04 - Editorial

      Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Semana de...
       José Carlos Patrício
       Igreja e Media - Jornadas 2017
 

      

 


 

 

44 - Estante

46 - Agenda

48 - Vaticano II

50 - Por estes dias

52 - Programação Religiosa

53 - Minuto Positivo

54 - Liturgia

56 - Fátima 2017

60 - Fundação AIS

62 - LusoFonias

Foto de capa: DR

Foto da contracapa:  DR

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
Diretor: Padre Américo Aguiar
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Opinião

 

 

 

Manifesto pelo Trabalho Digno

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Rumo ao Sínodo dos Jovens

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Jornadas de Comunicação Social

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D. João Lavrador | Octávio Carmo | José Carlos Patrício | Manuel Barbosa | Tony Neves | Paulo Aido

 

Mudar o tempo

  Octávio Carmo    

  Agência ECCLESIA   

 
 

 

Há já muito tempo que se vão repetindo os alertas: se a Igreja não tomar consciência das mudanças culturais suscitadas pelo sistema de comunicação que conhecemos atualmente, encontrará muitas dificuldades para evangelizar num próximo futuro. Isto não significa que apenas o mundo católico se tem de adaptar e integrar o novo ambiente cultural, antropológico, cognitivo e tecnológico da era da hiperinformação, mas também que este tempo de pressa precisa de recuperar, com a ajuda do património de reflexão cristã, um “tempo primordial”, diferente, onde se encontra a Palavra inicial, que dá origem e recria tudo.

O fundamento desta (re)comunicação não é novo, encontramo-lo em grandes pensadores como Platão ou Santo Agostinho, que nunca sonhariam com as redes sociais: o diálogo. Criar laços e não só ligações, evitando a perda progressiva de humanidade criada pela destruição dos vínculos pessoais.

Estamos diante de um ambiente existencial, que já não é um mundo paralelo ou virtual, e que em última instância continua a ser uma conquista humana, mais do que técnica ou instrumental. Só este fundo humano dá sentido a palavras que, de outra forma, estariam condenadas à insignificância, ainda que 

 

 

 

 

 

 

proferidas através das mais modernas plataformas. Também não basta reduzir distâncias entre pessoas, se não houver um caminho comum a percorrer: acabaríamos por ficar parados.

Há questões tecnológicas que implicam respostas teológicas, ou seja, sobre o sentido da existência, as metas que se 

 

lhe colocam e os caminhos que se percorrem, para que a mudança seja efetivamente uma forma de melhorar e não apenas um fim em si próprio. E todos possamos redescobrir o tempo existencial que está “no início” da Bíblia e que se projeta como alternativa à devastação do tempo que corre e não espera por ninguém.

 

 

 

 

as metas que se lhe colocam e os caminhos que se percorrem, para que a mudança seja efetivamente uma forma de melhorar e não apenas um fim em si próprio. E todos possamos redescobrir o tempo existencial que está “no início” da Bíblia e que se projeta como alternativa à devastação do tempo que corre e não espera por ninguém.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

Referendo independentista tem agitado a Catalunha

@Lusa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O facto de não me recandidatar, não significa que me vá calar para sempre. Não deixarei de continuar a lutar pelo meu partido e pelo meu país da melhor maneira que souber”

Pedro Passos Coelho, líder cessante do PSD, Lisboa, 03.10.2017

 

"Este resultado reforça o PS, mas reforça, sobretudo, e dá força à mudança que no quadro da maioria parlamentar se iniciou há dois anos e que permitiu uma mudança de política com uma mudança de resultados”

António Costa, secretário-geral do PS, Lisboa, 01.10.2017

 

"Sinto que em Lisboa somos certamente os líderes da oposição e a nível nacional trabalharemos para também ser"

Assunção Cristas, líder do CDS-PP, Lisboa, 01.20.2017

 

“A todos quero reiterar que vivemos num estado democrático que oferece as vias constitucionais para que qualquer pessoa possa defender as suas ideias dentro do respeito pela lei"

Felipe VI, rei de Espanha, Madrid, 03.10.2017

 

“Portugal e Espanha encontram-se unidos por laços profundos, assentes na História, na amizade entre os povos, na economia, na diplomacia e na pertença comum à União Europeia”

Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lisboa, 30.09.2017

 

Manifesto pelo Trabalho Digno

 

Um grupo de movimentos e organizações da Pastoral Operária da Igreja Católica em Portugal publicou um manifesto que realça a “importância” de continuarem a lutar por trabalho digno, no contexto da jornada mundial que se realiza este sábado.

“O trabalho digno deve estar na agenda política, nas agendas sociais e empresariais, nas agendas dos 

 

 

movimentos de trabalhadores, na agenda da Igreja”, lê-se no manifesto enviado à Agência ECCLESIA.

A Jornada Mundial pelo Trabalho Digno, que se assinala anualmente a 7 de outubro, vai ser celebrada em “vigília de oração” e com ações de rua em diversos locais de Portugal com o propósito de incentivar e consciencializar as comunidades cristãs, autarquias, governo, 

 

 

 

sindicatos, comissões de trabalhadores e organizações empresariais “a colaborar para colocar no centro a pessoa e a sua humanização”

“O trabalho é um dom e um projeto de humanização imprescindível para a construção da sociedade e para a realização humana e não apenas uma fonte de remuneração”, afirmam.

Neste contexto, alertam que “dignidade, respeito, honra, liberdade, direitos de todos e para todos” são aspetos a ter em conta entre o trabalho e o “poder de compra”.

Os subscritores do manifesto “renovam o compromisso de continuar a lutar” pelo trabalho digno e “exigem da sociedade” que o defenda e promova também, porque o “trabalho deve estar para o homem e não o homem para o trabalho”.

O documento foi assinado por Movimentos da Pastoral Operária - Movimento Apostolado Adolescentes e Crianças (MAAC), Juventude Operária Católica (JOC), Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) - e a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP).

“Toda a sociedade está chamada a dar visibilidade e denunciar, através

 

de todos os meios ao seu alcance, as situações de trabalho indigno existentes e todos podemos fazer algo a partir das nossas organizações, movimentos e lugares de compromisso”, desenvolvem.

Os movimentos e organismos da Igreja Católica citam a encíclica do Papa emérito Bento XVI, ‘Caritas in Veritate’, e explicam que trabalho digno, por exemplo, é “escolhido livremente, que associe eficazmente os trabalhadores, homens e mulheres, ao desenvolvimento da sua comunidade”. “Um trabalho que, em qualquer sociedade, seja expressão da dignidade essencial de todo o homem e mulher”, exemplificam ainda.

O MAAC, a JOC, a LOC/MTC e a CNJP afirmam que para “colocar no centro a pessoa e a sua humanização” é preciso, por exemplo, romper com “a lógica da precariedade e da flexibilidade”, que faz do trabalhador “um ser sem estabilidade, obrigando-o a alternar períodos de emprego com períodos de desemprego”, marcados pela incerteza permanente e que reduz os trabalhadores a meros prestadores de serviços. 

 

 

Cidade da Beira D. Sebastião Soares de Resende

D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), recordou D. Sebastião Soares de Resende (1906-1967), primeiro bispo da Beira, Moçambique, como “uma figura excecional de visionário”.

“É uma figura excecional de bispo que escrevia todos os anos uma carta pastoral substancial sobre os acontecimentos. Era capaz de refletir a realidade”, disse à Agência ECCLESIA.

Um simpósio pelos 50 anos da morte de D. Sebastião Soares de Resende está a ser organizado pela Arquidiocese da Beira e pela Universidade Católica de Moçambique e vai realizar-se nos dias 5 e 6 de outubro, no Centro Universitário de Culturas e Artes.

A iniciativa vai abordar várias dimensões do bispo português natural de Milheirós de Poiares, Diocese do Porto, que faleceu em janeiro de 1967.

D. Carlos Azevedo realça a capacidade de “reflexão” do primeiro bispo da cidade moçambicana da Beira - nomeado em 21 de abril de 1943 - que esteve “no meio da realidade muito viva da missão”, onde fez “grande viagens para ir ao encontro das grandes missões” 

 

e também fundou “colégios, o Diário de Moçambique”, o semanário ‘A Voz Africana’, a revista ‘Economia’ e a rádio. “Os grandes meios de comunicação que existiam foram ele que os criou, que os animou”, realça o delegado do Conselho Pontifício da Cultura.

De assinalar também as intervenções de D. Sebastião Soares de Resende, “já nos anos 40 e 50” do século XX, em defesa da dignidade das pessoas com “posições inovadoras”, “ainda antes dos movimentos de libertação”.

As duas primeiras conferências do simpósio são ‘A educação em África e em Moçambique na ação pastoral de Dom Sebastião Soares de Resende’ e ‘Dom Sebastião Soares de Resende património moral de Moçambique e da Igreja Universal’.

 

 

 

D. Manuel Martins distinguido a título póstumo

O presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou a título póstumo D. Manuel Martins, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, esta quinta-feira. A Ordem da Liberdade é uma ordem honorífica portuguesa que se destina a distinguir “serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade”.

O sítio online da Presidência da República Portuguesa informa que o primeiro bispo da Diocese de Setúbal, D. Manuel Martins, falecido a 24 de setembro, foi condecorado por ocasião do 107.º aniversário da Implantação da República.

Este domingo, no final da Missa de sétimo dia do falecimento de D. Manuel Martins, o presidente da República realçou que o prelado “corporizou sem limite” a atenção pelos “pobres e injustiçados”.

No dia do falecimento do primeiro bispo de Setúbal, Marcelo Rebelo de Sousa publicou uma mensagem que evocava um homem “sempre atento à luta pela liberdade”. “O senhor Dom Manuel Martins, representou, 

 

 

para a Igreja Portuguesa, a projeção da linhagem do senhor Dom António Ferreira Gomes no mundo do trabalho, em áreas sociais particularmente complexas, sempre atento à luta pela liberdade contra a opressão e pela igualdade contra a injustiça. Em homenagem ao princípio da dignidade da pessoa”, escreveu.

D. Manuel Martins, primeiro bispo de Setúbal, faleceu no Distrito do Porto, de onde era originário, aos 90 anos de idade. “O Presidente da República evoca, com saudosa e respeitosa amizade, uma personalidade singular, que tudo fez na sua vida para contribuir para um Portugal mais livre e mais justo, e, por isso, mais democrático”, concluía a mensagem de condolências.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Incêndios: Cáritas Diocese de Coimbra prevê «nova fase» para reconstrução de casas  - 

 

Programa pastoral da Diocese do Algarve

 

 

Papa convida jovens crentes e não crentes para preparar Sínodo de 2018

 

O Papa Francisco anunciou no Vaticano a realização de um encontro com jovens de todo o mundo, crentes e não crentes, para preparar a assembleia do Sínodo dos Bispos de 2018. “De 19 a 24 de março foi convocada, pela Secretaria Geral do

 

 

 

 Sínodo dos Bispos, uma reunião pré-sinodal para a qual foram convidados jovens de várias partes do mundo, tanto jovens católicos como jovens de outras confissões cristãs e outras religiões, ou jovens não crentes”, referiu, no final da audiência pública

 

 

 

 

 

semanal que decorreu na Praça de São Pedro.

Esta iniciativa responde ao desejo anteriormente manifestado pelo Papa de envolver o maior número possível de jovens na preparação na próxima assembleia sinodal, marcada para outubro de 2018, tendo como tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’.

Francisco precisou que, na preparação para esta assembleia de bispos, a Igreja Católica “quer colocar-se à escuta da voz, da sensibilidade, da fé e também das dúvidas e das críticas dos jovens”. “Temos de ouvir os jovens. Por isso, as conclusões das reuniões de marços vão ser transmitidas aos padres sinodais”, acrescentou.

Já em abril, o Papa tinha assumido que o próximo Sínodo dos Bispos, centrado nos desafios das novas gerações, seria “para todos os jovens”, independentemente da sua condição de fé ou relação com a Igreja Católica.

Em março, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos disse à Agência ECCLESIA que a ideia de dedicar a assembleia de 2018 aos jovens foi uma decisão “brilhante” do Papa Francisco. “Foi uma ideia, uma iniciativa brilhante do nosso Papa Francisco, que consultou as 

 
 

conferências episcopais, outras instituições, e decidiu-se por este tema”, assinalou o cardeal Lorenzo Baldisseri.

Em janeiro de 2017, o Vaticano divulgou o documento preparatório para o Sínodo, acompanhado entretanto por um inquérito online dirigido às novas gerações. O Vaticano questiona os jovens e os responsáveis católicos sobre o descontentamento perante o atual sistema político, económico e social na Europa: “Como ouvem este potencial de protesto, para que se transforme em protesto e colaboração?”.

O texto fala numa geração “(hiper)ligada”, para sublinhar que esta experiência de relacionamento através da tecnologia “estrutura a conceção do mundo, da realidade e das relações pessoais”.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja. Até hoje houve 14 assembleias gerais ordinárias e três extraordinárias, as últimas das quais dedicadas à Família (2014 e 2015).

 

 

 

Ao encontro dos últimos em Bolonha

 

Foi com uma pulseira de identificação amarela que o Papa entrou este domingo num centro para migrantes e refugiados em Bolonha, onde foi recebido em festa, para deixar uma mensagem contra o medo e em favor do acolhimento de todos. “Alguns não chegaram porque foram engolidos pelo deserto ou pelo mar. Os homens não se lembram deles, mas Deus conhece os seus nomes e acolhe-os junto de Si. Façamos todos um momento de silêncio, recordando-os e rezando por eles”.

“No meu coração quero leva o

 

 

vosso medo, as dificuldades, os riscos, a incerteza, também tantos papéis: ‘Ajuda-nos a ter os documentos’”, acrescentou.

Ainda em Bolonha, o Papa presidiu a um almoço de solidariedade para pobres, refugiados e presos, na Basílica de São Petrónio. Antes da refeição, Francisco saudou os cerca de mil participantes, afirmando que a Igreja quer colocar os mais pobres “no centro”. Em seguida, discursou na Universidade de Bolonha, considerada a mais antiga da Europa, para apelar à defesa dos direitos à paz, à 

 

 

 

 

esperança e à cultura, com unidade no Velho Continente.

“Depois de duas Guerras Mundiais 

e violências atrozes de povos contra povos, a União [Europeia] nasceu para tutelar o direito à paz. Mas hoje muitos interesses e não poucos conflitos parecem fazer desvanecer as grades visões de paz”

Apelando a “um novo humanismo europeu”, o Papa lamentou a prevalência de modelos de vida “banais e efémeros”. "Ulisses, para não ceder ao canto das sereias, que enfeitiçavam os marinheiros e os empurravam contra as rochas, amarrou-se ao mastro do navio e tapou os ouvidos dos companheiros de viagem. Orfeu, para contrariar a música das sereias, fez outra coisa: entoou uma melodia mais bonita, que encantou as sereias", referiu.

Na conclusão da viagem, com que se associou ao Congresso Eucarístico Diocesano de Bolonha, o Papa pediu uma maior atenção aos pobres e à Eucaristia na Igreja, convidando todos a rejeitar a hipocrisia e o legalismo. E deu a receita dos três ‘P’: “A Palavra, o Pão, os pobres: peçamos a graça de não nos esquecermos nunca destes alimentos-base, que sustentam o nosso caminho”.

 

 

A visita começou em Cesena, onde foi acolhido em festa pela população local, antes de uma reunião com o clero, os jovens e as famílias na Catedral. O convite foi feito pelo bispo de Cesena-Sarsina, D. Douglas Regattieri, e a viagem realiza-se pelos 300 anos do nascimento do Papa Pio VI. 

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Papa manifesta tristeza após tiroteio em Las Vegas

 

 

 

O Vídeo do Papa evoca drama do desemprego

 

 

 

 

Vozes do amor que se calam

  José Carlos Patrício   
  Agência ECCLESIA   

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

As últimas semanas ficaram marcadas pelo desaparecimento de duas figuras da Igreja Católica e da sociedade portuguesa, D. António Francisco dos Santos e D. Manuel Martins.

Dois homens que se destacaram como mensageiros de ternura – humana, social e espiritual – num mundo onde cada vez mais faltam profetas das grandes causas.

Em que as vozes do amor se vão calando ou sendo silenciadas ao mesmo ritmo em que chegam novos episódios de ódio e terror, de injustiça social e discriminação, ou simplesmente de indiferença.

Hoje abundam os arautos do supérfluo, do vazio, a chinfrineira virada para as audiências e para o soundbyte, frases e gestos sem relevância são discutidos exaustivamente durante horas e horas para no fim levar a absolutamente nada.

São os debates à volta do político que disse x ou y, são os programas desportivos que mais parecem concursos para ver quem grita mais alto ou diz mais asneiras, são os autênticos julgamentos na praça pública de pessoas e instituições, sem direito a defesa nem presunção de inocência.

E tudo isto repetido dia após dia, num ciclo que vai depois sendo alimentado, como quem conta um conto acrescenta um ponto, através dos comentários de rodapé nas notícias ou nas redes sociais.

Um exemplo para ilustrar esta nossa dormência perante o que ‘realmente importa’? O episódio do Papa quando magoou o rosto, depois de uma travagem imprevista do papamóvel.

 

 

Francisco tinha ido numa viagem muito significativa à Colômbia, por tudo o que representava para um país ferido por mais de 50 anos de guerra civil.

No entanto, a notícia que chegou às “capas”, que ganhou mais cliques e ‘likes’ foi o olho negro de Francisco.

No meio de toda esta catadupa (des)informativa, que espaço sobra para a denúncia dos problemas humanos, para uma reflexão de futuro?

D. António Francisco dos Santos e D. Manuel Martins sabiam aquilo em que valia a pena empenhar a vida, e as suas palavras e gestos levaram vida às outras pessoas, porque aliviaram o peso das suas cargas, porque mostraram que não estão sozinhas  

 

diante dos desafios.

"Sejamos ousados, criativos e decididos. Sobretudo onde estiverem em causa os frágeis, os pobres e os que sofrem. Os pobres não podem esperar”, lembrava D. António Francisco.

“Olho para o nosso mundo, para este mundo, com a maior preocupação. Desaparecem os valores basilares de uma Sociedade sólida e, sem eles, nada se constrói: o nosso pior futuro rasteja aí no sub-chão e ninguém, em lado nenhum, mesmo no altar, onde se canta a vida, se pode considerar seguro.”, salientava D. Manuel Martins.

As vozes do amor estão a tombar, cabe a todos nós não deixar que o seu legado se perca, a bem da sociedade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FOTOS: Arlindo Homem

 


 

Dois dias de trabalho para olhar a fundo o desafio das redes sociais e das novas linguagens multimédia. As Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2017 estão no centro desta edição do Semanário ECCLESIA, passando em revista as principais intervenções e facto que marcaram a iniciativa, na qual o presidente da Comissão Episcopal responsável pelo setor, D. João Lavrador pediu “prioridade aos excluídos, aos que não têm voz”.

As Jornadas Nacionais de Comunicação Social deste ano, que decorreram na Quinta do Bom Pastor, em Lisboa, nas instalações da Rádio Renascença e da Conferência Episcopal Portuguesa, tiveram como tema “Comunicação: criatividade e partilha”.

D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, realçou uma realidade “multimédia” que “veio para ficar” e que deve “interrogar” a Igreja Católica.

A edição 2017 das jornadas teve como destaque vários workshops sobre boas práticas em matéria de redes sociais, do uso das ferramentas multimédia e da escrita criativa. Realce ainda para uma ‘mostra multimédia’ onde os vários órgãos de comunicação da Igreja Católica inscritos no certame, vindos das várias dioceses do país, poderão dar a conhecer ao público os recursos que têm à disposição.

Os dois dias de trabalho foram transmitidos em direto na página da Agência ECCLESIA na rede social Facebook e, agora, estão disponíveis em: www.ecclesia.pt/jornadas2017/

 

 

 

 

 

 

 

Criatividade e Fidelidade

A minha primeira palavra de saudação é a todos os que estais aqui presentes e a todos os que não puderam estar aqui connosco, mas que com afinco e generosidade se entregam a esta tarefa da Comunicação Social. Acrescento uma palavra de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelas anteriores Comissões Episcopais, de modo especial a que nos precedeu, pelos membros do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, os Secretariados Diocesanos, todos os jornalistas e comunicadores.

Entrando na temática deste nosso encontro, que visa ser uma ocasião de partilha de competências, que ajudem a melhor prosseguir os compromissos que os comunicadores da Igreja Católica em Portugal enfrentam - assim se pode ler na carta convocatória: exige-se de nós criatividade e fidelidade.

O tempo em que vivemos é de enorme exigência no domínio da criatividade, de forma a tornar a mensagem atraente e capaz de responder ao homem concreto e à cultura atual. Não há domínio da vida social em que este fator de novidade 

 

se exija tanto como na Comunicação Social. Mas igualmente reclama-se a fidelidade ao homem, à sua dignidade e à sua transcendência, nunca abdicando da verdade, do bem e da justiça, promovendo o bem comum e a paz.

Já não é a primeira vez que tratamos das redes sociais e das novas tecnologias da comunicação. Em sintonia com a atenção que esta matéria tem merecido por parte da Igreja, expressa nas diversas mensagens que os Papas publicam a propósito do Dia Mundial das Comunicações Sociais, os responsáveis das Comunicações Sociais da Igreja em Portugal têm proporcionado reflexão oportuna e necessária para que a comunicação nas diversas comunidades cristãs - implicando todos os comunicadores - assuma o lugar que lhe compete e responda às exigências da missão evangélica no mundo de hoje.

A obrigação da Igreja usar as redes sociais e as novas tecnologias, ao serviço do Evangelho, é sobejamente conhecida e fortemente exigida pelas inúmeras intervenções do magistério da Igreja. Das nossas limitações, 

 

 

 

 

 

também estamos conscientes. Porém, apesar das dificuldades com que nos deparamos, é forçoso encontrar sempre renovadas energias para responder às exigências de cada tempo.

A propósito das redes sociais, dizia-se na carta convocatória que atualmente a comunicação é mais uma ocasião de partilha do que de difusão, facto que levanta questões já antigas, como a complementaridade dos diversos meios de comunicação social, e exigências novas, nomeadamente no que diz respeito à proposta do Evangelho, que exige a relação comunitária.

 

Deste modo, levantam-se hoje alguns desafios, dos quais sublinharia estes quatro: a promoção da dignidade humana, a edificação do bem comum, a exigência da verdade e a integração comunitária, numa atenção privilegiada pelos mais excluídos.

Permitam-me que recorde uma passagem da primeira mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2014: “Não basta circular pelas «estradas» digitais, isto é, simplesmente estar conectados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro. Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Precisamos de amar e ser amados. Precisamos de ternura”.

Para o Santo Padre, não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação. Por isso, afirma que “o próprio mundo dos mass media não pode não pode alhear-se da solicitude pela humanidade, chamado como é a exprimir ternura”.

Sem dúvida, acrescenta, “a rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas”.

Estamos perante uma matéria onde não há neutralidade. Por isso, “o envolvimento pessoal é a própria raiz da fiabilidade dum comunicador. É por isso mesmo que o testemunho cristão pode, graças à rede, alcançar as periferias existenciais”.

Não gostaria de terminar sem fazer eco das palavras do nosso Presidente da República, que ainda há pouco 

 

tempo expressava a sua grande preocupação para com o jornalismo. Não adiantou muito, apenas sublinhou que o papel do jornalista pode estar em causa quando as novas tecnologias e os fatores económicas levam a criar grandes empresas de concentração de notícias e da sua difusão. É uma realidade, a merecer a nossa atenção, porque vai atingir, já está a afetar, a comunicação social, seja a escrita, seja a radiotelevisiva ou as novas redes sociais.

Resta-me desejar que este tempo que vamos dedicar à reflexão e partilha nos anime a todos a sermos melhores comunicadores e que a nossa missão se torne mais frutuosa, porque é feita em partilha, em participação comum e em comunhão.

Lisboa, 28.09.2017

D. João Lavrador,

Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

“As novas redes sociais podem ficar no indivíduo e numa comunicação de isolamento, é o perigo das redes sociais, mas nós temos de converter as redes sociais em veículo de encontro e comunhão”

D. João Lavrador, encerramento das Jornadas Nacionais de Comunicações Sociais.

 

 

 

Bispos avaliam jornadas
como «muito enriquecedoras»

O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais considerou que as jornadas nacionais da comunicação social de 2017 foram “muito enriquecedoras, quase maravilhosas” pela adesão e “interesse” do tema.

“Estivemos no auge de tudo o que até este momento se tem vivido, procurado e incentivado do que é verdadeiramente hoje uma 

 

comunicação a partir das redes sociais. Na interligação das várias redes como diferentes, complementares, e de alguma maneira a interagirem umas com as outras para uma melhor comunicação e atingir o máximo de público”, afirmou D. João Lavrador à Agência ECCLESIA, no final do encontro.

‘Comunicação: Criatividade e partilha’, foi o tema das Jornadas Nacionais 

 

 

 

da Comunicação Social e para o prelado foram “muito enriquecedoras, quase maravilhosas”, não só pela “quantidade de participantes” mas pelo “interesse” do tema na plateia.

Neste âmbito, acrescenta que os conferencistas são pessoas que estão “a conduzir projetos” que na sociedade, e muitas vezes ligados à própria Igreja, “são relevantes” na área das redes sociais.

Os dois dias de jornadas contaram com a experiência de José Manuel Fernandes e Eduardo André, do

 

 jornal online ‘Observador’; Maria João Cunha, da Renascença Multimédia e ainda a escritora e formadora de escrita criativa Margarida Fonseca Santos.

“Estas jornadas foram muito importantes”, frisou o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais verificando “algo que começa a fervilhar” a nos comunicadores ligados à Igreja.

“O interesse que têm por aprofundarem cada vez mais este tema e ao mesmo tempo a 

 

 

 

possibilidade de utilizarem as redes sociais e ir ao encontro de um maior número de pessoas com intenção sempre de comunicar o Evangelho e levar a fé cristã a todas as pessoas”, desenvolveu.

Para D. Nuno Brás, vogal da referida comissão, as jornadas chamaram a atenção para “a realidade da net 

 

 

enquanto realidade central na comunicação contemporânea”.

O bispo auxiliar de Lisboa refere que, eventualmente, na comunicação da Igreja ainda se está “muito preso seja ao jornal tradicional seja à página” na internet, onde todas as dioceses têm a sua presença mas que “acaba por ser tratada tantas vezes 

 

 

 


 

como um jornal”.

“Estas jornadas vieram chamar-nos a atenção para a realidade do multimédia, e para a necessidade de estarmos presentes naquilo que hoje é um ponto referência de toda a comunicação, mesmo daquela profissional que são as redes sociais enquanto fonte de comunicação, mas sobretudo lugar de encontro de pessoas”, desenvolveu o também membro da Secretaria para a 

 

Comunicação da Santa Sé.

Neste contexto, D. Nuno Brás frisa que a comunicação existe porque “as pessoas precisam de se encontrar” e esse é “um ponto essencial na comunicação da Igreja”.

“O encontro, a comunhão como essencial na nossa visão da comunicação que as redes sociais potenciam e permitem até de forma muito mais fácil que os velhos mass media”, observou. 

 

 

Criatividade na divulgação dos conteúdos

Maria João Cunha, chefe de redação na área digital na Renascença, fala à Agência ECCLESIA da interligação crescente entre a produção jornalística e a criatividade necessária na sua apresentação online, com novas linguagens multimédia. Uma rádio que também se lê e também se vê, que procura afirmar-se também pela sua produção audiovisual.

 

AE – Como é que a Renascença conjuga uma linha editorial com esta pluralidade de ferramentas e formas de fazer?

MJC - O pensamento, a linha editorial, 

 

aquilo que a Renascença é, significa e pretende transmitir, está lá... tem de estar sempre. Na génese, isto é jornalismo e é muito importante termos sempre isso em mente. Nós conseguimos fazer produtos diferentes e diferenciados porque as linguagens são diferentes para a rádio e para as plataformas digitais, mas na verdade são as histórias que a Renascença entende que devemos contar, que é importante contar e que estão enquadradas na sua linha editorial.

Temos a sorte de ter equipas muito boas tanto nos aspetos técnicos como jornalísticos e que nos ajudam aqui 

 

 

 

 

a contar as histórias que têm tido um bom impacto, e isso é algo que nos deixa a todos muitos satisfeitos.

 

AE – Nestas várias ferramentas conseguem conciliar o ser apelativo, impactante e também profundo o suficiente para que as abordagens não se fiquem pela superficialidade?

MJC – Tentamos fazê-lo...   e não ficar apenas pela rama, pela espuma dos dias, procuramos ir mais além, entrar a fundo nos assuntos que consideramos relevantes e que achamos que devem estar a ser discutidos a cada momento. Por vezes são temas difíceis que no momento em que pegamos neles, nem devem estar a ser debatidos, como é o caso do tal bairro em Beja onde vive a comunidade cigana, e que acabam por ganhar nova atualidade nova relevância, e é gratificante ver que conseguimos dar resposta a estes temas que devem ser debatidos e olhados com um cuidado especial.

 

AE – O multimédia é sempre um trabalho de equipa...

MJC – Sim, é sempre um trabalho de equipa e os resultados são tanto melhores quando conseguimos integrar pessoas com pensamentos e com percursos diferentes, com idades e também com formações diferentes.

 

Designers, pessoal mais técnico, com jornalistas de diversas áreas... e é isso que depois acaba por resultar numa maior riqueza e numa certeza que vamos seguindo caminhos mais acertados. É muito bom poder contar com equipas diversas em que estas se complementam.

 

Apresentação disponivel em

https://sway.com/EJNBtM8d1QzoXRAN

 

 

Qualidade e inovação para «trazer» as pessoas «até à notícia»

 

A escritora Margarida Fonseca Santos abordou nas jornadas nacionais de comunicação social os desafios da “escrita criativa”, e realçou a importância de privilegiar a qualidade e inovação para assim “trazer” as pessoas “até à notícia, até à leitura”.

“Quanto mais nós repetirmos as mesmas receitas, menos as pessoas vão aderir, acabamos por ter de estar sempre a renovar, a recriar”, frisou a autora, que em entrevista à Agência ECCLESIA reconheceu no Papa 

 

Francisco um exemplo de “postura  criativa” perante a comunicação e o modo de apresentar a sua mensagem.

“O segredo está não só nas atitudes mas na forma franca como fala dos assuntos e portanto acaba por estar também um pouco a reinventar a forma de comunicar com as pessoas, com o mundo. E isso claro que é extraordinário”, considerou.

As jornadas nacionais de comunicação social, que tiveram lugar em Lisboa, nas instalações da Rádio Renascença

 

 

 

e da Conferência Episcopal Portuguesa, foram subordinadas ao tema ‘Comunicação: criatividade e partilha’, com um olhar mais atento à nova realidade das redes sociais.

O atual contexto mediático é marcado por cada vez mais plataformas, há também cada vez mais “pressão” e menos “tempo” para a elaboração das notícias, dos textos.

“Está sempre tudo a avançar muito depressa, e se ficamos sentadinhos, tudo o que seja comodidade nunca vai funcionar. E esta mistura dos próprios suportes é algo que acaba por ser incontornável”, defendeu Margarida Fonseca Santos.

A multiplicidade de formas de chegar às pessoas deve ser gerida com cuidado, porque é muito fácil cair no facilitismo de simplesmente “inundar” as pessoas com informação.

“Talvez esse seja o maior desafio do jornalismo, numa forma mais ampla. Respeitar quem nos ouve e não propriamente bombardear”, alertou Margarida Fonseca Santos.

Para a autora, os jornalistas têm de ter a capacidade de se “distanciar do texto” e de perceber como “agarrar” as pessoas.

“Há títulos extraordinários que acabam por fazer toda uma notícia”, mas para isso é necessário também 

 

ver o “outro lado”, o lado do público.

E aqui a autora traçou um paralelismo com o jornalismo de temática mais religiosa, que tem como matéria principal algo “que mexe com o interior das pessoas”.

Além de escritora, Margarida Fonseca Santos é também formadora de escrita criativa e dá cursos para crianças, jovens e adultos.

Durante o workshop que apresentou aos participantes das jornadas, a autora reforçou a necessidade permanente de exercitar a escrita “fora da caixa” e revelou um método para a inspiração fluir: encarar o texto “como um jogo”.

“No domínio da palavra é muito fácil criarmos uma espécie de tiques, de vícios próprios de cada um de nós. Quanto mais nós nos exercitarmos fora da nossa zona de conforto mais caminhos abertos ficam”, concluiu. 


 

 

Redes sociais e a relação público-jornalista

José Manuel Fernandes, publisher do Observador, disse nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social, promovidas pela Igreja Católica, que as redes sociais provocaram uma “alteração” da forma como as pessoas acedem à informação e do lugar da imprensa.

O jornalista sublinhou a mudança “sísmica” provocada pela internet, que mudou o “lugar do público”, com uma “democratização do acesso às notícias”.

O papel dos jornalistas, que antes era a pessoa que levava a notícia, é cada vez “menos central” nesse processo. “A relação com a informação era radicalmente diferente”, acrescentou José Manuel Fernandes.

O publisher do Observador assinalou que “já não há uma espécie de subordinação do público ao emissor”. Hoje, o jornalista passou da obrigação de “contar” para tarefas “mais complexas”, como a verificação de fontes, a interpretação e o esclarecimento.

O papel do jornalista tornou-se “mais nobre, mais exigente”, realçou José Manuel Fernandes, para quem existe a importância de “saber fazer as 

 

perguntas certas”. O responsável alertou ainda para as consequências das mudanças em curso para o “modelo de negócio”, dado que “quem produz informação perdeu as suas receitas”.

O conferencista desvalorizou o impacto das “fake news”, mostrando-se mais preocupado com a “tribalização” da opinião pública e a ausência de “terreno comum”. As redes sociais, prosseguiu, criaram “bolhas”.

“Temos de ter a consciência de que estamos a ver o que o Twitter ou o Facebook nos estão a mostrar, não tudo aquilo que lá está”, precisou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sucesso nas redes sociais
é questão de estratégia

O coordenador de Redes Sociais e Comunidades do ‘Observador’, Eduardo André, apresentou a realidade, vantagens e funcionalidades das redes sociais, onde a comunicação é indispensável. “Tudo é uma questão de estratégia. Uma diocese pode mostrar imagens da paróquia, de quem gere, dos paroquianos e encontrar conteúdos interessantes para plataformas de imagem, fotografia da Igreja, os bastidores da uma diocese”, explicou à Agência

 

ECCLESIA, durante as Jornadas Nacionais de Comunicações Sociais.

Eduardo André, que apresentou o workshop ‘partilha nas redes sociais - Facebook, Instagram, Twitter e YouTube’, deu ainda como exemplo o enviar uma mensagem de “bom dia para os seguidores”, como os posts de correntes “de felicidade e amor” que, provavelmente, “são dos mais virais que existem e não é preciso ter grandes investimentos”.

Para o especialista, as redes sociais 

 

 


 

hoje “são praticamente a internet”, afinal, as capacidades que o Facebook disponibiliza são “quase um portal semelhante ao Google”.

Atualmente, partilham-se muitos conteúdos e, nesse âmbito, “as noticiais com maior relevância” tornam-se virais de “forma mais natural do que há dois ou três anos”. “Hoje partilhamos conteúdos sem pensar duas vezes em colocar dedo na ferida, ou elogiar se for esse o objetivo”, afirmou o conferencista que participou nas Jornadas Nacionais da Comunicação Social intituladas 

 

‘Comunicação: criatividade e partilha’.

O coordenador de Redes Sociais e Comunidades do ‘Observador’ realçou que em Portugal existem “mais de seis milhões de contas no Facebook”, “sem dúvida mais de metade do país”, por isso, é “uma plataforma indispensável e imprescindível”. Neste contexto, destacou, “logo a seguir”, a importância da rede social de fotografias/vídeos Instagram que “é a que mais cresce no mundo, como em Portugal”, com um target “muito mais jovem que interessa a todos, desde a Igreja a todas as marcas em geral”.

 

 

«Igreja e Encontro na Estrada Digital» e a resposta a «Quem é o meu próximo?»

O livro ‘Igreja e Encontro na Estrada Digital’ é um trabalho de análise e não de resposta do atual o diretor do Gabinete de Informação da Diocese do Algarve, o padre Miguel Neto, a partir da sua tese de doutoramento, e foi apresentado nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2017.

“Partiu da análise de reparar que se o mundo muda, desde a década 80, a nossa forma de viver também muda, 

 

a nossa forma de relacionarmos. A nossa forma de ser cristãos e viver em comunidade de cristãos também mudou”, disse o sacerdote na apresentação da nova publicação.

No auditório da Rádio Renascença, o padre Miguel Neto explicou que o seu trabalho foi analisar essa mudança e o livro apresenta “aquilo que já mudou” mas também “algumas perspetivas” para o futuro.

O diretor do Gabinete de Informação da Diocese do Algarve refere que, sobretudo, chama a atenção que “há um longo caminho a percorrer” para responder à “pergunta essencial” que se coloca a quem trabalha “os desafios da estrada digital, do encontro e da Igreja”: “Quem é o meu próximo?”

Segundo o autor o trabalho do ponto de vista pastoral, “naquilo que é a parte estrita do ambiente cristão”, tem três focos importantes: “Ambiente digital e físico, como espaços reais da existência humana contemporânea; A questão da identidade real e da identidade digital, e a questão da comunidade física e da eclesial e uma resposta eclesial a esta realidade”.

 

 

 

 

Com 256 páginas, a nova publicação foi apresentada pelo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais que o considerou uma “ajuda indispensável” para poder-se “aproximar mais” o que possa ser a “presença na comunicação da Igreja”.

Ao padre Américo Aguiar o título ‘Igreja e Encontro na Estrada Digital – Perspetivas teológicas a partir do estudo de Manuel Castells’ remeteu para a estrada de Emaús: “É muito esse desafio que levamos desta obra e que nos apresenta a indispensabilidade da rede.”

O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, da Igreja Católica em Portugal, realçou ainda que o padre Miguel Neto apresenta o Papa Francisco como o pontífice “do toque”, quem aprofunda “a leitura palpável da presença da Igreja nos meios de comunicação”, depois da “excelente utilização dos media” pelo Papa São João Paulo II e o “preenchimento de reflexão magnifico” do Papa emérito Bento XVI.

O prefácio foi escrito pelo diretor do Instituto Universitário de Ciências Religiosas, da Universidade Católica Portuguesa, que realça o projeto

 

como “um itinerário de investigação enraizado na própria existência”.

“É, de uma forma muito transparente, um trabalho de teologia prática, na medida em que parte de uma interrogação vivida eclesialmente para, depois de um itinerário de estudo, regressar à vida das comunidades crentes com propostas de significação e ação”, escreveu o antropólogo Alfredo Teixeira. 

 

 

 

 

Projeto católico português na Web Summit

A plataforma ‘Click to Pray’, criada pelo Apostolado de Oração em Portugal, vai estar representada na próxima ‘Web Summit’, entre 6 e 9 de novembro em Lisboa. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre António Valério considerou a presença nesta iniciativa tecnológica mundial como mais um passo no “crescimento” deste projeto digital de oração.

Uma ideia lançada em 2014 e que

 

conta atualmente com cerca de “620 mil utilizadores”, e uma média de “6 milhões de utilizações por semana”.

Pouco depois de ter sido criada, a plataforma ‘Click to Pray’ foi adotada como a aplicação oficial da Rede Mundial de Oração do Papa, que é agora a nova designação do 

 

 

 

Apostolado de Oração. Ao recorrerem a esta plataforma, as pessoas têm acesso a três momentos de oração diária, de manhã, à tarde e à noite. Podem também colocar as suas intenções em comum, uma vez que ela está disponível online, e através de aplicações para iphone e android, no YouTube e ainda em redes sociais como o Facebook e o Twitter.

A plataforma está atualmente traduzida em seis línguas, como o português, o espanhol, o inglês, o francês e o italiano, e muito em breve está prevista a sua disponibilização em pelo menos mais duas línguas.

A presença na ‘Web Summit’ em novembro dará continuidade à evolução do projeto, que “chamou a atenção de muitas pessoas em todo o mundo”, e permitirá “melhorar a tecnologia desta aplicação”. “Neste sentido fez-se a proposta à organização da Web Summit para estarmos presentes ali, e vamos estar em novembro em Lisboa, com um 

 

stand para mostrar esta aplicação e ter também a possibilidade de ter algum tipo de parcerias, de investidores para melhorarmos esta aplicação”, explicou o padre António Valério.

O sacerdote jesuíta falou com a Agência ECCLESIA durante as jornadas nacionais de comunicação social.

Para o padre António Valério, o projeto ‘Click to Pray’ é um bom exemplo de utilização da tecnologia por parte da Igreja Católica, para chegar às pessoas. “Cada vez vamos confirmando mais de que se as pessoas, mais jovens e também as menos jovens, estão muito presentes no mundo digital, a oração também tem que aparecer com propostas muito claras e muito simples. Tal como esta aplicação, em que sabem que estão a rezar com pessoas de todo o mundo, pelas intenções do Papa”, completou.

A plataforma ‘Click to Pray chega atualmente a comunidades cristãs espalhadas por todo o mundo, incluída na Rede Mundial de Oração do Papa, que disponibiliza também o “Vídeo do Papa”, com as suas intenções para os sucessivos meses do ano. 

 
 

 

O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas

 

 

Na senda daquilo a que já nos habituou em obras anteriores, tanto de reflexão teológica e filosófica como também de poesia, o padre Tolentino Mendonça abre as páginas de um livro singular e corajoso. Na apresentação da sua mais recente obra - «O Pequeno caminho das grandes perguntas» -, o autor realça que é fundamental cuidar das nossas 

 

 

perguntas como quem cuida de um jardim.

Com a chancela da Quetzal, o poeta, natural da Ilha Madeira, revela que a experiência “humana e crente é habitada por múltiplas perguntas”. Perguntas que, ao longo da vida “se vão somando” e “persistem dentro de nós”, disse à Agência ECCLESIA.

Como o ser humano é “um mistério 

 

 

 

 

por desvendar”, “um enigma” e “uma pergunta fundamental”, o poeta e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa natural da Ilha Madeira, sublinha que existem momentos “na nossa vida em que se percebe que são as perguntas, e não as respostas, que nos deixam mais perto do sentido”.

É prioritário “escutar em profundidade”, as perguntas que “habitam no coração” porque elas “são o caminho para Deus e para o sentido da vida”.

Com mais de 150 páginas, «O Pequeno caminho das grandes perguntas» é um convite a “uma pausa e ao espanto”. Uma forma de “reaprender o espanto…”. Este espanto, que o poeta refere, consegue tirar o “lado embaciado da vida” e retira as prisões do olhar.

A iniciação ao espanto… Um caminho em direção à contemplação. Tal como dizia Fernando Pessoa, citado por Tolentino Mendonça, “A espantosa realidade das coisas” é uma descoberta contínua.

Esse sentar no banco do jardim, que fala o poeta Tolentino Mendonça, ajuda-nos a reorganizar não só o visível, mas também o nosso próprio modo de ver.

 

“Mesmo se vivemos rodeados de perguntas, as mais preciosas são, porventura, aquelas que em silêncio nos acompanham desde o princípio, aquelas que se confundem com o que somos, como o espinho no troço da rosa ou como a rosa que, sem sabermos como, floresce no cimo improvável daquela sucessão de espinhos”, escreve o padre Tolentino Mendonça.

Num dos textos (página 19), o poeta escreve que “esperar não é uma perda de tempo»”. E continua: “Damos por nós hipermodernos, polivalentes, aparelhados de tecnologia como uma central ambulante, multifuncionais mas sempre mais dependentes, perfeccionistas mas sempre insatisfeitos, vivendo as coisas sem poder refletir sobre elas”.

«O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas» o novo livro do padre e poeta Tolentino Mendonça. Uma obra que faz perguntas sobre a nossa vida…

 

 

 

 

outubro 2017

Dia 06 de outubro

*Porto - Início do ano lectivo no Centro de Cultura Católica

 

*Algarve - Tavira (Igreja de São Sebastião) - Apresentação do livro «Igreja e Encontro na Estrada Digital» da autoria do padre Miguel Neto com a presença do padre Américo Aguiar.

 

*Açores – Angra - A Casa de Saúde S. Rafael do Instituto São João de Deus e a Casa de Saúde (dias 06 e 07 deste mês) do Espírito Santo das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus vão realizar um simpósio científico de Saúde Mental intitulado “Juntos pela Saúde Mental”.

 

*Lisboa - Paróquia da Penha de França - O Grupo de Jovens «Focos de Esperança» da Paróquia da Penha de França (Lisboa) promove «Fim de Semana Missionário» com um peddy paper e um concerto orante de Claudine Pinheiro. (06 a 08 de outubro).

 

 
 
Dia 07 de Outubro

*Elvas - As comemorações de encerramento dos 750 anos da Fundação do Convento Dominicano de Nossa Senhora dos Mártires de Elvas, organizadas pela Fraternidade Leiga de São Domingos daquela localidade, realizam-se dia 07 de outubro.

 

*Fátima - Reunião do Secretariado Nacional do Ensino Superior com a presença de D. Joaquim Mendes

 

*Santarém - Convento de São Francisco - Assembleia Diocesana .

 

*Lisboa - Auditório do Colégio Universitário Pio XII - Lançamento da obra «O Padre de Savimbi» da autoria do padre António Oliveira com apresentação do embaixador António Monteiro.

 

*Braga - A Comissão Diocesana de Pastoral Operária de Braga - (CDPO) vai assinalar o Dia Internacional do Trabalho Digno com uma ação de rua e uma Eucaristia, , entre as 15h45 e as 19h00, em Vila Nova de Famalicão.

 

 

 

 

*Porto - Teatro Nacional São João - Apresentação da obra «O Pequeno Caminho das Grandes Perguntas» da autoria de Tolentino Mendonça, na iniciativa «Porto de Encontro», no Teatro Nacional São João, no Porto.

 

*Lisboa - Padrão dos Descobrimentos - Iniciativa «Terço sem fronteiras» promovida pelo «Presépio na Cidade» e a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

 

*Torres Vedras - Centro de Espiritualidade do Turcifal - A Pastoral da Família do Patriarcado de Lisboa vai organizar o Fórum ‘Wahou!’ para refletir sobre a ‘Teologia do Corpo’, nos dias 7 e 8 de outubro, no Centro de Espiritualidade do Turcifal, em Torres Vedras.

 

*Cabo Verde - Ilha de Santiago - Fórum das Cáritas lusófonas dedicado à «fome e desigualdade»

 

Dia 08 de Outubro

*Leiria - Assembleia da Diocese de Leiria-Fátima

 

 

*Fátima - Basílica Nossa Senhora do Rosário - O Coro do Santuário de Fátima, o Coro do Carmo de Beja e o Coro da Catedral de Lisboa atuam no Ciclo de Música Sacra num concerto intitulado ‘Ecos de Fátima’, na Basílica Nossa Senhora do Rosário.

 

*Fátima - Peregrinação ao Santuário de Fátima da Comunidade Vida e Paz (08 a 12 de outubro)

 

Dia 10 Outubro

*Fátima - Casa das Dores - Conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa

 

Dia 11 Outubro

*Barcelos - Auditório Municipal - Conferência sobre «Fátima, ontem e hoje, em Portugal e no mundo» por Aura Miguel.

 

 

II Concílio do Vaticano:
Um tomista que não foi ouvido

 

Defensor da Justiça em favor dos “mais fracos e oprimidos”, D. Sebastião Soares de Resende (1906-1967) promoveu a “educação da juventude das missões com milhares de escolas primárias” e idealizou para Moçambique uma sociedade “integrada de raças e cidadãos iguais, perante a lei, apesar das diferenças”.

Após o ciclo formativo na «cidade eterna» é convidado para professor no Seminário Maior do Porto. Aí, lecciona as cadeiras de Teologia Sacramental e Filosofia. Aos 28 anos foi convidado para vice-reitor do referido seminário e dois anos mais tarde (1936) o bispo do Porto nomeia-o membro do cabido. Um antigo aluno do homenageado, o Pe. Manuel Leão – também natural de Milheirós de Poiares – sublinha no artigo “D. Sebastião Resende – Uma Evocação, no seu Centenário” que o prelado era um “ferrenho tomista”. A filosofia de Aristóteles passando “pelos trabalhos de S. Tomás de Aquino entusiasmou D. Sebastião” – (in: Revista «Villa da Feira – Terra de Santa Maria» de Fevereiro de 2006). O último ano do Pe. Manuel Leão no Seminário Teológico foi também o último ano do vice-reitor, que, entretanto, foi nomeado (21 de Abril de 1943) bispo da Beira.

Deixou a metrópole e foi evangelizar “um laboratório de problemas novos que entusiasma as inteligências mais vigorosas” – (In: Carta ao Pe. Manuel Valente de Pinho Leão – datada de 19 de Março de 1946). Esta troca de correspondência entre estes dois filhos de Milheirós de Poiares dá autoridade ao Pe. Manuel Leão para afirmar que “pude acompanhar as iniciativas extraordinárias próprias dum homem de ideias, com uma atividade 

 

 

 

 

incansável que marcou um lugar paradigmático nas missões pastorais, na educação e imprensa. O vasto horizonte em que esteve situada a sua vida apostólica fê-lo deixar para trás certas visões acanhadas que os muros do Seminário continham” - (in: D. Sebastião Resende – Uma Evocação, no seu centenário). Num artigo para a referida revista Vila da Feira, António Almeida Santos, Presidente da Assembleia da República de Novembro de 1995 a Abril de 2002, sublinha que “foi pena, muita pena, e uma grande perda para Portugal, 

 

que a sua voz não pudesse ter sido ouvida. Se o fora, o desastre que foi o fim da nossa saga colonial, teria sido evitado”.

Em 26 de Janeiro de 1967 (morreu no dia anterior) podia ler-se no «Diário de Moçambique»: “… Homem voltado para a realidade do seu tempo, o Senhor Bispo da Beira foi, sob muitos aspectos, um percursor do avanço social verificado na África Portuguesa… algumas das suas pastorais e muitas peças da sua pregação constituíram gritos de autêntico profeta…”.

 

 

 

 

   

Simpósio «Juntos pela Saúde Mental» - Diocese de Angra. A Casa de Saúde S. Rafael, do Instituto São João de Deus, e a Casa de Saúde do Espírito Santo, das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, realizam o simpósio científico «Juntos pela Saúde Mental» nos dias 6 e 7.

 

«Fim de Semana Missionário» - Patriarca de Lisboa

O Grupo de Jovens «Focos de Esperança», da Paróquia da Penha de França, promove um «Fim de Semana Missionário», onde se destaca um peddy paper e um concerto orante de Claudine Pinheiro, entre 6 e 8 de outubro.

 

Jornada Mundial pelo Trabalho Digno – 7 de outubro

Organizações católicas pedem «trabalho digno deve estar na agenda política, social e empresarial», num manifesto conjunto de Movimentos da Pastoral Operária - Movimento Apostolado Adolescentes e Crianças, Juventude Operária Católica, Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos e a Comissão Nacional Justiça e Paz

 

«Fátima, ontem e hoje, em Portugal e no mundo» - Barcelos. A jornalista da Rádio Renascença e vaticanista Aura Miguel vai apresentar a conferência «Fátima, ontem e hoje, em Portugal e no mundo», a partir das 21h30 de 11 de outubro, no auditório municipal da cidade de Barcelos.

 

Projeção multimédia «Fátima- Tempo de Luz»

Projeção multimédia encerra as celebrações do Centenário das Aparições em Fátima estreia dia 12 de outubro, a seguir à procissão do silêncio, e repete às 21h30, de 13 e 14 de outubro.

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h30

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo:

10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 

 

Segunda-feira:

12h00 - Informação religiosa

 

Diariamente

18h30 - Terço

 

 

 
RTP2, 13h00

Domingo, 08 de outubro - O valor das perguntas. Entrevista ao padre José Tolentino Mendonça.

 

Segunda-feira, dia 09 outubro, 15h00 -  Entrevista Bruno Cardoso Reis: Eleições Centenário das Aparições de Fátima.

 

Terça-feira, dia 10 de outubro, 15h00 - Informação e entrevista Vitor Cotovio, sobre o Dia Mundial da Saúde Mental.

 

Quarta-feira, dia 11 de outubro, 15h00 - Informção e entrevista aao padre Américo Aguiar, no assinalar do primeiro mês do falecimento de D. António Francisco dos Santos.

 

Quinta-feira, dia 12 de outubro, 15h00 - Informação e entrevista sobre o centenário das aparições de Fátima.

 

Sexta-feira, dia 13 de outubro, 15h00  -  Entrevista. Comentário à liturgia do domingo com o padre Armindo Vaz e frei José Nunes.

 

Antena 1

Domingo, 08 de outubro, 06h00 -  400 anos do carismo vicentino.

 

Segunda a sexta, 09 a 13 de outubro, 22h45 - Centenário das Aparições de Fátima.

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano A – 27.º Domingo do Tempo Comum 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
Colaborar com alegria na vinha do Senhor
 
 

A liturgia do 27.º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem da vinha de Deus.

Na primeira leitura de Isaías, a parábola da vinha é uma história de amor. Fala-nos do amor de um Deus que liberta o seu Povo da escravidão, que o conduz para a liberdade, que estabelece com ele laços de família, que lhe oferece indicações seguras para caminhar em direção à justiça, à harmonia, à felicidade, que o protege nos caminhos da história. É preciso termos consciência de que esta história de amor não terminou e que o mesmo Deus continua a derramar sobre nós, todos os dias, o seu amor, a sua bondade, a sua misericórdia. Para isso é preciso ter o coração aberto e disponível para Ele.

O encontro com o amor de Deus tem de significar uma efetiva transformação do nosso coração e levar-nos ao amor aos irmãos. Quem trata os irmãos com arrogância, quem assume atitudes duras, agressivas e intolerantes, quem pratica a injustiça e espezinha os direitos dos mais débeis, quem é insensível aos dramas dos irmãos, certamente ainda não fez a experiência do amor de Deus. Isso pode acontecer também nas nossas comunidades cristãs e religiosas.

O texto de Isaías identifica os frutos bons que Deus espera da sua vinha com o direito e a justiça e afirma que Deus não tolera uma vinha que produza sangue derramado e gritos de horror.

Nos nossos dias, o sangue derramado das vítimas da violência, do terrorismo, das guerras religiosas, dos sistemas que geram morte e sofrimento continua a atingir a nossa história; os gritos de horror de tantos homens e mulheres privados dos direitos mais elementares, 

 

 

 

 

torturados, marginalizados, traficados, excluídos e descartados, impedidos de ter acesso a uma vida minimamente humana, continuam a escutar-se em todos os continentes. Não podemos ficar calados, num silêncio cúmplice e alienado, diante destas situações.

O Evangelho salienta a coerência com que vivemos o nosso compromisso com Deus e com o Reino. Deus não obriga ninguém a aceitar a sua proposta de salvação e a envolver-se com o Reino; mas uma vez que aceitamos trabalhar na sua vinha, temos de produzir frutos de amor, de serviço, de doação, de justiça, 

 

de paz, de tolerância, de partilha.

Ao longo desta semana, sejamos construtores da vinha do Senhor nos espaços que habitarmos, aderindo sempre ao único dono da vinha que é o Senhor Jesus. E neste mês de outubro, mês missionário e mês do Rosário, renovemos a missão a que todos somos chamados, sempre na alegria do Evangelho. Como pede o Papa Francisco, «façamos missão inspirando-nos em Maria, Mãe da evangelização».

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org 

 

 

 

 

Sempre conseguiste levar-me a Fátima

 

O bispo de Leiria-Fátima foi este sábado ao Vaticano agradecer ao Papa a peregrinação que realizou ao Santuário de Fátima nos dias 12 e 13 de maio, que “superou todas as expectativas” de Francisco e constituiu uma “bênção para a Igreja”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. António Marto disse que encontrou o Papa muito “alegre, satisfeito 

 

 

e afetuoso”, felicitando-o por ter conseguido com que presidisse à primeira peregrinação internacional do Centenário das Aparições, em Fátima.

“Sempre conseguiste levar-me a Fátima”, disse o Papa a D. António Marto, mal o recebeu com um “grande abraço”. “A visita era exclusivamente para agradecer ao Papa a peregrinação dele a Fátima, antes que terminasse

 

 

 

o centenário”, disse o bispo de Leiria-Fátima, acrescentando que a audiência foi uma oportunidade para conversar sobre a vida no Santuário e sobre o “aumento de peregrinos”, concretamente de grupos da Ásia.

D. António Marto informou o Papa que a peregrinação internacional de 12 e 13 de maio de 2018 vai ser presidida pelo cardeal Jonh Tong de Hong Kong e a de outubro por D. Alexis Mitsuru Shirahama, bispo de Hiroshima. “O Papa disse que era precisa prestar atenção à Ásia e falou da sua próxima visita à Birmânia, congratulando-se com isso”, referiu D. António Marto.

Na audiência, o bispo de Leiria-Fátima falou ao Papa sobre a canonização dos pastorinhos, presidida por Francisco no dia 13 de maio, em Fátima, e sobre o aumento da devoção aos videntes de Fátima, visível no “triplicar” das visitas aos seus túmulos. “Num diálogo muito fecundo, de quem lê a alma humana e deixa a gente surpreendida, o Papa falou da busca da inocência num mundo perturbado e da atenção e cuidado que é 

 

necessário dar às crianças”, contou D. António Marto.

O bispo de Leiria-Fátima disse também à Agência ECCLESIA que colóquio com o Papa foi uma oportunidade para falar da misericórdia, concretamente sobre a celebração do sacramento da reconciliação no Santuário de Fátima, com o Papa a “querer saber como se realiza” e a sublinhar que “é preciso ser misericordioso”, acentuando que “Deus é muito misericordioso com as misérias humanas”.

A celebração do Centenário das Aparições de Fátima vai decorrer na peregrinação e 12 e 13 de outubro, presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, onde D. António Marto vai transmitir os agradecimentos do Papa. “O Papa pediu-me para transmitir aos peregrinos o agradecimento pelo acolhimento caloroso dispensado em Portugal, a memória grata da sua peregrinação, que constitui uma bênção para a Igreja, e pediu-me para dizer aos peregrinos que não se esquecessem de rezar por ele”, referiu D. António Marto.

 

“Quero recordar que há 100 anos em Fátima, em cada uma das seis aparições, Nossa Senhora pedia: ‘queria que rezassem o terço todos os dias’. Respondendo ao seu pedido, rezemos juntos pela Igreja, pela Sé de Pedro e pelas intenções de todo o mundo”

Papa Francisco, Vaticano, 04.10.2017

 

 

São João Paulo II regressa a Fátima

O Santuário de Fátima vai expor uma relíquia do Papa São João Paulo II, para veneração dos fiéis, nos dias 21 e 22 de outubro, na Capela da Ressurreição de Jesus, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade. Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o santuário informa que no dia 21 de outubro o acolhimento da relíquia decorre na Capelinha das Aparições com a oração do terço, seguindo para a Capela da Ressurreição de Jesus.

No dia seguinte, a relíquia do Papa polaco vai estar em exposição para veneração durante o dia e pelas 18h30 vão celebrar a Eucaristia votiva de São João Paulo II, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário.

“A aceitação da presença desta relíquia em Fátima deve-se essencialmente à ligação profunda existente entre São João Paulo II e Fátima, que o Santuário procura também sublinhar neste ano do Centenário”, explica o santuário mariano sobre o pontífice que esteve na Cova da Iria “três vezes”, sendo o Papa que mais vezes visitou Fátima.

O comunicado assinala que desde “tenra idade”, Karol Wojtyla “criou 

 

 

uma forte devoção a Nossa Senhora”; Quando foi nomeado bispo escolheu para armas episcopais, a letra M junto à cruz e o lema Totus Tuus (Todo Teu).

Depois do atentado na praça de São 

 

 

 

 

Pedro, a 13 de maio de 1981, o Papa João Paulo II agradeceu à Virgem de Fátima ter-se salvo e no ano seguinte esteve na Cova da Iria.

A 13 de maio de 2000, ano que foi 

 

 

revelada a terceira parte do segredo de Fátima, João Paulo II voltou ao santuário da Cova da Iria e beatificou os pastorinhos videntes Francisco e Jacinta Marto.

 

 

Por ocasião da celebração dos 100 anos das Aparições de Fátima, a família paroquial de São João de Deus, em Lisboa, vai inaugurar o Altar dos Pastorinhos no próximo dia 14 de Outubro de 2017, com réplicas de imagens da escultora Maria Amélia Carvalheira.

A bênção das imagens de Nossa Senhora de Fátima e dos Pastorinhos Santos Jacinta e Francisco Marto terá lugar nesse sábado, na celebração da Eucaristia às 16h00 na Paróquia de São João de Deus. A Eucaristia contará com a presença do núncio apostólico de Lisboa, D. Rino Passigato.  

 

 

A história da cristã que sobreviveu ao cativeiro do Boko Haram

O perdão de Rebecca

Foi raptada e agredida vezes sem conta. Viu um dos filhos ser morto pelos terroristas e engravidou de um deles, ao fim de inúmeras violações. Durante dois anos, viveu um calvário tão desumano que até é difícil de imaginar. Sobreviveu. Agora corre o mundo a contar a sua história. Esteve por estes dias em Espanha. Todos os jornais falaram dela, falaram da cristã que perdoou aos terroristas.

 

Foi no dia 21 de Agosto de 2014 que começou o calvário de Rebecca Bitrus. O grupo islamita Boko Haram atacou a aldeia onde ela vivia com o marido e dois filhos. Procuravam os homens para os matar. Naquelas horas, enquanto passavam a pente fino todas as casas, os terroristas provocaram um imenso mar de sangue em Dogon Chuku. Foram momentos de pânico. Os sons das balas misturaram-se com os gritos de dor, com o cheiro das casas queimadas, com o desespero. Rebecca foi capturada, tal como os seus dois filhos. Nesse dia, sem saber se o marido tinha sido morto ou não, Rebecca foi obrigada a caminhar, com outras mulheres e crianças, rumo

 

a um dos acampamentos do Boko Haram. Foram dias esgotantes. Os terroristas obrigavam-nos a caminhar em silêncio, pois o exército andava por ali. Foi então que aconteceu a primeira tragédia. O mais pequeno dos filhos de Rebecca, então com apenas 1 ano de idade, desatou a chorar e ela não conseguiu calar o menino. Um dos terroristas agarrou nele, arrancou-o dos seus braços e atirou-o para o rio, junto ao qual caminhavam. A criança afogou-se logo ali, mesmo à sua frente. Durante dois anos, Rebecca, por ser mulher e cristã, foi sujeita às mais incríveis sevícias que se podem imaginar. Nas mãos dos terroristas, porém, nunca renunciou à sua fé, apesar de isso lhe ter custado inúmeras violações, trabalho forçado, agressões sem fim. Rebecca Bitrus esteve agora em Espanha, a convite do secretariado local da Fundação AIS para contar a sua história. E ninguém conseguiu ficar indiferente às palavras e às lágrimas desta mulher cristã de apenas 29 anos que perdoou aos terroristas. “Quando eles gritavam ‘Allahu akbar’, eu rezava em silêncio e pedia para Jesus me salvar.” Quase todos os dias, durante dois anos, 

 

 

Rebecca foi violentada mas nunca cedeu. Na verdade, não a mataram, embora às vezes o tivesse desejado. Foram dois anos de tormentos, em que foi escravizada e violada vezes sem conta. Até que engravidou.

 

Todos os dias

Dois anos depois, quase milagrosamente, Rebecca conseguiu fugir quando o acampamento em que se encontrava foi atacado pelo exército nigeriano. No meio da confusão, ela escapou para o mato levando consigo o filho mais velho, Zacarias, e o mais novo, Cristóvão. “Todos os dias recordo que tenho um filho de um deles…”, explicou Rebecca quando lhe perguntaram qual a memória mais forte que guarda do tempo de cativeiro. Mas acrescenta: “já perdoei aos terroristas”. Rebecca esteve em Madrid acompanhada pelo Padre Innocent Zambua, da Diocese de Maiduguri, uma das mais afectadas pela violência jihadista. “Na nossa diocese – disse este sacerdote – temos cerca de 100 mil pessoas que fugiram por causa da violência do Boko Haram, cerca de 300 igrejas que foram queimadas, tal como 25 escolas, 3 centros de saúde e 3 conventos.” Só na Diocese de Maiduguri – que é apoiada directamente pela Fundação AIS – a Igreja acolhe 

 

 

cerca de 5 mil viúvas e 15 mil órfãos, em resultado do terrorismo deste grupo islamita. Agora, todos os dias, quando Rebecca olha para o filho mais novo, quando olha para Cristóvão, lembra-se do homem que a violou, lembra-se de todos os homens que a violaram. Isso seria dramático, seria até uma tragédia, se Rebecca não tivesse já perdoado todo o mal que lhe fizeram. Cristóvão, o seu filho, que nasceu na floresta, no acampamento do Boko Haram, é a prova de que o bem é mais forte do que o mal. O perdão de Rebecca foi mais forte do que todo o ódio dos terroristas.

 

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt 

 

 

 

 

 

Regresso às aulas

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

É uma expressão que soa a estranho. Acho que nunca devíamos deixar de lado o instinto académico que a todos devia possuir. O tempo de férias mais não devia ser que um mês em que ninguém tem a pressão de provas e exames e, por isso, podia dar-se espaço a leituras mais livres, de acordo com os gostos de cada pessoa. Mas falar de ‘regresso às aulas’ dá a sensação de que houve uma fuga em fim de ano lectivo!

É corrente dizer-se que a escola está em crise. Primeiro, porque não motiva para uma aprendizagem que ajude a construir vidas; depois, porque não abre portas suficientes para profissões bem compensadas, quer a nível de realização pessoal, quer a nível de atribuição de salário.

Cada ano lectivo que começa devia levar a uma reflexão profunda sobre a missão da escola na sociedade. Que queremos nós atingir, a nível de objectivos, com a escolaridade das nossas crianças e jovens e com a formação permanente dos mais adultos?

Continuo a acreditar na importância capital da Escola. Sem ela, não há futuro que se prepare a sério, não há competência que se possa gerar, não haverá sociedade que se segure em pé. Mas, verdade seja dita, há uma reflexão profunda a levar a cabo para que se mude o que é urgente e importante mudar e se valorize cada vez mais esta instituição tão desacreditada nos tempos que correm.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Houve tempos em que o objectivo da Escola era ensinar, por cartilha, a ler, escrever e contar. Já estamos muito longe desses tempos e a Escola tem de levar muito mais longe e muito mais fundo. Vivemos tempos marcados pela globalização e ninguém pode passar ao lado dos desafios lançados pela era da rede. A internet tornou o mundo mais pequeno, mas também mais injusto, pois há quem tenha acesso às tecnologias da comunicação e quem seja dele excluído. A justiça, nos tempos de correm, também passará por assegurar este acesso democrático às tecnologias da comunicação. De 

 

outra forma, os info-excluídos tornar-se-ão nos pobres mais pobres do nosso tempo. E não podemos permitir que aconteça uma injustiça tão grave e tão gritante.

Dignifiquemos o papel dos professores. Demos-lhe todas as condições para o exercício de tão decisiva missão. Exijamos deles competência e dedicação de alma e coração. Mas exijamos, igualmente, aos alunos, seriedade, respeito e trabalho. Só assim, professores e alunos dignificarão a instituição escolar e rasgarão novos caminhos ao futuro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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