04 - Editorial

      Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

20 - Caminhada pela Vida

22 - Semana de...

       Paulo Rocha
       Diocese de Viana, 40 anos

26 - Entrevista

       D. Anacleto Oliveira
 

      

 


 

 

60 - Multimédia

62 - Estante

64 - Agenda

66 - Vaticano II

68 - Por estes dias

70 - Programação Religiosa

71 - Minuto Positivo

72 - Liturgia

74 - Fundação AIS

76 - LusoFonias

 

Foto de capa: Agência ECCLESIA

Foto da contracapa:  DR

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
Diretor: Padre Américo Aguiar
Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.
Redação e Administração:
Quinta do Bom Pastor
Estrada da Buraca, 8-12
1549-025 LISBOA
Tel.: 218855472; Fax: 215849514.
agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Opinião

 

 

 

Nunca mais a guerra!

[ver+]

 

 

 

 

 

 

Os números do Centenário em Fátima

[ver+]

 

 

 

 

 

 

40 anos de Diocese de Viana

[ver+]

 

 

 

 

D. António Moiteiro | Paulo Rocha | Octávio Carmo | Fernando Cassola Marques | Manuel Barbosa | Tony Neves | Paulo Aido

 

Lições dos mortos para os vivos

  Octávio Carmo    

  Agência ECCLESIA   

 
 

 

A semana que acaba agora ficou marcada pelos vários gesto de homenagem e oração, no caso dos crentes, pelos que já partiram. Como tão bem disse o Papa Francisco, é um dia de esperança com lágrimas, o dos fiéis defuntos, uma celebração que é também um desafio para toda a humanidade.

A melhor homenagem que podemos fazer aos que nos precederam é aceitar as lições que nos transmitiram, com a sua vida e com a sua morte, tantas vezes trágica e evitável. Foi muito grande o preço que muitos homens e mulheres tiveram de pagar às mãos da loucura humana, da guerra, da fome, do desprezo pela vida, para que a sua morte se tenha de continuar a repetir sem cessar naqueles que se lhes seguiram.

Muito particularmente, no caso da guerra, é preciso evitar que novas tragédias globais se repitam. Valeria a pena perguntarmo-nos qual é o objetivo de haver armas capazes de destruir a humanidade. A quem é que isso interessa? Porque é que não há capacidade de evitar que tal aconteça? Até quando vai ser legítimo pensar no “poder dissuasor” de uma tal força de destruição? Quando deixaremos de ver a guerra como sinal de força no discurso político e na afirmação global das “potências” internacionais?

O nosso destino não é caminhar para o abismo, mas para o infinito. Essa convicção de fé, para quem é cristão, não dispensa a aprendizagem das lições do passado e o respeito mais absoluto pela memória dos que nos procuraram deixar um mundo melhor e não puderam, porque as forças do mal se lhes sobrepuseram. É uma luta que ultrapassa a própria história e que exige o empenho de todos os que acreditam no Bem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

Oito vítimas mortais em Manhattan. Donald Trump volta a falar em Guantánamo e pede pena capital para o autor do ataque. Há um mês, um tiroteio em Las Vegas provocou 58 mortos e mais de 500 feridos. Atirador tinha um arsenal consigo. Na ocasião, a proliferação de armas na sociedade americana não incomodou Trump. Foto: Reuters / Andrew Kelly

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Embora nós sintamos um pudor natural perante a exposição da intimidade de duas figuras públicas, estes são os casos em que não podemos virar a cara, fechar os olhos ou deixar de expor publicamente o quão desprezível tem sido o comportamento de Manuel Maria Carrilho ao longo de todo o processo, numa tentativa sistemática de destruir a ex-mulher, mesmo que para isso tenha também de destruir a vida dos seus dois filhos.

João Miguel Tavares, 2.11.2017, Público

 

A Espanha unida faz falta ao mundo, aos Estados que formou, ao Sul europeu, à paz e à segurança globais em evidente perigo. Os sintomas de que o contágio é um perigo são evidentes...

Adriano Moreira, 2.11.1017, Diário de Notícias

 

O facto de Portugal estar na moda tem é de servir para potenciar e alavancar as oportunidades competitivas e os modelos de negócio que atraem compradores para os produtos portugueses e turistas para os nossos melhores destinos.

Manuel Serrão, 1.11.2017, Jornal de Notícias

 

 

Centenário levou milhões a Fátima, Santuário Global

 

O Santuário de Fátima estima em cerca de 50 milhões de pessoas os participantes nas celebrações religiosas do ciclo comemorativo do Centenário das Aparições, entre 2010 e 2017, anunciou a instituição em conferência de imprensa.

O padre Carlos Cabecinhas, reitor

 

 

 da instituição, disse que este período confirmou a "dimensão mundial de Fátima", como Santuário e como Mensagem, com uma participação que “superou” as expectativas “mais otimistas”. “A variedade de proveniências de peregrinos que, a cada ano, acorrem a Fátima, 

 

 

comprova que este é, de facto um Santuário global”, disse o responsável, aludindo, em particular, a “aumento significativo” de peregrinos estrangeiros.

No total, estima-se que tenham passado pelo santuário mais de 70 milhões de pessoas entre finais de 2010 e outubro de 2017.

Nestes anos decorreram conferências, cursos, simpósios e congressos, concursos, exposições e espetáculos que mostraram a “atualidade” da Mensagem de Fátima, traduzida em particular nas celebrações religiosas e nas peregrinações.

O destaque foi para a “grande peregrinação” de 12 e 13 de maio, presidida pelo Papa, com a canonização dos Santos Francisco e Jacinta Marto.

Já o vice-reitor do Santuário de Fátima anunciou esta quinta-feira que a instituição católica distribuiu mais de 10 milhões de euros em ajuda social e apoio à Igreja em Portugal, no ciclo de comemorações do Centenário das Aparições, entre 2010 e 2017.

O padre Vítor Coutinho sublinhou, em conferência de imprensa, que o financiamento nestas duas “áreas específicas” ascendeu a 5,2 milhões  de euros em apoios de caráter social em Portugal e estrangeiro e a 4,8   

 

milhões de euros em ajudas à Igreja Católica em Portugal.

O encontro com os jornalistas foi dedicado ao balanço do programa celebrativo do Centenário das Aparições que decorreu entre 2010 e 2017.

O Santuário de Fátima informou que os projetos e iniciativas do programa celebrativo tiveram um custo de 1 549 225 euros, a que se somaram despesas diretas com a visita papal de maio deste ano, num total de 560 425 euros.

O padre Vítor Coutinho observou que “muitos destes projetos estiveram sujeitos a negociações” com artistas e autores, com “alguma confidencialidade” nos contratos específicos.

Neste balanço não estão incluídas as intervenções de obras no novo altar e na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

O padre Carlos Cabecinhas realçou que estas são obras que não estão “diretamente dependentes” do Centenário das Aparições e que a opção do Santuário tem sido “não divulgar os custos” dos investimentos, face à “indefinição” que permanece em volta de “questões tributárias” ligadas à Concordata. 

 

 

Papa associa-se a Caminhada pela Vida 2017

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos promotores da Caminhada pela Vida 2017, marcada para este sábado em Aveiro, Lisboa e Porto, evocando a “batalha contra o aborto, eutanásia e demais atentados à vida humana”. “O Papa Francisco envia a sua saudação aos participantes na iniciativa, nascida da consciência cristã nacional moralmente sensível à promoção e defesa da vida, contra a cultura do descarte, guiada por uma lógica económica que exclui e por vezes mata”, refere uma mensagem enviada através da Nunciatura Apostólica em Lisboa e assinada pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano.

No texto, enviado à Agência ECCLESIA, o Papa manifesta o desejo de que “apareçam cada vez mais homens e mulheres de boa vontade que abracem corajosamente a verdade e valor que cada ser humano tem para Deus”, sustentando a sua posição “com factos e razões científicas e morais num dramático apelo à razão, para se voltar ao respeito de cada vida humana”.

A 7ª edição da Caminhada, organizada pela Federação Portuguesa Pela Vida (FPV), tem como objetivo “dar 

 

 

 

testemunho público da defesa do direito à vida desde a conceção até à morte natural”. Na capital portuguesa, a iniciativa tem início no Largo Camões, pelas 15h00, e termina em frente a Assembleia da República.

O tema da Caminhada de 2017 será ‘Sempre Pela Vida’ e tem como especial enfoque a eutanásia.

A organização adianta que a iniciativa vai retomar a campanha “Toda Vida tem Dignidade” que deu origem a petição com o mesmo nome que está neste momento a ser debatida no Parlamento.

A presidente da FPV sublinhou em entrevista à Agência ECCLESIA a intenção de reforçar a “dignidade da vida humana” desde o seu “início ao fim”, num tempo em que ela “está em perigo”.

 

 

 

AIC celebrou 25 anos de história

A Associação de Imprensa de Inspiração Cristã celebrou este sábado os 25 anos no X Congresso e foi desafiada por D. Nuno Brás a ser voz do “país esquecido” e de quem olha de uma forma cristã a realidade.

Para o bispo auxiliar de Lisboa e membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais há um “país que merece ser ouvido” e permanece distante dos media, nomeadamente as regiões do interior.

D. Nuno Brás acrescentou em declarações à Agência ECCLESIA que o “país cristão” é também um “país esquecido” e que tem de passar nos média de inspiração cristã. “É necessário dar voz a esse país enorme, que está muito longe de ficar apenas pelos ambientes rurais, da pequena imprensa, mas é um o país missionário e que quer olhar de uma forma cristã a realidade”, disse o bispo auxiliar de Lisboa.

A AIC celebrou os 25 anos de história no encerramento do X Congresso, que decorreu em Almada, entre os dias 26 e 28, e analisou o tema “A meio da ponte rumo ao futuro – Modelos editoriais e empresariais para a imprensa de inspiração cristã”.

Na sessão de encerramento, 

 

 

o presidente da direção da AIC disse que o Congresso “representa um marco na história da associação” e desafia a “novos modelos de comunicação, de organização e de empresa”. “Nobre tarefa que nos impele a arregaçar as mangas”, disse o padre Elísio Assunção, acrescentando que é preciso “juntar forças para travar combates que estão no terreno”.

O padre Elísio Assunção lembrou que é necessário mudar a “lei de imprensa que está ultrapassada” e que deverá responder às “questões levantadas pelas novas tecnologias”.

O professor universitário Eduardo Cintra Torres disse na conferência de encerramento que é necessário criar um “agregador único de conteúdos” do setor, dominado por poucos “grossistas”. 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Setúbal: Peregrinação diocesana levou milhares de pessoas a Fátima

 

Bragança-Miranda: Diocese vai acolher mosteiro de monjas trapistas 

 

 

Com a guerra perdemos tudo

 

O Papa assinalou a comemoração dos fiéis defuntos com uma Missa no Cemitério Americano de Neptuno, em Roma, local onde estão sepultados os soldados norte-americanos que caíram na campanha de Itália, na II Guerra Mundial. Na sua homilia, Francisco deixou um forte apelo ao fim da guerra no mundo, a dizer 

 

 

“não mais” ao “massacre inútil” de vidas humanas, que custou a vida a tantos seres humanos, jovens, “milhares e milhares e milhares” de pessoas.

“Hoje quando o mundo está outra vez em guerra e se prepara para um conflito ainda mais forte. Não mais, Senhor, não mais! Com a guerra

 

 

 

 

 

 perdemos tudo”, frisou.

Para o Papa, se a celebração dos fiéis defuntos representa “um dia de esperança”, pelos cristãos acreditarem que os seus entes queridos estão junto de Deus, é também uma “jornada de lágrimas”. Lágrimas por todos aqueles que no mundo sofrem com os conflitos, “que a humanidade não deve esquecer”, mas que parece “tardar em aprender a lição”.

"Quantas vezes na História os homens recorreram à guerra convencidos de que ela os ajudaria a trazer um mundo novo, uma primavera; e tudo acabou em inverno, feio, cruel, num reino do terror e morte”, questionou Francisco.

O Papa pediu às comunidades cristãs para rezarem “por todos os mortos”, sobretudo pelos jovens que – como os que acabaram no cemitério de Neptuno – tombam todos os dias em batalha, numa guerra amarga”. “Rezemos pelos mortos de hoje, vítimas da guerra, também as crianças inocentes. É este o fruto da guerra: a morte. Que o Senhor nos conceda a graça de chorar”, exortou.

Antes da Eucaristia, o Papa deixou ramos de flores em várias das campas dos soldados americanos que tombaram durante a campanha

 

 de Itália da II Grande Guerra, entre 1943 e 1945. Francisco visitou – tal como fez Bento XVI em 2011 - as Fossas Ardeatinas, em Roma, voltando a colocar flores no local.

O gesto evoca as vítimas do massacre levado a cabo pelas forças nazis em 1944, quando 335 civis e militares italianos, vários deles judeus, foram fuzilados pelas forças alemãs em represália a um atentado que matou 33 soldados germânicos.

Juntamente com o rabino-chefe de Roma, Riccardo Di Segni, e após um momento de oração em hebraico, o Papa rezou ao “Deus de Jesus”, ao Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob”, Deus que se compadece com “qualquer povo que sofre a miséria”.

“Deus dos rostos e dos nomes das 335 pessoas abatidas aqui, a 24 de março de 1944, cujos restos mortais repousam aqui”, disse.

Francisco recordou os “nomes e rostos” de cada um dos que ali foram mortos, 12 dos quais permanecem por identificar. “Para Ti [Deus], ninguém é um desconhecido”, acrescentou.

A intervenção concluiu-se com uma mensagem contra “o egoísmo e a indiferença”. 

 

 

Santos, cemitérios e morte

O Papa Francisco alertou para as consequências da guerra, na véspera de evocar em Roma as mortes do segundo conflito mundial, lamentando que a humanidade não aprenda com o passado. “As guerras só produzem cemitérios e morte: eis porque quis dar este sinal, num momento em que a nossa humanidade parece não ter aprendido as lições ou que não as quer aprender”, declarou, após a recitação do ângelus na solenidade de Todos os Santos.

Hoje, o Papa preside à Missa, a partir das 11h30, em sufrágio pelos cardeais e bispos que morreram no último ano.

A Igreja Católica evoca a memória dos fiéis defuntos, um dia depois de assinalar a festa de Todos os Santos; as comunidades recolhem-se em oração e muitos visitam os cemitérios onde foram sepultados os seus familiares e amigos. Nas suas catequeses sobre a esperança, que se concluíram há uma semana, o Papa Francisco dedicou várias reflexões ao tema da morte.

“Toda a nossa existência se joga aqui, entre a encosta da fé e 

 

o precipício do medo”, assinalou.

O Papa sublinhou a “esperança” dos católicos diante da morte, por causa da fé na ressurreição. “Esta é a nossa esperança diante da morte. Para quem acredita, é uma porta que se abre de par em par; para quem duvida é uma brecha de luz que se infiltra por uma porta que não se fechou completamente. Mas será para todos nós uma graça, quando esta luz, do encontro com Jesus, nos iluminar”, defendeu.

O Papa convidou os católicos a recordar “com gratidão” os entes queridos que já faleceram e a rezar por eles. “Que a Mãe de Deus, rainha dos santos e porta do céu, interceda pelo nosso caminho de santidade e pelos nossos caros que nos precederam e já partiram para a pátria celeste”, acrescentou.

 

 

Devolver alma à Europa, rejeitando extremismos

O Papa Francisco defendeu no Vaticano a participação dos cristãos na política para dar nova “alma” à Europa, rejeitando os extremismos. “[Os cristãos] são chamados a dar novamente alma à Europa, a despertar a consciência, não para ocupar espaços, mas para animar processos que gerem novos dinamismos na sociedade”, declarou, falando perante os participantes da Conferência ‘(Re) thinking Europa. Uma contribuição cristã ao futuro do projeto europeu’, promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE).

Até domingo, o congresso da COMECE reuniu mais de 350 representantes dos vários Estados-membros, não só da Igreja Católica e várias confissões cristãs, mas também responsáveis políticos, deputados, embaixadores e figuras do mundo académico e da sociedade civil.

O Papa apontou o dedo a um “um certo preconceito laicista” que não entende o valor positivo da religião, “preferindo restringi-la a uma esfera meramente privada e sentimental”. “Encontram assim terreno fértil em muitos países as formações  extremistas e populistas que fazem do protesto o coração da sua mensagem  

 

 

política, sem todavia oferecer a alternativa de um construtivo projeto político”, advertiu.

Francisco evocou a herança cristã na Europa, hoje em dia marcada por uma pluralidade de culturas e de religiões, recordando a figura de São Bento, para quem “não existem funções, existem pessoas”. “É justamente este um dos valores fundamentais que o cristianismo trouxe: o sentido da pessoa, constituída à imagem de Deus”, precisou.

O Papa sublinhou que, nesta perspetiva, a Europa não é um somatório de números ou de instituições, mas “é feita de pessoas”. “A comunidade é o maior antídoto aos individualismos que caracterizam o nosso tempo, à tendência difusa hoje no Ocidente de se conceber e viver na solidão”, prosseguiu.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Francisco condena «loucura homicida» do terrorismo

 

 

 

 

Papa desafia cristãos a devolver «alma» à Europa, rejeitando extremismos

 

 

 

Convite à participação na 1ª Caminhada Solidária Pela Vida em Aveiro

António Manuel Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro

 

Convido toda a Diocese a participar na 1ª Caminhada Solidária pela Vida, que se realizará no dia 4 de novembro, às 16.00h., no Cais da Fonte Nova, em Aveiro, iniciativa que se associa à jornada nacional da Caminhada Pela Vida, que ocorrerá, também, em Lisboa e no Porto.

Sob o lema «Toda a vida tem dignidade», esta Caminhada, que ocorrerá, pela primeira vez, em Aveiro, propõe-se manifestar, publicamente, que é dever de todos e de cada um cuidar da vida humana em todas as suas fases e condições, permitindo dar, deste modo, um sinal alegre e vivo de que as gentes de Aveiro cuidam, com dedicação e carinho, de todos os seus. Bem recorda o Papa Francisco que «um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento.» (Evangelii Gaudium 213).

Atendendo ao cariz solidário conferido a esta iniciativa, todos os donativos oferecidos pelos participantes permitirão apoiar a ADAV Aveiro – Associação de Defesa e Apoio da Vida , uma IPSS de iniciativa de cidadãos que, desde 2000, se dedica a ajudar jovens mães de toda a região de Aveiro e respetivos bebés e famílias e defender a dignidade da vida humana, em todas as suas fases e condições.

Nos últimos 8 anos (2010-2017), a ADAV – Aveiro apoiou 242 grávidas, 14 delas menores de 18 anos e 553 famílias com filhos até 3 anos. Este apoio

 

 

 

 

 foi dado não só em géneros alimentícios, leite para bebés, fraldas e roupa, mas também em apoio jurídico, apoio de dentista e de preparação para o parto. Foram apoiadas 1323 crianças.

Em tempos de desafio, em que a vida parece reduzida à condição de descartável ou menos digna de ser vivida quando marcada pela fragilidade, a participação nesta 

 

 

caminhada solidária pela vida será um sinal da unidade de todos em defesa de todos, sem abandono de ninguém. Nesta caminhada como na caminhada da vida, ninguém deve ser deixado para trás. Todos merecem o cuidado, conforto e acompanhamento dos outros. Fazermo-nos próximos é um dever de todo o cristão a quem, por isso, convoco para esta iniciativa que se propõe fins tão nobres.

 

Cardeal-patriarca apoia «Caminhada pela Vida»

 

 

 

Estão vivos os meus mortos!... 

  Paulo Rocha   
  Agência ECCLESIA   

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

Ao longo do dia, a procura de algumas ideias para partilhar na “Semana de…” foi acontecendo à medida que se repetiam imagens de violência desumana em muitos ecrãs, destes dias… Confesso que, mais do que escrever a “Semana de…”, fiquei com “vontade de…”

Um ou dois passos atrás, três segundos para pensar e é melhor voltar à “Semana de…”, cuidando de um quotidiano feito de pessoas concretas, familiares, amigos e colegas, de situações bem reais onde cada um tem de dar o seu melhor, construir “passo-a-passo”, na certeza de que viver é “fazer juntos um caminho”. E, afinal, são essas dimensões da vida que merecem ser homenageadas, quando a morte nos separa de quem viveu e conviveu, foi parceiro ou adversário, capaz de construir a paz ou nunca tendo outra habilidade que não fosse semear ódio, negar toda possibilidade de construir o belo e de, em conjunto, ter a beleza num horizonte a desenhar.

Diante de tradições que tomam a vida como um susto e ridicularizam a morte, é necessário novamente dar uns passos atrás e parar. Não segundos, mas minutos, para fixar o sentido da vida e da morte, o princípio e o fim, o nascer e a glória. Porque é nesse todo que se tem de olhar a morte, os que morreram e já não estão num quotidiano feito de venturas e desventuras. Sobretudo quem é próximo. Os que me são próximos e me marcaram profundamente. Tanto que sou capaz de dizer “Estão vivos os meus mortos”. E digo-o com o padre João Aguiar Campos que tantas vezes o diz a respeito dos que já partiram e estiveram/estão na sua vida. É esse texto que transcrevo porque, referindo-se à morte, diz tudo sobre a vida. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nunca me despedi completamente: o amor não deixa…

Quem ama pode ausentar-se, boiar por uns tempos na neblina e no silêncio, ou acampar provisoriamente no deserto. Mas despedir-se…

Quem ama é incapaz de se despedir completamente. Por isso diz «Volto já», «É por pouco tempo», «O tempo passa depressa», «Vou escrever ou telefonar centenas de vezes ao dia», «Vou estar sempre a pensar em ti».

Às vezes parece que pelo menos a faca da morte corta tudo o que se teve ou viveu. Mas não. A morte apenas separa, não mata.

Lavo-me, por isso, na água da saudade e da espera; procuro vozes e risos que guardei intactos; aspiro o perfume do vapor onde ferveram conversas e sonhos; aconchego-me a uma camisola sem corpo, como se nela habitassem ainda os braços que me abraçaram.

Estão tão vivos os meus mortos!...

Padre João Aguiar Campos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Diocese de Viana do Castelo 2017 está a celebrar os seus

40 anos de fundação desta e começa hoje a viver um

Ano Jubilar, com a abertura da Porta Santa na Sé.

O aniversário está em destaque nesta edição

do Semanário ECCLESIA, com uma entrevista

ao bispo da diocese do Alto Minho,

D. Anacleto Oliveira, e um retrospetiva histórica

sobre o momento que levou à decisão

do Papa Paulo VI em 1977. Um trabalho realizado

em colaboração com o Semanário ‘Notícias de Viana’.

A 3 de novembro de 1977, Paulo VI erigiu canonicamente

a Diocese de Viana do Castelo, no território que constitui

o Distrito de Viana, separando-a da Arquidiocese de Braga,

pela Constituição Apostólica ‘Ad aptiorem populi Dei’.

A área da diocese, com 2255Km2, coincide com território civil

do distrito de Viana do Castelo, contando 291 paróquias

e uma população de 241 mil habitantes,

dos quais 216 900 são católicos (89,88%).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Celebrar uma Diocese adulta

A Diocese de Viana do Castelo assinala os seus 40 anos de criação, data que vai ser comemorada através de um programa que se prolonga até 2020. D. Anacleto Oliveira aborda à Agência ECCLESIA os principais motivos e desafios que se colocam à Igreja Católica no Alto Minho, projetando o futuro de uma diocese que se quer adulta.

Entrevista conduzida por Carlos Borges

 

 

Agência ECCLESIA (AE) – A Diocese de Viana assinala o seu 40.º aniversário com um ano jubilar. Espera que este seja um tempo propício essencialmente para quê?

D. Anacleto Oliveira (AO) – Para nos alegrarmos, em primeiro lugar, e para agradecer. Muita gente é capaz de perguntar porque os 40 anos e não os 50? Para quem conhece a Bíblia, 0 número 40 é o número por excelência. Nos 40 anos do Povo de Deus no deserto, foi aí que se construíram as bases de existência do Povo de Israel. A meu ver, é algo que tem a ver com a própria existência humana e, revendo a história da diocese, estamos a chegar a uma idade em que finalmente se adquiriu uma idade adulta, isto é, tem pessoas, tem estruturas que se foram construindo lentamente, tem já muito um sentido

 

 diocesano. Por isso, pareceu-me muito oportuno que déssemos uma importância especial a esta celebração dos 40 anos, como ponto de chegada, até porque passamos pelo período mais atribulado – comparando com a existência humana, do nascimento e do crescimento – e estamos numa idade em que começam a aparecer problemas novos, uma certa monotonia, e precisamos de revitalizar a diocese e preparar uma fase nova da sua existência.

 

AE - A Carta Pastoral «Somos Igreja que Agradece» é apresentada como voluntariamente pastoral e instrutivamente bíblica. Porquê?

AO – Agradecer é, talvez, dos verbos que aparece mais na reflexão bíblica, dar graças. Eu considero uma das expressões mais belas da fé, que, em si, é uma graça. Parte de Deus, que toma a iniciativa.

 

 

 

Se é uma das formas mais belas de viver a fé, é evidente que através da gratidão, expressa de diversas maneiras, nós estamos a realizar algo que faz de nós mais Igreja, mais Povo de Deus. A Igreja é mais Igreja na medida em que dá graças a Deus por aquilo que recebe dele.

 

AE – É neste sentido que se vai abrir uma Porta Santa da Gratidão?

AO – A Porta Santa é uma novidade, porque até ao Jubileu da Misericórdia 

 

só existia em Roma. Como o Santo Padre, o Papa Francisco, deu oportunidade de, em cada diocese, haver uma ou várias portas santas. Por acaso, tínhamos uma porta que não estava aberta, habitualmente, e aproveitamos a oportunidade para a embelezarmos e para lhe darmos outra dimensão. É evidente que, sendo uma Porta Santa, e celebrando um ano jubilar, eu diria, um ano santo, ao nível diocesano, nada mais normal do que, simbolicamente, abrirmos a porta, durante todo o ano.

Posso comunicar que já temos a promessa da possibilidade de indulgência plenária, por parte de Roma. Teremos as mesmas graças que são concedidas à Igreja em Ano Santo. Daí essa porta que é aberta no  primeiro dia do ano jubilar e será fechada no último dia.

 

AE - A diocese é convidada a agradecer e a fazer memória durante este ano em particular. Quem é que se destaca neste percurso?

AO – Nós celebramos este ano jubilar com um programa pastoral que está muito concentrado nesta palavra, agradecimento, mas sempre sob o impulso de figuras marcantes para a existência da diocese. Nós 

 

 

 

privilegiamos duas figuras.

Uma, a do Beato Paulo VI, porque foi ele o criador da diocese e é um Papa pelo qual vai crescendo a admiração, que teve uma vida muito bela e, simultaneamente, muito atribulada. É o Papa do Concílio, da renovação da Igreja, dos novos tempos. Para nós é uma graça termos sido criados como diocese por alguém que tem um papel tão importante na vida da Igreja, que já foi beatificado. Sabemos que o Papa Francisco tem uma grande admiração por ele, esperamos que seja em breve também canonizado. Nunca tendo

 

estado aqui, é uma figura que acaba por marcar, é o pai, aquele que deu o impulso para que a diocese fosse diocese.

Cerca de 450 anos antes, temos a outra figura: o Beato Bartolomeu dos Mártires, que temos a graça de estar sepultado entre nós. Foi uma figura que deu um impulso enorme para que o Alto Minho seja hoje uma diocese, ele investiu aqui muita da sua atividade pastoral. Amou profundamente Viana, de tal maneira que nos últimos anos da sua vida, depois de ter sido dispensado dos seus afazeres arquiepiscopais em Braga, escolheu Viana, o convento que ele próprio mandou construir, para passar os últimos oito anos de vida e para ficar sepultado. Por sua vontade.

Eu considero-o o primeiro bispo de Viana, porque efetivamente foi bispo de Viana sendo arcebispo de Braga, e até agora o único a estar sepultado aqui. É uma figura muito importante para nós, também pela sua atividade pastoral, que é muito semelhante à do Papa Paulo VI, mutatis mutandis. É também um padre do Concílio, reformador, como foi o Concílio de Trento, participou na última sessão, teve intervenções muito duras, humanamente, em ordem à reforma

 

 

 

e à renovação da Igreja, e teve de sofrer muito por causa disso, também. De certo modo, é um mártir da renovação que ele próprio impulsionou, naturalmente guiado por Deus e pelo Espírito Santo.

Estas são duas figuras que, não fazendo propriamente parte da diocese, devido ao papel que tiveram na história da Igreja no Alto Minho, devido ao seu perfil, merecem da nossa parte uma reflexão, uma consideração e uma imitação. São pessoas que continuam a alimentar a diocese.

 

AE - Frei Bartolomeu dos Mártires é um beato cada vez mais conhecido na diocese? A sua canonização neste ano jubilar seria ouro sobre azul?

AO – Eu ainda tenho uma esperança maior: que sejam os dois [Frei Bartolomeu e Paulo VI]. Nós vamos recebendo informações do que se está a passar com os processos. Em relação a Bartolomeu dos Mártires houve uma pausa, houve dificuldades, porque as coisas já deveriam estar resolvidas, em princípio.

O Papa manifestou a D. Jorge Ortiga (arcebispo de Braga) um desejo muito grande de ser ele a canonizá-lo, porque entretanto conheceu a figura,

 

e as coisas estão a processar-se no sentido de ser canonizado neste ano pastoral. Claro que seria ouro sobre azul. Será então um motivo para darmos mais graças a Deus.

 

AE - Vão também fazer memória do primeiro bispo da diocese, D. Júlio Tavares Rebimbas, com a transladação dos restos mortais. Porque este gesto, qual o seu significado?

AO – Em primeiro lugar, como primeiro bispo da diocese – embora tenha falecido como bispo do Porto -, ele tem o direito de estar sepultado na catedral diocesana, é um direito que lhe cabe. Sabemos, também através de testemunhos de pessoas que conviveram com ele, que manifestou esse gosto, esse desejo, de um dia ser sepultado em Viana do Castelo.

Quando faleceu, em 2010, é claro que não estávamos preparados para isso. Deixamos passar este tempo, à procura de uma oportunidade que nos parecesse mais significativa. Então, nada melhor do que isso acontecer nos 40 anos, quando a diocese atinge a idade adulta que ele próprio ajudou a criar – com o seu entusiasmo, a sua simplicidade, o seu amor a esta diocese.

Acho que tem um sentido enorme

 

 

 

 

 

 

isso acontecer neste ano jubilar, e queremos D. Júlio Tavares Rebimbas mais junto de nós, ele que agora está junto de Deus. A trasladação acontece num dia muito significativo, no dia litúrgico em que ele tomou posse da diocese, em que ele realmente se tornou bispo da diocese, na festa da Epifania do ano de 1978. Está tudo programado para que nesse dia ele volte a ser recebido na diocese onde entrou há 40 anos.

 

AE - O ano jubilar começa também com uma ordenação sacerdotal e duas diaconais. Qual a importância das ordenações e que testemunho representam para os jovens?

AO – Para qualquer diocese, a ordenação de um sacerdote é sempre um acontecimento de relevo. A diocese vive de Cristo-sacerdote, vive também daqueles que participam no sacerdócio ministerial de Jesus Cristo. É sempre um momento alto.

Graças a Deus, desde que estou aqui todos os anos tem havido ordenações sacerdotais, não em grande número, poucos, mas bons. É um acontecimento interessante, até porque esta ordenação teve de ser adiada e acaba por ser uma coincidência agradável.

 

 

 

 

Já a ordenação dos diáconos acontece no dia habitual, no último dia da Semana da Diocese. É um acontecimento que vem dar um relevo ainda maior à vida diocesana, à comemoração dos 40 anos e certamente que atrairá muitos mais cristãos à celebração de domingo, na Catedral.  

 
 

 

 

AE - Os Jotas de Viana são conhecidos no país. Como é que os jovens estão a viver a preparação para o Sínodo dos Bispos de 2018?

AO – Uma das coisas belas que eu encontrei aqui em Viana, quando para cá vim, foi a participação habitual e às vezes com sacrifícios, de jovens, nas Jornadas Mundiais da Juventude. Há aqui jovens que chegam de umas e começam a preparar as seguintes, porque precisam de meios monetários e outras coisas. Mesmo que sejam em datas de inverno, como serão as próximas (Panamá, 2019), sei que há jovens que farão tudo por tudo para estar lá.

Agora vem um Sínodo que nos alarga os horizontes e sei que os nossos jovens já estão a participar, em diversos grupos, na reflexão sobre a pastoral juvenil. É um Sínodo 

 

extremamente oportuno, porque se há faixa etária para a qual a Igreja precisa urgentemente de olhar, e de olhar muito, é para os jovens, incluindo já aí os adolescentes e pré-adolescentes. Estão na fase de passagem e é uma idade fulcral para a existência humana, a existência cristã. O futuro da Igreja, já o presente, depende muito da participação ativa desses jovens.

 

AE - As Constituições finais do Sínodo de Viana, um acontecimento-charneira, foram anunciadas a 8 de janeiro de 2006. Que caminho fez a diocese e o que falta fazer?

AO – O Sínodo foi, antes de mais, um acontecimento-charneira, porque nessa altura houve, isso é dito explicitamente, a consciência de que a diocese estava a chegar a uma idade juvenil, prestes a tomar nas suas 

 

 

 

 

próprias mãos o seu destino, a caminhar por si própria. Ou seja, estava-se a atingir um auge em que se precisavam de projetar novos caminhos, em relação ao futuro. Houve a proposta de diversas temas, oito, e – para minha surpresa, hoje – os cristãos da diocese escolheram os temas fundamentais para a existência da Igreja: A formação, a celebração e a comunhão. São os três pilares da Igreja.

Foi interessante, para mim pessoalmente significa que houve já ali a voz de Deus, a inspiração do Espírito Santo. Aí foram lançadas uma série de propostas, algumas das quais foram assumidas – varia muito de paróquia para paróquia, de zona para zona.

Essas propostas tiveram aceitação variada, não perderam em nada a sua atualidade, porque são temas nucleares, temas fundamentais para a existência de uma Igreja diocesana. Temos de continuar a insistir nelas.

Uma ou outra teve uma aceitação muito rápida e entretanto arrefeceu um bocadinho, por exemplo a nível da formação. Neste momento estamos a passar por uma certa crise, porque não é o modelo de formação que é preconizado pela Igreja, pelo Papa Francisco; antes era uma formação um tanto ou quanto  

 

académica, intelectual, enquanto hoje percebemos que a formação tem de ser integral, não pode ser apenas uma aquisição de conhecimentos. Têm de ser conhecimentos postos em prática, isso é que é uma formação completa. São temas que precisam de ser agora revistos, reatualizados, perante as novas necessidades que se notam na Igreja universal. É nessa linha que queremos que essas propostas sejam revitalizadas, com a energia própria do que consideramos fundamental para a Igreja de hoje.


 

 

 

 

 

 

AE - A palavra “periferia” continua a estar na ordem do dia, na Igreja e na sociedade. A diocese sente-se periférica? E a sociedade vianense em relação aos centro de decisão?

AO – A periferia tem muitos significados. Geograficamente, somos periféricos, é lógico, estamos na ponta do país. Quando o Papa veio cá, todos os bispos o queriam na sua diocese, e eu disse: “O Papa privilegia os lugares periféricos e um dos lugares periféricos é Viana do Castelo”.

Acho que, talvez as dioceses do interior, por outras razões, sejam mais periféricas. Em Viana, sentimos o problema da desertificação mais nos concelhos do interior. Em Viana, a população não tem descido, tem aumentado ligeiramente. Ponte de Lima também, Vila de Nova de Cerveira.

Não nos consideramos periféricos

 

 

no aspeto eclesial, longe disso, sentimo-nos perfeitamente integrados na Igreja portuguesa, damos tanta importância a Viana como damos a qualquer diocese do país.

 

AE - Como é que a Igreja acompanha a realidade da sociedade onde está inserida? Tivemos estes anos de crise económica, social, desemprego, emigração. Ou há uns anos, por exemplo, como acompanhou o caso dos Estaleiros de Viana?

AO – É claro que eu vou tentando informar-me, neste campo da Economia, com muitas ramificações. Sei que depende muito, de concelho para concelho, mas em Viana do Castelo tem havido um crescimento superior ao do resto do país. É evidente que estamos atrasados, mas tem havido um investimento muito grande em criar novos postos de 

 

 

 

trabalho, em trazer para aqui novas unidades fabris. A crise por que se passou, com o fim dos estaleiros, eu penso que está superada. É a impressão que tenho. Graças também aos responsáveis civis.

Há outros aspetos, sempre sob o ponto de vista económico, que nos dão uma certa esperança, que é o florescer do turismo, a descoberta do turismo rural. O Minho, sem desprimor para as outras zonas do país, para mim é a zona mais bela para passarmos férias, para nos divertirmos. Mesmo sob o ponto de vista agrícola, o vinho verde está com um impulso enorme.

 

 

O futuro parece risonho, mas é evidente que continua a haver gente pobre, gente miserável, a viver na rua, nomeadamente na cidade de Viana. Isso exige uma atenção especial, mas tenho uma visão muito esperançosa em relação ao futuro desta zona do país.

Compete à Igreja ajudar naquilo que lhe é próprio, porque, embora em campos diferentes, a sociedade civil e a sociedade religiosa completam-se. O que é importante é que os responsáveis saibam cooperar e, graças a Deus, de modo geral a cooperação é muito boa.

 

 

 

 

AE - Que competências e obstáculos, se podemos colocar a pergunta desta forma, encontra nas comunidades católicas desta diocese?

AO – Há o problema da desertificação, de que falei há pouco, do interior, onde o número de crianças e de jovens está reduzido a zero, nalguns lugares, com muita gente no verão. Nessa altura há festa por todos os cantos e as aldeias transformam-se completamente, com a chegada dos emigrantes. Agora, a residir 

 

permanentemente... No futuro, eu diria que mesmo os jovens que se estão a formar vão sair. Hoje qualquer jovem tem a hipótese de tirar um curso superior e não vão voltar para a aldeia enfiada lá no alto da serra, porque lá não têm hipóteses de poder exercer a sua profissão. Esse é um aspeto que nos preocupa um bocadinho.

Noutras comunidades, nota-se, a impressão que tenho é que está a surgir uma nova geração que se impõe 

 

 

 

 

nas suas paróquias, com uma vida nova, uma vida ativa. A nossa principal preocupação é ultrapassar um certo pessimismo que se instaurou sobretudo nalguns sacerdotes, que viveram sobretudo num tempo de Cristandade, aqui em cima. Esses tempos estão a desaparecer: estou a lembrar-me de uma paróquia com 70 habitantes onde todos os domingos há 70 pessoas na Missa, mas é uma exceção.

A minha preocupação é aproveitar aquilo que há de bom, de muito bom, e novos sinais de vitalidade, nomeadamente até os que vêm de fora, como os Caminhos de Santiago. A sociedade vem-nos mostrando que há muita gente sedenta de Deus, do sobrenatural. É preciso passar deste desencanto que se apoderou de alguns sacerdotes mais idosos para aproveitar o mínimo que houver numa perspetiva positiva. Já há párocos que estão a trabalhar muito bem, neste sentido.

Dando um exemplo: a catequese familiar. Para nós é uma honra, porque ela nasceu em Viana e coincidiu com a minha chegada à diocese. O padre Vasco Gonçalves [atual chefe de 

 

gabinete do bispo de Viana] trouxe esse modelo para o nosso país. Estou convencido que esse é o melhor modelo de catequese de infância, já consagrado pela Conferência Episcopal, e há aqui paróquias que já o adotaram e estão a funcionar bastante bem.

Outro ponto que me preocupa e onde temos de avançar muito são as chamadas unidades pastorais. Nós temos muitas paróquias pequeninas, que não têm mais de 50 habitantes, logo, não podem ter um pároco nem no futuro poderão ter aqueles serviços que são habituais em cada paróquia, inclusivamente a Missa dominical. Isso cria dificuldades, porque ainda há um bairrismo entre as pessoas, apesar de isso estar ultrapassado a nível escolar. A nível religioso demora mais tempo e é preciso haver sacerdotes que queiram trabalhar em equipa, que queiram completar-se mutuamente. É uma preocupação que temos, algo em que temos de investir, porque se não nos unirmos mais, a diocese não terá futuro.

 

 

 

AE – Que diálogo existe entre o projeto diocesano e a religiosidade popular que existe muito, ainda, no Alto Minho?

AO – A nossa preocupação é “cristianizar” as expressões de religiosidade popular, uma preocupação que já vem de longa data. Aliás, um dos maiores especialistas do país é de Viana, o padre José da Silva Lima. Ele partiu exatamente pela experiência pastoral que fez como pároco. O que a Igreja propõe é realçar, reforçar os aspetos positivos que tem a religiosidade popular.

Um exemplo: as pessoas estão muito mais abertas àquilo que a gente lhes transmite quando saem do seu canto e se concentram num santuário. Ninguém as obriga, reúnem-se espontaneamente, e se a gente lhes fala ao coração, aceitam com facilidade, estão muito mais sedentas. O próprio Papa Francisco realça isso, quando fala da religiosidade popular, que se sentava a observar as expressões que via nas pessoas.

Esse é um bem, se as pessoas vão à procura de Deus, à procura do sobrenatural, à procura de sentido para a sua vida, temos de aproveitar para lhes falar, nessas alturas, 

 

porque estão especialmente recetivas.

Não está no nosso programa pastoral dedicar-nos apenas a este tema, que é um tema transversal a tudo. Falamos de formação, falamos de celebração. É evidente que em tudo isso temos de ter presentes as pessoas, com uma religiosidade com formas tradicionais que são muito ricas.

 

AE – Como é a presença católica na produção cultural que se faz aqui no território?
AO
 – É uma presença incentivada, embora talvez pudesse ser mais. Por exemplo, a Escola Teológica está a organizar, pelo segundo ano, a semana de estudos teológicos em cooperação com a escola superior de enfermagem. É um sinal de cooperação entre entidades que querem atingir a mesma coisa.

 

AE – O ano jubilar vai terminar daqui a um ano, 24 de novembro de 2018. O que é que espera deste caminho?

AO – Este é um ano jubilar inserido num projeto pastoral de três anos. Uma Igreja que agradece não se pode fechar em si própria, agradecer significa viver a fé com mais intensidade, enriquecer-se na sua 

 

 

 

energia cristã, e depois passar para fora.

O segundo ano deste projeto vai ser dedicado à evangelização; a Igreja tem depois de saber acolher no seu seio aqueles que evangeliza, para que ela cresça e produza novos evangelizadores. Não é um programa fixo, é um projeto, ser uma Igreja que é verdadeiramente mãe.

Para a evangelização, escolhemos o padroeiro secundário da diocese, São Teotónio, o primeiro santo português e que nós consideramos um filho de Viana. Ele será o nosso modelo.

O terceiro ano será sobre a companhia daquela que é a padroeira principal da diocese, Nossa Senhora, sob a invocação de Santa Maria Maior, a da catedral.

 

 

AE – Uma última pergunta: como é que é ser bispo de Viana do Castelo?

AO – É uma alegria. A sério, é uma alegria. Confesso que não conhecia nada de Viana, vim aberto a tudo. Naturalmente, tem havido problemas, como é normal em cada diocese, não há ninguém que os não tenha, mas no fundo sinto-me muito realizado aqui, como bispo, porque vejo que sou bem acolhido. Eu amo profundamente estas pessoas e elas sabem isso. É uma ocasião para desafios muito grandes, sob o ponto de vista cristão.

Uma das coisas que aprendi como bispo, aqui em Viana, é que temos de dar tempo ao tempo. 

 

 

AE – Uma última pergunta: como é que é ser bispo de Viana do Castelo?

AO – É uma alegria. A sério, é uma alegria. Confesso que não conhecia nada de Viana, vim aberto a tudo. Naturalmente, tem havido problemas, como é normal em cada diocese, não há ninguém que os não tenha, mas no fundo sinto-me muito realizado aqui, como bispo, porque vejo que sou bem acolhido. Eu amo profundamente estas pessoas e elas sabem isso. É uma ocasião para desafios muito grandes, sob o ponto de vista cristão.

Uma das coisas que aprendi como bispo, aqui em Viana, é que temos de dar tempo ao tempo. 

Bispos de Viana do Castelo

Ao celebrarmos os quarenta anos da fundação da nossa Diocese, o Sr. D. Anacleto, Bispo Diocesano, convida-nos a «dar graças a Deus». Respondendo ao seu convite, damos graças a Deus pelos muitos dons que concedeu e concede a esta Igreja Particular, através de tantos rostos que estiveram na sua origem e na sua estruturação ao longo destas quatro décadas. Damos graças a Deus, em concreto, pelos Bispos que, ao longo destes anos, marcaram e marcam a vida desta Igreja.

 

D. Júlio Tavares

Rebimbas (1977-1982)

D. Júlio Tavares Rebimbas nasceu na freguesia de S. Mateus de Bunheiro, concelho da Murtosa, a esse tempo Diocese do Porto, em 21 de janeiro de 1922. Foi ordenado Presbítero em 29 de junho de 1945, em Pardilhó. Em 1946, foi nomeado Pároco de Avelãs de Cima e Avelãs de Caminho, em Anadia. Em 21 de outubro de 1949, tornou-se Pároco de Ílhavo. Em 1959, foi nomeado Vigário Geral da Diocese de Aveiro. No mesmo ano, foi nomeado monsenhor pelo Papa João XXIII.

Em 27 de setembro de 1965, foi eleito, por Paulo VI, Bispo do Algarve, tendo tomado parte na última sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II. A 26 de dezembro do mesmo ano, foi ordenado Bispo.

No dia 01 de julho de 1972, foi eleito Arcebispo de Mitilene e Auxiliar do

 

 

 

 

Cardeal Patriarca de Lisboa. Em 03 de novembro de 1977, foi escolhido pelo Santo Padre Paulo VI para primeiro Bispo da Diocese de Viana do Castelo, tomando posse no dia 8 de janeiro do ano seguinte, Solenidade da Epifania do Senhor.

Em 12 de fevereiro de 1982, foi nomeado Bispo do Porto, tomando posse no dia 02 de maio de 1982. No dia 31 de junho de 1997, com a nomeação de D. Armindo Lopes Coelho para Bispo do Porto, foi aceite a sua resignação como Bispo do Porto. Faleceu no dia 6 de dezembro de 2010.

 

 

D. Armindo Lopes
Coelho(1982-1997)

D. Armindo Lopes Coelho nasceu a 16 de fevereiro de 1931, em Regilde (Felgueiras), distrito do Porto. Foi ordenado sacerdote a 1 de agosto de 1954. Frequentou a Universidade Gregoriana, em Roma, até 1959, tendo-se licenciado em Filosofia (1956) e em Teologia (1958).

Em 1959, foi nomeado Prefeito e Professor do Seminário do Porto, onde lecionou até 1974.

Em 1970, foi nomeado Vice-

Reitor do Seminário Maior do Porto, com exercício pleno da Reitoria, 

 

 

e em 1975 foi nomeado Reitor, função que exerceu até 1979, data em que foi nomeado Bispo Titular de Elvas e Auxiliar do Porto. Recebeu a Ordenação Episcopal em 25 de março das mãos de D. António Ferreira Gomes, então Bispo do Porto.

Em 27 de setembro de 1982, foi nomeado Bispo da Diocese de Viana do Castelo, tendo tomado posse em 8 de dezembro de 1982.

Em 1991, foi encarregado de fazer

 

 

 

a Visita Apostólica aos Seminários da Província Bracarense, por parte da Congregação para os Seminários e Universidades. A 13 de junho de 1997, foi nomeado Bispo do Porto, tendo tomado posse da Diocese em 29 de julho. A resignação ao cargo foi aceite por Bento XVI a 22 de fevereiro de 2007, data em que D. Manuel Clemente foi nomeado como novo Bispo do Porto. Faleceu no dia 29 de setembro de 2010.

 

D. José Augusto Martins Fernandes Pedreira
(1997-2010)

D. José Augusto Martins Fernandes Pedreira nasceu em Gondomil, no concelho de Valença, distrito de Viana do Castelo, no dia 10 de abril de 1935. Entrou no Seminário de Braga em outubro de 1947 e foi ordenado Presbítero, na Sé de Braga, em 12 de julho de 1959.

Foi, depois, formador no Seminário Maior de Braga, diretor e professor do Colégio do Minho, em Viana do  Castelo e Professor da Escola do Magistério Primário, da Escola de Educadoras de Infância e da Escola de Enfermagem de Viana do Castelo (1975-1979). De 1978 a 1983, foi  

 

 

chancelersecretário da Cúria Diocesana e, em 1982, Promotor de Justiça do Tribunal Eclesiástico. Foi ainda PróVigário-Geral da Diocese.

No ano de 1971/72, esteve em Lisboa onde concluiu o curso do ISPA, tendo feito estágio de Psicologia na Fundação Gulbenkian.  Em 31 de dezembro de 1982, foi eleito Bispo Titular de Elvas e Auxiliar do Porto, tendo sido ordenado em Viana do Castelo, por D. Armindo Lopes 

 

 

 

 

 

Coelho, em 19 de março seguinte. A 29 de outubro de 1997, foi nomeado Bispo de Viana do Castelo, cargo onde se manteve até ao seu pedido de resignação e consequente nomeação de D. Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira, em 2010. É, atualmente, Bispo-Emérito de Viana do Castelo. 

 

D. Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira (Bispo de Viana desde 2010)

D. Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira nasceu a 17 de julho de 1946, na freguesia das Cortes, em Leiria, tendo frequentado o Seminário daquela Diocese.

Foi ordenado Presbítero no dia 15 de agosto de 1970. Ainda como seminarista, partiu para Roma, onde obteve as licenciaturas em Teologia Dogmática e Ciências Bíblicas.

Em Portugal, frequentou o Curso de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Doutorou-se, depois, em Exegese Bíblica, na Alemanha, mais concretamente na cidade de Münster, onde chegou a ser capelão de uma comunidade de emigrantes portugueses. 

Foi nomeado Bispo Auxiliar de Lisboa em 04 de Fevereiro de 2005, com o título de Aquae Flaviae. Recebeu a 

 

 

Ordenação Episcopal, no Santuário de Fátima, no dia 24 de abril do mesmo ano, pelas mãos de D. Serafim Ferreira e Silva, então Bispo de LeiriaFátima. No dia 14 de agosto de 2010, tomou posse como Bispo de Viana do Castelo, para a qual havia sido nomeado no dia 11 de junho. Na Conferência Episcopal Portuguesa, foi Presidente da Comissão Episcopal de Liturgia. Atualmente, faz parte do Conselho Permanente.

 

texto e fotos:: Notícias de Viana

 

 

Nascimento da Diocese do Alto Minho

No dia 03 de novembro de 1977, sua Santidade o Papa Paulo VI, pela Constituição Apostólica Ad aptiorem populi Dei, separando da Arquidiocese de Braga o território que constitui o distrito de Viana, erigiu canonicamente a Diocese de Viana do Castelo.

D. Júlio Tavares Rebimbas, um Pastor bem testado, como Pároco e Vigário Geral, em Aveiro, e, como Bispo, residencial no Algarve, e, até então, Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa, com o título de Arcebispo de Mitilene, foi o escolhido para lançar mãos à obra de dar identidade e corpo à nova Igreja local.

Separado o território era necessário executar na prática o documento papal, de acordo com a seu próprio articulado. A Santa Sé encarregou Mons. Ângelo Felici, Núncio Apostólico em Portugal, de levar a cabo a tarefa, tendo o  Bispo eleito de Viana apresentado o Mons. Daniel José Machado Júnior, então, Vigário Episcopal, Arcipreste de Viana do Castelo e Pároco de Monserrate.

Na Constituição Apostólica, o Santo Padre, depois de justificar a criação da nova Diocese ? ajudar com melhores auxílios o povo de Deus na sua caminhada eclesial e promover

 

 

 com mais eficácia a ação pastoral a desenvolver no seu meio ? e fundamentar a Sua decisão nos pareceres obtidos da Conferência Episcopal Portuguesa e na Nunciatura Apostólica, determinou que é criada a Diocese de Viana, separando da de Braga o território correspondente ao distrito de Viana do Castelo; que a sede episcopal está na cidade de Viana e a igreja de Santa Maria Maior é a Catedral; que a Diocese e o seu Bispo são, respetivamente, sufragâneos da Sé Metropolitana de Braga e 

 

 

 

 

do Metropolita Bracarense; que à nova Diocese pertencem, como fonte de receitas, os emolumentos da Cúria, as ofertas livres dos fiéis e, de acordo com o cânon 1 500 do Código Direito Canónico, a parte dos bens que, até agora ligados a Braga, lhe dizem respeito; que seja constituído o Cabido, porém, “entretanto, em lugar dos membros daquele”, se escolham “Consultores Diocesanos que auxiliem o Bispo com o seu conselho e ação”;

 

 que para o “regimen” e administração da nova Diocese, bem como para a eleição do Vigário Capitular, direitos e deveres dos fiéis, se observem as leis canónicas; que a construção do Seminário e a educação dos alunos sejam feitos de acordo com os documentos da Santa Sé; que quanto aos Sacerdotes com nomeação anterior, fiquem incardinados na Diocese “em cujo adictos” àquela território detêm benefício ou ofício 

 

 

 

eclesiástico”; e que os outros Sacerdotes, Clérigos e alunos do Seminário sejam considerados adictos “àquela onde legitimamente vivem”. E acrescenta: “Ordenamos finalmente que todos os documentos e atas de qualquer modo respeitantes à Diocese de Viana do Castelo sejam transferidos pela Cúria Bracarense para a aquela, que os guardará religiosamente no Arquivo”. Por último, prescreve que o executor desta Constituição é o Senhor Núncio

 

Apostólico “ou um sacerdote delegado por ele”, e recorda os seus deveres, manifestando o desejo de “que esta Constituição Apostólica seja e venha a ser eficaz, quer agora quer no futuro, não obstante quaisquer disposições em contrário”.

 

A criação da Diocese de Viana do Castelo foi acolhida pelos cristãos do Alto Minho, à volta do seu novo Pastor, com estrondosa explosão de alegria e com manifesta e sentida gratidão, 

 

 

 

 

 

 

em expressões de veneração e comunhão com a Sé de Pedro.

Uma das preocupações do primeiro Bispo de Viana - conhecedor das dificuldades sentidas por ocasião da criação de outras dioceses irmãs -, era que, antes da sua tomada de posse, tudo o que se relacionava com a divisão dos bens, móveis e imóveis, entre as duas dioceses, estivesse ultimado, incluindo a própria casa episcopal.

Porque em Igreja se vive e trabalha em comunhão, todas as instituições envolventes (Congregação para os Bispos, Nunciatura Apostólica, Arquidiocese de Braga e Diocese de Viana do Castelo) e seus configurantes jurídicos e eclesiais trabalharam de boa fé em verdadeira expressão de comunhão de Igreja, cedendo de parte-a-parte, até chegarem àquilo que fora a proposta despretensiosa, mas razoável, do Bispo de Viana:  “ficam a pertencer, em posse plena, à nova Diocese de Viana do Castelo  

 

todos os bens que, à data da sua erecção canónica, estejam na posse ou no uso da Arquidiocese de Braga, da Mitra de Braga, ou dos Seminários de Braga, ou de outras Instituições Arquidiocesanas e fiquem situados dentro dos limites da nova Diocese de Viana do Castelo”.

Assim aconteceu. Depois de uma fecunda correspondência epistolar, algumas outras propostas alternativas, muita reflexão e alguns recursos, a Nunciatura Apostólica, em 24/07/1978, e a Arquidiocese de Braga, em 02/08/1978, informavam o Senhor D. Júlio Tavares Rebimbas acerca da aceitação definitiva da sua proposta e da autorização da Santa Sé, para outorgarem as respetivas escrituras.

A entrada solene e tomada de posse do primeiro Bispo da nova Diocese ocorreram no dia 08 de Janeiro de 1978. Foi um dia de festa para Viana do Castelo.

Diocese de Viana do Castelo

 

Já nessa altura me empenhei na questão e, suponho, do modo mais adequado. Procurando reconhecer essa liberdade e de pensar de forma diferente, mas cada um manter a sua identidade. Ia a encontros onde se defendia a criação [da Diocese de Viana] e ia a outros onde se defendia o contrário. Procurava estabelecer pontes.

D. Francisco Maria da Silva [ndr: arcebispo de Braga na altura] sabia deste trabalho todo que eu realizava. Não lhe contava os pormenores, mas sabia que ia a essas reuniões. Tentava ser ponte para ultrapassar questiúnculas. Tenho experiências maravilhosas desse período.

D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga

 

 

Abertura da Semana da Diocese junto a Frei Bartolomeu dos Mártires

D. Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo, presidiu à abertura solene da Semana da Diocese, na igreja de São Domingos, onde está sepultado 

 

o Beato Bartolomeu dos Mártires.

Na sua homilia, D. Anacleto Oliveiro falou às crianças presentes, para lhes falar no “lugar muito especial” 

 

Apelo a todos os diocesanos, sacerdotes, religiosos e religiosas e restantes fiéis a que participem neste programa. Se possível com a presença física. Se não, ao menos com outras expressões de comunhão eclesial:

- A comunhão pela oração, pessoal, familiar e sobretudo comunitária, em celebrações eucarísticas ou outras, realizadas durante a semana da Diocese. Rezemos a oração composta para este ano jubilar (e seguintes), à disposição em vários formatos. E às intenções da oração dos fiéis da celebração eucarística juntemos preces específicas pela Diocese. A oração é para ela o pulmão imprescindível para respirar e viver.

- A comunhão pelos donativos materiais. Exprimem comunhão, por serem, na sua maioria, fruto do trabalho e, como tal, da vida dos cristãos, a vida que gastam pelos outros – a exemplo e com a graça de Cristo, que por nós entregou o seu Corpo na cruz e no-lo dá em cada Eucaristia. Daí a exortação de S. Paulo a que ofereçamos os nossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus (Rom 12, 1).

- A comunhão pela leitura e meditação dos mesmos textos, nomeadamente da Sagrada Escritura, que nos orientem sobre o sentido de Igreja e nos incentivem a participar na sua vida. Sugiro, nesse sentido, as passagens bíblicas que comento e em que mais me baseio na Carta Pastoral Somos Igreja que Agradece, escrita para nos ajudar a viver o ano jubilar.

Que o Senhor, em especial nessa semana, nos una na Igreja de que é Ele o verdadeiro Pastor, sob a proteção de S. Maria Maior, S. Teotónio e dos Beatos Bartolomeu dos Mártires e Paulo VI!

Viana do Castelo, 19 de outubro de 2017

D. Anacleto Oliveira

 

 

 

 

que ocupam no coração de Jesus. “Devemos também nós amar os outros, guardando-os no nosso coração", acrescentou, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.

No final da celebração, teve lugar uma visita à cela onde frei Bartolomeu dos Mártires, o “arcebispo Santo" viveu os últimos anos da sua vida.

Esta sexta-feira, dia da criação da Diocese, D. Anacleto Oliveira vai presidir na Sé de Viana, pelas 10h00, à celebração de abertura do Ano Jubilar, durante a qual será aberta a "Porta Santa da Gratidão".

Após a Missa realiza-se uma Assembleia Diocesana do Clero onde o padre José da Silva Lima vai refletir a Carta Pastoral ‘Somos Igreja que Agradece’.

No próximo domingo, às 

 

15h30, a Catedral recebe a celebração de ordenação de um sacerdote e de dois diáconos.

As comemorações dos 40 anos da criação da Diocese de Viana do Castelo vão ser vividas com diversas iniciativas e destaca-se a transladação dos restos mortais do primeiro bispo da Diocese, D. Júlio Tavares Rebimbas, a 7 de janeiro, “no mesmo dia litúrgico da sua entrada na diocese” e da solenidade da Epifania do Senhor.

 

 

 

Sonho de autonomia foi «fermento vivo que os séculos conservaram»

O padre Manuel Correia Quintas, de 83 anos, foi uma figura essencial no processo de criação da Diocese de Viana do Castelo, e destaca um território cuja “autonomia” já “estava na mente” das comunidades católicas locais ainda antes da oficialização da mesma, a 03 de novembro de 1977, por decreto do Papa Paulo VI.

Durante vários séculos, entre 1514 e 1977, o território eclesiástico que hoje é conhecido como a Diocese de Viana do Castelo, hoje com cerca de 250 mil habitantes distribuídos por 291 paróquias, esteve integrado na Arquidiocese de Braga, já depois de vários períodos de indefinição relativamente à sua pertença.

“Integrado, portanto, na Diocese de Braga, o povo alto minhoto foi assimilando, ponderando a aceitando que os bens poderiam ser de Tuy, de Ceuta, de Braga ou de outra qualquer terra desde que a autonomia de Viana continuasse a ser respeitada. E Braga respeitou”, realça o sacerdote numa entrevista ao jornal ‘Notícias de Viana’, integrada no 40.º aniversário da criação da Diocese de Viana do Castelo.

 

Desde cedo, o sonho da autonomia foi um “fermento vivo que os séculos conservaram e Braga não conseguiu destruir”.

“A diocese em potência, com sede em Viana, estava na mente dos altos minhotos” e foi nesse sentido que 31 anos depois da sua anexação a Braga, e “com a interferência de D. João III”, foi pedido “à Santa Sé a criação de uma diocese que abrangesse os territórios entre Minho e Lima.

“Os mesmos que o Papa Leão X tinha oferecido a Braga de mão beijada. Viana não se deitou na lavrada. Era de esperar…” salienta o padre Manuel Correia Quintas, que na sua investigação não conseguiu encontrar “eco” histórico deste primeiro pedido mas descobriu uma segunda petição a Roma, datada de 1926.

Desta vez, envolvia uma proposta de diocese tendo como “limites idiossincráticos o território entre os rios Cávado e Minho”.

“E nessa data, o pedido não era para entreter; a convicção estava lá e era mesmo para valer. Foi por isso que, sem resposta positiva até 1964, Viana do Castelo relembrou o pedido 

 

 

 

a Roma”, por intermédio do “padre José Fernandes de Carvalho Arieiro”, destaca o sacerdote.

A intervenção do padre José de Carvalho Arieiro, num “trabalho histórico-pastoral muito bem fundamentado”, seria decisiva 

 

no reforço das sementes da futura diocese do Alto Minho, complementado pelo trabalho do “Eng.º José Luís Silva Dias”, alguns anos mais tarde, já com base nos “documentos conciliares do Vaticano II”.

 

Fotografia de Pe. Ricardo Correia
Notícias de Viana

 

 

“Chegados à segunda metade do século XX, não foi a história ou o bairrismo que impeliu os crentes de Viana do Castelo a insistir com Roma. Nessa altura, a motivação pastoral foi a mola real. A hora era mesmo aquela”, frisou o padre Manuel Correia Quintas.

A 03 de novembro de 1977, a Diocese de Viana do Castelo seria finalmente uma realidade, na ótica das comunidades do Alto Minho, através da bula Ad Aptiorem populi Dei, assinada pelo Papa Paulo VI.

Esta altura constituiu também um marco para a missão do padre Manuel Correia Quintas, que desde os tempos de aluno no Seminário Conciliar de Braga tinha feito sua também esta causa, fazendo inclusivamente parte de um grupo chamado “Colónia de Viana”.

“Não era um conspirador, mas um convívio de candidatos ao sacerdócio integrados na e para a Arquidiocese de Braga. Não era uma maneira desligada de conviver com todos, mas um interior impulso de ser vianense convívio entre colegas que eram de Guimarães, Celorico de Basto, Terras de Bouro ou Fafe”, frisa o sacerdote. 

“Ali vivi e vivemos quatro anos a falar de Viana, do Rio Lima, da Serra d’Arga,

 

dos abades da terra natal e – porque não? – da Diocese de Viana do Castelo”, acrescenta ainda, puxando pela memória para recuperar o momento em que, já sacerdote ordenado há 20 anos, escutou finalmente o anúncio da criação da nova diocese, através da Rádio Renascença.

“Eu estava colado ao rádio, aguardando as doze horas e trinta minutos que noticiariam a diocese (…) Tinha a meu lado o sacristão da Areosa para tocar um prolongado repenique de sino. No fim do repenique, dei-lhe uma nota de vinte escudos e expliquei-lhe o motivo do toque. Nesse dia com a criação da diocese, acabou a Colónia de Viana”, complementa.

O padre Manuel Correia Quintas sublinha no entanto que, durante o seu percurso pastoral integrado na Arquidiocese de Braga, o sonho de uma diocese própria nunca colocou em causa o seu trabalho.

“Numa lutei contra ninguém e muito menos contra um bispo, a quem prometi obediência sacra. Sempre obedeci, cumprindo a promessa feita no altar. Mas este cumprimento não me privou, por vezes, de pensar diferente”, diz o sacerdote.

Por outro, lado, assegura que “entrou 

 

 

 

na causa da diocese porque percebeu a tempo e horas que este não era um sonho de visionários”, antes uma necessidade real das comunidades locais.

O sonho de “um bispo próximo do rebanho”, de um “futuro” que tinha meios de “subsistência para se aguentar”.

“E a prova está à vista: o bispo deixou de ser um Senhor de longe e passou a ser um Pastor de perto. Era o que fazia falta há 50 anos no Alto Minho”, sustenta o padre Manuel Correia Quintas.

40 anos depois da concretização deste objetivo, o sacerdote não esquece aqueles que - tal como ele - sofreram na pele a defesa desta causa, como o padre José Fernandes de Carvalho Areeiro, que “foi demitido de todos os cargos na Sacrossanta Arquidiocese Primacial Bracarense”, ou “o padre Artur Coutinho, ameaçado de não ser ordenado”.

“A clandestinidade é obra de súbditos inconformados, submundo de descontentes, truque de não-alinhados e esconderijo de revoltados. A clandestinidade cheira a traição e lembra deslealdade. Mas quero acrescentar aqui que, à luz da fé, a clandestinidade foi igual a fidelidade à Igreja”, sublinha o sacerdote.

Sobre o futuro da Diocese de Viana 

 

do Castelo, quatro décadas passadas, o padre Manuel Correia Quintas  considera que durante este percurso ela “cumpriu as três vertentes da essência da Igreja, anunciando a verdade, denunciando os erros e partilhando valores”.

Quanto à realidade das suas comunidades, “a diocese tem, com Braga, a maior taxa de frequência cristã em Portugal”; revelou ao país e ao mundo “três bispos das suas entranhas, D. Carlos Francisco, D. José Augusto e D. Antonino Eugénio”; e atualmente “tem mais de duas dezenas de seminaristas”, um contexto vocacional de “fazer ciúmes a todas as dioceses de Portugal”.

Ao mesmo tempo tem “assim se espera, Bartolomeu dos Mártires” próximo da “canonização” e “Maria da Conceição Pinto da Rocha declarada venerável”.

No entanto, há um caminho que ainda é preciso fazer, ao nível da pastoral no terreno.

“Na minha opinião, a militância ainda não merece vinte valores. O lugar de muitos e bons soldados que a diocese tem é na luta, no terreno, no campo de batalha e não à janela do quartel”, considera o padre Manuel Correia Quintas.

 

 

“Ser e Estar” no Sínodo Diocesano como Leigo

A palavra tem origem no grego “synodos”, que, como todos sabemos, significa: caminho feito em conjunto. Foi traduzida para o latim como “concilium”, que quer dizer: assembleia.

Assim sendo, Sínodo Diocesano é uma assembleia que reúne leigos, consagrados e sacerdotes dessa Igreja Particular, escolhidos para auxiliar o Bispo Diocesano no exercício da sua função, para o bem de toda a comunidade cristã. É um caminho de reflexão, avaliação, renovação, planeamento e programação, feito em conjunto.

Foi assim, nesta base, que o Sínodo Diocesano de Viana do Castelo surgiu, considerado como um acontecimento de “primordial importância para esta jovem Igreja”, e anunciado por D. José Pedreira a 6 de Janeiro de 2001, na Sé Catedral, durante a celebração de encerramento do grande Jubileu do Ano 2000. A sua realização, no quadro das celebrações das Bodas de Prata da criação da Diocese, correspondeu, também, a um voto quase unânime do Conselho Presbiteral, na sua reunião de 10 de Maio de 2000. Depois de um tempo de reflexão e análise, as três Assembleias Sinodais, correspondentes a outras tantas 

 

temáticas, realizaram-se ao longo do ano de 2005, entre Fevereiro e o final de Outubro.

Foi com grande alegria, empenho e responsabilidade que todos os convocados se dedicaram a este trabalho. Acreditando que sim, que todos somos Igreja, que todos temos um papel e um serviço a prestar a esta Igreja, na qual não existem filhos prediletos, mas todos, como filhos do mesmo Pai, se entregam da mesma forma ao seu serviço em prol do bem comum. Estava bem presente em todos o sentido de comunhão: uma comunhão onde a dimensão societária é parte essencial e não acessório. Uma comunhão fundada não só na harmonia horizontal entre os componentes da Igreja, mas na ação trinitária, cristológica e sacramental na vida da mesma Igreja. A Igreja é, como afirma a Lumen Gentium citando São Cipriano, ‘um povo unido à unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo’.

Para os leigos presentes acrescia a esta nova experiência a responsabilidade sentida pela confiança depositada pelo seu Pastor. Recordo, até com alguma nostalgia, o empenho e o diálogo crítico e, por isso, construtivo que se vivia em todos os grupos de trabalho. A forma como todas as propostas 

 

 

 

 

eram discutidas e votadas. Recordo as conversas de corredor, durante os intervalos. Os sonhos projetados, uma ansiedade crescente e confiante em que algo mudaria para melhor. O desejo de ver aplicar no “terreno” as preocupações e já conclusões votadas e registadas em plenário.

Lembro a alegria sentida, por todos, ao ouvir o Bispo Diocesano, D. José Pedreira, proferir que era hora de serem “reconhecidas competências” de muitos dos participantes, numa larga maioria leigos. “Revelastes um profundo sentido de Igreja, como nunca tínhamos imaginado ser já possível nesta Igreja Diocesana”. Reconheceu ainda que ficou patente uma “capacidade extraordinária de análise das situações dos nossos ambientes a evangelizar” e considerou que foram “exímios no discernimento das propostas apresentadas para levar até esses ambientes a mensagem de Cristo”.

Ecoava dentro de cada um de nós as suas palavras: “A Igreja Diocesana pode contar convosco e vós também podeis contar com esta Igreja que crê, vive e trabalha em Viana do Castelo, e com o seu Pastor”.

E, todos nós, os mesmos que ali estivemos, que ali nos sentámos 

 

 

horas a fio; que ali refletimos; que ali expusemos o trabalho de reflexão levado das paróquias; os mesmos aqui continuamos. Continuamos firmes neste serviço “de coração”, confiando que muito do que ali concluímos, um dia se possa ainda tornar realidade.

 

Lígia Pereira, Diretora do Secretariado Diocesano de EMRC

 

 

Texto: Notícias de Viana

 

 

40 anos de gratidão

 

O bispo de Viana do Castelo publicou uma carta pastoral para assinalar os 40 anos da diocese local, que vão ser comemorados através de um programa que se prolonga até 2020. D. Anacleto Oliveira destaca o contributo dos bispos que ao longo das décadas passaram pela região, desde D. Júlio Tavares Rebimbas a D. Armindo Lopes Coelho e D. José Augusto Pedreira.

Um dos eventos destinados a celebrar o 40.º aniversário da diocese é “a  transladação dos restos mortais de 

 

 

D. Júlio Tavares Rebimbas”, primeiro bispo de Viana do Castelo, “para a Sé diocesana”.

A cerimónia, que “está já a ser preparada”, vai ter lugar no dia 07 de janeiro de 2018, “no mesmo dia litúrgico da sua entrada na diocese” e da solenidade da Epifania do Senhor.

Recorde-se que D. Júlio Tavares Rebimbas entrou em Viana do Castelo a 08 de janeiro de 1978, mas no próximo ano a referida festa litúrgica está estipulada para um dia antes no calendário.

 

 

 

Na carta intitulada ‘Somos Igreja que Agradece’, o atual bispo de Viana do Castelo sintetiza “os contributos essenciais” dos seus antecessores, que construíram a Igreja Católica na região e as suas comunidades, e fizeram dela o que é hoje.

Destaca por exemplo o sínodo diocesano lançado por D. José Augusto Pedreira, um “acontecimento-charneira na formação e consolidação da Diocese, entre um passado de que já vivia e um futuro que projetava e iniciava”.

“As propostas aí apresentadas, passados onze anos, em nada perderam a sua validade, importância e atualidade. Pelo contrário: tratam de temas estruturantes na constituição e vida da Igreja; são fruto de uma reflexão, longamente feita e largamente participada”, recorda o responsável católico.

Para D. Anacleto, os 40 anos da Diocese de Viana são também uma  ocasião para celebrar figuras como o Beato frei Bartomoleu dos Mártires (1514 -1590).

 

O ano 2017-2018 é reservado à comemoração da memória de frei Bartolomeu dos Mártires, pela forma como “preparou” a comunidade católica de Viana do Castelo para a sua consolidação com diocese. Um bispo que vai ser canonizado pela Igreja Católica, depois da aprovação do processo pelo Papa Francisco.

Será também ocasião para as paróquias do território olharem para o legado do Beato Paulo VI, Papa que “criou a diocese” vianense, através de uma bula publicada a 3 de novembro de 1977.

Para os anos seguintes, em 2018-2019 D. Anacleto Oliveira propõe o “tema d evangelização”, tendo por base “São Teotónio”, que “já é padroeiro secundário da diocese”, e em 2019-2020 na temática do “acolhimento” e na figura de Maria. “Temos de ser uma Igreja mais acolhedora. Para isso teremos, como maternal guia e protetora, aquela que, como Mãe de Jesus, o Filho de Deus, e Mãe da Igreja, a todos acolhe”, conclui.

 

Frei Bartolomeu, nascido em Lisboa, foi arcebispo de Braga e também responsável pelo território que hoje compreende as dioceses de Viana do Castelo, Bragança-Miranda e Vila Real. Foi declarado venerável a 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI e beato a 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.

A 1 de maio de 2014, a Conferência Episcopal Portuguesa publicou uma nota pelos 500 anos de nascimento do futuro santo, que se encontra sepultado em Viana do Castelo, no Convento de São Domingos que ele próprio mandou construir e onde se recolheu até à sua morte em 16 de julho de 1590.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mensagem de D. Manuel Clemente
à Diocese de Viana do Castelo

Saúdo, do coração, a Diocese de Viana do Castelo, no quadragésimo ano da sua fundação.Algumas notas pessoais me unem aos seus sucessivos Pastores. D. Júlio Tavares Rebimbas foi Arcebispo de Mitilene em Lisboa e recordo muito bem o trabalho que aqui fez, ajudando o então jovem Cardeal Ribeiro. D. Armindo Lopes Coelho foi meu antecessor como Bispo do Porto, onde ainda pude conviver algum tempo com ele. Presidi na Sé do Porto às consecutivas exéquias dos dois. D. José Augusto Pedreira também viveu algum tempo em Lisboa e contei depois com a sua amizade. D. Anacleto Oliveira foi meu colega em Lisboa, quando éramos Bispos Auxiliares do saudoso Cardeal Policarpo.

Por tudo isto, saúdo com particular envolvimento a Diocese de Viana do Castelo. Também por guardar os restos mortais do grande lisboeta D. Frei Bartolomeu dos Mártires, que assim mesmo nos une na santidade dele e na caridade pastoral.

Desejo ao Senhor D. Anacleto e a todos os diocesanos de Viana do 

 

Castelo as maiores felicidades cristãs e apostólicas. O povo do Alto Minho é para todos nós, em Portugal e na diáspora portuguesa, um bom exemplo de generosidade e alegria cristã!

 

† MANUEL CLEMENTE

Cardeal-Patriarca de Lisboa

e Presidente da Conferência

Episcopal Portuguesa

 

 

Liga Contra o Cancro online

http://www.ligacontracancro.pt/

 

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) é “uma Organização Não Governamental com vários objetivos dirigidos para a problemática oncológica. A efetividade da sua ação advém, por um lado, do papel fundamental do seu voluntariado, que intervém quer na comunidade, quer na humanização da assistência ao doente oncológico e, por outro, das contribuições recebidas da sociedade civil, através dos donativos que permitem custear os aspetos materiais de apoio ao doente e o desenvolvimento das iniciativas de promoção da saúde e de prevenção da doença”. É então dentro deste espírito que decorre de 1 a 5 de novembro, um pouco por todo o país, mais um peditório a favor da LPCC. Assim, esta semana, a minha sugestão passa por uma visita ao seu sítio na internet.

Ao digitarmos o endereço www.ligacontracancro.pt encontramos um espaço eminentemente informativo, muito bem produzido, sendo que na página inicial, estão os principais destaques, notícias e calendarização dos eventos.

Na opção “o cancro” podemos

 

saber o que é o cancro, quais os principais fatores de risco e sintomas, que opções alimentares deveremos tomar, como o podemos detetar, que métodos de tratamento existem e ainda como é que se encontra a investigação nesta área. Particularmente temos ainda tipificados quais os géneros de cancro mais comuns, com informações bastante pormenorizadas sobre mais de vinte diferentes tipos.

No item “a liga” temos ao dispor um conjunto de conteúdos que nos ajudam a conhecer melhor esta associação. Entre outras coisas ficamos a saber que “por proposta do Prof. Doutor Francisco Gentil, a 4 de Abril de 1941, é fundada legalmente (portaria n.º 9772) a LPCC, assente em dois princípios fundamentais: a Humanização e a Solidariedade”.

Em “atividades” dispomos de informações sobre as principais áreas de atuação da LPCC. Desde a educação para a saúde, ao rastreio do cancro da mama, do voluntariado em oncologia à linha cancro, não esquecendo também o apoio à investigação e formação.

Caso pretenda envolver-se de uma maneira mais efetiva com esta organização, na opção “colaborar”,

 

 

 

 

fica a conhecer as diversas formas de o fazer. Pode inscrever-se como voluntário para o peditório, como sócio, enviado um donativo, consignado 0,5% do seu IRS, através de parcerias ou ainda ligando para o número 760 304 304 e assim contribuindo com o valor da chamada de valor acrescentado.

Por último sugiro ainda dê uma vista de olhos nos itens “saber mais”

 

e “testemunhos” para aprofundar e entender melhor o extraordinário trabalho realizado por esta entidade de referência nacional no apoio ao doente oncológico e suas famílias.

Não se esqueça que “contra o cancro todos contam”!

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

 

 

Os padres e a sua humanidade

O jornalista e cronista João Miguel Tavares disse que os cristãos devem cuidar mais dos seus padres e que os sacerdotes devem "confessar a sua humanidade". "Os párocos deviam confessar-se mais às suas comunidades: os seus erros, as suas angústias, as suas dúvidas. Os padres têm alguma dificuldade em confessar a sua humanidade", afirmou o jornalista durante a apresentação do livro «Senhor Bispo, o pároco fugiu», que decorreu na livraria Ferin, em Lisboa.

Segundo um comunicado enviado à Agência ECCLESIA, João Miguel Tavares assumiu o "fascínio" que sente pela "dimensão humana do padre diocesano", motivo pelo qual se interessou pelo livro.

"Um padre esmagado pela burocracia e que se tornou funcionário e nem sequer é de Deus, mas da paróquia", suscitou o jornalista na apresentação da obra, que dividiu com o padre Gonçalo Portocarrero de Almada.

O sacerdote da prelatura do Opus Dei indicou que o papel dos padres hoje está dificuldade porque tudo mudou. "Nós, os padres, devemos fugir. O padre tem de ser uma pessoa que leva a Cristo. O interessante do padre é

 

 

que ele desapareça. O sacerdócio cristão não é pôr o sacerdote no centro", destacou na sua intervenção.

O padre Gonçalo Portocarrero de Almada sublinhou ainda a confiança que Deus deposita nos cristãos. "Deus conta connosco! E conta connosco e não é por eu ser bom porque não sou; não é por eu ser especial porque não sou".

Para o diretor-geral da Paulus Editora, que distribui a obra da Multinova Livreiros, o livro «Senhor Bispo, o pároco fugiu» pode ajudar os leitores a olhar de forma diferente para "a vida dos padres, do clero e dos leigos".

O comunicado apresenta a obra como um livro que aborda as "dificuldades por que passa um pároco desanimado e afogado em atividades, reuniões e sem tempo para a sua relação com Deus e para a salvação das almas. O padre Benjamim está em crise e acaba por fugir"

 

 

 

 

 

Os retratos dos bispos do Porto

«Os retratos dos bispos do Porto na coleção do paço episcopal» é o título da obra lançada, dia 06 deste mês, às 18H00, naquela cidade. Da autoria de Maria João Oliveira e Silva e de Luis Carlos Amaral, a obra vai ser lançada no paço episcopal da cidade do Porto, realça uma nota enviada  

 

à Agência ECCLESIA. Após o lançamento da obra far-se-á uma visita à coleção de retratos. O evento conta com a presença do administrador diocesano do Porto, D. António Taipa, e do presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Américo Aguiar.


 

 

 

 

novembro 2017

Dia 03 de novembro

*Lisboa - O Centro Social Paroquial São Romão de Carnaxide (Lisboa) organiza o I Seminário Escola de Cuidadores que visa debater questões relacionadas com o envelhecimento e a sua promoção positiva.

 

*Viana do Castelo - Abertura da Porta Santa na Sé de Viana do Castelo integrada na celebração dos 40 anos da diocese.

 

*Porto – UCP - Encontro sobre violência em contexto familiar e as suas implicações na proteção das vítimas.

 

*Aveiro – Esgueira - Colóquio sobre o retrato socioeconómico da Paróquia de Esgueira (Diocese de Aveiro) e os apoios sociais existentes.

 

*Fátima - As jornadas nacionais de catequistas vão refletir sobre carta pastoral para o setor «Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo» (03 a 05)

 

Dia 04 de novembro

*Braga - Auditório Vita - O Fórum Ecuménico Jovem 2017 (FEJ) vai 

 

realizar-se a 4 de novembro, no Auditório Vita e no Seminário Menor da Arquidiocese de Braga, com o tema ‘Eis que faço novas todas as coisas’ (Ap. 21, 5).

 

*Bragança - Bairro Artur Mirandela - Centro Social Paroquial dos Santos Mártires (Bragança) promove formação de música para a infância.

 

*Braga – Fafe - Conferência sobre «compreender a morte e o luto a partir da Esperança» organizada pelo Arciprestado de Fafe

 

*Algarve – Lagos - Encontro regional de caminheiros do Corpo Nacional de Escutas (CNE).

 

*Algarve - Assembleia diocesana do Movimento da Mensagem de Fátima

 

*Guarda – Seminário - O Movimento da Mensagem de Fátima da Diocese da Guarda promove umas jornadas marianas, no seminário daquela cidade. O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, fará a primeira conferência sobre “A Mensagem de Fátima - Atualidade e incidência na espiritualidade e na vida das comunidades cristãs”.

 

 

 

*Lamego – Seminário - Encontro de formação de catequistas do arciprestado de Lamego

 

*Algarve - Carmelo do Patacão - Primeira edição dos «Encontros no Silêncio» promovida pelas Carmelitas Descalças no Carmelo do Patacão

 

*Viana do Castelo - Instituto Católico de Viana do Castelo - Conferência sobre «O Alto Minho Cristão» pelo padre António Matos Reis e na celebração dos 40 anos da diocese de Viana do Castelo e do lançamento do estudo integrado na revista MEMORIA.

 

*Aveiro, Lisboa e Porto - As cidades de Aveiro, Lisboa e Porto vão acolher a edição deste ano da ‘Caminhada pela Vida’, organizada pela Federação Portuguesa pela Vida (FPV), evocando problemáticas como o aborto e a eutanásia.

 

*Algarve - Lausperene Diocesano no âmbito da Semana dos Seminários (04 a 18)

 

05 de novembro

*Encerramento do Jubileu dos Missionários Espiritanos

 

*Viana do Castelo – Sé - Ordenações sacerdotais na Diocese de Viana do Castelo

 

 

*Coimbra - Ofertório das celebrações destina-se às vítimas dos incêndios de outubro

 

*Braga – Sameiro - Confraria do Sameiro celebra dia do irmão

 

*Évora – Sé - Ordenações sacerdotais de Nelson Fernandes e Alessandro Cont na Sé de Évora

 

*Algarve – Albufeira - Visita pastoral de D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, a Albufeira. (05 a 12).

 

Dia 06 de novembro

*Porto - Paço Episcopal - «Os retratos dos bispos do Porto na coleção do paço episcopal» é o título da obra lançada, às 18H00, naquela cidade. Da autoria de Maria João Oliveira e Silva e de Luis Carlos Amaral, a obra vai ser lançada no paço episcopal da cidade do Porto.

 

*Lisboa – UCP - O Centro de Estudos em Teologia e Estudos em Religião (CITER) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) promove um colóquio sobre «Visões de Deus – Filosofia, Arte e Espiritualidade».

 

*Lisboa - Projeto católico português «Click to pray» na Web Summit (06 a 09).

 
 

 

Dia 05 de novembro

 

*Encerramento do Jubileu dos Missionários Espiritanos

 

*Viana do Castelo – Sé - Ordenações sacerdotais na Diocese de Viana do Castelo

 

*Coimbra - Ofertório das celebrações destina-se às vítimas dos incêndios de outubro

 

*Braga – Sameiro - Confraria do Sameiro celebra dia do irmão

 

*Évora – Sé - Ordenações sacerdotais de Nelson Fernandes e Alessandro Cont na Sé de Évora

 

*Algarve – Albufeira - Visita pastoral de D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, a Albufeira. (05 a 12).

 

Dia 06 de novembro

 

*Porto - Paço Episcopal - «Os retratos dos bispos do Porto na coleção do paço episcopal» é o título da obra lançada, às 18H00, naquela cidade. Da autoria de Maria João Oliveira e Silva e de Luis Carlos Amaral, a obra vai ser lançada no paço episcopal da cidade do Porto.

 

*Lisboa – UCP - O Centro de Estudos em Teologia e Estudos em Religião (CITER) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) promove um colóquio sobre «Visões de Deus – Filosofia, Arte e Espiritualidade».

 

*Lisboa - Projeto católico português «Click to pray» na Web Summit (06 a 09).

 

II Concílio do Vaticano: Contributo para fechar as cicatrizes das guerras mundiais

 

A um mês do início do II Concílio do Vaticano, o Papa João XXIII leu uma radiomensagem ao mundo inteiro onde refere que esta assembleia magna se reúne dezassete anos depois do fim da II guerra mundial e cada qual “dará o contributo da sua inteligência e da sua experiência para fechar as cicatrizes dos dois conflitos que alteraram profundamente a fisionomia de todos os países” (Cf. Boletim de Informação Pastoral, nº 19, 1962, pag.16).

Na sua mensagem - intitulada «Ecclesia Christi, Lumen Gentium» -, difundida pela imprensa, rádio e televisão, João XXIII sublinhou que o mundo “tem verdadeiramente necessidade de Cristo e é a Igreja quem leva Cristo ao mundo”. Este tem os “seus problemas” e “muitas vezes procura angustiado solução para eles”.

Para o Papa que convocou o II Concílio do Vaticano é compreensível “que uma preocupação ansiosa de os resolver a tempo e bem, possa ocasionar obstáculos à difusão da verdade integral e da graça que santifica”.

Difundida a 11 de Setembro de 1962, João XXIII frisou que a Igreja sempre se interessou por estes “tão graves problemas, fez deles um cuidadoso estudo”, e o Concílio poderá “propor, em linguagem clara, as soluções que para eles reclamam a dignidade do homem e a sua vocação cristã”.

Para o Papa, as doutrinas que “apregoam o indiferentismo religioso ou negam Deus e a ordem sobrenatural” e também aquelas que “ignoram o papel da providência na história e exaltaram inconsideradamente a personalidade do homem 

 

 

 

 

 

individual” devem “ouvir a palavra corajosa e generosa que já foi formulada” na encíclica «Mater et Magistra» que “resume o pensamento de dois mil anos de história cristã”.

Consciente que se vive um período novo na história, João XXIII disse que um dos direitos fundamentais que a Igreja “não pode renunciar é a liberdade religiosa, liberdade que se não pode reduzir à liberdade de culto” e acrescenta: “Verdade e liberdade são as pedras basilares sobre que se edifica a civilização humana”.

Perante os países subdesenvolvidos, a Igreja apresenta-se “tal e qual é e pretende ser: A Igreja de todos, 

 

e muito particularmente a Igreja dos pobres”, acentuou o Papa na sua radiomensagem.

Na sua comunicação a um mês da abertura do II Concílio do Vaticano, o Papa frisou que é “dever de todo o homem, e é dever imperioso do cristão, fazer contas ao seu supérfluo atendendo às necessidades dos outros e velar cuidadosamente para que a exploração e distribuição dos recursos naturais a todos aproveitem”. E conclui, dizendo que essa posição será defendida “com vigor” na assembleia magna: “Trata-se, pois, de difundir o sentido social e comunitário, imanente no autêntico cristianismo”.

 

 

 

 

   

 

As jornadas nacionais de catequistas, a realizar em Fátima, de 3 a 5 de novembro, vão refletir sobre carta pastoral para o setor «Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo». formação decorre no Centro Pastoral Paulo VI e destina-se a catequistas de todo o país e iniciam-se dia 3 de novembro com a reflexão «“Vimos o Senhor!” (Jo 20, 25) A alegria do encontro com o ressuscitado».

 

O Fórum Ecuménico Jovem 2017 (FEJ) vai realizar-se a 4 de novembro, no Auditório Vita e no Seminário Menor da Arquidiocese de Braga, com o tema ‘Eis que faço novas todas as coisas’ (Ap. 21, 5). Numa nota enviada à Agência ECCLESIA, o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) informa que a equipa organizadora do FEJ pretende “dar continuidade” à celebração dos 500 anos da Reforma e vai procurar colocar em evidência os seus “dons espirituais”.

 

O bispo de Coimbra anunciou que o ofertório das “celebrações dominicais” a 5 de novembro vai ter como destino a ajuda às vítimas dos fogos do mês de outubro, através da Cáritas diocesana.

 

A plataforma ‘Click to Pray’, criada pelo Apostolado de Oração em Portugal, vai estar representada na próxima ‘Web Summit’, entre 6 e 9 de novembro em Lisboa.

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h30

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo:

10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 

 

Segunda-feira:

12h00 - Informação religiosa

 

Diariamente

18h30 - Terço

 

 

 
RTP2, 13h00

Domingo, 05 de novembro - 50 anos de assistência religiosa em meio militar

 

Segunda-feira, dia 06 novembro, 15h00 -  Aplicação Click to Pray na web summit. Entrevista ao padre António valério, do Apostolado de Oração.

 

Terça-feira, dia 07 novembro, 15h00 - Informação e entrevista a Catarina Martins Bettencourt sobre a campanha de regresso dos cristãos a Nínive

 

Quarta-feira, dia 08 novembro, 15h00 - Informção e entrevista a José Eduardo Franco sobre o congresso sobre Lutero.

 

Quinta-feira, dia 09 novembro, 15h00 - Informação e comentário à atualidade

 

Sexta-feira, dia 10 novembro, 15h00  -  Entrevista. Comentário à liturgia do domingo com a irmã Luísa Almendra e o frei José Nunes.

 

 

Antena 1

Domingo, 05 de novembro, 06h00 - 50 anos da Universidade Católica Portuguesa: audiência com o Papa Francisco

 

Segunda a sexta, 6 a 10 de novembro, 22h45 - Leigos em Portugal: perspetivas para o IV Encontro Nacional de Leigos.

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano A – 31.º Domingo do Tempo Comum 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
Viver com coerência e verdade
 
 

A liturgia do 31.º Domingo do Tempo Comum convida-nos a uma reflexão sobre a seriedade, a verdade e a coerência do nosso compromisso com Deus e com o Reino, do nosso real empenho na construção de comunidades comprometidas com os valores do Evangelho.

Na primeira leitura, um mensageiro de Deus interpela os sacerdotes de Israel a não se deixarem dominar por interesses egoístas, a não negligenciarem os seus deveres, a não desvirtuarem a Lei, mas a serem «mensageiros do Senhor do universo», para ensinar a Lei e para conduzir o Povo para Deus.

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Paulo, Silvano e Timóteo. Do seu esforço missionário feito com amor e humildade, com simplicidade e gratuidade, nasce a comunidade viva e fervorosa de Tessalónica, que acolhe o Evangelho como um dom de Deus, que se compromete com ele e que o testemunha com verdade e coerência.

O Evangelho apresenta-nos o grupo dos fariseus e o seu modo de proceder, e convida os crentes a não deixarem que atitudes farisaicas, como a incoerência, o exibicionismo, a insensibilidade ao amor e à misericórdia se introduzam na família cristã e destruam a fraternidade, fundamento da comunidade.

Jesus, ao criticar a incoerência dos fariseus, está a avisar-nos contra a tentação de mostrarmos o que não somos, de vendermos uma imagem corrigida e aumentada de nós próprios para obtermos o aplauso e admiração dos outros, de vivermos para as aparências e não para o compromisso simples e humilde com o Evangelho. A mentira e a incoerência destroem a paz do nosso coração, roubam-nos a alegria e a serenidade, comprometem

 

 

 

 

o nosso testemunho, minam a comunidade e põem em causa os fundamentos do Reino.

«Um pouco de coerência», parece dizer Jesus aos seus discípulos, a todos nós, pondo-nos de sobreaviso em relação àqueles que «dizem e não fazem». Jesus pode falar porque todo Ele é coerência: tudo o que disse fez. Não se limitando a belos discursos e pios conselhos, Ele próprio experimenta o que pede aos seus discípulos. Nisso Jesus é credível. Podemos confiar n’Ele. Não é isso a fé: ter confiança n’Aquele que faz o que diz? Ao ressuscitá-l’O, Deus seu Pai 

 

autentificará a mensagem de Jesus e o seu testemunho em plena unidade.

Somos chamados a permanecer em coerência de vida que brota do acolhimento do Evangelho, no dizer de São Paulo, não como palavra humana, mas como ela é realmente, palavra de Deus, que permanece ativa em nós, os crentes.

Que seja a Palavra de Deus a base do nosso agir em verdade e em coerência, atitudes bem exigentes nas difíceis situações da nossa vida peregrina.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

 

 

Iraque: Campanha Regresso dos Cristãos à Planície de Nínive - 1

Os dias da fuga

Foi um sobressalto. Na primeira semana de agosto de 2014, os jihadistas chegaram às terras bíblicas da Planície de Nínive. Nesses dias de medo, mais de 120 mil cristãos foram forçados a fugir de suas casas, perdendo tudo o que tinham. Por mais anos que viva, Yohanna Yousif nunca irá esquecer esses momentos de aflição

 

Yohanna Yousif é um professor cristão e sabe bem o que significa ter de fugir dos jihadistas no Iraque. Ter de fugir da barbárie. Quando, em agosto de 2014, os jihadistas chegaram a Qaraqosh encontraram a cidade praticamente vazia. Ficar era o mesmo que assinar uma sentença de morte. Yohanna Yousif ainda hoje estremece quando recorda as histórias, o sofrimento, a violência dos bárbaros que assaltaram a região naquelas semanas infernais. “Nós, os cristãos, fugimos antes que os jihadistas chegassem, pois sabíamos bem o que tinham feito aos Yazidis.” O que fizeram aos Yazidis e também a muitos Cristãos terá de ser sempre lembrado como um dos momentos mais negros na história da Humanidade. 

 

 

Mulheres e crianças violadas, vendidas como escravas, homens mortos sem dó nem piedade. A sombra da violência que os jihadistas traziam consigo era tão forte que bastava que se anunciasse a chegada dos homens vestidos de negro para que as pessoas se precipitassem para a rua, fugindo em alvoroço, procurando apenas salvar as próprias vidas. “Na noite de 6 para 7 de agosto, tivemos de fugir de Qaraqosh. Eram duas e meia da madrugada. Não levei nada comigo. Deixei todos os documentos. Só levava uma camisa.” Nunca se saberá o número exacto de Cristãos que fugiram naquela noite, naquelas horas. Calcula-se que cerca de 125 mil pessoas, na verdade cerca de 125 mil ‘Yohannas Yousif’ tenham atravessado o deserto em pânico, fugindo para salvar as próprias vidas. Foram todos para o Curdistão Iraquiano.

 

Regressar a casa

Chegaram exaustos. Eram todos refugiados no próprio país. Foi há precisamente três anos e três meses. Desde então, todos têm vivido apenas com o apoio de instituições

 

 

como a Fundação AIS. É a generosidade dos Cristãos portugueses e dos de todo o mundo que tem permitido a Yohanna pagar a renda do quarto onde vive agora com os filhos, comprar os medicamentos, a roupa e os alimentos de que precisa. Desde que foi obrigado a fugir de casa, Yohanna passou a saber, com toda a crueza, o que significa depender dos outros. Até para as coisas mais básicas. Nos últimos meses, os jihadistas têm sofrido pesadas derrotas. Foram já expulsos de Mossul, forçados a deixar a Planície de Nínive e os seus povoados cristãos, mas deixaram para trás um rasto de destruição, de profanação, que é difícil de traduzir por palavras. A Fundação 

 

 

 

 

AIS continua apostada, através de uma das maiores campanhas de solidariedade de toda a história, em apoiar, alimentar e ajudar a comunidade cristã que ainda vive refugiada no Curdistão Iraquiano. Além disso, está empenhada, também, na reconstrução das casas e das igrejas na Planície de Nínive. É um esforço imenso mas necessário. O regresso a casa é fundamental. Se não acontecer, será o fim da presença cristã nestas terras bíblicas. Yohanna também quer voltar para casa. Mas tem medo de imaginar o que irá encontrar…


Paulo Aido

www.fundacao-ais.pt

 

O Padre dos meninos de rua!

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

Evocar o Padre Américo aqui na Bolívia e Paraguai dá vontade de gritar e chamar por ele. Missões como a ‘Obra da Rua’ continuam actuais e urgentes, um pouco por todo o mundo. Aqui, nestas paragens latino americanas, há tantas crianças de rua que se torna decisivo arregaçar as mangas e fazer algo por elas, enquanto não se faz tarde demais.

Conheci o P. Américo através do jornal ‘O Gaiato’ que chegava a casa e que eu lia sempre com muito entusiasmo. Embora nascesse e crescesse muito perto de Paço de Sousa, só lá fui quando tinha mais de 20 anos, mas conhecia bem a figura carismática do P. Américo e o amor que nutria pelos abandonados das nossas sociedades. Agradava-me nele, sobretudo, a compaixão pelas crianças que as famílias mandavam para rua onde tinham de sobreviver por qualquer preço. E todos podemos imaginar o alto preço dessa sobrevivência!

Marcou-me muito, em 1992, em plena guerra civil, a visita que fiz à Casa do Gaiato de Malanje, em Angola. Por ali passaram (e continuam a passar!) muitas crianças, adolescentes e jovens sem família. A alma desta instituição tão apreciada por todos era o P. Telmo Ferraz, um transmontano que fez de Malanje a sua terra. Construiu casas, escolas, oficinas, Igreja, pomares e campos para o cultivo. E fez da Casa do Gaiato uma grande escola de vida. Durante a guerra civil, militares e bandidos assaltaram e destruíram várias vezes as estruturas da instituição. Sempre o P. Telmo ousou partir do zero (ou quase) e levantar das cinzas esta obra

 

 

 

 

 

 

 cada vez mais emblemática. Nem o peso dos anos nem a desilusão das destruições o fizeram quebrar ou recuar. Vivia a mística do P. Américo a quem só a morte de acidente fez baixar os braços.

Tenho encontrado muitas crianças aqui nesta parte sul interior da América Latina. Abarrotam as escolas, as Igrejas, as ruelas dos bairros. Muitas parecem passar ao lado de um futuro risonho porque a pobreza é muita e escasseiam oportunidades. Muitas adolescentes aparecem grávidas. A experiência que fiz com o projecto ‘Gotas de Amor’ marcou-me muito. No imenso mercado abastecedor, nas periferias de Assunção, há centenas de crianças e adolescentes ao ‘deus-dará’, sempre à espreita de uma oportunidade de ajudar a carregar ou descarregar algo. Muitos esperam apenas por bocados de fruta estragada que possam pegar, comer e levar para casa. O projecto

 

 ‘Gotas de Amor’, fundado pelos Espiritanos, apoia dezenas destas crianças, cada sábado, com equipas de rua que vão ao encontro das crianças, conversam com elas e dão-lhes uma refeição quente. Mas pretendem ir muito além, pois muitíssimo fica por fazer em ordem a uma integração destas crianças na sociedade.

Há carismas que têm o selo da perenidade, pois serão actuais em todos os tempos e lugares. Esta preocupação do Padre Américo pelos rapazes sem família continua a ser desafio forte para a Igreja hoje. Mudam-se os tempos e as formas de intervir, mas os problemas atravessam as fronteiras do tempo e do espaço e mantêm-se quase sempre os mesmos.

É uma honra poder olhar para figuras como o P. Américo e captar algo da sua inspiração. Homens como ele fazem muita falta à Igreja e às sociedades, porque lhes fizeram muito bem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sair