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Islamismo, Islão |
| (Do árb. = submissão, entenda-se, à vontade de Deus). É por estes termos, um erudito e outro popular, que se designa uma das mais importantes religiões monoteístas, a dos muçulmanos. Foi fundada por Maomé, por volta do ano 630, em Medina (Península Arábica), passando a irradiar de Meca, o grande santuário islâmico. Apresenta-se como tendo como única fonte o *Alcorão, livro dado como a revelação de Deus (Alá) ao Profeta, cuja redacção definitiva data do seu terceiro sucessor, o califa Otmane. São cinco as obrigações do muçulmano: 1) confessar que Alá é o único Deus e Maomé o seu profeta; 2) rezar cinco vezes por dia, voltado para Meca, e fazê-lo na mesquita ao meio-dia de cada sexta-feira; 3) dar esmola e abrigo aos pobres; 4) jejuar durante o mês de Ramadão, do nascer ao pôr do Sol; 5) ir em peregrinação a Meca, ao menos uma vez na vida. A simplicidade destas exigências religiosas e sociais, a vivacidade do texto do Alcorão e certas circunstâncias históricas explicam a expansão fulgurante do Islão, a partir do séc. VIII, constituindo séria ameaça para o mundo cristão, onde se implantou e permaneceu no Sul da Europa, durante cinco séculos. É de justiça reconhecer que, neste período, a civilização islâmica, sobretudo na Península Ibérica, atingiu alto nível, o que depois se repercutiu quer na gesta dos descobrimentos quer na evolução das ideias da Idade Moderna. Hoje, o Islão cresce mais rapidamente que o Cristianismo, tanto pelo seu proselitismo junto das populações terceiro-mundistas, como pela elevada taxa de fecundidade das famílias islâmicas. Maomé acreditava que Alá se revelara primeiro a Moisés e a Jesus Cristo, filho da Virgem Maria, que tinha por grandes profetas, mas a sua revelação fora adulterada pelos livros do Antigo e do Novo Testamento. V. Alcorão. Actualmente, em Portugal, a comunidade islâmica, estimada em 30 mil fiéis, é constituída principalmente por imigrantes do antigo Ultramar Português e de países africanos, asiáticos e do Leste Europeu. Além da grande mesquita de Lisboa (inaugurada em 1985), dispõe de cerca de 30 lugares de culto, sobretudo em Lisboa, Porto, Setúbal e Algarve. (V. Religiôes, Ed. Paulinas, 2006). |
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