serviço da pessoa, e não o contrário, não podemos aceitar esta realidade como inevitável.
3. O impacto do trabalho na família e na saúde A realidade referida nos pontos anteriores afeta diretamente a instituição familiar, quer a das famílias confrontadas pela incerteza do presente, quer a das que se querem formar e não têm capacidade de projetar o futuro, assumindo a responsabilidade dos grandes compromissos para a vida, como casar e ter filhos. Por outro lado, muitas vezes as condições de trabalho e a dificuldade de conciliação família e trabalho, aliadas à falta de sentido do próprio trabalho, promovem o desgaste físico e inúmeras situações de doença, nomeadamente, de foro psicológico, com todas as suas consequências pessoais, familiares e empresariais.
4. A falta de investimento A verificação da forte quebra do investimento em Portugal - público e privado, nacional e internacional - |
e a venda de empresas nacionais de referência é um sinal de forte alerta e de preocupação sobre o futuro da economia. Esta preocupação é reforçada pelo facto de muitas empresas portuguesas estarem descapitalizadas e de existir uma grande fragilidade do sistema financeiro português, a sofrer o efeito da falta de ética de alguns e o impacto da situação financeira internacional. Sem investimento, não podemos esperar o crescimento e o desenvolvimento de que necessitamos para o nosso país.
5. A falta de escala e produtividade de muitas empresas O tecido empresarial português, em que mais de 96% das empresas têm menos de 10 trabalhadores, é muito frágil. Muitas vezes os empresários não têm as competências necessárias para crescer e implementar procedimentos que melhorem a sua produtividade e rendibilidade, promovendo empregos de qualidade.
6. Um Estado frágil que anualmente gasta mais do que recebe O Estado pode vir a ter dificuldades em cumprir as suas responsabilidades se nada fizer para assegurar a |
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sustentabilidade das contas públicas e das pensões. Os gastos superiores às receitas, ano após ano, a inversão da taxa de natalidade, da mais alta da Europa para a mais baixa, e a falta de crescimento económico são fatores que suscitam enorme preocupação e exigem reflexão sobre a capacidade do Estado de assegurar no futuro as suas responsabilidades sociais atuais. Por outro lado, a evasão fiscal - de grandes empresas, de pequenos serviços e ao nível individual, e o planeamento fiscal (que, sendo legal, maximiza o potencial das disparidades das |
políticas fiscais internacionais em desfavor do Estado), limita as receitas. Assim, é urgente encontrar caminhos para garantir a sustentabilidade futura do Estado.
7. A falta de valores éticos A “idolatria do dinheiro” que leva a que «seja o dinheiro a governar em vez de servir», a par da cultura do poder e da cultura “utilitarista e do descarte”, sem noção do sentido último da nossa existência, leva ao aparecimento de demasiadas situações de falta de ética, onde o bem individual se sobrepõe ao Bem Comum. |
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A falta de valores éticos na vida económica corrói as relações pessoais, afeta a confiança nas lideranças e na economia, e destrói pessoas e empresas. Estamos certos de que a crise em que estamos não teria existido se os responsáveis empresariais tivessem atuado dentro de padrões de ética, de responsabilidade social e dos valores propostos pela Doutrina Social da Igreja.
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B. Perante esta realidade queremos reafirmar:
1. Que a Pessoa Humana é protagonista, centro e fim de toda a vida económica[i] Toda a vida económica tem de colocar a Pessoa Humana no centro das decisões. O que fazemos e como o fazemos tem de ser iluminado pelo critério humano. Por isso, a par da sustentabilidade económica, é |
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essencial olharmos o impacto da nossa ação em todos aqueles que são afetados pelas decisões - trabalhadores, famílias, sociedade e meio ambiente. «É preciso relembrar que “os custos humanos são sempre também custos económicos, e as disfunções económicas acarretam sempre também custos humanos”[ii]. Renunciar a investir nas pessoas para se obter maior receita imediata é um péssimo negócio para a sociedade.» (LS128)
2. Que o trabalho para todos é um elemento essencial da justiça social Se, por um lado, o trabalho digno é fonte de dignidade, de desenvolvimento pessoal e de afirmação da individualidade de cada um no mundo, por outro lado, cada pessoa, com as suas características únicas e irrepetíveis, tem uma missão a desempenhar no desenvolvimento da vida em sociedade, promovendo o Bem Comum. Por isso, quando vemos tantas pessoas sem trabalho, tanto trabalho em condições indignas, tanta precariedade que limita o futuro e tanta vivência do trabalho sem sentido, temos que nos questionar e procurar caminhos novos e desvendar as melhores soluções. |
3. Que pelo nosso trabalho somos cocriadores do mundo com Deus Acreditamos que o sentido do nosso trabalho nos supera, na medida em que, pelo trabalho, nos envolvemos como cocriadores do Mundo, de acordo com as capacidades, talentos e realidades que Deus confia a cada um, em cada tempo.[iii] Nesse sentido, não queremos trabalhar apenas para o nosso bem temporal, para o bem das nossas famílias, para corresponder aos nossos desafios profissionais, ou para o êxito das empresas em que trabalhamos, mas queremos trabalhar para o Bem Comum e contribuir ativamente para a construção do Reino.
4. Que a atividade empresarial é uma das chaves da questão social «A atividade empresarial, que é uma nobre vocação orientada para produzir riqueza e melhorar o mundo para todos, pode ser uma maneira muito fecunda de promover a região onde instala os seus empreendimentos, sobretudo se pensa que a criação de postos de trabalho é parte imprescindível do seu serviço ao bem comum» (LS129). Sem empresas e organizações, capazes de criar valor para a sociedade, não é possível desenvolver o país e garantir empregos de qualidade. |
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Reconhecemos, por isso, nas empresas, um enorme valor social que tem origem na iniciativa, no risco e na capacidade de pessoas concretas, mas que só ganha sentido nos fins sociais que prossegue, designadamente na produção de riqueza, na criação de oportunidades de trabalho de qualidade, na realização dos que nela trabalham e no desenvolvimento social.
5. Que as empresas são comunidades de pessoas[iv] e famílias Vemos as empresas como comunidades humanas, fundadas em interesses não coincidentes - acionistas, gestores, trabalhadores, sindicatos, famílias e sociedade - mas orientadas para finalidades comuns, estruturadas segundo o princípio da cooperação, e não do conflito. Assumimos que a maioria das empresas está vocacionada para a produção, e/ ou comercialização de bens e serviços num mercado global, concorrencial e incerto e, por isso, sujeita a princípios racionais de gestão, de organização e de permanência no mercado. Sabemos que o sucesso empresarial e a dignificação do trabalho e dos trabalhadores não são realidades |
opostas, mas realidades que se complementam e potenciam mutuamente. Logo, Empresários e Trabalhadores, devem estar unidos no bem dessa comunidade que é a empresa, respeitando os direitos e deveres de cada um e procurando simultaneamente a excelência na atividade e a solidariedade entre os atores. No fundo, todos os intervenientes numa empresa são corresponsáveis pela sustentabilidade da mesma, cada um a seu modo.
6. Que o mercado tem potencialidades, mas também limites Reconhecemos as potencialidades do mercado, da concorrência, da propriedade privada e da livre criatividade humana, como fator de desenvolvimento humano, económico, social e ambiental, mas defendemos a necessidade de uma cada vez mais forte regulação da atividade económica, que diminua o impacto das faltas de ética, dos excessos de poder de grupos de interesse e corporações, e assegure a inclusão de todos aqueles que se vejam excluídos do mercado laboral e da sociedade. Somos também confrontados com o desafio de, dentro da atividade económica, dar lugar ao princípio da gratuidade e à lógica do dom.[v]
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C. Perante as realidades e as reafirmações anteriores que caminhos de futuro propomos?
1. A conversão pessoal de cada um ao Amor de Deus Nenhuma revolução autêntica pode começar sem a adesão pessoal ao projeto, neste caso sem a adesão pessoal a Cristo e aos critérios de Amor que nos propõe. Só em união com Ele poderemos aspirar a ser instrumentos da transformação que Deus pretende no mundo. É a fidelidade à sua missão que pode salvar-nos e pode salvar e transformar o mundo
2. A vivência do nosso trabalho em nome de Cristo Trabalhar com o sentido de que tudo
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O que fazemos é em seu nome, responsabiliza-nos a seguir os seus critérios, a procurar o seu entendimento. Trabalhar - servindo, em vez de nos servirmos – para trazer Cristo e o seu Amor para as empresas e para tratar os outros como gostaríamos de ser tratados se estivéssemos no lugar deles. Este é um enorme desafio que transforma o nosso espaço pessoal de atuação, das equipas de trabalho e das empresas.
3. A procura da unidade de vida e de uma ecologia do trabalho A unidade de mente e coração e ação de cada um, assumindo os mesmos valores e critérios de atuação nos diferentes papéis que desempenha - família, trabalho ou vida social, é um
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critério essencial para podermos ser íntegros em tudo o que fazemos. Aqueles que se deixam dividir em “gavetas de vida” acabam por viver uma vida de mentira. É esta unidade de vida que nos permite aplicar os Talentos e Dons que Deus nos confia, a cada momento, nos trabalhos que fazemos e nos relacionamentos que mantemos. Tudo fazer para pôr a render os nossos talentos é um imperativo ético, perante Deus, perante nós próprios, perante aqueles que connosco trabalham e perante aqueles que não têm trabalho. |
4. A necessidade de aumentar o diálogo e a cooperação nas empresas As empresas são constituídas por todos os que nelas trabalham. A cooperação entre todos é vital para o desempenho das empresas. Por isso, é essencial potenciar o diálogo e a cooperação efetiva entre todos - acionistas, gestores, trabalhadores, sindicatos, forças locais -, promovendo nas empresas o princípio da subsidiariedade que potencia cada um dos colaboradores.
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5. A formação e acompanhamento dos líderes empresariais Perante a complexidade do mundo económico atual, é essencial o testemunho daqueles que gerem com critérios éticos e sabem como dignificar a sua empresa e os seus trabalhadores. Nesse sentido, é essencial encontrar espaços de inspiração e de partilha de boas-práticas, que possam contagiar cada vez mais empresas. Acreditamos que a introdução de políticas concretas e possíveis pode transformar a cultura das empresas e impactar a vida dos seus colaboradores. Isto pode, e deve, acontecer, por exemplo, no que se refere à conciliação entre família e trabalho, à remuneração justa, aos contratos de trabalho ou ao pagamento pontual a fornecedores.
6. O acompanhamento e formação das novas gerações de trabalhadores Perante as rápidas mudanças na forma de contratualização, é essencial acompanhar e formar para o trabalho as novas gerações de trabalhadores, para a necessidade de não deixarem de se atualizar e serem “empreendedores” da sua própria vida. Importa passar de uma atitude passiva a uma atitude proativa, |
com consciência do nosso papel de trabalhadores que reconhecem os seus direitos e deveres. É importante fomentar um saudável intra-empreendedorismo nas nossas empresas, dando espaço aos mais jovens para apresentarem as suas ideias e tomarem iniciativas, mesmo que arriscadas, até porque «muitas vezes o Senhor revela ao mais jovem o que é melhor» como está escrito na terceira regra de São Bento. É importante promover uma autêntica educação para o trabalho, com um equilíbrio dinâmico entre o realismo prático e a utopia, a ação e a oração, a prática e a reflexão.
7. A opção pelos mais pobres, especialmente aqueles que não têm emprego ou têm um emprego precário Potenciar o empreendedorismo e um ecossistema favorável ao investimento é essencial para gerar valor para toda a sociedade e criar empregos reais e de qualidade. Aqueles que têm capacidade financeira e vocação para serem empreendedores devem assumir essa responsabilidade e o consequente risco do investimento, promovendo emprego, produtos e serviços de qualidade que possam ajudar a |
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desenvolver a sua região. Torna-se necessário fazer todo o possível para conciliar critérios de sustentabilidade económica com a manutenção e a criação de postos de trabalho. Torna-se urgente apoiar quem não tem trabalho, para que consiga de novo voltar a tê-lo, dinamizando espaços e dinâmicas ágeis de promoção da empregabilidade. E é imperioso acabarmos com a triste realidade dos chamados “trabalhadores pobres”, isto é, aqueles que, mesmo tendo um trabalho a tempo inteiro, vivem em situações de pobreza devido aos baixos salários. Remuneração justa e condições dignas são fundamentais para garantir o futuro de todos.
8. Todos somos responsáveis pelo consumismo «O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota de um coração comodista e mesquinho» diz-nos o Papa Francisco logo no início da exortação apostólica Evangelii Gaudium. Todos nós, como consumidores e responsáveis pelas tendências de mercado e da viabilidade das empresas, devemos, como refere o Papa, ter a noção de que a forma |
como consumimos condiciona a nossa vida, o ambiente e a vida das empresas. As decisões de consumo, também elas, devem ter em conta não só o preço económico, mas também os diversos impactos da empresa e dos seus produtos na sociedade.
9. A transformação das estruturas políticas e económico-sociais[vi] Sem a transformação das estruturas políticas, económicas e sociais, não se atua nas causas profundas da degradação do trabalho humano. Por isso, é necessário que os cristãos procurem não só a «conversão pessoal» referida, mas assumam uma intervenção ativa e permanente nessas estruturas. Devemos intervir mais, pessoalmente ou em grupo, nos locais de trabalho e de residência, nas associações locais, sindicais e empresariais, nas forças políticas, nos órgãos de soberania e em todas as instâncias onde se pode influenciar a vida da comunidade humana. Intervir denunciando as situações que não promovem a dignificação do trabalho e não colocam a Pessoa Humana no centro de toda a vida económica. Esta denúncia é uma forma de testemunhar Cristo e o seu Amor. Acreditamos que, se formos capazes |
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de viver convertidos ao Evangelho, cada uma das nossas organizações pode tornar-se cada vez mais um espaço de verdadeira comunidade de pessoas. Acreditamos que é possível iniciar esta revolução que o Papa Francisco sugere e aspirar a uma nova organização da sociedade e do trabalho. O caminho não é fácil e os obstáculos e as problemáticas são grandes, mas acreditamos que, unidos a Deus e num espirito de serviço, podemos aspirar a sermos cuidadores da nossa casa comum, cuidando do existente – guardar – e trabalhando nele a fim de que produza frutos – cultivar -, |
assegurando, assim, uma criação perpétua, da qual todos possam desfrutar.
Lisboa, 1 de maio de 2017
Plataforma Compromisso Social Cristão: Associação Cristã de Empresários e Gestores - ACEGE, Ação Católica Rural - ACR, Cáritas Portuguesa Comissão Nacional Justiça e Paz - CNJP Juventude Operária Católica - JOC Liga Operária Católica - JOC, Sociedade de São Vicente de Paulo - SSVP
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[i] Gaudium et Spes, 25 [ii] Caritas in Veritate, 32 [iii] Laborem Exercens, 4 [iv] Gaudium et Spes, 68 e Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 340 [v] Caritas in Veritate, 36 [vi] Sollicitudo Rei Socialis, 36, 20 e 22 |
[i] Gaudium et Spes, 25
[ii] Caritas in Veritate, 32
[iii] Laborem Exercens, 4
[iv] Gaudium et Spes, 68 e Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 340
[v] Caritas in Veritate, 36
[vi] Sollicitudo Rei Socialis, 36, 20 e 22
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