04 - Editorial:

   João Aguiar Campos

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

     D. Manuel Linda

     José Carlos Patrício

18 - Dossier

   Sínodo 2014

40 - Internacional

 

46 - Multimédia

48 - Estante

50 -  Vaticano II

52 -  Agenda

54 - Por estes dias

56 - Programação Religiosa

57 - Minuto Youcat

58 - Pastoral da Saúde

60 - Liturgia

62 - Fundação AIS

64 - Lusofonias

 

 

 

Foto da capa: Lusa

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

 

Beato Paulo VI

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Igreja lembra importância das vocações

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Sínodo: Igreja em caminho

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João Aguiar Campos | D. Manuel Linda | Jorge Teixeira da Cunha | Fernando Cassola Marques |Manuel Barbosa |Paulo Aido | Tony Neves 

 

O  Sínodo regressa às dioceses

João Aguiar Campos

Secretariado Nacional das Comunicações Sociais

 

Quando, no passado domingo, acabei de televisionar a beatificação de Paulo VI e o encerramento do sínodo, desejei que, algures no écrã, aparecesse a menção:CONTINUA.
Julgá-la-ia perfeitamente adequada e informativa -- porque a verdade é mesmo esta: o Sínodo sobre a Família está longe de acabar.
É, aliás, fundamental que, após estes quinze dias de debates apaixonados e mediatizados, não se entre num poisio reflexivo; ou,  em linguagem desportiva, não se vá até ao bar ou à roulotte das bifanas cumprir um intervalo, à espera da segunda parte.
O sínodo regressa, de facto,  às dioceses. O que significa que as igrejas locais têm a oportunidade de assimilar umas proposições e aprofundar outras -- de modo que, em Outubro do próximo ano -- a sessão ordinária esteja preenchida e enriquecida de novos (e rezados) contributos.
Tenho para mim que os próximos meses podem ser extremamente fecundos; não apenas pelo caminho já feito e, nalgumas curvas, desbravado -- mas também porque tudo se pode fazer sem holofotes que, frequentemente, apaixonam uns e retraem outros.
Uma das prioridades que defendo de imediato, encontrei-a expressa pela jornalista Constance Miriano, que espera se trabalhe, na Igreja, na "realfabetização" do  amor. Algo que realmente urge fazer sem medo de contrastar e contestar modelos televisivos e cinematográficos ou 

 

 

revoluções antropológicas.; mas também sem medo de procurar à luz do Evangelho e da fé as respostas para as perguntas novas e difíceis que se fazem ouvir e merecem resposta.
Como hoje mesmo dizia o padre Frederico Lombardi,  "o peregrino que caminha à procura da  vontade  de Deus, num certo sentido, não sabe onde chegará -- como Abrãao, que caminha sob a orientação do Senhor -- mas sabe que o Senhor o acompanha e está, por isso, confiante".
Se perdermos de vista esta perspectiva, tudo o mais se altera drasticamente. E, então sim, facilmente a misericórdia vira laxismo

 

 e a doutrina uma abstração, ou a fidelidade se torna azeda e arrogante para uns e jugo imposto para outros.
Uma última palavra escrita nas tremuras do Alfa Pendular: perante o ruído de alguns dias ouvi gente a pôr em causa a "ideia" do Papa Francisco. Sei que há sempre o risco de, ao mexer num tanque, subir algum lodo; mas a sua preferência é, claramente, por uma Igreja acidentada e capaz de chorar, em detrimento de uma coutada protegida e bacteriologicamente imune.
Mas isso, como diz um amigo meu, é estar morto e não tomar conhecimento!

 

 

 

Cerimónia de beatificação de Paulo VI

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- “Este foi um sínodo das pessoas e não apenas dos padres sinodais” (Pedro Gomes – In: «Açoriano Oriental» de 22 de outubro de 2014)

 

 

 

 

- “Na guerra entre Cratos e Nogueiras, os pobres alunos e seus mansos interesses estão reduzidos ao triste papel de vítimas colaterais” (João Miguel Tavares – In: «Público» de 23 de outubro de 2014)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- “O foco do jornalismo não deveria ser andar sempre à caça de escândalos porque os erros não têm todos, nem sempre, a forma de ‘escândalo’” (Alain de Botton – In: «Revista do Expresso» de 18 de outubro de 2014)

 

 

 

- “A clonagem dos cristãos não é aconselhável. O importante é que a assembleia cristã seja uma família de muitas famílias que respeite a diversidade, não como um favor, mas como um direito de todos e um dever de diálogo permanente.” (Frei Bento Domingues – In: «Público» de 19 outubro de 2014 )

 

 

Em busca de novas vocações sacerdotais

A Igreja Católica vai celebrar de 9 a 16 de novembro a Semana dos Seminários, com o tema ‘Servidores da Alegria do Evangelho’, apelando ao testemunho dos sacerdotes junto dos que sofrem, “os pobres”, “os pecadores e doentes”. “Enquanto enviado ao mundo, [o padre] tem por missão sintonizar com todos os homens e mulheres, assumir as suas dores e acolher as suas alegrias, para as oferecer àquele que renova todas as coisas” escreve D. Virgílio do Nascimento Antunes, presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM).

O bispo da Diocese de Coimbra destaca que o caminho da evangelização do mundo passa “pelo testemunho de vida de muitas pessoas, famílias e comunidades que se sentem felizes por estar fundadas em Cristo”.

Do mesmo modo, observa o presidente da CEVM, “a via mais segura” para o aumento das vocações sacerdotais entre os jovens é que todos cristãos” vivam e testemunhem “a alegria do encontro com o Evangelho”.

A mensagem divide-se em quatro tópicos – padre, discípulo com

 

 discípulos; padre, pastor para os cristãos; padre, servidor da alegria do Evangelho – sendo o último a oração pela Semana dos Seminários 2014.

D. Virgílio Antunes começa por destacar que a Igreja e o mundo continuam a “reclamar padres que sejam homens de Deus, apaixonados por Jesus Cristo”. “Não se pede ao padre que seja o compêndio de todas as virtudes humanas e espirituais, o herói que tudo pode e supera, o mestre que domina todas as áreas do saber, a perfeição no agir”, observa.

O bispo de Coimbra realça que a especificidade da vocação sacerdotal torna o padre “pastor dos outros cristãos”, cuja “maior alegria” se manifesta no acompanhamento das comunidades. A mensagem refere que o sacerdote, chamado a viver a “intimidade de Cristo”, tem oportunidade de “conhecer de perto a fonte e as razões de toda a alegria”.

No mesmo âmbito, o Santuário de Fátima vai acolher entre sexta-feira e sábado o Fórum Nacional das Vocações, uma iniciativa destinada a todas as pessoas que trabalham nas áreas da pastoral vocacional e da educação da fé.

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo uma nota do gabinete de imprensa do Santuário, enviada à Agência ECCLESIA, o programa de trabalhos na Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores vai incluir um painel sobre as “diversas formas de propor a vocação” hoje.
 

 

Destaque ainda para uma “abordagem bíblica, teológica e espiritual da vocação”, que vai ser feita por D. António Couto, bispo de Lamego.

O Fórum Nacional das Vocações, organizado pela Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, terá como tema “Bem-aventurados sois vós”. 

 

 

 

Mensagem de Fátima no IPO

A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima está presente neste mês de outubro na capela do Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, para levar ânimo e esperança aos doentes que ali estão a ser tratados.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Carla Rocha, uma das organizadoras desta iniciativa, destaca a importância de “trazer o carinho da Mãe” àquele hospital, aos seus utentes, aos familiares que todos os dias os acompanham, independentemente do seu credo ou religião.

“Ter fé não é ser católico, é acreditar em algo, e todas as pessoas a partir do momento em que nascem têm fé, que alguém as vai alimentar, as vai vestir, as vai criar”, realça aquela responsável, cujo filho também está em tratamento no IPO.

A escolha do mês de outubro para a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima não foi por acaso, já que este é um tempo forte dedicado a Maria e à oração do Rosário.

Esta iniciativa pretende também contribuir para a “evangelização” das pessoas e para a divulgação da mensagem de Fátima no meio hospitalar.

 

 

 

 

Além das propostas de oração, a programação destes dias na capela do IPO de Lisboa procura levar confiança e alegria a utentes e familiares recorrendo a áreas como o teatro e a música.

No último domingo, a escritora Thereza Ameal e o seu filho, o músico e psicólogo João Ameal, levaram às crianças que ali estão a ser seguidas, e aos seus pais, o seu mais recente trabalho, o livro-CD “Rezar, crescer e cantar”.

Até ao final do mês, vão prosseguir as iniciativas diárias na capela do IPO de Lisboa, com a participação de grupos de leigos e de vários movimentos cristãos. No dia 31, D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra e antigo reitor do Santuário de Fátima, vai presidir a uma Missa, a partir das 11h30.

 

 

 

 

 

 

Igreja ajuda presos portugueses no Peru

A Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) está a ajudar os presos portugueses no Peru, a cumprir penas ligadas ao tráfico de droga. A OCPM aceitou o desafio lançado pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que “manifestou uma grande preocupação com os detidos no Peru”, devido ao número de presos naquele país da América Latina, disse à Agência ECCLESIA frei Francisco Sales, diretor da OCPM.

De 12 a 18 deste mês, o responsável da OCPM esteve no Peru, “talvez o país da América Latina que tem mais presos portugueses”, e pode visualizar as condições em que vivem os detidos.

O projeto apoiado pelo Estado Português pretende que a OCPM vá “ao encontro desta realidade para tentar criar, ao nível do terreno, uma parceria com a Igreja local e dar apoio, particularmente nas necessidades básicas destas pessoas”, realçou frei Francisco Sales.

O responsável da OCPM visitou duas prisões no Peru que tinham cerca de 60 presos com nacionalidade portuguesa e “todos eles ligados ao tráfico de droga, os chamados «mulas da droga»”.

 

 

Alguns são muito jovens e particularmente as “mulheres foram enganadas por esquemas de organizações de traficantes”, visto que algumas “nem sabiam para aquilo que iam” e foram “lançadas como isco” para que outros “passassem com carregamentos maiores”, denunciou.

A forma de angariação “destas mulheres é muito parecida” e “a maior parte delas estava numa situação muito vulnerável”, sublinhou o diretor da OCPM.

Quando visitou a prisão situada na Diocese do Calhau, frei Francisco Sales confidenciou que aquele espaço parece “um autêntico cenário de guerra” e “com “muita pobreza” Naquela prisão “quase tudo é pago - uma espécie de economia paralela - até o colchão para dormir tem de ser pago”, salientou.

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Artista plástico português retrata o Papa Francisco

 

 

 

Novo superior geral apresenta desafios da Sociedade dos Missionários da Boa Nova

 

Quando a Igreja sai à praça pública

D. Manuel Linda 

Bispo das Forças Armadas e Segurança

 

É temerária a minha crónica de hoje. Não pelos assuntos em causa. Mas pela ousadia de englobar três temas, quando, com apenas um, quase sempre ultrapasso os limites de caracteres que me são fixados. Tentarei faze-lo telegraficamente. Mas vale a pena referi-los, pois este mês de Outubro fica marcado pela descida da Igreja à praça pública.

 

1. Jornada Missionária Mundial. Como actividade que exprime a “paixão por Jesus e por todos”, é de sempre. Começou com os primeiros: os Apóstolos. E a Igreja nunca mais se esqueceu. Tornou-se notória na época das descobertas. E o Concílio Vaticano II, como escreve o Papa Francisco, “colocou em relevo como a tarefa de ampliar os limites da fé é um compromisso de todo o baptizado”. E é inegável como os cristãos se comprometem mediante a ajuda económica. Certo. Mas não estará na hora de dar um passo em frente e passar da entrega do dinheiro à entrega de si próprio? “Portugal, convoco-te para a missão”, bradava, em Lisboa, São João Paulo II. Ouvimo-lo?

 

2. Sínodo sobre a família. Que lindo que foi! Sim, lindo! Se alguma comunicação social teimou em acentuar sensibilidades, exagerar divergências, insinuar divisões, eu vislumbrei o que mais amo na Igreja: a sua dimensão simultaneamente divina e humana. “O Espírito Santo e nós decidimos…”, assim começa a «Constituição» do primeiro «Concílio», o dos Apóstolos em Jerusalém. Que beleza a deste “nós”, nas diversidades pessoais! 

 

 

Tal como neste Sínodo: o Espírito Santo e os Padres uniram-se para tactearem vias de harmonização de dois aspectos de nem sempre fácil concordância, ou seja, os dogmático-doutrinais e a sua expressão pastoral. É que, se os primeiros reclamam fidelidade ao depósito da fé que assegura que a comunhão íntima de toda a vida, para um cristão, é elevada à dignidade de Sacramento pelo matrimónio, com as consequentes propriedades da unidade e da indissolubilidade, não é menos verdade que a pastoral só pode fazer apelo às palavras e às atitudes do Senhor. E Ele dizia (e fazia): “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mc 2, 17). Curiosamente, foi isto que o Vaticano II entendeu bem.

 

3. Beatificação de Paulo VI. Que grande homem no meio dos grandes da Igreja do século XX! Que grande Igreja que, eninterruptamente, tem tido dirigentes da grandeza de um São João XXIII, São João Paulo II, Beato Paulo VI e outros! Todos os outros. Sem esquecer o inesquecível Papa Luciani, João Paulo I. O tal que brilhou como um relâmpago: com tanta intensidade como brevidade. Curiosamente, todos estes Papas possuem um denominador comum: foram Papas e Padres do Concílio! Coincidência? Não! Muito mais do que isso.

Dou-me conta de que, a propósito destes três assuntos, acabei por os referir sempre ao Concílio. Pois é. É que quando a Igreja desce ao mundo dos homens e não tem medo de entrar na praça pública, a coisa torna-se séria.

 

 

Um coração comprometido

José Carlos

Agência ECCLESIA

 

Esta semana estive no Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, onde está desde o princípio do mês a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

A iniciativa partiu de um grupo de pessoas, de leigos, entre os quais uma mãe cujo filho está em tratamento naquele hospital.

Aproveitando o facto de outubro ser tradicionalmente um tempo ligado a Maria e à oração do Rosário, eles meteram mãos à obra para levarem aos doentes a presença confortante da “Mãe”.

Por estes dias, na capela do IPO, situada no sétimo andar do edifício central, decorrem à volta da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima as mais variadas iniciativas, não só de caráter religioso mas também lúdico e cultural.

No dia em que fui tive oportunidade de assistir a um espetáculo da escritora Thereza Ameal e do músico João Ameal, mãe e filho, dirigido às crianças que ali estão a ser acompanhadas.

Podemos pensar que os sorrisos e a alegria vivida durante aqueles minutos na capela são momentâneos, que depois de passados a doença permanece.

Ou então podemos olhar para este quadro com uns olhos completamente diferentes, com um coração comprometido, como o Papa Francisco nos pede, um coração capaz de ir ao encontro do outro, daquele que sofre, que passa dificuldades não só físicas como psicológicas e espirituais.

 

 

 

 

 

 

O padre Vitor Feytor Pinto, antigo coordenador da Pastoral da Saúde, dizia há dias que era essencial não descurar o poder curativo da fé.

Outro sacerdote, que tive oportunidade de escutar em Fátima, Juan de Dios Larrú, destacava a importância do “fazer comunidade”, das pessoas promoverem entre si momentos de comunhão, numa sociedade onde a maior parte dos problemas têm origem num individualismo excessivo.

Quantos de nós, confrontados com situações de sofrimento, poderíamos ter tomado a iniciativa, parando, estando, visitando, tirando uns 

 

minutos para conversar ou rezar com essas pessoas ou mesmo familiares, e não o fizemos?

Muitas vezes passamos a nossa vida a pensar em como fazer a diferença, em como sair do anonimato, em termos o nosso “minuto de fama”, quando a verdadeira diferença está nesta capacidade de conseguirmos sair um pouco de nós mesmos e ajudarmos alguém.

“Formatados” como estamos, é difícil mudar de hábitos mas pelo menos iniciativas como as do IPO de Lisboa continuam a dizer-nos de que é possível ver e viver a vida de outra forma.

 

 

Papa encerrou trabalhos do Sínodo com alertas contra rigorismo e facilitismo

O Papa Francisco encerrou os trabalhos da terceira assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos com um discurso em que alertou contra atitudes de rigorismo ou de facilitismo na ação da Igreja. “A Igreja tem as portas escancaradas para receber os necessitados, os arrependidos e não só os justos ou os que pensam que são perfeitos. A Igreja não se envergonha do irmão caído e não finge que não o vê, pelo contrário, sente-se levada e quase obrigada a levantá-lo de novo”, declarou, concluindo duas semanas de debate sobre o tema ‘Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização’.

 
Francisco, que interveio pela primeira vez desde a sessão inaugural, a 6 de outubro, admitiu que houve “tentações” de “rigidez hostil”, ou seja, de quem se quis “fechar no que está escrito” em vez de se deixar “surpreender por Deus”. “Desde o tempo de Jesus, é a tentação dos zelosos, dos escrupulosos, dos cuidadosos e dos hoje chamados tradicionalistas e também dos intelectualistas”, precisou.

O Papa advertiu ainda para a “tentação do facilitismo [buonismo, em italiano] destrutivo, quem em nome de uma misericórdia enganadora enfaixa as feridas sem primeira as curar e medicar”. “É a tentação dos facilitistas, dos medrosos e também dos chamados progressistas e liberais”, realçou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Francisco lamentou que muitos comentadores tenham pensado “ver uma Igreja em litígio”, durante o Sínodo 2014, “onde uma parte está contra a outra”.

A intervenção pediu que a Igreja não transforme “o pão em pedra”, para a atirar contra “os pecadores, fracos e doentes” e alertou para a “tentação de descer de cruz, para contentar as pessoas” em vez de purificar o “espírito mundano”.

O debate, disse Francisco, decorreu sem colocar nunca em discussão as verdades fundamentais do sacramento do Matrimónio: indissolubilidade, unidade, fidelidade e abertura à vida.

Francisco falou ainda na tentação de “descuidar o depósito da fé”, 

 

considerando-se “não guardiães, mas proprietários e patrões”, ou de “descuidar a realidade”, com uma linguagem incompreensível.

Segundo o Papa, este Sínodo foi um “caminho” que incluiu momentos de “tensão” e de “consolação”, admitindo que teria ficado mais preocupado se “todos estivessem de acordo ou taciturnos numa falsa e quietista paz”.

O debate, disse Francisco, decorreu “sem colocar nunca em discussão as verdades fundamentais” do sacramento do Matrimónio: indissolubilidade, unidade, fidelidade e abertura à vida.

A intervenção observou ainda que o dever de cada bispo, como “pastor”, 

 

 

 

 

 

 

 

 

é o “alimentar o rebanho que o Senhor lhe confiou” acolhendo e indo ao encontro das ovelhas perdidas “com paternidade e misericórdia, sem falsos medos”.

“Caros irmãos e irmãs, agora temos ainda um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, .

 

as ideias propostas e encontrar soluções concretas para tantas dificuldades e incontáveis desafios que as famílias têm de enfrentar”, concluiu.

Segundo o porta-voz do Vaticano, a intervenção de Francisco foi aplaudida de pé durante cerca de cinco minutos

 

 

Relatório final do Sínodo centra-se na verdade sobre o matrimónio e a família

O Vaticano apresentou em conferência de imprensa o relatório final da assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, que debateu os temas da família, o qual sublinha a “verdade” da indissolubilidade do casamento, recusando outros tipos de união.

O documento, publicado pela sala de imprensa da Santa Sé, refere que o único “vínculo nupcial” na Igreja Católica é o sacramento do Matrimónio e que “qualquer rutura do mesmo é contra a vontade de Deus”.

O Sínodo assume a necessidade de “discernir os caminhos para renovar a Igreja e a sociedade no seu 

 

compromisso pela família fundada sobre o matrimónio”, a “união indissolúvel entre o homem e a mulher”.

Os participantes sustentam que “os grandes valores do matrimónio e da família cristã” são a resposta aos anseios da existência humana face ao “individualismo” e “hedonismo”.

O documento sintetiza as duas semanas de debate, com intervenções em sessões gerais e discussões em grupos linguísticos em que se discutiu muito a relação entre doutrina e misericórdia.

Jesus, “colocou em prática a doutrina

 

 

 

 

 

 

 ensinada, manifestando assim o verdadeiro significado da misericórdia”, pode ler-se, antes de se referir que "a maior misericórdia é dizer a verdade com amor".

A reflexão sobre casamentos civis, divorciados e recasados na Igreja deixa uma mensagem de “amor” para com a “pessoa pecadora” e diz que esta participa “de forma incompleta” na vida eclesial.

“Trata-se de acolher e acompanhar estas pessoas com paciência e delicadeza”, pode ler-se.

O documento retoma as observações sobre a necessidade de fazer “escolhas pastorais corajosas” na ação da Igreja junto das “famílias feridas”, em particular junto de quem “viveu 

 

injustamente” a separação e o divórcio.

O relatório final do Sínodo de 2014 foi votado ponto a ponto, em cada um dos seus 62 números, que reuniu 470 propostas dos chamados ‘círculos menores’.

As votações sobre cada número foram divulgadas pelo Vaticano, por decisão do Papa, revelando que os parágrafos 52 (acesso dos divorciados recasados à Comunhão), 53 (comunhão espiritual a divorciados) e 55 (homossexuais) não chegaram a uma maioria de dois terços dos 183 padres sinodais presentes; o parágrafo 41 (matrimónios civis e uniões de facto) mereceu 54 votos contra. Em relação ao acesso à Comunhão e à 
 

 

 

Penitência pelos divorciados em segunda união, tema sobre o qual se gerou divisão entre os participantes, alguns “argumentaram em favor da disciplina atual [que impede o acesso aos sacramentos]” e outros propõem um “acolhimento não-generalizado”.

Este foi o ponto em que houve mais votos contra (74), no qual se pede que seja aprofundada a questão, “tendo presente a distinção entre situação objetiva de pecado e circunstâncias atenuantes”.

O texto apresenta dois números sobre a situação dos homossexuais, com críticas às “pressões” sobre os 

 

 

 

membros da Igreja por causa da sua doutrina nesta matéria e às leis que instituem uniões entre pessoas do mesmo sexo.

62 pessoas votaram contra um número no qual se afirma que “os homens e as mulheres com tendências homossexuais devem ser acolhidos com respeito e delicadeza”.

O relatório do Sínodo alude ainda às propostas para tornar “mais acessíveis e ágeis”, de preferência “gratuitos”, os procedimentos para o reconhecimento de casos de nulidade matrimonial, realçando que alguns participantes se mostraram “contrários” a mudanças.

 

 


 

 

Os vários pontos apelam à valorização dos métodos naturais de planeamento natural e da adoção, condenando a mentalidade “antinatalista”; recordam a reflexão sobre a família nos documentos da Igreja e pedem liberdade de educação para os pais.
 
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, sublinhou que este não é um documento “doutrinal” e que vai servir de base para a preparação para a assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com três semanas de trabalho, em outubro de 2015.
 
 

55. Algumas famílias passam pela experiência de possuir, entre os seus membros, pessoas com orientação homossexual. A respeito dos que nos interrogam sobre quais cuidados pastorais oportunos nestas situações, [em resposta] referimo-nos a quanto ensina a Igreja: «Não existe fundamento algum para assimilar ou estabelecer analogia, nem mesmo remota, entre as uniões homossexuais e o desígnio de Deus sobre o Matrimónio e a família». Não obstante, os homens e as mulheres com tendências homossexuais devem ser acolhidos com respeito e delicadeza. «Em relação a eles, evitar-se-á qualquer traço de discriminação injusta» (Congregação para a Doutrina da Fé, Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais, 4).

 

 

56. É totalmente inaceitável que os pastores da Igreja sofram pressões nesta matéria, bem como que os organismos internacionais condicionem o auxílio financeiro aos países pobres à introdução de leis que instituam o matrimónio entre pessoas do mesmo sexo.

 

 

 

 

 

 

 

 

Mensagem do Sínodo 
apresenta Igreja aberta

A mensagem final do Sínodo, primeiro documento aprovado pela atual assembleia extraordinária sobre a família, apresenta a Igreja como uma “casa” de portas abertas para todos. “Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta no acolhimento, sem excluir ninguém. Estamos por isso gratos aos pastores, fiéis e comunidades prontos a acompanhar e a tomar conta das lacerações interiores e sociais dos casais e das famílias”, assinala o documento, divulgado pelo Vaticano.

A tradicional mensagem, que difere das propostas sinodais ou do relatório conclusivo, deixa elogios ao “amor conjugal, único e indissolúvel”, que persiste apesar das “dificuldades do limite humano”. “É um dos milagres mais belos, ainda que seja também o mais comum”, assinala o texto, que segundo o porta-voz do Vaticano foi aprovado por “grande maioria” pelos 191 padres sinodais.

Os participantes aludem ao “grande desafio” da fidelidade no amor conjugal que tem de superar “o enfraquecimento da fé e dos valores,

 

 o individualismo, o empobrecimento das relações, o stress”.

“Assiste-se assim a não poucas crises matrimoniais, enfrentados muitas vezes de forma conflituosa e sem a coragem da paciência, da escuta, do perdão recíproco, da reconciliação e também do sacrifício”, prossegue o documento.

Estes fracassos originam “novas relações, novos casais, novas uniões e novos matrimónios”, criando “situações familiares complexas e problemáticas para a escolha cristã”.

A mensagem (‘nuntius’) dirige-se a todas as famílias do mundo, em particular as cristãs, manifestando “admiração e gratidão” pelo seu testemunho de “fé, esperança e amor”.

O texto recorda o processo iniciado em 2013, com o inquérito que permitiu “ouvir a voz de tantas experiências familiares”, com “luzes e sombras, desafios exaltantes e também provas dramáticas”. Entre esses sofrimentos enumeram-se os dos filhos com deficiência ou doenças graves, a degradação 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

neurológica na velhice, a morte de um ente querido, bem como os provocados pelas dificuldades económicas, o desemprego, a droga ou a criminalidade.

O texto deixa uma palavra particular às famílias de refugiados, aos que atravessam o mar para “chegar a um destino de sobrevivência” e aos que são perseguidos por causa da sua fé, “atingidos pela brutalidade das guerras e das opressões”.

O Sínodo lamenta a violência sobre mulheres, o tráfico de pessoas e os abusos sobre menores, apelando a governos e organizações internacionais a “promover os direitos da família para o bem comum”. A segunda parte do texto elogia a “luz” que brilha nas várias famílias, no amor “do homem e da mulher” que começa no noivado, “tempo de espera e de preparação”, chegando à sua plenitude no sacramento do Matrimónio.

“Este caminho conhece também a sexualidade, a ternura, a beleza”, pode ler-se, num amor que “tende pela sua natureza a ser para sempre”.

A mensagem sublinha a “capacidade de oferecer vida, afeto, valores” 

 

 
 

de cada família, verdadeira “Igreja doméstica que se alarga à família das famílias que é a comunidade eclesial”. Nesse sentido, refere-se a importância de participar na Eucaristia, colocando neste contexto a discussão sobre “o acompanhamento pastoral e o acesso aos sacramentos dos divorciados recasados”.

O presidente da comissão que redigiu a mensagem, cardeal Gianfranco Ravasi, apresentou o texto em conferência de imprensa, realçando o seu caráter de “exortação”.

O cardeal brasileiro D. Raymundo Damasceno Assis, um dos três presidentes-delegados do Sínodo 2014, disse aos jornalistas que esta é uma assembleia especial, por ser a primeira de “duas etapas” de reflexão sobre a família, que vai acabar em outubro de 2015, deixando um balanço “muito positivo”.

 

 

 

 

 

Oração do Sínodo pelas famílias

 

Senhor, oferece a todas as famílias a presença

de esposos fortes e sábios, que sejam fonte

de uma família livre e unida.

Senhor, oferece aos pais a possibilidade de

ter uma casa onde possam viver em paz com

a sua família.

Senhor, oferece aos filhos a possibilidade

de serem sinal de confiança e aos jovens

a coragem do compromisso estável e fiel.

Senhor, oferece a todos a possibilidade

de ganhar o pão com as suas próprias mãos,

de experimentar a serenidade do espírito

e de manter viva a chama da fé,

mesmo na escuridão.

Senhor, oferece-nos a todos a possibilidade

de vermos florescer uma Igreja cada vez

mais fiel e credível, uma cidade justa

e humana, um mundo que ame

a verdade, a justiça e a misericórdia.

 

 

 

 

 

 

Um sínodo com marca de ineditismo

O patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, disse que o Sínodo extraordinário dos Bispos dedicado à família ficou marcado pelo “ineditismo” com que o Papa 

 

Francisco “quer que a reflexão seja feita” sobre os temas em aberto.

“Um assunto desta complexidade não é coisa que se resolva facilmente”, apenas “repetindo o que está dito”, declarou, em conferência de imprensa realizada em Lisboa.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) abordou a recente assembleia geral extraordinária do Sínodo sobre a família, que 

 

 

 

 

se concluiu este domingo após duas semanas de trabalho. "O que o Papa inaugurou foi uma maneira de exercer a colegialidade permanente e o apelo constante à participação eclesial, isto é que é novo, está a criar uma nova maneira de viver a Igreja. Tudo se falou com a maior franqueza, às vezes até com muito ímpeto", observou.

Segundo este responsável, Francisco “ganhou” com o apoio de uma maioria do episcopado mundial neste debate sobre uma problemática que hoje não é “unívoca”. Em relação à família, acrescentou o patriarca de Lisboa, a Igreja tem a sua “opinião própria” e quer entrar neste debate com a sua “tradição”.

D. Manuel Clemente admitiu o “grande impacto mediático” do relatório intercalar, apresentado no último dia 13, sobretudo no que diz respeito à questão do acesso dos divorciados recasados à Comunhão e da atitude face aos homossexuais.

O presidente da CEP entende que esta mediatização de duas questões face ao resto do trabalho “provocou um certo recuo”, uma “reserva” que transpareceu nos debates dos grupos linguísticos.

 
Esta “reação de defesa” em relação a dois pontos “controversos” foi, segundo o patriarca de Lisboa, um recuo “legítimo”, porque o relevo dos dois pontos era “excessivo” face ao que se tinha debatido na assembleia geral.

Após os trabalhos dos grupos linguísticos, as afirmações sobre os dois pontos mais mediatizados foram “muito mitigadas”, sem se “omitir” a sua presença no debate e na reflexão que se vai seguir.

Estes debates mostraram ainda “hesitações” a respeito do sentido da palavra “gradualidade”, evitando a sua utilização no relatório final.

Em relação à noticiada divisão da assembleia em “duas alas”, D. Manuel Clemente sustenta que existe uma maioria que é representada pelas votações finais, com “acordo expressivo” no que diz respeito à necessidade de “valorizar a família no sentido cristão que ela tem”.

A “maioria” menos expressiva em relação aos temas do divórcio e dos homossexuais mostra que estes “têm de ser encarados e refletidos”.

O presidente da CEP afirmou que no centro dos trabalhos esteve a “vivência da proposta cristã 

 

 

 

sobre a família” e “a sua validade para os dias de hoje”.

O “contraponto” deste debate foram realidades como a “fragilidade dos vínculos familiares” e, no final, chegou-se a um “ponto de equilíbrio”, sem “omitir” a referência a esses temas.

O representante português neste encontro disse ainda que é "possível e desejável" que se aposte mais na preparação para o Matrimónio, propondo uma "centralidade reforçada" da família nas comunidades cristãs.

D. Manuel Clemente considera que o Sínodo de 2014 teve algo de “específico”, porque “envolveu 

 
uma consulta à Igreja em todo o mundo, completamente inédita nos termos em que foi feito”.

Todo o trabalho da assembleia extraordinária “vai voltar às dioceses” para ser refletido” até à assembleia geral ordinária, em outubro de 2015.

“Ninguém pode prever onde estaremos nesta reflexão sobre a realidade familiar”, observou o presidente da CEP.O Patriarcado de Lisboa vive até novembro de 2016 um Sínodo diocesano, em resposta ao desafio lançado pelo Papa Francisco na exortação apostólica 'A alegria do Evangelho', inserindo-se num "processo global" de reflexão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prontuário moral: a lei da gradualidade

Podemos tentar explicar a lei da gradualidade e a gradualidade da lei, começando por um exemplo. Um estudante pouco dotado, que se esforçou ao máximo, e apenas teve dez valores no exame, esperando melhorar na próxima oportunidade, beneficia da lei da gradualidade. Um estudante muito dotado, mas  que estuda pouco e, sem esforço, tem os mesmo dez valores, incorre na gradualidade da lei. No primeiro caso, felicitamos o aluno pelo seu mérito. No segundo caso, repreendemo-lo pela sua preguiça.

A lei da gradualidade é, pois, um facto, de toda a ação humana. Ela assinala o dado originário segundo o qual ficamos sempre aquém dos desejos, uma vez que existem limites intransponíveis na apreensão e na tomada de consciência da realidade, e a evidência de que os efeitos ficam, quase sempre, aquém das causas. Por sua vez, a gradualidade da lei assinala  fraqueza dos propósitos, a pusilanimidade da vontade, o investimento medíocre nos projetos. No primeiro caso, a imperfeição ou o fracasso não são culpáveis. No segundo, esses limites 

 

são imputáveis moralmente ao sujeito.

No que toca à teologia moral, já vemos que a lei da gradualidade é admitida e a gradualidade da lei não é. Assim nos ensina a boa razão e o Magistério da Igreja. Para irmos um pouco mais longe na explicação, deveríamos, a nosso ver, fazer referência à distinção entre a norma moral da atitude e a norma do comportamento. Esta distinção destina-se apenas a compreender a complexidade do espírito humano, pois a ação tem de ser vista desde a sua intencionalidade até à sua eventual execução. A atitude é a postura da pessoa, a sua força de perseverar no bem. Essa é regida por uma norma única, a do amor. Por sua vez, a norma do comportamento é um juízo que, uma vez apreendido, tem de ser seguido. Já estamos a ver a conclusão: a lei da gradualidade aplica-se à norma da atitude; a gradualidade da lei aplica-se à norma do comportamento.

Esta matéria tem sido muito relevante quando se trata de ajuizar as acções relativas, por exemplo, à regulação da fecundidade conjugal. Depois de dizer que a lei da gradualidade 

 

 

 

 

 

 

 

não pode confundir-se com a gradualidade da lei, eis como o Papa João Paulo II se exprime no discurso de encerramento do Sínodo de 1980: “Todos os cônjuges são chamados à santidade no matrimónio segundo o desígnio de Deus; e esta vocação realiza-se na medida em que a pessoa humana pode corresponder ao 

 

preceito de Deus, com ânimo sereno, confiante na graça divina e na própria vontade”. A apreensão esforçada e progressiva do bem reflete-se na qualidade do juízo sobre o comportamento.

 

Jorge Teixeira da Cunha

Universidade Católica Portuguesa

 

 

Mais misericórdia do que rigor

O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família afirmou que a Igreja Católica precisa de uma "pastoral renovada" para o setor familiar e que a família tem assumir a "cidadania que lhe compete" para ser "transformação da sociedade".

"Precisamos de uma pastoral renovada que seja fecunda em relação à família e que a família também assuma a sua parte de cidadania que lhe compete em defesa de si própria e transformação da sociedade", disse D. Antonino Dias à Agência ECCLESIA este sábado na Jornada de Pastoral Familiar.

Para o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), a pastoral familiar deve "responder com convicção" às perguntas do tempo atual com "mais misericórdia do que rigor" e que na fidelidade aos princípios "pregue a beleza do matrimónio com encanto, que é a base da sociedade".

Sobre o tema "Família e Fecundidade da Igreja", o bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco revelou que quer "refletir sobre a vitalidade da Igreja no seio da família e a vitalidade da família no seio da Igreja porque são realidades conjuntas".

 
Segundo o prelado, as vigésimas sextas jornadas da Pastoral Familiar demonstram a "comunhão com a Igreja universal", que terminou no domingo, dia 19, a assembleia extraordinária dos Sínodo dos Bispos sobre a família.

O responsável revelou que a CELF tem acompanhado o debate no sínodo com "alegria e esperança" porque as problemáticas da família são "sempre complexas e afetam muitas áreas", desde o nível político, económico, social mas também a "vivência interna da família".

As XXVI Jornadas da Pastoral Familiar decorreram em Fátima nos dias 18 e 19 de outubro, sobre o tema "Família e Fecundidade da Igreja", contando com intervenções dos padres Juan Luís Larrú, decano do Pontifício Instituto João Paulo II, em Espanha, e do padre Duarte da Cunha, secretário da Confederação das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).

O casal responsável pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar explicou que Jornadas da Pastoral Familiar tiveram como objetivo ajudar a refletir o tema ‘Família e Fecundidade da Igreja’ numa “sociedade pós-moderna”, 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

que “valoriza o individuo”.

Para Luís Reis Lopes, é necessário “ajudar a refletir como a Igreja e as famílias devem ser fecundas e como é que nesta sociedade pós-moderna, numa cultura que é valorizado o individuo, o Estado, as empresas, os mercados, podemos também subir a nossa ‘cotação’ como família”.

O responsável no Departamento Nacional da Pastoral Familiar revelou que com o tema ‘Família e Fecundidade da Igreja’ pretendem também aprofundar como podem “preparar outras famílias para serem mais fecundas” porque “essa é a grande fecundidade da Igreja”.

Por sua vez, Fátima Reis Lopes, também responsável nacional por este setor, realça a ligação destas Jornadas Nacionais ao Sínodo dos Bispos e a importância da “Igreja em criar uma pastoral eficaz”.

“É preciso refletir que a eficácia tem de mudar lógicas e temos de estudar como podemos ir ao encontro das famílias, adequada às realidades, aos próprios meios sociais”, acrescentou.

Sobre assuntos em debate e análise no Sínodo dos Bispos, como as questões que envolvem os cristãos divorciados, os recasados e uniões de casais do mesmo sexo, para uma 

 

 

linguagem mais inclusiva sem abdicar da doutrina da Igreja, Luís Reis Lopes considera que “todos são úteis à Igreja” mas alerta para o “pluralismo”.

“Sabemos com clareza distinguir o que é a proposta da Igreja e o que são as propostas do mundo. A nós Igreja que queremos ser fiéis a Cristo temos que saber claramente o que Ele nos pede hoje para cumprirmos essa missão. O que sabemos é que sem famílias não há crianças e sem crianças não há Igreja”, desenvolveu o responsável pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar.

Nesse sentido, o entrevistado realçou que os tempos atuais “continuam a ser difíceis” com dados sobre a natalidade ou sobre o desemprego, entre outros, que “continuam a assustar” mas apresar das dificuldades têm de ser esperança.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Paulo VI é beato

O Papa Francisco presidiu este domingo no Vaticano à cerimónia de beatificação de Paulo VI (1897-1978), um cristão “corajoso” que soube liderar a Igreja Católica no seu tempo perante um mundo em mudança.

“A respeito deste grande Papa, deste cristão corajoso, deste apóstolo incansável, diante de Deus hoje só podemos dizer uma palavra tão simples como sincera e importante: obrigado! Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI”, declarou, na homilia da Missa, com rito de beatificação, provocando uma salva de palmas das dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Francisco, que tem manifestado em diversas ocasiões a sua admiração pelo Papa que beatificou esta manhã, agradeceu-lhe pelo seu “humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja”.

A intervenção citou o diário pessoal de Paulo VI, “o grande timoneiro do Concílio”, depois do encerramento da assembleia conciliar, em 1965, para mostrar a “humildade” do Papa italiano. “Nesta humildade, resplandece a grandeza do Beato Paulo VI, que soube, quando se

 

 

 perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o leme da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor”, prosseguiu.

A Missa, concelebrada pelo Papa emérito Bento XVI, assinala ainda o final da terceira assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, um organismo consultivo instituído pelo próprio Paulo VI.

Francisco disse que as duas semanas de debate foram uma “grande experiência”, vivida com “verdadeira liberdade e humilde criatividade”, projetando o Sínodo ordinário dos Bispos em outubro de 2015.

"Semeamos e continuaremos a semear, com paciência e perseverança", disse ainda.

A homilia do Papa partiu do que este classificou como “uma das frases mais célebres de todo o Evangelho”: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» (Mt 22, 21). Francisco declarou que esta “frase irónica e genial” recorda que “só Deus é o Senhor do homem, e não há outro”.

“Esta é a novidade perene que é preciso redescobrir cada dia, 

 

 

 

vencendo o temor que muitas vezes sentimos perante as surpresas de Deus”, prosseguiu. Neste sentido, o Papa sustentou que a ação divina leva a Igreja para “caminhos inesperados” que um cristão que vive o Evangelho é “a novidade de Deus, na Igreja e no mundo”.

“«Dar a Deus o que é de Deus» significa abrir-se à sua vontade e dedicar-lhe a nossa vida, cooperando para o seu Reino de misericórdia,

 

 

 amor e paz”, precisou. Paulo VI foi alguém que “soube «dar a Deus o que é de Deus», dedicando toda a sua vida” a este dever, “amando” e “guiando” a Igreja.

A beatificação ocorreu pouco depois do início da celebração, com a declaração oficial em latim, a que se seguiu a colocação das relíquias – um fragmento ensanguentado da roupa do novo beato, aquando do atentado em Manila (1970) – junto ao altar.

 

 

 

 

Defesa dos postos de trabalho
em favor das famílias

O Papa Francisco lançou um apelo em defesa dos postos de trabalho, para proteger as famílias, associando-se à luta de empregados da companhia aérea italiana ‘Meridiana’, que vai despedir mais de mil funcionários. “Por favor, faço um apelo a todos os responsáveis: nenhuma família sem trabalho”, disse, falando de improviso perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, no Vaticano, para a audiência geral.

O Papa quis unir-se à comunidade diocesana de Tempio-Ampurias, na Sardenha, para “exprimir profunda vizinhança e solidariedade aos empregados da companhia aérea ‘Meridiana’ que estão a viver momentos de apreensão pelo seu 

 

futuro laboral”. “Espero sinceramente que se possa encontrar uma solução equitativa que tenha em conta a dignidade da pessoa humana e as necessidades imprescindíveis de tantas famílias”, acrescentou.

Representantes da ‘Meridiana’ e do ministério italiano do Emprego estiveram reunidos esta terça-feira, mas a companhia aérea confirmou que vai despedir 1366 funcionários.

 

 

 

 

Teresa de Jesus, a santa que nunca parou

Primeira festa litúrgica de São João Paulo II

A Igreja Católica celebrou esta quarta-feira pela primeira vez a memória litúrgica de São João Paulo II (1920-2005), Papa polaco que foi canonizado em abril deste ano, no Vaticano, por Francisco.

“Hoje celebramos a memória litúrgica de São João Paulo II, o qual convidou todos a abrir as portas a Cristo. Na sua primeira visita à vossa pátria [Polónia], invocou o Espírito Santo para descesse a renovar a terra da Polónia. Recordou em todo o mundo o mistério da Divina Misericórdia”, disse, na audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro, cumprimentando os peregrinos polacos.

“Que a sua herança espiritual não seja esquecida, mas nos leve à reflexão e ao agir concreto pelo bem da Igreja, da família e da sociedade. 

 

 

Seja louvada Jesus Cristo”, acrescentou.

A data assinala o dia de início de pontificado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito Papa.

Na habitual resenha biográfica que é apresentada no calendário dos santos e beatos, João Paulo II é lembrado pela “extraordinária solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo”.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bento XVI presente na beatificação de Paulo VI

 

 

 

Beato Paulo VI visto desde Portugal

 

Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora

http://www.ppfmns.pt/

 

Celebramos no passado domingo, dia 19 de outubro, sob o lema “Missão uma paixão por Jesus e por todos” o Dia Mundial das Missões. Por outro lado o mês de outubro é por natureza um mês dedicado, pela Igreja Católica, ao mundo missionário. A ideia presente nestes trinta e um dias é a de que se desenvolvam nas comunidades locais, uma série de atividades destinadas a promover a Missão com «urgência e prioridade». Assim sendo, esta semana apresentamos o sítio das irmãs Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora (FMNS).

Ao digitarmos o endereço www.ppfmns.pt encontramos um espaço graficamente bem conseguido, devidamente atualizado e com um conjunto bastante relevante de conteúdos.

Na página inicial dispomos das habituais notícias, de curiosidades, de informações relativas à pastoral juvenil e ainda de conteúdos relacionadas com a formação. Temos também ligações para as principais redes sociais (facebook, twitter, youtube e Google +) e ainda a

 

 possibilidade de subscrever a newsletter na comodidade do email.

Na opção “quem somos” descobrimos que as origens mais profundas desta congregação remontam à Idade Média no norte de França. Podemos ainda perceber qual a missão, a espiritualidade, a composição do conselho provincial e por último saber onde se encontram as comunidades das Franciscanas Missionárias pelo mundo.

Caso pretendamos saber o que fazem em concreto estas irmãs missionárias nos mais variados e importantes serviços basta que acedamos ao item “províncias portuguesas FMNS”.

Em “galerias e curiosidades” além dos álbuns de fotografias e de vídeos, com reportagens interessantíssimas, acedemos às curiosidades onde são aprofundados temas bastante desafiadores.

No item “formação” são-nos apresentadas várias informações relativas à formação inicial das irmãs Franciscanas (aspirantado, postulantado, noviciado e juniorado) e à formação permanente (retiros, encontros e semanas de espiritualidade).

Por último em “pastoral juvenil

 

 

 

 

 e vocacional” somos transportados para um espaço inteiramente dedicado aos mais novos, dando a conhecer a congregação nas suas dimensões: missionária e internacional. Seja através do acompanhamento vocacional, de uma pastoral vocacional estruturada, de encontros vocacionais e também da giofrater.

 
Aqui fica a nossa sugestão para que se aproximem deste sítio virtual onde através de uma linguagem próxima se demonstra uma forma de “viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo à maneira de Francisco de Assis”.

 

Fernando Cassola Marques
fernandocassola@gmail.com

 

 

«Diálogos com Deus em Fundo»

Palavras proféticas e que não se perdem nas brumas do tempo. Em boa hora, António Marujo resolveu dar formato de livro a um conjunto de entrevistas realizadas a pessoas que pensam a dimensão religiosa através da sua essência. «Diálogos com Deus em Fundo» tem a chancela da Gradiva e dá voz a vozes que colocam pertinência nas perguntas audaciosas do entrevistador.

Dividida em quatro grandes blocos, a obra tira, da clandestinidade, alguns temas que caminham com os homens/mulheres da sociedade contemporânea. Com uma excelente apresentação, António Marujo conduz o leitor a uma visão holística da realidade.

Através dos blocos temáticos «Deus, Mistério e Fascínio»; «Uma palavra que nos ilumina»; «Dimensões da Mudança» e «Novas Humanidades» os cerca de vinte entrevistados dão luz ao pensamento religioso, bíblico e teológico. Como realça António Marujo, “o debate cultural não pode continuar a remeter para a clandestinidade essas vozes que, pela sua diferença, podem ser um contributo fundamental também 

 

 

para a definição das escolhas sociais”. Pelo contrário – acrescenta o autor – “religiões e culturas têm de se abrir mutuamente, para permitir que a condição humana seja vivida de forma mais digna por todas as pessoas”.

As entrevistas oferecem autênticas pedras preciosas que merecem ser digeridas lentamente. As cerca de 300 páginas estão cheias de pérolas cravadas no texto. Não quero ser injusto para alguns entrevistados – todos mereciam uma pequena citação - mas vou retirar alguns excertos.

Frei Bento Domingues revela que a «Igreja tem de viver em comunhão, mas na diferença. E isso nunca será fácil. Haverá sempre a tentação de um grupo querer excluir o outro, de anatemizar” (página 39). Na mesma página, o dominicano disse (março de 1995) ainda: “O que acontece hoje é que se tolera tudo a determinadas linhas de pensamento e a outras não”.

Para o biblista franciscano, Joaquim Carreira das Neves, a mariologia “também tem de ser revista, tal como outras questões como o bispo de Roma, o pecado… estamos no princípio” (página 51). Na entrevista, o franciscano sublinha: 

 

 

 

 

 

“A verdadeira Igreja não pode pegar exclusivamente em Paulo”. 

A professora de literatura, Isabel Allegro de Magalhães considera que a arte é o que, como linguagem simbólica, “mais se aproxima do religioso, por causa da tentativa de criar outros mundos possíveis, dando forma à interrogação sobre o que é o viver”. (Pág. 64). Por sua vez, o padre João Resina Rodrigues (falecido em 

 

junho de 2010) realça: “Em todos os momentos de crise, crescem os movimentos de direita. Na Igreja, nunca os seminaristas foram tão conservadores como de há 20 anos para cá” (pág. 83).

As intuições e propostas do Papa Francisco indicam que outro rumo é possível. Esta obra tem o pulsar da Igreja pretendida pelo Papa argentino.

 

 

II Concílio do Vaticano:
O coração sismógrafo de Paulo VI

 

O homem que tomou as rédeas dos trabalhos no II Concílio do Vaticano, depois da morte de João XXIII, tinha o desejo de uma Igreja modernizada e dialogante com o mundo. Recordo que o novo beato da Igreja – Paulo VI foi beatificado a 19 do outubro de 2014 – quando foi eleito pelos seus pares não quis chamar-se Pio nem João, mas Paulo, o grande apóstolo evangelizador e missionário.

No seu pontificado, Paulo VI teve atitudes marcantes. Uma delas, que ficou na história, foi ter recebido dos seus irmãos (cristãos) milaneses a tiara que, posteriormente, colocou em leilão e o fruto da venda reverteu para os pobres. Um gesto que mostra o seu sentir perante “aquele emblema de um poder e de um fasto temporal que a Igreja já não reconhece. Ele considera importante, para fins pastorais, chamar a atenção da opinião pública que alardeia acerca das fantasiosas riquezas da Igreja: «A Igreja deve ser pobre; e não só; a Igreja deve aparecer pobre» diz em 1970”. (In: «Paulo VI – Biografia», Giselda Adornato, Lisboa, Paulus Editora).

Pouco tempo após a sua eleição, o Papa Montini esclareceu que «aggiornamento» “não significava uma derivação para o ativismo e o pragmatismo, em detrimento da vida interior e da contemplação”. (In: «Os Papas do século XX», D. Manuel Clemente, Lisboa, Paulus Editora).

O estudo da essencialidade e da prática da caridade são duas constantes da vida pessoal do papa italiano. No primeiro aniversário da sua eleição, enquanto 

 

 

 

 

 

a televisão transmite peças sobre ele, vai servir o almoço no hospício de São Pedro: um pequeno gesto marcante. Tal como as celebrações da missa natalícia, primeiro na Catedral de Florença, que sofreu uma inundação em 1966, e outra vez entre os operários numa galeria ferroviária no Monte Soratte, perto de Roma (1972), respondem a uma exigência íntima: «O coração do Papa é como um sismógrafo que regista as calamidades do mundo; com todos e para todos quando sofre” (In: «Paulo VI – Biografia», Giselda Adornato, Lisboa, Paulus Editora).

Paulo VI podia ter o cognome do Papa do diálogo porque tal corresponde à orientação profunda do seu espírito com os mais diversos sectores, 

 

dentro e fora da Igreja. A 06 de agosto  de 1964, assinou a encíclica «Ecclesiam Suam», apresentação e chave do seu pontificado: a verdade da Igreja, que “a define e posiciona para o diálogo interno e externo, em círculos concêntricos cada vez mais alargados” (In: «Os Papas do século XX»).

O novo beato da Igreja revelou-se bastante ativo e exigente na redação dos documentos conciliares. Em certo dia, em confidência com Jean Guitton pronunciou estas palavras: “O Papa tem, também, necessidade de conforto”. Estas palavras demonstram a ternura do seu coração porque, em determinadas situações, sentia-se combatido. Paulo VI era inteligente, culto e aberto, mas estava entre dois fogos: modernismo e conservadorismo.

 

Outubro 2014

Dia 24

* Aveiro - Encontro de D. António Moiteiro, bispo de Aveiro, com a direção do ISCRA.

 

* Porto - Auditório Carvalho Guerra - Seminário sobre Direitos Humanos promovido pela Faculdade de Educação e Psicologia da UCP-Porto

 

* Lisboa - Largo do Chiado - Marcha contra a pobreza promovida pelo «Movimento Erradicar a Pobreza».

 

* Lisboa - Coliseu dos Recreios - Gala da «Rádio Sim» (Grupo da Rádio Renascença) presta homenagem à Revista.

 

* Lisboa - Igreja de São Roque - Concerto “Versa es in luctum - música para o Officium Defunctorum de Estevão Lopes Morago”, pelo agrupamento Arte Minima, na 26ª edição da Temporada Música em São Roque, organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

 

* Lisboa - Convento de São Domingos - Conferência de Luciano Manicardi sobre «Conhecer e seguir Jesus: O Evangelho Segundo Marcos» promovida pela Fundação Betânia

 
* Setúbal - Barreiro - Igreja de Nossa Senhora do Rosário - Concerto de canto e órgão com a participação do soprano - Ana Paula Russo e do organista - António Duarte.

 

* Lisboa – Brandoa - Encontro dos agentes da pastoral social da vigararia da Amadora com D. Manuel Clemente

 

* Fátima - Casa de Nossa Senhora das Dores - Fórum Nacional das Vocações com o tema «Bem-Aventurados sois vós» (24 e 25)

 

* Setúbal - Almada - Convento dos Capuchos da Caparica - Ação de formação para professores sobre o Convento dos Capuchos da Caparica orientada por António Camões Gouveia e Raquel Pereira Henriques (24 e 25)

 

* Lisboa – UCP - Conferência «Olhares sobre a Família», organizada pelo Instituto de Ciências da Família, em colaboração com os Centros de Investigação da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa. (24 e 25)

 

 

 

 

 

 

 

 

* Setúbal - Peregrinação noturna da diocese de Setúbal ao Santuário de Fátima com o tema «A pé na fé». (24 e 25)

 

* Porto - Paredes – Vilela - Fescut´14 com o tema «Descobre o teu rumo» (24 a 26)

 

 

Dia 25 Outubro

* Guarda - Seminário da Guarda - Dia Diocesano do Catequista

 

* Braga - Guimarães (Seminário do Verbo Divino) - Encontro de voluntários missionários

 

* Vila Real - Pedras Salgadas - Primeiro Encontro diocesano da Acção Católica

 

* Braga - Centro Cultural e Pastoral de Braga

 

Encontro de relançamento da Juventude Operária Católica (JOC) para definir as linhas orientadoras e de ação para o próximo ano.

 

* Aveiro - Seminário de Santa Joana Princesa - Encontro de D. António Moiteiro, bispo de Aveiro, com os diáconos permanentes.

 

 
 

 

 

 
* Porto - Centro de Cultura Católica - Sessão solene presidida por D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto, com conferência «Do Concílio até hoje: O Laicado nos Documentos da Igreja», proferida por Alfredo Leite Soares.

 

* Fátima - Casa Domus Carmeli - Encontro nacional de docentes e investigadores com o tema «Cristãos no mundo académico - Humanismo, laicismo e religião» promovido pelo Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior.

 

* Viseu - Auditório do Seminário Maior de Viseu - Primeira sessão da II Assembleia do Sínodo da Diocese de Viseu

 

* Lisboa - Colégio Pio XII - Conferência de D. Manuel Clemente no Colégio Pio XII

* Lisboa – Sé - Aniversário da Dedicação da catedral de Lisboa com audição do hino do Sínodo e celebração presidida por D. Manuel Clemente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O «Movimento Erradicar a Pobreza» promove uma concentração/desfile contra a pobreza, esta sexta-feira, a partir das 17h30, no Chiado, em Lisboa. A organização relembra alguns dados relativos a Portugal como o facto de aproximadamente 2,3 milhões de portugueses não conseguirem pagar as despesas mais básicas ou têm muitas dificuldades; Portugal foi o país onde o peso do rendimento dos 1% mais ricos cresceu.

 

‘Corremos uns pelos outros’ é o lema da 2ª Corrida Montepio, marcada para este domingo, dia 26 de outubro, cujo valor da inscrição vai reverter para o projeto ‘Prioridade às crianças’, da Cáritas Portuguesa.
A 2ª Corrida Montepio apresenta três possibilidades de participação, 10 quilómetros corrida, cinco quilómetros caminhada e uma prova para as crianças com a “corrida pelicas”. Depois das provas, a organização preparou um concerto de José Cid, no Terreiro do Paço.

 

O Conselho Pontifício Justiça e Paz e pela Academia Pontifícia das Ciências Sociais promovem o Encontro Mundial dos Movimentos Populares, entre o dia 27 e 29 de outubro, no Vaticano, com o bjetivo passa pela criação de «uma rede global» de apoio aos mais carenciados e excluídos. O Papa Francisco vai marcar presença e com cerca de 100 delegados ligados às mais diversas associações cívicas vão debater a criação de "uma rede global" de apoio em parceria com a Igreja Católica.

 

A Universidade do Minho, em Braga, promove o debate o «Futuro das religiões», no dia 29 de outubro pelas 18h30, no salão nobre da reitoria. A conferência que conta com a participação do padre José Paulo Abreu e Joshua Ruah e está integrada nas comemorações dos 40 anos deste estabelecimento de ensino.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h18

Domingo, dia 26 de outubro: Sínodo dos Bispos

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 27 - Entrevista  ao cónego Carlos Paes e Octávio Carmo, sobre o Sínodo da Família;

Terça-feira, dia 28 - Informação e entrevista ao padre Nuno Amador, sobre a Pastoral Universitária;

Quarta-feira, dia 29 - Informação e entrevista ao padre Fernando Sampaio sobre a Pastoral da Saúde;

Quinta-feira, dia 30 - Informação e entrevista a Manuel Braga da Cruz sobre a Família;

Sexta-feira, dia 31 - Apresentação da liturgia de domingo pelos padres Robson Cruz e Vitor Gonçalves.

 

Antena 1

Domingo, dia 26 de outubro,  06h00 -  A realidade da imprensa regional de inspiração cristã conduz o programa deste domingo. O padre Elísio Assunção, vice-presidente da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIIC), apresenta os desafios de uma entidade que quer afirmar o lugar destes jornais no panorama da comunicação.  

 

27 a 31 de outubro - 22h45 - Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa: padre Fernando Sampaio, Frei Fernando Ferreira, voluntária Maria do Carmo Carvalho, diácono Vitor Lourenço e padre António Pedro Monteiro

 

 

 

Para que servem os Sacramentos?

 

 

 

 

 

 

 

 

A religião dá saúde?

A religião é uma forma de olharmos o que/quem temos como uma dádiva de Alguém, a quem chamamos Deus. É a descoberta de uma linha invisível que nos conecta ao divino que está entrelaçado no coração humano. Quem acredita em Deus, acredita também que há uma forma diferente de se relacionar com os outros, com a natureza, com o seu próprio corpo, com o passado, o presente e o futuro. A religião, a fé, podem proporcionar uma leitura mais saudável de cada acontecimento: alimenta a esperança, sustenta a possibilidade de perdão e de tolerância, conserva o trato afável com quem nos rodeia, preserva a proximidade da comunidade, conduz à partilha com quem mais precisa, estimula as práticas de pacificação do mundo interior, ajuda a exteriorizar os sentimentos violentos, responsabiliza a liberdade individual, facilita a integração do sofrimento sem resolução, abre um horizonte para lá da morte... A religião e a espiritualidade dão saúde porque salvam. Salvam através da autoridade de um Salvador, Senhor da Vida. Jesus testemunhou isso mesmo, na sua vida terrena, curando pessoas mas 

 

 

 

 

A Assistência espiritual e religiosa é prestada ao utente a solicitação do próprio ou dos seus familiares ou outros cuja proximidade ao utente seja significativa, quando este não a possa solicitar e se presuma ser essa a sua vontade.

(Decreto Lei 253/2009, art. 4)

 

 

 

 

 

sobretudo proclamando que veio para “dar vida e vida em abundância” e que ninguém estava excluído desta promessa. Na cruz, Jesus luta pela saúde através do grito dirigido a Deus, através do perdão dirigido ao companheiro de sofrimento, através da dádiva da sua própria mãe àqueles que iriam sentir-se órfãos. A prática da sua religião dá-lhe saúde? Então, em casa ou no Hospital, viva e celebra a sua fé, com alegria e esperança.

 

 

 

 

Assistência religiosa e cuidados de saúde:
tema apresentado aqui semanalmente
e no programa Ecclesia, RTP2, em cada quarta-feira

 

 

 

 

 
“Se tiver de ser internado(a), não esqueça, peça a visita do capelão aos enfermeiros logo no início do internamento. Não fique à espera”. 
 (Comissão Nacional da Pastoral da Saúde)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ano A – 30º domingo do Tempo Comum

 
 
 
 
 
 
 
Amar Deus,
amar o próximo
 

A liturgia do 30.º Domingo do Tempo Comum diz-nos, de forma clara, que o amor está no centro da experiência cristã. Toda a revelação de Deus se resume no amor: amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem separar-se, são semelhantes.

Mais de dois mil anos de cristianismo criaram uma pesada herança de mandamentos, de leis, de preceitos, de proibições, de exigências, de opiniões, de pecados e de virtudes, que arrastamos pesadamente pela história.

Algures durante o caminho, deixámos que o inevitável pó dos séculos cobrisse o essencial e o acessório; depois, misturámos tudo e perdemos a noção do que é verdadeiramente a essência que dá sentido à vida.

Hoje, gastamos tempo e energias a discutir certas questões que até são importantes, mas continuamos a ter dificuldade em discernir o essencial da proposta de Jesus.

O Evangelho deste domingo põe as coisas de forma totalmente clara, no dizer de Jesus ao doutor da Lei: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito… Amarás o teu próximo como a ti mesmo». O essencial é o amor a Deus e o amor aos irmãos.

O que é “amar a Deus”? Em Jesus e como Jesus, o amor a Deus passa, antes de mais, pela escuta da sua Palavra, pelo acolhimento das suas propostas e pela obediência total aos seus projetos, para mim próprio, para a Igreja, para a minha comunidade e para o mundo.

Isso implica a escuta atenta das propostas de Deus, mantendo um diálogo pessoal com Ele, procurando refletir e interiorizar a sua Palavra, tentando interpretar os sinais com que Ele me interpela na vida de cada dia.

 

 

 

 

 

 

Isso exige ter o coração centrado em Deus e ser uma testemunha profética que interpela o mundo, sem construir uma vida à margem de Deus ou contra Deus nem me instalar num cantinho cómodo de renúncia ao compromisso com Deus e com o Reino.

O que é “amar os irmãos”? Em Jesus e como Jesus, o amor aos irmãos passa por prestar atenção a cada homem ou mulher com quem me cruzo pelos caminhos da vida, por sentir-me solidário com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa, por partilhar as desilusões e esperanças do meu próximo, por fazer da minha

 

vida um dom total a todos. O mundo em que vivemos precisa de redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vida.

O Evangelho deste domingo compromete-nos seriamente a sermos concretos no amor. E já agora, a primeira leitura do Êxodo está cheia de indicações muito concretas para que o amor ao próximo não fique no abstrato. Importa levá-la também para a vida desta semana, juntamente com a entoação do Salmo: «Eu Vos amo, Senhor, vós sois a minha força».

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

Iraque: O dia em que Victoria e Gazelle desafiaram os jihadistas

“Estamos prontas para morrer”

Frente a um grupo de jihadistas que as queriam converter à força, duas octagenárias falaram de amor, de Deus e do Céu. Disseram que estavam prontas a morrer por Cristo e conseguiram o improvável: as armas continuaram caladas.

 

Victória e Gazelle são duas octagenárias. Possuem como única mobília os dois colchões onde se deitam num quarto minúsculo que é alugado com a ajuda da Igreja de Ankawa, perto de Erbil.

As duas nunca imaginaram que alguma vez iriam estar assim, tão dependentes dos outros.
Entre lágrimas, que mostram como o coração pode estar ferido mesmo quando as palavras são ditas em sossego, elas contam o que lhes aconteceu quando os jihadistas entraram na aldeia de Caramles onde viviam.
Quase todos tinham fugido. Victória, viúva, ficou em casa. No dia seguinte, como fazia sempre, foi de manhã até à Igreja de Santo Addai. A porta estava trancada. As ruas desertas. Os jihaditas controlavam já a cidade.

 

Durante quatro dias, Victoria e Gazelle não se atreveram a sair mais de suas casas. Victoria recorda que então dizia de si para si: “a oração sustenta-nos”. Mas depressa começou a faltar tudo: alimentos, água e medicamentos. Tiveram de abandonar o refúgio. Havia ainda cerca de uma dúzia de cristãos na aldeia. Todos acabaram por se refugiar noutro lugar: o santuário de Santa Bárbara.

 

Cercados

Poucos dias depois, forças dos jihadistas cercaram o local. “Têm de se converter”, ameaçaram-nos com as armas em punho, aos gritos. Eram apenas uma dúzia de idosos, incapazes de se defenderem. Estavam cercados, tinham armas apontadas. Mesmo assim, falaram: “Nós acreditamos que, se demonstrarmos amor e bondade, perdão e misericórdia, podemos trazer o reino de Deus à Terra, assim como no Céu. O paraíso é amor. Se nos matarem por causa da nossa fé, então estamos prontas para morrer. Agora, neste instante”. A verdade é que nenhuma bala foi disparada. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As metralhadoras ficaram caladas e os cristãos foram autorizados a abandonar o local Agora, as duas amigas descansam num quarto alugado perto de Erbil. Não têm dinheiro para nada. Sequer para a comida, quanto mais para a renda. É a igreja local, através do apoio de instituições como a Fundação AIS, que o providencia. Victoria e Gazelle eram vizinhas em Caramles e continuam 

 

 

lado-a-lado no quarto onde agora vivem. Num par de dias perderam tudo o que tinham: a casa, as mobílias, as roupas, as economias. Agora estão dependentes da caridade. Mas nunca mais se vão esquecer do dia em que desafiaram as metralhadoras em nome de Deus, em nome do Amor.

Paulo Aido

www.fundacao-ais.pt

 

 

 

 

 

Desenvolvimento que valha a pena

Tony Neves

 
 

O desenvolvimento para ser sério e humano tem de ser sustentável. Muitas teorias circulam por aí sobre progresso, mas se este não respeitar as pessoas e a natureza, só estraga. As catástrofes ecológicas que estão a vitimar tanta gente por esse mundo fora podem ter por causador um desenvolvimento desregrado.

Para que o progresso humanize, há que acompanha-lo com informação correta e oportuna. Nada melhor que comunicar bem para que a informação caminhe lado alado com uma formação aprofundada sobre o desenvolvimento que se pretende levar por diante.

Há muitas aparências de desenvolvimento que enganam as populações. Por exemplo, é verdade que os herbicidas evitam as sachas de milhos, feijões e outras culturas. Mas também matam muitos pequenos animais que são vitais para a polinização bem como para manter o equilíbrio ecológico. Assim, torna-se imperativo informar sempre bem as populações sobre todos os prós e contras de medidas que parecem trazer o progresso.

As boas práticas de desenvolvimento sustentável e sustentado devem ser largamente difundidas para que estimulem a sua aplicação. Quando somos conhecedores de que determinada prática é benéfica para o bem estar, temos toda a vantagem em conhece-la bem para a utilizarmos habitualmente. Se não houvesse uma informação séria sobre o assunto, a nossa ignorância obrigava-nos a passar ao lado, o que constituía uma perda para nós.

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

 

A celebração do Dia Mundial da Informação sobre o Desenvolvimento coloca o de do numa ferida muito aberta: a desigualdade gritante no acesso habitual aos frutos de um desenvolvimento que enriquece. É enorme o fosso entre ricos e pobres e hoje já se diz os mais frágeis das sociedades são os excluídos das tecnologias da comunicação, os infopobres.

Há que criar desenvolvimento,

 

 

há que fazer toda a gente beneficiar dele, há que excluir falsas perspetivas e práticas que geram poluição, constituem atentados ecológicos e põem em causa o futuro da humanidade.

Mais e melhor informação sobre um desenvolvimento que rasga caminhos de futuro… eis um bom propósito para este Dia Mundial que não pode ser apenas mais um Dia.

 

 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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