04 - Editorial:

    Cónego João Aguiar

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

12 - Opinião

       D. Manuel Linda

14 - A semana de...

       Lígia Silveira

16- Entrevista

       Reitor do Seminário dos Olivais
28- Dossier

       Semana dos Seminários

 

 

 

 

 

38- Internacional

42- Cinema

44 - Multimédia

46 - Estante

48 - Vaticano II

50 -  Agenda

52 - Liturgia

54 - Programação Religiosa

55 - Por estes dias

56 - Fundação AIS

58 - LusoFonias

60 - Apps Pastorais

 

 

 

 

 

Tema do dossier da próxima edição:

Assembleia Plenária da CEP

Foto da capa: D.R
Foto da contracapa:  Agência Ecclesia

 

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Margarida Duarte, Sónia Neves, Carlos Borges, Catarina Pereira
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
Diretor: Cónego João Aguiar Campos
Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.
Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D - 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;

 

 

 

 

 

 

 

 

Opinião 

 

 

 

Semana dos Seminários

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Sínodo dos Bispos com novas questões

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450 anos de Trento

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D. Manuel Linda | Cónego João Aguiar | Padre Tony Neves

 

Às vezes parece o acaso

João Aguiar Campos

Secretariado Nacional das Comunicações Sociais

 

Devem ter passado dois anos sobre o dia em que os responsáveis do Seminário Conciliar de Braga me convidaram para um encontro com os seus seminaristas. «Coisa simples» -- explicaram, pormenorizando que se tratava apenas de contar como tinha surgido a minha vocação e como é que a vivo num ambiente diferente do habitual: quase sempre na comunicação social e, agora, administrando o Grupo Renascença; ou seja, fazendo algo que um leigo poderia fazer melhor…

Aceitei, com um pensamento fixo: «a vida em Lisboa descrevo-a com simplicidade e verdade. Quanto à origem da minha vocação, gasto dois segundos a explicá-la, dizendo apenas: não sei».

No calor da conversa fui, evidentemente, mais longe. E contei como aos nove anos, o confessor galego que se deslocava a Vilarinho da Raia (Chaves), onde eu então provisoriamente vivia, me perguntou, numa primeira sexta, se não gostaria de ser “cura”. Reguila, questionei-o sobre o assunto e, chegado a casa, anunciei que ia ser padre. A gargalhada ainda hoje não se extinguiu!... Até a minha mãe, que nos cansava a rezar e nunca se esquecia de invocar a Rainha das Missões para que nos desse «muitos e santos missionários», me aconchegou a si e exclamou. «Oh filho, valha-te Deus. Tu sabes lá bem o que queres…». Cautelosa, no fim da quarta classe levou-me à Escola Industrial e Comercial de Chaves, na esperança de 

 

 

ganhar um “montador eletricista”; mas, logo a seguir, ao estágio de admissão ao Seminário. Aceitaram-me, apesar de, ao que parece, ter sido o único que não respondeu como era esperado à pergunta «Para que queres ser padre?». Escrevi um redondo «não sei» e, no recreio, espantei-me com a certeza dos outros miúdos que tão ardentemente desejavam «salvar almas».

Evidentemente que, em devido tempo e vencido o doce tempo da inconsciência, tive ocasião de tudo debater e racionalizar, na fé. Tive de me confrontar com muitas dúvidas e alternativas.

 

Mas o que hoje quero aqui trazer é apenas este aparente acaso que moldou a minha vida; e como numa inofensiva pergunta começou um caminho permanentemente percorrido entre o espanto e a paixão.

Já agora, quantos pais, párocos e educadores fazem hoje aos seus educandos a pergunta do meu confessor galego? No entanto, essa questão pode ser a porta estreita para a voz terna d’Aquele que chama, em galego ou em português, mas sempre gratuitamente… Às vezes até parece o acaso!..

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Papa Francisco cumprimenta doente com neurofibromatose
na Praça de São Pedro no Vaticano,
05/11/2013 © LUSA

 

 

 

 

 

“As pessoas saíam a pé de casa para as esplanadas. As mesas dos restaurantes estavam sempre cheias. Agora os restaurantes estão vazios, ninguém sai de casa. Maputo está em estado de sítio. Parece uma cidade-fantasma.”

Empresário português a viver em Maputo, Moçambique, in Público, 06/11/2013

 

 

“Eu penso que no país há uma grande indiferença pelo que já realizei. Tanto faz que o meu cinema exista ou não exista, por isso fazer este filme é como ganhar uma batalha: É difícil. A conjuntura económica trava e fragiliza a montagem financeira do filme.”

Manuel de Oliveira em declarações à revista francesa «Cahiers du Cinéma» falando do novo filme «O velho do Restelo» que precisa de financiamento para ser rodado, edição de Novembro

 

 

 
 
 
 

“Muitas vezes somos demasiado áridos, indiferentes, distantes e em vez de transmitir fraternidade, transmitimos mau humor, frieza, egoísmo. A Igreja apenas pode crescer com o amor”

Papa Francisco na Audiência Geral, 06/11/2013

 

 

“O funcionário Crato não pensa, martela banalidades. O que sobra é isto: o ensino público transformado num vazadouro de lugares-comuns.”

André Macedo, in Diário de Notícias, 07/11/2013

 

 

"A greve é uma arma que fere ou mata."

Sérgio Monte, do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes em declarações à Rádio Renascença, 07/11/2013

 

 

A atualidade do Concílio de Trento

D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, destacou hoje a atualidade do Concílio de Trento como reposta e atitude de uma Igreja sem receio de “situações porventura negativas”. “A história da Igreja é sempre muito importante porque não se repete mas das experiências do passado obriga-nos naturalmente a pensar e a encontrar soluções no presente”, disse o prelado à Agência ECCLESIA, sobre a importância de promover um congresso sobre o Concílio de Trento quando se assinalam os seus 450 anos.

O prelado destaca ainda a atitude da Igreja no século XVI. “Era grande a crise mas o Concílio conseguiu unir a Igreja em torno da reforma e fazer com que tivesse uma Igreja de esplendor e entrássemos na Idade Moderna da com os descobrimentos, com a expansão da fé e outras realidades”, observou.

O cónego José Paulo Abreu, presidente da Comissão Organizadora do Congresso sobre Trento, disse que o Concílio foi uma “revolução enorme na 

 

Igreja”, marcada pela presença de D. Frei Bartolomeu dos Mártires que pediu uma “reverendíssima reforma”.

“Quando lemos as petições ao Concílio de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, percebemos que muito do que foi determinado em Trento estava já escrito pelo punho do antigo arcebispo de Braga”, afirmou à Agência ECCLESIA no Congresso “Concílio de Trento – Restaurar ou Inovar” que decorre em Braga até sexta-feira.

As reformas introduzidas pelo Concílio de Trento foram implementadas por D. Frei Bartolomeu dos Mártires, “o primeiro arcebispo a fazer a visita pastoral à diocese inteira”, que na altura incluía Vila Real, Bragança e Viana do Castelo, e a criar o seminário de acordo com as determinações conciliares, refere o cónego José Paulo Abreu. Para poder celebrar missa durante as visitas pastorais, D. Frei Bartolomeu dos Mártires tinha um “altar portátil”, em exposição nestes dias do congresso no Museu Pio XII, em Braga.

 

 

 

 

Para o Cónego José Paulo Abreu, “Trento foi uma revolução enorme na Igreja”, um “grande rejuvenescimento” a “nível doutrinal e disciplinar”, transformando o “absentismo pastoral” de párocos e bispos que resultava da “acumulação de benefícios”, em verdadeiros “curas das almas”.

 

“Quando ouvimos hoje o Papa Francisco dizer que não quer bispos de aeroporto está a dizer a mesma coisa”, referiu o presidente da Comissão Organizadora do Congresso sobre Trento.

 

 

Presentes solidários para o Natal 2013

A Fundação Fé e Cooperação (FEC), ligada à Conferência Episcopal Portuguesa, lançou a sua campanha natalícia ‘Presentes Solidários 2013’, que visa promover a melhoria das “condições reais” de vida de famílias dos países lusófonos. A iniciativa propõe a compra de um dos 11 presentes, em nome de um amigo, colega ou familiar, para apoiar populações de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, para além da formação de voluntários em Portugal.

A lista inclui a possibilidade de oferecer consultas de oftalmologia e óculos, material escolar, mesas e cadeiras para centros infantis, consultas médicas anuais, batas escolares, pequeno-almoço diário para 100 crianças de rua ou livros para uma biblioteca itinerante.

Os presentes XL, com valores entre os 115 e os 250 euros, são três: formação em serviço para uma enfermeira/parteira, brinquedos didáticos para estimulação motora e sensorial de crianças com necessidades educativas especiais e formação profissional

 

 

(mecânica, secretariado, cabeleireira) para jovens.

Esta campanha foi criada em 2006 e tem-se vindo a repetir todos os anos, entre os dias 6 de novembro e 6 de janeiro, tendo já contribuído com mais de 23 mil presentes solidários, que respondem a necessidades nas áreas da educação, saúde e infraestruturas.

Este ano, a iniciativa é apadrinhada por Marcelo Rebelo de Sousa, D. António Couto, Alice Vieira, José Diogo Quintela, Maria da Glória Garcia, Guilherme de Oliveira Martins, António Monteiro, padre Tony Neves, Maria João Avillez, Pedro Rocha e Melo, Laurinda Alves, Fernanda Freitas, Miguel Arrobas, Inês Pupo e Gonçalo Pratas.

 

 

 

Escuteiros: 90 anos em avaliação

O Corpo Nacional de Escutas (CNE) celebra 90 anos em Portugal e vai aproveitar esta data para avaliar a sua atividade e as mudanças no programa educativo a partir do Congresso, este sábado e domingo, em Lisboa. “Os 90 anos foram uma espécie de chapéu-de-chuva para ao longo de um ano inteiro desenvolvermos um conjunto de atividades singulares. Neste momento somos mais de 72 mil e 700 membros e de vez em quando é preciso parar, olhar atrás, para onde estamos e dizer por onde vamos seguir. Há uma tradição no movimento de mais ou menos de 10 em 10 anos fazermos esta paragem”, refere à Agência ECCLESIA Carlos Alberto Pereira, chefe nacional do CNE.

 

 

Uma paragem avaliativa que vai servir também para analisarem as mudanças no programa educativo do CNE, que começaram a ser implementadas há cerca de dois anos, e no Sistema de Formação de Adultos: “Era altura de olhar à nossa volta para vermos o olhar dos outros, para podermos refletir sobre a avaliação do desempenho do programa educativo e introduzir melhorias mas também 

enriquecermos o Sistema de Formação de Adultos que começa a funcionar este ano”, explicou o responsável nacional.

Estas são oportunidades para conjugar a fidelidade às origens, ao método educativo do fundador Baden-Powell, com os desafios da sociedade contemporânea.

 

O primado da sociedade

D. Manuel Linda

Bispo das Forças Armadas e de Segurança

 

A propósito do meu apontamento anterior sobre «relativismo e sociedade», recebi uma curiosa mensagem, pedindo-me para desenvolver o assunto. Fiquei contente por saber que, ao menos, tenho um leitor fiel. Nos tempos que correm, nem todos poderão gabar-se de semelhante proeza… Mas também fiquei inquietado, pois os 2.500 caracteres que me concedem pouco mais permitem que enunciar o tema. Mesmo assim, vamos a isso.

É doutrina da Igreja que a sociedade e os organismo que ela gera (famílias, escolas, espaços de saúde, empresas, sectores de proteção da terceira idade e da infância, associações culturais, desportivas, etc., etc.) são axiologicamente anteriores, mais fundamentais e até mais relevantes que o Estado. E que este, pela negativa, não pode impedi-los, a não ser nos casos em que colidam com a boa ordem social; e que, pela positiva, o Estado é obrigado a promover, apoiar e incrementar esses organismos. E a este conceito dá-se um nome complicado, mas capital para a boa organização da vida em sociedade: chama-se princípio da subsidiariedade. Em termos simples ele advoga: a sociedade e seus organismos não são para estar ao serviço do Estado, mas este é que deve estar ao serviço daquela.

Ora, mesmo depois da queda das 

 

 

 

 

 

 

ideologias totalitárias, o Estado tem engordado desmesuradamente. Quer estar presente em todos os âmbitos e em todos os lugares. Mas a recente crise económico-financeira mostra que isso tem limites. Mesmo que tal fosse económica e socialmente possível, não seria desejável, pois ao confiar-se todas as responsabilidades ao Estado, a sociedade e as pessoas desresponsabilizam-se, infantilizam-se,  tornam-se superficiais e apáticas umas para com as outras e até para consigo próprias. Para além de isso constituir uma agressão à dignidade da pessoa: se alguém teimasse dar-me a comida à boca, para mim seria uma terrível ofensa, pois, para já, prefiro comer pela minha mão.

Um Estado que, por si, sem o concurso da livre iniciativa social, intente suprir todas as necessidades faz a figura de um pai déspota que recusa ver que 

 

os seus filhos cresceram: anestesia a vontade e a mais profunda sensibilidade. Mas mais: acaba por conceber o «bem comum» como o bem de certos estratos ou clientelismos e por substituir o «bem árduo» do ideal a edificar pelo «bem apetecível» dos instintos a satisfazer.

Desse Estado, eu tenho medo. É que o pouco que consegue é a alto preço e facilmente se torna um polvo de tentáculos sugadores que envolvem os pobres para engordar os ricos. Tudo vigia e tudo oprime, a ponto de a insuspeita «Escola de Frankfurt», há anos, falar da “jaula de ferro” em que nos meteram. Enfim, faz-nos rebanho cada vez mais confinado a um curral reduzidíssimo: o do pão e circo, como na antiga Roma.

A solução só pode ser a do primado de uma sociedade forte, coesa e moralmente adulta para que o Estado se limite ao que efetivamente é: subsidiário e não principal.

 

 

Com que Igreja sonha?

Lígia Silveira

Agência ECCLESIA

 

Foi esta semana publicado o documento preparatório para a Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, onde a Igreja, em outubro do próximo ano, se dispõe a ouvir “testemunhos e propostas dos Bispos para anunciar e viver de maneira fidedigna o Evangelho para a família”.

Quando percebi que o documento vinha acompanhado de um questionário para aferir a vida real e comum de quem procura e se relaciona, ou deseja relacionar, com a Igreja, estando ou não em posição regular segundo a doutrina, recordei uma resposta que colhi à pergunta que serve de título a este texto.

“Uma Igreja que se junta ao final de uma tarde que, com a suave brisa, acolhe, escuta, conversa. Uma Igreja mais ao jeito de Jesus Cristo”.

O que faria Jesus Cristo perante situações “irregulares”? Acolhimento, escuta, relação. Penso ter sido isto que li nas perguntas que integram o documento preparatório do Sínodo dos Bispos. É a partir daqui que, mais uma vez, o Papa Francisco vai usar do discernimento que lhe é próprio (e que acredito marcará o agir deste pontificado) para tornar a Igreja “hospital de campanha”, capaz de “curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis”, de gerar “proximidade”.

Com que Igreja sonha? Com uma Igreja que pergunta aos batizados como vivem e se sentem na “irregularidade”: “Sentem-se 

 

 

 

marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os sacramentos?” Com uma Igreja que quer saber como as dioceses apresentam a “misericórdia de Deus” a separados e a divorciados recasados. Com uma Igreja que se preocupa com a atenção pastoral dada a pessoas envolvidas em uniões homossexuais. Com uma Igreja que pergunta a estas pessoas "irregulares" com que Igreja sonham.

Uma Igreja que possa ser esperança, indo ao encontro do que une e não do que separa, escutando entre os que procuram e fazem dessa busca uma prece de humildade e confiança.

Se há uma crise não no crer mas no pertencer, não estará a Igreja a impor pesos que provocam o afastamento mais do que o encontro? Que portas são essas que se abrem com regulamentos e normas?

Há muitos anos aprendi que as estruturas se mudam por dentro, através da intervenção. Saiba a Igreja, saibamos nós, ouvir quem chega com desejo de ser acolhido. 

 

 

 

 

Seminários, coração das dioceses

O padre José Miguel Barata Pereira, reitor do seminário dos Olivais de Lisboa, explica os objetivos da Semana dos Seminários, que decorre de 10 a 17 de novembro, e apresenta o guião celebrativo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Agência Ecclesia (AE) - O que pretende a Igreja ao propor uma semana de reflexão especificamente nesta instituição seminário?

Padre José Miguel Barata Pereira (JMBP) – É uma chamada de atenção para uma realidade que é de todo o ano e de todos os dias, o seminário como casa de formação que os documentos da Igreja chama de “coração da diocese”, onde se formam os sacerdotes para o serviço em cada tempo do povo de Deus, mas chamar a atenção de uma forma mais cuidada para a necessidade de rezarmos pelos seminários, de cuidarmos do sentido vocacional na vida, nas famílias e nas comunidades.

De partilharmos os bens espirituais e materiais com estas casas de formação que vivem da generosidade do povo de Deus e portanto de cuidarmos de uma forma mais atenta desta realidade importante na vida da Igreja.

 

AE – A intenção é mesmo envolver as comunidades cristãs para que elas tenham presente ainda mais esta realidade seminário?

JMBP – Sim, através das iniciativas seja de oferecer alguns subsídios

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 para ajudarmos localmente que se lembre, se cuide, se reze, se peça pelas vocações sacerdotais, seja às vezes abrindo também as portas e fazendo atividades de convidar as pessoas a vir aos seminários e durante esta semana a passar algum tempo com o seminário, a conhecer, a tirar às vezes algumas ideias menos certas acerca do que é um seminário.

 

AE – Até porque é no seio da comunidade cristã que naturalmente deverão despontar as vocações consagradas?

JMBP – Natural e sobrenaturalmente (risos) porque é uma realidade do chamamento de Deus que é sobrenatural. Sim, é no seio da comunidade cristã, da família cristã que surgem aqueles que o Senhor chama ao sacerdócio.

 

 

 

AE – Referia que ainda há por vezes mentalidades algo distorcidas em relação à realidade seminário, pesa uma tradição, ideias do passado. A realidade seminário também se adaptou muito aos desafios dos tempos, às novas vivências, os jovens que vão chegando também todos eles carregam uma cultura adequada à modernidade e o seminário teve que se adaptar e fazer esta leitura contínua?

JMBP – Sim, não no sentido de se adaptar para estar igual ao mundo mas no sentido de responder às realidades concretas que o mundo precisa porque os sacerdotes existem para servir a Deus e ao povo de Deus nas realidades concretas que as pessoas vivem e crescem. E portanto com certeza que o seminário recebe todas as influências e indicações que veem com os jovens deste tempo e procura responder dando-lhes uma estrutura de fé e vida eclesial adequada ao ministério mas a responder à realidade que têm à frente e não apenas a modelos teóricos ou ficcistas do que quer que seja.

 

AE – Para que esta Semana dos Seminários seja vivida de forma 

 

 

 

intensa há a publicação - Para que Cristo se forme em nós - com o tema que preside esta semana e é um guião, um roteiro com diversos subsídios, contributos para que se viva esta semana quer pelos jovens, quer pelos adultos em momentos de oração, explicando o que é a realidade dos seminários, tudo está condensado nesta publicação?

JMBP – O tema surge na sequência da reunião de formadores dos seminários, que todos os anos acontece no fim de agosto, princípio de setembro, e que este ano fio centrado no crescer até à estatura de Cristo e que depois deu esta tradução de forma mais comum e inspirada numa passagem de São Paulo – “para que Cristo se forme em vós, sofro as dores de parto e maternidade até que Cristo se forme em vós” – e que depois deu este tema. E que de facto tem um conjunto de ajudas, seja do nível e oração da catequese ou até de propostas, de visitas e de outras atividades para ajudar a refletir e meditar um bocadinho acerca da vocação, da vocação sacerdotal, do lugar do sacerdócio na vida da Igreja e como isso desabrocha e desponta no seio da Igreja.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – Os jovens que chegam são diferentes dos que chegavam 20, 30 anos atrás, há uma maior diversidade até etária. Existem as chamadas vocações tardias, os que entram muitos jovens. Como é que se faz a gestão destas diferentes caminhadas na realidade de seminário?

JMBP – A Igreja foi encontrando várias propostas de acompanhamento exatamente para responder a esta pluralidade de origens e de proveniências. Foram desenvolvidos os pré-seminários que são formas de acompanhamento em ritmo externo mas que vão desde a segunda infância, a adolescência e da juventude vão ajudando a olhar a vida em chave vocacional, em termos de escuta e de decisão como resposta e não apenas como construção a partir de mim, da minha própria vida. E isso acontece muitas vezes com os jovens inseridos no seio familiar, na comunidade cristã, na sua escola, na sua terra. Ao mesmo tempo coexistem os seminários menores que em Portugal e nas dioceses portuguesas variam, 

 

uns ainda recebem na fase do ensino básico, outros do ensino secundário mas que é uma proposta de uma primeira comunidade cristã com outros laços que não os familiares onde se pode estruturar a fé e a vida eclesial naqueles onde porventura a história familiar e comunitária é mais debilitada para ajudar a isso ou outros onde já houve um caminho com alguma consistência e pedem um passo mais. Ainda existem estes seminários menores que caso a caso vão oferecendo resposta. Depois existe o tempo propedêutico de iniciação, para uns já é iniciação do seminário maior, outros é prévio ou seminário maior, varia um pouco de diocese para diocese, mas que procura dar a cada história, a cada itinerário cristão e vocacional que hoje é muito variado e plural algum sentido de comunhão, de sentir comum e de alguma fundamentação catequética acerca do que é que é a vocação, como é que a Igreja entende, o que é que é sacerdócio 

 

 

 

 

 

e o sacerdócio para os tempos de hoje. E estas formas de acompanhamento podem demorar mais ou menos tempo de acompanhamento antes de entrar no seminário, podem ser numa primeira fase mais pessoal e numa segunda fase com um grupo vocacional ou já numa residência de ano propedêutico ou tempo casa e depois o 

 

 
 

seminário maior onde a par da formação teológica nas Universidades Católicas ou nos Institutos de Teologia, onde ainda existem, depois existe também a vida comunitária, a solidez da vida espiritual, a iniciação pastoral que procura ir acompanhando e dando essa formação adequada aos tempos de hoje.

 

 

 

AE - A provisoriedade dos dias, dos tempos que vivemos afetam também grandemente os candidatos ou aqueles que se questionam numa vocação sacerdotal, consagrada?

JMBP – Essas dificuldades não são mal-intencionadas. As pessoas muitas vezes, no momento de decidir desejam que seja para sempre mas sempre com a ressalva “se der”. E esta ressalva permite ou dificulta muitas vezes que depois diante das tensões normais, diante das euforias ou das dificuldades permite que se esqueça quais são as ferramentas que ajudam a levar por diante aquilo que entrou numa fase de dificuldade mas em várias dimensões da nossa vida e por isso também muitas vezes no tempo de discernimento vocacional prévio à ordenação sacerdotal as dificuldades muitas vezes levam a não perseverar outras vezes até já depois da ordenação sacerdotal e algumas situações de abandono que sofrem dessa mesma dificuldade de confiar de que as ferramentas que se aprendeu que respondiam de 

 

 

facto respondem no momento da necessidade e não apenas quando tudo está bem.

 

AE – Hoje em dia ainda faz sentido falar de crise de vocações?

JMBP – Eu creio que os tempos são diferentes e que era bom nós ultrapassarmos essa linguagem. De facto a palavra crise apareceu muito de comparação ao tempo que os seminários estavam cheios e as pessoas iam para o seminário para continuarem os estudos e depois alguns ganhavam ai mesmo dinamismos e consistência vocacional, outros nem por isso mas havia um tempo cheio e depois houve um esvaziar dos seminários e esse tempo de crise.

Eu penso que já estamos noutra fase, não temos de facto o número de vocações necessárias ou adequadas às necessidades do acompanhamento efetivo dos cristãos, nós temos muitas vezes paróquias sem pároco e a terem de o partilhar por vezes até seis paróquias, depende das zonas de Portugal, mais do interior ou litoral, e temos falta de 

 

 

 

sacerdotes. Não creio que podemos falar de crise, pelo menos de vocações porque a haver alguma crise é de civilização de nos re-entendermos outra vez, já não estamos em cristandade, e porventura, às vezes, uma crise de solidez da fé, uma fé que é inspiradora dos valores mas que depois não se traduz numa conversão de vida concreta a partir desses valores 

 

que ficam apenas no campo da inspiração. Portanto, não creio que haja uma crise de vocações, pode haver e há algumas debilidades de uma estrutura comunitária, hoje é muito difícil a estrutura institucional e é preciso que as comunidades cristãs muitas vezes se repensem, as famílias também estão muitas vezes em fase de se entenderem. 

 

 

 

AE –É comum dizer que o seminário é a sementeira, que as vocações estão a despontar, enfim, estão num clima protegido de alguma forma mas depois os candidatos não serão candidatos depois da ordenação já serão presbíteros. Serão enviados às comunidades, até já antes, têm essa experiência mas depois terão embates com realidades diversas. A realidade do seminário também estão atenta e vai trabalhando estas questões?

JMBP – Sim, procura estar. Primeiro porque tentando manter alguma oferta de recolhimento e ambiente de centração no essencial antes do envio o seminário não é uma realidade fechada, seja porque os seminaristas frequentam uma universidade que sendo a Católica está no espaço público e portanto com outras faculdades e outros estudantes, seja porque frequentam na sua formação pastoral as realidades paroquiais dos jovens e dos adultos do seu tempo, seja da paróquia propriamente seja depois dos âmbitos familiares e sociais à volta daqueles com quem se 

 

encontram no trabalho pastoral e nas paróquias, seja porque a internet e a comunicação hoje é global e entra no seminário, está no seminário, também condiciona a própria vida do seminário até muitas das vezes as provocações à fidelidade e à vida dos seminaristas tem a ver com essas sugestões que se vão recebendo naturalmente e espontaneamente e depois com é que se aprende a lidar com isso e a canalizar tudo isso para um projeto definido e portanto neste realismo os seminaristas apesar de alguma proteção estão também expostos aquilo que depois serão os desafios da vida pastoral. Claro que depois há sempre uma transição que ai já não será o seminário mas o presbitério enquanto corpo fraterno de irmãos unidos na mesma consagração e com vínculos de fraternidade que depois ajudará também a lidar com esses desafios. Assim como, e ai é muito importante que o seminário ajude a estruturar para um sentido de comunhão na forma de viver o ministério, de comunhão

 

 

entre os padres mas de comunhão entre os demais cristãos, com os demais carismas e vocações, portanto comunhão eclesial, que fazem com que o sacerdote também encontre as respostas aos desafios na própria vivência do ministério com a comunidade onde cresce, quer dizer, que a comunidade não seja só a fonte de problemas, porque não é, mas que seja também a família dos irmãos na fé que encontra a resposta para a dificuldade. E ai é importante que o padre e o seminarista aprendam que há respostas que se encontram nesta comunidade alargada dos irmãos e outras que 

 

se encontram na comunidade do presbitério, da fraternidade sacerdotal com o seu bispo e aprender a usar e depois há sempre aquelas respostas que se encontram na intimidade a sós com Deus e ai tem que haver uma estrutura de vida espiritual e solidez de encontro com Jesus, que é um realidade pessoal, que é uma relação pessoal e não é apenas uma ideia que depois estrutura também o enfrentar dificuldades. Há sempre dificuldades que são dessa ordem e é ai que se encontram as repostas e o seminário por muito que prepare não substitui.

 

 

 

 

AE – O candidato já depois de ser sacerdote e estar numa comunidade nunca termina o processo de configuração com o próprio Cristo?

JMBP – Claro, e por isso ele chama a atenção, logo no início que o primeiro ponto, é o encontro verdadeiro com o próprio Jesus Cristo. A configuração só acontece se me encontrar com Jesus se não é uma colagem de características postiças que depois não configuram nada, podem perfeitamente até me iludir, sem maldade, sem má intensão mas até me iludir durante o caminho do seminário: Vou fazendo isto, vou cumprindo aqui, vou fazendo bem feito isto aqui mas no fundo não há uma transformação interior fruto desse encontro com Jesus Cristo mas que não é apenas um encontro eu-tu. É um encontro que gera uma unidade de vida. Deixe-me dizer um bocadinho que aquilo que se passa, que aquilo que a Igreja acredita na relação esponsal, que os dois passam a ser um só, mudando tudo o quer deve ser mudado mas há qualquer coisa aqui que importa que no futuro sacerdote também aconteça na sua relação com Cristo. Não há 

 

uma fusão, eu não me fundo em Jesus Cristo, nem Jesus me anula mas é importante que em muitas coisas eu perceba que é Cristo a ser em mim e a fazer-me ser mais verdadeiramente.

 

AE – Quem chega ao seminário, já no final de um curso universitário, chega com as opções mais amadurecidas?

JMBP – Não é assim tão líquido terá, alguma relação direta com a idade, mas não é tão imediata até porque algumas vezes as motivações com que se chega ao seminário é mais de um sentimento que eu alimentei durante tanto tempo e que durante tanto tempo não me permitiu pensar em mais nada afinal não respondeu aquilo que eu esperava e agora preciso de ir à procura de outra coisa. Portanto, não é ainda tão amadurecida pelo sacerdócio ainda que apareça claramente que eu quero ser padre mas eu quero ser padre a partir de uma imagem de padre que tenho a partir de uma ideia que fui aprendendo a construir a partir das relações que fui lidando mas que muitas vezes ainda é muito a procura à resposta da minha realização

 

 

 

 

pessoal porque aqueles sonhos que durante tanto tempo alimentei afinal não corresponderam, não é frustração.

Não falo de frustração, mas hoje por exemplo a entrada numa universidade, o medo de não entrar numa universidade ou a entrada no mercado de trabalho ou o medo de não entrar o 

 

mercado de trabalho faz com que muitas vezes às intensões, as energias, o melhor de si esteja focado no que é preciso preparar e garantir para que depois não me falte e depois quando lá chego, quando chego à universidade ou até quando chego ao trabalho não era aquilo que eu pensava que ia encontrar.

 

 

Aprender a ser padre em braile

Tiago Varanda está no seminário há dois anos. Ajudar a lavar a loiça no bar ou ler as leituras na missa quando chega a sua vez são compromissos que assume como todos os que se preparam para o sacerdócio, como ele. Isso e muito mais apesar da limitação física que tem: é cego.

A ideia de ser padre surgiu de início com um receio, com o medo do “impedimento”. Mas depressa se convenceu de que “um sacerdote cego, com algumas adaptações, pode fazer o que qualquer sacerdote faz”.

Natural de Lamego, Tiago Varanda nasceu em 1984 com um glaucoma congénito. Perdeu a visão progressivamente e aos 16 anos, já dependia da Micha, a cadela-guia que o acompanha desde essa altura em todos os momentos do dia. Também os que vive, agora, no Seminário Conciliar de Braga. Cada dia começa com a rotina da manhã que não é apenas a pessoal, mas também a da cadela porque é preciso “escová-la, ir com elas à rua, dar-lhe alimentação”. Depois é companhia constante, desde as primeiras orações.

 

 
Antes de entrar no seminário, Tiago já tinha o seu futuro “encaminhado”. A irreversível perda da visão desafiou-o a aprender, desde cedo, outras formas de leitura e de relacionamento no quotidiano. Frequentou o curso de História, em Viseu, e começou a dar aulas em várias escolas, também na região de Braga.

É neste percurso que a questão vocacional surge e, “aos poucos”, foi percebendo que era chamado ao sacerdócio.

“Se me sentia capaz de ser professor, não me parecia que a minha limitação física me impedia de exercer o sacerdócio”, afirma.

No Seminário Maior, em Braga, sentiu-se e sente-se “muito bem acolhido”. Os colegas e formadores diz que são “inexcedíveis” na ajuda que prestam.

“Apesar da limitação física, dou o que posso à comunidade”, refere Tiago Varanda, acrescentando que em grupo todos fazem a experiência da “aceitação mútua” de qualidades e defeitos, também os de ordem física.

 


 

 

 

Como todos os seminaristas, frequenta as aulas na Faculdade de Teologia, em Braga, e participa na vida comunitária do Seminário, onde o relacionamento e os diálogos com os colegas e os formadores acontecem de forma “muito natural”.

Adaptações, claro... Foram necessárias algumas: para a formação académica, por um lado, e que passam por possuir um  computador com sistema de voz que permita acesso auditivo a qualquer texto e por conseguir conteúdos em braile; e, por outro lado, ao nível específico da formação no Seminário, nomeadamente a participação na oração em comunidade. Tiago Varanda está a imprimir a "Liturgia das Horas” em braile para que se possa integrar ainda mais no grupo.

No futuro, Tiago considera que ser cego não o vai impedir de assumir a tarefa pastoral “que o bispo pedir”. “Estou aberto a qualquer coisa”, refere.

“É óbvio que vou precisar de algumas adaptações, mas creio que não será nada de extraordinário. Algum tipo de 

 

pastoral será mais adaptado de acordo com a minha limitação física. Mas tudo isso será tido em conta”, afirma.

 

 

Seminários e Comunicação

A Igreja, na sua essência, é comunicação. É Palavra, imagem, performance que abre à comunhão do Homem com Deus e com a humanidade.

Ao longo de séculos, o anúncio e vivência da comunhão tem na relação interpessoal o principal  meio, mas, em momento algum, a Igreja deixou de lançar mão de outros meios disponíveis para ampliar o alcance da missão, na sua vocação de universalidade.

Teve épocas em que se tornou, digamos, perita no uso desses meios, outras, entre desconfianças e condenações, deixou-se ultrapassar, fruto da incapacidade de compreender o meio e a ele ajustar a codificação da mensagem.

Vive de novo um tremendo desafio, a par dos demais atores da sociedade: ajustar a sua vivência ao tempo do virtual. Ultrapassando a visão de instrumento, a Igreja, igualmente os média, ditos, tradicionais, tem o desafio de levar o Evangelho ao ambiente digital, tantas vezes 

 

mais real que o real, ou também designado analógico. A missão de anúncio, hoje, como sempre, está em transformar o "lugar" e os corações dos homens e das mulheres de boa vontade. "On" ou "off" não é uma opção. Todos estamos imersos neste ambiente que muda o modo de pensar e de viver e que, para tantos, é o lugar de referência no processo de identidade e de relação.

Aqueles que se preparam, na resposta a um convite pessoal de Cristo, para servir a Igreja no ministério ordenado, são uma geração incarnada neste ambiente.

Neste domínio, hoje como ontem, há na Igreja uma preocupação na sua formação e capacitação para a leitura da realidade onde se desenvolve a missão. Precisamos, mais do que nunca, de uma presença consciente e lúcida dado o facto de todos serem "prossumidores", isto é, produtores e, ao mesmo tempo, consumidores de informação/comunicação. 

 

 

 

 

 

 

Mais ainda para quem tem como missão, não levar uma qualquer notícia, igual a tantas outras, mas a notícia da salvação, da redenção do Homem e da humanidade. Pessoalmente, e na experiência vivida e realizada no Seminário Conciliar de Braga, entendo que é fundamental um conhecimento aprofundado de todo o

processo comunicativo, o seu desenvolvimento e, de modo muito claro, as suas barreiras.

A partir desta base, transversal a tantas áreas, urge que os jovens a caminho do sacerdócio tenham um espírito crítico e seletivo na sua exposição e intervenção comunicativa. Para isso, é fundamental o domínio das diferentes gramáticas da comunicação: da comunicação interpessoal à imagem (fixa ou em movimento), da escrita às plataformas que unem as diferentes modalidade de comunicação, das redes sociais à 

 

construção da notícia, sem esquecer o efeitos (pessoais e sociais), da palavra lida à Palavra proclamada. Porque homens de Igreja, para a Igreja e para o mundo, o conhecimento da sua abundante doutrina neste domínio é fundamental, em particular a sua "atualização" nas mensagens papais para o Dia Mundial das Comunicações.

Na grande cacofonia comunicativa hodierna, a pequena "estória" ou, na linguagem bíblica, a parábola parece-me continuar a conter em si a força de abrir sentidos e conteúdos, destacando-se no meio de uma "overdose" de mensagem/informação.

A presença neste ambiente digital, para o dizer com o padre António Spadaro, deve ser a partir do testemunho em ordem a dar o sabor da fé vivida nos pequenos gestos de todos os dias.

 

Padre Paulo Gomes,

Diocese de Viana

 

 

A história do Século XX
passa pelos Seminários!

É comum ouvir, de antigos alunos que passaram pelos Seminários e não seguiram o caminho do sacerdócio, comentários muito positivos da experiência ali vivida e de quão importante foi para eles a formação ali recebida, pois lhes abriu horizontes e lhes permitiu enfrentar os desafios da vida sem perder a própria identidade. É certo que há quem guarde, daquele tempo e daquela experiência, memórias negativas, mas, tanto quanto nos é dado perceber, circunscrevem-nas mais à relação com este ou aquele professor, com este ou aquele superior, e não tanto à própria Instituição.  

Este mesmo sentir foi comprovado em inquérito lançado por ocasião da realização do primeiro Congresso dos antigos alunos dos Seminários portugueses, em Abril de 2008, não sem alguma surpresa! De facto, faz parte da cultura dominante a suspeita sobre as instituições. Quererá isto dizer que não havia problemas e que tudo corria bem? Certamente que não…

 

O que aconteceu, para a grandíssima maioria, é que, ao olhar para o caminho percorrido e enquadrada a educação recebida, com todas as suas virtualidades e limites, o saldo é muito positivo! A gratidão de tantos para com esta Instituição, expressa ainda hoje em palavras e gestos, é disso vivo testemunho e sinal de que ela cumpriu a sua missão, pelos frutos que produziu e continua a produzir nas suas vidas.

Sem dúvida que as Dioceses sempre investiram neste projecto o melhor de si mesmas, quer em recursos humanos quer em recursos materiais, por isso, esta generosidade tinha de produzir abundantes frutos, tanto no plano eclesial como social. Para além dos que foram ordenados (entre diocesanos e religiosos, cerca de 10% em todo o Século XX), os Seminários preparam dezenas de milhares de jovens para uma participação qualificada na vida social e eclesial, laboral e cultural.

Neste contexto, podemos dizer que, no nosso País, a história

 

 


 

 

 

 do Século XX passa, necessariamente, pelos Seminários! Não só porque neles se reflectiam as tensões e conflitos do tecido social e eclesial, mas também, estamos certos, porque não será possível escrever a história das mudanças do último Século sem identificar e avaliar o contributo e percursos de vida dos antigos alunos dos Seminários, presentes 

 

em todos os sectores da Sociedade portuguesa.

Em tempos de mudança, como são os nossos, que implicam directamente os Seminários, é necessário atender aos desafios da nova Evangelização e procurar caminhos novos com a generosidade de sempre!

 

P. Manuel Armindo Pereira Janeiro

 

 

Quatro dioceses
abrem Seminário interdiocesano

O Seminário Maior interdiocesano junta as dioceses de Viseu, Lamego, Guarda e Bragança-Miranda na cidade de Braga, numa resposta a 19 seminaristas que se dividem entre os locais de origem, onde realizam trabalho pastoral ao fim de semana, e a cidade dos arcebispos para a formação académica ao longo da semana.

“É a solução possível”, explica à Agência ECCLESIA o reitor desta instituição, o padre Paulo Figueiró que, deste setembro, coordena a equipa formadora constituída pelos padres José Luís Pombal e Vasco Pedrinho, respetivamente das dioceses de Bragança-Miranda e Lamego, respondendo assim à extinção do Instituto Superior de Teologia de Viseu, que servia as quatro dioceses.

“Pode não ser a situação ideal, muitos sacerdotes o confirmam, e, com certeza, o episcopado desejaria uma situação diferente, mas nos dias presentes, perante as dificuldades de várias ordens foi a solução possível e melhor”.

 
 

O responsável explica que a “novidade” é o funcionamento da instituição fora das quatro dioceses que serve, propondo “internamente o desafio de deixar bairrismos” e “gerar a comunhão entre todos, mesmo sendo de diferentes locais”.

A cidade de Braga, que acolheu esta casa pela “disponibilidade de instalações” e “proximidade” com a Faculdade de Teologia no polo da Universidade Católica Portuguesa, oferece “oportunidades a nível académico, cultural e eclesial” que a comunidade, sediada noutro local, não teria.

Segundo o padre Paulo Figueiró o desafio é não perder a identidade e a ligação ao presbitério das dioceses de origem.

Ângelo Santos, natural de Lamego, a estudar no quinto ano no Seminário interdiocesano dá conta de uma boa integração entre colegas, professores e seminaristas do Seminário conciliar de Braga.

“O ritmo ao fim de semana

 

 

 

 

 

 é grande, mas é uma questão de hábito”, explica o jovem de 23 anos, sublinhando tratar-se de mais “um desafio rumo à ordenação sacerdotal”.

O padre Paulo Figueiró dá conta de “algum cansaço” por parte dos seminaristas devido às “constantes viagens” mas afirma que o “sentimento geral é de satisfação”.

Enquanto reitor da instituição 

 

interdiocesana encara este “desafio” com “responsabilidade acrescida “na formação de sacerdotes para dioceses onde desconhece o presbitério, reconhecendo, no entanto, que este modo de funcionar pode “ser exemplo” para que as dioceses “não se fechem no seu ambiente e tradição” mas possam gerar “comunhão”. 

 

 

Bispos atentos
aos candidatos ao sacerdócio

D. Pio Alves, administrador apostólico da Diocese do Porto, afirmou que a Igreja não é uma multinacional “que necessita de contratar funcionários”, apresentando como prioridade o “regresso à Escola” de Jesus, na mensagem para a Semana dos Seminários. “Num tempo em que é notória a escassez de respostas à vocação sacerdotal, pode parecer um desperdício lírico que o tema e que a mensagem se entretenham a falar de Jesus Cristo. Pode parecer mais avisado fazer balanços sociológicos, estabelecer objetivos, traçar programas de ação”, assinala.

D. António Couto, bispo de Lamego, reflete por sua vez sobre o papel dos seminários como lugar de formação dos sacerdotes em oposição aos seminários em ambiente de trabalho, estudo ou universitário. “Hoje quero referir-me ao Seminário em sentido estrito e específico, que é o lugar, o tempo e o modo onde e como a Igreja reúne e forma os candidatos ao sacerdócio. O lugar e o modo é aqui uma casa 

 

ampla e simples, com espaços interiores e exteriores”, revela, destacando a diferença com a palavra ‘Seminário’ que “está na moda” e “usa-se na universidade e para múltiplos encontros de estudo e de trabalho”.

D. António Vitalino, bispo de Beja, considera que a Semana dos Seminários, com início neste domingo, é “a altura” para questionar o seu papel na “vida da Igreja e da sociedade”. “As comunidades dos seminários não se podem fechar em si mesmas. Precisam da relação com as comunidades reais e estas também de se relacionar com os seus seminários”, analisa, na sua nota semanal, recebida pela Agência ECCLESIA.

O prelado alerta para que os formadores, os párocos e mesmo demais prelados, “precisam de estar atentos” para que nos seminários “se cultive” a formação em contacto com outras realidades.

A Diocese do Algarve promove um lausperene diário, até 15 de novembro, e D. Manuel Quintas 

 

 

 

 

 

 

 

considera que tem sido a iniciativa com mais frutos e “mais eficaz para criar sensibilidade pela oração pelas vocações”. “Atribuo mesmo, com espírito de fé e de certeza, que os padres novos e os seminaristas que temos nestes últimos anos são 

 

 

 

dom de uma Igreja unida nesta cadeia de oração”, revelou o bispo local.

O prelado presidiu à celebração que marcou o início do lausperene, adoração permanente ao Santíssimo Sacramento, na igreja paroquial de Quarteira.

 

 

Sínodo aborda problemáticas
inéditas sobre a família

O Vaticano divulgou o documento preparatório do próximo Sínodo dos Bispos, que vai decorrer em outubro de 2014, destacando as problemáticas “inéditas” sobre a família e o casamento que a Igreja tem de enfrentar. “Hoje perfilam-se problemáticas até há poucos anos inéditas, desde a difusão dos casais de facto, que não acedem ao matrimónio e às vezes excluem esta própria ideia, até às uniões entre pessoas do mesmo sexo, às quais não raramente é permitida a adoção de filhos”, destaca o texto.

O Sínodo extraordinário dos Bispos, convocado pelo Papa, entre 5 e 19 de outubro do próximo ano, vai debater “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.

O documento preparatório refere que muitos adolescentes e jovens, “nascidos de matrimónios irregulares”, poderão “nunca ver os seus pais aproximar-se dos sacramentos”, para justificar a urgência dos “desafios apresentados à evangelização pela situação atual”.

 

“Na época em que vivemos, a evidente crise social e espiritual torna-se um desafio pastoral, que interpela a missão evangelizadora da Igreja para a família, núcleo vital da sociedade e da comunidade eclesial”, destaca o texto.

Este documento vai ser debatido por organismos episcopais e diversas instituições eclesiais, os quais podem enviar as suas propostas à Santa Sé.

O texto preparatório adianta que o Sínodo dos Bispos sobre a família vai ter duas etapas: a primeira, a Assembleia Geral Extraordinária de 2014, destinada a especificar o ‘status quaestionis’ (o estado da questão); a segunda, a Assembleia Geral Ordinária de 2015, em ordem a procurar linhas de ação para a pastoral da pessoa e da família.

No documento sublinham-se os ensinamentos da Igreja Católica sobre o matrimónio como “vínculo sacramental indissolúvel” ligado ao “amor entre o homem e a mulher”, que “dura para sempre”, e à “procriação”.

O texto é acompanhado por

 

 

 

 

 

 um questionário com 38 perguntas que “permitem às Igrejas particulares” participar “ativamente” na preparação do Sínodo Extraordinário.

A Santa Sé pede que sejam identificados “culturais que impedem a plena aceitação do ensinamento da Igreja sobre a família” e a contraceção, questionando ainda a melhor forma de “promover uma mentalidade mais aberta 

 

à natalidade”.

O elenco alude a “situações matrimoniais difíceis”, como a convivência ‘ad experimentum’ (experimental), as “uniões livres de facto”, os “separados e os divorciados recasados”, para perguntar “como vivem os batizados a sua irregularidade”.

Outras questões abordam o tema das “uniões de pessoas do mesmo sexo” e da “educação dos filhos no contexto das situações de matrimónios irregulares”.

 

 

Santa Sé pede combate
ao tráfico de pessoas

A Academia Pontifícia das Ciências, da Santa Sé, apresentou as conclusões da conferência internacional de dois dias sobre o tráfico de pessoas, que decorreu no Vaticano por iniciativa do Papa Francisco, apelando ao fim desta “escravidão”. “Penso que o Papa fará algo importante com este material, uma mudança radical”, disse aos jornalistas o chanceler das Academias Pontifícias das Ciências e das Ciências Sociais, D. Marcelo Sánchez Sorondo.

A iniciativa contou com a colaboração da Federação Mundial das Associações de Médicos Católicos e desenvolveu o tema ‘Tráfico de seres humanos, escravatura moderna’. O chanceler declarou que os trabalhos deixaram muitas propostas para enfrentar uma “situação dramática”, em particular no que diz respeito à “prostituição”.

“Alguns observadores acreditam que o tráfico humano irá ultrapassar o tráfico de drogas e armas em 10 anos, tornando-se a atividade criminosa mais 

 

 

lucrativa no mundo", indicou.

A Organização Internacional do Trabalho estima que haja 20,9 milhões de pessoas sujeitas a trabalho forçado e que cerca de dois milhões se vejam obrigadas a prostituir-se. Outra das preocupações apresentadas pelo Vaticano foi o tráfico de órgãos, que pode envolver cerca de 20 mil pessoas.

O professor Werner Arber, presidente da Academia Pontifícia das Ciências, afirmou que as várias formas de “manipular os seres humanos por interesse económico foram consideradas como formas modernas de escravidão”.

 

 

 

Milhares em oração com o Papa

O Papa pediu no Vaticano que as comunidades católicas evitem a “frieza” e “egoísmo” nas suas relações, numa audiência geral que incluiu um apelo à oração por uma menina doente que Francisco foi visitar. “Muitas vezes somos demasiado áridos, indiferentes, distantes e em vez de transmitir fraternidade, transmitimos mau humor, frieza, egoísmo”, advertiu, na catequese semanal, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Segundo o Papa, a Igreja apenas pode crescer com “o amor que vem do Espírito Santo”, frisando que sem este amor “nenhum dom serve para a Igreja, porque onde não há amor, há um vazio, um vazio que é preenchido pelo egoísmo”.

Francisco sublinhou que a “solidariedade fraterna” não pode ser uma “figura retórica” na comunhão entre os cristãos e, neste contexto, pediu aos presentes um “ato de caridade”.

“Antes de chegar à Praça, fui visitar uma criança de ano e meio, com uma doença gravíssima. O seu pai, a sua mãe, rezam e pedem ao Senhor pela saúde

 

 

 

 dessa linda menina, que se chama Noemi. Ela sorria, pobrezinha”, relatou.

O Papa pediu a oração de todos, num “ato de amor”, para que “o Senhor a ajude neste momento e lhe dê a saúde”.

“Nós não a conhecemos, mas é uma menina batizada, é uma de nós, é uma cristã”, acrescentou.

 

 

Desligados

Um advogado em permanente pressão vive ligado ao telemóvel sem disponibilidade para a família. Um casal é arrastado para uma situação de risco quando os seus segredos são expostos online. Um ex-agente da polícia viúvo tem dificuldade em lidar com o filho que persegue dissimuladamente um colega via internet. Uma jornalista ambiciosa vê-se em maus lençóis ao investigar e dar cobertura à participação de um adolescente num sítio para adultos.

Esta é uma história feita de histórias, de personagens que se cruzam no bairro onde moram, na escola que frequentam e nas ruas por onde passam. Em que, todavia, o que as une é uma ligação puramente virtual. Um drama que retrata os tempos que vivemos, como nos construímos, ficcionamos ou destruímos pela forma como gerimos o espaço social e relacional real ou cibernáutico.

Não se tratando da visão apocalíptica de um mundo condenado à desumanização pela internet e redes sociais, pese embora a ausência de benefícios 

 

da proximidade virtual entre os  casos escolhidos, ‘Desligados’ coloca-nos perante questões atuais incontornáveis, do nosso dia-a-dia, convidando a uma reflexão bem pertinente e profunda de natureza ética, psicológica, sociológica, sobre os riscos da subjugação do humano ao tecnológico, a entrega ao virtual em desprimor do interpessoal: a tentação do alheamento do que é física e afetivamente mais próximo em favor de uma intimidade fictícia; 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

a dualidade identitária provocada pela confusão entre o que se é, se expõe e conhece ‘on’ e ‘off’ line de tal forma que real e fictício se emaranham, perdendo-se ‘quem se é’; a fuga ilusória de uma solidão para outra; o 

 

descontrolo do domínio privado resvalado para o público e sempre, de alguma forma, controlado e explorado por um ‘alguém’ com intuito não propriamente beneficiente, demasiado vasto e incógnito.

Um filme construído a partir de um argumento sólido, cuja intensidade dramática se torna progressivamente mais densa, ao ritmo da evolução dos acontecimentos e ao entrecruzamento das várias histórias, onde as personagens se implicam.

Um regresso à longa metragem, após sete anos de ausência, do realizador  norte americano  Henry Alex Rubin que, em 2005, se destacou pelo seu documentário ‘Murderball – Espírito de Combate’, uma história inspiradora de superação protagonizada por uma equipa de jogadores de rugby paraplégicos. O filme arrecadou um bom lote de nomeações e prémios por entidades e em festivais bem cotados, incluindo Oscars, Sundance, British Film Institute e Gotham.

Margarida Ataíde 

 

 

Seminários Portugueses online

No ano de 2011 lançamo-nos na rede à procura da presença virtual dos Seminários Portugueses. Decorridos 2 anos e perto de iniciarmos semana de oração pelos Seminários (10 a 17 de novembro) fomos de novo perceber a sua presença na internet.

Começando pela diocese mais a sul, entramos no Seminário de São José da diocese do Algarve (www.seminario.diocese-algarve.pt/), um espaço a necessitar de alguma atenção principalmente ao nível das atualizações.

 
Subindo agora para a diocese de Setúbal, entramos no Seminário Maior de S. Paulo (www.smspaulo.org/), onde encontramos um espaço a carecer de alguns melhoramentos ao nível da imagem gráfica.

Chegados ao patriarcado, digitamos o endereço www.seminariodosolivais.org, e acedemos a um extraordinário espaço virtual quer ao nível gráfico bem como dos conteúdos apresentados. É o espelho da vida e alegria que se vive no Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais.

 

 


 

 

Na zona centro paramos na diocese de Aveiro, onde o Seminário de Santa Joana Princesa
também está presente, dispondo de informações atualizadas e conteúdos relevantes, num ambiente bastante agradável.

A diocese de Viseu possui no sítio seminário

(seminario.diocesedeviseu.pt/), um espaço virtual com bastante vida, devidamente atualizado e com conteúdos muito bem produzidos.

Chegados à diocese do Porto o sítio do Seminário do Bom Pastor

(www.seminariodobompastor.pt/) continua, como referíamos há dois anos atrás, a necessitar de remodelação (imagem gráfica e tecnologia utilizada) e de atualizações permanentes.

Outro seminário com uma presença digital relevante e que merece uma visita cuidada 

 

 

e atenta é o da Arquidiocese de Braga 

(www.fazsentido.com.pt/).

Chegados à diocese de Viana do Castelo, digitamos o endereço 

www.seminariodeviana.com/ e dispomos de um sitio devidamente actualizado e graficamente bem cuidado.

Por ultimo, o sítio do Seminário Episcopal de Angra (www.seminariodeangra.pt/) da diocese de Angra apresenta-se devidamente atualizado e com uma qualidade gráfica muito bem conseguida.

Ao efetuarmos uma mera análise numérica á presença digital dos diversos seminários diocesanos nacionais, se no ano de 2011 tínhamos treze espaços online mais ou menos estruturados, atualmente apenas nove se encontram disponíveis.

Aqui fica então um espelho da presença digital dos nossos principais seminários diocesanos.

 

Fernando Cassola Marques

 

 

A Papoila e o Monge

Fruto de uma viagem ao Japão, a convite do Centro Nacional de Cultura, e devedor também do Book of Haikus de Jack Kerouac, ‘A Papoila e o Monge’ é o novo livro de poesia de José Tolentino Mendonça, que a Assírio & Alvim publicou a 1 de novembro.

«Como se sabe, o haiku japonês é uma composição de três versos, com métrica fixa […], muitas vezes sem rima, propondo-se como um instantâneo que dá a ver o flagrante e o implícito, o assombro e a tensão inerentes à vida. A operação que Kerouac leva a cabo é a de valorizar sobretudo a capacidade do haiku trazer à página the real thing, a coisa verdadeira, libertando-o, porém, do esquema métrico: “Proponho que o haiku ocidental conte simplesmente muito em três curtos versos, e o faça em qualquer língua”».

 

José Tolentino Mendonça

 

 

 

 


 

 

Título: A Papoila e o Monge

Autor: José Tolentino Mendonça

N.º de Páginas: 176

PVP: 13,30 €

Coleção: Poesia Inédita Portuguesa

 

 

 

 

 

Interações do Estado e das Igrejas

O patriarca de Lisboa e o ex-presidente da República Jorge Sampaio vão apresentar a 19 de novembro o livro ‘Interações do Estado e das Igrejas’, editado pela Imprensa de Ciências Sociais.

A obra é organizada pelos historiadores António Matos Ferreira, diretor do Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR) da Universidade Católica Portuguesa, e Luís Salgado de Matos, da mesma instituição.

A sessão de apresentação vai decorrer a partir das 18h30 na Biblioteca da Assembleia da República, Lisboa.

O livro reúne estudos de diversos investigadores participantes no Seminário Permanente do ICS (UL) e do CEHR (UCP) sobre o Estado e as Igrejas que, desde 2005, tem corporizado um projeto de trabalho sobre «A Igreja Católica e o Estado Português no Século XX: os cardeais António Mendes Belo (1906-1928), Manuel Gonçalves Cerejeira (1928-1972), António Ribeiro (1971-1998) e a República Portuguesa».

Luís Salgado de Matos propõe padrões mundiais de 

 

 

relacionamento entre o Estado e as Igrejas; António Matos Ferreira apresenta um novo paradigma da Ação Católica; Teresa Clímaco Leitão analisa a democracia cristã na transição portuguesa de 1974-1982. Sérgio Ribeiro Pinto apresenta o percurso do cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira e Paulo Fontes o do cardeal António Ribeiro, patriarcas de Lisboa.

 

 

Albert Camus: Um hóspede privilegiado
do «Átrio dos Gentios»

 

Albert Camus: Um hóspede privilegiado do «Átrio dos Gentios»

Ao fazer uma análise do cristianismo da primeira metade do século XX, o bispo do Porto da altura, D. António Ferreira Gomes, afirma que a “religião de Cristo” tem de partir das “consciências para a sociedade e para o Estado e que a marcha contrária é pagã”. Nessa entrevista concedida ao Boletim de Informação Pastoral (BIP) de setembro-outubro de 1962, D. António Ferreira Gomes disse que o concílio “nunca poderá perder de vista” as soluções das perguntas postas à Igreja: “Pelo homem desta segunda metade já adiantada do século XX, num mundo materialmente uno, mas dilacerado por fortes tensões de dissolução em conflito com as forças morais coesivas”.

Estas respostas denotam que o prelado do Porto estava atento às questões que o «mundo» colocava à Igreja.

Neste contexto, o pensador francês, Albert Camus (1913-1960) foi um dos agitadores das consciências eclesiais. “Não procurarei tornar-me cristão diante de vós. Compartilho convosco o mesmo horror diante do mal, mas não partilho a vossa esperança, apesar de continuar a lutar contra este universo no qual há crianças que sofrem e morrem”, escreveu Albert Camus que completaria, hoje, (7 de novembro), o centenário do seu nascimento.

 

 

 

A efeméride obrigou-me a revisitar alguns textos deste francês nascido na Argélia. Na busca encontrei uma autêntica pérola sobre o pensamento do autor das obras «O Estrangeiro»; «A Peste»; «Os justos», «O Mito de Sísifo» entre outras. Essa pedra preciosa é da autoria do cardeal italiano, Gianfranco Ravasi, numa comunicação proferida na etapa de Marselha (França) do «Átrio dos Gentios». Na prelecção, o cardeal sublinha que “a pergunta acerca do mal na história e resistente a qualquer solução filosófica dilacerará sempre a alma deste escritor”. Ao falar sobre a obra «A Peste», o cardeal Ravasi acrescenta que esta “é a ponta do iceberg literário e espiritual do mar interior de Camus, é o seu Job intenso e trágico” (In: L´Osservatore Romano, 30 de junho de 2013).

Quando lhe atribuiu o prémio Nobel da Literatura, em 1957, a Academia sueca premiou acima de tudo um empenhamento cívico e uma consciência ética. “Era um inimigo da injustiça” e “nunca aceitou que se combatesse um totalitarismo à custa de outro totalitarismo”, escreveu Pedro Mexia no jornal «Público» a 19 de junho de 2010.

 

 

Os seus artigos do jornal «Combat» (recolhidos em três volumes chamados «Actuelles») são uma escola de liberdade. Albert Camus foi um mal amado. “Ser uma voz moral num tempo moralmente comprometido tem o seu preço”, escreveu Clara Ferreira Alves no jornal «Expresso» a 02 de novembro de 2013.

O filósofo francês considerava que “a incredulidade contemporânea já não se baseia na ciência como no final do século XVIII. Ela nega a ciência e ao mesmo tempo a religião. Já não é o cepticismo diante do milagre. É uma incredulidade apaixonada”. Precisamente esta paixão faz com que Camus seja “um hóspede privilegiado do «Átrio dos Gentios»”, disse o cardeal Ravasi.  “Só conheço um dever e é o amar”, escreveu o Nobel nos «Cadernos» e conclui: “este mundo sem amor é um mundo morto”.

No sua obra «Homem Revoltado», Albert Camus afirma: “A beleza não faz revoluções. Mas chegará o dia em que as revoluções precisarão da beleza”. O II Concilio do Vaticano não foi uma revolução feita com beleza?

 

LFS

 

 

novembro 2013

Dia 08

* Lisboa - Igreja de São Roque - Início da 25ª edição da temporada de Música em São Roque
* Aveiro - Seminário sobre «Boas práticas nas IPSS» promovido pelo Centro Social Paroquial da Vera Cruz.
* Aveiro - Reunião da equipa nacional de Educação Moral e Religiosa Católica com D. António Francisco Santos.
* Aveiro - Dia da Unidade da Guarda Nacional Republicana de Aveiro com a presença de D. António Francisco Santos.
* Setúbal - Azeitão (Sociedade Perpétua Azeitonense) (21h30m) -Lançamento da obra «Azeitão a nossa terra» que reúne parte do trabalho historiográfico do padre Manuel Frango de Sousa

 

 

* Lisboa - UCP (15h00m) - Homenagem ao professor Manuel Braga da Cruz, ex-reitor da UCP, que será presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
* Lisboa - Igreja de Fátima (20h00m) - Encontro do Metanoia (Movimento Católico de Profissionais) sobre «Que perguntas nos habitam? - Onde procuramos as respostas?»
* Brasil - Encerramento da visita de D. Vincenzo Paglia, Presidente do Pontifício Conselho para a Família, ao Brasil
* Lisboa - Mesquita de Lisboa (18h15m) - Cerimónia de celebração do aniversário da Comunidade Islâmica de Lisboa com a presença de D. Manuel Clemente. 
* Lisboa - Sacavém (15h30m) - D. Nuno Brás visita os Bombeiros Voluntários de Sacavém.
* Lisboa - UCP (10h00m) - Conselho Superior da Universidade Católica Portuguesa presidido pelo Patriarca de Lisboa.
* Coreia do Sul - Encerramento da X Assembleia geral do Conselho Mundial de Igrejas

 

 

 

 

* Guarda - Paço da Cultura (18h00m) - Apresentação do livro «A Ressurreição de Jesus» da autoria do cónego Manuel Pereira de Matos. 
* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - II Workshop Internacional de Turismo Religioso
* Faro - Seminário de São José - Apresentação por Zita Seabra do livro «Auto de Fé – A Igreja na inquisição da opinião pública» que resulta de uma entrevista feita por si ao padre Gonçalo Portocarrero de Almada
* Lamego - Museu de Lamego - Conferências sobre «História e Património no Douro».  (08 e 09)
* Espanha - Barcelona - Encontro dos bispos responsáveis pelo setor das Comunicações Sociais das Conferências Episcopais da Europa. (08 a 10)

 

Dia 09

* Bragança - Catedral - Dia da Escola Litúrgica.
* Beja - Centro Pastoral - Assembleia Sinodal convocada por D. António Vitalino Dantas
*Santarém - Ourém (Auditório dos paços do concelho) - Assinatura de protocolo entre as cidades de Fátima e Lourdes (França), dois dos “principais destinos” de peregrinação europeias

 
* Algarve - Portimão (Igreja Matriz) (15h00m) - Iniciativa «Oficina de Oração e Vida»

* Braga - Taipas (Centro pastoral) - Celebração presidida por D. Jorge Ortiga no âmbito da homenagem aos bombeiros falecidos
* Coimbra - Sé Nova (11h00m) - Missa de sufrágio pelos bispos da diocese de Coimbra.
* Fátima - Encontro da Família Cluny.
* Coimbra - Quiaios - Encontro com o tema «Dinâmicas de Grupos» promovido pela Cáritas de Coimbra
* Guarda - Centro Apostólico - Jornada diocesana da família
* Braga - Barcelos (Auditório da Câmara Municipal de Barcelos) (15h00m) - Sessão de homenagem a D. António Barroso com conferência sobre «A Pastoral Colectiva do Episcopado Português, de 1910 - da redacção à divulgação» pelo cónego Francisco Senra Coelho.  
* Aveiro - Seminário de Aveiro (15h00m) - Sessão sobre o pensamento social de D. António Marcelino
* Fátima - Hotel Cinquentenário - Assembleia geral ordinária da CNIS.

 

 
 
 

 

Ano C - 32.º Domingo do Tempo Comum

Creio em Deus, não de mortos mas de vivos!

A questão central do Evangelho deste trigésimo segundo domingo do tempo comum gira à volta da ressurreição. Percebendo que a perspetiva de Jesus estava próxima da dos fariseus, os saduceus apresentaram uma hipótese académica, com o objetivo de ridicularizar a crença na ressurreição: uma mulher casou, sucessivamente, com sete irmãos, cumprindo a lei do levirato, segundo a qual, o irmão de um defunto que morria sem filhos devia casar com a viúva, a fim de dar descendência ao falecido e impedir que os bens da família fossem parar a mãos estranhas. Quando ressuscitarem, ela será mulher de qual dos irmãos?

Através desta história ridícula, os saduceus, que não acreditavam na ressurreição,  querem ridicularizar Jesus e a crença na ressurreição.

Claro que a ideia da ressurreição continua a não ser evidente hoje. Os gregos encontrados por São Paulo não acreditavam nisso. E hoje, os cristãos, mesmo muito 

 

“praticantes”, são cada vez mais numerosos a aderir à teoria da reincarnação. É verdade que nunca se viu ninguém voltar do além da morte, enquanto há quantidades de testemunhos de pessoas que dizem ter recordações de uma vida anterior. Afinal, os saduceus são seriam tão estranhos entre nós, hoje!

A ressurreição é uma realidade de mistério acolhido na fé. Quando Jesus ressuscitado apareceu aos seus discípulos, teve que usar muita pedagogia para os convencer de que era verdadeiramente Ele. Eles não acreditaram imediatamente!

O cerne do ensinamento de Jesus é a sua palavra: “E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça-ardente, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos”.

Deus, o Criador, está para além do tempo. É por um ato infinito e eterno de amor criador que Ele ressuscita cada ser humano, 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 

Está quase a terminar o Ano da Fé, mas nunca a fé, sobretudo na essência da ressurreição, uma realidade que nos espera. Não vale a pena estar a julgar e a imaginar essa realidade à luz das categorias que marcam a nossa existência finita neste mundo. Acreditamos que a nossa existência de ressuscitados será uma existência plena, total, nova. Acreditamos na ressurreição como certeza absoluta, a ser já assumida no nosso peregrinar de fiéis discípulos de Cristo.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h22

Domingo, dia 10 - Cristãos perseguidos: depoimento de um refugiado do Irão

 

RTP2, 18h00

Segunda-feira, dia 11 - Entrevista ao Padre José Miguel Barata Pereira, reitor do Seminário dos Olivais

Terça-feira, dia 12 - Informação e entrevista sobre o Encontro Nacional de Leigos

Quarta-feira, dia 13 - Informação e entrevista sobre o Encontro Nacional de Leigos
Quinta-feira, dia 14 - Informação e entrevista sobre o Encontro Nacional de Leigos
Sexta-feira, dia 15 - Apresentação da liturgia dominical pelo padres Juan Ambrosio e João Lourenço.
 

Antena 1

Domingo, dia 10 de novembro,  06h00 - Início da Semana dos Seminários. Entrevista aos reitores do Seminário Interdiocesano, em Braga e Seminário Maior do Cristo-Rei dos Olivais, em Lisboa.

 

Segunda a sexta-feira, dias 11 a 15 de novembro - Histórias de vocações que se descobrem no dia a dia dos Seminários.

 

 

 

 

 

Dia 8 de novembro, na Mesquita de Lisboa tem lugar a cerimónia de celebração do aniversário da Comunidade Islâmica de Lisboa. Um acontecimento que conta com a presença do Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. 

 

Dias 9 e 10 de Novembro, tem lugar o Congresso Nacional do Corpo Nacional de Escutas. Várias centenas de dirigentes e caminheiros, reúnem-se no Centro de Congressos de Lisboa para refletir o tema: Escutismo - Educar para a vida no século XXI.

 

De 10 a 17 de Novembro, a Igreja assinala a Semana dos Seminários que este ano sugere o tema: «Para que Cristo se forme em nós». Uma ocasião para as comunidades cristãs conhecerem e acompanharem a formação dos futuros padres, estimulando a proposta vocacional entre os seus membros.

 

Entre 11 e 14 de Novembro, Fátima recebe a Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

 

Entre os dias 11 a 16 de novembro, decorre em Coimbra a IV Semana Solidária integrada no projeto fundo solidário que tem por lema «Existir para ninguém desistir!». Uma iniciativa promovida pelo Instituto Universitário Justiça e Paz. 

 

Dia 9 de novembro, Lamego acolhe o XV Fórum Ecuménico Jovem. "Permanecei em Cristo..." é o tema em reflexão pelos membros mais novos das Igrejas cristãs.

 

O trabalho dos padres capuchinhos com
os refugiados no Sudão

Como sobreviver a um sonho desfeito?

Fogem de quê os que se lançam estrada fora, ou se enfiam em frágeis barcaças à procura de uma terra prometida? Milhares vêm da Eritreia e estão confinados a campos de refugiados no Sudão. É lá que vamos encontrar os padres Capuchinhos.

Fogem da miséria, do medo, do terror, de uma vida de escravidão. O padre eritreu Abba Musse dirige uma organização de apoio a refugiados, a Agency Abesha, em Roma. Ele fala do seu país sem medo das palavras: “Muitos chamam a ditadura na Eritreia ‘a Coreia do Norte da África’”. Não há pior comparação possível.
Tal como o padre Musse, também diversas ONG’s, como a Amnistia Internacional, acusam Isaias Afewerki, o presidente da

Eritreia, de violações sistemáticas dos direitos humanos.

Ainda recentemente, o mundo assistiu, chocado, à tragédia de Lampedusa, em que morreram cerca de 300 homens, mulheres e crianças. O Papa Francisco, 

 

comovido, denunciou a “indiferença em relação àqueles que fogem da escravatura e da fome para encontrar a liberdade, e encontram a morte”.

Ninguém quer lembrar mas também ninguém pode esquecer. Eram imigrantes clandestinos oriundos da Somália e da Eritreia. Antes e depois desta data fatídica - “um dia de lágrimas” -, disse o Papa Francisco, muitos outros já pereceram nas mesmas águas

 

Cenário alarmante

A Eritreia é um dos países mais pobres do mundo. Mas também é um dos mais perigosos. Dizer o que se pensa é um risco. Dá direito a cadeia. Na Eritreia falta quase tudo menos o poder arbitrário que ameaça os cidadãos. A liberdade religiosa é também uma miragem.

São milhares os eritreus que estão em campos de refugiados nos países da região. Os padres capuchinhos decidiram que 

 

 

tinham de fazer alguma coisa por este povo mártir e criaram dois centros no Sudão: um em Kassala, junto à fronteira com a Eritreia, e outro na capital, Cartum. Hoje, dão apoio a cerca de 25 mil refugiados por ano, procurando reverter uma catástrofe de proporções inimagináveis que todos os dias lhes bate à porta.
São apenas cinco. Um deles, o sacerdote Ghebray Beedemariam, de 58 anos, sublinha o drama a que assiste todos os dias: “A situação dos refugiados eritreus no Sudão é deprimente. A maioria são jovens e sobrevivem com 

 

trabalhos ocasionais, ou com pequenos negócios que apenas dão para viver”.
Segundo a ONU, no ano passado, mais de 305 mil civis fugiram do país. Actualmente, entre 2 mil e 3 mil eritreus emigram todos os meses.

Para os padres capuchinhos, no Sudão, todos os dias são dias de lágrimas. O padre Beedemariam pede-nos ajuda. Vamos dizer-lhe o quê?

 

Paulo Aido | Departamento de Comunicação da Fundação AIS | www.fundacao-ais.pt

 

 

LUSOFONIAS

Angola 2013

Tony Neves

 

Angola celebra o aniversário da independência a 11 de Novembro. Passei lá todo o mês de Agosto. Quem me conhece sabe bem que todos os pretextos são bons para regressar a Angola. A visita aos Espiritanos portugueses, a orientação de Retiros Espirituais e Conferências sobre o papel da Igreja na guerra civil foram os argumentos para uma Missão que encheu o coração.

Tudo começou em Luanda, mas o périplo passou pelas Províncias de Cabinda, Bengo, Kuanza Sul, Benguela, Huíla, Huambo, Bié, Malanje e Kuanza Norte. Terminei com uma Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Muxima.

Encontrei um país com desenvolvimento acelerado nos centros das grandes cidades, mas a crescer de forma muito desordenada e pobre em todos os bairros periféricos, bem como nas povoações do interior do país. Percebi que a riqueza está apenas na mão de uns poucos, aqueles que foram os vencedores da guerra. Olhei, nas povoações e descampados, para o muito lixo que a nova sociedade de consumo gera e não trata. Constatei como é difícil enfrentar quem ocupou terrenos das missões e agora não aceita sair. Vi um povo concentrado e feliz nas praças das povoações a comprar e a vender com alegria e festa os produtos da terra. Estranhei que haja tanta liberdade de expressão em Luanda e tão pouca (ou quase nenhuma) fora da capital, a medir pelos 

 

Luso Fonias

 

meios de comunicação a que o povo tem acesso. Enchi os olhos com tanta construção de casas, mas explicaram-me que eram tão caras que só mesmo os muitos ricos as poderiam adquirir. Poupei costas nos milhares de kms feitos em jeep, uma vez que boa parte das estradas estão muito boas.

De norte a sul, senti a vontade da Igreja católica continuar a ser profética, ficando do lado do povo mais pobre, embora sejam muitas as tentações de colagem aos poderes instituídos. Compreendi que há ‘batalhas’ entre a Igreja e o Governo de Luanda que não estão perdidas, mas parecem eternamente adiadas, como a da extensão do sinal da Rádio Ecclesia ao resto do país. Vivi um mês com os Espiritanos que são, na sua maioria, muito jovens, 

 

cheios de dinamismo missionário, mantendo uma presença pastoral em boa parte das dioceses. Encontrei numerosos leigos que partilham a espiritualidade e a missão espiritana, agora organizados em associação. Celebrei em muitos lugares por onde o coração ainda se passeia, tais as marcas que lá ficaram impressas nos tempos que vivi em Angola. Concluí que a Igreja está viva, as comunidades estão fortes, a fé do povo está resistente aos ventos e marés dos tempos de paz.

Sobretudo, partilhei o dia a dia com um povo feliz e hospitaleiro que se tenta levantar e sacudir as cinzas de uma guerra cruel que marcou, durante 40 anos, uma terra cheia de belezas naturais que dá gosto percorrer de lés-a-lés.

 


“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

APLICAÇÕES PASTORAIS

Jesus usou as parábolas para melhor ilustrar a sua mensagem e para se fazer compreender por todos os que o escutavam.

Vivemos numa época em que a imagem vale muito mais do que mil palavras. Comunicamos o que vemos e como vemos. Registamos, fotografamos, ilustramos…

 

Instagram

O Instagram funciona de uma forma simples, intuitiva e rápida e permite-nos chegar a muitas pessoas. Depois de baixar a aplicação para o smartphone basta fazer o registo. Para quem preferir poderá fazê-lo com a conta do Facebook. Esta aplicação oferece integração e partilha com os serviços mais usados como o Facebook, Flickr, Twitter, Tumblr…

O que o Instagram permite é manipular as fotografias, aplicando filtros e efeitos, não só permite disfarçar alguns defeitos na imagem como dar azo ao espírito criativo do utilizador. O utilizador tira uma fotografia, escolhe os efeitos e seleciona o serviço através do qual quer partilhar, publicar. Esta solução 

 

conta com imensos filtros. Sendo uma rede social permite seguir, permite ver as últimas publicações, fazer comentários e, o já tradicional botão das redes sociais, o gosto.

Uma inovação recente é que permite a busca de um determinado assunto através das hashtags (palavra chave). Se nos habituarmos a criar uma hashtag para cada acontecimento, ação ou dinâmica, isso permite uma busca mais rápida do que procuramos.

Desde junho que esta aplicação deixou de ser exclusiva para fotografias, permitindo a partilha de pequenos vídeos de 15 segundos. Quando escolhemos fazer um vídeo podemos registar vários momentos, usando o gravar e pausa, e depois partilhar.

Esta aplicação conta já com cerca de 200 milhões de utilizadores em todo o mundo. Um dos utilizadores é o Vaticano.

O Vaticano abriu uma conta no Instagram com o intuito de publicar as fotografias instantâneas do Papa Francisco e da Praça de São Pedro. Segundo José Miguel Chevarría, 

 

 

encarregado pelo perfil nesta rede social, as fotografias publicadas foram tiradas tanto por câmeras fotográficas profissionais como por dispositivos móveis. "Procuramos algo improvisado, mas espontâneo, fotos particulares que comuniquem por si mesmas.O objetivo é difundir a mensagem salvadora de Cristo através da imagem do Papa, e 

 

qual é a melhor maneira que seu exemplo pessoal?", concluiu Chevarría.

O endereço da nova conta do Vaticano no Instagram é: 

http://instagram.com/newsva.

Links

iPhone | iPad | Andriod

 

Bento Oliveira

@iMissio

http://www.imissio.net

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

«Quando o coração do jovem se deixa habitar pela pessoa de Jesus Cristo e se deixa comover de misericórdia pela humanidade, pode conhecer a vocação ao serviço e ao amor de Deus e dos homens, que é a vocação sacerdotal».

 

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