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Paulo Rocha D. Manuel Linda Henrique Matos D. Manuel Quintas |
Padre Eduardo Novo/DNPJ |
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Foto da capa: Samuel Mendonça/Folha do Domingo Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Diretor da Televisão do Vaticano em Portugal[ver+]
Prémio Gulbenkian 2014 para Santo Egídio
Israel/Palestina: aniquilação do outro não é a solução
Manuel Linda | Miguel Neto |Albino Martins | Carlos Oliveira | Samuel Mendonça Manuel Barbosa | Paulo Aido Padre Tony Neves | Eduardo Novo |
A fecundidade da terra está nas pessoas |
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Paulo Rocha, Agência ECCLESIA |
Férias, praia, regresso de emigrantes, encontros a gerar imagens que não se esquecem; a criar momentos que passam para molduras exibidas na memória principal muitas famílias, grupos ou comunidades. Entre quem sai e quem fica, estes instantes acontecem após a ausência de um rosto ao longo de um ou mais anos e em episódios não poucas vezes anedóticos pela linguagem hibrida, mestiçagem de tradições e culturas ou a mistura de hábitos do quotidiano das origens com os de destino. Procurar um local de férias, voltar ao seio da natalidade, descobrir tesouros em paisagens milenares e tentar perceber o que de melhor preenche o horizonte é um exercício sempre desafiante e possível de repetir vezes sem fim. |
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Até para descobrir riquezas, produtos naturais que dão valor a uma porção de terra e que mostram a sua fecundidade, a sua capacidade de dar fruto para quem a habita e para quem por ela passa. Visitar lugares de encontro habitual ou chegar à novidade de uma latitude não pode ser só a possibilidade admirar o que os olhos contemplam e é dado pela natureza. Tem de ir além do que nasce, cresce, morre e volta a crescer pela força da terra, pelo sol que desponta e a chuva que densifica. Milagre da Mãe Natureza que a física, a química ou |
as ciências biológicas nunca alcançam plenamente e demonstram a força da Terra. Mas não podem ficar por aí os olhares descansados dos dias de verão. Porque não é na terra que se encontra o que de melhor dela sai, mas nas pessoas que a habitam. Em férias, na praia ou no encontro com quem regressa da emigração, faça-se a exibição de tudo o que se construiu, mostrem-se percursos de vida, os frutos de uma geração ou um ano de trabalho qual festa das colheitas, um verdadeiro “São Miguel” antecipado… Porque a fecundidade da terra está nas pessoas! |
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Voo MH17 da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia, ao que tudo indica, atingido por um míssil terra-ar vitimando 298 pessoas, 17.07.2014 Foto da globalnews.ca
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“As nossas prioridades são o regresso dos nossos cidadãos, uma investigação independente e justiça”, primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, sobre o acidente do voo MH17 da Malaysia Airlines, que vitimou 193 holandeses, Euronews, 22.07.2014
"Há uma urgência de criar uma resposta política no campo da esquerda que assuma uma disponibilidade essencial em torno da salvação do Estado social, daquilo que é a defesa dos valores democráticos e da cidadania social”, Ana Drago, que se desvinculou do Bloco de Esquerda, no final de uma sessão pública da associação Fórum Manifesto, Rádio Renascença, 23.07.2014
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"Fomos surpreendidos. Mas o que nós queríamos, acima de tudo, era ajudar Timor-Leste para que esta Cimeira fosse um sucesso, e Portugal deveria ter sempre em mente no seu comportamento e nas suas atitudes quão importante era o sucesso desta cimeira para Timor", Cavaco Silva comentando a chamada à mesa do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Odiang, como membro de pleno direito desta organização, antes da aprovação formal da adesão, Diário Económico, 23.07.2014
"Fica a ideia de que a justiça atua rapidamente quando as pessoas deixam de ser poderosas", Ricardo Costa comentando a detenção de Ricardo Salgado por envolvimento na operação Monte Branco, Expresso, 24.07.2014
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Diretor da televisão do Vaticano
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O diretor do Centro Televisivo Vaticano, padre Dario Edoardo Viganò, vai estar em Portugal para participar nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social, onde vai falar sobre 'o poder das imagens' no pontificado do Papa Francisco. 'O Papa Francisco e a cultura do encontro: o poder das imagens' é o tema para a conferência que vai fazer na manhã do dia 26 de setembro de 2014, segundo dia das Jornadas de Comunicação Social, participando depois num debate com os participantes sobre a mesma temática, revela o programa das Jornadas. O padre Dario Edoardo Viganò, diretor do Centro Televisivo Vaticano desde 2013, foi ordenado sacerdote em Milão em 1987, tendo iniciado de seguida a investigação académica na área do cinema e do audiovisual, que o levou à lecionação e ao trabalho no setor, primeiro na Diocese de Milão e depois na Conferência Episcopal Italiana. 'Uma Rede de Pessoas' é o tema das Jornadas Nacionais |
de Comunicação Social, que decorrem em Fátima, na Domus Carmeli. Promovidas e coordenadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Socais, as jornadas analisam o tema proposto pelo Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, debatendo-o também em duas mesas-redondas. 'Jornalismo descartável: consequências empresariais e profissionais' e 'Media e cultura de encontro' são os temas em análise na tarde do primeiro dia das Jornadas, 25 de setembro, por jornalistas, professores universitários e peritos na área das comunicações sociais. Ângela Silva , jornalista do Expresso, David Dinis, diretor do jornal digital Observador e Eduardo Cintra Torres, jornalista e professor universitário analisam o primeiro tema em debate, 'Jornalismo descartável: consequências empresariais e profissionais', entre as 15h00 e as 16h30 do dia 25 de setembro. A temática 'Media e cultura |
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de encontro' será apresentada, entre as 17h30 e as 19h30, pelo presidente da Comunidade Vida e Paz e professor universitário Henrique Joaquim, pelo padre Tiago Freitas, diretor do Departamento de Comunicações Sociais da Arquidiocese de Braga, e o provincial dos Missionários Combonianos, padre José Vieira. As Jornadas Nacionais de Comunicação Social iniciam às 14h30 do dia 25 de setembro com a apresentação do tema por |
D. Pio Alves, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, de que faz parte o Secretariado que as promove. De acordo com o programa das Jornadas, o encontro deste ano vai incluir o espaço 'M&M' (Mostra Multimédia), onde se convidam meios de comunicação social, empresas e editoras a divulgarem as publicações, produtos e projetos multimédia sobre o tema em debate. |
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Comunidade de Santo Egídio
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O presidente da Comunidade de Santo Egídio, Marco Impagliazzo, afirmou esta segunda-feira, em Lisboa, que apesar dos conflitos armados em diferentes pontos do globo, cultiva a esperança de que a “paz é possível”. “A Paz é possível. Esta é a esperança que nós cultivamos. Temos de encontrar os caminhos para a concretizar, com paciência, reconstruindo as fraturas, criando uma interação que garantam o futuro e mostrando que não há nada pior do que a guerra”, afirmou, Marco Impagliazzo ao receber o Prémio Internacional Calouste Gulbenkian 2014. “O Prémio Calouste Gulbenkian, no valor de 250 mil euros, é atribuído a uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido na defesa dos valores essenciais da condição humana”, informa a Fundação Calouste Gulbenkian na sua página da internet. |
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Para o antigo presidente da República a atribuição do Prémio Calouste Gulbenkian à Comunidade de Santo Egídio “traduz o reconhecimento internacional da importante obra realizada em dezenas de países há quase meio século”, num momento em que os “conflitos armados” na Europa e no Médio Oriente aumentam. Artur Santos Silva, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, frisou que a Comunidade de Santo Egídio “personifica o espírito do bem comum”. |
Bispo do Porto deseja a canonização
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O bispo do Porto pediu, este sábado, aos cristãos que rezassem para que a “beatificação e canonização” do padre Américo seja uma realidade. No simpósio sobre «Padre Américo - Modelo de Caridade para os nossos dias» para celebrar o aniversário da Obra da Rua, D. António Francisco dos Santos sublinhou na homilia da celebração que o Padre Américo “partiu cedo demais” e não se sabe “quantas barreiras ele teve de vencer”, mas ele “estava decidido! Havia uma força interior que o impelia”. A Diocese do Porto viveu com “alegria e gratidão” este dia de aniversário da Obra Rua e “evocou com devoção e emoção” a memória do seu fundador, Padre Américo Monteiro de Aguiar, que celebrou o aniversário da morte, no passado dia 16 deste mês. O Padre Américo percorreu “como ninguém as ruas mais pobres” da cidade do Porto e “lamentou-se de tão tarde ter conhecido a alma da cidade, porque aqui encontrou generosidade e carinho, que |
nunca se cansou de agradecer”, afirmou D. António Francisco na Casa de Vilar. A cidade “nunca esqueceu o Pai Américo” e a “estátua que lhe ergueu numa das praças maiores e mais belas” do Porto, “as flores viçosas que pessoas anónimas em cada madrugada ali colocam e o carinho e devoção dos olhares que diariamente com ele ali se cruzam” dizem que o Padre Américo será para “sempre cidadão do Porto e modelo da alma cristã e solidária” da cidade, disse o prelado. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Teresa Salgueiro |
O «pensamento único» é antidemocrático |
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D. Manuel Linda Bispo das Forças Armadas e Segurança |
Pairam nos ares nuvens carregadas que prenunciam forte borrasca sobre a democracia. Importa estar de sobreaviso. E não esconder a cabeça na areia quando os sintomas tornam a doença por demais evidente. Há dias, parece que o senhor Obama ficou muito furioso porque um tribunal superior deu razão a dois fortes grupos económicos que se recusaram distribuir aos seus funcionários métodos anticoncepcionais e abortivos, «acção sublime» a que o Presidente queria obrigar todas as empresas. Há anos, o governo alemão planeava obrigar os hospitais católicos à prática do aborto e esterilização. Por sua vez, o anterior governo espanhol, levou ao extremo esta fúria impositiva do «pensamento único» e fez uma lei que, se fosse cumprida, mandaria para a prisão, pelo menos, cinquenta por cento da população, aquela parte que se recusa a pensar que a homossexualidade e heterossexualidade é apenas uma questão de livre escolha ou que as uniões gay são iguaizinhas ao matrimónio de um homem com uma mulher. E entre nós, no governo dessa altura, para servir o aborto «à la carte», também se levantaram muitas vozes, advogando a revogação desse marco civilizacional que é a objecção de consciência.
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Que motiva uma certa «esquerda caviar» a recorrer à força da lei para impor taxativamente as suas convicções, sem possibilidade de divergências? Na prática, a reminiscência da ideologia leninista e estalinista que advogava a «consciência imputada»: o «Presidium Supremo» pensava o que é bem e o que é mal e o partido único seria uma “correia de transmissão” com o imperativo de retirar a “consciência burguesa” a cada “indivíduo” e de lhe impor uma outra consciência, a “revolucionária”. Ainda que fosse necessário recorrer ao contributo eficientíssimo do “Arquipélago de Gulag” e proceder a uma simples «lavagem ao cérebro»… Mas conhecemos bem o timbre e a qualidade da democracia de Lenine e Estaline… Pois é. Ou concebemos a pessoa como subjectividade auto-consistente que se manifesta em consciência e liberdade ou |
a reduzimos a uma peça da máquina social, substituível e intercambiável por um qualquer construtivismo social. O regime que resulta da primeira chama-se democracia; o fruto da segunda é a ditadura ou tirania. Com todas as letras. Pessoalmente, eu vou pela irredutibilidade da pessoa a qualquer esquema de pensamento ou sistema de poder e ideologia. Por isso, defendo acerrimamente o respeito pelas convicções íntimas, sem o que a democracia se torna um simulacro de si mesma. É que uma democracia sem conteúdos fica demasiadamente leve. Tão leve como um balão com o qual o candidato a ditador pode brincar à-vontade. Mas que se fura facilmente. E se esvazia. E parece que o balão, de facto, está a perder ar. Já há muito que a democracia deixou de ser social. Se também abdicar de exprimir a dignidade pessoal e colectiva da pessoa, que fica dela? |
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MH17 |
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Henrique Matos Agência ECCLESIA |
A sigla carrega o drama de uma tragédia imensa. 298 vidas humanas que, numa fração de segundo, se perderam nos céus da Ucrânia. Seres humanos alheios aos interesses de um conflito que se desenrolava no solo e que, naquele momento, cruzavam a muitos pés de altitude. A malícia, a desorganização ou a negligência dos beligerantes quebrou a linha da vida a estes passageiros. Foram sacrificados à insensatez e á espiral da violência que as guerras estimulam na sua dinâmica de insensibilidade. A tragédia tocou países que até ao momento olhavam a questão ucraniana como um conflito regional que se desenrolava numa geografia distante das suas fronteiras e interesses, porém, o trágico acontecimento conferiu universalidade a uma guerra que hoje já não cabe apenas nas ambições russas. A comunidade internacional está perante o desafio. Ou se afirma coesa, na defesa da sensatez e do direito internacional, ou acaba irremediavelmente vergada à barbárie e aos excessos da irracionalidade que é sempre a marca dos promotores da guerra. Francisco, repete-o de forma incessante nas suas aparições dominicais, a paz só se consegue com a paz, a violência apenas gera ódio e sofrimento num movimento cuja inversão se torna a cada passo mais difícil. O mundo ocidental parece ter adquirido como sólido e seguro, o longo período de paz que |
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experimenta desde o final da segunda guerra mundial. A bonança prolongada convida a baixar as defesas e as cautelas. Não sendo desejável viver na memória constante dos fantasmas do passado, ignorar a história também não se tem revelado sensato. A Rússia reclama a identidade cultural dos povos do leste da Ucrânia, a vontade desses cidadãos se autodeterminarem numa solução que ressuscita a dimensão soviética de outrora. No meio desta tenção política e militar, o disparo de um míssil aviva a memória de um centenário. Em 1914, o Arquiduque Francisco Fernando tombava sob os disparos de um nacionalista. Diante do tribunal, o autor do disparo confessava: "Sou um nacionalista jugoslavo e |
acredito na unificação de todos os eslavos do Sul sob qualquer forma de estado que seja livre da Áustria". A investigação concluía que os delírios nacionalistas serviam outros interesses, a consolidação da grande Sérvia. Poderão ser apenas coincidências, ou a minha vontade de encaixar um drama de há cem anos numa tragédia com poucos dias mas, estou convencido que a história, para quem a conhece e lhe dá valor, continua a ser um excelente sistema de alarme para o presente. Cabe-nos a capacidade de impedir as suas dinâmicas cíclicas, sabendo que os homens de hoje são feitos da mesma matéria e carregam os mesmos sonhos e ambições que os seus antepassados. |
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Fotos: Samuel Mendonça / Folha do Domingo |
Entre a serra e o marD. Manuel Quintas é bispo da Diocese do Algarve deste 2004. Evangelizar e criar respostas sociais e pastorais que respondam às necessidades de quem permanece e de quem passa pelo sul de Portugal é a determinação da Diocese.
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Agência Ecclesia (AE) – D. Manuel Quintas está a completar 10 anos de presença no Algarve, à frente desta diocese. Que balanço faz?
D. Manuel Quintas (MQ) – Foram 10 anos muito desafiantes e estimulantes. Desafiantes porque quem tem na Igreja a vocação |
e a missão de anunciar o Evangelho e testemunhar Cristo, cada dia, é sempre vivido como um desafio de anunciar sem cessar a pessoa de Cristo e o Evangelho; e estimulantes pelo testemunho, quer dos padres quer dos leigos mais comprometidos e envolvidos - e são tantos felizmente – constituem a força, o estímulo que o bispo recebe para realizar a sua missão. Foram 10 anos bonitos, posso dizer assim, muito preenchidos, muito cheios. É curioso que quando saiu a minha nomeação para o Algarve, no ano 2000 (primeiro estive como bispo auxiliar quatro anos de D. Manuel, lá na minha aldeia, no nordeste transmontano, a primeira vez que fui lá disseram-me: “Para o Algarve, que bom, vais passar sempre o tempo em férias. Vais ter férias sempre.” Porque lá a ideia que se faz, no norte, quando se fala em Algarve |
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é férias. Portanto, o bispo vem para cá em férias. Foi um tempo muito gratificante, um tempo muito preenchido, como eu dizia, também com algum tempo de repouso necessariamente mas foi muito preenchido, muito gratificante.
AE – Quais são os desafios que identifica no exercício do seu Ministério? MQ – O desafio primeiro é sempre o anúncio do Evangelho. Eu nunca tive a curiosidade de ir ver a razão porque é que foi fundada a “Folha de Domingo” (jornal da diocese), ver o primeiro editorial. E fui nestes dias, para ver o que é que estaria na origem disso e o primeiro editorial certamente dizia isso. E fiquei muito feliz quando vi lá que a razão e a motivação primeira foi precisamente o anúncio do Evangelho, a realização da missão da Igreja que é de sempre, que é de cada dia, é de cada cristão. E esse é o desafio nos dias de hoje. No atual quinquénio de atividade e ação pastoral nós fomos |
inspirados pelo “ide e anunciai o Evangelho”. Esse apelo de Cristo, esse mandato de Cristo é sempre atual, nunca passa. E o Papa Paulo VI sintetizou muito bem a missão da Igreja quando disse que a Igreja existe para evangelizar e é essa a sua razão de ser, faz parte da sua identidade mais profunda, como dizemos nós hoje, do seu ADN. Ao dizermos a Igreja, dizemos cada cristão, cada batizado e naturalmente cada bispo, cada diocese, cada Igreja diocesana. “Ide e anunciai o Evangelho” é um mandato renovado. Queremos por todos os nossos cristãos em movimento, em ação. E este é o apelo do Papa Francisco quando ele - e muito bem - diz na sua exortação “não deixemos que nos roubem o sonho missionário”. Porque, de facto, no dia que a Igreja deixar de ser missionária deixa de ser Igreja. O segundo desafio é a dificuldade em adequar a nossa vida de todos os dias, a vida pessoal, a vida familiar, a vida profissional, aos valores do Evangelho. |
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Ou seja, situa-se no “divórcio” entre a fé e a vida. Sabemos que isto é um percurso de toda a vida e de cada dia. A dificuldade de adequar a fé que professamos à vida que vivemos, iluminar a vida com a fé e vice-versa é um desafio envolvente e englobante. E por outro lado, refiro o esforço que todos estamos a fazer, não é apenas o bispo, os padres e todos os cristãos, para que uma dimensão social seja mais concretizada, seja mais visível |
e esteja presente em tudo o que nós somos, como Igreja. Porque se desligarmos a nossa vida eclesial, mesmo as celebrações, da dimensão social, da dimensão da caridade, fica tudo no vazio, nos bons desejos. E não realizamos verdadeiramente a nossa missão, nem nos sentimos satisfeitos. Como é que nos podemos sentir satisfeitos quando vemos situações gritantes de pessoas que passam necessidade, que se debatem com as consequências das situações que vivemos |
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que tarda em passar? Queremos e pretendemos que esta dimensão social esteja presente também nas nossas comunidades cristãs. É um “tripé”: a dimensão do anúncio do Evangelho, que é a dimensão profética, em que os catequistas são a linha avançada; a dimensão celebrativa, ligar a fé celebrada à fé professada, à vida; e a dimensão da caridade, a dimensão socio caritativa que é o outro pé, que é essencial para que a Igreja esteja toda presente, em todas as suas dimensões, naquilo que somos, naquilo que fazemos, naquilo que realizamos.
AE – O Algarve sente o agravar da crise e a necessidade de prestar mais e melhores respostas sociais? MQ – Há acerca de três anos iniciamos anualmente dois encontros com todos os centros paroquiais. E temos reunido sempre em diferentes centros sociais e paroquiais, permitindo um conhecimento recíproco. Verificamos que havia algum distanciamento entre aquilo que é a razão de ser dos centros paroquiais, a razão porque a paróquia se uniu para construir |
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um centro social e paroquial e aquilo que estava a ser a prática ou a integração nessa resposta pelos seus funcionários. Um centro social e paroquial é construído é para responder a uma necessidade. Não é um investimento de capital que se faz, antes pelo contrário. Diante da necessidade de suprir uma falha na comunidade, os paroquianos uniram-se e levaram para a frente a construção de um centro social e paroquial, seja para as crianças ou para os idos, também centros de dia. O centro social e paroquial é também um lugar privilegiado para propor o anúncio do Evangelho. É essa a missão da Igreja! E estava a haver algum “divórcio” , penso que por falta de integração e apoio. Temos verificado, ao longo destes encontros, que existe uma recuperação até da alegria de servir num centro social e paroquial. Mesmo as pessoas técnicas, que a nível profissional não temos nada a apontar, mas faltava alguma coisa. Estes encontros têm dado outro |
rosto aos centros sociais e paroquiais. Achávamos que podíamos interromper, mas disseram-nos para fazer pelo menos um encontro por ano. Nós não trabalhamos sozinhos, a este nível. Há tantas instituições de solidariedade social que não estão ligadas à Igreja e com as quais nós trabalhamos em parceria, apoiando-nos mutuamente, conversando, servindo uns num dia da semana, outros noutra (por exemplo refeitórios sociais ou cantinas sociais, mesmo aqui em Faro estão divididos - Misericórdia, Cáritas, São Pedro, a ordem terceira Franciscana). Isto significa que apoiando-nos mutuamente, dividindo e distribuindo até o serviço por todos torna-se mais fácil corresponder às necessidades e ir ao encontro das necessidades.
AE – Nota que neste momento os casos ainda continuam a acorrer de forma gritante e com grande intensidade? MQ – Sim. Mas parece-me que já não surgem com aquela |
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premência, com aquela urgência de outra altura. Este serviço, no entanto, continua a ser necessário. Se nós deixássemos de realizar este serviço, que realizamos também com apoios que no vêm da Segurança Social, por exemplo as cantinas sociais, seria muito mau para muita gente. Não podemos de maneira nenhuma deixar de prestar esse serviço. É evidente que isto é a caridade organizada, a solidariedade organizada que é apenas um aspeto. Muito maior e mais significativo é aquilo que cada um deve e pode fazer dentro dos eu pequeno meio atendendo às situações de vizinhança, atendendo a situações conhecidas, no seu dia-a-dia, porque as instituições não podem substituir aquilo que compete a cada um e aquilo que diz respeito a cada um. A dimensão da caridade é algo que compete a cada cristão, a cada batizado. Existem as instituições de maneira organizada e estruturada que atendem situações em que um só seria muito difícil. Mas isso também |
só é possível com a ajuda de tantos voluntários. Sobretudo nos refeitórios sociais, tudo funciona com o voluntariado. É uma maneira também das pessoas simples, individualmente, por vezes de maneira anónima reponderem e corresponderem àquilo que é a missão de cada um e àquilo que é a missão da Igreja de maneira particular.
AE – Nesta ocasião assinalaram-se também os 100 anos da Folha de Domingo. Que desafios o jornal enfrente quando a imprensa escrita vive o dilema entre o digital e o papel? MQ - Eu penso que a Folha de Domingo constituiu e continua a constituir um instrumento muito válido, ainda nos dias de hoje. É evidente que tivemos de nos adequar aquilo que é a evolução dos tempos, a nível dos meios de comunicação social: deixou de ser semanário para ser quinzenário, sabendo que há uma edição online que está constantemente a ser atualizada e o envio de newsletter para aqueles que estão inscritos. Quando sai a Folha de Domingo não preciso de a ler porque |
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já a li toda antes, já tive oportunidade de a consultar, de receber toda a informação, de maneira que eu passo as páginas mais para confirmar ou ver se há algo de novo, alguma coisa que tenha surgido ou então releio algum artigo ou algum tema mais em pormenor. E isto é muito bom porque assim conseguimos seja satisfazer aqueles que ainda estão ligados ao papel, e são tantos, e é sobretudo para esses e por causa desses que existe ainda a edição escrita. |
Não sei até quando vamos conseguir porque não há, no meu entender, nenhum jornal parecido com o nosso diocesano que seja rentável ou que se baste a si mesmo. Temos que investir nele tal como investimos em tantas outras coisas, sabendo que não tiramos dai proveito económico. É um investimento a fundo perdido, mas é a própria diocese, são os próprios cristãos da diocese que patrocinam o jornal. Sem eles não conseguiríamos porque a Folha de Domingo não é rentável. |
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E conseguimos satisfazer também aqueles que, já não precisando da edição escrita, estão ligados à internet e podem consultar a edição online com muita frequência e receber também as diversas informações que traz, de âmbito religiosos, regional e nacional . Penso que conseguimos, com muito e meritório esforço de quem está à frente, tanto da Folha de Domingo como da edição online, corresponder e usufruir: |
Corresponder às necessidades de informação e usufruir das novas tecnologias da informação também.
AE – Foi apresentado o novo rosto da diocese na internet. É uma presença que não é descurada e é trabalhada continuamente, reforçando em termos de conteúdos e a nível visual. Que importância tem essa presença? MQ – Para quem consulta a internet sabe que é importante um visual novo. É como |
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nós andarmos vestidos todos os dias com a mesma roupa ou encontrarmos alguém que traz todos os dias a mesma roupa. Sabemos que é apenas a aparecia exterior. Mas a aparência exterior do site é muito significativa porque o primeiro contacto pode ser atrativo, pode ser um chamariz para depois chegar aos conteúdos, chegar à informação que procura a todos os níveos. E de facto eu fiquei muito agradado com a notícia que iam apresentar o novo rosto para o site da diocese, embora agora a informação passa muito pelas redes sociais, mesmo que nem todos tenham essa predisposição para as consultar. É preciso servir em todos os meios… O importante é que a informação chegue a todos de acordo com a vontade de cada um, com o gosto de cada um, com a apetência de cada um.
AE – Não se pode falar do Algarve sem falar do turismo, dos muitos que visitam esta região. A diocese tem uma pastoral própria que recomenda algumas linhas orientadoras às comunidades cristãs na dimensão do turismo? MQ – Quando falamos em turismo e em Algarve sentimo-nos sempre pequeninos! |
Diante de – felizmente - tanta gente que procura o Algarve para descansar, repousar, retemperar as forças físicas, anímicas, espirituais a todos os níveis e ficamos muito felizes! Eu próprio faço referências, nas eucaristias que celebro nas paróquias, a todos aqueles que ali se encontram vindos de todos os lados. Primeiro manifesto alegria de os acolher, que eles se sintam bem como nas suas comunidades paroquias. E o apelo que eu faço é que eles se sintam não apenas a usufruir da celebração da Eucaristia mas que deem também o seu contributo, aqueles que são leitores, aqueles que até cantam num grupo coral. E é muito gratificante passar pelo que verifiquei há dias em Quarteira: fui lá e era um grupo coral de Lisboa que estava a cantar na Eucaristia que eu presidi. Foi uma maravilha! O Grupo Coral do Coração de Jesus cantava, as pessoas de Quarteira também ficaram agradados e sensibilizados por terem alguém que veio à Eucaristia e tal como na Eucaristia da sua paróquia ali cantou.
Estive também noutra Eucaristia onde um grupo de jovens de uma paróquia de Lisboa e animaram |
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a Eucaristia, com violas, que até nem era celebrada numa igreja, mas salão grande. Ali não há igreja, em Vale do Lobo. E fiquei muito agradado! Como é bom para nós sentirmo-nos enriquecidos não apenas com a presença física e a participação nas eucaristias, mas com o contributo que eles podem dar, tal como dão nas suas paróquias. Este acolhimento, também a este nível, é muito importante e é a primeira recomendação que fazemos para quem vem e é a primeira coisa que espera e deseja de nós. Promover alguma iniciativa a nível de lazer, é bem-vindo e é acolhido. Se for alguma conferência ou encontro, já é mais difícil porque as pessoas vêm de férias, para repousar, para viver com os amigos, com os conhecidos ou com quem encontram. Participar em algum evento cultural ou musical é possível e, por isso, vamos promovendo sobre tudo na Sé, em Faro há sempre um concerto, um grupo coral. É uma iniciativa bem acolhida porque as pessoas vêm para a Eucaristia e depois ficam para o concerto que houver, |
o que houver a nível cultural. També temos ido ao encontro dos pedidos que nos têm feito de celebrarmos as eucaristias à noite, seja ao sábado seja ao domingo. E noite adiantada, às 21h30, 22h00 nalguns casos. O tempo está mais fresco e as pessoas não perdem uma parte do dia para irem à Eucaristia, a nível de praia e descanso, usufruem do dia todo, do domingo todo e depois, à noite vai à Eucaristia com a família, já num ambiente de descanso. É evidente que teríamos muitos outros projetos a realizar, mas sentimo-nos muito pequeninos diante de tanta necessidade ou de tanto que seria bom propor, mas não temos capacidade para isso. Felizmente temos muitos padres que nos ajudam porque o número de missas aumenta no verão. Claro que os padres algarvios também precisavam de ir a férias (eu digo tirem férias noutra altura, noutro do mês do ano, ou 15 dias num lado e 15 no noutro, em que haja menos apelos a nível diocesano e nível paroquial). No verão é muito difícil para um padre algarvio ausentar-se |
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da paróquia exatamente porque aumenta o número de missas e os pedidos para confissões. Há padres que vêm passar férias e são tantos felizmente e nos ajudam também na celebração da eucaristia dominical.
AE – Vai sendo também importante o colocar determinadas partes da Eucaristia noutras línguas, o inglês, o francês, no sentido também de integrar mais aqueles que não falam a nossa língua? MQ – Sim. Sobretudo nalgumas igrejas do litoral há missas em inglês. Há partes da missa em inglês e nomeadamente os |
padres mais novos vão tendo já a capacidade de resposta a esse nível. O inglês também é muito utilizado em muitos casamentos. Seguramente que o Algarve é a diocese de Portugal em que há mais casamentos estrangeiros, são muitos mesmo, creio que mais de cem por ano. E são sobretudo esses padres mais jovens que aproveitam esse tempo não apenas para celebrar o sacramento em si mesmo mas também para anunciar o Evangelho, partilhar a fé, celebrar com aqueles que chegam. É um setor que procuramos |
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desenvolver sempre mais no sentido responder, integrar aqueles que, sendo de outras línguas, outras culturas desejam e precisam de celebrar a Eucaristia e celebrar connosco também.
AE – O Algarve tem sempre também esta dualidade, o litoral e a serra, o interior onde estão muitos idosos. Há também muitas instituições, nomeadamente da Igreja a trabalhar na integração, no acompanhamento destas pessoas mais idosas e desapoiadas? MQ – Eu penso que a Igreja, mesmo que fechem tantas outas instituições, estou a pensar sobretudo nas escolas, a Igreja mantém-se! Mesmo que não tenha a vitalidade de outros tempos porque faltam as crianças e faltam os jovens. Já visitei duas vezes a diocese toda e também a serra algarvia onde andei o ano passado, no concelho de Alcoutim. E aí, se antes as pessoas vinham à igreja ou às escolas primárias transformadas em capelas a seu pedido e por acordo com a câmara municipal, nalguns lugares devido à redução das pessoas |
e aumento da idade dizem ao padre que já conseguem ir lá. Agora já não conseguem! E os padres dizem: “E então se nós formos às vossas casas”? “Venham, venham”, dizem. Os padres reúnem.se então na casa deste, depois daquele. E muitas vezes é assim, sobretudo nos montes. As pessoas juntam-se na casa de um e é ali que celebram a Eucaristia ou escutam Palavra. Temos de atender também a essa limitação mas pelo menos as pessoas sabem que há alguém que os visita, que está com eles, que até reza com eles. Agora não é na igreja nem sequer na que foi escola primária, mas na casa de cada um. Quando fecha uma escola numa freguesia da serra algarvia significa o princípio do fim. Depois os correios mais próximos também fecharam, agora são os centros de saúde que estão lá longe… Quando sabem que o padre vai lá, passa por lá, se não é todos os domingos é cada quinze dias, mesmo durante a semana, está com eles, fala com eles, reúne-se nas casas deles, isso é para eles sinal |
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de contorto, de vencer a solidão. E de uma esperança cristã. A missão da Igreja passa também necessariamente por ai, não apenas grandes multidões, não apenas reunir em igrejas, mas também nas casas das pessoas, individualmente, algumas já sem possibilidades até de saírem de casa. E este foi também um dos aspetos mais gratificantes nestes 10 anos: as visitas que eu fiz na serra algarvia, testemunhando a proximidade entre as pessoas e como se defendem uma às |
outras, como se protegem. Como elas têm a preocupação de saber se a pessoa hoje se levantou e saiu à rua. Há montes que fecham, existem casas em que não está lá ninguém, talvez ao fim-de-semana. São estes os quadros da vida de uma diocese e de um bispo que são muitos estimulantes, que são igualmente gratificantes e que nos ajudam a superar tantas dificuldades que fazem parte da nossa vida. |
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Turismo: unidade no trabalho,
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Sinergias: esta será a palavra-chave para perceber o trabalho que se tenta promover na Diocese do Algarve no que toca à pastoral do Turismo. Promover a verdadeira identidade religiosa e cultural algarvia, o seu imenso património (material e imaterial) é o grande objetivo, mas sem o estabelecimento de pontes entre diversas organizações e entidades, tal não será nunca possível. Abrir portas, garantir que há a rentabilização de recursos e o estabelecimento de metas comuns é de extrema importância, sobretudo num tempo em que só se ouve falar de contenção, de falta de verbas, de dificuldades. Investir nesta área é, pois, simultaneamente uma necessidade e uma forma muito positiva de pôr a render capacidades e “talentos”. Neste sentido e tendo em vista esta perspetiva de trabalhar congregando vontades, tem-se vindo a desenvolver uma metodologia de trabalho muito característica na Diocese do Algarve. |
Se numa primeira fase a equipa da Pastoral Diocesana do Turismo tentou criar ferramentas e canais de comunicação com o público, nomeadamente criando um site e uma conta de facebook – trabalho que ainda prossegue, com a edição, em breve, de uma brochura destinada aos turistas que nos visitam e que dá a conhecer as paróquias, horários de eucaristias e algum património -, neste momento trabalha-se no desenvolvimento de projetos comuns à Diocese e a outras entidades, como a Direção Regional de Cultura do Algarve e a CCDR. Procura-se identificar igrejas de relevante interesse histórico-patrimonial e cooperativamente estabelecer formas de promover o seu conhecimento junto dos turistas.
Estas dinâmicas poderão abrir portas a um dos grandes objetivos a cumprir nesta área: garantir a abertura dos templos, para que os mesmos possam ser visitados. Subsequentemente poder-se-á conseguir a interpretação desses espaços, valorizando-os e, |
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precisamente, garantindo que a já mencionada identidade que nos é peculiar possa ser dada a conhecer. Garantindo que há sinergias, ou seja, uma unidade no trabalho, garantimos que o tempo para a execução dos projetos é menor e que o impacto dos mesmos é maior. Esta ideia vale, igualmente, para a procura de recursos financeiros, já que a busca de parceiros que possam associar a sua identidade às ações que são promovidas nos |
permite encontrar recursos que, de outro modo, não teríamos e nos impediriam de prosseguir. Partilhar, criar pontes e laços, promover a unidade: é esta, no fundo, a tarefa a que se propõe esta equipa e, assim, ao mesmo tempo põe em marcha um projeto maior – dar a conhecer a pessoa de Jesus e Sua mensagem àqueles que nos visitam e àqueles que trabalham connosco. E deste modo, criamos pontes para crescer.
Pe. Miguel Neto |
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Que futuro para o interior?O exemplo de Cachopo (Algarve) |
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Cachopo, freguesia rural do concelho de Tavira, assiste há largos anos ao êxodo da sua população jovem. Cachopo e tantas aldeias do Portugal rural, despovoa-se, enquanto a vontade política demora em dar sinais de inverter o rumo, planeando de forma sustentada a descentralização, económica e social, tomando medidas que levem à fixação efectiva dos que aqui vivem e ainda sonham. É minha firme convicção que, apesar de algum desânimo, se connosco criarem condições de inversão de rumo, somos capazes de orientar uma transformação de Cachopo. Se, pelo contrário, nos deixarmos dominar pela ideia de que a desertificação é inevitável, então perderemos o gosto e a alegria de aqui viver, adiaremos as medidas de curto e médio prazo que se impõem, correndo todos nós o risco de nos vermos confrontados com problemas bem mais sérios no futuro... Este é um povo crente, simples, |
transparente, espontâneo, leal, sincero e generoso.
A Igreja Católica não o abandona. Teve sempre a graça de ser por ela assistido, pois a dignidade das pessoas não se mede por dinheiro, nem pela posição social, nem pela cultura, nem sequer pela graça da vida juvenil. Para sermos dignos de nós mesmos, dos outros e do próprio Deus, basta-nos ter um coração puro, são, bem-intencionado e generoso para com todos. E o Povo, simples, que ainda mantém vivos os valores de uma tradição familiar dignificante, conserva, no seu quotidiano, esse coração.
É preciso manter, plenos de vida e pujantes de virtude, os valores destes homens e mulheres de mãos calejadas, que passaram a vida no trabalho duro do campo, sem ajudas da “civilização” e o conforto oferecido pela evolução do progresso social e económico. Neles se encontra o verdadeiro rosto do homem crente. Jamais esquecerei o trabalho missionário (em família) que |
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tenho a felicidade de manter com estas gentes ao longo de 24 anos, os dois últimos já como diácono permanente. Vindo de Vila Real de Santo António, senti sempre neles o conforto, a estima, o respeito, a intimidade, a simplicidade, própria dos homens e mulheres de boa estirpe. Passados todos estes anos, importa manter o horizonte na promoção humana e cristã dos que aqui permanecem. Estes necessitam que o amor de Deus |
se faça presente, através da acção catequética, litúrgica e caritativa da Igreja e também através de gestos humanos de generosidade e amor dedicado. Oxalá consiga daqui a alguns anos afirmar, sem pretensão de comparações com o trabalho apostólico de S. Paulo, dizer como ele: “Combati o bom combate… guardei a fé” (2Tim 4,6).
Diác. Albino Martins, Diocese do Algarve |
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Cáritas Diocesana do Algarve |
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“Em verdade vos digo: sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes” (Mt 25,40)
Nascendo na década de 50 do século passado, por iniciativa do Bispo D. Francisco Rendeiro, com a responsabilidade de dar resposta às inúmeras situações de pobreza, e de promover o exercício da ação sócio caritativa na Diocese do Algarve, a Cáritas Diocesana, tal como hoje, procurou responder a imperativos de caridade e solidariedade dando prioridade de intervenção às situações mais graves de pobreza e exclusão social, tendo como fonte fundamental de inspiração a Doutrina Social da Igreja e as orientações definidas no Plano Pastoral da Diocese. Animada por uma missão permanente de ser Igreja pobre e para os pobres participa na vida e missão da Igreja local empenhando-se como elemento dinâmico e integrador na pastoral de conjunto, promovendo a animação das comunidades |
paroquiais em ordem ao ministério da caridade, alimentada por uma espiritualidade, chamada a construir a ação sócio caritativa, como parte essencial na ação evangelizadora juntamente com os ministérios da Palavra e da Liturgia. Consciente da atual realidade social que se vive na sociedade portuguesa, que tem arrastado muitas famílias para situações de indefinição e instabilidade, trazendo consigo um conjunto de acrescidas dificuldades, fragilizantes e geradoras de maior pobreza, a Cáritas Diocesana do Algarve, enveredou por uma politica da qualidade em vários fatores chave, nomeadamente na oferta de serviços dinâmicos e atualizados, na fidelização dos problemas mais sentidos por quem nos procura, traduzindo nos objetivos de cada resposta social, uma vez estabelecidos os indicadores, atividades a desenvolver e recursos necessários para atingir os objetivos propostos, procurando desta forma, melhorar |
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a qualidade de vida dos utentes e promover a sua inclusão, assente em compromissos e responsabilidades mútuas, visando a superação e prevenção da dependência ou emergência e o reforço da autonomia pessoal. Consciente da enorme fragilidade em que vivem muitos dos nossos irmãos na Diocese, fustigada com um elevado nível de desemprego e onde os empregos sazonais sendo uma realidade são mal |
pagos, a Cáritas do Algarve, é corresponsável pela gestão do Fundo Diocesano Social, serviço de Acão social da Igreja do Algarve, de caracter emergente, que procura dar resposta a situações de sofrimento e necessidade causadas pela crise instalada junto da população desempregada, dando prioridade às situações de carência mais grave. Tal objetivo só tem sido possível através do aprofundamento duma |
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consciencialização da partilha de bens, em todas as comunidades paroquiais, fazendo crescer nelas a responsabilidade caritativa e o seu empenho eclesial, na entreajuda de proximidade e motivando as pessoas vitimas de tal situação de pobreza a tomar iniciativas de acordo com as suas reais capacidades sejam elas junto dos poderes públicos ou outras entidades. Neste âmbito os esforços levados a cabo ao longo de vários anos e com o valioso contributo do nosso Bispo, D. Manuel Neto Quintas, tem sido possível animar, criar e revitalizar os Grupos paroquiais
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de Acão socio-caritativa nas várias comunidades, procurando dotá-los de meios formativos e operacionais que levem à prevenção/solução dos problemas de maior gravidade, numa relação de maior proximidade. Centrada na espiritualidade cristã que lhe é própria, a Cáritas do Algarve procura contribuir para a promoção da Acão social da Igreja no Algarve a partir da assunção de responsabilidades inerentes à comunidade cristã enquanto tal.
Carlos Oliveira |
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Um século de vida(s) e de história |
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O jornal Folha do Domingo atingiu um século de vida e de história, constituindo uma das principais memórias daquilo que aconteceu no Algarve (e não só) nos últimos cem anos e, simultaneamente, uma das principais vozes na defesa dos interesses da região. Fundado pelo então cónego Marcelino António Maria Franco, que viria a ser o único bispo algarvio do Algarve, este periódico surge na sequência da edição de um Boletim do Algarve que, no contexto efervescente da Primeira República, denunciou o ambiente ameaçador sobre o clero. Não obstante esse objetivo mais focalizado no tempo, o destaque vai para a coragem, determinação e visão implícitas à fundação de um órgão de comunicação que, inspirado pelo mandato de Jesus, ajudasse a entender a sociedade e a realidade na qual se insere a Igreja local à luz dos valores cristãos. Ao longo deste século de história, o jornal procurou não dispensar a dimensão religiosa da leitura da vida e da sociedade, sem a qual ela ficaria incompleta, |
perdendo a sua integralidade. Folha do Domingo tem querido trazer a atualidade religiosa para a agenda noticiosa, pretendendo combater o desconhecimento e o preconceito sobre a religião, ajudando a esclarecer, descodificando. Quando nos propomos analisar o que foram estes cem anos há, então, dois binómios que se evidenciam no que respeita a quantos aqui trabalharam: esforço/dedicação e missão/serviço. Sentimo-nos muito pequenos diante da responsabilidade de sermos representantes e continuadores de cem anos de vidas de sucessivas gerações de trabalhadores e colaboradores – muitos já a viver a terceira parte da eternidade – que construíram este centenário, doando-lhe grande parte da sua existência terrena, muitas vezes em situações tão adversas como, por exemplo, a de sujeição a uma comissão de censura imposta pela ditadura de um regime. Sentimo-nos assim muito pequenos diante do facto de termos sido nós os |
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agraciados a viver esta celebração em funções na direção do jornal. Nesta ocasião de ação de graças, importa destacar o investimento da diocese algarvia e o apoio incondicional dos oito bispos do Algarve que em nós confiaram, nos acompanharam e nos impulsionaram, mas também a craveira espiritual, intelectual e humana de homens que consagraram o melhor da sua inteligência e vontade com
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grandiosa dedicação e amor à causa da imprensa nesta diocese. Um órgão de comunicação chegar a completar cem anos de vida, passando por tempos de constrangimento, de incerteza e de mudança de vária ordem, é um feito notável. Ainda que as condições atuais sejam difíceis e muitas as limitações provocadas pela redução de colaboradores dos últimos anos, importa realçar o esforço pela Igreja do |
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Algarve para manter este serviço que muito deve também aos leitores e anunciantes de hoje e de ontem. Neste tempo em que tudo parece condenado à efemeridade, o futuro, ainda que carregado de incerteza, deve ser olhado com prudência e serenidade mas também com esperança e determinação. Com muita atenção aos novos |
códigos que se vão impondo com grande velocidade na contemporaneidade da comunicação, continuemos a tentar cumprir esta missão de chegar aos leitores, honrando também aqueles que nos precederam.
Samuel Mendonça
Diretor do jornal |
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Israel/Palestina: Comunidade internacional tem de impedir que a solução seja a «aniquilação do outro» |
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O representante da Santa Sé nas Nações Unidas, D. Silvano Tomasi, afirmou hoje que a comunidade internacional tem de envolver-se “a sério” na resolução do conflito entre Israel e a Palestina e impedir que a solução seja a “aniquilação do outro”. “As consciências estão paralisadas por um clima de violência prolongada, que procura impor uma solução através da aniquilação do outro”, afirmou o arcebispo Silvano Tomasi na 21 ª Sessão Especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. No debate sobre os direitos humanos no Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental, o representante da Santa Sé assinalou que “torna-se uma responsabilidade da comunidade internacional” envolver-se “a sério na busca da paz para ajudar as partes neste conflito horrível chegar a um entendimento”. “Como o número de pessoas
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mortas, feridas, arrancados de suas casas, continua a aumentar no conflito entre Israel e alguns grupos palestinos, especialmente na Faixa de Gaza, a voz da razão parece submerso pela explosão de armas”, disse o arcebispo Silvano Tomasi. O representante permanente da Santa Sé nas Nações Unidas lembrou que “cerca de setenta por cento dos palestinos mortos eram civis inocentes” e que as injustiças e a violação dos direitos humanos, “especialmente o direito à vida e a viver em paz e segurança” renovam o “ódio e o ressentimento”. “A longo prazo pode não haver vencedores, apenas mais sofrimento”, acrescentou D. Silvano Tomasi que destacou o facto da maioria das vítimas serem civis e perante a lei humanitária internacional, “devem ser protegidas”. Em Genebra, o representante católico assinalou que o caminho para o futuro deve |
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ser feito pelo “reconhecimento” de uma “humanidade comum” e recordou as palavras do Papa Francisco na sua peregrinação à Terra Santa, em Maio de 2014: “Chegou o momento para que todos possam encontrar a coragem para serem generosos e criativos ao serviço do bem comum, a coragem de forjar uma paz que repousa sobre o reconhecimento ao direito de dois Estados existirem e viverem em paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”. |
“A violência só vai levar a mais sofrimento, devastação e morte, e vai impedir que a paz se torne uma realidade”, alertou D. Silvano Tomasi.
Na sede das Nações Unidas na Europa, o representante da Santa Sé disse que os meios de comunicação social no conflito entre Israel e a Palestina devem “informar de forma justa e imparcial” com o objetivo de “facilitar o desenvolvimento de um diálogo imparcial que reconhece os direitos” e “respeita as preocupações da comunidade internacional”. |
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Lusofonia: Bispos de oito países debatem a paz e o desenvolvimento |
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D. Gabriel Mbilingue, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST), afirmou esta segunda-feira, em Luanda, que o encontro de Bispo Lusófonos é uma ocasião para falar da paz e debater o desenvolvimento no país. XI Encontro de Presidentes das Conferências Episcopais de Países de Língua Oficial Portuguesa decorre em Luanda, Angola, entre os dias 21 e 28 de julho, em torno do tema “O papel transformador do Evangelho na sociedade à luz da exortação apostólica ‘A alegria do Evangelho’”. Para o presidente da CEAST, o “melhor” que os católicos angolanos têm para partilhar neste encontro com os bispos de outras igrejas lusófonas são 12 anos paz. “Isso é para nós móvito de grande alegria. Quando há partilha e de coisas boas, nada melhor do que isso. O que temos a partilhar com eles é a paz um certo |
desenvolvimento que poderá e deverá ser orientado na linha do ensinamento da Igreja”, afirmou D. Gabriel Mbilingue em declarações à Rádio Vaticano. O presidente da CEAST indica que a conferência aberta, que decorreu esta quarta-feira reunindo cerca de 300 pessoas na Universidade Católica de Angola, foi uma ocasião para analisar o desenvolvimento em curso em Angola à luz da exortação apostólica do Papa Francisco. |
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Papa recebe sudanesa
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O Papa Francisco recebeu hoje a sudanesa Meriam Ishag, com a sua família, no Vaticano e agradeceu o “corajoso testemunho de perseverança na fé”, durante o período em que esteve presa com os filhos. O encontro entre o Papa Francisco e a sudanesa cristã que esteve presa nos últimos meses, aconteceu na Casa de Santa Marta, informa a Sala de Imprensa da Santa Sé. A reunião, que durou menos de meia hora, decorreu “num ambiente calmo e carinhoso” e o Papa agradeceu a Meriam Ishag e à sua família o “corajoso testemunho de perseverança na fé”. Por sua vez, a sudanesa retribuiu e “agradeceu o grande apoio e incentivo” recebido pela oração do Papa e de muitos outros crentes e pessoas de boa vontade. Meriam Ishag fez-se acompanhar pelo marido Daniel Wani, cidadão do Sudão do Sul e norte-americano, e pelos dois filhos, o Martin com um ano e meio, que também esteve preso com |
a mãe, e a Maya, de apenas dois meses, que nasceu na prisão. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Lapo Pistelli, esteve no Sudão (África), esta quarta-feira, a concluir o processo de libertação de Meriam Ishag, após recurso da sentença e pressão da comunidade internacional, e a planear a sua viagem para os Estados Unidos da América. |
A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Rostos de Timor |
Alunos da UCP distinguidos
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João Niza, Ribeiro da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa do Porto, venceu a categoria “Take One” no Festival de Curtas de Vila do Conde com o filme “Manifesto dos Danados”. O filme “Manifesto dos Danados”, de João Niza Ribeiro, foi realizado no mestrado de Som e Imagem, da Escola das Artes, da Universidade Católica Portuguesa no centro regional do Porto. “Depois desta vitória, e com o suporte deste prémio, a obra parte agora para festivais de cinema internacionais”, informa o comunicado recebido pela Agência ECCLESIA. “Manifesto dos Danados” foi considerado o melhor filme venceu a categoria “Take One”, dedicada a filmes de escolas, da 22ª edição do Festival de Curtas de Vila do Conde. Segundo o comunicado, também o filme “Fuligem” de
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antigos alunos da Escola das Artes da Católica Porto, foi premiado neste festival. A obra de David Doutel e Vasco Sá conquistou o Prémio do Público “SPA – Sociedade Portuguesa de Autores” e o prémio “DigiMaster”, “atribuído ao melhor realizador português na competição nacional do certame”. |
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Ciência Viva no Verão |
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Nesta época de férias, onde a disponibilidade é maior e o tempo para a família aumenta, o ideal será gozarmos esse período realizando atividades de elevada qualidade, proporcionando momentos de entretenimento e cultura. Para tal, esta semana propomos uma visita ao sítio do projecto Ciência Viva, o qual comporta três grandes áreas: “um programa de apoio ao ensino experimental das ciências e à promoção da educação científica na escola”; “uma rede nacional de Centros Ciência Viva, concebidos como espaços interactivos de divulgação científica para a população” e ainda “campanhas nacionais de divulgação científica, estimulando o associativismo científico e proporcionando à população oportunidades de observação de índole científica”. É devido a esta última área que convidamos a uma pesquisa por este espaço virtual, isto porque, o programa Ciência Viva no Verão, |
é óptimo para se efectuar em família. Ao clicarmos no item “ciência no verão”, encontramos quatro propostas distintas, todas elas disponíveis durante os meses de Julho a Setembro. Em “Engenharia no Verão”, somos convidados a levar “os amigos, a família e ir ao encontro dos engenheiros”, aproveitando “as férias para conhecer de perto a engenharia e o seu impacto nas nossas vidas”. Na opção “Astronomia no Verão “, podemos aproveitar “as noites de Verão para conhecer melhor o Universo, na companhia dos astrónomos” e efectuar “observações astronómicas, sessões de planetário e palestras em todo o país”. Em “Geologia no Verão”, descobrimos “como os acontecimentos do passado modelaram as paisagens de hoje e que seres vivos povoaram a Terra”. Já em “Biologia no Verão”, passamos das “plantas aos animais, dos fungos às bactérias”, conhecendo “a vida em estuários, praias, sapais e jardins”. Por último em “Faróis”, ficamos a |
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conhecer “a história, o sistema de funcionamento e a importância dos faróis para a navegação”. Em todas estas opções está disponível um motor que nos permite pesquisar quando e onde é que cada uma das propostas irá ocorrer. Apesar de somente aqui |
destacarmos uma opção, neste sítio temos ao dispor uma quantidade enorme de projectos e propostas que se prolongam por todo o ano e que valem bem a pena serem participadas por todos.
Fernando Cassola Marques |
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Pregões de Esperança |
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Nas mais variadas circunstâncias, tenho gritado mensagens de justiça. Fiz apelos de solidariedade e de paz, chamei à esperança. Alguém pensou que, dada a atualidade e a serenidades destas mensagens, elas não se deveriam perder.
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Por isso, aqui ficam para continuarem a alertar, a incomodar e, se possível, a transformar. Gostaria de me identificar sempre com elas, continuando a proclamá-as, em todo o lado e a toda a gente. (D. Manuel Martins)
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Antologia Poética |
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“Deus como interrogação, assim se chama a antologia, porque Deus existe, na poesia como na vida, em modo interrogativo, mesmo para quem tem fé. Esta não é uma antologia para crentes ou para não-crentes, é uma antologia de poesia que dá
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exemplos de um tema, de um motivo, de uma obsessão, exemplos portugueses, numa época que também nos deu Claudel, Eliot, Luzi, Milosz, poetas com uma questão, com uma pergunta que nunca está respondida”. (Prefácio). |
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II Concílio do Vaticano: A expectativa da primeira encíclica de Paulo VI |
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A expectativa que antecedeu a publicação da primeira encíclica de Paulo VI, a 6 de agosto de 1964, é talvez só comparável à surpresa que a sua leitura causou, surpresa que nasceu, não tanto das afirmações do sucessor de João XXIII, mas do contraste entre o teor da «Ecclesiam Suam», e o da «Pacem in Terris» por exemplo. Foi de tal maneira “grande e impressionante” o cunho dado pelo Papa que convocou o II Concílio do Vaticano à vida da Igreja e ao exercício do ministério pontifício, que a grande interrogação que muitas pessoas fizeram na altura era saber até que ponto se continuava ou alterava a orientação de João XXIII. A primeira encíclica do Papa Paulo VI “não só é profundamente diferente das encíclicas anteriores como tem um estilo tão próprio e até tão novo, que não suporta facilmente uma comparação com outras encíclicas”. (In: Boletim de Informação Pastoral; Ano VI; 1964; Outubro-Novembro; Nº 34). O padre jesuíta Robert Rouquette escreveu na revista «Études» que a «Ecclesiam Suam» era uma “encíclica verdadeiramente epistolar”. Paulo VI escreveu realmente uma carta, e não um tratado, carta essa que dirigiu, não só aos bispos, ao clero e aos fiéis, mas também a todos os homens de boa vontade. “Mais exactamente, pela leitura da encíclica, diríamos que escreveu aos bispos uma carta aberta, para ser lida também por |
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todos os homens”. (In: Boletim de Informação Pastoral; Ano VI; 1964; Outubro-Novembro; Nº 34) O estilo epistolar da «Ecclesiam Suam» torna-se mais evidente nos pequenos e numerosos apartes que o Papa Paulo VI dirige aos bispos em “tom de conselho, de advertência ou de encorajamento”, nas frequentes alusões ao trabalho que o II Concílio do Vaticano estava a realizar e ao qual o Papa Montini não pretendia sobrepor-se. A impressão dominante que a leitura do texto deixa ao leitor é que se trata de uma «carta magna» da acção pastoral |
da Igreja. Esta encíclica é de facto um escrito de circunstância, elaborado em vésperas da terceira sessão do II Concílio do Vaticano (1962-65). A «Ecclesiam Suam», juntamente, com as decisões do II Concílio do Vaticano estão na base da futura Teologia Pastoral. Depois de uma introdução onde se resume todo o pensamento de Paulo VI, «Ecclesiam Suam» desenvolve três fases principais que se podem chamar: Dinâmica pastoral da Igreja; consciencialização; a reforma e o diálogo». |
julho 2014 |
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25 de julho de 2014
*Viana do castelo - Ponte de Lima - Parque do Carvalhal - Encontro diocesano dos avós e idosos
*Braga - Auditório Vita - Sessão do ciclo de cinema sobre «Visões Generativas do Humano».
*Viseu - São Pedro do Sul - Festival Jota de música de inspiração cristã (25 a 27)
*Fátima - A Comunidade Cristo de Betânia realiza o Festival de Artes e Oração com um programa orientado para a evangelização urbana (25 a 27)
*Fátima - Assembleia nacional das Oficinas de Oração (25 a 27)
26 de Julho de 2014
*Fátima - Encontro nacional da Família Comboniana
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*Itália – Caserta – O Papa vai fazer uma visita à localidade italiana de Caserta para reunir-se com a comunidade católica e encontrar-se em privado com o pastor evangélico Giovanni Traettino.
*Lamego - Casa de São José - Conselho Pastoral Diocesano
*Braga - Visita guiada a obras de André Soares em Braga com Eduardo Pires de Oliveira
*Fátima - Santuário de Fátima convida os avós para uma jornada de oração no Dia Litúrgico de Santa Ana e São Joaquim
*Fátima - Museu de Arte Sacra e Etnologia - O Museu de Arte Sacra e Etnologia (MASE), dos Missionários da Consolata, em Fátima, vai promover diversas atividades para avós e netos que visitem juntos a instituição
*Fátima - Bênção e dedicação da Domus Mater Dei (Irmãs Escravas da Eucaristia e da Mãe de Deus) por D. António Couto, Bispo de Lamego. |
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*Braga - Auditório Vita - Sessão do ciclo «Música no Claustro»
*Lisboa - Cascais – Cidadela - Summer School de Comunhão e Direito promovido pelo Movimento Focolares (26 a 29)
*Leiria - Seminário de Leiria - Encontro de reflexão teológica do Metanoia (movimento católico de profissionais) com o tema «Viver o Evangelho a partir das periferias» (26 a 29)
27 de Julho de 2014
*Brasil – Fortaleza - Encerramento da assembleia-geral da Comunidade Shalom.
*Inglaterra - Celebração do Dia da Vida pelos fiéis ingleses, irlandeses, escoceses e galeses.
*Viseu – Ribafeita - Inauguração do memorial da beata Rita Amada de Jesus
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28 de Julho de 2014
*Coimbra - Lousã - Senhora da Piedade - Campo de Férias para jovens (15 aos 18 anos) promovido pelo Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese de Coimbra. (28 a 03 de agosto)
*Fátima - 40.º Encontro Nacional da Pastoral Litúrgica sobre o tema «Creio na Comunhão dos Santos: o Culto dos Santos na Igreja» (28 a 01 de agosto)
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Avós e netos vão ao museu O Museu de Arte Sacra e Etnologia (MASE), dos Missionários da Consolata, em Fátima, vai promover diversas atividades para avós e netos que visitem juntos, dia 26 deste mês, a instituição. Esta iniciativa está integrada nas comemorações do «Dia dos Avós», procurando com este projeto aproximar avós e netos através de uma visita diferente e agradável ao museu.
Viver o Evangelho a partir das periferias O Movimento Católico de Profissionais – Metanóia – realiza, deste sábado a terça-feira, um encontro de reflexão teológica subordinado ao tema «Viver o Evangelho a partir das periferias». Esta atividade que decorre no Seminário diocesano de Leiria tem como oradores Luís Maria Goicoechea, padre e teólogo do País Basco e Cori Casanova, médica e teóloga da Catalunha. O aprofundamento desta temática será feito com o pano de fundo da exortação apostólica do Papa Francisco, «A Alegria do Evangelho».
«Terra Amada 2014» promove reabilitação de aldeia A iniciativa «Terra Amada», promovida pelo curso de arquitetura da Universidade Católica Portuguesa - polo de Viseu –, vai promover este ano a conservação e a reabilitação da aldeia Vale de Papas. Através de ações de voluntariado, cerca de 60 estudantes de arquitetura e engenharia civil vão estar até ao dia 3 de agosto, naquela aldeia da Diocese de Lamego com o intuito de reabilitar o “património vernacular” e melhorar “a qualidade de vida da população”.
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h22Domingo, dia 27 de julho: Diocese do Algarve
RTP2, 15h30 Segunda-feira, dia 28 - 50 anos de sacerdócio do cónego Rui Osório, padre e jornalista; Terça-feira, dia 29 - Informação e apresentação do curso de Licenciatura em Filosofia, na UCP; Quarta-feira, dia 30 - Informação e apresentação do livro "A Fé da Igreja", pelo padre João Lourenço; Quinta-feira, dia 31 - Informação e análise à natalidade em Portugal; Sexta-feira, dia 1/8 - Apresentação da liturgia de domingo pelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes.
Antena 1 Domingo, dia 27 de julho, 06h00 - Dominicanos em Portugal. Comentário à atualidade com José Manuel Sardica.
Segunda a sexta-feira, 22h45 - 28/7 a 1/8 - Sugestões de leitura para tempos de férias. |
Que missão tem o Papa?
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Ano A – 17.º domingo do Tempo Comum |
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Procurar o tesouro da sabedoria |
O cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus. É este o tom da liturgia deste 17.º domingo do tempo comum, que nos convida a refletir nos valores e prioridades sobre os quais fundamentamos a nossa existência. A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel, como modelo do homem sábio, que consegue perceber e escolher o que é importante e que não se deixa seduzir e alienar por valores efémeros. A segunda leitura recorda-nos que seguir o caminho de Jesus é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas. No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face ao supremo tesouro que é o Reino. O tesouro escondido ou a pérola preciosa pode ser hoje a sabedoria que dá sabor e sentido à nossa vida. Vem a propósito reler algumas palavras que o Papa Francisco partilhou recentemente connosco sobre este dom do Espírito que Salomão pede a Deus. «A sabedoria consiste na graça de poder ver tudo com os olhos de Deus: ver o mundo, as situações, as conjunturas e os problemas, tudo, com os olhos de Deus. Nisto consiste a sabedoria. Às vezes nós vemos a realidade segundo o nosso prazer, ou em conformidade com a situação do nosso coração, com amor ou com ódio, com inveja... Não, este não é o olhar de Deus. A sabedoria é aquilo que o |
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Espírito Santo realiza em nós, a fim de vermos todas as realidades com os olhos de Deus. Este é o dom da sabedoria. E obviamente ele deriva da intimidade com Deus, da relação íntima que temos com Deus, da nossa relação de filhos com o Pai. E quando mantemos esta relação, o Espírito Santo concede-nos o dom da sabedoria. Quando estamos em comunhão com o Senhor, é como se o Espírito Santo transfigurasse o nosso coração, levando-o a sentir toda a sua veemência e predileção». E assim termina o Papa Francisco: «Devemos pedir ao Senhor que nos conceda o Espírito Santo e nos confira a dádiva da sabedoria, |
daquela sapiência de Deus que nos ensina a ver com os olhos de Deus, a sentir com o Coração de Deus e a falar com as palavras de Deus. E assim, com esta sabedoria, vamos em frente, construamos a família, edifiquemos a Igreja santificando-nos a todos. Hoje peçamos a graça da sabedoria. E peçamo-la a Nossa Senhora, que é a Sede da sabedoria, deste dom: que Ela nos conceda esta graça». Vivamos na sabedoria de Deus, procuremo-la sem cessar como o tesouro escondido e a pérola preciosa que dão valor e sentido a nossa vida! Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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Trabalho missionário nas montanhas do PeruO sorriso da Irmã Umbelina |
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Fazem dezenas, centenas de quilómetros, muitas vezes a pé, apenas para ajudarem pessoas que vivem isoladas no cimo das montanhas. É uma missão ingrata, difícil, cansativa. No entanto, estas irmãs estão sempre a sorrir
Na região de Piura, no Peru, vivem pessoas isoladas do resto do mundo, em pequenos povoados que juntam duas, três famílias que sobrevivem da pastorícia, de uma agricultura de subsistência, de quase nada. Por ali falta quase tudo: não há electricidade nem água potável. Muito menos esgotos. É como se a sociedade se tivesse esquecido de que há pessoas que continuam a viver nas montanhas. Também não há estradas e muitas vezes quase não há caminhos. Nada disso, porém, é um problema para as Missionárias de Jesus, Verbo e Vítima, uma congregação pontifícia fundada pelo Monsenhor Frederico Kaiser, em 1961. Para estas irmãs, que se vestem de azul e branco, quando
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acabam as estradas asfaltadas é sinal de que começa o seu trabalho. A comunidade de Piura tem quatro irmãs. Uma delas é Umbelina de Lima. Umbelina está sempre a sorrir. O seu rosto nunca revela o cansaço das suas pernas quando vai serra acima ao encontro de alguma família. Para ela não há impossíveis. Caminhos inóspitos, às vezes calcorreados debaixo de um tempo inclemente, cruzando riachos, pedras… Nada disso parece custar perante a certeza de que, lá em cima, há alguém que precisa dela. E há sempre. Estas irmãs fazem companhia aos que vivem sozinhos nas montanhas, ensinam a ler e a escrever, fazem de médicas e de enfermeiras, celebram a Liturgia da Palavra e repartem a comunhão.
Décadas de pobrezaUmbelina de Lima conhece já os trilhos da serra quase de olhos fechados. As suas viagens às vezes duram dias. Há sempre muito trabalho para fazer. |
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Elas são chamadas a resolver pequenas disputas, como se fossem o juiz da comarca, com a mesma facilidade com que ajudam as mulheres no momento do parto, ou ensinam as raparigas a cozinhar ou a costurar. Sempre que se fazem ao caminho, estas irmãs estão a contrariar décadas de pobreza, de analfabetismo, de isolamento. Tal como a Irmã Umbelina, há, neste momento, cerca de 400 irmãs cuja missão é ajudar os mais pobres no Peru, Argentina, Bolívia, Chile e Paraguai. Tal como as famílias que são ajudadas pela Irmã |
Umbelina, estas Missionárias de Jesus Verbo e Vítima são muito pobres. Por isso, são apoiadas pela Fundação AIS, pois o seu trabalho é insubstituível. Quando fundou a congregação, Monsenhor Frederico Kaiser disse uma frase que se revelou profética: “Não vos ofereço uma vida fácil nem cómoda, mas, em compensação, ofereço-vos uma vida incrivelmente feliz.” Umbelina de Lima é a prova disso.
Paulo Aido |
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Pais e mães duas vezes |
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Tony Neves |
Os Avós são dos mais ricos patrimónios da humanidade. Quem os não conheceu perdeu muito. Quem os conheceu e já os viu partir, sente a dor da sua falta. Quem os tem, aproveite bem essa graça enorme. A ternura e a dedicação dos avós são imagens de marca que os netos não esquecem. Ter uma boa avó ou um bom avô é um capital que não se pode ignorar. Numa sociedade de família alargada, os avós garantem a sabedoria dos antepassados e trazem para a comunidade e família a experiência da sua idade avançada. São sempre referência obrigatória, aponto de se dizer que ‘quando morre um velho, enterra-se uma biblioteca’. Nas sociedades europeias, apostadas nas famílias pequenas, o papel dos avós está a ser muito diversificado. Com a vontade das novas gerações viverem com muita autonomia, boa parte dos mais velhos acabam por viver sozinhos. Enquanto têm condições para resolverem os seus próprios problemas, não há grandes dramas. Mas quando perdem autonomia, aí a situação complica-se e conhecemos bem a tragédia dos milhares de idosos que vivem abandonados, terminando a vida num mar de sofrimento e desilusão. Por outro lado, a crise que afeta a Europa trouxe muito desemprego e pobreza. Muitas famílias perderam capacidade de pagar as suas contas. Assim, os mais velhos estão a ajudar os mais novos a sobreviver com |
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dignidade, apoiando-os financeiramente. E quando o dinheiro não chega para creches e infantários, muitos avós passaram a tomar conta dos netos, para alegria de todos e um respirar de alívio por parte dos pais. A crise, com todas as maldades que provoca, tem tido este aspeto positivo de aproximar gerações e de voltar a dar aos avós a alegria de conviver com filhos e netos. Tenho sempre medo que, passada a crise económica, voltemos ao passado e enfiemos, mais uma vez, boa parte dos mais velhos em asilos ou entrincheirados nas suas casas. |
Seria bom que a história desse lições de humanidade. A relação constante entre gerações é um ganho para todos, traz riqueza civilizacional, gera património imaterial da humanidade. Que bom seria ver sempre avós, filhos e netos a partilhar a vida, oferecendo uns aos outros as riquezas que cada idade tem. Saúdo os avós neste dia e peço-lhes que não deitem pela janela fora toda a riqueza de conhecimento e experiência que ganharam ao longo da vida. Todos nós precisamos de testemunhos de vidas entregues aos outros, através da família. |
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“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
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Atraídos pelo braços abertos
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Férias. Tempo de parar...de ajustar ritmos, de novos desafios… O tempo da mudança, é esta grande metáfora de nos darmos conta de que estamos sempre em caminho, em direção a algo que nos está a ser dado continuamente. O tempo que paramos para ajustar o rumo, ou até mesmo mudar de direção é o tempo privilegiado para ficarmos mais atentos, para ver os sinais da perfeição, e o que é preciso para os ver é, como diria Miguel Torga, “que os olhos não percam a virgindade original, e o coração depois não hesite”. Contemplar estes sinais de perfeição e beleza é acreditar que todos os dias nos tornamos mais conscientes do que somos e temos, e eis que surge o encontro. É desse fascínio divino, dessa maravilha do encontro que nasce a missão. Há um ano atrás, com a fogosidade própria da juventude, fé força e dinamismo, vivíamos |
o tempo intenso da JMJ Rio 2013 que nos despertou e envolveu nos caminhos da Missão. Hoje damo-nos conta, que reforçou laços e ajudou a frutificar e fortificar as sementes que aí foram lançadas para a construção de uma sociedade melhor. "Por mares já dantes navegados", sentimos a riqueza do espaço de diálogo, da fé, da cultura. Não esquecemos a LusoFesta, subimos, com a Mãe ao encontro do Filho, no Santuário do Cristo Redentor com a graça da celebração da Eucaristia. Agradecemos o carinho da comunidade portuguesa. O Papa Francisco ao seu jeito interpelativo, disse aos jovens que é preciso agir, tomar posição, fazer barulho “ Quero que a Igreja saia às ruas” “espero que façais barulho, que vos façais ouvir nas dioceses … quero que nos defendamos de tudo o que é mundanismo, imobilismo, que nos defendamos do que é comodidade, de tudo o que é viver fechados em nós mesmos”. Também na comunidade |
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da Varginha, o Papa pediu que não deixem entrar nos corações a cultura do descartável, e insistiu “tenham coragem de ir contra a corrente e ser felizes”. Esta atitude “profética” de lutar por mudanças profundas “ Não vos conformeis, mas transformai-vos” (cf Rm 12,2) e ser feliz, irradia em nós o esplendor da Verdade e o fervor do Evangelho, mas exige certamente um Plano de Ação concreto, o Papa Francisco apresentou-o aos jovens ”com essas duas coisas tendes o Plano de Ação, as Bem-Aventuranças e Mateus 25” A JMJ Rio 2013, o seu legado, um projeto missionário (missão a partir da opção pelos pobres, centrada na promoção e defesa da vida em família, em direção a uma cultura plena para todos os povos), e a forte provocação para uma cultura do encontro, abrem portas para outros desafios da nossa pastoral juvenil. E se na missão é muito importante reforçar a Família, este ano as III Jornadas da Pastoral Juvenil e Jornadas |
Missionárias que se realizam em Fátima nos dias 20 e 21 de Setembro têm como tema “Família – um projeto” promovendo esse novo despertar missionário… Hoje, e neste tempo, jovem “não te conformes transforma-te. Bem-Aventurados, protagonistas da mudança”. E eis que surge o inesperado…depois, é Deus a irradiar o calor que precisamos.
"Ide e fazei discípulos" "Bota Fé"...
Pe. Eduardo Novo, Diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) |
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