04 - Editorial:

      Tolentino Mendonça

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

12 - Opinião

        D. José Cordeiro

14 - A semana de

        Luis Filipe Santos

16- Dossier

      Autárquicas 2013

22 - Entrevista

        José Miguel Sardica

 

 

 

32 - Pastoral Juvenil

36 - Internacional

40- Cinema

42 - Multimédia

44 - Estante

46 - Vaticano II

48 -  Agenda

50 - Liturgia

52 - Programação Religiosa

53 - Por estes dias

54 - Jornadas de Comunicação Social

56 - Fundação AIS

58  - LusoFonias

       

 

 

Foto da capa: Agência Ecclesia
Foto da contracapa:  Agência Ecclesia

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Margarida Duarte, Sónia Neves, Carlos Borges, Catarina Pereira
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Opinião 

 

 

 

 

 

Papa Francisco em entrevista

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Autárquicas: Política e Cidadania

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Jovens e Missão

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D. José Cordeiro|Tolentino Mendonça | Tony Neves | Eduardo Novo

 

Que fizemos nós da Alegria?

José Tolentino

Mendonça

 

Mas o que é a alegria? A alegria é expansão pessoalíssima e profunda. Não há duas alegrias iguais, como não há duas lágrimas ou dois prantos iguais. A alegria é uma gramática singular. Por um lado, tem uma expressão física, mas, por outro, conserva uma natureza evidentemente espiritual. Não se reduz a uma forma de bem-estar ou a um conforto emocional, embora se possa traduzir também dessas maneiras.  A alegria é uma revelação da vida profunda. É  abrir uma porta, um caminho, um corredor para a passagem do Espírito.

 

 

 

No espaço teológico e eclesial, infelizmente, a alegria tornou-se um motivo tratado com alguma parcimónia. Falamos pouco do Evangelho da Alegria e, entre tudo aquilo que assumimos como dever, como tarefa, raramente ele está. O dever da alegria, estarmos quotidianamente hipotecados à alegria, enviados em nome da alegria, não nos é tantas vezes recordado quanto devia. As nossas liturgias, pregações, catequeses e pastorais abordam a alegria quase com pudor.

 

Isto para dizer que a alegria tornou-se um tópico mais ou menos marginal, uma espécie de subtema e, por vezes, até uma espécie de interdito. Nietzsche dizia que o cristianismo seria mais credível se os cristãos parecessem alegres. Que fizemos nós do Evangelho da Alegria? 

Definimo-nos culturalmente como homo faber,  homem artesão,  fabricante, aquele que se realiza na própria ação. E distanciamos da nossa própria vida o horizonte do  homo festivus, isto é, o que é capaz de celebrar, aquele que conduz a criação à sua plenitude.  

 A alegria nasce do acolhimento. Nasce quando aceitamos construir a vida numa cultura de hospitalidade. Há um filme de Ingmar Bergman em que uma personagem é uma rapariga anoréxica - e sabemos como a anorexia é uma forma de desistir da própria vida, de desinvestir afetivamente. A rapariga vai falar com um médico e ele diz-lhe isto, que também vale para todos nós: “Olha há só um remédio para ti, só vejo um caminho: em cada dia deixa-te tocar por alguém ou por alguma coisa”. A alegria é esta hospitalidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Presidente da Síria,
Bashar al-Assad
durante entrevista
à Fox News
em Damasco.
18.09.2013 © LUSA

   
 

 

 

“Peço-vos, por favor, que permaneçais no meio do vosso povo. Permanecer, permanecer. Evitai o escândalo de ser ‘bispos de aeroporto’!”

Papa Francisco, Vaticano, 19.09.2013

 

 

“O nosso grande objetivo é o de prosseguir neste rumo que temos traçado de controlar as contas públicas, gastar de acordo com as possibilidades do país"

Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal, 18.09.2013

 

 

“Há hoje sinais ainda ténues que indicam que provavelmente Portugal já começou a recuperar, mas são fundamentais as redes de solidariedade, numa lógica de pareceria e de confiança entre o poder central, autárquico e as instituições sociais”

Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, 18.09.2013

 

 

 

 

 

 

"Tecnicamente, acho que se trata de uma operação complicada (destruição das armas químicas). E é necessário muito dinheiro, cerca de mil milhões (de dólares)”

Bashar al-Assad, presidente da Síria, em entrevista à Fox News, 18.09.2013

 

 

 

"O défice em pelo menos cinco por cento origina que não seja necessário fazer um corte nas pensões ou aplicar a TSU às pensões da Segurança Social, aliviando-se assim os sacrifícios e a dor dos portugueses"

António José Seguro, secretário-geral do PS, 19.09.2013

 

 

Dioceses lançam novo ano pastoral

O patriarca de Lisboa apresentou hoje numa mensagem vídeo o lema do ano pastoral 2013/2014, ‘A fé atua pela caridade’, desafiando as comunidades católicas a responderem a “cada necessidade do próximo”. “No termo do Ano Fé, temos esta consequência prática de estarmos com os outros, nas nossas comunidades, olhando em redor face às necessidades de tantos irmãos nossos, acrescidas até nos tempos atuais, pelas razões que todos conhecemos”, explica D. Manuel Clemente, numa intervenção divulgada no canal do Patriarcado no YouTube.

O patriarca recorda que apresentou como prioridades “o acolhimento e a missão”, quando assumiu o cargo, explicando o dinamismo que pretende imprimir nas comunidades. “Acolhermo-nos uns aos outros, porque todos nos sentimos acolhidos por Deus na casa comum do nosso Pai; e depois missão, para que esse acolhimento se alargue para fora dos nossos templos, no acolhimento ativo de tudo e de todos, das necessidades dos nossos concidadãos, 

 

dos nossos contemporâneos para lhes levar o que recebemos de Deus ou seja, a caridade de Cristo”, refere.

Numa intervenção de dois minutos e meio, D. Manuel Clemente sustenta que “o amor começa no coração de Deus e por isso mesmo se concretiza em cada necessidade do próximo”, sublinhando que a caridade é a fé “posta em prática” e não apenas “uma virtude contemplativa”.

O clero da Arquidiocese de Évora reuniu-se esta segunda-feira em assembleia plenária, para preparar o novo ano pastoral dedicado à evangelização, ao testemunho e à vida em comunidade inspirados no livro dos Atos dos Apóstolos. “Este ano quisemos que os cristãos fossem verdadeiros apóstolos e que convidassem as pessoas em geral a que façam uma experiência nova, viver a fé em profundidade e fazer uma experiência em comunidade, juntamente com as outras pessoas que já acreditam”, explica à Agência ECCLESIA D. José Alves, arcebispo de Évora, que presidiu à reunião do clero.

 

 

 

 

 

Já o bispo de Viseu desafiou as comunidades católicas  da diocese a terem uma atitude “missionária” e capaz de acolher “todas as pessoas que batam à porta” da Igreja. A posição é assumida por D. Ilídio Leandro na carta para o ano pastoral 2013-2014, com o título ‘O Sínodo Diocesano. Em Comunhão para a Missão: participar e testemunhar’, enviada à Agência ECCLESIA.

Segundo o responsável, todas  

 

as paróquias devem “ter, divulgar e distribuir às pessoas” – também às “ausentes” e às que vivem nas “periferias” – as propostas de cada comunidade. Nesse sentido, o bispo de Viseu convida os católicas a formarem uma “comunidade acolhedora e caritativa para todas as pessoas que, mesmo não fazendo parte, estão em situação de carência e de necessidade material, seja de forma habitual ou circunstancial”.

 

 

 

 

Vaticano aponta caminho
a empresários e trabalhadores

O livro ‘A vocação do líder empresarial’, publicado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, foi apresentado esta terça-feira em Lisboa como uma obra essencial para o dia-a-dia dos empresários e dos trabalhadores para a valorização do trabalho. “É a primeira vez que o Conselho Justiça e Paz entra nesta temática e é importante porque sublinha muito o que chama de líder empresarial cristão”, explica à Agência ECCLESIA o padre Ildefonso Camacho, diretor da Faculdade de Teologia de Granada, em Espanha, e especialista em ensinamento social da Igreja.

O responsável pela apresentação do livro ‘A vocação do líder empresarial’, destaca a “novidade” da obra que não se remete aos empresários em geral mas particulariza explicando como “um cristão pode viver de forma cristã enquanto líder empresarial”, assinala.

 

 

 

Para a apresentação e comentário deste livro, promovida pela Paulus Editora, foram também convidados António Pinto Leite, presidente da Associação Católica de Empresários e Gestores (ACEGE), e Fátima Almeida do Movimento de Trabalhadores Cristãos (MTC). Para o presidente da ACEGE, este documento é “muito importante” para que os empresários compreendam melhor a forma de gerir a sua empresa e fomentarem a relação com os trabalhadores.

 

 

 

Pertinência pública da fé

O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre José Tolentino Mendonça, considera que a “Lumen fidei” (A luz da fé), primeira encíclica do Papa Francisco, acentua a pertinência pública da fé.

“A Igreja tem atualidade (…) por isto que mulheres e homens transportam na história, a fé, que não pode ser acantonada para um gueto, mas tem de ser a questão primeira, a questão que se discute, algo que se privatiza”, disse num encontro realizado esta terça-feira em Lisboa com o pensador Eduardo Lourenço, debate organizado pelo Centro de Reflexão Cristã.

“A fé muitas vezes é olhada como um tema privado, que só diz respeito ao mundo interior de cada um, e isso cria nas nossas sociedades uma ausência muito grande porque é um debate em torno daquilo que dá sentido à existência”, explica o padre e poeta madeirense.

O ensaísta Eduardo Lourenço considerou, por sua vez, que o colóquio em torno da temática da fé - para si, “uma questão temerosa”, porque a fé enquanto manifestação religiosa é diferente

 

 

da fé enquanto algo “natural que a humanidade inteira dispõe” - “impõe-se por outros motivos mais profundos que estão aquém da razão e ao mesmo tempo além da razão”.

Para o padre José Tolentino Mendonça as dificuldades de hoje não precisam “apenas de remendos”, mas de uma reflexão em comunidade sobre questões como: “O que somos, do que queremos ser e do que somos chamados a ser?".

 

 

Cuidadores da beleza da criação

+ José Manuel Cordeiro

 

O tempo do verão foi muito seco e zurzido pelo horror dos incêndios. Estes trouxeram algumas mortes de bombeiros, o primeiro dos quais em Cicouro de Miranda do Douro, e muita desolação. Que triste!

Em tantos lugares, como em Alfândega da Fé, Moncorvo, Mogadouro, a beleza da natureza passou a terra feia e degradada pela destruição causada pelos fogos. Haverá, certamente, explicações que remetem para a falta de limpeza das matas, do despovoamento das aldeias, mas têm de existir responsabilidades e má-fé na maioria das desagradáveis situações e destes crimes sociais pelas quais passaram milhares de pessoas em Portugal.

O Beato João Paulo em 1980 num discurso aos alunos das Escolas centrais anti-incêndio animou os bombeiros a conferir uma particular nobreza a este serviço tão delicado e necessário à comunidade: «em todo o caso, ele será tanto mais profícuo quanto mais for vivificado por uma componente humana de desvelo, de benevolência e, diria, de compaixão no sentido original e, precisamente evangélico do termo, que significa “compartilhar os sofrimentos dos outros”».

Rezamos pelos oito bombeiros falecidos: António Ferreira (45 anos) de S. Martinho de Angueira-Miranda do Douro; Pedro Rodrigues da Covilhã; Ana Rita Pereira (41 anos) de Alcabideche; Bernardo Figueiredo (23 anos) do Estoril; Cátia Pereira e Bernardo Cardoso 

 

 

 

 

 

(21 e 19 anos respetivamente) de Carregal do Sal; Fernando reis (50 anos) de Valença; Daniel Falcão (25 anos) de Póvoa, Miranda do Douro e pelas suas famílias, pelas corporações de Bombeiros a que pertenceram e por tantas vítimas dos incêndios.

Bendizemos a Deus pela generosidade, pelo risco e pelo sacrifício de tantos bombeiros, sobretudos dos mais jovens, no serviço em relação à sociedade e à natureza.

Na homilia do início do ministério petrino, o Papa Francisco apelou: «Sejamos “guardiões” da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo!»

 

 

Deus encontra sempre em cada um de nós aquele traço de beleza do seu próprio punho e convoca-o para fazer caminho na obra de embelezamento que é a Criação. Por isso, podemos rezar com o Salmo 80: «Ó Deus do universo, volta, por favor, olha lá do céu e vê: cuida desta vinha! Trata da cepa que a tua mão direita plantou, dos rebentos que fizeste crescer para nós. Aqueles que a queimaram e devastaram

pereçam diante do furor do teu rosto. Mas estende a tua mão sobre o teu escolhido, sobre o homem que para ti fortaleceste. E nunca mais nos afastaremos de ti; conserva-nos a vida e invocaremos o teu nome. SENHOR do universo, volta-te para nós! Mostra-nos o teu rosto e seremos salvos!»
 

 

Uma linguagem eleitoral encriptada?

Luís Filipe Santos

Agência ECCLESIA

 

Portugal está ao rubro. Não sei se é por causa das eleições ou da linguagem/mensagem encriptada dos candidatos autárquicos. De norte a sul do país, os outdoors e cartazes lutam pela melhor localização… A visibilidade é estratégica para que o concorrente tenha a desejada cruz no boletim eleitoral.

Cores atraentes e apelativas, fotografias retocadas pelos programas informáticos embelezam as rotundas. Todos prometem fazer o melhor pela população. Junto das fotos aparecem slogans onde os verbos «mudar» e «fazer» dominam. O tempo da voz única já passou, no entanto a originalidade da mensagem não sofreu grandes mudanças.

Para a eleição de 29 de setembro, apareceram do céu ou brotaram do chão dezenas de candidatos que se dizem independentes. Será que é o bem comum que os move?

Vale a pena recordar as palavras do Papa Francisco que exorta os cristãos a intervir no campo da política, contribuindo para a construção do bem comum: “Envolver-se na política é uma obrigação dos cristãos. Temos de nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas da caridade. Trabalhar pelo bem comum é um dever do cristão”.

Ao ler um artigo de D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal, a luz apareceu. Não das brumas, mas das palavras sábias e 

 

 

 

 

 

 

pertinentes deste prelado. “Candidato vem de cândido, candura. Os candidatos ao senado romano vestiam-se de branco. Candidato, então, terá a ver com verdade, sinceridade, disponibilidade, entrega”. Em pleno século XXI, apetece perguntar se os candidatos vestem a roupagem branca ou escondem algo? A poetisa norte-americana, Adrienne Cecile Rich, disse: “as palavras são propósitos, as palavras são mapas”. Quando as eleições batem na porta do «zé povinho», a palavra está na ordem do dia, todavia depois de encerradas as urnas e encontrado o vencedor, o mapa é colocado na gaveta e volta com novo rosto passados 4 anos.

Alguns aproveitaram-se de nuances legislativas. Uma simples vogal altera todo o conteúdo… Apesar das lamentações, os candidatos não desistem. No entanto é conveniente não esquecer, como referiu, recentemente, o 

 

historiador britânico, Antony Beevor: “Vivemos numa sociedade crescentemente acrítica”. Os  verbos «mudar» e «continuar» são essenciais, mas é preciso ler e questionar os programas eleitorais.

A empatia com o candidato e a campanha – mesmo nos adros da igreja – valem votos. Os excluídos e as periferias entram sempre na mensagem eleitoral. Agora compete aos cristãos discernir e escolher aqueles que pretendem alterar o rumo. As possibilidades reais do país são pantanosas e quem assegura sonhos paradisíacos não deve ser levado muito a sério. As promessas devem ser cumpridas, não com discursos demagógicos, mas com atos em prol do bem comum.

Um dos pais da Europa, Robert Schuman, faleceu há 50 anos. Os seus ideais de solidariedade e cooperação permanecem válidos. Uma conduta a rever pelos candidatos.

 

 

Um simples contributo
para uma sociedade melhor

Fausto Oliveira

Presidente da Junta de Freguesia de Silvares - Lousada

 

A política é mais do que uma militância partidária. Desde sempre fui um “bom rebelde”, pois nunca soube calar o que penso, denunciar e pôr em questão seja o que for. Não me deixo facilmente enquadrar em esquemas ou limites. A liberdade acima de tudo, pois sei hoje que só em liberdade é que se pode agir bem.

Luto diariamente por uma política de valores, de verdade, mesmo quando possa ser prejudicado. E garanto-vos que não é fácil. Fácil é prometer tudo a todos, dizer que sim a tudo, ser populista, imprimindo uma ação baseada no imediatismo e na perpetuação do poder.

Nesse ponto há um caminho muito grande a fazer neste país, pois uma certa mentalidade “corrupta” está instalada na sociedade portuguesa e não apenas nas áreas do poder.

Ninguém acredita já que se pode e deve ser sério, apesar de haver muitos que vociferam contra a corrupção instalada. Mas na hora do aperto todos “metem uma cunha”, “passam à frente”, “exigem uma atenção”, pedem “um desconto especial”, ou um aumento “especial”, conforme as circunstâncias.

Não posso nem devo considerar as motivações daqueles que optam e se 

 

 

 

 

 

 

 

candidatam a cargos políticos. Não falo dos que estão nas filas do poder, pois a esses só posso admitir que a sorte os bafejou.

Falo sim dos que se submetem a eleições e ao escrutínio constante do eleitorado. É nesses que me incluo e dentro de todos eles, na categoria de candidato a Presidente de uma Junta de Freguesia.

Com 4 anos de experiência só posso afirmar que não é fácil para quem faz desta função um serviço aos outros, um ato de gestão rigorosa dos poucos “tostões” de que dispomos. Motiva-me o gosto de fazer algo, deixar uma marca na história, na memória de uma geração, pois sei que tudo é efémero, tudo passa.

No final sairei de consciência tranquila pelo dever cumprido  mas sabendo que para a maioria 

 

até dos que me elegeram não fiz nada, pois espreitará outro a  quem todos exigirão de novo o tutano.

É assim o poder e o serviço que uns e outros fazem dele. A mim fico-me pela esperança de que, com a minha forma de estar, com a minha atitude de serviço e dedicação baseada nos valores fundamentais do Evangelho, possa ser aquela gota de água que ajudará a criar um novo oceano, de uma nova geração de políticos.

Em vez de ficar em casa sentado no sofá, sigo o conselho do papa Francisco que pede aos cristãos um envolvimento sério na política, pois é a arte mais nobre de transformar uma sociedade, impregnado nela os valores do Evangelho e criar assim a Civilização do Amor.

 

 

 

 

O compromisso
dos cristãos/cidadãos na política

Helder Afonso

 

Nos próximos dias, a nossa atenção será solicitada pela campanha política às próximas eleições autárquicas.

Como sabemos, o compromisso dos cristãos no mundo manifestou-se de diversas formas ao longo da história. A participação na ação política é uma delas.

Ouvindo as palavras que o nosso Papa Francisco proferiu em audiência geral, fico confortado na minha decisão de abraçar um projeto político na minha freguesia. Dizia o Santo Padre:

“Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, os cristãos, não podemos fazer de Pilatos e lavar as mãos, não podemos. Temos que nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum.”

Portanto, é essencial participar e comprometer-se em benefício do bem comum.

O compromisso que assumo com a minha freguesia, União das Freguesias de Mouçós e Lamares do concelho de Vila Real, é um compromisso que pretendo concretizar na prática da solidariedade e na participação de todos na construção do bem comum, na 

 

 

 

 

 

 

 

 

atenção aos mais fracos, no desenvolvimento da cooperação, na busca de justiça e de paz e no respeito pela dignidade de cada pessoa humana. O meu compromisso de cristão inserido na politica, consiste fundamentalmente na caridade, através de um serviço desinteressado às pessoas, especialmente às mais carecidas e aos mais abandonados e marginalizados. Por isso, este compromisso é permanente e tem de ser constantemente renovado porque o testemunho e a luta a favor da justiça social nunca deixa de se confrontar com as forças de fragmentação e de marginalização social.

O voto e a participação na vida política não podem ser simplesmente ditados pelo hábito, por pertencer a uma 

 

 classe ou perseguir interesses. Deve-se levar em conta os  desafios que surgem e que alteram a face do mundo em que vivemos. Face a estas mutações, há muito que a Igreja convida cada um a reavaliar a sua forma   de viver, a privilegiar o ser mais do que o ter, a promover um desenvolvimento integral para todos. Se quiser ser ator e não apenas espectador passivo destas mudanças, julgo que não posso ignorar, enquanto cristão, este convite à conversão.

Numa palavra, o cristão é chamado a participar dos destinos da própria nação com o Evangelho na mão e a caridade (solidariedade) no coração para que, num serviço humilde e desinteressado, numa atitude compreensiva e profética, o amor de Deus chegue a cada homem.

 

 

 

 

 

Sem abstenção

 

O grande apelo que eu faço aos portugueses em geral e de modo particular aos diocesanos é que ninguém deixe de votar (nas eleições autárquicas). Eu considero que um dos maiores males que existem em Portugal a esse propósito é a abstenção, naturalmente por razões várias e por muitas abstenções justificadas e outras não justificadas mas o não votar é uma atitude de descomprometimento e ao mesmo tempo se quisermos falar em termos políticos quem não vota sempre dá uma oportunidade ao seu adversário.

Não demos oportunidades àqueles que eventualmente nos agradariam menos, fundamentalmente votam todos porque todos somos portugueses e a responsabilidade é de todos.

 

D. José Alves, arcebispo de Évora

 

 

 

 

Apelamos ao cumprimento do direito e dever de participar na vida democrática do nosso País, votando naqueles que em consciência cada um julgar serem os mais aptos para servir o povo nos respetivos municípios e freguesias.

Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa

 

 

 

 

 

No sistema democrático, a autoridade política é responsável perante o povo. Os organismos representativos devem estar submetidos a um efetivo controlo por parte do corpo social. Este controlo é possível, antes de tudo, através de eleições livres, que permitem tanto a escolha como a substituição dos representantes. A obrigação, por parte dos eleitos, de prestar contas acerca da sua atuação, garantida pelo respeito dos prazos do mandato eleitoral, é elemento constitutivo da representação democrática.

Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 48

 

 

 

 

 

 

 

País superficialmente
democrático vai a eleições

 

 

 

 

José Miguel Sardica é historiador,
professor associado e diretor da
Faculdade de Ciências Humanas
da Universidade Católica Portuguesa.

 

 

 

Agência ECCLESIA (AE) – As próximas eleições autárquicas podem ser vistas como uma oportunidade para aferir da saúde da nossa democracia?

José Miguel Sardica (JMS) – Estas são eleições especiais, não são para o poder central, onde a escolha é muito mais local e está muito mais ligada a discursos e interesses locais. Por outro lado, vivemos num tempo de forte contração económica, forte incerteza social, forte desorientação política.

Nesse contexto, o ciclo eleitoral dos anos mais próximo vai ser condicionado pelo discurso político muito imediatista, porque é cada vez mais difícil fazer planos para o médio prazo e cada vez mais se vai atrás do que as pessoas querem sentir dia a dia. 

 

Também não é fácil fazer política no cenário macroeconómico no qual nos encontramos, criar um discurso que seja mobilizador, apelativo, que dê esperança às pessoas.

 

 

 

AE – Esta mobilização passa só pelos partidos? A apresentação de candidaturas independentes pode ser um sinal de maior participação cívica?

JMS – Em todas as eleições, sobretudo nas autárquicas, fala-se muito na abertura dos circuitos a independentes, à esfera civil. O problema em Portugal é que quando falamos em sociedade civil, fora do Estado, ela é historicamente escassa, por razões várias – de desenvolvimento económico, de cultura cívica, de alfabetização.

Quando se fala de abertura à sociedade civil, à mobilização, à organização de listas de cidadãos, também temos de distinguir aqui dois aspetos: em primeiro lugar, nas eleições autárquicas, há muitos falsos independentes – políticos do regime, do sistema, que por qualquer razão pessoal se zangaram com a sua cor e se candidatam teoricamente como independentes, mas na prática mobilizam recursos e apoios que tinham anteriormente.

Verdadeiramente independentes temos, felizmente, algumas listas de associações cívicas, de cidadãos, o problema é que não

 

 só a mobilização cívica fora dos circuitos políticos não tem os mesmos meios mas também, muitas vezes, vemos a impreparação do discurso. Pergunto-me se algumas candidaturas independentes não são muito mais um desejo voyeurista de aparecer, durante 15 dias, para as pessoas falarem sobre essa lista do que um projeto político coerente, pensado.

O monopólio dos circuitos políticos sobre as eleições é um dado histórico, pelo que é difícil que seja feita a renovação com independentes, com gente não ligada aos círculos já existentes.

 

AE – Esses dados ajudam a explicar alguma falta de entusiasmo da população com a vida política, no distanciamento que se nota nas taxas de abstenção?

JMS – Em Ciência Política tende-se a interpretar a abstenção como sinónimo de que as coisas estão muito mal, com um fosso enorme entre eleitorado e quem o representa, ou  - sobretudo em países no Norte da Europa – como um sinal de que as coisas estão bem e as pessoas não sentem 

 

 

 

 

 

a motivação de se expressarem pelo voto.

Em Portugal, a abstenção é um sintoma de qualquer coisa que não está bem, basta pensarmos no enorme entusiasmo das 

 

  primeiras eleições dos anos 70 e 80 do século passado, com taxas de mobilização eleitoral na casa dos 80 por cento ou mais, nalguns casos.

 

 

 

 

 

Acontece que a classe política no nosso país é exígua, endogâmica – aquela expressão que nós ouvimos, ‘eles são sempre os mesmos’. Desde logo, o ‘eles’ mostra a alteridade, mostra que não somos ‘nós’: de facto, se 

 

olharmos sociologicamente, a classe política em Portugal praticamente não mudou desde 1976. Há alguma renovação etária, como é óbvio, mas a cultura, os hábitos, a linguagem, a maneira de fazer política são mais ou 

 

 

 

menos as mesmas.

Num país onde as questões sociais são muito sérias, as pessoas retrocedem para uma espécie de egoísmo, centrado nos seus interesses, e não pensam que o voto pode ser a manifestação coletiva de um sinal que obrigue os políticos a pensar e a ouvir a voz que se expressa de x em x anos, através das urnas. Há uma espécie de opinião pública inorgânica que sente que as coisas estão mal, mas não sente que o voto seja a solução para mudar, porque não vê uma alternativa. Nas eleições autárquicas é um misto de desinteresse pela política  e inércia, dado que é muito fácil as Câmaras terem sempre a mesma ação, nunca se pensou o tecido autárquico como um modelo de desenvolvimento integrado.

 

AE – O modelo autárquico também precisa de ser revisto, para potenciar o desenvolvimento do país?

JMS – O poder autárquico é apontado, muitas vezes, como uma das grandes conquistas da revolução de 1974. Eu penso que sim, nos anos iniciais as Câmaras tiveram uma genuína importância a nível local, sobretudo 

 

 nas regiões mais pobres, mais do Interior. Foram agentes de desenvolvimento local, de dinamização cívica, atuando localmente como vozes de um poder central que era novo.

Nas últimas décadas, contudo, as Câmaras deixaram de assumir o papel de intermediárias e passaram muito mais a reproduzir os vícios do sistema político central junto das pessoas. Foram também a forma que os poderes políticos numa Lisboa macrocéfala tiveram para se relacionar com um país superficialmente  democratizado.

A democracia não resolveu um país dúplice: iletrado, pobre e imóvel no Interior; letrado, urbano, mais ágil e aberto ao mundo no Litoral. O Estado Novo agravou essa separação, conscientemente, e a democracia ainda não resolveu isso: as eleições ganham-se ao Centro, num milhão, dois milhões de eleitores urbanos da faixa que vai Minho até Setúbal. Por isso, não se investe em introduzir no debate política, mobilizar, democratizar as outras pessoas.

 

 

 

AE – Vemos nas campanhas autárquicas alguma mistura entre o discurso político e os símbolos religiosos, por exemplo. O que podem significar estes episódios?

JMS – O que nós constatamos é que a Igreja, enquanto ingrediente, narrativa social, moral, ética, política, etc., ainda tem uma enorme influência em Portugal e, portanto, é tentador instrumentalizar a religião, a Igreja, quando o discurso político não consegue chegar às pessoas, por si só, para suscitar adesão. O mesmo acontece com linguagens outras, quando o autarca oferece mais um estádio, mais uma obra pública.

Como é sabido, a ligação entre Igreja e Estado foi sempre muito forte no país, à exceção de algumas épocas históricas de mais acentuada secularização ou laicidade. Os políticos perceberam que têm de contar com a Igreja, nem que seja neutralizando-a, não podem abrir uma guerra, porque ela tem – mercê de uma continuada rede assistencial em zonas onde o desenvolvimento económico levou mais tempo a chegar – uma grande influência na modelação de valores. Chega-se 

 

às pessoas com quem já lá está e muitas vezes não é o desenvolvimento económico, a escola pública, os políticos em geral, mas é o padre, a obra da Igreja. 

 

AE – Do ponto de vista da relação dos portugueses com a vida política, vislumbra-se alguma possibilidade de mudança?

JMS – Temo que as coisas evoluam para pior. Não vale a pena anunciar aqui apocalipses nem caos, não acho que estejamos à beira de qualquer guerra civil ou revolução, não é disso que se trata.

Penso, no entanto, que se o cenário económico se mantiver, se o discurso político continuar a ser este, se todos os dias a opinião pública continuar a ser bombardeada com as intrigas, a incoerência, uma série de exemplos muito pouco edificantes que temos tido da classe política em geral - independentemente da cor política -, com a distância, a displicência com que muitas questões sociais graves e que afetam a vida das pessoas são encaradas hoje em dia – na maneira como se atiram número e se traçam metas 

 

 

 

 

 

macroeconómicas que são humanamente inconcebíveis -, só se vai aprofundar o fosso que existe entre eleitorado e representantes. Independentemente de nós como cidadãos nos revermos mais à esquerda ou à direita, há valores que estão acima disso.

 

 

 

 

 

Um dia, podemos chegar a uma situação no mínimo estranha que é a da abstenção ser superior a todos os outros votos. Um regime democrático cai por várias razões, como uma revolução, um golpe de Estado, mas também cai porque implode: todos os regimes em Portugal, nos séculos XIX e XX, não caíram por grandes oposições, por grandes golpes de Estado, caíram porque o estado de degradação interna a que chegaram, o estado de incapacidade de autorreforma a que chegaram, tornou muito fácil que uma pequena oposição superasse esse regime. 

 

Assim aconteceu em 1820, em 1910, em 1926 e em 1974: faço votos, democrata que sou, que não aconteça qualquer coisa de muito séria a este regime político que temos. Ele depende de nós, em boa parte, mas também é verdade que já não depende de nós em muitas coisas, porque o que se passa em Portugal é parte do que se passa na Europa em geral. Teríamos por isso de falar sobre o discurso político europeu, sobre valores ética, sobre o tipo de cidadão europeu que sonhamos ter e ser nos próximos 10, 15, 20 anos.

 

 

Da JMJ Rio às II Jornadas Nacionais de Pastoral Juvenil / Jornadas Missionárias 2013

Na primeira das audiências gerais de quarta-feira após as JMJ Rio2013 e com o olhar que a distância no tempo (mais de um mês) também permite, Papa Francisco sintetizou, bem ao seu jeito, o evento em três palavras: acolhimento, festa e missão.

A primeira das palavras  – “acolhimento” –  foi conjugada pelo Santo Padre juntamente com “fraternidade” e “amizade”. Referia-se, obviamente, às autoridades e estrutura organizativa mas também a todo o povo, famílias e paróquias do Brasil que, com grande fraternidade, em muito contribuíram para transformar os naturais incómodos que uma peregrinação sempre comporta em “ocasiões de conhecimento e amizade”. Experiência que permanece em tantas ligações sobretudo na oração e que assim também ajuda a Igreja a crescer como “rede de verdadeiras amizades em Jesus Cristo”.

 

Cada JMJ é sempre festa já pelo simples facto da presença, naturalmente festiva, de tantos jovens de todo o mundo. Mas é ainda muito mais festa – referiu o Papa Francisco – quando ocorre a festa maior, a festa da fé e da fraternidade, no louvor conjunto ao Senhor, no canto, na escuta da Palavra, no silêncio da adoração… e que faz da Vigília e da Missa final o cume da JMJ. Festa – referia ainda – que se inicia neste mundo e não terá fim e que só é possível com o Senhor, porque “sem o amor de Deus não há festa para o homem”!

 

O tema missionário desta JMJ – “Ide e fazei discípulos de todos os povos” – trouxe o terceiro elemento (e palavra): missão. “Ide” que, afirmou Papa Francisco, quer dizer “sair de si mesmo, de cada encerramento para levar  a luz e o amor do Evangelho a todos”. Mas não deixou também de lembrar que, juntamente com o mandato - “Ide” - está também a garantia “Eu estou convosco, todos os dias…”: 

 

 

 

 

sem Ele nada podemos fazer, mas com Ele, mesmo se podemos  contar pouco aos olhos do mundo, cada jovem pode ser “um Apóstolo do Reino”, transformando-nos e transformando-se em esperança. E pensando na multidão de jovens que encontrou Cristo Ressuscitado no Rio de Janeiro e levam o seu amor para a vida de todos os dias, vivendo-o e comunicando (mesmo não sendo motivo de notícia nos jornais) não deixou de, repetidamente, interpelar os jovens presentes na Praça de São Pedro sobre a própria disponibilidade para o fazerem.

 

 

 

Serão necessariamente muito diferentes (no número de participantes, no âmbito e nos próprios conteúdos e programa…) as II Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil que nos preparamos para viver em Fátima, com o tema Missão @dgentes Ide e Anunciai. Mas é quase impossível distanciarmo-nos destas mesmas três palavras.

A começar pela última – missão – e num triplo sentido. Porque se em Fátima nos encontraremos é porque, antes, alguém ousou a saída de si, quer para tornar possível a sua realização, quer 

 

 

 

 

para vir ao nosso encontro. E se, em segundo lugar, assim o fazemos é para que cada participante ouse essa “saída” e assim a viva com todos e particularmente com os jovens por quem viverá estes momentos. Por último a feliz junção destas Jornadas com as Jornadas Missionárias ainda mais sublinha a centralidade da Missão.

Não faltarão a estes dias motivos e momentos de festa que o reencontro de tantos já por si permitirá. Mas não faltará sobretudo a “festa maior” que os 

 

diversos momentos de celebração exprimirão e alimentarão e que o  contexto de um Santuário, como o de Fátima, ainda mais acentuará.

Poderia por último parecer ser mais estranha a adequação da primeira palavra – “acolhimento” – do Rio à Cova da Iria. Mas pesem muito embora as tão diferentes circunstâncias, não é também a mesma Mãe – em Aparecida ou em Fátima – a acolher-nos e a enviar-nos?

Porque devemos aceitar o convite desta jornadas?  Tantas questões se nos colocam: Como comunicar

 

 

 

 

a fé? Como a transmitir hoje?  Os media: novos areópagos? Como é a relação entre os jovens e a Fé? Como é que a Igreja chega aos jovens? A igreja ao encontro do outro: que rosto, que interface, que ambiente? O que é a Missão...

Urge uma fé esclarecida e esclarecedora, renovada, abrindo Igreja a outro tempo de relação e de beleza daí a importância de fazermos uma leitura atenta da realidade, a urgência de conhecer esta riqueza em relação à cultura e o desejo de propor um encontro com Deus. É no 

 

aprofundamento da nossa Fé, da formação permanente que redescobrimos o Cristo vivo, despertando em nós o ardor missionário que nos impele a ir...e a fazer discípulos.

Acolhimento, festa e missão: no Rio de Janeiro e em Fátima para que a Pastoral Juvenil com toda a Igreja possa ser sempre mais a “casa” onde nos acolhemos, multiplicamos a festa e ousamos a contínua saída (também de nós mesmos) em missão!

Eduardo Novo,

diretor do DNPJ

 

 

Papa diz que mudanças precisam de tempo

O Papa Francisco afirmou numa entrevista divulgada hoje que as mudanças e reformas na Igreja exigem tempo e discernimento, apresentando como prioridade para os católicos a “proximidade” com os outros. “Muitos, por exemplo, pensam que as mudanças e as reformas podem acontecer em pouco tempo. Eu creio que será sempre necessário tempo para lançar as bases de uma mudança verdadeira e eficaz, e este é o tempo do discernimento”, refere, em declarações às revistas do Jesuítas, divulgadas em Portugal pela ‘Brotéria’.

O Papa retoma o que afirmou na viagem de regresso do Brasil (28 de julho) e defende que é necessário “refletir melhor sobre a função da mulher no interior da Igreja”. “O génio feminino é necessário nos lugares em que se tomam as decisões importantes. O desafio hoje é exatamente esse: refletir sobre o lugar específico da mulher, precisamente também onde se exerce a autoridade nos vários âmbitos da Igreja”, destaca.

 

 

Francisco regressa a outras declarações, no mesmo voo de regresso, em que afirmou que "se uma pessoa homossexual é de boa vontade e está à procura de Deus", não era "ninguém para julgá-la". "Dizendo isso, eu disse aquilo que diz o Catecismo. A religião tem o direito de exprimir a própria opinião para serviço das pessoas, mas Deus, na criação, tornou-nos livres: a ingerência espiritual na vida pessoal não é possível", sublinha.

Seis meses depois de ter iniciado o seu pontificado, o sucessor de Bento XVI revela que teve de fazer já aquilo que, nalguns casos, “pensava fazer depois” como resposta “a uma exigência que nasce das coisas, das pessoas, da leitura dos sinais dos tempos”.

A entrevista, que decorreu em três encontros no mês de agosto com o padre jesuíta Antonio Spadaro, especialista em comunicação e diretor da revista italiana ‘La Civiltà Cattolica’, aborda o rumo que Francisco quer dar à Igreja, no seu pontificado. “Vejo a Igreja como um hospital de campanha 

 

 

 

 

 

depois de uma batalha: é inútil perguntar a um ferido grave se tem o colesterol ou o açúcar altos, devem curar-se as suas feridas”, sustenta o Papa.

Francisco diz que se tem de dar prioridade a um anúncio “mais simples, profundo, irradiante” da mensagem de Jesus, advertindo que “o edifício moral da Igreja corre o risco de cair como um castelo de cartas, de perder a 

 

frescura e o perfume do Evangelho”.

“Não podemos insistir somente sobre questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual e uso dos métodos contracetivos. Isto não é possível. Eu não falei muito destas coisas e censuraram-me por isso, mas quando se fala disto, é necessário falar num contexto”, precisou.

 

 

Desarmamento nuclear 

O secretário do Vaticano para as Relações com os Estados apelou ao desarmamento nuclear, em particular no Médio Oriente, durante a 57ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) que decorre em Viena.

“É tempo de desviar o material nuclear dos fins militares para atividades pacíficas", assinalou o arcebispo D. Dominique Mamberti que recordou na capital austríaca o 50º aniversário da encíclica ‘Pacem in Terris', do Papa João XXIII.

O secretário do Vaticano para as Relações com os Estados afirmou que "a segurança global não deve ser confiada às armas nucleares" e acrescentou que é necessária uma "adesão universal e incondicionada e da aplicação do Tratado de Não-Proliferação" desse armamento.

A Santa Sé reiterou “o seu forte apoio aos esforços pela instituição de uma zona no Médio Oriente livre de armas nucleares" e "de todas as armas de destruição em massa", acrescentou.

 

 

 

Para D. Dominique Mamberti, as zonas livres de armas nucleares “são o exemplo melhor de  confiança e de segurança e a afirmação de que a paz e a segurança são possíveis sem a posse de armas nucleares”

Sobre o programa nuclear do Irão, o arcebispo defendeu que devem ser superados os obstáculos que “impedem” a confiança reciproca e disse que o Vaticano "tem a firme convicção que as dificuldades atuais podem e devem ser superadas mediante os canais diplomáticos”.

A 57ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atómica começou esta segunda-feira em Viena, na Áustria, e termina esta sexta-feira.

 

 

 

 

 

Refugiados: Freira congolesa
premiada pela ONU

A religiosa congolesa Angélique Namaika é a vencedora da edição 2013 do prémio Nansen, atribuído pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), anunciou a instituição.

A irmã Namaika trabalha com sobreviventes dos ataques da guerrilha LRA (Lord's Resistance Army) em regiões remotas do nordeste da República Democrática do Congo (RDC).

A religiosa católica dirige um Centro para Reintegração e Desenvolvimento, ajudando a “transformar as vidas de mais de 2000 mulheres e meninas que foram forçadas a deixar as suas casas e abusadas, principalmente pelo LRA”, refere o ACNUR.

O organismo da ONU, presidido pelo português António Guterres, destaca a abordagem pessoal da irmã Angélique Namaika, carinhosamente tratada por “mãe” para ajudar as vítimas a recuperarem dos danos e do trauma provocado pelos abusos e violações de Direitos Humanos.

“As vidas destas mulheres foram destruídas pela violência brutal e

 

 

 a deslocação forçada. A irmã Angélique provou que mesmo uma só pessoa pode fazer uma enorme diferença na vida das famílias afastadas pela guerra”, sublinha Guterres.

A religiosa vai receber o prémio numa cerimónia em Genebra, Suíça, no próximo dia 30. Após o evento, a irmã Sister Angélique vai deslocar-se ao Vaticano, onde será recebida pelo Papa Francisco a 2 de outubro, antes de um périplo por Paris, Bruxelas e Oslo.

Em reação ao anúncio do ACNUR, a galardoada afirma que “é difícil imaginar quanto sofreram estas mulheres e meninas abusadas pelo LRA”, movimento sediado no Uganda. “Nunca irei deixar de fazer tudo o que puder para lhes dar esperança e uma oportunidade para viver de novo”, concluiu.

 

 

SHUN LI E O POETA

Shun Li, uma jovem mãe de origem chinesa a viver em Itália, é informada pelo patrão da fábrica onde trabalha de que será transferida para o café de uma pequena vila piscatória próxima de Veneza. Aí continuará a descontar o necessário para pagar as suas despesas e a viagem do filho, que deixou na China e anseia trazer para junto de si.

 Já em Chioggia, Shun Li esforça-se por aprender o vocabulário local e atender da melhor forma os clientes, na maioria velhos pescadores, vencendo com otimismo a alguma ignorância e desconfiança que existe em relação a si e à sua cultura. De entre os clientes, destaca-se Bepi, um eslavo imigrado há trinta anos, conhecido entre os amigos como O Poeta, que desde o primeiro momento se mostra particularmente afável, disponível para conhecer Li e ajudá-la a conhecer os costumes locais.

As diferenças entre ambos são grandes: Li é jovem, de aparência fina e a sua presença leve e discreta, enquanto Bepi é um velho pescador, 

 

de forte estatura e postura assertiva, viúvo e de feições marcadas pelo tempo e pela vida. No entanto, alguns laços os unem: a ligação ao mar, o facto de ambos serem estrangeiros... e a poesia.

Num mundo separado por culturas tão distintas, haverá lugar para Li e Bepi?...

Primeira longa metragem de ficção do realizador italiano Andrea Segre, ‘Shun Li e o Poeta’ é mais uma clara prova de que há um público cansado do ruído da indústria cinematográfica e ávido de um cinema que lhe toque genuinamente a alma – levantando questões próximas da sua realidade, que interpelem de forma profunda ora o que somos, ora o que queremos ser em nós mesmos e para os outros. Imigrantes incluídos. A prova está na receptividade que o filme tem tido em já mais de quarenta países, contrariando a renitência inicial de uma ou outra produtora a quem o projeto foi inicialmente apresentado e, nas palavras de Segre, não vislumbrou grande interesse na história de uma

 

 

 

 

relação improvável ambientada numa recôndita vila italiana.

Acontece, porém, que desde o argumento o projeto tem sólidas bases para interessar, pelo menos (e não seria tão pouco assim...) a um público do sul da europa que pouco acesso tem tido a abordagens cinematográficas que explorem, neste registo estreito, sólido e relacional, o encontro entre duas culturas que, afinal, se cruzam diariamente nas ruas de qualquer das suas cidades de há uns anos a esta parte.

Mas o alcance do filme vai mais longe: o encontro de culturas é incarnado por duas pessoas que constróem uma relação sustentada pela beleza da poesia, pela esperança, pela aceitação das dádivas de cada dia, fortalecendo a capacidade de transcender as diferenças que os separam, a ausência dos que mais amam, as adversidades do quotidiano. Questões pertinentes e próximas de todos nós, num mundo atual entrecruzado por movimentos migratórios, encontros e choques de culturas e marcado por adversidades para as quais urge o desejo de as transcender.

 

 

A poesia não se basta nas referências a um dos mais  celebrados poetas chineses, Qu Yuan, pilar da narrativa, nem nos versos de Bepi, mas povoa o filme no seu estilo visual, despojado, natural e belíssimo, tirando o melhor partido da região onde o filme é ambientado e revelando, também nos interiores, a grande sensibilidade fotográfica de Luca Bigazzi (‘Este É o Meu Lugar’, ‘Pão e Túlipas’). À sensibilidade na direção fotográfica junta-se uma igualmente bela, justa e bem coordenada banda sonora que valeu a François Coutourier a nomeação para os Prémios de Cinema Europeus.

Marcado pela naturalidade dos desempenhos do elenco, com aplauso particular para os atores Tao Zhao e Rade Serbedzija, ‘Shun Li e o Poeta’, visto em sala cheia de uma Cinemateca a braços com a dotação orçamental, numa noite que pouco ou nada rende aos multiplex, tem  além do mais algo a dizer sobre o cinema que o público realmente quer e precisa nos tempos que correm.

 

Margarida Ataíde

 

 

 

 

www.audacia.org

Os missionários combonianos sempre nos habituaram à qualidade das suas publicações. Quer na divulgação da realidade dos países de missão, no encontro de povos e culturas bem como na promoção dos direitos humanos, da cooperação e da solidariedade. A única revista missionária publicada em Portugal para a gente nova, que começou a ser editada em Novembro de 1966, sai todos os meses com notícias, histórias, crónicas, passatempos, temas juvenis e muito mais. De algum tempo a esta parte, os responsáveis por esta publicação decidiram e bem, colocar os conteúdos da revista na internet para que o leque de beneficiados seja mais alargado.

Logo na página inicial,

  encontramos um ambiente descontraído, colorido, leve e jovem. Os destaques vão aparecendo no corpo central e nas áreas laterais encontramos de um lado o habitual menu e do outro, a agenda, os concursos, as sondagens e a publicidade. Chamamos a atenção que o acesso aos conteúdos disponibilizados para utilizadores não registados, não são os mais atuais, dado que, somente o assinante da revista recebe os dados para aceder à informação devidamente actualizada.

Devido à quantidade de rúbricas que esta publicação possui, não podemos aqui estar a observar todas, destacamos aquelas mais relevantes e que de alguma maneira possam cativar o leitor.

No item, «satélite», são

 

 

 

apresentadas as chamadas notícias curtas. Aquelas que se tornam insólitas e inovadoras devido à originalidade que apresentam. Os «invencíveis», uma das mais antigas e interessantes rúbricas, sempre com um olhar atento e acutilante de acontecimentos em terras de missão, escrito com a pena de um missionário. Podemos ainda encontrar um espaço de reflexão bíblica, em «grãozinhos de Bíblia», onde de uma maneira muito leve e natural é apresentada a palavra de Deus aos mais novos. Todos os meses a equipa da Audácia apresenta uma personalidade na rúbrica “personagens” que se destaca pela sua singularidade e que de alguma forma se relaciona com os valores defendidos por esta publicação. Quase todo o adolescente possui uma relação forte com as novas tecnologias e particularmente com a internet, assim, na opção “net@udácia” temos sugestões de sítios bastante interessantes. Para aqueles que apreciam a leitura, todos os meses são apresentados livros que se adequam ao público juvenil em «Leituras». A «Mala da Alice» é uma crónica muito interessante escrita pela jornalista e escritora de livros infanto-juvenil Alice 

 

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Vieira. De referir que neste mesma revista escrevia o seu  marido, também jornalista e escritor, Mário Castrim que faleceu em Outubro de 2002. Por último, em «Audioteca», podemos aceder a todos os números anteriores da Audácia desde Julho de 2007, onde podemos consultar um extraordinário repositório de conteúdos.

Aqui fica então a sugestão de adicionarem este sítio aos favoritos, principalmente para quem tem e/ou trabalha com adolescentes.

Fernando Cassola Marques

 

 

Concidadãos dos Santos
e membros da família de Deus

Esta obra começa por percorrer a história da eclesiologia, desde o primeiro manual ‘De Ecclesia’ (início do século XIV) até aos nossos dias, tendo em conta as obras mais importantes e incluindo escritos de autores espirituais e documentos do magistério eclesiástico. Tem especial interesse o estudo do magistério pós-conciliar, visto que, de momento, não está habitualmente presente na reflexão teológica contemporânea sobre este tema. Depois da perspetiva histórica, propõe uma reflexão sistemática: questões metodológicas, a santidade da Igreja, o pecado na Igreja, a ação santificadora da Igreja.

Da análise desta obra surge o que poderíamos chamar de o rosto da Igreja, que é um espaço teológico em que a ação de Deus e dos cristãos se reflete. Nesse rosto são lidas a Reforma e a história de toda a Igreja, incluída a recente exortação conciliar sobre o chamamento universal à santidade e à necessidade de um 

 

 

testemunho vivido na diversidade da experiência cristã. Nele pesam ainda os traços do escândalo e do preconceito, bem como os  vários elementos que têm configurado e ainda configuram o rosto da Igreja na história.

 

Autor: Miguel de Salis Amaral

Páginas: 464

PAULUS Editora

 

 

História Religiosa

A Venerável Ordem Terceira da Penitência de S. Francisco da Cidade de Coimbra, enquanto instituição que produz documentos no exercício da sua atividade, é detentora de um vasto e riquíssimo arquivo que remonta a 1659, ano da sua fundação.

A presente obra corresponde ao Inventário do Arquivo desta Fraternidade da Ordem Franciscana Secular, com sede em Coimbra, na rua da Sofia, 114.

Com este trabalho os investigadores e eventuais interessados passam a ter um instrumento de pesquisa que lhes permite explorar o valioso 

 

 

manancial de informação, contida nos documentos que registam a ação e vivência da instituição ao longo dos seus 350 anos de existência.

Este livro existe exclusivamente em formato eletrónico e acesso livre, não tendo, consequentemente, edição impressa à venda no mercado.

 

Autor: Ana Margarida Dias da Silva

Páginas: 77

Centro de Estudos de História Religiosa da UCP

 

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Paulo VI e a reforma da cúria romana

 

Em outubro deste ano, o Papa Francisco reúne-se com um grupo de cardeais para analisar a reforma da cúria romana. Na véspera da segunda sessão conciliar, a 21 de setembro de 1963, Paulo VI fez um discurso aos membros da cúria onde lhes pede que reflictam sobre o “grande acontecimento que é o II Concílio do Vaticano”. É que embrenhada no trabalho do dia a dia, a cúria poderia esquecer-se de descobrir “as tremendas perspectivas do trabalho que tem entre mãos e que por vezes pode ser bastante doloroso” (In: Boletim de Informação Pastoral; Setembro-Outubro 1963; Nº 26).

Paulo VI pensa que é necessária uma grande unidade de pensamento e de acção entre o Papa e a cúria. Para o Papa Montini, a cúria romana “não é um corpo anónimo, insensível aos grandes problemas espirituais, promulgando leis de maneira automática… É pelo contrário uma verdadeira comunidade de fé e de caridade”.

O sucessor de João XXIII quer assim criar uma comunidade cristã à sua volta. Depois de ouvir algumas críticas, “que são um convite à reforma, um fermento de perfeição. Devemos acolher as críticas que nos rodeiam com humildade, reflexão e até com reconhecimento”. Roma “não tem necessidade de se defender, fazendo-se surda às sugestões que lhe vêm de vozes honestas e muito menos de vozes amigas e fraternas”, disse Paulo VI aos membros da cúria.

 


 

Entre as limitações reconhecidas expressamente pelo Papa há as seguintes: “Passaram-se muitos anos e é compreensível que esta organização se ressinta da sua idade venerável, da disparidade entre os seus órgãos e a sua prática perante as necessidades e os usos dos tempos novos. Que sinta ao mesmo tempo a necessidade de se simplificar e descentralizar e a de se estender, assumindo novas funções”.

“A cúria romana não será ciosa de prerrogativas temporais de outras épocas, nem de formas exteriores que já não são aptas para exprimir e para imprimir um sentido religioso autêntico e elevado”, (In: Boletim de Informação Pastoral; Setembro-Outubro 1963; Nº 26).

Há um caso que, embora não seja apontado expressamente como critica, mereceu particular atenção de Paulo VI. Trata-se da convocação do II Concílio do Vaticano. “A cúria percebeu melhor do que qualquer outro meio da Igreja, a dimensão extraordinária e complexa (da convocação do concílio) até ao ponto de deixar transparecer surpresa e algumas apreensões diante da convocação inesperada e imprevista, e diante 

 

da gravidade dos problemas que essa convocação ia levantar”.

O Papa quer criar uma comunidade cristã à sua volta. Tal é a expectativa também da igreja. “o dever de ser autenticamente cristão é aqui imperativo… Em Roma tudo faz escola: a letra e o espírito”. Além das reformas de estrutura para a tornar mais simples e descentralizada e do espírito de comunidade cristã que era preciso radicar, o Papa Montini aconselhou todos os eclesiásticos e leigos da cúria “a realizarem algumas obras de ministério e de apostolado pessoal”.  

 

 

setembro 2013

Dia 20

* Áustria - Viena - Encerramento (início a 16) da 57ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atómica
* Porto - UCP - Início do curso de formação para a missão sobre «(Re)introdução à realidade portuguesa»
* Sérvia - Nis - Comemorações do aniversário da promulgação do Édito de Milão com  a presença do delegado pontifício, Cardeal Angelo Scola. (20 e 21)
Jornadas Europeias do Património com o tema «Património/Lugares».  (20 a 22)
* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - Jornadas Missionárias Nacionais e Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil sobre «Missão @dgentes – Ide e anunciai!»  (20 a 22)

 

 

* Itália - Roma - Encontro Internacional Homens pela Paz com tema “A coragem da esperança” e promovido pela Comunidade de Santo Egídio. (20 a 01 de outubro)

 
Dia 21 

* Setúbal - Sé (12h00) - Celebração dos 50 anos de sacerdócio de D. Gilberto Reis.

* Setúbal - Igreja de São Julião - Ante-estreia do trabalho musical «Cânticos da tarde e da manhã», com Teresa Salgueiro e alunos do Seminário de Almada, integrada na celebração dos 50 anos de sacerdócio de D. Gilberto Reis.  
* Algarve - Quarteira - Dia da Assembleia diocesana
* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - IX Encontro da Família Vicentina.
* Coimbra - Peregrinação do Grupo de Amigos de Loyola e do Centro Universitário Manuel da Nóbrega (CUMN) à Senhora do Círculo (Condeixa). 

 

 

 

 

* Porto (S. Miguel do Couto, Burgães, Negrelos, Roriz e S. Martinho do Campo) - Iniciativa «Viagens com alma» sobre «Cluny: a unidade católica e a vitalidade espiritual» promovido pelo Departamento de Bens Culturais da Diocese do Porto
* Lisboa - UCP (Sala de Exposições) - Sessão «O livro religioso nos séculos XIX e XX: edições e iniciativas editoriais católicas» promovida pelo Centro de Estudos de História Religiosa e integrada no Seminário de História Religiosa Contemporânea
* Setúbal - Palmela (Quinta do Anjo) - Conferência sobre «São JoseMaria Escrivá - Precursor do II Concílio do Vaticano» promovida pelo Grupo de Amigos Sao JoseMaria (CASJ)
* Porto - Carvalhido (Auditório) - Sessão de empreendedorismo social promovido pelo Grupo de Jovens da Comunidade do Monte Pedral
* Lisboa - UCP (Faculdade de Teologia) - Início do segundo semestre do curso «Espiritualidade Cristã». (21 a 14 de dezembro)

 

 

 
Dia 22

* Braga - Soutelo - Encerramento (início a 18) do encontro europeu dos secretários nacionais do Apostolado da Oração (A.O.)

* Lisboa - Queijas - Inauguração e bênção do auditório paroquial de Queijas.
* Itália - Cagliari - Visita do Papa Francisco ao santuário de Nossa Senhora de Bonári
* Viana do Castelo - Melgaço - Assembleia diocesana de catequistas.  
* Fátima - Peregrinação nacional do Apostolado da Oração presidida por d. José Alves. 
* Porto - Ovar (Igreja matriz de Válega) - II Jornadas Vicariais da Pastoral da Família. 

 

Dia 23

* Lisboa - Chapitô (Costa do Castelo) - Lançamento do documentário «Bambaram di Mindjer» (retrata o trabalho da FEC junto dos jardins-de-infância e capacitação de professores Guineenses)

 

 

Ano C - 25 Domingo do Tempo Comum

 

 

 

 

 

Servir a Deus ou ao dinheiro?
 

A liturgia da Palavra deste 25.º domingo do tempo comum faz-nos pensar no lugar que o dinheiro e os outros bens materiais devem assumir na nossa vida enquanto discípulos de Jesus.

Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia os comerciantes sem escrúpulos, preocupados em ampliar sempre mais as suas riquezas, que apenas pensam em explorar a miséria e o sofrimento dos pobres. Amós avisa: Deus não está do lado de quem, por causa da obsessão do lucro, escraviza os irmãos. A exploração e a injustiça não passam em claro aos olhos de Deus.

No Evangelho, à luz da parábola do administrador astuto, Jesus oferece aos discípulos o exemplo de um homem que percebeu como os bens deste mundo são caducos e precários, usando-os para assegurar valores mais duradouros e consistentes.

Há dias, um bem conhecido jogador de futebol, que passa a ganhar 60 mil euros por dia (e há muita gente que ganha muito mais que isso), não teve pejo de dizer que o dinheiro não é o mais importante.

O mundo em que vivemos decidiu que o dinheiro é o deus fundamental e que tudo deixa de ter importância. Por dinheiro, há quem sacrifique a sua dignidade e apareça a expor, diante de uma câmara de televisão, a sua intimidade e a sua privacidade. Por dinheiro, há quem venda a sua consciência e renuncie a princípios em que acredita. Por dinheiro, há quem não tenha escrúpulos em sacrificar a vida dos seus irmãos e venda drogas e armas que matam.

 

 

 

 

Por dinheiro, há quem seja injusto, explore os seus operários, se recuse a pagar o salário do mês porque o trabalhador é ilegal e não se pode queixar às autoridades. Isso faz-nos pensar seriamente nas gritantes injustiças e nos enormes abismos entre os muito ricos e os muito pobres.

Jesus avisa os discípulos de que a aposta obsessiva no “deus dinheiro” não é o caminho mais seguro para construir valores duradouros, geradores de vida plena e de felicidade. O que é, para nós, mais importante: os valores do Reino ou o dinheiro? O que é que nos torna mais livres, mais humanos e mais felizes: a escravidão dos bens ou o amor e a partilha? Enfim, servimos a Deus ou ao dinheiro?

Claro que o dinheiro não é uma coisa desprezível e imoral. É um bem que devemos procurar para vivermos neste mundo e termos uma vida com qualidade e dignidade. Desde que não se torne uma obsessão e uma escravidão, pois Ele não nos assegura, e 

 

 

 

muitas vezes até perturba, a conquista dos valores duradouros e da vida plena, como a dignidade, a justiça, a partilha e o bem comum.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, dia 22 - Nossa Senhora dos Remédios: religiosidade e tradição.

 

RTP2, 18h00

Segunda-feira, dia 23 - Entrevista ao cónego João Aguiar Campos e Irmão Darlei Zanos. Apresentação do Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Terça-feira, dia 24 - Informação e apresentação de experiências de missão além-fronteiras. Entrevista a Celina Pires.

Quarta-feira, dia 25 - Informação e apresentação de experiências de missão além-fronteiras. Entrevista a Inês Raposo
Quinta-feira, dia 26  - Informação e apresentação de experiências de missão além-fronteiras. Entrevista a Rita Ornelas.
Sexta-feira, dia 27 - Apresentação da liturgia dominical pelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes.
 

Antena 1

Domingo, dia 22 de setembro,  06h00 - Universidade Católica: formação com qualidade técnica e matriz cristã.

 

Segunda a sexta-feira, dias 23 a 27 de setembro, 22h45 - «Presente no futuro» - entrevistas a oradores na conferência sobre Portugal europeu.

 

 

 

 

-  É ótimo quando os acontecimentos têm continuidade. Sobretudo os que transparecem felicidade e ajudas claras às pessoas que neles participam. É o caso da Jornada Mundial da Juventude que invadiu o Rio de Janeiro de histórias de vida com sentido. Mais de 3 milhões de jovens saíram de lá com vontade de anunciar a experiência vivida. Ide e anunciai foi o mandato assumido. Ele estará em debate nas Jornadas Missionárias e de Pastoral Juvenil nos próximos dias 21, 22 e 23.

 

- Dia 25 de setembro, os jornalistas são convidados para uma sessão do “Pátio dos Gentios”. A iniciativa é do Conselho Pontifício para a Cultura, que tem propostos o diálogo entre crentes e não crentes, entre fé e cultura através da realização destes “Pátios”. Fundador do jornal italiano “La Repubblica”, Eugenio Scalfari, vai estar no centro das atenções por ter escrito ao Papa Francisco, de quem obteve resposta.

 

- 3 e 4 de outubro decorrem as Jornadas de Comunicação Social, em Fátima. “Comunicar no ambiente digital” é o tema proposto para o debate entre profissionais da comunicação e responsáveis pela pastoral da Igreja. Em análise não estarão experiências soltas de quem se aventura no mundo digital, mas a investigação e a experiência de jornalistas e sacerdotes nesta área da comunicação. Entre todos, destaque para a presença do padre Antonio Spadaro, diretor de La Cilviltà Cattolica, a quem já chamam o "ciberteólogo do Vaticano".

 

 

Jornadas de Comunicação Social
Fátima - Domus Carmeli, 03 e 04 de outubro de 2013
Comunicar no ambiente digital

 

Dia 03, Quinta-feira

14:30 – Abertura
D. Pio Alves de Sousa, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais
Cónego João Aguiar Campos, Diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais


15:00 – 17h00 - Mesa redonda

Comunicação em rede: um novo ambiente pastoral 
(Temas formulados a partir do texto da Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2013)
Moderador: Irmão Darlei Zanon (Editor Paulus)

. Tornar o Evangelho presente no ambiente digital
Américo Aguiar (Diocese do Porto)
. O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual
Luís Miguel Figueiredo Rodrigues (Diocese de Braga)
O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação
Fernando Cassola Marques (UA)
. A palavra escrita aparece acompanhada por imagens e sons
Fernando Ilharco (UCP)

17:30 – 19h30 - Mesa Redonda

 

 

Comunicação em rede: um novo ambiente profissional 
Moderador: Pedro Jerónimo (Observatório Ciberjornalismo)

. A pessoa comunica-se – Cónego João Aguiar Campos (RR e SNCS)
. Ser ciberjornalista - Rita Marrafa de Carvalho (RTP)
. O ciberjornalismo – Luís António Santos (UM)
. O poder editorial da rede – Manuel Pinto (UM)

21H30 - Encontro da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC)


Dia 04, sexta-feira
10:00 – Conferência:

Ciberteologia: pensar o cristianismo no tempo da rede 
Moderador: José Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

 

. Padre Antonio Spadaro, diretor de La Civiltà Cattolica e Consultor do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais

11:30 – Debate com padre Antonio Spadaro

12:30 – Encerramento: D. Pio Alves de Sousa, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

 

Cristianismo ameaçado no Médio Oriente

Dias de medo

Nunca, como agora, a comunidade cristã esteve tão ameaçada no Médio Oriente. Nunca, como agora, são importantes as nossas orações

 

A queda do regime de Bashar al-Assad pode significar uma ameaça terrível para o mundo cristão. O frágil equilíbrio entre comunidades religiosas pode romper-se a qualquer momento e os cristãos poderão ser os que mais têm a perder.

Se “a guerra é sempre uma derrota para a humanidade”, como sublinhou nos últimos dias o Papa Francisco, a guerra civil que está a destruir a Síria pode significar uma viragem dramática para a sobrevivência dos cristãos na região. Apesar de a diplomacia estar a ganhar espaço na questão síria, uma eventual intervenção armada internacional neste país pode revelar-se catastrófica.

O mufti – um importante líder religioso islâmico – Farid Salman, citado por agências de notícias, sublinha o facto de os rebeldes sírios, em grande parte

  controlados por movimentos terroristas como a Al-Qaeda, terem um ponto comum na sua ideologia: o ódio ao cristianismo.

Segundo Salman, “a Al-Qaeda é um dos movimentos islâmicos que acha que os cristãos não são gente”, e isso viu-se no Egipto com


 

 

 

a chegada ao poder da Irmandade Muçulmana. “Assim que obtiveram uma parcela de poder com o presidente Mursi – diz -, começaram logo os conflitos inter-religiosos. Em resultado disso, a maioria dos cristãos coptas foi obrigada a fugir do país. O mesmo acontece hoje na Síria". A questão é, pois, muito delicada.

Tempos de incerteza

 

Também o padre Nawras Sammour, responsável pelo Serviço Jesuíta para os Refugiados no Médio Oriente e Norte de África, em declarações à Fundação AIS, disse

  que poderemos esperar nos próximos tempos um "aumento da violência, uma onda horrível" que se poderá estender aos países vizinhos, contagiando toda a região do Médio Oriente", se a gueera vier mesmo a ter lugar.

O imperativo é impedir as forças radicais de ganharem terreno, de promoverem a sua violência sectária. Farid Salman está convicto de que se os islamitas chegarem ao poder na Síria, o plano de liquidação do Cristianismo será muito mais duro do que foi, por exemplo, no vizinho Iraque.
Também Roman Silantiev, um estudioso da religião islâmica afirma o mesmo. “Hoje temos muitos exemplos de extermínio da população cristã com a vitória dos islamitas. Muito poucos cristãos restaram no Iraque, quase não restam cristãos no Afeganistão, há muito tempo já não há cristãos nativos na Arábia Saudita. Em todos os países onde os islamitas chegam ao poder, os cristãos ficam numa situação discriminada, são liquidados ou expulsos do país. Este é um problema mundial. O mesmo se passa na Nigéria, Paquistão e em outros países".

Paulo Aido | Departamento de Comunicação da Fundação AIS | www.fundacao-ais.pt

 

 

LUSOFONIAS

Camada do ozono

Tony Neves

 

Todos se queixam. O clima está a mudar. A agricultura está a sofrer o impacto das alterações climáticas. Andam tsunamis e tempestades à solta por aí. A culpa é do buraco na camada do ozono. É, pelo menos, o que os entendidos na matéria nos vão dizendo. 16 de Setembro é o Dia Internacional da Proteção da Camada de Ozono.

Há um provérbio que diz: ‘Deus perdoa sempre; as pessoas perdoam às vezes; a natureza nunca perdoa’. Ela cumpre outro adágio popular: ‘cá se fazem, cá se pagam!’. A verdade é que a natureza se rege por leis rígidas e, quando as contrariamos, a paga vem a caminho. As ondas de poluição que as sociedades foram gerando, abriram um buraco na camada de ozono e, como consequência, está a acontecer um aquecimento global do planeta. Dizem alguns especialistas na matéria que os gelos dos polos vão continuar a derreter, o nível das águas do mar vai subir, muitas terras serão submersas, o deserto vai aumentar e, sobretudo, o clima mudará radicalmente nos próximos tempos.

Não se trata de uma mensagem de terror, mas é um alerta importante. Há que voltar a considerar a natureza como mãe e respeitá-la nos seus ritmos. Há que diminuir com urgência os níveis da poluição que marca as sociedades atuais. Há que fazer da natureza a casa comum de todos.

 

 

Luso Fonias

 

 

 

Proteger a camada de ozono é uma questão de vida ou de morte para os seres vivos na terra. Só por esta razão, há que tomar a sério o problema. Talvez se justifique um regresso á bíblia, àquele texto fantástico que nos apresenta Deus a criar o mundo. Esta narrativa da Criação mostra-nos a importância fundamental de uma relação íntima entre Deus, as pessoas e a natureza. Se algum destes intervenientes falhar ou desrespeitar os 

 

restantes, o mundo não tem futuro. E, vistas bem as coisas, a bola está do lado das pessoas, porque nem Deus nem a natureza falham por decisão própria.

Construamos um mundo onde esta comunhão a três dimensões (Deus, Pessoas, Natureza) seja a base do futuro. E a terra será um paraíso se formos capazes de ler o coração de Deus, de nos amarmos uns aos outros e de respeitarmos a obra da Criação.

 


 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

 

Compete aos fiéis leigos animar as realidades temporais com o seu compromisso cristão, comportando-se nelas como artífices da paz e da justiça

(Catecismo da Igreja Católica, 2442)

 

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