04 - Editorial

      Paulo Rocha

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14 - Internacional

       José Carlos Patrício
       Imaculada Conceição

24 - Entrevista

       D. Francisco Senra Coelho
 
 
 

54 - Multimédia

56 - App Pastoral

58 - Estante

60 - Agenda

62 - Vaticano II

64 - Programação Religiosa

65 - Minuto Positivo

66 - Liturgia

68 - Fundação AIS

70 - LusoFonias

 

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AGÊNCIA ECCLESIA 
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Opinião

 

 

 

Prémio de Jornalismo

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Papa Francisco em périplo asiático

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Portugal e a Imaculada

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José Eduardo Franco |Paulo Rocha | José Carlos Patrício | Bento Oliveira | Fernando Cassola Marques | Manuel Barbosa | Tony Neves | Paulo Aido

 

Natal com todos

  Paulo Rocha    

  Agência ECCLESIA   

 
 

 

Palestras sobre futebol, conversas com jogadores e declarações à imprensa solicitam todas as palavras de Fernando Santos, na maioria dos dias. Mas, como o próprio sempre refere, nunca recusa dizer em Quem acredita e mostrar como O tem de testemunhar em todas as circunstâncias do quotidiano.

E foi no uso da palavra neste segundo cenário que Fernando Santos fez uma pausa na preparação para o mundial para falar aos colaboradores da Conferência Episcopal Portuguesa sobre o advento, o Natal, adiantando formas de relacionamento e de vida em grupo que permitem viver o tempo que prepara o acolhimento da Vida do presépio, de forma coerente. Um conjunto de provocações, inesperadas talvez, que desinstalam, descolam de considerações que se repetem em torno de quatro semanas e outras tantas velas a partir de discursos marcadamente autorreferenciais e quase sempre em torno das mesmas vozes.

 

 

 

 

De facto, o contexto é, por vezes, suficiente para que o Natal seja uma novidade, em cada ano. Basta que se procurem novos rostos, se dê atenção a quem anseia por pistas de humanidade e tarda a encontrá-las e se sacudam indicadores de “qualidade religiosa” que mais não são do que comodismos pessoais e condenações alheias.

De uma hora de conversa, o selecionador nacional apontou muitas sugestões, com linguagem inovadora e a tocar aspetos da vida que são essenciais para que o esforço de todos os dias atinja os resultados previstos.

Um dos aspetos decorre da força do “nós”. Da capacidade de fazer esquecer o “eu”, o tu” para emergir o “nós”, a energia do grupo, capaz de conquistar vitórias. Essa terá sido a estratégia de um líder para levar todo o grupo a trazer para Portugal 

 

o título europeu de futebol.

E essa tem de ser também a metodologia de quem se assume cristão, sobretudo de quem faz coincidir a sua ocupação profissional com a exigência de ser “discípulo missionário”.

É também em torno de um “nós” que acontece Natal. Nenhum “eu” é significativo diante da Luz que nasce. Nem o Batista, que tudo remeteu para Aquele que viria diante dele. 

O Natal mostra também que é para “nós” todos. Tanto os que montamos o Presépio, como para queles que não sabem o que isso é; para quem tem possibilidade de oferecer prendas e os que nada lhes ligam; os que acreditam, os que O negam ou são-Lhe indiferente. É que Ele vem para todos! E como não se sabe quando vem, o Natal tem de ser vivido sempre com todos!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

O presidente norte-americano assina o decreto formal de reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, Washington, DC - EUA, 06.12.2017

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O anúncio do Presidente Trump sobre Jerusalém tem um impacto potencial muito preocupante”

Federica Mogherini, Bruxelas, 07.12.2017

 

 

“O Estado de Direito é aquele que cumpre os compromissos com os seus cidadãos. Uma ‘República das Bananas’ é aquela que faz os contratos sempre à medida dos grandes interesses económicos”

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, Assembleia de República, 06.12.2017

 

 

“Vou repetir o que o ministro da Saúde disse várias vezes: a decisão do Governo é que o Infarmed vá para o Porto, a decisão do Governo é que o Infarmed vá para o Porto. Está claro agora, estamos entendidos?”

António Costa, primeiro-ministro, Assembleia de República, 06.12.2017

 

 

“Esta eleição na política interna em Portugal na verdade não muda nada. Nós temos um princípio de credibilização e de responsabilização das políticas económicas em Portugal, ela é feita com certeza no contexto económico e monetário em que Portugal se encontra, e isso era assim antes desta eleição, e vai ser assim após esta eleição”

Mário Centeno, ministro das Finanças e novo presidente do Eurogrupo, Bruxelas, 04.12.2017

 

 

Um prémio para o jornalismo
na área da religião

 

O jornalista João Francisco Gomes, do ‘Observador’, foi distinguido com o prémio de jornalismo D. Manuel Falcão, pela sua “entrevista de vida” a D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.

João Francisco Gomes é jornalista há menos de dois anos e mostra-se feliz por receber este prémio na área da informação religiosa. “Numa altura em que a religião é um tema, parece-nos, que tem tido cada vez menos lugar na imprensa, receber este prémio é 

 

 

motivo de orgulho para mim”, referiu, em declarações à ECCLESIA e à Renascença.

A distinção é atribuída pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), órgão executivo da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, da Conferência Episcopal Portuguesa, em parceria com o Grupo Renascença Multimédia.

O júri decidiu “por unanimidade” distinguir a entrevista ‘D. António 

 

 

Marto: Representava melhor o diabo do que o anjo, ironia do destino’.

Uma “entrevista de vida” que revelou aspetos da vida do atual bispo da Diocese de Leiria-Fátima que eram desconhecidos de muitas pessoas, como recorda João Francisco Gomes

D. João Lavrador, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, dos Bens Culturais e das Comunicações Sociais, dá aos parabéns ao premiado “pelo seu trabalho, agora distinguido, e ao Observador para quem trabalha”.

O bispo de Angra realça que D. Manuel Falcão, antigo bispo de Beja, que dá nome ao prémio, “foi, ao longo da sua vida sacerdotal e nomeadamente episcopal, um homem dedicado à comunicação, bom critico e perspicaz na análise dos factos”. “Com este prémio queremos afirmar junto da comunicação social os valores essenciais da edificação do autêntico humanismo, da dignidade da pessoa, da verdade, da promoção dos valores que caracterizam a nossa cultura e civilização europeias. Mas igualmente o profissionalismo do jornalista que aceita o desafio de trabalhar temas do humanismo cristão que confrontam a cultura atual”, acrescenta o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, dos Bens Culturais e das Comunicações Sociais, em carta enviada ao premiado. 

 

 

O padre Américo Aguiar, diretor do SNCS, explica à Agência ECCLESIA que o prémio quer distinguir “jornalistas no ativo”, neste caso extensível ao próprio ‘Observador’, incentivando um “trabalho sério”. João Francisco Gomes viu vários dos seus trabalhos serem apresentados ao prémio, sendo distinguida uma entrevista “muito interessante” pela forma diferente como a trabalhou, mostrando “um homem que partilha, sem complexos, a sua fé”.

O trabalho jornalístico distinguido na edição 2017 do ‘Prémio de Jornalismo D. Manuel Falcão’ foi publicado no Observador no dia 7 de maio de 2017.

 

 

 

Superar materialismo e solidão
rumo ao Natal

O bispo de Setúbal defendeu a necessidade de fazer do tempo de Advento um caminho de preparação para o Natal com atenção ao “materialismo e solidão” que afetam a sociedade. “A esperança faz-nos avaliar, corrigir e avançar, para construir um mundo melhor, para levar luz onde há trevas; reconciliação onde há conflitos; pão onde há fome; justiça onde há opressão; fé onde há, apenas, materialismo e solidão”, refere D. José Ornelas, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA.

O responsável propõe como formas de viver a preparação para a celebração do nascimento de Jesus a “leitura atenta da Palavra de Deus”, a oração e a “abertura do coração aos que mais precisam de atenção, de ajuda, de esperança”.

A Mensagem assinalou o início do novo ano litúrgico, o tempo do Advento, que engloba os quatro domingos anteriores ao Natal. “Este tempo sublinha a dimensão de caminho e de esperança que carateriza a fé cristã, promovendo uma atitude ativa de compromisso na transformação da própria vida 

 

 

e do mundo à nossa volta”, sublinha o bispo de Setúbal.

“Não nos resignamos nem nos deixamos intimidar pelas maiores dificuldades, pelo sofrimento ou pelos nossos limites e pecados”, acrescenta.

D. José Ornelas propõe uma “visão realista de fé”, que valoriza o lado positivo e reconhecer “os erros, o sofrimento, a pobreza, a injustiça, a guerra, a desumanização”. “É tempo de abrir o nosso coração a Deus que abre os olhos do nosso coração para além daquilo que vemos, sabemos e podemos. É tempo de ter esperança! É tempo de ser esperança!”, escreve.

O bispo de Setúbal propõe como figura inspiradora São João Batista, “o profeta do advento”.

 

 

 

 

Bragança-Miranda vive Ano do Batismo

O bispo de Bragança-Miranda apelou a uma “reviravolta missionária” nas comunidades católicas, que começaram a viver um ano um litúrgico-pastoral dedicado ao sacramento do Batismo. “A pastoral atual na nossa Diocese é ainda muito marcada pelo modelo de cristandade, apresentando muita dificuldade, e às vezes, muita resistência para assumir uma reviravolta missionária”, escreve D. José Cordeiro, na nota pastoral para este novo ano.

O documento, enviado à Agência ECCLESIA, sublinha a importância da iniciação cristã e do simbolismo do Batismo, como “dom da água que dá vida verdadeira e eterna”. “Hoje são muitos os poços que se oferecem à sede do homem, mas é preciso discernir para evitar águas poluídas. É urgente orientar bem a busca, para não ser vítima de desilusões, que podem arruinar”, adverte o responsável pela diocese transmontana.

A Diocese de Bragança-Miranda vai dedicar a estas temáticas o triénio litúrgico-pastoral 2017-2020. “Ninguém nasce cristão, torna-se cristão pelo Batismo, a fonte de todas as vocações. O percurso iniciático, o catecumenado, de âmbito 

 

 

 

catequético-litúrgico e moral destina-se não apenas a fazer o cristão, mas a própria Igreja”, precisa D. José Cordeiro.

O bispo diocesano assume o objetivo de promover a iniciação cristã como “processo de formação integral da fé e como que um sacramento em três etapas sacramentais: Batismo, Confirmação e Eucaristia”. “Todavia, a iniciação cristã é muito mais que a preparação para a celebração destes sacramentos, sendo uma iniciação ao mistério de Cristo, ao mistério da Igreja e à vida cristã através dos sacramentos”, acrescenta.

Como proposta para este novo ano pastoral, o bispo de Bragança-Miranda convida os católicos a “fazer uma peregrinação à fonte batismal onde foi batizado” e a “celebrar, na alegria da fé, o dia do aniversário do Batismo”.

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

Mianmar, Bangladesh e os rohingya

 

O Papa Francisco evocou os refugiados rohingya, após a viagem que realizou na última semana ao Mianmar e Bangladesh, países no centro desta crise humana. “Fiquei muito tocado com o encontro com refugiados Rohingya e pedi-lhes que nos perdoassem pelas nossas falhas e pelo nosso silêncio, apelando à comunidade internacional para que os ajude e socorra todos os grupos oprimidos e perseguidos presentes no mundo”, referiu, na audiência pública semanal que decorreu na sala Paulo VI.

 

 

O Papa questionou a “humanidade” de quem ignora o sofrimento alheio. “Quem não sofre com o irmão sofredor, ainda que seja diferente de si por causa da raça, da religião, da língua ou cultura, deve interrogar-se sobre a sinceridade da sua fé e sobre a sua humanidade”, advertiu.

Francisco encontrou-se na última sexta-feira com um grupo de 18 refugiados no Bangladesh, usando a palavra rohingya para se referir aos refugiados vindos do Mianmar, já após ter visitado o território birmanês. “Quis exprimir solidariedade ao 

 

 

Bangladesh no seu compromisso de socorrer os refugiados rohingya, que afluem em massa ao seu território, onde a densidade da população é já uma das mais altas do mundo”, explicou o Papa.

Um acordo alcançado há duas semanas entre o Bangladesh e Mianmar, sob a forma de memorando, prevê o início de um processo de repatriação no prazo de dois meses, algo que foi questionado esta terça-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O Papa Francisco realçou que a sua visita ao Mianmar foi a primeira de um pontífice, realçando que o país “se encaminha para uma nova realidade

 

 de paz e de liberdade”. “Ao reunir-me com o Conselho Supremo dos monges budistas, quis manifestar o meu desejo de trabalharmos unidos para ajudar as pessoas a amar a Deus e ao próximo, recusando qualquer tipo de violência”, prosseguiu.

Em relação ao Bangladesh, Francisco sublinhou dois momentos de “particular alegria”, a ordenação de 16 sacerdotes e o encontro com os jovens, católicos, muçulmanos e de outras religiões, “sinal de esperança” para a Ásia e todo o mundo. “Foi mais um passo em favor do respeito e do diálogo entre o Islão e o Cristianismo”, declarou.

 

 

Papa preocupado 
com questão de Jerusalém

O Papa manifestou esta quarta-feira “profunda preocupação” com a discussão sobre o estatuto de Jerusalém, no dia em que o presidente dos EUA reconheceu a cidade como capital de Israel. “O meu pensamento vai agora para Jerusalém: a esse respeito, não posso calar a minha profunda preocupação com a situação que se criou nos últimos dias”, disse Francisco, no final da audiência pública semanal que decorreu no Vaticano.

Sem se referir diretamente à decisão da administração Trump, o Papa dirigiu um apelo para que todos saibam “respeitar o status quo da cidade, em conformidade com as respetivas Resoluções das Nações Unidas”. “Jerusalém é uma cidade única, sagrada para os judeus, os cristãos e os muçulmanos, que nela veneram os Lugares Santos das respetivas religiões, e tem uma vocação especial para a paz”, acrescentou.

Francisco rezou para que esta identidade “seja preservada e reforçada” em benefício da Terra Santa, do Médio Oriente e de todo

  

 

 

o mundo. “Que prevaleçam a sabedoria e a prudência, para evitar que se somem novos elementos de tensão num panorama mundial já convulso e marcado por tantos e cruéis conflitos”, concluiu.

Antes, o Papa recebeu os participantes na reunião do Comité Permanente para o Diálogo com personalidades religiosas da Palestina, com quem sublinhou a importância do diálogo inter-religioso e de reconhecer os direitos de todos os habitantes da região. “Invoco sobre todos vós bênçãos abundantes e desejo paz e prosperidade para o povo palestino, para a Terra Santa e para todo o Médio Oriente, tão caro a mim e a toda a Igreja Católica”, disse.

 


 

 

Superar tentações da ideologia
e do fatalismo

O Papa Francisco desafiou os jovens católicos a superar as “tentações da ideologia e do fatalismo” na mensagem para o Dia Mundial das Vocações 2018, ano em que a Igreja vai dedicar uma assembleia do Sínodo dos Bispos às novas gerações. “Hoje temos grande necessidade do discernimento e da profecia, de superar as tentações da ideologia e do fatalismo e de descobrir, no relacionamento com o Senhor, os lugares, instrumentos e situações através dos quais Ele nos chama”, escreve o pontífice, na mensagem divulgada esta segunda-feira pelo Vaticano.

O texto tem como título ‘Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor’.

O Papa sublinha que a vocação cristã “tem sempre uma dimensão profética”. “Como nos atesta a Escritura, os profetas são enviados ao povo, em situações de grande precariedade material e de crise espiritual e moral, para lhe comunicar em nome de Deus palavras de conversão, esperança e consolação”, precisa.

O 55.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações vai ser celebrado a 22 de abril de 2018, IV Domingo de Páscoa. A XV Assembleia Geral Ordinária do

 

 

 Sínodo dos Bispos, marcada para outubro do próximo ano, será dedicada aos jovens, particularmente à relação entre fé e vocação.

“Não estamos submersos no acaso, nem à mercê duma série de eventos caóticos; pelo contrário, a nossa vida e a nossa presença no mundo são fruto duma vocação divina”, realça Francisco.

O Papa realça a necessidade de impedir que a voz de Deus seja “sufocada pelas muitas inquietações e solicitações” do quotidiano. O texto deixa votos de que cada católico seja capaz de “ler por dentro a vida”, no momento presente. “Cada um de nós é chamado – à vida laical no matrimónio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora”, assinala.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Papa agradece ofertas de árvore de Natal e presépio, símbolos da «compaixão» de Deus

 

 

 

«Vídeo do Papa» apresenta intenção de oração para o mês de dezembro 

 

 

 

 

Como queremos construir este Natal?

  José Carlos Patrício    
  Agência ECCLESIA   

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

Quando calhou a minha vez de escrever para esta rúbrica do Semanário ECCLESIA, veio-me à cabeça construir o texto à volta das letras que dão corpo à palavra NATAL.

E a partir daqui deixar também os desejos que espero ver concretizados a partir desta quadra, para todos nós, para o país e o mundo - como queremos construir este Natal?

Na letra N, destaco a palavra “Necessidade” e faço votos de que um dos maiores presentes deste Natal seja a atenção pelos mais pobres e os que mais precisam de apoio e proximidade.

Os idosos e doentes, os sem-abrigo e os órfãos, os que vivem na solidão ou isolamento, mas também aquele familiar ou amigo que sabemos que precisa de alento para ultrapassar uma situação mais difícil.

Para a letra A, que neste caso tenho mesmo de escolher duas palavras, proponho “Apaziguar” e “Alegria”, porque o nosso mundo precisa de paz, entre as nações e nos corações das pessoas.

E precisa da verdadeira felicidade que nasce de sabermos que somos todos irmãos e que temos de trabalhar todos para o mesmo: uma vida plena e que valha a pena ser vivida!

Enquanto escrevo, passam na televisão relatos de confrontos em Belém, na Terra Santa, na cidade onde nasceu o Menino Jesus.

Como todos sabemos trata-se de um drama antigo, mas ganhou atualidade depois do presidente 

 

 

 

dos Estados Unidos da América ter reconhecido oficialmente Jerusalém como capital de Israel.

Sim, é irónico estar a pedir paz neste tempo de Natal, quando nem no espaço onde tudo começou, para os cristãos, ela existe.

Mas isso reforça a necessidade de uma mudança de paradigma, e do Natal colocar também no coração dos nossos governantes mais bom senso e um espírito mais fraterno, menos centrado no próprio umbigo.

Com esta linha, passo para o meu quarto desejo, que tem como base a palavra ‘Terra’, porque estamos num tempo em que cuidar do nosso 

 

planeta, da Natureza, é cada vez mais urgente.

Atualmente, parece que nem todos, sobretudo os países ditos mais desenvolvidos estão despertos para esta realidade: que Casa é que queremos deixar para os nossos filhos, para as gerações de amanhã?

Falta a letra L, onde optei pela palavra ‘Liberdade’, porque o mundo que quero para mim, para a minha família, e para todos, tem também de continuar a ter este ingrediente, por muito que continuem a surgir forças e ideologias que o querem eliminar.

Um grande abraço e um excelente NATAL para todos!   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esta edição do Semanário ECCLESIA chega às suas mãos no dia em que a Igreja Católica celebra a solenidade da Imaculada Conceição, uma marca essencial da espiritualidade da alma e da identidade do povo português.

A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição está em destaque neste dossier, que se abre com uma grande entrevista a D. Francisco Senra Coelho, bispo auxiliar de Braga, a propósito do seu novo livro editado pela Paulus, "Nossa Senhora e a História de Portugal - Alianças com Santa Maria".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

«O berço da Pátria é confundido
com o colo de Maria»

D. Francisco Senra Coelho conta a história de Portugal em sete etapas, a que correspondem outras tantas alianças da nacionalidade com Nossa Senhora. A garantia da independência e da soberania, em momentos decisivos e desde a nacionalidade, são atribuídos pela tradição e pelo povo português a Nossa Senhora, a quem sempre se manifestou agradecido. Em Alcobaça, Batalha, Vila Viçosa, Sameiro e Fátima estão referências essenciais dessa gratidão.

 

Entrevista conduzida por Paulo Rocha

 

Agência Ecclesia (AE)– O que justifica um feriado no dia 8 de dezembro?

D. Francisco Senra Coelho (FSC)– Há vários motivos para que, em Portugal, o dia 8 seja feriado. Em primeiro lugar, por razões históricas, uma vez que a História de Portugal se confunde com a dimensão mariana. A própria independência de Portugal foi atribuída, no seu mérito a na sua capacidade de ajuda, a Nossa Senhora pelo nosso primeiro rei. Por outro lado, há uma constante valorização do dogma da Imaculada Conceição na Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, quando era ainda um tema em aberto e discussão teológica.

Quando, no dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX fez a proclamação do dogma da Imaculada Conceição foi uma alegria para Portugal, uma 

 

vez que era uma das causas assumidas pela teologia portuguesa. Ao longo de toda a história teológica de Portugal, este tema era muito próximo.

Há também uma dimensão social, neste feriado, marcada pela maternidade: a vivência do dia da mãe, neste dia, que foi sempre muito importante para Portugal. Numa sociedade muito paternal como a portuguesa, a mãe exerceu sempre o recando da ternura. E Nossa Senhora apareceu associada à figura da mãe, como Mãe de Cristo e modelo para todas as mães. E o dia da mãe fez do dia 8 de dezembro um feriado assumido pelas famílias e com uma popularidade enorme e com uma dimensão profunda na rede social portuguesa e no viver quotidiano da cidadania.

 

 

Agência Ecclesia (AE)– O que justifica um feriado no dia 8 de dezembro?

D. Francisco Senra Coelho (FSC)– Há vários motivos para que, em Portugal, o dia 8 seja feriado. Em primeiro lugar, por razões históricas, uma vez que a História de Portugal se confunde com a dimensão mariana. A própria independência de Portugal foi atribuída, no seu mérito a na sua capacidade de ajuda, a Nossa Senhora pelo nosso primeiro rei. Por outro lado, há uma constante valorização do dogma da Imaculada Conceição na Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, quando era ainda um tema em aberto e discussão teológica.

Quando, no dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX fez a proclamação do dogma da Imaculada Conceição foi uma alegria para Portugal, uma vez que era uma das causas assumidas pela teologia portuguesa. Ao longo de toda a história teológica de Portugal, este tema era muito próximo.

Há também uma dimensão social, neste feriado, marcada pela maternidade: a vivência do dia da mãe, neste dia, que foi sempre muito importante para Portugal. Numa sociedade muito paternal como a portuguesa, a mãe exerceu sempre o recando da ternura. E Nossa Senhora apareceu associada à figura da mãe, como Mãe de Cristo e modelo para todas as mães. E o dia da mãe fez do dia 8 de dezembro um feriado assumido pelas famílias e com uma popularidade enorme e com uma dimensão profunda na rede social portuguesa e no viver quotidiano da cidadania.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – Deveria voltar a celebrar-se o dia da mãe no dia 8 de dezembro?

FSC – Para mim, sim, faria sentido. O mês de dezembro é marcado pela dimensão da família, da maternidade. O Natal não é dissociado da família, numa grande perspetiva da festa da família que se junta. Começar o mês de Natal com o dia da mãe seria muito oportuno. E também e dimensão da generosidade que marca o mês de dezembro, em que toda a gente sente um apelo à partilha, à fraternidade, à dimensão da paz universal. E tudo isto cabe no regaço e no colo da Mãe, que é Nossa Senhora, e que são todas as mães!

 

AE – A História de Portugal coube também no regaço e colo de Nossa Senhora? Que marcos da História de 

 

 

 

Portugal incluem a presença de Nossa Senhora e como os apresenta no livro que acaba de editar “Nossa Senhora e a História de Portugal”?

FSC – Eu fiz uma opção por sete marcos, sete alianças. Trata-se de um número bíblico, que tem uma caraterística de plenitude e, por isso, fixei-me aí.

A independência de Portugal foi, desde logo, agradecida por D. Afonso Henrique a Nossa Senhora. O Mosteiro de Alcobaça, a Igreja da Senhora dos Mártires em Lisboa, a Igreja das Alcáçovas, em Santarém, são votos em ação de graças pela independência de Portugal e a dignidade de um reino reconhecido pelo Papa em 1179.

O berço da pátria é confundido com o colo de Maria.

Encontramos depois a grave crise de 

 

 

 

 

1383-1385, vencida na grande batalha de Aljubarrota, que se transformou numa referência icónica de Portugal. E sabemos que Nossa Senhora, no dia 15 de agosto, é invocada como aquela que nos há de ajudar, em 1385, a 

 

readquirir a nossa realeza independente, com a proclamação do Mestre de Aviz, D. João I, Rei de Portugal. E o Mosteiro da Batalha é, de facto, a grande proclamação dessa vitória.

 

 

 

AE – A figura de Nossa Senhora acompanha também a epopeia marítima de Portugal?

FSC – Sim! A descoberta do caminho marítimo para a Índia é qualquer grandioso para o desígnio de Portugal. Fez do nosso país a primeira potência do mundo de então. A ‘Rota da Seda’, que era quase mitológica na história da Europa, chegava até Veneza e fazia dos doges de Veneza grandes figuras da economia e finanças europeias, passa para o Terreiro do Paço, para Lisboa. Todo o espólio das especiarias já não chega à Europa por terra, mas agora vem nas caravelas para Lisboa. Nós fomos a primeira potência mundial fruto da descoberta do caminho marítimo para a Índia. Num tempo efémero, mas foi algo que marcou a grandeza deste povo. E esse rasgar de grandes caminhos e estradas pelo mundo é atribuído a Nossa Senhora. D. Manuel Faz, por isso, acontecer a Igreja de Nossa Senhora de Belém e depois os Mosteiro dos Jerónimos, numa terceira aliança de Portugal com Nossa Senhora.

 

 

 

AE – Chegamos depois a um dos momentos mais significativos dessa ligação de Nossa Senhora ao Reino de Portugal, com a Restauração?

FSC – Temos de começar por perceber o que foi a dor de Portugal quando experimentou, outra vez, a perca da independência com a presença da Dinastia Filipina entre nós e o movimento da restauração. D. João IV, o duque de Bragança, é claro na sua afirmação: foi Nossa Senhora que nos deu a independência. O que se traduz na coroação de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e na abdicação da coroa pela corte de Portugal, que deixa de a usar porque Nossa Senhora é, de facto, a Rainha.

 

AE – Isso seis anos depois da Restauração da Independência?

FSC – No dia 25 de março de 1646, quando foi proclamada como Padroeira de Portugal e depois confirmada por Urbano VIII, em forma de breve.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – O que terá acontecido de relevante, entre 1640 e 1646, que levou D. João IV a coroar Nossa Senhora como Rainha de Portugal?

FSC – Celebrar a conquista da independência, enquadrada no contexto histórico de Portugal, que sempre sente a gratidão em relação a Nossa Senhora, e também o acentuar do apoio à tese teológica, que estava muito sobre a mesa e a amadurecer, que havia de acontecer depois com o Papa Pio IX, do dogma da Imaculada Conceição. Quer-me parecer que há também uma atitude de reconhecimento político de todo o apoio que D. João IV recebeu. Porque há um movimento restauracionista, que tinha uma espiritualidade, um símbolo que o congregava e unia: a Imaculada. D. João IV não seria proclamado rei sem uma grande base de apoio, que tem a sua iconografia e símbolo em Nossa Senhora da Conceição. O Movimento Concecionista foi também emergente de apoio político ao Duque de Bragança. Ao proclamar Nossa Senhora da Conceição como Padroeira, agradeceu esse apoio político, que tinha na sua simbologia máxima a defesa e o apoio de Nossa Senhora da Conceição.

 

AE – Consagra-se também nesse século XVII a relevância do Santuário de Vila Viçosa?

FSC – Muito! Porque a Casa de Bragança, nesse contexto, despendeu de bastantes verbas para melhorar o edifício que estava a precisar de obras urgentes. E a valorização daquela casa como símbolo de toda a nova dinastia bragantina.

 

AE – Passamos para a quinta aliança, com D. João VI…

FSC – Acontece em muito sofrimento, provocado pelas invasões francesas, com consequências patrimoniais e o sofrimento de vidas. A cidade de Évora foi martirizada, por exemplo. O bispo auxiliar de Évora foi morto a tiro de pistola. Há um sofrimento por todo o país, com as invasões francesas, temendo-se a perca da independência. A coroa foi par ao Brasil e D. João VI quis agradecer aos que ficaram em Portugal, com o risco de vida, pela heroicidade na proclamação do sentido nacional. Criou a Real Ordem da Senhora da Conceição para homenagear todos os resistentes que permaneceram no Continente e nas Ilhas da Madeira e dos Açores, com o sentido da gratidão. Faz uma consagração à Senhora da Conceição,

 

 

 

voltando à consagração de Vila Viçosa e à consagração do primeiro rei de Portugal, a Senhora da Oliveira, em Guimarães.

Essa atitude de condecorar os que ficaram e resistiram às invasões francesas e o agradecimento por não perdermos a liberdade, mas voltar a ser pátria, acontece com o regresso da coroa a Portugal. D. João VI renova a consagração e atribui a liberdade de Portugal face às tropas francesas ao poder e ajuda de Nossa Senhora.

Existe a consciência de desígnio, de filhos, num povo que tem uma aliança com a Mãe e é sempre ela que vem ajuda. Sem ela não seríamos nada. É uma espiritualidade que brota com um cariz muito genuíno, de um coração de um pequeno povo, em número, que sabe e consegue grandes epopeias. Sentindo-se incapaz de as realizar sozinho, atribui-as a Nossa Senhora, que tem como Mãe.

Portugal é uma Pátria com Mãe! Não uma Pátria órfã, sem saber de onde vem.

 

AE – Sexta aliança acontece no contexto do liberalismo.

FSC – O liberalismo é importado sobretudo da França. Em Portugal, ficam as sementes de uma revolução 

 

onde se prescinde de uma revelação, quer judaica, quer cristã e mesmo islâmica. O iluminismo não aceita a autoridade da tradição e de modo algum o Livro Sagrado. Aposta na racionalidade e na compreensão de Deus sem dogmas de fé, apenas pela filosofia, pela teodiceia, pela teologia racional. E essa atitude espanta o nosso povo: como é que os intelectuais portugueses, como é que os que nos conduzem se afastaram da nossa matriz e da nossa origem cristã? Essa reação é expressa no caso muito concreto do Sameiro: um movimento popular, de cariz espontâneo, acompanhado pelo padre Martinho António Pereira da Silva, natural de Semelhe, que faz colocar no cume da montanha, em 1869, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A escultura, esculpida em Roma e benzida pelo Papa Pio IX, porta uma belíssima e valorosa coroa de 2 quilos e meio em ouro maciço e brilhantes, oferecido em 1904 pelas mulheres de Portugal, incluindo a Rainha D. Amélia de Orleans.

Voltamos ao dia da mãe, ao 8 de dezembro: uma coroa de ouro maciço mostra um povo que sublinha o quer, para onde quer ir e de quem é. Por isso, o Sameiro é um Santuário tipicamente popular e reativo a um contexto cultural de uma elite muito marcada pelo iluminismo e com conduções de realidades como a maçonaria, que adquiriram grande peso no século XIX em Portugal.

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – A que se refere a última aliança, a sétima, que apresenta no livro “Nossa Senhora e a História de Portugal”?

FSC – Vamos aí encontrar Fátima. 1917 é um ano duro pela I Guerra Mundial, onde Portugal entrou de uma maneira desastrosa. Estamos às portas da revolução de Sidónio Pais e era tal a perseguição da maçonaria à Igreja que a maçonaria mitigada, na figura de Sidónio Pais, faz uma revolução para que não fossem tão perseguidos os católicos. Nessa ocasião, o arcebispo de Braga, D. Manuel Vieira de Matos, 

 

e o arcebispo de Évora, D. Augusto Eduardo Nunes, estavam expulsos de Portugal, tinham de sair das fronteiras de Portugal. E Sidónio Pais faz um decreto, após a sua revolução, que dispensa dessa expulsão os dois metropolitas. E é morto a tiro de pistola na Estação do Rossio.

 

 

 

FSC – É neste contexto de grande sofrimento, sem esquecer o contexto mundial, nomeadamente a revolução Bolchevique na Rússia, em outubro de 1917, que se dá esta grande manifestação de Nossa Senhora, em Fátima.

É aquela com quem um povo fez aliança e de quem se socorreu que agora vem pedir ao povo sofrido do extremo da Europa que leve uma mensagem de paz a todo o Continente e ao mundo. É este povo, representado nos mais pequeninos, três crianças, que é convocado para uma resposta às alianças que com ela Nossa Senhora fez ao longo da história.

 

AE – O feriado de 8 de dezembro celebra a Imaculada Conceição e tem de celebrar também toda a história de Portugal ligada a Maria?

FSC – Sem dúvida! Quando celebramos o dia 8 de dezembro estamos a celebrar Nossa Senhora na sua Conceição Imaculada. Foi aí o seu primeiro instante de existência! E ela, desde esse momento, é Filha da Luz e absolutamente livre, por fazer sempre a escolha pelo bem, pela justiça e nunca ser dominada pela iniquidade.

Nós estamos também a celebrar Maria que tem a ver com toda a 

 

 

história de Portugal desde o seu início. É o princípio da sua vida, proclamando-a desde sempre, desde toda a sua existência, como modelo para nós em todos os aspetos da sua vida.

 

AE – E que legado é esse para a história de Portugal?

FSC – É um legado de humanização, que decorre da palavra mãe: dádiva da vida, gratuidade, acolhimento, entrega incondicional, ser mãe! E isso tem de estar impresso na nossa história e no nosso desígnio nacional, tanto na missão de hoje como no futuro. Portugal tem de ter uma grande dimensão humanística de serviço e acolhimento. Portugal não pode ser nunca um país sem coração.

 

 

Imaculada Conceição,
um feriado com história portuguesa

 

A solenidade da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica assinala anualmente a 8 de dezembro, é uma marca essencial da espiritualidade e da identidade do povo português.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara

 

 

 a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

Pio IX, depois de ter consultado o episcopado do mundo inteiro, declarou solenemente, fazendo apelo à autoridade suprema do seu magistério: “A doutrina segundo 

 

 

 

 

a qual a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante da sua conceição, foi por especial privilégio de Deus Omnipotente, com vista aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada imune de toda a mácula do pecado original, é revelada por Deus e deve por isso ser acreditada por todos os fieis, firmemente e com constância”.

Para assinalar esta proclamação, em 1869 construiu-se, no Sameiro, um santuário dedicado à Imaculada Conceição de Maria.

A Universidade de Coimbra tem um papel importante em todo este processo, já que todos os seus intelectuais defenderam o dogma sob forma de juramento solene.

A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhara destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana. Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.

 

 

A antiga igreja de Nossa Senhora do Castelo, espaço onde se ergue atualmente o santuário nacional,  afirmou-se nos finais do século XIV como o primeiro sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica.

Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

O mesmo D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.

 

 

 

Vila Viçosa abre portas a milhares de peregrinos para a festa da Imaculada Conceição

O Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, na Arquidiocese de Évora, acolhe esta sexta-feira peregrinos de todo o país para a celebração da solenidade da Imaculada Conceição, padroeira de Portugal. As comemorações, naquele que é um dos pontos mais emblemáticos da devoção portuguesa à Imaculada Conceição, começam

 

 a partir das 09h30, com o acolhimento  aos peregrinos e a oração do terço.

Depois, às 11h00 tem início a eucaristia da solenidade da Imaculada Conceição e no programa há ainda a destacar a procissão em honra de Nossa Senhora da Conceição, que vai percorrer as ruas de Vila Viçosa a partir das 15h00.

 

 

 

 

 

 

 

Numa entrevista à Agência ECCLESIA, o reitor daquele santuário sublinhou um evento muito significativo para todos os portugueses, num local que todos os anos é visitado por “milhares de peregrinos e turistas”.

“Há gente que às vezes pode nem participar na Missa de domingo, é engraçado, mas a devoção é grande e acorre aqui muita gente”, salienta o padre Francisco Couto.

O Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, já recebeu também a visita de um Papa, o agora São João Paulo II, em 1982.

A história daquele local de culto está ainda ligada à instituição de um dos principais dogmas da Igreja Católica.

Em 1646, depois de assegurada a independência portuguesa de Castela, o rei D. João IV ligou esse feito à intercessão de Maria e consagrou Nossa Senhora da Conceição como padroeira de Portugal.

“Reza a história que deixou de usar coroa e concedeu uma réplica da sua coroa à imagem que veneramos atualmente no Santuário”, conta o padre Francisco Couto, que destaca a ligação deste acontecimento à decisão da Santa Sé em adotar como dogma a 

 

‘imaculada conceição’ de Maria, em 1854, durante o pontificado do Papa Pio IX. “Portugal já era palco de uma discussão ligada à Imaculada  Conceição, e é magnífico perceber que um reino e o seu rei se dobram diante desta que é mãe e mãe da Igreja, sinal e símbolo da Igreja”, considera o sacerdote.

Situado no interior do castelo de Vila Viçosa, o santuário nasceu graças ao contributo de D. Nuno Álvares Pereira, hoje São Nuno de Santa Maria.

Foi esta figura histórica nacional que mandou erguer a igreja de Nossa Senhora do Castelo e consagrou aquele templo (o santuário primitivo) a Nossa Senhora da Conceição, depois de ter derrotado as forças castelhanas na batalha de Aljubarrota, em 1385.

Por ano, acorrem a Vila Viçosa cerca de 8 mil peregrinos, nacionais e estrangeiros, com relevo para países como Itália e Angola.  

 

 

Instituto da Padroeira de Portugal para os Estudos da Mariologia - IPPEM

A cultura e a identidade portuguesas têm sido, desde a sua génese, modeladas pela espiritualidade e pelas marcas pluriformes da devoção a Nossa Senhora, cognome mais referenciado para designar com veneração a Mãe de Jesus de Nazaré.  Não é excessivo considerar que aspetos importantes da herança cultural estão eivados de marianismo entendido como o influxo de elementos típicos da devoção àquela que é considerada a Mãe de Deus no quadro da tradição cristã de confissão católica. Podemos observar esse influxo não só na vivência religiosa do cristianismo, como nas tradições populares mais diversas, até o seu reflexo na cultura erudita, na literatura, na música, na arquitetura, na iconografia e nas mais diversas expressões da Arte.  O facto de Portugal ter como um dos seus mais antigos cognomes o de intitular-se Terra de Santa Maria é uma das expressões mais eloquentes da influência da espiritualidade mariana que tem embebido transversalmente todas os sectores sociais ao longo dos tempos, desde as elites até ao

 

povo simples que aclama e venera a Mãe de Cristo como sua mãe também e universal Protetora e, cujo culto remonta aos inícios da nacionalidade.

A assunção plena desta espiritualidade mariana na relação com derivas decisivas da história de Portugal observa-se no período da Restauração Portuguesa em que o então Rei de Portugal, D. João IV, o primeiro da nova dinastia de Bragança, coroa Nossa Senhora da Conceição como Rainha de Portugal, contribuindo para posicionar o nosso país entre as monarquias europeias que mais valorizaram o papel teológico e histórico da Mãe de Jesus. No calendário litúrgico de Portugal a Imaculada Conceição é tomada como a padroeira principal. Essa valorização acabaria por dar realce e, por fim, a vitória a uma das correntes teológicas em polémica desde a Idade Média, a corrente imaculista, que defendia o reconhecimento pela Igreja de um estatuto antropoteológico especial para a Mãe de Cristo, que será finalmente atribuído no século XIX com a proclamação do dogma da Imaculada Conceição por Pio IX e, 

 

 


 

 

no século XX, com a proclamação do dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu por Pio XII.

Por seu lado, não é irrelevante o papel desta cultura de Nossa Senhora em Portugal para entendermos a centralidade da afirmação internacional no século XX de uma espiritualidade mariana decorrente da experiência das Aparições da Cova da Iria em 1917. A edificação bem sucedida do Santuário de Fátima que, cem anos depois, 

 

 

ganhou uma projeção global como um dos santuários marianos mais importantes do mundo não se pode desligar de uma cultura e de uma mentalidade e até de uma espiritualidade coletiva tonificada pelo culto a Nossa Senhora.

Não deixa de constituir uma lacuna significativa que um país como Portugal, que tem uma tão interessante e estruturadora cultura mariana, não tenha um centro de estudos especializado no 

 

 

 

conhecimento científico desta herança espiritual e cultural, tendo por referência a sua padroeira e as tradições, devoções e criações artísticas e patrimoniais geradas em torno desta relação estreita entre Nossa Senhora e a modelação da identidade portuguesa.

Assim sendo, cria-se este Instituto (IPPEM) para promover, fomentar e organizar iniciativas científicas e culturais para o aprofundamento dos 

 

estudos sistemáticos sobre a Padroeira de Portugal e a cultura religiosa mariana no nosso país, na sua relação com a suas expressões e correntes internacionais.

 

O IPPEM é criado para realizar os seguintes fins gerais:

a) A prossecução de ações de carácter científico, cultural, social, valorização patrimonial e de intervenção cívica em torno da Padroeira de Portugal e da 

 

 

 

 

espiritualidade religiosa, cultura e património ligado à devoção a Nossa Senhora.

b) Promover a investigação científica, de teologia a temas ligados à Padroeira e à mariologia no seu conjunto.

c) Apoiar e desenvolver a investigação de vertente interdisciplinar, particularmente na área das Ciências Sociais e Humanas e cooperação com outras áreas do saber.

d) Refletir criticamente sobre a identidade cultural de Portugal na relação com a cultura mariana e com o processo devocional específico à Padroeira de Portugal.

e) Valorizar o património material e imaterial mariano e promovê-lo nas redes globais.

f) Fomentar a pedagogia do espírito intercultural democrático através da cultura do diálogo, da tolerância e do respeito entre indivíduos e entre povos tendo por referência Maria como Mãe Universal, estimulando a cultura de cidadania e de participação.

 

 

 

O IPPEM é criado para prosseguir os seguintes fins específicos:

a) Cooperar com instituições do Ensino Superior para criar programas de graduação, no âmbito da formação superior, nomeadamente nos ciclos de estudos de mestrado e doutoramento, que promovam o aprofundamento dos estudos da Padroeira e da Mariologia e sua relação com a história global.

b) Fomentar a divulgação de obras e autores marianos através de edições, reedições e traduções.

c) Preparar projetos de investigação para estudar as várias vertentes da cultura mariana da Padroeira de Portugal, em articulação, com as disciplinas da Arte, a Literatura, o Património e a Espiritualidade.

d) Conceder bolsas de estudo em todas as áreas científicas, em parceria com outras instituições universitárias, nos termos da legislação aplicável.

e) Desenvolver ações culturais, tais como conferências, colóquios, congressos, encontros, exposições, roteiros turísticos em estreita ligação com outras entidades públicas e privadas

José Eduardo Franco, historiador

 

A IPPEM foi constituída, em escritura, por 19 membros fundadores, a 1 de dezembro de 2017  

 

 

Imaculada Conceição, a vencedora do Mal

 

 

A irmã N’dira da Cruz é religiosa das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição e vê na celebração da solenidade litúrgica de 8 de dezembro um dia especial para reforçar uma interrogação sobre esta dimensão: “De que maneira é que vivo essa marca do meu ser, que faz parte da minha vocação, missão?”.

“Olho para Maria como acolhedora da graça que é o próprio Deus, acolhida e correspondida com fidelidade”, assinala, em entrevista à Agência ECCLESIA, a religiosa, consagrada há 20 anos.

 

 

 

 

 

 

A celebração da Imaculada Conceição é uma inspiração para “continuar a fazer Deus presente”, em “sintonia com o próprio bater do coração divino”.

“Deus escolheu Maria e continua a escolher todas aquelas que são de Maria”, acrescenta.

O dogma da Imaculada Conceição declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original. Um “privilégio” que não deixa de inspirar os católicos, segundo a irmã N’dira da Cruz, porque todos podem ver em Maria uma “vencedora do mal”.

“É o maior desafio que eu sinto, Maria foi aquela que foi capaz de ir quebrando o elo do pecado. Recebeu, realmente, o dom singular e ímpar de ser imaculada desde a sua conceção, mas admiro, sobretudo, o facto de ter perseverado nessa imaculidade de coração e de ser capaz de vencer, em momentos mais críticos, inclusivamente ao pé da cruz, de vencer o mal com o bem”, declarou.

Quebrar esse “elo do pecado” é, por isso, uma das marcas que esta 

 

religiosa da Imaculada Conceição procura concretizar no seu dia a dia, “em coisas pequeninas”, como a crítica.

No jubileu dos 175 anos de nascimento da Beata Maria Clara, fundadora da congregação portuguesa, a celebração desta solenidade ganha uma dimensão especial, com a figura da Virgem Maria a surgir como “protótipo” da consagração.

A Beata Maria Clara seguiu a vida religiosa poucos anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição (1854), fazendo votos de proclamar sempre publicamente esta verdade de fé.

“Isso esteve na sua espiritualidade de tal modo que passou de geração em geração, até chegar a nós”, realça a irmã N’dira da Cruz.

A religiosa fala ainda do desafio de acolher o outro, que exige o “olhar de Maria” para ser capaz de estar atenta à pobreza, às periferias.

“Precisamos mesmo de sair, de abrir as nossas portas”, prossegue.

 

 

A homenagem dos Papas
à Imaculada Conceição

 

O Papa vai assinalar a Solenidade da Imaculada Conceição com vários momentos de oração, incluindo uma visita à igreja de “Sant’Andrea delle Fratte”, em Roma, para rezar diante de Nossa Senhora do Milagre. A novidade do programa pontifício acontece no local da aparição mariana a Alfonso Ratisbonne, judeu convertido ao catolicismo após este 

 

 

acontecimento, que decorreu em 1842.

A agenda do Papa, divulgada pela Rádio Vaticano, começa ao meio-dia de Roma (menos uma hora em Lisboa) com a oração do ângelus, perante os fiéis reunidos na Praça de São Pedro. Depois à tarde, pelas 16h00 locais, o Papa vai até ao centro de Roma para uma homenagem à Imaculada 

 

 

 

Conceição, diante do monumento construído em honra de Nossa Senhora, na Praça Mignanelli.

Seguindo a tradição iniciada pelos seus predecessores, Francisco vai leva flores até junto da imagem da Imaculada foi colocada na Praça de Espanha em 1857, três anos depois da definição dogmática de Conceição Imaculada de Maria, sob o pontificado do Papa Pio IX - por cuja vontade se ergueu o monumento -, que o abençoou a 8 de dezembro.

Francisco vai ser acolhido na ocasião pelo arcebispo Angelo De Donatis, vigário-geral para a Diocese de Roma, e depois caminhará até ao monumento para “rezar e depositar flores”. Depois desta cerimónia, o Papa segue para a Basílica de 

 

 

“Sant’Andrea delle Fratte”, para rezar em privado diante da imagem de Nossa Senhora do Milagre.

Ao longo deste dia várias organizações irão também prestar homenagem à Imaculada Conceição, a começar pelos “bombeiros” e diversas “fraternidades e associações, religiosas e leigas, com procissões provenientes de diversas partes, momentos de oração e caminhadas acompanhadas por bandas de música”.

O serviço informativo da Santa Sé destaca grupos como “os Cavaleiros e Damas dos Cavaleiros do Santo Sepulcro, a Ordem de Malta, os Frades Menores Conventuais, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, os Grupos de Oração do Padre Pio, a Legião de Maria, a Cruz Vermelha”, estudantes e população em geral.

 

 

 

 

Oração do Papa Francisco

Ó Maria, Nossa Mãe Imaculada,

no dia da tua festa venho a ti,

e não venho sozinho:

trago comigo todos aqueles que o teu Filho me confiou,

nesta Cidade de Roma e no mundo inteiro,

para que Tu os abençoes e salves dos perigos.

 

Trago-te, Mãe, as crianças,

especialmente quantas estão sozinhas, abandonadas,

e que por isso são enganadas e exploradas.

 

Trago-te, Mãe, as famílias,

que mantêm a vida e a sociedade

com o seu compromisso diário e escondido;

de modo particular as famílias que têm mais dificuldade

devido a tantos problemas internos e externos.

 

Trago-te, Mãe, todos os trabalhadores, homens e mulheres,

e confio-te sobretudo quem, por necessidade,

se esforça por desempenhar um trabalho indigno

e quem perdeu o trabalho ou não o consegue encontrar.

 

Temos necessidade do teu olhar imaculado

para voltar a ter a capacidade de ver as pessoas e as coisas

com respeito e reconhecimento, sem interesses egoístas nem hipocrisias.

 

Temos necessidade do teu Coração imaculado,

para amar de maneira gratuita,

sem segundos fins, mas procurando o bem do próximo,

com simplicidade e sinceridade, renunciando às máscaras e aparências.

 

 

 

 

 

 

 

Temos necessidade das tuas mãos imaculadas,

para acariciar com ternura,

para tocar a carne de Jesus

nos irmãos pobres, doentes, desprezados,

para levantar quem caiu e sustentar quantos vacilam.

 

Temos necessidade dos teus pés imaculados,

para ir ao encontro de quem não sabe dar o primeiro passo,

para caminhar pelas veredas de quantos se perderam,

para ir encontrar as pessoas sozinhas.

 

Agradecemos-te, ó Mãe, porque mostrando-te a nós

livre de todas as manchas de pecado,

Tu nos recordas que antes de tudo há a graça de Deus,

há o amor de Jesus Cristo que entregou a vida por nós,

há o vigor do Espírito Santo, que tudo renova.

 

Faz com que não cedamos ao desânimo

mas, confiando no teu auxílio constante,

nos comprometamos até ao fundo para nos renovarmos a nós mesmos,

esta Cidade e o mundo inteiro.

 

Intercede por nós, Santa Mãe de Deus!

Roma, 8 de dezembro de 2016

 

 

 

 

 

 

 

 

Presentes Solidários

http://www.presentessolidarios.pt/

 

Penso que ninguém dúvida que atualmente a internet é cada vez mais um meio para promoção de entidades, ideias, projectos e negócios. Agora que seja utilizada para dar mais sentido ao nosso Natal? Não acredita? É verdade, basta que visite o sítio www.presentessolidarios.pt e facilmente percebe que a sua base de trabalho está sustentada nas tecnologias, como forma de atingir um maior número de participantes. Com uma apresentação gráfica bastante eficaz e clara, ao entrarmos neste espaço virtual, somos facilmente envolvidos no espirito solidário. Da responsabilidade da FEC (Fundação Fé e Cooperação), organismo de Igreja Católica Portuguesa, esta campanha «Presentes Solidários 2017», contribui “de forma concreta para a melhoria das condições reais de vida de inúmeras famílias dos Países Lusófonos”.

Através da página inicial poderemos, imediatamente acompanhar diariamente a evolução da campanha, clicando em barómetro. É possível também, aceder às mais recentes 

 

notícias que vão dando ecos deste extraordinário projeto.

Na opção “presentes 2017”, pode conhecer ao pormenor cada um dos treze presentes que estão ao dispor para este ano. Clicando em cada um deles, fica informado acerca do custo do presente, a quem se destina, quem são as entidades responsáveis pela sua administração, bem como qual o local para onde vai a oferta.

Caso pretenda saber como se opera esta acção solidária, aceda a campanha. Aí pode assistir a um vídeo promocional que explica detalhadamente o seu funcionamento, ler um conjunto de respostas às dúvidas mais comuns e ainda saber quais são as entidades que apoiam este projecto.

No item resultados, somos informados sobre o sucesso das campanhas que já decorrem desde 2007. Facilmente vemos os resultados efetivos dos presentes entregues e algum feedback dos beneficiados.

Como forma de aumentar o sucesso e a divulgação desta acção, foi criado o conceito de padrinho solidário, onde cada país que é beneficiado com algum presente possui uma figura pública que abraça mais de perto esse projecto.

 

 

 

 

 

 

 

 

Por último, em divulgação, encontramos um manancial de conteúdos destinados a quem pretende divulgar de uma forma objetiva esta campanha. Desde acesso ao logotipo, bem como a dados e recortes de imprensa dos anos anteriores.

Lanço, mais uma vez, esta sugestão por considerar que os seus objetivos e fundamentos fazem todo o sentido 

 

serem divulgados. Claramente que este projeto é já um vencedor, quer pela magnificência dos objetivos a que se propõe, bem como, pela qualidade da sua presença virtual.

E não se esqueça, com os presentes solidários, dá a duplicar!

 

Fernando Cassola Marques
fernandocassola@gmail.com

 


 

 

 

 

 

Instagram a partir do computador?
Sim, já é possível.

Como administrador de vários projetos irrita-me a administração do Instagram. Consigo gerir as várias redes  através do computador, o Instagram não. Sempre que quero postar no Instagram tenho que usar o smartphone. Como “fotógrafo” do Instagram a minha tarefa está complicada. No computador tenho mais recursos, mais fontes, mais materiais, que não tenho acesso via smartphone.

 

Servindo-me do serviço de curadoria do Feedly, deparei-me com um artigo publicado no site Pplware.   Uma aplicação para gerir o Instagram a partir do computador: Windowed

 

Windowed é uma aplicação gratuita que permite ao utilizador colocar as fotos diretamente no seu perfil do Instagram usando o computador com Windows ou com macOS… tudo tão simples (ou mais) como se estivesse no smartphone.

 

 

 

Esta app aumenta as opções possíveis nos computadores, permitindo arrastar as imagens e largar dentro do Windowed, para preparar a publicação no Instagram. Permite adicionar até 5 contas diferentes.

 

A app nativa tem mais recursos, mais efeitos, contudo tem o suficiente para publicar uma imagem no seu feed. Uma aplicação que facilitará o dia a dia dos administradores da pastoral do comunicação das nossas comunidades. 

 

Um santo Natal e um excelente 2018

 

Bento Oliveira

@iMissio

http://www.imissio.net

 

 

Testemunhas de um Facto

"Proponho com este livro um caminho de descoberta do sentido do Natal (...). Ao longo dos trinta e nove anos que levo de padre, vi, escutei e acompanhei muitas vidas, muitas famílias, o povo cristão e as andanças do mundo. Inúmeras foram as histórias e os momentos de pessoas que guardei na memória e evoquei mais tarde, a outros, em lugares diferentes, às vezes à distância de gerações. Sempre tive a intuição de que o ponto de partida para receber uma palavra como resposta à vida é que haja uma pergunta, uma necessidade, um drama humano.

'Testemunhas de um Facto' fala do que me aconteceu no encontro com Cristo e do que vejo acontecer aos que Lhe pertencem, e diariamente me espanta e comove. Neste título vibra o âmago do Cristianismo, a sua irredutibilidade como Acontecimento central da História da Humanidade. Tudo o mais que se refere à vida cristã, valores, gestos solidários, moral, doutrina, brota do Facto, esse Facto acontecido há dois mil anos que celebramos em cada tempo de Natal e de que somos Testemunhas".

Padre João Seabra

Tenacitas, dezembro de 2017

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dezembro 2017

09 de dezembro

. Montijo - Museu Municipal Casa Mora - Exposição «A Arte dos Presépios» no Museu Municipal Casa Mora (Montijo).

 

. Viana do Castelo - Igreja da Sagrada Família, 10h00 - Lançamento da obra «Viana Nascente» de José Carlos Loureiro e integrado nas comemorações dos 50 anos da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima. 

 

. Mirandela - auditório do Centro Cultural de Mirandela, 10h30 - A cidade de Mirandela (Diocese de Bragança-Miranda) acolhe a abertura da Escola Diocesana de Pais com a presença de D. José Cordeiro.

 

. Lisboa - Paróquia de Nova Oeiras, 15h00 - O Concerto para Maria de 2017 decorre dia 9 de dezembro, às 15 horas, no salão Paroquial de Nova Oeiras (Lisboa) e serve para angariar fundos, para a continuação da construção do Mosteiro de Nossa Senhora do Rosário – Monjas de Belém, no concelho de Coruche.

 

Coimbra - Chão de Couce (Ferreira do Zêzere), 21h00 -  O Festival da Canção Jovem da Diocese de Coimbra realiza-se no Pavilhão Municipal de Ferreira do Zêzere, arciprestado de Chão de Couce e tem como tema «Eis o teu Filho».

 

10 de dezembro

Noruega – Oslo - Entrega do Prémio Nobel da Paz à Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares.

 

Índia – Mumbai - Entrega do Prémio Madre Teresa Memorial para a Justiça Social de 2017 ao padre salesiano Tom Uzhunnalil.

 

Aveiro - Paróquia de Santa Joana -  Início da visita pastoral de D. António Moiteiro, bispo de Aveiro, à Paróquia de Santa Joana.

 

Leiria, 15h00 -  O Grupo Missionário Ondjoyetu promove o lançamento da obra «Walale, Gungo! Páginas de Missão» no Museu de Imagem e Movimento, em Leiria.

 

 

 

 

Évora - Igreja de Santa Clara, 16h00 - Concerto de Natal promovido pela Fundação AIS com «Flautué Ensemble» e «All'Ottava Consort»

 

Vila Real – Poiares, 16h30 - Salesianos de Poiares fazem um Presépio Vivo

 

11 de dezembro

Vaticano - Reunião do Conselho dos Cardeais com o Papa Francisco

 

12 de dezembro

Braga – UCP - No polo de Braga da Universidade Católica Portuguesa realiza-se, dia 12 deste mês, uma aula aberta, com início às 10h00, sobre «O Evangelho do discípulo amado».

 

Fátima - Casa das Dores, 10h00 - Conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa

 

13 de dezembro

Bragança - Mirandela (Igreja de São Bento) - Celebração da Eucaristia de Natal, presidida por D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, dinamizada pelas pessoas com deficiência.

 

 

Lisboa – UCP, 15h00 - O jesuíta Johan Konings é o orador de um seminário sobre «Ser cristão hoje – Quando as comunidades escutam os desafios da Bíblia» que se realiza, dia 13 de dezembro, em Lisboa, na Universidade Católica Portuguesa.

 

Lisboa - Edifício da Marinha Portuguesa, 16h00  - O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, apresenta, no dia 13 deste mês, pelas 16h00, em Lisboa (Terreiro do Paço), no Edifício da Marinha Portuguesa, o livro «Paz e Futuro da Humanidade».

 

14 de dezembro

Itália – Roma - Tomada de posse do novo reitor do Colégio Português em Roma, padre José Alfredo Patrício

 

 

 

II Concílio do Vaticano: A importância da homilia na celebração

 

Com a publicação da constituição conciliar sobre a Sagrada Liturgia (Sacrosanctum Concilium), a 04 de dezembro de 1963 no encerramento da segunda sessão do II Concílio do Vaticano (1962-65), e do «Motu Próprio» de 25 de janeiro que determinou a entrada em vigor de algumas das suas prescrições, a reforma litúrgica decidida nesta assembleia magna entrou na fase das realizações concretas.

“Salta desde logo à vista do observador atento, que o interesse e a inteligência com que os dois documentos foram recebidos, variaram notavelmente de país para país, de diocese para diocese, de lugar para lugar, de pessoa para pessoa” (cf. Boletim de Informação Pastoral, nº 28-29; janeiro-fevereiro 1964). Paulo VI, no «Motu Próprio» de 25 de janeiro em que determina a entrada em vigor do documento, diz que, em primeiro lugar, a constituição deve ser estudada.

Num dos pontos da «Sacrosanctum Concilium», onde se fala da homilia, o documento realça que “muito se recomenda, como parte da própria liturgia, a homilia, pela qual, no correr do ano litúrgico, se expõem, a partir do texto sagrado, os mistérios da fé e as normas da vida cristã; e mais: nas missas celebradas com a presença de povo aos domingos e festas de preceito não seja omitida, senão por motivo grave”.

Na celebração da liturgia é, sumamente grande, a importância da Sagrada Escritura. Dela, com efeito, se tiram os textos que se lêem e que na homilia se explicam, bem como os salmos que se cantam; foi pela força

 

 

 

 

 da sua inspiração que brotaram as preces, orações e hinos litúrgicos, e é dela que as ações e sinais recebem a sua significação.

As leis da Igreja reforçam esta orientação e, atualmente, a homilia dominical é “um dado adquirido e indiscutível”. (D. António Marcelino; «Notícias de Beja», 15 de março de 2012 – “Homilia, momento privilegiado e de grande sentido pastoral”). Compreende-se esta preocupação do concílio, dado que a história trazia, de “bem longe, muitas falhas, neste campo”. (Cf. D. António Marcelino). O Concílio Plenário Português (1926) tornou obrigatória, para os párocos, a homilia dominical. “Sinal de que muitos a não faziam”, recorda o antigo bispo de Aveiro, no artigo citado.

A diversidade das assembleias dominicais constitui, em relação à homilia, “uma dificuldade” para o presidente. A “comunicação tem de ser simples e directa, compreensível e clara, breve e orientada para a vida”. A homilia deve ser um momento de reflexão para os que participam na celebração, “não para os ausentes”, acrescenta D. António Marcelino.

A seguir ao II Concílio do Vaticano 

 

 

 

verificou-se um cuidado especial na preparação da homilia. Não faltaram padres a prepará-la com a colaboração de um pequeno grupo de paroquianos. Segundo o prelado, o pregador “é o primeiro ouvinte e o povo percebe bem quando assim é”. Vêem-se, cada vez mais, presidentes da celebração a ler a homilia. “A leitura empobrece a comunicação directa com a assembleia, e esta comunicação é um elemento importante na pregação”, aconselha D. António Marcelino no artigo citado.

 

 

 

 

   

Família: Mirandela acolhe Escola Diocesana de Pais

A cidade de Mirandela (Diocese de Bragança-Miranda) acolhe, dia 09 deste mês, às 10h30, a abertura da Escola Diocesana de Pais com a presença de D. José Cordeiro.

Na abertura desta instituição, destinada a noivos, pais e casais, realiza-se o primeiro módulo sobre a «A Família» que será orientado pelo padre Octávio Sobrinho Alves, assistente do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, revela o programa enviado à Agência ECCLESIA.

 

Lançamento da obra «Walale, Gungo! Páginas de Missão»

O Grupo Missionário Ondjoyetu promove o lançamento da obra «Walale, Gungo! Páginas de Missão», dia 10 de dezembro, às 15h00, no Museu de Imagem e Movimento, em Leiria.

Este é o primeiro livro do Grupo Missionário Ondjoyetu e é “fruto da recolha de histórias vividas por vários missionários” na Missão São José do Gungo, “ao longo destes 11 anos de geminação da Diocese de Leiria-Fátima com a Diocese do Sumbe, em Angola”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

 

UCP: Aula aberta sobre «O Evangelho do discípulo amado»

No polo de Braga da Universidade Católica Portuguesa realiza-se, dia 12 deste mês, uma aula aberta, com início às 10h00, sobre «O Evangelho do discípulo amado».

A aula será ministrada pelo jesuíta e professor Johan Konings e o tema é o mesmo do seu recente livro «O Evangelho do discípulo amado». A organização deste evento, que começa às 10h00, é organizada pelo Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião (CITER) da Universidade Católica Portuguesa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h30

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão missa

 

 

 

Domingo:

10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia; 

 

Segunda-feira:

12h00 - Informação religiosa

 

Diariamente

18h30 - Terço

 

 

 
RTP2, 13h00

Domingo,  10 de dezembro -  Endireitar caminhos: Voluntários nas prisões

 

Segunda-feira, dia  11 de dezembro 15h00 - Entrevista a Pedro Vaz Patto, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz.

 

Terça-feira, dia  12 de dezembro15h00 - Informação e entrevista ao padre Amaro Gonçalo a caminhada de Advento na Diocese do Porto.

 

Quarta-feira, dia  13 de dezembro, 15h00 - Informação e entrevista a D. Manuel Linda sobre o livro "Paz e futuro da humanidade".

 

Quinta-feira, dia 14 de dezembro, 15h00 - Informação e comentário à atualidade

 

Sexta-feira, dia 14 de dezembro, 15h00  -  Entrevista. Comentário à liturgia do domingo com o padre Amaro Gonçalo e Juan Ambrosio.

 

Antena 1

Domingo, 10 de dezembro 06h00 - «O Ninho» - Instituição Particular de Solidariedade Social que promove humana e socialmente mulheres vítimas de prostituição.

 

Segunda a sexta, 11 a 15 de dezembro - Alfabeto do Advento

 

 

  

 

 

     

 

 

 

 

 

 

Ano B – 2.º Domingo do Advento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
Dar todo o espaço para Cristo
 

Na liturgia deste segundo domingo de Advento há um forte apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Deus oferece-nos um mundo novo de liberdade, de justiça e de paz, mas esse mundo só se tornará realidade quando aceitarmos reformar o nosso coração, abrindo-o aos valores de Deus. É a mensagem do Evangelho, através da pregação de João Batista.

João Baptista afirma claramente que preparar a vinda do Messias passa pela conversão, por uma transformação total, por uma nova atitude de base, por uma outra escala de valores, por uma radical mudança de pensamento, por uma postura vital inteiramente nova, por um movimento radical que leve a reequacionar a nossa vida e a colocar Deus no centro da nossa existência e dos nossos interesses.

Neste tempo de Advento, vivido como tempo próprio e como preparação para a celebração do Natal do Senhor, esta proposta tem pleno sentido.

Então devemos questionar-nos, em concreto, o que é que nos nossos pensamentos, comportamentos, mentalidades e valores que dirigem a nossa vida é egoísmo, orgulho e autossuficiência, impedindo o nascimento de Jesus no nosso coração e na nossa vida.

Devemos questionar-nos se estamos suficientemente atentos aos profetas que provocam o nosso estilo de vida e os nossos valores, ou se os consideramos figuras incomodativas, ultrapassadas e dispensáveis, se nós, constituídos profetas desde o nosso batismo, nos sentimos enviados por Deus a interpelar e a questionar o mundo e os nossos irmãos.

À luz do estilo de vida de João Batista, um estilo sóbrio, simples e centrado no essencial, vejamos se a nossa vida está marcada por valores nos quais apostamos e

 

 

 

 

 à volta dos quais construímos toda a nossa existência, por valores importantes, decisivos, eternos, capazes de nos darem vida e felicidade, ou se nos deixamos levar por valores efémeros, particulares, egoístas e geradores de dependência e escravidão, assumindo um estilo de vida que contradiz claramente os valores do Evangelho.

Não chega dizer “talvez” ou “sim, mas…”. Deus espera uma resposta total, radical, decidida, inequívoca à sua oferta de salvação. Isso significa uma renúncia decidida ao nosso egoísmo e uma adesão decidida 

 

pela aventura do Reino que Jesus, há mais de dois mil anos, nos veio propor.

É urgente dar a Cristo todo o espaço nas nossas vidas: limpar o terreno, permitir que Ele nasça no íntimo da nossa vida. O Advento pode ser um tempo de desapropriação, para melhor encontrar Cristo.

Ao longo desta segunda semana, procuremos libertar espaço do nosso ser para o Senhor. Só assim permitimos que Ele venha ao nosso coração.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org 

 

Cristãos do Bangladesh agradecem generosidade da Fundação AIS

O Bispo sem-abrigo

Perseguição, medo, pobreza… São muitas as dificuldades por que passam os cristãos no Bangladesh… A diocese de Sylhet é o retrato do país. Aí, os cristãos são uma minoria e confundem-se com os mais pobres dos pobres. E o Bispo é um deles…

 

A vida mudou para D. Bejoy D’Cruze quando recebeu a notícia de que iria ser nomeado bispo da diocese de Sylhet, no Bangladesh. Foi em 2011. Bejoy D’Cruze passou a ser bispo mas continuou a confundir-se com os cristãos da sua comunidade. Continuou tão pobre como eles. “No início, não possuía qualquer terreno. Nem tinha casa. Por isso, costumava apelidar-me de bispo sem-abrigo”, confessou, recentemente, à Fundação AIS. No entanto, foi com entusiasmo que assumiu a nova missão. “A nova diocese de Sylhet foi criada em 2011. Sendo o primeiro bispo diocesano, tinha e tenho muitos planos.” Um desses planos passa por tentar resgatar os cristãos da situação miserável em que se encontram. “A maioria do meu povo é muito pobre. Trabalham duramente e ganham 

 

menos de 1 euro por dia.” A situação chega a ser dramática. O Bispo, apesar de estar também de mãos vazias, procura ajudar os que se encontram em maiores dificuldades. E são tantos… “Os pais não conseguem comprar comida suficiente para os filhos. Quando adoecem não podem ir ao médico e para eles a educação é ainda um sonho. A Igreja está do lado deles.” No entanto, na região de Sylhet, o número de cristãos não tem parado de crescer. E não tem parado de crescer apesar das ameaças que se têm feito sentir sobre todos os não muçulmanos. O Bangladesh é um país asiático – que o Santo Padre visitou por estes dias – em que quase 90 por cento da população é muçulmana sunita. Os Cristãos não representam mais de 0,5 por cento dos 156 milhões de habitantes.

 

Perseguição religiosa

Mas ali, na diocese de Sylhet, a energia contagiante do Bispo tem estado a produzir resultados. Em 1950 havia apenas cerca de 700 católicos nesta região. Em 2011, já eram 18 mil 

 

 

 

 

e o número dos que se têm convertido ao Cristianismo continua a crescer. Apesar das ameaças dos grupos radiais muçulmanos que espalham o medo e o terror no país. O Bangladesh era considerado um país pacífico e tolerante. Mas isso mudou radicalmente. A começar pela própria Constituição que passou a reconhecer, desde 2016, que o Islamismo é a religião oficial do Estado. Coincidência ou não, a verdade é que se têm somado episódios de violência, com assassinatos de cristãos e hindus, mas também de activistas que defendem uma maior liberdade de expressão no país. A lista de mártires cristãos no Bangladesh é vasta. No entanto, o medo, que é indisfarçável em tantos lugares, em tantas comunidades, não tem arrefecido a alegria do trabalho de D. Bejoy D’Cruze junto dos mais pobres da sua diocese. “Há uma grande possibilidade de evangelização nesta região, muito embora seja um país muçulmano, pois existem cerca de 200 plantações de chá e há 700 mil trabalhadores hindus, alguns deles abertos ao Cristianismo”, explica o prelado. Todos os anos, cerca de 250 adultos são baptizados. Uma realidade que só tem vindo a acontecer, segundo D. Bejoy D’Cruze, graças à ajuda que a Igreja tem vindo 

 

a receber de instituições como a Fundação AIS. “Graças ao vosso carinhoso apoio, sobrevivemos e continuamos a nossa missão e ministério entre os pobres desta diocese”, diz o Bispo. “Embora não vos conheçamos pessoalmente, todas as nossas crianças, todo o nosso povo reza por vós, para que Nosso Senhor vos abençoe, vos conceda a alegria, a felicidade e a paz na vossa vida familiar. Obrigado, AIS!”

 

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

 

 

 

 

 

Acreditemos!

  Tony Neves   
  Espiritano   

 
 

O cancro continua a fazer razias. E vemos sofrer muitos dos nossos familiares e amigos, alguns dos quais partem ao fim de um calvário mais ou menos longo.

Faz um ano que perdi um grande amigo de coração, um colega dos tempos da adolescência, um missionário de elite, o P. José Manuel Sabença. Escrevi sobre a sua ‘páscoa’: ‘Ainda estou a tentar acordar do pesadelo que foi a doença e a morte tão prematura do P. Zélito, como era chamado em família. Há mortes que doem mais que outras, pela ligação que temos às pessoas. O Zé Manel e eu crescemos juntos nos Seminários Espiritanos, trabalhamos juntos em muitas Missões nos últimos 30 anos. O choque da notícia do seu tumor nos pulmões ainda hoje ecoa nos meus ouvidos. Mas Deus sabe sempre o que faz e a sua recompensa antecipada é prémio mais que merecido. Nós é que ficamos mais pobres aqui e a separação tão trágica vai continuar a ser ferida aberta.

Se a sua vida sempre foi um hino à Missão, os seus dias de calvário e o momento da sua morte são um livro aberto de uma Fé quase sem limites. O seu leito de morte foi púlpito de vida. Na hora da sua partida ele já tinha quase tudo programado, até a cor branca dos paramentos do seu funeral!

Privei tantos momentos fantásticos durante a sua vida mais ativa e fui também privilegiado na hora em que a dor e o limite tentaram tomar conta dele. Sempre que o visitava, no hospital ou no Seminário, tinha sempre direito a um momento a sós em que me emocionava a sua serenidade e os conselhos 

 

 

(hoje ninguém gosta de os receber!) que me ia dando. Guardo-os no coração e alguns deles são mesmo só para mim.

Recebi centenas de mensagens de pesar e solidariedade por ocasião da morte do P. Zé Manel, que publicamente agradeço. Vieram de todo o mundo e de todos os cantos de Portugal. Mostraram-me como ele era querido e como a sua Missão marcou tanta gente, dentro e fora da Igreja, 

 

desde bispos a autarcas, de  catedráticos a gente simples do nosso bom povo’.

E eu completava assim: ‘Sejamos dignos da herança que recebemos. A Missão continua em força’.

Apoiemos a ‘Acreditar’ e todas as associações que, de forma séria e comprometida, dão corpo às balas e cara à luta contra todos os cancros que semeiam dor, pânico e morte em muitas famílias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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