04 - Editorial:

  Octávio Carmo

06 - Foto da semana

07 - Citações

08 - Nacional

     D. José Cordeiro

   Paulo Rocha

    Lumen Gentium

45 - Pastoral Juvenil


 

 

47 - Internacional
52 - Multimédia

54 - Estante

56 -  Vaticano II

58 -  Agenda

60 - Por estes dias

62 - Programação Religiosa

64 - Liturgia

66 - Pastoral da Saúde

68 - Fundação AIS

71 - Lusofonias

 

 

 

Foto da capa: D.R.

Foto da contracapa:  Agência ECCLESIA

 

 


AGÊNCIA ECCLESIA 
Diretor: Paulo Rocha  | Chefe de Redação: Octávio Carmo
Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.
Luís Filipe Santos,  Sónia Neves
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Opinião

 

 

 

 

Urgências do Reino na terra

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A Europa do Papa Francisco

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Ano da Vida Consagrada

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Octávio Carmo | D. José Cordeiro Paulo Rocha|David Sampaio Barbosa Carlos Liz | Manuel Morujão

Maria de Fátima Magalhães

Maria Sameiro | Rosário Virgílio Fernando Cassola Marques |Manuel Barbosa |Paulo Aido |Tony Neves

 

Saber não é noticiar

Octávio Carmo,
Agê ncia ECCLESIA 

 

Nem tudo o que sabemos nos pertence e, por isso, não o podemos partilhar. Sei que isto parece um contrassenso na era da hipercomunicação (que não cura a solidão nem outras doenças), mais a mais porque há muita gente a vangloriar-se de saber aquilo que, efetivamente, não conhece. Porém, tanto as relações pessoais como a deontologia profissional obrigam, em determinados momentos da vida, a travar o ímpeto de mostrar ao mundo que, afinal, também sabemos tanto ou mais do que os outros.

Percebe-se que seja fácil, numa era de espetáculo e de grande facilidade de comunicação, do ponto de vista dos recursos existentes, que se bombardeiem os espetadores/ouvintes/leitores com toda a espécie de ‘informação’, mais ou menos relevante, enquanto se espera por algo que seja verdadeiramente notícia. Julgo, no entanto, que isso é trair o papel fundamental do jornalista como mediador e, a longo prazo, é mesmo uma condenação para a profissão.

Há cada vez maior possibilidade de acesso aos factos e são muitos os que, sem qualquer carteira profissional, os divulgam ou ajudam a divulgar. Por outro lado, a sucessão (por vezes  inacreditável) de factos absolutamente irrelevantes – quantas vezes ouvimos na última semana que o advogado x ‘saiu para fumar’? – mina a relação de confiança com o jornalismo. O espetáculo, o direto estéril e decorativo, não são, nunca foram nem nunca serão o objetivo da Comunicação Social.

 

 

 

 

 

 

Se o público é tão crítico do jornalismo é porque tem, a respeito dele, as mais nobres expectativas. Espera que lhe seja capaz de mostrar para lá da epiderme, que o ajude a compreender e a entrelaçar a realidade face a um volume cada vez maior de informações. O que é que interessa reter? O que é ou não verdade? O que é ou não notícia? O que se deve ou não partilhar, no âmbito do trabalho informativo?

 
 

São questões que não são secundárias, porque não é a partir de frestas que o jornalismo cumpre a sua missão. Não nos basta ver, não nos basta saber, é preciso noticiar.

 

P.S. – Os dois discursos pronunciados pelo Papa Francisco em Estrasburgo são de leitura obrigatório para todos os europeus, independentemente das suas convicções religiosas.

 

 

 

 

 

 

   
 

 

 

 

“Desejo que o Parlamento Europeu seja cada vez mais a sede onde cada um dos seus membros contribua para que a Europa, consciente do seu passado, olhe o futuro com confiança para viver com esperança o presente”

Mensagem do Papa Francisco no Livro de Ouro do Parlamento Europeu, Estrasburgo, 25.11.2014

 

O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) decretou a 24 de novembro a prisão preventiva do ex-primeiro ministro José Sócrates, do seu motorista João Perna e do empresário Carlos Santos Silva por suspeitas de crime económicos.

 

"O que acho no momento presente é que os tribunais devem fazer o seu trabalho e o país deve compreender que há um tempo para a Justiça e não queria pronunciar-me mais sobre essa matéria"

Alberto Costa, deputado socialista, Lisboa, 25.11.2014

 

 

 

"O que vimos nos últimos dias, à volta de um caso inaceitavelmente mediatizado com o maior desrespeito e falta de caridade, também põe em causa o aparelho de Justiça e a comunicação 'social' que temos em Portugal, porque parece estarmos ante mais uma demonstração da preocupante situação dos Direitos Humanos no nosso País"

Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira, 25.11.2014

 

“Acho que esta questão se junta com outras que se têm verificado nos últimos meses e que são tristes para o nosso país, mas tem um lado positivo. A separação de poderes funciona e a justiça está a desempenhar o seu papel”

António Bagão Félix, Lisboa, 26.11.2014

 

 

 

 

As urgências do Reino e da terra

D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, afirmou na homilia da Missa de ordenação episcopal de D. João Marcos que “o reino a construir” tem de inclui a garantia de terra, casa e trabalho para todos, três “indesmentíveis urgências”. “Terra a todos destinada, casa que abrigue cada família, trabalho igualmente garantido: eis aqui o reino a construir, reconhecendo na prática o que confessamos na fé, pois se Cristo em todos nos espera, a dignidade de cada um é já divina”, declarou, no Mosteiro dos Jerónimos.

O Patriarca de Lisboa recordou, na homilia da missa no dia de Cristo-Rei, a mensagem do Papa Francisco quando se dirigiu aos Movimentos Populares de todo o mundo no encontro que realizaram no Vaticano no dia de 28 de outubro, onde considerou como “direitos sagrados” ter terra, casa e trabalho.

"Não existe uma pobreza material pior do que a que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho”, repetiu D. Manuel Clemente citando a afirmação do Papa.

 
Para o Patriarca de Lisboa o trabalho é um “meio indispensável” para “dignificar” todas as pessoas e não se pode “dispensar” um trabalhador do seu trabalho por razões de “alegada economia”. “Como se poderá dispensar, assim se diz, alguém do seu trabalho por razões de alegada economia sem considerar a razão maior de ser do próprio trabalho como meio indispensável de dignificar quem quer que seja?”, questionou D. Manuel Clemente.

Na celebração de ordenação episcopal de D. João Marcos, bispo coadjutor de Beja, D. Manuel Clemente recordou bispos que, após terem sido bispos auxiliares no Patriarcado de Lisboa, foram bispos de Beja, nomeadamente D. Manuel Santos Rocha, D. Manuel Falcão e D. António Vitalino.

D. João Marcos agradeceu “as manifestações de alegria” com que a Diocese de Beja recebeu a notícia da sua eleição para bispo coadjutor de Beja, que prometeu servir “inteiramente”. "Sei que o ministério episcopal é, de si, um jugo pesado, mas também sei por experiência que são verdadeiras as palavras do 

 

 

 

 

 

Senhor que me assegura: Porque Eu estou contigo, 'o meu jugo é suave'", disse D: João Marcos, que escolheu por lema episcopal “O meu jugo é suave”.

D. João Marcos, com 65 anos de idade, era diretor espiritual do Seminário dos Olivais e do Seminário Redemptoris Mater, e foi nomeado a 10 de outubro pelo Papa Francisco como bispo coadjutor de Beja, 

 

 

com direito de suceder a D. António Vitaliano, atual responsável diocesano.

"Rezai por mim, permanecei firmes no Senhor, amai-O generosamente, servi-O com alegria! A vida e a felicidade de muita gente dependem da vossa fidelidade", pediu D. João Marcos aos seminaristas e sacerdotes que acompanhou na alocução com que terminou a celebração de ordenação episcopal.

 

 

 

 

Mudar mentalidades
em defesa das mulheres

A Cáritas Diocesana de Évora, responsável pelo Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica do distrito, alertou para a necessidade de “investir na educação das crianças e dos jovens”. “Parece-me que estamos mais despertos e conscientes para o problema, as vitimas, as instituições, a sociedade, toleramos menos este tipo de abuso. Os dados e estatísticas disponíveis, as noticias publicadas na comunicação social, têm contribuído para uma maior consciencialização pública”, considera Ana Luísa Matias, coordenadora técnica do NAV Évora/CDE.

A responsável assinala à Agência ECCLESIA que o combate à violência doméstica “implica olhar em todas as direções” através de uma intervenção “integrada, multidisciplinar, atenta e responsável”. “Importa, por isso prevenir e investir na educação das crianças e dos jovens, numa perspetiva de respeito, cidadania e promoção pela igualdade”, observa Ana Luísa Matias que aponta o ainda “longo caminho a percorrer”

 

 

 

 principalmente na mudança de “mentalidades”.

“Só no primeiro semestre deste ano registamos um aumento de mais dez casos relativamente ao mesmo período do ano anterior”, contabiliza Ana Luísa Matias que destaca a necessidade do NAV Évora/CDE que “conhece um progressivo acréscimo de procura”, pelas vítimas, comunidade e instituições envolventes.

De acordo com os dados do NAV Évora, referentes ao ano de 2013, foram “apoiadas 102 novas vítimas de violência doméstica”, sendo que em mais de 90% a violência é realizada pelos “maridos e companheiros”.

“A Violência é cada vez mais ‘precoce’, muitas vezes aceite como ‘natural’, “vítimas e agressores não percebem que a violência não é aceitável até porque muitos jovens “toleram-na” e “desculpabilizam-na”, contextualiza Ana Luísa Matias, com base num estudo da Universidade do Minho que contabilizou que “um em cada quatro jovens em Portugal já foi vítima de violência no namoro”.

 

 

 

 

Cáritas contra a violência doméstica

A Cáritas Diocesana de Aveiro, entidade gestora do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica (NAVVD) do distrito, considera que a realidade local é “preocupante” pelo número de situações que chegam diariamente. Isabel Lemos, do NAVVD, refere à Agência ECCLESIA que este serviço prioritário, que surgiu pelo “volume de casos identificados”, atendeu este ano 160 vítimas e realizou 929 atendimentos.

Segundo esta responsável, os casos têm “contornos cada vez mais de risco e perigosidade para a integridade física, psicológica, das vítimas e também dos seus filhos”.

Falando a respeito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se assinalou esta terça-feira, Isabel Lemos precisa que a maioria das vítimas identificadas “casada e/ou está a viver em união de facto, trabalha e encontra-se na faixa etária dos 35-44 anos”.

Em 2013, foram atendidas 243 

 

 

vítimas e efetuaram 946 atendimentos, numa área correspondente a 19 concelhos.

Segundo Isabel Lemos, dado o número “crescente” de denúncias, é possível que “exista mais visibilidade” para a temática da violência doméstica promovida por diversas campanhas, comunicação social, e um “conhecimento maior das atividades dinamizadas” quer pelo NAVVD quer pela comunidade geral e pelos profissionais.

“Existe, porém, uma dificuldade de se perceber e identificar que a violência psicológica é uma das formas da violência doméstica, o que pode potenciar que muitas situações não sejam ainda hoje sinalizadas/encaminhadas”, desenvolve.

Nesse sentido, a responsável assinala que o “mais difícil da prevenção e da sensibilização” passa pela tentativa de desconstrução de “mitos, crenças e estereótipos” porque não se consegue “num curto espaço de tempo mudar mentalidades”.

 

 

 

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rota Cisterciense congrega padres do Alto Minho

 

 

 

Centenário do início da I Guerra Mundial e o relevo das capelanias militares

 

 

Primeirar

D. José Cordeiro,

Bispo de Bragança-Miranda

 

O Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, quando se refere à transformação missionária da Igreja, apresenta cinco verbos que caracterizam a graça e a vocação da evangelização: primeirar, envolver, acompanhar, frutificar e festejar.

A alegria do Evangelho empurra a Igreja para a Missão, ou seja: «A Igreja “em saída” é a comunidade de discípulos missionários que «primeireiam», que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam. Primeireiam – desculpai o neologismo –, tomam a iniciativa! A comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor (cf. 1 Jo 4, 10), e, por isso, ela sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa!» (EG 24).

Com o estímulo do verbo primeirar, abrem-se cinco dinamismos para o discípulo missionário de Jesus Cristo e do seu Evangelho:

A) Tomar a iniciativa sem medo, como a amendoeira que descreve desde a flor ao grão, a epifania de um tempo novo. O tempo de Deus. E este é o tempo de não ter medo do encontro e da relação.

B) Ir ao encontro, para mostrar Cristo e colaborar

 

 


 

 

com Ele no anúncio do Evangelho, obedecendo aos seus mandatos: ide, baptizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinai a todos os povos, curai, fazei isto em memória de mim e amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.

C) Procurar os afastados, para nos sentirmos um só e o mesmo corpo de Cristo que vive a alegria da fraternidade. As periferias têm de sentir a centralidade do amor e da alegria. Que ninguém se sinta afastado e sobretudo que alguém se afaste por nossa causa.

D) Chegar às encruzilhadas dos caminhos, compromete a sair dos meios habituais e deixar-se conduzir pela acção do Espírito Santo que nos leva a todos os lugares e até aos não lugares para incluir a todos no amor de Deus.

E) Convidar os excluídos, porque a Igreja é casa da inclusão dos excluídos. Ninguém pode ficar de fora. Todos somos chamados à vida em abundância que Jesus Cristo quer oferecer a todos como fonte que corre para a eternidade.

Deus toma sempre a dianteira! Esta é a grande graça e a profunda

alegria da fé que nos dá

a confiança

 

sem limites. Para quem se sente amado e agraciado pelo amor que Deus é e que Deus tem por cada um de nós, tem de fazer o mesmo, isto é, tem de primeirar a vida de quem mais precisa. Quem recebe o Dom pode dá-lo de graça. Só dá quem tem, mas quem tem é porque recebeu primeiro.

O essencial é receber a graça e reconhecer que tudo é graça na vida. Não se trata tanto de fazer alguma coisa, mas de hospedar o dom, ou melhor de hospedar o Doador no coração e na relação da comunidade humana.

Deus é quem primeiro ama e oferece a vida. Por isso, lhe chamamos Pai e somos filhos muito amados em Cristo no Espírito que habita em nós. A resposta seja a de primeirar na alegria da vida boa do Evangelho.

 

 

Há uma estrela a brilhar

Paulo Rocha

Agência ECCLESIA

 

Há uma circunstância em que gostaria de estar distante de uma sociedade mediatizada. Só uma: quando a amplificação que por eles acontece potencia o que de mau cada pessoa é capaz de fazer. Sim, porque todos temos essa capacidade de fazer coisas mal feitas. E, infelizmente, é nessa tendência que nos colocamos quando emocionalmente não nos conseguimos aperceber de que estamos para aí virados. Nestes casos, os media não são bons companheiros.

Nestes dias, foram muitos os acontecimentos que provocaram revisões em baixa sobre níveis de confiança e a respeito de expectativas colocadas em instituições religiosas e políticas. E, neste como em todos os casos, a grande proximidade dos meios de comunicação social serviu, antes de tudo, para potenciar a novidade, falsa ou errada, que em cada momento, todos queriam atingir e antes de quem permanecia em espera sem fim mesmo ali ao lado. É essa uma das principais marcas dos media: todos os acontecimentos rapidamente atingem a escala global.

Se tenho de referir um desses acontecimentos, permitam que seja o que amplia o bem e o belo. Porque entre muitas estrelas que se apagaram nestes últimos dias, há uma que continua a brilhar, e cada vez mais. Não só no Natal.

O Papa Francisco esteve no centro de decisão da Europa, o Parlamento Europeu. Não quis fazer reflexões teóricas, filosóficas, políticas, económicas ou sociais. De uma forma muito prática, como 

 

 

 

 

sempre faz, disse como é necessário pensar, decidir e fazer, na Europa de hoje. Ao ponto do presidente da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE), cardeal Reinhard Marx, considerar que que a deslocação do Papa Francisco a Estrasburgo ter constituído uma autêntica “encíclica social” para o Velho Continente.

“Como fazer para se devolver esperança ao futuro, de modo que, a partir das jovens gerações, se reencontre a confiança para perseguir o grande ideal de uma Europa unida e em paz, criativa e 

 

empreendedora, respeitadora dos direitos e consciente dos próprios deveres?”

A pergunta é do Papa Francisco. Que deixa, entre muitas pistas da tal “encíclica social”, uma indicação fundamental:

“No centro deste ambicioso projeto político estava a confiança no homem, não tanto como cidadão ou como sujeito económico, mas no homem como pessoa dotada de uma dignidade transcendente”.

Vamos por aí! Seguindo a estrela a brilhar!

 

 

A Vida Consagrada

A vida consagrada ou vida religiosa são expressões usadas para dizer praticamente a mesma coisa. É uma forma de vida cristã que se reporta aos primeiros séculos do cristianismo. O longo percurso que se fez, e atendendo ao propósito dos iniciadores dessa vida de total entrega ao Senhor, cedo se lhe chamou vida de perfeição; é um dos muitos caminhos de santidade dentro da Igreja. Os monges do deserto, quando pelos séculos III e IV empreenderam caminho para o deserto, fizeram-no com o intuito de seguir o Evangelho no referente a algumas exortações de Jesus, com o firme propósito de seguir uma vida perfeita. Essa se traduziu na observância dos conselhos evangélicos no respeitante à pobreza, castidade e obediência à vontade de Deus; um pouco mais tarde, com a configuração da forma de consagração em vida comunitária, observar-se-á a obediência a um superior ou a um mestre espiritual.

 

A vida consagrada nasceu com a ida dos primeiros monges para o deserto (séc. III e IV). Após a liberdade religiosa concedida pelo imperador

 

Constantino (313), o cristianismo massificou-se; perdeu o entusiasmo pela graça do martírio. Perante essas circunstâncias, surge um movimento espiritual que pretende reavivar o antigo ideal de perfeição. Foram muitos os monges que assumiram a caverna como réplica da prisão romana; sem tortura formal, aceitaram a mortificação voluntária; sem a morte violenta, agora, em êxtase orante, elevam-se deste mundo até Deus. Desejavam, de facto, esses monges encontrar a Vida. Por trás do provisório procuravam o definitivo. Fizeram-no inicialmente de forma isolada, recorrendo a um eremitismo fragmentado. Circunstâncias várias fizeram emergir um monacato de vida em comum. Entendeu-se que a vida em comum, com a orientação de uma regra e um pai espiritual, mais facilmente conseguiria a perfeição. A notícia de tudo o que estava a acontecer no oriente cedo chegou ao ocidente. Varias comunidades se estabeleceram no sul de França, Roma e Milão. No século V, Bento de Núrsia inicia uma forma singular de vida de perfeição. Propõe uma regra como proposta de conversão. 

 

 

 

O mosteiro passou a substituir o deserto. A perfeição, a santidade, a vida de consagração passou a traduzir-se na assunção da primazia de Deus pela oração cadenciada, na obediência ao superior / abade e no trabalho manual em prática de vida diária. Essas vivências internas, cedo se tornaram apelativas também para fora; foram ao encontro de uma Europa em profunda transformação; constituíram-se como referências primaciais dum início de identidade europeia na sua dimensão espiritual e civilizacional. Caldeava-se assim uma nova cultura no espaço europeu a partir do cristianismo.

 

A especificidade da Vida Consagrada na Igreja resume-se a uma comunhão; ela é o testemunho carismático da nota da santidade da Igreja; está continuamente chamada 

 

a servir a Igreja segundo o carisma de cada fundadora ou fundador. Num sentido mais abrangente, a Vida Consagrada compreende-se se integrada na estrutura carismática da Igreja. Historicamente, a vida consagrada nasceu e desenvolveu-se dentro da Igreja; é parte integrante da sua santidade. Os dois carismas: vida consagrada e hierarquia estão ao serviço da Igreja. O diálogo que persiste entre os dois é como o encontro de dois amigos da verdade eterna. A confiança da Igreja na Vida Consagrada tem sido linear ao longo dos tempos; reconhece que a Vida Consagrada tem uma história gloriosa para recordar e contar, mas, acima de tudo, o encargo de “uma grande história para reconstruir” (S. João Paulo II).

 

Pe. David Sampaio Barbosa, svd

 

 

Um Ano para a Vida Consagrada

O Papa Francisco decidiu que 2015 será um ano dedicado à Vida Consagrada, com o desafio de «Despertar o mundo com testemunho profético». O Ano está pensado no contexto dos 50 anos do Concílio Vaticano II e, em particular, dos 50 anos da publicação do decreto conciliar sobre a renovação da vida consagrada.

Vão ser muitos os encontros internacionais e celebrações valorizando os votos da consagração, no decorrer do ano, e atualizados vários documentos relacionados com a autonomia e clausura das religiosas contemplativas, com a vida em missão bem como com a gestão de bens por parte dos consagrados.

 

Objetivos:

- fazer memória, com gratidão

- viver o presente, com paixão

- abraçar o futuro, com esperança

 

Para além da abertura (30.11.2014) e do encerramento (02.02.2016), precedidos de vigília de oração, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica [CIVCSVA], a partir de 

 

Roma, propõe as seguintes iniciativas eclesiais:

22 – 25 de janeiro de 2015: Encontro Ecuménico de religiosos/as

 

8 – 11 de abril de 2015: Seminário para Formadores/as da VC

 

23 – 25 de setembro de 2015: Congresso para jovens consagrados/as

 

27 – 31 de janeiro de 2016: Simpósio para os Institutos apostólicos e Sociedades de vida apostólica (27-30) | Novos Institutos e novas formas (27-30) | Vida Monástica (28-31) | Institutos Seculares (29-31) | Ordem das Virgens (29-31)

 

30 janeiro de 2016: Vigília de ação de graças

 

1 de fevereiro: Audiência com o Papa

Corrente mundial de oração nos Mosteiros (8 de dezembro de 2014) | Memória dos santos e mártires da VC (26 de setembro de 2015) | Curso de formação online para contemplativas/os

 

 

 

 


 

 
Programa para Portugal

 

- Abertura (I Domingo do Advento) em cada Diocese, em comunhão com Roma e com toda a Igreja -» nas eucaristias dominicais (na introdução e/ou na homilia referir-se ao começo do Ano da Vida Consagrada + Nota Pastoral da CEP + 1 Oração dos fiéis própria). No domingo à tarde, “Te Deum”, num lugar significativo (sé, aeroporto, fábrica, hospital, prisão, estádio, centro comercial, parque, monumento).

 

 -Favorecer a participação nas iniciativas promovidas pela CIVCSVA em Roma

 

- Valorizar e se possível ampliar o que já se realiza em Portugal (Semana do Consagrado, SEVC, cursos de formação, jornadas, conferências, retiros intercongregacionais)

 

- Encerramento (2 fev. 2016) - em Roma e em toda a Igreja; em Fátima, numa peregrinação nacional da Vida Consagrada, a 7 de fevereiro de 2016 (Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada).

 

 

 

 

 

 

Consagrados, sinal de Deus

O Dia da vida consagrada evoca a importância para a Igreja de quantos acolheram a vocação de seguir Jesus de perto pelo caminho dos conselhos evangélicos. O Evangelho de hoje narra que, quarenta dias depois do nascimento de Jesus, Maria e José levaram o Menino ao templo para o oferecer e consagrar a Deus, como prescrito pela Lei judaica. Este episódio evangélico constitui também um ícone da doação da própria vida por parte de quantos, por um dom de Deus, assumem as características típicas de Jesus casto, pobre e obediente.

 

Esta oferenda de si mesmo a Deus diz respeito a cada cristão, porque todos somos consagrados a Ele mediante o Batismo. Todos estamos chamados a oferecer-nos ao Pai com Jesus e como Jesus, fazendo da nossa vida um dom generoso, na família, no trabalho, no serviço à Igreja, nas obras de misericórdia. Contudo, tal consagração é vivida de modo particular pelos religiosos, monges, leigos consagrados, que com a profissão dos votos pertencem a Deus de modo pleno e exclusivo. Esta pertença ao Senhor permite que 

 

quantos a vivem de maneira autêntica ofereçam um testemunho especial ao Evangelho do Reino de Deus. Totalmente consagrados a Deus, são inteiramente entregues aos irmãos, para levar a luz de Cristo onde as trevas são mais densas e para difundir a sua esperança nos corações desanimados.

 

As pessoas consagradas são sinal de Deus nos diversos ambientes de vida, são fermento para o crescimento de uma sociedade mais justa e fraterna, são profecia de partilha com os pequeninos e os pobres. Entendida e vivida desta forma, a vida consagrada parece-se precisamente como é realmente: um dom de Deus, um dom de Deus à Igreja, um dom de Deus ao seu Povo! Cada pessoa consagrada é um dom para o Povo de Deus a caminho. Há tanta necessidade destas presenças, que fortalecem e renovam o compromisso da difusão do Evangelho, da educação cristã, da caridade para com os mais necessitados, da oração contemplativa; o compromisso da formação humana, da formação espiritual dos jovens, das famílias; o compromisso pela justiça e pela 

 

 

 

 

paz na família humana. Mas pensemos um pouco no que aconteceria se não houvesse religiosas nos hospitais, nas missões, nas escolas. Mas considerai, uma Igreja sem religiosas! Não se pode imaginar: elas são este dom, este fermento que leva em frente o Povo de Deus. São grandes estas mulheres que consagram a sua vida a Deus, que levam em frente a mensagem de Jesus!

 

A Igreja e o mundo precisam deste testemunho do amor e da misericórdia de Deus. Os consagrados, os religiosos, as religiosas são o testemunho de que Deus é bom e misericordioso. Por isso é necessário

 

valorizar com gratidão as experiências de vida consagrada e aprofundar o conhecimento dos diversos carismas e espiritualidades. É preciso rezar para que muitos jovens respondam «sim» ao Senhor que os chama a consagrar-se totalmente a Ele para um serviço abnegado aos irmãos; consagrar a vida para servir Deus e os irmãos.

 

Portanto, como já foi anunciado, o próximo ano será dedicado de modo especial à vida consagrada. Confiemos desde já esta iniciativa à intercessão da Virgem Maria e de são José que, como pais de Jesus, foram os primeiros por Ele consagrados e que consagraram a sua vida a Ele.

(Papa Francisco, 02.02.2014)


 

Vai alguém que consagrou
a sua vida a Deus a passar na cidade

Uma pessoa vai a passar e vê alguém que dedica a sua vida a Deus. Olha mais de perto para ver se percebeu, se é mesmo assim. Afinal, estamos em 2014, no século XXI e estamos com pressa. Parar para ver quem assim passa é um luxo, mas um dia não são dias e fica-se a olhar. Ali vai uma mulher ou um homem que optou pela Vida Consagrada. A palavra Consagração mete respeito ao observador, surpreende pela sua solenidade e proximidade ao mesmo tempo. Dá ideia de um mundo próprio, que quem está a olhar gosta de saber que existe, mas a que não seria capaz de pertencer. Se o posto de observação permitisse via-se um olhar tranquilo, uma atitude de uma desconhecida paz interior. Com mais atenção percebia-se que essa não era uma atitude passiva, antes uma forma de estar em ação na cidade, com plena concentração nesse agir.

Vai um consagrado a passar na cidade, está uma consagrada a habitar a cidade - para o cidadão comum, ou seja, todos, este não é um acontecimento “normal”. O normal é que as coisas estejam no seu sítio, com as suas funções bem definidas, 

 

os seus espaços bem delimitados. Por exemplo, os padres estão nas igrejas, nas paróquias a tratar no sítio certo das coisas de Deus.

Mas a desordem começa quando as mulheres e os homens que estranhamente dedicaram a sua vida a Deus, a sua vida toda e numa quase impensável escala temporal de “para sempre” não ficam quietos e vêm ter connosco. Aos sítios mais difíceis em que estamos: nos hospitais, nas prisões, nas fronteiras da vida, nos bairros mais pobres, nos cruzamentos mais perigosos. Ou aos sítios mais habituais, mas que são decisivos para formatar o mundo como as escolas, aprofundando o sentido da Educação. Desordem ainda nos conventos quando se cria ali uma contra ordem de reclusão, afinal abertura mais radical a um Deus desconhecido. Esses conventos dos filmes, míticos, que conseguem sobreviver a todas as configurações societais.

Vai uma pessoa a passar na rua, a olhar pela janela do carro, a fazer compras para o Natal e vê alguém que dedica a sua vida a Deus. Não seria próprio ir ter com esse alguém, seria um gesto estranho. Mas apetecia ir

 

 

 

 

 

 

 

lá mais ao pé dela, talvez mesmo tocar na sua roupa consagrada. Talvez fazer uma pergunta, trocar um olhar. Por ventura convidar para um breve - claro que breve, descomprometido - café. O mais provável é que não aconteça nada disto. Ficará para uma próxima vez. Afinal, eles de vez em quando passam na cidade, afinal sabe-se que habitam a cidade. Não há perigo de mudarem de personalidade, de deixarem de ter aquela atitude interior feita de uma estranha tranquilidade, que lhes permite fazer tanta coisa. Fica para a próxima. Ainda por cima vai haver um Ano inteiro (a Igreja até acha que de novembro de 2014 a fevereiro de 2016 é só 

 

um ano, pensa divertido o observador) dedicado a esta estranha forma de vida, por isso haverá mais oportunidades.

Às tantas este observador não resiste a perguntar-se por que é que há quem dedique radicalmente a sua vida a Deus. Se houvesse coragem para abordar o consagrado que passa ele poderia responder no seu melhor latim: Vidimus Dominum, traduzindo logo a seguir com um olhar luminoso: Vimos o Senhor! É uma boa razão, pensa o observador ao mesmo tempo que não deixará de fazer uma segunda pergunta: como será que isso se faz?

 

Carlos Liz

 

 

Nós os consagrados

Todos os cristãos podem, com verdade, ser chamados «consagrados». A nossa consagração fundamental é a que recebemos no Batismo, que nos incorpora em Cristo e nos abre as portas da sua Igreja.

Nota?se, por vezes, a tendência a separar exageradamente os diversos grupos na Igreja, estabelecendo como que classes sociais: bispos e padres, religiosos e religiosas (que vulgarmente chamamos «consagrados») e leigos e leigas. O Concílio Vaticano II sublinha a unidade fundamental e a igual dignidade de todos os cristãos: «Um só é, pois, o Povo de Deus: “um só Senhor, uma só fé, um só Batismo” (Ef 4,5); comum é a dignidade dos membros, pela regeneração em Cristo; comum a graça de filhos, comum a vocação à perfeição; uma só salvação, uma só esperança e uma caridade indivisa» (LG 32).

Na Igreja de Cristo, de modo algum pode haver cristãos de primeira, segunda ou terceira. A vocação à santidade, à perfeição, é comum a todos, devendo ser concretizada segundo o próprio estado. A Constituição dogmática sobre a Igreja «Lumen gentium» do Concílio

 
 

Vaticano II, antes de falar dos religiosos, tem o capítulo V que se intitula: «A vocação de todos à santidade na Igreja». A santidade não é monopólio de ninguém, de bispos ou de padres, de monges ou de freiras. É a estrita vocação de qualquer cristão.

Desde os começos da Igreja, houve homens e mulheres que, pela prática dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, procuraram seguir mais de perto a Cristo no seu estilo original de vida. Cristo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade que se fez um de nós pela encarnação, optou por viver célibe, na obediência a Deus Pai e às mediações humanas, com um estilo de vida modesto, na pobreza do desprendimento das coisas materiais. Os que costumamos chamar «consagrados» (homens e mulheres membros de Ordens e Congregações religiosas, de Institutos Seculares e de diversas instituições afins), partindo da consagração fundamental que é o sacramento do Batismo, «o cristão entrega?se totalmente ao serviço de Deus sumamente amado, de maneira que, por um título novo e especial, fica destinado ao serviço do Senhor» (LG 44).

 

 

 

 

 

O Papa Francisco tem?se referido aos consagrados na primeira pessoa do plural: «Nós os consagrados». É que Jorge Mário Bergoglio é jesuíta, tendo entrado na Companhia de Jesus em 1958. Desde há mais de século e meio que não havia um Papa procedente de uma ordem ou congregação religiosa. Há um ano (2013.11.29), Francisco anunciou a convocação de um «Ano da Vida Consagrada», com início 
 

neste 1.º domingo de advento, no ano em que se celebra o V centenário do nascimento de uma grande consagrada Santa Teresa de Jesus, de Ávila. Oportunidade e desafio para testemunhar que a nossa consagração a Cristo é também serviço de qualidade aos nossos irmãos e irmãs.

 

Manuel Morujão, S.J.

 

 

Ano da Vida Consagrada

Muito se vai dizer e muito se irá escrever, mas a força atrativa
do testemunho alegre e feliz da nossa vida vale mais que mil palavras
 

1 - Alegria e agradecimento

A Igreja, através do Papa, concedeu-nos um ano para olharmos para a nossa história e agradecer o dom do chamamento pessoal, o dom dos carismas na Igreja, o dom de tantos e tantas que entregam a vida no silêncio da oração, ou no serviço da educação, da saúde ou da missão ad gentes e são fermento na massa a levedar o mundo para Cristo.

Espero que neste ano nos sejam oferecidos tempos para celebrar e agradecer e fazer festa,  que sejam transversais: que se alegrem os crentes e não crentes,  que possam também alegrar-se os pobres e excluídos, porque pusemos neles o nosso olhar e o nosso coração. Que todos vejam que os nossos rostos brilham e que somos felizes, apesar das rugas, das crises e da precaridade. O papa convida-nos à alegria. “Alegrai-vos”, diz-nos. É tempo de olhar para dentro de nós próprios e perguntar: Quais os motivos da nossa alegria? Rostos alegres é a melhor propaganda vocacional. Não 

 

é o portal da internet, o facebook, o cartaz, ou a revista… que chamam. rA melhor propaganda é o nosso rosto, irradiação espontânea do que levamos dentro. É hora de nos mostrarmos ao mundo como pessoas enamoradas de Jesus Cristo e do seu Reino.

Este testemunho não é apenas pessoal, É comunitário.“Vinde e vede” (Jo 1,39) O testemunho comunitário é fundamental para fazer germinar a semente da vocação que Deus semeou em cada homem e mulher.

 

2 - Abertura aos novos desafios da missão.

Estamos como dizem os sociólogos numa “mudança de época”. Temos que ser criativos, e, mantendo viva a fidelidade ao carisma, não termos medo de inovar, transformar e reorganizar. Voltar às fontes da nossa alegria e sonhar algo novo que torne a VC resposta credível para esta nova época. Escutar desafios, fazer perguntas, com os nossos limites e fragilidades mas sempre fiéis à “herança recebida” dos nossos 

 

 

 

fundadores. Tenhamos a coragem de nos sentar à mesa e perguntar: Que espécie de vida consagrada é necessária no mundo de hoje? Que testemunho está a dar? A mística da VC não é evasiva. Pelo contrário a comunhão com Deus tem que nos implicar nas “saídas” para as “periferias” existenciais onde Deus está ausente, a fraternidade não existe e onde nos é pedido coração, pés e mãos solidários. Temos que nos pôr em caminho para anunciar a todos a misericórdia surpreendentes de Deus.

 

 

 

3. Paixão por Cristo e pela humanidade

Não tenhamos medo. A VC será sempre um dom, uma “boa notícia” para a Igreja e para o mundo.

Somos herdeiros de uma imensa grandeza e são enormes os desafios do mundo em que vivemos. Esta é a nossa hora. Sejamos testemunhos e profetas da alegria. Abracemos o futuro com Confiança, Fé e Esperança. O resto é obra do Espírito Santo

 

Maria de Fátima Magalhães stj

 

 

Ano da Vida Consagrada
- tempo de graça, conversão e revitalização

O Papa Francisco surpreendeu-nos com a notícia da celebração de um Ano da Vida Consagrada, em 2015, anúncio que acolhemos com muita alegria e esperança. É um desafio a «sermos luz no caminho da Igreja» e a fortalecermos «o impulso de caminhar pelas vias do mundo» com alegria, porque «onde quer que haja consagrados, aí está a alegria».

Este ano será um tempo de graça para uma reflexão interior profunda sobre a nossa vida como consagradas/os, um desafio a voltar às origens carismáticas, uma provocação a reencontrar o primeiro amor em fidelidade ao carisma recebido, um estímulo a olhar o nosso tempo para contemplar as suas necessidades e projetar o  futuro.

Será tempo de conversão que exige derrubar os muros interiores e exteriores para continuarmos a ser profetas do serviço na alegria, indo ao encontro das pessoas mais necessitadas e excluídas que continuam à espera da libertação da própria dignidade.

Será uma ocasião de revitalização pessoal, comunitária e institucional,

 

mudança que começa no interior de cada pessoa, que interroga a vida individual sobre o seguimento de Jesus Cristo no âmbito da própria vocação e missão, que espera respostas criativas, audazes e comprometidas aos desafios da sociedade atual.

 

Este Ano da Vida Consagrada será marcado por:

- um clima de agradecimento pelo dom da vocação recebida, por nos sabermos amados por Deus que nos chamou pelo próprio nome e continua a contar connosco para uma missão;  

- a alegria que brota da resposta vocacional dada ao chamamento de Jesus e pela entrega quotidiana da vida à causa do Evangelho;

- o desafio a realizar um êxodo constante de nós mesmos, num caminho de adoração e serviço com gratuitidade e eficácia;

- a conversão das atitudes pessoais, das relações, do estilo de vida comunitária e das perspetivas da missão;

- o encontro de consagrados que manifesta a eclesialidade desta opção vocacional e apostólica na Igreja;

 

 

 


 

 

 

 

- o anúncio da «alegria do evangelho», pois Deus não desilude quem se lança nesta aventura de vida.

 

Nós, as pessoas consagradas a Deus, como toda a gente, temos defeitos, não somos perfeitas, mas somos peregrinos que avançam para um horizonte bem definido, sabemos para onde vamos, temos claras as nossas razões de vida e estamos 

 

 

decididas a viver em atitude de conversão.

2015 merece ser um ano de louvor e glória, porque o nosso Deus é bom, é grande… e torna fecunda a nossa pequena colaboração no seu projeto de salvação universal.

 

Ir. Maria do Sameiro,

Hospitaleiras do Sagrado Coração

 

 

A importância do ano da vida consagrada

Agradecer, Celebrar e Projetar

Um ano dedicado à vida consagrada é sem dúvida uma oportunidade para agradecer, celebrar e projetar a vida entregue por amor, à causa do Reino de Deus.

Como presidente da CNISP (Conferência Nacional dos Institutos Seculares de Portugal) desejo que este ano contribua para um maior conhecimento desta vocação: a secularidade consagrada e que se deixe de identificar vida consagrada com a vida religiosa.

Na primeira metade do século XX, a Igreja enriquecia-se com uma nova forma de vida consagrada – a secularidade consagrada. Com estes institutos, tenta solucionar uma das dicotomias surgidas com a secularização – a da secularidade por um lado, e a da consagração pelo outro. Os institutos seculares superam este dualismo, sendo os seus membros realmente consagrados e permanecendo e atuando efetivamente no mundo. Paulo VI sintetizou esta realidade, ao escrever: "o que inspirou o nascimento e desenvolvimento dos institutos seculares, foi a ânsia profunda 

 

de uma síntese, o desejo da afirmação simultânea de duas características: a plena consagração da vida segundo os conselhos evangélicos e a plena responsabilidade de uma presença e de uma ação transformadora no interior do mundo, para o moldar, o aperfeiçoar e o santificar". Apraz-me citar também o Papa Francisco, em 10 de maio de 2014: “Conheço e aprecio a vossa vocação! Vós pertenceis àquela Igreja pobre e em saída que desejo! Por vocação sois leigos e sacerdotes como os outros no meio dos outros, levais uma vida normal, privada de sinais exteriores, sem o apoio de uma vida comunitária, sem a visibilidade de um apostolado organizado ou de obras específicas. Sois ricos só da experiência totalizadora do amor de Deus e por isto sois capazes de conhecer e partilhar a fadiga da vida nas suas multíplices expressões, fermentando-as com a luz e com a força do Evangelho. Por isso a vossa vocação é fascinante, porque é uma vocação que está precisamente ali, onde está em questão a salvação não só das pessoas, mas das instituições. E de tantas instituições leigas necessárias

 

 

 

 

 

 

 

no mundo. A vossa é uma vocação por sua natureza em saída, não só porque vos leva para o alto, mas também e sobretudo porque vos pede que habiteis lá onde habitam todos os homens”.

A vida consagrada tem que ser uma realidade que espelha Jesus Cristo na sua Bondade, por isso este ano 

 

há de ser um tempo para rever a vida da fé, da esperança e da caridade. Um tempo para fortalecer a esperança que gera o abandono e a caridade que nos gera para a oferta de nós próprios, no hoje da história.

 

Rosário Virgílio

Presidente da CNISP

 

 

Ser bispo consagrado permite concretizar «uma doação mais plena»

O bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, viu a sua vocação crescer dentro da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, onde fez os primeiros votos e foi mais tarde ordenado sacerdote a 12 de junho de 1977.

Para o prelado natural de Trás-os-Montes, “ser consagrado é a realização de uma vocação batismal” e também “uma opção pessoal, em resposta a um apelo que se sente como cristão”.

O facto de ser bispo consagrado dehoniano é um acréscimo, no sentido em que a “doação” a Deus que iria concretizar, “como padre e inserido num instituto religioso”, pode ser feita “de uma maneira mais plena”. 

D. Manuel Quintas, de 65 anos, é bispo desde 2000 e responsável pela Diocese do Algarve há mais de uma década.

Na sua caminhada vocacional chegou a ser missionário em Moçambique durante dois anos, entre 1971 e 1973, no âmbito do estágio que antecede a tomada dos votos perpétuos na congregação dehoniana.

Outra experiência “de saída” teve como epicentro Madagáscar nos anos

 
 90, onde D. Manuel Quintas trabalhou periodicamente durante seis anos, já como Superior Provincial dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus.

Olhando para a realização do Ano da Vida Consagrada, que vai decorrer entre 30 de novembro de 2014 e 2 de fevereiro de 2016, o bispo do Algarve mostra-se convicto de que ele irá contribuir para que “A alegria do Evangelho” proposta pelo Papa Francisco seja colocada no coração de todos os consagrados e da Igreja Católica em geral.

“Pretendemos, e penso que essa também é a vontade do Papa, que seja um ano de revitalização sobretudo daquilo que é a especificidade carismática de cada instituto, para que os membros ganhem um ânimo novo, uma coragem nova”, salienta o prelado.

Aquele responsável católico destaca o serviço que religiosos, religiosas e leigos consagrados prestam “nas Igrejas diocesanas, mesmo aqueles que já são idosos”.

São no meio das comunidades, um “testemunho de fidelidade 

 

 

 

 

 

e serenidade”, aponta o bispo.

O prelado algarvio deixa ainda uma “palavra de apreço, de estima, de estímulo, de empenhamento pessoal” para todos os consagrados, para que 

  possam viver este Ano “aprofundando mais aquilo que os distingue na Igreja” e continuando “a enriquecer as dioceses e comunidades paroquiais” onde estão.
 

 

Contrariar quem quer fazer da Vida Consagrada uma «espécie» em «extinção»

O presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) encara a celebração do Ano da Vida Consagrada como uma hipótese dos consagrados e consagradas mostrarem à sociedade a força que continua a marcar a sua missão, mesmo no meio de muitos desafios e dificuldades.

De acordo com a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, da Santa Sé, a média de abandonos dentro das ordens religiosas e seculares é atualmente de 3 mil por ano.

A falta de vocações, realça o padre Artur Teixeira, tem feito com que muitos olhem para a Vida Consagrada como uma “espécie” em “extinção” e deve sem dúvida “questionar profundamente” os religiosos e religiosas acerca da sua “fidelidade ao Evangelho”.

É preciso “olhar para o caminho feito”, ver o que falta “renovar” em termos de “estruturas” ou “dinamismos” e também no plano pessoal, de cada consagrado, como pode crescer em “fecundidade”.

 
No entanto, os institutos religiosos e seculares são também chamados a “abraçar o futuro com renovada esperança” na certeza de que “entusiasmo não falta” aos que prosseguem neste caminho, frisa o presidente da CIRP.

Assim, a Conferência desafia todos os seus membros a aproveitarem o Ano da Vida Consagrada para abrirem as suas portas à sociedade, aproximarem-se dela e darem a conhecer “o que fazem”, qual é a base do seu carisma, “vivendo-o e testemunhando-o” com alegria.

São vários os campos onde os consagrados estão hoje presentes, como por exemplo na evangelização direta, na educação, na saúde, na catequese ou acompanhamento de grupos de jovens e adultos.

“Procuraremos que a abertura seja significativa, em cada diocese, em comunhão com Roma mas que seja também para chegar terra a terra, à realidade das pessoas, dos grupos, das comunidades, das famílias”, salienta o padre Artur Teixeira.

O Ano da Vida Consagrada, convocado pelo Papa Francisco em 

 

 

 

 

 

 

 

novembro de 2013, vai começar no próximo domingo.

Para esse dia, a CIRP propõe aos membros dos institutos religiosos e seculares “que saiam à rua” e assinalem a abertura deste evento “num lugar especial”.

“Pode ser diante de um hospital, num parque público, no aeroporto”, o que importa é que “os consagrados se encontrem e sinalizem o início de um ano que chama todos à conversão e também ao envio missionário, a irradiar toda esta alegria com 

 

 

a sociedade”, sublinha o padre Artur Teixeira.

A comemoração do Ano da Vida Consagrada, até 2 de fevereiro de 2016, será também o “momento próprio” para os diversos institutos aprofundarem o “diálogo” interno e intercongregacional, no sentido de “perceberem” que “resposta” é que têm para os desafios do mundo.

Para dia 7 de fevereiro, está marcada uma peregrinação geral dos institutos de Vida Consagrada ao Santuário de Fátima.

 

 

 

 

Viver a Vida Consagrada «com alegria»

Um tempo de revisão, de mobilização para a missão, de valorização do essencial, de renovação, é assim que a irmã Maria do Sameiro Martins, superiora provincial da Congregação das Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, olha para o Ano da Vida Consagrada.

A poucos dias do início desta iniciativa, marcado para domingo, a 

 

religiosa aponta como prioridades uma reflexão, “quer a nível pessoal quer institucional”, das prioridades que movem hoje os institutos de vida consagrada.

No meio da multiplicidade de carismas que regem as diferentes congregações, há um sentido em comum: Jesus Cristo.

“Jesus não pede que sejamos 

 

 

 

 

 

 

 

 

os mais pobres, para os mais abandonados”, realça a superiora provincial das Hospitaleiras.

Um caminho que deve ser feito em fidelidade e em alegria, pois “quem não está com alegria, seja na vida consagrada ou em outro estado da sua vida, não está no seu lugar”.

Para a irmã Maria do Sameiro Martins, o Ano da Vida Consagrada deverá ser um tempo propício para os religiosos e religiosas mostrarem essa alegria, esse entusiasmo e vitalidade.

“Seja qual for a nossa missão, na educação, no ensino, na saúde, mas esta entrega da vida tem que ser com alegria, dar a vida com alegria, é aqui que está o segredo”, complementa.

Ligada às Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus desde 1981, a irmã Maria do Sameiro Martins fez os votos perpétuos na casa Mãe da congregação, em Ciempozuelos, Madrid, em 1989.

A par da formação em Ciências Religiosas, na Universidade Católica Portuguesa, cumpriu com sucesso 

 

a licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem, em Ponta Delgada, nos Açores.

Mais recentemente, em 2011, concluiu uma especialização em Saúde Mental e Psiquiatria na UCP, um ano antes de assumir a liderança da congregação Hospitaleira em Portugal.

De acordo com esta responsável, é fundamental que no meio de muitos afazeres – no seu caso no apoio aos doentes – os consagrados “não se deixem levar pela rotina do dia-a-dia mas procurem fazer sempre algo de novo”

“Para mim pessoalmente isto está em fazer sempre uma opção diária por Jesus Cristo, e esta opção implica uma entrega da vida. Jesus Cristo disse que a sua vida ninguém lha tirou, foi ele que a dou, e é nesta dimensão que os consagrados devem estar, não deixarem que lhes arranquem a vida, é aqui que está o segredo da sua felicidade”, conclui.

 

 

Ser «fermento na massa»

Os Institutos Seculares de Portugal querem fazer do Ano da Vida Consagrada um tempo privilegiado para se darem a conhecer à sociedade.

Apesar desta forma de consagração ter sido aprovada pela Igreja Católica em 1947, através da Constituição Apostólica “Provida Mater Ecclesia”, e reforçada na sua base pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), ela é hoje “uma realidade pouco conhecida, e por isso talvez pouco amada”.

A opinião é da presidente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares em Portugal (CNISP), Maria do Rosário Virgílio, para quem é preciso passar a mensagem de que “ a vida consagrada não se reduz à vida religiosa”, que o “carisma da secularidade consagrada” é um também “um carisma do espírito para os tempos de hoje”.

“Penso que o beato Paulo VI foi o primeiro a clarificar bem a índole desta vocação da secularidade consagrada, e tem expressões muito interessantes, uma delas é o fermento na massa”, recorda aquela responsável.

“Sem grandes alardes”, cada irmão secular consagrado “procura 

 
viver com a consciência de que, como fermento, deve implicar-se na massa o mais possível”.

À frente daquele organismo desde 2012, esta leiga consagrada conta já com um percurso de 26 anos no Instituto das Servas do Apostolado e é também professora de Educação Moral e Religiosa Católica.

Tal como a maioria dos seus irmãos seculares consagrados, “vive e trabalha no mundo onde se situa” e junto das pessoas, das comunidades, procura “assumir a sua vocação batismal desta forma radical ou mais sui generis, comprometida com os conselhos evangélicos”.

“Muitas vezes sem dizer nada, não temos sinais exteriores que nos identifiquem, é a nossa vida que procuramos viver em fidelidade, e por isso precisamos, como todos os cristãos e nós por maioria de razão, de tempos muito fortes de encontro com Deus para podermos estar aí como sal, como luz”, realça Maria do Rosário Virgílio.

Daí que o Ano da Vida Consagrada seja também um tempo privilegiado para “refletir” e para retomar o “entusiasmo por aquele chamamento que deu origem a este modo 

 

 

 

de vida na Igreja”.

A presidente da CNISP tem ainda outros dois grandes objetivos para a celebração em torno da Vida Consagrada, que vai prolongar-se entre 30 de novembro e 2 de fevereiro.

Fomentar “a comunhão com todos 

 

os membros da Vida Consagrada” e incentivar mais o “trabalho em conjunto” com os institutos religiosos para que não se dupliquem iniciativas.

Na forja está a realização de um encontro nacional dos Institutos Seculares e de um programa de visitas às comunidades cristãs.

 

 

Oportunidade para dar a conhecer vidas e trabalho desconhecido

O Ano da Vida Consagrada é uma oportunidade para divulgar na sociedade o trabalho desenvolvido por leigos e religiosos que através dos conselhos evangélicos da pobreza, castidade e obediência, vivem no mundo “um sinal do reino”.

“A vida consagrada não é muito falada. Nós falamos com crianças e elas não sabem o que é, quando na realidade a consagração é uma presença fundamental para a Igreja”, sublinha à Agência ECCLESIA o padre Miguel Ribeiro, missionário espiritano de 37 anos, religioso desde 2006.

O papa Francisco propôs que a Igreja católica vivesse um tempo, entre 30 de dezembro de 2014 e 2 de fevereiro de 2016, onde a ação dos consagrados, religiosos e leigos consagrados, estivesse no centro, dando testemunho, “com diferentes carismas e espiritualidades”, de um trabalho realizado em prol de “uma sociedade mais justa e fraterna”.

Leiga consagrada, pelo Instituto Secular das Cooperadoras da Família, Elizabete Puga reconhece que o serviço realizado por pessoas que “mantêm a sua profissão e estão 

 

inseridas na sociedade, vivendoos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência” causa estranheza.

Nesse sentido, este ano proposto pelo Papa, torna-se “essencial”.

“Os institutos seculares são ainda mais desconhecidos e é essencial dar a conhecer porque ninguém ama o que não conhece”, sublinha a professora, de formação, e cooperadora da Família há 10 anos.

Responsável pela paróquia da Abóboda, no Patriarcado de Lisboa, o missionário espiritano assume que os seus paroquianos o reconhecem, inicialmente, como “sacerdote e só depois como religioso”.

“Começam a identificar o religioso quando conhecem a comunidade onde vivo (Torre da Aguilha, ndr), conhecem outros confrades a participar em trabalhos na paróquia. Percebem que a paróquia não é do padre Miguel, nem do padre Andrade que está ali há quase 60 anos, mas de uma congregação que assumiu, a pedido de um bispo, o cuidado de uma comunidade”, sendo este “um testemunho não de um trabalho, 

 

 

 

 

 

 

mas de um serviço à Igreja”.

Elisabete Puga é responsável pela pastoral juvenil e vocacional das Cooperadoras da Família e passa muito do seu tempo na escola profissional que o Instituto secular detém em Lisboa onde, para além das atividades de lecionação e de pastoral, disponibiliza o seu tempo para estar juntos dos jovens.

“Cada vez me convenço mais que há-de ser o testemunho, a forma como acolho e estou junto das pessoas, como tento transmitir o que escolhi e vivo na entrega total a Deus, que posso marcar os outros pela diferença”.

Esta leiga consagrada de 35 anos, que fez os votos perpétuos em agosto último, considera que os conselhos evangélicos que vive são “um ato de amor” que “continuam a interpelar os mais novos”.

“Quando começam a perceber que afinal somos pessoas normais, esperam muito de nós: uma coerência, que marquemos a diferença também nas suas vidas. Não há tanta indiferença junto dos jovens como se diz, mas uma procura e um desejo de conhecer e saber mais”.

 

 

Para o missionário espiritano, que desenvolve a sua missão numa “comunidade de milhares de habitantes onde apenas cerca de 300 pessoas participam na eucaristia”, mais importante do que questionar a opção de celibato e pobreza importa “perceber o que Deus quer da vida de todos a pessoas, não apenas de uns eleitos”.

“Mais importante é perceber o que Deus quer de cada um, aceitar caminhar, sem dar passos em falso, ao ritmo de Deus. É possível”.

A conversa com a leiga consagrada Elisabete Puga e o missionário espiritano Miguel Ribeiro pode ser acompanhada no programa de rádio de domingo na Antena 1.

 

 

E por que não tu?

A vida é um dom maravilhoso e gratuito de Deus. Se é dom de Deus, também é tarefa humana. Temos de colaborar, rentabilizando os talentos que o Senhor nos deu, vivendo com dignidade e exercendo a nossa cidadania, servindo com amor. Servir é expressão de liberdade interior, manifesta grandeza de alma e sentido de responsabilidade face aos outros. E servir é possível a todos, com pequenos ou grandes gestos desde que animados por amor sincero. O primeiro servidor foi Jesus, manso e humilde de coração. Quem serve torna-se manso e humilde, entende quão grandioso é gastar-se pelos outros e experimenta no dom de si a alegria da gratuidade. Mais do que ninguém, os jovens entendem isto perfeitamente e são capazes de gestos extraordinários e contagiantes.

Pois é aos jovens, a eles e a elas, que agora me dirijo, neste início do ano que o Santo Padre o Papa Francisco quis dedicar à Vida Consagrada com os objetivos de fazer memória agradecida do passado, abraçar o futuro com esperança e viver o presente com paixão.

No meio das tuas hesitações e dificuldades no presente, no meio 

 

das tuas inquietações quanto ao futuro e perante a necessidade que sentes de tomar opções decisivas na tua vida, caro jovem, não te deixes seduzir pelo que destrói, pelo poder, pela filosofia do nada ou pela mesquinha ambição pessoal.

Não tenhas medo dos compromissos definitivos quando assumidos livre e responsavelmente. O apreço pela vida como dom de Deus, os apelos que brotam do seio da comunidade humana, a atração pelos valores e as escolhas fundadas e fundamentais reclamam da tua existência um serviço aos outros, ao jeito de Jesus. Não sentes, porventura, ecoar, aí no teu coração, o apelo de Jesus: “Se alguém quer servir-Me, que Me siga” (Jo 12, 26)? Convido-te, pois, a que te ponhas de sentinela, vigilante, e abras o teu coração à voz desse Amigo para que Ele te ilumine e te ajude a fazer as escolhas que deves fazer na tua vida! Ele está aí, junto de ti, a pedir-te que escutes os seus ensinamentos e apelos, que fales com Ele, que aprendas com Ele, que caminhes com Ele, que confies n’Ele. E porque a vocação é uma realidade mediada, não deixes de pedir conselho a alguém que te possa ajudar a discernir 

 

 

 

o teu caminho! Assim, construirás a história bela da tua vocação e da tua vida: Deus que te chama com amor, gratuitamente, e tu que respondes, também com amor, livre e responsavelmente, aos seus desafios, aos desafios da sua messe.

A Igreja tem de continuar a sua missão no mundo, missão tão necessária quão urgente. Para isso, Jesus Cristo quis precisar de ti, a Igreja e os outros precisam de ti, do teu entusiasmo, da tua alegria, da tua traquinice, da tua irreverência, dos teus talentos que são imensos e variados. É certo que, nesse trabalho, o Senhor não prometeu facilidades, apenas nos disse que estaria sempre connosco. Por isso, dificuldades e sacrifícios não faltarão como não faltam em qualquer estádio ou esquina onde se joga a vida. Mas serás feliz por servir, serás testemunha daquela alegria que o mundo não pode dar. “Depois de 

 

tanta violência e opressão - referia São João Paulo II -, o mundo precisa de jovens capazes de "lançar pontes" para unir e reconciliar; depois da cultura do homem sem vocação temos urgência de homens e mulheres que acreditem na vida e saibam acolhê-la como chamamento que vem do Alto, daquele Deus que chama porque ama; depois do clima de suspeita e de desconfiança, que corrompem os relacionamentos humanos, somente jovens corajosos, com mente e coração abertos a ideais elevados e generosos, poderão restituir beleza e verdade à vida e aos contatos humanos”.

Não sentes?... Jesus toca-te no ombro. Ele confia em ti e sabe que tu és capaz!

D. Antonino Dias
Presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família para o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil

 

 

A Europa do Papa Francisco

O Papa visitou o Parlamento Europeu em Estrasburgo, onde disse que a alma do Velho Continente está ameaçada por “doenças” como a “solidão” e as consequências da crise económica e social. “Uma das doenças que hoje vejo mais difundida na Europa é a solidão, típica de quem está privado de vínculos. Vemo-la particularmente nos idosos, muitas vezes abandonados à sua sorte, bem como nos jovens privados de pontos de referência e de oportunidades para o futuro”, declarou.

“No centro do debate político, 

 

constata-se lamentavelmente a preponderância das questões técnicas e económicas em detrimento de uma autêntica orientação antropológica”, advertiu.

Neste contexto, o Papa condenou o recurso à eutanásia e o aborto, como frutos de uma visão que reduz o ser humano “a mera engrenagem dum mecanismo que o trata como se fosse um bem de consumo a ser utilizado”.

Para Francisco, é fundamental “cuidar da fragilidade”, o que revela “força 

 

 

 

 

e ternura, luta e fecundidade no meio dum modelo funcionalista e individualista que conduz  inexoravelmente à «cultura do descarte»”.

No hemiciclo, perante os deputados eleitos pelos Estados-membros da União Europeia reunido em sessão solene, onde foi recebido por uma salva de palmas, Francisco sublinhou que a crise económica traz ainda “consequências dramáticas do ponto de vista social” e gerou “desconfiança dos cidadãos relativamente às instituições” comunitárias, criticando o “tecnicismo burocrático”.

O primeiro Papa não-europeu a liderar a Igreja Católica desde 741 apresentou-se como um “pastor” que quer dirigir a todos os cidadãos europeus “uma mensagem de esperança e encorajamento”.

O último Papa a visitar o Parlamento Europeu tinha sido João Paulo II, a 11 de outubro de 1988. Francisco referiu, a este respeito, que “muita coisa mudou na Europa” desde então, falando num continente “envelhecido” que tem de saber voltar “à firme convicção dos pais fundadores da União Europeia, que desejavam um futuro assente na capacidade de trabalhar juntos para

 

 

 

 superar as divisões e promover a paz”. O Papa sublinhou depois a importância das raízes religiosas para a construção do futuro do continente, em defesa da “sacralidade da pessoa”. “Queridos eurodeputados, chegou a hora de construir juntos a Europa que gira não em torno da economia, mas da sacralidade da pessoa humana, dos valores inalienáveis; a Europa que abraça com coragem o seu passado e olha com confiança o seu futuro, para viver plenamente e com esperança o seu presente”.
“Estou convencido de que uma Europa que seja capaz de  conservar as suas raízes religiosas, sabendo apreender a sua riqueza e potencialidades, pode mais facilmente também permanecer imune a tantos extremismos que campeiam no mundo atual”, assinalou.
 

 

Igreja e Europa unidas
em favor do ser humano

O Papa encerrou no Conselho da Europa uma visita de quatro horas à cidade francesa de Estrasburgo, apresentando um projeto europeu centrado na dignidade humana que respeite as “raízes” do continente, livre de “hegemonias” políticas.

Perante a assembleia parlamentar desta instituição, Francisco elogiou o “património genético da Europa” que deve ajudar a projetar os desafios do continente e a construir as “utopias do futuro”.

A intervenção, em italiano, lembrou o “grave problema do trabalho”, especialmente as elevadas taxas de desemprego juvenil que se registam em muitos países. “Espero vivamente que se instaure uma nova cooperação social e económica, livre de condicionalismos ideológicos, que saiba encarar o mundo globalizado, mantendo vivo o sentimento de solidariedade e caridade mútua que tanto caraterizou o rosto da Europa, graças à obra generosa de centenas de homens e mulheres – alguns considerados Santos pela Igreja Católica”, disse.

Os pobres da Europa, acrescentou

 

Francisco, pedem “não só o pão para se sustentarem”, o mais “elementar” dos direitos, mas também a possibilidade de “redescobrirem o valor da sua vida, que a pobreza tende a fazer esquecer, e reencontrar a dignidade conferida pelo trabalho”.

O Papa apontou depois aos desafios da “multipolaridade e da transversalidade”, para superar a “antiga conceção Roma-Bizâncio-Moscovo”, um esquema que é “fruto de reducionismos geopolíticos hegemónicos”, e afirmou que a 

 

 

 

 

 

 

Europa tem de “de globalizar de forma original esta multipolaridade” em que as culturas não se identificam necessariamente com os países.

“Globalizar de forma original a multipolaridade implica o desafio de uma harmonia construtiva, livre de hegemonias que, embora pragmaticamente pareçam facilitar o caminho, acabam por destruir a originalidade cultural e religiosa dos povos”, declarou.

Francisco sublinhou, por outro lado, que é necessário falar duma Europa “dialogante” que faz com que a transversalidade de opiniões e reflexões “esteja ao serviço dos povos harmoniosamente unidos”.

 

O Papa argentino defendeu que o diálogo entre a sociedade europeia inteira e o Cristianismo servirá para “enfrentar um fundamentalismo religioso que é inimigo sobretudo de Deus” e para “obstar a uma razão reduzida que não honra o homem”. Este diálogo, acrescentou, passa pela defesa dos Direitos Humanos, em particular pelos temas relacionados com a proteção da vida humana, “questões sensíveis que precisam de ser submetidas a um exame cuidadoso que tenha em conta a verdade do ser humano integral”.

Tal como no Parlamento Europeu, onde pediu que o Mediterrâneo não seja um “cemitério” de imigrantes, o Papa apelou ao acolhimento destas populações, “que precisam primariamente do essencial para viver, mas sobretudo que lhes seja reconhecida a sua dignidade de pessoas”.

 

 

 

 

 

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram a atualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados em www.agencia.ecclesia.pt

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Papa recebeu presidente do Egito

 

 

 

Papa Francisco lança viagem à Turquia

 

 

Apostolado da oração online

www.apostoladodaoracao.pt/

 

Já muito próximo do Advento, trazemos uma proposta que nos irá, certamente, ajudar a preparar melhor a vinda daquele que foi “revelado pelo Pai, e que se converte na personagem central da história da salvação”.
Esta semana o nosso convite passa por uma visita ao sítio do Apostolado da Oração (AO). Da responsabilidade da companhia de Jesus, esta obra “tem como missão principal a formação de cristãos atentos e comprometidos com as necessidades da Igreja e do Mundo”. Como “rede mundial de oração e ação para responder aos desafios da humanidade dentro da missão da Igreja” naturalmente que a presença na internet não poderia ser descurada.
Ao digitarmos o endereço www.apostoladodaoracao.pt entramos num sítio magistralmente organizado e graficamente bem enquadrado, onde os conteúdos informativos estão claramente em destaque.
Na opção “quem somos”, ficamos a conhecer um pouco mais sobre esta rede mundial de oração, que em Portugal “está presente em quase 

 

todas as paróquias do nosso país, em grupos que promovem a oração, a animação das liturgias, a visita a doentes, catequese, etc.”. É ainda possível saber um pouco mais sobre a sua história, nomeadamente que o AO teve a sua “origem numa casa de estudo da Companhia de Jesus, em França, na festa de S. Francisco Xavier do ano de 1844”.
Em atualidade podemos consultar todas as novidades que vão sendo publicadas neste espaço e que se adequem aos objetivos presentes neste projeto.
Caso pretenda aceder às publicações editadas pelo AO, basta que clicar em “livraria online”. Aí pode facilmente consultar todos os títulos nos mais diversos temas, ler uma resenha de cada livro e posteriormente, caso interesse, adquirir online de uma forma fácil e segura.
No item “materiais para grupo AO” dispomos de um conjunto de recursos perfeitamente adequados para grupos de oração. São disponibilizados propostas de caminhadas, trabalhos de grupo, reflexões e orações sempre com a qualidade que os Jesuítas já nos habituaram.
Por último em “oração”, 

 

 

 

 

 

 

 

entramos possivelmente no principal ambiente deste sítio. Além da meditação diária, onde de uma forma muito direta somos convidados a rezar e a meditar a Palavra de Deus, dispomos ainda de uma maneira de iniciarmos a nossa jornada diária e de acompanharmos as intenções mensais do Santo Padre.

 

Fica lançado o repto para acederemos e beberemos do muito e bom do que aqui se publica, redescobrindo, através da oração, a centralidade de Cristo na história da salvação.

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

 

 

Prémio PAULUS 2014 atribuído a «estudo da eclesiologia paulina»

O Prémio PAULUS de Edição 2014 divulgado hoje distinguiu o padre Rui Manuel Gomes Sousa, da Universidade Católica Portuguesa/Braga, pela dissertação ‘A Igreja é Corpo de Cristo – Para um estudo da eclesiologia paulina’, defendida em 2012.

“Sinto-me agraciado com este prémio que me coloca mais ao serviço da Igreja. Uma grande surpresa por não estar a contar que um tema tão específico como a eclesiologia fosse publicado pela Paulus Editora”, revelou o vencedor que assinalou ainda o facto do público da teologia em Portugal ser “muito reduzido”.

Para o padre Rui Manuel Gomes Sousa, “seria ótimo” que mais pessoas tivessem acesso a estes temas e “se sentissem desafiados a aprofundar a fé a partir da sua consciência crente”.

O livro ‘A igreja é corpo de Cristo’ vai ser apresentado no dia 10 de dezembro pelas 18h30 na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, em Braga, e a apresentação da obra é da responsabilidade do professor João Duque, que orientou o trabalho defendido em 2012.

 

 

 

 

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Paulus explica que quer dar um “contributo” para que o pensamento teológico possa chegar a um público mais amplo com “uma linguagem mais acessível”.

O padre Rui Manuel Gomes Sousa tem 25 anos e foi ordenado presbíter

 

 

 

 

o em julho deste ano; atualmente é administrador paroquial em cinco comunidades de Vila Verde e membro da Comissão Arquidiocesana de Braga para a Pastoral Litúrgica e Sacramentos.

Para o professor João Lourenço, diretor da Faculdade de Teologia da UCP e um dos seis elementos do júri, esta obra é “um trabalho muito bem elaborado, profundamente teológico, com um tema clássico da Eclesiologia” para além de “bem documentado e sustentado teologicamente”.

Por sua vez, D. Pio Alves, bispo auxiliar da Diocese do Porto e também membro do júri, desde o título às conclusões, o autor é “exemplarmente fiel ao trabalho que promete” e que desenvolve com “notável rigor e clareza metodológica”.

“O texto bíblico, nas abordagens introdutórias e na análise central, são, de facto, o centro de atenção que governa o discurso”, acrescenta o também presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicação.

Segundo o diretor editorial da Paulus a “repercussão e os resultados” do Prémio PAULUS de Edição são “motivo de alegria e orgulho” e uma prova de que os “objetivos foram alcançados e as expectativas superadas”.

 

 

O irmão Darlei Zanon assinala que receberam “excelentes trabalhos” que certamente também “mereceriam ser premiados e publicados”.

O trabalho do padre Rui Manuel Gomes Sousa foi escolhido entre 31 candidaturas, de sete núcleos universitários, de três países: Universidade Católica Portuguesa, com os três polos - Lisboa, Braga e Porto -; a Universidade de Coimbra e a Portucalense IDH; a Universidade de Comillas de Espanha e a Universidade Gregoriana de Itália.

O Prémio PAULUS de Edição é uma iniciativa do Instituto Missionário Pia Sociedade de São Paulo, proprietário da PAULUS Editora, e tem como objetivo promover a reflexão teológico-cristã nacional, incentivar os estudantes no trabalho de pesquisa e lançar novos autores.

A partir de hoje e até ao dia 4 de abril de 2015, os Paulistas recebem as obras concorrentes para a próxima edição, que “devem ser inéditas”.

 

 

 

II Concílio do Vaticano: Edward Schillebeeckx, um visionário conciliar

 

Se o II Concílio do Vaticano está a celebrar o seu cinquentenário, o teólogo dominicano Edward Schillebeeckx celebra este ano o centenário do seu nascimento. Schillebeeckx (Antuérpia (Bélgica), 12 de novembro de 1914 – Nimega (Holanda), 23 de dezembro de 2009) foi um teólogo católico belga e membro da ordem fundada por São Domingos.

Os seus livros já foram traduzidos em diversas línguas e as suas contribuições no II Concílio do Vaticano tornaram-no conhecido mundialmente e é considerado um dos teólogos mais importantes do século XX.

A amplidão e abrangência da sua obra e influência das suas ideias e o “modo novo de fazer teologia fazem dele, um dos maiores teólogos dogmáticos católicos” (In: Manuel Augusto Rodrigues; «Correio de Coimbra», 07 de janeiro de 2010). Schillebeeckx soube “com perspicaz intuição” incorporar na Teologia o resultado dos estudos bíblicos dos dois últimos séculos e da cultura do seu tempo.

Doutorou-se em Teologia com a tese «A Economia sacramental da salvação», publicada em 1952 e ensinou no convento dos Dominicanos em Lovaina e na Universidade de Nimega (1957 a 1983). Foi conselheiro teológico do episcopado holandês (incluindo o padre conciliar, cardeal Bernardus Alfrink) e participou de forma muito ativa no II Concílio do Vaticano, “podendo dizer-se que foi um dos elementos mais duravelmente influent” (In: Guilherme d´Oliveira Martins; «Voz da Verdade», 17 de janeiro de 2010). Trabalhou com os principais “renovadores” da Teologia Católica 

 

 

 

e foi membro fundador da Revista «Concilium» criada em 1964.

Guilherme d´Oliveira Martins escreveu nesse artigo que graças à amizade com “António Alçada Baptista e Helena Vaz da Silva” acompanhou o lançamento da Revista «Concilium» em Portugal, “exercendo assinalável influência entre nós, designadamente através de frei Mateus Cardoso Peres e frei Bento Domingues”. Entre os oito colóquios promovidos pela revista portuguesa, teve lugar em abril de 1966 a conferência de Schillebeeckx intitulada “A dolorosa experiência do Deus oculto”.

O dominicano e cronista do «Público» frei Bento Domingues escreveu nesse mesmo jornal (10 de janeiro de 2010) que no século XX, a Igreja em Portugal “não gastava muito com 

 

Teologia” e essa célebre conferência sobre o Deus oculto foi publicada nos cadernos «O Tempo e o Modo – número 3». Frei Bento Domingues escreveu também que o teólogo passou “três vezes o cabo das tormentas com a Congregação para a Doutrina da Fé que, durante a presidência de J. Ratzinger, viveu um regime de maior arbitrariedade”.

A sua obra foi alvo de um processo da Congregação para a Doutrina da Fé pela sua visão positiva da secularização. Em 1979, o livro «Jesus. A história de um vivente» foi investigado. Em 1981, sofreu novo processo pela obra «O mistério eclesial». Nenhum dos três processos resultou em condenação. Apesar de todos os “dissabores, nunca lhe passou pela cabeça abandonar a Igreja”, escreveu frei Bento Domingues. 

 

Novembro2014

Dia 28

* Lisboa - Espaço Santa Catarina Largo Doutor António Sousa Macedo 7D (Calçada do Combro) - Início da exposição «Venite Adoremus: Olhares sobre o Presépio» promovida pelo Corpo Nacional de Escutas.

 

* Beja - Biblioteca municipal - Início da exposição «Vozes das crianças na pobreza» promovida pela Cáritas Portuguesa.

 

* Lisboa - Reitoria da UCP - Doutor João Duarte Lourenço, OFM, toma posse, para um novo triénio, como diretor da Faculdade de Teologia.

 

* Lisboa - Auditório do Colégio S. João de Brito Lançamento do livro «Nascemos e jamais morremos» sobre Chiara Petrillo e com a presença do marido e apresentação de Laurinda Alves.

 

* Lisboa - Centro Cultural Franciscano - Conferência sobre o Evangelho de São Marcos promovida Centro Cultural Franciscano

 

 

* Lisboa - Estoril (Auditório Senhora da Boa Nova) - Exibição da peça de teatro «Deus, o mar e eu» do Grupo de Teatro de Santo António dos Estoril. (28 a 30)

 

* Lisboa - Cascais (Estoril - Casa Grande da Galiza) - Exposição de cerâmica de Elsa Gama sobre «Vinde e adorai o Menino» promovida pela Santa Casa da Misericórdia de Cascais (28 a 30).

 

* Turquia - O Papa Francisco visita a Turquia (28 a 30)

 

 

Dia 29

* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI - Jornada de abertura do ano pastoral 2014-15  com inauguração da exposição «Neste vale de lágrimas» e apresentação do tema do ano «Santificados em Cristo».

 

* Braga - Famalicão (Alameda Cardeal Cerejeira) - Iniciativa «Hi-God, um dia com Deus» sobre «Cuida-te - afetos e sentimentos».

 
 

 

 

 

* Porto - Casa de Vilar - Assembleia de leigos da Diocese do Porto com o tema «A Pastoral Familiar na nossa Diocese do Porto» com conferência do padre Amaro Gonçalo sobre «Pastoral da Família, uma prioridade da Igreja».

 

* Évora - Biblioteca Pública de Évora - Encerramento (Início a 06 de novembro) da exposição sobre «Frei Manuel do Cenáculo».

 

* Coimbra - Seminário dos Dehonianos - Conferência Regional «Alpha»

 

* Fátima - Inauguração da exposição do «Cristo das Trincheiras» no Santuário de Fátima.

 

* Braga - Museu D. Diogo de Sousa - Conferências rusgueiras sobre «Religiosidade popular - crenças, cultos e promessas» promovidas pela Rusga de São Vicente, Universidade do Minho e Universidade Católica Portuguesa.

 

* Algarve - O Secretariado da Pastoral Juvenil promove o «Advento Jovem».

 

* Aveiro - Aguada de Baixo - Lançamento do livro do padre Manuel Armando «Crónicas exemplares de um mundo cão» com a presença de D. António Moiteiro.

 

 

 

 
* Bragança - Macedo de Cavaleiros (Centro Cultural) - Jornada da Pastoral da Pessoa com Deficiência com o tema «Derrubar Barreiras, Abrir Portas».

 

* Évora - Seminário de Évora - Conferência sobre a Vida Consagrada pelo padre Alberto Brito, SJ, e encontro dos religiosos (as) com D. José Alves.

 

* Fátima - Jornada Nacional dos Diáconos Permanentes com conferência de D. Manuel Clemente sobre «Da Igreja doméstica à Igreja comunidade cristã»

 

* Leiria - Seminário de Leiria - Acção de formação «O Natal e um Prisma: 7 abordagens da fé e da vida» orientada pelo padre Luis Morouço e destinado aos catequistas.

 

* Porto - Ermesinde (Seminário do Bom Pastor) - Encontro de apresentação ao Seminário destinado aos adolescentes e jovens

 

* Braga - Café Astória - Conferência sobre «Espiritualidade e luto» pelo padre Jorge Vilaça.

 

* Beja - Igreja do Seminário de Beja - Concerto de Flauta de Bisel e Órgão por António Carrilho e Rafael Reis

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma das peças religiosas mais evocativas da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, o chamado “Cristo das Trincheiras”, vai estar em exposição no Santuário de Fátima a partir de 29 de novembro.

 

 

O livro ‘S. Geraldo e o milagre da fruta’ pretende “sensibilizar os mais pequenos” para a história e vida do padroeiro de Braga e vai ser apresentado a 29 de novembro, na capela de São Geraldo, na Sé.

 

 

A exposição «O Presépio - Coleção de Maria Cavaco Silva» vai estar patente ao público, deste sábado a 11 de janeiro de 2015, na Igreja de São João Baptista, em Castelo de Vide.

 

 

O bispo coadjutor de Beja, D. João Marcos, vai ser apresentado solenemente à diocese na celebração do primeiro domingo do Advento, no dia 30 de novembro, na igreja de Santa Maria da Feira pelas 17h00.

 

 

De 26 a 30 de novembro haverá uma “Semana Cáritas” na rádio e televisão públicas e de 3 a 6 de dezembro, no Terreiro do Paço, em Lisboa, a Cáritas associa-se a uma ação contra a pobreza infantil, promovida pela «RTP+».

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00

RTP1, 10h00

Transmissão da missa dominical

 

11h00 - Transmissão missa

 

12h15 - Oitavo Dia

 

Domingo: 10h00 - O Dia do Senhor; 11h00 - Eucaristia; 23h30 - Ventos e Marés; segunda a sexta-feira: 6h57 - Sementes de reflexão; 7h55 - Oração da Manhã;  12h00 - Angelus; 18h30 - Terço; 23h57-Meditando; sábado: 23h30 - Terra Prometida.

 
RTP2, 11h18

Domingo, dia 30 - 50 anos da Academia de Música de Santa Cecília.

 

RTP2, 15h30

Segunda-feira, dia 01 - Entrevista ao presidente da CIRP, padre Artur Teixeira, sobre o Ano da Vida Consagrada;

Terça-feira, dia 02 - Informação e entrevista ao diácono Paulo Campino sobre a Campanha de Advento na catequese de Santarém;

Quarta-feira, dia 03 - Informação e entrevista ao padre Fernando Sampaio sobre a Pastoral da Saúde;

Quinta-feira, dia 04 - Informação e entrevista a Teresa Libano Monteiro sobre a Família;

Sexta-feira, dia 05 - Apresentação da liturgia de domingo pelo padre João Lourenço e Juan Ambrosio.

 

Antena 1

Domingo, dia 30 de novembro,  06h00 - Ano da Vida Consagrada com cooperadora da família Elisabete Puga e missionário espiritano Miguel Ribeiro.

 

Segunda a sexta-feira, 1 a 5 de dezembro - 22h45 - Caminhadas de Advento: Infância e Adolescência de Santarém, Aveiro, Catequese de Leiria-Fátima, paróquia de Espinho e Infância Missionária

 

  

 
     
 

 

Ano B – 1º domingo do Advento

 
 
 
 
 
 
 
Como viver o Advento?
 

No início de um novo ciclo litúrgico, o Ano B, vivemos hoje o primeiro Domingo do Advento.

Vinda e Vigília: estas duas palavras são muito usadas na liturgia do Advento, em particular neste domingo, a exigir atitudes novas:

O tempo do Advento quer sensibilizar-nos para esta vinda. A dimensão escatológica, da nossa vida iluminada pelo sentido da comunhão plena com Deus, marca toda a vida cristã.

O apelo que Cristo nos lança à vigilância é para ser tomado bem a sério, na celebração e na vida quotidiana, para que o Senhor não nos encontre a dormir ou adormecidos.

Como podemos acolher da liturgia da Palavra nas suas indicações concretas para a nossa vida acerca da forma como devemos viver esse tempo de espera?

A primeira leitura apresenta a essência de Deus como amor e misericórdia. Convida-nos a reconhecer que só Deus é fonte de salvação e de redenção. Por nós próprios, somos incapazes de superar essa rotina de indiferença, de egoísmo, de violência, de mentira, de injustiça que tantas vezes caracteriza a nossa caminhada pela vida. Resta-nos acolher o dom de Deus com humildade e com um coração agradecido.

A segunda leitura mostra como Deus Se faz presente na história e na vida de uma comunidade crente, através dos dons e carismas que gratuitamente derrama sobre o seu Povo. Sugere que nos mantenhamos atentos e vigilantes, a fim de acolhermos os dons de Deus.

O Evangelho convida-nos a enfrentar a história com coragem, determinação e esperança, animados pela  certeza da vinda do Senhor. Ensina, ainda, que esse tempo de espera deve ser um tempo de vigilância, um tempo de compromisso ativo e efetivo com a

 

 

 

 

 construção do Reino. Estar vigilante é estar sempre ativo, empenhado, comprometido na construção de um mundo de vida, de amor e de paz. É lutar de forma decidida e corajosa contra a mentira, o egoísmo, a injustiça, tudo aquilo que rouba a vida e a felicidade a qualquer irmão que caminhe ao meu lado.

As indicações concretas dadas pela Palavra deste domingo são oportunidade de um novo começo. Devido às nossas numerosas atividades, inclusive na Igreja, a nossa vigilância está muitas vezes ameaçada: falta-nos o tempo 

 

para parar, discernir, fazer novas escolhas em ordem a despertar a nossa adesão a Cristo.

O tempo do Advento oferece-nos esta oportunidade de um novo começo e de um renovado e intenso olhar para com aqueles que são os próximos da nossa vida, em tantas situações humanas que são de bradar aos céus e de gritar na terra. Não percamos a oportunidade de graça que é o Advento para nós, a coincidir hoje com o início do Ano da Vida Consagrada em toda a Igreja.

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

 

Um direito de todos, universal

Um direito de todos, universal - Sendo a assistência espiritual e religiosa tão importante para o bem-estar dos doentes, é, no entanto, muito sensível a pressões proselitistas indevidas e à censura ou desvalorização e obstrução. Está, por isso, regulamentada nos Hospitais Públicos pelo Decreto-Lei 253/2009, que estabelece os princípios de liberdade de consciência, religião e culto e de acesso universal livre à assistência espiritual (cf. artº 1º e artº 3º). Neste sentido, todos os doentes, seja qual for a sua religião, têm direito a ver respeitados as suas convicções espirituais e religiosos (cf. artº 12º, i); e a ser assistidos pelos seus líderes espirituais, segundo a sua vontade, a qualquer hora, sem prejuízo do repouso dos demais doentes e da prestação dos cuidados de saúde (cf. artº 7º).

 

Não é lícito pressionar os doentes - Com efeito, ninguém se pode aproveitar da fragilidade do doente para o censurar, seduzir ou impor assistência indesejada, como se lê no artº 4º, 3: «os profissionais de saúde, os demais funcionários e os 

 

 

 

A Assistência espiritual e religiosa é prestada ao utente a solicitação do próprio ou dos seus familiares ou outros cuja proximidade ao utente seja significativa, quando este não a possa solicitar e se presuma ser essa a sua vontade.

(Decreto Lei 253/2009, art. 4)

 

 

 

voluntários que trabalhem ou prestem serviços nas unidades, bem como os assistentes espirituais ou religiosos não podem obrigar, pressionar nem, por qualquer forma, influenciar os utentes na escolha do assistente espiritual ou religioso» (cf. também artº 12). E será que outros doentes podem censurar, pressionar ou impor a sua evangelização a outros que têm outras crenças ou até a doentes da mesma religião? Há por vezes doentes que se queixam disso e descrevem o internamento como um tempo de 

 

 

 

 

 

Assistência religiosa e cuidados de saúde:
tema apresentado aqui semanalmente
e no programa Ecclesia, RTP2, em cada quarta-feira
Entrevista ao padre Fernando Sampaio

 

 

 

 
“Se tiver de ser internado(a), não esqueça, peça a visita do capelão aos enfermeiros logo no início do internamento. Não fique à espera”. 

 (Comissão Nacional da Pastoral da Saúde)

 

 

«inferno». Os doentes devem ser defendidos pelos profissionais e estas situações devem ser denunciadas às autoridades hospitalares (enfermeira chefe, médicos, assistente social,   

identificando quem o faz). O livro de reclamações pode ser um bom instrumento, devendo a situação ser referida com muita objectividade. 

 

 

Médio Oriente: Milhares de cristãos dependem da sua ajuda

Vidas desfeitas num instante

Viviam na Síria e no Iraque. Tinham casas, empregos, amigos. Rotinas. Eram pessoas normais, como nós. Tinham sonhos, projectos de vida. De repente, perderam tudo. São os refugiados cristãos no Médio Oriente

 

Eram pessoas normais, como nós. De repente, atrás do alarido da marcha imparável dos jihadistas, que conquistaram aldeias e cidades na Síria e no Iraque num abrir e fechar de olhos, foram forçados a deixar tudo e a fugir. Com a roupa que traziam vestida. Apenas. Agora são refugiados. Muitos ainda estão incrédulos com a situação. Num ápice, tudo mudou. Agora vivem em tendas, em campos de refugiados, ou abrigam-se em casas particulares. São famílias inteiras num quarto, dependendo de ajuda para tudo. Para o aluguer do quarto, para a comida, a roupa, os medicamentos. Tudo. Tinham sonhos. Agora vivem num pesadelo. Foram perseguidos por serem cristãos. Pedem-nos ajuda. Aproxima-se o Natal. Será o Natal mais trágico e mais triste das suas vidas. Neste desalento, porém, há sinais de esperança. Nem tudo está perdido.

 
Ajudar

Em Beirute, país que tem acolhido milhares de refugiados oriundos da Síria, a Irmã Hanan, da congregação das Irmãs do Bom Pastor – que visitou Portugal por estes dias – não tem mãos a medir. O centro de saúde de que estas irmãs são responsáveis, é uma espécie de porto de abrigo para famílias inteiras que se sentem perdidas, como se fossem náufragos. Elas dão tudo o que têm, oferecendo o que estes refugiados mais precisam: assistência médica, documentos, comida, roupa. E sorrisos. Também em Beirute, na Diocese de Zahle, duas mulheres, Dunia e Raquel, mudaram as suas próprias rotinas. Era impossível não reparar em tantas pessoas destroçadas pela guerra, pela violência. Como não fazer nada? Na paróquia, todos os dias, enchem caixas de cartão com aquilo que os paroquianos vão oferecendo. É um “kit” improvisado com o essencial para que alguém possa sobreviver por mais uns dias. É apenas uma ajuda de emergência, mas, como diz Dunia, “ao receberem a caixa de papelão, ficam a saber que a Igreja não os abandona e que devem ter esperança”.

 

 

 

 

 

 

 

Fundação AIS lançou, neste Natal, uma campanha especial de apoio a estes refugiados. Agora é a nossa vez de ajudar. Com o que fizermos, com o que doarmos, estamos também a encher as caixas de cartão de Dunia e Raquel e colocar roupa e medicamentos nas prateleiras do centro de saúde da Irmã Hanan. 

 

E estamos a receber, através delas, os sorrisos e os “muito obrigado” de milhares de cristãos da Síria e do Iraque. Sorrisos que nunca mais esqueceremos, mesmo que nunca vejamos o rosto destes refugiados.

 

texto Paulo Aido |

www.fundacao-ais.pt 

 

 

 

 

 

Presentes Solidários 2014

Tony Neves

 
 

A história deste projeto já bem de longe, quando a Fundação Fé e Cooperação (FEC) percebeu que podia propor aos portugueses, por ocasião do Natal, a possibilidade de ir mais longe e mais fundo na aventura de ser solidário com quem mais precisa. Assim nasceram os Presentes Solidários que, em 2013, foram mais de dois mil.

A lógica é original: há entidades nos países lusófonos que identificam uma necessidade. A FEC faz dela uma hipótese de Presente. Alguém ‘compra-o’ e, sob a forma de postal, oferece-o a um amigo no Natal. Tudo resumido, o único a lucrar materialmente é quem recebe o dinheiro para o aplicar num bem. Quem o oferece e a pessoa a quem é oferecido o postal ficam só com a alegria de terem participado num projeto de solidariedade.

Para 2014, há oito projetos simples e três projetos XL. Assim, pode-se dar 28€ para que uma mulher grávida faça uma ecografia em Benguela, Angola; 25€ para um cabaz de arroz, feijão, óleo e frango para uma família no Brasil; 35€ para garantir três galinhas e uma gaiola em Cabo Verde; 9€ para comprar medicamentos para crianças dos Centros de Recuperação Nutricional na Guiné-Bissau; 6€ para duas latas de leite em pó, para crianças de Moçambique; 16€ para a Bolsa do Voluntariado, em Portugal; 13€ para uma mochila, cadernos, lápis e borrachas para crianças de S. Tomé; 22€ para 30 telhas para casas de doentes da lepra em Timor. Os presentes XL, mais caros, são para pagar sete dias de combustível ao Centro N. Sra da Graça, em Benguela (130€), para comprar equipamento

 

 

 

 

 

Luso Fonias

 

 

 

 médico para um dos 25 Centros de Recuperação Nutricional da Guiné (180€) e uma máquina de costura para a Namaacha, Moçambique (350€).

Tenho muita honra por ter sido escolhido para ser um dos Padrinhos dos Presentes Solidários. É uma responsabilidade enorme pois compromete-me na divulgação desta ideia que se transformou num 

 

caminho de solidariedade sem fronteiras.

Laurinda Alves, uma das Madrinhas solidárias, escreveu: ‘nos tempos que correm, faz sentido sermos solidários e oferecermos uns aos outros presentes que transformem, ajudem ou salvem’.

Faço minhas estas palavras. Ousemos ser solidários de forma criativa, dando a duplicar.

 

 

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ou em www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC – Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sair