04 - Editorial:

        Octávio Carmo

 

20 destinos
para conhecer Portugal

08 - Algarve

        Via Algarviana

12 -  Angra

        Açores, a derradeira fronteira

16 - Aveiro

        Um Segredo Arquitetónico

20 - Beja

        Santiago e a Catedral

24 - Braga

        Itinerário Barroco

28 - Bragança-Miranda

        Mirandela, Cerejeira e Vilas Boas

32 - Coimbra

       Seminário Maior

36 - Évora

        Do Ribatejo à Raia

 

 

 

40 - Funchal

        Curral das Freiras

44 - Guarda

        Pintura de Evelina Coelho

48 - Lamego

        Nossa Senhora dos Remédios

52 - Leiria-Fátima

        Museu de Leiria

56 - Lisboa

        Um dia com Nª Sª de Fátima

60 - Portalegre-Castelo Branco

        Amieira do Tejo

64 - Porto

       De Bicicleta

68 - Santarém

        A Senhora Bonita

72 - Setúbal

        Cidade Episcopal

76 - Viana do Castelo

        Templo de Santa Luzia

80 - Vila Real

        Nª Sª de La Salette

84 - Viseu

        Teras do Sátão

 

AGÊNCIA ECCLESIA 

Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
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O elogio da sobriedade

  Octávio Carmo    

  Agência ECCLESIA   

 
 

 

“A felicidade exige saber limitar algumas necessidades que nos entorpecem, permanecendo assim disponíveis para as múltiplas possibilidades que a vida oferece”

A frase do Papa Francisco, na encíclica ‘Laudato si’, famosa por vários outros motivos, pode ser um bom mote para as férias. Abrir os olhos para o que nos rodeia, com mais atenção, valorizando cada coisa pelo que é, sem procurar comparar ou limitar a sua importância em função de outras realidades.

Numa sociedade de consumo somos treinados a “pensar em grande”, a projetar “férias de sonho”, a cometer excessos porque “merecemos”. Sempre em função do exterior, do que vamos ver e do que os outros vão ver de nós, sem pensarmos verdadeiramente no que nos valoriza e determina como pessoas, no presente e na construção do futuro.

Um tempo de descanso é, deve ser, um tempo de nos reescrevermos. Uma oportunidade de encontrarmos pequenos tesouros em locais insuspeitos, para “dar apreço a cada pessoa e a cada coisa”, como sugere o Papa Francisco.

A ECCLESIA propõe um “roteiro” com pontos a visitar nas 20 dioceses portuguesas, contando com a colaboração de quem conhece o território e sabe as surpresas que cada espaço pode reservar para quem chega sem o conhecer ou sem o ter absorvido totalmente em visitas anteriores. Sem pressas.

 


 

 

Nesta edição, sugerimos 20 destinos, um em cada diocese de Portugal. Propostas para dias de férias que podem fugir à “ditadura” da praia e que valem também por quem nos acompanha nessa aventura.

O roteiro propõe espaços da natureza, património, templos, a partir do olhar de quem os conhece de perto, no já tradicional desafio de “ir para fora cá dentro”…

Boa viagem, ao longo do mês de agosto.

 

(A próxima edição do semanário digital Ecclesia

vai ser publicada no dia 8 de setembro)

 

 

 

 

 

 

 

Via Algarviana – a Grande Rota (GR13)

Longe da azáfama das praias que fervilham de gente por estes dias, continua a existir um Algarve desconhecido, mais genuíno, com muito por desvendar. Esse é o Algarve do interior, entre a serra e o barrocal, onde a vida se movimenta a outro ritmo, mais calmo e também mais acolhedor. 

É esse Algarve que dá a conhecer a Via Algarviana – a Grande Rota (GR13) pedestre que atravessa o interior da região entre Alcoutim e o Cabo de São Vicente – propondo memórias inesquecíveis a quem se atrever percorrê-la. Concluída em 2006, partindo da indicação de um antigo Trilho Moçárabe (percurso utilizado por peregrinos entre Mértola ao Cabo 

 

de São Vicente), a Via Algarviana proporciona a quem se decida percorrê-la a pé ou de bicicleta, sozinho ou em grupo, um encontro entre a natureza, a espiritualidade e a cultura. No fundo trata-se de uma viagem de aventura por séculos de história, um retorno às raízes, aos aromas da natureza e aos sabores da terra, um reencontro com as tradições culturais, gastronómicas e religiosas.

Ao longo de 300 quilómetros (que se podem estender a 800 com as ligações que lhe dão acesso), a Via Algarviana é composta por 14 setores, devidamente sinalizados, que atravessam as serras do Caldeirão, Espinhaço de Cão e Monchique, com possibilidade de ser percorrida

 

 

 

integralmente ou subdividindo os setores, por rotas pequenas ou temáticas, com percursos complementares ou áudio-guiados, 

 

com guia e mapas com locais de descanso, apoio e alojamento, tudo disponível no sítio viaalgarviana.org.

Samuel Mendonça

 

 

A derradeira fronteira do Atlântico

A ilha é a ideia mais próxima de paraíso. E, quando a saudade aperta o mar encolhe e todas as ilhas se fazem terra para um coração faminto. Nestas paragens habita o mais nobre império do Amor: “onde o coração do mar se povoa de sonhos e os homens se agigantam de ternura”. Ilhas de azul profundo, intenso, nascidas da imensidão atlântica, que ligam dois continentes e resultam de um casamento quase perfeito entre o oceano indomável e homens que, 

 

 

 

dum pedaço de terra, fizeram casa.

É difícil eleger um lugar nos Açores. Mas, de repente “um céu azul de intenso anil com fulvos tons de poente” ergue-se no pensamento e paro nas Flores. Chegar nem sempre é fácil porque aqui o tempo é caprichoso. Dizem que é a única ilha que não treme. A ocidente, onde começa e acaba a Europa, vive-se rodeado de água e natureza exuberante. A ilha desafia-nos no tempo e nas emoções, pondo 

 

 


 

 

à prova a nossa resistência, sobretudo dos que não se deixaram seduzir por “Califórnias perdidas de abundância”.

Nas Flores, tudo está em estado puro: verde exuberante, lagoas que se espraiam com doçura, por trilhos pedestres que convidam a um passeio; quedas de água que serpenteiam a encosta; altas escarpas bordejando a costa; aves raras e vegetação endémica.

Próxima paragem: São Jorge e Pico. De uma ilha à outra há 15 quilómetros 

 

de mar que poderiam ser estrada. Nestas duas ilhas combina-se a natureza com a religião. As festas do Bom Jesus do Pico ou as do Santo Cristo da Caldeira, dois santuários diocesanos, são imperdíveis, em agosto.

São Jorge, parece um enorme dragão, de cor esverdeada, que se impõe com altivez. A ilha recorta-se por Fajãs e é na do Santo Cristo que está um dos cinco santuários diocesanos que anualmente celebra a sua festa 

 

 

 

no primeiro domingo de setembro. No pitoresco lugar das Manadas ergue-se um mimo, a igreja de Santa Bárbara, construída no século XVIII e declarada monumento nacional em 1950.

Olhamos em frente e descobrimos “a Montanha nuvem”. Aqui tudo é excesso, grande, natural e destemido. A montanha- sempre ela- eleva-se nos céus, exigindo uma atenção natural. Aos pés erguem-se marouços e mistérios de lava que abrigam a 

 

paisagem protegida da vinha, património da humanidade. Tal como o santuário do Senhor Bom Jesus, património guardado no coração dos fieis, repositório de lágrimas de saudade e mágoas de desespero, onde se busca um sentido para o tempo presente.

Na sua `sozinhês´ estas ilhas são o paraíso na Terra.

Por Carmo Rodeia

Fotos: José Antonio Rodrigues

Ricardo Henriques

insira a foto aqui

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segredo arquitetónico em Aveiro

Com as atenções dos turistas centradas nos passeios de moliceiro pelos canais urbanos da Ria de Aveiro e, em menor grau, em espaços como o Museu de Santa Joana, onde está sepultada a filha de D. Afonso V, que é apenas beata, mas é venerada como “santa” por concessão do Papa Paulo VI, as igrejas de Santo António e São Francisco passam despercebidas. São como que um segredo arquitetónico escondido num canto da cidade. Mas valem bem uma visita demorada.

São conhecidas por “igrejas” ou “capelas” de Santo António e São Francisco. O nome correto é Igreja do Convento de Santo António e Capela da Ordem Terceira de São Francisco. Os dois templos, que são geminados, mais as salas anexas e a Casa do Despacho formam um conjunto arquitetónico singular. Por fora, são de linhas simples e diretas. Por dentro, 

 

apresentam ricos painéis de azulejos, talha dourada e pintura do século XVII e inícios do seguinte. Os templos sofreram sucessivas alterações – uma delas consistiu na destruição de uma capela interior para haver comunicação entre os dois espaços –, sendo mais antigo o convento de Santo António. Remonta a 1524. Em parte do que era o convento funciona agora a Polícia Judiciária (perguntar pela PJ é sempre uma boa maneira de chegar às igrejas, que ficam num dos topos do “jardim da cidade” – outro espaço para passeios).

As igrejas, incluindo o museu de imagens franciscanas que saíam na antiga processão das cinzas, estão abertas de terça a sábado, das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 17h30.

 

 

 

 

Para complementar, duas sugestões nos arredores de Aveiro: um passeio a pé e outro de comboio.

A pé ou de bicicleta, é sempre agradável fazer o percurso do BioRia de Salreu (a 15 km de Aveiro), seja qual for a época do ano. Ao longo de 8 km, num trajeto circular, atravessamos campos de arroz, juncais, sapais, caniçais e podemos observar águias, cegonhas, garças, lontras, raposas… entre as dezenas de espécies animais e vegetais que o ecossistema rico em água proporciona (www.bioria.com).

Desde o início de julho e até finais de setembro, a CP proporciona viagens no “Comboio Histórico do Vouga”. 

 

 

 

 

Partindo de Aveiro, apenas nas tardes de sábado, o comboio histórico leva a Macinhata do Vouga, onde existe um museu ferroviário, e, no regresso, para no centro de Águeda. “Uma viagem no tempo, uma antiga locomotiva diesel, três carruagens dos primeiros anos do século XX”, resume a CP (http://bit.ly/2scSpAa).

 


 

 

Fotos

01 Igrejas de Santo António (à direita) e São Francisco

 

02 Museu das imagens de santos franciscanos que saíam na extinta Procissão das Cinzas, em Aveiro

 

03 Vários painéis ao longo do percurso do BioRia informam sobre plantas e animais que podemos encontrar

 

04 Comboio histórico na Ponte de Sernada, em Macinhata do Vouga, onde existe um Museu Ferroviário

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Catedral no Caminho de Santiago

A igreja de Santiago, Catedral de Beja, é uma referência no caminho que liga o sudoeste peninsular a Compostela, que remonta ao século XIII.

A origem e a localização da primitiva igreja de Santiago Maior constituem um enigma por resolver, embora se conheça a importância da sua colegiada, uma das mais antigas de Beja, rivalizando com a da vizinha matriz de Santa Maria da Feira. Alguns autores situam a sede inicial da paróquia na igreja de Santa Maria da Graça ou de Santo Amaro. Outros ligam-na a um edifício independente, também extramuros. É provável que no século XIV se fixasse no atual sítio, dentro do circuito das muralhas.

O monumento que chegou aos nossos dias sucedeu a este edifício e constituiu uma obra de raiz, erguida a instâncias do arcebispo de Évora D. Teotónio 

 

de Bragança e dirigida pelo mestre Jorge Rodrigues. A sua sagração realizou-se em 14 de julho de 1590. De planta retangular, com três naves divididas em cinco tramos, é coberta por abóbadas de arcos cruzados com nervuras de aresta estucadas, ainda de tradição medieval. Mas a organização espacial, ampla e unitária, obedece já claramente a um modelo característico da arquitetura "chã" do Alentejo, aproximando-se da tipologia da "igreja-salão".

Tendo recebido beneficiações no século XVII, incluindo o retábulo da capela-mor, de talha dourada e policroma, da autoria do mestre lisboeta Manuel João da Fonseca (1696-1697), 

 

 

  

a igreja de Santiago sofreu trabalhos de reconstrução após o terramoto de 1755.

D. José do Patrocínio Dias, o bispo a quem Beja deve a reconstrução, física e moral, da diocese, escolheu-a para catedral, promovendo uma 

 

remodelação que se prolongou de 1932 e 1937. Dotou-a também de um extraordinário conjunto sumptuário, maioritariamente oriundo de conventos extintos de Lisboa, de depósitos do Ministério da Guerra, do palácio das Necessidades e do paço de Vila Viçosa. O acervo da Sé conta assim com importantes coleções de pintura, escultura, ourivesaria, azulejaria, mobiliário e paramentaria, parte das quais são expostas rotativamente no Museu Episcopal, sito na mesma paróquia de Santiago Maior.

 

 

 

 

Mais recentemente, os trabalhos de restauro da Sé do Baixo-Alentejo tiveram a duração aproximada de um ano, depois de terem começado em novembro de 2014.

 

 

 

Rota das Catedrais

http://rotadascatedrais.com/pt/beja

 

Visita virtual a 360º: 

http://rotadascatedrais.com/360/beja/

insira a foto aqui

 

 

Visitar Braga

Itinerário pelo barroco na arquitetura religiosa Bracarense

A chegada do verão e do período de férias remete-nos para momentos de lazer e de encontro. A nossa proposta é um roteiro por Braga, um itinerário de encontro com o património religioso, porque Braga é a “cidade dos Arcebispos”, a Roma Portuguesa". Por outro lado, Braga também é conhecida pela "cidade do Barroco", por isso, decidimos aliar estas duas circunstâncias e propor um roteiro pelo barroco bracarense na arquitetura religiosa.

Selecionamos um conjunto de monumentos relevantes na cidade de Braga e arredores, onde, de alguma forma, se nota a presença do barroco e dos grandes mestres bracarenses, 

 

André Soares e Carlos Amarante.

Como não podia deixar de ser, iniciamos a nossa visita pela Catedral de Santa Maria de Braga. O Barroco chegou pela mão de D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728), como veremos mais à frente, este Arcebispo ordenou a construção de vários monumentos religiosos de estilo barroco, em Braga. Na Sé destacamos a talha dourada e os dois órgãos e o cadeiral do coro alto. Finalizada a visita no interior do templo, aproveite para conhecer o belo espólio do Tesouro Museu da Sé Catedral e descubra peças do período barroco onde destacamos, pela peculiaridade, os sapatos do D. Rodrigo de Moura Telles.

Siga o itinerário até ao largo de S. Paulo onde poderá visitar a Nossa Senhora da Torre, local único, dono de uma vista privilegiada sobre uma cidade marcadamente barroca.

            Este monumento foi

            construído em honra de

              Nossa Senhora pela

           recompensa de ter poupado

      a cidade de Braga no terramoto de 1755.

A próxima paragem é o Mosteiro S. Martinho de Tibães, outrora, casa

 

 

 

mãe dos monges beneditinos em Portugal e no Brasil. A igreja e o altor-mor são os símbolos maiores do barroco neste mosteiro, célebre pela talha dourada designada como "o esplendor do Barroco português”. 

 

Conheça as recentes intervenções feitas no mosteiro e aproveite para almoçar no restaurante do mosteiro, gerido pelas irmãs da Congregação da Família Missionária Donum Dei.

Faça-se novamente à estrada e, 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

siga para o Santuário do Bom Jesus, ex-líbris de Braga e símbolo do Barroco. Considerado um dos mais belos sacro-montes de toda a Europa e um dos maiores monumentos em pedra consagrado à Paixão de Cristo.

O Barroco está especialmente marcado no escadório, a sua construção foi ordenada por D. Rodrigo de Moura Telles.

Se for de carro ou transporte publico, pare no sopé do monte e suba a pé o deslumbrante escadório barroco, onde o granito esculpido se encaixa, de uma forma perfeita, na paisagem verdejante. Depois de terminar  

 

 

a subida recomendamos uma visita ao templo. Desça o monte pelo centenário Elevador, movido a água.

Deixamos o Bom Jesus e aproximamo-nos do ponto final do nosso roteiro. O destino é a Igreja de Santa Maria Madalena, monumento setecentista, com uma fachada exuberante em granito, de um barroco tardio. Esta Igreja, também ela mandada erigir pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles, é uma obra-prima da tensão entre o barroco e o rocaille, é considerada uma expressão genial de um dos mais virtuosos arquitetos bracarenses, André Soares.

Varico Pereira

 

 

 

 

 

Mirandela, Cerejais e Vilas Boas merecem a sua visita

O Verão é propício ao lazer, à degustação da gastronomia genuína, ao conhecimento das gentes, da história e do património, e a Diocese de Bragança-Miranda convida-o a uma visita pela região transmontana.

Em ano pastoral mariano sugerimos um roteiro pelo património religioso das Unidades Pastorais: Senhora do Amparo (Mirandela), Senhora da Assunção (Vila Flor) e Bartolomeu dos Mártires (Alfândega da Fé).

 

 

 

 

 

 

 

Senhora da Encarnação

Situada na zona nobre de Mirandela, a Igreja da Senhora da Encarnação

(sécs. XVII e XX) destaca-se pela imponência da sua torre bem como

pelo património que a envolve, nomeadamente o Palácio dos Távoras

e uma estátua dedicada a S. João Paulo II. A vista sobre a cidade

e o rio Tua são magníficas.

O culto é diário (18h00), excepto à 4.ª feira; domingo às 11h30.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imaculado Coração de Maria

O Santuário dos Cerejais (1961), conhecido como “Fátima do Nordeste” e defensor da Mensagem de Fátima é procurado para turismo religioso e da natureza, nomeadamente por ocasião das amendoeiras em flor.

No seu interior existe uma imagem do Imaculado Coração de Maria concebida por José Ferreira Thedim (o escultor da imagem de N Sra de Fátima, venerada na capelinha das Aparições); vitrais de Luís Quico, e na Capela da Santidade repousam 

 

em arca-relicário as relíquias dos santos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta; de S. João Paulo II; do Beato Bartolomeu dos Mártires; da Beata Alexandrina de Balasar; de Santa Teresa de Calcutá e da Beata Maria do Divino Coração.

Tem merecido a visita de vários cardeais, bispos e inúmeros fiéis. Recentemente reconhecido como Santuário diocesano dispõe de alojamento local.

Culto dominical: 11h00 e 14h30.

 

 

 

 

 

Senhora da Assunção

De 6 a 15 de agosto, são muitos os devotos que sobem o monte de Vilas Boas (Vila Flor), para participar nas celebrações em honra da Senhora da Assunção, titular daquele que é o maior Santuário diocesano (séc. XIX).

Programa completo da romaria em: https://www.facebook.com/SantuarioNossaSenhoraDeAssuncao/

Foto: A terceira dimensão 

http://portugalfotografiaaerea.blogspot.com

Textos: Bruno Luis Rodrigues

 

 

 

 

 

 

Um espaço ‘desconhecido’ que te pode surpreender

Finalmente para muitos chegou o tempo de férias. Tempo para descansar, para sair das rotinas, para ler, para estar (com mais tempo) com a família e com os amigos… tempo para conhecer novos locais.

Gostava de vos sugerir precisamente um bom local para conhecer nestas férias. O desafio é visitar a Cidade de Coimbra. Aqui são muitos os pontos de interesse. No entanto, gostava de vos sugerir um lugar menos conhecido, próximo do Jardim do Botânico – que também merece uma visita e que pode ser uma agradável surpresa. 

 

Trata-se de um espaço que esteve ‘fechado’ mais de 250 anos e que agora pode ser visitados por todos. Um dos melhores exemplares da arte italiana do séc. XVIII em Portugal. Falo do Seminário Maior de Coimbra. Uma casa habitada que agora ‘abre as portas a todos’.

Neste espaço podemos visitar os jardins, os refeitórios, os aposentos 

 

 

 

episcopais, a capela-relicário de S. Miguel, a varanda que tem uma impressionante vista sobre a cidade, as escadas em caracol (com cerca de 120 degraus), a Biblioteca Velha (com cerca de 9.000 livros entre 1507 e 1800) e a belíssima Igreja da Sagrada Família, onde se destaca o órgão de tubos e a cúpula.   

Todas as visitas contam com um guia e demora cerca de 1h. As visitas são às 10h, 11h, 12h e às 14h, 15h, 16h, 17h e 18h. A entrada tem um custo de 5€, sendo que grupos de mais de 10 

 

pessoas pagam apenas 3€ e as crianças até 8 anos não pagam. O preço do bilhete é uma maneira de ajudar a pagar as obras de requalificação do mesmo edifício.

Tenho a certeza que valerá a pena e, sobretudo, penso que é um espaço que nos permite contemplar o ‘alto’ e nos desafia a ver para além do imediato. Será uma oportunidade para ‘descansar’, para um tempo de ‘ser’ e até para um encontro com o Senhor. 

 

Padre Nuno Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um Roteiro “possível”
pela Arquidiocese de Évora

A Arquidiocese de Évora é uma das maiores Dioceses de Portugal, que vai desde o Ribatejo até à raia alentejana.

Um roteiro “possível” pode começar em Coruche. Banhada pelo Sorraia, a vila ribatejana é "guardada" pelo santuário de Nossa Senhora do Castelo, onde se realizam grandes festas em Agosto.

Em direcção à fronteira, encontra-se Montemor-o-Novo. Conheça o Castelo, a cripta do montemorense, São João de Deus, e os Santuários de Nossa Senhora da Conceição e da Visitação.

Meia hora depois, chega-se à cidade-museu de Évora. Património Mundial há 30 anos. A requalificada igreja de São Francisco, com a sua famosíssima Capela dos Ossos, assim como a Sé, igreja-mãe da Arquidiocese, merecem uma visita.

 

Não desviando muito do roteiro, impõe-se uma visita ao Santuário de Nossa Senhora d' Aires, em Viana do Alentejo, concelho onde poderá apreciar a Arte Chocalheira, Património reconhecido pela UNESCO.

Regressando à rota até à raia, Vila Viçosa é paragem obrigatória, com uma visita ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, e ao Paço Ducal, numa paisagem marcada pelo “ouro branco”.

Já junto à raia, deixe-se envolver novamente por Património Mundial, na fortificada cidade de Elvas, e visite o Santuário do Senhor Jesus da Piedade, conhecido pelos ex-votos.

Como sugestão extra, vá até Campo Maior, inspire o aroma do café, e conheça a igreja Matriz e a sua capela dos Ossos.

 

 

 

Como a Arquidiocese de Évora não é só paisagem e património, inclua neste roteiro a saborosa gastronomia ribatejana e alentejana, regada com um bom vinho, terminando com o melhor café do mundo, claro está!

Pedro Miguel Conceição

FOTOS:

1 – Vila de Coruche banhada pelo Sorraia – Foto: Pedro Miguel Conceição

2 – Santuário de Nossa Senhora do Castelo em Coruche em dia de festa – Foto: Confraria de Nossa Senhora do Castelo

3 – Vista geral de Montemor-o-Novo, com o Santuário de Nossa Senhora da Visitação ao fundo - Foto: Pedro Miguel Conceição

4 – Sé de Évora - Foto: Pedro Miguel Conceição

5 – Igreja de São Francisco - Foto: Pedro Miguel Conceição

 

6 – Santuário de Nossa Senhora d' Aires, em Viana do Alentejo - Foto: Pedro Miguel Conceição

7 – Ex-Votos no Santuário de Nossa Senhora d' Aires, em Viana do Alentejo - Foto: Pedro Miguel Conceição

8 – Palácio Ducal de Vila Viçosa – Foto: Pedro Miguel Conceição

9 – Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa - Foto: Pedro Miguel Conceição

10 – Santuário do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas - Foto: Pedro Miguel Conceição

11 – Ex-Votos no Santuário do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas - Foto: Pedro Miguel Conceição

12 – Vista geral de Campo Maior com a igreja Matriz a sobressair - Foto: Pedro Miguel Conceição

 

 

4 – Sé de Évora - Foto: Pedro Miguel Conceição

5 – Igreja de São Francisco - Foto: Pedro Miguel Conceição

6 – Santuário de Nossa Senhora d' Aires, em Viana do Alentejo - Foto: Pedro Miguel Conceição

7 – Ex-Votos no Santuário de Nossa Senhora d' Aires, em Viana do Alentejo - Foto: Pedro Miguel Conceição

8 – Palácio Ducal de Vila Viçosa – Foto: Pedro Miguel Conceição

9 – Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa - Foto: Pedro Miguel Conceição

10 – Santuário do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas - Foto: Pedro Miguel Conceição

11 – Ex-Votos no Santuário do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas - Foto: Pedro Miguel Conceição

12 – Vista geral de Campo Maior com a igreja Matriz a sobressair - Foto: Pedro Miguel Conceição

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao encontro da natureza
no Curral das Freiras

A ilha da Madeira tem muitos e variados locais onde a Natureza se apresenta em todo o seu esplendor, quer seja na beleza das plantas, quer nas imponentes montanhas ou no imenso mar que banha esta parcela do território português.
Difícil é escolher uma freguesia que mereça destaque, mas porque o Curral das Freiras é ponto obrigatório de paragem para quem visita a Madeira ou nela resida, é que escolhemos esta localidade, bem próxima da cidade do Funchal e com ótimas vias de acesso.
Rodeada por montanhas de grande envergadura, bem no coração da Madeira, o Curral das Freiras deve a sua denominação ao facto de no ano de 1566, as freiras do Convento de Santa Clara ao fugirem dos corsários  

 

franceses luteranos que invadiram a ilha e saquearam a cidade do Funchal, terem encontrado na localidade, o abrigo ideal para a sua segurança.
Esta ligação das freiras à freguesia também já se verificava em finais do século XV, quando a localidade foi vendida a João Gonçalves da Câmara, que, por sua vez, a doou ao Convento de Santa Clara, como dote das suas filhas que lá ensinavam.

 

 

 

Visitar o Curral das Freiras é uma experiência que não se esquece. A antiga estrada que vai até ao centro da freguesia, torneando os abismos, só foi construída no princípio dos anos 50 do século XX. 
Atualmente há outra estrada ampla e que atravessa as montanhas num túnel tornando a viagem muito mais agradável.
Para melhor apreciar as maravilhas da Natureza que se encontram naquela localidade e em toda a ilha, o ideal

 

é fazer um percurso pedonal numa levada. Na Madeira existem mais de 3.000 km de canais de irrigação, denominados de levadas.
No miradouro da Eira do Serrado, situado a uma altitude de 1095 metros, podemos apreciar uma fantástica panorâmica sobre o vale onde assenta a pitoresca freguesia do Curral das Freiras e as grandiosas montanhas do maciço central que a rodeiam.
Muitos outros lugares da Madeira oferecem motivos de enorme beleza que merecem uma visita que jamais será esquecida.

 

Sílvio Mendes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

Paróquias de Fernão Joanes, Famalicão e Vale de Estrela criam Rota da Pintura Religiosa de Evelina Coelho

As paróquias de Fernão Joanes, Famalicão da Serra e Vale de Estrela, no concelho e Diocese da Guarda, criaram a “Rota da Pintura Religiosa de Evelina Coelho”. Numa iniciativa conjunta, a que dão o nome “Cores do Sagrado”, estas paróquias abrem as portas dos lugares de culto onde se encontram pinturas religiosas de Evelina Coelho.

No conjunto das três paróquias há 28 quadros de pintura religiosa, alguns de grandes dimensões, que podem ser apreciados, nos lugares para onde foram criados. A paróquia de Vale de Estrela tem o maior número de pinturas, 22 (14 estações da Via-sacra, os 5 mistérios luminosos, Jesus Misericordioso, Nossa Senhora das Graças e São José com o Menino). Em 

 

Fernão Joanes há duas pinturas de grandes dimensões (Milagre do Sol e Baptismo de Jesus). Famalicão da Serra possui as pinturas mais antigas de Evelina Coelho, com motivos religiosos (Nossa Senhora ao pé da Cruz, São João, Nossa Senhora da Anunciação e o Baptismo de Jesus).

Para facilitar a visita, as Paróquias lançaram um pequeno catálogo com a biografia da pintora e mostras das pinturas.

O documento enumera ainda os lugares onde existe pintura religiosa de Evelina Coelho. De acordo com o catálogo, para além de Famalicão da Serra, Vale de Estrela e Fernão Joanes, a pintora tem trabalhos em Vila Fernando, Sant’ Ana da Azinha, Pínzio, Adão, Ramela, Baraçal – Sabugal, Guarda – Paço Episcopal – Casa Paroquial da Sé – Seminário, Santa Marinha – Seia e Manigoto – Pinhel.

A Rota da Pintura Religiosa de Evelina Coelho pretende divulgar “a criação religiosa desta pintora da Guarda” e, ao mesmo tempo, valorizar e promover o património religioso existente no concelho da Guarda de forma a atrair o “chamado turismo religioso”.

Pe. Francisco Barbeira

 

 

Para facilitar a visita, as Paróquias lançaram um pequeno catálogo com a biografia da pintora e mostras das pinturas.

O documento enumera ainda os lugares onde existe pintura religiosa de Evelina Coelho. De acordo com o catálogo, para além de Famalicão da Serra, Vale de Estrela e Fernão Joanes, a pintora tem trabalhos em Vila Fernando, Sant’ Ana da Azinha, Pínzio, Adão, Ramela, Baraçal – Sabugal, Guarda – Paço Episcopal – Casa Paroquial da Sé – Seminário, Santa Marinha – Seia e Manigoto – Pinhel.

A Rota da Pintura Religiosa de Evelina Coelho pretende divulgar “a criação religiosa desta pintora da Guarda” e, ao mesmo tempo, valorizar e promover o património religioso existente no concelho da Guarda de forma a atrair o “chamado turismo religioso”.

 

 

 

 

 

Famalicão

 

 

 

Fernão Joanes

 

 

 

 

 

 

 

Vale de Estrela

 

 

Nossa Senhora dos Remédios (Lamego)

Um rosto em que se revêem todos os rostos

Numa sociedade massificada, em que os comportamentos surgem cada vez mais padronizados, ainda haverá opções alternativas?

Há uma espécie de simbiose entre o interior do país e o interior da pessoa. Ambos inspiram uma cada vez maior vontade de procura. É como se, no interior do país, a pessoa se sentisse reencontrada com o interior de si própria.

Ao enfrentar os 925 degraus que o conduzem da cidade até Nossa Senhora dos Remédios, o peregrino — como José Saramago notou — sobe aquela «longa e alta escadaria» com a ânsia de encontrar «a promessa de salvação, ou a esperança».

São muitos os rostos que se revêem naquele rosto. Alguns fazem ressoar uma respiração arfante pelo interior do Santuário, tal é o afã de (re)encontrar

 

 a imagem que está na Sacristia. É para aqueles olhos que todos os olhos (muitos deles lacrimosos) se voltam.

Já agora, será interessante referir que esta imagem de Nossa Senhora dos Remédios (1904) foi executada na mesma oficina em que foi esculpida a primeira imagem de Nossa Senhora de Fátima (1920): na Casa Fânzeres, de Braga.

Depois da Capela de Santo Estêvão (de 1361) e da primeira Capela de Nossa

 

 

 

 

Senhora dos Remédios (de 1565), o actual Santuário começou a ser construído em 1750.

A inauguração aconteceu a 22 de Julho de 1761, mas esta obra só foi dada por finalizada em Setembro de 1905, com a conclusão da segunda torre.

Juntamente com o Escadório 

 

 

 

(edificado entre 1777 e 1966) e o Parque Florestal (iniciado em 1898), o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios constitui um todo harmonioso que deslumbra os olhos e tonifica o espírito!

 

João António Pinheiro Teixeira

 

 

 

Um manto de todas as cores

Neste verão, muitos milhares de pessoas vão passar pelo Santuário de Fátima. Em ano de Centenário das Aparições, fica o convite para aproveitar a viagem e visitar a exposição ‘Um manto de todas as cores: a Virgem Maria no território de Leiria-Fátima, no Museu de Leiria, uma exposição artística que visa revelar a importância do culto mariano na Diocese de Leiria-Fátima. A viagem até à Rua Tenente Valadim, n. 41, em Leiria, é curta e vale a pena.

Apresentação

Sob o título “Um manto de todas as cores: a Virgem Maria no território de Leiria-Fátima”, o Museu de Leiria e o Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima apresentam uma exposição feita de testemunhos artísticos que mostram a importância do culto mariano na 

 

diocese de Leiria-Fátima.

Tomando como mote a celebração do Centenário das Aparições, as duas instituições mostram algumas das melhores peças que integram as coleções de arte sacra do Museu de Leiria e da Diocese, exibindo-as segundo um discurso que se pretende acessível a crentes e a não-crentes.

A figura da Virgem Maria é, assim, abordada segundo a sua biografia e segundo a cultura que resulta da forma como as populações, ao longo dos séculos, para ela olharam.

Surpreendente será o cruzar das representações antigas (de pintura e de escultura) com as encenações contemporâneas, sobretudo a partir da fotografia, da escultura e da pintura que, a partir de temas antigos, interpretam, não sem a necessária reflexão crítica, a realidade atual.

Como objetivo fundamental da exposição conta-se o de evidenciar o facto de, na cultura dos povos, a Virgem Maria ter sido e continuar a ser ‘topos’ que reúne diferentes formas

 

 

 

de olhar o mundo, desde a inocência à maternidade, desde a solicitude relativa ao próximo até à compaixão, desde a mulher peregrina à pessoa dolorosa, desde a mulher ignorada à mulher glorificada.

A exposição tem quatro capítulos que vão fazer olhar para a iconografia de Maria como uma fonte do conhecimento do próprio homem e mulher que vive num determinado território povoado pelas múltiplas cores que caracterizam os inúmeros títulos com que Maria é venerada, aqui testemunhados a partir de material histórico, artístico e arqueológico.

A exposição vive da comparação entre a obra de arte antiga e a obra de arte contemporânea expressamente encomendada para esta finalidade, assim como da apresentação pedagógica que leva ao entendimento dos atributos simbólicos da figuração da Virgem e à forma de, segundo as diferentes reflexões estéticas, transmitir a temática da Virgem-Mãe.

Entre o espólio, exposto destacam-se algumas peças do Museu do Santuário de Fátima, entre elas um pedaço de azinheira guardado como relíquia da árvore das aparições de 1917 e o terço oferecido pelo Papa Francisco à Virgem de Fátima.

Marco Daniel Duarte

Comissário Científico

 

 

 

 

 

Um dia com Nossa Senhora de Fátima
em Lisboa

Neste tempo de férias, o TPLx (Turismo > Patriarcado de Lisboa) através do seu projeto Quo Vadis, propõe a rota Um dia com Nossa Senhora de Fátima em Lisboa. Esta rota pelas ruas de Lisboa é evocação de um caminho interior de encontro com a Virgem Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe. Somos chamados a que cada passo desta caminhada seja dado na intimidade com Maria, que tanto apaixonou as três crianças de Fátima, e que não deixará de aprofundar, nos nossos corações, a vontade de converter a nossa vida.

 

Com esta rota passará a conhecer melhor o primeiro local em Lisboa onde esteve Santa Jacinta Marto, o Orfanato de Nossa Senhora dos Milagres, hoje Mosteiro do Imaculado

 

 

 Coração de Maria, onde várias vezes Nossa Senhora a visitou. Poderá visitar ainda a Igreja dos Anjos, local onde foi velada Santa Jacinta Marto, depois de falecer a 20 de Fevereiro de 1920 no Hospital da Rainha D. Estefânia. Por 

 

 

 

fim, convidamo-lo a deslumbrar-se com a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que foi dedicada a 13 de Outubro de 1938 - 21 anos após a última aparição da Virgem na Cova da Iria - e onde poderá rezar diante das imagens de Nossa Senhora de Fátima e dos Pastorinhos que estão expostas junto ao altar-mor e são da autoria de Leopoldo de Almeida.

 

 

 

Poderá conhecer e aprofundar estes e mais pontos da rota (www.quovadislisboa.com/pt/route/

fatima-in-lisbon) através do nosso site www.quovadislisboa.com ou da nossa app que se encontra disponível para iPhone e Android.

 

José Manuel Pimenta

Fotos: Roberto Gil

 

 

 

 

Amieira do Tejo

Os recentes incêndios chamaram, por infelizes motivos, a atenção sobre a localidade de Amieira do Tejo, no Distrito de Portalegre. Com a ajuda da Direção-Geral do Património Cultural apresentamos um dos monumentos a visitar na região, a Capela do Calvário, localizada numa das zonas mais elevadas da Amieira.

O templo que hoje conhecemos não é o original, pois há notícias de um outro, demolido no início do século XVIII, para dar lugar ao atual. Não se sabe em que data este começou a ser edificado mas, em 1728, já se encontrava em construção, como o comprova o testamento de Pedro Vaz Caldeira, que instituiu uma capela com os seus bens, cujos rendimentos deveriam ser aplicados na obra do Calvário. Contudo, as obras prolongaram-se e, no seu Dicionário Geográfico, o padre Luís Cardoso 

 

 

 

 

 

 

 

 

(de 1747-51) refere que apenas a capela-mor estava concluída, já com o retábulo, em cantaria (a imitar talha), que custou oito mil cruzados. Faltava, no entanto, "fazer o corpo da igreja, cujo gasto se tira dos bens que para este efeito deixou Pedro Vaz Caldeira, Sargento-Mor que foi desta Vila" (CARDOSO, 1751).

Nesta medida, é possível que os trabalhos tenham avançado entre as décadas de 30 e 40, uma vez que a cartela do portal principal ajuda a datar todo o edifício: Esta igreja mandou fazer Pedro Vaz Caldeira. Ano 1740 (SOUSA, RASQUILHO, 1982, p. 441).

De nave única, com duas capelas laterais correspondentes ao transepto e capela-mor quadrangular, a capela do Calvário da Amieira afasta-se da planimetria e dimensões que habitualmente caracterizam estes templos. A fachada principal é flanqueada por pilastras-cunhais encimadas por pináculos, situação 

 

 

 

 

que se repete nos restantes ângulos do edifício, à excepção da cabeceira, rematada por pinhas. Ao centro, abre-se o portal, de moldura reta mas encimado por frontão triangular, assente sobre mísulas e ladeado por urnas. Uma cartela, com a inscrição acima transcrita, encontra sobre o entablamento e o frontão.

 

 

 

 O alçado exibe, ainda, duas janelas de sacada, sobre mísulas e sobrepujadas por frontão triangular. Remata o conjunto um frontão recortado que enquadra um nicho, a que se sobrepõe um frontão curvo, interrompido pela cruz.

Rosário Carvalho

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Em 1232, por doação régia de D. Sancho II, o domínio hospitalário alargou-se consideravelmente para Sul, passando a integrar as vilas de Amieira, Gavião e Crato.

No entanto, a vila de Amieira, cuja posse se integra na mesma conjuntura, foi dotada de um castelo já muito tarde, sensivelmente um século depois de passar para as mãos dos Hospitalários. A sua construção ficou a dever-se a Álvaro Gonçalves Pereira, filho bastardo do bispo D. Gonçalo Pereira, prior da Ordem do Hospital e pai do futuro condestável do reino, Nuno Álvares Pereira. Foi, ainda, a este último que se deveu a transferência da sede da Ordem, de Leça do Bailio para o Crato (1356), circunstância que levou toda a estrutura hospitalária para o coração do seu principal domínio fundiário.  Ler mais

 

 

 

 

 

Bicicleta no Porto

O período de férias convida-nos, simultaneamente, ao descanso e à curiosidade de conhecer novos lugares. Num tempo em que o dia-a-dia é vivido de modo intenso e rápido, esquecemo-nos muitas vezes de desacelerar e assimilar, no ritmo certo, a tranquilidade das férias. Descansar não significa parar, mas sim ajustar ritmos, equilibrar e apreciar.

Sendo um  adepto de ciclo-turismo e, um frequente utilizador da bicicleta como transporte, torna-se quase imperativo incluir este veículo no programa de férias, pois permite descobrir e apreciar uma região 

 

 

 

 

com a devida calma e atenção.

Existe o mito que o Porto é uma cidade difícil para pedalar, com muitos altos e baixos, mas a realidade é bem diferente. Para além da possibilidade de transportar as bicicletas no Metro ou nos Comboios Urbanos, a zona do grande Porto oferece um rede de ciclovias, que interligam diversos municípios com vias dedicadas, relativamente planas e seguras (O Turismo do Porto e Norte publicou um guia com as Ciclovias Ecopistas e Ecovias - Norte de Portugal).

Texto e Fotografias João Lopes Cardoso - www.instagram.com/quest_4two

 
 

 

 

Para conhecer o Porto de bicicleta proponho os seguintes itinerários:

 

Itinerário 1 - https://goo.gl/maps/HTy8BQrLRDF2 

 

Distância: 15km | Nível de dificuldade: Fácil

Ponto de partida: Terreiro da Sé

Sugestões: Visitar a Catedral, o Paço Episcopal ou o Museu de Arte Sacra

 

1ª Etapa: Descer até à Ribeira do Porto, atravessar a Ponte Luís I (tabuleiro inferior), percorrer a marginal na direcção da Afurada.

Sugestões: Reserva Natural do Estuário do Douro, Miradouro da Antiga Seca do Bacalhau 

 

2ª Etapa: Percorrer toda a marginal de Vila Nova de Gaia até à Capela do Senhor da Pedra.

Sugestão: Visitar a Capela do Senhor da Pedra (Turismo de Portugal)

 

Nota: Poderá regressar pelo mesmo percurso, pelo itinerário 2 ou então apanhar o Comboio urbano na estação de Miramar (www.cp.pt)

 

 

 

 

 

 

 

 

Itinerário 2 - https://goo.gl/maps/jvKg42shpc82 :

 

Distância: 15km | Nível de dificuldade: Fácil/Médio

 

Ponto de partida: Jardim da Cordoaria

Sugestão: Igreja dos Clérigos

 

1ª Etapa: Ir em direcção ao tabuleiro superior da Ponte Luís I, apanhar a Ciclovia das Devesas (Av. da República - Vila Nova de Gaia).

Sugestão: Paragem para apreciar a vista panorâmica sobre a cidade do Porto - Via Rosa Mota.

 

2ª Etapa: Ciclovia das Devesas até apanhar a marginal de Vila Nova de Gaia e seguir até à capela do Senhor da Pedra. Depois de visitar a capela, sugiro prolongar o percurso até à Aguda

Sugestão: Visitar a Capela do Senhor da Pedra (Turismo de Portugal) e Estação Litoral da Aguda (www.fundacao-ela.pt )

 

Nota: Poderá regressar pelo mesmo percurso, pelo itinerário 1 ou então apanhar o Comboio urbano na estação de Miramar (www.cp.pt)

 

 

 

 

 

 


 

Itinerário 3 - https://goo.gl/maps/9dbvVDiwdXv :

 

Distância 8km | Nível de dificuldade: Fácil

 

Ponto de partida: Praça da Ribeira do Porto

 

Sugestões: Visitar a Igreja de São Francisco, o Palácio da Bolsa

 

1ª Etapa: Percorrer as ruas interiores da Ribeira, até apanhar a Rua Nova da Alfândega, seguir a ciclovia no sentido do Cais das Pedras.

Sugestão: Visitar a Igreja do Corpo Santo de Massarelos (Turismo do Porto)

 

2ª Etapa: Cais das Pedras, Ponte da Arrábida, prosseguir na ciclovia em direcção ao Passeio Alegre - Foz.

Sugestão: Subir o arco da Ponte da Arrábida ( www.portobridgeclimb.com), e a Igreja de São da Foz.

 

3ª Etapa: Retomar a ciclovia Passeio Alegre/Avenida Brasil, em direcção ao Castelo do Queijo.

Sugestão: Visitar o Parque da Cidade do Porto

 

 

Outras sugestões:

Ecopista do Tâmega - Amarante/Arco de Baúlhe

Ciclo Ria - Municípios de Ovar, Murtosa e Aveiro

 

Links úteis:

www.portoenorte.pt

www.ciclovia.pt

www.ecovias.pt

www.caminhoportuguesdacosta.com/pt

www.fpcub.pt

 
 

Sugestões de leitura e documentação de apoio:

O Livro da Bicicleta” - Miguel Barroso

A Gloriosa Bicicleta” - Laura Alves e Pedro Carvalho

Ciclovias Ecopistas e Ecovias - Norte de Portugal - LINK

Rede Nacional de Cicloturismo - Road Book 2017 - LINK

 

 

 

(re)visitar Santarém em 2017

As férias de verão lançam, todos os anos, o desafio da descoberta de novos destinos e novas propostas para conhecer o nosso país. E são vários os motivos que justificam (re)visitar Santarém em 2017.

O Centro Histórico oferece um conjunto de edifícios religiosos, na maioria locais de culto, e que nos últimos anos têm sido alvo de intervenções de conservação e reabilitação.

Iniciando o percurso fora das antigas muralhas da Vila, das quais subsistem hoje apenas pequenas estruturas, a igreja do extinto Convento de Santa Clara apresenta uma arquitetura gótica mendicante de grande escala, onde se destacam os túmulos de D. Leonor Afonso, filha de D. Afonso III, que professou nesta casa.

 

Um pouco mais adiante, o Convento de São Francisco. Panteão do Rei D. Fernando I, cujo túmulo foi deslocado, após a extinção das ordens religiosas, para o Museu do Carmo, em Lisboa, é um espaço onde cada pedra testemunha cronologicamente as vivências e utilizações do edifício. Lugar que hoje acolhe sobretudo atividades culturais da cidade merece visita, quer pelo claustro ainda existente, quer pelo magnífico baixo-coro, obra de arquitetura executada para enquadrar o túmulo régio.

Chegando à Praça Sá da Bandeira, oportunidade para visitar a pequena e distinta igreja de Nossa Senhora da Piedade de Santarém. Aí se encontra a devotíssima imagem da mesma invocação, através da qual ocorreu o milagre em 1663, que fez aproximar

 

 

 

o rosto do Filho e da Mãe, perante a fervorosa oração do povo que ali se reuniu pedindo a intercessão divina para o exército português vencer, no Ameixial, o vasto exército espanhol. Vencida a batalha, D. Afonso VI reconheceu o apoio milagroso e mandou edificar o templo, em memória da consolidação da independência de Portugal.

Logo em frente, o magnífico complexo da Catedral de Santarém, outrora Colégio da Companhia de Jesus, que hoje acolhe o Museu Diocesano. Não deixe de (re)visitar a Catedral e o Museu que, para além da exposição permanente, oferece até outubro a exposição temporária “A Beleza da Mãe de Deus – da infância ao dia quem que o sol bailou”. Aqui o visitante é convidado a percorrer os principais momentos da vida da 

 

Virgem Mãe, seguindo-se uma abordagem às inúmeras invocações marianas – títulos que o Povo de Deus, ao longo dos tempos, foi atribuindo a Maria pela sua particular intercessão. Por fim, em pleno centenário das Aparições de Fátima, uma memória à Cova da Iria, à Senhora vestida de luz – e aos pastorinhos, agora santos – invocação particularmente acarinhada pelos portugueses, onde também se encontra a vela que o Papa Francisco utilizou na noite de 12 de maio de 2017, durante a Procissão das Velas.

Viaje connosco no tempo, e visite o Corredor Nobre e a Torre do antigo Paço Real, 1.ª segunda-feira de cada mês. Aproveite a oportunidade e descubra a exposição “Vestir a Liturgia – Património Têxtil ao serviço da Fé”, que destaca várias tipologias de têxteis religiosos, de diferentes épocas 

 

 

 

 

 

e funções. Suba à Torre e disfrute da magnífica vista sobre a cidade e a lezíria, localizando os espaços conventuais ainda existentes e o local daqueles que a história apagou da paisagem.

Saindo do edifício, aproveite a iniciativa VERÃO IN.SANTARÉM, que oferece, entre uma vasta programação cultural, viagens de minibus pelo Centro Histórico, de quarta a domingo, entre o dia 5 de julho e o dia 3 de setembro. As visitas serão guiadas de quarta-feira a sexta-feira, e permitem aceder a outros monumentos e igrejas, bem como ao Jardim das Portas do Sol e aí disfrutar da sua magnífica vista sobre o Tejo.

 

Eva Raquel Neves

Comissão Diocesana para os Bens Culturais da Igreja

Museu Diocesano de Santarém

 

 

 

 

 

Conhecer o património religioso,
natural e cultural da Cidade Episcopal

Uma tarde de Verão na cidade Episcopal. Esta é a proposta da Diocese de Setúbal, através do olhar da Comissão Diocesana de Arte Sacra, que convida a conhecer a riqueza do património religioso, natural e cultural de Setúbal.

A cidade do poeta Bocage, plantada à beira do rio Sado, com a serra Arrábida em pano de fundo, e por onde São Francisco Xavier passou a caminho da sua missão de evangelização dos povos do Oriente.

Uma cidade onde a ligação entre a serra e o rio se manifesta na vida das gentes e nas suas tradições. As procissões e peregrinações marítimas

 

de Nossa Senhora de Tróia, de São Luís da Serra ou o Círio de Nossa Senhora da Arrábida, em que se abençoam as águas e se pede o auxílio para os pescadores, são disso um sinal vivo.

Por entre a traça medieval das ruas da baixa, podemos encontrar as inúmeras Igrejas e Capelas: São Julião, a Catedral dedicada a Santa Maria da Graça e, subindo ao Miradouro de São Domingos, a Igreja de São Sebastião. Além destas, outras há para descobrir.

Passeando a pé, muitas são as esculturas que se encontram na rua, mas na Galeria Municipal está patente um retábulo do Convento de Cristo que vale a pena visitar.  

 

 

 

 

 

 

Finalmente, a sugestão é entrar pela serra e deixar-se envolver pela beleza natural da Arrábida. Seguindo a linha das praias, subindo junto à costa, chega-se ao Convento da Arrábida onde está bem visível a linha de eremitérios. Depois, percorrendo a serra pelo alto, pode regressar-se à cidade para apreciar a típica gastronomia: de entre o peixe e marisco, destaca-se o choco frito.

 

Anabela Sousa

 

 

 

 

 

Templo de Santa Luzia

O Templo-Monumento glorifica o nome de Santa Luzia, advogada da vista a quem o Capitão de Cavalaria Luís de Andrade e Sousa recorre, na extinta capela de Santa Luzia, acometido de uma grave oftalmia. Já convalescido, institui a Confraria de Santa Luzia, como forma de gratificar a graça recebida.

Contudo, é o Sagrado Coração de Jesus o padroeiro do monumento, cuja devoção dos vianenses já vinha desde 1743. Mas foi durante a pandemia da Pneumónica, corria o ano de 1918, que a cidade, chorosa pelos seus entes queridos que haviam perecido, e 

 

aterrorizada com a violência de tal flagelo, se consagrou ao Sagrado Coração de Jesus, prometendo subir anualmente em peregrinação ao Monte de Santa Luzia se a pneumónica não ceifasse mais nenhuma vida. Cessada a mortandade, os vianenses fizeram jus ao prometido e, em 1921, rumaram monte acima onde, desde 1904, se construía o templo. Tal promessa ainda hoje se cumpre, no domingo mais próximo da festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus.

Imbuídas neste espírito, já se realizavam peregrinações, embora sem calendário, desde o século anterior. Foi precisamente durante uma dessas 

 

 

 

piedosas romagens, por ocasião das Festas d’Agonia de 1894, que o Padre Dias Silvares lançou a ideia de erigir no alto do monte uma estátua ao Sagrado Coração de Jesus, que abençoasse a cidade de Viana do Castelo, o Minho e toda a Nação. Tal proposta foi logo entusiasticamente acolhida, e na mesma altura indicado e admitido o nome do escultor minhoto Aleixo Queiroz Ribeiro para executar a dita obra.

Daí ao Templo-Monumento foi só um passo. Depois de executada a monumental e artística coluna que haveria de servir de suporte à estátua, verificou-se que a mesma não conseguiria suportar a sua posição fortemente inclinada para frente. 

 

Então, a estátua foi colocada num pedestal em frente à dita capelinha de Santa Luzia, que só seria demolida em 1926. Aproveitando a majestosa coluna, Miguel Ventura Terra, um dos maiores arquitetos do seu tempo, idealizou uma coluna igual para as implantar diante do templo a construir e servir de suporte a dois anjos. Entre essas duas colunas, Ventura Terra riscou o projeto de um magnífico templo, cuja beleza e magnificência é apenas igualável pela paisagem onde este se insere.

As obras de construção iniciaram-se em 1904, tendo-se desenvolvido animadamente até à proclamação da República, data a partir da qual esmoreceram como consequência

 

 

 

do conturbado contexto político e social, e ainda mais abrandaram durante a I Guerra Mundial. Entretanto, o arquiteto Miguel Nogueira, que tinha sido aprendiz de Ventura Terra, assume a direção das obras no ano de 1925, ficando encarregue de concluir o projeto do seu Mestre, devido ao falecimento deste. No ano seguinte deu-se por concluída a capela-mor do templo, tendo sido aberta ao culto pelo Arcebispo e Senhor de Braga e Primaz das Espanhas. As obras do exterior do templo concluíram-se no final do ano de 1943, e as do interior em 1959. O resultado é uma imponente mole granítica cinzelada e executada pelos mestres canteiros da região dirigidos por Emídio Pereira Lima.

Arquitetonicamente, o edifício apresenta uma planta centrada em cruz grega, de raiz bizantina. À mesma matriz vai buscar a enorme cúpula que coroa o edifício, bem como as pequenas cúpulas que encabeçam 

 

as quatro torres, estas já inspiradas no estilo românico, assim como a decoração que serpenteia pela fachada do edifício. De gosto gótico são as enormes rosáceas, as maiores da Península Ibérica, emoldurando os belos vitrais que inundam com luz e cor o interior da igreja. Aqui dentro, dois anjos, da autoria de Leopoldo de Almeida, oferecem os escudos de Portugal e de Viana do Castelo ao Sagrado Coração de Jesus, uma réplica da estátua bronze da entrada, esculpida em mármore de Vila Viçosa por Martinho de Brito. A atenção popular e a devoção dos vianenses é dirigida à imagem do Sagrado Coração de Jesus que veio do convento dos Crúzios, e para imagem de Santa Luzia que, juntamente com a da Senhora da Abadia, vieram da capela que antecedeu o templo. E, já que falamos de imagens, a de Nossa Senhora de Fátima merece atenções especiais por parte do povo crente, tanto lusitano como galego.

 

 

 

O altar-mor em granito e mármore, e os altares laterais, dedicados a Santa Luzia e à Senhora da Abadia, foram esculpidos pela mão de Emídio Lima, assim como os púlpitos de linhas ondulantes, cujo desenho é de Miguel Nogueira. As três rosáceas foram executadas pela oficina lisboeta Ricardo Leone. Os frescos que rodeiam a abside da capela-mor e a cúpula da mesma, representam respetivamente, parte das estações da Via-Sacra e a Ascensão de Jesus, da autoria de Manuel Pereira da Silva, natural de Avintes, Vila Nova de Gaia. E, finalmente, o sacrário de prata foi cinzelado pelo mestre ourives portuense Filinto Elísio de Almeida.

Hoje, admirável a quilómetros de distância, é um incontornável ponto de referência da região, e um forte motivo de orgulho para a cidade que o ergueu.

 

Horários:

O Templo-Monumento está aberto todos os dias, no seguinte horário:

§  Inverno – das 8h00 às 17h00

§  Verão – das 8h00 às 19h00

 

 

 

 

 

 

Cafetaria/Bar

§  Inverno – das 9h00 às 17h00

§  Verão – das 9h00 às 18h00

Casa das Estampas (Loja de Recordações)

§  Inverno – das 9h00 às 17h00

§  Verão – das 9h00 às 18h00

 

É possível subir ao ponto mais alto do edifício (Zimbório) e também a um ponto intermédio, nestes espaços pode contemplar ainda melhor o panorama que foi considerado pela National Geographic Magazine como um dos melhores do mundo.

 

Como chegar

O acesso a este Santuário pode ser feito a pé, de carro, ou pelo Funicular de Santa Luzia. Quem optar por ir a pé,  tem também o escadório com 659 degraus; optando pelo funicular fará um percurso de 650m, vencerá um desnível de 160m, e realizará uma agradável viagem com a duração de 7 minutos.

www.templosantaluzia.org

 

Confraria de Santa Luzia 

 

 

 

Santuário de Nossa Senhora de la Salette

O santuário de Nossa Senhora de La Salette fica situado na encosta da serra do Alvão, a 2 km de Vila Cova, União de Freguesias de Pena, Quintã e Vila Cova, concelho de Vila Real. É constituído por uma capela em honra de Nossa Senhora de La Salette, com instalações anexas, um recinto de grandes dimensões e um parque de merendas.

É uma das vistas panorâmicas mais emblemáticas da região de onde se contempla o vale da Campeã e a Serra do Marão.

Aí afluem numerosos visitantes, sobretudo durante o verão, para contemplar a beleza natural e usufruir do parque de merendas, muito bem cuidado, com as genuínas mesas de lousa. Por ali passa a rota do mineiro, 

 

 

um circuito pedestre que faz memória às minas de ferro que laboraram em Vila Cova até aos anos 80 do século XX.

É um local bem conhecido dos escuteiros dado que ali bem perto se situa o Campo Escola do CNE da Região de Vila Real.

O santuário teve recentemente obras de beneficiação. Um esforço conjunto da Paróquia de Vila Cova e da Assembleia de Compartes possibilitou o restauro da talha do altar de Nossa Senhora de La Salette e a colocação de vitrais da autoria do Mestre Avelino Leite.

É um local de grande devoção.  Aqui, a partir do primeiro domingo de maio até setembro, realizam-se numerosas celebrações religiosas.

 

 

 

Os dias grandes do Santuário são o primeiro e o último domingos de maio. No primeiro, celebra-se o dia da Mãe e no último, faz-se o encerramento do Mês de Maria, concentrando, aí, as paróquias de toda a região oeste do concelho de Vila Real.

No dia 15 de agosto é a grande festa em honra de Nossa Senhora de La Salette. Aqui convergem milhares de peregrinos, grande parte emigrantes. Celebra-se a Eucaristia na igreja paroquial  e segue-se uma majestosa procissão até ao Santuário, acompanhada por banda filarmónica. A tarde é preenchida por um genuíno convívio e atividades de cunho estritamente religioso. 

No dia 19 de setembro (ou no 

 

domingo imediato), festa oficial de Nossa Senhora de La Salette, também é costume celebrar-se a Eucaristia no santuário.

 

Breve história do santuário

A construção da capela de Nossa Senhora de La Salette, em Vila Cova, ter-se-á devido a vários fatores, a que não será alheia a devoção de D. Ana Constança de Jesus Dias Barria, uma figura incontornável de Vila Cova.

Oriunda de uma família abastada e letrada, D. Ana Constança, nasceu a 6 de fevereiro de 1831.

Logo após o falecimento de sua mãe, ocorrido em 1874, decide fundar uma escola na sua própria casa. Era um modesto estabelecimento de ensino para que as crianças e jovens ali pudessem aprender a ler, a escrever, a bordar e a costurar, para além de aprender a Doutrina Cristã. Insatisfeita 

 

 

 

 

com os resultados, deslocou-se a Lisboa para falar com a Rainha D. Amélia. Num encontro ocasional com a Fundadora da nova Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas, Madre Maria Clara do Menino Jesus, solicita-lhe que crie um Colégio em Vila Cova.

Tal virá a suceder em 1876, com a vinda de Madre Maria Clara a Vila Cova, sendo este colégio, denominado Colégio de Nossa Senhora de La Salette, a VIª obra da Congregação em todo o país. Este colégio funcionou cerca de vinte anos, grande parte deles, sob a orientação das Irmãs da referida Congregação.

Madre Maria Clara foi beatificada pelo Papa Bento XVI, a 20 de maio de 2011, e tem uma imagem na igreja paroquial de Vila Cova, desde 18 de julho de 2016.

Diz a tradição popular, que D. Ana Constança era "dotada de qualidades excecionais, sobretudo de grande generosidade, tendo feito da sua vida um hino ao amor a Deus, a Nossa Senhora de La Salette e à sua terra.

Nunca se sentiu missionária longínqua; para ela, a primeira terra de missão era a sua aldeia!

A tradição que ainda hoje existe refere-se a um sonho que D. Ana tivera, no qual Nossa Senhora lhe 

 

pedira para que construísse um Altar, onde os fiéis aí pudessem rezar, para pedir a cura da alma e do corpo.

No entanto, segundo relatos familiares, a versão dos factos é um pouco diferente, e refere que D. Ana Constança terminara de rezar, voltada para o seu crucifixo, na primitiva Capela de Nossa Senhora de La Salette, quando se levantou para vir embora terá ouvido a voz de Jesus a dizer-lhe: "tu vais embora e deixas-me aqui sozinho?".

De uma maneira ou de outra,  D. Ana Constança decidiu avançar para a construção de uma capela com a invocação de Nossa Senhora de La Salette no Monte da Malhada da Fraga da Pena, conforme prova a ata da reunião da Junta de paroquial, datada de 30 de março de 1898, em que foi apresentada a proposta de aquisição de um terreno de duzentos metros de comprido e sessenta metros de largo, perfazendo dez mil metros quadrados de terreno no sitio da Malhada da Fraga da Pena, com o fim de aí mandar edificar urna capela para colocar a imagem de Nossa Senhora de La Salette, para os devotos venerarem.

A partir dessa altura foi erigido um altar com a invocação de Nossa Senhora de La Salette. Desde então, começaram as festividades, atraindo

 

 

 

gradualmente mais e mais crentes. O dia da festa foi durante muitas décadas 19 de Setembro, mas posteriormente seria transferido para o dia 15 de Agosto.

Entre 1920 e 1925, terá sido construída a nave central da capela. D. Ana Constança veio a falecer em 1924.

Nos anos seguintes, sob a orientação do pároco, Padre José Augusto Peixoto Barria, sobrinho de D. Ana Constança,  construiu-se a torre sineira da capela, ampliou-se o santuário e adquiriu-se a imagem de Nª Srª de La Salette, com os pastorinhos.

 Outros melhoramentos ocorreram posteriormente da responsabilidade do Pároco, Américo Pereira Gonçalves (1949-2004): sala de jantar, água canalizada, parque de merendas, wc públicos, zona de estacionamento e uma estrada de acesso com qualidade.

Este santuário maravilhoso de interioridade e encanto paisagístico espera por ti!

 

Padre Manuel Queirós

João Paulo Lopes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dois conventos em Terras do Sátão

Convento de Nossa Senhora da Oliva

A iniciativa de fundação de um convento feminino, dedicado a Nossa Senhora da Oliva, foi do sacerdote Feliciano de Oliva e Sousa, natural do lugar do Tojal. A construção, iniciada em 1632, justificava-se por ser “a Beira estéril de similhantes Casas, e havendo n’ella muita gente nobre, era grande o dispêndio, grande o trabalho, de dar o estado santo da Clausura a suas filhas”. O fundador encontra-se sepultado na capela-mor.

As primeiras freiras entraram solenemente no mosteiro em 1640.

Nos inícios do século XIX, a escassez de meios humanos e financeiros levou ao seu encerramento.

Com o decreto de 1834 o edifício transitou para a posse do Estado, que 

 

vendeu os materiais construtivos, subsistindo a Igreja e o Mirante, unidos por um muro e portal.

O interior constitui um espaço de absoluta relevância artística, conjugando talha dourada e policromada, além de azulejos e pintura nos caixotões e no arco-cruzeiro.

Os três retábulos identificam o processo criativo enquadrado nos cânones joaninos, com linguagem do barroco italiano. O retábulo-mor integra as imagens de Nossa Senhora da Oliva, do Menino Jesus, de São Domingos de Gusmão e de São João Baptista.

 

 

 

Convento de Santa Eufémia | Ferreira de Aves

O convento beneditino de Santa Eufémia de Ferreira de Aves, Sátão, fundado no século XII, por Soeiro Viegas, junto a uma capela com a mesma invocação, foi ampliado por sua neta D. Maior Soares, abadessa do convento. Em 1163 já se encontrava ocupado pelas religiosas. Em 1444, por significativa ruina do mosteiro, o bispo D. João Vicente ordenou a saída das religiosas e disponibilizou o espaço para religiosos da Ordem Terceira de S. Francisco, que aí ficaram até 1456, regressando as freiras quatro anos depois.

 

 

Em 1891, com a morte da última freira, o edifício passou a ser propriedade do Estado. A igreja, a torre, os sinos e o relógio foram concedidos à Junta da Paróquia e as restantes dependências e espaços da cerca foram sendo vendidos a particulares.

Nos finais do século XVI iniciou-se um período de intervenções que, juntamente com as realizadas nos séculos XVII e XVIII, alteraram de forma significativa o edifício medieval: o gradeamento de ferro para o coro-alto, o gradeamento e a roda para o coro-baixo. O portal principal, no alçado lateral, como é característico 

 

 

 

 

das instituições monásticas femininas, tem traça maneirista. No interior, as paredes foram revestidas, em 1664, por azulejos de padrão vegetalista, incorporando um painel figurativo com São Bento. No século XVIII as alterações incidiram na execução de estruturas de talha dourada e policromada, com cinco composições retabulares, de estilo joanino.

A capela-mor tem um tecto artesoado, com caixotões de moldura simples, enquadrando pinturas de temática hagiográfica. A talha foi também utilizada em duas mesas em forma de arca, no púlpito de estilo rococó, no gradeamento do coro alto e nas sanefas das janelas.

 

O retábulo da capela-mor, de estilo barroco joanino, executado por volta de 1730, denota alinhamento com a escola do Porto. Os retábulos colaterais e laterais, anunciam já as propostas estéticas do rococó. Ao fundo da igreja tem a grade da comunhão e a roda, inseridos numa parede que demarca o coro-baixo, destinado às freiras. No coro-alto possui o cadeiral, com espaldar policromado, configurando grandes florões.

Fátima Eusébio,

Diretora do Departamento de Bens Culturais da Diocese de Viseu

 

Fotos: C.M. Sátão

 

 

O retábulo da capela-mor, de estilo barroco joanino, executado por volta de 1730, denota alinhamento com a escola do Porto. Os retábulos colaterais e laterais, anunciam já as propostas estéticas do rococó. Ao fundo da igreja tem a grade da comunhão e a roda, inseridos numa parede que demarca o coro-baixo, destinado às freiras. No coro-alto possui o cadeiral, com espaldar policromado, configurando grandes florões.

 

Fátima Eusébio,

Diretora do Departamento de Bens Culturais da Diocese de Viseu

 

Fotos: C.M. Sátão

Férias = Descanso. Talvez. Mas Só?

  Miguel Oliveira Panão   

  Professor Universitário   

 

 

 

Pensem coisas não fomos perdendo ao longo de um ano de trabalho. Pensem em quantas coisas não fazíamos no passado e deixámos de fazer. Uma refeição todos juntos, um picnic, um passeio no jardim, uma ida à praia, uma caminhada na floresta. Enfim. O período de férias que se aproxima é usualmente conotado como um “carregar de baterias”, mas será que o “carro” da nossa vida depende apenas de “baterias”? Ou existem outras áreas que merecem alguma manutenção?

Já me questionei sobre o que significa “tempo de descansar”. É possível, mas o conceito de descanso pode ser relativo, sobretudo quando temos filhos pequenos, ou parentes com mais idade que precisam de nós e este acaba por ser o período em que temos mais tempo para estar com eles. O período de férias pode assumir diferentes cores mediante a situação de cada um. Mas há algo que caracteriza este período e que não é tão evidenciado. É um período com menos compromissos.

Quando temos de cumprir prazos, preparar projectos, atender a clientes ou fornecedores, cumprir um horário de trabalho, etc, são tudo compromissos que preenchem a nossa atenção durante a maior parte do ano. Tudo isso faz parte do nosso estilo de vida cada vez mais artificializado e de cabeça baixa a olhar para um pequeno écran. Vale, para quem tem esse hábito, as corridas, ou caminhadas, da tarde ou manhã. Mas, também essas destinam-se a manter a nossa forma física,

 

 

 

ou seja, possuem o carácter de um compromisso com a nossa saúde. Será possível fazer do período de férias um tempo para algo mais?

Eu penso que sim. As férias podem ser um tempo para recomeçar. Recuperar hábitos que perdemos.

Renovar o nosso olhar sobre o mundo que nos rodeia.

Reencontrar quem não vemos há tempos.

Respirar de novo ar puro, depois de meses a respirar a cidade.

Retomar a missa diária.

Reaprender a orar sem cessar.

Refrescar as ideias com aquele livro que não tínhamos tempo para ler.

Reavaliar os nossos objectivos de vida.

Repensar a casa.

Recomeçar simplesmente.

A criatividade humana é aquilo que nos distingue neste planeta. E mesmo que o período de trabalho seja exigente em termos de criatividade, nem sempre é possível orientá-la para aspectos essenciais da nossa vida.

 

Recomeçar é também recriar quem somos a partir do relacionamento que estabelecemos com os outros, com o mundo natural e com Deus.

 

Recomeçar é re-acreditar que o futuro é melhor do que qualquer passado porque somos seres de esperança.

 

Recomeçar é viver intensamente o momento presente que nos dado, pois o tempo, a história, não cessa de nos surpreender. E quando a contingência nos pede a vida para sermos protagonistas da história do mundo, como é importante estarmos preparados...

 

Recomeçar agora para aprender a recomeçar sempre, pois esse é o segredo para manter o “carro” da nossa vida a andar.

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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