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Octávio Carmo D. Ilídio Leandro Henrique Matos Adriano Moreira |
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Foto da capa: Paulo VI em Fátima Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Sínodo extraordinário na reta final[ver+]
13 de outubro sob o signo da família
Paulo VI: Um nome novo para a Paz
Octávio Carmo | D. Ilídio Leandro Fernando Cassola Marques |Manuel Barbosa |Paulo Aido | Tony Neves |
Serenidade |
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Octávio Carmo Agência ECCLESIA |
Os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família têm provocado muita agitação, dentro e fora da Igreja, até porque para lá de eventuais propostas - este é um organismo consultivo, sem poder decisório -, estão problemáticas reais, de pessoas concretas com que muitos se podem identificar. Do ponto de vista mediático, ficou evidente que houve avanços e recuos na forma errática como alguns temas foram apresentados, deixando infelizmente a impressão de que estaria em curso uma verdadeira batalha pelo poder entre fações opostas. A culpa não pode ser sempre dos jornalistas e em assuntos tão sérios é fundamental diminuir o risco de interpretações incorretas ou de extrapolações, em particular por parte de quem não está tão familiarizado com estas temáticas. Se o debate correu, como têm dito tantos participantes, de forma aberta e produtiva, espera-se agora que, acima de qualquer mudança sobre a linguagem da pastoral familiar ou da moral sexual católicas, as conclusões sejam apresentadas ao Papa e a toda a Igreja como ponto de partida sereno para o novo Sínodo de 2015, que vai concluir este percurso, sem vencedores nem vencidos. A Igreja beneficiou deste tempo de debate e vai continuar a crescer com a discussão rumo à assembleia geral ordinária sobre a família. Não é nada de novo na sua história: bastaria recordar que menos de 20 anos depois da morte de Jesus, a primeira comunidade cristã teve de tomar uma |
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decisão absolutamente histórica que lhe permitiu chegar, ao longo dos séculos, a todo o mundo, depois de no Concílio de Jerusalém ter decidido ultrapassar o âmbito específico da tradição judaica. Como se chega de 12 a 1200 milhões é um mistério, mas é sobretudo uma lição. Sim, a Igreja fala a todo o mundo e quer mesmo que a sua mensagem chegue a todos, independentemente da sua condição. Isso trouxe sempre desafios e sofrimentos, dúvidas |
e receios, mas também alegrias e realizações que ajudaram a construir um mundo melhor. O Sínodo dos Bispos tem sido um momento de grande entusiasmo e vibração, mas tudo o que vier a acontecer tem de ser recebido com serenidade. No fundo, a missão que a Igreja tem pela frente é a mesma de sempre e já se percebeu que sabe melhor do que ninguém o que tem a fazer. |
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A ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque entrega a proposta do Orçamento do Estado para 2015 à Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, na Assembleia da República, em Lisboa, 15 de outubro de 2014. @Lusa |
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“Com este diploma, honramos todos os compromissos, com a Europa e com os portugueses” Maria Luís Albuquerque, ministra do Estado e das Finanças, na conferência de imprensa de apresentação do OE 2015, 15.10.2014
“Aquilo que a FNE registou foi uma continuação da quebra na despesa relativamente ao ensino básico e secundário e um ligeiro acréscimo, quase impercetível, na área da ciência, mas há um corte brutal de 700 milhões para os ensinos básico e secundário que ainda está por entender de que forma, e em que áreas, vai ser distribuído” João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional de Educação, 15.10.2014
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"Estamos, portanto, a trabalhar para conseguir realizar esse objetivo que é: enquanto o Estado tem de encolher as suas despesas, a economia pode crescer, não por via do investimento público, mas por via do investimento privado. Isso já aconteceu no passado, não há razão para não acontecer agora” Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, 15.10.2014 "A proposta apresenta enormes fragilidades porque se baseia num cenário macroeconómico excessivamente otimista, infelizmente para os portugueses. Apresenta sérias reservas do ponto de vista da sua credibilidade e contém um risco sério de estagnação económica e fragiliza o Estado social” Vieira da Silva, vice-presidente da bancada socialista, 15.10.2014
“Neste momento as medidas são suficientes. Foi o risco de saúde pública existente que determinou a adoção das medidas” Francisco George, diretor-geral da saúde, sobre medidas de combate ao Ébola em Portugal, 15.10.2014 |
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13 de outubro sob o signo da Família |
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O arcebispo de Goa e Damão (Índia) presidiu à peregrinação internacional de outubro em Fátima, na qual lembrou a missão da família no “compromisso da fé” dos batizados e a sua importância na transmissão de valores na sociedade. “É na família que o compromisso da fé é energizado e encorajado porque é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem, pela primeira vez, os valores que as guiam durante toda vida”, disse D. Filipe Neri Ferrão, na homilia da Missa conclusiva das celebrações anuais do 13 de outubro. O patriarca das Índias Orientais, primaz da Índia, alertou para as “rápidas e profundas transformações” na sociedade que provocam “um certo enfraquecimento ou mesmo abandono da fé na santidade do matrimónio” e colocam “em causa” o próprio conceito de família.
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Na última peregrinação aniversária do ano, com o lema ‘Arrependei-vos porque Deus está perto’, o arcebispo destacou que a Igreja está “ativamente envolvida na promoção dos valores perenes de família” e apresenta como exemplo o Sínodo dos Bispos, que está a decorrer no Vaticano, “sinal eloquente deste profundo interesse”.
D. Filipe Neri Ferrão deixou uma breve reflexão, de três tópicos, sobre a missão da família cristã no mundo de hoje: “Viver, revelar e comunicar o Amor de Deus”. “O casal cristão coopera na missão divina de dar e de proteger a vida e assim promove uma cultura da vida, colocando-se na contracorrente das atuais culturas da morte”, começou por revelar o arcebispo, destacando que a sua tarefa principal é a de “viver em comunhão, num constante |
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empenho por fazer crescer o amor” entre todos os seus membros. No segundo ponto, assinalou a colaboração e contributo da família cristã na construção do mundo, “transmitindo valores e virtudes que lhe são tão próprios”. “Os cidadãos saem da família e nela encontram a primeira escola daquelas virtudes humanas e sociais que irão definir |
o seu contributo para o desenvolvimento da mesma sociedade”, desenvolveu o prelado. O bispo da Diocese de Leiria-Fátima encerrou a peregrinação e destacou a mensagem do presidente da celebração dedicada às famílias "para que não falte a graça e a festa do amor”. |
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União das Misericórdias é parceira
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A União Portuguesa das Misericórdias (UMP), em conjunto com representantes de outras instituições sociais, do governo, das autarquias e dos produtores agrícolas, assinou hoje em Lisboa um compromisso para reforçar o combate ao desperdício alimentar. Em declarações à Agência ECCLESIA, Susana Branco, da UMP, destaca a importância que a iniciativa pode ter para “desburocratizar e facilitar a entrega dos excedentes de produção às instituições solidárias”, para serem “entregues às pessoas que mais necessitam”. Segundo esta responsável, as Misericórdias servem atualmente “300 mil refeições por dia”, mas muitas mais pessoas poderiam ser atendidas se não se perdessem tantos alimentos na cadeia atual entre os produtores e os consumidores. Os últimos dados divulgados pelo Centro de Estudos da Universidade Nova de Lisboa, na área da Sustentabilidade, revelam que atualmente Portugal está a desperdiçar cerca de um milhão |
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de toneladas de alimentos por ano, ou seja 17 por cento de todos os bens produzidos. Para Susana Branco, mudar este paradigma depende também da sensibilização de todas as pessoas para a importância de evitarem o desperdício e de adotarem “boas práticas” de consumo. Projetos como “os das hortas pedagógicas, onde se ensinam as crianças e se dão talhões às famílias que são acompanhadas ao nível das medidas de apoio social”, exemplifica. |
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Semear o direito à Alimentação |
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A Fundação Fé e Cooperação (FEC) apresentou hoje a Campanha SEMEAR com o objetivo de “consciencializar” os portugueses para a “importância do Direito à Alimentação” através “do cruzamento das realidades portuguesa e angolana”. “A Campanha SEMEAR, de consciencialização nas redes sociais, a decorrer entre outubro de 2014 e dezembro de 2015, tem como objetivo comprometer os cidadãos com estilos de vida saudáveis e sustentáveis, promovendo o direito universal a uma alimentação adequada, enraizada em modelos de desenvolvimento sustentáveis e justos”, explica a fundação católica, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA. |
A organização não-governamental pretende alertar para a “simetria de desperdício, os métodos de produção industrial na Europa” e os projetos de “agricultura sustentável em Angola” através da consciencialização para “as interdependências, a complexidade, os desafios e desequilíbrios”. Nesse sentido, com o exemplo e diálogo da realidade portuguesa e angolana, esta campanha tem dois focos, para além de “realçar” as desigualdades, desequilíbrios e interdependências existentes quer também “encontrar caminhos alternativos e propostas concretas de redução das disparidades”.
“Criando uma ponte entre o sul e o norte e ligando as pessoas de forma igualitária, reforçando a importância de um esforço organizado pela mudança social – ‘Vamos Juntos’”, é o apelo da FEC. Para a campanha Semear, a Fundação Fé e Cooperação criou também um blogue, ativo até dezembro de 2015, onde pretende estimular a discussão e o debate sobre Direito Universal a uma Alimentação Adequada “enraizado em modelos de desenvolvimento sustentáveis e justos”. |
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Sínodo Extraordinário da Família |
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D. Ilídio Leandro Bispo de Viseu |
Está a decorrer o Sínodo Extraordinário sobre a Família. Vários são os problemas que estão “pendentes” de decisões pastorais inovadoras e, sobretudo, pastoralmente inclusivas, acolhedoras e construtivas. Quais serão as decisões do Sínodo? Não as sabemos por previsão antecipada. Acreditamos que não serão, somente nem sobretudo, leis, tradições e lógicas mas, muito mais, propostas que brotarão da escuta do Espírito Santo. Esta escuta inspirará as orientações segundo a vontade de Deus, a contar, sobretudo, com os méritos salvadores de Jesus Cristo Redentor. Virão muitas e grandes alterações pastorais? Sim. É necessário que sejam grandes e profundas. Não tanto nem somente e nem sobretudo na legislação positiva que origine novo Evangelho ou novo Código de Direito Canónico. Não era possível nem desejável. Sim e muito na caridade pastoral da Igreja – de pastores, de religiosos e de leigos. Ninguém está fora da salvação – é o primeiro e fundamental princípio que deve dar orientação para toda a atividade pastoral da Igreja. Deus a todos chama, não excluindo ninguém. A todos a Igreja procura, através dos “meios” que Jesus Cristo lhe confiou. Estes são inspiradores dos dinamismos que devem orientar a missão da mesma Igreja. Para começar, é importante que tenhamos em conta algumas questões atuais que estão em reflexão e que são muito importantes na pastoral dos “casos difíceis”: - Batismo das crianças. Nunca deve estar em causa |
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quando, como em todos os casos de Batismo, alguém assume a catequese e a ajuda na formação das mesmas. - Participação na Eucaristia e na vida da Igreja. Não somente se permite, mas pede-se e estimula-se a que, como cristãos, todos sejam coerentes e construtores da Igreja de Jesus Cristo, na consciência de que será sempre santa e pecadora, no seu caminho para o Reino. Jesus não instituiu a Eucaristia como prémio mas como vida, alimento, companhia, presença e ajuda próxima no caminho. - Comungantes na Eucaristia. |
A comunhão é sinal e aprofundamento da comunhão. Tem uma condição – estar e querer a comunhão; tem uma exigência – significar, alimentar e aumentar a comunhão; tem uma consequência – traduzir e construir a comunhão com atitudes, gestos e compromissos concretos. - Exclusão temporária ou permanente da comunhão eucarística. Quando a visibilidade da comunhão não é sentida ou não é visível, de forma temporária ou permanente, pode e deve estabelecer-se a comunhão possível e enquanto não viver as condições requeridas. |
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Neste entretanto, o cristão é chamado a “comungar no desejo” que traduz a vontade de comunhão e a necessidade de a construir pelos meios “possíveis”. Estes podem ser o Sacramento da Reconciliação ou, então, a contrição permanente, |
por haver um obstáculo eclesial que, nas circunstâncias concretas, não está nas possibilidades humanas e imediatas ultrapassar. - Exclusão da comunhão eucarística não é igual a estar em pecado. Esta é uma afirmação absolutamente verdadeira. O pecado é uma ação (pode ser, também, decisão, |
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pensamento ou desejo) concreta, voluntária, livremente aceite e querida, que viola frontalmente a Palavra, a Vontade e o Amor de Deus. O pecado pode ser, também, inação de algo que era essencial e que se deixou, voluntária e livremente, de fazer. Pode ter-se cometido (ou não ter agido) e estar arrependido. Jesus deixou, entregue à Igreja, o caminho do reencontro. Porém, por situações positivas e concretas, pode ter-se saído da comunhão com a Igreja e não estar em condições de procurar o sacramento do perdão, através da mediação positiva da Igreja. Existe, porém, a ação extraordinária, jubilar |
e paterna de Deus que, para casos específicos, tem sempre respostas, atitudes e gestos extraordinários e o Evangelho está cheio deles. Tantas vezes, Jesus acolhia, perdoava, curava, resolvia (…) situações que os Apóstolos não podiam ou não sabiam resolver.
A Igreja não é, mesmo, a última situação nem a única oferta nem a total possibilidade de salvação do Pai. Graças a Deus! Essa é Jesus Cristo Ressuscitado que, morrendo por nós, venceu todo o pecado e todas as suas consequências e limites. O Sínodo sobre a Família é uma graça da Igreja mas, também, do Deus Família que, para além da Igreja, tem o Seu coração, sempre capaz de Se compadecer, de Se abrir e de nele acolher todas as situações humanas. Deste Sínodo, esperamos um espelho para ver melhor a ‘grandeza, a altura e a profundidade’ do coração acolhedor e misericordioso do Pai. |
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Um Vírus no sapatinho? |
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Henrique Matos Agência ECCLESIA |
Não era novidade esse protagonismo periódico deste vírus que, de tempos a tempos, revelava o seu potencial mortífero. Os telejornais mostravam-nos aldeias distantes e pobres e os protagonistas do drama eram invariavelmente os do costume, aqueles que já carregavam o peso do subdesenvolvimento e da fome. Porém, desta vez as reportagens instalaram-se na agenda informativa e continuam a encabeçar os alinhamentos da informação. O facto de África ser o cenário da desgraça também não terá ajudado. O mundo parece não ter sentido urgência em se mobilizar no apoio e a opinião pública dos países ricos nunca pressionou os poderes pelo seu alheamento às condições de vida do continente negro. Ocupado nessa cavalgada económica da globalização, o mundo rico começa a entender agora que ela também serve para democratizar o que se pensava ser um exclusivo dos pobres. O drama deles chega agora, de avião, ao conforto dos ricos. As imagens das aldeias remotas foram atualizadas e mostram-nos Madrid, Leipzig, Frankfurt, Dallas... as autoridades sanitárias dão conta de medidas apertadíssimas de controlo mas, pouco depois, assumem quebras nos protocolos de segurança que significam contágios. Percebemos que um vírus não distingue ricos ou pobres e nem é sensível à riqueza das nações. Não respeita ratings nem se verga a poderes económicos. Mostra-nos um "contágio" bem mais sério do que o das dívidas soberanas ou o descalabro de bancos. Em dezembro, poderão surgir 10 mil novos
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casos por semana. O alerta chega da Organização Mundial de Saúde (OMS). Caso não haja uma resposta cabal da comunidade internacional, este é o cenário. Serão registados entre cinco e dez mil novos casos de Ébola por semana na Libéria, Guiné-Conacri e Serra Leoa. Entretanto, a taxa de mortalidade que antes se situava nos 50%, estacionou nos 70%. A situação põe a nu a fragilidade da nossa condição, abala a autossuficiência arrogante dos que pensavam estar imunes a riscos e ameaças. Porém, sendo isto certo, a hora não é para apregoar cenários de apocalipse mas antes, e apesar do cenário de contágio, uma oportunidade para aproximar |
povos e nações num empreendimento comum em que o esforço e a entrega terá que ser de todos. O dividendo da crise não será para esta ou aquela empresa, para glória de governos ou instituições, o dividendo será a sobrevivência da espécie, a salvação de milhares de vidas. Há dias, François Hollande e Barack Obama, falaram ao telefone, e sublinharam a necessidade de “uma mobilização da comunidade internacional e da União Europeia, em estreita colaboração com as Nações Unidas, a OMS e os países afetados” esperemos que seja apenas o começo da grande vaga contra um vírus que ninguém quer no sapatinho. |
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Um nome novo para a Paz
Adriano Moreira, professor universitário e antigo líder do CDS, recorda o Papa Paulo VI, que vai ser beatificado este domingo, a sua passagem por Portugal e a relação com o poder político, a declaração do “grande princípio que o ‘desenvolvimento sustentado’ é o novo nome da paz” e as semelhanças do atual bispo de Roma e da sua mensagem. |
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Agência ECCLESIA (AE) – O Papa Paulo VI vai ser beatificado este domingo, na Eucaristia conclusiva do Sínodo dos Bispos sobre a família. É uma figura que não adquiriu o mediatismo de Papas como João XXIII, João Paulo II ou agora o Papa Francisco… Adriano Moreira (AM) –É evidente que ele foi a figura dominante do concílio, João XXIII teve a inspiração mas morreu e, na altura, uma das conclusões do concílio é que a doutrina podia aproveitar a qualquer estado. Isto tem que ver com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, um documento laico, inclui na sua carta de direitos e garantias dos cidadãos a liberdade de todas as religiões, de modo que são os césares reunidos que garantem a liberdade de todas as religiões e acontece que, na Revolução Francesa também aconteceu isso, a Igreja Católica é certamente das mais estruturadas para exercer essa liberdade. |
E, por isso mesmo, recordo-me que nessa altura era presidente do CDS (partido Centro Democrático e Social) e disse ‘Doutrina Social da Igreja, o privilégio dos pobres’ e ele foi às Nações Unidas e fez um discurso histórico, segundo o qual, o desenvolvimento sustentado é o novo nome da paz. Esta afirmação que ele fez, se comparar com a que o Papa Francisco tem repetido, que “esta economia mata”, mostra como ele estava a enunciar uma obrigação fundamental independentemente das religiões, das culturas e da situação até conflituosa dos povos. Neste aspeto, a intervenção dele é curiosa, importante e que aproveita a definição que vem dos césares.
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AE - Curiosamente, em Portugal o pontificado gerou algum mal-estar, nomeadamente no Congresso Eucarístico em Bombaim… AM - Em relação a Portugal precisamos de pensar em vários aspetos. Ainda estávamos numa época em que a sociedade portuguesa sabia muito mais da história de Portugal do que da realidade que se estava a passar nos territórios. Primeiro lugar, a história de Goa é mal contada porque em primeiro lugar o patriarca das Índias, que foi bispo de Macau também, foi o gestor da última parcela do acordo missionário e como patriarca tinha precedência sobre reuniões episcopais. Quando foi nomeado o cardeal Valerian Gracias para Bombaim, D. José da Costa Nunes saiu de Goa e foi nomeado vice-camerlengo da Santa Sé. Ele foi criado cardeal e aqui fizemos |
um esforço para ele ter a dignidade necessária, a reforma de patriarca das Índias, as vestimentas necessárias, a residência no colégio de Santo António, mas essa atitude foi do ponto de vista da história que magoou os portugueses. |
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AM - O Papa Paulo VI veio a Portugal, ao Santuário de Fátima, mas não fez uma visita de Estado, não quis vir como chefe de Estado e por isso não quis descer em Lisboa mas no aeroporto de Monte Real. E é curioso ver as imagens da televisão dessa época porque o doutor Salazar foi lá e a sua atitude é do fiel perante o seu Papa. A de Paulo VI é distante, realmente, ele mostrava que não apoiava a política que o Salazar estava a seguir e isso é muito curioso, que exige outras averiguações e meditações. A minha impressão pessoal é que o Salazar na minha opinião era um católico sério, mas também era anticlerical, porque não admitia que a Igreja se metesse nas questões do Estado. As pessoas do Norte percebem bem esta atitude, porque lá é vulgar. E é curioso que ele aqui foi sempre tão intransigente nas coisas que diziam respeito aos movimentos e separa isso da sua atitude perante o seu pastor. Independentemente do que diz respeito a Portugal, eu acho que a intervenção de Paulo VI nas Nações Unidas faz uma leitura, para ele, da Declaração de Direitos do que os césares tinham estabelecido, a |
liberdade para todas as religiões, e ele comparece no exercício do seu direito reconhecido pelos césares para explicar que o desenvolvimento sustentável é o novo nome da paz.
AE – Nessa altura Paulo VI também se apresenta como perito em humanidade e coloca a Igreja na disposição de colaborar com as instâncias internacionais? AM – É quando a Igreja se define como fonte em que todos os Estados podem encontrar inspiração, é assim que é definida. Perfeitamente de acordo com a declaração que os césares fizeram na Declaração dos Direitos do Homem. AE – É um Papa que num documentos reconhece a participação dos cristãos na cena política. AM - Há aí um problema que também interessa a Portugal e basta recordar que quem fez a União Europeia foram as democracias cristãs e, portanto, quando eu assumi este partido político (CDS), tenho que assumir o privilégio dos pobres porque vinha do Concílio. Quando ele diz isso, nesse momento, está numa fase em que a construção europeia assenta numa espécie de santidade que tiveram os líderes europeus que foram envolvidos |
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numa guerra pavorosa. 50 milhões de mortos, tudo destruído. Lembro-me de um jornal francês dessa época, “Le Combat”, que no dia da paz a parangona que trazia era “Esta alegria coberta de lágrimas”. Esses homens em vez de terem uma atitude de retaliação ultrapassaram isso e quiseram uma União Europeia para que nunca mais aconteça. Para homens tinham uma espécie de voz encantatória que desapareceu da |
Europa. Hoje não há vozes encantatórias na Europa. Todos eles aceitavam a Doutrina Social da Igreja, foi extremamente importante e que em muitos aspetos, principalmente naquilo que diz respeito ao Estado Social, coincidia com a atitude o socialismo democrático. De maneira que foi uma época que começa com uma alegria cheia de lágrimas mas com muita esperança, com princípios. |
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AE – O Papa Paulo VI declara São Bento patrono da Europa recuperando esse valores? AM – Também. E este Papa devo dizer que quando ouvi que ia chamar-se Francisco senti uma alegria enorme. Ele vem encontrar um mundo completamente diferente de João Paulo II, vem com uma experiência que não é coincidente com a que teve João Paulo II, enfrentou a teologia da libertação de uma maneira muito mais aberta do que o próprio João |
Paulo II. Ele tem uma experiência do mundo pobre que os outros provavelmente não tiveram tanto. Por isso se o Paulo VI declarou aquele grande princípio que o “desenvolvimento sustentado” é o novo nome da paz, Francisco está a chamar a atenção que se esqueceram disso e diz que “esta economia mata”. Eu julgo que é bom lidar com o pensamento dos dois, as circunstâncias que mudaram e o reforço da intervenção da Igreja. |
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Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini nasceu a 26 de setembro de 1897 na Lombardia, Itália, e foi ordenado padre em 1920, tendo entrado ao serviço diplomático da Santa Sé. Nomeado arcebispo de Milão em 1953, foi criado cardeal em dezembro de 1958, por João XXIII, a quem viria a suceder, cinco anos depois, já com o Concílio Vaticano II (1962-1965) em andamento, tendo-lhe dado continuidade. Entre 1964 e 1970, Paulo VI fez nove viagens internacionais, as primeiras de um Papa moderno, incluindo a passagem por Fátima a 13 de maio de 1967. O Papa italiano escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968), sobre a regulação da natalidade, e a ‘Populorum progressio’ (1967), sobre o desenvolvimento dos povos; assinou ainda a exortação apostólica ‘Evangelii nuntiandi’ (1975), sobre a evangelização no mundo contemporâneo, e discursou na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, a 4 de outubro de 1965. Paulo VI morreu no dia 6 de agosto de 1978. |
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Bispo de Angra foi ordenado sacerdote
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O bispo da Diocese de Angra, Açores, foi ordenado sacerdote por Paulo VI e a Santa Sé convidou-o, nessa condição, para participar na Eucaristia de beatificação do Papa italiano, este domingo. “É uma honra que traduz uma graça recebida há 44 anos. Foi uma graça e, ao mesmo tempo, um momento de desbloqueio da minha caminhada, sem dúvida que Paulo VI, sem o saber, deu um `empurrãozinho´ enorme na minha decisão”, disse D. António de Sousa Braga, ao sítio de informação Igreja Açores. Para a Eucaristia da beatificação, o bispo de Angra revela que pediram para levar “a estola que o Papa ofereceu no dia da ordenação”. “Não sei quantos seremos dos 278 que fomos ordenados”, acrescenta. O prelado, que na época era estudante de Teologia, na Universidade Gregoriana, em Roma, e devia sido ordenado sacerdote no final do ano de 1969, tinha “dúvidas e algumas inquietações” que adiaram a ordenação “providencialmente”. D. António de Sousa Braga explica que a instabilidade dentro da Igreja, as |
reformas conciliares e os problemas que daí decorriam “faziam pensar muito” e revela que havia uma “clara divergência entre ocidentais e a América do Norte e todos os outros e isso provocava dificuldades”. Depois, na primavera de 1970 espalhou-se a informação, pelos colégios internacionais, de que o Papa Paulo VI (1897-1978) ia ordenar diáconos estrangeiros e de algumas dioceses italianas, por ocasião das suas bodas de ouro sacerdotais, que aconteceu a 17 de maio de 1970, dia de Pentecostes. “Nunca tenham medo nem duvidem do vosso ministério; usem-no para fazer chegar às pessoas a graça porque quem dá a cruz dará a coragem e a força para a carregarem”, disse Paulo VI, recorda o bispo de Angra, sobre o ‘seu’ Papa: “Não só porque me ordenou mas porque é o Papa do Concílio”. Para D. António de Sousa Braga, a decisão do Papa Francisco tem “imenso significado” porque foi o Papa João XXIII que teve “a ousadia de marcar o Concílio”, mas quem o terminou e teve “a coragem” de o pôr em prática “numa situação bastante |
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difícil dentro da Igreja foi Paulo VI”. Nesse sentido, o prelado destaca o pioneirismo do Papa que vai ser beatificado este domingo: “Foi o primeiro a andar de avião, a visitar os cinco continentes, a falar na ONU, a promover o ecumenismo, a visitar a Terra Santa, a abraçar os chefes das igrejas Ortodoxa e Anglicana, a visitar Fátima”. O bispo de Angra compara o Papa Francisco a Paulo VI sobretudo na “necessidade de uma verdadeira |
conversão da igreja e a uma progressiva humanização” e assinala que as diferenças se acentuam na comunicação. “Paulo VI não era um bom comunicador, ao contrário do Papa Francisco, nem tinha a sua frescura. Quando recebeu os padres portugueses antes de vir a Fátima, via-se que era um homem desgastado, cansado, mas ainda assim com forças para rezar pela paz no mundo”, desenvolve. |
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Paulo VI em Fátima |
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No dia 27 de junho de 1963, D. João Venâncio, segundo bispo da diocese restaurada de Leiria, foi recebido em audiência por Paulo VI, que tinha sido eleito papa, no dia 21. Sabe-se que falaram sobre a terceira parte do segredo de Fátima e provavelmente também do cinquentenário das aparições, que se aproximava. Na homilia da sua coroação, no dia 30, o novo Papa, dirigindo-se aos peregrinos de língua portuguesa, referiu-se a Portugal como “Terra de Santa Maria, onde a Mãe de Deus erguera o altar de Fátima”. Na terceira sessão do Concílio Vaticano II (21 de novembro de 1964), Paulo VI renovou a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, feita por Pio XII, a 31 de outubro de 1942 (em ele próprio esteve, ao lado do papa), referiu-se ao Santuário de Fátima, “cada vez mais querido não só do povo da nobre nação portuguesa – sempre nosso dileto, mas hoje particularmente – mas igualmente conhecido e venerado pelos fiéis de todo o mundo católico”, e anunciou que ia conceder-lhe Rosa de Ouro, o que veio a acontecer, a 13
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de Maio de 1965, pelo cardeal Fernando Cento, legado pontifício.
A 11 de fevereiro de 1967, iniciaram-se, em Roma, as comemorações do cinquentenário das Aparições de Fátima, e o próprio Papa presidiu à peregrinação de 13 de maio. A Exortação Apostólica “Signum Magnum” sobre o culto de Nossa Senhora é datada desse dia. Na sua homilia, logo no início, o Papa resumiu o significado pastoral da sua peregrinação: “Tão grande é o Nosso desejo de honrar a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Cristo e, por isso, Mãe de Deus e Mãe nossa, tão grande é a Nossa confiança na sua benevolência para com a santa Igreja e para com a Nossa missão apostólica, tão grande é a Nossa necessidade da sua intercessão junto de Cristo, seu divino Filho, que viemos, peregrino humilde e confiante, a este Santuário bendito, onde se celebra hoje o cinquentenário das aparições de Fátima e onde se comemora hoje o vigésimo quinto aniversário da consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria”.
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E, no fim, fez um veemente apelo aos homens de todo o mundo, a favor da paz: “A nossa oração, depois de se ter dirigido ao céu, dirige-se aos homens de todo o mundo: Homens, dizemos neste momento singular, procurai ser dignos do dom divino da paz. Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos, abri-vos à consideração do bem total do mundo. Homens, sede magnânimos. Homens, procurai ver o vosso prestígio e o vosso interesse não como contrários ao prestígio e ao interesse dos outros, mas como solidários com eles. Homens, não penseis em projectos de destruição e de morte, de revolução e de violência; pensai em projectos de conforto comum e de colaboração solidária. |
Homens, pensai na gravidade e na grandeza desta hora, que pode ser decisiva para a história da geração presente e futura; e recomeçai a aproximar-vos uns dos outros com intenções de construir um mundo novo; sim, um mundo de homens verdadeiros, o qual é impossível de conseguir se não tem o sol de Deus no seu horizonte. Homens, escutai, através da Nossa humilde e trémula voz, o eco vigoroso da Palavra de Cristo: Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra, bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”.
Padre Luciano Cristino
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Paulo VI, Papa tímido da palavra e do gesto |
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O cónego António Janela, do Patriarcado de Lisboa, recorda Paulo VI como o seu Papa por “razões de dimensão cronológica” e porque é “uma referência pastoral” na sua vida, afinal foi ordenado sacerdote em 1965. “Era tímido mas pela palavra e pelo gesto era convincente e sofreu muito mas certamente no processo de beatificação as virtudes heroicas estão bem documentadas”, revela o sacerdote”. Dos vários gestos do Papa, o cónego António Janela destacou quando Paulo VI “entregou uma tiara ao povo mais rico do mundo”, a América, “para que tenham presente os povos mais pobres”. O abraço ao patriarca Atenágoras, de Constantinopla”, que o Papa Francisco repetiu simbolicamente este ano, pelos 50 anos deste encontro, é outro gesto destacado. À Agência ECCLESIA, o sacerdote português explica que a “diplomacia” fazia parte do ADN de um “homem tímido de inteligência brilhante” que fez a iniciação académica na Companhia de Jesus, “tem também influência dos oratorianos”, e aos 23 anos é ordenado presbítero. |
Enquanto padre, Paulo VI foi, durante nove anos, assistente da FUCI e acompanhou os universitários onde teve uma “repercussão muito grande na formação de intelectuais que vão destacar-se na política”, como o político Ado Moro, que foi primeiro ministro da Itália.
O assassinato deste político amigo do Papa, pelas Brigadas Vermelhas, foi “uma das páginas mais tristes e dramáticas da sua vida”, observa o sacerdote. O então padre Giovanni Montini foi nomeado cardeal pelo Papa João XXIII, em 1958, e “tem papel relevante na primeira sessão” do Concílio Vaticano II (CVII), acrescenta o entrevistado que explica que são os cardeais “reformadores” que contribuem posteriormente para a sua eleição. “Fidelidade à tradição mas também fidelidade aos sinais dos tempos, com o pós-concilio que são sempre tempos difíceis e teve de gerir isso”, observa o interlocutor que assinala que “Paulo VI concretizou o que o CVII abria”, com a “promoção do aparecimento das conferências episcopais dos vários países, a reforma da cúria romana e a criação do sínodo dos Bispos. |
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Para o cónego António Janela o seu Papa também deu uma “dimensão mundial à Igreja”, sendo o primeiro a viajar para fora de Itália visitou vários países como Índia, Portugal, Estados Unidos da América, América Latina e Austrália.
Destas viagens, o padre do Patriarcado de Lisboa recorda o “discurso importantíssimo” de Paulo VI na Organização das Nações Unidas quando disse “não mais a guerra, nunca mais a guerra”. A produção literária do Papa também “marcou o recém-ordenado” padre António Janela (1953), que em 1969 viajou para Roma. À Agência ECCLESIA, destaca ainda que a Exortação Apostólica «A Alegria do Evangelho», do Papa Francisco, |
“bebe muito” da «Ecclesiam Suam», do Papa Paulo VI (1964), “quando convida à Igreja em saída, a gentes de diálogo”, relação que se pode ler nas “inúmeras vezes que a cita” nas notas de rodapé. “A encíclica ‘Ecclesiam Suam’ é uma belíssima reflexão sobre o diálogo da Igreja com o mundo. Abre horizontes de uma Igreja fechada”, contextualiza. A “Populorum progressio”, de 1967, é outro documento que o cónego António Janela destaca pela “atenção muito grande à década de sessenta” e pelos apelos a um progresso económico que “tem de ser visto com dimensão mais ampla, um progresso social, um progresso espiritual”. |
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Um homem sensível aos assuntos políticos |
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O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz considera que Paulo VI, o primeiro Papa que visitou Fátima num período de animosidade do Governo português, era “homem de uma invulgar cultura e de uma invulgar inteligência”. “O Papa veio a Fátima o Governo esteve lá, o próprio Salazar. Os cumprimentos foram de uma solenidade e simpatia que ninguém diria que pouco tempo antes tinha havido aquele episódio”, revela o professor Bruto da Costa sobre a visita de Paulo VI a Portugal que foi precedida pela participação no Congresso Eucarístico de Bombaim, região que era uma colónia portuguesa e tinha sido invadida pela União Indiana. À Agência ECCLESIA, explica que esta visita à Índia do Papa “foi mesmo muito mal acolhida” pelo Governo português da época: “Recordo perfeitamente a reação do Ministro dos Negócios Estrangeiros que fez um comunicado com termos muito duros”. Para o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), Paulo VI era “um homem de uma invulgar cultura e de uma invulgar |
inteligência”, por isso, “não terá sido nada difícil” suceder ao Papa João XXIII à frente da Igreja Católica e do Concílio Vaticano II que estava a decorrer. “Alguém que teve que rematar todo o dinamismo que foi suscitado pelo concílio quer internamente quer à escala mundial e ele fê-lo com uma sabedoria e competência extremamente grande”, desenvolve. O Papa que instituiu o Dia Mundial da Paz, criou o Sínodo dos Bispos e vai ser beatificado este domingo, na Eucaristia conclusiva da terceira assembleia extraordinária sinodal, é recordado também como um “um homem extremamente sensível aos assuntos políticos”. Segundo o professor Bruto da Costa “foi um homem de intervenção” e destaca que durante o seu pontificado, Paulo VI, falou na Assembleia Geral das Nações Unidas, com “um belíssimo discurso”, e também recebeu os representantes dos “chamados movimentos terroristas, na altura, que eram pela independência das colónias africanas portuguesas”. “Sabe-se que ele era muito amigo Aldo Moro [democrata cristão, eleito |
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cinco vezes primeiro-ministro da Itália]. Paulo VI era um homem daquela geração e possivelmente daquele grupo de intelectuais italianos que eram homens verdadeiramente empenhados na vida política e ao nível que deixou marcas muito importantes”, desenvolve. O presidente da CNJP destaca ainda a Encíclica “Populorum Progressio”, de 26 de março 1967, onde o Papa escreve sobre desenvolvimento dos povos e da luta contra a pobreza com “algumas expressões muito fortes como o desenvolvimento é um novo nome da paz”. Naquela altura, explica o entrevistado, era “muito claro” que paz mundial estava “muito |
dependente do desenvolvimento dos povos” e de relações de “justiça e solidariedade entre os povos do chamado primeiro e terceiro mundo”. Para Bruto da Costa, neste documento Paulo VI escreve uma das “melhores definições de desenvolvimento” que encontrou até hoje: “É uma perspetiva ética mas é tão abrangente e de uma força humana tão grande das melhores definições”. Da “Populorum Progressio” e da sua atualidade, o responsável assinala ainda que esta tem “conceitos” que estavam adquiridos a nível de relações individuais como “a noção da justiça” que é aplicada às “transações internacionais, entre empresas e entre países”.
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Bispos portugueses
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A Conferência Episcopal Portuguesa manifestou a sua satisfação pela beatificação do Papa Paulo VI, que vai ter lugar este domingo em Roma. No final da última reunião do Conselho Permanente da CEP, o porta-voz dos bispos portugueses classificou a cerimónia como um “acontecimento, uma graça e um grande dom para a Igreja e para o mundo”. “Os bispos portugueses congratulam-se com esta beatificação do Papa Paulo VI e, além do patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, outros bispos certamente estarão presentes na celebração no Vaticano”, disse o padre Manuel Barbosa aos jornalistas. Um dos membros do episcopado português que já tem presença confirmada em Roma é D. António de Sousa Braga, bispo de Angra, nos Açores. O Santuário de Fátima também manifestou “grande alegria” pela beatificação de Paulo VI (1897-1978), o primeiro Papa a visitar a Cova da Iria, a 13 de maio de 1967, no cinquentenário das aparições. “A notícia da beatificação do Papa Paulo |
VI é motivo de grande contentamento para toda a Igreja, pois Paulo VI vem enriquecer o número daqueles cristãos que viveram de forma exemplar o seu seguimento de Cristo”, refere o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, em comunicado enviado pela instituição à Agência ECCLESIA. “Paulo VI foi o grande artífice da continuação dos trabalhos do Concílio Vaticano II e o grande obreiro da aplicação da obra conciliar à vida da Igreja”, sublinha o padre Carlos Cabecinhas. Segundo o reitor do Santuário, o Papa italiano “manifestou um grande amor e desvelo por Fátima”, recordando que “foi Paulo VI que ofereceu ao Santuário a sua primeira rosa de ouro”. A rosa de ouro foi concedida por Paulo VI na sessão de 21 de novembro de 1964 do Concílio Vaticano II e foi entregue ao Santuário pelo cardeal Fernando Cento, legado pontifício, em 13 de maio de 1965. "É de todos conhecida a grande devoção mariana deste Papa, |
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mas também as muitas vezes, no seu magistério pontifício, que se referiu a Fátima ou se dirigiu aos devotos de Nossa Senhora de Fátima”, conclui o padre Carlos Cabecinhas. A etapa da beatificação é o penúltimo passo antes da declaração de santidade (canonização), através da qual a Igreja Católica confirma que um fiel católico é digno de culto público |
universal e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de vida. Entre os nove Papas que a Igreja Católica teve no século XX há, neste momento, três santos: Pio X, João XXIII e João Paulo II; os dois últimos foram canonizados por Francisco no último dia 27 de abril. |
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Amor a Cristo, amor à Igreja
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Seriam muitas as coisas que gostaria de dizer e recordar a respeito deste grande Pontífice. Pensando nele, limitar-me-ei a três aspetos fundamentais, que ele nos testemunhou e ensinou, deixando que os mesmos sejam explicados mediante as suas próprias palavras apaixonadas: o amor a Cristo, o amor à Igreja e o amor ao homem. Estas três palavras são atitudes fundamentais, mas também cheias de paixão de Paulo VI. Paulo VI soube testemunhar, numa época difícil, a fé em Jesus Cristo. Ainda ressoa, mais viva do que nunca, a sua invocação: «Vós sois necessário para nós, ó Cristo!». Sim, Jesus é mais necessário do que nunca para o homem contemporâneo, para o mundo de hoje, porque nos «desertos» da cidade secular Ele nos fala de Deus, revelando-nos o seu rosto. O amor total a Cristo sobressai na vida inteira de Montini, e também na escolha do nome de Papa, por ele motivada com estas palavras: é o Apóstolo «que amou Cristo de modo supremo, que ao máximo grau |
desejou e se esforçou por levar o Evangelho de Cristo a todos os povos, e que por amor a Cristo ofereceu a sua própria vida» (Homilia [30 de junho de 1963]: AAS 55 [1963], 619). (…) Um amor profundo a Cristo não para o possuir, mas para o anunciar. Evoquemos as suas palavras apaixonadas em Manila: «Cristo! Sim, sinto a necessidade de o anunciar, não o posso silenciar! ... Ele é o Revelador de Deus invisível, é o primogénito de toda a criatura, constitui o fundamento de todas as coisas; Ele é o Mestre da humanidade, é o Redentor... Ele representa o centro da história e do mundo; é Aquele que nos conhece e que nos ama; é o Companheiro e o Amigo da nossa vida; é o Homem do sofrimento e da esperança; é Aquele que há de vir, e que um dia será o nosso Juiz e, assim esperamos, a plenitude eterna da nossa existência, a nossa felicidade» (Homilia [27 de novembro de 1970]: AAS 63 [1971], 32). Estas palavras apaixonadas são expressões grandiosas. Quanto a mim, confio-vos algo: |
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este discurso pronunciado em Manila, mas também aquele proferido em Nazaré, constituíram para mim uma força espiritual, fizeram muito bem à minha vida. E volto a este discurso, volto e regresso de novo, porque me faz bem ouvir estas palavras de Paulo Paulo VI hoje. E nós, temos este mesmo amor a Cristo? É Ele o centro da nossa vida? Damos testemunho dele nos gestos de cada dia?
O segundo ponto: o amor à Igreja, um amor apaixonado, o amor da vida inteira, jubiloso e sofrido, expresso |
desde a sua primeira Encíclica, Ecclesiam suam. Paulo VI viveu plenamente a dificuldade da Igreja depois do Concílio Vaticano II, as luzes, as esperanças e as tensões. Amou a Igreja e despendeu-se por ela de modo incondicional. No seu Pensamento sobre a morte ele escrevia: «Gostaria de a abraçar, saudar e amar em cada ser que a compõe, em cada Bispo e Sacerdote que a assiste e guia, em cada alma que a vive e ilustra». E no Testamento, dirigia-se a ela com as seguintes palavras: «Recebe com a minha |
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saudação de bênção o meu supremo gesto de amor!» (Insegnamenti XVI [1978], 592). Este é o coração de um Pastor verdadeiro, de um cristão autêntico, de um homem capaz de amar! Paulo VI tinha uma visão muito clara de que a Igreja é uma Mãe que traz Cristo e leva a Cristo. Na Exortação apostólica Evangelii nuntiandi — para mim, o maior documento pastoral jamais escrito até hoje — formulava esta pergunta: «Após o Concílio e graças ao Concílio, que foi para ela uma hora de Deus neste período da história, encontrar-se-á a Igreja mais apta para anunciar o Evangelho e para o inserir no coração dos homens, com convicção, liberdade de espírito e eficácia?» (8 de dezembro de 1975, n. 4: AAS 68 [1976], 7). E continuava: «Acha-se ela [a Igreja] radicada no meio do mundo e, não obstante, livre e independente para interpelar o mesmo mundo? Testemunha ela solidariedade para com os homens e, ao mesmo tempo, o absoluto de Deus? É ela hoje mais fervorosa quanto à contemplação e à adoração, e mais zelosa quanto à obra missionária, caritativa e libertadora? Acha-se ela cada vez mais aplicada nos esforços por procurar a recomposição da unidade plena entre
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os cristãos, que torna mais eficaz o testemunho comum, “a fim de que o mundo creia”?» (Ibid., n. 76: AAS 68 [1976], 67). Trata-se de interrogações dirigidas também à nossa Igreja contemporânea, a todos nós, pois todos nós somos responsáveis pelas respostas e deveríamos questionar-nos: somos verdadeiramente uma Igreja unida a Cristo, para sair e para o anunciar a todos, inclusive e sobretudo àquelas que eu defino como as «periferias existenciais», ou vivemos fechados em nós mesmos, nos nossos grupos e nas nossas pequenas igrejas? Ou amamos a Igreja grande, a Igreja-mãe, a Igreja que nos envia em missão e que nos faz sair de nós mesmos?
E o terceiro elemento: o amor ao homem. Também este está ligado a Cristo: é a própria paixão de Deus que nos impele a encontrar o homem, a respeitá-lo, a reconhecê-lo e a servi-lo. Na última sessão do Concílio Vaticano II, Paulo VI pronunciou um discurso que impressiona cada vez que o lemos. Em particular, onde fala da atenção do Concílio ao homem contemporâneo. E disse assim: «O humanismo laico e profano apareceu, finalmente, em toda a sua terrível estatura, e por assim dizer |
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desafiou o Concílio para a luta. A religião, que é o culto de Deus que quis ser homem, e a religião — porque o é — que é o culto do homem que quer ser Deus, encontraram-se. Que aconteceu? Combate, luta, anátema? Tudo isto poderia ter-se dado, mas com efeito não se deu. Aquela antiga história do bom samaritano foi exemplo e norma segundo os quais se orientou o nosso Concílio. Com efeito, um imenso amor para com os homens penetrou totalmente o Concílio. A descoberta e a consideração renovada das necessidades humanas... Vós, humanistas do nosso tempo, que negais as verdades transcendentes, dai ao Concílio pelo menos este louvor e reconhecei este nosso humanismo novo: também nós — e nós mais do que ninguém — somos |
cultores do homem» (Homilia [7 de dezembro de 1965]: AAS 58 [1966, 55-56). (…) Isto ilumina-nos ainda hoje, neste mundo onde se nega o homem, onde se prefere trilhar o caminho do gnosticismo, a vereda do pelagianismo, ou da «ausência da carne» — um Deus que não se fez carne — ou ainda da «ausência de Deus» — o homem prometeico que pode ir em frente. Neste tempo, nós podemos repetir aquilo que o próprio Paulo VI disse: a Igreja é a serva do homem, a Igreja crê em Cristo que veio na carne e por isso serve o homem, ama o homem, acredita no homem. Esta é a inspiração do grande Paulo VI. Papa Francisco |
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Sínodo extraordinário na reta final |
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Os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família, que decorrem no Vaticano, estão a centrar-se na dimensão positiva da mensagem cristã, procurando afastar a discussão, também na opinião pública, das situações problemáticas, como aconteceu após a publicação do texto do relatório intercalar apresentado esta segunda-feira. D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, observou que “a discussão é um elemento de crescimento, não de divisão” e que os participantes nesta assembleia geral extraordinária estão agora concentrados em “fazer emergir a beleza da família cristã”. “Do ponto de vista cultural, não só no Ocidente, está a instaurar-se cada vez mais a prática de uma convivência que não acolhe em si a alegria da beleza do matrimónio. Por isso, apontar para uma dimensão positiva, para o testemunho dado pelas nossas famílias, é um ponto sobre o qual o Sínodo se pode exprimir mais”, exemplificou. O cardeal austríaco D. Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, disse hoje no Vaticano que o Sínodo tem
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procurado “acompanhar” a história das pessoas no momento atual, seguindo as indicações do Papa Francisco. “Há palavras-chave do Papa muito importantes para compreender o trabalho que fazemos: acompanhar, acompanhar. [Francisco] Já disse tantas vezes: ‘não julgar, acompanhar’ a história da família”, uma forma de pensar que não é “relativismo”, precisou o responsável, em conferência de imprensa. "O respeito por cada pessoa humana não significa respeito por todos os comportamentos humanos", precisou. O cardeal falava aos jornalistas a respeito do final dos trabalhos dos chamados 'círculos menores', grupos linguísticos (inglês, francês, italiano e espanhol) que concluíram a revisão do relatório intercalar. Segundo D. Christoph Schönborn, o Papa não pediu para ver “tudo o que não funciona” na família, mas quis “antes de tudo, mostrar a beleza e a necessidade vital da família”. “Por isso, convidou-nos a ter um olhar atento sobre a realidade”, acrescentou. Questionado sobre a eventual necessidade de alterar o 'Catecismo da Igreja Católica' após este Sínodo, |
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o cardeal austríaco disse que os novos desafios se devem enfrentar "com os mesmos princípios". "Não vejo necessidade de mudanças, mas há desenvolvimentos", observou. O porta-voz do Vaticano admitiu que o texto final dificilmente será conhecido ou publicado no sábado. “Julgo improvável, atualmente, que no sábado à tarde seja possível dar um texto limpo e publicável”, adiantou o padre Federico Lombardi.
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O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
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Esperança cristã e a Igreja na eternidade |
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O Papa Francisco apresentou no Vaticano uma catequese sobre o futuro da Igreja e da humanidade, no fim dos tempos, afirmando que a esperança dos cristãos é mais do que um “otimismo humano”. “A esperança cristã não é simplesmente um desejo, um voto, não é otimismo: para um cristão, a esperança é espera, espera fervente, apaixonado pelo cumprimento último e definitivo de um mistério, o mistério do amor de Deus”, declarou, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro. Prosseguindo o ciclo de catequeses sobre a Igreja, nas audiências públicas semanais, Francisco precisou que a espera dos cristãos é por “alguém que está para chegar”, Jesus, que os faz entrar “na plenitude da sua comunhão e da sua paz”. “A Igreja tem agora a missão manter bem acesa e bem visível a lâmpada da esperança, para que possa continuar a brilhar como sinal seguro de salvação e possa iluminar toda a humanidade, no caminho que leva ao encontro com o rosto misericordioso de Deus”, acrescentou. O Papa projetou o “cenário |
inaudito e maravilhoso” em que toda a humanidade será “uma só coisa em Cristo”. “Invoquemos a Virgem Maria, mãe da esperança e rainha do Céu, para que nos mantenha sempre numa atitude de escuta e de espera, para podermos ser já permeados pelo amor de Cristo e ter parte um dia na alegria sem fim, na plena comunhão de Deus”, apelou. “E não vos esqueçais, nunca esqueçais que assim estaremos para sempre com o Senhor. Repetimo-lo mais três vezes? E assim estaremos para sempre com o Senhor!”, prosseguiu. |
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Teresa de Jesus, a santa que nunca parou |
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O Papa assinalou a festa litúrgica de Santa Teresa de Jesus, associando-se ao Ano Jubilar comemorativo do quinto centenário do seu nascimento com uma mensagem enviada ao bispo D. Jesús García Burillo. “Na escola da santa andarilha aprendemos a ser peregrinos”, escreve Francisco, o qual observa que “a imagem do caminho pode sintetizar muito bem a lição da sua vida e obra”. Segundo o Papa, a religiosa carmelita e doutora da Igreja “entendeu a sua vida como caminho de perfeição através do qual Deus conduz o homem, de morada em morada, até Ele, e ao mesmo tempo, o põe em marcha em direção aos homens”. Neste contexto, Francisco aponta quatro caminhos nesta marcha teresiana, que todos poderemos imitar com proveito: o caminho da alegria, da oração, da fraternidade e do próprio tempo. “Teresa de Jesus convida as suas monjas a ‘viverem alegres servindo’. A verdadeira santidade é alegria porque ‘um santo triste é um triste santo’. Antes de serem valentes heróis, os santos são fruto da graça |
de Deus aos homens”, escreveu. Teresa de Ávila nasceu em 1515 e, após ter entrado no convento carmelita de Nossa Senhora da Encarnação, promoveu a renovação da Ordem do Carmo, tendo fundado o primeiro convento da nova família carmelita descalça em 1562, dia em que mudou de hábito e começou a chamar-se Teresa de Jesus. “A sua experiência mística não a separou do mundo nem das preocupações das pessoas”, recorda Francisco.
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Mão pesada contra indústria que financia «a violação dos direitos humanos» |
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Papa desafia católicos a superar indiferença face «escândalo» da fome |
Fundação Ajuda à Igreja que Sofre |
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No passado dia 7 de outubro, festa da Nossa Senhora do Rosário, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) convocou “os seus benfeitores e amigos, em sintonia com os demais secretariados internacionais, para uma Jornada de Oração pela Paz no Médio Oriente, em resposta aos cada vez mais insistentes pedidos de ajuda que chegam desses países perante o agravar da situação e do avanço, no terreno, das forças jihadistas”. Como forma de acompanharmos a evolução do que se passa com os nossos irmãos na fé, que vivem em terras banhadas pelos rios Tigre e Eufrates, convidamos, mais uma vez, para uma visita ao sítio da Fundação AIS. Ao entrarmos no respetivo endereço, encontramos um espaço atrativo, denotando-se uma elevada qualidade na estrutura e conteúdos aí apresentados. Na opção informar, temos a possibilidade de aceder aos boletins periódicos em formato electrónico, aos relatórios produzidos pelo Observatório da Liberdade Religiosa no Mundo e ainda, à calendarização |
dos acontecimentos que de algum modo encaixam nos objectivos desta entidade. No item orar, encontramos um conjunto variado de sugestões com pistas de oração diária. Seja juntando-nos, em correntes de oração, “a milhares de cristãos que todos os dias rezam em comunhão com a Igreja que sofre”, ou orando pela paz no Iraque ou pelo povo Egípcio, ou mesmo acompanhando as intenções do Santo Padre para cada mês. É também neste espaço que dispomos da possibilidade de colocar as nossas “intenções ou pedidos especiais, para que todos possamos rezar”. Em partilhar, descobrimos as múltiplas opções, para que de alguma maneira, integremos e façamos parte deste enorme e riquíssimo projecto de ajuda aos outros. Desde campanhas a projectos de voluntariado e donativos, tudo possibilidades que estão ao nosso dispôr para conhecermos e quem sabe aderirmos de corpo e alma às múltiplas plataformas de ajuda e encontro humano e cristão. Para finalizar, destacamos mais duas opções. A primeira, apoios, onde descobrimos as diversas maneiras que a AIS tem para ajudar a desenvolver, |
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povos e pessoas com carências aos mais variados níveis. A segunda, catálogo, onde acedemos à loja virtual com a venda de produtos com a chancela da AIS, com o objetivo de angariar fundos que ajudem a minimizar os custos das suas acções humanitárias. Fica lançado o repto para que visitem |
este espaço virtual. Conhecendo assim uma das mais prestigiadas e reconhecidas fundações católicas internacionais, que actua onde realmente é necessário, e que “está ao serviço da Igreja que sofre em silêncio”.
Fernando Cassola Marques |
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«Francisco. De Roma a Jerusalém» |
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O jornalista português Henrique Cymerman lançou em Lisboa o livro ‘Francisco. De Roma a Jerusalém’, no qual se assume como “judeu bergogliano” que acredita nos valores do atual Papa e na capacidade em encontrar caminhos de Paz. Em declarações à Agência ECCLESIA, Cymerman elogia a visão de “estadista” do Papa Francisco, que este consegue conciliar com uma grande simplicidade na sua forma de estar e de comunicar, numa “função chave para o futuro da humanidade”.
“Quem diz que é uma simplicidade de alguém que não percebe completamente o seu papel, simplesmente não percebe nada ou está preocupado porque não quer as transformações que o Papa Francisco está a fazer, fez e vai continuar a fazer. Além de ser um líder espiritual, é um estadista, um estratega”, refere o jornalista português. “Ele conquista as pessoas e isso em Israel, na Palestina, não é fácil”, acrescenta. A obra, editada pela Guerra e Paz, retrata a viagem pontifícia à Terra Santa, em maio deste ano, dando a conhecer fotos e textos inéditos desta visita, bem como os detalhes do
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processo que levou à realização, a 8 de junho, de uma invocação pela paz inédita, que reuniu no Vaticano os presidentes de Israel e da Palestina. Hernique Cymerman lembra que o encontro entre Shimon Peres e Mahmoud Abbas foi a primeira vez em que muitos jovens judeus e muçulmanos viram pessoas das suas religiões a rezarem juntos.
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O jornalista revela ainda que pensou gravar uma mensagem do Papa Francisco para ser transmitida na final do Campeonato do Mundo do Brasil, na presença de uma delegação de crianças de Israel e da Palestina, o que acabou por não ser possível.
“Ele disse-me: Henrique, isso era excelente, mas já não há tempo, vamos ser práticos e vamos concentrar-nos em projetos que possam fazer a diferença”, relata. O livro tem a coautoria de Jorge Reis-Sá, escritor católico, que acompanhou a viagem e a entrevista que o Papa concedeu, após a oração de 8 de junho, ao jornalista português. “Francisco está a ir às raízes, colocar as coisas como elas são, e isso |
acrescenta muito a um conflito onde as pessoas perderam a noção do que é importante”, refere à Agência ECCLESIA.
A experiência de diálogo entre os autores procura prolongar na obra a experiência de paz como ‘caminho’, na recusa absoluta da violência com justificações religiosas. “É preciso continuar a lutar, não perder a esperança, saber que vai haver momentos muito difíceis - que não devem impedir que se continue essa luta - e sobretudo unir as pessoas de bem, porque há pessoas de bem em todas as religiões e nos principais países do Médio Oriente, contra as pessoas querem o mal”, conclui Cymerman.
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II Concilio do Vaticano:
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No próximo domingo, o Papa Paulo VI vai ser beatificado, numa cerimónia a realizar na Praça de São Pedro, no Vaticano. Um autêntico laborioso na construção e realização conciliar e que soube dirigir os trabalhos da maratona que foi o II Concílio do Vaticano (1962-65). Um homem que intuiu as mudanças do mundo. Foi com Montini que se reuniu, em Roma, Itália, o primeiro Congresso do Apostolado dos Leigos, na estação outonal de 1951. Através do seu olhar estético fez nascer a Comissão Pontifícia para o cinema e o Comité Pontifício de Ciências Históricas. Em 1952, consta que recusou o cardinalato para ficar a trabalhar com o Papa Pio XII no cargo de pró-secretário de Estado para os Negócios Eclesiásticos Ordinários. Em janeiro do ano seguinte, no consistório secreto, o Papa Pio XII confidenciou: “Era nossa intenção fazer membros do vosso Sacro Colégio os dois prelados insignes que presidem aos serviços da Secretaria de Estado [Montini e Tardini]. Os seus nomes estavam destinados a encimar a lista já preparada para a criação de novos cardeais. Dando uma notável prova de virtude, estes prelados pediram insistentemente para que nós os dispensássemos de uma tão alta dignidade”. A 01 de novembro de 1954, o Papa Pio XII nomeou-o arcebispo de Milão, sendo ordenado a 12 de dezembro do mesmo ano pelo cardeal Tisserant, na Basílica de São Pedro. No dia 05 de janeiro de 1955, ao entrar no território milanês, “beijou a terra molhada”. Ficou célebre a sua frase quando tomou posse na catedral milanesa:
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“Rezai, rezai comigo para que o ruído das máquinas se converta em música e em incenso o fumo das chaminés”. Era um verdadeiro pastor. Tanto visitava doentes como operários. Numa visita, a uma fábrica disse aos trabalhadores: «Os primeiros a renegar a religião não foram os operários, mas sim os grandes empresários e economistas do século passado [XIX] que sonhavam construir um progresso, uma civilização e uma paz sem Deus e sem Cristo». Nas aldeias falava com linguagem simples adaptada. O seu trabalho pastoral era reconhecido e a 15 de dezembro de 1958, o Papa João XXIII criou-o cardeal, com o título dos santos Silvestre e Martinho. O Papa Roncalli convocou o II Concílio do Vaticano, mas o Papa Montini foi um estratega. Tanto que o João XXIII reservou um apartamento |
no Vaticano para o Cardeal Montini. Foi eleito Papa a 21 junho de 1963. A melhor garantia da continuação do concílio. Não desesperava os conservadores, nem decepcionava os progressistas. O Papa Paulo VI viveu o Verão de 1963 cheio de labor. Para além da preparação do II Concílio do Vaticano chegou a fazer duas e três alocuções por dia.
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Outubro 2014 |
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Dia 17 de Outubro* Fátima - Reunião da Faculdade de Teologia da UCP
* Bragança - Mirandela - Centro Juvenil Salesiano - Início (decorre até 30 de janeiro de 2015) do curso de Doutrina Social da Igreja promovido pelo Instituto Diocesano de Estudos Pastorais (IDEP) orientado pelo padre Lino Maia e o padre Sobrinho Alves.
* Lisboa - Fundação São João de Deus - Caminhada solidária pelo Hospital de São João de Deus
* Lisboa - Universidade Lusófona e Rua Augusta - Apresentação do projeto «Impossible – Passionate Happenings» e fórum social para erradicar a pobreza.
* Évora - Redondo (Centro Cultural) - V Edição do Dia do Património das Misericórdias com a realização de várias conferência e o lançamento do livro «100 anos de gratidão» que contará com a presença de D. José Alves. Uma iniciativa organizada pela União das Misericórdias Portuguesas. |
* Lisboa - Biblioteca do Palácio Foz - Lançamento do livro «Do outro lado da rua» da autoria de Marta Atalaya para comemorar os 25 anos da Comunidade Vida e Paz com apresentação a cargo de Ricardo Araújo Pereira.
* Lisboa - Basílica dos Mártires - Celebração pelos sem-abrigo falecidos presidida por D. Joaquim Mendes no contexto do Dia Internacional dos Sem-abrigo e da Erradicação da Pobreza.
* Porto - Ovar (Salão nobre da Câmara Municipal) - Debate sobre «Religião e Economia» com Augusto Santos Silva e João Duque
* Braga: Famalicão (Centro Cívico e Paroquial) - Concerto missionário com a «Banda Missio» integrado no «Outubro Missionário»
* Setúbal - Montijo (Centro Paroquial) - A Pastoral Familiar da Diocese de Setúbal promove uma reflexão sobre «Os desafios do Sínodo da Família» que tem como orador o padre Duarte da Cunha, secretário da Federação das Conferências Episcopais Europeias.
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* Aveiro - Gafanha da Nazaré (Salão Paroquial) - Lançamento da obra «É mesmo uma Boa Nova: Escritos, Estudos e Vivências de um padre no Brasil» da autoria do padre Pedro José Lopes Correia, da diocese de Aveiro.
* Setúbal - Almada - Convento dos Capuchos da Caparica - Jornadas de estudos sobre o Convento dos Capuchos (17 e 18)
* Fátima - Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo - Curso sobre a Mensagem de Fátima «O triunfo do amor nos dramas da História» (17 a 19)
* Fátima - Domus Carmeli - Congresso «A experiência mística cristã» para preparar o V centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus.
* Porto - Colóquio sobre «Um poder entre poderes. Nos 900 anos da restauração da Diocese do Porto e da construção do Cabido Portucalense».
Dia 18 de Outubro* Guarda - Carmelo da Guarda - Bodas de ouro de vida religiosa da madre prioresa do Carmelo presididas por D. Manuel Felício e início das comemorações do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus, Fundadora das Carmelitas Descalças e Doutora da Igreja.
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* Bragança - Torre de Moncorvo - Igreja da Misericórdia - Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja com o tema «Comunicar Património».
* Lamego - Conselho diocesano da Acção Católica Rural (ACR)
* Açores - A Comissão dos Bens Culturais da Igreja da Diocese de Angra promove a iniciativa «Comunicar o Património».
* Beja – Aljustrel - Jornada Missionária Diocesana com o tema «Família, Dom e Missão»
* Portalegre - Ponte de Sor - Jornadas missionárias dedicadas ao tema «Missão: uma paixão por Jesus e por todos»
* Fátima - Apresentação do novo módulo de formação do programa «+Próximo» que tem como tema central os Grupos Paroquiais de Ação Social.
* Aveiro - Encontro de D. António Moiteiro com os professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC)
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A Diocese de Portalegre-Castelo Branco vai promover este sábado a sexta edição das suas jornadas missionárias, dedicadas este ano ao tema “Missão: uma paixão por Jesus e por todos”. “A Igreja é, por natureza, missionária. Como batizados, sintamo-nos todos participantes da Missão de Jesus Cristo”, salienta uma nota publicada no site da diocese.
Para celebrar e assinalar nove séculos de história, a diocese do Porto vai realizar um congresso internacional, de 17 a 19 de outubro, com o tema “Um poder entre poderes. Nos 900 anos da restauração da Diocese do Porto e da construção do Cabido portucalense”. O bispo do Porto escreveu uma mensagem pelos 900 anos da restauração da diocese em que destaca a efeméride como momento que “ajuda a compreender o percurso histórico” de uma Igreja que deve ser “perita em humanidade”.
As jornadas nacionais da Pastoral Familiar em Portugal vão decorrer entre 18 e 19 deste mês em Fátima, com o tema «Família e Fecundidade da Igreja». Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, Fátima e Luís Reis, casal responsável pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar, destacam a participação dos padres Juan Luís Larrú, decano do Pontifício Instituto João Paulo II, em Espanha, e do padre Duarte da Cunha, secretário da Confederação das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h22Domingo, dia 19 de outubro: Paulo VI: Percursos de santidade
RTP2, 15h30 Segunda-feira, dia 20 - Entrevista ao padre Adelino Ascenso, superior geral dos Missionários da Boa Nova"; Terça-feira, dia 21 - Informação e entrevista a Luís Natário, professor de EMRC; Quarta-feira, dia 22 - Informação e entrevista ao padre Vitor Feytor Pinto sobre a Pastoral da Saúde; Quinta-feira, dia 23 - Informação e entrevista a Isilda Pegado sobre a Família; Sexta-feira, dia 24 - Apresentação da liturgia de domingo pelos padres Robson Cruz e Vitor Gonçalves.
Antena 1 Domingo, dia 19 de outubro, 06h00 - No domingo em que a Igreja assinala o Dia Mundial das Missões a Ecclesia conversa com o missionário da Sociedade da Boa Nova, o sacerdote Adelino Ascenso.
20 a 24 de outubro - Os cinco sentidos e a espiritualidade, através do livro "A mística do instante", do padre José Tolentino Mendonça |
O que é a Liturgia?
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A saúde dói? |
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São muito poucos os assuntos que possuem uma espessura semelhante à saúde. Talvez desse facto derive as expressões populares: “o que se quer é saúde!” ou “juro pela minha saúde”. Sentir-se em saúde é entendido como um bem essencial ao ponto de, por se usufruir dela, se relativizar qualquer contratempo. Mesmo que a saúde dependa de muitos fatores (alimentação, educação, ambiente de trabalho, habitação, condições de higiene, salubridade da água, acesso às redes de cuidados de saúde, estilos de vida individuais, determinantes genéticas) paradoxalmente ela é sentida e valorizável sobretudo quando é colocada em perigo, em nós próprios ou naqueles que nos são próximos. É no acidente, na doença, na rutura de um relacionamento que a saúde é lida como um altíssimo valor. É na noite sem dormir por causa de uma dor (biopsicossocial e espiritual), na experiência da perda de controlo sobre as emoções, na incapacidade de lidar com a solidão, na receção de um diagnóstico médico violento, nos bancos de espera do Centro de Saúde ou de um hospital que se experimenta “a saúde”,
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A Assistência espiritual e religiosa é prestada ao utente a solicitação do próprio ou dos seus familiares ou outros cuja proximidade ao utente seja significativa, quando este não a possa solicitar e se presuma ser essa a sua vontade.(Decreto Lei 253/2009, art. 4)
principalmente a desejada (porque razão os doentes nos aconselham sempre a cuidar bem da saúde?). De resto, na prática, a saúde parece ser um silêncio, a manutenção de dezenas de equilíbrios de fatores internos e externos e uma sensação mais ou menos abstrata de bem-estar em que nada dói: nem o corpo nem a alma. Precisamos que nos doa para que valorizarmos a saúde? |
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Assistência religiosa e cuidados de saúde:
“Se tiver de ser internado(a), não esqueça, peça a visita do capelão aos enfermeiros logo no início do internamento. Não fique à espera”.(Comissão Nacional da Pastoral da Saúde)
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Ano A – 29º domingo do Tempo Comum |
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Olhar Deus, colaborar no bem comum |
O Evangelho deste 29.º Domingo do Tempo Comum termina com esta afirmação: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». Confrontado com a questão do pagamento do tributo, Jesus convidou os seus interlocutores a mostrar a moeda do imposto e a reconhecerem a imagem gravada na moeda, a imagem de César. Depois, Jesus concluiu com esta afirmação. Provavelmente, Jesus quis sugerir que o homem não pode nem deve alhear-se das suas obrigações para com a comunidade em que está integrado. Em qualquer circunstância, ele deve ser um cidadão exemplar e contribuir para o bem comum. A isso, chama-se “dar a César o que é de César”. No entanto, o que é mais importante é que o homem reconheça a Deus como o seu único senhor. As moedas romanas têm a imagem de César: que sejam dadas a César. Mas o homem não tem inscrita em si próprio a imagem de César, mas sim a imagem de Deus. Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus. Portanto, o homem pertence somente a Deus, deve entregar-se a Deus e reconhecê-l’O como o seu único senhor. Jesus vai muito além da questão que Lhe puseram. Recusa-Se a entrar num debate de carácter político e coloca a questão a um nível mais profundo e mais exigente. Na abordagem de Jesus, a questão deixa de ser uma simples discussão acerca do pagamento ou do não pagamento de um imposto, para se tornar um apelo a que o homem reconheça Deus como o seu senhor e realize a sua vocação essencial de entrega a Deus. Jesus não está preocupado, sequer, em afirmar que o homem deve repartir equitativamente as suas
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obrigações entre o poder político e o poder religioso; mas está, sobretudo, preocupado em deixar claro que o homem só pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político. Portanto, para o cristão, dizer que Deus é a referência fundamental e está sempre em primeiro lugar não significa que ele viva à margem do mundo e se demita das suas responsabilidades na construção do mundo. O cristão deve ser um cidadão exemplar, que cumpre as suas responsabilidades e que colabora ativamente na construção da sociedade humana. Ele deve |
respeitar as leis e cumprir pontualmente as suas obrigações tributárias, com coerência e lealdade. Não deve fugir aos impostos, nem aceitar esquemas de corrupção, nem infringir as regras legalmente definidas. Viver de olhos postos em Deus é colaborar no bem comum, é lutar por um mundo melhor e por uma sociedade mais justa e mais fraterna. Sabemos bem quanto isso é urgente na situação em que vivemos. Que isso conste da nossa oração e ação, neste Dia Mundial das Missões.
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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Libéria: A luta inglória contra a epidemia do ébolaHeróis invisíveis |
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Na Libéria, como em outros países de África, luta-se desesperadamente contra o vírus do ébola, extremamente mortal e para o qual não há ainda uma vacina eficaz. A Igreja tem desempenhado um papel essencial no apoio às populações afectadas. Mesmo arriscando a própria vida.
Chamava-se Miguel Pajares. Tinha 75 anos, era médico e missionário. Morreu em Agosto, em Espanha, a sua terra natal, mas foi na Libéria que contraiu o vírus do ébola. Desde Março, quando o surto de ébola começou a espalhar-se a uma velocidade alarmante, já morreram mais de 4 mil pessoas. Serra Leoa, Guiné, Libéria, Nigéria e Senegal, são os países mais afectados. Mas não só. Com pelo menos um caso diagnosticado em Espanha, o ébola já chegou à Europa. Responsáveis da OMS não escondem a preocupação perante a magnitude do problema, que poderá passar de epidemia a catástrofe. Há estimativas de que as infecções pelo vírus ébola podem triplicar para cerca de |
20 mil casos até Novembro, aumentando em milhares todas as semanas.
Heróis invisíveisO ébola tem uma taxa de mortalidade até cerca 90%, e não há vacina nem cura conhecida. Voltemos a Miguel, o médico e sacerdote. Estava a dirigir o Hospital de São José, em Monróvia, quando adoeceu depois de ter assistido um doente infectado com o vírus. Miguel, assim como os irmãos Patrick e George, que como ele pertenciam à Ordem Hospitaleira de São João de Deus, e a irmã Chantal, das Missionárias da Imaculada Concepção não resistiram à força do ébola. Como eles, vários enfermeiros e assistentes sociais, ligados à diocese, perderam a vida. Agora que o vírus chegou à Europa e se percebe a forma extremamente cautelosa com que os doentes são tratados, compreende-se o carácter heróico dos que em África não olham a meios para tratar das pessoas infectadas. Neste momento, a Libéria está paralisada pelo medo.
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Pedido de ajudaMiroslaw Adamczyk, o Núncio Apostólico para a Libéria, Serra Leoa e Gâmbia, mão tem mãos a medir. De todos os lados chovem pedidos de ajuda. As estruturas locais da igreja pouco podem fazer. As missas têm servido para os padres explicarem como evitar o contágio, mas o medo propagou-se mais depressa do que o vírus. Como explica o Núncio, pedindo ajuda à Fundação AIS para esta
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situação de emergência, “qualquer pessoas que tenha uma ponta de febre ou dor de cabeça fica logo em pânico”. Monsenhor Miroslaw pede-nos ajuda. “Precisamos das vossas orações. A nossa esperança é sempre a mesma: acreditamos em Jesus Cristo que superou o sofrimento e a morte. Temos a certeza que Ele não nos vai desapontar.”
Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt |
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Dar pão a quem tem fome |
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Tony Neves |
Cruzar as obras de Misericórdia com as bem-aventuranças assegura aos cristãos o compromisso e a confiança num futuro de justiça. Assim, é importante ‘dar de comer a quem tem fome’, cumprindo um dos mais elementares deveres de justiça social, saciando uma das necessidades básicas de qualquer ser humano. Ao olhar para o panorama do mundo (basta olhar um pouco á nossa volta!), depressa concluímos que esta obra de misericórdia, este dever humano, não é muito tomado a sério e, por isso, somos constantemente incomodados com as estatísticas que falam de fome e desnutrição, arrasando a consciência da humanidade. Há, por isso, um longo caminho a percorrer para que o mundo seja mais justo e fraterno, dando oportunidades de dignificação a todos os humanos, incentivando à justiça, à solidariedade, à partilha, ao sentido de fraternidade universal. Era para aqui que a humanidade devia caminhar… As Bem-Aventuranças apontam outros caminhos quando dizem ‘felizes os que têm fome porque serão saciados’. Há uma promessa de Deus que tem de ser cumprida pelos humanos. Viver segundo o espírito das Bem-Aventuranças constitui uma enorme responsabilidade para todos. Os famintos só serão saciados se as pessoas forem fraternas e se derem as mãos. Dito de outra forma, se abrirem as mãos para repartir o que têm e o que são, colocando talentos e bens á disposição dos outros. É esta cultura de fraternidade que é urgente trazer para a praça pública da política
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e da sociedade em geral, para que ninguém fique excluído do banquete da criação. Sim, Deus criou o mundo para todos e não só para meia dúzia de iluminados que tomaram conta das riquezas e se banqueteiam com elas, considerando-as propriedade sua e intocável. A doutrina social da Igreja recorda que a propriedade privada está sujeita á destinação universal dos bens. O que quer dizer que primeiro está o benefício colectivo e só depois a propriedade privada tem lugar.
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Deveria ser assim, mas não é… O Dia Mundial da Alimentação mete o dedo em muitas feridas, a começar pela da fome, chaga profunda e de difícil cicatrização. Há que humanizar a economia e a política para que as decisões maiores ajudem a combater estes dramas que provocam desigualdade social e geram injustiças gritantes. Que bom que seria sentir que o espírito das Bem-Aventuranças estava assegurado com a prática das Obras de Misericórdia.
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“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
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