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Tema do dossier da próxima edição: Vida Consagrada
Foto da capa: OMP
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Ecumenismo faz história em Portugal[ver+]
Paz e diplomacia para o mundo
Globalizar a fraternidade
D. José Cordeiro |D. Manuel Felício |Pe. Hugo Miguel dos Santos|Pe. Alexandre Palma |Pe. Tony Neves |
Uma lição de Bento XVI |
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Octávio Carmo, Agência ECCLESIA |
“A lei natural é a nascente de onde brotam, juntamente com os direitos fundamentais, também imperativos éticos que é necessário respeitar. (…) A legislação torna-se com frequência apenas um compromisso entre diversos interesses: procuram-se transformar em direitos interesses particulares ou desejos que contrastam com os deveres derivantes da responsabilidade social”.
O discurso já não é novo, mas a lição magistral que o agora Papa emérito deixou há quase sete anos sobre a relevância da lei moral natural está longe de perder a atualidade, mormente num momento em que o país discute um eventual referendo sobre a adoção e coadoção nos casos de uniões do mesmo sexo. Bento XVI retoma uma argumentação que poderia estar mais presente nas posições assumidas por quem de direito, em nome da Igreja Católica. Por norma, as intervenções dos responsáveis eclesiais sobre estas questões são “guetizadas” ou “rotuladas”, normalmente com a justificação de que estamos perante opiniões que nascem de convicções religiosas e que o Estado tem de legislar a partir de outros pressupostos. (Mantenho, a este respeito, uma preocupação sobre o que se entende por liberdade |
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religiosa - não estamos a falar de uma liberdade de culto, privada, mas de um conjunto de condições jurídicas que se estendem à educação, ao direito de associação, à profissão pública da fé, com consequências na vida concreta e no comportamento, na organização da vida social. Respeitar a consciência é respeitar as suas escolhas e convicções, também do ponto de vista religioso). A Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa a propósito da ideologia do género antecipava algumas das questões que estão agora a dominar o debate parlamentar, mas é justo dizer |
que não basta um documento, por mais explícito que seja, para deixar tornar relevante (e iluminadora) a posição da Igreja a este respeito, a partir do chão comum de humanidade e civilização que a une a outros, independentemente das suas convicções religiosas. Como vimos com a trágica crise dos últimos anos, acima da dignidade humana têm estado valores económicos, jogos políticos e interesses particulares. Recordando Bento XVI, mais uma vez, fazem-se votos de que a Igreja Católica em Portugal ajude a recordar o “valor inalienável que a lei natural possui, para um progresso real e coerente da vida pessoal e da ordem social”. |
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Alexander Hassenstein - FIFA/FIFA via Getty Images |
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“As pessoas que me conhecem sabem o sacrifício que foi para ganhar esta Bola”. (Ronaldo, 13 de janeiro)
"O galardão conferido constitui uma justa recompensa pelo percurso profissional de Cristiano Ronaldo, que deve ser observado com atenção por todas as gerações, nomeadamente os jovens, como exemplo de força de vontade, denodo, perseverança, resiliência e tenacidade" (Ireneu Barreto, representante da República para a Madeira, 13 janeiro)
“O partido deve apenas saber que atuei em último recurso por entender que se nada fosse feito, a coligação poderia deteriorar-se, pondo em causa o ter Governo que chegue para vencer o resgate, e por entender ainda que o Governo devia iniciar um novo ciclo, uma nova fase” (Paulo Portas, líder do CDS, 12 de janeiro)
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“O cardinalato não significa uma promoção nem uma honra nem uma condecoração, é simplesmente um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração” (Papa Francisco, carta aos cardeais, 13 de janeiro)
“O fenómeno da globalização exige, da parte de todos, uma ética que atenda às necessidades básicas das pessoas e dos povos, segundo um critério universal de verdade e de justiça, que garanta a dignidade e o bem comum de cada indivíduo e comunidade”. (D. Rino Passigato, núncio apostólico em Lisboa na cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo ao presidente da República pelo Corpo Diplomático, 16 janeiro)
"Se os relatórios dos organismos internacionais nos dizem que a sociedade já se apropriou de 80% dos recursos naturais do planeta e que isso tem consequências gravíssimas, precisamos de um estilo de vida baseado na sobriedade e na mudança radical de nossos hábitos de consumo" (Marcelo Barros, monge beneditino) |
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Globalização da fraternidade |
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O núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) em Portugal, afirmou hoje que é necessário promover uma “globalização da fraternidade universal” para assegurar um real “progresso” de todas as sociedades. “A humanidade encontra-se hoje perante um dilema: ou é subjugada por uma globalização neutra e sem rosto, ao ritmo dos mercados, da assimetria dos processos económicos e dos ritmos de desenvolvimento, com a acentuação progressiva das clivagens e das injustiças, ou luta por uma globalização com sentido humano, cujo ritmo seja marcado pelas culturas”, disse D. Rino Passigato, na cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo pelo Corpo Diplomático acreditado em Portugal ao presidente da República, no Palácio Nacional de Queluz. O arcebispo italiano sustentou que a globalização só significará um “progresso qualitativo da humanidade” se a dimensão cultural “lhe marcar o ritmo e |
desvelar o sentido”. “O fenómeno da globalização exige, da parte de todos, uma ética que atenda às necessidades básicas das pessoas e dos povos, segundo um critério universal de verdade e de justiça, que garanta a dignidade e o bem comum de cada indivíduo e comunidade”, observou. Nesse sentido, o representante diplomático do Papa destacou a importância de um esforço comum para eliminar “a ostentação da riqueza, os desequilíbrios entre pobres e ricos, a chaga do desemprego, o esbanjamento dos recursos naturais, os atentados à ecologia humana e ambiental”. Portugal, precisou, “está entre os que se preocupam em ajudar a resolver os grandes problemas que afligem a humanidade”. “A sua História é toda uma odisseia de feitos no sentido da expansão da convivência intercultural, nas suas mais variadas vertentes”, referiu. D. Rino Passigato citou a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2014, na qual se defendia que as |
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crises económicas “devem levar a repensar adequadamente os modelos de desenvolvimento económico e a mudar os estilos de vida”. O decano do Corpo Diplomático em Portugal encerrou a sua intervenção com um apelo em favor de uma “cada vez maior e consistente união internacional, intercivilizacional e intercultural”. “É alto privilégio trilhar com Portugal os caminhos da |
globalização das culturas, que hão de tornar a família humana mais justa, pacífica e fraterna”, concluiu o núncio apostólico. Na sua intervenção, o presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva fez um balanço de 2013, salientando que, apesar de não ter sido "um ano fácil para Portugal", a economia registou sinais que permitem encarar 2014 com "esperança". |
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Bispos analisam resultados do inquérito preparatório do Sínodo |
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O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse em Fátima que os resultados do inquérito do Vaticano sobre a família indicam, no contexto nacional, que as famílias “têm dificuldade em transmitir a fé e até os valores morais”. “Muitas vezes endossa-se à Escola os valores morais e os princípios éticos e que a Igreja faça a educação religiosa e catequética”, quando “o ambiente para transmitir toda a espécie de valores” deve ser “o ambiente da própria família”, referiu o padre Manuel Morujão. O questionário que a Santa Sé remeteu às dioceses de todo o mundo, subordinado ao tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, foi abordado pelo sacerdote no final da reunião do Conselho Permanente da CEP, que decorreu esta terça-feira na Casa de Nossa Senhora das Dores. Em declarações aos jornalistas, o padre Manuel Morujão saudou |
“a grande adesão” que o projeto registou, com a participação de “milhares de pessoas e grupos, mais ou menos ligados à Igreja”, o que revelou também uma preocupação geral em “melhorar a família”, enquanto um “bem de toda a sociedade”. Neste momento, “quase todas as dioceses portuguesas deram a sua resposta” e os dados estão a ser trabalhados e resumidos. “Um grupo de três pessoas do secretariado permanente da CEP vai fazer essa síntese, esperamos que até ao fim do mês possamos ter esse trabalho terminado”, adiantou o porta-voz. |
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Projeto de unidades pastorais em Viseu |
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As jornadas diocesanas de formação do clero de Viseu, que decorreram no Seminário Maior, foram marcadas pela preocupação dos responsáveis católicos renovarem estruturas e estratégias de modo a servirem melhor as comunidades. Um dos caminhos mais apontados, nos últimos meses, tem sido a adoção do modelo das Unidades Pastorais, hipótese que o bispo da diocese, D. Ilídio Leandro, desafiou os participantes a considerarem “sem preconceitos e dogmatismos”. O projeto das Unidades Pastorais tem por base a junção de diversas paróquias ou comunidades e permite por exemplo responder a questões como a escassez de padres e de outros elementos indispensáveis à ação católica, nas mais diversas áreas. No caso da Diocese de Viseu, em estudo está a agregação das 209 paróquias existentes em 17 unidades pastorais. D. Ilídio Leandro sustentou que a atual configuração não está |
a conseguir “responder eficazmente” às necessidades deste tempo, e deu como exemplo as vertentes da catequese, da pastoral familiar e social, da liturgia e da animação missionária. Para aprofundar esta temática, as jornadas de formação contaram com a presença de D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, diocese onde o modelo das Unidades Pastorais foi posto em prática em 2012. A partilha do prelado, em conjunto com o seu vigário episcopal, padre Bento Soares, mostrou que a experiência realizada até agora permitiu comprometer mais os fiéis. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Legenda –Igreja aposta na valorização do património
Entrevista a Norberto Correia, novo chefe nacional do Corpo Nacional de Escutas |
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Capela ou lugar do Velório?! |
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+ José Manuel, Bispo de Bragança-Miranda |
A propósito de tantas bênçãos e inaugurações de Velórios, isto é, lugares para o velório com a família e dos mais próximos dos defuntos, ofereço uma breve reflexão acerca do lugar do velório e da dignidade da celebração da morte. A liturgia cristã das exéquias é uma celebração do mistério pascal de Cristo. De facto, os cristãos confessam na fé e na esperança a sua última páscoa, ao dizerem no Credo: «espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir». A própria liturgia o afirma solenemente: «N’Ele brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição: e se a certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da imortalidade. Para os que crêem em Vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se transforma; e, desfeita a morada deste exílio terrestre, adquirimos no céu uma habitação eterna» (Prefácio dos defuntos I). A orientação da reforma litúrgica para o rito das exéquias é dupla: «exprimir melhor o sentido pascal da morte cristã» e adaptar «mais o rito às condições e tradições das várias regiões, mesmo na cor litúrgica» (SC 81). O Ritual da Exéquias, tendo em conta as situações das diversas regiões, propõe alguns tipos de celebração para as exéquias cristãs, segundo três esquemas diferentes: 1. em casa do defunto, na igreja e no cemitério com duas procissões: da casa
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do defunto para a igreja e da igreja para o cemitério. Este esquema compreende a celebração da Missa exequial na igreja; 2. na capela do cemitério e junto da sepultura sem a celebração da Eucaristia; 3. em casa do defunto. Nos tempos actuais, em muitas Freguesias e Paróquias constroem as erradamente chamadas “capela pascal” ou “capela da Ressurreição” ou pior ainda “capela mortuária”. Atendendo |
à celebração litúrgica das Exéquias e porque nem todos têm possibilidade de celebrar em casa do defunto é aceitável que exista um lugar para o velório e que este se chame mesmo Velório. Onde for possível, recomenda-se que este velório, não se realizando em casa do defunto, se faça numa capela da comunidade adaptada para esta oração, na qual se proceda à celebração exequial ou se celebre na igreja. O velório em casa do defunto ou no lugar do Velório é uma |
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intercessão pelo defunto e uma consolação para a família. O lugar do velório é uma camara ardente onde se vela com a família do defunto, especialmente em ambiente de vigília de oração para os crentes. É louvável que o velório seja com uma celebração da Palavra ou com uma parte da Liturgia das Horas ou com a recitação do rosário ou outras formas de oração com textos bíblicos devidamente aprovados para favorecer a participação dos fiéis. Todas as culturas tiveram sempre uma atitude de veneração e de respeito pelo corpo dos defuntos, muito mais a cultura cristã, como lembra Santo Agostinho: «se os que não crêem na ressurreição da carne cuidam os cadáveres dos defuntos, quanto mais o não devem fazer os crentes?!» Depois da celebração da Missa exequial costuma realizar-se o rito da última encomendação. Este é um rito que deve ser não entendido como uma purificação do defunto, mas como a última saudação dirigida pela comunidade cristã a um dos seus membros, antes de o corpo ser levado para a sepultura. O rito da |
encomendação é o adeus (ad Deum) ao defunto feito pela Igreja.
A liturgia usa alguns sinais e símbolos para expressar o mistério da morte: a) o silêncio; b) o círio pascal; c) as velas; d) a aspersão com a água benta; e) a Bíblia; f) a Cruz; g) a cor litúrgica.
Segundo o conjunto do rito das exéquias: celebra-se o culto de Deus, que é o Deus dos vivos; salienta-se a centralidade do mistério pascal de Cristo; restabelece-se o sentido da comunidade cristã diante da morte, que é chamada a celebrar a própria fé pascal; restitui-se à morte o seu carácter humano e afirma-se o primado da pessoa humana. Na verdade, a liturgia da Igreja, na oração de sufrágio pelos defuntos, implora a vida eterna não só para os seus fiéis, mas também por todos os defuntos, cuja fé só Deus conheceu («Lembrai-Vos também dos nossos irmãos que adormeceram na paz de Cristo e de todos os defuntos cuja fé só Vós conhecestes», in MR, Oração Eucarística IV, comemoração dos defuntos). |
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Estamos unidos? |
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Sónia Neves, Agência ECCLESIA |
Fado, Fátima e Futebol são três palavras conhecidas do povo português. A música, a fé e o desporto rei entraram no quotidiano de qualquer português… Lembro-me dos domingos à tarde, quando havia jogo de futebol, era uma agitação! Os homens percorriam a alameda até ao campo, cheios de cachecóis, bandeiras e apitos. As mulheres e mães entretinham as crianças no parque onde lhe davam a “merenda” e a tarde era de brincadeira. A minha memória não esquece a alegria daquelas tardes em que eu, pequena de uns cinco anos, trincava tremoços e pevides, brincando no parque enquanto o jogo decorria. Hoje não posso dizer que sou adepta de futebol mas sublinho a forma entusiástica que se vai vivendo dentro e fora das quatro linhas. Não percebo muito de táticas e afins mas vejo uma coisa muito simples, a união de uma equipa e a camaradagem fazem o sucesso, porque a bola é redonda e os jogadores têm de se entender. Além de redonda esta semana para Portugal tornou-se de ouro. Cristiano Ronaldo foi, pela segunda vez, considerado o melhor jogador do mundo. E Portugal olha para o “rapaz madeirense” como um atual símbolo máximo. Nas redes sociais passam fotografias, imagens e montagens orgulhando-se de Ronaldo. E a união instala-se entre a nação que por momentos esquece a crise.
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União? É uma palavra que se encontra e desencontra em tantas situações e circunstâncias… «Estará Cristo dividido?» é o tema que norteia a semana de oração pela unidade dos cristãos que decorre de 18 a 25 de janeiro e em que, este ano em Portugal, será assinada a declaração de reconhecimento mútuo do Batismo.
É mais um passo nesta união em oração que atravessa as igrejas cristãs e nos dá o espelho de cada dia num caminho em conjunto. Como afirmou este domingo o Papa Francisco, até hoje, o batismo é “uma cadeia ininterrupta” que segue de geração em geração. |
É esta cadeia que se vai entrelaçando e que, como o próprio Papa convidava na sua mensagem de paz deste ano, vai fazendo “redescobrir a fraternidade”.
A união pode ser o segredo para que, cada um possa fazer este caminho de ser irmão, na alegria de uma bola de ouro, numa celebração ecuménica, num fado ao fim do dia ou noutra ação da vida quotidiana. Olhar para cada um de nós através da lupa da fraternidade pode ser um desafio neste primeiro mês do ano. E a imaginação já me leva pelos acordes de uma guitarra bem coordenada em bela reflexão… |
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Ecumenismo
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Agência Ecclesia (AE) – D. Jorge Pina Cabral que documento é este que vai ser assinado no dia 25 de janeiro? Que novidade traz esta declaração ao diálogo ecuménico? Jorge Pina Cabral (JPC) – Traz uma novidade grande! É a primeira vez que cinco Igrejas em Portugal vão reconhecer publicamente aquilo que as une na prática já neste caso da prática do sacramento do Batismo. Estamos a falar na Igreja Católica Romana, da Igreja Lusitana, da Igreja Metodista, da Igreja Presbiteriana e da Igreja Ortodoxa de Constantinopla. Este é um reconhecimento mútuo
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daquilo que os une já na prática do Batismo e também no fundo uma constatação daquilo que já se verifica na prática na vivência entre as diversas Igrejas. AE – Já vai havendo este reconhecimento recíproco? JPC – Já existe efetivamente.
AE – Agora institucionaliza-se em Portugal? JPC – Exatamente. Significa que a partir de agora entre estas Igrejas está definido que há um reconhecimento da prática do sacramento do Batismo e |
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portanto as Igrejas passarão o respetivo certificado para desse modo poder junto da outra Igreja atestar a validade do sacramento e ao mesmo tempo evitar situações de rebatismo e outras situações que podem decorrer dessa situação. Mas é efetivamente um acontecimento de grande novidade e alegria para as Igrejas em Portugal.
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AE- Em termos práticos o que acontece de facto? Um batizado numa Igreja Católica ou Lusitana, por exemplo, esse sacramento tem o mesmo valor noutra Igreja que assine esta declaração? JPC – Exatamente. O que esta declaração vem dizer é que o valor é o mesmo, portanto reconhece a doutrina e a prática que está subjacente ao rito do Batismo praticado em qualquer uma das Igrejas e nesse sentido há um reconhecimento total da validade do sacramento do Batismo. |
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AE – É um passo efetivo no ecumenismo que se dá com esta declaração? Tony Neves (TN) – É, eu diria que é um pequeno passo para nós Igrejas que vamos assinar a declaração, mas é um grande passo para o ecumenismo e sobretudo para o ecumenismo em Portugal. Em termos práticos não vão mudar muitas coisas mas simbolicamente este é um passo importante. Nós sabemos que o ecumenismo não vai acontecer aos saltos, vai acontecer passo após passo e começar por aquele passo que é fundante, o Batismo é a entrada nas Igrejas, é um sacramento reconhecido por todos como o sacramento de iniciação, de entrada. Dar este passo tocando no Batismo estamos claramente a abrir outras portas que claramente pouco a pouco vamos conseguindo abrir o que nos permite aprofundar a caminhada ecuménica. Eu acho que o que há de interessante neste passo é que nós fazemos uma caminhada ecuménica já há muitos anos e precisamos de marcos nesta caminhada que apontem |
caminhos mas que também provem às comunidades, aos nossos crentes, aos nossos batizados que nós não estamos parados, que nós temos uma vontade muito grande de unidade. O lema que se viverá na semana da unidade é “Estará Cristo dividido?”, uma grande pergunta de São Paulo. É uma pergunta que a resposta traz uma revolução muito grande nas Igrejas e creio que esta assinatura deste reconhecimento mútuo é um sinal.
AE – E corresponde a um percurso de diálogo, de aproximação entre as Igrejas Cristãs feito ao longo dos últimos anos? TN – Sim e esse percurso está a fazer-se com um aumento claro de iniciativas que nos aproximam e mostram esta nossa capacidade de comunhão porque basta reparar que a semana da unidade é celebrada há muitos anos. E durante muito tempo o nosso ecumenismo foi muito sediado, entrincheirado nesta semana. A verdade é que desde que aconteceu a Assembleia Europeia Ecuménica em Graz, na Áustria no ano de 1997, criaram-se |
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dinamismos novos que afetaram sobretudo as gerações mais novas, daí toda a caminhada da equipa ecuménica jovem de que o senhor bispo Jorge Pina Cabral e eu pertencemos. Mas há outros exemplos, no Porto por exemplo há uma equipa ecuménica todo o |
ano e que engloba jovens e menos jovens o que tem feito que as Igrejas façam uma caminhada muito profunda, muito interessante e já com iniciativas muito agilizadas, tem sido uma caminhada muito interessante. |
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AE – Depois deste passo, desta assinatura do reconhecimento mútuo do Batismo pode seguir-se outro sacramento? Há aproximações, diálogos para que por exemplo a Eucaristia seja também reconhecida? Para que o alimento numa celebração seja em comum? JPC – Gostaríamos que sim. Estou certo que Espírito Santo irá |
providenciar esses passos. O que nós temos de perceber que este não é um acontecimento isolado, aquilo que tem acontecido aqui em Portugal tem acontecido também noutros países e é uma expressão daquilo que o Espírito Santo tem feito ao nível da caminhada ecuménica em todo o mundo. E portanto
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nós inserimo-nos aqui em Portugal também nessas circunstâncias e particularismos próprios também. Penso que o que é importante é para já efetivamente celebrar este evento e celebrar este evento significa também aprofundar também o próprio sentido do Batismo enquanto sentido de sacramento de iniciação e também enquanto sacramento que constrói a Igreja e nos remete para caminhos novos que o Espírito nos quer proporcionar. Celebramos isso agora sempre com a perspetiva de que o futuro e o Espírito Santo nos vão proporcionar novos desenvolvimentos. Naturalmente que o podermos celebrar o sacramento da Eucaristia em conjunto será o grande objetivo a nível de unidade das Igrejas e dos cristãos. Este é um passo importante e é um passo que agora tem de ser aprofundado em todas as suas consequências.
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AE – Num dos últimos pontos desta declaração afirma-se que há o desejo de que esta assinatura seja um passo efetivo em frente no ecumenismo: há uma abertura a algo mais? JPC – Exatamente. É um passo importante não só para as Igrejas mas também para a própria sociedade. No dia 25 de janeiro as Igrejas vão dar um sinal de união, um sinal de reconhecimento, um sinal de que juntas querem contribuir para uma sociedade nova e diferente. Numa sociedade como a nossa que vive tantas tensões, estão tão dividida, as Igrejas estão a ser um sinal de Deus para o mundo. Estão a ser um sinal de unidade e portanto esta é uma dimensão única da nossa caminhada e do nosso batismo e do nosso trabalho ecuménico que eu acho que é muito importante referir. Portanto, deixamos que o Espirito Santo com toda a sua força, com toda a sua pujança também agora nos inspire. |
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AE – Nomeadamente na comunidade católica a assinatura desta declaração pode tornar mais concreto e aproximar este tema do ecumenismo de todas as pessoas, que por vezes o deixam para debate apenas nas lideranças? TN – Sim, até porque a realidade portuguesa é uma realidade que durante muito tempo foi vincadamente católica no que diz respeito à expressão cristã e por isso para muita gente, sobretudo em certas áreas geográficas de Portugal, a presença de outras comunidades cristãs é uma presença que passa ao lado, que passa despercebida a essas pessoas. Portanto eventos como este como conjunto da caminhada ecuménica que se está a fazer em Portugal e que está a ser devidamente amplificada até pelos meios de comunicação social, permite-nos perceber que a riqueza do Cristianismo está nesta pluralidade que tem de ser entendida como uma riqueza. E eu creio que o impacto mais interessante deste protocolo de reconhecimento mútuo da |
celebração do Batismo poderá ser esta visibilidade dum Cristianismo que tem visões plurais mas que os cristãos todos estão conscientes que a vontade de Cristo é unidade e com a força do Espírito temos de caminhar cada vez mais nesta dimensão dando este sinal à sociedade. Numa sociedade tão fragmentada, tão dividida aparecerem as Igrejas de mãos dadas, juntas a mostrar esta vontade de comunhão, isso será certamente inspirador para também as diversas forças da sociedade sintam que é pela unidade que resolveremos os problemas.
AE – Para além desta assinatura, no dia 25 de janeiro vai acontecer também uma celebração ecuménica? JPC – A própria assinatura vai ser feita no contexto de um momento de oração, naquilo que chamamos de celebração nacional que irá reunir os diferentes hierarcas das Igrejas e o povo também das diferentes Igrejas. Irá acontecer na Catedral Lusitana de São Paulo, em Lisboa e o bonito é que
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o ambiente será de oração e de louvor ao Senhor. Portanto é uma celebração do espírito de unidade e de louvor a Deus pelo dom do Batismo que a todos nos concede. Será neste ambiente e também inserido neste oitavário da oração que estamos a viver com esta pergunta tão bonita de São
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Paulo: “Estará Criso dividido?” e nós estamos de certo modo a responder pela positiva.
AE – A dizer que está cada vez menos dividido. Será? JPC – Sim. TN – Sem dúvida. |
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Ecumenismo em Portugal
Declaração de reconhecimento mútuo
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Quando celebramos o cinquentenário do Concílio Vaticano II, preparamo-nos para fazer a assinatura pública de um documento em que a Igreja Católica em Portugal e as três Igrejas ligadas ao Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC), depois de longo caminho percorrido no diálogo ecuménico, declaram o reconhecimento e a mútua aceitação do Batismo celebrado em cada uma delas. De facto o Vaticano II abriu caminhos novos ao compromisso da Igreja Católica com o diálogo e a cooperação ecuménicos. Sobretudo o seu decreto Unitatis Redintegratio constitui passo decisivo no compromisso de fazer caminho rumo unidade visível da Igreja. Por sua vez, o Diretório para a aplicação dos princípios e normas sobre o Ecumenismo, da responsabilidade da Igreja Católica, publicado em 1993, pretendeu relembrar às comunidades cristãs este |
compromisso e diz expressamente que é vivamente recomendado o diálogo sobre o significado do Batismo entre as autoridades católicas e as das outras Igrejas, a nível diocesano e das conferências episcopais, até chegar a declarações comuns pelas quais se exprima o reconhecimento mútuo dos batismos (ver nº94). Em 2001, a Charta Oecumenica para a Europa, assinada no dia 22 do mês de abril, II domingo da Páscoa, representou outro importante compromisso firmado entre a Igreja Católica, através do Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e outras Igrejas não católicas ligadas à Conferência das Igrejas Europeias (KEK) para caminhar rumo ao desejado consenso da Fé. E sobre o reconhecimento mútuo do Batismo, esta carta sublinha o dever de “trabalhar, na força do Espírito Santo, pela unidade |
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visível da Igreja de Jesus Cristo, na única Fé, que encontra a sua expressão no recíproco reconhecimento do Batismo” (nº1). Ora, em Portugal, já desde o início da década de 90 que se vêm a realizar com regularidade encontros ecuménicos entre a Igreja Católica e as Igrejas do COPIC. Nesta caminhada, já por força das claras indicações do Diretório acima referido, mas sobretudo desde 2001, |
com a Charta Oecumenica, começou a surgir a ideia de as Igrejas envolvidas nos encontros ecuménicos, em Portugal, manifestarem publicamente que aceitam o Batismo celebrado em cada uma delas. E foi preparado um documento capaz de traduzir esta vontade, à semelhança do que já há mais tempo tinha acontecido em outros países da Europa e de fora da Europa. Tal desiderato, porém, foi sendo
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adiado, principalmente para que se pudesse alargar também às Igrejas de tradição ortodoxa. Felizmente que as diligências resultaram e estão criadas as condições para tal acontecer no próximo dia 25 do corrente mês de janeiro, sendo a Igreja Católica representada pelo Presidente da Conferência Episcopal e Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
Este evento da assinatura pública de um documento onde se faz reconhecimento mútuo do Batismo celebrado em distintas Igrejas cristãs é, assim, ponto de chegada do já longo percurso ecuménico que, com iniciativas regulares, tem, em Portugal, mais de duas décadas. Foi durante o V encontro ecuménico europeu realizado conjuntamente pela KEK e pelo CCEE, em Santiago de Compostela, no ano de 1991 que os representantes portugueses decidiram passar a realizar encontros regulares entre si. Isso aconteceu, a partir do ano seguinte, entre a Comissão da Doutrina da Fé da Conferência Episcopal Portuguesa e o COPIC. O primeiro foi em Viseu, na casa episcopal, sendo D. António
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Monteiro, então Bispo de Viseu, o anfitrião, na qualidade de Presidente da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé. E outros se seguiram, com regularidade de 2 a 3 por ano, sendo a organização promovida alternadamente pelo COPIC e pela Comissão da Doutrina da Fé. A publicação da Charta Oecumenica, em 2001 foi recebida com muito entusiasmo e representou impulso importante no caminho para levar à prática esta decisão. Por sua vez, a participação da Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Constantinopla neste processo, aceitando assinar o mesmo documento, é mais um importante passo.
Diga-se em abono da verdade que a assinatura prevista a realizar no próximo dia 25 de janeiro não modifica a prática já corrente quanto à aceitação mútua do Batismo celebrado nestas Igrejas. Isso já acontece, mas a assinatura pública do documento é grande motivação para prosseguirmos juntos o caminho da unidade apontado e desejado pelo próprio Cristo. |
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Se este acontecimento pode ser considerado importante ponto de chegada no percurso ecuménico até agora feito em Portugal, temos de dizer que também é ponto de partida e mesmo um novo começo, pois passa a contar, desde agora, com mais forte envolvimento da tradição ortodoxa. Na verdade,
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a meta da nossa caminhada conjunta, em boa hora iniciada, só pode ser aquela que o Evangelho nos aponta de virmos a ser um único rebanho conduzido por um único pastor, que é Cristo.
D. Manuel R. Felício, Bispo da Guarda |
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Reconhecimento mútuo do Batismo
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Representantes das Igrejas Católica, Lusitana, Presbiteriana, Metodista e Ortodoxa (Patriarcado Ecuménico de Constantinopla) em Portugal vão assinar no próximo dia 25, em Lisboa, uma declaração de reconhecimento mútuo do Batismo. A assinatura vai acontecer durante a celebração ecuménica nacional, na catedral Lusitana (Igreja Anglicana) de São Paulo, com início marcado para as 18h00, na presença de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que vai propor uma reflexão após a Liturgia da Palavra. Segundo comunicado enviado à Agência ECCLESIA pelos responsáveis desta celebração nacional, vão marcar presença “outros representantes católicos e hierarcas das Igrejas do Conselho Português de Igrejas Cristãs”. A nota de imprensa fala num “importante acontecimento”, frisando que o reconhecimento |
mútuo do Batismo representa “mais um passo no caminho de diálogo ecuménico entre as Igrejas envolvidas”. “Este passo concreto [reconhecimento mútuo do Batismo], que reafirma o muito que já nos une em Cristo, como seus discípulos, um povo de batizados chamado a ser, no mundo e para o mundo, sinal credível do Evangelho”, sublinham os responsáveis cristãos. A assinatura, no dia conclusivo da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, acontecerá “num contexto orante, reunindo jovens e hierarcas das diversas Igrejas, juntos na escuta da Palavra e no assumir de um compromisso claro pela causa da reconciliação e da unidade”, acrescenta a nota de imprensa. O reconhecimento mútuo do Batismo destaca os pontos fundamentais de doutrina e prática comum entre Igrejas, procurando contribuir para uma maior comunhão entre |
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todos os cristãos. D. António Couto, presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização – que acompanha o diálogo ecuménico -, disse à Agência ECCLESIA que esta decisão é um “acontecimento nacional” que vem coroar “muitos anos de trabalho".
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O tema do Oitavário, ‘Estará cristo dividido?’, a partir do primeira carta de São Paulo aos Coríntios, é proposto pelo Conselho
Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé) e a Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas.
O guião da Semana deste ano foi preparado pelo Centro
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Canadiano para o Ecumenismo e o Centro ‘La Prairie’ para o Ecumenismo, partindo da experiência “num país marcado pela diversidade da língua, da cultura e mesmo do clima”.
No próximo dia 25, final da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Papa Francisco vai presidir na Basílica de São Paulo fora de muros, em Roma, a um momento de oração para o qual estão convidados representantes de todas as Igrejas e comunidades cristãs da capital italiana. O ‘oitavário pela unidade da Igreja’, hoje com outra denominação, começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa do norte-americano Paul Wattson, presbítero anglicano que mais tarde se converteu ao catolicismo. O ecumenismo é o conjunto de iniciativas e atividades tendentes a favorecer o regresso à unidade
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dos cristãos, quebrada no passado por cismas e ruturas. As principais divisões entre as Igrejas cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras); no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas ortodoxas); no século XVI, com a Reforma Protestante e, posteriormente, a separação da Igreja de Inglaterra. A comunidade católica integra hoje perto de 1200 milhões de fiéis; a segunda Igreja mais representativa, a ortodoxa, atinge os 250 milhões. Luteranos (75 milhões), calvinistas/presbiterianos (80 milhões) e anglicanos (77 milhões) são as principais comunidades das chamadas ‘Igrejas tradicionais’ provenientes da Reforma, a que se juntam 60 milhões que se encontram ligadas ao metodismo. |
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Diálogo católico-ortodoxo |
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De 4 a 6 de janeiro de 1964, enquanto ainda continuavam os trabalhos do Concilio Vaticano II, o Papa Paulo VI peregrinou rumo à Terra Santa inaugurando, na época moderna, aquelas que seriam as mediáticas viagens apostólicas internacionais dos Sumos Pontífices. No dia 5 de janeiro, em Jerusalém, o Papa encontrou-se com o Patriarca Atenágoras de Constantinopla, o bispo que preside na honra a todos os fiéis ortodoxos, e cujo predecessor, Miguel Cerulário, tinha sido excomungado pelos enviados de Roma a Constantinopla, no século XI, dando início formal ao Cisma do Oriente que progressivamente foi separando cristãos católicos e ortodoxos ao longo dos séculos. Deste encontro resultou um abraço fraterno e uma conversa em que Paulo VI, nas palavras que então dirigiu ao Patriarca, convida a um diálogo ecuménico que não seja marcado por “nenhuma questão de prestígio, de primado, que não seja aquele estabelecido por Cristo. Sem nenhuma ambição humana de prevalecer, de ter glória, |
vantagens. Mas de servir.” Estava iniciado o caminho que conduziria ao levantamento mútuo das excomunhões no dia 7 de dezembro de 1965 ao terminar o Concílio Vaticano II. Este foi o passo necessário que teve como desenvolvimento, em 1979, o estabelecimento da Comissão Internacional Conjunta da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa, pelo Papa João Paulo II e o Patriarca Demétrio de Constantinopla e cuja missão é o aprofundar de ambas as partes do conhecimento mútuo do património doutrinal, litúrgico e tradicional das Igrejas em ordem ao caminho da unidade que se manifesta sempre como dom de Deus. Desde então, uma das dificuldades encontradas neste percurso é o entendimento comum sobre a missão do Papa, o chamado ministério petrino, visto que os ortodoxos reconhecem no sucessor de Pedro um primado de honra e de caridade, mas não de jurisdição, ou seja o Papa, para os ortodoxos, não teria um poder imediato, pleno e universal sobre todas as Igrejas particulares, |
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como aquele que o Papa tem na Igreja Católica em relação a todas as dioceses, e por isso, na concepção ortodoxa do primado, o Papa teria apenas um poder representativo como sinal de unidade entre todas as Igrejas. Já na sua encíclica Ut Unum Sint (1995) o Beato Joao Paulo II reconhece ser esta uma dificuldade no caminho da unidade e, por isso, sente uma |
“solicitação que me é dirigida para encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova.” (n. 95)Em pleno Jubileu do Ano 2000, num clima de certa tensão e uma vez mais por causa do debate em torno do primado papal e do lugar que ocupam as Igrejas Orientais unidas a Roma, os trabalhos da
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Comissão Internacional são suspensos e adiados. Só voltam a ser retomados em 2006, no Pontificado de Bento XVI, o qual muito contribuiu com o seu empenho aquando da visita que este Papa fez a Istanbul, nome da antiga Constantinopla, ao actual Patriarca Bartolomeu. Na sua exortação apostólica Evangelii Gaudium o Papa Francisco afirma que “pouco temos mudado nesse sentido” e que permance “aberto às sugestões tendentes a um exercício do meu ministério que o torne mais fiel ao significado que Jesus Cristo pretendeu dar-lhe e |
às necessidades actuais da evangelização.” (n.32) O encontro anunciado para Maio, em Jerusalém, entre o Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla, cuja finalidade principal é comemorar o histórico encontro dos seus predecessores há 50 anos no mesmo local, pode servir de estímulo para recuperar um entusiasmo renovado no caminho da unidade visível das Igrejas e à reflexão do tipo de primado nelas exercido. O Papa afirma “que será uma peregrinação de oração”. De certo, também pela causa do ecumenismo. |
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Em busca da unidade
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A ECCLESIA juntou membros de três Igrejas Cristãs à volta da mesa para conversar sobre o assumir ecuménico em diferentes contextos. A pastora Eva Michel, da Igreja Presbiteriana e Metodista, o reverendo Fernando Santos, da Igreja Lusitana e João Luís Fontes, historiador na Igreja Católica Apostólica Romana, falam sobre o percurso iniciado e que vai ganhar um novo impulso com a assinatura do documento sobre o reconhecimento mútuo do batismo.
Agência Ecclesia (AE) - Como surge este caminho ecuménico? João Luís Fontes (JLF) - Este caminho faz-se mais relacionalmente do que intelectualmente. Fernando Santos (FS) - É a chave desta caminhada. Da capacidade de criar relação com o outro, ultrapassando preconceitos, juízos de valor, o desconhecimento. Não gosto do termo tolerância. Trata-se de respeito profundo que se tem pelo outro e de encontrar elementos que afinal nos unem.
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AE – Como olha, pastora Eva, para este processo que começou há alguns anos entre as Igrejas? Eva Michel (EM) - O que conseguimos é um motivo de gratidão. Alguns, que no início eram representantes dos departamentos de juventude, hoje são o bispo da Igreja Lusitana ou da Igreja Metodista. O trabalho não se divide entre bases e cúpulas. Há crescimento e caminho a fazer.
AE – São os jovens que fazem este caminho de amizade? JLF - Olhando para o percurso foram os jovens que, em alguns momentos, foram levando este processo ecuménico em frente. Apesar de inseridos nas comunidades que apresentam marcas da rutura, eles não carregam as cicatrizes e tensões da história, onde as Igrejas onde eram reconhecidas. Nos últimos anos sentimos que são eles a provocar os responsáveis das Igrejas a olhar e a perceber a mudança.
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Experiência de oração
AE - Como constroem os guiões para as orações conjuntas? JLF - Normalmente as propostas chegam com textos definidos. Nas Igrejas protestantes o culto não é tão rígido como na Igreja Católica, havendo espaço para uma oração mais espontânea. Vamos rompendo novos temas e conseguimos refletir, perceber o que é importante dizer em cada momento às comunidades de origem e aos jovens. FS - Há uns anos a Igreja Católica Romana propôs introduzir o incenso numa vigília, algo natural nas suas celebrações, mas estranho em outras Igrejas. Não se travou nenhuma batalha, mas mutuamente percebemos que esse elemento não nos unia. Isto foi diminuindo ao longo do tempo, porque nos fomos conhecendo. EM - Numa das primeiras vigílias realizadas em Lisboa, uma jovem da Igreja presbiteriana que nunca tinha entrada numa igreja |
católica, achou muito bonito, mas depois disse: «Eles estão todos a olhar para mim» - referindo-se às estátuas dos santos, comuns em espaços católicos, mas ausentes nas Igrejas protestantes. A partir desta experiência surgiu uma reflexão. Eu aprendi, no diálogo com irmãos católicos e ortodoxos, a apreciar esta presença porque me recorda que nós, que neste determinado momento estamos na Igreja, fazemos parte de uma comunidade maior que é o corpo de Cristo. |
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FamíliaAE – Como é que a Igreja Lusitana encara o ecumenismo em família? FS – Nem sempre é fácil. Sou de uma família católica apostólica romana e tenho um sobrinho que vai ser ordenado sacerdote na Igreja Católica. Esse meu sobrinho fazendo a sua formação e, sabendo que tinha um tio presbítero anglicano, uma vez desabafou, com alguma tristeza, que quanto mais caminhava no processo vocacional, mais se afastava do tio. E a mãe disse-lhe: «Não digas isso, porque vocês são o sinal de que é possível amarem-se mutuamente, mesmo na diferença». EM – Eu não cresci numa família ecuménica, embora o meu avô católico, na Alemanha, quando casou com a minha avó, protestante, foi expulso da sua comunidade. Eu cresci numa família completamente protestante e, desde cedo, o meu pai foi-me alertando para as diferenças. Isso fez-me crescer e ajudou-me a acolher mais os outros. |
AE – João, casado catolicamente, com dois filhos, com oito e cinco anos, como convivem e lidam eles com as celebrações ecuménicas?
JLF – Eles participam nas orações desde pequenos. Perguntam sobre determinado senhor, a forma como se veste, determinado gesto, ou porque é que as pessoas se juntam. Eu penso que numa relação temos de olhar para os outros e para nós como gente à procura. O testemunho que temos para dar é sobretudo o testemunho da nossa procura.
AE – As comunidades estão despertas para a necessidade de dar respostas? FS – Da minha experiência, entendo que já se desenvolveu um conhecimento mútuo, um respeito, um desejo de encontrar soluções e a consciência de que, mais do que as nossas diferenças, quem somos nós para impedir que alguém faça a experiência de Jesus.
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AE – A pastora Eva tem, pelo mesmo, uma experiência de participação num casamento ecuménico. EM – Para o casal foi muito importante a experiência da comunidade ecuménica de Taizé, onde a oração, a vida e os projetos que se constroem em comum são mais importantes. Eu |
não conhecia o sacerdote católico que comigo presidiu à celebração, mas partindo do ritual católico, fomos introduzindo alguns elementos próprios da tradição protestante. E na realidade, não encontramos nada que tivéssemos de riscar. |
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Projetos comunsAE – Percebendo o caminho que os CD ecuménicos fizeram, reverendo Fernando Santos, encontra outros projetos que poderiam ser sinais comuns? FS – O tempo dos abraços e de dizer ao outro que nos amamos na diferença, está feito. Tenho protestado pela inércia de não termos, não sei se coragem ou força, para darmos testemunho do que acreditamos.
AE – João, prevê formas concretas onde a cooperação poderia ser mais efetiva? JLF - Nós não conhecemos tudo. Há participação em iniciativas onde as pessoas não levam um crachá a dizer de que Igreja provêm e onde isso também não é importante. No Porto, por exemplo, o grupo ecuménico realiza iniciativas com as pessoas sem-abrigo. Mas, entre as estruturas que coordenam estas ações, penso que poderia dar-se um passo mais em frente.
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Batismo
AE – Como é que a Igreja Lusitana olha para este reconhecimento mútuo?
FS - É um passo significativo no ecumenismo em Portugal. Não se trata de um documento que alguém se lembrou de assinar porque outros países já o fizeram. Ele é a prova viva de que há trabalho feito. Este é o início de uma nova etapa porque nos obriga a não ficar só por isto. Talvez as nossas diferenças não sejam motivo de separação.
AE – Pastora Eva, estamos a dar passos para nos sentarmos à volta da mesma mesa? EM – Ui, não sei. É um tema muito difícil. Para a celebração comum da eucaristia, não vejo, neste momento, passos dados. Existe um documento sobre o batismo, eucaristia e ministério, elaborado pelo Conselho Mundial das Igrejas, em colaboração com o Vaticano, que apresenta um estudo muito profundo que, a meu ver, permitiria dar passos em frente. |
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AE – É dentro desse caminho que veem o reconhecimento mútuo do batismo?
JLF – O irmão Roger de Taizé dizia que Cristo não veio fundar uma religião mas chamar a uma comunhão. Se a nossa fé for levada a sério, entende-se que é isto que Cristo quer de cada um de nós. E é natural que o |
ecumenismo aconteça com o aprofundar da dimensão missionária, com o desenvolvimento do movimento litúrgico e bíblico. Quando se procura regressar às fontes, percebe-se também que o viver autêntico tem esta dimensão de reconciliação entre cristãos. |
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Re-conhecer-se irmão
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O cristianismo tem sido na história da humanidade um motor do reconhecimento do outro como um semelhante. É certo que algo disto está já presente na antiga convicção bíblica de que Deus, se é mesmo uno e único, então Ele é o criador de tudo e todos. Ou ainda no alargamento de horizontes operado por profetas como Isaías, para quem Jerusalém, a cidade de Deus, se haveria de transformar um dia numa cidade para todos os povos. Mas não é sobretudo aí que ele reconhece a unidade essencial de todo o Homem. É em Jesus Cristo que isso se lhe impõe de forma definitiva. Desde logo, porque reconhece que, em Jesus de Nazaré, Deus se fez um de nós, tomando para si o que a todos nos acomuna: a condição humana. O que, porém, faz do cristianismo uma autêntica força unificadora do género humano não é tanto este laço natural |
entre Deus e o Homem, quanto o laço sobrenatural que eleva a relação entre eles a parâmetros radicalmente novos. Em Cristo ressuscitado esta afinidade fundamental entre todos os Homens é elevada ao nível de fraternidade universal de todos os filhos de Deus. Por isso, para quem vive os tempos da Páscoa, «não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher», porque todos são um só em Cristo Jesus (cf. Gl 3, 28). A proximidade natural intensifica-se com experiência pascal do batismo. Pela primeira, vemos no outro um igual. Pela segunda, reconhecemos no outro um irmão. Vem-me esta reflexão à mente na hora em que várias Igrejas em Portugal reconhecem-se publicamente irmanadas num único e mesmo batismo. Sem introduzir nenhuma grande novidade, este pronunciamento não é frequente, sobretudo |
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no nosso país. É um gesto que não esconde nem esquece a diferenças que subsistem entre as Igrejas signatárias. Mas este é um gesto que diz, tanto para o interior como para o exterior destas comunidades, que elas são melhor definidas pelo que as une que por aquilo que ainda as separa. Une-nos Cristo e une-nos o sacramento que nos une a Cristo: o batismo. É este laço que faz do cristianismo um lugar de proximidade, não como prescrição moral, mas por recriação pascal. Aí «Cristo não está dividido». E isto nunca será demais sublinhar. É provável que este passo conjunto de cristãos em Portugal passe desapercebido a muitos e seja rapidamente esquecido por outros. Todavia, convém não ignorar o seu alcance profético. Para o interior das respetivas comunidades, ele parece pedir que elas se «re-conheçam» sempre de novo; que elas se «re- |
vejam» em todo o batizado, mesmo se de outra comunidade, porque nele têm um irmão; que, assim, elas se «re-descubram» participantes de um corpo maior que o corpo visível da sua Igreja, porque participam de um corpo que tem a envergadura do próprio corpo do Ressuscitado. Para o exterior, este parece ser um gesto contracorrente. Em tempos de múltiplas fragmentações, num país perigosamente exposto a maiores divisões (culturais, sociais, políticas, económicas), esta voz de quem procura aproximar caminhos e reconhecer o valor do diferente preenche o nosso espaço público com uma melodia diferente. Oxigena-o, mostrando-lhe que a fraternidade também é caminho de futuro possível para o nosso país.
Alexandre Palma
Professor da Faculdade |
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Papa apela à paz em cenários de morte |
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O Papa recebeu esta segunda-feira os membros do corpo diplomático acreditados na Santa Sé e alertou para as “imagens de destruição e de morte” que chegam de vários pontos do globo, em particular da Síria. “Não deixo de esperar que tenha finalmente um fim o conflito na Síria”, declarou Francisco, durante a audiência em que recebeu os cumprimentos de Ano Novo dos embaixadores, pedindo “uma renovada vontade política comum” para pôr fim a esta guerra. A intervenção recordou a realização da conferência de paz ‘Genebra 2’, uma iniciativa da Rússia, Estados Unidos da América e ONU que vai decorrer no próximo dia 22, tentando garantir uma solução política para a guerra civil na Síria, que terá provocado mais de 120 mil mortos desde março de 2011. O Papa deixou votos de que esta iniciativa “marque o início do desejado caminho de pacificação”. Ainda no Médio Oriente, Francisco manifestou “preocupação” com as dificuldades políticas no Líbano e a falta de “concórdia social |
no Egito e no Iraque, antes de saudar os “significativos progressos” realizados sobre a questão nuclear no Irão; mostrou-se também satisfeito com o facto de se terem retomado as negociações de paz entre israelitas e palestinos. O Papa advertiu para o “êxodo dos cristãos” do Médio Oriente e do Norte de África, bem como para os “atos de intolerância” e “perseguição” contra os membros das várias igrejas. A intervenção passou em revista as situações de violência e tensão que afetam a Nigéria, República Centro-Africana, Mali, Sudão do Sul ou a península da Coreia. Francisco retomou as críticas à “cultura do descartável”, que têm marcado o seu pontificado, recordando quem sofre com a fome, as crianças-soldados, o sofrimento de migrantes e refugiados, as vítimas do tráfico de seres humanos e a exploração dos recursos naturais. “Causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto”, declarou. |
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O discurso recordou a visita à ilha italiana de Lampedusa, em julho de 2013, frisando que a “indiferença geral” perante o drama dos migrantes é “um sinal dramático da perda do sentido da responsabilidade fraterna sobre o qual assenta toda a sociedade civil”.
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O Papa falou no aumento do número de “famílias divididas e dilaceradas”, pedindo políticas que as apoiem, e repetiu a sua preocupação com a marginalização dos idosos na vida social. |
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Cardinalato não é uma promoção |
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O Papa enviou uma carta aos 19 futuros cardeais que vai criar no próximo dia 22 de fevereiro, para pedir-lhes que recebam esta designação com “um coração simples e humilde”. “O cardinalato não significa uma promoção nem uma honra nem uma condecoração, é simplesmente um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração”, escreve Francisco, numa missiva divulgada pelo Vaticano. A carta foi assinada este domingo, dia em que o Papa anunciou, após a recitação do ângelus, a lista de 16 novos cardeais eleitores, vindos de 12 países, e de outros três com mais de 80 anos. Segundo Francisco, para “poder olhar mais longe e amar mais universalmente com maior intensidade”, cada cardeal deve “seguir o mesmo caminho do Senhor: o caminho do abaixamento e da humildade, tomando a forma de servo”. O Papa pede ainda aos novos cardeais que, ao manifestarem a sua alegria por causa da sua criação, |
evitem “qualquer expressão de mundanidade, qualquer festejo alheio ao espírito evangélico de austeridade, sobriedade e pobreza”. O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa abordou em Fátima o facto do nome do patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, não constar da lista de 16 cardeais eleitores. O padre Manuel Morujão sublinhou que a decisão do Papa não representou “nenhuma exclusão”, antes foi ao encontro de “uma regra ultimamente seguida na Igreja Católica” - quando há um cardeal eleitor numa determinada Igreja, como no Patriarcado de Lisboa, não é nomeado outro cardeal eleitor. |
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Vaticano afirma compromisso na luta contra abusos sexuais |
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O observador da Santa Sé junto das instituições da ONU em Genebra, Suíça, disse hoje à Comissão das Nações Unidas para os Direitos da Criança que o Vaticano está empenhado na luta contra abusos sexuais de menores. “A Santa Sé delineou cuidadosamente políticas e procedimentos destinados a ajudar na eliminação de tais abusos e a colaborar com as respetivas autoridades estatais na luta contra este crime. A Santa Sé também está comprometida na escuta atenta das vítimas de abusos”, disse D. Silvano Tomasi, numa intervenção divulgada pelo Vaticano. A audiência abordou a implementação da Convenção dos Direitos das Crianças, da qual a Santa Sé é signatária, com a apresentação de um relatório por parte da delegação do Vaticano. O arcebispo italiano sublinhou que “não há desculpa” para qualquer forma de “violência ou exploração” de menores e que estes crimes “nunca têm justificação”, independentemente do local ou das instituições
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onde tiverem sido cometidos. “Esta é a política de longa data da Santa Sé”, acrescentou. O chefe da delegação do Vaticano destacou que os “abusadores” podem ser encontrados entre as profissões “mais respeitadas do mundo” e ainda “mais lamentavelmente” entre os membros do clero ou o pessoal da Igreja. “Este facto é particularmente sério, dado que estas pessoas estão numa posição de grande confiança e são chamadas a níveis de serviço que passam pela promoção e proteção de todos os elementos da pessoa humana, incluindo a saúde física, emocional e espiritual”, observou.
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Audiência Geral de 15 de janeiro de 2014
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O clube de Dallas |
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Texas, 1985. Na sequência de um acidente que o obriga a internamento hospitalar, Ron Woodroof recebe a notícia de que é seropositivo, com um negro prognóstico de 30 dias de vida. Inicialmente incrédulo, o eletricista homofóbico acaba por aceitar a dolorosa notícia e decide não se deixar derrotar. Submetido ao tratamento com Azidotimidina (AZT), um anti retroviral experimental, conhece um médico que lhe fornece uma alternativa menos tóxica, não aprovada no entanto nos Estados Unidos. Enquanto verifica os seus benefícios aproxima-se de uma comunidade homossexual que até então lhe era totalmente alheia. Em breve, decide divulgar e vender em segredo estes produtos, tendo por principal apoio um travesti viciado em drogas e por cliente a comunidade gay de Dallas. Ao tomar conhecimento da droga, uma especialista em imunologia, Eve Saks, junta-se à causa e ao negócio, defendendo esta droga e enfrentando a oposição da classe médica e do meio farmacêutico |
que continua a priorizar o AZT. Adaptação ao cinema da história verídica de Ron Woodroof, ‘O Clube de Dallas’ é a estreia do realizador canadiano Jean-Marc Vallée em ecrãs nacionais. Aclamado pela Associação de Críticos de Cinema de Toronto, Vallée viu o seu filme antecessor, ‘Café de Flore’ premiado como melhor filme nacional. Antes da empolgante história de amor cruzando de forma quase mística a vida de um homem e de uma mulher separados pelo tempo e pelo espaço, a forma como ilustrou a vida extraordinária de um lote de personagens triviais no seu ‘C.R.A.Z.Y.’ merecera a atenção da Academia de Cinema Europeu que o nomeia em 2005 para o prémio de melhor filme. Agora, chega a vez dos Estados Unidos prestarem atenção ao seu trabalho, premiando os desempenhos de Matthew McConaughey e Jared Leto com dois globos de ouro para, respetivamente, melhor ator principal e secundário na categoria drama. Retomando os temas da homossexualidade e |
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da homofobia Valléé combina-os em ‘O Clube de Dallas’ com questões associadas ao poder e contra poder da indústria farmacêutica, da investigação sobre o HIV e do recurso a medicinas alternativas. Com fleuma, o filme resulta numa evocação sensível, forte e pouco sentimentalista de um homem que, à margem do seu contexto social, lutou pela sua vida e pela dos que até então considerava seus dissemelhantes, de quem se aproximou. Numa fase ainda muito experimental de pesquisa sobre a SIDA, apostou na |
distribuição alternativa de fármacos, contrariando, ainda que sem o apoio da lei ou de estudos científicos capazes de o sustentar no tempo útil de vida que lhe era predito, poderes instituídos. A evolução do protagonista em gentileza e humanidade e a relação que estabelece com Rayon, o travesti, mesmo sem dispensar alguns lugares comuns e algum humor negro, são as mais-valias deste filme que vinga também pelos desempenhos e pelos temas que dele brotam. Margarida Ataíde |
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Pátio dos Gentios - Entre Deus e o homem |
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O Papa Bento XVI no discurso à Cúria Romana para a apresentação dos bons votos de Natal no dia 21 de Dezembro de 2009, afirmou a certa altura o seguinte: “Penso que a Igreja deveria também hoje abrir uma espécie de "átrio dos gentios", onde os homens pudessem de qualquer modo agarrar-se a Deus, sem O conhecer e antes de terem encontrado o acesso ao seu mistério, a cujo serviço está a vida interna da Igreja. Ao diálogo com as religiões deve acrescentar-se hoje sobretudo o diálogo com aquelas pessoas para quem a religião é uma realidade estranha, para quem Deus é desconhecido, e contudo a sua vontade não é permanecer simplesmente sem Deus, mas aproximar-se d'Ele |
pelo menos como Desconhecido”. Como resposta ao desafio do atual Papa Emérito, um grupo de sacerdotes portugueses aventurou-se e a 11 de outubro de 2010 lançava o sítio www.patiodosgentios.com.
Este projeto “dirige-se a jovens e adultos, crentes e não crentes, e apresenta-se com duas propostas: a publicação online de textos, fotos, questionamentos, entrevistas promovendo a reflexão e a escuta e a edição em papel de uma coleção de livros (traduzidos ou inéditos) para o aprofundamento da fé”.
Ao entrarmos neste espaço virtual percebe-se claramente que a imagem gráfica está bem trabalhada, seja através do logotipo e cores escolhidas bem como pela disposição dos conteúdos. Na página inicial |
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encontramos os principais destaques e ainda os mais recentes artigos, todos eles possuindo uma belíssima imagem. Na opção “filmes” podemos encontrar um conjunto extraordinário de sugestões cinematográficas, todas elas possuindo uma resenha com uma leitura profunda do sentido da película. Em “fotografias” conforme o nome revela, existe um enorme acervo fotográfico com imagens muito interessantes, todas elas com um texto associado, também ele bastante estimulante. Existem também um conjunto de artigos muito bem escritos que vão de encontro aos objetivos deste espaço e que se encontram distribuídos por diversas categorias.
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Caso pretenda conhecer melhor este projeto basta que aceda ao item “sobre nós”. Aí pode descobrir os seus fundamentos, objetivos e ainda fica a saber que os autores são os sacerdotes: Tiago Freitas (Arquidiocese de Braga e a estudar Teologia Pastoral em Roma), João Costa (Arquidiocese de Braga e a estudar Teologia Fundamental em Roma) e Pablo Lima (Diocese de Viana do Castelo e a estudar Sagrada Escritura em Roma).
Aqui fica então a nossa sugestão de visita atenta e constante a um sítio que afirma que “a fé em Deus enriquece a condição humana e que não é possível ser fiel a Deus sem ser fiel à humanidade e vice-versa”. Fernando Cassola Marques |
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“Estará Cristo dividido?” |
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O Guião do Oitavário de Oração para a Unidade dos Cristãos, que se celebra em cada mês de janeiro entre os dias 18 e 25, tem este ano por tema “Estará Cristo dividido?” e os conteúdos foram preparados pelas igrejas cristãs do Canadá. A pergunta que formula o tema deste ano é retirada da carta de S. Paulo à comunidade de Corinto, no capítulo primeiro. De acordo com o texto, o seguimento da proposta gerou divisões, começando cada um a dizer: ‘Eu sou de Paulo’, ou ‘Eu sou de Apolo’, ou ‘Eu sou de Cefas’, ou ‘Eu sou de Cristo’. É neste contexto que S. Paulo interroga “Estará Cristo dividido?” para apontar como única referência Aquele que “foi crucificado”. A comissão que preparou os materiais para este Oitavário refere na introdução do Guião que o Canadá é um “país marcado pela diversidade da língua, da cultura e mesmo do clima”. A sociedade canadiana experimenta também a “expressões da fé cristã”, |
onde as “comunidades eclesiais continuam a albergar divisões escandalosas”. Para além da reflexão sobre o tema, este Guião propõe orações para os oito dias da semana, celebrações pela unidade e recorda os temas que marcaram cada Oitavário desde 1968, quando se começou a celebrar, e as datas fundamentais na história da semana de oração pela unidade dos cristãos. |
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“As palavras da Palavra” |
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É o segundo “livro-entrevista improvável” de Zita Seabra ao padre Gonçalo Portocarrero de Almada. Depois da obra “Auto-de-Fé – A Igreja na Inquisição da Opinião Pública”, é agora publicado o título “As palavras da Palavra – Dicas sobre as parábolas de Jesus”. Ao longo de quase 500 páginas, os autores dialogam sobre as parábolas de Jesus, “pequenas histórias do Novo Testamento, espaços de liberdade, de livre interpretação”, tomadas não como fatos, mas como “histórias, em alguns casos poéticas, noutros cheias de humor, algumas com rasteiras ao nosso pensamento”, refere a apresentação do volume. Para o padre Gonçalo Portocarrero de Almada, o livro é uma oportunidade de acolher a “semente da palavra” que Jesus “lançou aos ventos do mundo e da história”. “Cada qual, a seu modo, nos fala d’Ele; cada uma, seu jeito, é Ele materializado no verbos do Verbo”, refere na introdução ao livro. Zita Seabra considera as parábolas de Jesus são “um espaço de liberdade, |
de criatividade, de poesia”. Neste livro, editado pela Alêtheia, Zita Seabra e o padre Gonçalo Portocarrero de Almada convidam os leitores a “parabolar” sobre as histórias que Jesus contou. |
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D. Joaquim Gonçalves: O bispo que explicava os documentos conciliares |
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Os documentos emanados do II Concílio do Vaticano foram uma grande fonte de inspiração e alicerce na escrita de D. Joaquim Gonçalves, bispo emérito de Vila Real, falecido no último dia do ano transacto. O prelado, natural de Fafe, era colaborador assíduo de vários órgãos de comunicação social e deixava sempre um verdadeiro manancial linguístico e vivencial. “Em muitos cristãos a fé esmoreceu porque as pessoas deixaram de rezar em família e deixaram de frequentar os atos de fé quer por preguiça, quer por acumulação de tarefas aos domingos, quer pelo aliciamento de passatempos modernos, quer pelo cruzamento de leituras avessas à fé, quer por desmandos morais, quer por influência das companhias”, escreveu D. Joaquim Gonçalves no jornal «Voz de Trás-os-Montes», na edição de 11 de Outubro de 2012. No mesmo artigo «Ano da Fé, Concílio e Catecismo», o bispo que gostava da sonoridade de Verdi e Rossini realça que as lacunas apontadas e “tropeços impedem o exercício e desenvolvimento da vida da fé e, só depois desses desvios, é que as pessoas foram pedir à inteligência uma justificação racional do seu afastamento, nascendo assim as teorias da descrença”. D. Joaquim Gonçalves esteve cerca de 20 anos (1991-2011) como pastor da diocese
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transmontana e faleceu com 77 anos de idade. Depois de diagnosticar a realidade contemporânea, o prelado alerta: “A Igreja tem de estar onde estão as pessoas, e os jovens estão na net”. Cada época pede à Igreja uma aventura: “No século I pediu a aventura de Paulo no mundo helénico; no século XVI a ousadia dos missionários; em pleno século XXI, a aventura da net”. (In: Jornal «Notícias de Beja», 09 de Maio de 2013). O documento «Gaudium et Spes» (GS), nascido do grande acontecimento eclesial do século XX, o II Concílio do Vaticano, foi uma pedra basilar que ajudou D. Joaquim Gonçalves a ler a sociedade actual. A política é apresentada pelo concílio como uma “arte difícil e muito nobre”. Difícil porque, além do muito e variado saber que exige de quem a exerce, ela requer ainda especiais dotes de diálogo e de criatividade. O prelado acrescenta: “É muito nobre porque a sua finalidade é servir o país, cuidar do bem comum”. E é por |
causa desta nobreza que vários documentos da Igreja repetem que “a actividade política pode tornar-se um modo especial de praticar o amor ao próximo”. Percebe-se assim que uma tal visão da política “exige uma longa preparação do homem político, adesão a valores éticos fundamentais e aprendizagem dos cidadãos”. “É preciso, porém, ter sempre em conta a situação real de cada povo e o necessário vigor da autoridade pública” (GS 31). O antigo bispo emérito de Vila Real sublinha que duas expressões do documento conciliar merecem destaque: “ter sempre em conta a situação real de cada povo” e “vigor da autoridade pública”. As manifestações de desacordo e de protesto “permitem uma certa linguagem de combate, mas não podem transformar-se num voto contra o povo e, menos ainda, no direito ao insulto e à grosseria”. Por ser difícil, a “política exige esforço e paciência; por ser nobre, merece seriedade”. |
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janeiro 2014 |
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Dia 17
* Lisboa - Póvoa de Santo Adrião (Auditório do Centro Paroquial) (21h30m) - Conferência «Deus na literatura portuguesa contemporânea» por Jorge Paulo. |
* Santarém - Torres Novas (Salão de São Pedro) (21h00m) - Conferência sobre «A experiência religiosa na infância e adolescência - desenvolvimentos e desafios» pelo padre Paulo Alves, reitor do Seminário Maior de Lamego. |
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* Aveiro - Albergaria-a-Velha (Casa de Nossa Senhora do Socorro) - Encontro de agentes sócio-pastorais das migrações com o tema «Aventuras e desencantos na emigração». (17 a 19)
Dia 18
* Évora - A Arquidiocese de Évora promove uma visita guiada à igreja de São Vicente do Pigeiro, iniciativa integrada num projeto que pretende dar mais visibilidade ao património religioso eborense. |
* Viseu - Seminário - O Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações de Viseu promove o 2.º encontro do projeto «Seminário em Família», para rapazes até aos 16 anos de idade. |
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Papa Francisco vai encontrar-se este domingo com uma centena de jovens refugiados na basílica romana do Coração de Jesus, para assinalar a celebração do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. A iniciativa insere-se no programa de uma visita de cerca de quatro horas na qual o Papa falará com paroquianos, jovens refugiados e pessoas sem-abrigo.
O Departamento para os Bens Culturais, Patrimoniais e Arte Sacra da Diocese de Lamego promove esta segunda-feira uma ação de formação sobre «Os cuidados a ter com a salvaguarda do património religioso». A iniciativa é orientada por Maria de Fátima Eusébio, coordenadora do Departamento para os Bens Culturais da Diocese de Viseu.
A Pastoral da Família da paróquia de Vilar do Paraíso, em Vila Nova de Gaia, vai organizar durante o mês de janeiro o “3º ciclo de conversas amplas” sobre a temática ‘Da fragilidade rumo à esperança’. A primeira conferência vai ter lugar esta sexta-feira, com a presença da antiga ministra da saúde, Ana Jorge que vai falar sobre o tema ‘Das doenças crónicas… ao apoio da família e à família’.
O Centro de Estudos de História Religiosa da UCP promove este ano o ciclo ‘Espiritualidade, culto e devoções’, constituído por oito sessões, a realizar de janeiro a junho e em outubro e novembro, que têm lugar na terceira segunda feira de cada mês, nas instalações da UCP-Porto – Polo da Foz. A primeira sessão é dedicada ao tema ‘Sacramentum Natalis Domini: História, celebração e teologia do Natal numa perspetiva genética’, com intervenção de Nuno Duarte Queirós (Diocese de Aveiro) |
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APPS PASTORAISThe Pope App |
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A revista Time elegeu o Papa Francisco como o homem do ano de 2013. A comunicação social e as redes sociais fazem cada vez mais eco das palavras, ações e gesto do Papa Francisco. Apresentamos a aplicação que nos permite “seguir” mais de perto o Papa: a The Pope App. O Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, do Vaticano, lançou em janeiro de 2013 a aplicação gratuita The Pope App. É uma aplicação “centrada” na figura do Santo Padre. Com esta aplicação podemos seguir ao vivo as intervenções do Sumo Pontífice, receber e configurar avisos, notícias e discursos oficiais. Há integração com as redes sociais, como não poderia deixar de ser, permitindo partilhar informação através do Facebook, Twitter ou e-mail. Foi adicionada à aplicação uma galeria de imagens e de vídeos, bem como acesso à agenda e links de outros serviços da Santa Sé. A aplicação permite-nos, através do nosso Smartphone ou Tablet, |
visualizar algumas áreas do vaticano através de câmara espalhadas pelo Praça de São Pedro, com transmissão permanente, túmulo de João Paulo II, residência de Castel Gandolfo...
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h22Domingo, dia 19 - Liberdade religiosa: perseguição por motivos religiosos e projetos de ajuda.
RTP2, 18h00Segunda-feira, dia 20 - Entrevista ao padre José Vieira, provincial dos Missionários Combonianos, que trabalhou no Sudão do Sul durante os últimos 7 anos. Terça-feira, dia 21 - Informação e entrevista sobre o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos. Quarta-feira, dia 15 - Informação e entrevista sobre o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos. Quinta-feira, dia 16 - Informação e entrevista sobre o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos. Sexta-feira, dia 17 - Apresentação da liturgia dominical pela irmã Luísa Almendra e o padre Vitor Gonçalves Antena 1 Domingo, dia 19 de janeiro, 06h00 - Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. Entrevista com Frei Francisco Sales.
Segunda a sexta-feira, dias 20 a 24 de janeiro, 22h45 - Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos com Pastora Eva Michel, da Igreja Metodista, Reverendo Fernando Santos da Igrela Anglicana e João Luís Fontes da Igreja Católica Apostólica Romana. |
Se Deus tudo sabe e tudo pode, porque não evita o mal?
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Ano A - 2º Domingo do Tempo Comum |
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Santos e felizes em Deus |
A liturgia deste segundo domingo do tempo comum, logo a seguir ao tempo de Natal, coloca-nos a questão da vocação; e convida-nos a situá-la no contexto do projeto de vida plena, oferecida por Deus aos homens e ao mundo, elegendo pessoas para serem testemunhas desse projeto. A primeira leitura de Isaías insere-nos no dinamismo dessa personagem misteriosa, o Servo de Deus, a quem Deus elegeu desde o seio materno. «O Senhor falou-me, formou-me desde o seio materno, fez de mim seu servo, fez de mim a luz das nações, para levar Deus a todos». Não podemos ficar indiferentes a estas afirmações de apelo tão terno de Deus a cada um de nós. A segunda leitura da Primeira Carta aos Coríntios apresenta-nos Paulo, chamado a recordar aos cristãos de Corinto e a todos nós que somos “chamados à santidade”, chamados por Deus a viver realmente comprometidos com os valores do Reino, escolhidos como apóstolos. Aí está mais uma provocação à nossa consciência de batizados, para praticarmos a santidade que nos faz enviados de Cristo em tantas situações da vida.
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O Evangelho apresenta-nos Jesus, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro, investido de uma missão pelo Pai; e essa missão consiste em libertar os homens do pecado que oprime e não deixa ter acesso à vida plena.
A atitude para renovar a vocação só pode ser a mesma que é rezada no Salmo: «Ecce venio, eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade. Aqui estou». Acolher a Palavra que hoje nos é servida é tomar consciência da vocação a que somos chamados e das suas implicações. Não se trata de uma questão que apenas atinge e empenha algumas pessoas especiais, com um lugar à parte na comunidade eclesial, como os padres e as freiras; trata-se de um desafio que Deus faz a cada um dos seus filhos, que a todos implica e empenha. Na origem da |
vocação está Deus: é Ele que elege, que chama e que confia a cada um uma missão. A vocação implica essencialmente uma relação de comunhão, de intimidade, de proximidade da pessoa com Deus. Mas não se esgota nessa aproximação. É sempre em ordem a um testemunho e a uma intervenção no mundo, mesmo que se trate de uma vocação contemplativa. Aquele que é chamado por Deus é sempre testemunha e sinal vivo de Deus, dos seus valores e das suas propostas diante dos outros homens. Neste dia e durante a próxima semana, pensemos e rezemos a nossa vocação. E rezemos pela fidelidade à resposta que demos a Deus desde o nosso batismo. Só assim seremos santos e felizes em Deus. Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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Paquistão: Asia Bibi escreve da prisão ao Papa Francisco“Rezem por mim” |
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É uma carta pequena, em que Asia Bibi, injustamente condenada à morte por blasfémia, desabafa com o Santo Padre e pede-lhe as suas orações. É uma carta em que revela também o enorme sofrimento a que tem sido sujeita na cadeia, já lá vão mais de quatro anos.
“Não sei se aguento muito mais”. Asia Bibi diz tudo nesta simples frase na carta que enviou, no Natal, ao Papa Francisco e que, agora, foi tornada pública. A carta é o grito de alguém que está a perder as suas forças mas que não desiste. Asia Bibi é uma mulher católica, paquistanesa, que trabalhava no campo juntamente com outras mulheres muçulmanas. Um dia, apenas porque bebeu um copo de água de um poço, foi acusada de ter tornado a água impura. Condenada à morte por blasfémia, Asia Bibi continua a aguardar o dia da execução, apesar da enorme campanha internacional em favor da sua libertação. É neste contexto que deve ser lida a pequena carta |
que endereçou ao Papa. É um texto em que revela a força das suas convicções religiosas, a sua fé inquebrantável, mas, ao mesmo tempo, é um grito de angústia. Bibi confessa como é assustador o dia-a-dia na prisão. “Não sei se aguento muito mais. Se ainda estou viva, é graças à força que as suas orações me dão. Já conheci muitas pessoas que lutam por mim, mas, infelizmente, isso não foi suficiente. Neste momento, quero entregar-me somente à misericórdia de Deus, que tudo pode. Somente Ele pode libertar-me”. Na carta, Bibi explica com algum detalhe o medo que sente todos os dias na prisão de Multan onde se encontra, o frio que se faz sentir, a falta de cuidados básicos de higiene, a distância da família. “A minha cela não tem calafetação nem porta adequada para me proteger do frio penetrante; as medidas de segurança também não são adequadas; não tenho os itens básicos para as minhas necessidades quotidianas e estou muito longe de Lahore, |
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onde se encontra a minha família, que assim não me pode ajudar ", desabafa.
Confiança em Deus |
Em Portugal, a Fundação AIS tem vindo a chamar a atenção para a história desta mulher paquistanesa e, através dela, para todos os homens e mulheres vítimas da intolerância religiosa no mundo. Os amigos e benfeitores da Fundação AIS são convidados a participarem numa corrente de oração, acendendo uma vela pela libertação de Asia Bibi e de todos os Cristãos no Paquistão.
Paulo Aido
| www.fundacao-ais.pt
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Construir Unidade |
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Tony Neves |
Os Bispos católicos de Portugal aprovaram, a 14 de novembro, um texto de acordo sobre o reconhecimento mútuo do Sacramento do Batismo, após longas conversações com as confissões cristãs Igreja Lusitana, Igreja Evangélica Metodista, Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal e Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Constantinopla. Este acordo será assinado durante a próxima Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, na Celebração Ecuménica Nacional, na catedral Lusitana de S. Paulo (Rua das Janelas Verdes), às 18h00 do dia 25 de janeiro. O Ecumenismo em Portugal tem tido, sobretudo, um rosto jovem. Foi na Assembleia Ecuménica Europeia, realizada em Graz – Áustria em 1997, que a delegação portuguesa se reuniu e decidiu avançar com iniciativas que congregassem os cristãos em Portugal. Os jovens agarraram a ideia e, em 1999, Leiria acolheu, no Seminário Diocesano, o I Fórum Ecuménico Jovem. Foi criada uma Equipa Ecuménica Jovem que, desde essa data, sempre reuniu com regularidade e preparou os eventos ecuménicos relacionados com a pastoral juvenil. A partir daí, ano após ano, o Fórum Ecuménico (FEJ) ganhou direito de cidadania nos calendários da Pastoral Juvenil. A organização é das Igrejas Católica, Lusitana, Metodista e Presbiteriana. Nesta ‘volta a Portugal’, já realizamos FEJ em Braga,
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Viana, Porto, Gaia, Aveiro, Guarda, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Montijo. Lamego acolheu o XV, a 9 de novembro, no Seminário Maior. A Semana da Unidade tem, este ano, um apoio vindo do Canadá. ‘Estará Cristo dividido?’. Com a interrogação deixada pelo apóstolo Paulo à comunidade de Corinto (1Cor 1, 13), os cristãos do Canadá propõem, para todas as Igrejas cristãs, uma reflexão sobre a importância do acolhimento da diversidade dos dons aportados |
por diferentes tradições culturais e eclesiais para a construção da comunhão do corpo de Cristo que é a Igreja. Espero que as celebrações vão mostrar a Portugal e ao mundo que o caminho ecuménico está a ser percorrido e, com a força do Espírito, as Igrejas hão-de ir sempre mais longe na construção do projeto de Cristo que quer que haja um só rebanho e um só Pastor. Tony Neves
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“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
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Deus de amor e de misericórdia, damos-te graças pelos dons da tua graça que experimentamos na nossa própria tradição e nas tradições de outras Igrejas. Pela graça do Espirito Santo, pedimos-te que a nossa gratidão aumente, quando encontramos entre nós e experimentamos o dom da unidade, em modos novos. Nos to pedimos, por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amen. (Da celebração para a Unidade dos Cristãos 2014) |