04 - Editorial

      Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

       D. Manuel Linda

22 - Semana de...
       Paulo Rocha

       Bodas de Ouro Sacerdotais


 


 

 

       D. Jorge Ortiga

50 - Multimédia

52 - Estante

54 - Vaticano II

56 - Agenda

58 - Por estes dias

60 - Programação Religiosa

61 - Minuto Positivo

62 - Liturgia

64 - Fátima 2017

68 - Fundação AIS

70 - LusoFonias

Foto de capa: DR

Foto da contracapa:  DR

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

Ordenações de norte a sul

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Novas diretivas da Santa Sé

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D. Jorge Ortiga, 50 anos de padre

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D. Manuel Linda | Paulo Rocha| Paulo Cunha | Octávio Carmo | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves | Fernando Cassola Marques

 

Culpa

  Octávio Carmo    

  Agência ECCLESIA   

 
 

 

É habitual em conversas informais ou até mesmo em reflexões mais aprofundadas depararmo-nos com referências em tom de lamento aos conceitos de culpa e responsabilidade. Ou a confusões entre legalidade e moralidade, como se a ausência de uma condenação jurídica tornasse legítima qualquer ação.

O primeiro âmbito de resposta, nestes casos, é o da própria consciência. Admito que não seja fácil, num tempo de julgamentos públicos e sumários nos ‘tribunais do Facebook’, mas cada um deve saber como lhe pode ser imputada determinada ação e qual a sua intervenção nas consequências, sobretudo quando as mesmas têm um efeito criminoso.

Julgo que a ideia de “culpa” está demasiado associada à ideia de “bodes expiatórios”, de encontrar uma justificação fora de nós quando algo corre mal. Nota-se na vida pessoal, política, social, desportiva, até religiosa. Parece sempre ser preciso ter algo ou alguém para atirar à sua sorte, no deserto dos valores, carregando frustrações, desesperanças, ilusões, erros.

A consciência da culpa não é, na tradição cristã, o fardo que vários filósofos nos quiseram fazer crer: a última palavra é sempre do Bem, da Misericórdia, da conversão de que o coração humana é capaz quando se entregue a quem é maior do que ele próprio. Deve ser um ponto de partida para uma existência melhor, com a consciência dos limites que existem, para poder assumir 

 

 

 

 

responsabilidades e progredir, sem autocomiseração, confiando na ajuda dos outros e do Outro.

Na nossa vida em comunidade, espero que a determinação do que correu mal em tragédias recentes ajude a determinar esse futuro melhor, identificando culpados (porque não basta encolher os ombros e dizer que não era possível fazer nada) e assumindo responsabilidades, de 

 

 

forma séria e respeitosa por quem sofreu na pele as consequências do mal. Há uma lição a tirar dos repetidos alertas anuais e das sucessivas devastações provocadas pelo fogo: não basta uma solidariedade que responda aos problemas, após os incêndios, mas é necessária uma solidariedade preventiva, onde todos se empenhem a fundo para evitar os problemas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

Lula da Silva, ex-presidente do Brasil foi condenado a nove anos e meio de prisão @ Lusa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“A Europa tem um património ideal e espiritual único no mundo que merece ser reproposto com paixão e renovado frescor”, Papa Francisco, dia São Bento, padroeiro da Europa [11 jul,  @Pontifex – Twitter]

 

"O Porto está mais próximo do centro da Europa, está mais perto do centro da Península [Ibérica]”, ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, sobre a cidade-sede para a Agência Europeia de Medicamento [13 jul, Rádio Renascença]

 

“Foi a nova política de rendimentos e a previsibilidade da redução da carga fiscal que gerou confiança […] A necessidade de preparar o Portugal pós 2020 acelera este debate.”, primeiro-ministro, António Costa, debate Estado da Nação [12 jul, Jornal Económico]

 

“Com a conjuntura de 2016 e 2017, com o governo que os portugueses elegeram nas urnas, não tenho dúvidas de que se tivéssemos um governo reformista tínhamos um país ainda mais próspero”, presidente do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho [12 jul, Jornal SOL]

 

“Muitas metas são ilusórios, prometem alívio e apenas distraem um pouco; asseguram paz e divertimento, mas depois deixam na solidão de antes, são fogo-de-artifício”, Papa Francisco, oração do ângelus [09 jul, Agência Ecclesia]

 

Novos padres
para renovar a Igreja e o mundo

 

Várias dioceses portuguesas viveram dias de festa no sábado e domingo, com ordenações diaconais e presbiterais, como aconteceu no Porto, onde D. António Francisco dos Santos considerou que o “tesouro” confiado aos novos sete padres e cinco diáconos, da diocese e de

 

 

institutos religiosos, pelo sacramento da Ordem, vai “renovar a Igreja e transformar o mundo”.

“Chamados por Deus e escolhidos pela Igreja para o ministério de diáconos e de presbíteros, sois os protagonistas da oração, que convosco hoje rezamos, e o rosto da bênção, 

 

 

 

 

que de Deus através de vós recebemos”, disse o bispo do Porto, numa homilia em que pediu aos novos ordenados que não tenham “medo de guardar este tesouro religiosamente nos vasos de barro humano” que são.

Do Seminário Maior do Porto foram ordenados três sacerdotes - Bruno Ávila, Fernando Perpétua, Marco Alves -, em número igual da Companhia de Jesus (Jesuítas) - Duarte Rosado, João de Brito e Manuel Lencastre Cardoso - e Jorge Gonçalves, da Congregação dos Sacerdotes de Coração de Jesus (Dehonianos).

Foram também ordenados como diáconos João Pedro Ribeiro e Vasco Soeiro, alunos do Seminário Maior da Sé, Ariosto Nascimento e Celestin Bizimenyera do Seminário de Santa Teresinha do Menino Jesus, Redemptoris Mater, do Porto, e Jaime Mathe da Sociedade Missionária da Boa Nova, natural de Moçambique.

D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, presidiu na tarde de domingo à ordenação presbiteral do diácono Duarte Gonçalves a quem explicou que a diocese é “uma realidade muito desafiante”, convidando-o a ser "humilde de coração”.

A Paróquia de Santa Iria de Azóia acolheu, no dia anterior, a ordenação 

 

presbiteral de frei João Miguel Russo Silva, da Ordem de Santo Agostinho (OSA), numa celebração presidida por D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa. Este é o terceiro jovem ser ordenado sacerdote, desde o regresso da ordem religiosa ao Patriarcado, há mais de 40 anos.

Já no domingo, D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, presidiu à ordenação sacerdotal de António Neves Mosso, missionário espiritano, numa celebração que decorreu na Paróquia da Agualva, em Sintra, onde o novo padre cresceu. O padre António Mosso regressa agora à Espanha, onde continua a sua missão.

Em Braga, D. Jorge Ortiga presidiu este domingo à ordenação de seis diáconos da diocese minhota, numa cerimónia que marcou o seu 50.º aniversário de ordenação sacerdotal. Este domingo, o arcebispo primaz ordena novos sacerdotes.

Para o dia 5 de agosto está marcada a ordenação sacerdotal de Carlos Almada, na Sé do Funchal.

Ao longo das últimas semanas, também houve cerimónias de ordenações diaconais e presbiterais nas dioceses de Angra, Coimbra, Guarda, Lamego, Leiria-Fátima, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Viana, Vila Real e Viseu. 

 

1403 portugueses fazem voluntariado missionário em 2017

A Fundação Fé e Cooperação (FEC), organismo da Igreja Católica em Portugal, anunciou que 1403 pessoas vão dedicar-se a ações de voluntariado missionário em 2017.“389 jovens e adultos realizam projetos de voluntariado missionário em países em vias de desenvolvimento e 1014 desenvolve atividades de voluntariado/missão em Portugal”, refere um comunicado da instituição, enviado à Agência ECCLESIA.

Este é um número global mais alto do que em 2016, verificando-se um aumento no número de voluntários que parte para missões fora da Europa, segundo dados estatísticos da Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela FEC – Fundação Fé e Cooperação.

O elenco inclui voluntários que abdicam dos seus empregos e salários para partir em missão. “Com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, 18 pessoas deixam o seu emprego e 10 pedem uma licença sem vencimento para partir este ano para países em desenvolvimento”, assinala a nota de imprensa.

A este número somam-se 10 desempregados que vão dedicar-se a 

 

 

experiências de voluntariado missionário. Os 389 voluntários portugueses que saem do país estão distribuídos por vários países: Cabo Verde vai acolher 89 voluntários; Moçambique, 76; São Tomé e Príncipe recebe 70; Guiné-Bissau, 65; Angola, 38; Brasil, 27; Timor-Leste, 9; Espanha, 5; Honduras, 4; a Zâmbia acolhe 2 voluntários; com destino à República Centro Africana partem dois voluntários; e para o Perú partem outros dois. 349 pessoas partem para projetos de curta duração, isto é, em missões que podem ir de 15 dias a 6 meses; 40 pessoas partem em projetos de longa duração (entre 7 meses a 2 ou mais anos).

Este ano, 1014 jovens e adultos desenvolvem atividades de voluntariado missionário em Portugal.

 

 

 

 

 

Jovens e família estão no centro das atenções em Santarém

O bispo de Santarém, D. Manuel Pelino, publicou esta terça-feira, uma nota pastoral com as linhas programáticas para o próximo ano que vai colocar no centro os jovens e a família.“Uma primeira direção é a preparação do Sínodo sobre «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional»” e a outra prioridade “é continuar a aplicação da Exortação Apostólica «A Alegria do amor»”, lê-se na nota pastoral de D. Manuel Pelino enviada à Agência ECCLESIA.

Apoiar a família na transmissão da fé, designadamente “pela prática das propostas do programa de catequese” e uma “maior integração eclesial dos divorciados a viver em nova união” é uma aposta do programa pastoral de 2017-18 porque a Exortação Apostólica abre “caminhos novos e temos alguns critérios para dar passos seguros nesta área”.

A preocupação pelos jovens “não pode deixar para trás o cuidado pela família”, mas antes, deve “prepará-los e motivá-los para assumir com empenho esta vocação”, escreveu o bispo de Santarém. Tanto a preparação do Sínodo sobre

 

 

 os jovens como o acompanhamento da família, só poderão “alcançar eficácia com uma ação bem conjugada e o potenciamento de todas as sinergias, ou seja, com um estilo sinodal”, sublinha o documento.

D. Manuel Pelino reconhece que existem “muitos movimentos e serviços dedicados aos jovens e à família” mas, por vezes, “cada um opera isolado no seu campo”.

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

Oferta da vida é novo caminho para a abertura de um processo de canonização

 

O Papa Francisco publicou o decreto que apresenta a “oferta da vida” como novo modelo jurídico para a abertura de processos de beatificação e canonização, distinto do “martírio” e do reconhecimento das “virtudes heroicas”. De acordo com a carta apostólica em forma de “motu 

 

 

próprio” (documento assinado pelo próprio Papa), a "oferta da vida" tem de acontecer “de forma livre e voluntária” e corresponder a uma “heroica aceitação por caridade de uma morte certa e a curto prazo”.

Os critérios apontados pelo documento divulgado pela Sala 

 

 

 

 

 

de Imprensa da Santa Sé indicam também a necessária ligação entre a "oferta da vida" e a "morte prematura" e o exercício das "virtudes cristãs antes de dar a vida". A “existência de fama de santidade” depois da morte e a “necessidade de um milagre para a beatificação, ocorrido depois da morte do Servo de Deus e por sua intercessão” são outras duas condições para a santidade de quem dá a vida.

A "oferta da vida" é a quarta via para os processos de canonização, que a partir de hoje se junta ao martírio, ao exercício das "virtudes heroicas" e à canonização "equipolente" (por decisão explícita do Papa).

Os processos de canonização que se incluem na categoria da "oferta da vida" seguem as normas dos casos das virtudes heroicas, começando primeiro na fase diocesana, com a recolha de documentação relativa ao candidato, a que se segue a fase romana, onde os processos são avaliados na Congregação para as Causas dos Santos, de acordo com a legislação da Santa Sé e as alterações introduzidas pelo Papa Francisco e publicadas no dia 3 de março de 2016.

O documento pontifício, que entrou em vigor no mesmo dia da 

 

promulgação, define como “dignos de especial consideração e honra aqueles cristãos que, seguindo mais de perto as pegadas e os ensinamentos do Senhor Jesus, ofereceram de forma voluntária e livremente a vida pelos outros” perseverando “até à morte neste propósito”.

Aliás, prossegue o motu proprio, “a oferta heroica da vida, sugerida e apoiada pela caridade, exprime uma verdadeira, plena e exemplar imitação de Cristo e, portanto, merece aquela admiração que a comunidade dos fiéis costuma reservar a quantos de maneira voluntária aceitaram o martírio de sangue e exerceram de modo heroico as virtudes cristãs”.

Com o “parecer favorável” manifestado pela Congregação para as Causas dos Santos, na sessão plenária de 27 de setembro de 2016, o Papa estabelece os critérios a serem seguidos na ação processual.

O secretário da Congregação para as Causas dos Santos, D. Marcello Bartolucci, explica ao jornal do Vaticano que o Papa abriu uma “quarta via”, porque as precedentes não pareciam “suficientes para interpretar todos os possíveis casos de santidade canonizável”. 

 

 

 

 

Pão e Vinho para a Eucaristia

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos recordou aos bispos diocesanos que lhes compete “providenciar dignamente tudo que é necessário para a celebração da Ceia do Senhor”, numa carta-circular enviada a pedido do Papa Francisco.“Ao bispo, primeiro dispensador dos mistérios de Deus, moderador, promotor e garante da vida litúrgica na Igreja que lhe está confiada, compete vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam”, lê-se no documento divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé) observa que hoje o pão e o vinho para a celebração da Eucaristia se vendem “também, em supermercados, lojas ou mesmo pela internet”, já não se limitando às comunidades religiosas que se dedicavam a essa preparação. As diretivas da Santa Sé recomendam que o pão e o vinho destinados à Eucaristia tenham “um tratamento conveniente” nos lugares de venda.

O dicastério responsável pela Liturgia lembra as normas existentes e

 

sugere “algumas indicações práticas”, por exemplo, “garantindo a matéria eucarística mediante a concessão de certificados”. O objetivo é que "não fiquem dúvidas acerca da validade desta matéria eucarística”.

Os bispos diocesanos devem recordar aos sacerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, “a responsabilidade” de verificarem “quem é que fabrica o pão e o vinho” para a celebração e a “conformidade da matéria”.“Compete informar e advertir para o respeito absoluto das normas os produtores de vinho e do pão para a Eucaristia”, frisa a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

“Honestidade, responsabilidade e competência” é pedido quem confeciona o pão e produz o vinho para a Eucaristia, devendo ter “consciência” ao fim que tem o seu trabalho.

O documento recorda que a Congregação para a Doutrina da Fé já “indicou as normas” para as pessoas que, “por diversos e graves motivos”, não podem consumir pão normalmente confecionado ou vinho normalmente fermentado, 

 

   

 

 

na carta-circular aos presidentes das Conferências Episcopais de 24 de julho de 2003.

“As hóstias completamente sem glúten são matéria inválida para a eucaristia”, mas podem ser usadas hóstias “parcialmente desprovidas de glúten”, o suficiente para “obter a 

 

panificação”, “sem acréscimo de substâncias estranhas”.

Já o mosto, o sumo de uva, fresco ou conservado, de forma a interromper a fermentação mediante métodos que “não lhe alterem a natureza", como por exemplo o congelamento, é matéria válida para a Eucaristia”.


 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bispos exigem ao Governo da Venezuela que acabe com «repressão desumana» das manifestações

 

 

 

Holandês de 63 anos pedalou 3300 quilómetros até ao Santuário de Fátima

 

 

 

A sociedade é o resultado do esforço de humanização e não da violência cega

  D. Manuel Linda    
  Bispos das Forças   

  Armadas e Forças de  

  Segurança  

 

No dia 1 de julho, cumpriram-se cento e cinquenta anos sobre um facto verdadeiramente histórico e «moderno»: a primeira abolição legal da pena de morte por um Estado soberano. E este foi precisamente… Portugal. Um dado extraordinário e honroso!

Nessa altura, falou-se algo desse acontecimento. Não, porém, tanto como ele merecia. E não tanto como exigem as circunstâncias, pois estou em crer que, perante a instabilidade social, recrudesce a ideia de que a sua restauração poderia ser útil. Então, uma palavra «desmistificadora».

São vários os argumentos que configuram específicas tipologias da justificação da pena de morte. Uns falam no seu carácter medicinal, já que eliminaria as células cancerígenas da sociedade. Mas a metáfora é enganosa: ao contrário da célula biológica, «cegamente» programada, a pessoa é sempre um mistério de liberdade e autodeterminação.

Há quem refira o seu cunho socializante: retirados os maus, os que ficam constituiriam a sociedade perfeita. Mas quem o garante? E os familiares e amigos dos justiçados não ficarão «a ferver» à espera de vingança? E onde se encontra a sociedade perfeita?

Outros advogam o aspecto dissuasivo. Mas isto é mentira. Os que assim pensam, esquecem-se que o grande criminoso faz da violência a grelha pela qual lê o mundo. Confronte-se com o que se passa

 

   

 

 com os loucos suicidas do Daesh: o que para um «normal» meteria medo, para um «anormal» até pode ser foco de atracção.

Também se refere o efeito defensivo do grande grupo: eliminado o malfeitor, a sociedade respiraria de alívio. Mas não teremos outros meios para o conseguir e até, porventura, de colocar o delinquente a «compensar» minimamente o prejuízo causado?

A posição que pareceria mais séria é a dos que falam na sua marca vindicativa: a função de distinguir o mal do bem e conseguir para o mal uma pena adequada à sua gravidade. Mas isso, na prática, remete-nos para as outras posições anteriores e é de temer que, no caso do grande celerado, não curta efeito.

Biblicamente falando, se nos princípios se admitia a pena de

 

morte, com o episódio da mulher adúltera, a sua «validade jurídica» foi suplantada pelo «progresso da humanização». Eis a razão pela qual, na Igreja, prevaleceu maioritariamente a oposição à pena de morte. E que levou São João Paulo II a pedir ao mundo que a sua abolição constituísse como que a «marca de água» do avanço civilizacional de dois mil anos sob a égide da Encarnação do Filho de Deus.

Ninguém duvida de que o grande criminoso constitui um problema sério para a vida da sociedade. Mas, tal como os outros – doença e morte, infância e velhice, educação e justiça - só se pode abordar num quadro ético que concilia dignidade, consciência e liberdade. E é só nesta linha que podemos falar em progresso civilizacional. E em «modernização».

 

 

 

Transumância

  Paulo Rocha   
  Agência ECCLESIA   

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

Nas últimas semanas, paira um ambiente de dúvida sobre histórias que provocaram tragédias, acontecimentos que geraram espanto e processos de decisão que parecem emaranhados em forças e interesses que dificultam o conhecimento da verdade dos factos e das suas consequências. Ou, pelo menos, das notícias que delas se vão conhecendo.

Pedrógão Grande, Tancos e São Bento são o palco dessas crónicas. De dia para dia, uma cortina cada vez mais opaca parece erguer-se entre o acontecido e o depois; assiste-se a uma condensação de dias passados, do que ocorreu, em torno de um episódio, mais ou menos importante, para arrumar o assunto deixando esquecido o facto, a narrativa histórica, a verdade do chão pisado por conhecidos ou desconhecidos.

Dia após dia, semana após semana, esse é um itinerário rumo à inverdade, a uma incerteza crescente, à hipoteca do amanhã, à desistência de um futuro feito de franqueza e honestidade.

Na outra face da mesma moeda onde se estampa a nossa história, outro acontecimento, que passa normalmente longe de focos mediáticos: a vida dos pastores, na Serra da Estrela, nos meses de Verão. Trata-se de outra ocorrência das mesmas semanas, com repercussões também nas que estão para chegar, mas de uma ordem muito diferente. Desde logo pelo que está na sua origem, a festa da transumância e dos pastores: rebanhos e os que por eles dão a vida, os pastores, subiram a serra desde Seia à procura de pastagens mais 

 

  

 

verdejantes, de ar puro e água fresca. Por lá ficam até ao São Bartolomeu, em jornadas feitas sucessivamente de pastoreio e descanso, pelas encostas da serra. Pastores e rebanhos convivem noite dia, todas as horas, faça chuva ou faça sol!

“Pouca sorte”, diríamos a partir de qualquer sofá a julgar esse modo de vida; “Não queria outro”, dizem os pastores quando confrontados com a necessidade de dormir ao relento, de cozinhar e guardar alimentos para toda a semana, sempre em estado de alerta diante de centenas de cabeças de gado.

A possibilidade de ter participado na transumância, nessa rota do gado rumo à Serra da Estrela desde terras baixas, revelou uma narrativa da história feita do devir espontâneo dos dias, de um modo de vida que acompanha os ciclos da natureza, sempre aceites de bom agrado e, por isso, com muito proveito. 

 

Dia após dia, semana após semana, esse é um itinerário rumo à verdade, a certezas crescentes, à garantia do amanhã, à aposta num futuro feito de franqueza e honestidade. A dos homens, dos animais e da biodiversidade em que se inserem.

Em diferentes momentos da história, na vida de instituições, grupos e sobretudo no quotidiano de cada homem e mulher acontece essa tensão entre dois itinerários na vida: o que esconde a verdade e o decorrer natural dos factos diante de ameaças pessoais; e o que convive positivamente com a sucessão dos acontecimentos, ao ritmo da natureza.

O olhar dos pastores ajuda a olhar a vida com verdade!

 

(O programa 70x7 desde domingo, 16 de julho, mostra a verdade dos pastores numa reportagem sobre a transumância. É na RTP2, às 13h25) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

O Semanário ECCLESIA apresenta nesta edição uma ‘entrevista de vida’ a D. Jorge Ortiga, pelas suas bodas de ouro sacerdotais. Um percurso que vai ficar a conhecer melhor, com relatos na primeira pessoa pelo atual responsável da Diocese mais antiga da Península Ibérica, que, por isso mesmo, tem o título de primaz das Espanhas.

 

A data foi assinalada com uma semana de atividades, que se concluem no domingo, incluindo momentos de formação e oração para membros do clero, consagrados, responsáveis da Arquidiocese, Movimentos Eclesiais e Ministérios Laicais, bem como momentos de convívio, como concertos e jantares, abertos a outras entidades.

A exposição fotográfica ‘Construindo Pontes’, ou a emissão de seis selos de homenagem aos arcebispos de Braga, entre os quais o atual primaz, foram outros momentos que marcaram a celebração, que se conclui com a ordenação de novos sacerdotes.

 

 

 

 

 

 

 

O fundamental é trabalharmos
pela unidade entre todos

 

Há 50 anos era ordenado sacerdote D. Jorge Ortiga. Uma oportunidade para recordar o percurso de vida como padre e bispo, numa festa comemorativa que tem como lema ‘No ouro do sacerdócio, a renovação da arquidiocese. Arcebispo de Braga em bodas de ouro sacerdotais’.

D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga nasceu a 5 de março de 1944, na freguesia de Brufe, Concelho de Vila Nova de Famalicão e uma vez terminados os estudos, foi ordenado padre no dia 9 de julho de 1967, juntamente com 24 colegas, na igreja de Lousado (Famalicão).

Com 43 anos, o Papa João Paulo II nomeou-o bispo titular de Nova Bárbara e auxiliar de Braga, a 9 de novembro de 1987. A 3 de janeiro de 1988, foi ordenado bispo pelo então arcebispo primaz, D. Eurico Dias Nogueira, na cripta do Sameiro, escolhendo como lema episcopal a passagem do capítulo 17 do Evangelho segundo São João: "Ut unum sint" (que sejam um).

 

Entrevista conduzida por Paulo Rocha

 
 

Agência ECCLESIA (AE) – A celebrar 50 anos de ordenação sacerdotal (09 de julho), a sua missa nova foi a primeira, na Diocese de Braga, segundo a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Esse acontecimento inaugurou uma nova forma de ser padre?

D. Jorge Ortiga (DJO) – Fiz os meus estudos teológicos durante a realização do Concílio Vaticano II e fui acompanhando sempre com muita atenção e muita leitura aquilo que

 

 

ia saindo das discussões conciliares. Como o primeiro documento a ser publicado foi o da liturgia [ndr: Constituição Sacrosanctum Concilium] - em Braga ainda celebrávamos segundo o Rito Bracarense – depois passou-se para o Rito Romano. Hoje, temos presente que era interessante – esperemos que se possa concretizar daqui a algum tempo – termos a reforma do Rito Bracarense. Tenho essa preocupação e essa vontade

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

e já a expressei muitas vezes.

Um dos pormenores da reforma litúrgica – uma inovação da Igreja – era que os sacerdotes pudessem celebrar junto, isto é concelebrar. Fazer uma concelebração. Naquela altura, na minha freguesia, éramos 5 sacerdotes e pedi autorização para que a minha missa nova fosse segundo a reforma litúrgica. Em vez de ser cantada como no tradicional, foi concelebrada.

 

AE – Esse acontecimento mostra a sua determinação e a vontade de inovar?

DJO – É natural. Sempre tive a paixão pelo estudo e, em simultâneo, pela reflexão apesar das minhas múltiplas limitações. A minha vontade foi sempre o concretizar. Estudar para poder concretizar… Não foi por acaso, que no final do curso quando pensava ir estudar para Roma, estava nomeado para ir frequentar o curso de Sociologia. Era isso que mais me agradava…

 

AE – Mas acabou por ser a História.

DJO – Verdade. Inicialmente, custou-me um pouco a aceitar, mas tenho de reconhecer que depois aceitei e a história é mestra da vida. Isto

 

quando queremos aprender com a história.

O meu temperamento é… não é o espírito de vanguarda ou vanguardismo, mas sempre defendi que se existe uma orientação é fundamental concretizá-la. 

 

AE – Há 50 anos como imaginava ser padre?

DJO – Naquele tempo, talvez com uma certa ingenuidade – apesar de termos os 12 anos de estudo – existe sempre alguma coisa de sonho e de utopia. Desde o princípio, sempre considerei que o essencial deveria ser uma fidelidade grande a Deus para depois ir ao encontro dos objetivos da Igreja e também poder renovar a Igreja.

Recordo que na paróquia de São Vítor, onde estive um ano, como coadjutor antes de ir para Roma, estava um sacerdote com alguma idade e fui criando coisas novas. Nomeadamente, um grupo de jovens que não existia naquela altura. Um grupo motivado pela música com um ritmo diferente. Músicas que tivessem conteúdo na letra e ajudassem na reflexão.

Este espírito inovador sempre me acompanhou. Sempre gostei de ser empreendedor.

 

 

 

 

AE – Depois de ter estudado História em Roma, fez também um curso sobre a espiritualidade sacerdotal. Foi aí que aconteceu o contacto com o Movimento dos Focolares?

DJO – Já tinha acontecido dois anos antes. Ali, para além das aulas teóricas também tínhamos a prática. A prática do viver em comum. Tudo era feito por nós – desde a cozinha à lavagem da roupa -, mas tínhamos também uma vertente muito grande da espiritualidade que chama para o concreto. Foi a partir daí que aprofundei esta mesma espiritualidade… Ela trouxe um sentido novo para o meu sacerdócio.

 

AE – E determinou estes 50 anos de ministério?

DJO – Determinou toda a minha vida. 

 

O fundamental é trabalharmos pela unidade entre todos. Este é o grande objetivo através da vivência do amor e da caridade. Se não for capaz de gerar comunhão entre o presbitério, não serei capaz de o fazer depois na ligação com os movimentos apostólicos e instituições. Este suporte ajuda-me a encarar a vida de um modo diferente e a sorrir sempre para a vida, mesmo nos momentos difíceis.

Custa-me muito não ter um rosto alegre… mas às vezes acontece. Devo procurar, no dia-a-dia, Deus em tudo e em todos. Talvez tenha nascido daqui a minha empatia e simpatia de trabalhar com os carenciados e pessoas com deficiência. Ali, está o rosto do próprio Cristo que importa amar e servir. 

 

 

 

 

 

AE – A primeira edição do Semanário ECCLESIA em formato digital foi com uma entrevista a D. Jorge Ortiga… nessa conversa disse que nos momentos mais negativos os entrega à benignidade de Deus. Esse exercício não é fácil de fazer?

DJO – Não é fácil, mas é um princípio que é fundamental. Falámos há pouco do Movimento Focolares e uma das orientações ou proposta é a vivência do momento presente. Em cada momento, Deus pede-me uma resposta…

 

AE – Mas vai além do Carpe Diem?

DJO – Sim. Com empenho e compromisso na vivência séria. Não vale a pena estar a chorar ou vangloriar o passado. Temos é de nos preocupar com o momento presente e preparar o futuro. O viver o momento presente ajuda a libertar os possíveis complexos do passado.

 

AE – Pouco depois da sua chegada a Portugal, vindo de Roma, a sociedade portuguesa estava a construir a liberdade… Que desafio constituiu este acontecimento para quem estava a iniciar o seu ministério sacerdotal?

DJO – Foi um período característico

 

 

 da minha vida e logo com duas vertentes. Não gosto muito de recordar esses momentos… Nessa altura, a Arquidiocese de Braga passou por um período um pouco agitado. Alguma agitação ao nível do presbitério… Entre alguns sacerdotes e, particularmente, pela criação ou não criação da Diocese de Viana do Castelo que veio a acontecer em 1977.

Já nessa altura me empenhei na questão e, suponho, do modo mais adequado. Procurando reconhecer essa liberdade e de pensar de forma

 

 

 

 

diferente, mas cada um manter a sua identidade. Ia a encontros onde se defendia a criação e ia a outros onde se defendia o contrário. Procurava estabelecer pontes.

D. Francisco Maria da Silva [ndr: arcebispo de Braga na altura] sabia deste trabalho todo que eu realizava. Não lhe contava os pormenores, mas sabia que ia a essas reuniões. Tentava ser ponte para ultrapassar questiúnculas. Tenho experiências maravilhosas desse período.

Em relação à chamada liberdade política… Confesso que tinha uma certa ansiedade. Não me manifestava contra o regime daquela época, 

 

mas reconhecia que uma mudança era necessária. Para mim, o 25 de abril de 1974 foi vivido com algum entusiasmo. Embora, depois também misturado com algum receio. Na altura, estava na Igreja dos Congregados – na Avenida Central – e tudo o que acontecia em termos de manifestações era realizado ali. Alguns utilizavam uma linguagem que não dignificava a Igreja. Ao lado, estava a sede do CDS e, em várias ocasiões, o tiroteio aconteceu.

Reconhecia a necessidade de liberdade, mas sentia também a necessidade de estabilizar após os primeiros tempos do 25 de abril de 1974. 

 

 

 

 

AE – Como era olhada a voz da Igreja na altura? A Igreja era mais conotada com o anterior regime do que com as ondas de liberdade que estavam a nascer?

DJO – A Igreja tinha de tudo… 

 

 

A Igreja não é apenas o bispo. É também o povo de Deus. Tivemos muitos cristãos que estavam na vanguarda pela liberdade e pela democracia. Era necessário um equilíbrio. Recordo que em 

 

 

 

 

Braga incendiaram a sede do Partido Comunista. Isto no final de uma grande manifestação convocadapara os católicos por D. Francisco Maria da Silva. Nessa manifestação, em agosto, apareceram quase 200 mil pessoas.

 

AE – A Igreja foi além do que seria o seu papel?

DJO – A Igreja não pode fazer política, mas não se pode alhear da política. A Igreja tem de se comprometer com o bem da sociedade e o bem das pessoas. Quando as pessoas nos seus direitos essenciais não estão a ser respeitadas, a Igreja tem o dever de anunciar a sua verdade e de denunciar certos problemas. E tem de fazê-lo com coragem.

 

AE – Concordava com essas tomadas de posição de D. Francisco Maria da Silva?

DJO – Concordava por causa dos extremismos que estavam a existir. Era necessário um certo equilíbrio e respeito pela diversidade em termos de ideologia.

 

AE – Voltando ao processo da criação da Diocese de Viana do Castelo, qual foi a sua postura naquele tempo?

DJO – Naquela altura já pensava

 

que a Arquidiocese de Braga era demasiado grande… Já havia um distrito definido e delimitado. Era conveniente para Braga a criação de uma nova diocese. Aliás, assinei um documento a pedir a criação da Diocese de Viana do Castelo. Era sacerdote de Braga, mas reconhecia que esta devia ser criada.

 

AE – É conhecido o seu gosto pela unidade do presbitério, todavia num encontro de sacerdotes disse: «É muito complicado ser padre». Qual a razão desta dificuldade ou complicação?

DJO – O sacerdote deve ser, essencialmente, um sinal de Cristo e da Igreja. Deve ser manifestador desta realidade diferente. E sabemos na sociedade onde vivemos… Se não é hostil há realidade sobrenatural é, pelo menos na sua maioria, indiferente. O padre consagra-se a Deus, mas é para viver para os homens. E ter esta relação com os homens, não é fácil. Mesmo nas comunidades cristãs há sempre muitas sensibilidades. E depois temos o mundo de fora que é muito variado e diversificado.

Quando me ordenei era tudo muito monocórdico, mas hoje a sociedade é totalmente diferente. É necessário ter variadas linguagens conforme as pessoas.

 

 

 

AE – Mas também tem aspetos positivos.

DJO – Evidentemente. Costumo dizer que, para mim, a vida é permanentemente uma festa e uma alegria.  

 

AE – Nas suas homilias de quinta-feira santa, onde o presbitério está todo reunido com o bispo, costuma deixar sempre apelos aos padres. Em 2016, fala da pirâmide invertida…

DJO – Essa pirâmide invertida tem muitos sentidos. Mas quando usei essa expressão referia-me à responsabilidade que os sacerdotes têm de suscitar uma corresponsabilidade laical. Não existe Igreja particular sem o bispo, mas  todos somos servos. Temos de nos identificar com o próprio povo. Não podemos ser sobranceiros com o povo. Um dos grandes problemas para a renovação da Igreja está aqui: na corresponsabilidade laical. Costumo falar com frequência, que é necessário os leigos estarem preparados para assumirem tarefas. Porque nem todos os leigos se sentem construtores da Igreja e muitos têm vergonha de manifestar a sua fé em determinados sítios. Os leigos não podem ser meros 

 

instrumentos nas mãos dos padres, mas devem ser protagonistas da Igreja. (30.19)

 

AE – No exercício do seu ministério episcopal, acredito que uma figura desta região, frei Bartolomeu dos Mártires, tinha sido a figura mais inspiradora para si.

DJO – Em certo sentido sim, mas há também outras figuras inspiradoras. Quando comecei a conhecer um pouco melhor a vida do beato Bartolomeu dos Mártires senti um apelo de o tornar como modelo da minha vida. Ele viveu num período conturbado da história da Igreja (século XV e XVI)… Apesar do período de crise, ele acreditou sempre na necessidade de reforma.

 

AE – Acreditou e iniciou esse processo de reforma, desde logo pelo seu exemplo.

DJO – Essencialmente pelo seu exemplo. Ele não prega a reforma, ele realiza a reforma nas paróquias com a sua presença. A sua vida tornou-se um testemunho muito concreto, sobretudo para os sacerdotes. Até escreveu uma obra dedicada aos padres e bispos: «Estímulos dos

 

 

 

 

 

 

 

 Pastores». Este livro foi oferecido pelo Papa Paulo VI a todos os bispos que participaram na última sessão do II Concílio do Vaticano. Foi um homem realizou muitas visitas pastorais.

 

AE – Em todo o norte de Portugal.

DJO – Sim. Incluindo Vila Real e parte 

 

de Bragança. Ele não perdia tempo…  Vindo do Concílio de Trento, começou logo em Alfandega da Fé (ndr: hoje território da Diocese de Bragança-Miranda) a fazer uma visita pastoral. Ele queria uma Igreja renovada e adaptada àquele tempo. 

 

 

 

 

 

 

AE – Acredita na canonização desta figura ainda este ano?

DJO – Temos a dispensa do milagre, o Papa Francisco reconheceu a personalidade de frei Bartolomeu dos Mártires e acredita que ele pode ser modelo de santidade para a Igreja. A Positio está bastante adiantada. Recentemente, estive com o vice-postulador da causa de canonização

 

 

 e ele garantiu-me que entregará esse documento (a Positio) antes do final do ano. Espero que no próximo ano pastoral ele seja canonizado.

 

AE – Ele inspirou-o nesse contacto permanente com as populações?

DJO – Quando cheguei aqui como bispo auxiliar (ndr: 03 de janeiro de 1988), introduzi logo um dia para 

 

 

 

passar nas paróquias. Ia às escolas, visitava os idosos e doentes e encontrava-me com os movimentos. Conversava com os padres dessas paróquias, a partir daquilo que tinha verificado.

Não me contentava apenas de fazer a visita ao domingo, mas estar e ver a vida na paróquia. Conheço os sacerdotes todos da arquidiocese de Braga, tal como as paróquias.

 

AE – Então entende que ser bispo é estar com todas as pessoas.

DJO – Isso para mim é o fundamental. Gostaria de estar com todos e sem fazer distinção de ninguém. Mesmo incluindo aqueles que não são católicos. Não tenho receio de receber seja quem for. Posso receber qualquer partido político, menos na altura das campanhas eleitorais. Gosto também de promover encontros com agentes da cultura. Não foi por acaso que introduzi na diocese, uma experiência que considero de sucesso: «A Nova Ágora». Ágora, como espaço aberto, onde podem entrar todos e num confronto sadio, dialogar e expressar as suas ideias.

Esta iniciativa nasceu depois de verificar que as catequeses quaresmais tinham quase sempre as mesmas pessoas. Era fundamental dar

 

voz também aos leigos sobre determinados assuntos sobre questões da atualidade.

 

AE – Esse diálogo com a cultura é uma aposta. Tanto na rentabilidade das estruturas como na criação de obras artísticas.

DJO – Nós temos de anunciar Deus e aquilo que se adequa mais com Deus é a beleza de Deus. Onde está Deus, está a beleza. É isso que temos procurado fazer e um exemplo é a capela «Árvore da Vida». Uma capela que adquiriu um prémio. Temos também o Museu Pio XII que, permanentemente, organiza exposições. O Museu da Sé também é um lugar de grande consideração.

O Centro Cultural e Pastoral, onde está localizado o auditório Vita, foi criado também com esse sentido e finalidade artística. Nós queremos acolher a vida, nas suas mais variadas dimensões, naquele auditório. Temos realizado ali muitas atividades, desde teatro, música, cinema…

Em relação a este diálogo com a cultura, queremos dar vida a um centro de pastoral universitária. Ele já está a funcionar, junto da Universidade do Minho. Naquele local organizamos, com frequência, tertúlias com professores universitários. Uma preocupação de chegar ao mundo universitário.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – As prioridades têm sido muitas no exercício do seu ministério. Todavia, recordo uma proposta lançada num encontro da Pastoral do Turismo. Aí, lançou o desafio de se criar a marca «Minho». Como está esse projeto?

DJO – É uma ideia que vou falando… Considero que o Minho merece outra consideração em vários quadrantes do seu património. A arquidiocese tem tentado recuperar e conservar o seu património.

 

AE – É um programa que faz parte do seu plano enquanto arcebispo de Braga?

DJO – Se temos este património, não o podemos menosprezar. Não podemos dar uma imagem negativa, mas muitas vezes damo-la.

 

AE – Não corre o risco da arquidiocese ser conotada com a dimensão empresarial?

DJO – Só temos feito as obras que são essenciais. Estamos a recuperar o Santuário do Bom Jesus e recuperámos os dois seminários e o paço episcopal. Agora queremos aproveitar o edifício onde funcionou a Faculdade de Teologia. Temos já um projeto para podermos reaproveitá-lo. 

 

Gostaria também de construir um arquivo novo. Isto são obras essenciais. Mas temos sempre a preocupação de sustentabilidade. As obras são feitas de harmonia com aquilo que é possível.

 

AE – E o setor da comunicação. Também apostou nele?

DJO – Não sei se é orgulho ou vaidade dizer que, nessa área, a Arquidiocese de Braga é modelo. Temos o único jornal diário do país e temos também uma tipografia modernizada. Há muito pouco tempo, as instalações do «Diário do Minho» também foram modernizadas.

 

AE – Na inauguração dessas instalações, afirmou que era a pérola da arquidiocese.

DJO – Em certo sentido e na linha da evangelização. Ali, colocámos também o Departamento da Comunicação Social que está a funcionar muito bem. É um departamento que não olha apenas para o «Diário do Minho». Transmitimos muitas conferências pela internet. Esse departamento procura dar a conhecer o que a Igreja realiza. Temos investido muito dinheiro neste setor, dinheiro que nem sempre temos.

 

 

 

 

 

AE – Uma aposta, mesmo sem o retorno económico?

DJO – A comunicação social para nós, não nos oferece retorno económico. Digo com toda a sinceridade que o jornal «Diário do Minho» dá-nos, todos os anos, prejuízo. Para cima de 150 mil Euros. Sentimos que o jornal é importante porque comunica a vida da Igreja e está em contato com a população. Isto é um investimento pastoral.

 

AE – Tem uma presença regular nas redes sociais, nomeadamente no Twitter, que mensagens pretende passar através destes meios?

 

DJO – Aquilo que esta rede social é capaz de nos dar… Um simples pensamento que, às vezes, é uma frase do Evangelho. Uma palavra de apoio. Quando ocorreram os incêndios, em Pedrogão Grande, disseram-me que fui o primeiro a enviar uma mensagem.

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – O que representa para a Arquidiocese de Braga ter um centro da Universidade Católica Portuguesa? Existe alguma área específica do ensino, no conjunto da UCP, onde Braga queira ser voz dos vários centros?

DJO – A UCP nasceu em Braga, com a Faculdade de Filosofia. Desde sempre, tenho defendido a presença da UCP nesta cidade. Uma Faculdade de Teologia é importante… mas não 

 

só a Teologia. É fundamental uma presença nas realidades humanas. As ciências sociais foram também uma aposta. Esta aposta, no início, teve muito eco e muita aceitação porque é necessário formar assistentes sociais e educadoras de infância.

Todavia, digo que a Universidade Católica em Braga quer crescer. Gostaríamos de ter um curso ligado à gestão ou à economia. 

 

 

Cidadão exemplar e sacerdote comprometido

 

Vila Nova de Famalicão é um dos maiores e mais importantes concelhos de Portugal. Com perto de 134 mil habitantes e com um ADN empresarial e industrial histórico, somos o terceiro concelho mais exportador de Portugal e o segundo com a melhor balança 

 

 

comercial. Somos uma comunidade viva, com instituições de referência nacional e internacional em muitos domínios, nomeadamente o social, onde a Igreja desempenha um papel absolutamente decisivo para a coesão e o desenvolvimento comunitário. 

 

 

   

 

Entre as perto de meia centena de IPSS’s famalicenses, metade pertencem à Igreja. Esta comunidade ativa, dinâmica, com um grande poder de iniciativa, na sua esmagadora maioria católica, tem sido berço de grandes Homens, cujos percursos de vida ajudaram o país a crescer e a desenvolver-se em várias áreas. É o caso do banqueiro Artur Cupertino de Miranda, do escritor Camilo Castelo Branco, do político e pedagogo Bernardino Machado, do comendador Castro Alves e do industrial Narciso Ferreira. Só para citar alguns. Também a Igreja famalicense tem contribuído para este registo de vidas notáveis, que orgulham o país, e muito particularmente a nossa comunidade, pelo legado que deixaram. Lembro, a título de exemplo, o Pe. Manuel Faria, o Pe. Benjamim Salgado e o Monsenhor Joaquim Fernandes. E também D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, que é, de facto, uma referência de Vila Nova de Famalicão e uma fonte de inspiração para todos. São já 50 anos de missão sacerdotal, de dedicação aos outros, à Igreja e à comunidade.

 

D. Jorge Ortiga é atualmente uma das vozes mais respeitadas e ouvidas no país e isso enche-nos de orgulho, assim como nos enche de orgulho o brilho no olhar que sempre lhe captamos quando fala de Vila Nova de Famalicão.

O percurso de vida do Senhor Arcebispo é merecedor de todo o nosso respeito e admiração há muitos anos. Em 1992, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão atribuiu-lhe a Medalha de Honra do Município e, em 1999, a Chave da Cidade, alto galardão municipal destinado a distinguir personalidades que, pelo seu prestígio e pela sua ação, colocaram o nome do nosso concelho e do país nos mais elevados patamares. Esta última condecoração, apenas atribuída a cinco pessoas em toda a História de Famalicão, significa que as portas da nossa comunidade estão e estarão sempre abertas para receber o cidadão distinto e exemplar e o sacerdote responsável e comprometido D. Jorge Ortiga.

 

Paulo Cunha

Presidente da Câmara Municipal

de Vila Nova de Famalicão

 

 

 

Uma semana de celebração

 

O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, presidiu este domingo à ordenação de seis diáconos da diocese minhota, numa cerimónia que marcou o seu 50.º aniversário de ordenação sacerdotal. Segundo o responsável, os novos diáconos “são um exemplo de entrega e um sinal de esperança”.

“São também um testemunho da alegria que o serviço faz brotar em nós”, disse D. Jorge Ortiga na

 

 

 

 homilia da celebração, numa intervenção divulgada pelo jornal diocesano, ‘Diário do Minho’.

A celebração, que decorreu no Santuário do Sameiro, reuniu milhares de pessoas, perante as quais o arcebispo primaz sustentou que “a atitude de serviço nasce de uma convicção pessoal”. “Nunca se vive para os outros sem a opção por Deus”, acrescentou.


 

 

 

O dia tinha começado com uma homenagem na terra natal de D. Jorge Ortiga, a paróquia de S. Martinho de Brufe, arciprestado de Vila Nova de Famalicão, onde foi inaugurado um memorial aos sacerdotes desta comunidade que foram ordenados sacerdotes.

Também por ocasião do 50.º aniversário de ordenação sacerdotal do arcebispo primaz, os CTT — Correios de Portugal apresentaram este domingo, no Salão Nobre da Confraria do Sameiro, uma emissão filatélica de homenagem aos arcebispos de Braga.

 

 

Os selos representam retratos de São Martinho de Dume, São Frutuoso, São Geraldo, D. Frei Bartolomeu dos Mártires, D. Rodrigo de Moura Teles e o próprio D. Jorge Ortiga.

Os conselhos económicos da Arquidiocese reuniram-se na Cripta do Sameiro na passada terça-feira, no âmbito das celebrações das bodas de ouro sacerdotais do Arcebispo Primaz. Durante o encontro, o padre  Hermenegildo Faria falou sobre “a caridade e uso dos bens” numa perspetiva bíblica, ficando a abordagem dos aspetos práticos 

 

 

 

 

a cargo do cónego José Paulo Abreu.

D. Jorge Ortiga, também presente, destacou a importância de se cuidar dos bens da paróquia, tarefa que considera “responsabilidade de todos”.

“Cuidar, preservar, conservar, nunca adulterar nem destruir” o património foram os pedidos que o cónego José Paulo Abreu deixou aos presentes, lembrando que as obras e restaurações “mal feitas” acabam 

 

por deteriorar ainda mais o património. “Há muita coisa por aí que não dignifica a tradição da Igreja”, advertiu, numa intervenção citada pelo site da arquidiocese minhota.

Também na terça-feira, o arcebispo de Braga presidiu à celebração de São Bento, padroeiro da Europa, e exortou os exorta cristãos a reforçar a vida comunitária. “Muitos cristãos estão ausentes da vida paroquial, não

 

 

   

 

 prestam o mínimo de cuidado nem o mínimo de atenção à vida da comunidade, pensam que a comunidade é de alguns e que bastam alguns para ser comunidade”, referiu D. Jorge Ortiga numa intervenção enviada hoje à Agência ECCLESIA.

A celebração decorreu na Cripta da Basílica de São Bento da Porta Aberta. D. Jorge Ortiga vincou que uma comunidade paroquial “tem de ser viva” e para que isso aconteça “necessita muito de pessoas que estejam disponíveis para colaborar, necessita do trabalho de todos”.

O arcebispo de Braga incentivou os fiéis a servirem a Deus e a serem “agentes do bem”, prestando “atenção às necessidades dos outros” e procurando dar-lhes resposta, através de gestos e ações concretas de voluntariado, no seio da igreja ou numa instituição.

No final da Eucaristia, que foi solenizada pelo Coro da Misericórdia de Vila Verde, o monsenhor António Moreno, em nome da Irmandade de S. Bento da Porta Aberta, saudou os peregrinos e congratulou-se pelas presenças do vice-presidente da Câmara de Terras de Bouro, do presidente da Junta de Freguesia de 

 

Rio Caldo, do coro e do arcebispo de Braga, a quem foi dirigida uma salva de palmas pela celebração dos seus 50 anos de sacerdócio.

A página da Arquidiocese de Braga [facebook.com/diocese.braga/] disponibiliza os vídeos dos vários encontros que decorreram ao longo desta semana, como “Os Movimentos Eclesiais, as Associações de Fiéis e a Pastoral Familiar - Que desafios, hoje?”, o encontro com os consagrados - “Felizes os pobres em espírito: o necessário e o supérfluo” ou o encontro com o clero - “O ADN do clero e futuro da Arquidiocese". 

 

 

 

Dinamizar e renovar a Igreja em Braga

A Arquidiocese de Braga pretende aproveitar as comemorações das bodas de ouro sacerdotais de D. Jorge Ortiga para “dinamizar e renovar” aquele território do Alto Minho.

Na conferência de imprensa de apresentação das atividades que decorrem entre 9 e 16 de julho, por ocasião dos 50 anos de ordenação presbiteral de D. Jorge Ortiga, o vigário-geral da arquidiocese de Braga, cónego José Paulo Abreu, disse aos jornalistas que o objetivo é “envolver todos os setores” da pastoral.

As comemorações iniciaram-se com ordenações diaconais a 9 de julho e encerram-se com ordenações presbiterais, uma semana depois. Com estas iniciativas, a Arquidiocese de Braga pretende também “acordar quem anda mais adormecido e cativar quem anda mais afastado”, referiu o cónego José Paulo Abreu.

A renovação é um assunto que “preocupa a arquidiocese há muito tempo” porque tem “notado sinais de abrandamento da prática religiosa em muitos sítios”, frisou

Ao longo de toda a semana há atividades e o “ponto alto” das

 

 comemorações é dia 14 de julho com o pontifical, sessão solene e concerto na Sé de Braga pelo ‘Spirit Alive’, frisa o vigário-geral e coordenador da iniciativa.

“Dos bispos de Portugal, apenas dois por razão de saúde e outro por ocupação, não estarão presentes” na festa.

O Auditório Vita, em Braga, acolhe até sexta-feira a exposição fotográfica ‘Construindo Pontes’, no âmbito das bodas de ouro sacerdotais. A mostra recorda encontros entre o arcebispo de Braga e personalidades da sociedade civil, captados pelo fotojornalista Avelino Lima.

“Construindo Pontes” retrata um percurso de 50 anos de sacerdote, 30 dos quais enquanto bispo, em que D. Jorge Ortiga “dialogou com diversas personalidades do mundo da cultura, política, educação e assistência social”, pode ler-se na descrição da exposição, divulgada pelo site da Arquidiocese de Braga.

 

 

 

 

 

 

 

 

O Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, convida todos aqueles que o desejem presentar, no contexto da celebração das suas Bodas de Ouro Sacerdotais, a canalizar as suas ofertas para o fundo “Partilhar com Esperança”.

Desde a sua criação, em 2010, o fundo solidário tem proporcionado diversos tipos de apoio aos mais carenciados, como o pagamento de rendas, medicação, consultas médicas, água, luz, entre outros. O fundo diocesano surgiu da vontade de apoiar os mais necessitados face às dificuldades da população durante o desenrolar da crise.

 

 

 

 

 

 

 

 

Pastoral do Turismo online

http://www.pastoraldoturismo.pt/

 

A proposta desta semana passa, mais uma vez, por sugerir uma temática bastante relacionada com a época do ano que vivemos.

A Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT) “é um organismo da Igreja Católica, em Portugal, dependente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, constituído como meio de promover a Pastoral do Turismo, a nível nacional”.

Ao digitarmos o endereço www.pastoraldoturismo.pt entramos num espaço simples, com imagens de elevada qualidade e bastante eficaz, do ponto de vista de acesso aos conteúdos disponibilizados.

Na página principal além do menu e dos habituais destaques, encontramos as ligações de acesso à página do facebook e do twitter e ainda um pequeno aplicativo que nos disponibiliza, resumidamente, a liturgia do dia.

De seguida ao clicarmos em ONPT ficamos a saber que uma das principais finalidades passa pela promoção do “respeito pela dignidade da pessoa humana e a procura do 

 

bem comum, expressos pela Doutrina Social da Igreja, em toda a atividade turística”. Por outro lado, nessa mesma opção, podemos ainda consultar os estatutos, perceber quem são os membros que compõem a atual direção e ainda consultar a memória descritiva da imagem gráfica.

Em notícias, conforme o nome o refere, somos convidados a conhecer as ações, os dinamismos e os eventos que são desenvolvidos por esta organização ou que com ela se relacionam e pretendem mostrar a quem “visita uma igreja ou um santuário, que o que veem é muito mais que uma obra de arte”.

Na secção “documentos”, dispomos de um conjunto de textos dispostos em três grandes áreas (Santa Sé, nacionais e internacionais) onde, além de outros, podemos ler a mensagem do Papa para o dia mundial do turismo.

Caso pretenda aceder mais detalhadamente à liturgia, lecionário e rituais, em língua inglesa, basta clicar em “liturgia”, uma proposta interessante e reveladora da atenção para com os turistas.

Em destinos entramos num espaço interessante e que irá merecer 

 

 

  

 

especial atenção por parte dos visitantes deste sítio. Aí temos dispostas as vinte dioceses nacionais e em cada uma delas encontramos algumas sugestões de visitas turísticas.

Fica então a sugestão para que 

 

 

 

acompanhem, pela internet, a presença da ONPT porque temos aqui um meio ao serviço da Igreja para poder mostrar a “beleza de Deus”.

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

Papa Francisco:
«A Bíblia é um livro perigoso»

A BÍBLIA JOVEM YOUCAT já se encontra disponível no mercado português.

A mais recente novidade da coleção YOUCAT é uma coletânea dos trechos bíblicos mais significativos que ajudam os jovens a inspirarem-se na Palavra de Deus.

O Papa Francisco, no prefácio do livro, lembra aos jovens que «têm nas mãos algo de divino: um livro como fogo, um livro no qual Deus fala». Por isso, «a Bíblia não é feita para ser colocada numa prateleira, mas para ser levada na mão, para ser lida frequentemente», desafia o Santo Padre.

A obra foi preparada durante três anos por uma equipa de biblistas, doutores em Sagradas Escrituras, membros da Comissão Teológica Internacional da Santa Sé e professores do Pontifício Instituto Bíblico de Roma.

Cada livro bíblico é precedido por uma breve introdução, contextualizando o texto. Nas margens das páginas, o leitor pode encontrar frases de grandes santos e pensadores da Humanidade, que atuam como.

 

chaves de leitura do capítulo bíblico correspondente.

À semelhança de toda a coleção YOUCAT, a BÍBLIA JOVEM YOUCAT está totalmente ilustrada, com uma imagem leve e atual. Inclui imagens da Terra Santa, fotos de algumas das paisagens bíblicas, indicações para o Catecismo da Igreja Católica e YOUCAT, as perguntas dos jovens e, claro, os famosos bonequinhos stickman!

No prefácio, o Papa Francisco confidencia-nos como lê a sua “velha Bíblia”, diz que «a Palavra de Deus não pode ser lida com “uma vista de olhos”» e dá várias sugestões aos jovens em como usá-la. O Santo Padre lembra aos jovens que «a Bíblia é um livro extremamente perigoso», e que «em certos países quem possui uma Bíblia é tratado como se escondesse granadas no armário».

Francisco termina o prefácio incentivando os jovens: «Querem fazer-me feliz? Leiam a Bíblia!»

 

A BÍBLIA JOVEM YOUCAT está disponível em todas as livrarias nacionais e online em www.paulus.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

Julho 2017

Dia 14 de Julho

*Aveiro – Anadia - Cáritas Portuguesa promove colóquio com sociedade civil para debater prevenção dos incêndios e entrega uma casa em Anadia e alfaias agrícolas a uma família de Águeda, afetada pelos fogos

 

*Aveiro – Anadia - A Cáritas Portuguesa vai entregar uma habitação recuperada depois dos incêndios florestais de 2016 e visitar uma fábrica que recomeçou a sua atividade recuperando todos os postos de trabalho.

 

*Braga – Sé - Celebração e sessão solene dos 50 anos de sacerdócio de D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga

 

*Beja - Moura (Igreja do Carmo) - Apresentação da obra «A Beleza da Virgem Maria» de D. João Marcos, Bispo de Beja

 

Dia 15 de julho

*Lisboa - Queijas (Igreja de São Miguel) - Abertura do ano jubilar comemorativo do 175º aniversário do nascimento da beata Maria Clara

 

 

do Menino Jesus com celebração presidida por D. José Traquina, bispo auxiliar de Lisboa

 

*Porto - Casa de Vilar - Jornadas diocesanas de formação de catequistas (15 e 16)

 

Dia 16 de julho

*Fátima - Peregrinação Nacional da Pastoral Penitenciária ao Santuário de Fátima presidida por D. Joaquim Mendes

 

*Braga – Sameiro - Ordenações presbiterais

 

*Santarém – Sé - Ordenação presbiteral de Rúben Marques

 

*Aveiro – Sé - Concerto para celebrar o quarto aniversário do órgão de tubos da Sé de Aveiro.

 

Dia 17 de julho

*Elvas - Igreja de São Domingos - Festa dos beatos Álvaro Mendes e Aleixo Delgado, naturais de Elvas e mártires do Brasil

 

 

 

 

 

 

 

Dia 18 de julho

*Coimbra - Pampilhosa da Serra - Campo de Férias «Confia!» na Pampilhosa da Serra (Diocese de Coimbra) promovido pela Paróquia de São Romão de Carnaxide (Diocese de Lisboa) (18 a 23)

 

 

Dia 19 de julho

*Faro - Aniversário da dedicação da catedral de Faro

 

*França, Paris, - A Sociedade das Filhas do Coração de Maria (FCM) está a preparar o seu 34.º Capítulo Geral que vai realizar-se em Paris, de 19 de julho a 19 de agosto.

 

 

 

 

II Concílio do Vaticano:
Bento XVI foi um perito conciliar

 

O Papa Bento XVI que resignou, a 11 de fevereiro de 2013, foi um dos peritos do II Concílio do Vaticano, iniciado em outubro de 1962. Na audiência geral de 10 de outubro de 2012, Bento XVI recordou esses momentos: “eu era um jovem professor de teologia fundamental na Universidade de Bonn, e foi o arcebispo de Colónia, cardeal Frings, para mim um ponto de referência humano e sacerdotal, que me trouxe consigo a Roma como seu teólogo consultor; depois, fui também nomeado perito conciliar”.

Ao memorar o início do II Concílio do Vaticano, Bento XVI disse, em Castel Gandolfo, na memória do bispo Santo Eusébio de Vercelas, 2 de Agosto de 2012, que “foi um dia maravilhoso aquele 11 de Outubro de 1962 quando, com a entrada solene de mais de dois mil Padres conciliares na Basílica de São Pedro em Roma, se abriu o Concílio Vaticano II”.

“Raras vezes na história foi possível como então, quase «tocar» concretamente a universalidade da Igreja num momento da grande realização da missão de levar o Evangelho a todos os tempos e até aos confins da terra”, disse o Papa na audiência de 10 de outubro de 2012.

Cada um dos episcopados aproximou-se do grande acontecimento eclesial “com ideias diferentes”. Alguns chegaram com uma atitude “mais de expectativa em relação ao programa que devia ser desenvolvido”, mas “foi o episcopado do centro da Europa – Bélgica, França e Alemanha – que se mostrou mais decidido nas ideias”, afirmou Bento XVI.

Entre os franceses, foi sobressaindo cada vez mais o tema da relação entre a Igreja e o mundo

 

 

moderno, isto é, o trabalho sobre o chamado «Esquema XIII», do qual nasceu depois a Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo. “Atingia-se aqui o ponto da verdadeira expectativa suscitada pelo Concílio”, lembrou o Papa.

“As coisas deviam continuar assim? Não podia a Igreja cumprir um passo positivo nos tempos novos?” questiona Bento XVI e responde de seguida: “por detrás da vaga expressão «mundo de hoje», encontra-se a questão da relação com a era moderna; para a esclarecer, teria sido necessário definir melhor o que era essencial e constitutivo da era moderna”.

 

“Inesperadamente”, o encontro com os grandes temas da era moderna não se dá na Constituição pastoral, mas “em dois documentos menores, cuja importância só pouco a pouco se foi manifestando com a receção do Concílio”, referiu Bento XVI. E nomeia os dois documentos: Declaração sobre a liberdade religiosa e a declaração Nostra aetate.

No cardeal Frings, Bento XVI considera que teve “um «pai» que viveu de modo exemplar este espírito do Concílio”. “Era um homem de significativa abertura e grandeza, mas sabia também que só a fé guia para se fazer ao largo, para aquele horizonte amplo que resta impedido ao espírito positivista”, concluiu.

 

 

 

 

 

   

Hoje, 14 de julho

Porto 

Torre dos Clérigos recebe um concerto «In the name of Bach» de Henk van Twillert & Vento do Norte, dedicado a Bach, às 19h00;

 

15 e 16 de julho

Fátima

Peregrinação do Movimento da Mensagem de Fátima ao santuário da Cova da Iria;

 

16 julho

Fátima

- A Pastoral Penitenciária de Portugal dinamiza a peregrinação nacional ao santuário de Fátima com o lema «Peregrinos na Esperança e na Paz»;

 

- Ordenações sacerdotais na Arquidiocese de Braga e na Diocese de Santarém;

 

19 de julho

Algarve

- Aniversário da dedicação da Catedral de Faro;

 

 

 

 

Cartaz: Exposição assinala a aprovação da carta de lei de 1 de julho de 1867 - reforma penal das prisões e abolição da pena de morte para crimes comuns e de trabalhos públicos.

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h30

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo:

10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Entrevista de Aura Miguel

 

Segunda-feira:

12h00 - Informação religiosa

 

Diariamente

18h30 - Terço

 

 

 
RTP2, 13h00

Domingo, 16 de julho, 13h30 - Transuâmcia: a verdade e os ritmos dos pastores e dos seus rebanhos

 

Segunda-feira, dia 17 de julho, 15h00 - Exorcismos, o mal e o demónio. Entrevista  ao padre Vasco Pinto de Magalhães

 

Terça-feira, dia 18 de julho, 15h00 - Informação e entrevista ao padre José Vieira, provincial dos Missionários Combonianos, que assinalam 150 anos de fundação e 70 de presença em Portugal.

 

Quarta-feira, dia 19  de julho, 15h00 - Informção e entrevista ao padre António Júlio Trigueiros sobre a Revista Brotéria.

 

Quinta-feira, dia 20 de julho, 15h00 - Informação e entrevista a Catarina António sobre o voluntariado missionário

 

Sexta-feira, dia 21 de julho, 15h00  -  Entrevista. Comentário à liturgia do domingo com os padres Armindo Vaz e Nélio Pita.

 

Antena 1

Domingo, 16 de julho - entrevista a D. Jorge Ortiga sobre os 50 anos do seu sacerdócio

 

segunda a sexta, 17 a 21 de julho - Experiências de voluntariado missionário: Jovens Sem fronteiras, Equipa d'África e Juventude mariana Vicentina.

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano A – 15.º Domingo do Tempo Comum 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
Boa Terra Para Semear O Evangelho!
 
 

O Evangelho deste 15.º Domingo do Tempo Comum apresenta-nos a bem conhecida parábola do semeador e da semente, sobre a importância e o significado da Palavra de Jesus.

Temos consciência que a Palavra anunciada e proclamada, meditada e partilhada, celebrada e vivida, é a referência fundamental à volta da qual se constrói a vida da comunidade e dos crentes?

Deixemo-nos interrogar pelas quatro situações apontadas.

A semente que caiu em terrenos duros, de terra batida, faz-nos pensar em corações insensíveis, egoístas e orgulhosos, onde não há lugar para a Palavra de Jesus e para os valores do Reino. É a realidade de tantos homens e mulheres que veem no Evangelho um caminho para fracos e vencidos, e que preferem um caminho de independência e de autossuficiência, à margem de Deus e das suas propostas.

A semente que caiu em sítios pedregosos, que brota nessa pequena camada de terra que aí está, mas que morre rapidamente por falta de raízes profundas, faz-nos pensar em corações inconstantes, capazes de se entusiasmarem com o Reino, mas incapazes de suportarem as contrariedades, as dificuldades e as perseguições. É a realidade de tantos homens e mulheres que veem em Jesus uma verdadeira proposta de salvação e que a ela aderem, mas que rapidamente perdem a coragem quando confrontados com a radicalidade do Evangelho.

A semente que caiu entre os espinhos e que foi sufocada por eles faz-nos pensar em corações materialistas, 

 

 

 

comodistas e instalados, para quem a proposta do Reino não é a prioridade fundamental. É a realidade de tantos homens e mulheres que, sem rejeitarem a proposta de Jesus (muitas vezes até são “muito religiosos” e têm “a sua fé”), fazem do dinheiro, do poder, da fama e do êxito profissional ou social o verdadeiro Deus a que tudo sacrificam.

A semente que caiu em boa terra e que deu fruto abundante faz-nos pensar em corações sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus e de embarcarem na aventura do Reino. É a realidade de tantos homens e mulheres que encontraram na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena e que, como Jesus, aceitam fazer da sua vida  

 

uma entrega a Deus e um dom aos homens.

Este último é o quadro ideal do verdadeiro discípulo. Nem sempre estamos situados neste último quadro. Mesmo navegando pelas quatro situações da parábola, procuremos sintonizar sobretudo com esta última.

Que a Palavra, que germina e cresce no nosso coração, seja sempre o dinamismo que nos desafia a olhar a vida e os outros com entusiasmo solidário. Levados pelo que insistentemente nos diz o Papa Francisco, nunca nos cansemos de ser transformados pela alegria missionária do Evangelho.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

 

De Fátima a Moscovo

 

O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, disse esta quinta-feira que se viveu um dia “memorável” e “histórico” na Cova da Iria, com a presença de representantes da “Igreja Católica nos países de língua russa”. 100 anos depoisda terceira aparição de Nossa Senhora em Fátima, o responsável sublinhou que “pela primeira vez” os bispos destes países estiveram no Santuário para “dar

 

 

 graças a Nossa Senhora pela consolação, pela fortaleza e pela paz que lhes concedeu”.

O testemunho dos três videntes de Fátima regista que, na aparição de 13 de julho de 1917, Nossa Senhora lhes disse: “Para impedir a guerra virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados”.Ainda nesta aparição teve 

 

 

lugar a visão do inferno e a revelação do sofrimento da Igreja e de um bispo vestido de branco, a trilogia que constitui o chamado Segredo de Fátima.

D. António Marto, que falava no final da peregrinação internacional aniversária de julho, na Cova da Iria, quis realçar que “o chamado e conhecido Segredo de Fátima” se referia aos sofrimentos da humanidade “ameaçada na sua sobrevivência”, por causa da guerra, e à perseguição contra a Igreja “por regimes totalitários e ateus”

 “O Senhor é mais forte do que o mal e Nossa Senhora é para nós a garantia visível e materna de que a bondade de Deus é a última palavra sobre a história”, prosseguiu, citando a promessa deixada pela Virgem Maria em 1917: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.

O bispo de Leiria-Fátima agradeceu aos peregrinos de língua russa, vindos desde países da antiga União Soviética, “pela presença, pela mensagem e pelo testemunho”, saudando em particular o arcebispo de Moscovo, D. Paolo Pezzi, que presidiu à Missa conclusiva da peregrinação.

A peregrinação presidida pelo 

 

arcebispo de Moscovo contou com mais de 6300 peregrinos inscritos no Serviço de Peregrinos do Santuário de Fátima, num total de 140 grupos oriundos de 27 nações.

O arcebispo de Moscovo recordou na sua homilia as perseguições contra cristãos no século XX, alertando para as consequências dos totalitarismos na vida das sociedades. “O século XX ficou marcado por uma perseguição particularmente sangrenta. Infelizmente, quando uma sociedade renuncia ao anúncio do Evangelho torna-se facilmente vítima de totalitarismos, do poder do homem sobre o homem”, disse D. Paolo Pezzi.

D. Clemens Pickel, bispo de Saratov, na Rússia, sublinhou em Fátima o “significado especial” da aparição de 13 de julho de 1917, em particular para as comunidades cristãs da antiga União Soviética.“O encontro com a ‘Senhora’, a 13 de julho de 1917, teve um significado especial. Maria comunicou um segredo e falou da Rússia”, recordou o responsável, na homilia da Missa da vigília da peregrinação internacional aniversária.

 

 

Curso de Verão analisou relação dos Papas com o santuário

 

O Santuário de Fátima dedicou o seu curso de verão 2017 ao tema “particularmente significativo” ‘Fátima e os Papas’, no contexto do Centenário das Aparições.“Houve várias visitas de Papas a este santuário. Os pontífices deste século XX, XXI estiveram todos de alguma 

 

 

forma relacionados com Fátima”, disse o reitor do santuário à Agência ECCLESIA.

O padre Carlos Cabecinhas considerou que essas visitas significa tomar “consciência da profunda ligação” que a Igreja universal sente em relação ao fenómeno Fátima, “da importância 

 

 

 

 

que Fátima tem”.“Também, da importância que é aprofundar esta dimensão da ligação eclesial de Fátima com a Igreja universal”, acrescentou.

75 alunos lotaram o curso de verão ‘Fátima e os Papas’ que terminou esta quarta-feira e para o reitor do santuário a sua “promoção já é um sinal positivo”. “Esgota sempre as vagas que abrimos. Há sede muito grande para estudar Fátima, porque não tem sido muito estudada do ponto de vista académico, embora já haja honrosas e boas exceções”, disse Marco Daniel Duarte, coordenador da edição e diretor do Serviço de Estudos e Difusão do santuário à Agência ECCLESIA.

Os alunos eram oriundos de Portugal, Espanha, Brasil e EUA das mais diversas áreas de formação, como: Arte e Património; História; Ciências Religiosas; Economia Social; Turismo; Matemática e Física, Ciências da Comunicação.

O diretor do Serviço de Estudos e Difusão contextualizou que este ano, a visita do Papa Francisco motivou o estudo da “relação umbilical que existe entre os Papa e Fátima”.“Procuramos especialistas de cada um dos pontificados com 

 

linguagens diversas desde da história mas também do jornalismo, dos vaticanistas que estão em Portugal e acompanharam algumas das viagens para dar instrumentos de leitura, ferramentas, para os investigadores poderem analisar a temática particularíssima de Fátima”, desenvolveu Marco Daniel Duarte.

Segundo o coordenador conclui-se que “não se pode olhar para esta temática de forma unívoca”, porque Fátima como “fenómeno global” é uma “espécie de balão de ensaio” de tantas questões “ramificadas com a história da Igreja e do mundo”.

O curso de verão 2017 homenageou o padre Luciano Coelho Cristino, diretor do Serviço de Estudos e Difusão do santuário entre 1976 e 2013.

No final dos trabalhos foi apresentado um livro da sua autoria, ‘As aparições de Fátima: reconstrução a partir dos documentos’.“É uma súmula sobre todas as aparições, do anjo e de Nossa Senhora. Uma história das aparições sem assuntos teológicos a não ser as frases dos diálogos”, referiu o sacerdote à Agência ECCLESIA.


 

 

O relato desesperado de dois bispos na República Centro-Africana

A coragem do amor

Dois bispos, duas dioceses, um país: República Centro-Africana. D. Cyr-Nestor Yapaupa e D. Juan José Aguirre. Duas vozes para um mesmo lamento. Nos últimos tempos, a violência tomou conta das aldeias, vilas e cidades de Alindao e de Bangassou. Duas dioceses em que milhares de pessoas em lágrimas procuram a ajuda da Igreja. Muitos perderam tudo e não têm mais ninguém…

 

Que se diz quando alguém vê, com os próprios olhos, cenas de uma violência inimaginável? Que se diz? Às vezes as palavras desaparecem. Tornam-se inoportunas, incapazes. Perante lágrimas de verdade, lágrimas de dor, que se pode dizer? Quase todos os dias, D. Cyr-Nestor Yapaupa e D. Juan José Aguirre ficam assim, sem palavras, perante histórias de sofrimento de pessoas, muitas delas cristãs, que foram apanhadas na armadilha da violência que se apoderou do país nos últimos tempos. No meio deste furacão estão grupos armados, os Seleka, muçulmanos, e os Anti-Balaka, constituídos, muitas vezes, como grupos de auto-defesa.  

 

Mas a radiografia deste desastre é muito complexa. D. Juan Aguirre, Bispo de Bangassou, explica o que se está a passar. “Há dezoito anos que vivemos um calvário com muitos ataques, raptos, roubos, intimidações e inclusive a degolação de pessoas.” É assim em Bangassou, uma diocese apoiada directamente pela Fundação AIS. Agora vamos até Alindao. Que diz o bispo? “A violência teve início do dia 8 de maio, em resposta aos raptos e assassinatos de vários jovens em Datoko pelos Seleka. Após a intervenção das tropas da ONU, a situação acalmou-se um pouco. Porém, ainda existem cerca de 5.000 refugiados, que estão actualmente a ser atendidos em vários centros da Igreja Católica.” Cinco mil pessoas em lágrimas só ali, na diocese de D. Cyr-Nestor Yapaupa. A República Centro-Africana é um país destroçado. Quando a violência irrompe assim nas ruas, não poupando nada nem ninguém, fica-se sem respostas. É quando as pessoas se sentem incapazes. É nestas ocasiões que um simples abraço apertado vale mais do que todas as palavras.

 

 

 

Pessoas assustadas

Mas a violência e o medo só se combatem com a coragem inspirada pelo amor. O Bispo de Bangassou é espanhol, missionário comboniano e é, também, um homem de coragem. No passado dia 8 de Maio, graças a D. Juan José Aguirre – e à actuação pronta de militares portugueses ao serviço da ONU – não foram chacinadas centenas de pessoas. Eram quase todas muçulmanas. Podiam ser cristãs. Para o bispo eram apenas pessoas assustadas que precisavam de ajuda. Como procurar caminhos de paz quando tanta violência está à solta? D. Cyr-Nestor Yapaupa também sabe bem o que é ter à sua frente gente ferida no corpo e na alma, estendendo-lhe as suas mãos vazias. Que dizer? Que fazer? “As pessoas na minha diocese vivem essencialmente dos produtos agrícolas locais. Os alimentos da caça e da pesca tornaram-se muito raros nos últimos tempos. Como resultado, existe o risco de uma crise alimentar, à qual já estamos a assistir. As pessoas já não são capazes de cultivar os seus campos de forma segura, e as reservas e lojas de alimentos desses países foram saqueadas, roubadas e até queimadas.” O bispo está a falar de fome. Está a falar de fome e de medo. 

 

Está a falar de lágrimas. Está a falar de pessoas que precisam de ajuda. Está a falar connosco. Está a falar consigo. No meio desta tragédia em que se tornou a República Centro-Africana, a Fundação AIS, através dos seus benfeitores e amigos, está a fazer todos os dias verdadeiros milagres. Milagres que só a coragem do amor pode construir.

Paulo Aido

 

 

 

 

S. TOMÉ E PRÍNCIPE

Alegrias e dificuldades do povo das Ilhas Verdes

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Hoje, ao falar de S. Tomé e Príncipe, vou dar voz ao Bispo destas Ilhas verdes. Ele encontrou um povo simples e bom, com vontade de crescer na fé e na cidadania. Problemas também os havia à farta. De alma e coração, D. Manuel António pôs mãos á obra na evangelização integral do povo santomense.

Diz: ‘O povo santomense é naturalmente religioso. Há uma cultura crioula muito arreigada, sentindo-se isso também na vivência da fé. Nota-se a presença de rituais de tradição animista, mas também muito de outras tradições, particularmente de Portugal. Temos as festas dos santos, com as suas procissões, as suas novenas, mas onde também se misturam crenças ancestrais, pedidos de protecção, ritos sincretistas. O baptismo continua a ser muito procurado, mas já não tanto os outros sacramentos. A fé mistura-se com ritos e crenças, sentindo-se uma forte tendência para ver a religião mais como um conjunto de ritos protectores que uma caminhada de vida com o divino. Há uma desestruturação familiar acentuada, com uma grande maioria das famílias a ter a mulher como o sustentáculo do lar, já que o homem prima pela ausência.

No entanto, sente-se a presença de uma cultura católica marcante. As Igrejas com as suas festas, as suas cerimónias litúrgicas, as suas eucaristias vivas, as missas pelos defuntos, são marcos bem presentes na paisagem humana santomense’.

Sobre a situação política, económica e social, o Bispo é cauteloso nas palavras: ‘São Tomé e Príncipe ainda é visto por muitos hoje como um 

 

 

 

exemplo de democracia em África. A nível económico a situação sempre foi difícil e continua. O desequilíbrio entre as importações e exportações é enorme. O orçamento de Estado é feito contando apenas com dez por cento de rendimentos próprios. O desemprego é elevadíssimo. O Estado acaba por ser o maior empregador do país, um Estado com pouca capacidade de resposta aos desafios que lhe são apresentados. A agricultura de subsistência e a pesca artesanal são os sectores que mais gente ocupam. A pobreza generalizada é uma realidade que não se pode ocultar. E a vida é muito cara. Os salários são baixíssimos, mas os produtos custam tanto ou mais que na Europa. A nível social, encontramos uma sociedade onde a falta de esperança no amanhã é talvez o maior drama que afecta a vida das pessoas. A falta de emprego, de perspectivas de futuro e a pobreza generalizada contribuem para isso. A desestruturação das famílias também não ajuda. O facto de muitas famílias contarem apenas com os rendimentos da mãe, contribui para a pobreza das famílias. Vive-se à espera 

 

de "messias", de salvadores. Mas estes tardam em chegar. Apesar de tudo, a escolarização da população aumentou muito, a luta contra a malária tem sido um êxito, tem havido um esforço grande para levar água e energia a todas as povoações, o abastecimento do país em bens tem sido regular’. 

A última palavra de D. Manuel António é virada para o futuro: ‘Apesar de todas as limitações que sofremos, continuo a acreditar no futuro de São Tomé e Príncipe. A aposta na formação das nossas crianças e jovens, o empenho numa catequese permanente e capaz de levar à conversão e adesão à Igreja, a perspectiva de virmos a ter brevemente um número significativo de sacerdotes santomenses, o entusiasmo que se sente na comunidade cristã na celebração da sua fé, são aspectos que nos ajudam a acreditar no amanhã. E acredito que brevemente São Tomé e Príncipe poderá mesmo ter à sua frente um bispo africano. Quando tal suceder, ficarei contente, porque será sinal de que a Igreja destas Ilhas verdes, plantadas no Equador, se afirma capaz de assumir os seus destinos’. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sair