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Paulo Rocha |
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AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo Aguiar Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Férias ao serviço do outro
Bento Oliveira | Miguel Oliveira Panão Paulo Rocha| Octávio Carmo | Manuel Barbosa | Paulo Aido | Tony Neves |
"Está a ser uma experiência incrível" |
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![]() Paulo Rocha Agência ECCLESIA |
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Esta quarta-feira recebemos uma mensagem lá em casa que dizia: “Vamos agora preparar as coisas para o jantar, se conseguir já ligo! :) correu tudo bem hoje, está a ser uma experiência incrível”. Era o segundo dia de uma missão, numa região do Alentejo, de um grupo de Lisboa. “Migrão” é o nome do projeto que leva uma dúzia de jovens a Santiago do Cacém para uma experiência que, pelo que se vê, “está a ser incrível”. A mensagem chegou ao meu telemóvel porque foi enviada pela minha filha. Não lhe pedi licença para a divulgar; mas fi-lo porque traduz as marcas que um projeto destes deixa na sua vida e sobretudo porque essa não é uma experiência isolada, única, mas a de todas e todos os que decidem tirar uma semana ou umas semanas para uma experiência de missão, de contacto com outras comunidades, de aprendizagem com histórias de vidas frágeis e sobretudo de ajuda a quem lá está e de enriquecimento a quem chega por uns dias. A relevância de “campos de férias”, “férias missionárias”, “campos de trabalho”, “voluntariado missionário”, acampamentos de jovens, escuteiros e outros, e tantas designações que estes projetos possam ter não acontece por acaso. A possibilidade de relação em novos ambientes oferece potencialidades únicas para despertar virtudes próprias e alheias; a oportunidade de ser útil a outros ou a uma comunidade valoriza os dons de quem parte em missão; |
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e a novidade de um projeto missionário traduz-se não num degrau, mas num lanço de escadas da escalada da construção da personalidade que se conquista passo-a-passo. Antes de todos estes aspetos, os projetos que diferenciam férias de muitos jovens e adultos resultam da capacidade de doação, da disponibilidade para escutar e aprender com os outros e da integração de todas as dimensões da vida em dias de missão. Sobretudo a dimensão espiritual. O que exige planificação, profundidade, fé! Depois, tudo fica diferente! E não só na vida de muitos rapazes e raparigas; também nas instituições que promovem “férias em ação ao serviço dos outros”, sejam grupos, paróquias, congregações religiosas ou movimentos. Porque a relevância das organizações depende também da capacidade que têm de deixar marcas (positivas) naqueles que por elas passam. A semana, a quinzena ou o mês de missão que acontece no Verão traduz-se com frequência no ponto alto de um ano inteiro de atividades e, noutros casos, no lançamento de um novo ciclo pastoral ou educativo. É por isso que a educação não consente um tempo de férias.
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A pausa das atividades nunca pode ser de retirada, porque é o tempo essencial para o sucesso de 9 ou 10 meses de aulas , sessões ou lições. A realização de férias missionárias desafia à desinstalação dos que nelas participam e também das instituições que as podem ou não promover. No fim, todos dizem que foi uma “experiência incrível”. Só assim é possível dizer depois, ao longo de um novo ano letivo ou pastoral: “está a ser uma experiência incrível”. |
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Furacão Irma, de categoria 5 – o máximo na escala de intensidade dos furacões – está a caminho da Flórida depois de ter atingido as Caraíbas, as ilhas Virgens britânicas e Porto Rico, obrigando à evacuação de populações, tendo destruído diversas localidades e provocado, até ao momento, dez mortes. |
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“Em alguns países, as famílias têm vergonha de ter um familiar deficiente e mantêm-no escondido. Noutros, eles são considerados inválidos e são marginalizados”, Izidine Hassane, diretor da «Sightsavers» em Moçambique, uma instituição de solidariedade do Reino Unido que luta contra a cegueira e que recebeu o prémio António Champalimaud de Visão de 2017, in Observador, 05.09.2017
“Saber quanto custou a triste "novela" diária, em prime-time, das labaredas, é um imperativo de consciência coletiva. A fatura seria tão impressionante que talvez assustasse os eleitos e indignasse os eleitores ao ponto de constituir uma sonora campainha de alarme. Já se viu, e vai continuar a ver-se, que a época dos fogos é pasto de muita ideologia e intriga partidária”, José Miguel Sardica, in Renascença, 06.09.2017
Coreia do Norte está "na fase final de completar a sua força nuclear", Kim Hyok-Chol, embaixador do país coreano em Madrid, in Diário de Notícias, 06.09.2017
“Os portugueses têm o direito de saber o que foi feito ao dinheiro que foram confiados s estas instituições. Isso eu não tenho dúvidas. O Estado tem o direito de fiscalizar como garante do Estado de direito que temos de ser – pode ir aos bancos e ver os movimentos das contas. Basta o poder judicial dar essa indicação. (…) O conselho de gestão do REVITA sabe o que é a ação da Cáritas de Coimbra porque foi o próprio REVITA que sinalizou as casas atribuídas à Cáritas”, Eugénio Fonseca sobre o dinheiro dos fundos para ajudar as populações vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, in TSF, 06.09.2017 |
Cáritas Diocesana de Coimbra apresentou projeto de reconstrução total de casas à população após incêndios
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A Cáritas Diocesana de Coimbra já apresentou projetos de arquitetura para reconstrução total aos |
proprietários e utilizadores das habitações danificadas pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão |
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Grande, a 17 de junho. “O presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra, padre Luís Costa, acompanhado de uma equipa de arquitetos, esteve no local dos incêndios da zona centro, para apresentar individualmente e de forma detalhada cada projeto aos utilizadores finais”, refere a Cáritas Portuguesa, numa informação divulgada no Facebook, acompanhada por fotografias do local. Os responsáveis passaram por 12 habitações, contando durante a próxima semana entregar os projetos às restantes, num momento em |
que começaram “as intervenções da maioria das habitações com reconstrução parcial. Prevê-se que na décima primeira semana de Ação Cáritas sejam elaborados os cadernos de encargos e se inaugurem os pedidos de orçamento para execução das reconstruções totais. Registaram-se até ao final da semana passada 55 748 produtos angariados; os bens entregues às famílias e pessoas vítimas dos incêndios ascende às 13 644 unidades e os donativos em numerário somam 1 780 588,20 euros. |
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(CAIXA)
Aquando da abertura da conta solidária da Cáritas Portuguesa e antecipando, pela experiência do passado, que novas situações poderiam deflagrar noutras zonas do país, a Cáritas Portuguesa, conscientemente, designou a sua conta solidária de “Cáritas, com Portugal, abraça vítimas dos incêndios”. Assim, os donativos depositados nesta conta podem legalmente ser conduzidos para o auxílio a vítimas dos incêndios de Mação, Oleiros, Vila de Rei, Vila Velha de Rodão, Abrantes e Gavião. Em diálogo com as Câmaras Municipais respetivas, a Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco assumiu o compromisso, neste momento, de reconstrução total de cinco casas, dez de reconstrução parcial e a aquisição de equipamento para duas empresas familiares. Destas necessidades estão já executadas a aquisição de material para uma empresa e a reparação de curto impacto numa casa em Mação.
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa
Renovamento Carismático em festa
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O cardeal-patriarca de Lisboa participou no encontro comemorativo dos 40 anos do Renovamento Carismático Católico (RCC) em Portugal, que decorreu em Fátima, e deixou desafios ao movimento eclesial no “serviço à Igreja e ao mundo”. “Quem vive do Espírito serve os irmãos. Coincide desse modo com o próprio serviço de Deus, que sempre cria e recria espiritualmente as coisas”, disse D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), no discurso que proferiu aos participantes no evento, que decorreu entre sábado e domingo. O cardeal-patriarca sublinhou que os cristãos e os membros do RCC em particular devem ser “os primeiros” no acolhimento interpessoal, “os primeiros na verdadeira escuta do outro, os primeiros na integração ou recuperação de quem quer que seja”. O 40.º aniversário da presença do RCC em Portugal celebrou-se com o tema ‘Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito Santo para utilidade de todos’. D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), |
refletiu sobre o tema ‘RCC - que lugar na vida da Igreja de hoje?’, desafiando os participantes a promover uma “alegria missionária” na Igreja. “Comemoramos 50 anos do RCC, uma «corrente de graça» que chegou há 40 anos a Portugal e que não pode estagnar. É um dom do Espirito para a renovação da vida cristã e da Igreja”, disse. “Os membros do RCCC são membros da Igreja, membros vivos, não mortos, de quem se espera um testemunho cristão forte, interpelativo, transformador”, sublinhou o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família. Ralph Martin, presidente dos ‘Ministérios do Renovamento’ (organização sem fins lucrativos dedicada à renovação e evangelização católicas) e diretor fundador do International Catholic Charismatic Renewal Office, sediado em Roma, fez duas intervenções. |
Escrita criativa e partilha de conteúdos no centro das Jornadas de Comunicação Social |
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O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais vai promover as Jornadas Nacionais de Comunicação Social nos dias 28 e 29 de setembro, com formação prática sobre “criatividade na produção de conteúdos” e ferramentas de partilha de informação. A iniciativa vai decorrer em Lisboa, no Auditório da Renascença Multimédia, junto à nova sede da Conferência Episcopal Portuguesa, na Quinta do Bom Pastor, Benfica. Numa carta enviada aos órgãos de comunicação social, o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais referiu que, “mais do que cumprir um compromisso do calendário”, o secretariado que promove e organiza estas jornadas quer que sejam uma “partilha de competências”. “Propomos umas Jornadas de Comunicação Social essencialmente práticas, onde o uso do Twitter, Facebook, Instagram, WhatsApp e outras redes sejam o ambiente informativo e comunicativo”, afirma D. João Lavrador. “Atualmente a comunicação é mais uma ocasião de partilha do que de difusão, onde as redes sociais |
adquiriram um papel central, a exigir o seu uso de acordo com as estruturas de cada uma e os públicos a que queremos chegar”, acrescenta o bispo de Angra. Na carta enviada aos órgãos de comunicação social, D. João Lavrador refere ainda que o Secretariado Nacional de Comunicações Sociais vai promover, no decorrer das jornadas, a “Mostra Multimédia, este ano “destinada exclusivamente a projetos que estejam relacionados com o uso das redes sociais”. A inscrição nas jornadas e a reserva de alojamento e refeições pode ser feita no site da iniciativa, www.ecclesia.pt/jornadas2017, onde se disponibilizam o programa dos trabalhos e outras informações.
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Leigos para o Desenvolvimento enviam 14 voluntários para África
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Lamego celebra festas em honra de Nossa Senhora dos Remédios
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Francisco na Colômbia em viagem pela paz
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O Papa chegou está na Colômbia para uma visita de cinco dias, tendo chegado à zona área militar (CATAM) do Aeroporto de Bogotá 20 minutos antes do horário previsto, apesar das dificuldades provocadas pelo furacão Irma. Milhares de pessoas esperavam a chegada de Francisco ao local e vários outros milhares acompanharam o percurso de cerca de uma hora |
até à Nunciatura Apostólica (Santa Sé), onde o Papa fica hospedado até domingo, na capital colombiana. O Papa foi recebido pelo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, prémio Nobel da Paz, acompanhado pela primeira-dama, María Clemencia Rodríguez, e cumprimentou os responsáveis políticos presentes no aeroporto, além de ter saudado |
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várias crianças, que lhe entregaram presentes. Após a cerimónia de boas-vindas, com cerca de 20 minutos e sem discursos, Francisco subiu ao papamóvel, para percorrer cerca de 15 quilómetros nos quais se estima que tenham marcado presença mais de meio milhão de pessoas. Já na Nunciatura Apostólica, o Papa pediu aos colombianos que "não se deixem enganar" e mantenham o sorriso, desafiando os jovens a não perderem a esperança e a alegria. Ao deixar Roma, o primeiro pontífice sul-americano disse levar uma “mensagem de esperança” para um país que procura a paz após mais de 50 anos de guerra civil. Francisco explicou os objetivos da sua visita ao território colombiano no tradicional telegrama ao presidente da Itália, Sergio Mattarella, assinalando que quer “apoiar a missão da Igreja local e levar uma mensagem de paz à Colômbia”. O Papa recorreu à sua conta ‘@pontifex’ na rede social Twitter para se dirigir aos seus seguidores: “Caros amigos, por favor rezem por mim e |
por toda a Colômbia, aonde irei para uma viagem no marco da reconciliação e da paz”. Antes de deixar a Casa de Santa Marta, no Vaticano, o Papa cumprimentou duas famílias, cujas casas forma atingidas por um incêndio na zona de Ponte Mammolo, Roma, e que estão a ser ajudadas pela Esmolaria Pontifícia, da Santa Sé. Na tarde de terça-feira, o Papa Francisco dirigiu-se à Basílica Santa Maria Maior, onde rezou diante do ícone da 'Salus Popoli Romani', "confiando a Virgem Maria o bom êxito de sua viagem", informou a Rádio Vaticano. A 20ª viagem internacional do pontificado inclui celebrações religiosas e encontros com responsáveis políticos da Colômbia na capital Bogotá e nas cidades de Villavicêncio, Medellín e Cartagena. Francisco é o terceiro Papa a visitar este país, que já recebeu o Beato Paulo VI (1968) e São João Paulo II (1986). |
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Papa apela à concórdia em mensagem ao presidente Nicolás Maduro
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O Papa enviou uma mensagem ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apelando à “concórdia” no país, afetado por uma crise política e económica. “Rezo para que todos no país possam promover caminhos de solidariedade, justiça e concórdia”, refere Francisco, num telegrama enviado ao sobrevoar o território venezuelano, rumo à Colômbia. A mensagem deixa ainda saudações ao povo da Venezuela, sobre o qual invoca “a bênçãos divina da paz”. A 20ª viagem internacional do pontificado, que decorre até segunda-feira, é acompanhada por mais de 70 jornalistas a bordo do voo papal. Francisco falou aos profissionais dos meios de comunicação social, referindo que esta é "uma viagem |
para ajudar a Colômbia a prosseguir no seu caminho de paz". "Também sobrevoaremos a Venezuela: peço-vos uma oração pela Venezuela, para que possa existir o diálogo e o país possa encontrar uma boa estabilidade, através do diálogo com todos. Obrigado pelo vosso trabalho”, acrescentou. A viagem à Colômbia prevê 13 intervenções do Papa, incluindo encontros com autoridades civis e religiosas, além de um grande encontro de oração pela reconciliação e das beatificações de D. Jesús Emilio Jaramillo Monsalve, bispo colombiano assassinado por guerrilheiros em outubro de 1989, e do padre Pedro Maria Ramírez Ramos, morto a 10 de abril de 1948. |
Papa alerta para tentação de vingança
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O Papa Francisco alertou na Colômbia para a “tentação de vingança” que pode existir no país, após décadas de conflito. “Que este esforço [de paz] nos faça esquivar de qualquer tentação de vingança e busca de interesses apenas particulares e de curto prazo”, assinalou, no seu primeiro discurso oficial em território colombiano, onde chegou esta quarta-feira. Francisco falava perante o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, membros do Governo e do Corpo Diplomático, no palácio presidencial de Bogotá (Casa de Nariño). “Este encontro dá-me oportunidade de vos manifestar o meu apreço pelos esforços feitos, durante os últimos decénios, para pôr termo à violência armada e encontrar caminhos de reconciliação”, disse. Após a tradicional execução dos hinos, com honras militares, o primeiro pontífice sul-americano da história da Igreja, acompanhado pelo presidente e a primeira-dama da Colômbia, cumprimentou e beijou várias crianças com deficiência que o esperança na praça de armas da Casa de Nariño. Juan Manuel Santos e o Papa |
acenderam uma “chama eterna”, como símbolo de esperança e de paz, sob os aplausos dos presentes. Dezenas de crianças, vestidas de branco e com um lenço branco na mão, abraçaram-se depois a Francisco, que recebeu presentes, abençoou um terço e beijou várias delas. O Papa falou aos representantes da sociedade civil dos progressos realizados nos últimos meses, que permitem fazer crescer a esperança, “na convicção de que a busca da paz é uma obra sempre em aberto”. A intervenção convidou todos os membros da sociedade colombiana a favorecer a “cultura do encontro”, com respeito pela dignidade humana e o bem comum, num momento “particularmente importante” da história do país. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Livro-entrevista de sociólogo francês com retrato inédito do Papa publicado em França |
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Papa solidário com vítimas das cheias nos EUA
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Exame de consciência
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Miguel Oliveira Panão Professor Universitário
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Com a sua Carta Encíclica Laudato Si’, o Papa Francisco alargou o olhar de todo o cristão para incluir o mundo natural, o planeta que nos acolhe e do qual fazemos parte, de modo a que o nosso estilo de vida ecológico seja expressão da profundidade da nossa união com Deus. Isto deve-se em parte pela experiência que fazemos da presença de Deus através da natureza. Assim, no dia 1 de setembro de 2016, o Papa dirigiu uma mensagem especial por ocasião do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. Nessa mensagem, o Papa apela: - ao reconhecimento de que somos crentes que contemplam o mundo a partir de dentro; - e ao reconhecimento dos nossos pecados para com a criação. Logo, apela a incluir na nossa confissão o fruto de um exame de consciência resultante do nosso relacionamento com a criação que inclui os outros seres humanos, nós próprios, mas agora, também, o mundo natural. Quantos de nós o fizemos? Quantos de nós sabemos fazê-lo? Em diversas paróquias existe um pequeno folheto com algumas orientações para o nosso exame de consciência. Lembro-me de ver algo semelhante na Igreja de Loreto em Lisboa. Será que contêm o cuidado pela criação? Fiz uma pequena pesquisa
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no Google e dos vários sites credíveis, não encontrei em nenhum deles. Num, inclusive, que inclui no exame de consciências as Obras de Misericórdia, não está sequer actualizado, pois o Papa Francisco inclui o Cuidado da Casa Comum como uma delas. Diz ele na supracitada mensagem,
“tomo a liberdade de propor um complemento aos dois elencos de sete obras de misericórdia, acrescentando a cada um o cuidado da casa comum.
Eu penso que uma maior consciência de pecarmos em relação à Casa |
Comum provém da maior ou menor profundidade com que vivemos um relacionamento com essa. Como obra de misericórdia espiritual, uma possível questão para o exame de consciência poderia ser: - Contemplaste o mundo natural que te rodeia e descobriste o que Deus quiz dizer em cada coisa?
Como obra de misericórdia corporal, a questão poderia ser: - Procuraste realizar gestos de amor, interesse e que promovam os relacionamentos nos ambientes naturais e sociais que te rodeiam?
Por vezes pergunto-me o que significa rezar pelo ambiente. Será que não deveríamos antes rezar com o ambiente, através da contemplação, ou pelo relacionamento com o ambiente? A ecologia é a ciência dos relacionamentos. E talvez o maior pecado ecológico seja quando omitimos os relacionamentos com o ambiente natural da nossa vida. Um bom ponto de partida penitencial. |
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A Teologia e o regresso dos Tribalistas |
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Octávio Carmo |
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Como ouvinte dedicado da música brasileira, fui um dos muitos milhões de fãs que acompanharam o anúncio do novo álbum dos Tribalistas, a superbanda que regressa 15 anos depois do sucesso global do disco de estreia, unindo Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown - e agora com a participação da portuguesa Carminho. A primeira música, Diáspora, chama a atenção por abordar os dramas das migrações forçadas, na humanidade contemporânea, e representa uma reflexão direta e indireta sobre dois temas teológicos fundamentais: o sofrimento dos inocentes e o silêncio de Deus. As citações incluídas na composição não surgem por acaso: o início do Canto 11 de ‘O Guesa’, de Joaquim de Sousândrade, e o trecho de ‘Vozes d’África’, de Castro Alves, servem o propósito de sobressaltar o ouvinte, questionando convicções e fazendo eco |
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de questões profundas perante a aparente vitória do mal e da indiferença. “Onde estás, meu Senhor, onde estás, onde estás?” - é a pergunta que desperta a atenção de um antigo estudante de Teologia, como eu, não para a calar ou, menos ainda, para lhe dar resposta. Apenas para refletir. Num primeiro momento, recordo duas perguntas que surgem no primeiro livro da Bíblia, o Génesis, que me parecem fundadoras da ética ocidental: “Onde está o teu irmão?” e “Que fizeste?”. O “interrogatório” de Deus a Caim, após a morte do seu irmão Abel, condensa o apelo fundamental que viria a ser sintetizado no ensinamento de Jesus Cristo: amar o próximo como a si mesmo. “Não sei” ou “nada” não são respostas aceitáveis e enquadram-se na “globalização da indiferença” que o Papa Francisco tem denunciado tantas vezes. “Onde está Meu irmão Sem irmã, O meu filho sem pai, Minha mãe Sem avó, Dando a mão pra ninguém, Sem lugar Pra ficar, Os meninos sem paz?”.
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São perguntas que não estão longe das questões que o próprio Papa levantou na Via Sacra a que presidiu na Jornada Mundial da Juventude de 2016, em Cracóvia: “Onde está Deus, se no mundo existe o mal, se há pessoas famintas, sedentas, sem abrigo, deslocadas, refugiadas? Onde está Deus, quando morrem pessoas inocentes por causa da violência, do terrorismo, das guerras?”. A resposta de Francisco - “Deus está neles” - evocam-me as linhas de um dos teólogos que mais leio, o sacerdote e escritor checo Tomás Halík. ‘O meu Deus é um Deus ferido’, título de um dos seus livros, remete para a dimensão da compaixão, do Deus que ‘sofre com’ a humanidade, não uma entidade abstrata e distante deste mundo, sobre o qual apenas agiria através de uma espécie de força mágica, alterando acontecimentos e destinos a seu bel-prazer. Sendo uma banda global, os Tribalistas repetem quase até à exaustão, em inglês, a pergunta ‘where are you?’ ‘Where are you?’. A melhor resposta, continuo a pensar, está no capítulo 25 do Evangelho segundo São Mateus: “Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes”. |
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O final do período de férias, para muitas pessoas, representa o regresso à “rotina” laboral e escolar. A ECCLESIA retoma, nesta edição, a publicação do semanário digital, com um olhar diferente sobre o tempo de férias: pessoas que dedicaram parte do seu tempo ao serviço dos outros. Em Portugal, junto das vítimas dos incêndios ou de pessoas com deficiência, por exemplo, ou lá fora, jovens, homens e mulheres da Igreja Católica deram um rosto concreto ao desafio missionário. Testemunhos para ler nesta edição.
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Missão aqui e agora
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João e Tomás estão imersos num mar de roupa. Sacos e sacos que traduzem a generosidade dos portugueses acumulam-se no pavilhão de Castanheira de Pêra. O trabalho é duro, pois está muito calor e encontrar peças 100 % algodão, |
que sirvam os queimados pelo fogo, é como encontrar uma agulha num palheiro. Os voluntários da "Missão Aqui e Agora" reconhecem que há tarefas mais interessantes neste apoio aos Médicos do Mundo, organização |
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que aqui lidera a ajuda humanitária às populações afectadas pelo incêndio de Pedrógão Grande. Mas nem por isso tiram o empenho à tarefa. Estes jovens ligados aos jesuítas estão aqui para fazer o que for preciso e não desanimam. Nos dias anteriores, deste julho que já vai avançado, as tarefas foram mais gratificantes para quem veio com o desejo de animar estas pessoas sofridas: os 15 voluntários replantaram a horta de uma senhora cuja casa escapou às chamas e |
limparam os escombros de uma habitação que não teve a mesma sorte. Ajudaram também nas operações logísticas, armazenando e distribuindo bens. Na semana seguinte, o segundo grupo desta missão de 15 dias foi também animar os idosos do lar, e remover mais escombros de uma casa prestes a ser reconstruída, podendo testemunhar a esperança a renascer. Esta missão surgiu da vontade de duas pessoas que nem se conheciam, Francisca e Pedro, e mobilizou jovens |
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entre os 18 e 30 anos, de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga. Vieram mais vocacionados para contactar directamente com as vítimas mas este é um trabalho delicado, em que uma palavra bem intencionada mas sem sentido pode ter efeitos devastadores. Por isso, fica a cargo dos técnicos dos Médicos do Mundo. "Mesmo que não estejam a fazer exactamente o que esperavam, vêm num espírito de serviço e adaptam-se com igual generosidade", garante Francisca. A partilha e oração em grupo ajudam a gerir e digerir expectativas e a marcante experiência que aqui se vive. A presença de um padre torna-se essencial e permite que haja celebração da missa, no pátio do Fórum ou no jardim, num sinal público de que esta é uma missão movida por ALGO mais. O provincial dos Jesuítas, P. José Frazão Correia, foi um dos jesuítas que por aqui passou, trabalhando e testemunhando, até com emoção, o "desprendimento" destes jovens, bem como a importância de "tornar presente o Senhor nesta realidade de |
desolação". Alguns já prometeram voltar. Todos os dias, a equipa dos Médicos do Mundo (na qual se integraram três jovens da Missão) faz uma volta pelas aldeias para sinalizar necessidades e levar bens. Mas grande parte do apoio passa pela escuta, explica Patrícia, uma das técnicas, acrescentando que isso não se resume a dizer: "vai correr tudo bem". Até porque, diz, "se alguém perdeu o marido, de certeza que no futuro não vai correr tudo bem"! Maria é uma das que acompanha esta ronda por vales e montes cobertos de negro onde o verde já desponta. Entrega alimentos, ajuda os idosos a acondicioná-los nas suas precárias casas, escuta a angústia daquele fatídico dia. Como a de Angelina, que viu da janela o "inferno" chegar num ápice, sem ninguém para a acudir. Esta idosa que se apoia numa bengala vive sozinha e nem sabe como o fogo só lhe queimou a parede exterior da casa, até porque ao lado levou a vida dos dois vizinhos. Hoje recebe a visita
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com alegria e disponibilidade para conversar, o que, a par da música que sai da telefonia, são sinal de maior ânimo, talvez ainda não tanto com o futuro, mas pelo menos já com o presente. Da estrada da morte já se apagaram os vestígios das vidas que ali se perderam, para que quem por ali passe não fique amarrado à morte do passado mas consiga seguir em frente. Mas ao longo de dezenas de |
quilómetros, o rasto de destruição evidencia a fúria do fogo que varreu estes concelhos mas um olhar atento mostra o negro à porta das casas, salvas sabe-se lá como, deixando no ar a questão: como é que a desgraça não foi maior?
Rita Carvalho Gabinete de Comunicação dos Jesuítas em Portugal Fotografias: Missão Aqui e Agora |
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Grupo Diálogos, Leigos SVD
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“A Missão leva-nos onde a Palavra de Deus é necessária” foi com este lema que o Grupo Diálogos, Leigos SVD para a missão, proporcionou no verão deste ano, dois projetos missionários diferentes para duas dezenas de voluntários de várias zonas do país, onde estes tiveram oportunidade de passar umas férias diferentes do habitual. “Caminhos e Sorrisos” é o nome do projeto de voluntariado com crianças e jovens que teve lugar na Urbanização de Terraços da Ponte, em Sacavém, de 5 a 13 de Agosto. Lá, uma dezena de voluntários teve oportunidade de desenvolver diversas |
atividades lúdicas e educativas com crianças e jovens, sem esquecer, naturalmente, a importância do “estar” com os demais elementos dessa comunidade. Houve momentos de verdadeira aprendizagem e partilha que ajudaram os voluntários a crescer e a fazer a travessia necessária do “eu” para o “nós”! Esta experiência constitui também um desafio à inculturação pois a comunidade de Terraços da Ponte é maioritariamente africana. De referir que os voluntários foram acolhidos na comunidade do Prior Velho, onde pernoitaram e prepararam todas as atividades que desenvolviam com as crianças. No
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final, sentimento de missão cumprida: houve magia e sorrisos nos rostos daqueles que se cruzaram com os voluntários. Já em Almodôvar (Baixo Alentejo), de 19 a 27 de agosto, uma dezena de voluntários teve oportunidade de viver uma experiência missionária juntos dos mais idosos que vivem sozinhos e isolados. Criar proximidade foi o principal objetivo e nem as abrasadoras temperaturas demoveram os voluntários. Esta experiência missionária teve início apenas no ano transato, é um projeto ainda em crescimento, mas já conquistou a população de Almodôvar que tem acolhido os voluntários como verdadeiros filhos da terra. Os voluntários percorreram os montes alentejanos, perdidos na solidão dos campos, onde viviam um número reduzido de pessoas com os seus |
animais de estimação. Sempre acompanhados por elementos da GNR, verdadeiros missionários, visitaram as pessoas mais isoladas, no meio dos montes. Estas alegravam-se com a chegada dos voluntários, recebiam-nos nas suas casas de um modo muito familiar e contavam-lhes histórias da sua vida. Os voluntários tiveram ainda oportunidade de visitar os lares de idosos de Almodôvar onde se proporcionaram momentos de comunhão e partilha de experiências entre as diferentes gerações. No final dos projetos, o sentimento de gratidão inundava os voluntários e como dizia S. Francisco de Assis: “Mestre, fazei que eu procure mais, Consolar do que ser consolado, Compreender do que ser compreendido, Amar do que ser amado, Pois é dando que se recebe…” Grupo Diálogos |
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Missionários sem barbas longas... |
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Como missionária, a oportunidade de integrar a missão que o Grupo Missionário Ondjoyetu faz todos os anos ao Alentejo, foi um desafio e uma oportunidade. Um desafio por ter sido a primeira vez e por ter levado comigo os meus filhos de 6 e 15 anos; uma oportunidade porque me permitiu partilhar e aprofundar, com eles e os restantes membros do grupo, os valores nos quais se fundamenta a nossa vida. |
O Ondjoyetu comemora este ano 18 anos de missão em Angola e 15 anos de missão no Alentejo. Em Angola encontra-se permanentemente uma equipa de leigos e um padre – a “linha da frente”. No Alentejo, fazemos sempre uma semana de missão. Se as necessidades das populações africanas que apoiamos já são sobejamente conhecidas, as do Alentejo são diferentes, mas não menos urgentes, intervindo numa população |
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marcadamente envelhecida, isolada e tantas vezes esquecida. Mas os corpos cansados e os rostos moldados pela ação extrema do calor não diminuíram a hospitalidade destas gentes nem o desejo de um aprofundamento na fé. Melhor acolhimento seria impossível! Após a natural desconfiança inicial, abrem-nos o coração e contam-nos os seus desgostos e tristezas. Foi para isso que viemos e é nesses momentos que tudo faz sentido para um missionário: esta entrega sem nada em troca. Não estamos ali por nós, mas por Ele. Somos apenas instrumentos na ação de um amor maior. Ao escutar estas pessoas, |
arranjamos sentido e respostas que só pela ação do Espírito Santo podem ser expressas e ter explicação. Abrimos a Bíblia. Rezamos juntos e, se necessário for, choramos juntos também. Damos a mão, um abraço, um beijo. Voltamos a ouvir e comove-nos o facto de, daquelas duras vidas, emergir uma fé que nos põe a um canto. E já não queremos sair dali. Mas temos que continuar, pois há sempre mais alguém que de nós precisa e que já nos espera à porta. Entretanto, a população começa a conhecer-nos e desmistificam-se pré-conceitos… Afinal, os tais missionários são pessoas normais, não vieram |
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de barba longa e vestes até aos pés! São como nós e até têm crianças e jovens e tudo! Nós, missionários (os tais que afinal não têm longas barbas!), propomos vigílias de oração, Missa, procissão, encontros com crianças e jovens. As igrejas enchem-se, mas é necessário continuar |
a formação (a deles e a nossa!). Jamais esqueceremos estes nossos irmãos, as histórias da D. Maria, do Sr. António ou da D. Maria Fernanda. A eles e a todos os outros, o nosso profundo agradecimento por tudo! Emanuela Dias (Grupo Missionário Ondjoyetu)
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Pais com filhos portadores de deficiência vivem experiência transformadora no Santuário de Fátima
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Há 11 anos que pais com filhos portadores de deficiência têm a possibilidade de viver em Fátima uma semana diferente, de partilha e convívio, graças a um projeto dinamizado pelos irmãos Silenciosos Operários da Cruz. A iniciativa, que conta com o apoio do Santuário de Fátima e do Movimento da Mensagem de Fátima, reuniu este |
ano 80 jovens e 40 pais, apoiados por dezenas de voluntários, e teve dois verbos essenciais: “dar” e “receber”. Em declarações à Agência ECCLESIA, acerca da edição 2017 deste campo de férias especial, que terminou esta quinta-feira, Rosa Magalhães, uma das mães presentes, destaca a oportunidade de “conhecer mais pessoas” que vivem a mesma |
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realidade familiar e que se podem “ajudar” mutuamente nas suas dificuldades. “Não há palavras para descrever o que recebemos. Dá-nos uma força enorme para vivermos, para continuarmos a ajudar e a receber ajuda, é muito importante ao longo do ano”, salienta a progenitora. Rosa Magalhães já participou nesta atividade em Fátima várias vezes e destaca a forma entusiástica com que o filho vive estes momentos e a sua ligação a este local da Cova da Iria. “Todos os dias manifesta a vontade em ir para Fátima e de dormir lá”, adianta. Sobre a ação dos irmãos Silenciosos Operários da Cruz, esta mãe sublinha a forma como a congregação, através destas atividades, ajuda os pais a superarem medos e barreiras interiores, a encararem de outra forma a situação dos filhos portadores de deficiência, e dá um exemplo. “O meu filho foi puxado para acólito e hoje é acólito na sua paróquia, participa todos os domingos. Eu não acreditava. Conhecer aqui os operários silenciosos da Cruz transformou o meu coração”, reconhece. No caso de Deolinda Brito, ela faz destes dias “as férias que tem ao longo do ano”, com o seu filho Ricardo. “Ele gosta, sabe que faz-lhe bem. Ele |
não fala mas ouve e eu sinto que ele está contente. Eu não sei como agradecer a estes irmãos. Foram uns anjos que me apareceram”, referiu. As semanas para pais e filhos portadores de deficiência começaram a 27 de julho com um turno orientado para jovens entre os 17 e os 20 anos. Registaram-se ainda mais três semanas, até esta quinta-feira, dia 31 de agosto, neste caso para mais novos acima dos 20 anos. Em qualquer um dos casos, os pais podiam escolher se ficavam com os filhos ou se os deixavam ao cuidado dos voluntários. O padre Johnny Freire, coordenador deste projeto, faz “um balanço muito bom” das atividades, que se têm revelado muito “enriquecedoras” tanto para pais e filhos como para os voluntários. “Seja com jovens sozinhos confiados aos voluntários, seja dos filhos que vêm com os pais, a prioridade é sempre para os que vêm pela primeira vez ou para os casos mais críticos. Há muitos pais que a única semana que saem de casa é esta”, frisou o sacerdote. Para Flávio Soares, foi a oitava vez que rumou a Fátima para ajudar na concretização deste evento, e destaca um tempo diferente, fora da azáfama do trabalho quotidiano, e sobretudo um tempo para “aprender”. |
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“Nós aprendemos muito com estes jovens, e esse é o primeiro ponto da resposta a porque é que existem pessoas com deficiência: porque nos podem ensinar muito, a importância das pequenas coisas, que aquilo que
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vale na vida é o amor. Claro que há dificuldades, há cansaços, não vivemos numa utopia, mas tudo é vencido, mais do que pelas nossas capacidades, pelo amor”, defende aquele voluntário, de 25 anos. |
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Leonor Francisco, outra voluntária deste projeto, com 18 anos, realçou a importância da sociedade “olhar de maneira diferente para as pessoas com deficiência”. “Não como se fossem uns coitadinhos mas mais como pessoas, que merecem mais carinho”, sustentou. |
As atividades de verão têm lugar na Casa Francisco e Jacinta Marto, dos irmãos Silenciosos Operários da Cruz. Para 2018 está prevista a realização de uma semana extra, uma quinta semana para pais com filhos portadores de deficiência. |
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6º Dominismissio |
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Realizou-se o 6º Dominismissio, desta vez em Estremoz. Organizado pela Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, dinamizado pela Equipa da Pastoral Juvenil, sobretudo por duas Irmãs e um grupo de seis jovens. Durante a atividade estivemos 3 Irmãs o tempo todo e contámos com o carinho, desvelo e afeto da comunidade religiosa presente nesta terra, bem como o acolhimento incrível e generoso da população, que mostrou a cada jovem a presença de Deus que nos aguarda em cada missão. Ao todo fomos 27 pessoas, desde adolescentes, a mais nova, ainda com 13 anos aos mais velhos de 27 anos, que durante uma semana colaborámos em 13 valências, em sete Instituições, de forma diária e constante, procurámos executar a planificação proposta à Instituição, de forma organizada, nas diversas tarefas, estivemos gratuitamente porque Deus nos ama, nos convocou e nos enviou. No dia 16, após nos instalarmos iniciámos com a Eucaristia, em que o testemunho vocacional se tornou vida, em que cada gesto foi rezado e sentido, sem pressas, em que houve |
tempo para olhar e nos sentirmos amados. Em que fomos enviamos e abençoados, pelo sacerdote, mas também pela comunidade das Irmãs, de quem somos braços e bocas dando testemunho de Cristo. Começaram as atividades, a Raquel Nicolau conta-nos: “E hoje (17 de agosto) foi o primeiro dia de um grande desafio, no qual o que nos move é a vontade de fazer mais e melhor, onde a improvisação, o afeto, a "palavra" são tudo aquilo que nos guia e nos faz acreditar mesmo quando (…) a palavra dúvida muitas vezes interfere no caminho, quando se tenta construir um diálogo ou transmitir numa simples ação que reanime de verdade estes corações (o idoso triste e desanimado (…). Os baús de testemunhos foram sendo abertos e transmitidos independentemente das interferências de memória. E tal como um sábio idoso dizia, no final de um longo poema, "No futuro, a vida há-de-nos sorrir. Um futuro que se tornará num presente, quando vontade de devolver um sorriso, tentando transformar uma vida, se torna no lema "Fazendo o bem sempre" de Teresa de Saldanha.” |
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O elemento mais novo do grupo, que é da terra conta-nos, “Sou a Susana, tenho 13 anos e este é o meu primeiro ano no Dominismissio. Hoje, dia 18 de agosto, foi o segundo dia de missão e eu fui para o Centro de Dia de Santo André de manhã e de tarde. Comecei o dia na nossa casa, com uma oração da manhã, que nos motivou para o dia de trabalho que tínhamos pela frente. (…) Gostei muito deste dia pois foi muito enriquecedor e divertido. Também gostei muito de ver os utentes a divertirem-se connosco tanto como nós nos divertimos com |
eles. É sempre bom ver os que nos rodeiam a sorrir com gestos simples!” Por “nossa casa” os jovens referem-se à casa cedida pela paróquia de Santa Maria, onde acantonámos, dividimos o chão, bem como as duas únicas casas de banho, cozinhámos e limpámos, reunimos e rezámos e nada nos faltou. Se uns estão pela primeira vez, outros repetem e até já terminaram a licenciatura, para a Ana Rita, foi a oportunidade de se reencontrarem “com pessoas já conhecidas e muitas mais caras novas que este ano se |
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juntam a nós, a família está a crescer! Nas instituições pelas quais já passei, tive oportunidade de, não só dar um pouco de mim mas de receber muito. Comecei por ajudar nos restauros no Centro de Bem-Estar Social de Estremoz [onde estão as irmãs], um trabalho que não foi tanto em contacto com a comunidade e as pessoas, mas mesmo assim vi a curiosidade delas de ir ver o que estávamos a fazer e, o sorriso na cara das idosas a dar uns bons dias. Na CERCI, não foi a minha primeira vez a trabalhar e contactar com a |
população com deficiência, mas mais uma vez fui surpreendida pela honestidade das pessoas, que dizem o que gostam e não gostam e não têm problemas em o partilhar, algo que muitos de nós teme. Por fim, os Cuidados Continuados da Cruz Vermelha, onde estou a fazer continuidade e que já conquistou o meu coração! Todos os dias em que lá passei um bocado, testemunhei a amizade destas pessoas que juntas estão lá a passar por dificuldades e se apoiam uns aos outros neste momento mais complicado da |
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sua vida, sem egoísmos, apenas companheirismos e fé!” Como é costume, procuramos, que num dos dias não haja trabalhos nas Instituições, escolhemos o domingo, pela centralidade e pela sua importância, para Dia Comunitário. Segundo a Ana Isabel, uma jovem psicóloga, “Hoje é o dia em que os membros do Corpo de Cristo que integram este grupo se reúnem e estreitam laços, descansam, cansam-se, rezam, concentram-se, descontraem e, acima de tudo, restabelecem forças para enfrentar com amor os desafios que ainda lhes serão propostos. Este foi essencialmente um dia de encontro, encontro comigo própria, com os meus colegas de grupo, com a comunidade e com Deus, de uma forma serena e, simultaneamente, muito vivida.” Foi um dia diferente, mas o nosso Domingo começou na véspera com a celebração da palavra na Residência Sénior da Santa Casa da Misericórdia, a animação da Eucaristia vespertina e de duas Eucaristias no domingo, nas duas paróquias da cidade, pois vendo o esforço de sacerdotes que percorrem grandes distâncias, os jovens quiseram dar a sua presença e alegria na animação das celebrações. Terminámos o dia convivendo com a comunidade das religiosas, que veio jantar connosco e cada uma |
testemunhou a sua vocação. Também uma família nos visitou e falou da importância de descobrir o projeto que Deus tem para cada um, de construir um nós alicerçado em Deus. Cada presença, cada história vocacional, cada pessoa que levou pão, café, toalhas ou um sorriso… Cada um que Sábado à noite se juntou a nós na noite missionária foi Cristo que nos procura… As tarefas continuaram nas Instituições até terça, ouçamos a Inês, de 17 anos, que participa pela 3ª vez: “O último dia nas instituições é talvez chamado o dia das despedidas mas é também este perceber que a despedida só custa porque fizemos um bom trabalho, demo-nos aos outros. É um dia cheio de emoções e este ano custou-me imenso porque tive uma tarefa que não tinha tido nos outros Dominismissios que foi fazer continuidade numa instituição, no CATL. (…) A maior parte dos dias foram passados a dar-me àquelas crianças e, por isso, neste dia senti tristeza na mesma medida que senti alegria (…) mas quando no último dia nos perguntam onde vivemos para irem ter connosco ou nos pedem para voltar no próximo ano, não conseguimos deixar de sentir este aperto no coração, esta tristeza.” A dificuldade da separação, a consciência de que cativámos e fomos cativados é comum. A Beatriz conta: |
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“durante a semana fui a bastantes instituições (CATL, Lar dos Mártires, CERCI, entre outras), mas o que eu gostei mais foi no Lar das Irmãs [Centro Bem-estar Social]. Eu fui lá no último dia de atividades e foi bastante gratificante porque as senhoras de lá só por nos verem a entrar ficaram logo com aquele brilhozinho nos olhos e esse dia foi um dia de um misto de emoções porque apesar de brincarmos, dançarmos e eu ter ficado de coração cheio por ouvir todas as histórias de vida das senhoras, por todos os abraços e beijos que elas me deram, fiquei também com o coração |
todos os abraços e beijos que elas me deram, fiquei também com o coração partido, porque tivémos de nos despedir e vê-las a chorar e a dizerem que não queriam que nós fôssemos embora, entristeceu-me bastante.” Mas mais do que fazer, o Dominismissio é ser, “é uma experiência irrepetível e única. Pelos momentos de oração que sentes Deus no teu coração, pelas brincadeiras em grupo e sobretudo pela amizade que predomina neste grupo. Voluntariado pode ser traduzido para qualquer idioma e ter imensos significados mas nada traduz o que sentes quando |
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fazes voluntariado com Amor e sentes o teu coração a vibrar por um sorriso que conseguistes despertar naquele idoso.”, diz-nos a Daniela Guimarães. Termino com o testemunho da Marta, “Eu inscrevi-me porque aquilo que mais gosto de fazer é ajudar o outro, mas de facto foi muito mais que isso. Foi incrível, foi um misto de emoções. Foi bom toda a vivência com Deus, com os colegas de casa, que me acolheram de uma maneira inimaginável e com todas as pessoas com quem partilhei a minha experiência, a minha história. (…) Estou grata por tudo isso. E acreditem que é com o coração cheio que me despeço deste meu primeiro dominismissio, com estes magnificos colegas. Obrigado por tudo! Obrigado |
a ti meu Deus!” E para nós Irmãs se o cansaço nos invade, a consciência de que “estamos à conta de Deus” e Ele fez maravilhas é superior a tudo. Contar com o apoio de três sacerdotes, um deles que nas suas férias fez mais de 400 km para estar, celebrar e confessar quem quis, ou até com a presença da Superiora Geral da Congregação são mimos que Deus nos envia e nos confirma o caminho. E o mais importante é que a experiência de meia hora de meditação ou de uma semana de oração deixa a semente e a vontade de continuar… Porque cada Dominismissio é apenas um oásis para a missão a que Cristo nos chama na vida. Pela Equipa, (Ir. Ana Margarida Lucas, Ir. Nélia Taméle e Ir. Flávia Lourenço) |
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Verão com Missão Sem Fronteiras |
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Os Jovens Sem Fronteiras (JSF) embarcaram na aventura da missão durante este verão e enviaram largas dezenas de jovens para diferentes projetos missionários, tanto dentro de Portugal como além fronteiras. Sob o lema “Ao toque da missão”, estes jovens entregaram parte do seu tempo de férias em prol do outro, confiaram em Deus e focaram o seu olhar naquilo que os rodeia, de forma a estarem de espírito aberto para |
acolherem este toque e o poderem partilhar com o outro. Este ano, São Miguel da Calheta, em Cabo Verde, foi a comunidade escolhida para receber o projecto “Ponte”, que contou com a presença de onze jovens mais um padre espiritano. Durante um mês, estes JSF viveram em comunidade e puderam enriquecer o povo com a sua atividade pastoral, as suas visitas, encontro de famílias, de jovens, cursos de inglês, |
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português, curso básico de saúde, aulas de guitarra, órgão, teoria musical, informática e ainda atividades de tempos livres para as crianças. Em Portugal, Vila da Ponte (Lamego), Arcozelo (Viana), Almargem do Bispo (Lisboa), Marrazes (Leiria-Fátima) e Trofa (Porto) foram as paróquias que acolheram os nossos jovens, padres espiritanos, irmãs espiritanas e seminaristas, para realizarem uma Semana Missionária. Através de diferentes atividades como animação de Eucaristias, visitas a lares, a doentes, animação de rua, atividades |
de tempo livres, encontros com grupos de jovens, festas missionárias, entre outras, durante 10 dias, estes jovens puderam entregar o seu dom ao outro e encontraram o seu próprio caminho missionário. Além das Semanas Missionárias, 8 jovens e um padre espiritano, viveram a sua missão sobre carris, no ‘Intra-Rail Missionário’. De Comboio, durante 10 dias, percorreram algumas paróquias das Zonas do Alentejo e Algarve levando o seu testemunho de fé a cada comunidade. Em todas as estações que pararam, celebraram a Fé, proporcionaram momentos de alegria, através de visitas a lares, a doentes, realizaram atividades com jovens e crianças. Segundo estes jovens, “construíram momentos de partilha e esperança” além de, ainda encontrarem “sinais fortes de fé”. Um verão recheado de fé, amor, encontro, partilha, sempre com o pensamento de “Acolher o Toque da Missão, acolher o Toque de Deus nos outros, em nós, em mim, no mundo.”
Jéssica Carpinteiro, Presidente Nacional dos JSF |
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Jovens do Movimento Juvenil Salesiano reuniram-se em acampamento nacional |
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Destinada a jovens do 2.º e 3.º ciclos e secundário, bem como grupos em caminhada de fé, catequese, ADS (Amigos de Domingos Sávio), acólitos, escuteiros, grupos dos centros juvenis, esta atividade tem como objetivo a aprendizagem prática dos valores de partilha, da interajuda e de serviço, reforçando o sentido de pertença ao Movimento Juvenil Salesiano e proporcionar um encontro com Deus por meio da natureza, da reflexão e da oração. E foi isso mesmo que fizeram os cerca de 430 os jovens, que participaram no Acampamento Nacional do Movimento Juvenil Salesiano, organizado pela Delegação Nacional de Pastoral Juvenil Salesiana desde 1986 e promovido atualmente pela Fundação Salesianos. Divididos em três campos, de acordo com as idades, todos puderam descobrir um pouco mais sobre Maria, figura central das atividades que decorreram ao longo da semana de 24 a 28 de julho, no Mira Lodge Park, na Praia de Mira. Aproveitando as comemorações dos 100 anos das Aparições de Nossa |
Senhora em Fátima, foram explorados e refletidos, pelos participantes presentes nos três campos do acampamento, os episódios bíblicos relacionados com a Virgem Maria. A anunciação do Anjo, a visita de Maria à sua prima Isabel e as bodas de Caná foram alguns dos temas que permitiram descobrir a centralidade do “sim de Maria” na fé dos cristãos e, em concreto, na espiritualidade salesiana. Além das Eucaristias diárias, dos momentos de oração e reflexão individual e em grupo, os dias no Acampamento Nacional do MJS são marcados por muita alegria e animação. Jogos noturnos, jogos na praia e bastantes mergulhos na piscina são algumas das atividades propostas pela organização, sem esquecer a já tradicional caminhada, que este ano se realizou na quarta-feira. No último dia, jovens, animadores, salesianos e salesianas, vindos das várias presenças do Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora em Portugal, partiram para casa de coração cheio e com a missão de, em cada dia, serem semelhantes à Virgem de Nazaré.
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O Movimento Juvenil SalesianoO MJS é um movimento de carácter educativo, oferecido a todos os jovens, para os tornar sujeitos e protagonistas do seu crescimento humano e cristão, com impulso missionário, aberto aos afastados. Movido pela espiritualidade juvenil salesiana e pedagogia salesiana, o MJS procura atuar e inserir-se na sociedade civil e na Igreja local. Os grupos e associações juvenis que, mantendo embora a sua autonomia a nível de organização, se reconhecem na espiritualidade e na pedagogia salesiana, formam
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de modo implícito ou explícito o Movimento Juvenil Salesiano.
O AcampamentoO Acampamento MJS é a atividade que encerra o ano pastoral a nível nacional, dando aos jovens uma experiência de vida em grupo mais intensa, no encontro com Deus e no contacto com a natureza, continuando, em contexto de acampamento, a experiência formativa realizada ao longo do ano nos grupos MJS. O primeiro Acampamento realizado pelos Salesianos foi em 1986 para os jovens das suas escolas e escuteiros. |
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A Viagem do Sol |
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A Fundação João XXIII decidiu há 3 anos realizar campos de “Iniciação”, para pré adolescentes ajudando a realizar mais atividades e contribuindo para estimular a criação de novos grupos de base nas comunidades que se possam depois ser animados e continuados pela JARC. A edição deste ano que decorreu entre 30 de julho e 5 de Agosto contou com 40 participantes entre os 8 e os 13 anos, maioritariamente
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prevenientes da Diocese de Lisboa. O Tema deste campo foi a “A Viagem do Sol” ligado às comemorações dos 100 anos das aparições de Fátima, e ao exemplo de vida de Maria. O lema foi sendo descoberto no seu simbolismo ao longo do campo, com temas diários associados a gestos de Maria numa uma caminhada crescente do individual para o coletivo, da descoberta ao compromisso, através da oração e do conhecimento |
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O Tema deste campo foi a “A Viagem do Sol” ligado às comemorações dos 100 anos das aparições de Fátima, e ao exemplo de vida de Maria. O lema foi sendo descoberto no seu simbolismo ao longo do campo, com temas diários associados a gestos de Maria numa uma caminhada crescente do individual para o coletivo, da descoberta ao compromisso, através da oração e do conhecimento de Fátima, inspirado no seu modelo, de vida de oração e simplicidade:
Quem é a Mãe do Meu Senhor? Quem sou eu?; Ouviu /Acreditou Ter o Coração aberto; Pôs-se a caminho -sair em compromisso; Saudou; Agradeceu; Regressou
As contas feitas numa pequena caixa transparente foram enriquecidas diariamente com o sumo dos dias para formarem na celebração da eucaristia um grande Rosário, enriquecido com as orações e preces de todos.
Simbolicamente num dos dias depois de trabalho comunitário, o dia terminou com a plantação junto ao parque radical de Ribamar de um Quercus faginea – com a seguinte inscrição para a prosperidade “Carvalho do CFF/Campo de Férias dos + Novos da Casa do Oeste, dia 2-08-2017”, esperando que aquele vingue e cresça como as sementes que se vão plantando nos jovens participantes destes campos. Para o ano há mais…
Cristiana Palma
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de Fátima, inspirado no seu modelo, de vida de oração e simplicidade: Quem é a Mãe do Meu Senhor? Quem sou eu?; Ouviu /Acreditou Ter o Coração aberto; Pôs-se a caminho -sair em compromisso; Saudou; Agradeceu; Regressou As contas feitas numa pequena caixa transparente foram enriquecidas diariamente com o sumo dos dias para formarem na celebração da eucaristia um grande Rosário, enriquecido com as orações e preces de todos. Simbolicamente num dos dias |
depois de trabalho comunitário, o dia terminou com a plantação junto ao parque radical de Ribamar de um Quercus faginea – com a seguinte inscrição para a prosperidade “Carvalho do CFF/Campo de Férias dos + Novos da Casa do Oeste, dia 2-08-2017”, esperando que aquele vingue e cresça como as sementes que se vão plantando nos jovens participantes destes campos. Para o ano há mais…
Cristiana Palma |
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Quem é a Mãe do Meu Senhor? Quem sou eu?; Ouviu /Acreditou Ter o Coração aberto; Pôs-se a caminho -sair em compromisso; Saudou; Agradeceu; Regressou
As contas feitas numa pequena caixa transparente foram enriquecidas diariamente com o sumo dos dias para formarem na celebração da eucaristia um grande Rosário, enriquecido com as orações e preces de todos.
Simbolicamente num dos dias depois de trabalho comunitário, o dia terminou com a plantação junto ao parque radical de Ribamar de um Quercus faginea – com a seguinte inscrição para a prosperidade “Carvalho do CFF/Campo de Férias dos + Novos da Casa do Oeste, dia 2-08-2017”, esperando que aquele vingue e cresça como as sementes que se vão plantando nos jovens participantes destes campos. Para o ano há mais…
Cristiana Palma
4 Sítios para enviar arquivos pesados
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Quem como eu que pertence à denominada Geração X, posterior à geração Baby Boom, tem assistido ao crescimento galopante da capacidade de armazenamento dos computadores, bem como às formas de armazenamento e de transmissão de ficheiros entre utilizadores. Um pouco de recordação, de história.
Na década de 90 popularizou-se a Disquete com a “impressionante” capacidade para armazenar até 1,44 Mb. Seguiu-se o CD (Compact Disc): 700 Mb, o equivalente a 486 disquetes. Rapidamente este dispositivo ganhou a função de backup. A ZipDrive com a capacidade de armazenar 100 Mb, tendo chegado ao limite máximo 750 Mb. O DVD (Digital Versatile Disc) com capacidade de 4,7 Gb. O Cartão de Memória com a capacidade de 128 Mb, hoje pode chegar até 128 Gb. A Pendrive com capacidade de armazenamento de 2,88 MB, hoje de 512 gigas. Os Discos Externos: hoje na versão portátil, um HD (“hard disk drive”, ou Disco Rígido) pode ter até 3Tb de dados. |
A portabilidade ganhou vantagem face ao grande espaço de armazenamento. Desejamos as duas. Atualmente trabalhamos com arquivos cada vez mais pesados, o que não facilita a partilha. Hoje apresento 4 sites que foram desenhados especificamente para nos facilitar o envio e a receção de arquivos grandes.
WeTransfer: esta opção permite o envio gratuito até 2GB, basta indicar o mail do emissor e do receptor, juntar uma mensagem e o arquivo que queremos enviar. A versão paga permite o envio até 20 GB
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pCloud Transfer: podemos enviar arquivos até 5 GB. De utilização intuitiva. Como o anterior, basta indicar o mail de destino, o mail de que está enviar, adicionar uma mensagem e o arquivo. Permite criptografar os documentos incluindo uma senha.
FILEMAIL: o modelo gratuito permite enviar arquivos até 30 GB, estando os arquivos disponíveis apenas durante 7 dias. Tem versões pagas. O Funcionamento é idêntico às opções anteriores.
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DropSend: permite o envio de arquivos até 4 GB (com uma limitação de cinco envios por mês). O Funcionamento é idêntico às opções anteriores.
Bento Oliveira http://www.imissio.net |
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A Bíblia em Portugal, uma coleção do século XVII até 2020 |
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‘A Bíblia na Idade Média’, agora publicada, é o segundo volume, num total de sete, da obra ‘A Bíblia em Portugal’, um trabalho de investigação do Capuchinho frei Herculano Alves que pretende terminar em 2020. Em declarações à Agência ECCLESIA, o sacerdote explicou que a ideia da coleção surgiu de um estudo que fez e depois resultou na tese de doutoralmente em Teologia Bíblica, em Salamanca, sobre a “primeira tradução da Bíblia em língua portuguesa, no século XVII”, a Bíblia de João Ferreira Annes d'Almeida. “As investigações nas bibliotecas importantes da Europa, Estados Unidos da América e Brasil à procura de bíblias do João Ferreira de Almeida deram-me ocasião de verificar muitas outras obras de outros autores portugueses que também falavam de Bíblia”, desenvolveu frei Herculano Alves. ‘A Bíblia em Portugal’ é um projeto de sete volumes na prática e o frade Capuchinho realça que a primeira tradução em língua portuguesa da Bíblia foi “o livro mais editado em toda a história desta língua”. |
“Mais ou menos em 200 milhões de exemplares de bíblias editadas em português de João Ferreira de Almeida”, exemplifica sobre o autor protestante que no século XVII, “ao serviço dos Holandeses em Jacarta, capital da Indonésia, fez a tradução da bíblia em português”. Da editora ‘Esfera do Caos’, ‘A Bíblia na Idade Média’ é o título do segundo volume da coleção que foi publicado esta semana e explica que foi neste período histórico que “começou a Bíblia em Portugal, quando surgiu a nacionalidade, a língua, a cultura”. O primeiro livro ‘As Línguas da Bíblia. 23 séculos de traduções’ é “uma espécie de introdução geral à coletânea, para se perceber de onde vêm as bíblias”. “Da sua recolha retiramos a prova dum culto e duma cultura essenciais e marcantes para o que somos como povo, mais lembrado ou mais esquecido disso mesmo”, escreveu o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, na apresentação do primeiro livro. “É um contributo relevantíssimo para o conhecimento do papel |
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modelador dos livros bíblicos na definição e compreensão do que somos e de como nos vemos”, assinalou, por sua vez, o professor universitário José Eduardo Franco, no prefácio do primeiro volume, divulgam também os Franciscanos Capuchinhos no seu sítio na internet. O frei Herculano Alves destaca que a coleção é importante “para a história” e também para estudantes e professores e catequistas”, por exemplo, e a previsão de terminar a ‘A Bíblia em Portugal’ é 2020, porque |
“cada volume dura dois anos de trabalho”. Bíblia nos séculos XVI-XVII’; ‘A Bíblia de João Ferreira Annes d'Almeida (1629-1690)’; ‘Catálogo das Obras Bíblicas de João Ferreira Annes d'Almeida’; ‘A Bíblia nos séculos XVIII-XIX’ são os temas dos próximos volumes. A coleção termina com ‘A Bíblia nos séculos XX-XXI’ com a apresentação das Bíblias atuais, que têm “outro dinamismo, naturalmente outra cultura e dinâmica, dentro da própria igreja e sociedade”. |
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Hoje – 08 setembro A partir de hoje as 85 obras de arte da Colecção Miró podem ser visitadas na Galeria D. Luís I, do Palácio Nacional da Ajuda, em Belém. ‘Joan Miró: Materialidade e Metamorfose’ apresenta seis décadas de trabalho - 1924 a 1981, do artista catalão.
09 de setembro A Diocese do Porto vai em peregrinação ao Santuário de Fátima onde vão consagrar-se a Nossa Senhora. Entre as 10h00 e as 17h00.
09 e 10 de setembro - O Santuário de Fátima, com o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, secretariados diocesano e movimentos, promove o Jubileu dos Jovens com o tema «O segredo da Paz».
12 e 13 de setembro - A peregrinação internacional aniversária no Santuário de Fátima, que evoca a quinta aparição de 1917, vai ser presidida pelo penitenciário-mor da Santa Sé, o cardeal Mauro Piacenza.
15 de setembro Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai divulgar os vencedores do Concurso Escolar «Centenário das Aparições de Fátima», na sua página na internet. O Secretariado Nacional da Educação Cristã associou-se à iniciativa.
Lisboa: O padre Salesiano Rossano Sala, especialista mundial em pastoral juvenil, fala sobre o «Sínodo dos Bispos 2018 e desafios da Pastoral Juvenil», às 21h00, no auditório da igreja de São João de Deus.
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h30 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
Domingo: 10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Entrevista de Aura Miguel
Segunda-feira: 12h00 - Informação religiosa
Diariamente 18h30 - Terço
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![]() RTP2, 13h00Domingo, 10 de setembro - Liberdade religiosa no mundo: focos de perseguição e projetos de ajuda. O trabalho da Ajuda à Igreja que Sofre
Segunda-feira, dia 11 de setembro, 15h00 - Renovamento Carísmático Católico. Entrevista a José Luís Oliveira, coordenador nacional.
Terça-feira, dia 12 de setembro, 15h00 - Informação e entrevista a Catarina Martins Bettencourt sobre a peregrinação internacional da Ajuda á Igreja que Sofre ao Santuário de Fátima.
Quarta-feira, dia 13 de setembro, 15h00 - Informção e entrevista à Rita Carvalho.
Quinta-feira, dia 14 de setembro, 15h00 - Informação e entrevista a Teresa Cruz, voluntária do Leigos para o Desenvolvimento.
Sexta-feira, dia 15 de setembro, 15h00 - Entrevista. Comentário à liturgia do domingo com a Irmã Paula Jordão e frei José Nunes.
Antena 1 Domingo, 10 de setembro, 06h00 - Jubileu Jovem no Santuário de Fátima.
segunda a sexta, 11 a 15 de setembro - Fátima: Semana Bíblica; Peregrinação Internacional Aniversária; Fundação Ajuada à Igreja que Sofre, Encontro Nacional de Liturgia; Férias para pais com filhos com deficiência. |
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Ano A – 23.º Domingo do Tempo Comum |
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Caminhar sempre no amor |
Na liturgia da Palavra deste 23.º Domingo do Tempo Comum, podemos realçar a mensagem da segunda leitura da Carta aos Romanos em que São Paulo nos apresenta a essência do ser cristão: «Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros. A caridade não faz mal ao próximo. A caridade é o pleno cumprimento da lei». O cristianismo sem amor é uma mentira. O cristão nunca poderá cruzar os braços e dizer que já ama o suficiente ou que já amou tudo: ele tem uma dívida eterna de amor para com os seus irmãos. Esta ideia de que toda a Lei se resume no amor não é uma invenção de Paulo, é uma constante na tradição bíblica. Na última ceia, despedindo-se dos discípulos, Jesus resumiu desta forma a proposta que veio apresentar aos homens: “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Este não é mais um mandamento, mas é o mandamento de Jesus. Entretanto, algures durante a nossa caminhada pela história, esquecemo-nos disto e distraímo-nos com questões secundárias. Preocupamo-nos em discutir ritos litúrgicos, problemas de organização e de autoridade, códigos de leis, questões de disciplina, e esquecemos o mandamento do amor. É tempo de voltarmos ao essencial. O cristão é aquele que, como Cristo, ama sem cálculos, sem contrapartidas, sem limites, sem medidas. As nossas comunidades cristãs, a exemplo da primitiva comunidade cristã de Jerusalém, deviam ser comunidades fraternas onde se notam as marcas do amor. Quem contempla as nossas comunidades nunca deveria ver em nós as marcas da insensibilidade, do egoísmo, do confronto, do ciúme, da inveja. Os
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estrangeiros, os doentes, os necessitados, os débeis, os marginalizados e descartados só podem ser acolhidos nas nossas comunidades com solicitude e amor. Devemos ser comunidades missionárias e hospitaleiras. Todos os dias, podemos realizar gestos de partilha, de serviço, de acolhimento, de reconciliação, de perdão; mas é preciso ir sempre mais além. Há sempre mais um irmão que é preciso amar e acolher; há sempre mais um gesto de solidariedade que é preciso fazer; há sempre mais um sorriso que podemos partilhar; há sempre mais uma palavra de esperança que |
podemos oferecer a alguém. Sobretudo, é preciso que sintamos que a nossa caminhada de amor nunca está concluída. O convite a sermos sentinelas de Deus, na primeira leitura, e a ajudarmos o irmão perante os seus erros, no Evangelho, só pode ser assumido neste dinamismo essencial do amor. E já agora, deixemo-nos levar pela oração do Salmo 94: «Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações». Que assim seja ao longo desta semana! Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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Jubileu dos Jovens no Santuário de Fátima
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O Santuário de Fátima espera “mais de 3 mil jovens” se inscreveram no Jubileu dos Jovens (JubJovem), uma “proposta de espiritualidade”, a 9 e 10 de setembro, pelo Centenário das Aparições. Os jovens participam nas atividades habituais do santuário e às 21h30 de sábado marcam presença no Rosário e na Procissão das Velas |
para depois assistirem a um concerto de António Zambujo e Miguel Araújo, que compuseram temas inéditos sobre a paz, a partir das 23h00, no Parque 12. “Todo o programa está inserido em querer a paz no mundo, na nossa família, na escola, na nossa rua, no grupo de jovens, no clube desportivo. |
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Querermos a paz não só além-fronteiras e a partir daqui vivermos a paz com momentos de oração e convívio”, afirmou o diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), em declarações à Agência ECCLESIA. Inserido nas celebrações do Centenário das Aparições de Nossa Senhora, o JubJovem tem como tema ‘O segredo da paz, o caminho do coração’ e destina-se um público entre os 16 e os 35 anos; foi desenvolvido pelo Santuário de Fátima em parceria com o DNPJ, envolvendo os secretariados diocesanos e movimentos de juventude católicos. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o santuário informa que se inscreveram jovens de dioceses portuguesas mas também de Espanha, Singapura e Nicarágua. O diretor do DNPJ considera que os participantes vão testemunhar “a alegria da vivência da celebração da fé”. “Não estou só a vivenciar a minha fé, a vida por mais difícil que possa parecer, por mais trabalho que tenha na universidade, na escola, em casa, há outros colegas, outros jovens que sentem este mesmo compromisso”, desenvolveu o padre Eduardo Novo. |
A partir do tema da “paz”, o sacerdote pretende que exista capacidade de “reflexão e compromisso”, procurando ajudar cada jovem “a parar, a escutar e encontrar-se para encontrar Deus” e “falar ao coração”. “Do coração de Maria mas também do coração de Deus e sentir este Deus grande que nos acolhe e espalha a sua ternura, a sua misericórdia, bondade”, observa. O Santuário de Fátima divulga que está a organizar o Jubileu dos Jovens para “celebrar o acontecimento e descobrir” na mensagem de Fátima uma “proposta de espiritualidade” para os jovens do século XXI. Após o acolhimento da parte da manhã, a partir das 10h00, a tarde começa com diversas propostas de preparação dedicadas ao tema da paz e a abertura oficial do JubJovem é às 17h00, na Capelinha das Aparições. Segundo o programa a noite continua com uma “direta” com uma “experiência forte de silêncio” em peregrinação com momentos de oração e reflexão. No domingo, os jovens vão reunir-se no Recinto de Oração, a partir das 10h00, para participar no terço, na Missa, no rito de envio do JubJovem e na procissão do adeus; a Eucaristia vai ser presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto. |
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Peregrinação de agosto evocou migrantes
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O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização disse em Fátima que muitas pessoas são “forçados a fugir” porque “carregam o nome de cristãos”. Na homilia Missa de encerramento da Peregrinação do Migrante e Refugiado ao Santuário de Fátima, a 13 de |
agosto, D. Rino Fisichella referiu que muitos dos presentes “sabem o que significa a distância de casa, da família, dos afetos” e sabem o que significa viver num país estrangeiro. D. Rino Fisichella disse que, como a São Pedro e aos pastorinhos, “é pedido” às pessoas que caminhem |
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“sobre as águas” nas “incertezas da vida”, na “dor e sofrimento”. “Parece que não somos escutados naquilo que pedimos, porque não sabemos pedir. Quantas dúvidas tomam os nossos passos vacilantes como os de Pedro e parece que vamos afundar! E, no entanto, agarram-nos as mãos de Cristo que nos torna a levantar e segura abraçados a Ele”; desenvolveu. O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização assinalou que em Fátima, a Mãe de Deus “recorda a essência da vida cristã” que é feita de conversão, de silêncio, de oração e de testemunho da caridade e as palavras aos três pastorinhos - "Quereis oferecer-vos a Deus?" - são dirigidas hoje a cada pessoa. |
“Quantas vezes vivemos a experiência do pecado, do afastamento de Deus e do seu amor. Afundamo-nos cada vez mais, longe de nós mesmos e incapazes de manter verdadeiras relações de amizade, de sinceridade e de amor”, alertou. D. Rino Fisichella pediu aos fiéis presentes em Fátima que regressem a casa com “a certeza de que o que é importante não é” o que Nossa Senhora é para cada um mas o que cada um é “para ela” “Somos os seus filhos”, afirmou o arcebispo italiano que esteve na Cova da Iria pela segunda vez desde que é responsável pelo setor dos santuários na Igreja; nessas funções, integrou a comitiva do Papa Francisco nos dias 12 e 13 de maio. |
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EL SALVADORFundação AIS colabora com projecto de preservação da memória dos mártires leigos |
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"Se alguém deu a sua vida por algo, vale a pena perguntar-nos porquê". É desta forma que o sacerdote franciscano Tomás O'Nuanain - missionário irlandês no El Salvador - explica o significado do seu trabalho de investigação no Secretariado dos Mártires Leigos que procura dignificar as testemunhas de fé assassinadas na sangrenta guerra civíl salvadorenha. Uma ferramenta muito útil que a Igreja poderá utilizar para o estudo do reconhecimento das vítimas como mártires. A mais pequena nação da América Latina conta já com uma longa lista de mártires encabeçada pelo Beato D. Óscar Arnulfo Romero, assassinado em 1980 enquanto celebrava a Missa, e que acaba de ser nomeado um dos Padroeiros das Jornadas Mundiais da Juventude, a ter lugar em 2019 no Panamá. O seu testemunho de justiça deixou um marco na história como lembrou o Papa Francisco na altura da sua beatificação, no dia 23 de Maio de 2015: "D. Romero ocupou-se dos mais pobres e marginalizados e soube |
guiar, defender e proteger o seu rebanho, permanecendo fiel ao Evangelho e em comunhão com toda a Igreja". A guerra civil no El Salvador assim como os anteriores conflitos e os que se seguiram, entre o exército do Governo e os grupos paramilitares em luta contra as forças insurgentes e a guerrilha, de 1980 a 1992, foi um dos episódios mais sangrentos na América Central. "Era uma época de muita injustiça social, havia repressão no campo, os sindicatos eram proibidos e apoiar um campones era muito perigoso", lembra o Pe. Tomás Ciaran O'Nuanain, numa recente entrevista à Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre). Segundo este missionário irlandês, "o clero estava completamente dividido, algo muito triste porque muitos tinham politizado o Evangelho". "Uma forte minoria apoiava o Bispo Romero e a sua luta a favor dos direitos dos camponeses. Uma outra minoria, igualmente forte, estava contra tudo isto, e o resto do clero não tinha uma |
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posição clara. Mas todos os que estávamos a lutar pela dignidade dos mais necessitados eramos ameaçados e perseguidos. Eu só queria que não me torturassem antes de morrer", confessa o Pe. Tomás, coordenador do grupo de investigação "Testemunhas do Evangelho". O projecto conta já com cinco livros publicados e brevemente serão editados outros nove. Serão 14 publicações, uma para cada província do país. "Queremos dignificar e honrar a memória dos mártires", afirma o sacerdote franciscano de 73 anos lembrando os Cristãos que lutaram pela justiça e testemunharam a sua fé em diferentes momentos da história. O trabalho de investigação do Secretariado dos Mártires Leigos consiste em recompilar informação através de entrevistas ou arquivos sobre cada um dos mártires leigos,conhecer e escrever a sua história para que não caia no esquecimento. A Fundação AIS apoia este projecto com 20.000 euros. Nas palavras de Marco Mencaglia, responsável de projectos da AIS na América Latina: "A preservação da memória dos mártires, fora de qualquer lógica de
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ressentimento, procura promover uma paz verdadeira. Queremos estar ao lado da Igreja de El Salvador, mostrando que o testemunho de fé simples e silencioso destes milhares de fiéis continua a ser muito mais forte e impactante do que a terrível violência que sofreram."
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A ousadia da Missão sem Fronteiras |
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Tony Neves |
Arcozelo - Ponte de Lima acolheu os Jovens Sem Fronteiras (JSF), de braços e corações abertos. E a missão começou com este sentido de família. Os jovens, durante estes dez dias de intensa missão, acordaram sempre com as conversas e cantares dos peregrinos de Santiago, pois o caminho português passa por ali. Também estes serviram de inspiração. As Eucaristias do fim de semana ajudaram a apresentar os jovens e o projeto de programa missionário. As manhãs eram destinadas às visitas aos doentes e pessoas idosas, nas suas casas, o que permitiu conhecer bastantes famílias, conversar e rezar com as pessoas. As tardes eram de atividades com crianças e adolescentes, bem como para visitar os idosos do Centro de Dia de Arcozelo e do Lar da Santa Casa. As ‘Noites Missionárias’ encheram as Comunidades de reflexão, partilha e oração pela Missão e pelos Missionários espalhados pelo mundo. Depois da Eucaristia animada pelos JSF, havia um tempo de festa no adro da Igreja que semeou alegria entre os muitos que quiseram participar. Houve uma focagem especial nos 150 anos da chegada dos Espiritanos a Portugal bem como nos 80 anos da fundação da LIAM, Movimento Missionário laical pertencente à grande Família Espiritana. Este Movimento está presente em todas as paróquias confiadas à responsabilidade pastoral do P. Ricardo Barbosa. À distância do tempo, os JSF foram celebrando o Dia Mundial das Missões, com a utilização |
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do Guião Missionário e a distribuição da pagela da Oração do Outubro Missionário. Sentiram-se sempre em casa nas Paróquias e Comunidades visitadas: Igreja Paroquial de Arcozelo, Capela de Santo António, Capela da Senhora da Luz, Paróquias de Sá, Bertiandos e Santa Comba. A noite de segunda-feira foi também dedicada aos jovens e à formação missionária, com uma reflexão a partir de textos missionários do jornal ‘Ação Missionária’. O dia do Grupo foi dividido entre uma manhã de Retiro na bela e simbólica Senhora do Minho e uma tarde de mar em Vila Praia de Âncora. Na hora de partir, os JSF ouviram |
palavras de gratidão e estímulo do P. Ricardo, o pároco, e de muitas pessoas das comunidades visitadas e animadas. O grupo mostrou-se muito grato aos núcleos da LIAM de Arcozelo, Bertiandos e Santa Comba pelo apoio e manifestações de carinho. A partida para as suas terras foi gesto de envio porque a Missão continua e, agora, com mais razões e mais inspiração do Espírito Santo. Esta foi apenas uma das dezenas de Missões que os jovens católicos portugueses protagonizaram ao longo deste tempo de férias. É bom sentir que o planeta jovem ainda mexe no que diz respeito á Fé e à Missão.
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