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milagre |
(Do lat. = causa de admiração). Em sentido teológico é uma extraordinária intervenção de Deus no espaço da experiência humana, de forma a despertar ou a consolidar a fé nas realidades da ordem sobrenatural da salvação. O AT refere numerosos m.s operados por Javé pela mediação de seus servos, em favor do povo israelita. No NT aparecem sobretudo os milagres de J. C., aos quais o IV Evangelho prefere dar o nome de sinais, acentuando o seu valor interpelativo, sendo o maior de todos a própria ressurreição, principal fundamento da fé cristã (DV 4; Cat. 549-548; 1335; etc.) Na vida da Igreja, além dos m.s referidos nos Act, operados pelos Apóstolos, não têm faltado os atribuídos a mártires e santos, que sempre os operam em nome e pelo poder de Deus. Os m.s podem ser suscitados pela intercessão de Maria, dos Santos ou mesmo de outras pessoas vivas ou mortas. O dom de operar milagres é um *carisma ou *graça gratis data, que mais que ao próprio, beneficiam as outras pessoas que neles vêem a mão de Deus. Os m.s são normalmente requeridos para levar a cabo os processos de canonização. A Igreja, perante a notícia de m.s, procura cuidadosamente discernir, por um lado, a sua autenticidade histórica e a sua inexplicabilidade por forças naturais, recorrendo a peritos nas diversas ciências, e, por outro lado, a sua origem em Deus e o objectivo de edificação sobrenatural. Na mentalidade popular, por vezes são considerados m.s factos de ordem natural que impressionam pela raridade, coincidência ou expectativa psicológica, mas que, quando muito, podem ser graças de Deus obtidas pela oração directa a Ele ou por intercessão de terceiros, não se tratando em rigor de autênticos m.s. |
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