04 - Editorial: Paulo Rocha

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

12 - Igreja Local

14 - Espaço Ecclesia

16 - Opinião

        D. Manuel Linda

18 - A semana de?

         Lígia Silveira

20 - Internacional

24 - JMJ Rio 2013

25 - Por estes dias?

26 - Dossier:

Mensagem de Bento XVI

para o 47.º Dia Mundial

das Comunicações Sociais  

 

32 - Entrevista:

         Cónego João Aguiar

38 - Cinema

40 - Multimédia

42 - Estante

44 - História:  Uma carta aos jornalistas do cardeal Cerejeira

46 - 50 Anos do Vaticano II

48 - Agenda

50 - Liturgia

52 - Opinião:

Américo Mendes, UCP/Porto

54 - Ecclesia nos Media

56 - Fundação AIS

Foto da capa:

Bento XVI envia primeiro tweet, 12.12.2012 (Lusa)
Foto da contra-capa:

«The Pope app»  (Conselho Pontifício das Comunicações Sociais)
 

AGÊNCIA ECCLESIA | Nº registo 109665

Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Margarida Duarte, Rui Jorge Martins, Sónia Neves.

Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes

Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 

Diretor: Cónego João Aguiar Campos

Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.

Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D - 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;

 

 

Redes sociais, espaços de evangelização

 

 

 

 

 

Paz social depende de Instituições Solidárias

CNIS e Governo reunidos em Fátima [ver+]

 

 

Dia Mundial das Comunicações Sociais 2013: A mensagem do Papa

O mundo digital e as relações humanas nas redes sociais
[ver+]

 

 

Deus: a nostalgia do Amor fiável

Opinião | D. Manuel Linda

Bispo auxiliar de Braga [ver+]

 

Ambiente Ecclesia

Paulo Rocha

Diretor da Agência Ecclesia

 

O ambiente digital recria, a cada instante, a comunicação. Diante da diversidade de meios, pluralidade de códigos e variedade de suportes e ferramentas, a escolha do “mensageiro” acontece a partir do destinatário, do formato que melhor desperta o interesse pela mensagem que se pode ler ou ver ou ouvir. Melhor: ler e ver e ouvir…

A esta circunstância, a novidade de uma outra, não menos importante: a comunicação acontece a partir do que é produzido pelo leitor, pelo consumidor da comunicação. A interatividade gerada pelas redes de informação não existe apenas para reagir, para comentar, mas para ser fonte de informação.

E acrescente-se ainda uma terceira, de natureza porventura mais subjetiva, valorizada pelo Papa Bento XVI na Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2013, hoje tornada pública: “Uma comunicação eficaz, como as parábolas de Jesus, necessita do envolvimento da imaginação e da sensibilidade afetiva daqueles que queremos convidar para um encontro com o mistério do amor de Deus”.

A Agência ECCLESIA tem presentes as três premissas enunciadas quando debate estratégias de comunicação, define planos e destina meios e recursos. Por isso, fez migrar para o digital


 

 

este semanário, dando assim mais um passo na história de uma publicação que remonta aos anos 60 e que conheceu já diferentes formatos e sobretudo várias perspetivas editoriais. Hoje o Semanário ECCLESIA é um meio de distribuição de notícias, de proposta de análise aos acontecimentos da sociedade e de aproximação da redação a cada pessoa que participa nesta rede de comunicação. É também uma plataforma onde se podem criar sinergias entre instituições, divulgar projetos e iniciativas relevantes para cada tempo e mostrar as notícias, dar a conhecer o rosto de cada pessoa, de grupos e estruturas que participam, nos mais variados contextos, naquela parábola que hoje a comunicação social é desafiada a contar.

 

Um desafio que a Agência ECCLESIA quer cumprir, num trabalho em equipa e em permanente interligação entre a produção de conteúdos para a agência de notícias, o programa de rádio e os programas de televisão, as três expressões da presença da Igreja Católica em Portugal nos media, da responsabilidade editorial do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

Depois, outro desafio surgirá, mais e melhor criatividade será preciso descobrir e novas ferramentas aparecerão como um ambiente de comunicação, o ambiente Ecclesia.

Entretanto, a interatividade e a participação de toda a comunidade na produção de conteúdos, na redação de notícias é uma meta para curto prazo.

 

 

 




A Natureza
resolveu tirar
a peça do puzzle…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

© naviosenavegadores.blogspot.com

Cargueiro “Merle”

Praia de São Jacinto, Aveiro

 

 

 

 

 

 

 

Formatados pelas máquinas, esquecemo-nos que, pelo menos por enquanto, ainda somos nós que as formatamos

Carlos Fiolhais, «Público», 23.01.2013

 

 

 

 

 

Peçamos a São Vicente que nos ensine a amar generosamente. Esse amor será uma força decisiva para encontrarmos caminhos de solução

D. José Policarpo, homilia na festa de São Vicente, 22.01.2013

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 


Eles [deputados do PSD, PS e CDS] são os primeiros responsáveis por uma Justiça que não prende criminosos de colarinho branco porque a lei lhes é completamente favorável

Eduardo Dâmaso, «Correio da Manhã», 23.01.2013

 

 

 

Hoje dispomos de meios

variados para chegar

ao povo cristão

D. António Marcelino,

«Correio do Vouga»,

23.01.2013

 

 

 

 

 

 

Paz social depende
das instituições solidárias

 

 

 

 

 

 

«As linhas de crédito são necessárias e estão a ser marcadamente insuficientes»
Padre Lino Maia, presidente da CNIS

 

 

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) disse este sábado, em Fátima, que “uma certa paz social” existente em Portugal está “muito apoiada” no trabalho desenvolvido por aquelas organizações, que o Estado não financia como devia.

Questionado pela Agência ECCLESIA sobre a eventual dependência das instituições em relação ao financiamento estatal, o padre Lino Maia foi perentório: “O Governo é que precisa de nós”.

“As linhas de crédito são necessárias e estão a ser marcadamente insuficientes”, afirmou. O responsável nota que para outros setores há linhas de crédito com “imensas possibilidades”, enquanto que as instituições de solidariedade atravessam dificuldades.

O sacerdote reconhece que as tabelas salariais no setor do apoio social são geralmente “baixas” mas há “a garantia de que são pagos 14 meses de ordenados, o que não acontece na Função Pública”, e que os “postos de trabalho são mantidos”.

O sacerdote afirmou que se tem instalado “um princípio de parceria” entre as instituições associadas da confederação e o Estado, dado que “todos estão interessados no mesmo”.

Da parte da CNIS, que a 15 de janeiro assinalou 32 anos, “não há, de modo nenhum, uma vénia submissa ao Governo, mas uma cooperação responsável”, frisou, realçando que sem as instituições de solidariedade “a sociedade não funcionará”.

 

 

Encontro da CNIS em Fátima, 19-01-2013 © PR/Agência ECCLESIA
 

As conclusões de um inquérito que a CNIS enviou às suas associadas revelam que as cantinas sociais são insuficientes no apoio às pessoas mais pobres.

A “grande maioria” das instituições “considera a cantina social como uma medida que responde de forma ágil e muito positiva a um grupo cada vez maior de pessoas com carências alimentares, minorando o impacto da atual crise económica”, assinala o presidente da CNIS.

Alguns organismos notam que a ajuda “fica aquém na satisfação das necessidades globais das famílias, pois é uma resposta conjuntural e deverá ser enquadrada num programa de apoio global às famílias que sofram privações”, aponta o padre Lino Maia.

 

O secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, anunciou o aumento do financiamento para refeições em cantinas sociais, recordando que não falta dinheiro para estas respostas por parte do Governo.

“Vamos acabar com o limite de uma cantina social por instituição” e com “o limite de refeições”, disse o responsável na sessão de apresentação do Protocolo de Cooperação de 2013-2014 entre o Governo e o setor social, assinado em novembro de 2012. “Aquilo que iremos fazer com a CNIS, União das Misericórdias e União das Mutualidades Portuguesas é alargar o número de instituições que estão no Programa de Emergência Alimentar”, afirmou o secretário de Estado.

 


A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

   

 


 

UCP aposta no humanismo cristão

 

A reitora da Universidade Católica Portuguesa expressou o seu compromisso com o “sólido conjunto de valores do humanismo cristão” na mensagem para o Dia Nacional da instituição, que ocorre a 3 de fevereiro.

“É necessário transformar o exigentíssimo momento histórico que vivemos numa espécie de laboratório da esperança, que fermente ideias, atitudes e práticas, que devolva horizonte, que pesquise e relance potencialidades”, frisa

  Maria da Glória Garcia no texto enviado à Agência ECCLESIA.

A responsável, que tomou posse do cargo de reitora a 18 de outubro, sublinha o “papel representado pela busca do conhecimento e da verdade, segundo a diversidade dos saberes, e guiada por padrões de excelência científica e humana, para assim melhor se colocar ao serviço do bem comum”.

 

 

 

 

São Vicente

© Patriarcado de Lisboa

 

 

 

 

 

 

 

© Santuário de Fátima

 

 

O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou que os católicos devem concentrar-se na vivência da sua fé e no “amor ao próximo” para poder ajudar a sociedade portuguesa a viver a crise com “grandeza e esperança”. “No momento concreto que vive a nossa sociedade, uma interrogação se me põe: o que devemos pedir a São Vicente para nos ajudar a todos, Igreja e sociedade, a viver as dificuldades do tempo presente com grandeza e esperança?”, perguntou D. José Policarpo, na homilia da missa a que presidiu na Sé, por ocasião da solenidade litúrgica (22 de janeiro) de São Vicente, mártir, padroeiro principal da diocese.

 

O presidente da República Portuguesa nomeou António Almeida Ribeiro, até agora secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), como embaixador de Portugal na Santa Sé, sob proposta do Governo. O decreto de nomeação foi publicado esta quarta-feira em ‘Diário da República’.

 

O Santuário de Fátima vai elaborar, “a curto prazo”, um programa de “reflorestação dos locais que sofreram grandes danos” devido ao temporal que sábado se abateu sobre a região, revelou à Agência ECCLESIA o administrador da insitituição.

 

© Diocese de Aveiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

© Santuário de Cristo-Rei

 

 

 

 


 

 

O responsável pelo ecumenismo no episcopado católico, o bispo D. António Couto, expressou esta quarta-feira, em Estarreja, o seu otimismo quanto à aproximação dos cristãos de diferentes Igrejas em Portugal. Durante um debate sobre ecumenismo e diálogo inter-religioso com Jorge Sampaio, antigo presidente da República, o prelado vaticinou que no futuro o ecumenismo em Portugal “será muito mais rico e cheio de alegria e amizade”.

 

A equipa coordenadora da Pastoral Familiar em Portugal está apostada em ter voz ativa na denúncia e resolução dos problemas que atualmente afligem a população. D. Antonino Dias, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, da Igreja Católica, salienta a “dificuldade” em que vivem atualmente muitas famílias, devido à “situação socioeconómica” que envolve o país.

 

O Papa concedeu Indulgência Plenária Perpétua ao Santuário de Cristo-Rei, na Diocese de Setúbal, conhecido pela imagem de Jesus de braços abertos que domina o rio Tejo junto a Lisboa. O reitor do santuário disse à Agência ECCLESIA que o documento é “bastante importante” por se tratar do “reconhecimento, por parte da Santa Sé, do esforço que tem sido feito nos últimos anos”.

 

O bispo de Coimbra revelou à ECCLESIA que o processo de reestruturação da diocese “está a desenvolver-se a um ritmo bastante bom”, embora haja “um trabalho muito longo pela frente”.

 

Centros universitários, 
Igreja e estudantes unidos

 

 

 

 

 
 

O mês de janeiro está associado ao stress que muitos estudantes portugueses vivem na chamada “época de exames” da Universidade. Há locais onde os estudantes se sentem bem a estudar e conseguem ter um apoio especial, onde há motivações para mais estudo, momentos de oração e propostas de caminhada de fé.

Na reportagem do programa Ecclesia na Antena 1, a ouvir no próximo domingo (06h00),  conhecemos dois destes locais, o CUFC - Centro Universitário Fé e Cultura, na Diocese de Aveiro, e o CAES -Centro Académico Edith Stein, na Paróquia de São Jorge de Arroios, em Lisboa.

“Os estudantes hoje passam pela universidade “muito depressa” e isso torna-se um grande desafio… temos de inventar novas formas de cativar os alunos”, confessa o padre Virgílio Maia, diretor do CUFC.

Este local nasceu há 25 anos, partilhando a mesma estrada com a Universidade de Aveiro. Foi ganhando modernidade e hoje “estudar, investigar e celebrar” são os 3 verbos que mais se ouvem e leem neste espaço, que conjuga estudantes, professores e funcionários.

O Centro Universitário Fé e Cultura organiza momentos de debate e retiros, conhecido pela famosa “sopa da Dona Fernanda”, oferece acompanhamento espiritual e missa diária.

 

 

 “Para mim o CUFC é uma segunda casa. Quando há um dia que o estudo corre menos bem, sei que aqui consigo ter um momento de serenidade, conversa e apoio”, conta Liliana Marques, aluna de mestrado, natural de Leiria.

Olhando para o futuro, o padre Virgílio acredita que não pode haver medos e deu como exemplo a iniciativa do início do ano que mais marcou os alunos: “Nos dias de integração ao caloiro na Universidade tivemos uma tenda de oração no meio do recinto. Os estudantes eram convidados a entrar, parar e rezar por uma intenção, o que causou espanto para muitos”.

“Surgiu aqui a verdadeira aproximação com a comunidade académica que agora nos olha de forma diferente”, acrescenta.

Uma experiência semelhante vive-se no CAES, Centro Académico Edith Stein. “Os jovens não precisam de Deus só em época de exames e aqui eles sabem que o podem encontrar”, diz padre Paulo Araújo, diretor da instituição. O CAES está aberto 24 horas por dia e todos podem entrar e estudar. Há espaço para fazer refeições, conviver

 

© CUFC

 

e até um pequeno terraço para os dias melhores. “Viemos através de uns amigos que disseram que aqui dava para fazer noitadas de estudo”, contava Miguel Barroso, estudante de Engenharia Mecânica.

O padre Paulo Araújo, pertencente à comunidade Emanuel, fala do tempo que os jovens precisam para parar e as celebrações naquele centro académico proporcionam “celebrar devagar”. “Venho cá muitas vezes, converso e tento conhecer cada um, as suas personalidades e gostos. Todos sabem que sou padre e alguns pedem para conversar sobre várias questões e chega-se sempre à fé”, diz o sacerdote.

O CAES nasceu de um sonho de jovens estudantes que se foi concretizando e hoje são mais de 50 os que passam por este espaço todos os dias. 

 

Deus: a nostalgia do Amor fiável

D. Manuel Linda

Bispo auxiliar de Braga

 

Por vezes, dou comigo a pensar que, mesmo que positivamente quisesse negar a existência de Deus, não o conseguiria. A não ser que intentasse mentir a mim próprio.

De facto, quando, por exemplo, numa viagem aérea, penso na imensidade das leis da natureza que é preciso adaptar para que o avião se mova, ou quando me entusiasmo com a grandeza de uma montanha e a variedade de um jardim, quando reflito na complexidade de uma simples flor do caminho ou no substrato da vida inerente à gota de água, tudo me parece falar de um Criador, pois isso não se justifica nem se compreende por si.

Entretanto, curiosamente, ato contínuo, parece que entra em função uma qualquer voz interior que me alerta para o paradoxo doloroso do mundo, para o sem-sentido de tantas situações e para o risco de colocar a confiança em Quem não se vê. Sustentada pela racionalidade mais fria, essa voz importuna-me: “Olha que se pensas ter dominado Deus, já O perdeste. Um Deus evidente é um deus inexistente”! E movo-me entre o intuído e o mistério, entre a presença e a ausência…

Isto ajuda-me a compreender o irmão ateu e o agnóstico. É ténue, de facto, a linha de separação entre a fé e a não-crença. E, porventura, ambas terão as suas «razões». Se pudéssemos só contar connosco e com a demonstração apodítica da nossa 

 



Pormenor do teto da Capela Sistina, Vaticano
 

inteligência, neste mistério de Deus, chegaríamos bem perto…

Mas, no meu caso, entra a experiência pessoal e comunitária: sinto que Este é um mistério de gratuidade efusiva e fiável. Ele envolve-me em amor e só em amor. Ele dá e dá-se. Por isso, oferece-me este mundo grande e belo. Como tal, se creio n’Ele como Criador, muito mais O experimento como Amor providente. Ou como Pai. E observo ainda mais: o mistério incontornável da minha liberdade e sua capacidade de me decidir por Ele ou contra Ele.

Neste «Ano da Fé» não poderíamos, todos nós, fazer a experiência de circular mais entre

 

o que parece evidente e o mistério? Se assim acontecesse, talvez os ateus o fossem um pouquito menos e os crentes deixassem de se agarrar à sombra, como se esta constituísse o verdadeiro ser de Deus.

É que, não obstante o fenómeno da secularização, o nosso mundo continua a colocar a questão de Deus. É a eterna nostalgia da Origem e do Destino. Do Alfa e do Ómega, como dizemos em linguagem religiosa. Importa que os crentes contribuam verdadeiramente para a procura do sentido e não se limitem a oferecer imagens grotescas que só colaboram no afastamento.

 

 

As várias moradas de Deus

Lígia Silveira

Agência Ecclesia

 

Encontrar iniciativas que cruzem a cultura e o Ano da Fé, proposto por Bento XVI, foi tarefa dos dias recentes. Uma incursão pela música clássica, a reflexão que uma comunidade de monjas em plena cidade de Lisboa propõe, há mais de 20 anos, empurrando uma barreira que os mais institucionais teimam em cimentar, a programação estimulante de um auditório gerido por um seminário diocesano e uma capela que continua a sua história sendo sinal de que não existem fronteiras no falar de Deus.

Faz lembrar o versículo de São João - «Há muitas moradas na casa do meu Pai». Nós é que nem com GPS lá vamos.

 

Bento XVI continua a senda por caminhos que causam espanto aos mais distraídos. Um senhor de 85 anos, considerado por muitos como o mais tradicionalista, aponta para a presença da Igreja no “continente digital”, semanas depois de, simbolicamente, ter enviado o seu primeiro tweet.

Acho especialmente importante a chamada de atenção para o que se comunica e a convicção com que o fazemos, independentemente de ser em ambiente térreo ou digital. Nunca mais esqueci uma frase proferida pelo mesmo Papa chamando os fiéis à responsabilidade pela imagem “deturpada” e “diminuída” que muitos não crentes têm de Deus.


 

 

Uma frase à medida do encontro de Assis, em outubro de 2011, mas também desta realidade tecnológica com a qual muitos receiam relacionar-se.

A proposta de ir ao encontro das razões da fé é a mais sincera e humilde que se pode fazer a outra pessoa. O passo seguinte é não ter receio do futuro – e este Papa tem mostrado ao que vem e para onde quer ir.

Neste dia, que a Igreja Católica dedica à memória litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, não consigo deixar de pensar nos profissionais com quem aprendi a trabalhar e naqueles que no exercício da sua profissão tantas vezes me fizeram pensar que um dia gostaria de ter a sabedoria para trabalhar como eles.

Hoje, alguns estão no silêncio das palavras que não são publicadas ou ditas, ausentes das redações ou sem produção informativa. Mesmo assim não deixam de ser jornalistas, de ter o olhar que questiona a realidade e sabe que daí pode vir uma resposta mais cívica e inclusiva. Continua a ser com eles que quero aprender a ser jornalista.

 

 

Dois candeeiros iluminam uma mesa. Um microfone suspenso amplifica a voz de Pier Paolo Pasolini que entre março e junho de 1975, encontrou em Gennarielo o interlocutor imaginário para uma reflexão sobre o estado das coisas. Luís Miguel Cintra lê os parágrafos pedagógicos que, escritos há quase 40 anos, lançam uma reflexão para os dias correntes.

A leitura do cineasta italiano inaugurou o ciclo «O nome de Deus» que o Teatro da Cornucópia lança como um grito em hora de desespero. Diz o encenador, na folha de sala, que “o nome de Deus vem à boca em todos os momentos graves” e este é particularmente difícil quando o futuro da cultura, exemplificada no trabalho de quatro décadas de companhia, é posto em causa.

E nós? Que parágrafos deixaríamos escrito?

 

 

Um olhar positivo sobre os novos media

O presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais (CPCS) considera que a nova mensagem de Bento XVI, ‘Redes Sociais: portais de verdade e de fé, novos espaços de evangelização’, apresenta uma visão “positiva” sobre estes espaços virtuais.

“Os media sociais são considerados como uma oportunidade de diálogo e de debate, reconhecendo-se-lhes a capacidade de reforçar os laços de unidade entre as pessoas e de promover eficazmente a harmonia da família humana”, disse D. Claudio Maria Celli, na conferência de imprensa de apresentação da mensagem do Papa para o 47.º Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Segundo o arcebispo italiano, esta avaliação positiva implica, no entanto, que se procure o respeito pela “privacidade”, com “responsabilidade e dedicação à verdade” e com “autenticidade, dado que não se partilham informações e conhecimentos”, como destacava Bento XVI.

 

Para o presidente do CPCS, a dinâmica social dos novos media insere-se “na busca existencial do coração humano” e deve evitar “a maré das informações” que sufoca a “voz discreta da razão”.

“O tema desta jornada fala de novos espaços de evangelização, que é anúncio da Palavra, anúncio de Jesus Cristo”, disse ainda.

O secretário do CPCS, monsenhor Paul Tighe, destacou por sua vez a importância da presença de católicos no “continente” digital, o implica um melhor “conhecimento da linguagem das redes sociais, que nasce de uma convergência entre texto, imagem e som, uma linguagem que se carateriza pela concisão e procura envolver corações e mentes”.

Em resposta aos jornalistas, D. Claudio Celli mostrou-se satisfeito com o impacto da conta pessoal na rede social Twitter que Bento XVI inaugurou no último dia 12 de dezembro, onde conta já com mais de 2,5 milhões de seguidores, em nove línguas, incluindo o português.

 

Apresentação da mensagem do Papa para o 47.º Dia Mundial das Comunicações Sociais

© PCCS.va

 

O presidente do CPCS convidou a replicar (retweet) as mensagens do Papa e frisou que 7% dos seguidores da página já o fazem, estimando que essa percentagem possa aumentar.

Este responsável destacou ainda que o Twitter vai continuar a ser o espaço “institucional” de Bento XVI nas redes

 

sociais, descartando uma eventual presença no Facebook e desvalorizando, por outro lado, críticas e comentários negativos que visam a figura do Papa.

“É um risco que corremos: prefiro estar mais presente do que evitar uma presença para prevenir um risco”, explicou.

 

Visita histórica no Vaticano

Bento XVI recebeu em audiência o secretário-geral do Partido Comunista Vietnamita (PCV), Nguyên Phu Trong, naquela que foi a primeira vez que um líder desta força política se encontrou com o Papa e outros responsáveis da Secretaria de Estado do Vaticano.

“Nos cordiais colóquios, foram tratados temas de interesse para o Vietname e a Santa Sé, exprimindo-se o desejo de que rapidamente possa ser resolvidas situações pendentes e que se possa reforçar a profícua colaboração existente”, refere a nota de imprensa divulgada pelo Vaticano, após a reunião de terça-feira.

A Santa Sé e o Vietname não têm relações diplomáticas plenas e têm mantido negociações para o seu estabelecimento, através de um grupo de trabalho bilateral.

Nguyên Phu Trong encontrou-se ainda com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, acompanhado por D. Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as relações com os Estados.

 

© Lusa

 

Esta foi a quarta vez que um dirigente comunista do Vietname foi recebido no Vaticano desde 2007, ano em que o Estado asiático e a Santa Sé

retomaram os contactos bilaterais.

O Vietname, com cerca de 86 milhões de habitantes, tem seis milhões de católicos, o segundo maior número de fiéis do sudeste da Ásia, depois das Filipinas, mas historicamente as relações entre católicos e o PCV têm sido marcadas por fortes tensões, nomeadamente no que diz respeito às exigências de liberdade religiosa e de restituição das propriedades confiscadas pelo regime comunista.

 

 

 

Audiência geral, 22.01.2013

Inundações em Jacarta ©Lusa



Monsenhor Dario Edoardo Viganò

 

 

 

 

 

 

Bento XVI alertou para a necessidade de os cristãos seguirem em “contracorrente” e ignorarem o que classificou como “ídolos” propostos pela sociedade. “Muitos são hoje os ídolos falsos que se levantam. Os cristãos, se querem ser fiéis, não devem ter medo de seguir em contracorrente”, escreveu o Papa na rede social Twitter.

 

O Papa manifestou no Vaticano a sua “preocupação” com as inundações em Jacarta, capital da Indonésia, que mataram pelo menos 20 pessoas, “milhares de deslocados” e “enormes” prejuízos. “Desejo exprimir a minha proximidade às populações atingidas por esta calamidade natural”, afirmou Bento XVI na audiência geral de quarta-feira.

 

 

Bento XVI nomeou como novo diretor do Centro Televisivo do Vaticano (CTV) o padre Dario Edoardo Viganò, de 50 anos, que substitui no cargo o padre Federico Lombardi. Monsenhor Viganò, natural do Rio de Janeiro e membro do clero da Arquidiocese de Milão (Itália), vai assumir ainda funções como secretário do Conselho de Administração do CTV.

 

O secretário-geral da CIDSE, rede internacional de agências católicas de desenvolvimento, saudou a aprovação, em Bruxelas, de um imposto sobre as transações financeiras (ITF) em 11 Estados-membros da União Europeia.

 

400 portugueses esperados no Rio

 

As inscrições dos peregrinos podem ser feitas num dos sete idiomas (português, alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e polaco) disponíveis no site oficial da JMJ (www.rio2013.com).


 

Portugal poderá levar este ano cerca de 400 jovens à Jornada Mundial da Juventude que vai decorrer no Rio de Janeiro de 23 e 28 de julho. Esta é a expectativa do diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, que garante desde já a inscrição de quase uma centena de jovens, metade dos quais da Diocese de Lisboa.

Na contagem decrescente para este grande evento da Igreja Católica, a hora é de preparação dos jovens a começar por aspetos práticos que têm a ver com os elevados custos desta viagem que poderão chegar aos 1500 euros.

DNPJ


 

 


 

 

 

 

Termina esta sexta-feira o oitavário de oração pela unidade dos cristãos com uma celebração ecuménica nacional na igreja de São José, em Coimbra às 21h00, com a participação de D. António Couto, presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, responsável pelo setor do ecumenismo, e D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, esperando-se a presença de fiéis e ministros de outras Igrejas cristãs.

 

O Secretariado Nacional da Educação Cristã promove nos próximos dias 25 a 27 o Fórum de EMRC 2013 com o tema “Descobrir a solidez da fé: Testemunho e missão do professor de EMRC”. A realizar em Fátima, o objetivo do fórum é refletir a educação cristã enquanto serviço à formação integral da pessoa humana.

 

O Papa Bento XVI preside à oração de vésperas na próxima sexta-feira, dia da conversão de São Paulo, na Basílica de São Paulo fora de Muros. Esta celebração encerra também a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

 

A 27 de janeiro é o Dia Internacional de Memória do Holocausto. Um dia para não esquecer seis milhões de judeus vítimas do regime nazi. A ONU instituiu a data em 2005 para manter viva a memória.

 

 

Bento XVI empurra católicos
para as redes sociais

 
 
 
 
 
 
A conta pessoal do Papa no Twitter tem mais de 2,5 milhões de seguidores em nove línguas
 

Bento XVI defendeu hoje que a Igreja Católica tem de estar presente nas “redes sociais digitais”, como o Facebook ou Twitter, onde há centenas de milhões de contas, dada a sua importância para a vida das pessoas. “O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens”, refere o Papa, na sua mensagem para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, dedicada ao tema «Redes Sociais: portais de Verdade e de Fé, novos espaços de evangelização».

Segundo o Papa, o desafio que as redes sociais têm de enfrentar “é o de serem verdadeiramente abrangentes” para poderem beneficiar da “plena participação dos fiéis que desejam partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana que a sua doutrina promove”.

“Os fiéis dão-se conta, cada vez mais, de que, se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá ficar fora do alcance da experiência de muitos que consideram importante este espaço existencial”, sublinha.

A mensagem refere, por outro lado, que o surgimento nas redes sociais do diálogo acerca da fé e do acreditar “confirma a importância e a relevância da religião no debate público e social”. “Muitas pessoas estão a descobrir – graças precisamente a um contacto inicial feito online – a importância do encontro direto, de

 

 

experiências de comunidade ou mesmo de peregrinação, que são elementos sempre importantes no caminho da fé”, acrescenta.

Bento XVI observa também que as redes sociais da internet estão a gerar “formas novas” de comunicação entre pessoas que exigem “respeito e cuidado” pela privacidade e a verdade.

“A cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar de verdades e valores”, refere.

Segundo o Papa, estes espaços virtuais estão a contribuir para a aparição de um “praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões e podem ainda ganhar vida novas relações e formas de comunidade”. “Assim as redes sociais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas na base destas

 

necessidades fundamentais”, sustenta.

A mensagem papal sublinha que se participa nestas redes “para construir relações e encontrar amizade, buscar respostas para as suas questões, divertir-se, mas também para ser estimuladas intelectualmente e partilhar competências e conhecimentos”. "Nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última instância a pessoa comunica-se a si mesma", indica.

Bento XVI diz que é necessário que as pessoas presentes nestes espaços virtuais sejam “autênticas” e saibam fugir a uma lógica de “popularidade” que, segundo a mensagem, “está mais ligada com a celebridade ou com estratégias de persuasão do que com a lógica da argumentação”.

 

 

Por uma comunicação
mais humana e transcendente

José María Gil Tamayo

Consultor do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais

 

 

Em oposição às considerações mais habituais dos aspetos técnicos, sociológicos e políticos das comunicações sociais, sobretudo no que diz respeito às novas tecnologias, o Papa Bento XVI publicou hoje, mais uma vez, o contributo autorizado da radiosa mensagem que dedica todos os anos à Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que desta vez tem como lema ‘Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização’.

O olhar do Papa vai para lá dos fenómenos comunicativos e dirige-se para o mais importante: neste caso, além de estimular a um maior compromisso evangelizador no mundo da comunicação – como assinalava também a recente assembleia do Sínodo dos Bispos, ao considerá-lo um dos cenários da Nova Evangelização -, faz acima de tudo uma reflexão lúcida sobre a nova forma humana de relacionamento nas redes sociais digitais.

O Santo Padre constata que “as mudanças nas formas e estilos da comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar de verdades e valores. Muitas vezes, como acontece também com outros meios de comunicação social, o significado e a eficácia das diferentes formas de expressão

 

 

parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua importância intrínseca e validade… Às vezes, a voz discreta da razão pode ser abafada pelo rumor de excessivas informações, e não consegue atrair a atenção que, ao contrário, é dada a quantos se expressam de forma mais persuasiva”.

Estas anomalias, que é preciso superar, mostram que na comunicação moderna se joga a própria sorte do homem, já que qualquer grande inovação tecnológica ao longo da história implicou uma mudança de valores, de cultura e de modelo antropológico. Por isso mesmo, Bento XVI insta a recuperar, a partir da fé, a própria ‘humanitas’ da comunicação social, constituindo-se a Igreja, também neste terreno, como

defensora da causa do homem, da salvaguarda da sua plena dignidade e plenitude que está só em Deus.

Assim, através de uma revitalização do testemunho da fé no mundo digital, o Papa convida os cristãos a conseguir um efeito humanizador na comunicação das redes sociais, já que estas se “alimentam das aspirações radicadas no coração do homem”,
 

©OR

 

 

às quais os cristãos estão empenhados em dar resposta.

O Santo Padre convida, neste Ano da Fé, a confessar e a testemunhar essa fé através da Nova Evangelização, também no novo cenário das redes sociais, onde tem de haver “coerência e unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital”.

Deste modo, as comunicações tornam-se mais humanas e virarão ao contrário a queixa de T.S. Eliot nos seus famosos versos:

Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?

Onde está o conhecimento que perdemos na informação?”.

 


 

Ecclesia: Para ler, ver, ouvir e... navegar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2013 marca o início da produção de conteúdos informativos na Agência ECCLESIA (AE) nos principais suportes da comunicação social: texto, vídeo e áudio.

Historicamente relacionada com o texto, com a divulgação de informação a partir da narração dos acontecimentos, a AE iniciou em novembro de 2009 a produção de conteúdos radiofónicos, que são emitidos com regularidade na Antena 1, e, desde o dia 1 de janeiro de 2013, coordena a produção dos conteúdos para os programas 70x7 e Ecclesia, em emissão na RTP2.

Esta circunstância oferece sobretudo uma oportunidade à marca ECCLESIA. De facto, ao produzir informação em texto, vídeo e áudio, a AE tem a possibilidade incluir no ser perfil as ferramentas e as “definições” de qualquer meio de comunicação social da era digital em que

vivemos. Hoje, a sustentabilidade e o alcance dos media depende, em grande medida, da capacidade que têm de incluir os diferentes suportes na comunicação que desenvolvem, indo ao encontro das necessidades dos diferentes públicos e sobretudo tornando o processo comunicativo num acontecimento interessante, plástico, belo.

A imagem, o vídeo, surge assim como indispensável para a comunicação. Também para a comunicação do religioso e para a análise dos

 

 

 

muitos acontecimentos que percorrem as instituições da Igreja Católica. Agora, ao assumir também a coordenação da produção de conteúdos para televisão (a coordenação editorial acontece desde o início destes programas: 1979 no caso do 70x7 e 1997 do programa Ecclesia), a AE consegue indexar a

gestão dos recursos disponíveis, por parcos que sejam, exclusivamente à quantidade e qualidade de conteúdos televisivos. E conquista também a

disponibilidade total desses conteúdos para a distribuição por novas plataformas, 

 

nomeadamente o portal de informação de que dispõe, o semanário digital e o canal de televisão web “My Ecclesia TV”.

Na distribuição de notícias pela Agência Ecclesia, na difusão de conteúdos na rádio (na Antena 1 e na página web) e na emissão dos programas de televisão (na RTP2 e na internet), a ECCLESIA está capacitada para informar e propor conteúdos formativos em texto, som e imagem.

Várias plataformas e diferentes suportes, sempre interligados, para melhor comunicar com quem nos quer ler, ver ou ouvir.

 

 

A Igreja e os Media,
uma relação
em transformação

 

Opções editoriais e sustentabilidade são desafios que se colocam ao Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Igreja Católica em Portugal. Para o cónego João Aguiar, a Igreja tem de saber «o que quer dizer à sociedade» e promover parcerias entre os diversos meios de comunicação de informação religiosa.

 

 

 

 

 


 
Bento XVI publicou hoje a sua mensagem para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, dedicada ao tema «Redes Sociais: portais de Verdade e de Fé, novos espaços de evangelização». Numa entrevista ao semanário digital ECCLESIA, o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais destaca a atenção que o atual Papa tem dedicado aos novos media.

Para o cónego João Aguiar, a Igreja tem de saber «o que quer dizer à sociedade» e promover parcerias entre os diversos meios de comunicação de informação religiosa.

 

Agência ECCLESIA (AE) - Nos últimos anos o público tem conhecido uma informação religiosa com a marca Ecclesia, presente na televisão, na rádio e também na Internet. Que percurso tem sido este feito pela Igreja nos conteúdos religiosos?

Cónego João Aguiar (JA) - É um percurso de permanente atualização. Atenta, em primeiro lugar, à necessidade de evangelizar através dos media, sem perder de vista a missão fundamental de os evangelizar

 

e, depois, comunicar Jesus Cristo nas diversas plataformas, através da mensagem escrita, da mensagem audiovisual e hoje, presente no novo continente digital.

 

AE - Numa adequação aos novos tempos?

JA - Precisamente, percebendo que a Internet é um continente novo, habitada por milhões de pessoas e que a obrigação de levar a todos uma pessoa, que é a mensagem da Igreja, urge e, por isso, estamos aí. Não por moda mas pela necessidade de levar a mensagem a esses espaços, nesse modo de ser e de estar.

 

AE - Importa estabelecer parcerias para otimizar a comunicação?

JA - Precisamente. Há necessidade de congregar pessoas na formação, partilhar conteúdos e estruturas. Não quero ser ofensivo, mas parece que muitos teimam ainda ir à caça com o seu galgo ou dar tiros isoladamente. Os tiros podem fazer muito barulho, mas o alvo pode ser fraco. Precisamos aprender a viver mais em comunhão neste momento.

 

 

AE - Trata-se de comunicar de diferentes formas, na televisão, na rádio, no portal da agência e, mais recentemente no semanário digital?

JA - Trata-se de dizer a verdade de sempre, a pessoa de sempre, nas diversas linguagens e plataformas. A Agência ECCLESIA tem-no feito bem.

Eu tenho a experiência de ano e meio de convívio com os bons profissionais da Ecclesia. Durante este tempo fomos fazendo a evolução para as novas plataformas que o consumidor de hoje exige, ou seja, ter tudo agora e no meio que está mais à mão.

A própria Agência está em processo de restruturação para que possa oferecer os conteúdos nas linguagens dos seus “consumidores”.

 

AE - Restruturação que se estende à presença da Igreja Católica nos media?

JA - Decorrem num momento particularmente difícil. É preciso fazer de forma diferente, habituar os profissionais à linguagem, “saber que Deus não é googlável” (afirmação do jesuíta António Spadaro, diretor da revista «Civiltà Cattolica», ndr), mas há que estar na Internet, com a

 

 

linguagem digital, sem abandonar os públicos tradicionais.

 

AE - E a Igreja está preparada para investir na comunicação?

JA - Tem feito um esforço de atualização nas linguagens, nos suportes, num esforço assinalável tem investido na formação, até nos seus agentes de pastoral. Não sei se está a meio do caminho ou ainda no princípio, mas é um esforço assinalável. Tenho esperança que este processo vá continuar e, sobretudo, sublinho a necessidade de continuar a fazê-lo.

 

AE - Estando há um ano e meio a acompanhar a Ecclesia, que projeto tem para o Secretariado nacional das Comunicações Sociais?

JA - A comunicação depara-se com dois grandes desafios: editorial e de sustentabilidade. O desafio editorial para a Igreja em Portugal implica explicar o que é que a médio e longo prazo quer dizer à sociedade onde está incarnada, através de que linguagem e de que meios. Este é um desafio editorial que para nós tem ainda outro componente.

 

 

A secularização galopante do nosso tempo não torna apetecíveis os conteúdos que propomos. Há uma erosão e dificuldades que nos colocam ainda outro desafio que se relaciona com a renovação dos públicos. Temos uma imprensa de inspiração cristã voltada para leitores mais idosos e tradicionais, sendo por isso necessário que na linguagem e nos conteúdos que o nosso tempo faz se vá conquistando públicos mais jovens. E não apenas os que estão dentro da Igreja, mas os outros da Igreja que são todos.

 

Fazer uma proposta a todos, obriga-nos a estar mais abertos, mais plurais, fiéis mas menos fechados.

Por outro lado, o desafio da sustentabilidade. Vivemos uma crise económico-financeira grave que também se abate sobre os meios de comunicação social, sobre a própria imprensa que é o meio que em muitas dioceses e paróquias ainda domina. Conhecemos a crise do mundo gráfico e podemos estar perante a crise do jornal impresso. Para além da crise financeira temo ainda uma crise de comunhão.

 

 

AE - Nos últimos anos o Papa tem mostrado uma atenção particular aos novos media e tecnologias, aos bloguistas e recentemente abriu uma conta no twitter. Que percurso é este feito por Bento XVI?

JA - Desde 2009 que encontramos estes temas: Novas tecnologias, novas relações; em 2010 o Papa propôs o sacerdote e a pastoral no mundo digital; em 2011 centrou-se na verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital. No ano passado, em 2012 a perspetiva apresentada foi do silêncio e da palavra como caminho de evangelização. Este ano o Papa alude às redes sociais e aos portais de verdade e de fé.

Ainda não li a mensagem mas não é difícil adivinhar que não estará longe da insistência do uso da Internet, não apenas como um meio de evangelização mas como um ambiente onde o homem hoje vive, que muda também a sua forma de expressão.

Há um novo homem e mulher. Não estamos a falar de técnicas e de

 

 

 

 

 

 

 

 

instrumentos mas de uma realidade antropológica sobre a qual precisaremos de meditar.

 

AE - Trata-se de uma redefinição nos espaços de evangelização? Sem perder o conteúdo fundamental para o qual o Papa aponta?

JA - Trata-se de pedir que haja missionários neste mundo digital. São necessários missionários digitais, não apenas apaixonados pela tecnologia e ao serviço, mas capazes de colocar alma na Internet.

Hoje vamos ao Google e encontramos tudo à distância de uma palavra. Se fizermos uma procura com a palavra Deus não podemos esquecer que a fé é o encontro pessoal com Jesus Cristo e não uma coisa que aparece no ecrã do computador.

 

 

 

AE - A Conferência Episcopal Portuguesa desenvolve o projeto «Repensar juntos a Pastoral da Igreja». Que espaço ocupa a comunicação social neste repensar a pastoral?

JA - Deve ocupar um espaço essencial, não como uma pastoral à parte mas estando presente em todas as

 

pastorais. O monsenhor Celli, o nosso patrão ideológico (presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, ndr), diz que se a Igreja não comunica não é aquilo que é. É este veículo de comunicação a sua vocação tendo como finalidade provocar a comunhão.

 

Django Libertado

Passam 30 anos desde que Quentin Tarantino encetou a sua carreira de realizador. E quem tenha visto ‘My Best Friend’s Birthday’, sua primeira obra (curta), com as limitações de um iniciado, depressa se aperceberia do olhar peculiar sobre as pessoas que somos, a forma de as expressar no cinema e de tirar partido das suas potencialidades. Pequena amostra, a que chamou sua ‘escola de cinema’ dum potencial que se revelaria não pelo academismo mas pela cultura popular, com cunho próprio.

A partir de ‘Cães Danados’ (1992) e de ‘Pulp Fiction’ (1994) já não se dissocia o nome de Tarantino da ironia crua, da violência desconcertante por ser simultanea e explicitamente inaudita

 

 

 

e, no entanto, estranhamente cómica, o que a destaca da realidade – sem significar que a legitime.

‘Django Libertado’, o ansiado filme que agora estreia, poderia ser só uma homenagem ao western americano e ao ‘Django’ de Sergio Corbucci (1966),

 mas é evidentemente muito mais que isso: uma reinterpretação da questão da escravatura e de um Oeste Selvagem que sem grandes pretensões intelectuais ou filosóficas não deixa de desbravar vasto terreno sobre a condição humana, a liberdade interior, o valor da vida e, inerente a este, o do amor e da amizade como cumprimento, ou não, desse ‘estar ou ser vivo’.

Django é um escravo negro separado

 

 

 

da sua mulher que acaba resgatado por um caçador de prémios, Dr. Schulz, um americano de origem alemã, amante da literatura. Unidos por objetivos que se encontram, sendo o de Django a libertação da mulher que ama e o de Schulz um prémio avultado pelos corpos, vivos ou mortos, de um gangue, os dois homens seguem rumo ao Mississipi. No caminho, ganham a amizade e o respeito mútuo, numa cumplicidade que lhes pode custar a vida.

Porventura um dos seus filmes mais lineares, Tarantino escusa aqui as ‘deambulações’ (nunca inúteis) por diversos caminhos e personagens, centrando na
cumplicidade

 

de dois homens questões suficientes para nos despertar a todos e, sobretudo, uma sociedade americana de uma aparente ‘dormência’ sobre temas que poderiam parecer letargicamente repousados nos antigos westerns. E, no entanto, continuam latentes: racismo, o reconhecimento da liberdade individual e coletiva, respeito pelo outro...

Um argumento inteligente, diálogos únicos, magnificamente filmado e interpretado e servido por uma eclética e pertinente banda sonora, eis um acutilante olhar sobre ‘os vivos e os mortos’ que somos onde a crueza de algumas sequências nada tem de gratuito.

Margarida Ataíde

 

 

 

 

Movimento ecuménico Jovem online

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ecumenismojovem.org

 


 

Estando a Igreja a viver a semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, desta feita propomos um olhar atento ao sítio do Movimento Ecuménico Jovem. Este espaço virtual, “organizado pelo Fórum Ecuménico Jovem, reflecte o entendimento crescente entre os representantes dos departamentos da juventude das Igrejas Católica Romana, Lusitana, Metodista e Presbiteriana, que têm vindo a reunir-se regularmente desde 1998”. Tendo como principal e importante objetivo a “descoberta e o aprofundamento do relacionamento ecuménico”.
Logo na página inicial, além do habitual menu com as diversas opções, dispomos de alguns destaques relacionados com a temática ecuménica. Nomeadamente encontramos os subsídios referentes a esta semana, que este ano estão inspirados na passagem do profeta Miqueias (cf. 6-8) que lança a questão "O que Deus exige de nós". De referir que a presença de objectos multimédia é constante, o que proporciona um ambiente bastante mais interativo e atrativo.
Na opção “notícias”, os artigos sobre o fórum ecuménico jovem, bem como alguns textos sobre ecumenismo, são uma presença efetiva.

No item “lista de documentos”, dispomos de uma listagem de escritos sobre ecumenismo (cartazes, folhetos de apresentação, mensagens, roteiros, etc.).
 

 


 

Em “galeria”, podemos aceder às várias fotografias do grande evento anual deste movimento, que ocorre em outubro, denominado “Fórum Ecuménico Jovem”.
Caso pretenda mais informações acerca das diferentes Igrejas que compõem esta organização, basta aceder à opção “contactos”, onde dispõe do endereço postal, do correio electrónico e ainda da página na internet.

Por último, sublinhamos somente que pode escutar o CD musical ecuménico -“Encontrarei o Teu Olhar”, numa ferramenta própria para o efeito. Conforme referem os seus autores, “este CD nasce desta

 

procura no sentido de discernir os caminhos possíveis da reconciliação e da

construção da unidade. Sendo a música uma linguagem comum de expressão da fé, esta é uma forma de partilharmos composições das diferentes denominações cristãs a que pertencemos e um desafio a acolher os diferentes modos de cantarmos a fé num único Senhor”.
Aqui fica então a sugestão para que visitem este espaço, tendo em conta que, com este pequeno gesto nos podemos unir e aproximar nesta semana tão rica e importante para todas as Igrejas Cristãs.

Fernando Cassola Marques

 

 

Para celebrar com crianças – Ano C

 

Durante o ano C, a comunidade cristã lê, escuta e medita o Evangelho de Lucas. É pelo seu olhar que acompanhamos Jesus à medida que Ele se aproxima de Jerusalém.

Os relatos deste médico, que não pertenceu ao grupo dos apóstolos, caracterizam-se pela alegria - ser crente é abandonar-se com júbilo e confiança ao amor de Deus – e pela misericórdia: Deus é pai que perdoa, pastor que procura a ovelha perdida, taumaturgo que se aproxima dos que sofrem, profeta que proclama o perdão gratuito.

Estas e outras notas distintivas do Evangelho de Lucas são valorizadas nas propostas contidas no livro “Para celebrar com crianças – ano C”. Mais do que fornecer guiões “pronto-a-usar”, este recurso apresenta às equipas litúrgicas cinco ‘apartados’ que enquadram o Evangelho de cada Domingo.

1. Breve comentário ao Evangelho (ideias-chave a para a preparação da homilia); 2. Símbolo (para tornar

 

 

visível e percetível o que dizem as leituras); 3. Sabias que… (curiosidades bíblicas e informações complementares ao Evangelho); 4. Oração (para meditar a liturgia e ser usada em qualquer momento da celebração); 5. Desenho (ilustração alusiva ao Evangelho).

 

Com estes recursos, a celebração da Palavra torna-se mais fácil e profunda, sobretudo se contar com a presença de crianças. Mais sensíveis aos estímulos visuais, elas precisam de ser envolvidas na narrativa da liturgia para celebrarem de forma ativa e participativa.

 

Para celebrar com crianças – ano C

José Joaquín Gómez Palácios

Edições Salesianas

172 pps.

8,10€

 

 

 

Revista «O teu espaço»

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


A Fundação Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) publica a revista online “O teu espaço”, com conteúdos direcionados para crianças e jovens. A iniciativa liga-se ao projeto Educris e à sua plataforma de apoio nas três grandes áreas da educação cristã: Catequese, EMRC e Escolas Católicas.

A página disponibiliza vídeos, fotos e textos relacionados com temáticas religiosas e juvenis, sendo ainda adicionadas crónicas, artigos sobre música, criticas a livros e a filmes, cartoons e sugestões de sites.

 

 

 

Uma carta do cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira aos jornalistas

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

A propósito da festa de São Francisco de Sales (padroeiro dos jornalistas), o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, escreveu, a 24 de janeiro de 1963, uma mensagem sobre a « Dialética  do II Concílio do Vaticano e o mundo de hoje» onde referia que “aqueles que se comprazem no próprio espírito, como narcisos, diante do espelho, em adoração própria, não lograrão entrar no tesoiro escondido da alma do concílio, como da Igreja».

Na sua mensagem aos jornalistas e intelectuais católicos, o patriarca de Lisboa sublinhava que o concílio convocado pelo Papa João XXIII pretendia mostrar ao mundo o “verdadeiro rosto da igreja” e não seria um acontecimento para “condenar os erros, aliás já condenados, que reverdecem sempre do tronco velho, mas não morto” (In: Boletim da A.C.P, número 346, pág. 285).

Nas suas considerações aos jornalistas sobre a figura de São Francisco de Sales – “o santo de integral cultura cristã” - D. Manuel Gonçalves Cerejeira, um dos padres conciliares, pedia cautela com “a névoa indecisa dos ismos” porque “importa sacudir o pó da história, deixando o que está morto”.

Ainda no domínio dos apelos, o cardeal-patriarca acrescentava que era fundamental “abandonar uma pastoral antiquada, estática, extremamente apoiada e protegida, servida por

 


 

uma massa de minores” e “criar uma mentalidade para os tempos novos”.

Em relação à situação dos cristãos, o padre conciliar português alertou os católicos a estarem “no mundo e com o mundo como realidade cristã eficaz”. O testemunho destes é “luz na noite do materialismo dominante”.

Ao fazer referência aos acontecimentos do século XX e às teorias dominantes, D. Manuel Gonçalves Cerejeira reconheceu que se estava a assistir “à liquidação duma grande época histórica, a mística Cristandade, para entrar noutra, cremos, (sabe Deus através de que acontecimentos apocalípticos) noutra maior: mais humana, mais cristã”. No seu texto, o bispo de Lisboa refere também que desta “grandiosa tragédia, ou melhor, desta imensa crise do crescimento providencial do mundo, a Igreja saiu com um rosto mais religioso, mais puro e mais luminoso”.

Ao olhar para o passado, o cardeal-patriarca de Lisboa admitia a existência de “alguma poeira dos séculos «nas estruturas, no comportamento e até na espiritualidade da Igreja»”. No entanto, “quando se grita por esse mundo fora

 

contra o triunfalismo, o clericalismo, o institucionalismo, o autoritarismo, o marianismo, o papalismo”, o prelado questionava: “[São] Inevitáveis defeitos humanos dos membros da Igreja, ou de defeitos estruturais da própria Igreja?”.

Perante estas realidades, D. Manuel Gonçalves Cerejeira afirmava aos jornalistas e escritores católicos que era necessária uma nova pedagogia pastoral: séria, formação pessoal, capacidade e possibilidade de decisão, risco de responsabilidade, como tem tentado a Ação Católica”.

 

Começar o concílio em casa de um pastor anglicano

 

O II Concílio do Vaticano continua a colocar “muitos desafios a toda a Igreja” disse à Agência ECCLESIA o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas. Ao falar concretamente dos consagrados, o bispo do Algarve pede aos institutos de vida religiosa que se “identifiquem com Cristo” para anunciar o evangelho.

Sendo membro da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), D. Manuel Quintas recorda a educação que teve antes da assembleia magna convocada pelo Papa João XXIII. “Era uma educação própria daquele tempo, sem querer formular qualquer juízo de valor” porque “daqui a 50 anos também dirão o mesmo da educação de hoje”. Inaugurado a 11 de outubro de 1962, o II Concílio do Vaticano reflete “essa mudança”, mas “o importante é – em cada tempo - saber ler os aspetos positivos”.

O atual bispo do Algarve, natural de Mazouco, Freixo de Espada a Cinta, (Diocese de Bragança-Miranda) entrou para o seminário em 1960 e recorda “perfeitamente” a abertura do concílio. “Naquela altura não existia televisão nos seminários”, mas – estava no Porto – “viu a abertura [do concílio] na televisão de uma família vizinha, por sinal um pastor anglicano”.

Nascido em 1949, D. Manuel Quintas recorre à sua memória e relata que “quando o Papa Paulo VI foi à Terra Santa – penso que foi a primeira viagem que ele fez ao estrangeiro – uma das famílias vizinhas emprestou uma televisão ao seminário”.

 

 

 

Os responsáveis da instituição da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus souberam “encontrar resposta para que os seminaristas pudessem acompanhar momentos decisivos para a vida da Igreja”.

Nos tempos que correm, segundo as palavras do prelado algarvio, os cristãos “ainda estão a usufruir e procurar escavar a riqueza que o concílio ainda constitui para a Igreja”.

 

Ecumenismo

O Concílio Vaticano II, com a presença de observadores das Igrejas separadas e a publicação de documentos como a Constituição Dei Verbum e o Decreto Unitatis redintegratio, imprimiu novo dinamismo ao movimento ecuménico. Para isso também contribuíram os numerosos encontros dos Papaa com chefes das Igrejas separadas.

Cf. Enciclopédia Católica Popular

 

 

Com pouco mais de dez anos quando se deu a abertura do II Concílio do Vaticano, D. Manuel Quintas – recebeu a ordenação a episcopal a 03 de setembro de 2000, na antiga Sé de Silves (Algarve) não tinha a perceção da grandiosidade do acontecimento. “Na minha adolescência não tinha essa visão”. Só, posteriormente, o prelado algarvio percebeu “o que era essa leitura nova dos sinais dos tempos e essa abertura da janela”.

Ordenado padre em 1977, D. Manuel Quintas fez uma experiência missionária em Moçambique antes de receber o sacramento da Ordem. Segundo as normas da congregação (Dehonianos), os alunos interrompem os estudos durante dois anos e fazem uma experiência missionária. Nesse país – através do contacto com os missionários – viu “a grande mudança e revolução que se verificou, sobretudo no campo da liturgia”. E acrescenta: “Poder celebrar a Eucaristia nas línguas nativas”.

“Um avanço e incremento muito grande na evangelização”, conclui D. Manuel Quintas.

 

Janeiro 2013

Dia 25 - Sexta-feira

25 e 26 - Fátima - Hotel Santo Amaro - Encontro nacional da pastoral penitenciária sobre «Direitos humanos e sistema prisional»

25 a 27 - Fátima - Seminário do Verbo Divino - Fórum de Educação Moral e Religiosa Católica sobre «Descobrir a solidez da fé: Testemunho e missão do professor de EMRC»

25 a 27 - Fátima - Casa de Nossa Senhora das Dores - IX Encontro de Responsáveis da Pastoral Vocacional dos Institutos da Vida Consagrada sobre «Comunicar para provocar o encontro - As novas linguagens e o dinamismo vocacional da fé».


 
Dia 26 - ábado

26 - Porto - Biblioteca Almeida Garret (10h00m) - Colóquio sobre «Sustentação estrutural e financeira do SNS» organizado pelo núcleo diocesano do Porto da Associação dos Médicos Católicos Portugueses.

26 - Lisboa - Estoril (Auditório da Senhora Boa Nova) - Ciclo de Concertos Explicados às Famílias «Ensemble de Madeiras de Pedro Castro - Um Sopro de Barroco»

26 - Lisboa - Convento de São Domingos de Lisboa - Conferência sobre «A formação dos credos» por frei José Manuel Fernandes e integrada no ciclo «As linguagens da Fé».

26 - Santarém - Dia diocesano do catequista.

26 - Portalegre - Casa de Mem Soares - Conselho Pastoral diocesano.

26 - Algarve - Centro Paroquial e Social de Loulé - Dia diocesano do catequista sobre «O Catecismo da Igreja Católica na pastoral ordinária».

 


 

 

 

 

26 - Aveiro - Sé - Apresentação do novo livro «Salmos Responsoriais», da autoria de João Gamboa, e de um duplo CD referente a «Cânticos para a Liturgia», do mesmo autor.

26 - Lisboa - Oratório SãoJoséMaria (17h30) - Conferência sobre «Santa Isabel de Portugal» pelo historiador Luis Adão da Fonseca.

26 - Braga - Famalicão - Encontro arciprestal de catequistas sobre «Catequista, reacende a chama da fé».

26 e 27 - Lisboa - Teatro da Cornucópia - Sessão do ciclo  «O Nome de Deus» com a leitura, por Luis Miguel Cintra, de «Duas Cartas», do francês Paul Claudel (1868-1955).


 

Dia 27 - Domingo

27 - Dia Mundial dos Leprosos.

27 - Lamego - Meda (átrio da casa da cultura) - Inauguração da exposição sobre «Os documentos do II Concílio do Vaticano e do Catecismo da Igreja Católica» por D. António Couto.

 

27 - Funchal - Auditório da Reitoria da Universidade da Madeira -Lançamento do livro «Visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima à Diocese do Funchal».

27 - Guarda - Sabugal - O bispo da Guarda, D. Manuel Felício, preside à jornada arciprestal da fé.

27 - Setúbal - Almada (Seminário) - Encontro diocesano dos Conselhos Paroquiais para os assuntos económicos.

27 - Setúbal - Charneca da Caparica - Início da semana paroquial da fé.

27 - Leiria - Sé - D. António Marto encontra-se com os catecúmenos adultos da diocese de Leiria-Fátima que vão receber o batismo na próxima vigília pascal.

27 a 03 de fevereiro - Semana do Consagrado

(Mensagem da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios)

 

 

 

Ano C – 3.º domingo do Tempo Comum

 

 

 

 

 

 

 

 

A Palavra de Deus alegra e transforma o coração
 

A Palavra de Deus, acolhida e celebrada, meditada e vivida, está no centro das longas leituras bíblicas deste terceiro domingo do tempo comum. Ela é o centro à volta do qual se constrói a experiência cristã, um anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que incarna em Jesus e nos cristãos.

O Evangelho apresenta Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. A comunidade de Jesus só pode ser uma comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra libertadora.

Na segunda leitura, Paulo fala dos dons, ou carismas, de Deus que são para repartir e pôr ao serviço do bem comum. Os dons indicados em primeiro lugar (apóstolos, profetas, doutores) dizem respeito à Palavra, ao anúncio da Boa Nova. A Igreja, corpo de Cristo, nasce e alimenta-se da Palavra. Diante da Palavra criadora e vivificadora que Deus dirige à comunidade, tudo o resto passa para segundo plano.

A primeira leitura exemplifica como a Palavra deve estar no centro da vida comunitária e como ela, uma vez proclamada, é geradora de alegria e de festa.

Vale a pena reler e meditar a descrição desta grande assembleia do Povo de Deus presidida pelo sacerdote Esdras à volta da Palavra.

Todos são convocados, a Palavra de Deus dirige-se a

 


Basílica da Santíssima Trindade, Pormenor dos Painéis de vidro, de Kerry Joe Kelly (Canadá) © Santuário de Fátima

 

todos sem exceção, a todos interpela e questiona. Os pormenores da cena concorrem para o respeito e veneração da Palavra, que está no centro e ocupa lugar especial na vida da comunidade. O modo como a Palavra é proclamada e explicada indica-nos como deve processar-se uma verdadeira celebração da Palavra. Diz que «os levitas liam, clara e distintamente, o Livro da Lei de Deus e explicavam o seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura». O Povo deixa-se interpelar, em atitude de conversão e transformação de vida. E tudo termina numa grande festa: o dia consagrado ao Senhor é um dia de alegria e de

  festa para a comunidade que se alimentou da Palavra.

É isso que acontece nas nossas vidas e comunidades, ao escutar a Palavra de Deus?

Muito caminho de renovação há ainda a percorrer, para que a Palavra do Senhor seja espírito e vida, reconforte a alma, seja sabedoria, alegre o coração, ilumine os olhos, permaneça eternamente em nós.

Estas são palavras do Salmo 18 de hoje, que devemos continuar a rezar ao longo da semana, para que a Palavra de Deus nos alegre, nos ilumine e nos transforme.

 

Manuel Barbosa

www.dehonianos.org

 

Relatório do FMI sobre a reforma do Estado: Sobre como pensar mal essa reforma

 

Américo M. S. Carvalho Mendes

Coordenador da Área de Economia Social da UCP/Porto

 
 

O relatório do FMI com o título “Repensar o Estado – Opções selecionadas de reforma da despesa” enferma de um erro que se tem vindo a cometer nas nossas políticas públicas não só nas últimas décadas, mas há muito tempo: desenhar no papel um país que se deseja, com metas irrealistas e depois pensar que se chega da realidade atual a esse país desejado por decreto.

Em tempos recentes, não só no setor público, mas também no privado, fizeram-se muitos desenhos destes, seguidos de investimentos que os concretizaram, esperando-se que iria haver país para utilizar de forma plena a capacidade assim instalada. Isso deu no que já

sabemos: infraestruturas públicas subutilizadas e investimentos no setor privado que foram, ou estão em risco de ir à falência, por vezes depois de terem consumido valores elevados de incentivos públicos.

O relatório do FMI é um exercício do género do atrás referido, mas a pender para o extremo oposto. Agora parte-se de uma determinada meta de redução na despesa pública tomada como um dado exógeno na análise e desenha-se no papel um país suficientemente pequeno para caber lá dentro, como se isso se pudesse fazer principalmente por decretos de uma governação sábia.

 

 



 

Tal estratégia também vai dar asneira. O país não cresce, nem encolhe por decretos que estabelecem metas desfasadas da sua realidade, realidade essa que é feita de uma coisa chamada … pessoas, mais as instituições que estas foram construindo ao longo dos séculos.

Se se pensa que essas pessoas e instituições se vão ajustar ao que o relatório propõe, então está-se longe da realidade. Se se pretende que a redução na despesa pública assente quase exclusivamente na diminuição do número de funcionários públicos com recurso ao despedimento e na redução de rendimentos que o Estado contratualizou com eles e com outros

 

cidadãos, estão está-se longe da realidade, uma vez que essa despesa tem outras componentes e há muitos ganhos de eficiência na despesa pública que não passam por aí e que o relatório não analisa como deve ser. Se se pensa que se melhora a equidade e a coesão social com cortes nas despesas sociais na escala e no ritmo de implementação que o relatório propõe, também se está longe da realidade porque as consequências prováveis serão o oposto disso.

Chega de muitos anos de políticas públicas desenhadas para um país que não temos e que a grande maioria da população não deseja ter e, por isso, vai acabar por rejeitar.

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

 RTP1, 10h00

Transmissão da missa

 

 

11h00 - Transmissão da missa da igreja paroquial de S. José de Algueirão (Sintra)

12h15 - 8º Dia

 

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, dia 27 - Proteger as crianças em tempo de crise.

 

 

RTP2, 18h00

Segunda-feira, dia 28 - Entrevista a Frei Filipe Rodrigues: Vida Consagrada.
Terça-feira, dia 29 - Informação e rubrica sobre os 50 anos do Concílio Vaticano II com o padre António Vaz Pinto
Quarta-feira, dia 30 - Informação e rubrica sobre Doutrina Social da Igreja com padre José Manuel Pereira de Almeida
Quinta-feira, dia 31 - Informação e rubrica "O Passado do Presente", sobre História da Igreja
Sexta-feira, dia 01 - Apresentação da liturgia dominical pelo padre Robson Cruz e Juan Ambrosio

 

Antena 1

Domingo, dia 27, 06h00 - Centros Universitários: Igreja e estudantes unidos.

Segunda a sexta-feira, 22h45 - Ano da Fé e Cultura: experiências e projetos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mali: Milhares fogem do terror

 

 

 

Primeiro, rebeldes islamitas, muitos deles ligados à Al-Qaeda, ocuparam o norte do Mali e impuseram a lei islâmica, havendo vários relatos de gravíssimas violações dos Direitos Humanos. Depois, para impedir o avanço rumo à capital, chegaram tropas francesas. No meio disto estão os cristãos, muitos deles em fuga, temendo os dias de amanhã.

Um relatório sobre o Mali divulgado na última sexta-feira, em Genebra, por Rupert Colville (do Conselho dos Direitos Humanos da ONU), denuncia a existência de várias violações de Direitos Humanos, incluindo assassinato e tortura.

O documento, que faz eco de uma missão que visitou este país africano em novembro, dá conta que estes atos foram cometidos tanto no norte do Mali, controlado por rebeldes islamitas, como na área controlada pelo Governo, a sul. No entanto, é no norte do país que se verificam os casos mais graves.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados anunciou também no final da última semana que está a reforçar as suas equipas na região, havendo o propósito de ajudar cerca de 300 mil deslocados internos e cerca de 400 mil civis que poderão pedir refúgio em países vizinhos, como o Burkina Fasso e a Mauritânia.

 

 

 

© DR

 

Também a Igreja Católica está a seguir com muita preocupação a evolução dos acontecimentos, sendo que a prioridade é dar apoio às populações deslocadas.

A Conferência Episcopal do Mali reuniu esta semana para conseguir no terreno uma mais eficaz coordenação dos esforços da ajuda humanitária, especialmente na região de Mopti. Em outubro do ano passado, o padre Laurent Balas, missionário dos Padres Brancos, que tinha passado cerca de seis anos na cidade de Gao, no norte deste país africano, afirmou, em

 

 

declarações à Fundação AIS, que “os cristãos foram obrigados a fugir do norte do Mali".

O Mali tem cerca de 15 milhões de habitantes e praticamente 90 % da sua população é muçulmana, em contraste com apenas 10 % de cristãos. Em 2012 a Fundação AIS apoio com 160 000 euros vários projetos no Mali e está a preparar uma ajuda de emergência para os refugiados da Diocese de Mopti, no centro do país, para onde fugiram milhares de pessoas.

 

Saiba mais em www.fundacao-ais.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um modo
particularmente
significativo de dar testemunho é a
vontade de se doar
a si mesmo aos
outros através da disponibilidade
para se deixar
envolver,
pacientemente
e com respeito,
nas suas questões
e nas suas dúvidas
Mensagem de Bento XVI
para o 47.º Dia Mundial
das Comunicações Sociais
   
 

 

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