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Foto da capa: D.R. Foto da contracapa: Agência Ecclesia
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Semana Nacional da Cáritas Portuguesa[ver+]
Papa em defesa dos trabalhadores
Eleições europeias 2014
Sandra Costa Saldanha | D. José Cordeiro | Tony Neves | Margarida Corsino
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Sobre o culto das imagens,
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Sandra Costa Saldanha Secretariado Nacional dos Bens Culturais. |
São João Damasceno, De sacris imaginibus oratio.
Quando em 1997 João Paulo II reflectia sobre o culto das imagens - comentando a Lumen Gentium do II Concílio do Vaticano - o Santo Padre evocava, não apenas a sua utilidade, como a vivência autêntica das devoções, a busca de equilíbrio, entre o exagero e “a demasiada estreiteza”, em linha com a exortação do documento conciliar. E é precisamente na sensatez desta procura, que a actual intervenção nas imagens religiosas tarda em ser abordada. Fruto da capacidade inventiva de cada tempo e dos homens que as materializaram, quando por imperativos de conservação carecem de tratamento, colocam em confronto as suas duas dimensões: sagrada, para veneração dos fiéis; material, para fruição estética. Intimamente ligadas, se é conveniente intervir no estritamente necessário, como meio de prevenção e manutenção futura, é também claro que, aos fiéis, deve ser |
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devolvida uma imagem íntegra e digna. E neste ponto, para lá da destruição material que um mau restauro provoca - aquele que manipula e não respeita autenticidade da obra, promovendo adulterações, repintes ou alterações iconográficas - ele constitui, antes de uma qualquer opção estética falível, um atentado à dimensão sagrada da imagem religiosa. |
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“O que está em causa aqui (Crimeia) é a geografia e regras da Europa. Quem vai ser decisivo nesta questão são os norte-americanos, os alemães e toda a cintura do Mar Báltico ao Mar Negro. O cálculo de Vladimir Putin é que esse mundo euro-atlântico não tem vontade nem capacidade para se unir em torno deste ponto. Se for verdade, então todas as bases da integração europeia estarão postas em dúvida”, Miguel Monjardino, (jornal Expresso, 16.03.14) |
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“Corremos o risco de ter gerações de crianças e jovens devastados para sempre pela experiência que viveram”, D. Antoine Audo, bispo de Aleppo e responsável da Cáritas da Síria, (Agência Fides, 18.03.14)
“Em breve, Portugal tem de definir com clareza que linha de rumo irá seguir após a conclusão do programa de assistência económica e financeira. A campanha (para as eleições europeias) deve, pois, decorrer de uma forma esclarecedora, serena e elevada”, Aníbal Cavaco Silva, presidente da República portuguesa, (jornal Público, 19.03.14)
“Um gesto comunitário e também de desafio, já que lembra a cada português que todos estamos implicados na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Sem o contributo de cada um de nós não poderá nunca haver uma verdadeira noção do bem comum”, Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, (comunicado de 20.03.14, sobre o peditório público que a instituição vai realizar até domingo)
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Austeridade tem sido inimiga das famílias |
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Os responsáveis da Diocese de Portalegre-Castelo Branco promoveram em Abrantes a 5ª Assembleia da Pastoral Social, com alertas para as consequências das atuais políticas de austeridade sobre a vida das famílias. A iniciativa, com o tema ‘Família, Solidariedade e Estado Social’, incluiu uma intervenção do antigo ministro das finanças, António Bagão Félix, sobre o tema ‘A Centralidade da Família nas Políticas Sociais’. O especialista referiu à Agência ECCLESIA que as famílias são o “barómetro social” da crise, em particular no que diz respeito às consequências do desemprego. “O primeiro combate deve ser contra o desemprego, porque a primeira e verdadeira segurança social de qualquer pessoa é ter trabalho”, precisou. Segundo Bagão Félix, a crise e a austeridade “têm atingido severamente as famílias” por causa de uma lógica de “aridez humana” e de “cortes cegos”, que acaba por gerar “fenómenos |
acrescidos de falta de equidade”, levando a que Portugal esteja numa “situação insustentável”, face à situação de desemprego de centenas de milhares de pessoas. Um dos autores do chamado ‘Manifesto dos 70’, que defende uma reestruturação responsável da dívida, entende ser importante encontrar “denominadores comuns” para criar uma “cultura de compromisso”. Elicídio Bilé, diretor do Secretariado da Pastoral Social na Diocese de Portalegre-Castelo Branco, destacou por sua vez que o aumento do desemprego na região e as consequências das atuais políticas sociais prejudicam “fortemente” as famílias. O responsável recorda a situação “terrível” das pessoas que se encontram a viver sozinhas e o progressivo “definhar” da atividade económica. Neste momento, há cerca de 5 mil famílias apoiadas em permanência, nesta região, por grupos ligados à Igreja Católica. A jornada decorreu durante o sábado no auditório |
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da escola secundária Dr. Manuel Fernandes e começou por abordar o tema ‘Desemprego, combate prioritário na Região Transfronteiriça’.
A última conferência do dia intitulou-se ‘O serviço à Família iluminado pela Doutrina Social da Igreja’, seguindo-se a Missa presidida pelo bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias. |
“Há famílias que sentem dificuldades e batem constantemente à porta”, disse à Agência ECCLESIA o prelado. O também presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família alerta para a necessidade de “formação” e de aprofundar a “solidariedade” na ação da Igreja, neste setor específico. |
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Aveiro homenageou
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D. António Francisco dos Santos, bispo eleito do Porto que vai deixar a Diocese de Aveiro, foi homenageado esta quarta-feira por instituições representativas da cidade aveirense. Numa iniciativa acolhida pela Universidade local, o prelado realçou que vai prosseguir atento e envolvido nos destinos desta diocese, que continua a precisar de “congregar esforços, reunir sinergias e unir pessoas para trabalhar ao serviço do bem e do progresso” das pessoas. “As dificuldades sociais por que passam tantas famílias a braços com o desemprego, com a solidão, com a doença, com os limitados recursos financeiros, com a destruturação e rutura social exigem da Igreja e da sociedade uma atenção maior e uma presença mais eficaz”, alertou. D. António Francisco dos Santos foi nomeado bispo do Porto a 21 de fevereiro deste ano, pelo Papa Francisco, e vai assumir oficialmente a sua missão no próximo dia 6 de abril, |
numa celebração marcada para as 16h00, na Sé do Porto. Durante a sessão de homenagem no auditório da Universidade de Aveiro, o reitor daquela instituição, Manuel Assunção, agradeceu “a amizade, a simplicidade e a disponibilidade” que D. António Francisco dos Santos sempre demonstrou no decurso da sua missão pastoral na região. Em nome da autarquia de Aveiro, o presidente Ribau Esteves referiu-se ao bispo como uma “referência para os homens que, defendendo causas e transformando-as em missão, ajudam os outros a tirarem melhor sabor ao dom da vida”. |
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Novo superior da Ordem do Carmo
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O frei Ricardo dos Reis Rainho foi eleito superior maior da Ordem do Carmo em Portugal, durante o capítulo eletivo que decorreu em Fátima, escolha que o surpreendeu e que aceita com “humildade e entrega ao serviço”. “Recebi a eleição com alguma surpresa mas os confrades depositaram esta confiança em mim e eu com a minha humildade e simplicidade aceitei especialmente nesta perspetiva de serviço à ordem, ao comissariado e a Portugal”, disse hoje à Agência ECCLESIA o religioso. O novo superior encara como desafios para estes três anos “a consolidação da missão da Ordem do Carmo em Portugal nos dias de hoje, reforçando a presença”. “Há seis comunidades ao todo no país, são poucos os padres da congregação e há muito trabalho, mas há muita disponibilidade para todos serem dinamizadores da espiritualidade carmelita em Portugal, junto das pessoas que nas paróquias e noutros sítios se cruzam com os carmelitas”, precisa. |
Desde terça-feira, a Ordem do Carmo em Portugal esteve reunida na Casa de São Nuno, em Fátima tendo o encontro como tema ‘Dá-me de beber: a missão e a identidade do Carmelo no mundo de hoje’. “No mundo atual as pessoas vivem alheadas da realidade espiritual e as dimensões da oração, da vida contemplativa e desta espiritualidade carmelita são testemunhos importantes que podemos transmitir”, afirma frei Ricardo dos Reis Rainho. Presente durante estes dias esteve o prior geral da Ordem do Carmo, frei Fernando Millan Romeral que falou à Agência ECCLESIA da “importância histórica da Ordem do Carmo em Portugal para a congregação a nível internacional”. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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D. José Policarpo (1936-2014) |
A voz do silêncio |
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D. José Manuel Cordeiro Bispo de Bragança-Miranda |
José de Nazaré é cantado na liturgia da Igreja como o «patriarca do silêncio e do trabalho» e, ainda, «servo fiel, humilde e silencioso». S. José é homem justo e prudente, qual facilitador da vida em Cristo. De facto, a liturgia, ao celebrar os mistérios da vida do Salvador, sobretudo os do nascimento e da infância, comemora frequentemente a figura e o papel de São José: no tempo do Advento; no tempo de Natal, em particular na festa da Sagrada Família; na solenidade do dia 19 de Março; na memória do 1º de Maio. O nome de São José ocorre na Oração Eucarística I do Missal Romano e na Ladainha dos Santos. Desde o dia 1 de maio de 2013, o nome de S. José foi também incluído nas Orações Eucarísticas II, III e IV do Missal Romano. O decreto da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos sacramentos apresentou esta decisão: «Pelo seu lugar singular na economia da salvação como pai de Jesus, São José de Nazaré, colocado à frente da Família do Senhor, contribuiu generosamente à missão recebida na graça e, aderindo plenamente ao início dos mistérios da salvação humana, tornou-se modelo exemplar de generosa humildade, que os cristãos têm em grande estima, testemunhando aquela virtude comum, humana e simples, sempre necessária para que os homens sejam bons e fiéis seguidores de Cristo. Deste modo, este Justo, que amorosamente cuidou da Mãe de Deus e se dedicou com alegre empenho |
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na educação de Jesus Cristo, tornou-se guarda dos preciosos tesouros de Deus Pai e foi incansavelmente venerado através dos séculos pelo povo de Deus como protector do corpo místico que é a Igreja. Na Igreja Católica os fiéis, de modo ininterrupto, manifestarem sempre uma especial devoção a São José honrando solenemente a memória do castíssimo Esposo da Mãe de Deus como Patrono celeste de toda a Igreja; de tal modo que o Beato João XXIII, durante o Concílio Ecuménico Vaticano II, decretou que no antiquíssimo Cânone Romano fosse acrescentado o seu nome. O Sumo Pontífice Bento XVI acolheu e quis aprovar tal iniciativa manifestando-o várias vezes, e que agora o Sumo Pontífice Francisco confirmou, considerando a plena comunhão dos Santos que, tendo sido peregrinos connosco neste mundo, nos conduzem a Cristo e nos unem a Ele».Também o Martirológio Romano faz o elogio de S. José, nestes termos: «homem justo, da descendência de David, que exerceu a missão de pai do Filho de Deus, Jesus Cristo, o qual quis ser chamado filho de José e lhe foi submisso como um filho a seu pai. A Igreja venera com especial honra como seu patrono aquele que o Senhor constituiu chefe da sua família». |
A personalidade de José é bem apresentada pelo evangelista Mateus, que depois de narrar a maior revelação que aconteceu enquanto dormia, que diz: «quando despertou do sono, José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor» (Mt 1, 24). A fé de José não é uma vaga sedução do Mistério, mas é seguimento silencioso do próprio Mistério. José compreendeu bem que a sua vida servia para servir Deus. Com José, aprendemos que o verdadeiro louvor em Deus só acontece bem com a as palavas do silêncio, porque o enorme desafio é mesmo escutar a voz do Silêncio e acolher o seu brilho com a flor da amendoeira. |
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“Acha que não tenho fome?
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Sónia Neves Agência ECCLESIA |
Começo a escrever estas linhas no dia do Pai, dedicado a S. José e a todos os pais. Nesta sociedade que esquece a família tão facilmente e onde a diminuta taxa de natalidade preocupa os governantes, dias como este trazem à tona o valor e o significado de ser pai. A televisão ligada num canal de informação debita sons e imagens num serão profundo. Paro e olho com atenção. Fala-se de ser pai, da atual juventude e do desemprego. As ideias ficaram a saltitar na minha memória… para sermos bons pais temos de “abrir horizontes” aos nossos filhos. A juventude de hoje precisa de sair do quarto e estar em contacto com a natureza, precisa de fazer viagens e ter contacto com outras realidades, terem pequenos trabalhos bem cedo para aguçar a responsabilidade e o gosto por fazer algo. Era um professor universitário que falava e analisava a juventude que, até aos 30 anos, ainda recebe mesada. Ele defendia que os jovens têm de estar preparados para “dar a volta”, terem criatividade e romperem com a dependência desafiando com novas ideias, novos empregos e modos de viver. Recordei um episódio desta semana à porta de um supermercado citadino. Um homem envelhecido, na casa dos 50 anos, rosto enrugado e de mão estendida pedia |
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uma moeda a quem entrava. Possivelmente um desempregado. Na agitação do momento nem liguei e ele gritou: “acha que não tenho fome? Para que quero o dinheiro?” O grito fez-me abrandar e olhei. De rosto cabisbaixo, e murmurando, disse: “compre-me um iogurte… de beber, que são baratos!”
Este é o país duro e real que passa fome… “Unidos no Amor, juntos contra a fome” é o lema da semana Cáritas que agora decorre. É a esta instituição, espalhada pelo país, que muitos, novos e velhos que passam fome, estão desempregados ou com dificuldades financeiras, |
envergonhadamente batem à porta. Lá são acolhidos, ouvidos, direcionados e ajudados! Ali há pessoas disponíveis para dar a mão e encaminhar, mas isso só se torna possível com a colaboração de todos no peditório nacional que decorre até este domingo. Este tempo de quaresma também traz consigo o convite a olhar o outro “que se fez pobre no meio de nós”... E como alguém me dizia há uns dias, que queiramos “saltar do sofá e descalçar as nossas pantufas espirituais”… Acredito que só assim, na chegada à Páscoa, a Alegria faz sentido e a Vida de cada dia sai renovada.
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Unidos no amor, juntos contra a fome |
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1. A salvaguarda dos direitos dos famintos e dos pobres é transversal a toda a Bíblia. Já no Antigo Testamento, Deus toma decididamente o partido dos pobres. Por isso, dão-se regras sobre as colheitas e as vindimas para que também os pobres e os estrangeiros possam colher algo (cf Lv 19, 9 ss). E aos reis impõe-se a função de representar Deus, Pai dos pobres: “Ele libertará o pobre que suplica, o miserável que não tem outros apoios; cuidará do débil e do pobre; aos pobres salvará a vida” (1 Sam 2, 7-8). Com o progresso da revelação, acentua-se esta certeza: que o pobre é um predileto de Deus. Por isso, o salmista pode cantar: “O pobre clamou e o Senhor o ouviu. Libertou-o de todas as suas angústias” (Sl 72, 12-13).
2. O Novo Testamento abre precisamente com o Magnificat (Lc 1, 46-56) que recupera a teologia do Antigo e opta, sem reservas, pela salvação dos pobres: “derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes; aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias” |
(vers. 52-53). É a grande afirmação da justiça de Deus que socorre os pobres e faz deles objeto de eleição. Tal como Jesus de Nazaré. Por isso, aos discípulos do Baptista que O interrogam se é Ele o cumprimento das promessas do Pai, apresenta a ação em favor dos pobres e dos sofredores como a grande prova do Seu ser de Messias: “Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa-Nova é anunciada aos pobres” (Mt 11, 4-5). Jesus mostra a natureza da salvação que vem anunciar e realizar: não se trata de uma mera doutrina, mas de gestos de compromisso efetivo para com quem se encontra em situação degradante. Consequentemente, quem também os não fizer não pode tomar parte no Reino de Deus. É o caso dos que veem “um dos irmãos mais pequeninos” com fome, sede, peregrino, nu, doente, preso e não prestam assistência (cf Mt 25, 31-46). É que Deus «comove-se» com os pobres, os aflitos, os que choram, os que sofrem. A ponto de os declarar |
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“bem-aventurados porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 3).
3. A Igreja primitiva compreendeu isto muito bem. Por isso, desde o princípio, dedicou-lhes muito do |
seu melhor. Recordemos apenas três dados: a instituição do diaconado para o serviço dos mais pobres dos pobres (cf Act 6, 1-6); a partilha de bens para que entre eles não houvesse necessitados
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(cf Act 4, 32-37) e a coleta ou peditório para os cristãos de Jerusalém, quando adveio a fome (2Cor 8,1-9,15). É que os crentes sabiam bem que ignorar os pobres seria fazer o mesmo que o rico avarento perante Lázaro (cf Lc 16, 19-31): porque infiel ao projeto de Deus para o mundo, o rico não poderia receber outra coisa que não fosse a exclusão do Seu Reino. Mas Lázaro – literalmente, “Deus ajuda”- pode ter a certeza de que mesmo que todos falhem, Deus está por perto como sua salvação. 4. Então, se a afirmação dos «direitos dos pobres» é central na revelação bíblica, os cristãos não podem deixar de reconhecer esses direitos como instância crítica para a sua fé e como uma obrigação urgente de atuação. O futuro novo, que só o Reino de Deus realizará em plenitude, reclama que esses direitos dos pobres sejam assumidos como prioridade. Ainda que isso suponha alguma redução dos nossos direitos burgueses, já , |
que não são da mesma ordem de urgência, por exemplo o meu direito ao automóvel «topo de gama» ou o medicamento para a aterosclerose múltipla
que o meu vizinho não pode comprar por insuficiência económica. Neste caso, por mais que isso me custe a entender, o meu vizinho tem «direito» a que eu lhe pague o medicamento. Mesmo que, por causa disso, eu não possa comprar o tal carro.
5. A «Semana da Caritas» pretende atingir estes objetivos. Em primeiro lugar, aspira a «espicaçar» as consciências, lembrar-nos que a caridade cristã é consequência inseparável da fé e formar para a partilha e para a solidariedade. Depois, e como resposta, procura que os cristãos vão mesmo «para o terreno», para as «periferias da existência», como diria o Papa Francisco, e realizem obras concretas, fruto de um amor generoso e gratuito, à imagem do |
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de Deus. Para isso, precisa-se do contributo de todos, seja o económico, seja a atuação real. Até porque passa por aí a verdadeira condição cristã. Pensemos no que nos diz o Papa Francisco no fortíssimo nº 207 da sua celebrada Exortação Apostólica “A alegria do Evangelho”: “Qualquer comunidade da Igreja, na medida em que pretender subsistir |
tranquila sem se ocupar criativamente nem cooperar de forma eficaz para que os pobres vivam com dignidade e haja a inclusão de todos, correrá o risco da sua dissolução, mesmo que fale de temas sociais ou critique os Governos. Facilmente acabará submersa pelo mundanismo espiritual, dissimulado em práticas religiosas, reuniões infecundas ou discursos vazios”.
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6. Este ano, no Portugal da crise económica refletida sobretudo nos mais vulneráveis, propõe-se uma «ocupação com os pobres» precisamente na dimensão mais básica de existência humana: no âmbito da alimentação. Sim, se ela faltar, falta tudo o mais. E falta, fundamentalmente, a dignidade humana. O que devia constituir uma enorme vergonha para este nosso mundo sofisticado e desenvolvido, com capacidade de produção de alimentos como nunca existiu, mas que faz do seu desperdício e destruição uma técnica para controlo dos preços. Mesmo que muitos padeçam e morram de fome. Vergonha! É esta a melhor expressão de um mundo «velho» assente nos piores instintos da avidez e da insolidariedade.
7. O cuidar do pobre, particularmente do esfomeado que não pode esperar, é um dos principais distintivos da atuação da Igreja e chave da vida cristã. Com frequência, está ligada aos seus melhores filhos, os |
santos, que se dedicaram a esta tarefa e criaram organizações para a desenvolver. Por isso, o cuidado dos pobres exprime-se na maior diversidade de carismas de que há memória. E mais: quase sempre antecipa e promove épocas de renascimento religioso, após algum «inverno da fé». Porque obrigam a Igreja a recentrar-se na sua verdade originária: “Cristo, sendo rico, fez-Se pobre para nos enriquecer com a Sua pobreza” (2 Cor 8, 9). A exemplo de Cristo, vamos, também nós, enriquecer os pobres com a nossa pobreza? Que ninguém falte à chamada.
D. Manuel Linda Membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana |
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Ajudar e crescer no peditório da Cáritas |
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Chegam após o jantar a casa do chefe da III seção Luís Pessoa para, em roda, sentados no chão, os animadores dos pioneiros do agrupamento 1354 de São Julião da Barra, em Oeiras, organizarem as próximas atividades e tarefas. Nessa noite a recolha de donativos para o peditório nacional da Cáritas toma conta do ambiente. O contacto já é habitual. A senhora que faz a ponte entre a instituição de ação social da Igreja Católica e a paróquia sabe que em São Julião da Barra os escuteiros disponibilizam-se para ajudar – a questão é com quantas latas. “Quando fui contacto disse logo que podíamos receber cinco latas. Depois logo se arranja a disponibilidade das pessoas”, explica o chefe Luís Pessoa enfatizando a necessidade de participação, seguindo um dos lemas do fundador do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Baden Powell: «a melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros». “Se por um lado estamos a ajudar uma instituição, estamos também a formar, pedagogicamente, |
os jovens através destas atividades, porque participando conseguem perceber a importância de dar mais de si aos outros”. O futuro gestor António, de 16 anos, repetente nesta iniciativa, recorda a melhor técnica para conseguir mais donativos. “Lembro-me de ter perguntado aos adultos se queriam contribuir. Quando eles não respondiam eu perguntava aos filhos se queriam um autocolante, como técnica para conseguir que os pais contribuíssem”. Gargalhada geral entre jovens que se divertem ao mesmo tempo que aprendem. “Não precisamos de estar com a lata ao pescoço com cara de enterro. É divertido, sorrimos, e recebemos de volta sorrisos. Há pessoas que nos dão dinheiro e sorrisos e ficamos mesmo felizes”, conta a futura economista de 17 anos, Catarina Serralheiro. Aos pares, em competição e entre gargalhadas, os voluntários são postos à prova quando questionados sobre a instituição que procede à recolha de donativos. |
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“Várias pessoas me perguntaram o que era a Cáritas e eu tive dificuldade em responder, porque não estava muito informado. Mas desenrasquei-me”. A par do António, também o Diogo, de 15 anos, recorda algum desconhecimento sobre a Cáritas Portuguesa, quando participou no peditório na sua escola em Manique. Mas o futuro designer gráfico, de 17 anos, José Miguel, lembra-se de na catequese e no voluntariado na escola, falar muito da instituição que “ajuda na alimentação de pessoas mais carenciadas”.
Também para a Catarina, a Cáritas é conhecida e isso nota-se no resultado do peditório. |
“As pessoas sentem-me mais confiantes em dar dinheiro, em comparação com outros peditórios em que participei”. «Unidos no amor, juntos contra a fome» é o mote que este ano a Cáritas Portuguesa lança e quer levar a todos. O peditório nacional da Cáritas começa esta quinta-feira e, até domingo, à entrada dos estabelecimentos comerciais ou na rua, vai poder pode encontrar os voluntários com uma latinha ao peito para recolher donativos. Em troca, recebe um autocolante e a certeza de que o contributo vai ajudar a fazer a diferença. |
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Semana Nacional Cáritas:
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A fome é a manifestação mais básica da pobreza e da violação de um direito humano essencial já que ele diz respeito não apenas ao direito à alimentação, mas também ao direito a uma vida digna. O direito à alimentação é uma questão de justiça e, por isso, a Cáritas revê-se nas palavras do Papa Emérito Bento XVI, no seu discurso na FAO, durante a Cimeira Mundial sobre Segurança Alimentar – “a fome é o sinal mais cruel e concreto da pobreza”. Sabemos que, em números gerais, mil milhões de pessoas em todo o mundo passa fome. Estamos a falar de uma em cada sete pessoas. O número é ainda maior se pensarmos em todos os que sofrem de forma escondida os efeitos da pobreza. A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 60 por cento de todas as mortes de crianças nos países em desenvolvimento estão associados a situações de fome crónica e má nutrição. Embora alguns fatores indiquem que este é um número que |
está a diminuir a verdade é que a população mundial está aumentar e a tornar-se mais urbana e isto traz implicações na capacidade de sustentabilidade também ao nível alimentar. Este é, aliás, um dos maiores desafios no que diz respeito à segurança alimentar. Basta pensarmos que o aumento de população exige um aumento dos recursos naturais e que o facto desta população se estar a tornar mas urbana levará também a alterações na dieta alimentar da população. Continuando neste ritmo de crescimento espera-se que até ao ano de 2050 a necessidade mundial de alimentos tenha um aumento de 60 por cento (FAO 2012). Neste processo qual tem sido o papel da Cáritas? Por um lado um trabalho de influência pública particularmente junto das estruturas das Nações Unidas e da União Europeia tendo em conta o quadro de desenvolvimento pós-2015. A rede internacional da Cáritas tem chamado a atenção para a necessidade de se definir uma meta global que permita |
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o acesso universal à alimentação bem como a meios de produção sustentáveis e equitativos. Por outro, tem desenvolvido projetos que permitam o acesso à alimentação de crianças e famílias bem como a assistência alimentar em situações de emergência e calamidade. Também a nível nacional e local se desenvolvem esforços para que o direito à alimentação seja uma realidade aplicada na vida quotidiana das populações. Acreditamos na possibilidade da erradicação da fome até ao ano de 2025. Este é para nós, Cáritas, um requisito básico para que todos os seres humanos |
tenham a possibilidade de viver em dignidade. Por isso, incentivamos as Nações Unidas, a União Europeia e todos os países a adotar este mesmo objetivo no chamado quadro de desenvolvimento pós-2015 com vista a incorporar o direito a uma alimentação adequada e nutritiva para todos e em particular para as pessoas mais necessitadas. Naturalmente que para isto é necessária uma abordagem integrada e sustentável. É necessário que se olhe novamente para o desenvolvimento rural, facilitando o acesso aos mercados principalmente |
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no que aos produtores domésticos diz respeito. Apoiar a produção dos pequenos agricultores, em particular quando estas são mulheres. Ao nível mundial, é necessário criar condições para diminuir a instabilidade dos preços dos alimentos e isto poderá ser feito através de uma monitorização |
que impeça a sua especulação. A campanha internacional da Cáritas “uma só família humana, alimento para todos” surge precisamente com o objetivo de ser uma campanha global com diferentes alvos (nacionais e internacionais) para garantir um trabalho coordenado de influencia pública.
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Até ao ano de 2015 muitas das iniciativas da Cáritas em Portugal e no mundo estarão associadas a esta campanha global que se propõem consciencializar o público em geral sobre o direito à alimentação; influenciar os decisores políticos para a |
necessidade de reduzir o número de pessoas sem acesso a uma alimentação suficiente e de qualidade; aumentar as oportunidades das pessoas carenciadas terem um papel ativo no desenho do próprio futuro. Márcia Carvalho, Cáritas Portuguesa |
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InSpira - rede de competências Cáritas |
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Em Dezembro passado, a Cáritas Portuguesa lançou a plataforma tecnológica IN SPIRA (www.redeinspira.com/) com o objectivo de ser um instrumento de aproximação entre pessoas desempregadas com mais de 45 anos que procuram trabalho e empregadores que procuram as competências, os saberes e a experiência destas pessoas. A construção da necessária ferramenta tecnológica foi feita por uma equipa de investigadores da Universidade do Porto, seleccionada num concurso lançado à comunidade de investigação que integra o portal Inocrowd. Trata-se de um instrumento facilitador, ágil e económico para divulgar as ofertas de trabalho e encontrar os perfis adequados às necessidades de desenvolvimento de empresas e organizações, num universo que actualmente ultrapassa as duas mil pessoas inscritas. Com esta iniciativa a Cáritas procura contribuir para a construção de respostas aos múltiplos desafios que |
a sociedade portuguesa enfrenta, nomeadamente no combate ao desemprego dos mais velhos mas também na introdução de uma visão estratégica de desenvolvimento que face às profundas alterações demográficas exige abordagens inovadoras por parte das empresas e dos governos na obtenção do total benefício deste valioso recurso humano. Na Europa, nomeadamente, na Escandinávia, Reino Unido e Alemanha, ou na Austrália, têm vindo a ser desenvolvidas políticas integradas dirigidas à população activa, mais velha, procurando encorajar os trabalhadores mais experientes a continuarem activos e a partilharem os seus saberes e competências com os mais jovens. Estudos internacionais apontam diversas vantagens em dar trabalho a profissionais mais experientes, sendo de destacar as projecções australianas que referem, nomeadamente, que o aumento da sua participação em 5%, nos próximos 40 anos, conduzirá a um aumento do PIB per capita de 2,4% |
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Os trabalhadores mais velhos desenvolveram ao longo da sua experiência de trabalho conhecimento, capacidades e competências, que não se podem perder. De destacar alguns factores que os referidos estudos têm vindo a destacar: mais competência, mais experiência, maior produtividade; mais experiência e a transferência de conhecimentos, fundamentais quer para o treino de outros |
quer para o reforço do espirito de grupo; mais fiabilidade; mais maturidade e mais estabilidade. A InSpira – rede de competências Cáritas pretende-se assim estimular as empresas, a comunidade e o governo a valorizar o papel dos trabalhadores mais velhos nos desafios que se colocam a Portugal.
Maria do Rosário Carneiro |
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Observatório Social Da igreja |
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O Observatório Social da Igreja é um projeto promovido pela Conferência Episcopal Portuguesa com o objectivo geral de contribuir para melhorar a resposta da Igreja Católica aos problemas sociais em Portugal através do desenvolvimento do conhecimento e da reflexão sobre esses problemas sociais e sobre como essa resposta está a ser dada por parte das organizações ligadas à Igreja. No que se refere ao desenvolvimento do conhecimento nesta área, o Observatório está a começar pela constituição de uma base de dados sobre as organizações de ação social ligadas à Igreja com (Centros Sociais Paroquiais, Misericórdias, etc.), ou sem personalidade jurídica (Conferências Vicentinas, grupos socio-caritativos, etc.). Esta base de dados será de acesso público, através da plataforma Web do Observatório que está em preparação. Esta plataforma incluirá funcionalidades que permitirão a melhoria e a atualização permanentes destes dados, de uma forma colaborativa, |
recorrendo à participação de quem conhece essas organizações. Inicialmente esta base de dados terá só informação de identificação básica sobre cada organização, a saber: a sua identificação, endereço, atividade principal, natureza jurídica, n.º de telefone e de fax, endereço de email e endereço na internet. Posteriormente, espera-se poder desenvolver esta base de dados no sentido de poder incluir mais dados sobre essas organizações nomeadamente sobre os seus recursos (pessoas remuneradas e voluntárias ao seu serviço, equipamentos), volume de serviços prestados e situação económica. Outra forma através da qual este projeto está a procurar contribuir para desenvolver o conhecimento sobre as respostas aos problemas sociais por parte das organizações ligadas à Igreja é disponibilizando na sua plataforma informática funcionalidades que permitam facilitar as tarefas de reporte e de tratamento de informação sobre essas |
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respostas que atualmente já são realizadas por organizações com relevo nesta área. Nesta fase de desenvolvimento do projeto isto está a ser feito com a Sociedade |
de S. Vicente de Paulo no que se refere aos quadros estatísticos que devem ser produzidos anualmente pelas Conferência Vicentinas, |
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equipando a plataforma do Observatório com uma funcionalidade que permitirá o preenchimento e o envio desses quadros por via eletrónica. Um trabalho do mesmo género está a ser iniciado com o Núcleo de Observação Social da Cáritas a que se seguirá outro com as Misericórdias. Esta articulação do Observatório com os sistemas de informação próprios destas organizações de grande relevância na ação social da Igreja já permitirá a recolha de alguma informação sobre a natureza social dos problemas sociais nas várias zonas do país. Para desenvolver mais esta vertente do Observatório,ele irá incluir diversas formas de inquirir com regularidade observadores privilegiados desses problemas e de reportar as suas respostas, bem como notícias das dioceses e estudos que possam vir a ser promovidos neste domínio. Como já se disse, para tudo isto o Observatório precisa do suporte de uma plataforma Web que está em preparação, mas não basta. Há, também, uma componente muito importante deste projeto que é de natureza organizativa e |
comportamental e que está a ser cuidada. O Observatório deve ser um instrumento que ajude as várias organizações de ação social ligadas à Igreja a cooperarem mais e melhor entre si e com outras entidades, conhecendo-se melhor a si próprias e conhecendo melhor os problemas sociais a que devem dar resposta. Deve ser, também, um instrumento que ajude os católicos e os cidadãos em geral a conhecerem melhor essas organizações e esses problemas e, com isso, a colaborarem mais e melhor com essas e com outras organizações que trabalham nesta área.
Nesta fase do projeto está a trabalhar nele uma equipa da Universidade Católica com a incumbência de preparar a plataforma Web, a base de dados e as funcionalidades atrás referidas. O produto deste trabalho será proposto à consideração da Conferência Episcopal, da Sociedade de S. Vicente de Paulo, da Cáritas Portuguesa, da União das Misericórdias Portuguesas e das entidades interlocutoras para este projeto definidas em cada uma das dioceses que
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já se disponibilizaram para serem dioceses piloto neste projeto. Será com as sugestões de melhoria destas entidades e doutras que a Conferência Episcopal entender convocar para este processo que, depois, se chegará à versão de arranque
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do Observatório a disponibilizar em termos públicos, versão essa que será desenvolvida em etapas futuras, de forma participativa.
Américo M. S. Carvalho Mendes Coordenador da Área Transversal de Economia Social, Universidade Católica Portuguesa (Porto) |
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EU SOU CÁRITASAndrea SoaresPsicóloga clínica no Lar da Bafureira, Cáritas Diocesana de Lisboa |
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“Se eu falar a língua dos homens e dos anjos e não tiver caridade, tenho-me tornado como o bronze que soa, ou como címbalo que retine. Se eu tiver o dom da profecia, e souber todos os mistérios e toda a ciência; se tiver toda a fé a ponto de remover montes, e não tiver caridade, nada sou. Mas agora permaneçam estas três: a fé, a esperança, a caridade; porém a maior destas é a caridade (I Coríntio, Cap.13). A pobreza não tem só a ver com os aspetos económicos e financeiros, também afeta o bem-estar físico psicológico, a atitude social, a autoconfiança, a ideia de reconhecimento social, a capacidade de reivindicar direitos e dignidade, e por último, mas não menos importante, a esperança. Coletivamente e individualmente Ser Cáritas é viver a sua missão, é trabalhar para construir um mundo melhor, especialmente para os oprimidos. Existe uma |
premissa que fundamenta a diferença de ser Cáritas na sua verdadeira essência: “Dê um peixe a um homem faminto e o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar e ele se alimentará pelo resto da vida”. O que é melhor, dar o peixe ou ensinar a pescar? Embora a resposta pareça óbvia, não devemos ser tão apressados a responder, pois não é tão óbvio quanto parece. A melhor forma de responder talvez seja “depende”, ou mesmo “as duas coisas”. Não existem respostas rápidas, fáceis ou únicas para um problema tão complexo como o da desigualdade social e da erradicação da miséria. Contudo, ser Cáritas é dar o peixe numa resposta rápida e eficiente em curto prazo e de seguida ensinar a pescar, pois no processo da aprendizagem, as pessoas vão aprimorando as suas capacidades, o que lhes permitirá, gradualmente encontrar o seu próprio caminho.” |
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EU SOU CÁRITASPatrícia Maria Sardinha RochaAssistente Social na Cáritas Diocesana do Funchal |
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Faço parte da Família Cáritas desde 2010. Hoje sou colaboradora na
Instituição, mas comecei como voluntária na Cáritas Diocesana do Funchal. Encontrei uma equipa dedicada e incansável que fez e faz tudo para apoiar as famílias que a nós recorrem. Não é fácil! Mas, através do Amor ao próximo, tudo se consegue. Por tudo isto, é com muito orgulho que faço parte desta família e uma vez Cáritas, Cáritas para Sempre! |
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mais informação em: https://www.facebook.com/caritasportuguesa |
Peditório nacional:
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A Cáritas Portuguesa promove a partir de hoje o seu peditório público nacional, em diversas cidades e estabelecimentos comerciais, com a colaboração de milhares de voluntários na recolha de donativos para projetos sociais das várias dioceses. “Sem o contributo de cada um de nós não poderá nunca haver uma verdadeira noção de bem comum”, explica em comunicado enviado à Agência ECCLESIA Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, para quem cada donativo é “um gesto comunitário e também de desafio, já que lembra a cada português que todos estão implicados na construção de uma sociedade mais justa e solidária”. A organização sociocaritativa católica ajudou mais de 139 mil pessoas em 52 967 agregados familiares, no último ano, procurando responder a problemas ligados, sobretudo, ao “desemprego, baixos rendimentos, habitação e alimentação”. |
O peditório público, que em 2013 recolheu mais de 296 mil euros apesar de “todas as dificuldades económicas consequência das diferentes medidas de austeridade”, é umas das iniciativas da Semana Nacional da Cáritas, a decorrer até domingo, com o tema ‘Unidos no amor, Juntos contra a fome’.
“Em Portugal, a Cáritas mantém-se firme no apoio à população, preferencialmente a mais carenciada, e irá dar continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver, propondo caminhos de reconstrução para aqueles cujas vidas foram marcadas pela crise que está a deixar marcas indeléveis na nossa sociedade”, sublinha a organização católica. Os fundos recolhidos no peditório revertem a favor das 20 Cáritas Diocesanas do país, precisa a organização. Este ano, o tema desta Semana está integrada na campanha internacional de luta |
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contra a fome - ‘Uma só família humana, alimento para todos’ -, promovida pela ‘Caritas Internationalis’, que tem por objetivo o combate à
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fome e ao desperdício alimentar, alertando para “o respeito inalienável pelo direito à alimentação”. |
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Mais ajuda na Diocese de Leiria-Fátima |
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O presidente da Cáritas de Leiria-Fátima, Júlio Martins, revelou que na diocese houve “um aumento de 41 por cento dos pedidos de ajuda”, em 2013, face ao ano de 2012, “um número de facto bastante grande”. “Apoiamos mais de mil pessoas que repetem os pedidos, ou seja, dirigem-se frequentemente até nós para pedir auxílio”, disse à Agência ECCLESIA. No caso da região da Diocese de Leiria-Fátima, a principal preocupação da Cáritas é o desemprego. “O grande problema de facto são as situações criadas pela falta de emprego, as pessoas que deixaram de receber subsídio de desemprego, em que o rendimento de reinserção muitas vezes não chega para fazer face às despesas”, adianta Júlio Martins. Para ajudar as pessoas em busca de alternativas de emprego, a Cáritas de Leiria-Fátima tem em funcionamento na região um conjunto de grupos de interajuda social (GIAS). Este projeto, criado pela Cáritas Portuguesa, tem âmbito nacional e pretende funcionar como uma rede de |
partilha de soluções, ao mesmo tempo que pretende reforçar a energia, a confiança e a esperança dos participantes. Para apoiar as famílias mais desfavorecidas, quer em termos materiais quer económicos ou técnicos, a Cáritas de Leiria-Fátima tem à disposição um serviço de atendimento, aberto três vezes por semana e uma loja solidária, que proporciona roupa, alimentos e mobiliário, entre outras ajudas. O responsável apela à generosidade das pessoas, no âmbito da participação no peditório público nacional, dado que estão em causa fundos essenciais para as diversas Cáritas diocesanas poderem “continuar a ser resposta” para os problemas das pessoas mais carenciadas, muitas delas em situação “de quase desespero”, à procura de “uma luz ao fundo do túnel”. As verbas recolhidas no peditório nacional são depois “recolhidas por cada Cáritas Diocesana que depois as distribui consoante as necessidades sentidas na sua diocese”, sendo que na |
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de Leiria-Fátima por exemplo “dirige-se ao Fundo de Carência Social, servindo para dar resposta aos pedidos que todos os dias aparecem para pagar receitas de farmácia, rendas de casa e faturas da luz ou água”, conta Júlio Martins.
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“É de salutar a ajuda da sociedade civil, que mostram muita sensibilidade para com os mais pobres o que é muito gratificante para a Cáritas”, conclui. |
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Unir esforços para promover solidariedade |
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A Cáritas arquidiocesana de Braga recebeu em 2013 cerca de 2348 pedidos de ajuda, só no seu atendimento social, o que correspondeu a uma média de “60 famílias apoiadas por semana”. Em entrevista à Agência ECCLESIA, Eva Ferreira adianta que “a maior parte das situações sinalizadas” na região minhota dizem respeito a questões de “desemprego e problemáticas associadas”, como o “sobre-endividamento”, onde “não é fácil intervir”. Grande parte dos pedidos de apoio implicam “um esforço financeiro grande”, sublinha a vice-presidente da Cáritas de Braga, pelo que a cooperação com outras instituições e o apoio das verbas do fundo social arquidiocesano tem sido essencial. Neste âmbito, a Semana Nacional Cáritas e o peditório público são encarados como uma mais-valia para abrir novas parcerias e canalizar mais recursos para projetos de apoio aos mais desfavorecidos. Eva Ferreira destaca a importância da recolha de donativos, que será feita em diversas cidades e centros |
comerciais do país, para “dar continuidade” ao trabalho das instituições sociocaritativas. A nível do território bracarense, ao longo destes dias, a organização católica vai realizar várias ações de dinamização junto dos arciprestados e paróquias, envolvendo sobretudo grupos de jovens e da catequese. Estão também preparadas algumas campanhas de recolha de “bens alimentares, uma grande necessidade na região”, em conjunto com empresas e escolas da arquidiocese. Um projeto que está a ser decisivo, para o reforço das competências dos agentes sociocaritativos locais e para a cooperação das diversas instituições solidárias da região, é o programa “Mais próximo”, lançado pela Cáritas a nível nacional. De acordo com a vice-presidente da Cáritas de Braga, o trabalho de formação dos agentes já está em marcha e já existem “alguns grupos” envolvidos, nas diversas localidades. Além de pretender contribuir para uma ação mais efetiva, |
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mais rápida, com maior qualidade, junto das pessoas carenciadas, graças ao trabalho desses grupos de ação social, o projeto vai também permitir “ter uma noção mais alargada das
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necessidades de cada arciprestado ou paróquia e mobilizar recursos que às vezes não chegam a todos”, realça Eva Ferreira.
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Mais pessoas
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A vice-presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco, Lúcia Saraiva, alertou para o aumento de pessoas que pedem bens alimentares, em Portugal, por causa da crise económica. “A fome deixou de ser uma ideia que faz parte só dos países em vias de desenvolvimento e passa a ser uma fome muito presente nas nossas casas, nas nossas famílias, na Europa e em Portugal concretamente e a Cáritas tem já há alguns anos esta preocupação, que se sente nos pedidos de ajuda nesta área, têm aumentado os pedidos para doações de bens alimentares e começa a existir alguma dificuldade em responder a todos os pedidos o que se tem revelado muito difícil de encarar”, disse Lúcia Saraiva. A vice-presidente da Cáritas de Portalegre-Castelo Branco revelou, em declarações à Agência ECCLESIA, que o slogan da semana nacional da instituição católica, ‘Juntos no Amor, unidos |
contra a fome’, partiu duma ideia do Papa Francisco para que os cristãos se “empenhem mais nesta problemática”.
A semana da Cáritas segue este ano o mote lançado pela campanha da ‘Caritas Internationalis’, ‘Uma só família humana, alimento para todos’, que pretende “manter viva esta luta pela erradicação da fome em todo o mundo e também em Portugal”.
Lúcia Saraiva explica que todas as doações conseguidas durante esta semana vão “ajudar muitas famílias não só com bens alimentares, mas também para resolver questões financeiras de pagamento ao fisco ou de contas da casa que as pessoas não conseguem colmatar”. Neste contexto, pede que as pessoas se voluntariem para fazerem parte do peditório nacional da Cáritas. A responsável sublinha “que se todos os portugueses dessem um euro apenas muitas famílias seriam ajudadas”, |
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um comportamento que “faz parte da educação para a solidariedade, algo que é tão importante”. Em família “a educação para a solidariedade deve também ser feita através do testemunho |
pessoal, daquilo que os pais fazem e dizem, porque as crianças desde muito cedo que são muito permeáveis a tudo o que experimentam”, concluiu Lúcia Saraiva. |
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Cáritas de Coimbra em campanha solidária |
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A Cáritas diocesana de Coimbra reedita a campanha ‘Somos pessoas de carne e osso’, lançada em 2013 para “alertar e provocar” as pessoas para a necessidade de ajudar os mais desfavorecidos. O presidente da organização sociocaritativa católica, padre Luís Costa, explica que a recuperação desta iniciativa prende-se com o facto de ainda existirem muitas pessoas a precisar de ajuda na região. Entre os casos enumerados pelo sacerdote, estão situações de pessoas em vias de ficar sem teto para morar, porque não têm como “pagar a renda” e “estão em incumprimento”, outras que “precisam de pagar medicação” ou de um “mínimo para a sua alimentação”. Sob o lema “Ainda há pessoas de carne e osso”, a campanha vai decorrer em estreita ligação com a Semana Nacional Cáritas e o peditório público. Até domingo centenas de voluntários vão estar em ação, em diversas cidades e estabelecimentos comerciais do país, para recolherem donativos que depois serão
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canalizados para a concretização dos mais variados projetos de solidariedade, ao nível das dioceses. No que diz respeito à campanha da Cáritas de Coimbra, ela possibilitou que no último ano fossem ajudadas mais de duas mil pessoas. O padre Luís Costa chama a atenção para o problema do desemprego, numa região muito dependente da área dos serviços, que entrou em queda com a crise. Essa “quebra”, que se refletiu ao “nível da Saúde e de outras áreas de apoio”, tem tido consequências “gravosas para a população em geral”. Com os apoios que forem recolhidos durante a campanha deste ano, o presidente da Cáritas diocesana de Coimbra espera alavancar projetos que contribuam para a “autonomia” e “estabilidade” das populações mais carenciadas. Dar “apoio pontual”, para “pagar água, luz, contribuir para a alimentação ou outro bem essencial é fundamental porque as pessoas não podem passar sem eles”, mas “não autonomiza” quem está em situação difícil, |
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são precisas “soluções” mais permanentes, aponta o padre Luís Costa. Atualmente, a Cáritas daquela cidade universitária conta com cerca de 950 colaboradores – o acompanhamento constante a todos os organismos e recursos humanos inseridos na organização tem sido uma constante, agora reforçada com o |
projeto “Mais próximo”, de âmbito nacional, orientado para a formação dos agentes sociocaritativos. “Enquanto em outras dioceses esse projeto tem tido maior expressão”, em Coimbra ele veio apenas dar “continuidade” a um trabalho que já estava a ser efetuado, destaca o presidente.
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Cáritas está a apoiar
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O aumento dos pedidos de ajuda, na Diocese de Beja, está a levar a Cáritas local a procurar novas estratégias de recolha de bens materiais e financeiros, como a campanha ‘Azeite solidário’, que envolve os produtores locais. Em declarações concedidas à Agência ECCLESIA, a presidente do organismo católico adianta que em 2013 recorreram aos serviços de apoio social da Cáritas alentejana pelo menos “207 novas famílias”, perto de 600 mulheres, homens e crianças. Teresa Chaves nota que o maior afluxo de pessoas tem estado relacionado sobretudo com situações como a busca de ajuda “ao nível da alimentação” e do pagamento de “rendas de casa, gás, água e luz”. Muitas pessoas estão “desempregadas” ou têm o “salário penhorado”, ficando assim com recursos insuficientes para fazer face a necessidades básicas ou a compromissos financeiros assumidos. Estão ainda identificados diversos casos de pessoas sem
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trabalho e que estão prestes a deixar de receber subsídio de desemprego. Apesar dos protocolos assinados com o Estado, nomeadamente com a Segurança Social, a Cáritas de Beja está neste momento a braços com mais situações do que aquelas que estavam previstas. Só no refeitório social, estão protocoladas 100 refeições diárias, cerca de 3000 por mês, quando na realidade o número fornecido chega sempre às 3300, 3400 refeições. Perante este quadro, a organização católica lançou a campanha “Azeite Solidário, uma gota de esperança”, que tem como objetivo angariar pelo menos 3000 litros de azeite para a confeção de refeições das pessoas mais carenciadas. Para Teresa Chaves, o trabalho solidário da Cáritas só terá hipóteses de êxito com a contribuição das forças vivas da região, desde as comunidades aos empresários e produtores, pelo que é necessário “empenhar e incentivar” todos esses |
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recursos. Outro projeto que vai servir de base à missão da Cáritas de Beja é a campanha “Fazer o Bem e ter a Quem”, esta a nível nacional, que desafia as pessoas a doarem 0,5 por cento do seu IRS para o combate à pobreza e exclusão social. “É inadmissível que neste século XXI ainda haja tantas pessoas com carências alimentares e que passam fome”, sublinha Teresa Chaves, que orienta atualmente uma equipa constituída por cerca de 80 pessoas, |
50 funcionários e 30 voluntários. A formação dos recursos humanos está a ser também uma das grandes prioridades da Cáritas alentejana, através do projeto “Mais próximo”. Chamar a atenção dos agentes locais, que colaboram no serviço de proximidade às populações, para a especificidade da missão da Cáritas é um dos principais objetivos.
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Casos de suicídio e alcoolismo preocupam Cáritas em Portalegre-Castelo Branco |
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O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco diz que são cada vez mais os casos de suicídio e alcoolismo na região, motivados sobretudo por situações de desemprego e solidão. Em entrevista à Agência ECCLESIA, Elicidio Bilé explica que neste momento, a prioridade principal passa pela criação de “equipas de voluntários, nas diversas comunidades”, que terão como principal função “sinalizar” os problemas mais prementes. Só assim as instituições sociocaritativas locais poderão “atempadamente chegar às pessoas”, realça aquele responsável, que aponta ainda a necessidade de formar “equipas multidisciplinares, com as parcerias que se julgarem necessárias”, que possibilitem uma intervenção ao nível psicológico, social e espiritual. Desde que a crise atingiu Portugal, a atividade económica na região “caiu profundamente, da agricultura à indústria passando pelos serviços”. “O desemprego cresceu |
de uma forma exponencial”, realça o presidente da Cáritas de Portalegre-Castelo Branco, sublinhando que está realidade é ainda mais “grave” devido à identidade “cultural e sociológica” das populações locais”. “As pessoas aqui são muito fechadas, não se expõem com facilidade, há muita pobreza envergonhada”, aponta Elicidio Bilé. Para chegar a essas pessoas, mais propensas a situações limite, a organização católica conta com a colaboração de outras instituições como as autarquias, através dos departamentos de ação social e as forças de segurança. Os idosos e os jovens são duas das faixas populacionais que merecem maior atenção – no caso dos idosos, muitos estão “acamados ou vivem isolados”, pelo que mais do que apoiar com bens materiais, a missão principal é fazer um acompanhamento de proximidade. |
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Para Elicidio Bilé, é preciso que os mais velhos sintam que têm “alguém com quem podem falar da sua vida” ou simplesmente “ir ao médico, à farmácia ou ao supermercado”. Quanto aos mais novos, mais propensos ao alcoolismo, neste momento “está a ser delineado” um projeto que possibilitará a realização de sessões de sensibilização junto das comunidades, com o envolvimento de equipas hospitalares de Abrantes, Castelo Branco e Portalegre.
A Cáritas diocesana de Portalegre Castelo-Branco associou-se há |
cerca de dois anos e meio às suas congéneres de Évora e Beja, Cidade Rodrigo, Salamanca, Cória-Cáceres e Mérida–Badajoz (as quatro últimas de Espanha) para desenvolver uma “rede de apoio mútuo” tendo em vista a busca de soluções para problemas que “são comuns” aos dois lados da fronteira. Um dos frutos dessa cooperação foi a criação de uma página de internet onde as pessoas podem procurar ofertas de emprego, de formação profissional e procurar alojamento. |
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Pela dignidade dos trabalhadores |
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O Papa Francisco defendeu hoje no Vaticano a necessidade de promover o emprego e proteger a “dignidade” de quem trabalha, reforçando as críticas a uma sistema que coloca o “dinheiro” no centro. “Perante o atual desenvolvimento da economia e as dificuldades que atravessam a atividade laboral, é preciso reafirmar que o trabalho é uma realidade essencial para a sociedade, para as famílias e para os indivíduos”, declarou, numa audiência a operários da siderurgia e a fiéis da Diocese de Terni-Narni-Amelia, localizada na Úmbria, centro da Itália. Perante milhares de pessoas reunidas na sala Paulo VI, o Papa quis “renovar” a sua proximidade e a de toda a Igreja Católica ao “mundo do trabalho”. “Que podemos dizer perante o gravíssimo problema do desemprego que atinge vários países europeus? É a consequência de um sistema económico que já não é capaz de criar trabalho, porque colocou no centro um ídolo, que se chama dinheiro”, lamentou. |
Segundo Francisco, os vários agentes políticos, sociais e económicos devem promover uma abordagem diferente, “baseada na justiça e na solidariedade”, para procurar que todos tenham a “possibilidade de desenvolver uma atividade laboral digna”. “O trabalho é um direito de todos, que deve estar disponível para todos. A fase de grave dificuldade e de desemprego deve ser enfrentada com os instrumentos da criatividade e da solidariedade”, insistiu. O discurso papal, sublinhado pelas palmas dos presentes, destacou as dimensões humanas do trabalho, que ultrapassam a questão económica, porque dizer respeito “diretamente à pessoa, à sua vida, à sua liberdade e à sua felicidade”. “O valor primário do trabalho é o bem da pessoa humana, porque a realiza como tal, com as suas atitudes e as suas capacidades intelectuais, criativas e manuais”, precisou. Francisco sustentou que o trabalho “não tema apenas |
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uma finalidade económica e de lucro”, mas está intimamente ligado “ao homem e à sua dignidade”. “Quem está desempregado ou subempregado arrisca-se, de facto, a ser colocado à margem da sociedade, a tornar-se uma vítima da exclusão social: muitas vezes acontece que as pessoas sem trabalho – penso sobretudo em muitos jovens desempregados – escorregam no desencorajamento crónico, ou pior, na apatia”, advertiu. |
A intervenção sublinhou que este é um desafio da comunidade cristã, que deve colocar a “pessoa no centro, não o dinheiro”, para consolidar uma “atitude de solidariedade e partilha fraterna, inspirada no Evangelho” que leve a “sair do pântano de uma época económica e laboral cansativa e difícil”.
O Papa concluiu com uma recordação especial pelas famílias em dificuldade, as crianças, jovens e idosos atingidos pela crise. |
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Bispos da União Europeia apelam ao voto |
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A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) publicou hoje uma declaração para as próximas eleições europeias, que vão decorrer em maio, pedindo a participação dos cidadãos e a defesa do “projeto” comunitário. “Nós, bispos católicos, apelamos a que o projeto europeu não seja posto em risco ou abandonado na presente situação de dificuldades. É essencial que todos nós – políticos, candidatos, todos os interessados – contribuamos de forma construtiva para moldar o futuro da Europa”, refere o documento, enviado hoje à Agência ECCLESIA. As eleições para o Parlamento Europeu vão decorrer em Portugal no próximo dia 25 de maio, por decisão do presidente da República, anunciada esta quarta-feira ao país. “Temos demasiado a perder se o projeto europeu descarrilar. É essencial que todos nós, cidadãos europeus, compareçamos nas urnas de 22 a 25 de maio”, alerta a COMECE. Os responsáveis católicos pedem que os candidatos a eurodeputados “estejam cientes dos danos colaterais da crise |
económica e bancária iniciada em 2008”. A COMECE convida ao debate sobre as “questões socioeconómicas centrais” que irão moldar a União nos próximos anos e lembra os milhões de jovens cidadãos que vão votar pela primeira vez, “estudantes, no mercado de trabalho ou, muitos, infelizmente, desempregados”. Segundo os bispos, o voto deve seguir os “ditames de uma consciência informada” numa eleição que vai “configurar” o Parlamento Europeu para os próximos cinco anos e “terá grandes implicações para aqueles que vão conduzir a União”. A mensagem recorda o aumento de "novos pobres" e defende a promoção de uma “cultura de moderação” que deve “inspirar a economia social de mercado e a política ambiental”. |
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Francisco recebeu visita da Conferência Episcopal timorense |
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O Papa recebeu esta segunda-feira os três bispos que compõem a Conferência Episcopal de Timor Leste, em visita ‘ad limina’, e desafiou-os a serem “consciência crítica da nação” e guardiões do “bem comum”. Num encontro com D. Basílio do Nascimento, bispo de Baucau, D. Alberto Ricardo da Silva, bispo de Díli, e D. Norberto do Amaral, bispo de Maliana, Francisco recordou o “nascimento” da nação de Timor Leste, em 2002. Nos últimos 12 anos, “não faltaram dolorosas surpresas de ajustamento nacional, com a Igreja a recordar as bases necessárias duma sociedade que pretenda ser digna do homem e do seu destino transcendente”, sublinhou o Papa argentino. Francisco destacou a importância dos responsáveis católicos timorenses continuarem a fazer este trabalho, “mantendo a devida independência do poder político numa colaboração equidistante que lhe deixe a responsabilidade de cuidar e promover o bem comum da sociedade”. “A Igreja pede apenas uma coisa |
no âmbito da sociedade: a liberdade de anunciar o Evangelho de modo integral, mesmo quando vai contra corrente defendendo valores que ela recebeu e a que deve permanecer fiel”, apontou o Papa, pedindo aos bispos timorenses que “não tenham medo” de continuar a contribuir “para bem da sociedade inteira”. Um dos principais desafios que a Igreja Católica de Timor Leste está a enfrentar é a criação de estruturas e a reunião de recursos humanos que permitam reforçar a formação católica das comunidades, ainda pouco consolidada. Sobre a questão da evangelização, Francisco referiu que os seus agentes “devem ser capazes de aquecer o coração das pessoas”. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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O sonho de Wadjda |
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Wadjda, uma menina de dez anos de idade, vive num subúrbio de Riad, capital da Arábia Saudita. Não obstante o conservadorismo da sua família, que preza o recato da mulher desde o nascimento, Wadjda é uma criança extrovertida, afoita e decidida, a quem é difícil impor limites na sua condição feminina e visão infantil. É o caso das brincadeiras com alguns amigos como Abdullah de que, mesmo mal vistas pela família e vizinhança, Wadjda não prescinde. Precisamente na sequência de uma discussão com Abdullah, Wadjda aposta ser capaz de andar tão bem de bicicleta quanto ele. Uma prática olhada como desvirtuosa para as raparigas, transforma-se num sonho a conquistar. Wadjda está decida a consegui-lo, mas convencer a família e a comunidade de que uma brincadeira de rapazes não põe em causa nem a sua feminilidade nem a sua virtude não vai ser fácil. Aberto um concurso de memorização e recitação do Corão na escola, Wadjda encontra a |
oportunidade de conciliar o seu desejo com as expetativas que sobre si recaem… Primeiro filme realizado por uma mulher na história do cinema da Arábia Saudita, ‘O Sonho de Wadjda’ é, à partida e por esse mesmo facto, uma proposta atraente para um Ocidente com vasta criação cinematográfica no feminino. Haifaa Al-Mansour, oitava filha do poeta Abdul Rahman Mansour, cresceu com a sétima arte graças à visão do seu pai e a um circuito maioritariamente clandestino de vídeo num reino, o segundo maior estado do mundo Árabe, onde não existem salas de cinema. Formada em Literatura pela Universidade Americana do Cairo, prosseguiu o mestrado em Estudos Cinematográficos e Realização na Austrália, tendo apresentado esta sua primeira longa metragem no festival de Veneza, em 2012, com aclamação do público, da crítica e de diversos júris, arrecadando três prémios. A estes, outros se têm somado à passagem do filme por países tão diversos como |
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o Canadá, Noruega, Estónia, Estados Unidos, Suécia, Omã e África do Sul. Inevitavelmente, a história de Wadjda tem algo de biográfico, não obstante a rara sorte da realizadora em ter um pai e uma mãe atentos aos sonhos das filhas, os primeiros a encorajá-las a estudar e a perseguir a sua vontade, sem ceder à pressão do meio cultural conservador em que cresceram, o que lhes custaria algum isolamento. Precisamente por ter experimentado a constrição humana da condição feminina no seu país, ditada por um rígido normativo cultural, mas também a possibilidade de dilatação, a personagem criada por Haifaa, igual a tantas meninas cheias |
de potencial que sabe existirem, pelo menos, na sua cidade natal, surge como porta de esperança, consistentemente aberta, para uma Arábia Saudita mais justa e igualitária. E um mundo, desperto pelo cinema, mais atento a esta realidade. Bom mote para o diálogo inter religioso, ‘O Sonho de Wadjda’ ganha pelo sentido positivo que prevalece no tratamento de uma realidade certamente trágica para aquelas mulheres que ousem desafiar o código moral sob o qual nasceram, pela integridade da protagonista e pela justa combinação de vigor e elegância na construção narrativa. Margarida Ataíde |
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Cáritas Portuguesa Online |
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Decorre de 17 a 23 de março a semana nacional da Cáritas, este ano sob o tema: “Unidos no amor, Juntos contra a fome” e que integra, entre outras iniciativas, o peditório público que se realizará em diversas cidades e estabelecimentos comerciais de 20 a 23 de Março. Esta organização que faz parte da Confederação Mundial - Caritas Internationalis - atua em mais de 162 países e é uma “instituição oficial da Conferência Episcopal Portuguesa, que tem como objetivo servir de plataforma para a acção social da Igreja, junto dos mais desfavorecidos”. Ao digitarmos o endereço www.caritas.pt somos informados sobre as acções de solidariedade que estão a decorrer, bem como as principais notícias das atividades que ocorreram ou irão ser implementadas. Na opção “quem somos”, podemos conhecer um pouco mais sobre a Cáritas nacional, objetivos, história, corpos sociais e ainda conhecer a ação |
da Cáritas em Portugal. Nomeadamente é possível saber que a sua rede é constituída por 20 Cáritas diocesanas e por grupos locais de actuação de proximidade, com a colaboração de profissionais e voluntários. Caso queira saber tudo sobre as campanhas de solidariedade em Portugal e no mundo, que se “destinam a ajudar os mais pobres que sofrem, quer por desastres naturais ou catástrofes humanas”, basta clicar em “campanhas”. No item “projetos”, obtemos mais dados sobre os programas que são desenvolvidos nos mais variados locais, junto dos mais carenciados, na luta contra a exclusão, na formação de agentes, na sensibilização para o desenvolvimento. Tudo isto são “temas que se cruzam nestes projetos, sempre em parcerias com atores locais, privados ou públicos”. Esta instituição católica apoia e colabora nas diversas iniciativas promovidas pelas mais distintas associações/agentes da sociedade. Seja na cooperação |
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com as instituições de apoio aos imigrantes bem como na assistência em situações de emergência. Por outro lado assume ainda a responsabilidade de facilitar a formação de todos os que praticam e animam a pastoral da caridade e ainda, promove e suporta parcerias de voluntariado. Para conhecer tudo isto e muito mais basta aceder a “políticas sociais”. Por último, sugerimos que passe pelo espaço “como colaborar”, onde fica a conhecer formas |
organização católica e ainda na “editorial caritas”, onde encontrará publicações de referência “em português que na sua maioria são livros de pequena tiragem e não sustentáveis no canal livreiro”. Fica então lançado o repto para que visite o sítio e colabore com esta instituição porque, em época de crise instalada no nosso país, “só juntos é possível construir um mundo mais justo e solidário”.
Fernando Cassola Marques |
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Entre-tanto: A difícil bênção da vida e da fé |
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“A teologia de José Frazão Correia mostra-nos que cada um de nós é uma biografia do paraíso. Como? Elaborando corajosamente o viver e a sua dramática; tomando a vida, e a vida como ela é, como cartografia para o sobressalto da graça; revisitando esperançadamente este arco inacabado, entre nascer e morrer; esta travessia entre silêncios, enigmas e lavas; esta habitação convulsa, ao mesmo tempo precária e sublime; esta turbulência de parto; este pacto estabelecido entre o instante e o eterno, este hífen entre o desmedidamente tanto. Este é um dos mais belos livros de teologia que se escreveram em Portugal nos últimos anos”. José Tolentino Mendonça
“A consciência da mudança que a modernidade ocidental trouxe consigo, deslocando o Cristianismo do centro para a periferia dos dispensáveis e dos irrelevantes, além de favorecer a sabedoria de atenção e a arte da descrição, apresenta-se, também, como ambiente ideal para repensar teologicamente |
o lugar da fronteira, fazendo-nos concluir, talvez, que, afinal e desde sempre, o mais originário da fé no Verbo feito homem é de habitar não a estabilidade e a proteção do centro bem definido e estável, mas a fragilidade e a instabilidade das múltiplas periferias humanas. E, por ser assim, as práticas crentes não deixarão de ser moldadas por uma existência individual e comunitária de discernimento, vivida em fronteira, como quem assume a errância do êxodo como o seu próprio domicílio” José Frazão Correia, excerto do livro ‘Entre-tanto’.
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José Frazão Correia |
José Frazão Correia, que tomou posse esta quarta-feira como provincial dos Jesuítas em Portugal, nasceu em 1970, na aldeia de Alqueidão da Serra. Entrou na Companhia de Jesus em 1995 e foi ordenado sacerdote em 2004. Fez estudos de Filosofia e de Teologia em Lisboa, Braga, Roma e Paris. Doutorou-se em Teologia Fundamental, na Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, sob a orientação de Elmar Salmann, a cujo pensamento permanece criativamente ligado. Foi Superior da comunidade de formação da Companhia de Jesus, em Braga, e tem lecionado na Faculdade de Teologia da Universidade Católica.
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Título: Entre-tanto
Subtítulo: A difícil bênção da vida e da fé
Autor: José Frazão Correia sj
Paulinas Editora
Coleção: Poéticas do Viver Crente – série Linhas de Rumo
Direção e Coordenação: José Tolentino Mendonça
D. José Policarpo: A densidade da palavra e do silêncio no bispo conciliar |
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O II Concílio do Vaticano e a investigação sobre «Os Sinais dos tempos» cunharam os gestos pastorais do patriarca emérito de Lisboa, D. José Policarpo, que faleceu a 12 de março de 2014. Com 78 anos de idade (feitos a 26 de fevereiro), D. José Policarpo disse que na “aventura da liberdade”, a palavra foi “elemento decisivo, tantas vezes dramática”, mas também “sugestiva e iluminadora”. Na construção de uma vida, a palavra reveste-se da “densidade do drama, em que o leitor ou ouvinte é protagonista central”, sublinhou na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 21 de outubro de 2008. Na conferência «Literatura e o drama da palavra», D. José Policarpo frisou que nas primeiras etapas da sua vida não descortina “nenhum papel significativo da leitura”. Aquele período de vida foi o tempo “dos modelos vivos” de pessoas. “Esse é o perigo da influência marcante de personagens cuja vida” atrai quem acompanha os seus passos: “fazer da vida uma imitação”. Anos mais tarde, o patriarca emérito de Lisboa conceptualizou que a vida “também é palavra” e que “as mais belas expressões da liberdade e da generosidade” são o fruto “fecundo da palavra escutada”. O risco de imitação foi relativizado pelo confronto com “pessoas «não-modelo», ou mesmo «anti-modelo”. Esta reflexão foi “uma experiência nova” que o levou a confrontar-se “com modelos que não conhecia”, que
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o “atraíam ou que rejeitava só pelo que escreviam”. Neste amadurecimento entre a palavra e o silêncio, o cardeal que nasceu na freguesia de Alvorninha (Concelho das Caldas da Rainha) confrontou-se com questões fundamentais sobre o sentido da vida, “entre as quais a da existência de Deus ganhou uma centralidade inevitável, porque decisiva”. E acrescenta que procurou respostas “na literatura, mais do que em modelos vivos de pessoas que conhecia”. D. José Policarpo vasculhou autores “que questionavam a existência de Deus, de Marx a Camus”. Depois destas leituras, o patriarca emérito de Lisboa conclui que os argumentos da razão não conseguiram dar-lhe força “para comprometer a vida com Deus”. A negação de Deus em nome da grandeza do homem e a história concebida “sem o desafio da transcendência” mergulharam-no “numa dolorosa sensação de vazio e de ausência de sentido”. Na sua conferência, D. José Policarpo revela que está “grato” ao livro de Antoine |
de Saint-Exupéry, «Le Petit Prince», que foi “a cereja no bolo” na busca de uma palavra que lhe “pacificasse o coração”. Com este autor, o prelado percebeu que é preciso “deixar-se cativar” e que o “segredo da verdade passa pelo coração”. A descoberta da beleza exprime “o drama e a densidade da existência”. Neste contexto, o cardeal emérito de Lisboa revela que a “etapa final” da caminhada humana “é sempre atracção da beleza”. Nesta descoberta que ultrapassa os olhos do homem, D. José Policarpo confessou que leu e visitou textos de Antero de Quental, Miguel Torga, José Régio, Fernando Pessoa e Sophia de Mello Breyner Andresen. Nesta caminhada literária percebeu que tantas vezes “o poeta, na sua palavra, se transcende a si mesmo”, exprimindo o recôndito “do que não quer ser, mas deseja ser”. Palavras e silêncios fundados nos «Sinais dos tempos» e na leitura atenta ao concílio convocado pelo Papa João XXIII. |
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Março 2014 |
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Dia 21
* Aveiro - Esgueira (Centro paroquial) (21h00m) - Mesa redonda com o título «Cristãos: que compromisso social?» com Carlos Borrego, Teresa Toldy e Luis Manuel Silva.
* Aveiro - Museu de Aveiro (20h00m) - Homenagem do Rotary Club de Aveiro ao bispo eleito do Porto, D. António Francisco Santos, cujas receitas do jantar destinam-se ao Fundo Diocesano de Solidariedade.
* Setúbal - Igreja de São Sebastião - Exercício espiritual da Via Sacra integrado na Semana Cáritas.
* Setúbal - Auditório da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal -Colóquio “Erradicar a fome no mundo: da utopia à realidade” orientado por Helder Muteia, representante da FAO em Portugal e integrado na Semana Cáritas.
* Viseu - Centro sócio-pastoral - Encerramento da semana bíblica.
* Coimbra - Cantanhede - Conferência Quaresmal sobre «Os últimos e a política: Para uma cultura do serviço» com D. Manuel Linda e José Manuel Pureza.
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* Itália - Roma (igreja de São Gregório VII) - O Papa Francisco encontra-se com membros de uma associação que apoia vítimas de redes mafiosas.
* Évora - Festa do Seminário de Vila Viçosa
* Braga - Igreja de São Lázaro - Concerto da Primavera pelo ensemble de cordas da Companhia da Música e para comemorar o Dia do Pai.
* Santarém - Torres Novas (Igreja do Salvador) - Iniciativa «Sagrado na Poesia» para comemorar o Dia Mundial da Poesia.
* Lisboa - Peregrinação nocturna entre o Tejo e o Atlântico com o tema «As voltas que a vida dá» e promovida pelos Jesuítas.
* Coimbra - Pombal (Biblioteca Municipal) (21h00m) - Conferência Quaresmal sobre «Discipulado Missionário da Comunidade Cristã» pelo padre Jorge Santos, vigário episcopal para a pastoral.
* Viseu - Seminário maior de Viseu - Retiro nacional para estudantes do ensino superior promovido pelo Secretariado Nacional da Pastoral do Ensino Superior. (21 e 22)
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* Braga - Congresso internacional sobre os 50 anos da proclamação de São Bento, Patrono da Europa. (21 e 22)
* Holanda - Conferência regional da Cáritas Europa. (21 e 23)
* Castelo Branco - Abrantes - Encontro diocesano de Taizé «Guiados pela Alegria» e promovido pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional, da Diocese de Portalegre-Castelo Branco. (21 e 23)
* Fátima - Encontro de formação da Associação de Servitas de Nossa Senhora. (21 e 23)
Dia 22
* Lisboa - Igreja da Encarnação - O arcebispo filipino, D. John Forrossuelo Du, fala sobre a situação dos cristãos no seu país, uma iniciativa da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS).
* Porto - Gondomar - Retiro sobre «Envolvidos no amor de Deus pelo mundo» orientado por monsenhor Luciano Guerra.
* Porto - Paróquia da Sé (Coro baixo da igreja de Santa Clara) (21h30m) - Sarau poético sobre «Portugal poético» organizado pelo clã do Agrupamento 17 do Corpo Nacional de Escutas.
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* Setúbal - Sociedade Timbre Seixalense (21h30m) - Concerto de apresentação do CD «Caminho de Vida».
* Fátima - Duas Assembleias-Gerais da CNIS, uma ordinária para aprovação do Relatorio de Actividades e Contas de 2013 e outra extraordinária, para deliberar sobre uma proposta da direcção de aquisição de bens imóveis.
* Madeira - Funchal (Reitoria da Universidade da Madeira) - Sessão pública de apresentação do Congresso «500 anos da diocese do Funchal - A primeira diocese global».
* Vaticano - Encerramento (início a 17) da visita «Ad limina» dos bispos timorenses.
* Porto - Gaia (Salão Paroquial de Canelas) - Conferência sobre «A oração e a cruz no caminho do Papa João Paulo II» pelo padre Roberto Carlos Nunes.
* Bragança - auditório Paulo Quintela - Conferência sobre a constituição dogmática «Lumen Gentium», com a presença deMaria Isabel Pereira Varanda, do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa.
* Coimbra - Reunião do Conselho Pastoral Diocesano.
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O Centro São Pedro Claver, dos ‘Leigos para o Desenvolvimento’, vai comemorar este domingo 20 anos de existência, dedicados ao ensino de português para estrangeiros e ao apoio em regime de explicações a estudantes imigrantes. “Desde 1994 já passaram pelo Centro São Pedro Claver mais de 3200 alunos que conseguiram com sucesso alcançar os seus objetivos escolares e mais de 450 voluntários disseram sim a este projeto, acreditando na construção duma sociedade mais tolerante e solidária”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
O arcebispo filipino John Forrossuelo Du vai estar este sábado em Lisboa para falar sobre a situação dos cristãos no seu país, que em novembro último foi devastado pela passagem do tufão Haiyan. Esta iniciativa nasceu de um convite da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) que convida as pessoas a escutar o “testemunho” do prelado, a partir das 17h30, na igreja da Encarnação, junto ao Largo do Chiado.
A Diocese de Bragança-Miranda vai promover dia 22 de março uma conferência sobre a constituição dogmática “Lumen Gentium”, com a presença da professora Maria Isabel Pereira Varanda, do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa. No folheto explicativo da iniciativa, enviado à Agência ECCLESIA, o bispo diocesano, D. José Cordeiro, recorda a importância que o documento saído do Concílio Vaticano II (1962-1965) teve para “a compreensão que a Igreja tem de si mesma”. |
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h22Domingo, dia 23 - Um Papa do Fim do Mundo: análise ao pontificado de Francisco.
RTP2, 18h00Segunda-feira, dia 24 - Entrevista a José Eduardo Franco. Apresentação do Congresso sobre os 500 anos da Diocese do Funchal; Terça-feira, dia 25 - Informação e entrevista ao padre António Valério sobre "Passo-a-rezar"; Quarta-feira, dia 26 - Informação e entrevista a Dimas Pedrinho sobre a Semana de EMRC; Quinta-feira, dia 27 - Informação e entrevista Fátima Fontes e José Pedro Costa sobre o Sínodo da Família; Sexta-feira, dia 28 - Apresentação da liturgia dominical pela irmã Luísa Almendra e cónego António Rego
Antena 1 Domingo, dia 23 de março, 06h00 - Cáritas: reportagem sobre peditório nacional. Entrevista com Isabel Monteiro, da Cáritas de Setúbal. Comentário à atualidade com Irmã Irene Guia.
Segunda a sexta-feira, 22h45 - 24 a 28 de março - Propostas de caminhada quaresmal: Pastoral Juvenil dos Açores, Fundação Fé e Cooperação, Dioceses de Braga, Santarem e Leiria |
O que é o Purgatório?
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Ano A - 3º Domingo da Quaresma |
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Visitar a Fonte, a Água, a Vida! |
Neste terceiro Domingo da Quaresma, deixemo-nos levar pela Palavra da Esperança! É tempo de visitar de novo a Fonte, a Água, a Vida! A segunda leitura vem reafirmar o fundamento da esperança, que nunca engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado e pela oblação plena de Cristo na Cruz. No encantador diálogo com a samaritana, Jesus afirma-se como a única água viva que mata as nossas sedes, o único salvador do mundo. Essa água viva de que Jesus fala faz-nos pensar no Batismo. Para cada um de nós, esse foi o começo de uma caminhada com Jesus. Nessa altura acolhemos em nós o Espírito que transforma, que renova, que faz de nós filhos de Deus e que nos leva ao encontro da vida plena e definitiva. Há que renovar esse compromisso assumido como realidade que marca a nossa vida, os nossos gestos, valores e opções. O abandono do cântaro pela samaritana, e por cada um de nós, significa o romper com todos os esquemas de procura de felicidade egoísta,
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para abraçar a verdadeira e única proposta de vida plena, abrindo o coração ao Espírito que Jesus nos oferece e que exige de nós o retomar caminhos de vida nova.
Se de facto encontramos Cristo que nos traz a água que mata a sede de felicidade, não podemos ficar fechados nessa descoberta. Há que partir, sair das sacristias, ir às pessoas e testemunhar, com entusiasmo e coerência, essa vida nova que encontramos em Jesus. Uma Igreja em saída, sempre em missão, transformada pelo Evangelho, como nos pede o Papa Francisco. Deixemo-nos levar pela Palavra da Esperança! É tempo de visitar de novo a Fonte, a Água, a Vida: ir à fonte de água viva; beber a água da fonte viva; saciar a vida na água da fonte... Quantos desafios à esperança! Quantas vezes seguimos vagos apelos mas não nos deixamos |
convocar pela fonte pura! Quantas vezes miramos a nossa vida em ribeiras secas mas não renovamos o fundo do nosso ser na água limpa! Quantas vezes nos comprometemos em vidas estéreis mas não nos deixamos seduzir pela vida abundante! Quantos desafios à esperança renovada! É tempo de visitar de novo a Fonte, a Água, a Vida! Como vai a nossa vida? Anda em dinamismos de esperança? Anda mergulhada na fonte fecunda ou é levada pelos fontanários secos? É gerada na água viva ou fundada nas águas mortas? Está segura na vida plena ou movida por existências efémeras? Quantos desafios à esperança renovadora! É tempo de visitar de novo a Fonte, a Água, a Vida! Deixemo-nos levar pela força missionária do Evangelho! Que assim seja ao longo desta terceira semana da Quaresma!
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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Filipinas: terramoto e tufão põem à prova a fé de um povoO sonho do menino Gerard |
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Gerard tem apenas 11 anos e todos os dias agradece a Deus o dom da vida depois de a sua aldeia ter sido arrasada pelo tufão Haiyan, em Novembro. Em poucas horas perdeu a mãe, a irmã e a casa. Agora quer ser padre. Paróquia de San Joaquín, Filipinas. A igreja continua quase sem marcas da passagem do devastador tufão que enlutou o país a 8 de Novembro de 2013. À sua volta há agora um improvisado cemitério epercebem-se as cicatrizes da destruição causada por ventos de mais de 340 km. por hora. Mesmo nas Filipinas, um dos países do mundo mais fustigados por calamidades naturais, ninguém tem memória de uma coisa assim. Os ventos arrancaram árvores, telhados, casas. Destruíram e mataram. Junto à Igreja de San Joaquín, existe agora um improvisado cemitério. Quatro meses depois, está ainda quase tudo por reconstruir. Mais de 16 milhões de pessoas foram afectadas pelo tufão Haiyan. |
Uma dessas pessoas é um rapaz, de apenas 11 anos. Chama-se Gerard. Invariavelmente, todos os dias, este menino vai para junto de uma cruz, senta-se no chão e reza. Ali, no improvisado cemitério, debaixo daquela cruz de madeira, está o corpo de sua mãe e de uma irmã que tinha sete anos. O tufão dizimou a aldeia e a casa de Gerard não suportou os ventos fortíssimos. Gerard não morreu porque estava na igreja a rezar o terço.
“Quero ser padre” Deus poupou-o à tragédia e isso deu-lhe uma certeza ainda maior. Há muito tempo que este menino dizia que tinha um sonho para a sua vida: ser padre. Agora, não tem quaisquer dúvidas sobre a sua vocação: “Quando for grande quero ser padre!” Gerard perdeu a mãe e a irmã, mas isso apenas o aproximou ainda mais de Deus. Todos os dias, acende uma vela junto à cruz onde elas estão sepultadas. Nas suas orações, agradece o dom da vida que ganhou um novo |
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o dom da vida que ganhou um novo significado depois da tragédia. Em muitas regiões das Filipinas está quase tudo ainda por fazer. Famílias inteiras continuam abrigadas provisoriamente em tendas, em campos de refugiados. Há milhares de pessoas que continuam a não ter casa e que perderam tudo. Tudo. Milhares de filipinos dependem totalmente da ajuda externa. Não têm como sobreviver sozinhos. Curiosamente, os Filipinos continuam a sorrir e a dar graças a Deus. Estão enlutados, |
é verdade, perderam familiares e amigos, mas não a fé nem a esperança. Agradecem a Deus como só os Filipinos sabem fazer: sorrindo, dizendo “salamat, salamat”, obrigado, obrigado! A Fundação AIS está empenhada na ajuda de emergência às Filipinas. É todo um país que precisa de ser reconstruído, mas, acima de tudo, é um povo que precisa da nossa ajuda. Quando se trata de reconstruir vidas, não há tempo a perder. Amanhã pode ser tarde de mais.
Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
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Ousar ser Pai |
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Tony Neves |
Devo confessar que uma das coisas que mais me ‘chocou’ ao chegar a Angola, como jovem missionário, foi o facto de me chamarem ‘Pai’. Eu achava que essa tinha sido a parte excluída da minha opção de ser Padre e, por isso, considerava estranha esta forma do povo simples do Kuito e do Huambo chamar por mim. Mas, a verdade, é que Padre é Pai e, se o não for, algo na sua vocação e ministério está posto em causa. Mas não é dos Pais Padres que falamos hoje. Queremos, sim, prestar uma homenagem aos que geram vida e fazem crescer para a vida em todas as dimensões do humano. É grande a Missão de um Pai. Sentimos que, cá na Europa, os Pais têm muito medo de o serem, pela angústia que a crise provocou e, em alguns casos, pela onda de individualismo que os nossos tempos provocaram. Não faz muito sentido passarmos a vida a lavrar actas de condenação. Mas é urgente gritar alto a todos os pais, dizendo-lhes que eles merecem toda a nossa admiração pela Missão que desempenham na família e na sociedade. Também temos que continuar a dizer-lhes que, por muito que lhes custe, a sua paternidade não acaba nunca e há valores fundamentais e testemunhar e transmitir de geração em geração. O que de pior pode acontecer a um Pai é demitir-se das suas responsabilidades, considerando que a sua Missão já está cumprida porque o filho ou filha já fez 16 anos e pode decidir a sua vida completamente a seu critério. |
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Ser Pai é, sobretudo, um acto de ternura. Fico feliz e edificado quando vejo pais e filhos abraçados, em amenas cavaqueiras de rua ou parque ou sentados na mesa de um restaurante numa atitude de muita cumplicidade onde se lê nos rostos um amor de todo o tamanho.
O Papa Francisco, por sugestão do Papa Bento XVI, introduziu na oração eucarística o nome de S. José, depois do de Maria, |
Nossa Senhora. É um acto de justiça, assim o considero, porque José é uma figura enorme no quadro da família de Nazaré. Jesus deve-lhe muito e nós também. O seu perfil de competente profissional de carpintaria, a sua dedicação de alma e coração á esposa e ao filho são imagens de marca de um Pai que é importante mostrar ao mundo e seguir.
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“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
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Quaresma em humildade |
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Margarida Corsino da Silva |
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Hoje, a oração levou-me a um artigo que li há anos de Jean-Louis Chrétien - um filósofo francês da atualidade. Houve um parágrafo que me tocou particularmente: “Apenas um viajante sem bagagem pode empreender uma viagem livre em direção ao que verdadeiramente interessa, pois apenas ele, que se sabe pobre, pode ousar pedir e ousar receber e apenas ele, que se sabe fraco, não possuindo força, a inventa e a procura, para a poder dar. Assim, eu não terei que me questionar se serei suficientemente corajoso, suficientemente paciente, suficientemente inteligente para aquela tarefa ou para tal ação, mas apenas se tal tarefa é necessária e se tal ação requerida.” A humildade começa no interior e não nos pede senão que nos conheçamos em verdade. E, conhecer-me, não é comparar-me. É conhecer as minhas limitações e conhecer aquilo que tenho de bom e, conhecendo, aceito. E, dessa forma, nem me sinto inferior aos outros, nem os trato com altivez. A coragem de assim nos conhecermos, torna-nos livres, pois sabemos que não há força, nem virtude, nem talento de que sejamos proprietários e nos quais nos possamos fazer fortes por nós mesmos. “O humilde é aquele que tem confiança de que receberá o suficiente para comer se o caminho que faz é verdadeiramente o seu, em vez de preparar toda a sua vida provisões para uma viagem que não fará jamais.” Num tempo em que, aparentemente, vivemos a correr, rodeados por imensos barulhos que nos fazem, por vezes, esquecer de nós mesmos e da |
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nossa existência, a quaresma convida-nos a caminhar no deserto. Em humildade. Ao encontro de nós mesmos. Dos outros. De Deus. Quarenta dias em direção à Páscoa que, mais que um momento, é uma forma de ser. De viver. Morte e Vida são palavras que povoam este tempo. São as mortes que aceitamos viver a cada instante que nos levam à Vida. Mortes à vaidade. Ao orgulho. Ao preconceito. À prepotência. Em humildade. Num desejo, até, de mudar o provérbio e dizer “vamos à morte que a vida é certa”. Quaresma é tempo, não de provar que Deus existe, mas de testemunhar a Sua existência. Tempo de preparar o acolhimento da entrega completamente gratuita de Deus que Se dá em Jesus, na cruz. E dá-Se enquanto Se dá ao reconhecimento dos nossos afetos e da nossa inteligência. Quaresma é tempo.
Na Quaresma, a dois passos da Primavera, o nosso olhar atento contempla o renascer. A passagem do silêncio (necessário) à palavra, do retiro (necessário) à arte, da contenção (necessária) à criatividade. Sentimo-nos impelidos a sair das nossas casas e a participar neste concerto com que a natureza nos brinda. Mas, se por um lado isso acontece, por outro, tenhamos a |
idade que for, sentimo-nos, por vezes, velhos para participar em tanta mudança. Mas Deus chama-nos, continuamente, a uma nova vida, a rompermos com a instalação de quem vive dos dividendos de tudo quanto já recebeu e fez. Deus tem a iniciativa e manda-nos olhar para a imensidão do céu de um modo apaixonado e, assim, sairmos de nós, sairmos de uma pertença redutora, desejando pertencer apenas a Ele. Decidir como vivo terá de ser fruto da oração e de uma vida em comunhão profunda com Deus, tomada na solidão. No silêncio. No mais íntimo de mim, onde Deus Se diz. Será uma decisão ousada que fala de liberdade. De humildade. Do reconhecimento das minhas limitações Nesta Quaresma, rezar a humildade leva-me a desejar acolher todos quantos partilham a vida comigo, a desejar preparar-me para acolher as suas limitações e qualidades. Em humildade. E confiar, também, no seu acolhimento. E, desta forma, estar pronta para percorrer o meu caminho, aquele que é verdadeiramente o meu, realizando aquilo que me é pedido, por isso mesmo, porque é necessário e me é requerido.
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Pelo mundo em que vivemos, para que, com a consciência de o habitarmos como uma só família humana, saibamos torná-lo mais justo e mais fraterno, um lugar de partilha em que haja alimento para todos. (da Oração Universal, Dia Cáritas 2014)
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