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Octávio Carmo
Sónia Neves
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Custódio da Terra Santa
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Foto de capa: Agência ECCLESIA
Foto da contracapa: DR
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo Aguiar Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Bom Pastor Estrada da Buraca, 8-12 1549-025 LISBOA Tel.: 218855472; Fax: 215849514. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Postais de Natal
D. Manuel LInda |Cecília Vigário | Miguel Oliveira Panão |Sónia Neves | Octávio Carmo | Fernando Cassola Marques | Manuel Barbosa | Tony Neves | Paulo Aido |
Natal sem Jesus |
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Octávio Carmo Agência ECCLESIA |
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O crescente pluralismo da sociedade portuguesa e o impacto da globalização, nas suas várias vertentes, tendem a fazer com que se multipliquem, naturalmente, as várias formas de celebrar o Natal. Um dos casos que mais me impressiona é aquele em que, publicamente, se impede qualquer pessoa de assumir uma referência explícita à celebração do nascimento de Jesus como fonte de sentido para a forma como vive esta quadra. Confesso que é estranho: a compreensão e a abertura para a cultura do outro não podem nem devem impedir a manifestação da identidade própria. Não se trata de uma pretensão católica de esgotar em si todas as possibilidades de celebração natalícia, mas de assumir um imprescindível fundo cultural e religioso que é essencial para compreender a forma como hoje vivemos o Natal. O que me parece faltar muitas vezes é o questionamento sobre como apresentar a nossa história própria a quem chega de fora, por exemplo, sem lhes esconder o que somos e o que fazemos, por um falso pudor que levaria a abdicar de categorias mentais, religiosas e filosóficas fundamentais para a compreensão da realidade em que todos vivem. Para muitos portugueses o Natal é a celebração do nascimento de Jesus e tem uma dimensão religiosa. Tentar evitar que essa convicção tenha visibilidade pública não é tolerância. Aliás, parece-me mais o contrário… |
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Uma reportagem chocou o país ao revelar o destino que era dado ao dinheiro entregue a uma associação com fins solidários. |
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Nunca um país se poderá desenvolver se as instituições funcionarem assim, controladas pelos interesses de um grupo de pessoas, que são supostas pertencerem à elite do país, e que afinal usam os recursos dos seus concidadãos pagos por via dos impostos ou por solidariedade como se fossem seus e para satisfazerem os seus deslumbramentos. Helena Garrido - (Acerca do caso Raríssimas) - Observador - 14.12.2017
Como se costuma dizer, não é depois de casa roubada que se põe trancas à porta. Temos neste momento a oportunidade — e o dever — de tornar a nossa economia e a nossa sociedade mais resilientes e mais robustas. (…) Esta cimeira do euro servirá para preparar o terreno para as decisões concretas que deverão ser tomadas em 2018. Se formos capazes de assumir a nossa responsabilidade coletiva, estou confiante de que conseguiremos virar as costas à crise, sem ter de esperar que uma nova tragédia nos bata à porta. Jean-Claude Juncker - Público - 14.12.2017
A comunidade internacional enfrenta uma série de ameaças complexas contra a sustentabilidade ambiental e a ecologia social e humana de todo o planeta, como as ameaças à paz e à concórdia que vêm de ideologias fundamentalistas violentas e conflitos regionais, que muitas vezes aparecem sob a forma de interesses e valores opostos. Papa Francisco - (Aos novos embaixadores de sete países junto da Santa Sé) - 14.12.2017 |
Mensagens de Natal
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As várias mensagens de bispos católicos portugueses têm sublinhado a dimensão cristã e solidária da celebração do Natal, que evoca o nascimento de um Deus que é “amor” e que incentiva a levar “alegria e esperança” aos outros, a começar pelos mais necessitados, como |
assinalou D. António Marto. “Não deixemos que nos roubem o autêntico Natal celebrado e vivido na fé, na alegria, na partilha, na generosidade e na esperança”, exorta o bispo de Leiria-Fátima. No documento, divulgado pelo gabinete de comunicação da Diocese |
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de Leiria-Fátima, o prelado recorre à simbologia do presépio e às figuras dos “pastores a quem foi feito o primeiro anúncio do Natal de Jesus” e que “estão lá como representantes dos mais pobres, frágeis, necessitados e descartados da nossa sociedade”. Na Guarda, o bispo diocesano lamentou a falta da resposta às vítimas dos incêndios de outubro, que provocaram várias mortes e elevados danos materiais na região. “Compreendemos, é certo, que se dê atenção prioritária às empresas afetadas pelos incêndios, das quais depende o emprego de muita gente. Mas, em contrapartida, custa-nos a compreender que serviços estatais como os que operam na agropecuária e na floresta, continuem quase indiferentes aos dramas de muitas famílias que perderam tudo”, denunciou D. Manuel Felício, em texto enviado à Agência ECCLESIA. O bispo de Viseu, por sua vez, convida a celebrar o Natal como “acontecimento feliz” que aponta para um futuro melhor para a humanidade. “Celebrar o Natal, em cada ano, é recordar o que aconteceu, na história, e é esperar |
o que há de acontecer, no futuro. Será a plenitude da salvação, de cada um de nós, na nossa partida deste mundo”, realça D. Ilídio Leandro. O bispo da Diocese de Angra convidou as comunidades católicas dos Açores a celebrar um Natal com atenção a “todos os excluídos e pobres”, alertando para a exclusão da religião na esfera pública. “Exige-se dos discípulos de Jesus Cristo, isto é, dos cristãos, que ofereçam com gestos concretos a proposta libertadora a todos os excluídos e pobres que anseiam pela redenção das suas vidas”, escreve D. João Lavrador. D. Manuel Linda, bispo das Forças Armadas e de Segurança, pede que Advento/Natal não se reduza a “aspetos meramente evocativos ou folclóricos”. “Que a «espera» consistente do salvador nos comprometa com a instauração do Reino de Deus e nos leve a balbuciar a prece ativa: “Vinde, Senhor Jesus”. A todos, bom Natal e feliz ano novo”, deseja.
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Igreja debate impacto do regulamento
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O secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa disse aos jornalistas que os bispos vão analisar na próxima Assembleia Plenária o “regulamento europeu de proteção de dados”, nomeadamente as consequências nos vários registos paroquiais. De acordo com o padre Manuel Barbosa, o regulamento 2016/679 da União Europeia, relativo à proteção de dados pessoais e sua aplicação às Igrejas e associações religiosas tem implicações nos “registos de matrimónio, que em Portugal tem efeitos na lei civil, nos batismos e cancelamentos de batismo na Igreja Católica”. “É um assunto muito sério e tem de se tomar decisões de acordo com a legislação canónica, a concordata com a Santa Sé e outra legislação portuguesa”, afirmou o secretário da CEP, após a última reunião do Conselho Permanente, esta terça-feira, em Fátima. O padre Manuel Barbosa referiu que os bispos estão a ser ajudados por juristas, a acompanhar o debate em curso noutras conferências episcopais da Europa e esperam “diretivas da Santa Sé” sobre este regulamento. |
O regulamento da União Europeia relativo à proteção de dados pessoais é um dos assuntos em debate na Assembleia Plenária da CEP entre os dias 9 e 12 de abril de 2018, onde vão ser eleitos dois representantes do episcopado português e um substituto à Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos em outubro de 2018, sobre a juventude. Na reunião do Conselho Permanente da CEP, que decorreu em Fátima, foi escolhido o tema “Os jovens e a pastoral juvenil” para as próximas Jornadas Pastorais do Episcopado, que vão decorrer entre os dias 18 e 20 de junho de 2018. O Conselho Permanente da CEP reconduziu ainda para o triénio 2017-2020os presidentes da Cáritas Portuguesa e da Comissão Nacional Justiça e Paz. |
Novo reitor do Pontifício Colégio Português |
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O padre José Alfredo Patrício, da Diocese de Lamego, tomou hoje posse como reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, e disse à Agência ECCLESIA que vai ter em atenção a internacionalização e sustentabilidade da instituição. “O Colégio vive para servir” quem ali vive e a Igreja Católica em Portugal, que ali encontra uma casa para “manter a ligação com a Santa Sé, o Santo Padre”, juntamente com a representação diplomática e o Instituto Português de Santo António, refere o responsável. “A questão da sustentabilidade é importante, é relevante, porque é essa sustentabilidade que permite que o Colégio continue a ser um serviço”, precisou o novo reitor. Além dos sacerdotes de dioceses portugueses a estudar em Roma, a instituição acolhe ainda membros do clero de diversos países, em particular de nações lusófonas. O padre José Alfredo Patrício sublinha que esta diversidade é “um enriquecimento” para a comunidade, mostrando a “universalidade da Igreja” e permitindo uma “visão mais ampla” em relação ao próprio ministério sacerdotal. |
A cerimónia de posse do reitor e do vice-reitor, padre Jorge Miguel Lopes Ferreira, nomeado em setembro último, teve lugar na presença do secretário da Congregação para o Clero, D. Patrón Wong. O padre José Alfredo Patrício sucede na direção do Pontifício Colégio Português ao padre José Fernando Caldas, da Diocese de Viana do Castelo, uma transição que considerou “tranquila”. “O trabalho vai ser feito numa linha de grande continuidade em relação àquilo que vem de antes, sobretudo porque o Pontifício Colégio Português tem tido grandes reitores, que se dedicaram muito à causa e facilitaram muito a vida a quem chega”, refere. O sacerdote, de 38 anos, foi nomeado para o cargo a 1 de dezembro, pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). |
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Vila Viçosa acolheu peregrinos na festa da «mãe, padroeira e rainha» de Portugal |
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Diocese do Porto lança iniciativas para reforçar sentido do «Natal cristão»
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Prudência e diálogo para evitar agravamento da violência na Terra Santa
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O Papa Francisco apelou à “prudência” e ao diálogo para travar a violência no Médio Oriente, na sequência dos confrontos que surgiram após reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, por parte dos EUA. “Ao manifestar |
a sua dor pelos confrontos que nos últimos dias provocaram vítimas, o Santo Padre renova o seu apelo à sabedoria e à prudência de todos e eleva orações para que os responsáveis das nações, neste momento de particular gravidade, |
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se empenhem em evitar uma nova espiral de violência”, refere um comunicado divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé. A nota oficial pede que todas as partes respondam, “com palavras e atos”, aos desejos de paz, de justiça e de segurança da “martirizada terra” do Médio Oriente. A Santa Sé diz seguir com “grande atenção” os últimos desenvolvimentos na região, “com especial referência a Jerusalém, cidade sagrada para os cristãos, os judeus e os muçulmanos de todo o mundo”. O comunicado do último domingo recorda a reunião de urgência da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica, sublinhando que o Vaticano é “sensível” às preocupações com a paz no Médio Oriente. A Santa Sé “reafirma a sua bem conhecida posição quanto ao caráter singular da Cidade Santa” de Jerusalém” e à necessidade de respeitar o “status quo, em conformidade com as deliberações da comunidade internacional e os repetidos pedidos das hierarquias das Igrejas e comunidades cristãs na Terra Santa”. “Ao mesmo tempo, reitera |
a sua convicção de que só uma solução negociada entre israelitas e palestinos possa levar a uma paz estável e duradoura, garantindo a coexistência pacífica de dois Estados no seio de fronteiras internacionalmente reconhecidas”, conclui o comunicado. A Cáritas Portuguesa denunciou, por sua vez, o “efeito desestabilizador” da recente decisão dos EUA, ao reconhecer a cidade de Jerusalém como capital de Israel, numa nota que assinala o Dia Internacional dos Direitos Humanos. “Esta decisão unilateral dos EUA tem um efeito desestabilizador na região e já começou a provocar um aumento da violência. Este território e toda a região necessitam, desesperadamente, de iniciativas que promovam a paz e a reconciliação, e não de ações que possam gerar mais ódio e conflitos”, refere a organização católica, em documento enviado à Agência ECCLESIA. |
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Hospitais católicos sem submissão
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O Papa Francisco escreve na sua mensagem para o Dia Mundial do Doente 2018, divulgada pelo Vaticano, que as instituições católicas da área da saúde devem evitar a submissão à lógica de mercado. O texto sustenta a necessidade de “preservar os hospitais católicos do risco duma mentalidade empresarial, que em todo o mundo quer colocar o tratamento da saúde no contexto do mercado, acabando por descartar os pobres”. A Igreja Católica celebra no próximo dia 11 de fevereiro, festa litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, o XXVI Dia do Doente, que este ano tem como tema: "’Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!’ E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua” (Jo 19, 26-27). O Papa sublinha que a inteligência organizativa e a caridade exigem que a pessoa do doente seja respeitada “na sua dignidade e sempre colocada no centro do processo de tratamento”. “Estas orientações devem ser assumidas também pelos cristãos que trabalham nas estruturas públicas, onde são chamados a dar, através do seu serviço, bom |
testemunho do Evangelho”, acrescenta. A mensagem pontifícia reflete sobre a “vocação materna” de Maria e sobre a figura do discípulo João, que inspiram o tema escolhido. “Como Maria, os discípulos são chamados a cuidar uns dos outros; mas não só: eles sabem que o Coração de Jesus está aberto a todos, sem exclusão. A todos deve ser anunciado o Evangelho do Reino, e a caridade dos cristãos deve estender-se a todos quantos passam necessidade, simplesmente porque são pessoas, filhos de Deus”, realça Francisco. O Papa deixa elogios ao trabalho desenvolvido pelas congregações católicas, as dioceses e dos seus hospitais, sobretudo nos países onde os sistemas de saúde são “insuficientes ou inexistentes”.
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Papa sublinha importância do domingo |
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O Papa Francisco sublinhou no Vaticano a importância do descanso semanal e da celebração cristã do domingo, numa reflexão apresentada na audiência pública desta quarta-feira. “Foi o sentido cristão de viver como filhos e não como escravos, animado pela Eucaristia, a fazer do domingo, quase universalmente, o dia de descanso”, referiu, perante milhares de pessoas reunidas na sala Paulo VI. Francisco alertou para o perigo de ser dominado pelo “cansaço do quotidiano”, com as suas preocupações, e o “medo do amanhã”. “A celebração da Eucaristia dominical dá sentido a toda a semana e recorda-nos, também, com o descanso das nossas ocupações, que não somos escravos, mas filhos de um Pai que nos convida constantemente a colocar a nossa esperança nele”, disse. "Algumas sociedades secularizadas perderam o sentido cristão do domingo, iluminado pela Eucaristia. É pena, isto! Nestes contextos, é necessário reavivar esta consciência, para recuperar o significado da festa, não perder o sentido da festa, o significado da alegria, da comunidade paroquial, do descansa que restaura a alma e o corpo", acrescentou. |
O Papa respondeu às objeções de quem diz que não é necessário participar na Missa dominical, porque bastaria ser bom e amar o próximo. “Isso é necessário, mas não é possível sem a ajuda do Senhor, sem obter dele a força para consegui-lo. Na Eucaristia, recebemos do Senhor o que mais precisamos, Ele próprio dá-se a nós como alimento e anima-nos a continuar em frente”, observou. No final do encontro, o pontífice deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, convidando todos “a permanecer fiéis ao encontro dominical com Cristo Jesus”. “Ele desafia-nos a sair do nosso mundo limitado e estreito para o Reino de Deus e a verdadeira liberdade”, acrescentou. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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América Latina: Papa denuncia «colonização ideológica que quer apagar o que o território tem de melhor» |
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Os Conselhos do Papa para o Advento
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No presépio nasce o futuro
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D. Manuel Linda Armadas e Forças de Segurança |
Uma das curiosidades dos palácios da Andaluzia do chamado “Renascimento do Sul”, é a apresentação de uma carranca, feia que nem um bode, na porta principal, no lugar onde, habitualmente, outros colocam brasões de família. Chamam a essa carantonha “O Selvagem”. Pelos vistos, os novos-ricos do século XVI, não tendo «pergaminhos» familiares, com essa figura horrenda queriam transmitir a ideia de que as suas raízes se perdiam no tempo. Pelo menos, eram anteriores à civilização. Embora o título de «selvagem» lhes assente que nem uma luva, diga-se de passagem que, quanto a antiguidades, não me batem aos pontos, pois as minhas origens ainda estão bem mais lá para trás: estão em Adão e Eva. Portanto, não é a sua vetustez que me impressiona; o que me perturba é essa atracção pela selvajaria. Fácil será imaginar os seus numerosos trabalhadores, espécie de «servos da gleba» fora de tempo, quando passavam pela casa do seu senhor, acotovelar o vizinho de lado e sussurrar-lhe: “Olha ali. O nosso patrão é muito feiinho”. Na sabedoria dos simples, era feio não tanto fisicamente, mas, muito mais, nas suas acções. Ainda que tivesse capela no seu palácio e lá mandasse «dizer missa» todos os dias. A fealdade estava na soberba, nas frequentes rixas com quem ele imaginava que lhe poderia fazer frente, na avareza, no uso e fruto dos outros a seu bel-prazer, |
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enfim, num estilo de vida segundo o qual todos os outros não passariam de uma espécie de animais sobre quem imperava direito de vida e de morte. Vem-me isto à memória quando penso em alguns «selvagens» do nosso tempo, os quais, outros novos-ricos, usurparam o poder ou lá chegaram por incúria do povo. Também estes, à semelhança dos andaluzes doutras eras, são moralmente muito feios, pois semeiam o egoísmo, abatem as pontes, levantam muros, atacam as instituições que pretendem colocar alguma ordem na desordem do mundo, espalham sementes de potencial violência, vão conta os pactos internacionais e divertem-se a soprar a brasas sempre aptas a tornarem-se chamas. Para estes pirómanos, rigorosamente, a vida dos outros não conta. Mesmo |
que digam que agem assim para defenderem os seus. Mentira! Eles sabem que ao provocar os outros monstros, abrem um imenso potencial de destruição. Mormente a nível atómico. Por isto, desgraçadamente, parece ter razão a presidente da Campanha Internacional pela Abolição das Armas Nucleares que, ao receber o Nobel da Paz, alertou para a iminência de uma guerra mundial, dizendo quea morte de milhões de pessoas pode estar "à distância de uma pequena birra". O Menino do presépio é o “Príncipe da paz” que vem instaurar a glória ao Deus das alturas e a “paz na terra aos homens que o Senhor ama”. As duas, em simultâneo, pois não há glória sem paz nem paz sem glória. Na sua candura, Ele faça de nós mais humanos e menos selvagens. |
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Deus que nasce bebé - arrojado, não achas? |
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Miguel Oliveira Panão Professor Universitário
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Ninguém fica indiferente perante o nascimento de uma criança. Essa é uma das experiências mais transformativas de sempre. Não há mãe ou pai que não se lembre de como a sua vida mudou completamente depois do nascimento do seu filho. Quando vi cada um dos meus filhos pela primeira vez, não pensei se era pequeno ou grande, belo ou não, na despesa que iria dar, na logística que iria exigir, nada. Ver um filho bebé pela primeira vez é um acto de contemplação que altera radicalmente a percepção do mundo. Em Jesus, Deus nasceu bebé. Será hoje ainda uma experiência transformativa? A tentativa de desalojar Jesus do Natal é constante. Substitui-se por um pai natal, pela árvore de natal, por renas, mas esses não produzem experiências que transformam profundamente a nossa vida e visão do mundo. Depois, começou-se a falar do Natal como a festa da família. Uma ideia mais universal e que abrange mais realidades entre crentes e não-crentes. É uma ideia mais transformativa e pertinente, mas não é tão radical como a de Deus nascer criança. A própria ideia de Deus fazer-se humano parece absurda. Desinstala-nos do convencional e talvez por ser uma ideia demasiado arrojada, muitos tenham dificuldade em reconhecê-la como experiência e deixar-se transformar por essa. Num mundo em que tudo se move na direcção de um realismo cada vez maior, há que reconhecer o Natal como a festa de uma criança chamada Jesus. Nada mais. Nada menos. |
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Alojar de novo Jesus no Natal de cada pessoa e família é perceber que as luzes na rua expressam a Luz que Jesus é para nós; os presentes que trocamos entre nós são gestos de amor em que reconhecemos Jesus no outro; o sorriso e a alegria que procuramos transmitir ao nosso redor, onde quer que estejamos e a fazer seja o que for, são expressão da alegria pelo nascimento de uma criança chamada Jesus. No pobre, abandonado, triste, stressado está Jesus-Menino que chora e nos convida a consolar com alimento, companhia, alegria e serenidade. Reconhecer cada vez mais a celebração do nascimento de uma criança - Jesus - no Natal é uma oportunidade que se abre de |
promovermos experiências transformativas que mudem o ambiente humano que nos rodeia e, na reciprocidade, sermos transformados também por essas experiências. Por fim, o maior presente de todos a dar a essa criança que nasce, Jesus, será estarmos inteiramente presentes para nos dedicarmos exclusivamente aos outros. Partilho isto porque é mais fácil voltarmos o nosso rosto para um écran de telemóvel do que para o rosto dos outros. Por isso, esse é o desafio que lanço a mim próprio neste Natal e também a ti que lês estas palavras. O desafio de nos desligarmos do virtual para acolher o nascimento de uma criança através do humano real diante de nós. |
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“Levar pessoas” |
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Sónia Neves |
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“Levar pessoas a pessoas" foi uma frase que um dia me disseram para resumir ou definir a vida de jornalismo. Na altura gostei da expressão e ali terá ficado na minha base de dados da memória. Com este tempo próximo do Natal veio-me à cabeça pois define o que faço, ou tento fazer, todos os dias. Levar pessoas a outras pessoas, testemunhos, vivências, maneiras de estar e viver a fé, vidas felizes. É assim que gosto de pensar. Também este tempo de advento não é isso? Passam-se os dias em almoços, lanches e jantares de família, amigos de sempre, de infância, do trabalho, colegas de ginásio, padrinhos de filhos e até vizinhos. Parece que, com as ruas iluminadas e as árvores a piscar na janela se ‘ganha estofo’ para estar com aqueles de quem não fomos companhia o resto do ano ou se nos cruzamos a cada dia simplesmente serve para festejar. Nós, os que acreditamos, temos muitas razões para festejar e celebrar. Os outros também, talvez de outras formas. A questão de proximidade cada vez mais se vai perdendo para dar espaço aos gadgets da moda que nos deixam ‘online’ a todos os minutos. Faz-nos falta ser próximos, falarmos e relacionarmos com outros. Oxalá as gerações futuras continuem a saber falar uns com os outros, comentar a atualidade, sonharem com cartas de amor ou escreverem um postal de natal para o outro lado do Mundo. Ser ponte e levar as pessoas a outras pessoas. |
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O ato de pensar é muito interior e fica para cada um. Quando se escreve pensamos sempre em alguém que irá ler, poderá gostar ou não, identificar-se ou pensar mesmo o oposto. Mas o ato de escrever leva a que cada um organize o seu pensamento para esta ponte de levar alguma coisa ou alguém possa surgir algum efeito no outro. Alguma reação. Já repararam na expressão de alguém a ler uma carta ou postal? Há sempre um efeito de surpresa, de novidade. Também neste tempo de Natal |
queremos dar a novidade, aquela que nasceu numa manjedoura, foi comunicado pelos pastores e anunciada pelos Magos. Muitas pessoas foram atraídas por aquela novidade, um Menino recém-nascido. E nós neste tempo de advento será que conseguimos ir até lá? Ainda nos conseguimos surpreender? De que forma escrevemos e anunciamos esta novidade? Que continuemos a levar pessoas a pessoas e assim concretizarmos o anúncio. |
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Ainda se escrevem postais de Natal. Foi com esta ideia que nasceu o dossier que hoje lhe apresentamos no Semanário ECCLESIA, com testemunhos na 1ª pessoa, como o da escritora Alice Vieira, e muitas imagens, incluindo os postais natalícios do pontificado de Francisco. Muitas mensagens chegam também a Belém, onde o Custódio da Terra Santa, frei Patton, vai passar o Natal pela segunda vez. Em entrevista, fala dos desafios para a paz e o futuro da presença cristã na região. Neste pequeno texto, fica ainda uma sugestão do Plano Nacional de Leitura: “O Verdadeiro Pai Natal”, de Helena Oliveira - O Pai Natal está muito atarefado a fazer a lista das pessoas que se portaram bem durante o ano, de acordo com as instruções do Menino Jesus. E, ao contrário do que costuma acontecer, sente-se triste, porque há quem pense que é dele a culpa de muita gente se esquecer de Jesus durante o Natal. Mas um encontro inesperado irá fazê-lo ver as coisas de outra maneira...
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As cartas ao Menino Jesus e as dores
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O franciscano italiano Francesco Patton é desde 2016 o responsável pela Custódia da Terra Santa, que tem como missão dinamizar e zelar pelos lugares santos em Jerusalém. Prestes a passar o seu segundo Natal em Belém, esteve em Lisboa à conversa com a Agência ECCLESIA, para falar da realidade que se vive na terra que viu Jesus nascer e onde tantos cristãos vão em busca dos locais mais simbólicos para a sua fé. O religioso nasceu em Vigo Meano, na diocese italiana de Trento, a 23 de dezembro de 1963. O Custódio da Terra Santa é nomeado pela Ordem dos Frades Menores, com a aprovação da Santa Sé, segundo os Estatutos Pontifícios que regulamentam esta entidade. Centenas de religiosos de várias nacionalidades trabalham atualmente em Israel, na Jordânia, no Egipto, Líbano, Chipre e na Síria, zelando por mais de 70 santuários e lugares santos. A função principal do Custódio, além de animar a vida dos frades, é a de coordenar e encaminhar o acolhimento dos peregrinos que chegam a Terra Santa em peregrinação, nas pegadas de São Francisco de Assis. Uma presença que já tem 800 anos.
Entrevista conduzida por Paulo Rocha |
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Agência ECCLESIA (AE) – Quais são as suas memórias do Natal em Belém? Frei Francesco Patton – Este é o meu segundo Natal na Terra Santa e ali o Natal é especial, tanto pelo facto de ser celebrado onde o próprio Natal começou, sobretudo em Belém, e é especial também pela presença dos peregrinos que acorreram com um grande desejo de poder ver o lugar onde Jesus nasceu, de o tocar, fisicamente, pôr a mão na estrela que marca o lugar do nascimento. Para mim, é sempre comovente poder ver a manjedoura, isto é, a pequena capela no interior da Gruta da Natividade, onde está a manjedoura e diante do altar dos Reis Magos. Poder celebrar ali é algo muito significativo, porque recorda como Jesus, que se fez depois nosso alimento, na Eucaristia, desde pequenino é indicado quase como nosso alimento, ao ser colocado na manjedoura. Por isso, o Natal em Belém é algo de especial, é algo de particular. O contexto, depois, é muito realistas: Jesus nasceu num contexto muito difícil, num período de grave crise política para a Terra Santa, de então; ainda hoje, é um momento difícil para a Terra Santa e, portanto, quem vem e celebra ali o Natal não o celebra de forma artificial, mas celebra-o, de |
algum forma, revivendo a dificuldade, os desconfortos que o próprio Menino Jesus experimentou?
AE – É a dificuldade de um povo que não tem terra para o seu país, a mesma de Jesus, que não tinha um lugar para nascer? FP – De certa forma sim, é uma dificuldade semelhante, mas temos de pensar na dificuldade maior, que é a dificuldade da minoria cristã, que muitas vezes é apanhada no meio, quando há tensões e dificuldades entre as duas realidades maioritárias. A pequena comunidade cristã, de algum modo, faz realmente a experiência do que significa continuar, na história, o mistério da pequenez de Deus que se fez carne e que assumiu a nossa fragilidade, todo o risco que está ligado à fragilidade de uma criança. A comunidade cristã na Terra Santa é um pouco como o Menino Jesus, pequena, frágil, tem certamente necessidade de ajuda e de proteção.
AE – Neste Natal, em particular, tem a expectativa de muitos peregrinos nas celebrações em Belém? FP – Nós esperamos que muitos peregrinos venham a Belém. Estive lá no primeiro domingo de Advento e a cidade estava cheia de cristãos locais |
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e de peregrinos. Esperamos que as tensões dos últimos tempos não arruínem o Natal, de alguma forma, que não haja tensões que desencorajem os peregrinos de ir, que desencorajem os cristãos a celebrar o nascimento do Filho de Deus na nossa história, na carne. Nós esperamos que as pessoas venham, pelo Natal, e que essa vinda a Belém no Natal ajude a manter o olhar fixo sobre esta terra, este lugar, e de alguma forma ajudar, com a presença e a oração dos peregrinos, a percorrer o caminho da paz.
AE – Como foi para si passar o Natal em Belém, pela primeira vez? FP – Foi um Natal muito particular, já como Custódio, em 2016. Nesta ocasião, como em todos os anos, janta com a nossa comunidade franciscana de Belém o presidente da Autoridade Palestina, Abu Mazen, e celebrou-se a Missa de forma muito solene, à meia-noite. Depois, o Natal ali prolonga-se, e o momento em que ele se sente ainda mais é na Epifania, porque se somam as celebrações das várias comunidades cristãs [segundo os calendários juliano e gregoriano, ndr] e, portanto, vê-se em toda a volta da gruta de Belém os cristãos que chegam da Ásia, da África, da Europa… Há a nossa procissão, que somos os latinos, os mais europeus; há |
a procissão das várias Igrejas Orientais: os coptas, que claramente chegam da África, e depois as Igrejas Ortodoxas, da Ásia. Portanto, no meio de uma aparente, grande confusão, na realidade vê-se todo o mundo, toda a humanidade que se colocou a caminho para adorar o Menino em quem reconhecemos o Salvador. Eis, esta confusão, por assim dizer, do meu ponto de vista, é muito bonita e muito sugestiva, porque manifesta de forma real aquela que é a busca da humanidade, o desejo que tem de poder encontrar-se com aquele Menino.
Nós esperamos que as pessoas venham, pelo Natal, e que essa vinda a Belém no Natal ajude a manter o olhar fixo sobre esta terra, este lugar, e de alguma forma ajudar, com a presença e a oração dos peregrinos, a percorrer o caminho da paz. |
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AE – E de que forma é que os as populações muçulmanas e judaicas olham para os cristãos na celebração do Natal? FP – Depende dos vários locais: por exemplo, muitos dos muçulmanos têm devoção ao Menino Jesus, em Belém. De forma especial, as mulheres muçulmanas têm devoção à Virgem Maria, vêm visitar a Gruta da Natividade e também outro santuário, pequeno, que é a Gruta do Leite, |
também ali em Belém, a poucas centenas de metros da Basílica da Natividade, onde se recorda Maria que amamenta o Menino Jesus. Há esta devoção, também por parte dos muçulmanos locais, dos que conhecem a tradição cristã, bem como há uma participação por parte do mundo judaico no que são as celebrações nalguns outros lugares, como o santuário de São João Batista, em Ain Karem, ou Nazaré, onde está |
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o Santuário da Anunciação. Por ocasião da Missa da Noite de Natal, estas pessoas vêm sobretudo porque são atraídas pela beleza dos cânticos. Depois, naturalmente, há as nossas comunidades cristãs locais, que são as comunidades cristãs de língua árabe, na sua maior parte, na continuidade das comunidades cristãs palestinas. Há também pequenas comunidades cristãs de língua hebraica e comunidades que já não são assim tão pequenas, as dos trabalhadores migrantes, estrangeiros, que vivem sobretudo em Israel e que vivem e celebram o Natal em Telavive, Jafa, Jerusalém ou na Galileia: Nazaré, Haifa, noutros lugares. Isto dá um pouco a ideia desta Terra Santa como um local que, no Natal, pode verdadeiramente atrair todos. A Custódia é muito mais ampla, também se celebra o Natal no Líbano e na Síria. Em 2016, por exemplo, em Alepo, pela primeira vez, os nossos frades puderam celebrar o Natal na nossa paróquia latina, sem terem como fundo o barulho das bombas, após cerca de 5 anos de guerra na cidade. Esta foi uma experiência muito importante para os cristãos de Alepo, um sinal de esperança para o futuro. |
AE – No Natal celebra-se a vinda do Príncipe da Paz num ambiente que tarda em deixar a guerra… FP – Não seria precisa a vinda do Príncipe da Paz se já existisse a paz… Se reconhecemos em Jesus o Príncipe da Paz, o autor da paz – São Paulo disse “Ele que fez a Paz” – é porque temos a consciência de que a humanidade tem necessidade de paz. E não só na Terra Santa, sabemos muito bem quantos conflitos estão presentes, quantos conflitos subterrâneos existem, quantos conflitos são continuamente alimentados. Esta é a história do pecado da humanidade, o tema inimizade, guerra, ódio e pecado é um tema único. Da mesma forma como o tema paz, perdão, reconciliação, através do dom de si que Jesus fez na cruz. Depois, claramente, existe a paz dos homens, aquele equilíbrio muito frágil que periodicamente, poderíamos dizer, acalma os conflitos; e há a paz entendida num sentido bem mais profundo, que é a paz no sentido bíblico, a plena realização do bem que Deus quer para toda a humanidade. |
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AE – Nesta celebração do Natal, sentem que todo o mundo olha para Belém como o local do nascimento, do início da era cristã? FP – Sim. Belém é o início, São Francisco, numa das suas frases geniais, disse que em Belém, ao nascer, Jesus Cristo começa a salvar-nos. E diz que, por este motivo, temos de fazer festa de modo extraordinariamente solene, fazer festa não só do ponto de vista religioso mas também que envolva |
todas as criaturas. Por ocasião do Natal, dia do nascimento, dia em que celebramos o nascimento de Jesus, São Francisco diz que devemos dar de comer mesmo aos passarinhos, a todos os animais: a ideia de que este nascimento é mais do que uma data na história, é uma mudança profunda na história. A Salvação realiza-se dentro da história, dando-lhe um sentido, e fazer festa é muito importante. É preciso que a festa seja plena, completa, total, que seja |
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festa religiosa, que voltemos a escutar a Palavra de Deus, que nos conta esse nascimento; que seja viver o mistério, celebrar; e que seja também uma festa que toca a realidade diária, o nosso viver em família, para nos fazer perceber como esse nascimento reconciliou todo o universo. Eis porque é importante e bonito fazer festa mesmo com os animais, que estão nas nossas casas ou nos jardins.
AE – Apesar de tudo, nos últimos anos, nos últimos meses, tem aumentado o número de peregrinos? FP – No último ano, aumentou de forma significativa. Desde setembro de 2016 até o início de dezembro deste ano, os peregrinos foram muito, muito numerosos, podemos dizer com números recorde. Antes, houve um período prolongado de sofrimento, de falta de peregrinos e isso para nós é um problema. Ainda mais, para nós é um problema para a pequena comunidade cristã local, porque muitos vivem do seu próprio trabalho, por exemplo em Belém, quando há peregrinos: muitos deles trabalham no artesanato em função dos peregrinos. Quem adquire objetos artesanais em madeira de oliveira, em madrepérola, os terços, as recordações? São os peregrinos. Se eles faltam, |
os artesãos locais não têm trabalho. Da mesma maneira, o acolhimento dos peregrinos dá trabalho aos cristãos locais, nos hotéis, nas pensões, muitas vezes como guias dos próprios peregrinos. Por isso, quando há peregrinos, há maior possibilidade de viver do próprio trabalho para a minoria cristã local, de viver com dignidade. Quando faltam os peregrinos, tudo isto é mais difícil.
Desde setembro de 2016 até o início de dezembro deste ano, os peregrinos foram muito, muito numerosos, podemos dizer com números recorde. Antes, houve um período prolongado de sofrimento, de falta de peregrinos e isso para nós é um problema. |
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AE – Olhando para a atualidade, que consequências terá a determinação de Donald Trump de colocar a embaixada norte-americana em Israel na cidade de Jerusalém? FP – O Papa Francisco já fez um comentário extremamente significativo, usando duas palavras de convite: sabedoria e prudência. Não tenho nada a acrescentar. Há uma oração muito bonita, no Livro da Sabedoria, no Antigo Testamento, que é a oração de Salomão. Chamado a governar, jovem e com pouca experiência, Salomão reza e diz a Deus: “Dá-me a sabedoria que se senta junto a ti, no trono, para que eu saiba aquilo que te é agradável”. A sabedoria serve para evitar decisões e também palavras poucos prudentes. O dom da prudência, por sua vez, não é o medo de fazer algo, é uma coisa bem mais profunda, é uma das virtudes cardeais: é precisamente a capacidade de saber avaliar muito bem qual é a palavra dizer, a coisa a fazer, o caminho a seguir. Penso que quando o Papa convidou à sabedoria e à prudência, fez um convite que todos podemos retomar e voltar a propor. Todos nós podemos modificar decisões tomadas e mudar
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palavras ditas. É preciso procurar sempre ajudar neste percurso e processo que é já de si muito frágil, muito difícil, que é o percurso, o processo da paz em todo o Médio Oriente. Não é só uma questão Israel-Palestina, diz respeito ao Médio Oriente e, em perspetiva, a todo o mundo.
AE – Acredita que é possível voltar atrás, nesta decisão? FP – Veremos. Não sou um profeta. É muito difícil fazer previsões na Terra Santa, seria um exercício meramente teórico.
AE – O processo de paz está em causa, com esta decisão? FP – O processo de paz é sempre frágil, é preciso que seja sempre encorajado, com a consciência de que, sempre que se promove um processo de paz, é preciso que cada uma das partes envolvidas perceba que poder chegar a um acordo justo, digno, que não humilhe, no fundo, é uma vantagem para todos. Todos os que estão envolvidos devem perceber que a paz é conveniente, isto é, que a paz é a que pode garantir um futuro às duas partes, às crianças que nasceram e que vão nascer. |
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AE – Receia que o número de peregrinos diminua? FP – Se houver atos de violência, é provável que os peregrinos diminuam. Nós, repito, esperamos que não haja atos de violência, excessivos e por um tempo prolongado. E esperamos que os peregrinos venham, que a sua vinda, de alguma forma, contribua também para superar este tipo de situação.
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AE – Na sua opinião, Jerusalém deveria ser a capital dos dois Estados, Israel e Palestina? FP – A minha opinião é a que foi manifestada, oficialmente, pela Santa Sé: a ideia que Jerusalém é uma cidade que pertence a dois povos e a três fés. Por isso, não uma cidade dividida, mas partilhada, onde possam viver em paz judeus e palestinos e onde possam rezar em paz os que são da religião judaica, da religião cristã e da religião muçulmana. |
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AE – A Custódia Franciscana da Terra Santa está a celebrar 800 anos. Que desafios enfrenta, neste momento, o que é que faz da presença dos franciscanos uma necessidade? FP – Nós estamos ali com um mandato específico da Santa Sé, que é o mandato de guardar os lugares santos, ou seja, os santuários cristãos. Por isso, a nossa primeira missão é a de guardar, o que significa tomar conta, de muitos santuários, cerca de 70, e torná-los acessíveis aos |
peregrinos, porque os santuários são lugares físicos que trazem a memória de uma palavra bíblica, de uma palavra evangélica, de um ato do Evangelho. Isto é evidente: Nazaré é o lugar da Anunciação, Belém é o lugar do nascimento, o Calvário é o lugar da crucifixão, o Sepulcro é o lugar da ressurreição. São lugares que têm uma importância extraordinária para a nossa fé de cristãos. Além de tomar conta destes lugares e de os tornar acessíveis aos peregrinos, |
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para uma experiência de fé pessoal, a nossa missão, que foi confirmada pelo Papa Francisco, é também cuidar da pequena comunidade cristã local. Por isso, temos a responsabilidade pastoral de muitas paróquias, das principais paróquias católicas na Terra Santa – basta pensar em Nazaré, Belém e Jerusalém – e temos também um cuidado pastoral com outras realidades, como por exemplo as escolas. Temos cerca de 15 escolas, com mais de 10 mil estudantes, que são um dos lugares nos quais a convivência é possível, dado que a maior parte dos alunos são muçulmanos, mas certamente |
ganham uma maior abertura de mentalidade e convivência. Depois há todas as obras sociais, em favor da comunidade cristã local, como pôr ao dispor das famílias casas, apartamentos, bem como as obras em favor dos trabalhadores estrangeiros. Nestes anos, também a proximidade à população – cristã, em primeiro lugar, mas também os outros – da Síria, durante a guerra. A nossa presença foi constante, mesmo durante estes anos, os irmãos ficaram ao lado da população, mesmo colocando em risco a sua própria vida. Os desafios são estes, ligados a uma missão histórica, mas também a uma missão pastoral que coincide com aquilo que as pessoas vivem no seu tempo. |
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AE – O que é que pede, aos cristãos de todo o mundo, neste Natal? FP – Os meus votos para os cristãos de todo o mundo é que, de alguma forma, embora vivendo a milhares de quilómetros de Belém, consigam encontrar no interior das suas casas pelo menos um canto onde haja uma recordação da gruta de Belém, onde haja o presépio, com aquela gruta onde Jesus nasceu. E que, sobretudo, não faltem as personagens principais, as personagens principais não são o burro e a vaca, são o Menino Jesus, Nossa Senhora e São José. Que o Menino Jesus consiga entrar em todas as nossas famílias. O Natal lembra-nos que não basta fazer festa um dia, mas que é preciso, realmente, permitir que esta criança nos acompanhe ao longo de toda a vida, é preciso deixar que ela cresça.
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AE – Costumam receber mensagens, das várias partes do mundo, para o Menino Jesus, em Belém? FP – Sim, na verdade recebemos – mais do que mensagens em Belém para o Menino Jesus -, recebemos mensagens por parte de famílias que pedem o dom dos filhos, sobretudo na Gruta do Leite, este lugar que é muito próximo da Gruta da Natividade. Chegam muitíssimas cartas de jovens casais, de famílias que pedem, por intercessão de Maria e do Menino Jesus, o dom de poder ter filhos. Depois são muitas as cartas que chegam a agradecer, é algo muito bonito que em Belém se peça isto, que se peça para poder acolher a vida. |
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“Demoro a escolher postais para cada pessoa” |
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Escrever sempre foi a vida de Alice Vieira. Primeiro nos jornais depois os livros. Desde sempre os postais. É |
assim que a escritora, conhecida pelos seus livros infantis, fala da escrita de postais, iniciativa que lhe ocupa |
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muito tempo nesta época que antecede o Natal mas que se vai prolongando por todo o ano. Nasceu em 1943 em Lisboa, foi criada com os tios avós e o gosto pela escrita veio desde criança. “Foi-me ensinado que no Natal se escrevia e mandava um ‘postalzinho’ às pessoas a desejar boas festas e, desde aí, continuei sempre a enviar”, assim descreve Alice Vieira à Agência ECCLESIA como começou este gosto pela escrita de postais. “As pessoas já não sabem o que é ou para que serve um postal, imagine!”, graceja e apressa-se a contar um episódio passado num balcão dos correios onde alguém perguntava o que era para preencher no sítio onde dizia ‘remetente’. A escritora sente que se foi perdendo o significado de escrever um postal ou uma carta mas é o rosto de quem contraria essa tendência e tem mesmo amigos com quem ainda se corresponde duas vezes por semana. Também escreve muitos postais a quem não conhece, só porque lhe enviam e “sente a responsabilidade de dar resposta”. Nesta época do Natal Alice Vieira intensifica a escrita, especialmente de postais, e “são mais pessoas a escreverem-me, muitas do estrangeiro.” |
Recebe postais típicos do Natal, feitos pelos próprios autores, postais com arte aplicada e postais com presépios africanos enviados pelos Missionários Combonianos, com quem colabora. Apesar da quadra natalícia acontecer todos os anos a escritora defende que “há sempre maneiras de dizer uma frase diferente” e escolhe muito bem os postais a enviar. “Escolho muito bem os postais, passo muito tempo a escolher um postal para cada pessoa, sei do que gostam e demoro… Ao menos naquele bocadinho em que estivemos a escolher e a escrever aquelas linhas sabem que estivemos a pensar neles, estiveram na nossa cabeça e no nosso coração, e isso é muito importante”. Apesar de demorar muito a escolher os postais, Alice Vieira contraria a frase “a imagem vale mais do que mil palavras” sublinhando que a “palavra tem muita força e às vezes as frases pequenas têm muita importância”. Conforme a conversa se desenrolava Alice Vieira escrevia postais e comentava que não gostava da sua letra, “é o que faz escrever só a computador e nesta altura é que escrevo mais à mão”, justifica. Pertence à organização Postcrossing e alia o prazer da escrita ao envio (e receção) de postais do Mundo inteiro. Explica que um dos conselhos dados |
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é “se não sabe o que escrever nos postais fale da vida ou do tempo”, assim pode começar uma correspondência de postais que pode durar anos. “As pessoas não sabem o que é um postal depois nem sabem o que escrever, para mim era impensável”, desabafa a escritora que adora escrever acerca do seu país e conhecer mais de outros lugares e tradições. É madrinha de uma iniciativa que “mete postais”, os Presentes Solidários, da Fundação Fé e Cooperação, e farta-se de “comprar postais e oferecer no Natal aos netos e aos amigos, sendo esta uma forma solidária”. Antes da conversa com a Ecclesia passou pela caixa do correio e de lá trouxe dois postais em tons de vermelho, bem ao jeito natalício, um da Alemanha e outro da Lituânia. É desta forma que vai conhecendo outros países e até tem acontecido “conhecer pessoalmente essas pessoas” quando vêm visitar Portugal, por sua indicação. Postais especiais? Alice Vieira tem muitos mas há dois que se destacam. Um que está bem guardado em casa, o primeiro postal de Natal que o marido lhe escreveu (que ainda não era marido na altura). |
“Eu guardo tudo e até o podia ter rasgado, não sabia que ia ser meu marido, mas depois todos os postais que ele me enviava eram especiais; todos tinham um barco, talvez por ele ser de Ílhavo”. O outro postal especial é do filho, que anda sempre na sua carteira para onde quer que vá. “É um postal do meu filho que anda sempre comigo; tinha uns 7 ou 8 anos e foi a um torneio de xadrez em Coimbra, enviou um postal, onde se lê ‘Mãe, não tenho nada para te dizer’ mas ao menos escreveu”, conta a rir-se. A escritora orgulha-se ainda de ter conseguido passar esta tradição de escrever postais aos netos, “eles sempre me escreveram postais” mas, falta-lhe escrever um postal a uma pessoa. “Ainda não escrevi um postal ao Papa Francisco mas um dia destes escrevo, é uma daquelas pessoas extraordinárias; talvez este Natal lhe escreva.” Ficou o desejo de escrever, sem ter nada pensado ainda, mas considerando que poderia ser um postal “com uma pintura talvez da Josefa de Óbidos, que tem uns Meninos muito bonitos”. Com o desafio colocado para escrever um postal aos portugueses, Alice Vieira contou que poderia escrever a palavra “alegria, uma palavra |
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que anda tão esquecida a ver se dava alento a todos”. Adepta da escrita de postais durante todo o ano Alice Vieira remata mesmo que “por mim os correios nunca vão à falência”. |
Para a Agência ECCLESIA também deixou um postal escrito enaltecendo a escuta, “um dos melhores presentes que podemos dar (e receber) no Natal”. |
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Postais solidários
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Mais de 2 mil crianças acompanhadas por instituições de apoio à infância vão ter este ano um Natal diferente, com aquele presente que mais desejam, através da campanha ‘Pai Natal Solidário’ dos CTT, que qualquer pessoa pode apadrinhar. Em declarações à Agência ECCLESIA, |
o diretor de comunicação e de marca dos CTT, Miguel Salema Garção, realça que se trata de uma iniciativa que os CTT assumem “com grande responsabilidade social” e um sentido de “cidadania empresarial”. E um projeto que quer beneficiar uma das mais delicadas áreas da sociedade, |
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que é “as crianças em risco, realizando os seus desejos de Natal”. A campanha do ‘Pai Natal Solidário’ é promovida desde 2009, e envolve mais de duas mil crianças, de cerca de meia centena de instituições, públicas ou particulares, de apoio à infância. Os mais novos, com idade até 12 anos, são convidados a escrever um postal de Natal, onde incluem os seus desejos para esta quadra. Depois os CTT ajudam a concretizar esses pedidos com o envolvimento da sociedade civil, já que qualquer pessoa pode consultar os postais e apadrinhar uma criança, ajudando-a a concretizar o seu desejo. O projeto vai prosseguir até dia 06 de janeiro, e nesta altura já foram apadrinhadas cerca de 65 por cento das cartas enviadas pelos mais novos. Para o diretor de comunicação e de marca dos CTT, esta é mais uma prova de que “os portugueses são um povo |
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muito solidário e que sempre que é chamado a dizer presente para ajudar o próximo diz sim”. “Os CTT têm sido um veículo, através daquela que é a sua rede de lojas e de distribuição, para disponibilizar aos portugueses a possibilidade de ajudar quem mais precisa. Neste caso concreto, crianças desfavorecidas à guarda de instituições de solidariedade”, realça Miguel Salema Garção. Assim que os presentes são entregues pelos padrinhos nos CTT, “são logo enviados” para as crianças, de forma gratuita. “Todos os anos as crianças têm tido o seu desejo de natal realizado, ou seja, as cartas são sempre apadrinhadas a 100 por cento e acreditamos que este ano não será exceção”, realça o mesmo responsável, que adianta ainda que por razões de segurança os mais novos “nunca sabem quem lhes dá o presente, nem quem dá sabe a quem deu”. Sobre o tipo de presentes que estão a ser oferecidos, ou que dominam os desejos das crianças, “os brinquedos continuam a dominar” os pedidos natalícios dos mais novos, principalmente “os que estão na moda”. |
Desde “os legos aos peluches”, passando pelos “nenucos” e “colunas e auscultadores para ouvir música”. Entre as cerca de 50 instituições públicas ou particulares que estão envolvidas na campanha ‘Pai Natal Solidário’ encontram-se vários organismos ligados à Igreja Católica, a dioceses e congregações religiosas. Como o Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos; a Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas; a Obra do Padre Américo – Casa do Gaiato de São Miguel, em Ponta Delgada, nos Açores; e o Lar Obra do Padre Gregório, em Sintra.
Os postais das crianças podem também ser apadrinhados numa seleção de 25 lojas CTT espalhadas por Portugal continental e pelos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
“Por isso é que podemos dizer que o Pai Natal Solidário somos todos nós”, completa Miguel Salema Garção. |
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O Papa também envia postais |
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O Papa Francisco prepara-se para celebrar o seu quinto Natal no Vaticano e tem mantido a tradição de imprimir imagens e cartões que começou há 45 anos, com Paulo VI. |
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Acredito em postais
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Acredito em postais. Tenho 30 anos e, desde que me lembro, os escrevo. Creio até que têm uma força divina de cura e transformação. O ensino primário foi o verdadeiro culpado de tal gosto! Escrevíamos postais no Dia da Mãe, no Dia do Pai, no Dia do Amigo e até no Dia dos |
Namorados. Lembro-me que, para não dar parte fraca, escrevi um postal no Dia dos Namorados... à minha tia! Imenso apreço por esta arte. A magia que, ainda hoje, me enternece e fideliza encontra-se na sua elaboração, personalização e entrega. Continuei pela adolescência fora a |
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perpetuar este prazer de os escrever. Produzia-os para o amigo secreto e para a família e amigos na altura do Natal. A beleza de um cartão delicadamente dobrado, decorado com uma ilustração que fizesse sentido e, especialmente, com espaço em branco para transformar o que vai na alma em humildes palavras. Sem dúvida, a melhor oferta que podia dar a quem amava. Já em adulta recordo que uma blogger retomou esta tradição através do Polar Post Crossing, a maior troca de postais de natal entre membros da blogosfera. Aí o desafio adensou-se pois a missão passava por oferecer um postal a alguém que não conhecíamos. Foi bonito e encantador. Colocar o melhor que tinha no mágico cartão e deixá-lo alegrar o dia, quiçá a vida, do meu próximo. Quem me diz que só os redijo porque tenho muito tempo livre está completamente enganado. Continuo a |
redigir postais porque visualizo mentalmente o sorriso de quem os recebe e a alegria no seu rosto. Assim é fácil que o coração se ligue à caneta e tudo flua. Continuo a personalizar postais porque acredito que é a melhor forma de investir o meu tempo em quem melhora a minha vida diariamente. Continuo a entregar postais surpresa porque sei que a vida é feita de memórias e experiências. Passe o tempo que passar ninguém as pode roubar se forem eternizadas num mágico cartão redigido e ilustrado pela força do amor. E o que dizer de os receber? Uma delícia. A certeza de felicidade genuína. Tornem o vosso Natal mais intenso. Redijam postais de gratidão. Redijam postais de amor e amizade. Personalizem as vossas emoções. Perpetuem a beleza imensa de uma tradição tão rica, poderosa e regeneradora. Um Santo Natal. Cecília Vigário |
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Tavira expõe o Natal em Postal
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Numa época em que muitos dizem que a tradição já não é o que era, o Arquivo Municipal de Tavira organiza e acolhe, entre 18 de dezembro e 05 de janeiro, entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00, a exposição “O Natal em Postal”. Uma mostra que inclui postais de Natal do espólio da Câmara Municipal, assim como outros da coleção particular de Délio Lopes. Esta procura recordar uma tradição, que embora mantida por poucas pessoas, tem vindo a ser substituída pelo uso das novas tecnologias. Símbolo de um passado recente, o postal de Natal, além de assinalar uma época religiosa e familiar especial, representa também a obra de alguns artistas conhecidos e desconhecidos que pela sua arte procuraram transmitir valores sempre atuais. |
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Acenda uma vela virtual |
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http://www.acendaumavela.orgEntrados já na reta final de celebrarmos o nascimento do Deus que se fez Menino, esta semana sugiro que acenda uma vela! Na realidade o desafio não é lançado por mim, mas pela fundação Ajuda à Igreja que Sobre (AIS). Esta ideia baseia-se na premissa de que “a vela é o símbolo de Cristo que ressuscitou para iluminar o nosso caminho". Esta organização dependente da Santa Sé, fundada em 1947 pelo Padre Holandês Werenfried van Straaten, inspirada na mensagem de Fátima, tem por “objetivo apoiar projetos de cunho pastoral em países onde a Igreja Católica está em dificuldades”. Ao digitarmos o endereço |
www.acendaumavela.org, somos convidados a acender uma vela por uma intenção, a rezar pelos cristãos que sofrem, a criar um grupo de oração e ainda a adquirir velas. Ao clicarmos em “acenda uma vela”, podemos acender uma vela virtual onde, além de preenchermos os dados pessoais, nos é dada a possibilidade de escrevermos um pequeno texto que é visualizado na “nossa vela”, sendo ainda necessário definir qual a sua intenção. Na opção “velas acesas”, encontramos uma fantástica aplicação que nos permite ver todas as velas que já foram acesas, inclusive podemos aceder à mensagem que cada um colocou quando a acendeu. |
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Caso pretenda saber quais os grupos de oração que já foram criados ou eventualmente adicionar mais um, basta clicar em “grupos de oração”. Aí descobre que já estão disponíveis alguns grupos interessantes, mas especialmente, existe um que está enquadrado na campanha de Natal da AIS, que reverte a favor dos cristãos perseguidos e necessitados do Iraque. Em “donativo”, somos reencaminhados para a página da fundação que nos informa das diferentes formas de ajudar milhões de cristãos, que “são perseguidos e ameaçados por não renunciarem à
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sua fé, em 137 dos países pobres do mundo”. Por último, outra forma de colaborar com a AIS será na aquisição de velas, desta feita reais, ou qualquer outro produto que está disponível na sua loja virtual, para isso aceda ao espaço “loja”. Aqui fica uma sugestão completamente gratuita e que apela fortemente ao espírito cristão de todos nós, pois como sabemos “desde as origens da Igreja que as velas são utilizadas como forma de oração”.
Fernando Cassola Marques |
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Paz e Futuro da Humanidade |
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O ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes disse, esta quarta-feira, em Lisboa, no lançamento da obra ‘Paz e Futuro da Humanidade’, que a paz como virtude “está sempre presente na lógica discursiva da Igreja”. Mesmo em situações que “não era nada fácil falar em paz”, quando os “tambores da guerra estavam a soar”, os Papas mais recentes estavam “sempre do lado da paz” e “da “resolução pacífica dos diferendos”, referiu à Agência ECCLESIA. Para o ministro da Defesa, o Papa Francisco tem uma visão “muito pragmática” dos “deveres da Igreja” no mundo contemporâneo, no qual é fundamental “praticar os verbos acolher e integrar” em relação aos migrantes e refugiados. Atualmente, os processos migratórios convocam “as sociedades e as democracias” para um dever que é “fundamental não esquecer”: a Europa “foi sempre” uma “terra de acolhimento”. Em relação à obra ‘Paz e Futuro da Humanidade’, com a chancela da Paulus Editora e prefácio do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, Azeredo Lopes realça que é “um contributo |
importante” sobre a temática da paz. As fronteiras da paz convocam para “desafios difíceis” e, nos tempos que correm “ainda é mais difícil” porque em décadas anteriores a paz era “apenas a ausência de guerra”. “Há uma noção mais rica de paz do que a mera ausência de conflito” e que está relacionada com “a pobreza, miséria e tragédias de ausências de governação” sublinhou. Já o bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda, considera que é fundamental o “coração” das pessoas “saber acolher e promover” a paz. Para que a paz não seja uma utopia é essencial “eliminar a violência, fome e condições precárias”, frisou. “Uma condição humana degradante não favorece a paz”, alertou D. Manuel Linda, sublinhando que se uma situação é “humanamente negativa” corre-se o risco de “uma forte instabilidade”. Para este responsável, o mundo foi sempre de “contínuas mutações”, por isso é fundamental “deixar a tacanhez de lado” e desmontar a “mentalidade negativista”, afirmou “Alguns consideram que os migrantes são invasores económicos”, todavia |
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D. Manuel Linda pede para que se desmonte esta “visão negativa e falsa”. O livro ‘Paz e Futuro da Humanidade’ é o resultado das intervenções de um seminário realizado no grande auditório da Academia Militar, no campus da Amadora, e tem a chancela da Paulus Editora. Nesta obra recolhem-se os “textos pronunciados no seminário «Paz e futuro da Humanidade”», que decorreu no grande auditório da |
Academia Militar, no Campus da Amadora. Esse evento contou com a participação de Marcelo Rebelo de Sousa, general Rovisco Duarte, D. Manuel Linda, Constança Urbano de Sousa, José Alberto de Azeredo Lopes, D. Rino Passigato, D. António Marto, Marcos Perestrelo, D. Jorge Pina Cabral, D. Sifredo Teixeira e do coronel Nuno Lemos Pires, acrescenta o comunicado.
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Dezembro 2017 |
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16 de dezembro. Vaticano - Concerto de Natal ajuda crianças e jovens na República Democrática do Congo e na Argentina
. Sardoal - Centro Cultural Gil Vicente - No âmbito da quadra natalícia e com o intuito de enaltecer a fé e a religiosidade que caracterizam o concelho de Sardoal, o Centro Cultural Gil Vicente terá patente, até 27 de janeiro de 2018, a exposição «Presépios de Portugal – O Imaginário Tradicional».
. Lisboa - Alfragide (Igreja da Divina Misericórdia), 06h30 - Paróquia de Alfragide prossegue com tradição madeirense da Missa do Parto
. Porto - Casa de Vilar, 10h00 - Encontro do Movimento de Educadores Católicos com o tema «Um sentido do Advento para os nossos dias» orientado pelo padre Rui Santiago, redentorista.
. Tomar - Auditório do Centro Pastoral, 15h30 - Lançamento da obra «Portugal Católico - A beleza na diversidade» |
. Lisboa - Basílica dos Mártires, 18h30 - Bênção das grávidas integrada na iniciativa «Presépio da cidade»
. Porto - Igreja de Nossa Senhora do Carmo, 21h30 - Concerto de Natal na Igreja de Nossa Senhora do Carmo
. Coimbra - Igreja de São José, 21h30 - Cáritas Diocesana de Coimbra promove concerto de Natal com olhar especial para as vítimas dos incêndios
17 de dezembro. Fátima - Concerto de Natal com a Banda Sinfónica Portuguesa e Coro Infantil da Academia de Música de Costa Cabral com direção de Francisco Ferreira.
. Braga - Basílica de São Bento da Porta Aberta, 17h00 - A Basílica de São Bento da Porta Aberta (Diocese de Braga) vai acolher um concerto de Natal.
. Vila Real – Poiares, 17h30 - Salesianos de Poiares fazem um Presépio Vivo
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. Viana do Castelo – Sé, 18h00 - Bênção das grávidas presidida por D. Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo
18 de dezembro. Leiria – Sé, 21h00 - A Cáritas diocesana de Leiria e a Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas vão promover a manifestação pública da campanha «10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz» e a celebração da «Luz da Paz de Belém».
19 de dezembro. Lisboa - Biblioteca Nacional, 18h00 - A obra «A ordem das ordens religiosas: roteiro identitário de Portugal (séculos XII-XVIII)»,da autoria de Fernanda Maria Guedes de Campos, vai ser apresentada no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa.
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20 de dezembro. Bragança, 18h00 - Lançamento da obra «Portugal Católico - A beleza na diversidade»
. Guarda, 21h30 - Lançamento da obra «Portugal Católico - A beleza na diversidade» |
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II Concílio do Vaticano: Paulo VI não queria uma Igreja fechada, imóvel e egoísta |
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Com a criação dos 27 novos cardeais, no consistório de 22 de fevereiro de 1965, o Papa Paulo VI esclareceu que a sua intenção não “era tanto fazer crescer o esplendor da estrutura externa” da Igreja mas dilatar “a comunhão interna da Igreja”. Aos novos cardeais, o seguidor da obra iniciada pelo Papa João XXIII realçou: “O que quisemos aumentar, não foi o seu poder falaz, mas sim o seu valor espiritual”. Devido à distância entre os vários organismos, o Papa Montini pretendeu mostrar uma maior proximidade entre estes, tal como o espírito de “dedicação e serviço”. No fundo, foi intenção do grande construtor do II Concílio do Vaticano (1962-1965) reforçar a “unidade e a vida da Igreja através de uma autoridade mais representativa”. Mais do que dar aos cardeais “novas honras e privilégios”, Paulo VI pediu-lhe “novos serviços” porque o “peso e a complexidade” do governo central da Igreja estavam a aumentar. 50 anos depois, o Papa Francisco disse palavras semelhantes, no último consistório (14 de fevereiro de 2015), aos 20 novos cardeais, onde estava incluído o bispo de Lisboa, D. Manuel Clemente. “A dignidade cardinalícia é certamente uma dignidade, mas não é honorífica”, disse o Papa argentino na homilia. Ao falar da caridade, o Papa Bergoglio sublinha que esta “não é invejosa, não é arrogante nem orgulhosa” e as “próprias dignidades eclesiásticas não estão imunes desta tentação”. Na alocução aos novos cardeais, o Papa Paulo VI desenvolveu “mais claramente o seu conceito de |
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autoridade, relacionando-a com o serviço de unidade” (Cf. Boletim de Informação Pastoral; nº 37-38; Março-Maio de 1965; Página 41). O Papa Montini tem consciência de como o exercício da autoridade “é, por vezes, impopular”. Daí que a intrepidez, a coragem deva ser uma das virtudes dos cardeais: “aceitai, igualmente este dom pelo que pode ter de impopular e de pesado. Que não vos desagradem estas palavras que vos dirigimos no decurso das cerimónias: Deveis mostrar-vos intrépidos. Hoje, o encargo de governar os outros é acompanhado de grandes esforços espirituais”. |
No discurso acutilante que serve igualmente para os dias de hoje, o Papa Paulo VI salienta que estes são “mais do que nunca necessários e providenciais” mesmo no interior da Igreja. O Papa que deu corpo ao II Concílio do Vaticano não quer que a Igreja seja “um redil fechado, imóvel, egoísta e exclusivo”, mas um rebanho “aberto, multiforme, com largueza ilimitada e polivalente da caridade”. O Papa Francisco não se cansa de fazer os mesmos pedidos, mesmo para o interior da Igreja. Os novos cardeais escutaram as suas palavras… |
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A Presidência da República vai receber a partir de domingo uma exposição de desenhos sobre a visita do Papa a Fátima, por ocasião do Centenário das Aparições, criados por crianças internadas em serviços de pediatria do país.
A Cáritas diocesana de Leiria e a Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas vão promover, dia 18 deste mês, a manifestação pública da campanha «10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz» e a celebração da «Luz da Paz de Belém».
A obra «A ordem das ordens religiosas: roteiro identitário de Portugal (séculos XII-XVIII)»,da autoria de Fernanda Maria Guedes de Campos, vai ser apresentada no próximo dia 19, às 18h00, no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa.
Por estes dias, a música faz companhia e gera o ambiente que marca a quadra natalícia. Veja a agenda da Agência ECCLESIA, as agendas culturais de paróquias e autarquias e escolha um concerto de Natal. Vai encontrar, por certo, uma ocasião excelente para viver o Natal
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h30 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
Domingo: 10h00 - Porta Aberta; 11h00 - Eucaristia;
Segunda-feira: 12h00 - Informação religiosa
Diariamente 18h30 - Terço
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RTP2, 13h00Domingo, 17 de dezembro - "O Nosso Ninho" - Uma Associação com 50 com alternativas para mulheres em situação de prostituição Segunda-feira, dia 18 de dezembro 15h00 - Entrevista a Ana Patrícia Fonseca e Eugénia Quaresma sobre o Dia Internacional dos Migrantes
Terça-feira, dia 19 de dezembro, 15h00 - Informação e entrevista João Francisco Gomes, vencedor do prémio de jornalismo Dom Manuel Falcão
Quarta-feira, dia 20 de dezembro, 15h00 - Informação e entrevista a Paulo Aido sobre o Natal dos cristãos perseguidos.
Quinta-feira, dia 21 de dezembro, 15h00 - Informação e comentário à atualidade
Sexta-feira, dia 22 de dezembro, 15h00 - Entrevista. Comentário à liturgia do domingo pelo cónego António Rego e padre Armindo Vaz
Antena 1 Domingo, 17 de dezembro 06h00 - III Domingo do Advento: a Alegria no percurso do monsenhor Vitor Feytor Pinto.
Segunda a sexta, 18 a 22 de dezembro - Alfabeto do Advento
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Ano B – 3.º Domingo do Advento |
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Viver alegres na esperança |
Os textos bíblicos deste 3.º Domingo do Advento garantem-nos que Deus tem um projeto de salvação e de vida plena para propor aos homens e para os fazer passar das trevas à luz. Na primeira leitura, um profeta ungido pelo Espírito anuncia um tempo novo, de vida plena e de felicidade sem fim, um tempo de salvação que Deus vai oferecer aos pobres. Na segunda leitura, Paulo diz-nos qual a atitude que é preciso assumir enquanto se espera o Senhor que vem. O convite é bem concreto para todos nós: vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias, não apagueis o Espírito, não desprezeis os dons proféticos, conservai tudo o que for bom, afastai-vos de toda a espécie de mal, acolhei o Deus da paz que vos santifica totalmente. O Evangelho apresenta-nos João Batista, a voz que prepara os homens para acolher Jesus, a luz do mundo. Que significa isso para nós? Implica abandonar a mentira, os comportamentos egoístas, as atitudes injustas, os gestos de violência, os preconceitos, a instalação, o comodismo, a autossuficiência, tudo o que desfeia a nossa vida, nos torna escravos e nos impede de chegar à verdadeira felicidade. Implica olhar para Jesus, pois só Ele é a luz e só Ele tem uma proposta de vida verdadeira para apresentar aos homens. À nossa volta abundam propostas de felicidade que nos seduzem, manipulam e nos deixam infelizes. Só Jesus é a luz que liberta os homens da escravidão e das trevas e lhes oferece a vida verdadeira e definitiva. Implica pensarmos sobre a forma de Deus atuar na
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história humana e sobre as responsabilidades que Deus nos atribui na recriação do mundo. Deus não utiliza métodos espetaculares e assombrosos para intervir na nossa história e para recriar o mundo; mas Ele vem ao nosso encontro para nos envolver no seu amor através de pessoas concretas, com um nome e uma história, pessoas normais a quem Deus chama e a quem confia determinada missão. A todos nós, seus filhos, Deus confia uma missão no mundo, dar testemunho da luz e de tornar presente, para os nossos irmãos, a proposta libertadora de Jesus. |
Levemos a Palavra para o coração do nosso quotidiano, em esperança e alegria. O nosso olhar sobre os outros e sobre o mundo deve continuar a ser transformado nesta terceira semana de Advento: passar da contestação à bondade, procurar ter uma expressão de sorriso em cada encontro, saudar o outro como um irmão que Deus ama e desejar-lhe todo o bem que Deus quer para ele. A alegria cristã não está ao nível de um otimismo simplista, mas coloca a esperança, possível e credível pela Palavra feita carne, no coração da vida quotidiana. Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
A comovente história de um jovem que sonhava ser padreO santo que fazia gelados |
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Nasceu nos Camarões numa família muito pobre. Aos cinco anos já sonhava ser missionário. Ainda criança, fazia gelados de limão para ajudar os pais a sobreviver. Morreu a poucos dias de ser ordenado padre, numa cama de hospital, com o corpo corroído com tumores. Começou logo aí a sua fama de santidade…
“É um santo!” O médico, quando viu o estado em que se encontrava Jean-Thierry, já amputado de uma perna e com o cancro a avançar a um ritmo alarmante, não teve dúvidas em afirmar que estava perante alguém excepcional. “Um santo.” Jean-Thierry nunca se queixava das dores lancinantes que sentia. Não se queixava de ter perdido a perna, não se queixava de nada. Sempre com um sorriso, só queria curar-se para poder ser ordenado sacerdote. Era um sonho antigo, tão antigo como as memórias mais longínquas que conseguia recuperar. Ainda criança, Jean-Thierry deslumbrou-se com os missionários que passavam pela sua aldeia e sonhou ser como eles. Jean-Thierry Ebogo nasceu a 4 de Fevereiro de 1982 em Bamenda, nos Camarões, no seio de uma família cristã muito |
pobre. Desde cedo sobressaltou-se com a necessidade de ajudar os pais no desafio da sobrevivência do dia-a-dia. Que poderia ele fazer? Pouco. Afinal era apenas uma criança. Apesar disso, juntava limões, que havia por ali e fazia gelados que depois ia vender para a rua. Nos dias de Verão, quando o pó se misturava com o calor, os gelados de Jean-Thierry faziam sucesso. Simpático, sempre disponível, amigo dos seus amigos, Jean-Thierry tornou-se popular em Bamenda. Todos gostavam dele. Todos disputavam a sua amizade. Até as raparigas. Ele, porém, tinha apenas um propósito: ajudar os seus pais e tornar-se sacerdote, imitar Jesus em todos os instantes da sua vida.
Tumor malignoAos 21 anos, decidiu que era chegado o tempo de seguir a vida religiosa. Ingressou no convento dos Carmelitas Descalços de Nkoabang. Um ano depois, foi admitido no noviciado. Passou a ser Jean-Thierry do Menino Jesus e da Paixão de Cristo. Ele não sabia, nem poderia imaginar, mas estava prestes a viver um calvário |
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tremendo. Poucas semanas depois de ser admitido no noviciado, foi-lhe detectado um tumor maligno na perna direita. Os médicos mostraram-se impotentes perante a violência do tumor. Para salvar Jean-Thierry foi necessário amputar-lhe a perna. Mas nem isso estancou a doença. Era necessário fazer algo mais e decidiram então enviar o jovem carmelita para Itália. Foi em 2005. Quando o viu, pela primeira vez, o médico não teve dúvidas de que estava perante alguém excepcional. Aquele jovem, com o corpo cheio de metástases e que nunca abandonava o sorriso no rosto, que só pedia que o curassem para ser ordenado sacerdote, não era uma pessoa vulgar. Só queria ser ordenado sacerdote para imitar melhor a vida de Jesus. Graças a uma dispensa, fez os votos perpétuos em 8 de Dezembro de 2005, na festa da Imaculada Conceição, na presença da mãe, que viajou propositadamente desde os Camarões para assistir àquele momento tão importante na vida do filho. Ambos sabiam que seria provavelmente, muito provavelmente, a última vez que estariam juntos. A mãe não podia ficar mais tempo pois o visto de permanência estava prestes a caducar. Quando se despediram, Jean-Thierry agradeceu-lhe o dom da vida. “Mamã: lembra-te de que me ofereceste a Deus quando nasci…” |
Dias depois, morreu. As suas últimas palavras foram: “Que belo é Jesus!” Nunca chegou a ser ordenado sacerdote mas a sua missão ainda não terminou. A forma como assumiu todas as dores da doença e a vontade férrea de se entregar a Deus emprestaram-lhe uma fama de santidade que não tem parado de crescer. O seu processo de beatificação foi finalizado, a nível diocesano, em 2014. Desde então, ele é um “Servo de Deus”. Na verdade, ele foi sempre um servo de Deus. Mesmo quando vendia gelados. Mesmo quando apenas sorria aos outros…
Paulo Aido
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Os ganhos do acolhimento |
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Tony Neves |
Sábado, dia 9, em Roma, Francisco falou dos tempos novos que vivem as migrações: ‘Novos rostos de homens, mulheres e crianças, marcados por tantas formas de pobreza e violência, estão novamente diante de nossos olhos e esperam encontrar, em seu caminho, mãos estendidas e corações acolhedores’. Diria mais tarde que ‘os migrantes precisam certamente de boas leis, de programas de desenvolvimento e organização; mas precisam sobretudo de amor, amizade e proximidade; precisam de ser ouvidos, olhados nos olhos e acompanhados; precisam de Deus, encontrado no amor gratuito de uma mulher que, com o coração consagrado, é irmã e mãe’, apelando à pastoral do mundo migrante como algo a tomar muito a sério. Sim, há que combater a globalização da indiferença perante os dramas alheios, tão mediatizados que o mundo fica cansado de os ver nos ecrãs e perde capacidade de sair do sofá e intervir. O Dia Mundial dos Direitos Humanos, que celebramos a 10 de Dezembro, apontou para todas as periferias e margens da história, lá onde as pessoas não vêem a sua dignidade reconhecida nem os seus direitos mais elementares respeitados. E, claro está, aqui também entram os migrantes, obrigados a deixar as suas terras e partir à procura da segurança e conforto que não conseguiam ter e os impedia de viver com dignidade. O Papa Francisco, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2018, faz uma abordagem original |
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deste tema quente das migrações. Depois de reconhecer que é acto de caridade acolher migrantes e refugiados, o Papa lembra que os imigrantes são pessoas valiosas que vêm enriquecer os povos acolhedores com os talentos que Deus deu e a experiência de vida que traz. Ora, vista deste ângulo, a imigração pode ser um ganho enorme para os povos que recebem, sendo – como é óbvio – um enriquecimento para quem é acolhido. O Natal está à porta. O Menino que |
nasce em Belém é perseguido logo a seguir, segundo contam as Escrituras Sagradas. A experiência que faz, com os pais, no Egipto, foi de salvação para os três mas, de certeza absoluta, de enorme ganho para quem privou lá com eles…ou não privassem com o Filho de Deus, com Maria e José! O Advento é um tempo forte de esperança, de terraplenar caminhos, de conversão aos valores do Evangelho. Abrir as portas a quem bate é obra de misericórdia e sinal de evidente fraternidade. Ousemos! |
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