Apresentação

Siglas e Abreviaturas

Sugestões


meios de comunicação social (mcs)
1. Sua importância. A imprensa, a rá­dio, o cinema, a tele­vi­são, o telemóvel, os audiovisuais, a publicidade, a internet… são instrumentos de grande poder de difusão de notícias, conhecimentos, ideias, expressões artísticas, diverti­men­tos, modas e interesses comerciais que, por despertarem nos seus públicos reacções que lhes ampliam os seus efei­tos, têm grande impacto na opinião pública e constituem hoje o principal factor da evolução sociocultural, che­gando a sobrepor-se ao próprio poder político. Pela sua grande influência no pensar e agir das pessoas e por poderem contribuir para o bem ou o mal delas e da sociedade, a Igreja presta-lhes especial atenção. 2. A Santa Sé e os m.c.s. À medida que a importância destes meios se foi revelando, os Papas pro­nun­ciaram-se sobre eles, chamando a atenção para os seus valores e também para os seus eventuais perigos. Quanto à *imprensa, o mais antigo dos m.c.s., cf. livros, censura de. Relativamente aos modernos meios, uma das primeiras intervenções pontifícias foi a Enc. de Pio XI sobre o cinema Vigilanti cura (29.6.1936). Seu sucessor, Pio XII publi­cou (8.9.1957) a Enc. Miranda prorsus (= “Maravilhosos progressos”) sobre o cinema, rádio e televisão. Na Cúria Romana, João XXIII criou (22.1. 1959) uma Comissão para os assuntos do cinema, rádio e televisão, que, a pedido do Concílio Vat. II, passou a ter competência sobre todos os m.c.s. e foi elevada a Conselho Pontifício da Co­mu­nicação Social, por João Paulo II (Const. Pastor bonus, 28.6.1988), o qual exerce as suas competências em ligação com a Secretaria de Estado, de que dependem directamente a Esta­tís­tica da Igreja e a Sala de Imprensa. O primeiro documento saído do Conc. Vat. II foi dedicado aos m.c.s., o Decr. *Inter mirifica (5.12.1963). Na sua continuidade, a Santa Sé publicou duas Intr. pastorais, *Communio et progressio (27.5.1971) e *Aetatis novae (22.2.1992); os documentos do Cons. Pontif. das Comunic. Sociais Ética na publici­da­de (1997), Ética nas Comunicações So­ciais (2000) e Ética na Internet (2002); de referir ainda a Enc. Re­demp­tor hominis (7.12.1990) e a Carta Apost. no 40.º aniversário da Inter mirifica (21.2.2005) sobre o grande desenvol-vimento dos media, ambas de João Pau­lo II. Todos os anos, desde 1966, pela As­censão, se celebra o Dia Mundial das Comunicações So­ciais, para o qual o Pa­pa publica, com a data da festa de S. Fran­cisco de Sa­les (24.1.), uma men­sagem. São instrumentos de comunicação social da Santa Sé: a Tipografia Vaticana (desde meados doséc. XV), o diá­rio L’Osservatore Ro­mano (desde 1861) e suas edições se­ma­­nais mais recentes em 7 línguas, a Li­­bre­­ria Editrice Vaticana (desde 1926), a Rádio Vaticana (desde 1931) e o Cen­tro Televisivo Vaticano (desde 1983). 3. A Igre­ja em Portugal e os m.c.s. Os Bis­pos por­tu­gueses, perante o clima adver­so dos iní­cios do séc. XX e depois no tempo da renovação (a partir dos anos 20), deram particular atenção à imprensa regional de inspiração cristã, tendo sido criados por essa altura a maio­ria dos jornais dio­cesanos e o diá­rio Novidades (nas mãos do Epis­co­pado, de 1923 a 1974). Foi tam­bém assi­nalável a publicação de livros católicos (da União Gráfica e ou­tras editoras) e de diversos jornais e revistas, sobretudo dos institutos religio­sos. Res­pon­dendo a apelo de Zuzarte de Mendonça na revista Renascença (1933), foi lan­çada, inicialmente sob a égide da Acção Católica Portuguesa, a Rádio Renas­cen­ça, Emissora Católica Portuguesa (com emissões desde 1937) que, sob a gestão, durante 30 anos, de Mons. Lopes da Cruz, passou a ser a es­ta­ção de rádio mais ouvida. Falharam, porém, as tentativas de um canal de televisão (TVI) e de um semanário nacional (Nova Ter­ra). Presentemente, contam-se por algumas centenas as revistas e jornais de entidades da Igreja (reunidos na AIC) e dezenas as estações de rádio com programas de inspiração cristã (reu­nidas na ARIC). A seguir ao Conc. Vat. II, a Con­ferência Episcopal Por­tu­gue­sa (CEP) confiou a supervisão do sector dos m.c.s. da Igreja à Comissão Epis­copal das Comunicações Sociais (desde 2005 integrada na Com. Ep. da Cul­tura, Bens Culturais e Com. Sociais), que tem como órgão executivo o Se­cre­tariado Nacional das Comunicações So­ciais, com a agência informativa Eccle­sia, a direcção de programas televisivos e a organização anual do “Dia Mundial” e de jornadas de c.s. No campo do ma­gis­­­tério, é de referir a publicação pela CEP da Carta pastoral Na era da Comu­ni­ca­ção Social (11.4.2002). 4. Os m.c.s. no direito da Igreja. O CDC, logo no início do Livro III sobre o “múnus de en­sina­r da Igreja”, declara que a evangelização se deve fazer mesmo através dos m.c.s. (747; cf. 761 e 822), dedican­do-lhes um título dentro deste livro (822-832). Atribui especiais responsa­bi­li­dades aos pastores na formação dos leigos para o bom uso destes meios; e a quantos neles desenvolvam a sua acti­vi­dade apela a que contribuam para que es­tejam sempre ao serviço da verdade, da justiça e da solidariedade. Dedica especial atenção à publicação de livros, embora num contexto diferente da censura anterior do tempo do Index. Re­mete para as conferências episcopais a ­­re­gu­lar participação dos fiéis em pro­gra­­­mas católicos trans­mitidos pela rádio e tv. V. livros, televisão.


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