04 - Editorial:

Sandra Costa Saldanha

06 - Foto da semana

07 - Citações

08-11 -Nacional

12 - Opinião:

        D. José Cordeiro

14 - A semana de:

        Octávio Carmo

16-27 - Pontificado em imagens

28-33: Entrevista:

Adriano Moreira

34-41 - Reações à renúncia de Bento XVI

40 - Espaço Ecclesia:

        Programação religiosa na TVI

 

44 - Cinema

46 - Multimédia

48 - Estante

50 - 50 Anos do Vaticano II

52 - Agenda

54 - Liturgia

56- Ecclesia nos Media

57  - Por estes dias

58 - Fundação AIS

60 - Opinião:

        Varico Pereira

 

 

Foto da capa: Lusa
Foto da contra-capa:  João Aguiar

 

AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos, Margarida Duarte, Rui Jorge Martins, Sónia Neves.
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Semana Cáritas

Fé comprometida,
cidadania ativa

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Bento XVI

Imagens e mensagens

 

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Elogiar, com muito gosto

Sandra Costa Saldanha

 

Apologias, louvores e panegíricos, já não se usam. Opúsculos de outros tempos, triviais até finais do Antigo Regime, a eloquência desses registos depressa se converteu em censura, sarcasmo e até caricatura.

Num tempo que já não é o das Luzes, o lugar de destaque na abordagem ao outro mais depressa redunda na crítica displicente. Nos dias que correm, parece francamente mais fácil assinalar imperfeições, que verbalizar um elogio. Adiam-se afetos, sorrisos, agradecimentos, palavras amigas.

Tema que urge entre pares, amigos e até familiares, não é uma novidade a importância de expressar o reconhecimento nas sociedades atuais. No meio


 

 

 

profissional, sobretudo, são vários os estudos que o revelam. O elogio, genuíno e merecido, não apenas fortalece a autoconfiança, como aumenta a motivação, convertendo os visados em pessoas mais resistentes, comprometidas e empenhadas.

Mas o “poder” do elogio é bastante mais abrangente, para lá dos estratagemas de incentivo pessoal ou de autoestima. O gosto de fazer um elogio, salientar ações positivas, em detrimento da indiferença, é também um passo crucial para quem o pratica, uma atitude de desprendimento e de confiança, muito gratificante.

 

Neste jogo complexo, que é o das relações humanas, faz pois tanta falta semear alegrias e colher sorrisos, enfim, tirar partido das pequenas coisas da vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[Bento XVI]

'Vamos sentir a tua falta'

Praça de São Pedro, 

Angelus, 17.02.2013

© Le Figaro Magazine

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 
 

 

 

“Viver a Quaresma numa comunhão eclesial mais intensa e evidente, superando individualismos e rivalidades, é um sinal humilde e precioso. Muitos estão prontos para ‘rasgar as vestes’, perante escândalos e injustiças, mas poucos parecem disponíveis para agir sobre o seu próprio ‘coração’, a própria consciência e as suas intenções, deixando que o Senhor transforme, renove e converta”.
Bento XVI, 13/02/13, Vaticano

 

 

“Com surpresa recebemos a notícia da decisão do Papa Bento XVI de renunciar ao ministério que recebeu como bispo de Roma, sucessor de Pedro e pastor da Igreja universal. Mas esta surpresa depressa se tornou em admiração agradecida pela sua corajosa lucidez em reconhecer as limitações de saúde e forças para exercer adequadamente o ministério ao serviço da Igreja e para bem de toda a humanidade”.
Conselho Permanente da CEP, 18/02/13, Fátima

 

 

“Creio que o elemento mais significativo (do pontificado de Bento XVI) seja o Pátio dos Gentios, porque representa uma realidade que teve início justamente a partir de suas palavras, que foi acompanhada por ele sempre com grande interesse e porque representa talvez o modelo necessário de comparação entre os valores, num momento em que todos os valores se tornaram opacos ou simplesmente foram colocados de lado”.
Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, 18/02/13, Vaticano

 

 

“Após o anúncio da renúncia do Papa Bento XVI, a Caritas Internationalis gostaria de agradecer-lhe pelo seu apoio ao longo dos últimos sete anos. O Papa recordou-nos a necessidade urgente de justiça social em todo o mundo e que quando nós atendemos às necessidades das pessoas, estamos a dar-lhes o que é delas, não nosso”.
Cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas Internationalis, 19/02/13

 

 

Semana Nacional da Cáritas

 

 

 

 

 

 

 

‘Fé comprometida. Cidadania ativa’ é o tema de reflexão deste ano, que engloba ações locais e um peditório público, de 28 de fevereiro a 3 de março
 

A Cáritas Portuguesa alertou para o “exponencial aumento” do número de casos de exclusão social no país por causa do “flagelo da crise económica”. A organização católica revela em comunicado enviado à Agência ECCLESIA que mais de 56 mil famílias solicitaram apoio à instituição em 2012 e a nível individual, foram declarados mais de 158 mil pedidos de ajuda em território nacional.

“Ao longo do ano 2012, a Cáritas Portuguesa registou um aumento das situações de emergência social na ordem dos 60% em relação ao ano anterior”, refere a nota de imprensa, que antecipa a Semana Nacional do organismo de solidariedade e ação humanitária, que vai decorrer a partir de domingo.

“Num período extremo como o que vivemos atualmente, com o aumento exponencial dos casos de pobreza e de exclusão social e suas consequentes problemáticas, a temática chave que, este ano, servirá de suporte à nossa reflexão prende-se com os valores de Fé e Solidariedade, refere o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca.

Segundo este responsável, os temas “despertam também para a importante discussão sobre o papel e responsabilidade de cada indivíduo na própria sociedade perante esta situação de alerta máximo e que visam o empenho de todos na construção de uma sociedade mais equitativa”.

A organização manifesta a intenção de “ alimentar a esperança dos portugueses e proporcionar-lhes condições de dignidade que permitam a todos
 

 

 

acreditarem que serão capazes de ultrapassar estes tempos difíceis”.

D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal responsável pelo setor da Pastoral Social, refere na sua mensagem para o Dia Nacional da Cáritas que a Igreja

Católica “tem marcado a diferença”, neste campo, convidando a “uma presença interventiva na sociedade” e à redescoberta da caridade como “estilo de vida”.

O responsável alertou para a 
 

necessidade de os católicos portugueses terem uma presença “interventiva” perante enfrentar a

atual crise económica, propondo um

“novo modelo de sociedade”. “Os

sinais que os tempos nos oferecem interpelam-nos, pedem a nossa responsabilidade, exigem o nosso compromisso. Como cidadãos e cristãos nunca poderemos alhear-nos das condições de vida das pessoas e dos problemas da sociedade”, escreve D. Jorge Ortiga.

 


Igreja preocupada com quem fica sem casa

A Igreja Católica alerta para a possibilidade de ocorrer “um problema social de vastas proporções” se os bancos não ajudarem os agregados familiares que estão na iminência de ficar sem habitação por incumprimento dos pagamentos. Na “Reflexão para a Quaresma”, enviada à Agência ECCLESIA, a Comissão Nacional Justiça e Paz pede ao Governo e à Assembleia da República para procurarem “junto dos bancos soluções para as famílias que, sem culpa própria, estejam com dificuldades para pagarem as prestações decorrentes do crédito à habitação e em risco de perderem a casa”.

O texto sublinha que Portugal é “o país mais desigual da União Europeia” e observa que a evolução recente das condições de vida da população é acompanhada “persistentemente por taxas negativas de crescimento do PIB,

que permitem falar numa ‘espiral recessiva’”.

“O flagrante insucesso do modelo
 

 

de política seguido em 2012, a insistência de idêntico modelo, nalguns aspetos agravado, em 2013, pode ser eticamente inaceitável”, aponta a reflexão, frisando que “o povo, as pessoas e as famílias não podem servir de objeto de experiências de política económica”.

O documento, intitulado “Ética nas Finanças – Uma questão de Justiça e Paz”, acentua que “a situação de crise pode justificar que se modifiquem algumas formas concretas de assistência, mas não pode prejudicar os direitos indissociáveis” da “dignidade humana do beneficiário, a que estão associados direitos indeclináveis”. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os movimentos operários católicos de Portugal e Espanha consideram que a “fome, as depressões” e “os suicídios” nos dois países se devem ao “sistema económico e social capitalista neoliberal selvagem”, que é “injusto” e se afasta do “plano de Deus”. A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) e a Hermandad Obrera de Acción Católica reuniram-se entre domingo e terça-feira na cidade espanhola de Burgos.

 

A Cáritas Europa divulgou um estudo sobre o impacto da crise em Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Irlanda em que denuncia as consequências negativas da austeridade na população mais carenciada e aponta alternativas. “Todos os países precisam de reconhecer que o desenvolvimento não é apenas económico e que existe uma inegável inter-relação com a dimensão social”.

 

O projeto “Passo-a-rezar” celebrou este domingo três anos de existência com uma semana especial, nova voz e imagem gráfica. A adesão a este modo de rezar foi grande e cresce continuamente nos 10 mil downloads diários, nos mais de 15 mil seguidores na página do facebook, em mais de 2000 subscritores da newsletter semanal e mais de 5 milhões de downloads desde o lançamento.

 

“Fome de Mudança” é o tema da campanha de Quaresma da Fundação Fé e Cooperação (FEC), organização de Igreja Católica dependente da Conferência Episcopal Portuguesa [ver +]

 

Da flor ao grão de amendoeira

D. José Manuel Cordeiro

Bispo de Bragança-Miranda

 

Este é o tempo do florescimento da amendoeira no Nordeste Transmontano. Algumas mais atrevidas até floresceram antes, correndo, como sempre, o risco de serem ressequidas pelas geadas. Já no dia 25 de janeiro, recebi um ramo florido trazido por uma família de Mogadouro. De facto, a amendoeira é a primeira árvore a florir ainda em pleno Inverno, e as suas pétalas brancas dão a ilusão da neve. A condição frágil da sua flor aumenta-lhe beleza. A amendoeira é um sinal da vigilância, mal vem o sol floresce, não espera pela Primavera. Ao mesmo tempo é sinal do tempo sempre novo – o tempo de Deus.

A seguir ao desabrochamento a amendoeira desenvolve as folhas e um casulo de casca verde e dentro deste, um outro casulo de cor castanha mais duro, em cujo interior surgirá o grão. Só quando descascada e partida a amêndoa se descobre o grão, qual coração da mesma amêndoa. A amêndoa é também representada na iconografia cristã como o enquadramento ogival que recolhe a figura de Cristo na Ascensão e ainda tida como um dos símbolos eloquentes da Páscoa, o núcleo do

mistério cristão. O Espírito ressurge na magnificência da própria natureza. A cruz e a Páscoa são inseparáveis.

O desejo de chegar ao fim, chegar à plenitude é grande. Cada um de nós busca uma resposta

 

 


 

satisfatória a este afã de realização plena: os pequenos esperam ser grandes, os jovens sonham não envelhecer, os velhos querem perpetuar-se. Quem empreende a carreira do poder, da fama e da riqueza nunca tem o bastante.

A dinâmica do ministério na Igreja é bem outra. Bento XVI, na humilde grandeza do seu surpreendente gesto, proclama com fé o evangelho da vida e apresenta-o como o grande e nunca atingido desafio da Igreja para os tempos atuais. O ministério vive do mistério. Enquanto rezamos pelo Santo Padre, o atual e o futuro, Bento XVI convida-nos com convicção:
«A Igreja, que é mãe
e mestra, chama todos
os seus membros
a renovar-se no espírito,
a reorientar-se
decididamente
para Deus, renegando
o orgulho e o egoísmo
para viver no amor».
 

 

É urgente e necessário pôr a inteligência, o saber, a arte, a fé, a informática, a competência, a capacidade empreendedora ao serviço da cultura da vida.

Numa poesia anónima lê-se: «o estudioso disse à amendoeira: fala-me de Deus. E a amendoeira floriu». Da flor ao grão é o caminho da Quaresma à Páscoa. Por isso, a amendoeira é um símbolo do dinamismo da Igreja crente e orante, que vive do único e mesmo mistério de Cristo. Cristo não é só o fundador da Igreja, Ele é o seu perene fundamento.

 

Tempos de incerteza

 

Octávio Carmo

Agência ECCLESIA

 

 

A renúncia de Bento XVI ao pontificado gerou um natural frenesim, que tem levado a um aumento da atenção pública e mediática sobre os assuntos ligados ao papado e ao Vaticano. A responsabilidade aqui na redação é grande, porque não há margem para erro e existe a consciência de que o trabalho da ECCLESIA é uma referência, mesmo que não explícita, para quem tem a missão de explicar esta situação aos seus leitores, ouvintes ou espetadores.

 

O maior número de notícias não tem, necessariamente, um objetivo pedagógico: a religião vende. Não se veja nesta afirmação uma ofensa ao credo de ninguém, mas a Comunicação Social cada vez mais empresarial procura o lucro, a audiência, e as questões ligadas à renúncia de Bento XVI e eleição do seu sucessor têm, indiscutivelmente, um enorme potencial mediático. A escolha de alguns “especialistas” para comentar o atual pontificado mostra, aliás, a intenção de polemizar os assuntos e não tanto de os esclarecer.

 

 

 

 

 

A verdade, no entanto, é que algumas das questões levantadas pela renúncia do Papa não são de fácil resolução e mesmo o Vaticano tem tido posições diferentes, ao longo das últimas semanas, sobre determinadas matérias. Parece agora claro que o próprio Bento XVI vai ter de intervir sobre a possibilidade de antecipação do início do Conclave, mas ficam por esclarecer as questões relativas ao estatuto do bispo emérito de Roma e à influência que vai ou não exercer no tempo de vida que lhe restar sobre a Igreja Católica.

Sem listas de “papáveis”, não deixamos de referir as opiniões de quem se pronuncia, legitimamente, manifestando as suas expectativas relativamente ao sucessor de Bento XVI. A minha intuição aponta para um nome em particular: cardeal Peter Erdo, arcebispo de Budapeste e

 

 

 

presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa. Aos 61 anos, depois de ter sido o cardeal mais novo da Igreja Católica entre outubro de 2003 e novembro de 2010, tem experiência na área da nova evangelização e o respeito dos seus pares.

 

Algumas das minhas fotos preferidas do atual pontificado, como o fundo destas páginas, foram tiradas na visita de Bento XVI à antiga República Democrática da Alemanha, em setembro de 2011. A repetição da peregrinação a locais escondidos, agora de forma livre, foi muito marcante e as mensagens deixadas pelo Papa germânico ganham agora uma nova força: “«Onde há Deus, há futuro». Com efeito, onde deixarmos que o amor de Deus atue plenamente sobre a nossa vida e na nossa vida, aí se abre o céu”.

 

 

Bento XVI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Depois do grande Papa João Paulo II, os senhores cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor.

Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E, sobretudo, recomendo-me às vossas orações.

(Primeira saudação de Bento XVI, 19.04.2005)

 

 

 

 

As encíclicas

“Nós cremos no amor de Deus — deste modo pode o cristão exprimir a opção fundamental da sua vida. Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”

(Deus caritas est)

 

 

“A verdadeira e grande esperança do homem, que resiste apesar de todas as desilusões, só pode ser Deus – o Deus que nos amou, e ama ainda agora”

(Spe Salvi)

 

“Sem formas internas de solidariedade e de confiança recíproca, o mercado não pode cumprir plenamente a própria função económica”

(Caritas in veritate)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ONU e Ground Zero

“As Nações Unidas permanecem um lugar privilegiado no qual a Igreja está comprometida a levar a própria experiência ‘em humanidade’, desenvolvida ao longo dos séculos entre povos de todas as raças e culturas, e a pô-la à disposição de todos os membros da comunidade internacional”

Assembleia Geral da ONU, Nova Iorque, 18.04.2008

Visita de Bento XVI aos EUA

 

 

 

 

 

 

 

Jornadas Mundiais da Juventude

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Colónia 2005Sidney 2008Madrid 2011 (especial ecclesia)


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Com Cristo podereis sempre enfrentar as provas da vida. Não o esqueçais! Obrigado a todos!”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bento XVI em Portugal – Lisboa

A viragem republicana, operada há cem anos em Portugal, abriu, na distinção entre Igreja e Estado, um espaço novo de liberdade para a Igreja, que as duas Concordatas de 1940 e 2004  formalizariam, em contextos culturais e perspetivas eclesiais bem demarcados por rápida mudança

Aeroporto da Portela, 11.05.2010 [ver+]


 

 

 

 

 

 

Bento XVI em Portugal – 13 de maio

“Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais sagrados no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, veio do Céu a nossa bendita Mãe”

Santuário de Fátima, 13.05.2010  [ver+]


 

 

 

 

 
     

Bento XVI em Portugal – Encontros de Fátima

“As iniciativas que visam tutelar os valores essenciais e primários da vida, desde a sua conceção, e da família, fundada sobre o matrimónio indissolúvel de um homem com uma mulher, ajudam a responder a alguns dos mais insidiosos e perigosos desafios que hoje se colocam ao bem comum”

Encontro com as organizações da Pastoral Social, Basílica da Santíssima Trindade, 13.05.2010

 

 

Bento XVI em Portugal
– Porto

“Continue esta gloriosa Nação a manifestar a grandeza de alma, profundo sentido de Deus, abertura solidária, pautada por princípios e valores bebidos no humanismo cristão”

Aeroporto Francisco Sá Carneiro, 14.05.2010
 


 

 

 

 

 

África e América Latina

“Cuba e o mundo precisam de mudanças, mas estas só terão lugar se cada um estiver em condições de se interrogar acerca da verdade e se decidir a enveredar pelo caminho do amor, semeando reconciliação e fraternidade”

Havana, Praça da Revolução José Martí, 28.03.2012

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

> México e República de Cuba (23-29 de março de 2012)

> Benim (18-20 de novembro de 2011)

Camarões e Angola (17-23 de março de 2009)

> Brasil - V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe (9-14 de maio de 2007)

 

“Meus amigos, armados de um coração íntegro, magnânimo e compassivo, podereis transformar este continente, libertando o vosso povo do flagelo da avidez, da violência e da desordem e guiando-o pela senda daqueles princípios que são indispensáveis em qualquer democracia civil moderna: o respeito e promoção dos direitos humanos, um governo transparente, uma magistratura independente, uma comunicação social livre, uma administração pública honesta, uma rede de escolas e de hospitais que funcionem de modo adequado, e a firme determinação, radicada na conversão dos corações, de acabar de uma vez por todas com a corrupção”

Salão de Honra do Palácio Presidencial de Luanda, 20.03.2009

 

 

 

 

 

 

 

Fronteiras do Islão e Judaísmo

Deus de todos os tempos, na minha visita a Jerusalém, "Cidade da Paz", pátria espiritual comum de judeus, cristãos e muçulmanos, apresento-vos as alegrias, as esperanças e as aspirações, as provações, os sofrimentos e a dor de todo o vosso povo no mundo inteiro.

Deus de Abraão, Isaac e Jacob,

ouvi o clamor dos aflitos, dos amedrontados e dos desesperados; enviai a vossa paz sobre esta Terra Santa, sobre o Médio Oriente e sobre toda a família humana;

estimulai os corações de todos aqueles que invocam o vosso nome, a percorrer humildemente o caminho da justiça e da compaixão.

Oração do Papa Bento XVI diante do muro ocidental de Jerusalém 12.05.2009

>Líbano (14-16 de setembro de 2012)

>Chipre (4-6 de junho de 2010)

>Terra Santa (8-15 de maio de 2009)

>Turquia  (28 de novembro-1 de dezembro de 2006)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Tomar a palavra neste lugar de horror, de acúmulo de crimes contra Deus e contra o homem sem igual na história, é quase impossível e é particularmente difícil e oprimente para um cristão, para um Papa que provém da Alemanha”.

Visita ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, Polónia

28.05.2006

 

 


 

 


Resignação

 

“Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino”

Vaticano, 11.02.2013 [ver +]

 

 

“O caminho da consciência não é fechamento no próprio «eu», mas abertura, conversão e obediência àquele que é Caminho, Verdade e Vida”

Vaticano, 22.09.2010 [ver +]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“São Celestino V soube agir segundo a consciência em obediência a Deus, portanto sem receio e com grande coragem, também nos momentos difíceis, como aqueles ligados ao seu breve pontificado, não temendo perder a própria dignidade, mas consciente de que ela consiste em estar na verdade”

Sulmona, Itália, 04.07.2010  [ver +]

 

 

 

 

 

 

 

 


Novo Papa deve ter
«poder suficiente»
para acabar com pecados
que atingem a Igreja

 

 

 

 

 

 

A poucos dias da renúncia oficial de Bento XVI e do início do Conclave em Roma para a escolha de um sucessor, o professor, político e sociólogo Adriano Moreira destaca a “humildade e coragem extraordinária” de Joseph Ratzinger em “reconhecer que o seu limite chegou”.

 

Agência ECCLESIA – O que pensa sobre a renúncia de Bento XVI, quais as consequências para a vida da Igreja, a curto e médio prazo?

Adriano Moreira (AM) – A primeira consequência é termos de eleger um novo Papa, que é o sucessor de Pedro mas, apesar disso, passa-se com ele o mesmo que se passa com cada ser humano, é um fenómeno que não se repete.

Naturalmente que não se pode esperar o mesmo comportamento ou herança de cada sucessor. Eu na minha longa vida conheci muitos Papas: aqueles de que mais recordo a influência foram João XXIII, que se guiava mais pela inspiração do que pela erudição, e João Paulo II, exemplo de sacrifício, com aquela frase extraordinária “Cristo também não desceu da Cruz”.

 

Temos de olhar para cada Papa e o exemplo que fica não deve ser identificável em cada um, o que tem de ser é justificado em cada um, que seja verdadeiramente um enriquecimento para o legado.

A decisão deste Papa é uma decisão corajosa, naturalmente de acordo com a sua personalidade, enquanto ser humano que é um fenómeno que não se repete na história da humanidade.

E na longa lista de Papas deste quase século que já vivi, Bento XVI era sobretudo guiado pela razão, porque é um intelectual, um universitário.

Podemos achar que é um legado a atitude de João Paulo II, extraordinária, que se percebe perfeitamente vinda de um Papa que é polaco, que sofreu durante os seus anos de juventude, formação e vida.

Bento XVI nasce num país que é responsável por uma das maiores calamidades do mundo, que custou pelo menos 50 milhões de mortos. Ele próprio, por força da organização do seu país, serviu como criança nas forças armadas alemãs, e um dos atos importantes que praticou durante o seu pontificado foi a visita a Auschwitz, a condenação do mal absoluto.

 

 

AE – A atitude de reconciliação marca também o pontificado de Bento XVI, mesmo a nível interno da Igreja?

AM – Marca. Numa das suas obras, o Papa fala sobre a necessidade de prestar atenção à verdade dos outros e isso é muito importante porque, por muito que neste momento o desapego a Igrejas institucionalizadas seja crescente na Europa e no Ocidente, eu não esqueço que no edifício das Nações Unidas, por iniciativa do grande secretário-geral Dag Hammarskjöld, assassinado no exercício do cargo, há uma sala despida com uma pedra translúcida, como se fosse um altar, sobre o qual cai um raio de luz que vem do céu, e que se chama Sala de Meditação para todas as religiões.

Portanto, o apelo à transcendência, ao contrário do desapego a religiões institucionalizadas, está a crescer no mundo inteiro, com muitas divisões, o que naturalmente exige um esforço enorme para o encontro das religiões. E os escritos que o Papa deixou vão contribuir para isso, e não será diminuído esse legado por algumas intervenções mal interpretadas, designadamente o comentário que foi

 

feito a respeito dos muçulmanos e que ele próprio se justificou, procurando dar sentido correto à expressão dele mas, como é tão frequente, a comunicação social insistiu muito na interpretação mais desadequada das palavras.

As palavras eram de uma excelente intenção, que nós precisamos, cada vez cresce mais a ideia de que um convívio pacífico entre as religiões é fundamental.

 

AE – Bento XVI deu passos fundamentais nesse sentido?

AM - Sim, a frase que ele disse é uma atitude de compreensão, não é tolerância, é respeito, são coisas completamente diferentes. É mais necessário o respeito do que a tolerância, ele contribuiu efetivamente para isso.

Naturalmente Bento XVI foi afetado durante o seu exercício por acontecimentos externos, e a impressão que tenho, seguindo ensinamentos que não chegam da minha meditação, é que há uma diferença constante entre o Cristo da fé, o Cristo da história e o Cristo da Igreja. De vez em quando há um conflito entre estas perceções.

 

 

 

AE – E este Papa quis contribuir para esse debate…

AM – Quis contribuir para isso porque justamente neste momento, sem podermos esquecer a decadência da adesão às Igrejas institucionalizadas no Ocidente, é o terceiro elemento desta trilogia, o Cristo da Igreja, que está mais em crise e ele enfrentou dificuldades tremendas, designadamente a pedofilia. Eu separo isso naturalmente da fé e do Cristo da história, mas ele teve de enfrentar isso e naturalmente para um homem com a sua formação intelectual, universitária, deve ter sido uma tensão tremenda, ele que condenou o mal absoluto, ter de enfrentar este ataque devastador em relação à Igreja em muitos países, designadamente na América do Norte e na Europa.

 

 

AE – Foi um dos problemas que marcaram este pontificado de Bento XVI, a par de outros, de ordem económica, disciplinar até, na própria estrutura do Vaticano.

AM – Eu guardaria para o fim a parte disciplinar. Agora há um problema que deve ter pesado no seu espírito, não apenas agora mas quando exercia funções, como verdadeiramente o braço direito de João Paulo II, e que é a relação da Europa com os valores cristãos.

A Europa não tem limites geográficos, não há montanhas, rios, que sejam limite da Europa. Mas ela está numa crise de valores extraordinária - na crise económica tremenda que estamos a atravessar, o traço fundamental é: onde estava o valor das coisas foi colocado o preço das coisas, as pessoas passaram a ser números.

 

 

AE – Terá Bento XVI surpreendido ao escrever sobretudo sobre questões sociais? As suas encíclicas são sobre a esperança, a caridade, o amor…

AM – Julgo que não, porque o poder da palavra é extraordinário. A encíclica do Papa “Caritas in Veritate” é uma excelente crítica da situação económica europeia e uma grande defesa do Estado Social. Nós temos um paradigma que é a dignidade humana, e ele é um dos paradigmas sustentados pelo Estado Social e também da Doutrina Social da Igreja, que Bento XVI sustentou com oportunidade, com lucidez, dirigindo-se sobretudo a intelectuais, é sobretudo esse o legado que nos deixa.

 

AE – Faltam lideranças na Igreja?

AM – Na Igreja, eu imagino que o Papa deve ter, justamente porque é um intelectual, porque teve papéis de conselheiro – agora falar ao ouvido do príncipe, que é uma atividade tranquila, exige meditação e sabedoria mas não exige estar no combate diário. Ele teve de entrar, deu um passo

 

 

 

 

 

 

em frente, deixou de ser a pessoa que fala ao ouvido do príncipe, foi ele o príncipe, e naturalmente aí chegamos ao terceiro termo daquilo que ainda há pouco apontámos, o Cristo da Igreja. São públicas constantes conspirações e ambições internas, desastres financeiros, desastres de comunicação, falta de confiança entre o pessoal, como foi esta crise da comunicação dos documentos. Acho que, para um intelectual como ele, deve ter sido um sacrifício não conseguir um governo pontifício, porque é um governo único no mundo.

Eu julgo que para esse governo, ele não conseguiu impor o carisma, e deve ter tido um sofrimento enorme com as questões que dizem respeito já não à fé, ao Cristo da história que ele estudou tão profundamente, mas ao governo da instituição, o Cristo da Igreja.

 

 

 

Adriano Moreira © LFS/AE

 

 

AE – Em que estado deixa este Papa a Igreja Católica?

AM – Espero que ele a deixe em meditação e que a Igreja seja inspirada realmente pelo Espírito Santo, num momento em que vão ter de escolher um Papa que não tenha de dar um exemplo que é uma espécie de repreensão, também, para que a Igreja tome

 

consciência da situação neste momento. Que se medite sobre a mudança no mundo – nós os universitários fomos ensinados por Karl Popper que estamos por vezes convencidos sobre a sabedoria das coisas, do mundo e das pessoas e aparece um cisne negro e já não podemos dizer que todos os cisnes são brancos.

 

 

Renúncia de Bento XVI

Reações


Queremos agradecer a Deus o precioso dom do pontificado de Bento XVI, que nos revelou uma fé forte e constante; o zelo apostólico de quem se fez tudo para todos, não excluindo ninguém independentemente da sua ideologia ou religião"

Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Deve haver uma síntese entre alguém com abertura ao mundo de hoje e não apenas ao mundo ocidental, ao norte do planeta, ao continente europeu, mas aberto aos cinco continentes, às suas culturas, maneiras de sentir e de pensar, mas evidentemente também tem de ter qualidades administrativas”

Padre Manuel Morujão, secretário da CEP

 

 

 

 

 

 

“O Papa apresentou-se como um humilde servidor da Igreja e creio que essa nota de humildade foi patente, era sempre isso que transparecia, no fundo a simplicidade dos homens sábios e inteligentes”

D. Manuel Clemente, bispo do Porto, vice-presidente da CEP

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O bispo de Vila Real, D. Amândio Tomás, que quando dirigiu o Pontifício Colégio Português, em Roma, de 1982 a 2001, conheceu pessoalmente o atual Papa, considera que Bento XVI “é um santo”. Em declarações à Agência ECCLESIA o prelado descreve Joseph Ratzinger como “homem generoso e de bondade” que se destaca pela “doçura, ternura e acessibilidade encantadoras”.

 

 

 

 

“O Papa, com o seu modo de ser – aparentemente é uma pessoa muito distante, mas é provavelmente alguma timidez – consegue estar muito próximo das pessoas e, por isso mesmo, consegue fazer a leitura do mundo atual”

D. Pio Alves, presidente da Comissão Episcopal da Cultura,
Bens Culturais e Comunicações Sociais

 

 

 

 

 

 

 

Bento XVI

“Hoje em dia é muito mais claro compreender que a forma como, em muitas latitudes, e nomeadamente na Europa, estava a ser entendido o pluralismo, no sentido de tudo se equivale, numa hierarquia de valores, é uma forma de decadência que compete à Igreja e às outras religiões combaterem”

Henrique Monteiro, jornalista, ex-diretor do Semanário ‘Expresso’

   

 

 

 

 

 

Renúncia de Bento XVI

“Onde está o seu Deus?”» (v. 17). Esta oração faz-nos refletir sobre a importância que tem o testemunho de fé e de vida cristã de cada um de nós e das nossas comunidades para manifestar o rosto da Igreja; rosto este que, às vezes, fica deturpado. Penso de modo particular nas culpas contra a unidade da Igreja, nas divisões no corpo eclesial. Viver a Quaresma numa comunhão eclesial mais intensa e palpável, superando individualismos e rivalidades, é um sinal humilde e precioso para aqueles que estão longe da fé ou são indiferentes”

Bento XVI, homilia da Quarta-feira de Cinzas, 13.02.2013

 

“A Igreja, que é mãe e mestra, chama todos os seus membros a renovar-se no espírito, a reorientar-se decididamente para Deus, renegando o orgulho e o egoísmo para viver no amor”

Bento XVI, Angelus, 17.02.2013

 

“Embora agora me retire, na oração continuo sempre unido a todos vós e tenho a certeza de que também vós estareis unidos a mim, apesar de permanecer oculto para o mundo”

Bento XVI, encontro com o clero de Roma, 14.02.2013

 

 

 

400 mil cartazes
dizem «obrigado» a Bento XVI

Um grupo de leigos católicos do Patriarcado de Lisboa financiou a distribuição gratuita de 400 mil cartazes de agradecimento ao Papa Bento XVI, que termina o pontificado a 28 de fevereiro, após ter apresentado a sua renúncia.

Cada cartaz tem a frase “obrigado Bento XVI” e, no fundo, a sugestão de o colocar “na janela de sua casa, com vista para a rua num gesto de união e reconhecimento”.

Os exemplares estão a ser distribuídos nas paróquias de São João de Deus e Nossa Senhora do Amparo de Benfica, ambas na cidade de Lisboa, em Oeiras, Cascais e Caldas da Rainha, revela a página do Patriarcado no Facebook (http://www.facebook.com/patriarcadolisboa).

 

     
 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa mobiliza audiências e comunidades católicas na TVI

 

A programação religiosa atravessa a história da TVI, televisão privada que completou 20 anos, esta quarta-feira, e continua a mobilizar comunidades católicas em Portugal, considera o cónego António Rego, desde sempre ligado à estação.

O sacerdote foi o primeiro diretor de informação da TVI, projeto que no início recorreu a meios e financiamentos de personalidades e instituições da Igreja Católica, vínculo que cessou com a entrada de novos acionistas. “A eucaristia dominical mantém a originalidade de percorrer Portugal todo, tendo a consciência de que uma celebração eucarística não é apenas um ato do sacerdote que preside ou do coro que canta, mas da assembleia”, frisou à Agência ECCLESIA.

Após a missa, que começa às 11h00, o programa ‘Oitavo Dia’ é frequentemente transmitido em direto de comunidades eclesiais portuguesas, onde, de maneira “simples”, as pessoas “falam de si, dos grupos a que pertencem e das atividades que têm”. “Sou testemunha da importância que cada comunidade dá à visita feita pela TVI para a transmissão da eucaristia e do ‘Oitavo Dia’. É um acontecimento: as pessoas mobilizam-se e, por vezes, até se pinta o interior e o exterior das igrejas”, sublinhou o responsável ao referir-se ao impacto de dois dos espaços mais antigos da estação.

 

 

 

 

O anterior diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, ligado ao episcopado, observou que produzir semanalmente uma emissão televisiva “é uma alegria” mas implica trabalho “muito intenso”, quer se trate de transmissões ao vivo ou previamente gravadas.

“[O ‘Oitavo Dia’] insere-se no meu sacerdócio e na área pastoral em que trabalho, e por isso também me sinto contente com o programa, apesar de compreender que há muitas coisas a melhorar”, assinalou.

 

De acordo com as tabelas de audiências televisivas publicadas no blogue ‘A minha TV’, a missa e o ‘Oitavo Dia’ foram o quinto e sexto

programas mais vistos este domingo na TVI.

O cónego António Rego, membro do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, do Vaticano, recordou ainda que se deve a ele a criação de uma editoria religiosa no departamento de informação da TVI, setor que “fez alguma escola e que passou para o terreno da ECCLESIA”.
 

 

Notas de amor

 

 

Em 2006, a atriz Sarah Polley notabilizou-se no circuito internacional de festivais e prémios pelo seu sexto trabalho atrás das câmaras: Longe Dela. Um filme que chegou a Portugal já em formato DVD e com grande sensibilidade percorre os intrincados caminhos da doença de Alzheimer, através da história de Grant e Fiona. Casados há cinquenta anos, a solidez da sua relação, a cumplicidade e intimidade cuidadosamente construída é ameaçada desde que Fiona evidencia os primeiros sinais da doença. Um gigantesco desafio para Grant, que de íntimo a quase estranho, é obrigado a reconfigurar o amor entre ambos.   

Seis anos passados, chega-nos agora às salas de cinema ‘Notas de Amor’, um olhar visivelmente feminino e geracional, de novo, sobre as relações conjugais.

Numa pequena cidade do Canadá, Margot e Lou são a imagem de um jovem casal perfeito: vivendo o dia a dia numa evidente cumplicidade, comungam de um código verbal e afetivo muito próprio, visivelmente construído ao longo de anos e que é parte da rotina diária. Lou é um cozinheiro criativo, autor de livros de culinária; Margot não trabalha.

A aparente tranquilidade em que vivem é posta em causa quando Margot conhece um novo vizinho, Daniel, cuja arte e poesia a atraem progressivamente para um mundo próximo de sonhos e anseios que desconhecia em si...

 

 

 

 

Num registo combinado de drama e fantasia, ‘Notas de Amor’ é novamente uma prova da sensibilidade de Sarah Polley como realizadora, sobretudo na exploração de ambientes que transforma em quase atores desta história de interrogação, descoberta e inquietude. Muito justamente assumido pela atriz Michelle Williams, com um dom natural para a representação tão versatilmente comprovado (de ‘O Segredo de Brokeback Mountain’ a ‘A Minha Semana com Marilyn’,

  passando por ‘O Atalho’ e ‘Blue Valentine- Só Tu e Eu’), é nos diversos ambientes da casa, da rua, do café ou da praia que a transformação da sua personagem joga.

Um olhar peculiar que não se propõe oferecer respostas ou soluções, que não assume uma postura sobre a relação conjugal ou afetiva, mas se ‘limita’ a percorrer um caminho desconhecido, de que a supresa, a dúvida, o sonho e a angústia são parte.

Margarida Ataíde

 

Passo a rezar na net

   

www.passo-a-rezar.net

No passado dia 17 de fevereiro, primeiro domingo da quaresma, o projeto passo-a-rezar comemorou o seu terceiro aniversário. Torna-se assim inevitável que, mais uma vez, façamos a sugestão de visita atenta e cuidada ao sítio deste extraordinário projeto católico nacional sustentado na internet.

Este projeto inspirado no sítio pray-as-you-go (originalmente concebido pelos Jesuítas Ingleses) da responsabilidade do Apostolado da Oração, pretende “chegar à cultura da vida daqueles que rezam todos os dias e que, no encontro com Jesus Cristo, ganham força para transformar o mundo”.

O conceito subjacente a este espaço virtual, passa pela disponibilização de um ficheiro gratuito em formato de áudio, que pode ser guardado no computador e distribuído pelas diferentes plataformas e dispositivos
(email, leitor de música digital,
pen drive, smartphone,
tablet, etc.). Este arquivo áudio é composto
por “uma prece diária de 10 a 12 minutos,
com música de fundo, introdução,
 

 

 

 

 

uma leitura – normalmente o Evangelho do dia – e pontos de oração inspirados na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola”.

Logo na página inicial temos ao dispor os registos áudio das orações distribuídas pelos dias da semana de segunda a sexta, sendo ainda permitido a possibilidade de descarregarmos um ficheiro único que é composto por todas as orações dessa semana. No item “quem somos”, ficamos a conhecer a equipa que compõe este projecto da iniciativa do Secretariado Nacional do Apostolado da Oração, uma obra da Companhia de Jesus (jesuítas) que se dedica à promoção da oração pessoal.

 

 

 

 

Em “Inácio de Loyola”, conhecemos um pouco da história da conversão deste Santo da Igreja. Na opção “músicas da semana”, descobrimos quais são as composições musicais que fazem parte da cada oração diária, para isso, encontramos todas as informações relativas a cada música. Caso pretenda automatizar a descarga regular das orações diárias, basta efectuar a subscrição do podcast, que “em vez de irmos ao sítio buscar um ficheiro diária ou semanalmente, pode-se deixar o dispositivo de podcast (software) fazê-lo automaticamente”.

Fica lançado o repto para que aceda diariamente, durante esta Quaresma, a este espaço virtual, realizando assim a sua oração de uma forma diferente e bastante enriquecedora.

Fernando Cassola Marques

 

 

O ministério pontifício em livro

 

Nas encíclicas e na trilogia “Jesus de Nazaré” Bento XVI expõe a densidade do seu magistério. No livro, “Mostrar Cristo ao mundo” descobre-se o “ministério pontifício” do Papa.

 

“O livro mostra o ministério pontifício de Bento XVI, a fineza do tratamento das questões e a sensibilidade e atenção que dá aos assuntos atuais e à cultura”, refere o presidente do Conselho Pontifício da Cultura a propósito desta edição, apresentada em Portugal por ocasião da realização do “Átrio dos Gentios”.

 

O cardeal Gianfranco Ravasi, que considera o Papa como o seu “mestre”, afirmou nessa ocasião que a figura de Joseph Ratzinger é apresentada neste livro como “uma pessoa simpática, de grande humildade e atenção aos outros”.

 

 

“A Editorial AO pretende, com esta publicação, divulgar alguns textos particularmente decisivos no início do Pontificado de Bento XVI e que definiram, de alguma forma, as linhas gerais do seu pensamento e da sua missão como Papa. Do mesmo modo, a organização dos textos e os seus índices possibilita uma pesquisa mais facilitada, assumindo-se como um precioso instrumento de trabalho pastoral e de investigação teológica e espiritual”.

 

 

 

“Esta é uma obra única. Abrangendo os cinco primeiros anos do pontificado de Bento XVI, recolhe parte significativa daquilo que este pontificado tem apresentado de mais inovador: a profundidade teológica, espiritual e cultural de um Papa traduzida em homilias e discursos que ficarão, certamente, para a História, como um dos frutos mais amadurecidos do seu pontificado”.

 

 

 

Bento XVI: De perito pessoal
a perito oficial do concílio

 

No encontro de Bento XVI com o clero de Roma, a 14 deste mês, o Papa recorda alguns episódios dos primórdios do II Concílio do Vaticano. Na sua «conversa» com o presbitério romano, Bento XVI começa por uma “curiosidade” sobre a grande assembleia magna da Igreja, convocada pelo Papa João XXII, e que teve o seu início em outubro de 1962.

Em 1959, foi nomeado professor da Universidade de Bonn, onde faziam os seus estudos os seminaristas da diocese de Colónia (Alemanha) e de outras dioceses vizinhas.

Foi assim que entrou em contacto com o cardeal de Colónia: o cardeal Frings. “O cardeal Siri, de Génova, – no ano 1961, acho eu – organizou uma série de conferências sobre o Concílio feitas por vários cardeais europeus, e convidara também o arcebispo de Colónia para realizar uma das conferências que tinha por título: «O Concílio e o mundo do pensamento moderno»”, disse Bento XVI.

“O Cardeal convidou-me – o mais novo dos professores – para lhe redigir um projeto; ele gostou do projeto, e propôs ao povo de Génova o texto como eu o escrevera”, acrescentou o Papa que pediu a resignação a 11 deste mês.

Pouco tempo depois, o Papa João XXIII convida-o para ir ter com ele, e o “cardeal estava cheio de medo por

 

 

 

ter talvez dito algo de não correto, algo de falso, e consequentemente ser chamado para uma admoestação, talvez mesmo para lhe tirar o cardinalato”, recorda o atual Papa

“Na verdade, quando o seu secretário o viu vestido para a audiência, o cardeal disse: «Talvez use agora pela última vez estas vestes». Depois entrou; o Papa João XXIII vem ao seu encontro, abraça-o e diz: «Obrigado, Eminência! O senhor disse as coisas que queria dizer eu, mas não tinha encontrado as palavras»”, sublinhou

“Assim, o Cardeal sabia que estava no caminho certo, e convidou-me para ir com ele ao Concílio, inicialmente como seu perito pessoal; depois, no decurso do primeiro período – em novembro de 1962, creio eu – fui nomeado também perito oficial do Concílio”.

Perante estes acontecimentos, Bento XVI recorda que partiram “para o Concílio não apenas com alegria, mas também com entusiasmo” e “havia uma expectativa incrível”. “Esperávamos que tudo se renovasse, que viesse verdadeiramente um novo Pentecostes, uma nova era

 

 

da Igreja, pois esta apresentava-se ainda bastante robusta naquele tempo, a prática dominical ainda boa, as vocações ao sacerdócio e à vida religiosa, apesar de já um pouco reduzidas no número, ainda eram suficientes”, disse.

Contudo – frisou Bento XVI ao clero de Roma - tinha-se “a sensação de que a Igreja não caminhava, ia diminuindo, parecia mais uma realidade do passado que a portadora do futuro”. E, naquele momento, “esperávamos que esta situação se alterasse, mudasse; que a Igreja fosse de novo força do futuro e força do presente”, lê-se no texto.

A relação entre a Igreja e o período moderno “tinha sido, desde o princípio, um pouco contrastante, a começar do erro da Igreja no caso de Galileu Galilei; pensava-se em corrigir este início errado e encontrar de novo a união entre a Igreja e as forças melhores do mundo, para abrir o futuro da humanidade, para abrir o verdadeiro progresso”. E conclui: “Por isso, estávamos cheios de esperança, de entusiasmo e também de vontade de contribuir com a nossa parte para isso”.

 

fevereiro 2013

Dia 23

* Aveiro - Assembleia diocesana de diáconos permanentes
* Porto - Matosinhos (Exponor em Leça da Palmeira) - IIIª Conferência InterDistrital dos Rotários Portugueses com intervenção de D. Manuel Clemente
* Coimbra - Assembleia geral da Confraria da Rainha Santa Isabel
* Faro - Centro Pastoral e Social de Ferragudo - XII Jornadas de Ação Sóciocaritativa sob o tema «Fé sem obras? Do pensamento à ação».  
* Évora - Redondo - Dia diocesano do adolescente.
* Lamego - Centro Paroquial de Almacave - Dia diocesano do catequista.


 

 


* Porto - Casa de Vilar - Encontro de reflexão do «Apostolado da Oração» sobre «O apostolado dos leigos à luz do concílio» pelo padre Dário Pedroso.
* Santarém - Encontro diocesano de Liturgia.
* Funchal - Paróquia da Nazaré (18h15m) - Conferência Quaresmal sobre «Fé e Ciência» por Rita Maria Vasconcelos.  
* Braga - Famalicão (Igreja de Santa Maria de Landim) - Concerto Cappella Musical Cupertino de Miranda.
* Lisboa - Portela de Sacavém (15h30m) - Conferência sobre a «Dei Verbum» por D. Nuno Brás
* Lisboa - Parede (Paróquia) - Início do ciclo de conferências sobre «Introdução Teológica a uma fé libertadora. É possível uma Teologia da Libertação hoje, em Portugal?» pelo dominicano Rui Grácio das Neves.
* Porto - Santa Maria da Feira - Retiro de Quaresma para jovens dos 19 aos 25 promovido pelos Missionários Passionistas

 

 

 

 

* Castelo Branco - Escola Superior Agrária - 4ª Assembleia Diocesana da Pastoral Social sobre «Caridade – A dimensão operativa da Fé»
*O Corpo Nacional de Escutistas promove dois dias de voluntariado no âmbito da comemoração dos seus 90 anos de existência e para honrar a memória do seu fundador, Robert Baden-Powell.  (23 e 24)
* Porto - Gondomar - Jornadas da Fé.  (23 e 24)

 

Dia 24

* Setúbal - Paço episcopal - Assembleia diocesana da Pastoral da Saúde.
* Leiria - Pousos - Escuteiros do CNE da Região de Leiria-Fátima celebram Dia de Baden-Powell  com o lema «Com BP, Sim ao Reino» 
* Leiria - Aula magna do seminário - Encontro da família Cáritas Diocesana de Leiria
* Lisboa - Teatro da Cornucópia - Último dia da exibição da peça de teatro «O Estado do Bosque» do padre José Tolentino Mendonça.  
* Braga - Celorico de Basto - Conferência Quaresmal por D. Manuel Linda

 

 

* Braga - Igreja de Santo Adrião (18h30m) - Conferência Quaresmal por D. António Moiteiro 
* Braga - Barcelos - Procissão dos Passos presidida por D. Jorge Ortiga
* Lisboa - Sé - Segunda catequese quaresmal por D. José Policarpo.
* Lisboa - Capela das Irmãs Vicentinas do Campo Grande - Dia diocesano das Oficinas de Oração e Vida presidido por D. Joaquim Mendes.
* Lisboa - Procissão do Senhor Jesus dos Passos que sairá da Igreja de São Roque e percorrerá as ruas da Baixa de Lisboa até à Igreja do Convento da Graça, promovida pela Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa. 
* Semana Cáritas subordinada ao lema «Fé comprometida, cidadania ativa» (24 a 03 de março)

 

Dia 25

* Coimbra - Reunião dos bispos do centro
* Funchal - Conferência sobre o II Concílio do Vaticano por D. Teodoro de Faria e promovida pelo arciprestado do Funchal.


 

Ano C – 2º Domingo da Quaresma

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como é bom estar aqui!
Aqui? Só pode ser em Deus!
 

O Evangelho deste segundo domingo da Quaresma coloca-nos no monte da Transfiguração, onde a voz vinda da nuvem pede-nos para escutar Jesus: “Este é o meu Filho, o meu Eleito; escutai-O”.

Prestar atenção ao que o outro diz nem sempre é fácil. É necessário estar interiormente disponível, fazer um tempo de paragem interior e de silêncio para poder dar ao outro espaço para que se possa exprimir. Sem quaisquer preconceitos ou filtros… Todo o diálogo verdadeiro implica tal escuta, exige uma lenta e paciente aprendizagem do silêncio exterior, mas sobretudo, o que é ainda mais exigente, do silêncio interior.

 

 

 

Hoje, trata-se de escutar o Filho que Deus escolheu. Jesus nada diz aos três discípulos. Entretém-se com Moisés e Elias, que simbolizam a Lei e os Profetas, toda a Escritura, toda a Palavra que Deus dirigiu ao seu Povo. Eles manifestam que toda a Revelação tem pleno cumprimento em Jesus.

É preciso, pois, “escutar o Filho”, porque n’Ele encontramos tudo o que nos quer dizer, hoje. Não precisamos de procurar novas luzes em visões ou revelações mal discernidas… Tudo nos é dado em Jesus, basta-nos Jesus.

É essencial colocarmo-nos na escuta da Palavra que é Jesus, se queremos ser verdadeiramente seus discípulos. Uma das grandes graças do Concílio Vaticano II foi ter

dado todo o relevo à Palavra de Deus, na liturgia e na vida dos cristãos, uma Palavra a receber pessoalmente e a escutar em Igreja.

Estamos em Quaresma, tempo favorável para nos colocarmos cada vez mais nessa escuta da Palavra. Oxalá possamos aproveitar para aprofundar o nosso silêncio interior, tornando-nos mais atentos ao que

 

Jesus nos quer dizer, a cada uma e a cada um de nós, e à nossa comunidade.

Em ambiente de profundo encontro orante com Deus, Pedro, João e Tiago, testemunhas da transfiguração no monte Tabor, dizem o que sentem: como é bom estarmos aqui! E parece que não têm muita vontade de “descer à terra” e enfrentar o mundo

e os problemas dos homens. Mas a experiência do Tabor transfigura-os, obrigando-os a continuar a obra que Jesus começou e a “regressar ao mundo” para fazer da vida um dom e uma entrega aos irmãos.

Como é bom estarmos aqui! Deve ser esse o mesmo sentir nos andamentos da nossa vida de cristãos. Como é bom estarmos em Deus ao mesmo tempo que estamos com os próximos que exigem o nosso testemunho de fé e caridade. É também este o convite que o Papa nos faz na bela mensagem que nos ofereceu para este tempo quaresmal.

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

 RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

 

11h00 - Transmissão da missa da  dominical da paróquia de Glória do Ribatejo (Salvaterra de Magos)

12h15 - 8º Dia

 

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h30

Domingo, dia 24 - O Pontificado de Bento XVI: história e análises.

 

 

RTP2, 18h00

Segunda-feira, dia 25 - Entrevista. Aura Miguel analisa o pontificado de Bento XVI;

Terça-feira, dia 26 - Informação e entrevista a Manuel Vilas-Boas sobre o pontificado de Bento XVI.
Quarta-feira, dia 27 - Informação e entrevista a António Marujo sobre o pontificado de Bento XVI.
Quinta-feira, dia 28 - Imagens e mensagens do Pontificado de Bento XVI e rubrica "O Passado do Presente", com D. Manuel Clemente
Sexta-feira, dia 01 - Apresentação da liturgia pela irmã Luísa Almendra e o cónego António Rego
 

Antena 1

Domingo, dia 24, 06h00 - Análise ao pontificado de Bento XVI

Segunda a sexta-feira, de 25 de fevereiro a 01 de março 22h45 | - Opiniões de quem acompanhou os oito anos do pontificado do Papa Bento XVI

 

 

   

A Cáritas algarvia promove, este sábado, no Centro Pastoral e Social de Ferragudo um encontro sobre «Fé sem obras? Do pensamento à ação». A iniciativa conta este ano com a participação da psiquiatra Margarida Neto que falará sobre o tema central. O padre Carlos de Aquino abordará a Carta Apostólica «Intima Ecclesiae Natura» [A natureza íntima da Igreja] de Bento XVI, que apresenta orientações sobre o serviço da caridade, e Carlos Oliveira, presidente da Cáritas do Algarve, falará sobre como “operacionalizar a ação sóciocaritativa nas comunidades paroquiais na continuidade da crise”.

 

O economista António Borges vai ser um dos conferencistas na IV Assembleia da Pastoral Social da diocese de Portalegre-Castelo Branco e falará sobre «Gestor e Católico, um duplo desafio de Responsabilidade Social». Esta iniciativa, a realizar este sábado, na Escola Superior Agrária da cidade de Castelo Branco terá também como oradores D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro, e do sindicalista João José Fortes Neves.

 

A família da Cáritas de Leiria vai reunir-se, este domingo, no seminário diocesano da cidade onde estará presente Jorge Matias, da Cáritas Portuguesa, que falará sobre o projeto «+ Próximo». O bispo da diocese, D. António Marto, fará também uma intervenção que reúne os membros desta organização católica.

 

Ao longo da Semana Cáritas (24 de fevereiro a 03 de março), a instituição da diocese de Setúbal tem um conjunto de atividades que passam por uma exposição, colóquios, peddy paper e uma recolha benévola de sangue.

 

Cazaquistão: a história de fidelidade do Padre Waclaw

O “espião” do Vaticano

A vida do Padre Waclaw Poplawski é um hino à resistência, uma fonte de inspiração. Nasceu no Cazaquistão, mas, na verdade, é polaco. Os pais foram deportados para ali em 1936, quando Estaline governava a União Soviética e sonhava tornar-se dono do mundo.

 

 

O Cazaquistão era uma espécie de arrecadação do império soviético.

Todos os suspeitos, os que ousavam ter uma fé que não fosse no partido comunista, eram levados para campos de concentração onde teriam de renunciar a si próprios. Foi assim com os pais de Waclaw Poplawski. Foi assim que este homem de sangue polaco acabou por nascer no Cazaquistão. Prisioneiro. Cresceu num país imenso, pobre, privado de liberdade, acostumado à ausência de conforto.

Os raros padres que por ali apareciam eram vigiados. O regime sabia tudo, via tudo, escutava tudo. Mas foi assim que Waclaw começou a imaginar-se sacerdote. Na resistência. Deus era património de família. Estaline julgava que prendia a consciência do povo mas nenhuma polícia poderia, alguma vez, escutar os murmúrios dos corações daqueles prisioneiros. E a fé cresceu ainda mais forte mas invisível aos olhos humanos.

 


 

 

 

Espiões do Vaticano

Para ser padre, na União Soviética, era preciso uma autorização superior. Não de Deus, claro, mas do partido comunista. A resposta já era esperada: “Não!” Moscovo olhava para os padres como “espiões do Vaticano”, como “o inimigo”. Mas Waclaw Poplawski não desistiu. Quando o império soviético sucumbiu, abriram-se as portas de muitos seminários. Waclaw tinha 53 anos

 

quando foi acolhido como o mais novo seminarista sendo o mais velho estudante de todos. Em 1998 celebrou a sua primeira Missa. Deus levou-o até ali, ao Cazaquistão, para ser testemunha de uma Igreja que sofre mas que é sinal de esperança. “Celebrei a minha primeira Santa Missa com o meu povo. Foi em Abril. Foi absolutamente incrível!

 

www.fundacao-ais.pt

 

Padre Waclaw © FAIS

 

O Turismo Religioso em Portugal: factos, constrangimentos e perspetivas

Varico Pereira – Obra Nacional da Pastoral do Turismo

 

As viagens em busca de espaços próprios para as manifestações da fé envolvem pessoas de várias culturas e diferentes nacionalidades em todo o mundo.

O turismo religioso é um fenómeno da sociedade em que a amplitude ultrapassa de uma forma clara a ligação que os crentes têm à sua própria religião. Veja-se, como exemplo, o vasto património arquitetónico de cariz religioso, em Portugal, que passou a ser considerado património da humanidade. Caso dos mosteiros da Batalha, de Alcobaça, dos Jerónimos e o Convento de Cristo em Tomar, e a recente candidatura do Santuário do Bom Jesus, em Braga.

Para termos consciência de quão importante é o património religioso, em Portugal, constitui o setor mais extenso do universo patrimonial português, admite-se que esse conjunto venha a corresponder a cerca de 75% de todo o património conhecido.

O turismo religioso apresenta hoje um reconhecido dinamismo, absorvendo quotas de mercado muito significativas e um potencial de crescimento que supera a média calculada para o setor globalmente considerado. O número de operadores que comercializam este produto tem vindo a aumentar em Portugal e no mundo.

A OMT estima que entre 300 a 330 milhões de peregrinos visitem anualmente os locais religiosos mais importantes do mundo. No Ano Santo de 2010 Santiago de Compostela recebeu 11 milhões visitantes.

 

 

 

 

Em Portugal existem dois polos importantes para o turismo religioso. Um local incontornável de fé e de destino para milhões de crentes é Fátima. Dados relativos ao ano de 2007 mostram que as 7.121 missas (oficiais e particulares) celebradas contaram com um total de 4,9 milhões de participantes. Refira-se, a título de curiosidade, que o santuário de Fátima recebe anualmente gentes de cerca de 140 nacionalidades, sendo de destacar, além dos portugueses, espanhóis, italianos, irlandeses, americanos e polacos, os sul-coreanos e os filipinos. A Igreja da Santíssima Trindade, inaugurada em outubro de 2007, e a comemoração dos 90 anos das Aparições e a visita de Bento XVI em 2010, levaram ao aumento de peregrinos no Santuário, atingindo-se a cifra de 5,5 milhões. Mas o fenómeno da peregrinação está em permanente mutação e, em 2012, o Santuário de Fátima registou 3.328.833 peregrinos, nas missas oficiais, o número mais baixo de peregrinos que vão à missa nos últimos cinco anos. Por outro lado, nota-se um aumento do número de programas organizados a Fátima, cerca de 600 mil, o que revela que a visita é cada vez mais célere.

O Norte de Portugal, pela quantidade

 

de monumentos, pela fé das suas gentes é, sem dúvida, um polo com potencial enorme pelo que ao turismo religioso diz respeito. Nesta região destaca-se a cidade de Braga, uma das cidades cristãs mais antigas do mundo, onde sobressaem o Bom Jesus, o Sameiro, e a Sé, cerca de 1 milhão de visitantes ao ano, em cada um dos três locais. Acrescente-se as celebrações da Semana Santa, que atraem milhares de visitantes portugueses e espanhóis.

Os Caminhos de Santiago são outro fenómeno importante para o turismo religioso. O Caminho Português surge consolidado na segunda posição dos itinerários mais percorridos, em toda a Europa, com mais de 30 mil peregrinos. Mas a afirmação do turismo religioso não passa apenas pela apresentação, caracterização e intenção. A Igreja Católica Portuguesa deu um passo decisivo, relativamente ao turismo e ao turismo religioso, em particular, ao apresentar, em maio de 2012, a Obra Nacional da Pastoral do Turismo.

O turismo religioso está aí e recomenda-se. Portugal tem um manancial enorme, em termos patrimoniais, devendo retirar potenciais benefícios e maximiza-los.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   
 


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