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misericórdia divina |
A grande intuição do Apóstolo João foi a de que “Deus é amor” (1Jo 4,16), e a de S. Paulo foi a de que “Deus é rico em misericórdia” (Ef 2,4). A m. é a expressão viva do amor de Deus para com os homens pecadores, que o levou a enviar seu Filho único para lhes obter em justiça o perdão de suas faltas e os reconduzir à condição sobrenatural de seus filhos. Ao longo da história do AT, Javé manifestou repetidamente a sua m. para com o seu povo tantas vezes infiel à Aliança com ele estabelecida, acolhendo benignamente a súplica de perdão de Moisés e outros santos antigos. Na linguagem antropomórfica do AT a m. d. exprime-se em termos de compaixão, de ternura, de amor maior que o de mãe (cf. Is 45,15). No NT, a m. d. manifestou-se plenamente em J. C. por sentimentos (compaixão das multidões, das mulheres de Jerusalém…), palavras (ensinamentos e parábolas da misericórdia, do Filho pródigo, do bom Samaritano…), gestos (acolhimento de pecadores, multiplicação de pães e outros milagres...) e sobretudo pelo seu sacrifício pascal. Como diz João Paulo II na sua Enc. *Dives in misericordia (2), J. C., não só ilustrou a m. d. por imagens e parábolas, mas Ele mesmo “a encarnou e personalizou, tornando-se, em certo sentido, a misericórdia”. Aliás, assim o profetizaram Zacarias no *Benedictus, Maria no *Magnificat e Isaías lido na sinagoga de Nazaré pelo próprio Jesus. |
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