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mérito |
Saber se alcançar a vida eterna é exigência do mérito das boas obras ou dom gratuito de Deus tem sido objecto de estudo e de controvérsia na Igreja ao longo dos séculos, estando a resposta diversa a esta questão em parte na origem do cisma protestante. No AT, antes do exílio, a questão do m. punha-se em termos de fidelidade ou infidelidade do povo escolhido à Aliança que com ele fez Javé, reduzindo-se a recompensa a uma felicidade ou desgraça neste mundo. O trabalho dos profetas pós-exílicos fez descobrir a responsabilidade pessoal e a recompensa para além da vida temporal. No NT, S. Paulo, embora insistindo na necessidade das boas obras, põe a acentuação na justificação pela fé. S. Tiago põe a acentuação no carácter meritório das boas obras. Os Evangelhos e o Apocalipse afirmam o carácter meritório das boas obras, mas acentuam que a recompensa se deve mais à bondade de Deus do que à justiça. A teologia católica, depois do Conc. de Trento, precisa que o carácter meritório das boas obras resulta da resposta positiva da liberdade humana à graça divina. Tal graça nunca falta, mas é recusada pelo pecador. V. predestinação, retribuição. |
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