04 - Editorial:

   Cónego João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

14- A semana de...

     Henrique Matos

16- Entrevista

     D. António Francisco dos Santos

    Diocese do Porto

 

 

 

 

 

 

 

40 - Internacional

46 - Cinema

48 - Multimédia

50 - Estante

52 - Vaticano II

54-  Agenda

56 - Por estes dias

58 - Programação Religiosa

59  - Minuto YouCat

60 - Liturgia

62 - Fundação AIS

64 - Luso Fonias

66 - Cáritas Portuguesa


 

 

 

 

 

 

 

Foto da capa: LFS/AE

Foto da contracapa:  Agência Ecclesia

 






AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,
Luís Filipe Santos, Margarida Duarte, Sónia Neves
Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes
Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais 
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Opinião

 

 

 

 

 

Novas prioridades para a Europa

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Bispo toma posse no Porto

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Santo do Brasil, Portugal e Espanha

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João Aguiar| Daniel Serrão |Rui Osório| Tony Neves | Márcia Carvalho | Álvaro Pacheco

 

 

 

O desassossego

João Aguiar Campos

Secretariado Nacional das Comunicações Sociais

 

Perguntaram-me, há dias, por ocasião do primeiro aniversário do início do pontificado do papa Francisco, se me sinto agitado pelo seu desassossego. Inicialmente fiz de conta que não percebia a pertinência da pergunta; mas depois dei comigo a enumerar os verbos que vêm marcado as suas intervenções -- sair, partir, primeirear, procurar, ouvir, acompanhar; e, sim -- disse para mim mesmo -- estes verbos desinstalam.

Não sou dos que pensam que tudo está a começar agora. Mas não consigo negar que íamos apresentando alguns sintomas de haver sido afectados por uma modorra de pós-almoço, com a rua a ser vista a partir de uma sombra e pelo canto de pálpebras mal abertas. Até a nossa linguagem ganhara as formas redondas e tranquilas do gerúndio: vamos andando, vamos fazendo, isto vai indo!...

Com estes pensamentos à flor da pele, quis Deus Nosso Senhor (que no acaso não acredito) que, em recente manhã de meditação, fosse ter com Marcos 1, 21-39. Li o texto. Rezei o texto. No fim, anotei, à laia de pessoal memória futura, as linhas que agora partilho.

….

Correra bem a jornada de Cafarnaum: na sinagoga maravilharam-se com o seu ensinamento, o espírito maligno foi obrigado a deixar o homem que aprisionava, 

 

 

 

 

a sogra de Pedro recuperou a horas da merenda e muitos doentes e possessos foram igualmente curados. Além disso, as pessoas queriam mais, muito mais – tal e qual sonhassem fazer da terra o centro da curiosidade turística dos vizinhos. Os próprios discípulos estavam encantados com a sua provável condição de guias e porta de acesso ao Mestre. Revelaram-se, por isso, impertinentes: «Onde te meteste, que todos te procuram?»

Paro a constatar como são tão amorosamente humanos estes queridos discípulos!...Ai como os compreendo, se bem os imagino a pensarem em estabelecer-se, em sossegar e usufruir da boa vontade e admiração respiradas ao seu redor.

Convenhamos que, pelo descrito, em Cafarnaum se estava mesmo bem!... Mas não se tratava só de aproveitar o clima positivo; haveria também – piedosa desculpa? -- que retribuir a hospitalidade!...

A ordem para pegar nas trouxas e partir, a fim de percorrer aldeias, deve ter-lhes soado, por isso, estranha; muito estranha mesmo. Ainda para mais, apresentada como uma vocação: «foi para isso que vim».

 

 

 

 

Releio, pela terceira vez o texto e procuro a luz: o desassossego é estranho se não se percebe o amor que o motiva; o desprendimento é estranho, se de administradores passamos a donos; partir é estranho se habitamos num sítio, em vez de morarmos na voz que nos chama…

Enviar e deslocalizar parece-me fácil. Difícil é ir e desprender-me; difícil é passar de sinaleiro a condutor e continuar a respeitar todas as regras dos cruzamentos e entroncamentos; difícil é admitir que sou destinatário da mensagem e não simplesmente seu circunstancial porta-voz…

Seja então bem-vindo o desassossego doutras aldeias!...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Sismo de 8,2 na escala de Richter faz seis mortos na costa do Chile   

 

 

 

 

 

“Eu, francamente, não tenho qualquer intenção de ser candidato a Presidente. Não tenho essa intenção” – Durão Barroso ao jornal Expresso, afastando a possibilidade de um candidatura a Presidente da República, 28.03.2014

 

 

"Assumi o compromisso de criar as condições, no espaço de uma legislatura, para que possamos retirar da rua os portugueses sem-abrigo, que vivem ao relento, que é das coisas mais chocantes para qualquer português, como considero que é muito importante criar políticas públicas que de uma forma integrada, na educação, na saúde, no apoio social possam combater o flagelo social que é a pobreza." António José Seguro, 02.04.2014, Rádio Renascença

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O Governo está enganado em querer resolver a crise através da força. A repressão não é o caminho a tomar”, D. Diego Padrón, Arcebispo de Cumaná e Presidente da Conferencia Episcopal venezuelana, agência Lusa, 02.04.2014

 

 

“(…) nem tudo é dinheiro. Nós não podemos olhar para os problemas e achar que os resolvemos pondo dinheiro em cima deles. Só os estragamos. A questão não é só financeira. Tem muito que ver com essa engenharia social. O Estado Social custa muitíssimo dinheiro. Se temos tantos recursos, a questão é a de sermos capazes de reorientar a forma como os usamos, a favor da autonomia das pessoas, do empreendimento das pessoas, da sua capacidade de iniciativa, solidariedade e de resolução dos problemas que enfrentam”, Joaquim Azevedo ao jornal Público, sobre os incentivos à natalidade, 03.04.2014

 

 

 

LOC/MTC pede prioridade
ao crescimento na Europa

A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) defende que o Banco Central Europeu deve “reorientar” as suas prioridades do “controlo da inflação” para o “emprego, o crescimento e a estabilidade financeira”. "A palavra Desenvolvimento deve ser tomada no sentido da melhoria das condições sociais dos cidadãos e não do crescimento económico do lado do capital”, defende a LOC/MTC em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Para o Movimento de Trabalhadores Cristãos, é “indispensável que se adote uma “nova política monetária que coloque as Instituições Monetárias ao serviço do pleno emprego”. “Esta medida implica um Banco Central Europeu mais responsável e mais representativo e uma reorientação das prioridades da sua ação do controlo da inflação, para o emprego, o crescimento, e a estabilidade financeira”, 

 

afirma o documento.

A LOC/MTC promoveu durante o mês março três encontros de formação com o objetivo de debater alguns dos graves problemas que afetam os trabalhadores, as famílias e a atual organização social, cujas conclusões divulgou hoje em comunicado. Os encontros, que decorreram em Famalicão, Coimbra e Amadora, pretenderam “debater alguns dos graves problemas que afetam os trabalhadores, as famílias e a atual organização social, mais especificamente, a necessidade de garantir trabalho para todos como fundamento da dignidade humana bem como aprofundar o processo de iniciação de novos militantes e de expansão da LOC/MTC a partir das Revisões de Vida recentemente efetuadas por muitas equipas de base”.

“No mundo e em Portugal o modelo económico que domina é o capitalismo ou a economia de mercado”, reitera a LOC/MTC que culpa esse modelo económico pelas “tantas crises em 

 

 

 

 

 

 

Portugal e no mundo, pelos tantos desempregados, pela pobreza e pelas necessidades humanas que estão por satisfazer, e que em muitos casos atinge mesmo as mais básicas e essenciais à vida humana e que envolve muitos milhões de cidadãos”.

A LOC/MTC refere que o “flagelo do desemprego”, que em janeiro atingiu em Portugal a taxa de 15,3% “e sabe-se que há muitos que fogem à estatística”, “está 

 

 

intimamente relacionado com a desigualdade de repartição do rendimento gerado pela economia, o enfraquecimento do poder do Estado, o enfraquecimento dos mecanismos de regulação, o modelo de globalização e de governação dominante das empresas e a ”financeirização” da economia”.

 

 

Cultura do encontro
é desafio do Papa aos católicos

O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Igreja afirmou que a promoção do “encontro” que leva ao anúncio da fé é um dos maiores desafios lançados pelo Papa aos cristãos. “A cultura do encontro é uma das nossas maiores carências e lacunas”, disse o cónego João Aguiar, durante o encontro de Quaresma dos organismos da Conferência Episcopal Portuguesa que decorreu esta terça-feira em Alfragide, arredores de Lisboa.

O responsável destacou os “desafios” lançados pelo Papa Francisco ao longo do seu primeiro ano de pontificado, em particular os que resultam da exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), publicada em novembro de 2013.

O presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença falou de uma “atitude fundamental, uma cultura”, um “modo de ser” que parte do “encontro com Cristo”. 

“Se o que nos leva ao encontro do outro não foi o sentirmo-nos 

 

 

amados”, acaba por se falar apenas de si próprio sem um “anúncio explícito” de Jesus Cristo, como pede Francisco, assinalou. “Falar de nós não é o conteúdo dos encontros para os quais o Papa nos desafia”, afirmou o cónego João Aguiar.

A intervenção deixou reparos à atitude dos cristãos para quem “é sempre bom ficar” e que confundem “a permanência com a fidelidade”. “Ser cristão hoje é aceitar ser minoria”, ir às “periferias” que são “pessoas e situações de vida”, observou o sacerdote. O diretor do SNCS sublinhou a necessidade de “viver a missão com alegria” e “aceitar o amor de Deus como modelo do amor humano”.

 

 

 

Cooperação: Rede jesuíta
reunida em Lisboa

Os membros da ‘Rede Xavier’, rede europeia de organizações jesuítas, estão reunidos em Lisboa até sexta-feira para avaliar as atividades realizadas em conjunto, incluindo a Ação de Emergência nas Filipinas. O coordenador da Rede Xavier e responsável por uma organização jesuíta em Nuremberga, na Alemanha, Klaus Vathroder, explicou à Agência ECCLESIA que este encontro de três dias a decorrer no Mosteiro das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias em Lisboa “é muito importante, porque é um momento de encontro e partilha onde se debate cara-a-cara o trabalho da rede”.

A Rede Xavier foi constituída como Fundação em 2004 e reúne atualmente 12 instituições jesuítas, (dez europeias, uma Canadá e outra da Austrália).

A Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) é a representante da Província Portuguesa da Companhia de Jesus nesta rede cujo objetivo é “a partilha de experiências de trabalho no âmbito da justiça social e do desenvolvimento”.

 

 

 

Fundada em 2004 por deliberação da Província Portuguesa da Companhia de Jesus a FGS é uma ONGD que tem como missão “contribuir para o desenvolvimento humano integral e de sensibilizar a sociedade para um maior compromisso com os valores da igualdade e da justiça social”.

Entre os temas desta reunião que junta cerca de 20 representantes desta rede em Lisboa debate-se a forma como a Rede Xavier reage perante situações de emergência como foi o caso do terramoto no Haiti ou o tufão nas Filipinas, revela Klaus Vathroder.

 

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A verdade do templo,
é a verdade da Igreja!

Henrique Matos

Agência ECCLESIA

 

Dia 30 de março, IV Domingo da Quaresma, Lisboa, Parque das Nações... 16 horas.

Os aguaceiros que fustigavam a região da capital fizeram uma súbita pausa, mesmo a tempo de permitir a reunião de algumas centenas  frente à nova igreja da "Expo". O Patriarca de Lisboa dedicou e inaugurou o novo templo que, pensado para acolher muitos, se revelou afinal escasso para albergar os que estavam. Estavam muitos.

O novo espaço dignifica o Parque das Nações não só porque o dota de um excelente exemplo de arquitetura religiosa mas, porque coloca o sagrado na cidade. Este lugar, que todos reconhecem como excelente exemplo de recuperação urbanística, reabilitação de uma zona degradada e poluída que deu lugar a espaços de lazer e habitações de exceção, conta agora com uma casa para Deus.

Escrevo porém, para sublinhar algo que me entusiasma bem mais do que uma bela igreja num belo espaço. Falo da comunidade cristã que a tornou possível. Todos nos recordamos da Expo98, foi nesse ano... pouco depois, a exposição fechava e chegavam os primeiros habitantes daquele que se chamava agora, Parque das Nações. Residências de luxo, habitações que não estariam ao alcance de qualquer um, o necessário para viver confortavelmente e desfrutar da vista e do espaço. Potencialmente, uma urbanização 

 

 

para pessoas que não precisam nem têm de solicitar o auxílio do vizinho ou preocupar-se com ele. Belas bolhas de conforto. Não forçosamente. Também ali morava quem leve a sério o seu batismo e estes, perceberam que não tinham igreja e como tal, antes de a construírem, começaram pela comunidade. Começaram pela parte difícil, é que os laços humanos são mais difíceis de concretizar do que os tijolos que facilmente se unem com cimento. Durante 13 anos trabalharam uma fé em comum, atraíram muitos e edificaram o primeiro tecido social daquela parte da cidade. Celebraram a fé em espaços comerciais alugados, tiveram que comprar um terreno e por fim, conseguiram erguer uma igreja com a dimensão e a beleza que se vê. Só foi possível porque antes de haver igreja, houve comunidade.

 

Como diz o pároco, uma comunidade exigente, que não se contenta com simples entretenimento pastoral. Mas, segundo o Padre Paulo Franco, a exigência também se traduz em frutos de dedicação e entrega.

No dia da dedicação da nova igreja, D. Manuel Clemente reconhecia que "a verdade do templo, é a verdade da Igreja, pois esta é uma realidade comunitária onde os carismas concorrem para o benefício do conjunto... antes do templo material, há sempre uma realidade eclesial que depois tem esta expressão plástica". Penso também, que não foi um acaso, o facto do desafio inspirador deste esforço se condensar na frase sugerida pela paróquia: "Construir a Igreja, Construindo Comunidade". Esta é e será sempre a angariação de fundos mais eficaz... é que, antes dos euros, congrega os corações.

 

D. António Francisco Santos,
Bispo do Porto

 

O novo bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, fala à Agência ECCLESIA sobre esta missão, para a qual diz partir com o objetivo de estar próximo de toda a população, de uma maneira “simples, próxima e fraterna”.

 

Agência ECCLESIA (AE) – A serenidade e a tranquilidade são duas características de D. António Francisco Santos. Este período entre a nomeação (21 de fevereiro) e a tomada de posse na Diocese do Porto (dia 06 de abril) mexeu consigo?

D. António Francisco Santos (AFS) – Costumo ser uma pessoa serena e tranquila. Mas ao ser confrontado com a decisão do Santo Padre senti-me surpreendido. Só à luz da fé pude entender esta decisão e é, também, à luz da fé que assumi esta minha decisão de obedecer, acolher e ir com alegria e entusiasmo servir a Diocese do Porto. Sempre procurei fazê-lo em todo o itinerário da minha vida de sacerdote e de bispo.

 

AE – É natural de Lamego, já esteve em Braga e depois Aveiro. Agora vai para a diocese vizinha, Porto. Nota-se que deixa sempre o seu cunho pessoal e serenidade por onde passa.

AFS – Creio que isso é, simultaneamente, um dom de Deus recebido e acolhido. Recebido por mim e acolhido também nas pessoas que encontro. Este meu peregrinar, este meu jeito itinerante de ser, que manifesta a minha disponibilidade interior. Esse é o único mérito que tenho porque quem me conduz são as mãos do Senhor. Tenho-me sentido muito feliz em todos os lugares onde trabalhei e servi. Quer na minha diocese de origem (Lamego), depois na diocese de Braga, como bispo auxiliar, e agora, neste encanto e nesta vivência tão bela na diocese de Aveiro. Devo muito, muito, a todas as pessoas e à comunidade que encontrei e procuro servir. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AE – Na mensagem à diocese do Porto e citando o profeta Jeremias refere “Irás aonde Eu te enviar” (Jer 1,7). Essa é a expressão que simboliza a sua partida para a diocese do Douro?

AFS – Essa expressão veio ao meu espírito e senti pulsar no meu coração quando me foi anunciada e comunicada a decisão e escolha do Santo Padre. Sempre procurei ir para todos os lugares para onde Deus me enviou. É com esse espírito, ânimo, alegria e coragem que vou. Queria que fosse a coragem dos profetas. É a bênção e a bondade de Deus que me anima a prosseguir neste caminho.

 

 

 

AE – O Porto está a poucos quilómetros de Aveiro. No entanto, sente-se – pela forma como se refere à Diocese de Aveiro – que as águas da ria já entraram no seu sangue.

AFS – Sem dúvida. Senti sempre que aqui era a minha terra. Mas sinto também que da janela da minha aldeia natal vê-se o Porto. Essa grande e encantadora diocese que é o Porto, com tantas pessoas de bem e de valor, com um itinerário e percurso histórico maravilhoso. Depois da confirmação do Papa Francisco e da minha decisão tenho colocado no coração de Deus e no meu coração, esta oração pela 

 

 

 

 

 

 

 

diocese do Porto. Procurarei ser apóstolo das bem-aventuranças e testemunho da bondade de Deus.

 

AE – Acredita que deixou corações destroçados na Diocese de Aveiro?

AFS – A dureza da separação não a posso ignorar nem a posso contornar. Sinto que fui sempre muito bem acolhido e muito acarinhado e que encontrei , 

 

 

generosos colaboradores. Sofro com a tristeza desta separação esobretudo, por ver que eles sofrem, mas sinto também que é à luz da fé que eles aceitam a decisão do Santo Padre e a minha disponibilidade para ir ao encontro desta nova missão. Acredito que o Senhor lhes vai proporcionar um servidor generoso, como eles merecem.

 

 

 

 

AE – Para além da sua sabedoria e disponibilidade, o que leva para o Porto?

AFS – Levo a minha entrega e alegria de anunciar o Evangelho. Levo também a minha certeza da proximidade com todos. Levo a minha disponibilidade para que todos encontrem em mim um pastor e um irmão. Vou para estar com eles sempre e em todas as situações. Quero ser o porta-voz do amor de Deus e esse rosto de um Deus que ama cada um em cada situação e em cada circunstância. Vou também para semear esperança no futuro da história daquela Igreja.

 

AE – O pontificado do Papa Francisco tem deixado marcas inapagáveis. É um seguidor deste modelo de proximidade do papa argentino?

AFS – Sou e muito. Tive a graça de estar com o Papa Francisco, em Roma, no passado mês de setembro (no congresso internacional da catequese). Falei-lhe da diocese de Aveiro e o dom que ele é para a Igreja universal. Quero aprender 

 

sempre com ele, nos seus exemplos e suas atitudes proféticas. Os seus gestos fazem escola. Com ele quero aprender a ser o pastor que a Igreja do Porto merece.

 

AE – Caminha rápido com os mais rápidos e mais lento com os vagarosos. A sua pastoral tem duas velocidades?

AFS – Essa é uma generosa maneira de compreender a minha forma de estar e ser bispo. No entanto, não esqueço que na exortação apostólica, o Papa Francisco nos diz: “o bispo é aquele que deve guiar o povo”. Deve ir à frente, mas em alguns momentos deve saber ir no meio e noutras ocasiões deve saber ir atrás para acolher e acompanhar os que têm ritmo mais lento. Não há caminho a duas velocidades, mas tem de haver a perspicácia e lucidez do bispo para saber estar com todos. O rebanho conhece-se pelo olfato. Isso é uma forma de viver a caridade pastoral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

D. António Francisco dos Santos,
bispo do Porto

D. António Francisco dos Santos, de 65 anos, é o novo bispo do Porto, sucedendo a D. Manuel Clemente, que em julho de 2013 deixou a diocese para assumir o cargo de patriarca de Lisboa.

O prelado é natural de Tendais, no Concelho de Cinfães (Diocese de Lamego) e foi ordenado padre em dezembro de 1972. Após os estudos no seminário da sua diocese, licenciou-se em Filosofia na 'École Pratique de Hautes Études Sociales', com mestrado no Instituto Católico de Paris, onde obteve ainda o diploma de Sociologia Religiosa.

Durante os estudos em Paris, foi membro da equipa sacerdotal da Paróquia de São João Bptista de Neuilly-sur-Seine, assumindo a responsabilidade pastoral da comunidade portuguesa.

João Paulo II nomeou-o auxiliar de Braga, a 21 de dezembro de 2004, e foi ordenado bispo em março do ano seguinte, na Sé de Lamego.

D. António Francisco dos Santos foi nomeado bispo de Aveiro por Bento XVI em setembro

 

 de 2006 e tomou posse a 8 de dezembro do mesmo ano.

Na Conferência Episcopal Portuguesa, ocupa o cargo de vogal do Conselho Permanente e preside à Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé.

O prelado esteve à frente da Diocese de Aveiro durante as celebrações do seu 75.º aniversário de restauração, tendo promovido nessa ocasião uma ‘Missão Jubilar’ que se encerrou em dezembro de 2013.

Ao longo desses meses, marcou presença, entre outros eventos, numa ‘Cristoteca’ com os jovens e ceou com sem-abrigo na Noite de Natal.

D. António Francisco dos Santos vai contar como bispos auxiliares com D. Pio Alves, atual administrador apostólico, D. António Bessa Taipa e D. João Lavrador.

A Diocese do Porto tem mais de 2 milhões de habitantes e uma área de 3010 quilómetros quadrados, a qual engloba 26 concelhos, 17 dos quais pertencem ao Distrito do Porto, oito ao Distrito de

 

 

 

 

Aveiro e um ao Distrito de Braga.

O território diocesano estende-se ao longo do litoral atlântico do norte de Portugal, prolonga-se em direção ao interior pela margem 

 

esquerda do Rio Ave e Vizela até ao vale do Tâmega (inclusive), e é limitada a sul pelo vale do Rio Douro.

 

 

Igreja pronta a cuidar

O novo bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, disse ao semanário diocesano ‘Voz Portucalense’ que quer uma Igreja pronta para “cuidar” de todas as pessoas que vivem numa situação de sofrimento. “A melhor maneira, senão mesmo a única, de impulsionar o cuidado pastoral pelas classes desfavorecidas, pelos desempregados (e o desemprego é um dos dramas maiores hoje), pelos pobres e marginalizados, pelas famílias em dor, rutura ou provação, pelos doentes ou pelos reclusos, é cuidar de todos e de cada um individualmente como pessoa, com dignidade, como irmão com nome e com alma”, refere o prelado, que vai tomar posse este sábado, após ter sido nomeado pelo Papa Francisco como bispo do Porto, a 21 de fevereiro.

D. António Francisco dos Santos, de 65 anos, tomará posse perante o Colégio de Consultores da diocese no Paço Episcopal, numa cerimónia privada, e a entrada solene será no domingo, às 16 horas, na Catedral do Porto.

 
“Cuidar é uma bela e necessária forma de curar as feridas dos que sofrem. Cuidar é agir sem demora, sem arrastar ou retardar respostas sociais, porque os pobres não podem esperar”, precisa o responsável.

Na primeira entrevista ao semanário diocesano, o bispo diz querer “assumir a história e a memória da Igreja do Porto, que viveu momentos marcantes ao longo da história” e assume a necessidade de “conhecer as pessoas e a realidade”.

“Tudo devo delinear, programar, decidir, realizar e avaliar em comunhão e corresponsabilidade com as pessoas e as estruturas diocesanas, vicariais ou paroquiais. Sei que não posso nem devo repetir, por si mesmas, experiências pastorais anteriores nem replicar formas e métodos de ação pastoral realizadas noutras circunstâncias”, adianta.

D. António Francisco dos Santos reconhece que Papa trouxe uma “nova pedagogia pastoral à Igreja” e refere a “dor sentida” por ter de deixar a Diocese de Aveiro, onde era bispo desde 2006.

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Sempre que obedeci a Deus me senti bem com a minha consciência e parti confiante para 
 

 

cada nova missão. Assim rezo e confio também nesta hora?, conclui D. António Francisco dos Santos.

 

 

Agradecimento da Diocese de Aveiro
a D. António Francisco dos Santos

O Papa Francisco nomeou o Sr. D. António Francisco dos Santos como Bispo do Porto.

Com esta nomeação, a Diocese de Aveiro vê partir com saudade o seu Bispo, que ao longo de mais de sete anos a serviu com dedicação, empenho e espírito evangelizador, e a Diocese do Porto ganha assim um pastor que tornará ainda mais visível o rosto paterno e próximo do nosso bom Deus.

A presença do Sr. D. António Francisco na Igreja de Cristo presente em Aveiro deixou profundas marcas; no futuro, com o decorrer do tempo, o Espírito de Deus fará multiplicar os frutos do seu trabalho pastoral. Vivemos alguns anos em que experimentámos, de modo extraordinário, a Bondade de Deus e sentimos no nosso hoje a Hora de Deus para nós. A sua ação fez-se sentir não só na comunidade eclesial que constituímos, mas também em toda a sociedade civil, cultural, 

 

académica, política e militar. Não esqueceremos os desafios evangélicos que tornou mais presentes pela sua palavra e pelo 

 

 

 

marginalizados, o ardor pela missão e evangelização e o espírito de oração.

Esta nomeação, que a todos apanhou de surpresa, não pode ter outra resposta que não seja a da fé e consequente confiança 

 

a da fé e consequente confiança inabalável no cuidado de Deus por esta sua amada Igreja presente em terras de Aveiro.

Obrigado, Sr. D. António Francisco. Rezamos por si e contamos com a sua oração.

Diocese de Aveiro

 

 

Mensagem à Diocese do Porto

Caros Diocesanos,

Era tão imprevisível este chamamento que Deus agora me faz que não consegui balbuciar palavra, quando a decisão do Papa Francisco me foi comunicada.

Sei que é ao Santo Padre, como Bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja, que compete dar Pastores a todas as Igrejas. Lembrei nesse momento a Palavra de Deus ao Profeta Jeremias: “Irás aonde Eu te enviar” (Jer 1,7).

Apesar desta palavra recorrente ao meu espírito e presente no meu coração, muitas as dúvidas e grande o temor com que me defrontei ao ver as minhas limitações e fragilidades, perante a grandeza da missão.

Interroguei-me dia e noite sobre o que posso eu levar de novo a uma Diocese habitada por tanta gente de bem e de valor e habituada a tão generosos servidores como bispos, presbíteros, diáconos, consagrados e leigos.

À Diocese de Aveiro peço a compreensão para este meu gesto ao serviço da Igreja, que em nada significa, menos respeito

 

 ou menor amor. Aveiro sabe como sempre aqui me senti feliz como bispo e como é grande a dor da separação.

Todavia, senti que só conseguiria reencontrar a serenidade de coração e a liberdade de espírito, quando com a ajuda de Deus vencesse todos os receios e temores.

Levo comigo o modo próximo de ser e de viver, a alegria convicta da fé e o desejo fraterno de a todos olhar com os olhos de Deus, para a todos servir como Deus quer e ama.

IN MANUS TUAS é o lema episcopal que escolhi, quando o Papa João Paulo II, me chamou a ser bispo auxiliar de Braga e titular de Meinedo. Renovei este mesmo compromisso diante do Papa Bento XVI quando me enviou para Aveiro. É com igual verdade que agora o afirmo diante do Papa Francisco. Este lema e os sentimentos que ele exprime unem-me a Cristo e à Sua Cruz e colocam-me sob o olhar terno da Mãe de Jesus, Senhora da Assunção, nossa Mãe e Padroeira.

Saúdo, como irmão que sempre serei, o senhor Administrador

 

 

Apostólico, D. Pio Alves, os senhores Bispos Auxiliares, D. António Taipa e D. João Lavrador, os senhores Bispos Eméritos, os senhores Vigários Gerais, o Cabido da Catedral, os Sacerdotes, Seminários, Diáconos, Consagrados e Leigos.

Desde já afirmo a alegria de servir a grande comunidade humana da Diocese do Porto, com os seus eleitos e representantes autárquicos, as Autoridades Locais, as Universidades e Escolas, Instituições e Associações.

Quero dirigir uma palavra de muito afeto às crianças, aos jovens e às famílias.

Serei irmão e presença junto dos doentes, dos pobres e dos que sofrem e com eles 

 

procurarei fazer caminho de bondade e de esperança na busca comum de um mundo melhor.

Quero ser apóstolo das Bem-Aventuranças nestes tempos difíceis que vivemos.

Sei que é grande a missão que agora me é confiada, mas vou com alegria e generosidade ao vosso encontro para amar a Deus e vos servir.

Alegra-me e conforta-me ser irmão convosco, tão belo é o testemunho cristão da Igreja do Porto.

Que Deus me ajude e vos abençoe.

Abençoai-me, também vós, caros diocesanos.

 

D. António Francisco dos Santos

 

 

Saudação da Diocese do Porto

A Diocese do Porto congratula-se com a nomeação, do Santo Padre Francisco, de D. António Francisco dos Santos, até agora bispo de Aveiro, para Bispo do Porto. Saúda-o com alegria e esperança e augura-lhe um frutuoso Episcopado.

Todos quantos fazem parte desta porção do Povo de Deus estarão, certamente, dispostos a acolher e a colaborar, leal e 

 

generosamente, com o novo Bispo na edificação do Reino de Deus nesta Igreja Particular, abertos às interrogações da Sociedade.

A Diocese acompanha o Senhor D. António Francisco com a sua oração e invoca, para si e para a sua ação pastoral, a intercessão maternal de Nossa Senhora da Assunção.

D. Pio Alves,

administrador apostólico

 

 

Um bispo, uma dádiva

O diretor-adjunto do núcleo do Porto da Faculdade de Teologia disse que a diocese vai receber o novo bispo, D. António Francisco dos Santos, “muito bem”.

“Vamos recebê-lo como um sinal, uma dádiva, alguém que faz a ligação à Igreja Universal e quem vem certamente cheio de boa vontade para capacitar e potencializar as capacidades desta grande diocese que lhe compete governar agora”, declarou o padre Jorge Teixeira da Cunha à Agência ECCLESIA.

O docente da Universidade Católica Portuguesa (UCP) do Porto considera a nomeação de D. António Francisco dos Santos como bispo do Porto “uma surpresa” e motivo de grande alegria para todos os diocesanos.

Para o responsável, esta é uma decisão “muito importante” do Papa Francisco, porque os diocesanos “estavam à espera há muito tempo que a situação provisória de ter um administrador apostólico tivesse um desfecho”.

“Para nós é muito bom 

 

 

 

que finalmente tenhamos um bispo, a nomeação pecou pela demora, tivemos aqui até algumas dúvidas e até alguma apreensão sobre qual seria o motivo da demora desta nomeação que era tão significativa e esperada no Porto”, concluiu.

 

 

Igreja do Porto mais sinodal

Depois de uma longa e incompreensível espera, a Diocese do Porto recebe o seu novo bispo, D. António Francisco dos Santos, um pastor que deu boas provas em Braga e em Aveiro.

A Igreja Portucalense, cheia de história e de grandes bispos, com uma população de mais de dois milhões de habitantes, será a prova final do exercício efetivo da sua missão episcopal.

Não lhe faltarão a competência e a generosidade pastorais de uma grande diocese que dispõe de qualidade na variedade vocacional e ministerial do Povo de Deus. Mas terá alguns problemas para a sua atenção vigilante.

É urgente o restabelecimento da saúde financeira na diocese do Porto, a braços com graves problemas de tesouraria. A diocese não é uma empresa nem se move  por interesses lucrativos, mas, ainda assim, as despesas correntes na multiplicidade de serviços – alguns criados ou mantidos ao deus-dará -,  requerem, 

 

na modéstia do orçamento, gestão cuidadosa.

A diocese em dívida continua generosa na solidariedade com os mais pobres e na ação sociocaritativa das suas comunidades e instituições.

A escassez e o envelhecimento do clero secular - e do clero religioso, cada vez mais colaborante na diocese – é outro grande problema. Será preciso, também, aprofundar o papel do Seminário, para que ajude os seus escassos alunos no discernimento da sua candidatura ao ministerial sacerdotal ordenado.

Há muito trabalho por fazer no compromisso eclesial dos leigos que exercem a sua vocação e a sua missão, indispensáveis para a vitalidade da Igreja, nas realidades seculares dos casais, famílias,  profissões e opções económicas, sociais, culturais, cívicas e políticas. Se a Igreja no Porto persistir em práticas  clericalizadas, correrá o risco de pecar por omissão, impedindo a voz e a vez dos leigos. É necessário despertar o ânimo dos leigos, para que marquem

 

 

 

 presença cristã nas tarefas da Igreja, através de mais e melhores ministérios laicais, e, sobretudo, para que sejam ativos na transformação da sociedade ao estilo do fermento na massa e para que ajudem a levedar mentalidades e estruturas com a força do Evangelho. Assim, os leigos despertarão para a corresponsabilidade em Igreja.

Há muito que não se realiza um Sínodo na diocese do Porto. Talvez seja agora o tempo oportuno, para que todos abram horizontes no Reino de Deus.

Contas à moda do Porto, também em Igreja, exigem a concretização de tarefas divididas para desempenho conjunto e para que ninguém viva às custas alheias. 

 

Seria ótimo se o novo bispo do Porto for o grande animador da prática mais sinodal. Terá a obrigação de dar mais relevo à corresponsabilidade do Conselho Presbiteral, Diocesano de Pastoral e Cabido, que é, simultaneamente, Colégio de Consultores.

Oxalá D. António Francisco dos Santos seja um “pastor com cheiro a ovelhas” e se sinta bem com tanta gente honrada que o recebe com simpatia. Será bom que saiba ouvir mais do que fazer-se ouvir; e, no seu estilo, tenha a coragem profética para levar o seu diálogo pacificador até às periferias existenciais.

Se não for tão profeta, seja um bom salmista!

Rui Osório,

Jornalista e pároco da Foz do Douro

 

 

O Bispo e o Povo Cristão

1. A entrada de um novo Bispo numa Diocese, como irá acontecer em 6 de abril na Diocese do Porto, dá ensejo para que um humilde membro desse Povo, um leigo, como se costuma dizer, escreva aqui o que lhe vai na alma de cristão. Porque tenho 86 anos e vivo no Porto desde 1945, já senti várias vezes este acontecimento: um novo Bispo toma conta desta Diocese e apresenta-se aos Cristãos.

Desta vez será D. António Francisco dos Santos.

O Bispo, como acentua o Papa Francisco,” deve favorecer sempre a comunhão missionária na sua Igreja diocesana, seguindo o ideal das primeiras comunidades, em que os crentes tinham um só coração e uma só alma. Para isso, umas vezes pôr-se-á à frente para indicar a estrada e sustentar a esperança do povo, outras vezes manter-se-á simplesmente no meio de todos com a sua proximidade simples e misericordiosa e, em certas circunstâncias, deverá caminhar atrás do povo, para ajudar aqueles que se atrasaram 

 

e sobretudo porque o próprio rebanho possui o olfato para encontrar novas estradas.”

O povo cristão da Diocese do Porto está já a viver esta expectativa: quer conhecer e amar o seu novo Bispo e espera que não faltem as oportunidades para o fazer. Não nas pomposas cerimónias litúrgicas – como as da entrada solene - em que há um afastamento que é  imposto pelo ritual hierático que, infelizmente, continua complexo e favorecedor de um distanciamento pessoal entre clérigos e leigos.

Mas sobretudo, como pede o Papa Francisco, “na missão de promover uma comunhão dinâmica, aberta e missionária” que sempre passará por “estimular e procurar o amadurecimento dos organismos de participação e de outras formas de diálogo pastoral, com o desejo de ouvir a todos e não apenas a alguns, sempre prontos a lisonjeá-lo. Mas o objetivo destes processos participativos não há de ser principalmente a organização eclesial, mas o sonho missionário de chegar a todos”.

 

 

 

 

 

 

2. Esta mudança do relacionamento dos Bispos com os Cristãos e os não cristãos será causa de mudança no Papado, pois o Papa é o Bispo de Roma e deseja fazer “uma conversão pastoral”. Não é a distância que induz o respeito e o afeto. O Bispo distante, encerrado no seu “Paço Episcopal”, gera indiferença e, depois, 

 

desconhecimento. O Bispo próximo e presente, com uma agenda de mostrar-se e sair para a rua, terá o acolhimento dos cristãos e um profundo e afetuoso respeito de todos os crentes.

Que D. António Francisco dos Santos seja bem-vindo à Diocese do Porto.

 

Daniel Serrão

 

 

Missão pastoral orientada para as pessoas

O presidente da Câmara Municipal do Porto congratulou-se com a nomeação de D. António Francisco dos Santos para Bispo do Porto, sucedendo a D. Manuel Clemente que em julho de 2013 se tornou Patriarca de Lisboa.

"É com satisfação que vejo a vaga deixada por D. Manuel Clemente preenchida por uma personalidade que dá garantias à cidade de poder prosseguir com uma missão pastoral orientada para as pessoas 

 

e para a sua dimensão humana", afirmou Rui Moreira.

"D. António Francisco dos Santos é alguém conhecedor da realidade prática, como Bispo de Aveiro e espero que no Porto possa prosseguir uma missão pastoral, sabendo de antemão que poderá sempre contar com o presidente da Câmara para cooperar em projetos que possam contribuir para a coesão social no Porto", concluiu.

Câmara Municipal do Porto

 

 

 

Grande figura do episcopado português

D. Manuel Clemente felicitou a Diocese do Porto pela nomeação de um novo bispo, que apresenta como uma “grande figura” do episcopado português.

“Quero felicitar a Diocese do Porto pelo seu novo bispo, o senhor D. António Francisco dos Santos, que é uma grande figura do episcopado português, pela sua inteligência, a sua serenidade, o seu sentido pastoral, a sua proximidade ao clero e aos fiéis, também à sociedade civil”, disse o patriarca de Lisboa, em declarações divulgadas pelo seu Departamento de Comunicação e enviadas à Agência ECCLESIA.

Para o atual presidente da 

 
Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), bispo do Porto entre 2007 e 2013, está é “a todos os títulos uma belíssima nomeação”. “Peço a Deus que lhe dê a ele e a todos os seus novos diocesanos do Porto as maiores felicidades neste ministério que o Papa Francisco lhe confia”, refere D. Manuel Clemente.

O patriarca de Lisboa deixa “uma palavra de reconhecimento” ao trabalho de D. Pio Alves, administrador apostólico da Diocese do Porto desde julho de 2013, cargo desempenhado “com tanta diligência, com tanta aplicação, também com tanto discernimento”.

 

 

Um testemunho

Conheço D. António Francisco quase desde a minha entrada no Seminário Menor da Diocese de Lamego, em 1971. D. António Francisco estava então a terminar os seus estudos eclesiásticos, no Seminário de Lamego. Por onde passou, deixou saudade e amigos, sempre muitos amigos. Desde São João da Pesqueira, Paris, Seminário de Lamego, Bispo auxiliar de Braga, Bispo de Aveiro.

Que posso dizer sobre a sua pessoa?

Sempre admirei a sua humildade, bondade, simplicidade, humanidade, a sua fidelidade à Igreja, a sua inteligência. Pessoa simples, estabelece com naturalidade uma relação imediata com as pessoas. Aproxima-se, escuta, acolhe. Este é o segredo da capacidade que demonstra para cativar quem o conhece.

Que na Diocese do Porto D. António Francisco continue a ser pai e pastor, como o foi na Diocese de Aveiro.

 

D. Manuel António Mendes dos Santos, CMF

Bispo de São Tomé e Príncipe

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AIS reforça meios para responder
às dificuldades das comunidades cristãs
no mundo

A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), organismo dependente da Santa Sé, está a alargar a sua rede de infraestruturas e benfeitores para fazer face aos desafios das comunidades cristãs no mundo, “cada vez mais” prementes. “Hoje temos muitos países marcados pela perseguição religiosa e muitos também onde a Igreja é significativamente pobre, onde faltam apoios para a formação dos padres e meios de transporte para as freiras ou sacerdotes, sobretudo em África ou na Ásia, e para isso precisamos de doações”, disse à Agência ECCLESIA o presidente-executivo da AIS.

Johannes Heereman está em Portugal a participar numa reunião geral da Fundação, a primeira a este nível no país, com a presença de responsáveis das 17 delegações que atualmente fazem parte do projeto, incluindo a estrutura portuguesa.

Um dos principais destaques 


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deste ano, para a organização católica, vai ser a abertura de três novas delegações, na Coreia do Sul, no México e também em Malta. No que diz respeito aos dois primeiros casos, estão em causa países que a AIS “apoiou bastante no passado e que se desenvolveram muito”, e a ideia agora é “envolver mais essas nações na causa solidária, a favor da Igreja perseguida”, explica Johannes Heereman.

Quanto a Malta, a parceria vai começar a ser definida em maio, no dia 12, com a realização de um congresso sobre a “Liberdade Religiosa no Mundo”. Ao mesmo tempo que alarga o seu número de delegações, a organização fundada pelo padre Werenfried van Straaten em 1947 pretende mobilizar mais as novas gerações, para alargar e rejuvenescer o seu número de benfeitores e amigos, atualmente situado nos 600 mil.

“A AIS não tem apoios oficiais da Igreja, depende exclusivamente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

dos seus benfeitores, mas a maior parte conta já com uma idade bastante elevada. Queremos aproximar-nos dos mais novos, que se calhar não estão tão próximos da Igreja mas sabem o perigo que poderá vir de um mundo onde não haja mais pensamento cristão”, realça o presidente-executivo.

Neste momento, o principal foco da Fundação está centrado em países como a Nigéria, o Sudão, a Síria e o Iraque, onde a perseguição religiosa 

 

ganhou força depois da chamada “Primavera Árabe”.

O próximo relatório da AIS sobre esta matéria vai ser publicado no próximo mês de novembro e segundo Catarina Bettencourt, responsável pela fundação em Portugal, os dados vão indicar “um agravamento” nos atentados à liberdade religiosa. “São cada vez mais os casos de perseguição que chegam ao nosso conhecimento, vamos lançar o relatório com uma situação infelizmente pior do que em 2012”, adiantou.

 

 

Papa evoca legado de João Paulo II

O Papa recordou esta quarta-feira no Vaticano o 9.º aniversário da morte do Beato João Paulo II, numa saudação aos peregrinos polacos que participaram na audiência pública semanal, destacando o “património de fé” do futuro santo. “Imitando Cristo, foi para o mundo um pregador incansável da Palavra de Deus, da verdade e do bem: ele fez o bem mesmo com o seu sofrimento. Este foi o magistério da sua vida ao qual o Povo de Deus respondeu com grande amor e estima”, declarou Francisco, perante dezenas de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

O Papa argentino aludiu à próxima canonização de João Paulo II, marcada para o dia 27 deste mês, e afirmou que este acontecimento deve ser uma ocasião para “prepara-se espiritualmente e para reavivar o património de fé por ele deixado”. “Que a sua intercessão reforce em nós a fé, a esperança e o amor”, concluiu.

 

 

Karol Jozef Wojtyla, eleito Papa a 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, a 2 de abril de 2005.

De acordo com o direito canónico, para a canonização era necessário um novo milagre atribuível à intercessão do beato, o qual foi aprovado por Francisco a 5 de julho de 2013. O milagre diz respeito à cura de uma mulher da Costa Rica, Floribhet Mora, que teve lugar na tarde de 1 de maio de 2011, dia em que o Papa polaco foi proclamado beato por Bento XVI na Praça de São Pedro.

 

 

 

Novo santo para a Igreja Católica

O Papa proclamou hoje como santo o jesuíta José de Anchieta (1534-1597), religioso ligado à evangelização no Brasil, e vai presidir a uma Missa na igreja de Santo Inácio, Roma, a 24 de abril, em ação de graças. O decreto de Francisco foi publicado pela sala de imprensa da Santa Sé e recorre à ‘canonização equipolente’, um processo instituído no século XVIII por Bento XIV, através do qual o Papa vincula a Igreja para que observe a veneração de um católico ainda não canonizado pela inserção da sua festividade no calendário litúrgico, com Missa e Ofício Divino.

Nascido em Tenerife, nas Canárias (Espanha), José de Anchieta veio para Portugal aos 14 anos, sendo aluno do Colégio das Artes e Humanidades, em Coimbra, confiado aos jesuítas, anexo à Universidade local. Ali entrou no noviciado da Companhia de Jesus, e foi depois destinado à missão do Brasil; o jesuíta desembarcou em Salvador a 13 de julho de 1553, juntamente com o padre português Manuel da Nóbrega.

“Anchieta acompanhou o padre Nóbrega à nova missão de

 

 

Piratininga, onde chegaram em 24 de janeiro de 1554. No dia seguinte, festa litúrgica da conversão do apóstolo São Paulo, foi celebrada a primeira missa nessa missão, que recebeu o nome de São Paulo em homenagem ao apóstolo missionário. Essa data é reconhecida oficialmente como marco histórico da fundação da cidade de São Paulo”, refere o site da Província Portuguesa da Companhia de Jesus.

O Papa Francisco assinou também os decretos de canonização equipolente de dois beatos franceses que promoveram a evangelização no Canadá: o bispo François de Montmorency-Laval (1623-1708) e a mística missionária Maria da Encarnação Guyart (1599-1672).

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Isabel II de Inglaterra visita o Papa Francisco

 

 

 

Audiência Geral de 2 de abril

 

 

INDIELISBOA Regressa

Prestes a chegar, o Festival Internacional de Cinema Independente celebra a sua 11ª edição de 24 de Abril a 4 de Maio próximos. Com a vitalidade a que nos habituou, e passada já uma década sobre o seu nascimento, este é o ano em que comemora uma das suas mais bem sucedidas secções: o Indiejúnior. Associando-se a este festejo, no cumprimento de um anseio que vem de longe, o Prémio Árvore da Vida contempla também os filmes para os mais novos, com júri próprio constituído por quatro alunos do Colégio São João de Brito, em Lisboa. Estreita-se assim a relação que vem unindo, de há cinco anos a esta parte, a Igreja portuguesa e o festival, agora reforçada e renovada com esta atenção particular aos criadores do cinema infanto juvenil. O prémio, incentivo à criação de obras que privilegiem valores humanos e espirituais, no valor de mil euros, é também uma forma de olhar adiante, acompanhando o que de mais recente se faz e, dentro disso, as abordagens que maior interesse despertam na

 

‘geração do  futuro’ .

O Prémio Árvore da Vida, destinado aos criadores portugueses de longas e curtas metragens incluídos na secção Competição Nacional mantém-se, selecionando da mesma forma o filme que, entre as quatro longas e as dezassete curtas programadas, se distinga pelos valores refletidos nas suas abordagens. ‘Alentejo, Alentejo’, de Sergio Tréfaut, ‘O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João’, de Joaquim Pinto e Nuno Leonel, ‘Revolução Industrial’ de Tiago Hespanha e Frederico Lobo e ‘Tales of Blindness’ de Cláudia Alves são alguns dos filmes a ver.

Entre as restantes secções previstas, destaque para a Pulsar do Mundo, composta essencialmente por documentários que lidam com questões relevantes da atualidade mundial, e que este ano conta com uma obra de Inês Mendes Gil, membro do grupo de cinema da Pastoral da Cultura, dos anteriores júris Árvore da Vida e presença assídua no festival. ‘Sangue na Guelra’, 

 

 

 

que resulta duma parceria entre a Universidade Lusófona e o Centro Unesco, mostra a realidade complexa de uma escola na Reboleira.

Outra boa novidade é a da associação, em parceria, do Indie com a Universidade Católica que este ano disponibiliza uma equipa de filmagem para acompanhar e documentar o decorrer do festival.

Observatório, panorama de obras essenciais do cinema contemporâneo assinadas por cineastas consagrados e inéditas em Portugal, Cinema Emergente – espaço para novas linguagens do cinema contemporâneo, para experiências narrativas originais e novos talentos e Novíssimos, primeiros passos de jovens cineastas portugueses com modos de olhar e expressar muito diversos, são três secções que amplificam significativamente a nossa experiência de cinema. Despertando-nos também para

 

 

novas formas de olhar o mundo. Retomando a retrospetiva que conheceu uma interrupção de dois anos, o Indielisboa homenageia este ano a filmografia de Claire Simon. Simon, que iniciou a sua carreira nos anos noventa com documentário, progrediu para incursões no cinema de ficção, acabando em 2013 por realizar um díptico em que revela a sua extraordinária capacidade de combinação dos dois géneros: Géographie Humaine e Gare du Nord, dois filmes a ter em conta. No primeiro, documental, a realizadora filma o quotidiano da estação parisiense, experiência a partir da qual nascem as histórias ficcionadas do segundo filme.

Cheia de energia, a equipa do Indie que inclui os sempre tão dedicados voluntários disponibilizará a sua agenda, detalhada, a partir de 10 de Abril em www.indielisboa.com.

Margarida Ataíde

 

 

EMRC online

http://www.educris.com/

 

Iniciou no passado 31 de Março a semana nacional da Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) 2014 que se prolonga até ao dia 4 de abril. Sob o lema “Pelos caminhos de Francisco”, “a semana conta com inúmeras propostas que vão por em evidência a disciplina e a figura do Papa Francisco por ocasião do 1º aniversário do seu pontificado de modo a levar à Escola um melhor conhecimento deste Papa em particular e do ministério papal em geral, assim como da sua importância para a Igreja e para o mundo".

Assim a proposta para esta semana passa por uma visita virtual ao sítio da Comissão Episcopal responsável por este sector, que tem, além da disciplina de EMRC, a responsabilidade de coordenar as catequeses e as escolas católicas.

Ao digitarmos o endereço www.educris.com encontramos um espaço interessante, com uma apresentação gráfica bastante

 

atual e onde as quatro grandes áreas (EMRC, Catequese, Escolas Católicas e Comissão Episcopal) se encontram em destaque. Surgem depois oito opções complementares o que torna a navegação e a disposição dos conteúdos bastante simples.

Ao clicarmos em “notícias”, encontramos os apontamentos noticiosos que são publicados nesta plataforma, ordenados cronologicamente. Existindo ainda a opção de pesquisarmos notícias por determinada data e/ou título.

Em “Centro de Recursos”, encontramos um conjunto bastante alargado de conteúdos, nos mais variados formatos (texto, áudio, vídeo, powerpoint, imagens, flipchart, aulas interativas), suportados por um motor de busca que facilita a pesquisa.

Uma área em completa evolução e que cada vez mais é importante a sua existência – TV Online - é aquela que dispõe de registos em formato de vídeo das muitas conferências, debates e outros encontros que vão sendo organizados por este 

 

 

 

secretariado.

Na opção “Galeria”, encontra devidamente catalogadas, um conjunto enorme de registos fotográficos dos diversos eventos nacionais.

O espaço “agenda”, procura manter informadas todas as pessoas que visitam este sítio, por forma a ficarem a conhecer as datas e os locais dos eventos relacionados com a área de atuação do SNEC.

Por último em “edições SNEC”, pode consultar todas as publicações realizadas 

 

por este secretariado e em algumas delas, com a possibilidade de aceder a partes do seu conteúdo.

Aqui fica a sugestão de visita constante a este espaço virtual, por parte de crianças, adolescentes, jovens e adultos, sejam eles catequistas, professores, educadores ou encarregados de educação, pois este sítio dispõe de conteúdos bastante relevantes para o sector da educação cristã.

 

Fernando Cassola Marques

 

 

 

Reportagens em Missão

O superior provincial dos espiritanos em Portugal, padre Tony Neves, celebra este ano as bodas de prata sacerdotais e para assinalar a data vai lançar um livro que engloba algumas das reportagens que fez sobre as suas missões pelo mundo.

“Para marcar estes 25 anos” o padre Tony Neves decidiu “não fazer uma publicação sobre si mas antes um olhar sobre a Missão que fui testemunhando ao longo destes 25 anos de padre”.

“Das muitas reportagens que fiz, escolhi 80 e tais, ilustrando, no fim, com algumas fotos que marcam a minha vida, a minha missão, o meu olhar de jornalista”, explica o superior provincial dos espiritanos em Portugal.

O prefácio do livro ‘Reportagens com Missão’ é assinado pelo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente que recorda “a presença e compromisso” do padre Tony Neves.

“Em boa hora se publicam em conjunto os textos deste livro. 

 

Foram escritos ao correr da pena, do teclado agora, mas ainda mais ao correr da vida. Em cima do acontecimento, diz-se, mas sobretudo dentro dele, do caso ocorrido, da circunstância vivida, do significado ou apelo que cada coisa transporta”, escreve D. Manuel Clemente.

O missionário espiritano Tony Neves nasceu em Gondomar em 1962 e foi ordenado padre em 1989 trabalhando desde essa altura até 1994 em Angola durante a guerra civil que abalou o país africano.

Licenciado em Teologia e Comunicação Social na Universidade Católica Portuguesa fez pós-graduações em Ciência das Religiões e Lusofonia e Relações Internacionais.

Em 2011 fez o doutoramento em Ciência Política com uma tese sobre o impacto das intervenções da Igreja Católica em Angola no processo de paz.

O padre Tony Neves vai celebrar as bodas de prata sacerdotais a 30 de julho no Seminário da Torre d’Aguilha em Cascais.

 

 

 

 

 

“Farei as bodas de prata a 30 de julho, com a alegria de ter sido o primeiro padre a ser ordenado por D. Gilberto Reis, bispo de Setúbal também ele a celebrar as bodas 
 

de prata episcopais, jubileu a que me associo pela oração”, escreve o padre Tony Neves na apresentação que acompanha o livro ‘Reportagens com Missão’..

 

 

II Concílio do Vaticano: Um cardeal
que investigou com livros proibidos

 

O cardeal português José Saraiva Martins estava na capital italiana no decorrer dos trabalhos conciliares (1962-65) e conseguiu assistir às discussões desta assembleia magna nos últimos três dias, “embora não tivesse qualquer direito a isso”, mas pediu autorização a monsenhor Pericle Felici, o futuro cardeal, que era secretário-geral do Concílio.

“Ele acedeu e deu-me um bilhete que me permitia assistir aos trabalhos conciliares. Eu estava muito interessado nos debates, porque um dos temas mais discutidos era o da colegialidade episcopal” (In: Andrea Tornielli; «Quando a Igreja Sorri - Uma Biografia do Cardeal José Saraiva Martins», Lisboa, Alêtheia Editores). Um colega espanhol do padre José Saraiva Martins “opunha-se bastante à ideia da colegialidade”, mas o futuro cardeal português tinha uma “opinião diferente, e estava convencido de que o problema não se podia pôr apenas em termos estritamente jurídicos”.

O debate de ideias era uma constante e, no referido livro, o padre José Saraiva Martins, missionário claretiano, escreve que esse seu colega espanhol redigiu um opúsculo contra a colegialidade. O português fez o mesmo, mas a defender a colegialidade. A articulação da defesa estava bem redigida e o “grande teólogo Yves Congar” – nomeado cardeal por João Paulo II, numa idade avançada – escreveu-lhe dizendo que “apreciara os estudos sobre o tema 

 

 

 

 

 

 

e que depois os citou nos seus próprios artigos”.

Em 1959, mal se licenciou em Teologia, o jovem sacerdote iniciou o seu magistério docente a ensinar metafísica na pequena e risonha cidade de Marino (nos castelli Romani). A partir do ano letivo de 1959-60 lecionou Teologia Fundamental, o Tratado «de Revelatione» e Dogmática Sacramental no Instituto Teológico Claretiano de Roma, situado na Via Aurelia Nuova e filiado na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Lateranense, primeiro como professor convidado (1959-64), depois como professor extraordinário (1964-66) e, finalmente, como professor ordinário (1966-69).

A sua atividade docente caracterizou-se sempre “pelo rigor científico” e por uma notável clareza de exposição, fruto de um aprofundado estudo e de “cuidada preparação das aulas”. Foi precisamente esse rigor científico, ou seja, o desejo 

 

de aprofundar os problemas teológicos, que o levou a “pedir autorização para ler determinados livros, que na altura eram severamente proibidos por motivos doutrinais” (In: Andrea Tornielli; «Quando a Igreja Sorri - Uma Biografia do Cardeal José Saraiva Martins», Lisboa, Alêtheia Editores). O pedido foi “deferido”; “com efeito, João XXIII concedeu-lhe, por meio da então «Suprema Congregação do Santo Ofício», autorização”.

O professor John Egbulefu sintetiza bem as capacidades do padre e professor português e onde se situa as suas diretrizes teológicas: “Uma teologia viva, que respira com dois pulmões: o tomismo e a patrística”. Encontramo-nos perante um teólogo vigoroso […], profundo e sereno como um mar tranquilo, perante um verdadeiro dogmático, que não vacila nem hesita”, referiu um dia D. José Policarpo sobre o cardeal José Saraiva Martins.

 

 

Abril 2014

Dia 04

* Funchal - Igreja de São Pedro - Apresentação do livro «Jesus - Subimos a Jerusalém» da autoria de D. Teodoro de Faria.
* Coimbra - Pombal (Biblioteca Municipal) (21h00m) - Conferência Quaresmal sobre «A corresponsabilidade pastoral» por D. Virgilio Antunes, bispo de Coimbra.
* Porto - Matosinhos (Lar de Sant´Ana) - Conferência «A oração e a cruz no caminho de João Paulo II» pelo padre Roberto Sousa.
* Évora - Capela dos Ossos - Encerramento (início a 27 de março) da novena do Senhor Jesus dos Passos da Capela dos Ossos.
* Fátima - Inauguração da Casa das Candeias - Núcleo Museológico da Fundação Francisco e Jacinta Marto.
* Funchal - Centro de Congressos da Madeira - VIII Conferência anual do Turismo com a participação do padre Tolentino Mendonça.

 
 

* Coimbra - Soure - Conferência Quaresmal sobre «Evangelizadores com Espírito» por Isabel Varanda.
* Fátima - Casa Nossa Senhora das Dores - Conselho Nacional da Pastoral Juvenil. (04 e 05)
* Évora - Paróquia de Maria Auxiliadora - Apresentação do musical «A Paixão de Cristo». (04 e 05)
* Beja - Conselho geral da Cáritas Portuguesa. (04 e 06)
* Fátima - Encontro nacional das Equipas Jovens de Nossa Senhora com o tema «Abri as Portas a Cristo». (04 e 06)
* Fátima - Encontro da Associação Cristã de Empresários e Gestores. (04 e 06)

 

Dia 05

* Leiria - Regimento de Artilharia Nº 4 (14h30m) - Lançamento do livro «O Jornalismo Leiriense e a Grande Guerra» da autoria de Joaquim Santos.
* Setúbal - Moita (capela de Sarilhos Pequenos) - Conferência Quaresmal sobre “Respeitar, viver, trabalhar e testemunhar em Deus" pelo padre Jacinto Farias
 

 
 

 

 

 

 

* Leiria - Seminário de Leiria - O encontro de formação sobre o retiro «Para além da porta» promovido pelo Serviço de Animação Vocacional (SAV) da Diocese de Leiria-Fátima
* Porto - Paço episcopal - Tomada de posse de D. António Francisco Santos perante o Colégio de Consultores da Diocese do Porto.
* Fátima - Centro João Paulo II - Assembleia-geral da UMP (União das Misericórdias Portuguesas)
* Braga - Faculdade de Filosofia - Terceira edição do encontro «Fé e Arte» sob o tema «Elogio dos Sentidos: do Corpo e do Espírito»
* Évora - Seminário - Encontro de formação de responsáveis de coros paroquiais.
* Coimbra - Dia diocesano dos doentes.
* Funchal - Igreja do Colégio - Colóquio sobre «Respostas sociais ao sofrimento» promovido pelo Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde
* Porto - São Pedro de Lavadores (21h00m) - Musical «O Nazareno» de Frei Hermano da Câmara. 
* Coimbra - Sé Velha (21h30m) - Concerto do II Ciclo de Requiem.
* Lisboa - Igreja de São Tomás de Aquino - Concerto com motetos da Semana Santa

 

* Aveiro - Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC) - Acção de formação sobre «Órgão: Harmonização e Acompanhamento» promovida pela EDMUSA.
* Lisboa - Convento de São Domingos - Sessão do ciclo de conferências «Cristianismo no espaço e o espaço do cristianismo».
* Fátima - Centro Paulo VI - Festival da Canção Jovem promovido pelo Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese de Leiria-Fátima com o tema «Atreves-te?».
* Porto - Biblioteca Almeida Garrett - Congresso «Projectar o futuro» integrado nas comemorações dos 50 anos da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti
* Coimbra - Figueira da Foz - Encontro Nacional de animadores e militantes da JOC. (05 e 06)
* Fátima - Peregrinação nacional dos amigos do Verbo Divino com o lema «Pelo Espírito à Alegria do Evangelho». (05 e 06)

 

 

 

 

 

 

 

O Conselho Nacional da Pastoral Juvenil vai reunir-se em Fátima entre sexta-feira e domingo para dois dias de reflexão sobre o tema «‘Não te conformes, transforma-te. Bem -aventurados, protagonistas da mudança’. Os jovens em tempos exigentes: o poder revolucionário das bem-aventuranças».

 

A Figueira da Foz acolhe nos dias 5 e 6 o Encontro Nacional da Juventude Operária Católica que se destina a militantes, jovens em iniciação animadores (ou que pretendem iniciar brevemente a animação), jovens em caminhada para a militância, animadores adultos e dirigentes associativos/responsáveis pela animações de jovens noutros movimentos e/ou associações que as equipas diocesanas considerem pertinente convidar.

 

A assembleia-geral da União das Misericórdias Portuguesas vai decorrer este sábado, em Fátima, para, entre outros temas, a apresentação de relatório de atividades e contas de 2013.

 

A Diocese de Leiria-Fátima vai peregrinar à Cova da Iria, no domingo, tendo por tema ‘Com Maria, testemunhar o amor conjugal como dom e vocação’. O programa oficial começa às 09h00, com ‘O Caminho da Família’, juntando-se os peregrinos, por vigararias, em quatro locais diferentes, numa caminhada processional até à Capelinha, onde pelas 10h00, se fará a saudação a Nossa Senhora e a oração do Rosário, seguindo-se, às 11h00, a procissão e a celebração da Eucaristia no altar do recinto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h22

Domingo, dia 06 - Um templo e uma comunidade no Parque das Nações.

 

RTP2, 18h00

Segunda-feira, dia 07 - Entrevista a Cristina Sá Carvalho sobre o Encontro Nacional de Catequese;

Terça-feira, dia 08 - Informação e entrevista a Lisandra Rodrigues, presidente da Juventude Operária Católica;

Quarta-feira, dia 09 - Informação e entrevista a Manuel Matias, coautor do livro "O Inimigo em Casa";

Quinta-feira, dia 10 - Informação e entrevista a Juan Ambrosio sobre o Sínodo da Família;

Sexta-feira, dia 11 - Apresentação da Dia Mundial da Juventude pelo padre Eduardo Novo.

 

Antena 1

Domingo, dia 6 de abril,  06h00 - Entrada de D. António Francisco dos Santos na diocese do Porto. Comentário de Paula Martinho da Silva

 

Segunda a sexta-feira, 22h45 - 07 a 11 de abril - Conheça os destinos das renúncias quaresmais das dioceses de Setubal, Coimbra, Santarém, Lamego e Lisboa

 

 

A oração é um monólogo?

 

 

 

 

 

 

 

 

Ano A -  5º Domingo da Quaresma

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Creio no Senhor da Vida
 

Neste 5.º Domingo da Quaresma, a liturgia garante-nos que o desígnio de Deus é a comunicação de uma vida que ultrapassa definitivamente a vida biológica: é a vida definitiva que supera a morte.

Na nossa existência pessoal passamos por situações de desespero, em que tudo parece perder o sentido. A morte de alguém querido, o desmoronar dos laços familiares, a traição de um amigo ou de alguém a quem amamos, a perda do emprego, a solidão, a falta de objetivos e perspetivas lançam-nos muitas vezes num vazio do qual não conseguimos facilmente sair.

A Palavra de Deus garante-nos: não estamos perdidos e abandonados à nossa miséria e finitude. Deus caminha ao nosso lado; em cada instante Ele aí está, tirando vida da morte, escrevendo direito por linhas tortas, dando-nos a coragem para sair dos sepulcros da vida e avançar mais um passo ao encontro da vida plena.

Diz a primeira leitura: «Vou abrir os vossos túmulos e deles vos farei ressuscitar. Infundirei em vós o meu espírito e revivereis».

E São Paulo na segunda leitura: «Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós».

No dia do Batismo, escolhemos, ou escolheram por nós, a vida segundo o Espírito. A nossa vida cristã só pode ser coerente com essa opção. Não se pode desenrolar à margem de Deus e das suas propostas, numa vida segundo a carne, mas deve realizar-se na escuta atenta e consequente dos projetos de Deus, na vida segundo o Espírito.

 

 

 

 

No episódio da ressurreição de Lázaro do evangelho de hoje, afirma Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; E todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá».

Diante da certeza que a fé nos dá, somos convidados a viver a vida sem medo. O medo da morte como aniquilamento total torna-nos pessoas cautelosas e impotentes face à opressão e ao poder dos opressores. Mas libertando-nos do medo da morte, Jesus torna-nos livres e capacita-nos para gastar a vida ao serviço dos irmãos, lutando generosamente contra 

 

tudo aquilo que oprime e que nos rouba a vida plena.

Continuemos a viver o que rezámos no Salmo: «Eu confio no Senhor, a minha alma espera na sua palavra. A minha alma espera pelo Senhor, mais do que as sentinelas pela aurora. No Senhor está a misericórdia e abundante redenção».

Continuemos a viver, com entusiasmo e criatividade, o que rezámos no credo, às vezes com ar rotineiro e repetitivo: o nosso Deus é o Senhor da Vida e da Ressurreição!

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

Nigéria: Milícia islâmica quer impor a ‘sharia’ no país

“Nós estamos a morrer”

A milícia islâmica Boko Haram pretende impor a sharia no norte da Nigéria. Desde 2009 já se contabilizaram milhares de mortos. Os cristãos são o alvo principal. O mundo parece ignorar esta chacina.

 

Rua a rua. Casa a casa. Tem sido assim muitas vezes. Grupos de homens armados aparecem de repente, por vezes escondidos pelo escuro da noite, e atacam. Sem piedade. Os alvos são, na sua grande maioria, cristãos. Nem as crianças são poupadas. Entram nas casas, nas igrejas e nas escolas e disparam. Desde 2009 que o grupo islâmico Boko Haram tem colocado o Norte do país em sobressalto. A estratégia é simples: criar, aí, um Estado Islâmico independente. O pânico instalou-se entre as populações. Segundo o Gabinete de Coordenação da Ajuda Humanitária das Nações Unidas (Ochoa), calcula-se que cerca de 300 mil pessoas tenham abandonado as suas casas desde Maio do ano passado.

A Nigéria está dividida entre o Norte, onde predomina a 

 

religião muçulmana, e o Sul, cristão. O Boko Haram pretende criar um Estado Islâmico independente no Norte, mas a sua ambição é estendê-lo a todo o país. Para isso, pretende levar a Nigéria ao precipício de uma guerra civil. D. Hyacinth Egbebo, Administrador do Vicariato Apostólico de Bomadi, numa conversa telefónica com a Fundação AIS, disse mesmo que, “se a Nigéria cair nas mãos dos extremistas islâmicos, toda a África estará em perigo”.

Milhares de mortos
Ninguém consegue afirmar quantas pessoas foram mortas desde que se iniciaram as acções terroristas do Boko Haram desde 2009. No entanto, todos coincidem num ponto: já morreram milhares de pessoas. Só desde Maio do ano passado, quando foi decretado o estado de emergência em algumas regiões do nordeste do país, perderam a vida cerca de 1.200 pessoas. Ninguém está em segurança. “O Boko Haram pretende um Estado islâmico no norte do país e impor a sharia a toda a gente”, esclarece 

 

 

 

 

D. Egbebo numa conversa com a Fundação AIS. “Assim, tudo o que obstaculize a implementação disso converte-se num alvo para a violência”.

Entre esses obstáculos estão os cristãos. Da Nigéria chega-nos um grito de alerta. O Administrador Apostólico de Bomadi não poupa as palavras e dirige-se também a nós: “Não fiquem aí de braços cruzados enquanto a Nigéria se está a desintegrar. É preciso derrotar o Boko Haram. O Ocidente está demasiado interessado no que pode extrair de África – o nosso petróleo, ou os diamantes da República 

 

Democrática do Congo – dando-nos em troca apenas uns presentes insignificantes ou vendendo-nos as armas de que não precisamos. Em vez disso, por favor, ajudem-nos para andarmos pelos nossos próprios pés, para que possamos contribuir para a vida em todo o mundo. África é uma prenda para o mundo, mas África precisa de levantar-se… e nós estamos a morrer”.

 

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

 

 

 

 

Brindemos à nossa Saúde!

Tony Neves

 
 

O Dia Mundial da Saúde é um grito de alerta. A verdade é que, por esse mundo fora, há milhões e milhões de pessoas sem acesso aos mais elementares cuidados de saúde. Muitas grávidas não são acompanhadas, muitas crianças não são vacinadas, muitos jovens e adultos não têm médico, hospital ou centro de saúde por perto, milhões de pessoas não têm dinheiro para comprar medicamentos…Tudo isto constituiu um drama para os excluídos do mundo da saúde e exige medidas, à escala do mundo, para que se gere mais igualdade e justiça a este nível.

O indicador da saúde é fundamental para se perceber o grau de desenvolvimento de um povo. Quando faltam os meios para garantir uma boa saúde pública, disparam outros indicadores. Assim, aumenta a mortalidade infantil, baixa a média de vida das pessoas e a consequente capacidade de trabalhar. Também aqui há um longo caminho a percorrer para que a dignidade dos humanos seja mais respeitada.

As questões de saúde tornam-se mais graves em contextos de pobreza extrema e de violência. A pobreza gera fome e esta cria enormes problemas á saúde pública. E, com realismo, há que concluir que quando não há pão também não há medicamentos nem hospitais por perto a funcionar bem. As desgraças juntam-se umas às outras. Mas a guerra é o que de pior pode acontecer no 

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

âmbito da saúde pois, além de destruir as infra-estruturas que podem garantir saúde ao povo, ainda gera feridos com fartura. As imagens da guerra de Angola, que eu ainda guardo na memória e no coração, provam que os conflitos armados deitam por terra toda e qualquer hipótese de se tratar as pessoas quando estão doentes. Nestes contextos, vive-se a lógica do ‘salve-se quem puder’, e a verdade é que são poucos os que se conseguem salvar, sobretudo quando há ferimentos ou doenças graves.

 
Mas há soluções: a primeira passa por mais justiça à escala mundial; a segunda obriga o mundo a ser mais solidário, com partilha de meios entre os mais ricos e os mais desfavorecidos; a terceira exige que se acabem os conflitos armados e os focos de violência. Eu sei que é pedir muito, mas estamos na quaresma e há que propor mudanças radicais no comportamento das pessoas e instituições. E esta julgo que valia a pena tomar a sério, com um brinde ‘à nossa Saúde!’.
 


 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

O impacto das mudanças climáticas
na alimentação do planeta

Em tempos de chuva que já não apetece a ninguém o tema das alterações climáticas surge em cada conversa. Mas a verdade é que são muitos os exemplos do impacto negativo que resulta das alterações aos ciclos climáticos. Um deles será, sem sombra de dúvida, os constrangimentos que levanta na erradicação da fome no mundo e aqui falamos não apenas nas mudanças ao ambiente mas também na forma como afetam os mercados globais, o crescimento económico, a coesão social, a segurança e a saúde. Uma das consequências mais evidentes é o movimento migratório. Face à incapacidade de produção pela infertilidade dos solos ou pela dificuldade no acesso a meios e técnicas de desenvolvimento agrícola, as populações vêm-se confrontadas com a necessidade de abandonar as suas terras e partir para outras regiões. É uma questão de sobrevivência!

O atual modelo da indústria alimentar, da cadeia de distribuição e até mesmo o padrão de consumo da

 

sociedade atual assumem responsabilidades nas alterações deste ciclo. O mau uso dos recursos naturais como a terra, água, a rejeição de culturas e técnicas tradicionais aceleram os efeitos destas mudanças provocando novas situações de exclusão e conduzindo a novas situações de pobreza. Inverter esta tendência requer conciliar soluções políticas, convergentes e organizadas, segundo aquilo a que se poderá chamar de “boa governação”. A sustentabilidade agrícola, o desenvolvimento rural e aqui não se pode deixar de sublinhar a importância do papel da mulher nas sociedades em desenvolvimento, devem fazer soar as campainhas sempre que não são respeitados nas reformas agrícolas, na facilitação do acesso aos mercados, e no desenvolvimento de políticas “amigas” dos recursos energéticos. Estes são fatores determinantes para uma resposta responsável aos desafios colocados pelas alterações climáticas e pela necessidade

 

 

 

 de salvaguardar a segurança alimentar.

Apesar disto, hoje não se trata apenas de pedir aos governos que desenvolvam medidas políticas que assegurem a resposta a todas estas questões. Esta é uma responsabilidade dividida por vários grupos, incluindo o setor privado. Cada um tem um papel bem definido na defesa do desenvolvimento integral do homem. Este é um esforço comum que requer uma política séria e isso será possível se houver vontade coletiva, coordenação e capacitação. Infelizmente nem a Conferência “Rio+20”, em 2012, nem a mais recente reunião da União Europeia sobre o clima deixaram mostras de uma vontade política para fazer mudanças efetivas. Isto releva que os governos locais não

 

 podem descartar-se das suas responsabilidades como guardiões do bem comum. O objetivo de assegurar a segurança alimentar para todos é, em última análise, parte de uma visão global do supremo bem-estar humano.

Para a Cáritas, o desenvolvimento integral do homem, deve ser o objetivo central de uma estratégia de desenvolvimento sustentável que englobe politicas sobre o clima, educação, empowerment e segurança alimentar. Por tudo isto todas as intervenções que surjam, quer a curto quer a longo prazo, no âmbito da segurança alimentar e das mudanças climáticas devem ter como objetivo o bom desenvolvimento de todas as pessoas.

Márcia Carvalho
Cáritas Portuguesa

 

 

APLICAÇÕES PASTORAIS

2popesaints

Este mês de abril está carregado de novidades: a Páscoa, o 25 de abril e a dupla canonização: o Papa João XXIII e o Papa João Paulo II.

Nunca uma canonização teve ao seu serviço tantas plataformas:

 

1. Site oficial: http://www.2papisanti.org. O site oficial tem como objetivo "oferecer aos peregrinos e fiéis a possibilidade de aceder a notícias e informações úteis sobre as celebrações, mas também às reflexões espirituais relativas à vida e o magistério". 

 

O site contem biografias dos dois papas, notícias, eventos, conteúdos multimédia.

 

2. Facebook2papisanti, conta oficial do evento de canonização de João XXIII e João Paulo II, pode-se ler na descrição da página. Conta criada a 10 de março e à data de hoje com 122 seguidores. A informação disponibilizada ainda é reduzida.

 

3. Twitter@2popesaints. Foram publicados 97 twittes, com 1772 seguidores e está a seguir 332 usuários.

 

 

4. Instagram2popesaints. Conta com 23 publicações, 165 seguidores e está a seguir 36 usuários.

 

5. Youtube2popesaints.

 

6. GPlus2popesaints.

 

7. Aplicação: “Santo Subito”. A data em que escrevo ainda não se encontra disponível.

 

A partir do dia 6 de abril e até ao dia da canonização, em todas 

 

a plataformas, cada dia terá um tema sobre os dois. Todos os acontecimentos poderão ser seguidos nas várias redes.

Como afirmou o Pe. Lombardi estamos perante a verdadeira festa a fé. Que assim seja.

Não há motivo para não acompanharmos esta grande festa. 27 de abril é um domingo.

 

Bento Oliveira

@iMissio

http://www.imissio.net

 

 

 

 

«Serei irmão e presença junto dos doentes, dos pobres e dos que sofrem e com eles procurarei fazer caminho de bondade e de esperança na busca comum de um mundo melhor.

Quero ser apóstolo das Bem-Aventuranças nestes tempos difíceis que vivemos»

(Da Mensagem de D. António Francisco dos Santos à diocese do Porto)

 

 

 

 

 

 

 

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