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Paulo Rocha Lígia Silveira D. Ilídio Leandro |
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Foto da capa: LFS/AE Foto da contracapa: Agência ECCLESIA
AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,. Luís Filipe Santos, Sónia Neves Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82. Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D 1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: 218855473. agencia@ecclesia.pt; www.agencia.ecclesia.pt;
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Opinião |
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Igreja ao lado dos pobres[ver+]
Pensar a morte
Diocese de Viseu
Paulo Rocha |Fernando Cassola Marques |Manuel Barbosa |Paulo Aido | Tony Neves |
Todos juntos |
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Paulo Rocha Agência ECCLESIA |
Criar, planear e executar. Três ações que não se podem desligar no desenvolvimento de qualquer projeto, mesmo que interpretadas numa tensão provocada pela conjugação desses três verbos umas vezes na primeira pessoa do singular, outras do plural. No meio empresarial ou no institucional, o desafio de se atingir o coletivo, o grupo, a comunidade é de todas as gerações. Na atual, procura-se esse horizonte num contexto marcadamente individualista, de relacionamentos frequentemente mediados pela tecnologia e na consideração fragmentada de seres ou coisas, válidas num instante e no seguinte já não. Mas, mesmo assim, o “nós” permanece como o ambiente indispensável para a sustentabilidade de todos os projetos e qualquer itinerário de vida. Na Igreja Católica, a realização de um Sínodo é a afirmação de que se persegue o desejo “caminhar com”, de agir e decidir em conjunto. O que aconteceu no Vaticano, na primeira metade do mês de outubro, demonstra-o. Alarga mesmo esta atitude, pois a reflexão de uns poucos está agora em debate alargado, em todo o mundo, tendo por centro a família e “os desafios pastorais” que coloca. Em Portugal, as dioceses de Beja, Lisboa, |
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Portalegre-Castelo Branco e Viseu estão em caminhada sinodal. Procuram criar, planear e executar dinâmicas de evangelização em conjunto, tendo por referência os indicadores das sociedades atuais. Esse o caminho para auscultações abrangentes, estudos aprofundados e decisões representativas das opiniões recolhidas. Numa condição: todo o processo não pode ser fictício, mas tem de permanecer próximo da realidade, em qualquer uma dessas fases. E tem também incluir a vontade de transformar a realização de um sínodo, num momento |
determinado, em estados de sinodalidade permanente. As propostas nas diferentes dioceses vão-se alargando nesse dinamismo. Em Viseu, por exemplo, as iniciativas sinodais começaram em 2010 e prolongam-se até julho de 2016. Criar, planear e executar. E avaliar, também. A avaliação é transversal a muitas organizações, mas remetida com frequência para o foro pessoal no meio eclesial. E mesmo quando acontece, as consequências ficam normalmente para outros “reinos”, sem deduções lógicas que provoquem mudanças de rumo, antes gerando apatias e indiferenças diante do inacabado. A avaliação séria e consequente de um projeto e das pessoas que o realizam determina o sucesso do seguinte. Criar, planear, executar e avaliar. Verbos para nós conjugarmos. Todos juntos.
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Vasco Ribeiro, campeão mundial júnior de surf |
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“Temos muito trabalho pela frente. 2015 será um ano de investimento no futuro dos portugueses. Não pode haver maior motivo de mobilização do que esse. Pela primeira vez desde há muito tempo, o futuro de Portugal está aberto diante de nós" (Pedro Passos Coelho, debate parlamentar sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2015)
"Não houve saída limpa nenhuma, antes pelo contrário. A proposta de Orçamento do Estado diz ‘faremos em 2015 o que temos vindo a fazer desde 2011'. Demonstra que este orçamento segue o mesmo rumo de imposição, de medidas de empobrecimento dos portugueses” (Jerónimo de Sousa, debate parlamentar sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2015)
Digamos juntos, de coração: nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá” (Papa Francisco, primeiro encontro mundial de Movimentos Populares)
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“O Exército está com o povo, o povo está com o Exército e a Igreja está com um e com outro” (D. Manuel Linda, bispo da diocese das Forças Armadas e Forças de Segurança)
“Não podemos, de facto, continuar fechados na agenda política, desportiva ou mesmo devocional; não podemos assistir, impávidos e acríticos, a longas filas para um casting televisivo, enquanto estão desertas as cadeiras onde podem sentar-se os dadores de sangue” (João Aguiar Campos, IX Congresso da AIC)
“Que bom seria que os media se preocupassem ou tivesses meios para se preocupar com o que é importante, em detrimento do interessante, ou pior do que é engraçado ou trágico” (Felisbela Lopes, IX Congresso da AIC) |
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A «deslugarização» da morte |
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O padre José Vilaça, capelão hospitalar, comentou a forma como a morte e o luto hoje são vividos na sociedade. As diferenças desta realidade em ambiente rural e citadino e a necessidade de haver acompanhado em contexto escolar. O sacerdote explicou também o serviço prestado pela Arquidiocese de Braga com o Centro de Escuta e acompanhamento espiritual. “Neste centro chegam situações muito diversas mas tenho de assentir que grande parte tem a ver com lutos não elaborados, com necessidades de reconciliação com pessoas que partem ou no luto em pessoas que ficam ou um divórcio que dá origem a um luto”, revela o padre José Vilaça à Agência ECCLESIA. O Centro de Escuta e Acompanhamento Espiritual foi criado há quatro anos pelo Departamento Arquidiocesano da Pastoral da Saúde de Braga e para além do acompanhamento espiritual e religioso do padre José Vilaça também têm especialistas na área da psicologia e da psiquiatria. Este serviço da Arquidiocese de Braga tem muita procura, “sobrelotação”, e |
o sacerdote explica que precisam de “muita mais gente, de mais recursos” porque “há lista de espera” e não têm “capacidade de resposta”. Da sua experiência enquanto capelão hospitalar, o padre José Vilaça considera que atualmente existe uma “dificuldade natural” das pessoas em lidarem com a morte porque esta é tabu numa sociedade que “valoriza modelos e paradigmas absolutamente contrários” a acompanhar alguém que morre. “Ao mesmo tempo vemos a morte pornograficamente em filmes e jogos para crianças mas estamos cada vez menos capacitados para acompanhar aqueles que morrem e que precisam muitas vezes de muito pouco, sobretudo reconciliar a vida”, observou o entrevistado. Segundo o sacerdote, a morte foi “deslugarizada” das casas para os hospitais o que “exige” que o paradigma cultural - sociológico e espiritual – tenha de ser alterado e que cada vez mais a estrutura hospitalar permitir a “convivência entre os que permanecem à espera da morte e aqueles que partem”. Nesse sentido, o padre José Vilaça |
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diferencia o contexto da morte vivido nas cidades dos ambientes rurais, as aldeias, onde as pessoas lidam “naturalmente” com os ciclos da natureza - a morte dos bichos, das árvores – e “automaticamente lidam melhor com a morte”, criando até ritos próprios. “As pessoas são capazes de conversar sobre um assunto do dia-a-dia porque a morte está naturalmente nas suas
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vidas. Nos espaços urbanos adquiriu todo este estranhamento da cultura”, desenvolveu. Outro setor em que o sacerdote considera que a morte e o luto deviam ter espaços próprios é a escola onde tem de entrar “não como o bicho papão” mas como um processo que exige, por exemplo, “um despoletar de novas estruturas de apoio”. |
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Igreja lembra I Guerra Mundial |
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O Ordinariato Castrense de Portugal assinalou hoje os 100 anos do início da I Guerra Mundial com uma conferência sobre a “Assistência Religiosa em Portugal na Grande Guerra”, uma exposição e a celebração de uma Eucaristia. Os “militares caídos em combate na I Guerra Mundial” foram recordados na Missa presidida pelo bispo das Forças Armadas e de Segurança. D. Manuel Linda alertou para a necessidade de “criar uma cultura de paz e de fazer com que a barbárie nunca mais regresse. “Precisamos de construir a paz como quem efetivamente a quer para os filhos ou para a esposa/marido, para os familiares e para os vizinhos. Para todos. Fundamentalmente, precisamos de criar uma nova cultura da paz, não como a «tranquilidade da ordem» dos cemitérios, quando já não há qualquer sopro de vida e, portanto, qualquer reação, mas o dinamismo ou a tarefa árdua e difícil de uma sadia convivência a partir dos valores básicos da liberdade social e da justiça socioeconómica”, desenvolveu. Neste sentido, o prelado observou |
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que a cultura da paz e dos direitos humanos exige a defesa perante os que a “maltratam, dizimam, martirizam, numa fúria selvagem e sectária, típica dos maiores malfazejos da humanidade”. “Para mais, essa baixeza é embrulhada na capa da religião e no nome de Deus”, advertiu. Os participantes na iniciativa do Ordinariato Castrense participaram num momento musical e na cerimónia de abertura de uma exposição, nos claustros e no Museu da 1ª Secção do Instituto dos Pupilos do Exército. Entre os dias 30 de outubro e 11 de novembro, vai estar patente ao público nesta mostra o espólio de D. José do Patrocínio Dias, o “grande capelão militar da altura” e futuro bispo de Beja. |
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Imprensa de inspiração cristã
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D. João Lavrador, membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, afirmou hoje no IX Congresso da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã que os títulos da imprensa regional do setor têm de ser uma referência para os media. “Parece um paradoxo, que se exija desta realidade da comunicação social de inspiração cristã, tão pobre de meios e tão secundarizada perante os grandes e portentosos meios de comunicação, que sirva a estes de referência de modo a ajudá-los, em atitude de diálogo, a uma visão renovada do ser humano, da sociedade, da cultura e da história”, afirmou o bispo auxiliar do Porto na sessão de encerramento do Congresso da AIC. Para D. João lavrador, a comunicação de inspiração cristã deve “pautar a sua conduta por um contexto ético capaz de servir a dignidade do ser humano”, acrescendo-lhe a obrigação de “proporcionar um leitura dos acontecimentos que de outra forma ficaria truncada ou limitada”. Intervindo na sessão de encerramento do congresso, o cónego Salvador Santos, presidente da direção da AIC, |
afirmou que é necessário “acreditar no jornal em papel, tornando-o mais legível e atraente, graças às novas tecnologias”. “A psicose de que a imprensa escrita tem os dias contados não é mais do que o pensamento de quem nada fez sobre este meio poderoso”, sublinhou o cónego Salvador Santos. O presidente da direção da AIC sustenta que “todos os meios têm lugar” e todos “prestam um excelente papel” devendo ser completares uns dos outros. O IX Congresso da Imprensa de Inspiração Cristã decorreu em S. Bento da Porta Aberta, na arquidiocese de Braga, entre os dias 23 e 25, sobre o tema “Mediadores da Alegria e do Encontro”.
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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«Cister no Douro», o claustro testemunha da história e do património |
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Concurso: Faz o teu vídeo, mostra-nos a tua missão 2014 |
«Fruto da terra e do trabalho do homem…» |
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Lígia Silveira Agência ECCLESIA |
Pitões das Júnias, Tourém, Negrões, Paradela, Castro de Avelãs, Rio de Onor são nomes de aldeias que atrás dos montes se descobrem na genuinidade da paisagem e das pessoas que as habitam. Nas Terras do Barroso o cheiro a animais convida-nos a estar próximo da terra e a encontrar na herança de séculos a história que permite ler de que é feito o homem: a igreja, o forno comunitário, o tanque com o estendal onde seca a lã, o pastor que conduz as suas ovelhas ou a junta que passa vagarosamente e obriga a encostar. Descobrir as estradas secundárias que as ligam é ser brindado com a beleza natural de telas pintadas por um sol que teima em não se despedir do verão. E por entre montes e vales, a parábola de Jesus: «Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso (…) Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um.» (Mateus 13:4-8) Um homem calcorreia a terra e espalha sementes a cada passo. A alguns metros, a mulher do semeador, teima com uma cabra que se empoleira para subir a uma pequena árvore e comer as primeiras tímidas folhas de uma macieira. Mas logo vem ao nosso encontro com dois enormes cogumelos acabados de colher. Emociona-me a vida desta gente genuína, de coração generoso, marcada pelo ritmo das |
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© Rui Martins
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estações e que, também por isso, sabe o que realmente importa nos dias. “Quer uns feijões?» indaga uma senhora vestida de preto, que sentada à porta de casa, na companhia de outras anciãs, se entrega à tarefa de os descascar. Acedem simpaticamente a uma fotografia e a dois dedos de conversa, onde a saúde (ou a falta dela) marca a vida mas não a disposição. Nas bermas, castanheiros vão libertando o fruto que sem reserva começamos a juntar. As castanhas |
brilham ainda dentro dos ouriços, como num piscar de olhos. “Apanhem, apanhem…. Se não tivesse de ir buscar um trator, trazia-vos uma saca delas…” Desta partilha feita «Comunhão», já escreveu Miguel Torga, filho da terra, que nos deixou um “reino maravilhoso”: «Semear trigo e apascentar ovelhas/ É oficiar à vida/ Numa missa campal./ Mas como sobra desse ritual/ Uma leve e gratuita melodia,/ Junto o meu canto de homem natural/ Ao grande coro dessa poesia.» |
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Contactar as pessoas é mais agradável
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Agência ECCLESIA (AE) – A Diocese de Viseu está em dinâmica sinodal. Uma forma de colocar os cristãos a caminhar e ajudar na construção. Como estão a trabalhar concretamente com os jovens? D. Ilídio Leandro (DIL) – A Igreja tem, naturalmente, as suas dinâmicas que têm uma ligação também com os diversos secretariados nacionais. Ao nível da pastoral juvenil temos apostado nos crismandos e nos crismados [Aqueles que receberam o Sacramento do Crisma ndr]. Nas visitas pastorais que faço tenho um encontro que junta os crismandos com os crismados onde são |
propostos caminhos e se fala do programa pastoral do ano. Um trabalho com dificuldades, mas também com momentos de esperança. Inserimos no mesmo secretariado a pastoral vocacional porque entendo que se deve investir na pastoral juvenil a partir da vocação. Dar uma perspetiva vocacional que é de facto o casamento ou sacerdócio.
AE – A diocese tem uma metodologia própria para inseri-los nos trabalhos sinodais? DIL – Pede-se, especialmente, nos conselhos diocesanos da pastoral juvenil – que se realizam de dois em dois meses e onde estou presente – trabalho aos jovens e estes respondem afirmativamente. Porém, pede-se também que eles se integrem nas paróquias e nos respetivos trabalhos das comunidades. O trabalho separado não resulta muito porque a caminhada dos jovens é muito limitada no tempo. Praticamente, aqueles que começaram o sínodo diocesano como jovens, há 5 anos, agora são adultos. |
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AE – Os jovens ainda são os parentes pobres da sociedade atual? DIL – Hoje, sobretudo, porque estão sempre muito dependentes da resposta que a sociedade lhes ofereça. São muito passivos na linha da conquista do seu lugar na sociedade. Hoje temos cerca de 40% de jovens no desemprego. Perante a situação dos jovens e dos desempregados não compreendo – tenho de estar mais uma vez de acordo com o Papa Francisco – e não posso estar de acordo com esta política e com esta atitude dos governos que só olham para a salvaguarda de determinados bens de uma política aprovada e aplaudida pela União Europeia.
AE – O fosso entre pobres e ricos aumentou… DIL – Está constantemente a aumentar. Recentemente, lia que o número de ricos em Portugal aumentou e os mais ricos aumentaram os seus haveres, quando o número de jovens desempregados aumenta também. Isso é um atentado à justiça social
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AE – A palavra «sínodo» significa ‘caminhar com…’ Caminhar em conjunto. Mas muitos caminham sem nenhum ideal? DIL – Hoje não é fácil caminhar com os jovens e fazê-los acreditar que têm referências. No entanto, sei que atualmente as referências são difíceis, mas temos bons e empenhados jovens cristãos na diocese. Estamos no último ano da feitura do sínodo com as assembleias. Estamos a caminhar para que no dia 8 de dezembro de 2015 seja mesmo uma celebração dos 50 anos do II Concílio do Vaticano e apurar as conclusões e as propostas sinodais. |
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AE – Começam também as celebrações dos 500 anos da Sé de Viseu DIL – Verdade. A 23 de julho de 2016, a Sé de Viseu celebra 500 anos. Depois das propostas sinodais queremos propor à Igreja diocesana um caminho para 10 anos. O sínodo não termina em 2015… Terminam as sessões e as assembleias, mas o sínodo começa com o colocar em prática as propostas que nasceram dos trabalhos sinodais. As conclusões com as constituições sinodais vão ser publicadas em ordem a estabelecer linhas de força para os próximos 10 anos. No final desse decénio haverá uma avaliação e uma revisão.
AE – Nota-se que já fez as contas… DIL – (Risos)… Serão os dez anos que me levarão aos 75 anos [quando os bispos apresentam a renúncia ao Papa]. Mas só Deus sabe, se daqui a dez anos serei bispo da diocese.
AE – A Sé de Viseu celebra 500 anos da sua dedicação em 2016. É a casa dos cristãos das terras de Viriato? DIL – A Sé é um lugar específico. É o local onde o bispo tem a sua cadeira, a sua cátedra. É uma cadeira não para
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estar sentado, mas para ensinar e comunicar a palavra de Deus. A efeméride é uma motivação para nos interrogarmos sobre o que somos como diocese e como Igreja em Viseu. Primeiro projetámos o sínodo diocesano para projetarmos os 50 anos do II Concílio do Vaticano. Nesse dia de encerramento (08 de dezembro de 2015) começa também a celebração dos 500 anos da catedral que terá a sua conclusão a 23 de julho de 2016. Esse tempo [08 de dezembro a 23 de julho] é para a elaboração das constituições sinodais. Iniciaremos ali um período de dez anos para aplicar e concretizar as conclusões sinodais. Já estamos a olhar para esse ano de 2016… Onde será lançada uma publicação da história da diocese, em três volumes.
AE – Na cátedra ensina e na rua caminha com as pessoas. Gosta mais do contacto com as pessoas ou dos trabalhos de gabinete?
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pessoas é muito mais agradável e doce do que estar no gabinete. Eu não sou bispo de gabinete, nem penso que o bispo deve ser, essencialmente, de gabinete. No entanto, necessito, tal como os meus colegas, de muito tempo para os trabalhos de gabinete. |
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AE – Olhando também para o presente, a dimensão social e caritativa da Igreja de Viseu é bem visível. DIL – A pastoral social tem várias dimensões. Com a constituição conciliar «Gaudium et Spes» podemos ver todas essas áreas. Essa constituição contempla a família, jovens, cultura e os problemas da Doutrina Social da Igreja. Na Diocese de Viseu temos, de facto, esse âmbito da Doutrina Social da Igreja contemplada na ação local, através de centros sociais paroquiais. Temos 101 centros sociais paroquiais nas 208 paróquias. A Cáritas tem uma dimensão que não pode ficar confinada a um centro social. Ela tem uma dimensão que abarca a ação social em toda a diocese. A Cáritas tem feito um trabalho extremamente positivo e com um olhar sempre atento aos problemas sociais. Basta ver o trabalho que tem feito com a etnia cigana que, em Viseu, tem diversos bairros. A Cáritas tem apostado na formação para a constituição de grupos de intervenção social nas paróquias.
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AE – Tem sido um porto de abrigo para muitas famílias? DIL – Concretamente através dos apoios eventuais para circunstâncias muito concretas. Em 2009, criou-se o fundo diocesano de solidariedade que é gerido pela Cáritas Diocesana de Viseu. Este fundo é destinado, sobretudo, aos desempregados e tem apoiado dezenas e dezenas de famílias. Tem sido um auxílio para muitas situações de emergência.
AE – Chegou mesmo a apelar aos padres de Viseu que doassem o seu subsídio de Natal para esse fundo de solidariedade. Pensa fazer o mesmo este ano? DIL – Aceito perfeitamente voltar a fazê-lo, se a Cáritas disser que está a extinguir-se o fundo para estes casos urgentes. Eu e os outros sacerdotes da diocese não temos, nem passamos dificuldades primárias se doarmos metade ou um ordenado mensal cada ano para os mais necessitados. |
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AE – Tendo a comunicação social o cognome de «quarto poder», como é o seu relacionamento com os media? DIL – Entendo que a comunicação social é extremamente importante na ação da Igreja. Sem a comunicação social, a Igreja não tinha capacidade de poder levar o evangelho e a prática cristã. Não apenas às periferias, mas também aqueles que são os
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elementos participativos da Igreja. Na missa dominical temos uma percentagem grande de cristãos. Na diocese de Viseu são cerca de 25%, mas talvez 80% ou mais desses cristãos a única presença prática em ações da Igreja é essa missa dominical. É uma ação evangelizadora e celebrativa, mas a ação da Igreja não se confina a uma hora por semana. Portanto, sem a comunicação social e a sua capacidade, a Igreja tinha mais dificuldade em levar a sua mensagem, os seus desafios e os seus apelos à renovação.
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AE – Então utiliza os media para «passar» as suas mensagens. Numa entrevista a um semanário disse «Não sou cristão de passar o dia na Igreja». Passa o dia, fora das paredes do templo? DIL - A ação do missionário tem de utilizar a igreja como enriquecimento pessoal e como comunhão com Deus. Recordo que Jesus passava a noite em oração com o Pai, mas o dia era passado em atividade com pessoas. Eu refugiar-me-ia na Igreja e na oração se fosse um monge de clausura. Se tivesse uma vocação monacal. A vocação do bispo e do sacerdote pároco não é monacal, nem de clausura, mas de ação no mundo. O evangelho é necessário onde estão as pessoas e onde estas trabalham e vivem. Uma ação que julgo paradigmática é a visita pastoral. Quando faço uma visita pastoral também vou a uma Igreja e celebro a Eucaristia onde as pessoas se reúnem, mas a minha ação fundamental é, de facto, visitar as crianças e jovens nas escolas, os trabalhadores e operários nas fábricas e reunir com os mais variados grupos. |
AE – Então ninguém está fora do projeto de salvação?
DIL – Claro que não. Então nessa altura sentiríamos Deus como alguém que tinha barreiras e que limitava o acesso. O Papa Francisco, nesse aspeto, é exemplar e modelo na apresentação da salvação de Deus. Olhando as periferias e indo ao encontro daqueles que estão para lá de todos os limites.
AE – Mesmo aqueles que não podem comungar? DIL – Mesmo aqueles que não podem comungar. Mesmo aqueles que porventura têm opções na vida que os impede de ir à comunhão. Nunca podemos dizer que o estar impedido de ir à comunhão é o mesmo que estar fora da salvação. A salvação de Deus tem meios e formas de ir muito além onde a Igreja vai e onde os padres e os bispos vão. Para o coração de Deus não há limites nem exclusividade. |
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AE – Esse olhar abrangente sobre a realidade levou-o a defender, em tempos, a utilização do preservativo nos doentes com SIDA. DIL – Compreendo que há muitas situações em que o preservativo pode evitar o aborto. Entre o preservativo e o aborto não tenho comparação possível. E não comparo os efeitos negativos do preservativo - preserva a conceção, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide - e o aborto que faz terminar o início da vida. Entendo que em muitas situações – naquela altura falou-se de algumas concretas -, o preservativo pode ser um mal menor. Pode ser, objetivamente, uma forma de recurso a abortos ou a nascimentos com deformações.
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AE – A situação atual causa instabilidade psicológica. Em muitos casos, ela desemboca no divórcio e na violência doméstica. DIL – Alguns dados dizem que os divórcios estão a diminuir, mas a violência doméstica está a aumentar. Estas situações devem-se à situação económica, mas também tem outras causas. Na Igreja acompanhamos muito a preparação para o matrimónio e damos conta que ela é cada vez mais superficial. |
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Cáritas contra a pobreza e exclusão |
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Presidente da direção da Cáritas Diocesana de Viseu |
A Cáritas Diocesana de Viseu continua a encontrar desafios e problemas associados ao contexto social e económico que atravessamos. Verificamos situações de pobreza extrema em que as pessoas que já se encontravam em grandes carências, têm tido cada vez mais dificuldades económicas e consequentemente a desestruturação familiar, em muitos casos o consumo de álcool, a violência doméstica.
Outra dimensão fulcral tem a ver com a pobreza encoberta, os novos pobres, pessoas de uma classe média que devido ao desemprego não têm dinheiro para pagar a renda, hipotecas e a aquisição de bens essenciais. Os idosos em situação de isolamento e cada vez mais fragilizados, jovens sem projetos de vida e muitas vezes caindo na marginalidade, no consumo de drogas. O trabalho com as minorias e o seu processo de inclusão social. Estas são algumas das realidades com que a Cáritas Diocesana de Viseu trabalha. Neste contexto apoiou milhares de pessoas através de diversos apoios muitos em situação de emergência social, nomeadamente económicos, como o pagamento de rendas em atraso, evitando o despejo das famílias, o apoio na medicação, óculos entre outros produtos e a ajuda em bens alimentares a famílias com dificuldade de acesso aos bens básicos para a sua sobrevivência. Por outro lado a Cáritas Diocesana de Viseu continuou a investir fortemente na promoção e desenvolvimento social, através das suas |
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respostas sociais, o Atendimento Social, o Centro Comunitário, a Equipa Multidisciplinar do RSI, o Projeto Escolhas Acertadas, envolvendo crianças, jovens, famílias, minorias étnicas, imigrantes, em diferentes áreas como a Educação, a Formação, a procura de emprego, etc. A Cáritas Diocesana de Viseu, sabendo que o desemprego constitui um dos principais problemas sociais em Portugal desenvolveu estratégias para o minimizar, nomeadamente através de Ações de Formação para a Inclusão, no âmbito do Programa “ Formação para a Inclusão”, dinamizando o Curso de” Proteção da Floresta e Aproveitamento de |
Recursos Florestais”, abrangendo 18 indivíduos em situação de desemprego de longa duração. Está também a dinamizar o reforço e organização dos grupos sócio-caritativos nas Paróquias da Diocese, permitindo melhorar a rede de sinalização, apoio e acompanhamento de situações problemáticas. A Plataforma Dar e Receber, visando um melhor aproveitamento de bens e recursos humanos e voluntários em prol dos mais desfavorecidos. Dinamizou também um grupo de professoras desempregadas através do Grupo de Inter-Ajuda Social ( GIAS). |
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Departamento dos Bens Culturais |
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Fátima Eusébio Departamento dos Bens Culturais |
Este organismo diocesano, especificamente vocacionado para a área dos bens culturais, tem desenvolvido as suas acções numa perspectiva de construção / criação / descoberta da tessitura que se pode estabelecer entre os bens culturais, nas suas diversas formas de expressão, e o caminho de fé que conduz os fiéis ao encontro de Deus. Nas várias dinâmicas que têm sido desenvolvidas desde 2008, a experiência estética, o conhecimento da história e das tradições, assumem um carácter integrador com a compreensão da mensagem e a vivência da espiritualidade, participando no itinerário para o acolhimento e anúncio do mistério e da beleza de Deus. - inventário | implementado de forma sistemática nos últimos dois anos e meio, tem possibilitado |
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o conhecimento das existências nas paróquias, constituindo um recurso estratégico para o planeamento das intervenções de conservação e restauro, para a preparação de exposições temporárias, bem como para a protecção do património e sensibilização das comunidades; - exposições temporárias | as narrativas dos vários projectos expositivos realizados desde 2008 |
foram pensadas no contexto de uma temática e de um enquadramento significante, potenciador de uma exegese integradora da materialidadee da espiritualidade; algumas destas exposições foram depois disponibilizadas às paróquias, museus e outros espaços, possibilitando a sua fruição a um público mais alargado;
- visitas orientadas e outras acções
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de dinamização | por solicitações pontuais ou através da organização de programas abertos à comunidade têm sido realizadas diversas iniciativas adaptadas aos diferentes grupos etários;- conservação e restauro | têm sido vários os projectos de intervenção de conservação e restauro realizados com acompanhamento do Departamento, possibilitando a articulação dos párocos e comissões com as empresas para que os trabalhos realizados sejam qualificados e assegurem a devida salvaguarda do património;
- formação | conscientes de que a conservação do património será acrescida e qualificada se as comunidades paroquiais estiverem sensibilizadas e assumirem uma atitude responsável e activa na adopção e implementação de procedimentos adequados à especificidade dos edifícios e das peças, tem sido disponibilizada aos arciprestados uma formação com a abordagem a temas directamente relacionados com a salvaguarda do património da Igreja; - publicações | para além dos desdobráveis associados a cada exposição temporária, que são |
trabalhados para que constituam “guias” com conteúdos e qualidade gráfica, têm sido publicados alguns catálogos e brochuras e, semanalmente, no Jornal da Beira, publica-se um texto intitulado Dar luz à Palavra através da arte, onde uma obra de arte é objecto de uma interpretação articulada com a Palavra anunciada a cada Domingo no contexto da liturgia; - Arquivo Histórico | criadas as instalações com as devidas condições para a instalação do arquivo da diocese, a documentação encontra-se em fase de tratamento técnico e estão a ser criados os instrumentos para que seja disponibilizada ao público. Estas e outras áreas de atuação têm aberto inúmeras possibilidades e exigências à atuação do Departamento dos Bens Culturais, conferindo-lhe uma significativa dinâmica no contexto da Diocese de Viseu. |
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Atividade Missionária na Diocese de Viseu |
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A atividade missionária, a nível da Diocese de Viseu, é impulsionada pelo Secretariado Diocesano de Animação Missionária (SEDAM). Não foi ainda viável um verdadeiro serviço de animação missionária. Pensa-se na formação de um Centro Missionário Diocesano, em moldes de tornar-se o coração missionário da diocese, com ligação às paróquias e em colaboração das mais variadas forças, pastorais e evangelizadoras. Para além da colaboração com as OMP (Obras Missionárias Pontifícias) a diocese não tem grande participação na missão “Ad Gentes”. É verdade que alguns jovens se têm integrado em serviços de voluntariado missionário, mas não foram preparados e enviados pela diocese. Integraram-se em organismos missionários com respiro nacional. O SEDAM colabora na vida diocesana, sobretudo na preparação do Sínodo, e outras atividades, dando o seu contributo para a renovação da pastoral em chave missionária. Desde 1948 está presente na diocese |
o Instituto dos Missionários Combonianos, que ao longo de todos estes anos desenvolveu uma intensa atividade de animação missionária, da qual beneficiou toda a diocese. Vários membros do Instituto são oriundos da Igreja de Viseu e estão a trabalhar em diferentes partes do mundo. O Instituto colabora ativamente na vida diocesana, de modo a imprimir um cunho marcadamente missionário. Uma dessas colaborações é a formação de grupos missionários paroquiais (Cenáculos de Oração Missionária). Por tanto, a atividade missionária “ad gentes” na diocese, na sua gestão concreta e normal, não vai muito para além da execução das tarefas requeridas pela Direção Nacional das OMP. Distribui-se e divulga-se o material preparado para o Outubro Missionário e para o Dia Mundial das Missões e, com isso, motiva-se as paróquias a participar na missão ‘ad gentes’ pela oração, pela partilha de bens e pela entrega vocacional. Jovens das aulas de moral e dos escuteiros |
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são também envolvidos na angariação de fundos, no peditório de rua. Há uma dinamização da Obra da Santa Infância, em colaboração com o Secretariado da Educação Cristã (Catequese da Infância). Procura-se envolver as crianças na atividade missionária em benefício das outras crianças do mundo especialmente durante o tempo de Advento e Natal; consiste em distribuir um pequeno mealheiro de cartolina onde, para além da oração, as crianças são estimuladas a colocar as suas poupanças, fruto da renúncia a alguma coisa de que costuma disfrutar, para ajudar outras crianças.
Padre Francisco de Medeiros Padre Julio Martins |
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Sínodo Diocesano de Viseu |
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Padre José Cardoso, do Sínodo Diocesano |
Tendo em conta os 50 anos do Concílio e os 500 anos da dedicação da catedral de Viseu, teve início, no dia 10 de Outubro de 2010, o Sínodo Diocesano.
Os primeiros três anos foram dedicados fundamentalmente à revisitação dos textos conciliares e às propostas de aprofundamento oferecidas pelas comissões. De facto, cada comissão preparou um pequeno caderno com o respetivo tema que, além do Concílio, tinha em conta também a vida e o pensamento da Igreja nas últimas décadas. |
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aprovadas 29 propostas referentes à chamada pastoral orgânica. De salientar a reorganização da Diocese em 5 ou 6 arciprestados, agrupando os 17 atuais. Além disso, também a proposta de um Conselho Pastoral Paroquial mais pequeno e ágil, de modo a ser um verdadeiro motor da pastoral. Ainda outra proposta incentivava à concretização das unidades pastorais, em convivência com o modelo paroquial tradicional. Havia ainda várias propostas que respeitavam à participação corresponsável na vida da comunidade e outras que propunham sobretudo novas atitudes, com vista a uma Igreja mais missionária.
No dia 15 de Novembro do presente ano, serão votadas as propostas referentes à pastoral profética. Com mais duas assembleias, chegaremos à conclusão dos trabalhos sinodais em 8 de Dezembro de 2015. Depois será a vez de D. Ilídio, o grande dinamizador do Sínodo, propor à Diocese uma exortação pastoral que servirá de base para o trabalho dos próximos dez anos. Juntos, caminhando com o Ressuscitado, seremos certamente uma Igreja mais bela, mais apta para a missão e mais sinodal, em tempos de nova evangelização. |
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Pastoral das Vocações, da Juventude
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Padre António Jorge, Equipa da Pastoral das Vocações, da Pastoral Juvenil e do Ensino Superior |
Na Diocese de Viseu, as áreas da Pastoral das Vocações, da Juventude e do Ensino Superior são orientadas pela equipa formadora do Seminário Maior que agrega a si pessoas, reunidas em vários setores, para a auxiliar nesses áreas da pastoral da Igreja.
– e nos seus vários contextos atuais – paroquial, participação em movimentos da Igreja, universitário, etc. – para uma concretização o mais eclesial possível do seu desenvolvimento humano, cristão e vocacional. |
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no laicado – tem levado a cabo um projeto de pastoral que tem como “temporadas” de trabalho na “messe” os meses de janeiro a junho de cada ano pastoral, aproveitando os restantes meses para a interação com os mais novos no acompanhamento e discernimento vocacional e a formação de animadores vocacionais. Muito profícua tem sido a programação com os párocos dos diversos arciprestados, para uma maior e mais realista presença do testemunho nos diversas comunidades e grupos. Não são esquecidas as turmas de EMRC e os espaços da sociedade onde é possível semear uma cultura vocacional nova,
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através de uma presença “atrevida”.Quanto à Pastoral da Juventude, o “motor” de programação, realização e avaliação da ação pastoral em favor dos jovens é o Conselho Diocesano da Pastoral da Juventude, que reúne três vezes no ano pastoral os animadores dos diversos grupos juvenis. Tem sido importante a presença dos responsáveis deste setor nos encontros do Bispo diocesano com os crismandos, nas visitas pastorais, os itinerários de oração e formação propostos, assim como um plano de atividades que têm como centro a Jornada Diocesana da Juventude e, como periferia, outras atividades de âmbito diocesano |
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e nacional. Na Pastoral do Ensino Superior, o acompanhamento dos jovens é mais delicado, tendo em conta quer a crise económica que abala as Universidades quanto à escassez de estudantes, quer a diversidade de ideologias e ações “académicas” que, mais ou menos indiferentes a uma visão integral pessoa, poderão |
constituir uma barreira a uma ação pastoral mais continuada, por um lado, e um desafio a procurar novos caminhos de aproximação, por outro. Tem sido ponto de encontro a anual Bênção de Finalistas e a presença mais personalizada dos capelães nos diversos centros universitários. Há quem tenha, com ou sem razão, rotulado a geração dos jovens |
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de hoje de “incrédula”. No entanto, não menos verdade é a constatação de que alguns esforços institucionais pareçam mais apoiados na autodefesa para a sua sobrevivência do que numa atenção mais fiel à condição dos mesmos jovens neste “mudar de era”, entre o peso de heranças relativizadas e as miragens de um futuro incerto. Urge, portanto, estar presentes, |
observar e apoiar no caminho de construção da felicidade. Tenta-se uma ocupação na esperança de que, entre avanços e retrocessos, a Caridade do Bom Pastor tenha lugar nas nossas decisões refletidas e atuadas no caminho onde se crê proporcionar O Encontro que transforma vidas de muitos a partir do testemunho de alguns. |
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Terra, teto, trabalho |
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O Papa Francisco apelou à defesa dos direitos dos trabalhadores e das suas famílias, durante um encontro com os participantes no primeiro encontro mundial de Movimentos Populares. “Digamos juntos, de coração: nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho dá”, declarou, perante trabalhadores precários e da economia informal, migrantes, indígenas, sem-terra e pessoas que perderam a sua habitação. O encontro foi promovido até quarta-feira pelo Conselho Pontifício Justiça
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e Paz (Santa Sé), em colaboração com a Academia Pontifícia das Ciências Sociais.
“Não existe pior pobreza material do que aquela que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho. O desemprego juvenil, a informalidade e a falta de direitos laborais não são inevitáveis, são o resultado de opção social prévia, de um sistema económico que coloca os lucros acima do homem”, defendeu o Papa. A intervenção alertou para o “escândalo da fome” e as consequências da “cultura do descartável”, condenando os “eufemismos” que se utilizam |
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para falar do “mundo das injustiças”. “Este sistema já não se consegue aguentar. Temos de mudá-lo, temos de voltar a levar a dignidade humana para o centro: que sobre esse pilar se construam as estruturas sociais alternativas de que precisamos”, explicou. “Terra, teto e trabalho. É estranho, mas se falar disto, para alguns parece que o Papa é comunista”, começou por referir, antes de recordar que “o amor pelos pobres está no centro do Evangelho”. "Terra, teto e trabalho, aquilo por que lutam, são direitos sagrados. Reclamar isso não é nada de estranho, é a Doutrina Social da Igreja", assinalou. O Papa pediu que se mantenha viva a vontade de construir um mundo melhor, “porque o mundo se |
esqueceu de Deus, que é Pai, ficou órfão porque deixou Deus de lado”.
Num discurso de cerca de meia hora, Francisco referiu que a presença dos Movimentos Populares é um “grande sinal”, porque estão no Vaticano para “pôr na presença de Deus, da Igreja, uma realidade muitas vezes silenciada”. “Os pobres não só sofrem a injustiça mas também lutam contra ela”, precisou. Jesus, acrescentou, chamaria “hipócritas” aos que abordam o “escândalo da pobreza promovendo estratégias de contenção” para procurar fazer dos pobres “seres domesticados e inofensivos”. O discurso papal abordou ainda os temas da paz e da ecologia, para além das questões centrais do emprego e da habitação.
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Criação, Deus e Evolução |
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O Papa Francisco afirmou no Vaticano que os conceitos de evolução e de criação são compatíveis com a fé num Deus criador. “O Big Bang, que hoje se coloca na origem do mundo, não contradiz a intervenção criadora divina, mas exige-a”, declarou, numa audiência aos membros da Academia Pontifícia das Ciências. Francisco sustentou que o início do universo “não é obra do caos” mas “deriva diretamente de um Princípio supremo que cria por amor”. “A evolução na natureza não está em contraste com a noção de Criação, porque a evolução pressupõe a criação dos seres que evoluem”, acrescentou. A Academia Pontifícia das Ciências (Santa Sé) está a analisar o tema da “evolução do conceito de natureza”. Francisco rejeitou que o relato bíblico do Génesis implique a imagem de Deus com “uma varinha mágica”, a criar todas as coisas. “Ele criou os seres e deixou-os desenvolverem-se segundo as leis internas que deu a cada um, para que se desenvolvessem, para que chegassem à sua própria plenitude”, precisou. “Assim a criação prosseguiu durante |
séculos e séculos, milénios e milénios, até que chegou ao que hoje conhecemos, precisamente porque Deus não é um demiurgo ou um mago, mas o Criador que dá ser a todos os entes”, acrescentou. A “autonomia” dos seres do universo, realçou Francisco, é diferente da “liberdade” dos seres humanos, que implica uma responsabilidade particular “no futuro da humanidade e da terra”. O Papa convidou os cientistas a terem “esperança e confiança em Deus, autor da natureza” e na capacidade do ser humano. A Academia Pontifícia das Ciências, fundada em Roma no ano de 1603 com o nome de Academia dos Linces, é composta por 80 investigadores nomeados vitaliciamente pelo Papa, a partir da proposta do corpo académico. |
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500 representantes de organizações católicas femininas em Fátima |
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A presidente da União Mundial das Organizações Femininas Católicas (UMOFC) afirmou que a “abertura” do Papa Francisco na reflexão sobre o papel das mulheres da Igreja é um desafio para a organização. “Temos de trabalhar mais e aproveitar o espírito de abertura do Papa Francisco, o seu encorajamento à reflexão sobre as mulheres. Esperemos que isto nos ajude a melhorar”, disse Maria Giovanna Ruggieri à Agência ECCLESIA. A responsável recordou, durante os trabalhos que decorreram em Fátima, que o Papa convidou as mulheres a terem um papel mais ativo na Igreja, convidando as participantes a “oferecer os seus dons, reflexões e ideias para aprofundar a missão e a presença femininas” nas comunidades católicas. “Encorajamos as mulheres a ter um compromisso cada vez mais forte na Igreja e também pedimos que sejam reconhecidas, porque fazem muito e nem sempre são devidamente consideradas”, assinalou a entrevistada. A assembleia-geral da UMOFC concluiu-se esta segunda-feira, |
após uma semana de trabalhos com o lema «Mulheres semeadoras de esperança». “As prioridades são o tema da família - acabamos de ter um Sínodo especial, em Roma -, a juventude, porque estamos muito preocupados com a falta de contacto e gostaríamos de construir uma ponte entre nós e os jovens”, explica Maria Giovanna Ruggieri, reconduzida na presidência. A UMOFC quer ainda dedicar um “cuidado especial pelos pobres, as pessoas que sofrem no mundo, os deslocados, os refugiados, as pessoas que são perseguidas”, recordando em particular a situação no Médio Oriente. Em Fátima estiveram 500 mulheres, representantes de mais de 100 organizações de 66 países dos cinco continentes, que enfrentam “os grandes desafios na sociedade”.
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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt
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Francisco elogia o «grande Papa» Bento XVI |
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Apelo em favor das vítimas do vírus ébola |
Rede Europeia Anti Pobreza |
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A 17 de outubro de 1987, o padre Joseph Wresinski convidou cerca de cem mil pessoas para, juntas, celebrarem o primeiro dia mundial para a Erradicação da Pobreza na Praça dos Direitos Humanos e da Liberdade, no mesmo lugar onde, em 1948, foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em Paris. Posteriormente em 1992 a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou esse dia como sendo o “Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza”. Assim esta semana propomos uma visita ao sítio da Rede Europeia Anti Pobreza (EAPN). Ao digitarmos o endereço www.eapn.pt encontramos um espaço eminentemente informativo, graficamente muito bem enquadrado e com um conjunto bastante interessante de conteúdos. Na página inicial além dos habituais destaques, dispomos de ligações para as redes sociais (facebook, youtube, flickr), podemos assinar o boletim eletrónico e ainda aceder aos dois blogues da rede EAPN. |
Na opção “quem somos” além de ficarmos a saber quem são os elementos que compõem os órgãos sociais, quais os princípios, valores, missão e origem, descobrimos ainda que a sigla EAPN tem a sua origem no inglês European Anti Poverty Network.
Se pretende saber qual a ação concreta desta rede, basta que aceda ao item “o que fazemos”. Aí fica a conhecer os objetivos gerais, o plano de formação anual, quais são os seus projetos e ainda que estudos e grupos de trabalho existem. Em “núcleos distritais” podemos saber onde se encontram localizados os centros regionais distribuídos por todo o país, bem como que formações decorrem em cada distrito e ainda que projetos aí são desenvolvidos. No item “centro de documentação” entramos num espaço com um manancial enorme de conteúdos disponíveis. Logo de início temos todos os boletins bibliográficos eletrónicos que incluem as novas aquisições do Centro de Documentação da EAPN. Podemos também aceder a todos os documentos, que se encontram |
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catalogados pelos mais variados temas (assuntos europeus, bem-estar Infantil, candidaturas, comunicados de imprensa, comunidades ciganas, economia social, envelhecimento ativo, estudos e dados estatísticos, pobreza / exclusão social, fundos estruturais, pareceres e tomadas de posição, QREN). Por último ainda dispomos de acesso às diversas publicações, seja à revista de política |
social Rediteia, aos cadernos EAPN entre outras. Aqui fica a sugestão para que acedam e visitem este espaço inteiramente dedicado à luta contra a pobreza e a exclusão social, porque de facto a pobreza mata.
Fernando Cassola Marques |
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Publicações: Maria Teresa Maia Gonzalez escreveu a «primeira Bíblia» para as crianças |
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Maria Teresa Maia Gonzalez apresentou esta segunda-feira o livro “Passa a palavra – A tua primeira Bíblia”, onde “reconta” alguns episódios da Bíblia com linguagem para crianças a partir dos oito anos, acompanhados por ilustrações de Raquel Pinheiro. “’Passa a palavra – A tua primeira Bíblia’ é o livro que escolhi a pensar nos mais novos querendo recontar-lhes alguns dos episódios mais marcantes da Bíblia a meu jeito”, disse Maria Teresa Maia Gonzalez à Agência ECCLESIA. A autora quer que os mais novos se possam “identificar com algumas das personagens” das históricas bíblicas que apresenta, “interpelando-as, fazendo-as pensar e dando-lhes a conhecer Jesus”. “Passa a palavra – A tua primeira Bíblia” conta histórias da Bíblia do Antigo e do Novo Testamento e depois, numa terceira parte, apresenta “Textos maravilhosos da Bíblia”, onde a autora transcreve salmos, o Pai Nosso, as Bem-Aventuranças e outros excertos |
relacionados com as primeiras comunidades cristãs.
Cada episódio começa com uma pergunta relacionada com o quotidiano infantil para “introduzir a criança no tema que vai ler naquela história” mantendo-se “familiarizada” com o que depois é contado com uma linguagem “acessível e adequada para esta faixa etária”.
Para Raquel Pinheiro, os textos motivaram a opção por um lado mais “afetuoso e carinhoso” no trabalho de ilustração. “Além de transmitir de forma ilustrada o que o texto me comunicava, a minha preocupação foi sempre incutir nas ilustrações um lado mais afetuoso e carinhoso que os textos devem transmitir a quem os está a ler”, referiu à Agência ECCLESIA. “Penso que as ilustrações da Raquel Pinheiro têm um papel muito importante fazendo uma narrativa paralela que vai ajudar a criança a compreender melhor a mensagem”, considera Maria Teresa Maia Gonzalez.
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A comemorar 25 anos de carreira, Maria Teresa Maia Gonzalez tem publicados mais de 150 títulos, entre eles “A Lua de Joana”. “Este livro é um presente de Deus. Devo repeti-lo. Nunca pensei que |
alguém me lançasse este desafio que eu não mereço e espero estar à altura”, afirmou a autora. “Passa a palavra – A tua primeira Bíblia” é um livro editado pela “Verso da História". |
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II Concílio do Vaticano:
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Quando se comemora o cinquentenário do início do II Concílio do Vaticano (1962-1965), a Igreja vive uma nova primavera com o Papa argentino que escolheu o nome de Francisco. Foi esta escolha, um fruto do concílio convocado por João XXIII? Numa entrevista concedida à Revista «América» (30 de março de 1963) o cardeal Giuseppe Siri, arcebispo de Génova e presidente da Conferência Episcopal Italiana, dizia: “serão precisos cinquenta anos para que se vejam bem os resultados do concílio”. Ao fazer um balanço da primeira sessão do II Concílio do Vaticano (outubro a dezembro de 1962), o cardeal Siri realça também que certos “frutos importantes” apareceram logo na altura. “Primeiro que tudo, a Igreja vê já mais claramente o trabalho que se lhe apresenta para os próximos cem anos”. Segundo o presidente da Conferência Episcopal Italiana da altura, “foi uma decisão sábia e providencial” começar o trabalho do concílio pelo estudo do esquema sobre a liturgia. As suas palavras são elucidativas: “o culto de Deus é a nossa função primeira e fundamental, enquanto verdadeiros membros da Igreja”. Na entrevista traduzida para português (in: Lumen, dezembro de 1963, Fasc XII), o cardeal italiano e padre conciliar sublinha que foi igualmente “providencial” ter estudado a questão “da unidade de todos os cristãos e de todos os homens”. Ao fazer a antevisão da segunda sessão do concílio, o cardeal Giuseppe Siri salienta que era fundamental |
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“reduzir o número dos esquemas” e apela também aos que escrevem sobre esta assembleia magna para “não se lançarem em conjecturas quanto aos seus resultados”. Em relação aos artigos, publicados em abundância na altura da realização do concílio, o arcebispo de Génova realça que existiam “muitos livros” que apresentavam as questões religiosas “completamente alheios aos sãos princípios da erudição”. O cardeal Siri – professor de teologia durante muitos anos – acrescenta que alguns autores modernos precisavam “de ser formados nos bons princípios dos estudos históricos”. Em relação à doutrina social da Igreja e aos problemas sociais que o mundo de então vivia, o padre conciliar declarou que o II Concílio do Vaticano “não tem decretos ou leis a dar sobre este assunto”, visto que ele já foi “profundamente tratado” nas encíclicas dos papas, desde a Rerum Novarum, de Leão XIII, à Mater et Magistra, de João XXIII. Como bispo, o entrevistado realça: “devemos insistir no estudo das encíclicas em vez de fazer uma apresentação em conjunto, deste assunto, no concílio”. No entanto – adianta o cardeal Siri – |
“seria muito útil que o concílio apresentasse mensagens ou declarações sobre certos problemas sociais”. “Seria útil que os padres fizessem declarações sobre a paz, sobre a guerra, sobre o interesse que devem merecer as categorias de pessoas desfavorecidas”, disse ao jornalista da revista «América». A acção caritativa “não poderá desenvolver-se convenientemente senão quando a questão dos direitos for claramente compreendida e aplicada” e conclui: “seria de utilidade, para os que têm de enfrentar certos problemas, que o concílio fizesse uma declaração sublinhando os seus direitos no que respeita a tais problemas, - o direito a um salário vital, por exemplo”. |
Outubro/novembro 2014 |
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Dia 31 Outubro
* Lisboa - Externato Marista de Lisboa - Encerramento das inscrições para curso de português direcionado para estrangeiros e promovido pelos Maristas.
* Lisboa - Museu Nacional de Arte Antiga - O Resplendor do Senhor Santo Cristo volta ao Convento da Esperança (Ponta Delgada) depois de estar exposto no Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa).
* Braga - Universidade do Minho - Encerramento da exposição bibliográfica «D. Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590)», que evoca os 500 anos do nascimento do antigo bispo de Braga
* Lisboa – Turcifal - Encontro diocesano para agentes da pastoral social
* Lisboa - Instituto Português de Oncologia - Encerramento da visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao IPO com celebração presidida por D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra.
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* Lisboa – UCP - Conselho Superior da Universidade Católica Portuguesa com a presença de D. Manuel Clemente.
* Fátima - Casa de Nossa Senhora das Dores - Apresentação dos «Sermões do Rosário – Maria Rosa Mística» integrados na «Obra Completa do Padre António Vieira» pelo padre José Jacinto Ferreira de Farias.
* Santarém - Fórum Actor Mário Viegas - Ciclo de Colóquios sobre «A Arte e o Sagrado - Criatividade e Espiritualidade» com duas conferências «A Religiosidade nas Sociedades Contemporâneas» por Frei Bento Domingues e «A Escola Ibérica da Paz» por José Quaresma.
* Abrantes - Escola Dr. Manuel Fernandes - Conferência do Patriarca de Lisboa sobre a «Identidade Cultural Europeia»
Dia 01 de Novembro
* Coimbra - Ervedal da Beira - XIX Festival Diocesano da Canção Jovem promovido Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra
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* Lisboa - Apelação (Quinta Rainha dos Apóstolos) - Encerramento das celebrações do centenário e início da Família Paulista com bênção da capela «Jesus Mestre» por D. Manuel Clemente.
* Itália – Roma - O Papa Francisco celebra no Cemitério de «Campo Verano»
* Lisboa - Oratório de São Josemaria - Conferência de D. Manuel Clemente sobre o Sínodo Extraordinário sobre a Família no Oratório de São Josemaria (Opus Dei)
Dia 02 de Novembro* Vaticano - Papa Francisco reza nas grutas do Vaticano pelos pontífices que já faleceram.
Dia 03 de Novembro* Açores - Angra – Seminário - Encontro de formação para o clero e agentes pastorais
* Porto - Casa Diocesana de Vilar - Conferência de imprensa, pelo cónego Álvaro Mancilha, para apresentar a exposição «Contas de Rezar» e as novas valências da Casa Diocesana – Seminário de Vilar, nomeadamente o novo serviço disponibilizado aos Peregrinos de Santiago.
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* Açores Semana da Diocese de Angra centrada no tema «Periferias existenciais». (03 a 09)
* Porto - Gondomar (Cripta dos Capuchinhos) - Semana Bíblica de Gondomar sobre «Bíblia, Evangelho da Família». (03 a 08)
* Viana do Castelo - Auditório do Centro Paulo VI
Forum sacerdotal sobre a pregação com frei Bento Domingues, frei José Nunes e Paulo Rocha (03 e 04)
Dia 05 de Novembro
* Açores - Apresentação do dossier e notícias (no site www.igrejaacores.pt) sobre a vida da Igreja Diocesana.
* UCP - Auditório 1 (Edifício antigo) - Conferência sobre «Educar hoje e amanhã. Uma paixão que se renova» com monsenhor Angelo Vicenzo Zani, secretário da Congregação da Santa Sé para a Educação Católica.
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O núcleo distrital de Braga, da Rede Europeia Anti Pobreza em Portugal, vai refletir esta quinta-feira sobre os fatores que estão na base da crise e que estratégias devem ser adotadas no apoio aos portugueses em dificuldades.
Esta sexta-feira encerra-se a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao IPO de Lisboa. D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra e antigo reitor do Santuário de Fátima, vai presidir naquele local a uma Missa, a partir das 11h30, ocasião em que fará também uma abordagem ao significado atual da mensagem mariana.
O Papa vai assinalar com vários gestos o dia dos fiéis defuntos, que a Igreja Católica celebra anualmente a 2 de novembro. Segundo o Departamento das Celebrações Litúrgicas Pontifícias (Santa Sé), Francisco vai presidir à Missa do dia de Todos os Santos (1 de novembro) no cemitério romano de ‘Campo Verano’ e no dia seguinte, como é tradição, irá visitar as grutas do Vaticano para um momento de oração pelos pontífices que já faleceram.
D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, vai falar este sábado no Auditório do Oratório de S. Josemaria, a partir das 17h00, sobre o último Sínodo extraordinário dos Bispos, em que participou.
A Diocese de Angra celebra entre 3 e 9 de novembro a sua semana, centrada na questão das “periferias existenciais”. No dia 5, o sítio ‘Igreja Açores’ (www.igrejaacores.pt) apresenta um dossier e noticias sobre a vida diocesana. |
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Programação religiosa nos media |
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Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00 Transmissão da missa dominical
11h00 - Transmissão missa
12h15 - Oitavo Dia
Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã; 12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida. |
RTP2, 11h18Domingo, dia 02 de novembro - Atitudes perante a Morte
RTP2, 15h30 Segunda-feira, dia 03 - Entrevista ao cónego António Rego, Marta Melo Antunes e Élio Rodrigues sobre o Movimento Vida Ascendente; Terça-feira, dia 04 - Informação e entrevista a Cristina Sá Carvalho sobre a Catequese Familiar; Quarta-feira, dia 05 - Informação e entrevista ao padre Fernando Sampaio sobre a Pastoral da Saúde; Quinta-feira, dia 06 - Informação e entrevista a sobre a Família; Sexta-feira, dia 07 - Apresentação da liturgia de domingo pela irmã Luísa Almendra e o cónego António Rego.
Antena 1 Domingo, dia 02 de novembro, 06h00 - A "deslugarização" da morte.
03 a 07 de novembro - 22h45 - Atitudes perante a Morte: historiador António Matias Coelho, padre José Cristino,a ntigo capelão do Hospital de Santa Marta e José Eduardo Rebelo, associação de apoio ao luto APELO. |
Para que servem os Sacramentos?
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Será a doença um bem e a assistência espiritual um discurso à resignação? |
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A doença e o sofrimento não são vontade, castigo ou reparação exigida por Deus. A libertação do mal e a recuperação da saúde parecem ser condições para que o homem viva plenamente a sua vida. A atitude de Jesus deve ser também a postura dos que O seguem. Ordenou aos discípulos que, ao anunciar a Boa Nova, curassem e cuidassem também dos doentes. Mais, disse-lhes que a preocupação com os doentes e os frágeis é lugar e critério de encontro com Cristo: “tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40). Se esse mandato se realiza através dos profissionais de saúde, nomeadamente pelos profissionais cristãos, também se realiza na preocupação pastoral da Igreja pelos doentes. A solicitude pelos doentes, nas paróquias e nos hospitais (pela presença da Igreja no Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa) não é um discurso sobre a bondade do sofrimento, de resignação a um destino incognoscível, ou, ainda, um anúncio de libertação, desejada ou
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A Assistência espiritual e religiosa é prestada ao utente a solicitação do próprio ou dos seus familiares ou outros cuja proximidade ao utente seja significativa, quando este não a possa solicitar e se presuma ser essa a sua vontade.(Decreto Lei 253/2009, art. 4)
não, do corpo. Associada aos cuidados de saúde e tendo em conta as possibilidades e limites da condição humana, na realidade, continua a luta de Jesus pela saúde e pela vida. Mas, para que assim seja, devem os doentes ou seus familiares solicitar os cuidados pastorais da Igreja, na paróquia e, particularmente, no |
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Assistência religiosa e cuidados de saúde:
“Se tiver de ser internado(a), não esqueça, peça a visita do capelão aos enfermeiros logo no início do internamento. Não fique à espera”.(Comissão Nacional da Pastoral da Saúde)
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Hospital. Como no tempo de Jesus – eram os doentes que pediam a cura-, também hoje os doentes devem solicitar o conforto pastoral e espiritual da Igreja, a visita do capelão ou assistente espiritual, no |
Hospital, aos enfermeiros. Tal como Jesus, a Igreja não se impõe. O conforto pastoral e espiritual, no Hospital, é um direito cívico e espiritual dos doentes, e solicitá-lo é defendê-lo. |
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Ano A – 31º domingo do Tempo ComumComemoração de Todos os Fiéis Defuntos |
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Em comunhão eucarística com
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Este 31.º domingo do tempo comum coincide com a comemoração dos fiéis defuntos. Nos textos bíblicos propostos para a terceira missa deste dia, Deus é apresentado com um projeto de vida definitiva para nos oferecer: o caminho que percorremos nesta terra não termina no fracasso e na morte, mas no encontro com a vida verdadeira e eterna. No Evangelho, cumprindo o seu projeto de salvação, Deus enviou Jesus ao mundo como “o pão que desceu do céu” para que os homens pudessem chegar à vida eterna. A liturgia deste dia convida-nos, antes de mais, a contemplar o amor de Deus por nós, a constatar a sua incrível preocupação com a nossa felicidade e com a nossa realização plena, a descobrir que não estamos perdidos e abandonados face à nossa fragilidade, debilidade e finitude. Em caminhada de confiança e esperança, adquirimos a vida verdadeira e definitiva aceitando «comer a carne e beber o sangue de Jesus», acolhendo, assimilando e interiorizando a proposta de vida que Ele nos faz com a sua Palavra, com o seu exemplo, com os seus gestos, com o seu amor. Para nós crentes, a Eucaristia, mais do que um rito que cumprimos por obrigação ou por tradição, tem de ser um momento privilegiado de encontro e de compromisso com Jesus e com essa vida nova e eterna que Ele continuamente nos oferece. Sentar-se à mesa da Eucaristia é identificar-se com Jesus, aceitar viver em união com Ele. Na Eucaristia, o alimento servido é o próprio Cristo. Por isso, é a própria vida de |
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Cristo que passa a circular em nós. Alimentados pela Eucaristia, identificados com Jesus, transformados num homem novo, transportamos dinamismos de vida eterna. Na conceção judaica, a partilha do mesmo alimento à volta da mesa gera entre os convivas familiaridade e comunhão. Assim, os crentes que participam da Eucaristia passam a ser irmãos: todos partilham a mesma vida, a vida do Cristo do amor total. Dessa forma, a participação na Eucaristia tem de resultar no reforço da comunhão dos irmãos. Uma comunidade que celebra a Eucaristia é uma comunidade que aceita banir do seu próprio seio |
tudo o que é divisão, ciúme, conflito, orgulho, autossuficiência e indiferença para com as dores e as necessidades dos irmãos. A comunidade que se alimenta da Eucaristia deve ser anúncio vivo do mundo novo de fraternidade, de justiça e de paz que nos espera para além desta terra, da vida eterna vivida já, aqui e agora, em terrena peregrinação. No memorial da Eucaristia, celebramos a memória dos fiéis defuntos. Que a sua intercessão junto do Pai nos ajude a ser memória viva da eterna comunhão em Deus.
Manuel Barbosa, scj www.dehonianos.org |
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A dura vida dos refugiados em Zaatari, na JordâniaChovem lágrimas no deserto |
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Todos os dias, o Padre Khalil escuta os mesmos lamentos, o sofrimento de quem perdeu filhos, pais, irmãos… No campo de refugiados de Zaatari todos estão a reaprender a viver depois da experiência da guerra.
O campo de refugiados de Zaatari, das Nações Unidas, em pleno deserto, na Jordânia, foi pensado para albergar 60 mil pessoas. Neste momento vivem lá mais de 120 mil. É o terceiro maior campo de refugiados do mundo. São pessoas em fuga por causa da guerra civil na Síria. Muitos são cristãos. Neste campo de refugiados, a vida foi ganhando alguma normalidade. Aos poucos, as ruas foram ganhando cor, mas também se tornaram palco de alguma violência como se a guerra civil de onde todos fugiram tivesse de os perseguir até ao fim das suas vidas. Até mesmo ali, no meio do deserto. |
“Acompanho-os, dou-lhes esperança e faço-lhes ver que não estão sós”, diz-nos este sacerdote que, raras vezes, não consegue também suster as lágrimas perante as histórias de quem perdeu tudo na vida e não sabe agora para onde ir, o que fazer, que futuro dar às suas crianças.
Viver da caridadeA vida em Zaatari não é fácil. Há muito desespero e revolta. “Que mal fizemos nós para estarmos a sofrer assim?”, perguntam, angustiados. O Padre Khalil escuta lamentos. Que dizer a alguém que viu o marido ser assassinado, ou os filhos a esvaírem-se em sangue? Que dizer a quem perdeu a casa, o trabalho, todas as formas de sustento? O Padre Khalil tem esse poder do silêncio. De quem se oferece apenas para ouvir, de quem reza todos os dias por aqueles homens e mulheres e crianças que foram sacrificados por uma guerra que não desejaram. Estar ali, enxugar as lágrimas de quem tanto sofre, vale mais do que todas as palavras que se pudessem dizer. Além da
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ajuda material que a Fundação AIS tem vindo a disponibilizar para os refugiados sírios e iraquianos, há todo um trabalho quase invisível e |
silencioso que é desenvolvido por pessoas como o Padre Khalil em lugares como a cidade de tendas de Zaatari. O Padre Khalil pede as nossas orações, para poder continuar a enxugar as lágrimas destes refugiados. Paulo Aido |
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APOSTOLADO DE ORAÇÃOdar corpo à proximidade de Deus |
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Para que as pessoas que sofrem a solidão sintam a proximidade de Deus e o apoio dos irmãos. [Intenção Universal do Santo Padre para o mês de Novembro]
1. Costuma ligar-se a solidão, sobretudo, aos idosos, sem família ou abandonados pelos filhos e netos. E, na verdade, as pessoas idosas estão cada vez mais expostas ao peso de uma solidão que não desejam mas são incapazes de vencer, por si mesmas. A solidão, porém, não é um problema apenas dos idosos. Há muita gente, de todas as idades, mergulhada no anonimato das cidades, vivendo solitariamente no meio da multidão. Vidas tristes, por vezes entregues a vícios destruidores, por vezes marcadas por uma pobreza indizível, vagueando pelas esquinas frias de noites desertas de qualquer calor humano. Gente “sem abrigo”, a quem apenas chega a sopa da Cáritas ou de outra instituição qualquer, mas quase nunca aquilo que o Papa Francisco refere como primeira necessidade: a proximidade de Deus.
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2. Na encíclica “A Alegria do Evangelho”, o Santo Padre tem palavras duras sobre isto. Com frequência, afirma, os cristãos esquecem-se que os pobres também têm direito a Deus, a Jesus Cristo e ao seu Evangelho. Empenham-se em levar-lhes bens materiais, mas raramente lhes levam o Evangelho. Isto é pertinente também para quantos experimentam o peso da solidão. Precisam de sentir a proximidade Deus, mas só podem senti-la se alguém lha fizer sentir – não tanto com palavras, mas sobretudo com obras: o apoio dos irmãos. E as palavras terão lugar, no tempo próprio, iluminando as obras.
3. Este mês, o Papa Francisco convida-nos a uma oração muito “encarnada”, muito feita de gestos de proximidade. Cada um pense onde pode encontrar a solidão mais urgente, a tristeza mais fria, a vida mais vazia de sentido. E não hesite em fazer-se próximo, dando corpo, rosto, mãos... à proximidade de Deus junto de alguém que carrega há demasiado tempo o fardo insuportável da solidão.
Elias Couto |
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‘O Santo’ em ‘Todos-os-Santos’ |
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Tony Neves |
A Igreja canonizou muitos homens e mulheres ao longo da sua história bi-milenar. Mas, em Itália, quando se fala no ‘Santo’ não é preciso acrescentar nenhum nome. Toda a gente sabe que se trata de Santo António. E, como nós sabemos e muitos esquecem, António é português de origem, nasceu em Lisboa, andou por Coimbra e só depois foi parar a Itália onde viveu boa parte da sua vida, morrendo em Pádua. Desculpem-me, mas eu gosto muito, mesmo muito do meu santo padroeiro. Santo António é uma espécie de CR7, um antecessor de Cristiano Ronaldo: digo isto porque a verdade é que António, como Ronaldo, foi um português de sucesso no estrangeiro! A sua vida é um hino á Missão. Quis ser missionário no norte de África para continuar o trabalho dos mártires de Marrocos. Os ventos do Mediterrâneo (ou melhor, os Ventos do Espírito!) desviaram-no para Itália onde teve o privilégio de conhecer Francisco de Assis no início da sua revolução humana e cristã. Francisco viu que António tinha classe, pois era bom, esperto e trabalhador, ou seja, era um português de elite! Agarrou-o logo como grande formador das primeiras gerações de franciscanos e foi por isso que o projeto foi para diante... Era muito bom a fazer sermões (às vezes fico envergonhado quando comparo os meus aos dele!). E mais: interpelava as pessoas, obrigando-as a ser coerentes. Disse:'calem-se as palavras, falem as obras'. Ou seja: não digam uma coisa e façam outra! |
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Morreu em Pádua e passou a ser uma espécie de Pepe da seleção portuguesa: os italianos acham que ele lhes pertence, pois devia ter Cartão de Cidadão italiano... isto, claro está, se houvesse Bilhete de Identidade naquele século XIII. Mas a verdade é que ele ficou para a história como 'o Santo', seja lá de Lisboa ou de Pádua. É impressionante
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encontrar sempre, em qualquer parte do mundo, grandes estátuas a Santo António e muitas Paróquias e Capelas a ele dedicadas... Celebrar Todos-os-Santos é lembrar António e muitos milhões de homens e mulheres que viveram com dignidade e ajudaram o mundo a ser melhor.
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“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”
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